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TEMA: Entrevista com Fisioterapeuta Dr.

Everton Horiquini Barbosa

Nome: Hemly Soler Silvestre RA: G2201G5

Nome: Hygor Carlos de Oliveira Lima RA: G327CG9

APS - Atividade Prática Supervisionada


ROTEIRO: ENTREVISTA COM FISIOTERAPEUTA APS – ATIVIDADE
PRÁTICA SUPERVISIONADA

DATA DA ENTREVISTA: 20 / 04 / 2021 INICIAIS: E.H.B.

NOME: Everton Horiquini Barbosa IDADE: 33 Anos

MUNICÍPIO DE ATUAÇÃO: Barretos - SP

CREFITO E NÚMERO: CREFITO 3 / 223534 - F

ESCOLA GRADUAÇÃO: Unifran ANO CONCLUSÃO:


2009

LOCAL DA ENTREVISTA: CER - Centro Especializado de Reabilitação


"Rosana Falcioni Cutrale" - Hospital de Amor - BARRETOS - SP
(consultorio)

RESUMO CURRICULAR:

R: Possui Graduação em Fisioterapia pela Universidade de Franca, Pós-graduação lato-sensu


em Didática do Ensino Superior (2016) e em Fisioterapia Neurofuncional do Adulto e Infantil pelo
Centro Universitário Barão de Mauá (2018). Possui Mestrado (2013) e Doutorado em Ciências pela
Universidade de São Paulo (2017). Finalizou o período de doutorado sanduíche (CNPq) no
Canadian Centre for Behavioural Neuroscience sob supervisão da Dra Robbin Gibb e Dr Bryan
Kolb - Universidade de Lethbridge, Canadá. Sua atuação na pesquisa envolve análises
comportamentais e neuroanatômicas durante o período de desenvolvimento e maturação do
sistema nervoso central e periférico. Realizou o Aperfeiçoamento em Fisioterapia nas
Disfunções Neurológicas da Criança e do Adulto na AACD-SP (2019). Seu trabalho científico
recebeu menção honrosa pela Federação de Sociedades de Biologia Experimental como melhor
trabalho apresentado, Prémio Bravo-Allergan (30 Lugar), e foi notícia na mídia nacional (G1 -
Ciência e Saúde). Atualmente é Docente na Faculdade Barretos e Fisioterapeuta no Centro de
Reabilitação - Bella Vita do Hospital de Amor de Barretos. (Texto informado pelo autor)
Após a devida apresentação pessoal do grupo e explanação dos objetivos
da entrevista:

1) Tem formação específica? Especialização, Mestrado, Doutorado? Em caso


positivo, em qual Instituição e local.

R: Tenho formação específica, fiz fisioterapia na universidade de Franca e finalizei o curso em


2009, curso tinha 4 anos de duração. Depois fiz o Mestrado e o Doutorado em neurociência na
universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, um ano de Doutorado Sanduíche na Universidade
de Lethbridge no Canadá também Neurociência, fiz especialização em fisioterapia
Neurofuncional na Barão de Mauá em 2017 e depois fiz em 2019 o aprimoramento em fisioterapia
neurológica da infância e do adulto na AACD em São Paulo.

2) Qual sua opinião em relação a esta sua formação? (opiniões a respeito sobre
conteúdo, carga horária, valores etc.)

R: Fiz à 10 anos atrás o curso era integral, acho que era adequada A Carga horária é o conteúdo
que eu tive a 10 anos atrás, atualmente teria que perguntar para alguém que está aqui que
alguém que se formou agora. Sobre os valores eu fiz pelo FIES, então eu fiz o financiamento
estudantil pelo governo que pago até hoje, mas eu pago um valor assim irrisório, pago de 120 á
150 reais por mês.

3) Tem formação em cursos de extensão, técnicas ou outros? Em caso positivo,


quais?

R: Sim, tenho um curso de formação e estimulação precoce, por isso que atendo os bebês aqui
hoje. O curso de aprimoramento da AACD não é um título, pois é considerado um curso de
extenção pela carga horária, fiz o curso de treinamento locomotor pela Acreditando.

4) Qual sua opinião em relação a estes cursos? (aspectos positivos, negativos,


carga horária, valores acessíveis ou não etc.)

R: Acho que todos os curso de extensão tem pontos positivos e negativos. Nos pontos positivos o
terapeuta se atualiza, aprende coisas novas e vê o que realmente funciona para ser utilizado na
clínica e passa a utilizar somente técnicas com base em evidência científica. No caso negativo é
que os cursos que acontecem sobre a fisioterapia neurológica (onde eu atuo) a fisioterapia
neurofuncional é a distância dos cursos, geralmente ocorrem em São Paulo (em centros
maiores), então nós temos que nos deslocarmos para chegar até lá.
5) Por que escolheu a FISIOTERAPIA como profissão?

R: Há 10 anos atrás eu não tinha utilização da internet igual temos hoje, se eu quiser ler sobre
um curso eu consigo ter acesso a ele, então há 10 anos atrás eu não conhecia fisioterapia, nunca
tinha tido contato nem com um paciente e nem com o fisioterapeuta, apenas li sobre fisioterapia
em um panfleto e foi aí que optei pela fisioterapia, foi bem simples e repentino escolher
fisioterapia.

6) Qual a forma de contratação/vínculo de trabalho atual? Funcionário(a) CLT em


empresa pública ou privada, cooperativa, dono(a) de empresa/consultório,
prestador(a) de serviços, autônomo(a), etc.? Está satisfeito(a) com os seus
rendimentos? Tem mais de um emprego? Qual a carga horária de trabalho diária e
semanal? Acha adequada sua carga horária de trabalho atual?

R: Sou contratado pelo hospital de amor de Barretos com carga horária de 30 horas semanais,
tenho um vínculo por CLT com a empresa (hospital), saindo do hospital, também trabalho como
fisioterapeuta particular, atendo a domicilio então não é CLT na carteira assinada, são só
atendimentos particulares. Tenho mais de um emprego, o primeiro é aqui no hospital que saio do
daqui e atendo alguns particulares, e à noite dou aula na faculdade de Barretos no curso de
psicologia, de nutrição e de enfermagem. Para psicologia, ministro o curso de anatomia humana
e neuroanatomia, para a enfermagem, anatomia humana 1 e 2 e para Nutrição, anatomia humana
1 e 2 e também discussão de casos em saúde coletiva. Então tenho 3 empregos, acho que o
fisioterapeuta recebe pouco nos contratos CLT's, o piso salarial da fisioterapia é muito baixo pela
atuação que nós temos e pela importância que temos dentro do hospital, tenho esperança de
que a população nacional brasileira e os governantes reconhece e o próprio COFFITO (Conselho
Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) o nosso conselho federal reconheça ainda mais a
nossa importância, que melhore ainda mais a visão que eles têm sobre nós e que após essa
pandemia eles notem importância da fisioterapia e que o salário base da fisioterapia melhore
também.

7) Qual o tipo de atendimento oferece? (particulares, convênios, etc.)

R: O hospital ele é público, mantido pelo SUS então esse é o atendimento aqui do hospital, fora
dele trabalho particular, não faço convênio não atendo ninguém de maneira conveniada, sempre
particular e só nesses 2 atendimentos.
8) O ambiente de trabalho é adaptado ao tipo de paciente que recebe o
atendimento?

R: Sim, aqui no hospital nós prezamos muito pela adequação ambiental para os pacientes que
necessitem de necessidades de adaptação, então os pacientes chegam e o ambiente é todo
adaptado para esse público.

9) Já teve algum contato ou necessitou de serviços dos órgãos que controlam,


fiscalizam, regulamentam ou representam a profissão? Em caso positivo, qual(is)?
Como foi a experiência, críticas positivas ou negativas em relação a esses órgãos:
CREFITO, COFFITO, SINFITO, ASSOCIAÇÕES, etc?

R: Tive contato com o CREFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) em


Ribeirão Preto para fazer a carteira de liberação da profissão e anualmente nós renovamos a
carteira e paga anuidade do CREFFITO, atualmente é sempre feito pelo site então não tenho que
criticar a respeito, funciona bem do ponto de vista ponto de vista empresarial e de
regulamentação. Então nesse sentido nunca precisei entrar em contato para alguma queixa ou
para alguma solicitação. Também sou associado à ABRAFIN (Sociedade brasileira de
Fisioterapia Neurofuncional) e que funciona muito bem também, pago anuidade e me respondem
rapidamente às minhas perguntas que tenho sobre a Fisioterapia Neurofuncional.

10) Qual é a dinâmica diária na sua atuação? Avaliação fisioterapêutica, evolução,


alta do serviço, discussões de casos, reuniões clínicas, etc.?

R: Aqui o horário de trabalho começa às 7:00 da manhã, já tenho pacientes agendado para esse
horário, então chego e já começo a atender. As avaliações são realizadas nos horários vagos,
tenho horários 7:00, 7:45 já é o segundo paciente, 8:30 outro paciente 9:30 outro, 10:15 outro, 11:00
outro e 11:45 outro paciente, então no total são 7 pacientes 7 horários e conforme for abrindo
vagas eu encaixo o paciente para fazer avaliação por exemplo naquele horário vago. Depois de
atender os 7 pacientes nós evoluímos no sistema, é um sistema eletrônico um software do
hospital então passo a evolução para o sistema e faturo para o SUS pagar o atendimento que foi
realizado para o paciente. Discussão de casos acontecem uma vez na semana em uma reunião
clínica.
11) Qual tipo de paciente mais presta atendimentos (idosos, crianças,
neurológicos, cardiopatas etc.)? Quais são as queixas principais e diagnósticos
mais frequentes de seus pacientes/clientes?

R: Atualmente fico responsável pelos pacientes, pelos bebês que nascem prematuros, então nós
temos um projeto com a Santa casa (parceria) que os pacientes que nascem prematuros serem
encaminhados para cá para fazermos a estimulação precoce, então atendo esse público. O
diagnóstico mais frequente é a prematuridade e em alguns casos específicos é a paralisia
cerebral, alguns casos o bebê tem alguma lesão cerebral, uma isquemia cerebral porque a
prematuridade é fator de risco para isquemia cerebral e alguns pacientes acabam sofrendo com
isso.

12) Com quais especialidades convive no seu ambiente de trabalho (fisiatra,


ortopedista, neurologista, dermatologista, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta
ocupacional, enfermeiro etc.)? Como é essa relação com os outros profissionais e
colegas (encaminhamentos, relações interpessoais e interdisciplinares, hierarquia,
ética nas relações, respeito, discussões produtivas etc.)

R: No centro de reabilitação que atuo temos Fisiatra, Neurologista, Fono, Psicólogo, Terapeuta
Ocupacional, Enfermeiro, Serviço Social, Nutricionista, Otorrinolaringologista, Oftalmologista,
são os que me recordo, mas temos uma equipe bem completa e o que enriquece muito a
discussão de casos e a troca com os outros profissionais. A relação com os outros profissionais
é boa, de respeito e com os colegas também eu não tenho nenhum problema quanto a isso não.

13) Comente sobre suas principais queixas no aspecto profissional.

R: Não tenho tanta questão no aspecto profissional não, estudei bastante e me considero bem
sucedido no ponto de vista profissional, mas a principal queixa é do ponto de vista do salário
base da fisioterapia que deveria ser maior.

14) Comente sobre suas principais satisfações no aspecto profissional.

R: É uma profissão que traz bastante satisfação de que a cada conquista que o paciente tem,
deixa o paciente feliz e também deixa o terapeuta feliz, quando vivenciamos a cada conquista do
paciente é gratificante, isso é enriquece emocionalmente a profissão.
15) Quais qualidades um indivíduo necessita para ser um bom FISIOTERAPEUTA?

R: Para ser um bom fisioterapeuta o indivíduo precisa ser curioso cientificamente, entender que
algumas técnicas não existem comprovações científicas da eficácia e portanto não entregar para
o paciente essa técnica, então o terapeuta precisa conhecer as técnicas que são efetivas para
determinados casos e explicar deixa claro para o paciente que ele vai executar a técnica X pois
tem efetividade e que não vai executar a técnica X pois não tem comprovação científica, então
fazer uma fisioterapia com base em evidência científica, sempre fazer uma fisioterapia que vai
gerar resultado. Então para ser um bom fisioterapeuta ele precisa ser antenado, precisa ser
curioso, mas sempre pautados na ciência, sempre pautados nos artigos científicos de boa
qualidade.

16) Relate suas considerações finais sobre a profissão, expectativas e conclusões.

R: A fisioterapia só tem a crescer, ela vem num crescimento já de fato, é um profissional que
vem sendo destacado dentro do ambiente hospitalar e dentro do ambiente é ambulatorial, é um
profissional que que vem sendo valorizado a cada dia e a expectativa é que isso aumente e que
após a pandemia a fisioterapia seja ainda mais exaltada.

17) Deixe uma mensagem aos estudantes de Fisioterapia.

R: Mensagem final para vocês estudantes é que vocês se empenhem bastante mas que levem
sempre em consideração como a fisioterapia baseada em evidências, uma fisioterapia que vai
gerar resultado é que o paciente não vai perder tempo numa terapia em que não vai levar ele há
uma terapêutica que vai gerar esperança mas que não vai ter resultado, então sempre uma
fisioterapia com base evidência é o que precisamos oferecer ao paciente do ponto de vista moral
e ético. Então espero que vocês os novos alunos da fisioterapia, os novos colegas de profissão,
que vocês tenham essa consciência de fazer fisioterapia baseada em evidência.

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