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... uniremos por sua vez as sílabas, que servem para compor os
nomes e os verbos e, novamente, com os nomes e os verbos,
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0311001/CA
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PLATÃO. Obras completas. p. 540.
73
Ibidem. p. 717.
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É importante esclarecer que Heidegger se atém ao poder manifestador da palavra, pois ela mostra,
pro-duz o que se presenta em sua presença e se liga ao ser e, assim, ao acontecimento-apropriação,
entendido por ele como o lugar onde que se esconde a atividade presentificadora do ser. A palavra
“Ereignis (Eräugen: por diante dos olhos)” traduz-se por acontecimento-apropriação, sendo que este
se deixa experimentar apenas no mostrar do dizer (Sage) , como doação, um “dá-se” do qual o ser
necessita para situar-se como presença. Como saga do dizer a linguagem é o modo do acontecimento
apropriador.
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HEIDEGGER, Martin. A essência da linguagem. In: A caminho da linguagem. p. 121.
78
Entende Heidegger que assim como no passado, a filosofia era metafísica, hoje ela é metalinguagem.
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HEIDEGGER, Martin. A essência da linguagem. In: A caminho da linguagem. p. 122.
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80
Ibidem. p. 123.
81
Ibidem.
82
Em A essência da linguagem, Heidegger recorda a seguinte passagem presente no segundo capítulo
dos Atos dos Apóstolos, versículos 3 e 4, cuja narrativa retrata o milagre de Pentecostes: “E viram
então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram... e começaram a pregar em outras línguas...”
Através deste exemplo, Heidegger discute que até mesmo a representação bíblica da linguagem,
repleta de sentido sagrado, caracteriza o logos, o enunciado, atendo-se ao aspecto sonoro da língua
assim como dá-se no procedimento grego, o que Aristóteles denominaria de forma paradigmática.
56
83
HEIDEGGER, Martin. Língua de tradição e língua técnica. p. 43.
84
Ibidem. p. 43.
85
É importante lembrar que a língua não tecnicizada caracteriza-se como fundamento da técnica.
57
86
OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. Reviravolta lingüístico-pragmática na filosofia contemporânea. p.
205.
87
Heidegger adverte que mesmo quando o homem não obtém conhecimentos acerca da história e o seu
significado no contexto moderno europeu, a linguagem é, sem dúvida, envio histórico.
88
HEIDEGGER, Martin. O Caminho para a linguagem. In: A caminho da linguagem. p. 213.
89
Ibidem. p. 213.
58
90
Heidegger escreve Carta sobre o humanismo em resposta ao existencialista Jean Beaufret que havia
lhe enviado uma carta solicitando um esclarecimento acerca do significado do humanismo após o
acontecimento das duas guerras mundiais. Heidegger nunca escrevera uma obra de conteúdo
diretamente humanístico ou ético, tendo, inclusive, se recusado a admitir que se faça qualquer relação
das suas obras com a corrente existencialista – tentativa constante de Beaufret -, uma vez que era
contrário à classificação do pensamento. Em Carta sobre o humanismo ele critica o processo de
decadência do homem ocorrido a partir do momento em que a concepção técnico-científica foi se
firmando, promovendo assim o esquecimento do sentido do Ser.
91
HEIDEGGER, Martin. Sobre o humanismo. p. 55.
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92
Heidegger aborda insistentemente a questão do ser-do-ente tendo em vista que, segundo ele, na
época moderna, caracterizada como o “reino da técnica” e da supremacia do pensamento metafísico,
ocorre a transformação do ser em ente. Esse processo de entificação do ser impede que o ser se
manifeste como experiência fundadora. Daí a necessidade de retornar ao ser enquanto tal, fazendo o
caminho inverso, regressando-se à origem, a fim de mostrar que é do ser que se depreende o ente, e
não o contrário.
93
VATTIMO, Gianni. Introdução a Heidegger. p. 121.
94
Ibidem. p. 122.
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95
HERÀCLITO. Fragmentos: origem do pensamento. p. 133.
61
96
HEIDEGGER, Martin. A linguagem. In: A caminho da linguagem. p. 09.
97
HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. p. 99.
98
Ibidem. p. 33.
62
99
HEIDEGGER, Martin. Lettre sur l’humanisme. p. 46.
100
Heidegger, em Ser e tempo, bem como em outros textos da década de 20, já teria assinalado para
uma concepção da linguagem como meio universal, mesmo tratando-a ainda de maneira secundária.
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101
HEIDEGGER, Martin. De uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e um pensador. In: A
caminho da linguagem. p. 100.
64
102
KUSCH, Martin. Linguagem como cálculo versus linguagem como meio universal. p. 228.
103
HEIDEGGER, Martin. A linguagem. In: A caminho da linguagem. p. 08.
104
O recurso à tautologia presente nas obras de Heidegger também pode ser verificado em expressões
como “o mundo munda”, “o tempo temporaliza”, “o espaço espaça”, “coisificação da coisa”, dentre
outras. Ao justificar a tautologia “mundanização do mundo”, Heidegger nos diz: “O mundo tem seu
modo essencial de Ser no fato de mundar. (...) a mundanização do mundo não pode ser explicada por
meio de alguma outra coisa nem pode ser conduzida de volta a alguma outra coisa que seria seu
fundamento.” (Cf. A coisa, in: Ensaios e conferências. p. 157.). Até mesmo a expressão “a linguagem
fala” é um procedimento tautológico.
105
Observa-se que a metáfora do caminho é uma importante referência presente no pensamento
heideggeriano, sendo que aqui ela encontra um lugar privilegiado na interpretação da linguagem.
65
explica Heidegger:
106
HEIDEGGER, Martin. O caminho para a linguagem. In: A caminho da linguagem. p. 191.
107
Ibidem. p. 191.
108
Ibidem. p. 199.
109
HEIDEGGER, Martin. O caminho para a linguagem. In: A caminho da linguagem. p. 199.
66
110
STEIN, Ernildo. Compreensão e finitude: estrutura e movimento da interrogação heideggeriana. p.
364.
111
Ibidem. p. 366.
112
Entende-se por “viravolta” a mudança radical no pensamento de Heidegger, supostamente ocorrida
entre Ser e tempo e Carta sobre o humanismo. Há certamente grandes diferenças, de estilo e conteúdo,
entre Ser e tempo e os escritos datados do pós-guerra. Heidegger fala diversas vezes de Ser e tempo
como uma obra de “transição” da metafísica para a “questão básica” sobre o ser, embora a recorrência
ao diálogo com Ser e tempo seja uma constante nessas obras.
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nem é ela apenas algo que se apresenta como sinal e cifra. Porque a
linguagem é a casa do ser nós atingimos os entes passando
constantemente por essa casa. Quando vamos ao poço, quando
percorremos uma floresta, já sempre estamos passando pela
palavra “poço” e pela palavra “floresta”, mesmo quando não
pronunciamos essas palavras nem pensamos em algo que se refere
à linguagem. Pensando a partir do templo do ser, podemos
presumir, aquilo que ousam aqueles cuja ousadia vai além do ser
dos entes. Eles ousam a circunscrição do ser. Eles se aventuram
com a linguagem.115
113
STEIN, Ernildo. Compreensão e finitude: estrutura e movimento da interrogação heideggeriana. p.
367.
114
É importante lembrar que em Ser e tempo, Heidegger enfatiza o tempo como temporalidade que se
corresponde ao sentido do ser do ser-aí.
115
HEIDEGGER, Martin.Caminhos da floresta. p. 04.
116
A etimologia que Heidegger apresenta, conforme podemos observar na citação acima, nos mostra
que “delimitar”, “circunscrever” direciona-se para temmein, sendo que desta palavra origina-se tempus
e templum.
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No capítulo anterior já discutimos a questão da diferença ontológica, sendo que afirmamos consistir
a mesma em mostrar que o ser não é o ente e, devido a este fato, ele não pode ser pensado do mesmo
modo que pensamos os entes. Heidegger enfatiza que a metafísica acabou confundindo ser e ente,
passando a pensar o ser como se ele fosse um ente. Portanto, a diferença ontológica nos permite
retificar esse equívoco metafísico.
118
STEIN, Ernildo. Compreensão e finitude: estrutura e movimento da interrogação heideggeriana.
p.368.
119
Ibidem.
120
Ibidem.
121
HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. p. 45.