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ESCOLA SUPERIOR DE JORNALISMO

Curso: Licenciatura em Publicidade e Marketing Ficha

Nome: Naira Gilberto Nhalivilo de Leitura 1

Cadeira: Semiótica da Comunicação

Professor: Mendes Mutenda

Maputo, Agosto de 2023.

Referencia Bibliográfica: Peirce, C. S. (2005). Semiótica, trad. José Teixeira Coelho Neto. 3aed.
São Paulo: Perspectiva. Tradução de: The Collected Paper sof Charles Sanders Peirce. p.40-60.

Páginas Ficha de Leitura Sobre Semiótica Observação

A Ética da Terminalogia

A terminologia ideal diferira um pouco para ciências diferentes. O caso da O signo é uma coisa
filosofia é muito característico pelo fato de ter uma necessidade positiva de que representa outra
palavras populares com sentidos populares - não como sua linguagem pr6pria coisa, seu objecto. O
p.40
(tal como ela, demasiado frequentemente, tem usado essas palavras) mas processo de
como objecto de seu estudo. Assim. ela tem uma necessidade característica de significação ocorre
uma linguagem distinta e separada do discurso comum, uma linguagem como quando o signo
a que Aristóteles. Os escolásticos e Kant tentaram elaborar, enquanto Hegel representa seu objecto
tentou destrui-la. É bom procedimento para a filosofia prover-se de um para um intérprete e
vocabulário tão nobre que pensadores negligentes não se vejam tentados a produz na mente desse
tomar emprestado seus termos (Peirce, 2005). intérprete uma outra
coisa que está
Ademais, os adjectivos objectivos" e subjectivo", usados por Kant
relacionada ao objecto.
demonstraram não ser suficientemente bárbaros, longe disso, para manter por
longo tempo sua utilidade em filosofia, ainda que não tivesse havido outras O Representamem é
p.41
objecções contra estes. A primeira regra de bom gosto ao escrever é usar esta coisa que
representa; É a
palavras cujas significados não serão mal interpretados; e se um leitor não
maneira que este
conhece o significado das palavras, é infinitamente melhor que este saiba que
“algo” está
não os conhece. Isto é particularmente verdadeiro em lógica, que consiste
representado. A
inteiramente, quase se poderia dizer, na exactidão do pensamento.
Objecto é esta coisa

Divisão dos Signos que é representada; É


o “algo” que iremos
Fundamento, Objecto e Interpretante analisar. O
Interpretante é como
Parafraseando Peirce (2005, p.45), Em seu sentido geral, a Lógica é
este “algo” será
como acredito ter mostrado, apenas um outra nome da semiótica, a quase-
interpretado; É, por
necessária, ou formal doutrina dos signos. De acordo com Um signo, ou
sua vez, uma terceira
representàmen, é aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa algo para
coisa que, surgindo na
alguém. Dirige-se a alguém, isto é, cria, na mente dessa pessoa, um signo
mente do intérprete no
p.45 equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido.
momento em que ele
Ao signo assim criado denomino interpretante do primeiro signo, o percebe aquela
signo representa alguma coisa, seu objecto. Representa esse objecto não em primeira coisa
todos os seus aspectos, mas com referência a um tipo de ideia que eu, por (representamen), faz
vezes, denominei fundamento do representâmen "Ideia" deve aqui ser com que ele a
entendida num certo sentido platónico, muito comum no falar quotidiano; interprete desta
refiro-me àquele sentido em que dizemos que um homem pegou a ideia de um maneira, como sendo,
outro Homem; em que, quando um Homem relembra o que estava pensando de facto, não uma
anteriormente relembra a mesma ideia, e em que, quando um Homem coisa em si, mas uma
continua a pensar alguma coisa, digamos par um décimo de segundo, na coisa que representa
medida em que o pensamento continua conforme consigo mesmo durante esse uma outra coisa.
tempo, isto é, a ter um conteúdo similar, é a mesma ideia e não, em cada
Tomemos um grito,
instante desse intervalo, uma nova ideia (Peirce, 2005).
por exemplo, devido a
Nessa ordem de ideias, entende-se que o signo é um primeiro (algo que se propriedades ou
apresenta à mente, a partir das qualidades de seu fundamento), ligando um qualidades que lhe são
segundo (aquilo que o signo indica, se refere ou representa, denominado próprias [seu
objecto do signo) a um terceiro (o efeito interpretativo que o signo provocará fundamento/ momento
primeiro] (um grito
em um possível intérprete, denominado interpretante do signo). Entretanto, de
não é um murmúrio)
acordo om Peirce (2005, p.46), o representamen por estar lidado, há assim três
p.46 ele representa algo que
a termos em consideração: Fundamento, Objecto e o Interpretante, a Ciência
não é o próprio grito,
da Semiótica tem três ramos descritos subsequentemente:
isto é, indica que

 O primeiro e chamado par Duns Scotus de grammatica speculativa. aquele que grita está,
Podemos denominá-lo gramática pura. Sua tarefa é determinar o que naquele exacto

deve ser verdadeiro quanta a representâmen utilizado par toda momento, em apuros
inteligência cientifica a fim de que possam incorporar um significado ou sofre alguma dor ou
qualquer. regozija-se na alegria

 O Segundo ramo é o da Lógica propriamente dita. É a ciência do que é (essas diferenças

quase necessariamente verdadeiro em relação as representamens de dependem da

toda inteligência cientifica a fim de que possam aplicar-se a qualquer qualidade específica
objecto, isto é, a fim de que possam ser verdadeiros. do grito). Isso que é

 O Terceiro ramo, imitando a maneira de Kant de preservar velhas representado pelo

associações de palavras ao procurar nomenclatura para novas signo, quer dizer, ao


p.47 concepções, denomino retórica pura. Seu objectivo é o de determinar que ele se refere é
as leis pelas quais, em toda inteligência científica, um signo dá origem chamado de seu

a outro signo e, especialmente, um pensamento acarreta outra. objecto [momento


segundo].
Os Signos e seus Objectos
Ora, dependendo do
Parte-se da concepção de que Segundo Peirce (2005, p.46), a palavra Signo tipo de referência do
será usada para denotar um objecto perceptível ou apenas imaginável, ou signo, se ele se refere
mesmo inimaginável num certo sentido, pois a palavra (Estrela), que é um ao apuro, ou ao
signo, não é imaginável, dado que não é esta palavra em si mesma que pode sofrimento ou à alegria
ser transposta para o papel ou pronunciada, mas apenas um de seus aspectos, e de alguém, provocará
uma vez que é a mesma palavra quando significa (astro com luz própria) e em um receptor um
outra totalmente distinta quando significa (artista celebre) e uma terceira certo efeito
quando se refere a (sorte). Ora vejamos, por exemplo: nada impede que um interpretativo: correr
autor que represente um personagem num drama histórico ostente como para ajudar, ignorar,
(propriedade) teatral a própria relíquia que deveria ser apenas representada. gritar junto, etc. Esse
p.48 Num mapa de uma ilha colocado sobre o chão dessa ilha deve haver, em efeito é o interpretante
condições normais, alguma posição, algum ponto, assinalado ou não, que ([momento terceiro).
representa qua posição no mapa, o mesmíssimo ponto qua posição na ilha. U
signo pode ter mais de um Objecto. Assim, a frase "Caim matou Abel", que é
um Signo, refere-se no mínimo tanto a Abel quanta a Caim, mesmo que não
se considere, como se deveria fazer, que tem em "um assassinato" um terceiro
Objecto. Com isso, entende-se que um signo pode ter mais de um objecto. o
Signo representa o Objecto ou conjunto de Objectos que representa (Idem).

Divisão das Relações Triàdicas

Na óptica de Peirce (2005, p.49), podemos efectuar uma divisão grosseira das
relações Triàdicas, divisão que, não duvidamos, contém importante verdade,
ainda que imperfeitamente apreendida:

 Relações Triàdicas de comparação: são as que fazem parte da


p.49
natureza das possibilidades lógicas;
 Relações Triàdicas de desempenho: são as que fazem parte da
natureza dos fatos reais;
 Relações Triàdicas de pensamento: são as que fazem parte da
natureza das leis.

Adicionalmente, importa salientar que Devemos distinguir entre o Primeiro, o


Segundo e a Terceira Carrelata de qualquer relação triádica. O Primeiro
Correlato. Dentre os três, é o que é considerada como de natureza mais
simples, sendo uma mera possibilidade se um dos três for dessa natureza e
não sendo uma lei a menos que todos os três sejam dessa natureza. O Terceira
Correlato é dos três aquele que é considerado coma o de natureza mais
complexa, sendo lei se qualquer dos três for uma lei e não sendo mera
p.22
possibilidade a menos que todos os três sejam dessa natureza.

O Segundo Correlato é, dos três, aquele que é considerado coma de


complexidade média, de tal modo que se dois quaisquer forem da mesma
natureza sendo ou meras possibilidades ou existências reais ou leis, então a
Segundo Correlato é dessa mesma natureza, enquanto se os três forem de
naturezas diferentes. O Segundo Correlato será uma existência real (Peirce,
2005).

Contudo, as relações triàdicas são divisíveis em três modos, par tricotomia


conforme o Primeiro, o Segundo ou o Terceiro Correlato forem,
respectivamente, mera possibilidade, existente real ou lei. Estas três
tricotomias, tomadas em conjunto dividem todas as relações triàdicas "' em,
dez classes. Estas dez classes terão certas subdivisões conforme os correlatos
existentes forem sujeitos individuais ou fatos individuais, e conforme os
correlatos que são leis foram sujeitos gerais, modos gerais do fato ou modos
gerais da lei.

Uma Tricotomia dos Signos

Os signos são divisíveis conforme três tricotomias, a primeira conforme o


signo em si mesmo, uma mera qualidade existente, um existente concreto ou
uma lei geral. A segunda, conforme a relação do signo para com o objecto
consistir no facto de o signo ter algum carácter em si mesmo, ou manter
alguma relação existencial com esse objecto ou em sua relação com um
interpretante, e a terceira, conforme seu interpretante representa-lo como um
signo de possibilidade ou como um signo de facto ou como um signo de razão
p.51
(Peirce, 2005).

Ainda de acordo com Peirce (2005), conforme a primeira divisão, um Signo


pode ser denominado Qualissigno, Sinsigno ou Legissigno.

Um Qualissigno é uma qualidade que é um Signo não pode realmente actuar


como signo até que se corporifique; mas esta corporificação nada tem a ver
com seu carácter como signo. Um exemplo: a percepção das cores.

Um Sinsigno (onde a silaba sin é considerada em seu significado de "uma


única vez'". como em singular, simples, no Latim semel, etc. é uma coisa ou
evento existente e real que é um signo. Ou seja, um Sinsigno é uma coisa ou
evento que existe actualmente. Um exemplo: qualquer objecto ou evento
concreto percebido.

Um Legissigno é uma é uma lei que é um signo normalmente, esta lei é


estabelecida pelos homens. Todo signo convencional é um Legissigno (porem
a recíproca não é verdadeira) não é um objecto singular, porem um tipo geral
que, tem-se concordado. Assim todo Legissigno significa através de um caso
de sua aplicação, que pode ser denominada réplica (Idem).

Uma Segunda Tricotomia dos Signos (signo em relação ao objecto)

A unidade semiótica seria o signo: o estímulo com parâmetro dotado de


significado. De acordo com a segunda tricotomia, Peirce (2005), listou três
modos de o signo mediar os significados:

Ícone: Um ícone e um signo se refere ao Objecto que denota apenas em


virtude de seus caracteres próprios caracteres que ele igualmente possui quer
p.52 um tal Objecto realmente exista ou não.

Desta feita, vale frisar que um Ícone é representado pela semelhança. Ex.:
desenho de uma flor ou uma flor.

Índice: Um índice é um signo que se refere ao objecto que denota em virtude


de ser realmente afectado por esse objecto. Portanto, não pode ser um
Qualissigno, uma vez que as qualidades são o que são independentemente de
qualquer coisa. Ou por outra um Qualissigno representa uma indicação, pelo
rastro. Ex. fumaça, indicando a presença de fogo.

Símbolo: é um signo que se refere ao objecto que denota em virtude de uma


lei, normalmente uma associação de ideias gerais que opera no sentido de
fazer com que o símbolo seja interpretado como se referindo àquele objecto.
Adicionalmente, importa destacar que o Símbolo esta relacionado com os
aspectos socioculturais ou hábitos com força de lei. Ex.: Cruz para o
Cristianismo ou para os túmulos.

Uma Terceira Tricotomia dos Signos (signo em relação ao interpretante)

Parafraseando Peirce (2005, p.53), de acordo com a terceira tricotomia, um


Signo pode ser denominado Rema, Dicissigno ou Dicente (isto é, uma
proposição ou quase-proposição) ou Argumento.

Um Rema é um Signo que, para seu intérprete, é um signo de Possibilidade


qualitativa, ou seja, é entendido como representando esta e aquela espécie de
objecto possível. Com isto, o Rema consiste em uma Hipótese de sentido.
Signo compreendido, mas sem contexto. Ex.: todas as palavras sozinhas, sem
relação a qualquer outra, excepto “sim” e “não”.

Um Signo Dicente é um signo que, para seu interpretante, é um signo de


existencial real. Portanto, não pode ser um ícone o qual na dá para interpreta-
lo como sendo algo real.

Um Argumento é um Signo que, para seu interpretante é signo de lei (Idem).

Dez Classes de Signos

p.54
Parafraseando Peirce (2005, p.53), as três tricotomias dos Signos, em
conjunto proporcionam uma divisão dos Signos em Dez Classes de Signos,
das quais numerosas subdivisões têm de ser consideradas. As dez classes são
seguintes:

Primeira: Um Qualissigno (uma sensação de "vermelho") é uma qualidade


qualquer, na medida em que for signo. Dado que uma qualidade é tudo aquilo
que positivamente é em si mesma, uma qualidade só pode denotar um objecto
par meio de algum ingrediente ou similaridade comum, de tal forma que um
Qualissigno é necessariamente um ícone.

Segunda: Um Sinsigno icónico (um diagrama individual e todo objecto de


experiência na medida em que alguma das suas qualidades faça-o determinar
a ideia de um objecto.

Terceira: Um Sinsigno Indical Remático (um grito espontâneo) é todo


objecto da experiência directa na medida em que dirige a atenção para um
Objecto pela qual sua presença é determinada.

Quarto: Um Sinsigno Dicente (um cata-vento) é todo objecto da experiencia


directa na medida em que é um signo e, como tal, propicia informação a
respeito de seu Objecto, isto só ele pode fazer por ser realmente afectado par
seu Objecto, de tal forma que é necessariamente um Índice.

Quinto: Um Legissigno Icónico (um diagrama. à parte sua individualidade


fáctica) é todo tipo ou lei geral, na medida em que exige que cada um de seus
casas corporifique uma qualidade definida que o torna adequado para trazer à
mente a ideia de um objecto semelhante. Sendo um ícone, deve ser um Rema.

Sexta: Um Legissigno lndicial Remático (um pronome demonstrativo) é todo


tipo ou lei geral qualquer que seja o modo pelo qual foi estabelecido, que
requer que cada um de seus casos seja realmente afectado por seu Objecto de
tal modo que simplesmente atraia a atenção para esse Objecto.
p.56
Sétima: Um Legissigno Indicial Dicente (o pregão de um mascate) é todo
tipo ou lei geral, qualquer que seja o modo pela qual foi estabelecido, que
requer que cada um de seus casos seja realmente afectado por seu Objecto de
tal modo que forneça uma informação definida ao respeito desse objecto.

Oitava: um símbolo Remático ou Rema Simbólico (um substantivo comum)


é um signo ligado a seu objecto através de uma associação de ideias gerais de
tal modo que sua replica traz a mente uma imagem a qual, devido a certos
hábitos ou disposições dessa mente, tende a produzir um conceito geral.

Nona: Um Simbolo Dicente ou Proposição ordinária, é um signo ligado a seu


objecto através de uma associação de ideias gerais e que actua como um
Símbolo Remático, excepto pelo facto de que seu pretendido interpretante
representa o Símbolo Dicente como, sendo, com respeito ao que significa,
realmente afectado por seu Objecto, de tal modo que a existência ou lei que
ele traz à mente deve ser realmente ligada com o Objecto indicado. Assim, o
pretendido Interpretante encara o Símbolo Dicente como um Legissigno
lndicial Dicente; e se isto for verdadeiro, ele de facto compartilha dessa
natureza, embora esta não seja toda sua natureza. Tal como o Símbolo
Remático, é necessariamente um Legissigno. TaL como o Sinsigno Dicente, é
composto, dada que necessariamente envolve um Símbolo Remático (e com
isso é, para seu Interpretante, um Legissigno Icónico) para exprimir sua
informação e um Legissigno lndicial Remático para indicar a matéria dessa
informação.

Décima: Um Argumento é um signo cujo interpretante representa seu objecto


como sendo um signo ulterior através de uma lei, a saber, a lei segundo a qual
a passagem dessas premissas para essas conclusões tende a ser verdadeira.
Manifestamente, então, seu objecto deve ser gerai, ou seja, o Argumento deve
ser um Símbolo. Como Símbolo, ele deve, além do mais, ser um Legissigno.
Sua Réplica é um Sinsigno Dicente.

Contudo, importa salientar que as afinidades entre as dez classes evidenciam-


se através de um arranjo de suas designações no quadro triangular abaixo, no
qual os quadrados adjacentes, separados por traças acentuados, referem-se a
classes semelhantes em apenas um aspecto. Todos os demais quadrados
adjacentes pertencem a classes semelhantes sob dois aspectos. Quadrados não
adjacentes pertencem a classes semelhantes em apenas um aspecto, excepto o
facto de que cada um dos três quadrados dos vértices do triângulo pertence a
uma classe que difere, sob todos os três aspectos, das classes às quais se
referem os quadrados do lado aposta do triângulo. As designações impressas
em tipo mais clara são supérfluas.

p.60
Signos Degenerados

Além das variedades normais de Sinsignos, índices e Dicisstgnos há outras


que são, respectivamente, réplicas de Legissignos, Símbolos e Argumentos.
Além das variedades normais de Qualissignos, Ícones e Remas, há duas séries
de outras, a saber, aquelas que estão directamente envolvidas em Sinsignos,
Índices e Dicissignos, respectivamente, e também aqueles que estão
indirectamente envolvidas em Legissigos, Simbolos e Argumentos,
respectivamente (Parafraseando Peirce (2005, p.58).

Outrossim, o Sinsigno Dicente ordinário é exemplificado por um cata-vento e


seu volteiro" por uma fotografia. O fato de sabermos que esta Ultima é o
efeito das radiações do objecto torna-a um índice, e altamente informativo.
Uma segunda variedade é uma Réplica, de um Legissigna Indicial Dicente.
Assim, todo pregão de mascate, desde que seu tom e tema identifiquem o
individuo não é um símbolo, mas sim um Legissigno lndicial, e qualquer de
seus casas individuais é uma Réplica sua, que é um Sinsigno Dicente.

A Tricotomia dos Argumentos

Há outras subdivisões de pelo menos algumas das dez classes que são da
maior importância para a lógica. Um Argumenta sempre é entendido por seu
Interpretante como fazendo parte de uma classe geral de argumentas análogos,
classe essa que, como um todo, tende para a verdade. Parafraseando Peirce
(2005, p.53), isto pode ocorrer de três modos, dando origem à tricotomia de
todos os argumentas simples em Deduções, Induções e Abduções.

Deduções: Uma Dedução é um argumenta cujo interpretante o representa


coma pertencendo a uma classe geral de argumentas possíveis exactamente
análogos tais que, a longo prazo, a maior Parte daqueles cujas premissas são
verdadeiras, terão conclusões verdadeiras. Desta feita, afere-se que as
Deduções são subdivididas em dois tipos:

 Deduções Necessárias: são as que nada tem a ver com qualquer


relação de frequência, mas afirmam (ou seus interpretantes afirmam
par elas) que de premissas verdadeiras invariavelmente se produzirão
conclusões verdadeiras;
 Deduções Prováveis ou, mais precisamente, Deduções de
Probabilidade: são Deduções cujas Interpretantes as representam
como ligadas a razões de frequência. São ou Deduções Estatísticas, ou
Deduções Prováveis Propriamente Ditas.

Indução: Uma Indução é um método d!' formar Símbolos Dicentes relativos a


uma questão definida, cujo método o Interpretante não representa coma capaz
de proporcionar, a partir de premissas verdadeiras, resultados
aproximadamente Verdadeiros na maioria dos casos no decorrer da
experiência, considerando, no entanto, que se persistir nesse método, a longo
prazo chega-se à verdade, ou a um ponto sempre mais perto da verdade, a
respeito de qualquer questão. Uma indução é ou um Argumenta Ridículo ou
uma Verificação Experimental de uma Predição geral, ou um Argumenta
oriundo de uma Amostra Aleatória.

Abdução: Uma Abdução é um método de formar uma predição geral sem


nenhuma certeza positiva de que ela se verificará, sejanum caso especial ou
normalmente, sendo sua justificativa a de que é a Única esperança possível de
regular racionalmente nossa condutafutura, e que a indução a partir de
experiências passadas nos encoraja fortemente a esperar que ela seja bem
sucedida no futuro.

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