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GESTÃO ESCOLAR
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar – Profª. Ms. Célia Gaia. e Prof. Dr. Eurípedes
Ronaldo Ananias Ferreira
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DA
GESTÃO ESCOLAR
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
371.2 G131f
Gaia, Célia
Fundamentos e métodos da gestão escolar / Célia Gaia, Eurípedes Ronaldo
Ananias Ferreira – Batatais, SP : Claretiano, 2013.
310 p.
ISBN: 978-85-67425-97-9
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Gestão escolar: conceitos, funções e princípios básicos. A função administrativa
da unidade escolar e do gestor: contextualização teórica e tendências atuais. A
dimensão pedagógica do cotidiano da escola e o papel do administrador escolar.
Levantamento e análise da realidade escolar: o projeto político pedagógico, o
regimento escolar, o plano de direção, planejamento participativo e órgãos cole-
giados da escola.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
O Caderno de Referência de Conteúdo Fundamentos e Mé-
todos da Gestão Escolar oportuniza ao aluno a compreensão e a
reflexão crítica acerca dos princípios e conceitos que fundam a
gestão da educação na perspectiva do modelo democrático-par-
ticipativo.
A partir desse estudo, o aluno compreenderá a forma como
a escola se organiza no contexto de uma sociedade globalizada.
São apresentados pontos de relevância como o perfil do gestor
na condição de líder, o papel dos órgãos colegiados no processo
10 © Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma
breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões
no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral
visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do
qual você possa construir um referencial teórico com base sólida
– científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis-
são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi-
lidade social. Vamos começar nossa aventura pela apresentação
das ideias e dos princípios básicos que fundamentam este Caderno
de Referência de Conteúdo.
Inicialmente, esclarecemos que as unidades deste material
foram organizadas de forma a proporcionar a você, caro aluno,
subsídios que contribuam para uma reflexão sobre as bases da
gestão educacional e escolar e o papel do gestor, mas também so-
bre os principais processos que permeiam seu trabalho na escola,
tais como organização e concretização de conselhos e desenvolvi-
mento de processos de planejamento.
A gestão educacional, numa perspectiva geral, acontece no
âmbito dos sistemas com a implementação de políticas educacio-
nais e planos de educação, com a elaboração de normas e diretri-
© Caderno de Referência de Conteúdo 11
que, embora esse termo também seja oriundo das empresas, am-
pliou os conceitos de administração e direção escolar, abarcando-
-os como dimensões de um processo mais amplo.
Na Unidade 2, a abordagem foi sobre o processo de globa-
lização e a revolução científico-técnico-informacional que impôs
novos desafios à educação, numa mudança de paradigmas de en-
sino e aprendizagens e, também, de gestão.
Num contexto de transformações rápidas, as empresas pas-
saram a procurar um trabalhador polivalente, com maior nível de
escolaridade, capaz de atuar em equipe e em diversos setores e a
navegar nas conexões em rede.
A educação, por sua vez, passou a ser cobrada para prepa-
rar um trabalhador com capacidade de lidar com os imprevistos e
adaptar-se a novas situações, com competência para inovar e criar
diante de situações diversas. No contexto atual, há um paradoxo
que exige uma gestão democrática com a descentralização das
responsabilidades para as autoridades locais e, ao mesmo tempo,
com o controle e a pressão das instâncias superiores por índices e
aumentos do patamar de competências e habilidades dos alunos.
Dentro dessa perspectiva contraditória, cabe ao gestor ado-
tar um comportamento proativo a fim de assegurar o passaporte
para a cidadania e o mundo do trabalho. No entanto, a gestão da
educação nos tempos atuais não escapa de uma reflexão sobre o
que seria a cidadania numa cultura globalizada.
Realizar o processo de hominização que se exige da educa-
ção significa "aprender com cada ‘mundo’ diferenciado que se co-
loca, suas razões e lógica, seus costumes e valores que devem ser
respeitados, por se constituírem valores, suas contribuições que
são produção humana" (FERREIRA, 2004, p. 1241). Isso implica a
adoção de uma ética e uma gestão comprometidas com a forma-
ção menos excludente e mais democrática.
© Caderno de Referência de Conteúdo 13
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados no Caderno de Referência de Con-
teúdo Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar. Veja, a seguir, a
definição dos principais conceitos:
1) Automação: "sistema automático de controle pelo qual
os mecanismos verificam seu próprio funcionamento,
efetuando medições e introduzindo correções, sem a
interferência do homem" (NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO:
s.d., p. 163). No contexto escolar, a automação qua-
se não se faz presente, na medida em que a gestão da
aprendizagem se processa mais por interações. No en-
tanto, repercute em padronização de processos adminis-
trativos, sobretudo da secretaria.
2) Colegiado: o termo "colegiado" refere-se a uma forma
de gestão na qual a direção é compartilhada com grupos
de representantes dos diversos segmentos da comunida-
de escolar, podendo se concretizar em conselhos, asso-
ciações, grupos etc., com funções consultivas, delibera-
tivas ou fiscalizadoras. Indicam a adoção de uma gestão
participativa e democrática na escola, mas suas decisões
são tomadas dentro dos limites da legislação em vigor
e das diretrizes emanadas das secretarias de educação
e outros órgãos hierárquicos dos sistemas educativos. A
criação de colegiados gestores é utilizada em vários se-
tores, públicos e privados, como ferramenta de gestão
com objetivo de realizar mudanças. O Conselho Escolar
é um dos colegiados da escola.
3) Conselhos: os conselhos são espaços de compartilha-
mento do poder e sua realização produtiva depende das
possibilidades culturais dos participantes ou represen-
tantes. Werle (2003, p. 12) os considera como espaços
não só de aprendizagem conceitual e teórica de demo-
cracia, mas como "local de fazer democracia" e, ainda
como "espaço de discordar ou propor pontos de vista,
sem constrangimentos ou passividade". Conforme Cury
Cultura Organizacional
Globalização e Educação
Resultados da Pesquisa
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do gestor pode ser uma forma de você
avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de ques-
tões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando
para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma
maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir
uma formação sólida para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes
nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui-
lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se
conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce-
bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele
à maturidade.
Você, como aluno do curso de Fundamentos e Métodos da
Gestão Escolar na modalidade EaD e futuro profissional da educa-
ção, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
3. referências bibliográficas
CURY, C. J. O conselho de educação e a gestão dos sistemas. In: FERREIRA, N. S. C.;
AGUIAR, M. A. S. Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São
Paulo: Cortez, 2001.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J.F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e
organização. São Paulo: Cortez, 2005.
LÜCK, H. A gestão participativa na escola. Rio de Janeiro: Vozes, 2008. (Série Cadernos
de Gestão).
______. Liderança em gestão escolar. Rio de Janeiro: Vozes, 2010. (Série Cadernos de
Gestão).
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2006.
WERLE, F. O. C. Conselhos escolares: implicações na gestão da escola básica. Rio de
Janeiro: DP&A, 2003.
4. E-REFERÊNCIAS
FERREIRA, N. S. C. Repensando e ressignificando a gestão democrática da educação na
"cultura globalizada". Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22619.
pdf>. Acesso em: 9 jul. 2012.
UFRJ. Programa de Apoio à Melhoria de Ensino Municipal. Relações da qualidade do
ensino com a vida formal e informal de uma escola. Disponível em: <http://www.race.
nuca.ie.ufrj.br/ceae/m3/complementar3.htm.>. Acesso em: 9 jul. 2012.
EAD
Das Teorias
Administrativas à Gestão
Educacional e
Escolar
1
1. OBJETIVOS
• Identificar e compreender as principais abordagens e teo-
rias da administração em geral que formaram as bases da
administração escolar no Brasil.
• Compreender o contexto no qual se constrói a crítica ao
modelo tradicional de administração escolar e no qual se
originam os princípios da gestão escolar.
• Compreender e identificar os fundamentos, princípios,
conceitos e funções da gestão da educação.
• Compreender as diferentes concepções e abordagens
da administração capitalista e a especificidade da gestão
educacional.
• Caracterizar a gestão escolar como uma prática social e
constituinte da cidadania.
28 © Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
2. Conteúdos
• Trajetória das principais abordagens da administração ge-
ral e suas influências no contexto educacional.
• Relações entre os princípios e os métodos da administra-
ção geral com a administração escolar.
• O contexto que deu origem à gestão da educação.
• Conceito, princípios e funções da gestão da educação.
• A gestão democrático-participativa.
4. Introdução à UNIDADE
Você está iniciando o estudo da primeira unidade de Funda-
mentos e Métodos da Gestão Escolar.
O objetivo geral desta unidade é identificar e compreender
os fundamentos, os princípios, os conceitos e as funções da gestão
educacional democrático-participativa.
É importante compreender essa forma de gestão como um
instrumento de promoção humana e como processo social que
pode favorecer a formação ética e cidadã. Você será capaz de con-
ceber a escola como uma instituição social cuja existência tem a fi-
nalidade de atingir objetivos que atendam à aprendizagem escolar
e favoreçam a formação da cidadania.
Para que você chegue a essa compreensão, refletiremos
sobre como a administração da educação passou por um longo
processo de absorção e aplicação de conceitos da administração
geral, sem levar em consideração a validade destes diante das es-
pecificidades educativas. Dessa forma, a administração escolar se
restringiu aos aspectos puramente administrativos, burocráticos e
instrumentais, distanciando-se das discussões pedagógicas.
No entanto, nas décadas de 1980 e 1990, vários autores con-
frontaram esses princípios, abrindo espaço para a crítica diante do
novo cenário político-social. Esses educadores analisaram e apre-
sentaram questionamentos e propostas que mostram a importân-
6. AS ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS
Sob uma ótica empresarial, essas abordagens costumam ser
resumidas em escola clássica e/ou científica, escola das relações
humanas ou humanista, escola comportamental ou behaviorista,
escola estruturalista e, mais recentemente, a escola de enfoque
cultural. Vejamos sinteticamente cada uma delas.
Claretiano - Centro Universitário
34 © Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Administração eficiente
As teorias administrativas escolares buscaram, inicialmente,
a eficiência, ou seja, "produzir o máximo de resultados com o mí-
nimo de recursos, energia e tempo" (SANDER, 1995, p. 43). Nessa
visão, o bom administrador será aquele que "planejar cuidadosa-
mente seus passos, que organizar e coordenar racionalmente as
atividades de seus subordinados e que souber comandar e contro-
lar tais atividades" (MOTTA, 1997, p. 4).
Sander (1995) entende que, na educação, essa eficiência
tem de ser redefinida eticamente e de acordo com as necessida-
des pedagógicas da escola e da sociedade na qual está inserida.
A eficiência deve estar a serviço das necessidades da escola e da
sociedade.
Administração eficaz
Num segundo momento, as teorias administrativas do início
do século 20, com base nas relações humanas e no comportamen-
to dos grupos com vistas à produtividade, focam a administração
na eficácia: "o poder de produzir o efeito desejado" (SANDER,
1995, p. 46).
Tal concepção centrou-se nos pressupostos da sociologia, da
antropologia e da psicologia e a "ideia principal da escola das rela-
ções humanas é a de aumentar a produtividade por meio da redu-
ção dos custos oriundos dos conflitos internos da empresa" (MOT-
TA, 1997, p. 18). Assim, a eficiência dos indivíduos somente deve ser
estimulada em função do alcance eficaz dos objetivos da instituição.
© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar 47
Administração efetiva
Na segunda metade do século, após a Segunda Guerra Mun-
dial, predominou a administração efetiva: "saber satisfazer as
demandas concretas, feitas pela comunidade externa" (SANDER,
1995, p. 47). Como vimos, essa visão tomou por base um conjunto
de teorias administrativas que entendiam a organização como um
sistema aberto, influenciado pelo ambiente social e político.
A efetividade trata de atingir objetivos mais amplos de equi-
dade e de desenvolvimento econômico-social. O administrador,
diante de sua responsabilidade social, deve responder aos proble-
mas da comunidade mais ampla. O critério básico da efetividade é
o político, e não mais o da simples realização de ações para metas.
Em alguns momentos, como nos anos 1960 e 1970, essa con-
cepção focou principalmente aspectos tecnocráticos com a centra-
lização da administração escolar, a padronização dos procedimen-
tos e a ampliação do controle pela instituição da supervisão na
busca de atender o mercado capitalista.
No entanto, nos anos 1980, com as lutas sociais pela demo-
cratização, foram revigoradas as instâncias participativas, como o
conselho de escola, e passou-se a debater sobre a gestão demo-
crática na educação.
Segundo Sander (1995, p. 49), para se realizar a efetividade,
é preciso que a administração da educação tenha:
Administração relevante
Num quarto paradigma, Sander (1995, p. 50) trata da admi-
nistração relevante, na qual "é o critério cultural que mede o de-
sempenho administrativo em termos de importância, significação,
pertinência e valor".
Assim, são os valores e a relevância cultural que norteiam a
seleção dos objetivos. Preocupa-se com "as características cultu-
rais e os valores éticos que definem o desenvolvimento humano
sustentável e a qualidade de vida na educação e na sociedade". A
participação de todos é o aspecto mais relevante na gestão escolar.
Sander (1995, p. 50) pondera que a relevância e a efetividade
podem ser entendidas como critérios complementares, visto que,
para alguns autores, o "ser antropológico e o ser político são uma
mesma pessoa". No entanto, ressalta que o conceito de relevância
na gestão da educação visa superar os conceitos de efetividade,
eficácia e eficiência.
Nessa perspectiva relevante (cultural), o administrador edu-
cacional busca pautar sua ação "pela pertinência e significância
dos fatos administrativos para o desenvolvimento humano e a
qualidade de vida dos cidadãos que participam do sistema educa-
cional e da sociedade como um todo" (SANDER, 1995, p. 50).
© U1 - Das Teorias Administrativas à Gestão Educacional e Escolar 49
12. Considerações
Se entendemos a atividade administrativa como uma ação
direcionada para fins e objetivos, a administração no âmbito da
13. e-referÊncias
BRASIL. Lei nº. 9.394 de 20/12/96, Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
8 ed. In: Diário oficial da união, ano CXXXIV nº. 248, de 23 dez., 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 4 jun. 2012.
DOURADO, L. F. Gestão da educação escolar. BRASIL/MEC/ SEB. Brasília : UNB, Centro de
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LIBÂNEO, J. C. Concepções e práticas de organização e gestão da escola. INEP/MEC, 2007.
Artigo publicado na Revista Española de Educación Comparada, Madrid, Espanha. Año 2007,
n. 13. Edición monográfica: Administración y gestión de los centros escolares: panorámica
internacional. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:wvlfqhEW
DlgJ:professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/5146/material/Inmaculada%
2520Revista%2520Espa%25C3%25B1ola.doc+Concep%C3%A7%C3%B5es+e+pr%C3%A1
ticas+de+organiza%C3%A7%C3%A3o+e+gest%C3%A3o+da+escola&hl=pt-BR&gl=br&pid
=bl&srcid=ADGEESiZQfqF5zvy8635v8SlXKDJxNchDCRVVZBRxTSQAjpU81eAp4U8rDfM3_
meLiFVd2epCIhvcHXDcvFSGz4f2T4m6PqJ5XgzrGsJlND4wO7ZBi3655z_Sm4XFVyqJlsdNA
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On-line. Campinas> n. especial, p. 140–165, ago. 2006 ISSN: 1676-2584. Disponível em:
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PARO, V. H. A estrutura da escola e a prática educacional democrática. Disponível em:
<http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT05-2780--Int.pdf>. Acesso em: 4
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pública. Disponível em: <http://www.geocities.ws/angesou/paro2.pdf>. Acesso em: 4
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pid=S01017330200900020000800010&lng=en>. Acesso em: 4 jun. 2012.
______. Formação de gestores escolares: a atualidade de José Querino Ribeiro. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302009000200008&script=sci_
arttext>. Acesso em: 4 jun. 2012.
______. A gestão da educação ante as exigências de qualidade e produtividade da escola
pública. Disponível em: <http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/semanas_
pedagogicas/2010/gest_ed_paro.pdf>. Acesso em: 4 jun. 2012.
2. Conteúdos
• Globalização, produção flexível e as novas demandas so-
ciais para a educação.
• O novo paradigma da gestão empresarial: integração e
flexibilidade.
• Tendências da gestão educacional: federalismo, descen-
tralização e gestão local.
• Gestão da educação: tendências e paradigmas atuais.
• Ressignificação e reexame de conceitos em gestão da
educação.
• Administração e gestão da educação: sete saberes para a
educação do novo milênio.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Você está iniciando o estudo da segunda unidade de Funda-
mentos e Métodos da Gestão Escolar. Anteriormente, discutimos
várias concepções sobre a teoria da administração e a importância
de um enfoque cultural que possibilite uma ação contextualizada
dos processos de gestão. Refletimos sobre a administração esco-
lar, procurando contextualizar gestão democrática, como um avan-
ço decorrente das lutas em prol da educação pública como direito
social.
Nesta unidade, buscamos compreender as mudanças ocorri-
das no contexto globalizado a partir dos anos 1990 e que configu-
raram um novo modelo de empresa – e, consequentemente, um
novo paradigma de gestão.
Analisamos também as influências dessa sociedade globali-
zada e tecnológica na educação (influências geradoras de tendên-
cias de descentralização e localismo e de um novo paradigma de
educação, no que tange às finalidades e às formas de organização
e gestão).
Por fim, buscamos ressignificar os conceitos estudados e
analisar as correlações que se estabelecem entre a gestão demo-
crática e a formação cidadã.
O paradoxo da globalização
O contexto mundial na década de 1990 é marcado por pro-
fundas transformações de caráter cultural, político, social, econô-
mico e religioso, a exemplo da globalização.
É oportuno nos reportarmos à caracterização da globalização
como resultado de um processo histórico, cujos fatores dinâmicos
são a concentração, a centralização de capital, o desenvolvimento
dos meios de comunicação e o despertar da consciência sobre o
destino comum da humanidade.
Essa tendência manifesta-se em um estilo de vida decorren-
te das pressões competitivas do mercado, que aproximam culturas
políticas e práticas administrativas e, ainda, difundem e generali-
zam os mesmos problemas e conflitos ambientais. Há uma difusão
de padrões transacionais de organização econômica e social, de
consumo, de formas de fazer e de expressão cultural artística, de-
correntes do processo de globalização.
Rattner (1995, p. 22) a define como:
[...] o resultado de um processo histórico, cujos fatores dinâmicos
são a concentração de renda, a centralização de capital, o desenvol-
vimento dos meios de comunicação e o despertar da consciência
sobre o destino comum da humanidade. Essa tendência manifesta-
-se, também, na difusão de padrões transnacionais de organização
econômica e social, de consumo, de formas de lazer e de expressão
artístico-culturais; enfim, um estilo de vida decorrente das pres-
sões competitivas do mercado, que aproximam culturas políticas
e práticas administrativas, que difundem e generalizam os mesmos
problemas e conflitos ambientais.
© U2 - Gestão da Educação: Globalização, Novas Tecnologias, Novos Paradigmas 73
- raciocínio lógico;
- habilidade para aprender;
- conhecimento técnico geral;
- responsabilidade com o processo de produção;
- iniciativa para a resolução de problemas.
Descentralização/diálogo/
Decisões Centralizadas/imposição
negociação
Autocentrismo/ Heterocentrismo/grupo-
Centro
individualismo coletivo
Competição/apego/ Cooperação/coesão/inter-
Relacionamento
indepen-dência dependência
9. quESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) A globalização e as novas tecnologias trouxeram a necessidade de uma pro-
dução flexível. Que novas demandas esse aspecto trouxe para a educação,
tanto em relação à formação do aluno quanto em relação à formação dos
profissionais e do gestor da escola?
10. Considerações
Estimulados pelos organismos internacionais de assistência
técnica e financiamento a projetos de desenvolvimento, principal-
mente no campo da educação, grande parte dos países em desen-
volvimento, inclusive o Brasil, inicia o processo de reforma de seus
sistemas educacionais no início da década de 1990.
O grande objetivo da reforma da educação – em nosso caso,
legitimada pela LDBN 9.394/96 – é adequar os sistemas de ensi-
no às novas demandas advindas do processo de globalização, e,
consequentemente, com advento do modelo de produção flexível,
ao atendimento dos requisitos de novos perfis de qualificação e
requalificação da mão de obra para o mundo do trabalho e para o
pleno exercício da cidadania.
Nessa perspectiva de reforma educacional, emergem como
mecanismos importantes para a sua implantação bem-sucedida a
descentralização, a autonomia da escola e a gestão local da edu-
cação.
Muitos autores apontam as diretrizes internacionais da re-
forma advindas dos organismos internacionais, como, por exem-
plo, o Banco Mundial, como de caráter economicista e neoliberal,
que apenas reformulam a lógica do capital humano para o aten-
dimento imediato ao atual desenvolvimento econômico e político
global.
Entretanto, na gênese das mudanças nas políticas públicas e
na gestão da educação no Brasil existem contribuições de natureza
dialética e socializante que têm influenciado nas mudanças que
© U2 - Gestão da Educação: Globalização, Novas Tecnologias, Novos Paradigmas 107
11. e- referências
ALVES, E. L. G. et al. Modernização produtiva e relações de trabalho: perspectivas de
políticas públicas (Ipea). Brasília, abril de 1997. Disponível em: <http://desafios.ipea.gov.
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2. CONTEÚDOS
• A gestão educacional na óptica sistêmica
• Dimensões da gestão democrático-participativa.
• Objetivos da escola e práticas de organização e gestão.
• Concepções de organização e gestão escolar.
• Áreas de atuação da organização e da gestão escolar.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Você está iniciando o estudo da terceira unidade de Funda-
mentos e Métodos da Gestão Escolar. Discutimos, anteriormente,
várias concepções sobre a teoria da administração e a importância
de um enfoque cultural que possibilite uma ação contextualizada
dos processos de gestão. Vimos também como os processos tec-
nológicos e a globalização criaram novas exigências à escola den-
tro de novos paradigmas.
O objetivo desta unidade é levar você a compreender os
princípios e objetivos da gestão democrática, bem como as formas
© U3 - Gestão Escolar: Princípios, Funções, Organização e Áreas de Atuação 113
Organização e gestão
Dentro de uma visão técnico-científica, a organização esco-
lar busca a racionalização de aspectos que podem ser planejados,
controlados e avaliados na busca por maior eficiência e eficácia.
Numa visão mais crítica, a organização escolar implica a considera-
ção da interação entre as pessoas, envolvendo a construção social
de um ambiente educativo por professores, alunos, pais, funcioná-
rios e comunidade.
nela estão, sendo que o gestor deve entender seu papel como me-
diador da intencionalidade educativa da escola, pela via dos dife-
rentes segmentos que a compõem. Este é o parâmetro da gestão
na sua possibilidade de atuação no espaço escolar.
Nessa perspectiva, Libâneo et al. (2005, p. 301) comenta que
diversos autores vêm realizando pesquisas que têm como objeto
os elementos da organização escolar que interferem no desempe-
nho dos alunos, afirmando que uma escola pode ser considerada
bem organizada e gerida quando:
[...] assegura condições organizacionais, operacionais e pedagógi-
co-didáticas que permitam o bom desempenho dos professores
em sala de aula, de modo que todos seus alunos sejam bem-suce-
didos em suas aprendizagens.
Cultura organizacional
O que é cultura organizacional? Para além da organização
formal e planejada, as instituições sofrem impacto das relações
informais que têm sido denominadas de "cultura organizacional".
Podemos considerá-la um conjunto de fatores sociais, culturais e
psicológicos que influenciam no comportamento da organização
em geral e das pessoas em particular.
Isso implica diversos outros aspectos. Além das normas,
diretrizes, procedimentos operacionais e administrativos que ca-
racterizam uma escola, temos os aspectos culturais, nem sempre
identificados ou expressos claramente, que diferenciam uma es-
cola de outra.
Diversos aspectos de uma instituição estão relacionados a
crenças, valores e opiniões que interferem nas formas de agir e in-
© U3 - Gestão Escolar: Princípios, Funções, Organização e Áreas de Atuação 139
PROJETO
PEDAGÓGICO CURRICULAR
GESTÃO CURRÍCULO
CULTURA
ORGANIZACIONAL
DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO
PROFISSIONAL
Fonte: Libâneo et al. (2003, p. 321).
Figura 2 A relação entre cultura organizacional e as áreas de atuação.
11. Considerações
Nesta unidade, procuramos apresentar o que é a gestão es-
colar, com base em seus pressupostos teórico-conceituais, seus
princípios e suas finalidades. A organização e a administração da
educação têm por objetivo a estruturação, a organização e a con-
dução dos serviços escolares.
Vimos que existe uma óptica fragmentada, hierárquica e au-
toritária da gestão escolar e uma óptica sistêmica e democrática.
Verificamos, também, que a gestão escolar está diretamente vin-
culada às políticas públicas para a educação e aos aspectos históri-
cos, econômico-sociais e culturais, e que sua práxis ocorre no seio
da prática política.
Para que a gestão escolar como prática política possa respon-
der com eficiência, eficácia e equidade aos desafios da sociedade
© U3 - Gestão Escolar: Princípios, Funções, Organização e Áreas de Atuação 149
12. E-Referências
LÜCK, H. Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de seus
gestores. Em Aberto. Brasília: MEC/INEP, v. 17, n.72, 11-33, fev. /jun. 2000. Disponível
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& Sociedade, Ano Xx, Nº 69, dez. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/
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epsjv.fiocruz.br/upload/revistas/r206.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.
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12 jun. 2012.
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gestor escolar. RBPAE Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Porto
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______; MANTAY, C.; ANDRADE, A. C. Direção de escola básica em perspectiva municipal.
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revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/5512/4009>. Acesso
em: 12 jun. 2012.
4
1. OBJETIVOS
• Compreender o significado da liderança no contexto da
gestão escolar.
• Reconhecer o papel de um líder dentro do contexto de
uma liderança participativa.
• Compreender e demonstrar as correlações entre o perfil
do gestor, sua atuação e o fazer pedagógico no cotidiano
da unidade escolar.
• Compreender e identificar o papel do gestor escolar na
perspectiva de uma escola plural e democrática.
2. CONTEÚDO
• Concepções de gestão e liderança.
• Liderança: conceitos, características e dimensões.
154 © Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
4. Introdução à UNIDADE
Vimos, nas unidades anteriores, elementos que auxiliaram
a construção do nosso conhecimento e refletimos sobre o atual
contexto histórico-político-socioeconômico e cultural e sobre as
mudanças de paradigmas na educação.
© U4 - Liderança e Gestão na Escola Participativa 155
Liderança diretiva
Os líderes diretivos, como podemos inferir, direcionam a
ação dos demais, dizendo o que deve ser feito e como devem ser
realizadas determinadas tarefas. Em geral, esses líderes trabalham
com normas, regras e regulamentos.
Justifica-se a adoção de uma liderança diretiva em situações
nas quais trabalha-se com uma equipe ou um corpo docente com
baixo nível de capacitação ou experiência, sendo necessário que o
Liderança de instrução
Esse estilo de liderança permite uma participação limita-
da, na medida em que o líder considera as opiniões e interesses
do grupo em sua tomada de decisões. Justifica-se essa liderança
quando o grupo tem alguma experiência, mas ainda precisa de
uma orientação.
Combina algum direcionamento com elogios e encoraja-
mento pessoal para desenvolver a confiança dos subordinados. À
medida que o corpo docente se torna mais experiente, o direcio-
namento diminui e aumenta o apoio pessoal (LÜCK et al., 2011, p.
50).
Liderança de auxílio
Esse estilo de liderança baseia-se em objetivos desafiadores
para a solução de problemas difíceis. O líder apresenta as circuns-
tâncias e a história do problema, solicitando sugestões à equipe. O
líder ouve, consulta e apoia ativamente os integrantes da equipe
que têm a oportunidade de influenciar na decisão.
É um estilo apropriado para problemas complexos e desafia-
dores. O líder sente um alto nível de confiança nos integrantes de
sua equipe, que são competentes, mas não são totalmente com-
prometidos. A participação existe, mas não é total (LÜCK et al.,
2011, p. 50).
© U4 - Liderança e Gestão na Escola Participativa 171
Liderança delegada
O líder que delega envolve a todos nos processos de tomada
de decisões, tratando-os como companheiros de trabalho e favo-
recendo, dessa forma, o comprometimento.
Essa liderança se justifica quando a equipe é extremamen-
te qualificada, experiente e comprometida. O líder não impõe seu
posicionamento, mas pode mudar de opinião de acordo com a de-
cisão do grupo. Observa-se uma "sinergia", ou seja, "uma dinâmi-
ca coletiva de decisões e ações". "Os líderes hábeis em delegar são
capazes de maiores conquistas". A participação das pessoas, nesse
estilo de liderança, é total (LÜCK et al., 2011, p. 50).
Essa autora considera que um líder de escola pode usar qual-
quer um dos tipos de liderança anteriores, sendo que sua escolha
precisa considerar os diferentes momentos e circunstâncias que
envolvem o contexto escolar, e, sobretudo, observar a natureza
do problema, da situação, dos indivíduos e da natureza dos seus
relacionamentos.
As circunstâncias não são fixas nem iguais em diferentes gru-
pos ou em momentos diferentes de um mesmo grupo. Um grupo
amadurecido para determinadas circunstâncias pode exigir maior
orientação em uma situação na qual se sinta fragilizado.
Visão compartilhada
Em relação à visão compartilhada, Lück et al. (2011, p. 38)
apresentam-nos um exemplo bastante elucidativo:
Um dia, enquanto estava caminhando nos arredores de uma nova
construção, Miguelângelo aproximou-se de dois artesãos. Ele se di-
rigiu ao primeiro e perguntou-lhe o que estava fazendo. – "Senhor
eu estou quebrando estas pedras", foi a resposta. Então, prosse-
guiu e perguntou a segunda coisa ao segundo pedreiro. A resposta
dessa vez foi: "eu faço parte de um grupo de trabalhadores e ar-
tesão que está construindo uma catedral!". A tarefa era a mesma,
mas a perspectiva bem diferente.
O diretor-líder faz com que sua equipe sinta que tem poder para
realizar e transformar
O diretor-líder incentiva a equipe a descobrir o que é possí-
vel fazer para dar um passo adiante. Auxilia os profissionais a com-
preender melhor a realidade educacional em que atuam, a tomar
decisões sobre prioridades baseando-se nessa compreensão, e a
© U4 - Liderança e Gestão na Escola Participativa 189
14. considerações
Considerando a evolução social e a evolução da prática social
da educação, podemos afirmar que elas demandam a ampliação
da autonomia da escola e a democratização de sua gestão.
15. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
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b r / i n d ex . p h p /e m a b e r t o /a r t i c l e / v i e w F i l e / 1 0 9 5 / 9 9 6 & h l = p t- B R & g l = b r & p
i d = b l & s r c i d = A D G E E S i Yc PJ D H S M 3 5 J J o h c p J f F q L k C 7 T U m c g x 3 H K L Kv E u r a -
wM_5SZSkPe_f20rCrYDiJ6tg3DcLVvQIfJWMxswNH8Od3SCEpZvxPjtoHOu0_
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2. Conteúdos
• O contexto no qual surgiram os conselhos.
• Esboço histórico dos conselhos no Brasil.
• O papel dos Conselhos de Educação na perspectiva da
gestão democrática.
• Funções e atribuições dos Conselhos de Escola.
• Gestão democrática: conselhos e a participação popular.
4. Introdução À UNIDADE
Na unidade anterior, vimos os princípios, características e
formas organizativas da gestão democrática da educação. Desta-
camos as concepções de organização e gestão de acordo com dife-
rentes paradigmas.
Nesta unidade, abordaremos os conselhos de educação e de
escola, suas caracterizações, seus papéis e também a relação entre
gestão democrática e participação popular.
Veremos que o exercício democrático da gestão demanda
fortalecer os colegiados como forma de viabilizar a participação da
sociedade e das comunidades locais no planejamento, no acom-
panhamento e na avaliação da educação e da qualidade do ensino
oferecida pela escola.
Buscaremos estabelecer correlações entres os conselhos e a
gestão democrática da escola, as relações de poder dos conselhos
de escola e os papéis de cada ator nos conselhos escolares. A es-
cola pode fazer uma parceria importante com a comunidade para
transformar a educação.
Iniciaremos com uma breve introdução sobre o contexto em
que surgiram os conselhos.
Bom estudo!
Função deliberativa
Uma das funções dos conselhos é a tomada de decisões, ou
seja, a função deliberativa:
© U5 - Órgãos Colegiados: Copartícipes da Gestão Educacional e Escolar 213
Função consultiva
A função consultiva tem um caráter de assessoramento e é
exercida ao se "dar voz" aos participantes ou solicitar a eles que
se manifestem por meio de pareceres. Cabe ao Executivo aceitar
ou não as indicações, colocar ou não em prática os "conselhos", as
"ponderações", as "orientações".
Essa função é comum a qualquer conselho. De acordo com
Cury (2000 apud AGUIAR, FERREIRA, 2000, p. 49):
O verbo consulo/consulere ainda tem a ver com uma raiz etimológi-
ca mais profunda, porque ligada a um mito greco-romano. Consus
era o deus romano protetor dos grãos plantados na terra e cujo
altar ficava no meio do Circo Máximo, em Roma. Portanto, Consus
tem a ver com cultura no sentido de agricultura, isto é, de revolver
a terra e de cultivo de uma planta. Seu nome era invocado para
proteger os grãos semeados dos excessos do frio, das intempéries
ou da presença dos parasitas.
De um lado, a origem tem a ver com os grãos semeados na terra.
Esses cereais são fundamentais para qualquer reprodução das con-
dições materiais da existência social. O trabalhador que cultiva a
terra por meio de sementes quer ver o resultado de sua produção.
O cultivo árduo da terra pode resultar na boa safra, a qual, por isso,
necessita de cuidados especiais. Mas, ao mesmo tempo, ela depen-
de de temperaturas necessárias ao crescimento dos grãos. O exces-
so de frio ou calor poderia comprometer a colheita. Consus era tão
acolhedor da moderação e do comedimento quanto contrário aos
vegetais que vivem graças à nutrição retirada da seiva alheia.
Um deus assim só poderia ser não-violento.
© U5 - Órgãos Colegiados: Copartícipes da Gestão Educacional e Escolar 215
Função normativa
Salientamos a função normativa que assumem alguns conse-
lhos e, em especial, o Conselho de Educação. Segundo Cury (2006),
um conselheiro exerce a função normativa quando interpreta a lei,
mas isso não significa que seja um legislador no sentido próprio do
termo, ou seja, ele não elabora ou aprova leis, decretos ou medi-
das provisórias.
Cury alerta, no entanto, que um conselheiro não deve reali-
zar uma interpretação livre que vá contra a lei ou que a ultrapasse,
ou ainda, que aconteça fora da lei (legem, ultra legem ou praeter
legem). Ressalta o autor que ela só pode se dar segundo a lei e
dentro da lei (secundum legem e intra legem). "Nesse sentido, a
função de conselheiro implica em ser um intelectual da legislação
da educação escolar para, em sua aplicação ponderada, garantir
um direito da cidadania" (CURY, 2006, p. 42-43).
A função normativa ocorre por meio de pareceres e resolu-
ções compatíveis com a legislação e dela decorrentes – sobretudo,
com a Constituição, a lei maior.
O atual Conselho Nacional de Educação (CNE) faz parte da
administração direta do Ministério da Educação, sendo um órgão
público, administrativo e colegiado com funções normativas, con-
sultivas e de assessoramento.
Essas funções do CNE estão na Lei nº 9.131/95, que explicita
as atribuições do conselho nacional de educação, o qual exerce
funções normativas e deliberativas, sendo, nesse sentido, um ór-
gão de Estado.
Porém, o Conselho Nacional de Educação é, também, órgão
de assessoramento ao governo no âmbito do Ministério da Edu-
cação. E o exercício dessas funções acontece de tal maneira que
© U5 - Órgãos Colegiados: Copartícipes da Gestão Educacional e Escolar 217
Função mobilizadora
Os conselhos não podem ter apenas uma atitude reativa;
também devem ter atitude proativa, mobilizando ações partici-
pativas dos segmentos representativos da escola, da comunidade
local ou da sociedade. Eles podem traçar metas para contribuir
com a efetivação da democracia participativa e para a melhoria da
qualidade social da educação.
Concluindo, podemos afirmar que os conselhos são órgãos
de democratização. Sobre isso, Cury (2000 apud AGUIAR; FERREI-
RA, 2000, p. 50) diz:
Participar é dar parte e ter parte. O primeiro movimento visa infor-
mar, dar publicidade, e o segundo é estar presente, ser considera-
do um parceiro nas grandes definições de uma deliberação ou de
um ordenamento. Os conselhos com essas características são uma
forma de democratização do Estado, pois neles torna-se possível
a (re) entrada da sociedade civil no âmbito dos governos a fim de
fiscalizá-los e mesmo controlá-los.
9. Conselhos de escola
O Conselho Escolar tem papel decisivo na democratização da
educação e da escola como um espaço no qual se reúnem direto-
res, professores, funcionários, estudantes, pais e outros represen-
tantes da comunidade com o objetivo de discutir, definir e acom-
panhar o desenvolvimento do projeto político-pedagógico.
No entanto, existem posicionamentos favoráveis à amplia-
ção desse espaço para a inclusão de representantes da comunida-
de externa, tais como: convidados, associações, clubes e organiza-
ções sociais que possam contribuir com saberes específicos.
A gestão colegiada das unidades escolares, por meio dos con-
selhos de escola e de outros mecanismos democráticos, passou a
ser objeto de maior atenção, no início da década de 1980, período
que coincide com uma intensa mobilização da sociedade civil e de
movimentos organizados, tal qual o movimento das diretas já.
7) Apresente uma parte do texto que lhe chamou mais a atenção e justifique
sua escolha.
12. Considerações
Nesta unidade, você conheceu a correlação entre o fun-
cionamento dos conselhos de educação e a gestão democrática,
compreendendo as relações de poder nos conselhos escolares e
os papéis dos atores que os compõem.
Por meio desse estudo, você pôde ter uma visão ampla so-
bre os conselhos de educação no Brasil, de modo geral, e ainda
construir um conhecimento cujo objetivo é o maior entendimento
da importância dos diversos conselhos no contexto de democracia
e da educação.
É oportuno lembrar que o assunto não se esgota aqui, ape-
nas abriram-se caminhos para que você possa pesquisar mais em
outras fontes e referências.
Esperamos que você tenha conseguido se inteirar sobre a
necessidade existente de que cidadãos, sejam eles alunos, pro-
fessores, funcionários administrativos de uma escola ou pais de
alunos, valorizem os conselhos, começando pelos conselhos esco-
lares.
13. E-referências
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26 jul. 2012.
BORDIGNON, G. Natureza dos conselhos de educação. In: Programa nacional de
capacitação de conselheiros municipais de educação/ pró-conselho. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2004, p. 36-57. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Pro_cons/guia_consulta.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.
CURY, C. R. J. Os conselhos de educação e a gestão dos sistemas. 2000. Disponível em:
<http://www.inep.gov.br//pesquisa/bbe-online>. Acesso em: 14 jun. 2012.
© U5 - Órgãos Colegiados: Copartícipes da Gestão Educacional e Escolar 243
2. Conteúdos
• A gestão dos processos de planejamento na educação.
• Planejamento tradicional e planejamento estratégico na
educação.
• Planejamento dialógico e participativo na educação.
• Níveis de planejamento educacionais para a gestão do sis-
tema e das instituições.
• Propostas metodológicas de planejamento estratégico,
dialógico e participativo.
• O regimento escolar: dispositivo legal norteador da ges-
tão escolar – concepção e elaboração.
4. Introdução à UNIDADE
Na unidade anterior, você conheceu a correlação entre o
funcionamento dos conselhos de educação e a gestão democráti-
ca. Compreendeu as relações de poder nos conselhos escolares e
os papéis dos atores que os compõem.
Nesta unidade, trataremos do planejamento estratégico na
educação, destacando sua concepção e seus princípios, bem como
as diversas etapas e fases que o compõem. Utilizaremos para isso
uma abordagem comparativa entre o planejamento tradicional e
o planejamento estratégico. Também será abordada a questão do
regimento escolar dentro da perspectiva do planejamento partici-
pativo.
Planejamento tradicional
O planejamento educacional tradicional constitui um pro-
cesso de formulação e avaliação de políticas públicas em resposta
a perguntais como: o que ensinar, para quem, como, onde, quan-
do, por quem, com que objetivo e a que custo (PARENTE, 2001).
Na expressão de José Parente (2001), dois modelos clássicos
de planejamento emergiram a partir das décadas de 1960 e 1970,
o planejamento imperativo e o indicativo.
O primeiro predominaria nos países de governos autoritá-
rios, militares ou do antigo bloco socialista. Sua característica mar-
cante é a rigidez diante da possibilidade de mudanças. Esse plane-
jamento é elaborado pelas instâncias superiores sem contar com a
participação da sociedade e dos atores e executores.
Planejamento indicativo
O planejamento indicativo se caracteriza por uma participa-
ção – embora limitada – da sociedade como um todo nos projetos
dos governos. Tem caráter mais propositivo e indicativo. Ainda é
limitada a participação da comunidade e dos atores educativos na
© U6 - Gestão dos Processos Relativos ao Planejamento Educacional 255
Planejamento estratégico
O planejamento estratégico é um instrumento de gestão que
auxilia o administrador educacional em seu processo de decisão
na busca de reformas, inovações e mudanças ou na busca de resul-
tados efetivos e competitivos para a instituição.
É importante para a compreensão desse tipo de planejamen-
to que conceituemos bem o que é uma estratégia. Para Colombo
(2004, p. 18), é "o caminho escolhido ou a maneira considerada
adequada para alcançar, de forma diferenciada, os desafios esta-
belecidos".
Em seu sentido etimológico, strategos significa "general",
visto este ser aquele que conduzia as ações em uma guerra. De-
preende-se dessas considerações que a estratégia implica criar um
caminho original, difícil de imitar.
No contexto escolar, devemos entendê-la como a força que
orienta e conduz as ações da escola em função de uma análise fei-
ta previamente das possibilidades e dificuldades internas e exter-
nas do ambiente, que visam alcançar os objetivos da instituição.
Esse planejamento permite aos dirigentes modificar suas decisões,
de acordo com as necessidades do ambiente.
Portanto, planejamento estratégico é um processo orientado
em relação ao futuro, no qual uma organização especifica o que de-
seja se tornar e como se propõe a atingir esse objetivo. Assim, con-
forme Mendonça (2005, p. 5), o gestor deve, conjuntamente com os
demais segmentos,
Plano Missão
Centralizado Participativo
Impositivo Negociável
Harmonia social Conflito social
PLANEJAMENTO PLANEJAMENTO
ASPECTOS
TRADICIONAL ESTRATÉGICO
Observadores Participantes
Especialistas Facilitadores
Fonte: Parente (2001, p. 12).
Modelos de planejamento
Modelo de cima para baixo: a partir de uma perspectiva
de longo alcance, de acordo com este modelo, a importância de
cada elemento envolvido aumenta à medida que o poder diminui.
Entendendo-se "importância" como aquilo que é essencial para a
função do planejamento da organização, e "poder" como a habili-
dade para causar mudanças.
1) Direção.
2) Supervisores.
3) Professores.
4) Administrativos.
5) Estudantes.
Modelo de baixo para cima: é adequado aos processos de
planejamento voltados para o mercado, pois garantem que em-
pregadores e a comunidade sejam consultados e que suas necessi-
dades sejam identificadas.
1) Empregadores e comunidade.
2) Estudantes.
3) Administrativos.
4) Professores.
5) Supervisores.
6) Direção.
Planejamento estratégico: trata-se de um processo discipli-
nado, por meio do qual a organização pode visualizar o que deseja
e determinar as ações necessárias para atingir seu objetivo.
© U6 - Gestão dos Processos Relativos ao Planejamento Educacional 259
O que é o PDI?
PDI é um elemento estratégico que serve como instrumento
de planejamento das ações institucionais em uma perspectiva de
curtos e médios prazos.
Para o próprio poder central (MEC), como balizador de po-
líticas públicas educacionais, é o plano de desenvolvimento da
instituição que engloba os projetos e planos de ação, objetivos e
metas, documentação regimental e indicadores de avaliação das
diversas dimensões e esferas que estruturam a organização da es-
cola.
Analisar o PDI e o PPP de uma instituição de ensino supe-
rior, devido a sua complexidade, favorece a posterior interferência
do estudo realizado e sua aplicabilidade às instituições escolares
menos complexas, que oferecem outros níveis de ensino que não
sejam superior.
A Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, consolida a necessi-
dade de elaboração do PDI pelas instituições de ensino superior no
momento de requerer o credenciamento, o recredenciamento, a
autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento
de cursos superiores, o credenciamento de ensino a distância e
autorização de cursos fora da sede para universidades.
Como se constrói o plano de desenvolvimento institucional?
De acordo com o Artigo 16 do Decreto nº 5.773, de 09 de
maio de 2006, atualizado em 05 jun. 2007, do qual emanam ins-
truções para elaboração do PDI, a construção do plano de desen-
volvimento institucional deve ser feita de forma livre, para que a
instituição exercite sua criatividade e liberdade no processo de
elaboração, sem, no entanto, desconsiderar as orientações dos ei-
Orientação Geral
Dentro das orientações do decreto supracitado, consta que
o PDI deve:
1) Ser elaborado para um período de cinco anos.
2) Expressar a identidade da instituição de ensino: a filoso-
fia de trabalho, a função social, as diretrizes pedagógicas
que orientam suas ações, a estrutura organizacional e as
atividades acadêmicas que desenvolve e/ou que preten-
de desenvolver.
3) Explicar o processo pelo qual o documento foi construí-
do e a interferência que ele exerce sobre a dinâmica da
instituição.
4) Considerar como princípios a clareza e a objetividade do
texto, bem como a coerência.
5) Expressar a adequação entre todos os seus elementos e
sua factibilidade, a fim de demonstrar a viabilidade do
seu cumprimento integral.
VII. INFRA-ESTRUTURA
• Infra-estrutura física (detalhar salas de aula, biblioteca, laboratórios, ins-
talações administrativas, sala de docentes, coordenações, área de lazer
e outros);
• Biblioteca:
• Quantificar acervo por área de conhecimento (livros e periódicos, as-
sinatura de revistas e jornais, obras clássicas, dicionários, enciclopé-
dias, vídeos, DVD, CD Rom’s e assinaturas eletrônicas);
• Espaço físico para estudos;
• Horário de funcionamento;
• Pessoal técnico-administrativo;
• Serviços oferecidos;
• Formas de atualização e cronograma de expansão do acervo.
• Laboratórios:
• Instalações e equipamentos existentes e a serem adquiridos, indican-
do sua correlação pedagógica com os cursos e programas previstos;
• Recursos de informática disponíveis;
• Relação equipamento/aluno;
• Descrição de inovações tecnológicas significativas.
© U6 - Gestão dos Processos Relativos ao Planejamento Educacional 273
X. ANEXOS
• Projeto pedagógico do (s) curso (s) solicitado (s) para primeiro ano de
vigência do PDI.
Nota: Os projetos dos cursos aqui elencados, para os quais está sendo solicita-
da autorização de funcionamento, embora integrando o PDI, deverão constituir
arquivos específicos anexados em local apropriado, nas Pastas Eletrônicas da
Instituição, no sistema SAPIEnS/MEC (BRASIL, 2012).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Pressupostos
É o projeto da instituição de ensino que expressa e orienta
as ações da comunidade escolar, a prática pedagógica em todos os
cursos, o relacionamento com a comunidade externa e o mundo
do trabalho. Entre os vários pressupostos que fundamentam sua
construção no estabelecimento de ensino, pode-se destacar que
o PPP:
1) Promove uma profunda reflexão sobre o papel social da
escola na construção do cenário atual e sobre o futuro
de sua atuação.
2) Tem como ponto de partida a realidade em que se en-
contra a escola.
3) Estabelece ações em uma perspectiva de curto, médio e
longo prazo.
4) Tem sua construção pelo coletivo da escola, mediante
a participação de alunos, funcionários administrativos e
© U6 - Gestão dos Processos Relativos ao Planejamento Educacional 277
Princípios
No processo de construção do PPP, a palavra-chave é partici-
pação. Trata-se de um momento de estudo, indagação, pesquisa e
reflexão. Segundo Veiga (2008, p. 10):
Nesse sentido, é mediante observação e análise, que se caracteri-
zam por um contato direto do professor-pesquisador com a situa-
ção pesquisada, é que vão ocorrendo ao longo de um tempo, no
dia-a-dia da escola, os profissionais, do seu cotidiano, observam o
que ocorrem, ouvem o que é dito, lêem o que é escrito, levantam
questões, observam e registram tudo. Documentam o não docu-
mentado, procurando entender como ocorrem no interior da esco-
la e das salas de aula as relações pedagógicas, como é concebido,
executado e avaliado o currículo escolar, quais as atitudes valores
e crenças são perseguidos, quais as formas de organização de tra-
balho pedagógico .
6) Igualdade
A igualdade se concretiza com a inclusão, independen-
temente de diferenças de "gênero, idade, condição so-
cioeconômica, raça, deficiências/limitações sensoriais,
físicas, mentais/neurológicas". Praticá-la exige não só
tomar consciência, mas também agir para transformar e
minimizar as situações discriminatórias.
Veiga (2007, p. 19-20) destaca ainda como princípio de cons-
trução do PPP a valorização do magistério, pois considera que o
sucesso da escola e de sua proposta pedagógica está diretamente
ligado à formação inicial e continuada dos profissionais da edu-
cação, bem como às suas condições de trabalho, que vão desde
os recursos físicos e materiais didáticos até a dedicação integral a
uma só escola.
A formação inicial de responsabilidade das instituições de
ensino superior precisa articular-se às redes de ensino e às escolas.
A formação continuada, direito de todos os profissionais que tra-
balham na escola, deve fazer parte do projeto político-pedagógico.
Destacamos também a importância de, durante todo o pro-
cesso de construção do PPP, haver uma sintonia entre o conceber
e o executar e de, constantemente, essa relação ser monitorada
pela avaliação.
Para que possam construir esse projeto, é necessário que as esco-
las, reconhecendo sua história e a relevância de sua contribuição,
façam uma autocrítica e busquem uma nova forma de organização
do trabalho pedagógico que "reduza os efeitos da divisão do traba-
lho, da fragmentação e do controle hierárquico" (VEIGA, 1996, p.
22, apud VEIGA, 2008, p. 10-11).
Esse momento é de análise dos pontos fortes e fracos. Com base nesta analise se
chega a um aprofundamento nas tomadas de decisões.
Nesta etapa, tendo como referência os resultados do diagnóstico dos pontos fortes
e fracos, das ameaças e possibilidades externas e identificados os problemas, são
tomadas decisões sobre os problemas da escola e os objetivos a serem alcançados.
Momento de consensos e definição de prioridades.
Esta fase está registrada no detalhamento das "linhas de ação" e para cada
necessidade identificada foram sendo apontadas recomendações (PARENTE, 2001, p.
90).
© U6 - Gestão dos Processos Relativos ao Planejamento Educacional 283
As metas são as referências para o planejamento e a execução das ações. Devem ser
explicitadas por razões absolutas, em relações e percentuais como: cursos a serem
ofertados, relação docente-aluno, relação entre aluno e servidores administrativos,
custo aluno/ano, expansão da oferta em relação ao número de alunos a serem
atingidos, número de publicações, número de teses e dissertações defendidas,
número de projetos e pesquisas, bem como as estratégias. As metas devem ter como
referência as políticas e os objetivos estabelecidos.
Variável Exemplo:
Indicadores Exemplo:
Exemplo:
Diagnósticos
Causas: O mobiliário é muito antigo e a escola funciona em três
turnos, o que ocasiona um desgaste mais rápido do material.
Há também o mau uso de carteiras, que se encontram pichadas
com corretor de texto branco.
Prognósticos Exemplo:
Exemplo:
Ameaças e Exemplo:
possibilidades
externas A realidade é que o envio de carteiras e armários pelos órgãos
superiores não resolverá todo o problema. Será necessário
o conserto do que estiver quebrado não só para resolver o
problema de acomodação dos alunos, mas também para que a
escola não fique com um aspecto desleixado, incentivando atos
de vandalismo. Esperamos contar com a comunidade e com os
órgãos do sistema.
© U6 - Gestão dos Processos Relativos ao Planejamento Educacional 289
Exemplo:
Dimensão institucional
• Organizar e sistematizar a legislação superior vigente – ní-
vel técnico e superior.
• Analisar o Regimento Escolar, o processo decisório, o Sis-
tema de Comunicação e Marketing e o Sistema de Infor-
mações Gerais.
Dimensão da infraestrutura
Analisar:
1) a estrutura e o funcionamento da gestão financeira;
2) a estrutura e o funcionamento dos projetos;
3) a estrutura e o funcionamento do espaço físico, condi-
ções técnicas, equipamentos e mobiliário;
4) o plano de desenvolvimento institucional (expansão e
adequação/espaço físico).
Dimensão social
Analisar:
1) comportamento intraorganizacional;
2) relação com público externo;
3) comportamento do egresso;
4) perfil do aluno.
Dimensão educacional
• levantar competências gerais do egresso na escola (como
um todo);
© U6 - Gestão dos Processos Relativos ao Planejamento Educacional 291
Proposta de trabalho
A análise estratégica e organizacional busca verificar as dis-
torções existentes entre a estrutura da organização e suas áreas;
os processos e fluxos adotados; a dinâmica da troca ou fluxo de in-
formação; a coerência das atividades desenvolvidas com os obje-
tivos e finalidades da organização e a qualificação das pessoas em
relação aos objetivos, envolvendo sua adequação nas ocupações
exercidas.
(...)
15. Considerações
Considerando as concepções e significados inerentes ao pla-
nejamento educacional, é correto afirmar que se trata de um pro-
cesso dinâmico e permanente de tomada de decisão, fundado no
trinômio ação-reflexão-ação. Busca o equilíbrio entre meios e fins,
entre recursos e objetivos, tendo em vista a melhoria da qualidade
da educação.
De acordo com essa perspectiva, o planejamento estratégico
emerge como instrumento apropriado para reformas, inovações
e mudanças. Suplanta o planejamento tradicional por tratar-se de
uma abordagem sistêmica e de longo prazo. No entanto, devemos
ficar atentos para que este inclua a participação de todos da co-
munidade educativa, de forma que não se torne um documento
de decisão superior.
O planejamento dialógico implica uma relação dialética da
realidade com os valores da comunidade escolar, prevendo uma
metodologia com base em questionamentos, a fim de levantar as
possibilidades de transformação social.
O planejamento participativo se confunde em alguns mo-
mentos com o planejamento dialógico, mas distingue-se do mes-
mo por não ter a obrigatoriedade de ser baseado em perguntas,
podendo adotar outras estratégias de levantamento de dados e de
problematização da realidade.
Nessa perspectiva, o regimento escolar se apresenta como
o marco legal regulatório do qual emanam as diretrizes e normas
para que o funcionamento da instituição de ensino cumpra a sua
missão e atinja suas metas e objetivos.
Enfim, cabe à gestão conhecer as diferentes metodologias de
planejamento, a fim de poder coordenar o processo de construção
de um projeto político-pedagógico integrador que dê identidade
à escola. Para isso, é preciso romper com uma cultura tecnicista e
fragmentada de planejar, desenvolvendo e organizando processos
democráticos de participação.
16. E- REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e bases da educação
nacional. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em:
14 jun. 2012.
______. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o sistema nacional de avaliação
da educação superior- SINAES e dá outras providências. DOU, de 15/4/2004, Seção l, p.
3. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/leisinaes.pdf>. Acesso em: 14
jun. 2012.
______; DECRETO nº 5.773, DE 9 DE MAIO DE 2006. Dispõe sobre o exercício das funções
de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos
superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/decreton57731.pdf>. Acesso
em: 14 jun. 2012.
______; MEC. Instruções para Elaboração de Plano de Desenvolvimento Institucional.
Artigo 16 do Decreto nº 5773 de 09/05/2006, atualizado em 05/06/2007. Disponível em:
<http://www4.mec.gov.br/sapiens/pdi.html>. Acesso em: 14 jun. 2012.
______. Instruções para elaboração de plano de desenvolvimento institucional. Disponível
em: <http://www4.mec.gov.br/sapiens/pdi.html>. Acesso em: 14 jun. 2012.
GANZELI, P. O processo de planejamento participativo da unidade escolar. Disponível em:
<http://portal.fclar.unesp.br/publicacoes/revista/polit_gest/edi1_artigopedroganzeli.
pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.
LÜCK, H. Gestão escolar e formação de gestores. Em aberto, Brasília, v. 17, n. 72, p.
1-195, fev./jun. 2000b. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/em_
aberto_72. Acesso em 10/07/2012>. Acesso em: 5 out. 2011.
LUCKESI, C. C. Planejamento e avaliação na escola: articulação e necessária determinação
ideológica. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_15_p115-
125_c.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.
MENDONÇA, G. A. A. O planejamento estratégico aplicado em serviços educacionais.
Disponível em: <http://www.convibra.com.br/2005/artigos/201.pdf>. Acesso em: 14
jun. 2012.
Anexo
INSTRUMENTO
Eixos Temáticos Essenciais do PDI
I. PERFIL INSTITUCIONAL
• Breve Histórico da IES;
• Missão;
• Objetivos e Metas (Descrição dos objetivos e quantifica-
ção das metas com cronograma);
• Área (s) de atuação acadêmica.
• Políticas de Gestão;
• Responsabilidade Social da IES (enfatizar a contribuição à
inclusão social e ao desenvolvimento econômico e social
da região).
Oferta de Cursos
As Instituições deverão apresentar dados relativos ao núme-
ro de vagas, dimensões das turmas, turno de funcionamento e re-
gime de matrícula de seus cursos. Informar ainda a situação atual
dos cursos (em funcionamento, em fase de autorização ou de fu-
tura solicitação), incluindo o cronograma de expansão na vigência
do PDI conforme detalhamento a seguir:
• Graduação (Bacharelado, Licenciatura e Tecnologia);
• Seqüenciais (formação específica, complementação de
estudos);
• Programas Especiais de Formação Pedagógica;
• Pós-Graduação (lato sensu);
• Pós-Graduação (stricto sensu);
• Pólos de EAD (atender Portaria Normativa nº 2 de 10 de
janeiro de 2007);
• Campi e cursos fora de sede.
VII. INFRA-ESTRUTURA
• Infra-estrutura física (detalhar salas de aula, biblioteca,
laboratórios, instalações administrativas, sala de docen-
tes, coordenações, área de lazer e outros);
• Biblioteca:
◦◦ Quantificar acervo por área de conhecimento (livros
e periódicos, assinatura de revistas e jornais, obras
clássicas, dicionários, enciclopédias, vídeos, DVD, CD
Rom’s e assinaturas eletrônicas);
◦◦ Espaço físico para estudos;
◦◦ Horário de funcionamento;
© Anexo 309
◦◦ Pessoal técnico-administrativo;
◦◦ Serviços oferecidos;
◦◦ Formas de atualização e cronograma de expansão do
acervo.
• Laboratórios:
◦◦ Instalações e equipamentos existentes e a serem ad-
quiridos, indicando sua correlação pedagógica com os
cursos e programas previstos;
◦◦ Recursos de informática disponíveis;
◦◦ Relação equipamento/aluno;
◦◦ Descrição de inovações tecnológicas significativas.
• Recursos tecnológicos e de áudio visual.
• Plano de promoção de acessibilidade e de atendimento
diferenciado a portadores de necessidades especiais (De-
creto nº 5.296/04 e Decreto nº 5.773/06).
• Cronograma de expansão da infra-estrutura para o perío-
do de vigência do PDI.
X. ANEXOS
• Projeto pedagógico do (s) curso (s) solicitado (s) para pri-
meiro ano de vigência do PDI.
Nota: Os projetos dos cursos aqui elencados, para os quais
está sendo solicitada autorização de funcionamento, embora inte-
grando o PDI, deverão constituir arquivos específicos anexados em
local apropriado, nas Pastas Eletrônicas da Instituição, no sistema
SAPIEnS/MEC.