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MEDIAÇÃO ESCOLAR
Treino de COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO Ilda Reis
ASSERTIVIDADE
ATIVIDADE
A palavra assertividade vem de “assero”, afirmar. Diferente de acertar, afirmar não tem relação com o certo
ou errado e sim com a exposição positiva do que se deseja transmitir.
Uma pessoa assertiva é capaz de expressar o mais diretamente possível o que pensa, o que deseja, escolhendo
um conjunto de atitudes adequadas para cada situação, de acordo com o local e o momento.
A assertividade permite uma comunicação direta por meio de um comportamento que habilita o indivíduo a
agir no seu interesse, defender-se sem ansiedade excessiva, expressar os seus sentimentos de forma honesta
e adequada, fazendo valer os seus direitos sem negar os dos outros.
Portanto, a assertividade pode ser entendida como uma forma comportamental de comunicar que significa
afirmar o que eu quero, sinto e penso, dando simultaneamente espaço de afirmação ao outro.
É necessário, então, saber que tipo de comportamento provoca esta reação; evitar a mímica e a entoação
contrária às palavras; tentar descrever as próprias reações, em vez de avaliar as ações dos outros; exprimir-
me de forma positiva em vez de desvalorizar, julgar, criticar, ridicularizar ou fazer interpretações, facilitando
a expressão dos sentimentos dos outros.
Comportamentos assertivos:
• Está à vontade na relação face a face;
• É verdadeiro consigo mesmo e com os outros, não dissimulando os seus sentimentos;
• Coloca as coisas de forma clara e objetiva aos outros, negociando na base de objetivos
precisos e claramente determinados;
• Procura compromissos realistas, em caso de desacordo;
• Negoceia na base de interesses mútuos e não mediante ameaças;
• Não deixa que o pisem;
• Estabelece com os outros uma relação fundada na confiança e não na dominação nem no
calculismo.
Em suma, podemos afirmar que o comportamento assertivo resulta na fusão de quatro fatores:
• Bom contacto visual
• Tom de voz neutro
• Atenção à linguagem e
• Postura aberta.
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Frequentemente adotamos diferentes formas de comunicação que variam de acordo
com o local, a situação e os interlocutores, porém uma forma relativamente constante e característica se torna
o nosso estilo predominante de comportamento comunicacional. Ninguém é 100% assertivo com todas as
pessoas e em todas as situações.
Para cada pessoa, a facilidade que tem em comportar-se de forma assertiva depende muito da pessoa a quem
esse comportamento se dirige (pais, professores, amigos, familiares, etc.) e da situação em que se encontra
(autoafirmação, expressão de sentimentos positivos, etc.).
A atitude assertiva tende a reduzir as tensões interindividuais. O sujeito apresenta uma postura que se adequa
à sua mensagem; não fala demais nem exagera nos gestos e olha o seu interlocutor nos olhos.
Contacto visual
O olhar deve estar direcionado para o interlocutor enquanto este fala. Recomenda-se que mantenha o contacto
visual pelo menos durante 50% da conversação. Mas atenção, um olhar demasiado fixo pode ser interpretado
como hostil.
Afeto.
O tom deve ser firme e convincente, mas nunca hostil. Deve ser adaptado à situação do momento.
Voz.
O volume deve ser audível, nem demasiado elevado nem baixo. A articulação das palavras deve ser clara, sem
hesitações. O ritmo deve ser tranquilo.
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Pausas.
Deve fazer-se uma pausa maior para dar entender ao interlocutor que é a sua vez de falar.
Gestos.
Podem fazer-se gestos com a cabeça, a cara, os braços e as mãos que enfatizem o discurso. Deve ter em
atenção que estes gestos devem ser naturais, sem forçar a mensagem. Devem evitar-se gestos como apontar
o dedo indicador que pode ser entendido como uma ameaça, e em geral qualquer outro que possa transmitir
hostilidade.
Postura corporal.
O corpo deve estar direito mas relaxado. A cabeça erguida, olhando para o interlocutor.
Expressão do problema.
De seguida deve expor o problema de forma clara e concisa.
Desacordo verbal.
Aconselha-se a utilizar uma fórmula breve com "não estou de acordo com...", ou "não estou disposto a fazê-
lo...".
Proposta de Solução.
Neste ponto seria importante oferecer uma solução alternativa que o fizesse mudar essa opinião.
Auto Estima
Tendo em conta que a assertividade pressupõe a nossa autoafirmação, é importante aprender a aceitar as
nossas características, deforma a desenvolver a nossa autoestima, sem pessimismos, condescendências ou
suposições.
Determinação
Surge como o resultado da energia associada à nossa força de vontade para prosseguir com os nossos
objetivos até ao fim.
Empatia
Consiste na capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, procurando compreendê-lo, escutá-lo não
fazendo juízos de valor.
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Adaptabilidade
É a capacidade de nos adaptarmos ao tipo de comunicação do outro. Ex: se estamos a falar com adultos
falamos de uma forma diferente de quando estamos a falar com crianças; falar com um familiar é diferente
de falar com desconhecido.
Autocontrolo
É a nossa capacidade de controlar os nossos sentimentos e emoções negativas de modo a não interferirem
na relação com o outro.
Tolerância à frustração
Tem a ver com a nossa resistência aos aspetos mais negativos da nossa vida. Caracteriza-se pela capacidade
de gerir as tensões e conflitos nas nossas relações com os outros.
Sociabilidade
Um comunicador assertivo deve ter prazer em comunicar e relacionar-se com os outros.
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Trata-se de um método pragmático que permite o treino e desenvolvimento da atitude assertiva. Este método
permite reduzir as tensões entre as pessoas em qualquer domínio da vida particular, familiar ou profissional.
Trata-se de um método que pressupõe a negociação, como base de todo o entendimento.
D – Descreve
Descrever ao outro o seu comportamento de uma forma precisa e objetiva.
Ex: Ontem, quando foi procurar uns papéis na minha pasta…
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E – Expressa
Transmitir ao outro o que sentimos e pensamos em relação ao seu comportamento (sentimentos,
preocupações, desacordos ou criticas).
Ex: …fiquei muito aborrecido porque me desorganizou o meu trabalho.
S – Especifica
Propor ao outro uma forma clara e realista de modificar o seu comportamento. Ex:…gostaria que daqui para
a frente me pedisse o que precisar em vez de remexer as minhas coisas…
C – Consequências
Realçar as possíveis consequências positivas e benéfica que a sua nova atitude lhe traria.
Ex:…Assim, perde menos tempo e garante que recebe o que precisa.
Exemplo:
- Porque é que não pode sair mais tarde às 6ªfeiras?
- Porque tenho um compromisso inadiável.
- Mas é mesmo preciso...
- Acredito, mas é mesmo inadiável o meu compromisso.
- Acho que não quer colaborar com a empresa!
- Tem o direito de pensar assim, mas o meu compromisso é mesmo inadiável.
- Mas…que compromisso é esse…que é assim tão importante?
- Como já disse, é mesmo inadiável.
A TÉCNICA DO “EDREDÂO”
A ideia de “edredão” consiste em responder a cada frase com “É verdade”, sempre que se trata de um facto
indiscutível, ou com “É possível” sempre que é emitida uma simples opinião.
Esta técnica é eficaz perante críticas mal-intencionadas e não justificadas e pode ajudar as pessoas mais
sensíveis a adquirir um mínimo de segurança face às críticas de má fé.
Exemplo:
-O seu local de trabalho está cheio de papéis!
-É verdade
-Está uma grande confusão!
-É possível, é uma questão de opinião.
-Não podia arrumá-lo de vez em quando?
-Sim é verdade, podia se quisesse.
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