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Profs.

Indio Artiaga do Brasil


Contabilidade Pública e Marcel Guimarães
Aula 16

Aula 14
Contabilidade Pública para Auditor da SEFAZ/DF

Profs. Indio Artiaga do Brasil e


Marcel Guimarães
2019
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Contabilidade Pública e Marcel Guimarães
Aula 16

Sumário
PASSIVO .................................................................................................................................................. 4

CONCEITO ............................................................................................................................................................. 4
Obrigação Presente ............................................................................................. Erro! Indicador não definido.
Saída de recursos da entidade .......................................................................................................................... 5
Resultado de Evento passado ........................................................................................................................... 5
Considerações adicionais de recursos da entidade ............................................................................................. 5
RECONHECIMENTO E DESRECONHECIMENTO DO PASSIVO ............................................................................................ 5

BASES DE MENSURAÇÃO ......................................................................................................................... 6

OBRIGAÇÕES .......................................................................................................................................... 10

AS OBRIGAÇÕES .................................................................................................................................................. 10

PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES ....................................................... 10

DEFINIÇÕES CORRELATAS ...................................................................................................................................... 11


PROVISÕES ......................................................................................................................................................... 11
Reconhecimento .................................................................................................. Erro! Indicador não definido.
Mensuração......................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
Evidenciação ....................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
PASSIVOS CONTINGENTES ..................................................................................................................................... 16
ATIVOS CONTINGENTES ........................................................................................................................................ 19

CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS ..................................................................................................................... 20

DEFINIÇÕES ......................................................................................................................................................... 20
RECONHECIMENTOS ............................................................................................................................................. 21
Tratamento Padrão dos custos dos empréstimos............................................................................................. 21
Tratamento Alternativo dos custos dos empréstimos ............................................ Erro! Indicador não definido.
EVIDENCIAÇÃO .................................................................................................................................................... 22

RECEITA DE TRANSAÇÃO SEM CONTRAPRESTAÇÃO............................................................................... 23

DEFINIÇÕES ......................................................................................................................................................... 23
TRANSAÇÕES SEM CONTRAPRESTAÇÃO ................................................................................................................... 24
RECONHECIMENTO ............................................................................................................................................... 24
VPA e custos envolvidos em transações sem contraprestação .......................................................................... 25
Ativos oriundos de transações sem contraprestação ........................................................................................ 25
Passivos oriundos de transações sem contraprestação .................................................................................... 25
Tributos ............................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
Recebimentos Antecipados ............................................................................................................................ 26
Transferências ..................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
EVIDENCIAÇÃO .................................................................................................................................................... 29

RECEITA DE TRANSAÇÃO COM CONTRAPRESTAÇÃO ..............................................................................29

DEFINIÇÕES ......................................................................................................................................................... 30
TRANSAÇÕES COM CONTRAPRESTAÇÃO ................................................................................................................... 30
RECONHECIMENTO ............................................................................................................................................... 30
Prestação de serviços ........................................................................................... Erro! Indicador não definido.

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Venda de bens ..................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
Juros, royalties e dividendos ou distribuições similares ..................................................................................... 32
MENSURAÇÃO ..................................................................................................................................................... 33
EVIDENCIAÇÃO .................................................................................................................................................... 33

QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................................................... 34

LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................... 51

GABARITO .............................................................................................................................................. 57

REFLEXÃO .............................................................................................................................................. 57

RESUMO DIRECIONADO..........................................................................................................................58

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Aula 16 – Avaliação dos componentes patrimoniais: passivos


E aí, gente! Firme na reta final do nosso estudo?

Nesta aula, veremos os tipos de passivos existentes, bem como os métodos de mensuração desses. Além
disso, veremos alguns assuntos satélites que sempre acompanham essa parte de mensuração de passivos, tais
como receitas de transação com e sem prestação e custos de empréstimos. Os conceitos abordados aqui
encontram-se no MCASP e em algumas Normas Técnicas (NBC TSP 01, 02, 03 e 14), as quais sempre citaremos,
quando for o caso.

Além disso, estudaremos os capítulos 3, 9, 10, 11 e 12 da Parte II do MCASP, 8ª ed.

Novamente, este assunto é bastante conceitual, mas é bem mais célere que a aula de mensuração de ativos.

Vamos lá!

Passivo
Pessoal, para deixar a aula bem completa, vamos começar revendo conceitos referentes ao passivo, e depois
passaremos aos conceitos inéditos.

Conceito
Pessoal, antes de conceituarmos passivo, vamos relembrar a definição de patrimônio público vista na
Aula 01:

Patrimônio público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos,
formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja
portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços
públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações.

Ou seja, o patrimônio público contém uma parte “positiva” (bens e direitos) e uma parte “negativa”
(obrigações).
O PASSIVO é entendido como a parte negativa desse patrimônio, as obrigações. Vejamos agora a definição
de passivo segundo o MCASP e NBC TSP – Estrutura Conceitual:

Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na saída de
recursos da entidade.
Exemplos de passivo: fornecedores a pagar, salários a pagar, provisões de ações trabalhistas.

Esquematicamente:

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Vejamos agora cada um dos requisitos necessários a caracterizar um passivo.

Obrigação Presente
Segundo o MACSP, essa é uma característica essencial para a existência de um passivo, que pode ser
definida como aquela que ocorre por força de lei (obrigação legal ou obrigação legalmente vinculada) ou não
(obrigação não legalmente vinculada), a qual não possa ser evitada pela entidade.

Saída de recursos da entidade


Conforme o MCASP, um passivo deve envolver uma saída de recursos da entidade para ser extinto. A
obrigação que pode ser extinta sem a saída de recursos da entidade não é um passivo. Por exemplo, perdão de
dívidas da Administração Pública.

Resultado de Evento passado


Também segundo o MCASP, é necessário que a obrigação presente surja como resultado de um evento
passado e necessite da saída de recursos da entidade para ser extinta.
A complexidade inerente ao setor público faz com que eventos diversos referentes ao desenvolvimento,
implantação e execução de determinado programa ou atividade possam gerar obrigações.

Considerações adicionais de recursos da entidade


Por fim, as obrigações vinculadas podem originar-se tanto de transações com contraprestação quanto de
transações sem contraprestação.
Obrigação legal (ou legalmente vinculada) é exigível por força de lei. Obrigação não legalmente vinculada
se diferencia da obrigação legal, pois as partes a quem a obrigação diz respeito não podem tomar ações legais para
extingui-la. A obrigação não legalmente vinculada que gera passivo tem as seguintes características:

a) A entidade indica a terceiros, por meio de um padrão estabelecido de práticas passadas, políticas
publicadas ou de declaração específica, que aceitará certas responsabilidades;
b) Como resultado de tal indicação, a entidade cria uma expectativa válida para terceiros de que cumprirá
com essas responsabilidades; e
c) A entidade tem pouca ou nenhuma alternativa factível para evitar o cumprimento da obrigação gerada
a partir dessas responsabilidades.

A obrigação deve estar relacionada a um terceiro para poder gerar um passivo. A identificação de terceiros
é uma indicação da existência de obrigação que dá origem a um passivo. Entretanto, não é essencial saber a
identidade dos terceiros antes da época da extinção do passivo para que a obrigação presente exista.
A existência de prazo de extinção pode fornecer uma indicação de que a obrigação envolve a saída de
recursos e origina um passivo. Entretanto, existem muitos contratos ou acordos que não preveem prazos para
extinção da obrigação. A ausência de tais prazos não impede que a obrigação origine um passivo.

Reconhecimento e Desreconhecimento do Passivo


Agora veremos o que tem que ser registrado como passivo e quando. Um passivo deve ser reconhecido
quando:

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a) Satisfizer a definição de passivo; e
b) Puder ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas, levando em consideração
as restrições sobre a informação contábil.

Ou seja, o reconhecimento do passivo é análogo ao do ativo.

Além disso, uma vez que as condições acima podem mudar, faz-se necessário que a incerteza seja avaliada
em cada data da demonstração contábil, o que pode ensejar, inclusive, o desreconhecimento do passivo, desde
que justificado (o que também é análogo ao ativo).

Segundo o MCASP, do ponto de vista patrimonial, as obrigações em que o fato gerador não tenha ocorrido
(por exemplo, obrigações decorrentes de pedidos de compra de produtos e mercadorias, mas ainda não recebidos)
não são geralmente reconhecidas como passivos nas demonstrações contábeis.

Por outro lado, são reconhecidos no passivo, pois se caracterizam como obrigações para com terceiros, os
depósitos caracterizados como entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiro (cauções em dinheiro
para garantia de contratos, consignações a pagar, retenção de obrigações de terceiros a recolher, etc.).

Conforme vimos em aula anterior, os passivos podem ser classificados como circulantes e não circulantes,
bem como em financeiro e permanente. Vejamos:

a) Em geral, os passivos devem ser classificados como circulantes quando corresponderem a valores
exigíveis até doze meses após a data das demonstrações contábeis. Os demais passivos devem ser
classificados como não circulantes;
b) Além disso, segundo o art. 105 da Lei nº 4.320/1964:
b.1) O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamentos que independam de
autorização orçamentária;
b.2) O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização
legislativa para amortização ou resgate.

Dito isso, vamos adiante!

Bases de Mensuração
Vamos começar lembrando o conceito de mensuração trazido pelo MCASP (8ª ed., pg. 157):

Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das
demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados nas demonstrações contábeis.

Vamos relembrar também o objetivo da mensuração:

Selecionar bases que reflitam de modo mais adequado o custo dos serviços, a capacidade operacional e a
capacidade financeira da entidade de forma que seja útil para a prestação de contas e responsabilização
(accountability) e tomada de decisão.

Essa seleção de bases, prossegue o MCASP, para a mensuração de ativos e passivos contribui para satisfazer
os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil pelas entidades do setor público ao fornecer
informação que possibilita os usuários avaliarem:

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a) O custo dos serviços prestados no período em termos históricos ou atuais;
b) A capacidade operacional – a capacidade da entidade em dar suporte à prestação de serviços no
futuro por meio de recursos físicos e outros; e
c) A capacidade financeira – a capacidade da entidade em financiar as suas próprias atividades.

Vejamos agora as bases de mensuração dos passivos:

Observável Específica
Base de Entrada
Descrição ou não no ou não à
mensuração ou saída
mercado entidade

Importância recebida para se assumir uma obrigação, a Específica


qual corresponde ao caixa ou equivalentes de caixa, ou ao Geralmente
Custo histórico Entrada para a
valor de outra importância recebida à época na qual a observável
entidade incorreu no passivo. entidade

Custo de Custos nos quais a entidade incorre no cumprimento das Específica


Entrada* Não
cumprimento da obrigações representadas pelo passivo, assumindo que o para a
Saída* observável
obrigação faz da maneira menos onerosa. entidade

Valor de mercado Não


(quando o Entrada específica
mercado é Observável
e saída para a
aberto, ativo e Montante pelo qual um passivo pode ser liquidado entre
organizado) unidade
partes cientes e interessadas em transação sob condições
normais de mercado. Depende da Depende da
Valor de mercado
técnica de técnica de
(em mercado Saída
atribuição atribuição
inativo)
de valor de valor
Montante que corresponde à baixa imediata da obrigação.
Montante que o credor aceita no cumprimento da sua
demanda, ou que terceiros cobrariam para aceitar a Específica
Custo de transferência do passivo do devedor. Saída Observável para a
liberação
Termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao entidade
mesmo conceito de preço líquido de venda utilizado no
contexto dos ativos.
Montante que a entidade racionalmente aceitaria na
troca pela assunção do passivo existente. Específica
Preço presumido Entrada Observável para a
Termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao entidade
mesmo conceito do custo de reposição para os ativos.
* De acordo com o MCASP, esse valor é de entrada, enquanto que, de acordo com a NBC TSP – Estrutura Conceitual, é um valor de saída,
o que faz mais sentido.

Pense na tabela acima como uma espécie de glossário desta aula.


Assim, sempre que você tiver alguma dúvida sobre o método que está
Atenção !! sendo utilizado para mensurar o valor de um tipo de passivo, ou mesmo o
porquê de ele estar sendo utilizado, peço para que recorra a ela, ok?

Esquematicamente:

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O MCASP ressalta que as bases de mensuração para o passivo, analogamente às do ativo, também podem
ser classificadas em termos de valores de entrada ou de saída. Os valores de entrada se relacionam à transação
na qual a obrigação é contraída ou ao montante que a entidade aceitaria para assumir um passivo. Os valores de
saída refletem o montante exigido para cumprir a obrigação ou o montante exigido para liberar a entidade da
obrigação.

Vejamos exemplos para cada uma das bases de mensuração:

Exemplos
Exemplo 1 (custo histórico): Suponha que a entidade contraia um empréstimo no valor de R$ 30.000,00 em
02/02/2018.

Assim, esse montante será registrado no passivo como uma obrigação pelo valor recebido em troca da
obrigação. Assim, no Balanço Patrimonial da entidade, o registro inicial da obrigação corresponderá ao valor de
R$ 30.000,00, que é o custo histórico.

Exemplo 2 (custo de cumprimento de obrigação): Suponha que para cumprir determinada obrigação, a entidade
deva pagar um contador, um despachante e um advogado (assumindo que este é o meio menos oneroso), aos
seguintes custos:

custo com contador: R$ 1.000,00

custo com despachante: R$ 500,00


custo com advogado: R$ 1.500,00

Portanto, o custo de cumprimento da obrigação totaliza R$ 3.000,00.

Exemplo 3 (valor de mercado): Suponha que a entidade contraia um empréstimo no valor de R$ 30.000,00 (custo
histórico) em 02/02/2018, o qual está atrelado a um índice de inflação (IPCA).

Passado um ano, incidiu a variação do IPCA, que provocou, digams1os, um aumento de 10% no valor original
(R$ 3.000,00). Assim, o passivo poderia ser liquidado, em fevereiro de 2019, por R$ 33.000,00, que é o valor de
mercado.

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Exemplo 4 (custo de liberação): Suponha que a entidade possua uma obrigação registrada originalmente por R$
50.000,00.

No entanto, o credor aceitaria a quitação da obrigação de forma imediata por R$ 40.000,00 (digamos na
hipótese de um contrato com cláusula de desconto de 20% em caso de pagamento antecipado) ou ainda aceitaria
transferir a obrigação para um terceiro (venda da dívida) por R$ 45.000,00.

Exemplo 5 (preço presumido): Suponha que a entidade aceite assumir um financiamento de R$ 30.000,00 de um
terceiro em troca do recebimento de recursos financeiros ou da transferência de um bem por parte do terceiro,
avaliado no mesmo montante.

Essa base de mensuração de passivo é análoga ao custo de reposição no caso dos ativos.

Pessoal, igualmente ao aplicável a ativos, o MCASP dispõe que determinadas medidas podem ser
classificadas como sendo ou não observáveis em mercado aberto, ativo e organizado. As medidas observáveis
em mercado são, provavelmente, mais fáceis de serem compreendidas e verificadas do que as medidas não
observáveis. Elas também podem representar mais fielmente os fenômenos que estejam mensurando.

As medidas podem ser também classificadas conforme o fato de serem ou não específicas para a entidade.
As bases de mensuração que são específicas para a entidade refletem as restrições de cunho econômico ou político
presentes que afetam as utilizações possíveis de ativo e a extinção de passivo.
As medidas específicas para a entidade podem refletir as oportunidades econômicas que não estão
disponíveis para outras entidades e os riscos que não são vivenciados por estas. As medidas não específicas para
a entidade refletem as oportunidades e os riscos gerais de mercado. A decisão de se utilizar ou não uma medida
específica para a entidade é tomada com base no objetivo da mensuração e nas características qualitativas.
O MCASP estabelece ainda que o patrimônio, o orçamento, a execução orçamentária e financeira e os atos
administrativos das entidades do setor público que provocam efeitos de caráter econômico e financeiro no
patrimônio da entidade devem ser mensurados ou avaliados monetariamente e registrados pela contabilidade.
Nesse sentido, o MCASP enfatiza o princípio da essência sobre a forma, que deve prevalecer no caso de
conflito entre as relações jurídicas, econômicas e patrimoniais, as quais devem ser consideradas na realização dos
registros contábeis das transações das entidades do setor público.
Por fim, o MCASP informa que a entidade do setor público deve aplicar métodos de mensuração ou avaliação
dos ativos e dos passivos que possibilitem o reconhecimento dos ganhos e das perdas patrimoniais. Assim, o
reconhecimento de ajustes decorrentes de omissões e erros de registros ocorridos em anos anteriores ou de
mudanças de critérios contábeis deve ser realizado à conta do patrimônio líquido e evidenciado em notas
explicativas.
Nos tópicos seguintes, veremos como é realizada a mensuração dos diversos elementos do passivo.

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Obrigações

As Obrigações
As obrigações são mensuradas ou avaliadas de acordo com as bases de mensuração dos passivos descritas
anteriormente, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data das
demonstrações contábeis, salvo se houver orientação diversa específica no MCASP.

Em geral, a conversão da obrigação, quando ela estiver em moeda


Atenção !! estrangeira, é feita à taxa de câmbio vigente na data das demonstrações
contábeis.

As obrigações prefixadas (ou seja, aqueles cuja taxa de atualização é estabelecida previamente) são
ajustadas a valor presente.

Já as obrigações pós-fixadas são ajustadas considerando-se todos os encargos incorridos até a data de
encerramento das demonstrações contábeis.

O valor reconhecido como provisão deve corresponder à melhor estimativa de desembolso necessário para
liquidar (ou extinguir) a obrigação presente na data das demonstrações contábeis. Mas não se preocupe com isso
neste momento.
As atualizações e os ajustes apurados são contabilizados em contas de resultado (VPA e VPD).

Exemplo
A União faz um empréstimo com um banco internacional no valor de U$ 1.000.000,00 em fevereiro de 2017,
com taxa de câmbio de R$ 3,00.
Posteriormente, em dezembro de 2017, na data de levantamento do Balanço Patrimonial, a taxa de câmbio
vigente era de R$ 4,00.
Desvalorização do real cambial → aumento do endividamento em decorrência do aumento do dólar = (R$
1,00)*1.000.000,00 = R$ 1.000.000,00.

Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes


Além do MCASP, a NBC TSP 03 disciplina os procedimentos contábeis relativos às provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes, que são obrigações indefinidas e incertas quanto ao valor e o prazo para
pagamento.

O objetivo deste tópico é conceituar provisões, passivos contingentes e ativos contingentes, e expor a
normatização relativa aos procedimentos para o reconhecimento, mensuração e evidenciação desses elementos.

O MCASP destaca que os procedimentos a seguir descritos aplicam-se a provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes de forma geral, incluindo a contabilização de contratos onerosos e provisões para
reestruturação e excluindo-se do escopo os seguintes itens:

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a) Provisões e passivos contingentes oriundos de benefícios sociais para os quais a entidade não recebe
compensação dos beneficiários em valor aproximadamente igual ao dos produtos e serviços
fornecidos;
b) Contratos a executar, quando não onerosos;
c) Contratos de seguro sujeitos a normas contábeis específicas;
d) Benefícios a empregados, exceto benefícios de rescisão contratual resultantes de um processo de
reestruturação;
e) Instrumentos financeiros, incluindo garantias;
f) Contratos de execução; e
g) Arrendamento mercantil, com exceção de arrendamento mercantil que tenha se tornado oneroso.

O MCASP estabelece que além das exceções elencadas acima, sempre que houver norma para tratar de um
tipo específico de provisão, ativo contingente ou passivo contingente, deverá prevalecer a norma específica.

Definições correlatas
Comecemos vendo a definição de provisões, passivos contingentes e ativos contingentes:

a) Provisão: Provisão é um passivo de prazo ou valor incerto. O termo provisão não deve remeter a
elementos do ativo, como ajuste para perdas de recebíveis, por exemplo.
b) Passivo Contingente: passivo contingente é:
b.1) Uma obrigação possível resultante de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas
pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos que não estão totalmente sob o controle
da entidade; ou
b.2) Uma obrigação presente resultante de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:
b.2.i) É improvável uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos ou potencial de
serviços seja exigida para a extinção da obrigação; ou
b.2.ii) Não é possível fazer uma estimativa confiável do valor da obrigação.
c) Ativo contingente: ativo contingente é um ativo possível resultante de eventos passados e cuja
existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos que
não estão totalmente sob o controle da entidade.
A seguir, vejamos cada um desses elementos de forma separada e pormenorizada.

Provisões
Vimos que provisões são passivos de prazo OU valor incerto. Desse modo, podemos dizer que,
esquematicamente:

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Vejamos os tipos de provisões elencados no Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP e
mencionados no MCASP:
a) Provisões para riscos trabalhistas: compreende os passivos de prazo ou de valor incertos,
relacionados a pagamento de reclamações trabalhistas;
b) Provisões para riscos fiscais: compreende a constituição de provisões de passivos de prazo ou de valor
incertos, relacionados ao pagamento de autuações fiscais;
c) Provisões para riscos cíveis: compreende a constituição de provisões de passivos de prazo ou de valor
incertos, relacionados a pagamento de indenizações a fornecedores e clientes;
d) Provisões para repartição de créditos tributários: compreende a constituição de provisões de
passivos de prazo ou de valores incertos relacionados aos créditos tributários e não tributários
reconhecidos no lançamento por parte do agente arrecadador, a serem repartidos com outros entes
da federação; e
e) Provisões para riscos decorrentes de contratos de Parceria-Público-Privadas (PPP): Compreende a
constituição de provisões de passivos de prazo ou de valores incertos relacionados aos riscos de
demanda, construção, disponibilidade ou outros riscos decorrentes de contratos de PPP, de acordo
com a Lei n.11.079/2004.

Apesar de a provisão pressupor um passivo, o MCASP dispõe que as provisões se distinguem dos demais
passivos justamente porque envolvem incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para
a sua extinção. As provisões não se confundem com os demais passivos, tais como passivos derivados de
apropriações por competência, decorrentes de bens ou serviços recebidos, mas que não tenham sido pagos,
faturados ou formalmente acordados com o fornecedor, incluindo os valores devidos aos empregados, como, por
exemplo, valores relacionados ao pagamento de férias e décimo terceiro salário.

Note que apesar de em certos momentos seja necessário estimar o valor ou o prazo de certos passivos, a
incerteza é geralmente muito menor que nas provisões. No caso dos passivos, essas obrigações são geralmente
divulgadas como parte das contas a pagar. Por sua vez, as provisões são divulgadas separadamente.

O MCASP também lembra que o processo de convergência às normas internacionais de contabilidade


ocasionou mudanças significativas na definição de provisões. Com as mudanças adotadas, as provisões deixaram
de se referir a ajustes dos valores contábeis de ativos e passaram a se referir apenas a passivos de prazo ou valor
incertos.

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Na contabilidade pública, o termo provisão não deve remeter a elementos do
ativo, como ajuste para perdas de recebíveis, por exemplo, os ajustes para
perdas com investimentos e para créditos de liquidação duvidosa, inclusive o
Atenção !! ajuste para créditos de dívida ativa.
No PCASP, tais ajustes são reconhecidos como contas redutoras do ativo.
Assim, provisão ➔ conta do passivo e
Contas que contêm o termo “ajuste” ➔ conta do ativo

Reconhecimento
Segundo o MCASP, as provisões devem ser reconhecidas quando, além de existir incerteza sobre seu prazo
ou seu valor, estiverem presentes os três requisitos a seguir:

a) Exista uma obrigação presente (formalizada ou não) resultante de eventos passados;


b) Seja provável uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos ou potencial de serviços
para a extinção da obrigação;
c) Seja possível fazer uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Esquematicamente:

Atendidos os requisitos, as provisões devem ser reconhecidas no passivo, em contas patrimoniais específicas
do PCASP. O que é feito da seguinte forma:

Reconhecimento da provisão
Natureza da informação: patrimonial
D 3.9.7.X.X.XX.XX VPD de Constituição de Provisões
C 2.X.7.X.X.XX.XX Provisões (P)

Vejamos como esse assunto é exigido em prova:

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Questão para fixar


(COSEAC – UFF – 2019) Na contabilidade pública, encontra-se uma obrigação presente, derivada de eventos
passados, cujo pagamento se espera que resulte para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios
econômicos ou potencial de serviços. Essa obrigação se distingue dos demais passivos porque envolve incerteza
sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua extinção. Trata-se da seguinte obrigação:
A) perda potencial.
B) passivos contingentes.
C) passivo potencial.
D) ajuste para perdas de recebíveis.
E) provisão.

RESOLUÇÃO:
Note que a obrigação está sujeita a incertezas sobre seu prazo ou valor do desembolso futuro necessário a
sua extinção. Além disso, ela satisfaz os seguintes requisitos:

Ora, tem-se então que se trata de uma provisão. Dessa forma, está certa a alternativa E).
Gabarito: LETRA E

Mensuração
Segundo o MCASP, o valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso
exigido para se extinguir a obrigação presente na data das demonstrações contábeis.
A melhor estimativa do gasto necessário para a extinção da obrigação presente corresponde ao valor que a
entidade racionalmente pagaria para, na data das demonstrações contábeis, liquidar a obrigação ou para
transferi-la a um terceiro.

As estimativas dos resultados e efeitos financeiros são determinadas pelo julgamento da administração da
entidade, complementados pela experiência de casos similares e, em alguns casos, por relatórios de peritos
independentes. A evidência considerada inclui qualquer evidência adicional fornecida por eventos subsequentes à
divulgação das demonstrações contábeis.

Quando uma única obrigação estiver sendo mensurada, o resultado individual mais provável pode ser a
melhor estimativa do passivo.

Quando a provisão mensurada envolve uma grande população de itens, a obrigação é estimada ponderando-
se todos os possíveis resultados. Este método estatístico corresponde ao "valor esperado".

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Exemplo
Suponha que o governo detectou que, devido a um erro no sistema de cobrança, um tributo pode ter sido
cobrado indevidamente de determinados contribuintes, sendo necessário fazer a restituição. Caso se identifique
que a totalidade dos valores cobrados deverá ser restituída, o desembolso esperado será R$ 5 milhões. Caso se
identifique que o erro resultou apenas numa cobrança a maior do tributo, o desembolso esperado será R$ 2
milhões. Caso se identifique que o erro do sistema não afetou a cobrança do tributo, não haverá valor a restituir.
Estima-se que 10% dos contribuintes foram indevidamente tributados, 30% tenham sido tributados a maior e que
60% não foram afetados.
Nesta situação, o valor esperado para a provisão com as restituições é:
valor esperado = (10% de R$ 5 mi) + (30% de 2 mi) + (60% de R$ 0) = R$ 1.100.000,00

Também conforme o MCASP, note, no entanto, que quando o efeito do tempo no dinheiro for material, o
valor da provisão deve corresponder ao valor presente dos desembolsos que se espera que sejam exigidos para
liquidar a obrigação.
Assim, o valor da provisão deverá ser descontado utilizando-se uma taxa que reflita as atuais avaliações de
mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e aos riscos específicos para o passivo. A taxa a ser utilizada pode
variar a depender do tipo de provisão a ser registrada. São exemplos de taxas usualmente utilizadas para desconto
a valor presente: Selic, IPCA e TJLP.
Quando o desconto a valor presente for utilizado, o valor contábil da provisão aumenta a cada período para
refletir o transcurso do tempo. Este aumento é reconhecido como uma despesa financeira, o que é lançado da
seguinte forma:

Reconhecimento da provisão
Natureza da informação: patrimonial
D 3.9.7.X.X.XX.XX VPD de Constituição de Provisões
C 2.X.7.X.X.XX.XX Provisões (P)

Ainda conforme o MCASP, as provisões devem ser reavaliadas na data de


Atenção !! apresentação das demonstrações contábeis e ajustadas para refletir a
melhor estimativa corrente.

Quando não houver mais incertezas quanto ao valor e ao prazo de determinado passivo este deixará de
ser uma provisão, devendo ser reconhecida a obrigação a pagar correspondente. O valor da obrigação a pagar
poderá ser exatamente igual ao valor provisionado, situação na qual haverá o registro de um fato meramente
permutativo. Entretanto, o valor da obrigação a pagar poderá ser inferior ou superior ao valor da provisão. Nesses
casos, deverá ser registrada uma variação patrimonial diminutiva com a complementação ou uma variação
patrimonial aumentativa com a reversão da provisão, respectivamente.

Se já não for mais provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos futuros para o pagamento da obrigação, a provisão deve ser revertida. Ou seja, o passivo
correspondente deve ser debitado e deve ser registrada uma VPA.

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Evidenciação
Para cada tipo\classe de provisão, a entidade deve evidenciar:

a) O valor contábil no início e no final do período;


b) Provisões complementares feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;
c) Montantes utilizados (isto é, incorridos e imputados contra a provisão) durante o período;
d) As quantias não utilizadas revertidas durante o período;
e) O aumento no período do valor descontado decorrente do transcurso do tempo e os efeitos de
qualquer alteração na taxa de desconto

O MCASP recomenda que seja adicionalmente evidenciado:

a) Uma breve descrição da natureza da obrigação e a periodicidade prevista de qualquer saída resultante
de benefícios econômicos ou potencial de serviços;
b) Uma indicação das incertezas sobre o valor ou a periodicidade destas saídas. Quando for necessário
fornecer informação adequada, a entidade deve evidenciar as principais premissas feitas a respeito
dos eventos futuros;
c) O montante de algum reembolso previsto, declarando o valor de qualquer ativo reconhecido para tal
reembolso.

Quando uma provisão e um passivo contingente, nosso próximo assunto, surgirem de um mesmo conjunto
de circunstâncias, a entidade deve divulgar a relação entre a provisão e os passivos contingentes.

Passivos Contingentes
Um passivo contingente pode ser definido como:

a) Uma obrigação possível resultante de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas
pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos que não estão totalmente sob o controle
da entidade; ou
b) Uma obrigação presente resultante de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:
b.1) É improvável uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos ou potencial de
serviços seja exigida para a extinção da obrigação; ou
b.2) Não é possível fazer uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Esquematicamente:

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Os passivos contingentes não devem ser reconhecidos em contas
patrimoniais.
No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e
Atenção !! divulgados em notas explicativas.
A divulgação só é dispensada nos casos em que a saída de recursos for
considerada remota.

Os passivos contingentes devem ser periodicamente avaliados para


determinar se uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos
Mais ou potencial de serviços se tornou provável.

Atenção !! Caso a saída se torne provável, uma provisão deverá ser reconhecida nas
demonstrações contábeis do período em que ocorreu a mudança na
probabilidade.

Por exemplo, uma entidade do governo pode ter desobedecido a uma lei ambiental, mas não está claro se
algum dano foi causado ao meio ambiente. Quando, subsequentemente, tornar-se claro que o dano foi causado e
que a reparação será exigida, a entidade deverá constituir uma provisão.
Vejamos como os passivos contingentes são registrados.

Registro de passivos contingentes


Natureza da informação: típica de controle
D 7.1.2.X.X.XX.XX Atos Potenciais Passivos
C 8.1.2.X.X.XX.XX Execução de Atos Potenciais Passivos

Para cada tipo/classe de passivo contingente, a entidade deve evidenciar, em notas explicativas, uma breve
descrição da natureza do passivo contingente e, quando aplicável:

a) A estimativa de seu efeito financeiro;


b) A indicação das incertezas em relação à quantia ou periodicidade da saída; e
c) A possibilidade de algum reembolso.

Vejamos a seguir um esquema de como se dão as decisões para registrar ou não uma provisão ou passivo
contingente:

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Aqui podemos fazer um link com o Anexo de Riscos Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o qual é
previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Nele, são avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes
de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

Também, é possível fazer uma alusão à Reserva de Contingência que se destina ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos ao longo da execução do orçamento, mediante a sua
utilização como fonte para abertura de créditos orçamentários adicionais.
Vamos ver como esse assunto é cobrado em prova.

Questão para fixar


(Cespe – TRE/PE – 2017) Na contabilidade pública, de acordo com o MCASP, os passivos contingentes são
registrados em contas:
A) financeiras.
B) patrimoniais.
C) de resultado.
D) orçamentárias.
E) de controle.

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RESOLUÇÃO:
Pessoal, passivos contingentes não devem ser registrados em contas patrimoniais! No entanto, deverão ser
registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas explicativas. A divulgação só é dispensada
nos casos em que a saída de recursos for considerada remota.

Dessa forma, está certa a alternativa E)


Gabarito: LETRA E

Ativos Contingentes
Um ativo contingente pode ser definido como:

Um ativo possível resultante de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela
ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos que não estão totalmente sob o controle da
entidade.
Logo, há incerteza quanto ao ingresso de recursos.

Segundo o MCASP, ativos contingentes usualmente decorrem de eventos não planejados ou não
esperados que não estejam totalmente sob o controle da entidade e que acarretam a possibilidade de um
ingresso de recursos sob a forma de benefícios econômicos ou potencial de serviços. Assim, há incerteza quanto
ao ingresso de recursos.

É o caso, por exemplo, de uma reivindicação por meio de processo judicial cujo resultado é incerto.

Os ativos contingentes não devem ser reconhecidos em contas patrimoniais,


uma vez que podem resultar no reconhecimento de receitas que nunca virão
a ser realizadas.
Atenção !! No entanto, quando uma entrada de recursos for considerada provável, eles
deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em
notas explicativas.

Vejamos os lançamentos contábeis correlatos:

Registro de ativos contingentes


Natureza da informação: típica de controle
D 7.1.1.X.X.XX.XX Atos Potenciais Ativos
C 8.1.1.X.X.XX.XX Execução de Atos Potenciais Ativos

Os ativos contingentes deverão ser reavaliados continuamente para assegurar que os reflexos de sua
evolução sejam adequadamente apresentados nas demonstrações contábeis. Se ocorrer algum evento que torne
praticamente certo que uma entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços surgirá, e desde que o
valor do ativo possa ser mensurado corretamente, o ativo e a variação patrimonial aumentativa relacionada
deverão ser reconhecidas nas demonstrações contábeis do período em que ocorrer a mudança na probabilidade.

Para cada classe de ativo contingente, a entidade deve evidenciar, em notas explicativas, uma descrição da
natureza do ativo contingente e, quando aplicável, a estimativa de seu efeito financeiro, mensurada em
conformidade com os critérios os utilizados para a mensuração das provisões.

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Quanto ao valor e à data prevista de pagamento, as provisões e os passivos contingentes são contabilizados
com algum grau de incerteza. Vejamos:

Possibilidade de
Probabilidade de Forma de
Obrigação estimativa Classificação
saída de recursos evidenciação
confiável do valor
Balanço
Presente Provável Possível Provisão Patrimonial e Notas
Explicativas
Passivo
Presente Provável Não possível Notas Explicativas
contingente
Possível ou Não Passivo
Presente Pouco Provável Notas Explicativas
possível contingente
Possível ou Não Passivo
Presente Remota Não é divulgado
possível contingente
Passivo
Presente Provável Possível Notas Explicativas
contingente

Probabilidade de ingresso de recursos


Forma de
sob a forma de benefícios econômicos Classificação
evidenciação
ou potencial de prestação de serviços
Balanço
Certeza Ativo Patrimonial e Notas
Explicativas
Provável Ativo contingente Notas Explicativas
Pouco Provável Ativo contingente Não é divulgado

Custos de Empréstimos
Além do MCASP, a NBC TSP 14 disciplina os procedimentos contábeis relativos aos custos de empréstimos,
dispondo sobre duas abordagens possíveis para a sua mensuração. De modo geral, a abordagem padrão exige o
reconhecimento imediato de tais custos no resultado do período. Permite, porém, como tratamento alternativo,
a capitalização dos custos dos empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, à construção ou à
produção de ativo qualificável.

Este assunto é pouquíssimo exigido em concurso diretamente, razão pela qual há uma verdadeira escassez
de questões sobre de concurso relacionadas.

Definições
Vejamos o conceito de Custos de Empréstimos.

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São os juros e outros custos em que a entidade incorre relacionados com o empréstimo de recursos.
Esses custos podem incluir:
a) Juros de empréstimos obtidos em curto e longo prazos e de saldo bancário a descoberto;
b) Amortização de descontos ou prêmios relacionados com empréstimos obtidos;
c) Amortização de custos adicionais relacionados com empréstimos obtidos;
d) Encargos financeiros relativos a arrendamentos mercantis financeiros e contratos de concessão de
serviços públicos;
e) Variações cambiais decorrentes de empréstimos em moeda estrangeira, na extensão em que elas
sejam consideradas como ajuste do custo dos juros.

Vejamos agora o conceito de ativo qualificável:

É o ativo que, necessariamente, leva um período substancial para ficar pronto para seu uso ou venda
pretendidos. Como exemplo, temos edifícios comerciais, hospitais, ativos de infraestrutura (rodovias,
pontes, usinas de geração de energia elétrica) e estoques que exijam um considerável período para
alcançarem a condição de estarem prontos para uso ou venda.
Outros investimentos e ativos que são produzidos repetidamente durante curto período não são ativos
qualificáveis. Além disso, ativos que estão prontos para os seus devidos usos ou venda quando adquiridos
também não são considerados ativos qualificáveis.

Reconhecimentos
Os custos dos empréstimos podem ser abordados de duas maneiras:

Tratamento Padrão dos custos dos empréstimos


Segundo o MCASP, o tratamento padrão prevê que os custos dos empréstimos devem ser reconhecidos
como despesa no período que são incorridos, independentemente de como os empréstimos são aplicados. Assim,
conforme essa metodologia, todos os custos devem ser considerados como despesas, independentemente de
terem sido aplicados em ativos qualificáveis ou não.

Exemplo
Suponha que uma entidade pública realizou um financiamento para aquisição de um terreno, no valor de R$
800.000,00, destinado à construção de uma escola. O pagamento será realizado em 12 prestações mensais, prazo
equivalente ao estimado para a conclusão da obra. Os juros compostos são pré-fixados e correspondem a 1% a.m.
e totalizaram ao longo do período de pagamento R$ 52.948,37.

Na aquisição do bem, o ente público deverá registrar o terreno, em contrapartida ao passivo correspondente.
Os encargos também deverão ser reconhecidos no passivo, seguido da conta retificadora, a fim de que a
apropriação ocorra mensalmente.

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Natureza da informação patrimonial
D 1.2.3.2.X.XX.XX Bens Imóveis
C 2.1.2.X.X.XX.XX Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo (P) 800.000,00

Natureza da informação patrimonial


D 2.1.2.X.X.XX.XX (-) Encargos Financeiros a Apropriar Curto Prazo (P)
C 2.1.2.X.X.XX.XX Juros e Encargos a Pagar (P) 52.948,37

Ao final de cada mês, além de lançar o pagamento, deverá ser feito o lançamento referente à apropriação
dos juros ao resultado do exercício:

Natureza da informação patrimonial


D 3.4.X.X.X.XX.XX Variações Patrimoniais Diminutivas Financeiras
C 2.1.2.X.X.XX.XX (-) Encargos Financeiros a Apropriar Curto Prazo (P) 8.000,00 (juros no primeiro mês)

Tratamento Alternativo dos custos dos empréstimos


Ainda segundo o MCASP, de acordo com esse método, os custos dos empréstimos que são diretamente
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de ativo qualificável devem ser incluídos no seu custo. Já os
custos dos empréstimos que não se referirem a ativos qualificáveis, devem ser reconhecidos como despesa no
período em que são incorridos.
Os custos dos empréstimos que são diretamente atribuíveis aos ativos qualificáveis devem ser capitalizados
como parte do custo do ativo quando for provável que deles resultem benefícios econômicos futuros ou potencial
de serviços para a entidade e quando puderem ser mensurados confiavelmente.

Quando a entidade adota o tratamento alternativo, essa metodologia deve


Atenção !! ser aplicada consistentemente a todos os seus ativos qualificáveis.

Exemplo
Voltando ao mesmo exemplo dado anteriormente, a diferença, caso a entidade opte pelo tratamento
alternativo, é que o lançamento de apropriação dos juros seria da seguinte forma:

Natureza da informação patrimonial

D 1.2.3.2.X.XX.XX Bens Imóveis


C 2.1.2.X.X.XX.XX (-) Encargos Financeiros a Apropriar Curto Prazo (P) 8.000,00 (juros no primeiro mês)

Evidenciação
A entidade deve divulgar em notas explicativas:

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a) A política contábil adotada para os custos de empréstimos;
b) O total dos custos de empréstimos capitalizados durante o período;
c) A taxa de capitalização usada na determinação do montante dos custos de empréstimos elegíveis à
capitalização (quando for necessário utilizar taxa de capitalização para montantes obtidos em
conjunto).

Receita de Transação sem Contraprestação


Além do MCASP, a NBC TSP 01 disciplina os procedimentos contábeis relativos a receita de transação sem
contraprestação.
O objetivo deste capítulo é normatizar o tratamento, para fins de demonstrações contábeis, conferido à
variação patrimonial aumentativa (VPA) de transação sem contraprestação, particularmente relativo a tributos,
transferências e multas.

Definições
Transação sem contraprestação: em geral, é aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços ou tem
passivos extintos e em contrapartida entrega valor irrisório ou nenhum valor em troca. Considera-se,
ainda, como transação sem contraprestação, a situação em que a entidade fornece diretamente alguma
compensação em troca de recursos recebidos, mas tal compensação não se aproxima do valor justo dos
recursos recebidos.
Tributo: são benefícios econômicos ou potencial de serviços compulsoriamente pagos ou a pagar às
entidades do setor público, de acordo com a lei, estabelecidos para gerar receita para o governo. Tributos
não incluem multas ou outras penalidades aplicadas em caso de infrações legais. De acordo com os art. 3º
do Código Tributário Nacional (CTN), tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
Transferências: são ingressos de benefícios econômicos ou potencial de serviços futuros provenientes de
transações sem contraprestação diferentes de tributos, tais como repartições tributárias, transferências
voluntárias, doações e multas.
Multas (penalidades pecuniárias): são benefícios econômicos ou potencial de serviços recebidos ou a
receber pelas entidades do setor público, conforme determinação judicial ou administrativa, como
consequência de infração da legislação.
Especificações sobre ativos transferidos: são termos legais ou regulamentares, ou contratuais, que se
aplicam ao uso de um ativo transferido por entidades externas à entidade que elabora as demonstrações
contábeis.
Condições sobre ativos transferidos: são especificações que determinam que os benefícios econômicos
futuros ou o potencial de serviços incorporados no ativo devam ser consumidos pelo recebedor conforme
especificado. Caso contrário, os benefícios econômicos futuros ou o potencial de serviços incorporados no
ativo devem ser devolvidos ao transferente.
Restrições sobre ativos transferidos: são especificações que limitam ou direcionam os objetivos pelos
quais um ativo transferido pode ser utilizado, mas que não determinam que benefícios econômicos ou

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potencial de serviços futuros devem ser devolvidos ao transferente caso não utilizados conforme
especificado.
Controle do ativo: ocorre quando a entidade pode utilizar ou se beneficiar do ativo em busca de seus
objetivos e pode excluir, ou regular, o acesso de outras partes àquele benefício.
Despesas pagas por meio do sistema tributário: são os montantes (valores) disponíveis aos beneficiários,
independente de pagarem ou não tributos.
Gastos tributários: são as disposições preferenciais da legislação tributária que fornecem benefícios
fiscais a certos contribuintes e que não estão disponíveis a outros.
Evento tributável: é o evento que, por determinação do governo, poder legislativo ou outra autoridade,
está sujeito à cobrança de impostos (ou qualquer outra forma de tributo).

Transações sem contraprestação


No setor público, a maior parte das Variações Patrimoniais Aumentativas – VPA, ou seja, daquelas que
resultam na elevação do patrimônio líquido da entidade, decorrem de transações sem contraprestação,
principalmente as relativas a tributos, transferências e multas.

Os tributos são exemplos de transação sem contraprestação uma vez que:

a) São instituídos mediante lei (não cabe o estabelecimento de tributos por meio de contratos ou outros
meios legais de acordo);
b) Compulsoriedade de pagamento (ninguém pode se esquivar de pagar tributos, salvo nas permissões
instituídas mediante lei).

Esclareça-se que, embora o ente público forneça uma variedade de serviços públicos aos contribuintes, ele
não o faz em retribuição ao pagamento dos tributos.

O MCASP explica, no entanto, não se deve confundir a desobrigação de retribuição por tributos, multas ou
transferências, em termos de entrega de serviços ou benefícios diretamente proporcionais a tais recursos
recebidos pelo governo, com a obrigação que o governo e responsáveis pela Administração Pública possuem de
aplicação dos recursos públicos de acordo com as possibilidades previstas em lei, bem como a devida prestação
de contas e responsabilização (accountability).

Reconhecimento
De acordo com o MCASP, uma transação sem contraprestação com entrada de recursos para o governo,
via de regra, gera VPA para o ente ou órgão recebedor. Em contrapartida, a entrada de recursos provoca a
contabilização de um ativo.

Contudo, a transação pode gerar custos, o que implica na necessidade de contabilização de uma variação
patrimonial diminutiva (VPD), como por exemplo a remuneração da rede bancária pela prestação de serviço de
recebimento dos pagamentos de tributos pelos contribuintes. Nesses casos, deve-se fazer a contabilização dos
custos necessários ao recebimento ou funcionamento do item do ativo por meio da VPD correspondente.

Ressalta-se que há casos em que são observadas condições sobre ativos transferidos, o que pode gerar
obrigações para o ente recebedor. Dessa forma, pode-se observar a necessidade de registro de um passivo. Nesses
casos, à medida que as condições forem sendo realizadas, deve-se proceder à baixa do passivo com a
correspondente realização da VPA.

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VPA e custos envolvidos em transações sem contraprestação
Segundo o MCASP, a VPA de um ente público deve compreender o total de ingressos brutos de benefícios
econômicos ou de potencial de serviços recebido ou a receber. Assim, a VPA configurada na receita sem
contraprestação representa um aumento na situação patrimonial líquida do ente.

Quando o ente público não arrecada diretamente os seus recursos, ou seja, a arrecadação se faz por
intermédio de agentes arrecadadores (agente de governo ou terceiros), os montantes arrecadados não devem ser
registrados como aumento da situação patrimonial líquida ou da receita de tais agentes arrecadadores, pois estes
não podem controlar o uso dos recursos ou se beneficiar dos ativos arrecadados para realizar seus objetivos
próprios – a receita é do ente público.
Quando necessário que haja gasto relativo à consecução do recebimento de recursos sem contraprestação,
tais gastos devem ser contabilizados como custos relacionados à respectiva receita. Assim, a receita deve ser
registrada pelo ingresso bruto de benefícios econômicos ou de potencial de serviços futuros e, quando houver, os
custos necessários para seu recebimento devem ser reconhecidos como custos da transação ou variação
patrimonial diminutiva (VPD).

Ativos oriundos de transações sem contraprestação


A entidade deve reconhecer o ativo oriundo de uma transação sem contraprestação quando obtiver o
controle de recursos que se enquadrem na definição de um ativo e satisfaçam os critérios de reconhecimento a
seguir:

a) Seja provável que benefícios econômicos futuros e potencial de serviços associados com o ativo fluam
para a entidade;
b) O valor justo do ativo possa ser mensurado em conformidade com as características qualitativas e com
observância das restrições da informação contábil.

Ou seja, quando o ativo satisfizer os requisitos de reconhecimento.

O ativo obtido por meio de uma transação sem contraprestação deverá ser inicialmente mensurado pelo seu
valor justo na data de aquisição.

Caso o ente receba numa transação sem contraprestação um item que possua características essenciais de
ativo, mas que não satisfaçam os critérios para o reconhecimento, essa situação pode justificar sua evidenciação
em notas explicativas como ativo contingente.

Passivos oriundos de transações sem contraprestação


Ativos recebidos na configuração de geradores de receita sem contraprestação podem ser transferidos com
base em certas condições. Nos casos em que houver especificações sobre ativos transferidos, deve-se analisar se
há necessidade de contabilização de um passivo em conjunto com o ativo recebido pelo ente, o que gera duas
possibilidades: registrar o passivo ou não.

1ª possibilidade: Quando se tratar apenas de restrições sobre ativos transferidos, ou apenas restrições,
em que pese a possibilidade do ente recebedor ser responsabilizado ou demandado administrativamente
ou judicialmente a posteriori. ➔ Não há necessidade de contabilização inicial de passivo.

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2ª possibilidade: ao se tratar de ativos transferidos que incluem uma exigência de que o ativo transferido,
ou outros benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços, sejam devolvidos ao transferente se não
utilizados no modo especificado, estaremos diante do que se chama de condições sobre ativos
transferidos, ou apenas condições. ➔ Há necessidade de contabilização inicial de passivo.

Por óbvio, observadas as situações acima expostas, a obrigação presente derivada de transação sem
contraprestação que se enquadre na definição de passivo deve ser reconhecida somente quando forem satisfeitas
as condições para reconhecimento do passivo, ou seja:

a) For provável que a saída de recursos que incorpora benefícios econômicos futuros ou potencial de
serviços seja exigida para liquidar a obrigação; e
b) Estimativa confiável do montante das obrigações puder ser realizada.

A seguir, veremos detalhadamente os diferentes tipos de transações sem contraprestação.

Tributos
Conforme o MCASP, a entidade deve reconhecer um ativo em relação a tributos quando seu respectivo fato
gerador ocorrer e os critérios de reconhecimento forem satisfeitos.

Cabe mencionar que fato gerador da obrigação principal, ou evento tributável, é a situação definida em lei
como necessária e suficiente à ocorrência do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional.

Apesar de que os ativos, em geral, devem ser mensurados pelo seu valor justo na data de aquisição, os ativos
oriundos de transações tributárias, enquanto não efetivamente arrecadados, devem ser mensurados pela
melhor estimativa de entrada de recursos para a entidade, que deve desenvolver políticas contábeis, em
conformidade com as exigências da norma em comento, as quais devem levar em consideração tanto a
probabilidade de que os recursos oriundos de transações tributárias fluam para o governo quanto o valor justo dos
ativos resultantes.

Recebimentos Antecipados
Conforme estabelece o MCASP, os recebedores de ativos transferidos devem considerar se essas
transferências são, em essência, recebimento antecipado, sendo que o manual considera que recebimento
antecipado se refere a recursos recebidos previamente aos eventos tributáveis ou se refere ao acordo de
transferência se tornar obrigatório.
Os recebimentos antecipados originam um ativo e uma obrigação presente, obedecidas as demais
condições relativas a tais elementos patrimoniais, por isso, a VPA não pode ser reconhecida nesse momento.
Após a ocorrência do evento que torne o acordo obrigatório, e cumpridas as condições restantes do acordo, o
passivo deve ser baixado e a receita deve ser reconhecida.

Exemplo
Se um cidadão pagar em 2019 o IPVA do seu carro referente a 2020, o Poder Público não poderá reconhecer
a VPA imediatamente, tendo que registrar um ativo, por conta da entrada de recursos, e um passivo de mesmo
valor. Somente em 1º de janeiro de 2020, quando o evento tributável do IPVA de 2020 ocorrerá, é que o Poder
Público poderá baixar o passivo e reconhecer a VPA. Intuitivo, certo?

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Transferências
As transferências incluem, de forma não exaustiva: subsídios; perdão de dívidas; multas; heranças;
presentes; e doações. Todos esses itens, e outros que venham a ser identificados com a mesma natureza,
apresentam o atributo comum de transferência de recursos de uma entidade a outra sem fornecer valor
aproximadamente igual em troca e de não serem tributos conforme definido em lei.
No CASO DAS REPARTIÇÕES TRIBUTÁRIAS,1 o ente arrecadador deve realizar o registro da receita pelos
valores brutos e o respectivo valor a transferir no passivo por meio de provisão. Enquanto que, no ente recebedor,
o valor do direito a ser reconhecido deve corresponder à melhor estimativa, a qual pode ser obtida mediante
informação direta do ente transferidor, estimativa histórica ou qualquer outro método que se mostre mais
confiável, a depender da natureza do crédito em questão, até o recebimento efetivo da transferência, quando deve
observar o valor justo para o devido registro contábil.

No caso de TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS,2 para o reconhecimento contábil, o ente recebedor deve


registrar a receita orçamentária apenas no momento da efetiva transferência financeira, pois, sendo uma
transferência voluntária, não há garantias reais da transferência. Por esse motivo, a regra para transferências
voluntárias é o beneficiário não registrar o ativo relativo a essa transferência.
Apenas nos casos em que houver cláusula contratual garantindo a transferência de recursos após o
cumprimento de determinadas etapas do contrato, o ente beneficiário, no momento em que já tiver direito à
parcela dos recursos e enquanto não ocorrer o efetivo recebimento a que tem direito, deverá registrar um direito
a receber no ativo, desde que o ativo satisfaça os critérios de reconhecimento a seguir:

a) Seja provável que benefícios econômicos futuros e potencial de serviços associados com o ativo fluam
para a entidade; e
b) Valor justo do ativo possa ser mensurado em conformidade com as características qualitativas e com
observância das restrições da informação contábil.

No caso de DOAÇÕES3, em dinheiro ou em outros ativos monetários e bens em espécie, o evento passado
que origina o controle de recursos que incorporam benefícios econômicos futuros ou potencial de serviço é
normalmente o recebimento da doação.

As doações são reconhecidas como ativos e variações patrimoniais aumentativas quando for provável que
os benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços fluam para a entidade e que o valor justo dos ativos
possa ser mensurado de maneira confiável.

1
Apesar de cada ente possuir uma competência tributária específica, o produto da arrecadação não necessariamente
pertencerá a ele em sua totalidade, como o que acontece com o Imposto de renda, que é dividido pela União com os Estados,
Municípios e Distrito Federal.
2
Aquela entendida como entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio
ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
3
Que são transferências voluntárias de ativos incluindo dinheiro ou outros ativos monetários e bens em espécie para outra
entidade

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Aqui é interessante lembrar que as doações recebidas em dinheiro, além de serem reconhecidas como
variações patrimoniais aumentativas, por força do art. 57 da Lei nº 4.320/1964, também, deverão ser reconhecidas
como receitas orçamentárias.

Os bens em espécie são reconhecidos como ativos quando são recebidos ou quando existe um acordo
obrigatório para se receberem tais bens. Se os bens em espécie são recebidos sem condições atreladas, a variação
patrimonial aumentativa é reconhecida imediatamente. Se condições estão atreladas, um passivo é reconhecido,
na medida em que as condições são satisfeitas o passivo é reduzido e a receita é reconhecida.

No reconhecimento inicial, doações, incluindo bens em espécie, devem ser mensurados por seu valor justo
da data de recebimento.
O compromisso de doação não se encaixa na definição de um ativo porque a entidade recebedora é incapaz
de controlar o acesso do transferente aos benefícios econômicos futuros ou ao potencial de serviço incorporado
no item compromissado.

Por fim, no caso das MULTAS,4 o MCASP confere um tratamento diferenciado apesar de se tratar também
de uma transferência.

O MCASP destaca que as multas satisfazem a definição de transação sem contraprestação porque não
impõem ao governo, em troca, quaisquer obrigações que possam ser reconhecidas como passivo. Normalmente,
são cobradas em montante fixo pelo descumprimento de obrigações legais ou regulamentares, porém, podem ser
arbitradas em certos casos, de acordo com a relevância da infração ou reiteração da conduta indesejada, conforme
legislação aplicada.
As multas devem ser reconhecidas no ente público como VPA quando se encaixarem na definição de um
ativo e satisfizerem os critérios para o reconhecimento de um ativo.

A seguir, vejamos um resumo esquemático dos tipos de transações sem contraprestação vistos até aqui:

4
Benefícios econômicos ou potencial de serviço recebidos ou a receber em consequência da violação de exigências legais,
regulamentares ou contratuais.

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Evidenciação
Dessa forma, a entidade deve evidenciar em notas explicativas ou apresentar nos relatórios contábeis de
propósito geral:

a) O montante de receita de transações sem contraprestação, reconhecido durante o período, pelas


principais classes, demostrando separadamente:

i. Tributos, demostrando separadamente suas principais classes;


ii. Transferências, demostrando separadamente suas principais classes;

b) O montante de recebíveis reconhecidos em relação à receita sem contraprestação;


c) O montante dos passivos reconhecidos referentes aos ativos transferidos sujeitos a condições;
d) O montante dos passivos reconhecidos em relação aos empréstimos subsidiados que são sujeitos a
condições sobre os ativos transferidos;
e) O montante dos ativos reconhecidos que estão sujeitos a restrições e a natureza de tais restrições;
f) A existência e os montantes de quaisquer recebimentos antecipados em relação às transações sem
contraprestação;
g) O montante de quaisquer passivos perdoados.

A entidade deve evidenciar em notas explicativas às demonstrações contábeis:

a) As políticas contábeis adotadas para o reconhecimento de receita de transações sem contraprestação;


b) Para as principais classes de receita de transações sem contraprestação, as bases pelas quais o valor
justo do ingresso de recursos foi mensurado;
c) Para as principais classes de receita tributária que a entidade não pode mensurar de maneira confiável
durante o período no qual o fato gerador ocorre, a informação sobre a natureza do tributo;
d) A natureza e o tipo das principais classes de heranças, presentes e doações, demostrando
separadamente as principais classes de bens em espécie recebidos.

Receita de Transação com Contraprestação


Além do MCASP, a NBC TSP 02 disciplina os procedimentos contábeis relativos a receita de transação com
contraprestação.

O objetivo deste tópico é descrever o tratamento contábil aplicado às variações patrimoniais aumentativas
(VPA) decorrentes de transações e eventos com contraprestação, incluindo os procedimentos para
reconhecimento, mensuração e evidenciação.

Os procedimentos descritos neste tópico aplicam-se às VPA decorrentes de transações e eventos com
contraprestação, tais como as originadas da prestação de serviços, da venda de bens e do uso de ativos por
terceiros (geradores de juros, royalties e dividendos ou distribuições assemelhadas).

Ou seja, enquanto as transações sem contraprestação decorrem da supremacia e coercibilidade do Poder


Público, nas transações com contraprestação ocorrem trocas.

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Na transação com contraprestação há retribuição direta e equivalente de
valor à outra parte.
Atenção !! Desse modo, deduz-se que as transações com contraprestação são, em geral,
oriundas de atividades empresarial, comercial ou industrial do Estado, o qual,
nesse caso, atua no mesmo nível que o terceiro.

Embora este assunto seja pouquíssimo exigido em concurso, ele foi inserido no MCASP a partir da 7ª ed., o
que pode ser um indicativo de que passará a ser cobrado em provas futuramente.
Definições
Transação com contraprestação: É aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços ou tem passivos
extintos e entrega valor aproximadamente igual em troca, prioritariamente sob a forma de dinheiro, bens,
serviços ou uso de ativos.
Valor justo: É o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras e interessadas na transação.
Juros: Encargos decorrentes do uso de caixa ou equivalentes de caixa ou de valores devidos à entidade.
Royalties: Cobranças pelo uso de ativos de longo prazo da entidade, como, por exemplo, de patentes,
marcas, direitos autorais e software.
Dividendos ou distribuições similares: Distribuições de lucros a detentores de instrumentos patrimoniais
na proporção de suas participações em uma classe particular do capital.

Transações com contraprestação


De acordo com o MCASP, as VPA decorrentes de transações com contraprestação compreendem apenas
os valores brutos de benefícios econômicos ou potencial de serviços recebidos ou a receber pela entidade em
decorrência de suas atividades.
Os valores recebidos em nome de terceiros não constituem benefícios econômicos ou potencial de
serviços da entidade, por não resultar em aumentos de ativos ou redução de passivos. Exemplo: o recebimento
de tarifas de telefone e eletricidade pelos Correios em nome das prestadoras destes serviços. Portanto, em casos
como esses, não são considerados como VPA.

Os empréstimos e financiamentos não se caracterizam como transações com contraprestação por não
impactarem a situação patrimonial líquida, ou seja, por serem Variações Patrimoniais Qualitativas, em razão de
gerarem variações iguais entre ativos e passivos.
Reconhecimento
A questão primordial na contabilização das VPA oriundas de transações com contraprestação é determinar
QUANDO reconhecê-las. A VPA é reconhecida quando for provável que:

a) Os benefícios econômicos futuros e potencial de serviços fluirão para a entidade;


b) Os benefícios possam ser mensurados em conformidade com as características qualitativas e com
observância das restrições da informação.

A seguir, veremos os tipos de transações com contraprestação de forma mais detalhada.

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Prestação de serviços
Conforme o MCASP, a VPA decorrente da transação deve ser reconhecida por meio do método da
percentagem de execução, o qual consiste em tomar por base a proporção dos serviços prestados até a data de
apresentação das demonstrações contábeis.

O resultado de uma transação pode ser estimado confiavelmente quando todas as seguintes condições
forem satisfeitas:

a) O montante da VPA puder ser mensurado confiavelmente;


b) For provável que os benefícios econômicos ou potencial de serviços decorrentes da transação fluirão
para a entidade;
c) A proporção dos serviços já executados à data de apresentação das demonstrações contábeis puder
ser mensurada confiavelmente;
d) Os custos incorridos na transação e os custos para concluir a transação puderem ser mensurados
confiavelmente.
Conforme este método, a VPA é reconhecida nos exercícios nos quais os serviços forem prestados. Por
exemplo, uma entidade que presta serviços de avaliação patrimonial deve reconhecer as VPA à medida em que as
avaliações individuais forem sendo realizadas.
O MCASP ensina que a VPA de prestação de serviços é reconhecida apenas quando for provável que os
benefícios econômicos ou potencial de serviços decorrentes da transação fluirão para a entidade. Entretanto,
quando surgir alguma incerteza acerca do valor considerado como VPA, a parcela não recebida ou cujo o
recebimento tenha deixado de ser provável é reconhecida como uma VPD ao invés de um ajuste no valor da VPA
originalmente reconhecida.
Uma entidade é geralmente capaz de realizar estimativas confiáveis após ter feito acordo com as demais
partes da transação observando os seguintes pontos:

a) Os direitos que cada parte da transação está apta a receber, relacionados aos serviços a serem
prestados e recebidos por cada um;
b) A contraprestação a ser trocada;
c) O modo e termos da liquidação da operação.

Venda de bens
Segundo o MCASP, a VPA decorrente da venda de bens deve ser reconhecida quando as seguintes condições
tiverem sido satisfeitas:

a) A entidade tiver transferido ao comprador todos os riscos e benefícios significativos inerentes à


propriedade dos bens;
b) A entidade não mantiver envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos, nem em grau
normalmente associado a sua propriedade nem relacionado ao efetivo controle de tais bens;
c) O valor da VPA puder ser mensurado confiavelmente;
d) For provável que os benefícios econômicos ou potencial de serviços provenientes da transação fluirão
para a entidade;
e) Os custos incorridos na transação e os custos para concluir a transação puderem ser mensurados
confiavelmente.

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As novidades aqui são as condições de: (a) transferência dos riscos e benefícios significativos; e (b) a não
manutenção de envolvimento na gestão dos bens vendidos.
O MCASP ensina que na maior parte das vendas a transferência dos riscos e benefícios da propriedade se
dá com a transferência da titularidade legal ou da transferência da posse do ativo ao comprador. No entanto,
o manual destaca que há casos específicos em que a transferência de riscos e dos benefícios se dá em momento
distinto da transferência da titularidade legal ou do controle. Exemplo: um vendedor pode reter a titularidade
legal dos bens apenas para garantir o recebimento dos valores devidos.
Se a entidade mantiver riscos significativos de propriedade, a transação não é uma venda e a variação
patrimonial aumentativa não é reconhecida. O MCASP destaca que uma entidade pode manter riscos e
benefícios significativos de propriedade de várias formas, por exemplo:

a) Quando a entidade retém uma obrigação decorrente de desempenho insatisfatório não coberto por
provisões normais de garantias;
b) Quando o recebimento da VPA de uma venda específica for dependente da venda dos bens pelo
comprador (consignação);
c) Quando os bens expedidos estiverem sujeitos à instalação, sendo esta uma parte significativa do
contrato que ainda não tenha sido concluída pelo vendedor;
d) Quando o comprador tem o direito de rescindir a compra por uma razão específica em contrato, e o
vendedor estiver incerto acerca da possibilidade de retorno.

Se a entidade mantiver apenas risco insignificante de propriedade, a


Atenção !! transação é uma venda e a VPA é reconhecida.

Normalmente a VPA de venda de bens é reconhecida quando for provável que os benefícios econômicos ou
potencial de serviços associados à transação fluirão para a entidade. Em alguns casos, isso pode não ser provável
até que a contraprestação seja recebida ou até que a incerteza acabe. Exemplo: a VPA pode depender da
capacidade de outra entidade em fornecer bens como parte do contrato, e se existir alguma dúvida de que isso
pode ocorrer, o reconhecimento pode ser postergado até que isso ocorra.

Juros, royalties e dividendos ou distribuições similares


Conforme o MCASP, as VPA provenientes do uso por terceiros de ativos da entidade que produzam juros,
royalties e dividendos ou distribuições similares devem ser reconhecidos quando for provável que os benefícios
econômicos ou potencial de serviços originados da transação fluam para a entidade e o montante ser mensurado
confiavelmente, de acordo com os seguintes tratamentos contábeis:

a) Os juros devem ser reconhecidos pro rata tempore, referente à taxa efetiva;
b) Os royalties devem ser reconhecidos à medida em que são gerados, conforme a essência do acordo;
c) Dividendos ou distribuições similares devem ser reconhecidos quando for estabelecido o direito de
recebimento por parte do acionista ou da entidade.
Os Royalties, como os do petróleo, são registrados de acordo com os termos do contrato, e são geralmente
reconhecidos nessa base, a menos que, em conformidade com a essência do acordo, seja mais apropriado o
reconhecimento da VPA em outra base sistêmica e racional.

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Por fim, segundo o MCASP, uma VPA de juros, royalties, dividendos ou distribuições similares geralmente é
reconhecida quando for provável que os benefícios econômicos ou potencial de serviços decorrentes da
transação irão fluir para a entidade, o que já é de praxe. Entretanto, quando surgir uma incerteza acerca de um
valor já reconhecido como VPA, tal valor, incobrável ou cujo recebimento deixou de ser provável, é reconhecido
como uma VPD, ao invés de um ajuste no montante da VPA anteriormente recebida.
A seguir, vejamos um resumo esquemático dos tipos de transações com contraprestação vistos até aqui:

Mensuração
De acordo com o MCASP, as VPA oriundas de transações com contraprestação devem ser mensuradas pelo
valor justo da contraprestação recebida ou a receber, considerando os eventuais descontos comerciais e/ou
bonificações concedidos pela entidade.
Informa o manual também que o valor da VPA proveniente de uma transação com contraprestação,
geralmente, é determinado por acordo entre o vendedor ou fornecedor/prestador de serviços com o comprador
ou usuário do ativo ou serviço.
Nos casos de permutas de bens ou serviços por outras de natureza e valor similar, a troca não é considerada
como uma transação geradora de VPA.
Entretanto, quando os bens ou serviços são vendidos ou trocados por outros bens ou serviços não similares,
a operação é reconhecida como uma transação que gera VPA. Nestas ocorrências, a VPA é mensurada pelo valor
justo dos bens ou serviços recebidos, ajustada pela quantia transferida em caixa ou equivalente de caixa. Quando
o valor justo dos bens ou serviços recebidos não puder ser mensurado confiavelmente, a VPA é mensurada pelo
valor justo dos bens ou serviços entregues, ajustados pelo montante transferido em caixa ou equivalente de
caixa.
Evidenciação
A entidade deve evidenciar:
a) As políticas contábeis adotadas para o reconhecimento de variação patrimonial aumentativa,
incluindo os métodos adotados para determinar a percentagem de execução de transações
envolvendo a prestação de serviços;
b) O valor de cada categoria significativa de VPA reconhecida no período, incluindo as decorrentes de:
i) Prestação de Serviços;
ii) Venda de Bens;
iii) Juros;
iv) Royalties; e
v) Dividendos ou distribuições similares.
c) O valor das VPA provenientes de trocas de bens ou serviços incluídos em cada categoria significativa.

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Questões Comentadas
1. (Iades – AL/GO – 2019) Considerando o que dispõe a NBC TSP 01 – Receita de Transação sem
Contraprestação, suponha que uma entidade recebeu em transferência um ativo com a imposição de termos de
uso ao recebedor, ou seja, com a determinação de que o ativo deverá ser usado de maneira predeterminada.
Sabendo-se que as condições impostas sobre o ativo transferido foram descumpridas, a entidade recebedora
deverá:
A) apresentar um plano para atender às especificações sobre o ativo transferido.
B) devolver os benefícios econômicos futuros ou o potencial de serviços ao transferente.
C) pagar multa em valor equivalente ao descumprimento das obrigações.
D) pagar ao transferente o valor do ativo transferido corrigido monetariamente.
E) responder civilmente pela infração da restrição.

RESOLUÇÃO:

Pessoal, a questão trata de condições sobre ativos transferidos. Vamos relembrar a sua definição:

Condições sobre ativos transferidos: são especificações que determinam que os benefícios econômicos
futuros ou o potencial de serviços incorporados no ativo devam ser consumidos pelo recebedor conforme
especificado. Caso contrário, os benefícios econômicos futuros ou o potencial de serviços incorporados no
ativo devem ser devolvidos ao transferente.

Note que no caso de descumprimento das condições sobre os ativos transferidos, os benefícios econômicos
futuros ou o potencial de serviços incorporados no ativo devem ser devolvidos ao transferente.
Assim, está correta a letra B).

Gabarito: LETRA B

2. (FCC – Sead/AP – 2018) De acordo com a NBC TSP 01 - Receita de Transação sem Contraprestação, as
condições sobre ativos transferidos

A) são especificações que determinam que os benefícios econômicos futuros ou o potencial de serviços
incorporados no ativo devam ser consumidos pelo recebedor conforme especificado ou os benefícios
econômicos futuros ou potencial de serviços devam ser devolvidos ao transferente.
B) ocorrem quando a entidade pode utilizar ou se beneficiar do ativo em busca de seus objetivos e pode
excluir, ou regular, o acesso de outras partes aos benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços do
ativo.
C) são especificações que limitam ou direcionam os objetivos pelos quais o ativo possa ser utilizado, mas que
não especificam que benefícios econômicos ou potencial de serviços futuros do ativo devam ser devolvidos
ao transferente se não utilizados conforme especificado.
D) são benefícios econômicos ou potencial de serviços compulsoriamente pagos ou a pagar às entidades do
setor público, de acordo com a legislação ou outra regulamentação, estabelecidos para gerar receita para o
governo.

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E) são benefícios econômicos ou potencial de serviços recebidos ou a receber pelas entidades do setor
público, conforme determinado por tribunal ou por outra entidade com capacidade impositiva legal, como
consequência de infração da legislação.

RESOLUÇÃO

Vamos relembrar a definição de condições sobre ativos transferidos:

Condições sobre ativos transferidos: são especificações que determinam que os benefícios econômicos
futuros ou o potencial de serviços incorporados no ativo devam ser consumidos pelo recebedor conforme
especificado. Caso contrário, os benefícios econômicos futuros ou o potencial de serviços incorporados no
ativo devem ser devolvidos ao transferente.

Vamos analisar as alternativas.

A alternativa A) está certa, pois está de acordo com a definição que acabamos de ver!

A alternativa B) está errada, pois essa é justamente a definição de controle do ativo. Vejamos:

Controle do ativo: ocorre quando a entidade pode utilizar ou se beneficiar do ativo em busca de seus
objetivos e pode excluir, ou regular, o acesso de outras partes àquele benefício.

A alternativa C) está errada, pois essa é justamente a definição de restrições sobre os ativos. Vejamos:

Restrições sobre ativos transferidos: são especificações que limitam ou direcionam os objetivos pelos
quais um ativo transferido pode ser utilizado, mas que não determinam que benefícios econômicos ou
potencial de serviços futuros devem ser devolvidos ao transferente caso não utilizados conforme
especificado.

A alternativa D) está errada, pois essa é justamente a definição de tributos. Vejamos:

Tributos: são benefícios econômicos ou potencial de serviços compulsoriamente pagos ou a pagar às


entidades do setor público, de acordo com a lei, estabelecidos para gerar receita para o governo. Tributos
não incluem multas ou outras penalidades aplicadas em caso de infrações legais. De acordo com os art. 3º
do Código Tributário Nacional (CTN), tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

A alternativa E) está errada, pois essa é justamente a definição de multas (penalidades pecuniárias).
Vejamos:

Multas (penalidades pecuniárias): são benefícios econômicos ou potencial de serviços recebidos ou a


receber pelas entidades do setor público, conforme determinação judicial ou administrativa, como
consequência de infração da legislação.

Gabarito: LETRA A

3. (FCC – SEAD/AP – 2018) De acordo com a NBC TSP 02, uma receita de transação com contraprestação de
um ente público estadual decorre

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A) do recebimento de transferências constitucionais do governo federal.

B) da prestação de serviços especializados de saúde a preços praticados no mercado.

C) da ocorrência do fator gerador do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA.

D) do recebimento de multas de trânsito.

E) do lançamento de multas sobre impostos de competência estadual.

RESOLUÇÃO:

Vamos relembrar o conceito de transação com contraprestação:

Transação com contraprestação: É aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços ou tem passivos
extintos e entrega valor aproximadamente igual em troca, prioritariamente sob a forma de dinheiro, bens,
serviços ou uso de ativos.

Ora, a essência da definição acima é a troca, ou seja, uma situação na qual o Poder Público atual em pé de
igualdade com o particular. A única alternativa que traduz esse conceito é, portanto, a letra B), que menciona a
prestação de serviços a preços praticados no mercado.
Além disso, prestação de serviços é justamente uma das hipóteses de transações com contraprestação.

Portanto, certa a alternativa B).

Gabarito: LETRA B

4. (FCC – Sabesp – 2018) De acordo com a NBC TSP 01 − Receita de Transação sem Contraprestação, uma
receita de um ente público estadual que pode ser classificada como sem contraprestação é aquela decorrente

A) de uma operação de crédito por antecipação da receita orçamentária.


B) de um ingresso extraorçamentário.
C) do recebimento de doação em dinheiro, sem especificações a ela atrelada.
D) dos juros de uma aplicação financeira.
E) do aluguel de um imóvel a preço corrente de mercado.
RESOLUÇÃO:
As alternativas A) e B) não se caracterizam como transação com ou sem contraprestação, haja vista que
consistem em operações que não impactam a situação patrimonial líquida, ou seja, por serem Variações
Patrimoniais Qualitativas, em razão de gerarem variações iguais entre ativos e passivos.

Já as alternativas D) e E) são receitas com contraprestação. Nesses exemplos, o Poder Público atua em
igualdade com o particular e a essência da transação é uma troca.

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Por fim, a alternativa C) é uma transação sem contraprestação, visto que é uma espécie do gênero
transferência, que pressupõe a transferência de recursos de uma entidade a outra sem fornecer valor
aproximadamente igual em troca e de não serem tributos conforme definido em lei.

Assim, está certa a alternativa C).

Gabarito: LETRA C

5. (FCC – DPE/AM – 2018) Em um ente público, uma receita de transação sem contraprestação, de acordo com
as determinações da NBC TSP 01 − Receita de Transação sem Contraprestação, é aquela oriunda de:

A) operação de crédito de longo prazo.

B) operação de crédito por antecipação da receita orçamentária.


C) amortização de empréstimos concedidos.

D) serviços médicos prestados por preço que corresponde ao seu valor justo.

E) doação em dinheiro recebida sem condições a ela relacionadas.

RESOLUÇÃO:
Vamos relembrar da definição de transação sem contraprestação:

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Transação sem contraprestação: em geral, é aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços ou tem
passivos extintos e em contrapartida entrega valor irrisório ou nenhum valor em troca. Considera-se,
ainda, como transação sem contraprestação, a situação em que a entidade fornece diretamente alguma
compensação em troca de recursos recebidos, mas tal compensação não se aproxima do valor justo dos
recursos recebidos.

Vamos também recorrer ao nosso resumo esquemático sobre os tipos de transações sem contraprestação:

Dessa forma, a única transação que se amolda a definição e que está contida no resumo acima é a letra E)
“doação em dinheiro recebida sem condições a ela relacionadas”, que é nossa resposta.

Gabarito: LETRA E

6. (FCC – DPE/AM – 2018) De acordo com a NBC TSP 02 − Receita de Transação com Contraprestação, uma
das condições que deve ser satisfeita para que ocorra o reconhecimento da receita decorrente da venda de bens é

A) a entidade vendedora manter todos os riscos e benefícios significativos inerentes à propriedade dos bens
vendidos.
B) a entidade vendedora manter envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos em grau
normalmente associado ao efetivo controle de tais bens.
C) o valor da receita poder ser mensurado confiavelmente.
D) os benefícios econômicos ou potencial de serviços associados à transação corresponderem a um aumento
de passivo.
E) os custos incorridos na transação e os custos para concluir a transação corresponderem a um aumento de
ativo.
RESOLUÇÃO:

Vamos analisar as alternativas.


A alternativa A) está errada, pois uma das condições para o reconhecimento da VPA decorrente da venda
de bens é que a entidade transfira ao comprador todos os riscos e benefícios significativos inerentes à
propriedade dos bens

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A alternativa B) está errada, pois uma das condições para o reconhecimento da VPA decorrente da venda de
bens é que a entidade não matenha envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos, nem em grau
normalmente associado a sua propriedade nem relacionado ao efetivo controle de tais bens.
A alternativa C) está certa, pois essa é justamente uma das condições de reconhecimento da VPA decorrente
de venda de bens (MCASP, 8ª ed., pg. 243).
A alternativa D) está errada, pois uma das condições para o reconhecimento da VPA decorrente da venda de
bens é que seja provável que os benefícios econômicos ou potencial de serviços decorrentes da transação fluirão
para a entidade.
A alternativa E) está errada, pois uma das condições para o reconhecimento da VPA decorrente da venda de
bens é que os custos incorridos na transação e os custos para concluir a transação puderem ser mensurados
confiavelmente.
Gabarito: LETRA C

7. (FCC – SEAD/AP – 2018) Em 31/12/2017, o setor jurídico de uma entidade pública estadual julgou que existia
uma obrigação presente decorrente de riscos de um contrato de Parceria Público-Privada (PPP) e que a saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos ou potencial de serviços era provável para liquidar a obrigação.
Apesar de ser possível realizar uma estimativa confiável do valor da obrigação, nenhum passivo havia sido
reconhecido até 31/12/2017. De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, na entidade
pública, em 31/12/2017, deve haver

A) o desreconhecimento de uma provisão.


B) o reconhecimento de um passivo contingente.
C) o reconhecimento de uma provisão.
D) a evidenciação de um passivo contingente.
E) a reversão de uma variação patrimonial diminutiva.
RESOLUÇÃO:
Note que houve um diagnóstico no sentido que identificou uma obrigação presente derivada de eventos
passados (o contrato de PPP), uma provável saída de recursos para liquidar a obrigação e que é possível fazer uma
estimativa confiável do valor da obrigação. Entretanto, essa obrigação decorre de riscos de um contrato, ou seja,
paira uma incerteza sobre quando deve ser paga ou mesmo sobre seu valor.
Ora, essa situação parece ensejar o reconhecimento de uma provisão, certo? Vejamos nosso resumo
esquemático sobre isso:

É isso mesmo! Dessa forma, está certa a alternativa C).


Gabarito: LETRA C

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8. (FCC – SEAD/AP – 2018) Uma entidade pública estadual reclamou, na justiça, o direito de receber uma multa
pelo descumprimento de cláusulas de um contrato de prestação de serviços, citando a empresa contratada como
ré. Em 31/12/2017, o setor jurídico da entidade pública estadual julgou que a entrada de benefícios econômicos ou
potencial de serviços era provável, mas não certa. Anteriormente a 31/12/2017, o setor jurídico julgava que a
entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços não era provável de acontecer. De acordo com a NBC
TSP 03, em 31/12/2017,

A) o reconhecimento de um ativo contingente é obrigatório.


B) o reconhecimento de um passivo contingente é obrigatório.
C) o reconhecimento de uma provisão no ativo é obrigatório.
D) a divulgação sobre um ativo contingente deve ocorrer.
E) a divulgação sobre um passivo contingente deve ocorrer.
RESOLUÇÃO:
Quando a questão fala que “não era provável” já sabemos que não se trata de provisões, porque elas lidam
com obrigações presentes. Assim, já podemos descartas a alternativa C).
Além disso, repare que estamos falando de algo que o Poder Público tem para receber, o que se enquadra na
descrição do ativo contingente. Vamos rever sua definição:
Um ativo possível resultante de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela
ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos que não estão totalmente sob o controle da
entidade.
Logo, há incerteza quanto ao ingresso de recursos.
Desse modo, podemos descartar as alternativas B) e E).
Por fim, tem-se que eles não devem ser reconhecidos em contas patrimoniais, uma vez que podem resultar
no reconhecimento de receitas que nunca virão a ser realizadas. No entanto, quando uma entrada de recursos for
considerada provável, eles deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas
explicativas.
Como o setor jurídico julga que a entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços não era provável
de acontecer, tem-se que eles devem meramente ser divulgados em notas explicativas, o que deixa correta a
alternativa D).
Gabarito: LETRA D

9. (FCC – Alese – 2018) Em 16/10/2017, um processo judicial foi instaurado contra determinada entidade
pública, sendo que o departamento jurídico da referida entidade classificou como provável a probabilidade de
saída de recursos para liquidar a obrigação, cujo valor de R$ 35.000,00 foi estimado confiavelmente nesta data.
Em 08/01/2018, houve a decisão judicial referente ao processo instaurado em 16/10/2017 e tal entidade pública
ficou obrigada a liquidar a obrigação em 05/02/2018 pelo valor total fixado em R$ 40.000,00. O valor estimado da
obrigação, em 08/01/2018, antes da decisão judicial, continuava em R$ 35.000,00. Assim, em 08/01/2018, ocorreu
uma variação patrimonial diminutiva no valor de, em reais,

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A) 5.000,00, sendo que em 16/10/2017 uma provisão foi reconhecida.
B) 5.000,00, sendo que em 16/10/2017 um passivo contingente foi reconhecido.
C) 40.000,00, sendo que em 16/10/2017 uma provisão foi reconhecida.
D) 40.000,00, sendo que em 16/10/2017 um passivo contingente foi reconhecido.
E) 40.000,00, sendo que em 16/10/2017 um passivo permanente foi reconhecido.
RESOLUÇÃO:
Notem que em 16/10/2017 estavam presentes os requisitos para o reconhecimento de uma provisão.
Vejamos o nosso resumo esquemático sobre isso:

No entanto, em 08/01/2018, o risco se confirmou, não havendo mais incertezas quanto ao valor e ao prazo
do passivo, fazendo a provisão se tornar uma obrigação a pagar. Além disso, houve uma VPD no valor de R$
5.000,00 para a complementação do valor (MCASP, 8ª ed., pg. 255).
Dessa forma, está certa a alternativa A).
Gabarito: LETRA A

10. (FCC – DPE/AM – 2018) Durante a elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, no primeiro
trimestre de 2016, um ente público verificou, em 17/03/2016, que havia sido citado como réu em um processo
judicial na área tributária. Nesta mesma data, o setor jurídico do ente público julgou que existia a obrigação e a
saída de recursos que incorporavam benefícios econômicos ou potencial de serviços era provável, contudo, não
era possível estimar com confiabilidade o valor da obrigação. Em 31/12/2016, o julgamento do setor jurídico sobre
o referido processo judicial continuava o mesmo. De acordo com a NBC TSP 03 − Provisões, Passivos Contingentes
e Ativos Contingentes, nas demonstrações contábeis referentes ao exercício financeiro de 2016, o ente público

A) evidenciou um passivo contingente em Notas Explicativas.


B) reconheceu uma provisão no Balanço Patrimonial.
C) reconheceu uma variação patrimonial diminutiva na Demonstração das Variações Patrimoniais.
D) reconheceu um passivo contingente no Balanço Patrimonial.
E) evidenciou uma variação quantitativa na situação Patrimonial Líquida.
RESOLUÇÃO:
Notem que não era possível estimar com confiabilidade. Por si só, isso já descarta a possibilidade de
reconhecimento de provisão. Vejamos o nosso resumo esquemático sobre isso:

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Com isso podemos descartar a alternativa B).


Além disso, como se trata ainda de uma obrigação sobre a qual paira incerteza, não é o caso de registrar uma
variação patrimonial, o que nos leva a descartar as alternativas C) e E).
Vejamos agora nosso resumo esquemático sobre passivos contingentes:

Note que é justamente o caso de uma obrigação presente (uma vez que a entidade entendeu que existia a
obrigação), mas que não é reconhecida por que não é possível fazer uma estimativa confiável do valor da
obrigação.
Entretanto, o MCASP é claro ao falar que os passivos contingentes não devem ser reconhecidos em contas
patrimoniais. No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas
explicativas. Dessa forma, está errada a alternativa D) e certa a alternativa A).
Gabarito: LETRA A

11. (FCC – TRE/PR – 2017) Sobre os ativos contingentes, a Norma Brasileira de Contabilidade − NBC TSP 03 −
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes determina que quando a
A) realização da receita é virtualmente certa, o ativo correspondente é um ativo contingente e seu
reconhecimento é adequado.
B) entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços é provável, mas não é certa, o ativo
correspondente deve ser reconhecido e a divulgação é necessária.
C) entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços é provável, mas não é certa, nenhum ativo
deve ser reconhecido e a divulgação não é necessária.
D) entrada de benefícios econômicos ou o potencial de serviços não é provável de acontecer, nenhum ativo
deve ser reconhecido, porém a divulgação é necessária.
E) entrada de benefícios econômicos ou o potencial de serviços não é provável de acontecer, nenhum ativo
deve ser reconhecido e a divulgação não é necessária.

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RESOLUÇÃO:
Vamos analisar as alternativas.
A alternativa A) está errada, pois ativo contingente ocorre quando um ativo possível resultante de eventos
passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros
incertos que não estão totalmente sob o controle da entidade. Logo, há incerteza quanto ao ingresso de recursos,
diferentemente do contido na alternativa.
A alternativa B) está errada, pois quando uma entrada de recursos for considerada provável é o caso de
ativos contingente e não de ativo comum, os quais deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e
divulgados em notas explicativas (MCASP, 8ª ed., pg. 257).

A alternativa C) está errada, pois quando uma entrada de recursos for considerada provável, os ativos
contingentes deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas explicativas
(MCASP, 8ª ed., pg. 257).

A alternativa D) está errada, pois quando uma entrada de recursos não for considerada provável não é o
caso de registro de ativo ou de ativo contingente e nem de sua divulgação.
A alternativa E) está certa, pois quando uma entrada de recursos não for considerada provável não é o caso
de registro de ativo ou de ativo contingente e nem de sua divulgação.

Dessa forma, está certa a alternativa E).


Gabarito: LETRA E

12. (FCC – TRT 11ª Região (AM e RR) – 2017) Em 2016, uma entidade governamental ingressou uma ação
judicial reivindicando uma indenização no valor de R$ 1.500.000,00. Dessa forma, a contabilidade dessa entidade,
no final do exercício financeiro de 2016,

A) reconhecerá no Balanço Patrimonial um ativo contingente no valor de R$ 1.500.000,00.


B) registrará um passivo contingente no valor de R$ 1.500.000,00, se a entrada de recursos for considerada
provável.
C) registrará uma receita corrente realizada no valor de R$ 1.500.000,00, se a entrada de recursos for
considerada provável.
D) não fará nenhum tipo de registro, mesmo que a entrada de recursos seja certa.
E) poderá registrar a transação, em contas de controle do PCASP, quando a entrada de recursos for
considerada provável.
RESOLUÇÃO:
Vamos analisar as alternativas.
A alternativa A) está errada, porque primeiro não há indícios de que a entrada de recursos por ocasião da
ação judicial movida se tornou provável. e segundo porque ativos contingentes não devem ser reconhecidos em
contas patrimoniais, uma vez que podem resultar no reconhecimento de receitas que nunca virão a ser realizadas.
Eles devem, n a verdade, ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas explicativas
(MCASP, 8ª ed., pg. 257).

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A alternativa B) está errada, pois não se trata de sequer de obrigação presente ou possível, que são requisitos
para passivos contingentes.

A alternativa C) está errada, pois não houve a arrecadação de nenhuma receita ainda, a qual ainda é uma
possibilidade para 2017.

A alternativa D) está errada, pois se a entrada de recursos for certa, a entidade deve reconhecer um ativo.

A alternativa E) está certa, pois se a entrada de recursos for considerada provável, tratar-se-ia de um ativo
contingente, os quais deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas
explicativas (MCASP, 8ª ed., pg. 257).
Dessa forma, está certa a alternativa E).
Gabarito: LETRA E

13. (Cespe – TRT 1ª Região – 2017) Determinado órgão da administração pública direta federal concedeu
suprimento de fundos a um servidor público, a fim de realizar gastos de pequena monta em serviços de reparos.
No encerramento do exercício, o servidor havia utilizado metade do montante concedido e, mesmo já encerrado
o prazo de aplicação dos recursos, não recolheu, por meio da guia de recolhimento da União (GRU), o valor não
utilizado.
Julgue o item a seguir, com referência a essa situação e a aspectos a ela relacionados.
No caso em questão, como existe uma obrigação possível por parte do servidor, resultante de eventos
passados, o órgão público deverá registrar um passivo contingente.
RESOLUÇÃO

Viajou! Na verdade, para o Poder Público, há um direito registrado no ativo, correspondente ao montante
que será devolvido pelo servidor. E quando o servidor efetuar o pagamento haverá o registro de uma receita
orçamentária.
Além disso, as hipóteses que caracterizam um passivo contingente não se verificaram. Relembremos nosso
resumo esquemático:

Portanto, o item está errado.


Gabarito: ERRADO

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14. (Cespe – TRF 1ª Região – 2017) Determinado órgão da administração pública direta federal concedeu
suprimento de fundos a um servidor público, a fim de realizar gastos de pequena monta em serviços de reparos.
No encerramento do exercício, o servidor havia utilizado metade do montante concedido e, mesmo já encerrado
o prazo de aplicação dos recursos, não recolheu, por meio da guia de recolhimento da União (GRU), o valor não
utilizado.

Julgue o item a seguir, com referência a essa situação e a aspectos a ela relacionados.

As provisões diferenciam-se dos passivos contingentes na medida em que, mesmo existindo incerteza
quanto ao seu valor, as provisões deverão ser reconhecidas como passivos na contabilidade aplicada ao setor
público.
RESOLUÇÃO:

Pessoal, vejamos o que caracteriza uma provisão:

Ou seja, as mesmas características de um passivo além da incerteza quanto ao prazo ou valor. Portanto, ela
deve sim ser reconhecida como passivo (devendo seu valor ser tomado com base na melhor estimativa).

Por outro lado, o MCASP 8ª ed. estabelece, de forma expressa, que passivos contingentes não devem ser
reconhecidos em contas patrimoniais (pg. 257). No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do
PCASP e divulgados em notas explicativas.

Portanto, item certo.

Gabarito: CERTO

15. (Cespe – SEDF – 2017) Em relação aos mecanismos contábeis para avaliação de ativos, passivos, impostos e
custos, julgue o item que se segue.

Órgão público que pretenda consignar recursos em seu orçamento para a eventualidade de condenação em
processos judiciais que ainda estejam em curso deverá registrar esses recursos como passivos contingentes.
RESOLUÇÃO:
Exatamente! trata-se da primeira hipótese de passivo contingente. Vamos recorrer ao nosso resumo
esquemático:

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Ou seja, as condenações em processos judiciais em curso ensejam uma obrigação possível.


Portanto, o item está correto.
Gabarito: CERTO

16. (Cespe – TRT 8ª Região (AP e PA) – 2016) Com referência às determinações do MCASP, assinale a opção
correta acerca da mensuração de passivos, provisões e passivos contingentes.
A) O fato de o valor das provisões ser a melhor estimativa do desembolso exigido para se extinguir a
obrigação faz com que as provisões não sejam reavaliadas.
B) Se a saída de recursos para o pagamento da obrigação for improvável, a provisão deverá ser reclassificada
como passivo contingente.
C) Se puderem ser estimados confiavelmente, os passivos contingentes deverão ser reconhecidos em contas
patrimoniais.
D) Os passivos derivados de apropriações por competência, por já possuírem fato gerador, não devem ser
reconhecidos como provisões.
E) Por estarem relacionados a valores incertos, os ajustes de perdas estimadas são registrados como
provisões.
RESOLUÇÃO:
Vamos analisar as alternativas:
A alternativa A) está errada, pois as provisões devem ser reavaliadas na data de apresentação das
demonstrações contábeis e ajustadas para refletir a melhor estimativa corrente (MCASP, 8ª ed., pg. 255).
A alternativa B) está errada, pois se já não for mais provável que seja necessária uma saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos futuros para o pagamento da
obrigação, a provisão deve ser revertida, com o débito do passivo e o registro de uma VPA (MCASP, 8ª ed., pg.
256).
A alternativa C) está errada, pois os passivos contingentes não devem ser reconhecidos em contas
patrimoniais (pg. 257). No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em
notas explicativas (MCASP, 8ª ed., pg. 257).
A alternativa D) está certa, pois as provisões não se confundem com os demais passivos, tais como passivos
derivados de apropriações por competência (MCASP, 8ª ed., pg. 252).

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A alternativa E) está errada, pois provisões são sempre registradas como passivos, enquanto ajustes de
perdas estimadas são reconhecidos como contas redutoras do ativo (MCASP, 8ª ed., pg. 253).
Portanto, está correta a alternativa D).
Gabarito: LETRA D

17. (Cespe – TRE/MT – 2015) Em relação aos critérios de mensuração de passivos, assinale a opção correta.

A) Os passivos contingentes devem ser reconhecidos em conta de variações patrimoniais diminutivas no


plano de contas aplicado ao setor público (PCASP).
B) As provisões se distinguem dos demais passivos porque independem da expectativa de saída de recursos.
C) Uma provisão não deve ser constituída caso sejam incertos o prazo ou o valor da obrigação.
D) A obrigação cujo valor não possa ser confiavelmente estimado será considerada um passivo contingente.
E) Para refletir a melhor estimativa corrente, as provisões devem ser reavaliadas mensalmente.
RESOLUÇÃO:
Vamos analisar as alternativas:
A alternativa A) está errada, pois os passivos contingentes não devem ser reconhecidos em contas
patrimoniais. No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em notas
explicativas (MCASP, 8ª ed., pg. 257).
A alternativa B) está errada, pois as provisões também dependem da expectativa de saída de recursos para
serem extintas. Isso segue do enquadramento de provisões como passivo (MCASP, 8ª ed., pg. 252). Vejamos o
resumo esquemático a seguir:

A alternativa C) está errada, pois é justamente no caso de passivos com incerteza sobre o valor ou prazo é
que caracterizam provisões (MCASP, 8ª ed., pg. 252).
A alternativa D) está certa, pois essa é uma das hipóteses que ensejam um passivo contingente. vejamos o
nosso resumo esquemático:

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A alternativa E) está errada, pois as provisões devem ser reavaliadas na data de apresentação das
demonstrações contábeis e ajustadas para refletir a melhor estimativa corrente (MCASP, 8ª ed., pg. 255).
Portanto, está correta a alternativa D).
Gabarito: LETRA D

18. (Cespe – STJ – 2015) Julgue o item seguinte, acerca do tratamento contábil aplicável a impostos e
contribuições e a registro de provisões no setor público.
As provisões devem ser reavaliadas e ajustadas na data de apresentação das demonstrações contábeis para
refletir a melhor estimativa corrente.
RESOLUÇÃO:
Exatamente! É justamente o que estabelece o MCASP para reavaliação das provisões (8ª ed., pg. 256)!
Item está correto.
Gabarito: CERTO

19. (Cespe – MPOG – 2015) Uma instituição pública federal adquiriu, em 2/1/2008, por R$ 77.000,00, um
software de gestão e mapeamento de riscos, cujo período de benefícios esperados era de seis anos, estimando-se
um valor residual de R$ 5.000,00. A instituição também adquiriu, na mesma data, dez computadores novos do tipo
desktop pelo valor total de R$ 10.000,00, com vida útil estimada em cinco anos e valor residual nulo, para utilização
nas atividades de administração da entidade. A respeito dessa situação hipotética e dos aspectos contábeis a ela
relacionados, julgue os itens a seguir.

Uma provisão deverá ser registrada no passivo quando existir obrigação resultante de eventos passados e
for provável a saída de recursos futuros, ainda que o seu valor seja incerto.
RESOLUÇÃO:
Exatamente! Vejamos o nosso resumo esquemático:

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Item está correto.


Gabarito: CERTO

20. (Cespe – MPOG – 2015) A respeito do registro contábil das provisões e dos passivos contingentes a ser
efetuado no âmbito da UnB, julgue o item subsequente.

Como não atendem ao critério de reconhecimento de passivos, os passivos contingentes devem apenas ser
registrados em contas de controle e evidenciados em notas explicativas.
RESOLUÇÃO:
Sim! De fato, o MCASP dispõe expressamente que os passivos contingentes não devem ser reconhecidos
em contas patrimoniais. No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em
notas explicativas (MCASP, 8ª ed., pg. 257).
Item está correto.
Gabarito: CERTO

21. (UFBA – UFBA – 2014) Uma provisão deverá ser reconhecida sempre que houver uma obrigação presente
ou futura e seja provável a saída de recursos para liquidar a obrigação, desde que uma estimativa confiável do valor
de tal obrigação possa ser realizada.

RESOLUÇÃO:
Quase certo! Uma provisão deve ser reconhecida quando:

Assim, vemos que o reconhecimento de provisão pressupõe que seja uma obrigação presente, não havendo
hipótese de obrigação futura.
Portanto, o item está errado.
Gabarito: ERRADO

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22. (Cespe – Antaq – 2014) Com relação às variações patrimoniais e à mensuração de ativos e passivos, julgue
os itens a seguir.

Os passivos contingentes são periodicamente avaliados para se determinar se uma saída de recursos que
incorpora benefícios econômicos se tornou provável.

RESOLUÇÃO:
Exatamente! E caso a saída se torne provável, uma provisão deverá ser reconhecida nas demonstrações
contábeis do período em que ocorreu a mudança na probabilidade (MCASP, 8ª ed., pg. 257).
Portanto, o item está certo.
Gabarito: CERTO

23. (Cespe – Polícia Federal – 2014) Em relação à mensuração de passivos, provisões, tratamento contábil
aplicável aos impostos e contribuições e sistemas de custos, julgue os itens subsecutivos.

As provisões e os passivos contingentes devem ser reconhecidos e registrados pela contabilidade, uma vez
que, apesar de serem resultantes de eventos passados, constituem obrigações presentes, sendo provável a saída
de recursos a fim de liquidar a obrigação no futuro.
RESOLUÇÃO:
Opa! É verdade que as provisões devem ser reconhecidas e registradas pela contabilidade, haja vista
constituírem obrigações presentes. No entanto, os passivos contingentes podem advir de obrigações possível E
não devem ser reconhecidos em contas patrimoniais. No entanto, deverão ser registrados em contas de controle
do PCASP e divulgados em notas explicativas (MCASP, 8ª ed., pg. 257).
Item errado.
Gabarito: ERRADO

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Lista de questões
1. (Iades – AL/GO – 2019) Considerando o que dispõe a NBC TSP 01 – Receita de Transação sem
Contraprestação, suponha que uma entidade recebeu em transferência um ativo com a imposição de termos de
uso ao recebedor, ou seja, com a determinação de que o ativo deverá ser usado de maneira predeterminada.
Sabendo-se que as condições impostas sobre o ativo transferido foram descumpridas, a entidade recebedora
deverá:
A) apresentar um plano para atender às especificações sobre o ativo transferido.
B) devolver os benefícios econômicos futuros ou o potencial de serviços ao transferente.
C) pagar multa em valor equivalente ao descumprimento das obrigações.
D) pagar ao transferente o valor do ativo transferido corrigido monetariamente.
E) responder civilmente pela infração da restrição.

2. (FCC – Sead/AP – 2018) De acordo com a NBC TSP 01 - Receita de Transação sem Contraprestação, as
condições sobre ativos transferidos
A) são especificações que determinam que os benefícios econômicos futuros ou o potencial de serviços
incorporados no ativo devam ser consumidos pelo recebedor conforme especificado ou os benefícios
econômicos futuros ou potencial de serviços devam ser devolvidos ao transferente.
B) ocorrem quando a entidade pode utilizar ou se beneficiar do ativo em busca de seus objetivos e pode
excluir, ou regular, o acesso de outras partes aos benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços do
ativo.
C) são especificações que limitam ou direcionam os objetivos pelos quais o ativo possa ser utilizado, mas que
não especificam que benefícios econômicos ou potencial de serviços futuros do ativo devam ser devolvidos
ao transferente se não utilizados conforme especificado.
D) são benefícios econômicos ou potencial de serviços compulsoriamente pagos ou a pagar às entidades do
setor público, de acordo com a legislação ou outra regulamentação, estabelecidos para gerar receita para o
governo.
E) são benefícios econômicos ou potencial de serviços recebidos ou a receber pelas entidades do setor
público, conforme determinado por tribunal ou por outra entidade com capacidade impositiva legal, como
consequência de infração da legislação.

3. (FCC – SEAD/AP – 2018) De acordo com a NBC TSP 02, uma receita de transação com contraprestação de
um ente público estadual decorre

A) do recebimento de transferências constitucionais do governo federal.

B) da prestação de serviços especializados de saúde a preços praticados no mercado.

C) da ocorrência do fator gerador do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA.


D) do recebimento de multas de trânsito.

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E) do lançamento de multas sobre impostos de competência estadual.

4. (FCC – Sabesp – 2018) De acordo com a NBC TSP 01 − Receita de Transação sem Contraprestação, uma
receita de um ente público estadual que pode ser classificada como sem contraprestação é aquela decorrente

A) de uma operação de crédito por antecipação da receita orçamentária.


B) de um ingresso extraorçamentário.
C) do recebimento de doação em dinheiro, sem especificações a ela atrelada.
D) dos juros de uma aplicação financeira.
E) do aluguel de um imóvel a preço corrente de mercado.

5. (FCC – DPE/AM – 2018) Em um ente público, uma receita de transação sem contraprestação, de acordo com
as determinações da NBC TSP 01 − Receita de Transação sem Contraprestação, é aquela oriunda de:

A) operação de crédito de longo prazo.


B) operação de crédito por antecipação da receita orçamentária.
C) amortização de empréstimos concedidos.

D) serviços médicos prestados por preço que corresponde ao seu valor justo.
E) doação em dinheiro recebida sem condições a ela relacionadas.

6. (FCC – DPE/AM – 2018) De acordo com a NBC TSP 02 − Receita de Transação com Contraprestação, uma
das condições que deve ser satisfeita para que ocorra o reconhecimento da receita decorrente da venda de bens é
A) a entidade vendedora manter todos os riscos e benefícios significativos inerentes à propriedade dos bens
vendidos.
B) a entidade vendedora manter envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos em grau
normalmente associado ao efetivo controle de tais bens.
C) o valor da receita poder ser mensurado confiavelmente.
D) os benefícios econômicos ou potencial de serviços associados à transação corresponderem a um aumento
de passivo.
E) os custos incorridos na transação e os custos para concluir a transação corresponderem a um aumento de
ativo.

7. (FCC – SEAD/AP – 2018) Em 31/12/2017, o setor jurídico de uma entidade pública estadual julgou que existia
uma obrigação presente decorrente de riscos de um contrato de Parceria Público-Privada (PPP) e que a saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos ou potencial de serviços era provável para liquidar a obrigação.
Apesar de ser possível realizar uma estimativa confiável do valor da obrigação, nenhum passivo havia sido
reconhecido até 31/12/2017. De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, na entidade
pública, em 31/12/2017, deve haver
A) o desreconhecimento de uma provisão.

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B) o reconhecimento de um passivo contingente.
C) o reconhecimento de uma provisão.
D) a evidenciação de um passivo contingente.
E) a reversão de uma variação patrimonial diminutiva.

8. (FCC – SEAD/AP – 2018) Uma entidade pública estadual reclamou, na justiça, o direito de receber uma multa
pelo descumprimento de cláusulas de um contrato de prestação de serviços, citando a empresa contratada como
ré. Em 31/12/2017, o setor jurídico da entidade pública estadual julgou que a entrada de benefícios econômicos ou
potencial de serviços era provável, mas não certa. Anteriormente a 31/12/2017, o setor jurídico julgava que a
entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços não era provável de acontecer. De acordo com a NBC
TSP 03, em 31/12/2017,

A) o reconhecimento de um ativo contingente é obrigatório.


B) o reconhecimento de um passivo contingente é obrigatório.
C) o reconhecimento de uma provisão no ativo é obrigatório.
D) a divulgação sobre um ativo contingente deve ocorrer.
E) a divulgação sobre um passivo contingente deve ocorrer.

9. (FCC – Alese – 2018) Em 16/10/2017, um processo judicial foi instaurado contra determinada entidade
pública, sendo que o departamento jurídico da referida entidade classificou como provável a probabilidade de
saída de recursos para liquidar a obrigação, cujo valor de R$ 35.000,00 foi estimado confiavelmente nesta data.
Em 08/01/2018, houve a decisão judicial referente ao processo instaurado em 16/10/2017 e tal entidade pública
ficou obrigada a liquidar a obrigação em 05/02/2018 pelo valor total fixado em R$ 40.000,00. O valor estimado da
obrigação, em 08/01/2018, antes da decisão judicial, continuava em R$ 35.000,00. Assim, em 08/01/2018, ocorreu
uma variação patrimonial diminutiva no valor de, em reais,

A) 5.000,00, sendo que em 16/10/2017 uma provisão foi reconhecida.


B) 5.000,00, sendo que em 16/10/2017 um passivo contingente foi reconhecido.
C) 40.000,00, sendo que em 16/10/2017 uma provisão foi reconhecida.
D) 40.000,00, sendo que em 16/10/2017 um passivo contingente foi reconhecido.
E) 40.000,00, sendo que em 16/10/2017 um passivo permanente foi reconhecido.

10. (FCC – DPE/AM – 2018) Durante a elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, no primeiro
trimestre de 2016, um ente público verificou, em 17/03/2016, que havia sido citado como réu em um processo
judicial na área tributária. Nesta mesma data, o setor jurídico do ente público julgou que existia a obrigação e a
saída de recursos que incorporavam benefícios econômicos ou potencial de serviços era provável, contudo, não
era possível estimar com confiabilidade o valor da obrigação. Em 31/12/2016, o julgamento do setor jurídico sobre
o referido processo judicial continuava o mesmo. De acordo com a NBC TSP 03 − Provisões, Passivos Contingentes
e Ativos Contingentes, nas demonstrações contábeis referentes ao exercício financeiro de 2016, o ente público

A) evidenciou um passivo contingente em Notas Explicativas.


B) reconheceu uma provisão no Balanço Patrimonial.

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C) reconheceu uma variação patrimonial diminutiva na Demonstração das Variações Patrimoniais.
D) reconheceu um passivo contingente no Balanço Patrimonial.
E) evidenciou uma variação quantitativa na situação Patrimonial Líquida.

11. (FCC – TRE/PR – 2017) Sobre os ativos contingentes, a Norma Brasileira de Contabilidade − NBC TSP 03 −
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes determina que quando a
A) realização da receita é virtualmente certa, o ativo correspondente é um ativo contingente e seu
reconhecimento é adequado.
B) entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços é provável, mas não é certa, o ativo
correspondente deve ser reconhecido e a divulgação é necessária.
C) entrada de benefícios econômicos ou potencial de serviços é provável, mas não é certa, nenhum ativo
deve ser reconhecido e a divulgação não é necessária.
D) entrada de benefícios econômicos ou o potencial de serviços não é provável de acontecer, nenhum ativo
deve ser reconhecido, porém a divulgação é necessária.
E) entrada de benefícios econômicos ou o potencial de serviços não é provável de acontecer, nenhum ativo
deve ser reconhecido e a divulgação não é necessária.

12. (FCC – TRT 11ª Região (AM e RR) – 2017) Em 2016, uma entidade governamental ingressou uma ação
judicial reivindicando uma indenização no valor de R$ 1.500.000,00. Dessa forma, a contabilidade dessa entidade,
no final do exercício financeiro de 2016,
A) reconhecerá no Balanço Patrimonial um ativo contingente no valor de R$ 1.500.000,00.
B) registrará um passivo contingente no valor de R$ 1.500.000,00, se a entrada de recursos for considerada
provável.
C) registrará uma receita corrente realizada no valor de R$ 1.500.000,00, se a entrada de recursos for
considerada provável.
D) não fará nenhum tipo de registro, mesmo que a entrada de recursos seja certa.
E) poderá registrar a transação, em contas de controle do PCASP, quando a entrada de recursos for
considerada provável.

13. (Cespe – TRT 1ª Região – 2017) Determinado órgão da administração pública direta federal concedeu
suprimento de fundos a um servidor público, a fim de realizar gastos de pequena monta em serviços de reparos.
No encerramento do exercício, o servidor havia utilizado metade do montante concedido e, mesmo já encerrado
o prazo de aplicação dos recursos, não recolheu, por meio da guia de recolhimento da União (GRU), o valor não
utilizado.
Julgue o item a seguir, com referência a essa situação e a aspectos a ela relacionados.
No caso em questão, como existe uma obrigação possível por parte do servidor, resultante de eventos
passados, o órgão público deverá registrar um passivo contingente.

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14. (Cespe – TRF 1ª Região – 2017) Determinado órgão da administração pública direta federal concedeu
suprimento de fundos a um servidor público, a fim de realizar gastos de pequena monta em serviços de reparos.
No encerramento do exercício, o servidor havia utilizado metade do montante concedido e, mesmo já encerrado
o prazo de aplicação dos recursos, não recolheu, por meio da guia de recolhimento da União (GRU), o valor não
utilizado.

Julgue o item a seguir, com referência a essa situação e a aspectos a ela relacionados.

As provisões diferenciam-se dos passivos contingentes na medida em que, mesmo existindo incerteza
quanto ao seu valor, as provisões deverão ser reconhecidas como passivos na contabilidade aplicada ao setor
público.

15. (Cespe – SEDF – 2017) Em relação aos mecanismos contábeis para avaliação de ativos, passivos, impostos e
custos, julgue o item que se segue.

Órgão público que pretenda consignar recursos em seu orçamento para a eventualidade de condenação em
processos judiciais que ainda estejam em curso deverá registrar esses recursos como passivos contingentes.

16. (Cespe – TRT 8ª Região (AP e PA) – 2016) Com referência às determinações do MCASP, assinale a opção
correta acerca da mensuração de passivos, provisões e passivos contingentes.
A) O fato de o valor das provisões ser a melhor estimativa do desembolso exigido para se extinguir a
obrigação faz com que as provisões não sejam reavaliadas.
B) Se a saída de recursos para o pagamento da obrigação for improvável, a provisão deverá ser reclassificada
como passivo contingente.
C) Se puderem ser estimados confiavelmente, os passivos contingentes deverão ser reconhecidos em contas
patrimoniais.
D) Os passivos derivados de apropriações por competência, por já possuírem fato gerador, não devem ser
reconhecidos como provisões.
E) Por estarem relacionados a valores incertos, os ajustes de perdas estimadas são registrados como
provisões.

17. (Cespe – TRE/MT – 2015) Em relação aos critérios de mensuração de passivos, assinale a opção correta.
A) Os passivos contingentes devem ser reconhecidos em conta de variações patrimoniais diminutivas no
plano de contas aplicado ao setor público (PCASP).
B) As provisões se distinguem dos demais passivos porque independem da expectativa de saída de recursos.
C) Uma provisão não deve ser constituída caso sejam incertos o prazo ou o valor da obrigação.
D) A obrigação cujo valor não possa ser confiavelmente estimado será considerada um passivo contingente.
E) Para refletir a melhor estimativa corrente, as provisões devem ser reavaliadas mensalmente.

18. (Cespe – STJ – 2015) Julgue o item seguinte, acerca do tratamento contábil aplicável a impostos e
contribuições e a registro de provisões no setor público.

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As provisões devem ser reavaliadas e ajustadas na data de apresentação das demonstrações contábeis para
refletir a melhor estimativa corrente.

19. (Cespe – MPOG – 2015) Uma instituição pública federal adquiriu, em 2/1/2008, por R$ 77.000,00, um
software de gestão e mapeamento de riscos, cujo período de benefícios esperados era de seis anos, estimando-se
um valor residual de R$ 5.000,00. A instituição também adquiriu, na mesma data, dez computadores novos do tipo
desktop pelo valor total de R$ 10.000,00, com vida útil estimada em cinco anos e valor residual nulo, para utilização
nas atividades de administração da entidade. A respeito dessa situação hipotética e dos aspectos contábeis a ela
relacionados, julgue os itens a seguir.
Uma provisão deverá ser registrada no passivo quando existir obrigação resultante de eventos passados e
for provável a saída de recursos futuros, ainda que o seu valor seja incerto.

20. (Cespe – MPOG – 2015) A respeito do registro contábil das provisões e dos passivos contingentes a ser
efetuado no âmbito da UnB, julgue o item subsequente.
Como não atendem ao critério de reconhecimento de passivos, os passivos contingentes devem apenas ser
registrados em contas de controle e evidenciados em notas explicativas.

21. (UFBA – UFBA – 2014) Uma provisão deverá ser reconhecida sempre que houver uma obrigação presente
ou futura e seja provável a saída de recursos para liquidar a obrigação, desde que uma estimativa confiável do valor
de tal obrigação possa ser realizada.

22. (Cespe – Antaq – 2014) Com relação às variações patrimoniais e à mensuração de ativos e passivos, julgue
os itens a seguir.

Os passivos contingentes são periodicamente avaliados para se determinar se uma saída de recursos que
incorpora benefícios econômicos se tornou provável.

23. (Cespe – Polícia Federal – 2014) Em relação à mensuração de passivos, provisões, tratamento contábil
aplicável aos impostos e contribuições e sistemas de custos, julgue os itens subsecutivos.

As provisões e os passivos contingentes devem ser reconhecidos e registrados pela contabilidade, uma vez
que, apesar de serem resultantes de eventos passados, constituem obrigações presentes, sendo provável a saída
de recursos a fim de liquidar a obrigação no futuro.

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Gabarito
1. Letra B 13. Errado
2. Letra A 14. Certo
3. Letra B 15. Certo
4. Letra C 16. Letra D
5. Letra E 17. Letra D
6. Letra C 18. Certo
7. Letra C 19. Certo
8. Letra D 20. Certo
9. Letra A 21. Errado
10. Letra A 22. Certo
11. Letra E 23. Errado
12. Letra E

Reflexão

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RESUMO DIRECIONADO
Passivo
Conceito

Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na saída de
recursos da entidade.
Exemplos de passivo: fornecedores a pagar, salários a pagar, provisões de ações trabalhistas.

Reconhecimento e Desreconhecimento do Passivo

Agora veremos o que tem que ser registrado como passivo e quando. Um passivo deve ser reconhecido
quando:

a) Satisfizer a definição de passivo; e


b) Puder ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas, levando em consideração
as restrições sobre a informação contábil.

Bases de Mensuração

Observável Específica
Base de Entrada
Descrição ou não no ou não à
mensuração ou saída
mercado entidade

Importância recebida para se assumir uma obrigação, a Específica


qual corresponde ao caixa ou equivalentes de caixa, ou ao Geralmente
Custo histórico Entrada para a
valor de outra importância recebida à época na qual a observável
entidade incorreu no passivo. entidade

Custo de Custos nos quais a entidade incorre no cumprimento das Específica


Entrada* Não
cumprimento da obrigações representadas pelo passivo, assumindo que o para a
Saída* observável
obrigação faz da maneira menos onerosa. entidade

Valor de mercado Não


(quando o Entrada específica
mercado é Observável
e saída para a
aberto, ativo e Montante pelo qual um passivo pode ser liquidado entre
organizado) unidade
partes cientes e interessadas em transação sob condições
normais de mercado. Depende da Depende da
Valor de mercado
Saída técnica de técnica de
(em mercado
atribuição atribuição
inativo)
de valor de valor

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Montante que corresponde à baixa imediata da obrigação.


Montante que o credor aceita no cumprimento da sua
demanda, ou que terceiros cobrariam para aceitar a Específica
Custo de transferência do passivo do devedor. Saída Observável para a
liberação
Termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao entidade
mesmo conceito de preço líquido de venda utilizado no
contexto dos ativos.
Montante que a entidade racionalmente aceitaria na
troca pela assunção do passivo existente. Específica
Preço presumido Entrada Observável para a
Termo utilizado no contexto dos passivos para se referir ao entidade
mesmo conceito do custo de reposição para os ativos.

Obrigações

Em geral, a conversão da obrigação, quando ela estiver em moeda


Atenção !! estrangeira, é feita à taxa de câmbio vigente na data das demonstrações
contábeis.

Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes


Provisões

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Na contabilidade pública, o termo provisão não deve remeter a elementos do


ativo, como ajuste para perdas de recebíveis, por exemplo, os ajustes para
perdas com investimentos e para créditos de liquidação duvidosa, inclusive o
Atenção !! ajuste para créditos de dívida ativa.
No PCASP, tais ajustes são reconhecidos como contas redutoras do ativo.
Assim, provisão ➔ conta do passivo e
Contas que contêm o termo “ajuste” ➔ conta do ativo

Passivos contingentes

Os passivos contingentes não devem ser reconhecidos em contas


patrimoniais.
No entanto, deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e
Atenção !! divulgados em notas explicativas.
A divulgação só é dispensada nos casos em que a saída de recursos for
considerada remota.

Os passivos contingentes devem ser periodicamente avaliados para


determinar se uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos
Mais ou potencial de serviços se tornou provável.

Atenção !! Caso a saída se torne provável, uma provisão deverá ser reconhecida nas
demonstrações contábeis do período em que ocorreu a mudança na
probabilidade.

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Ativos contingentes

Os ativos contingentes não devem ser reconhecidos em contas patrimoniais,


uma vez que podem resultar no reconhecimento de receitas que nunca virão
a ser realizadas.
Atenção !! No entanto, quando uma entrada de recursos for considerada provável, eles
deverão ser registrados em contas de controle do PCASP e divulgados em
notas explicativas.

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Custos de Empréstimos
Custos de empréstimos são os juros e outros custos em que a entidade incorre relacionados com o
empréstimo de recursos. Esses custos podem incluir:
f) Juros de empréstimos obtidos em curto e longo prazos e de saldo bancário a descoberto;
g) Amortização de descontos ou prêmios relacionados com empréstimos obtidos;
h) Amortização de custos adicionais relacionados com empréstimos obtidos;
i) Encargos financeiros relativos a arrendamentos mercantis financeiros e contratos de concessão de
serviços públicos;
j) Variações cambiais decorrentes de empréstimos em moeda estrangeira, na extensão em que elas
sejam consideradas como ajuste do custo dos juros.

Ativo qualificável é o ativo que, necessariamente, leva um período substancial para ficar pronto para
seu uso ou venda pretendidos. Como exemplo, temos edifícios comerciais, hospitais, ativos de
infraestrutura (rodovias, pontes, usinas de geração de energia elétrica) e estoques que exijam um
considerável período para alcançarem a condição de estarem prontos para uso ou venda.
Outros investimentos e ativos que são produzidos repetidamente durante curto período não são ativos
qualificáveis. Além disso, ativos que estão prontos para os seus devidos usos ou venda quando adquiridos
também não são considerados ativos qualificáveis.

Receita de Transação sem Contraprestação


Transação sem contraprestação: em geral, é aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços ou tem
passivos extintos e em contrapartida entrega valor irrisório ou nenhum valor em troca. Considera-se,
ainda, como transação sem contraprestação, a situação em que a entidade fornece diretamente alguma
compensação em troca de recursos recebidos, mas tal compensação não se aproxima do valor justo dos
recursos recebidos.

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Receita de Transação com Contraprestação


Transação com contraprestação: É aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços ou tem passivos
extintos e entrega valor aproximadamente igual em troca, prioritariamente sob a forma de dinheiro, bens,
serviços ou uso de ativos.

As VPA oriundas de transações com contraprestação devem ser mensuradas pelo valor justo da
contraprestação recebida ou a receber, considerando os eventuais descontos comerciais e/ou
bonificações concedidos pela entidade.

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