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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO MÉDIO DE ECONOMIA DE LUANDA

ÁREA DE FORMAÇÃO: ADMINISTRAÇAO E SERVIÇOS

CURÇO: GESTÃO EMPRESARIAL

PROVA DE APTIDÃO PROFICIONAL

TEMA: GESTÃO DE STOCKS

ESTUDO DE CASO: TOYOTA DE ANGOLA

Grupo Nº 4

Turma: B N

Classe:13ª

Turno: Noite

TUTOR
________________________________
José Rodriguês

LUANDA, 2021/ 2022


REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO MÉDIO DE ECONOMIA DE LUANDA

ÁREA DE FORMAÇÃO: ADMINISTRAÇAO E SERVIÇOS

CURÇO: GESTÃO EMPRESARIAL

PROVA DE APTIDÃO PROFICIONAL

TEMA: GESTÃO DE STOCKS

ESTUDO DE CASO: TOYOTA DE ANGOLA

Grupo Nº 4

Turma: B N

Classe:13ª

Turno: Noite

TUTOR
________________________________
José Rodriguês

LUANDA, 2021/ 2022


FOLHA DE ROSTO

Nome: Ricardo Secula Sassuca

Nº 29

Nº do processo: 32723

Função: coordenador

Email: ricardosecula@gmail.com

Nome: Rosa Macedo Baleia

Nº 30

Nº de processo: 32757

Função: Coordenadora adjunta

Email: rosananirosa@gmail.com

Nome: Fanilsa Antonio Bernaerdo

Nº 11

Nº de processo: 33017

Função: redator

Email: fanilzabernardo@gmail.com

Nome: Maria Emília Pascoal

Nº 22

Nº de processo: 32552

Função: vogal

Email: milapascaol346@gmail.com

Nome: Tania Milena Mata Freita

Nº 34

Nº de processo: 32663
ÍNDICE

Epígrafe………………………………………..………………………………………………………………I

Dedicatória……………………………………………………………………………………………………II

Agradecimento………………………………………………………………………………………………III

Siglas – Abreviaturas……………………………………………………………………………………….IV

Lista de Tabelas………………………………………………………………………………………….….V

Lista de Figuras……………………………………………………………………………………………..VI

Lista de Esquema……………………………………………………………………………….………….VII

Lista de gráfico…………………………………………………………………………………………….VIII

Resumo………………………………………………………………………………………………...…….IX

Abstract…………………………………………………………………………………………………...…..X

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………………………….…1

ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO……………...………………………………………………………..2

Delimitação do Tema…………….………………………………………………………………………….2

Justificação do Tema…………………………..……………………………………………………………2

Problema de Pesquisa…………………...………………………………………………………………….2

Hipóteses………………...……………………………………………………………………...……………2

OBJECTIVOS DE ESTUDOS………………………………………………………………………………3

Objctivos geral………………………………………………………………………….…………………….3

Objectivos específicos……………………………………………………………………………………….3

METODOLOGIA……………………………………….…………………………………………………….4

CAPÍTULO 1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO TEMA

1.1 Conceito de
stock................................................................. .......................................................5

1.1.1. Característica de Stock................................................ ………………………….......................5

1.2. Conceito de Gestão de Stock....................................................................................................6

1.2.1. Objectivos da gestão de


Stock................................................................................................6

1.2.2. Característica de Gestão de Stock.........................................................................................6

1.3. Tipos de Stock...........................................................................................................................7


1.4. Importância da Gestão de Stock................................................................................................7

1.5. Funções Da gestão Stocks na Empresa e Sua


Importância......................................................7

1.6. Classificação de Stock...............................................................................................................8

1.7. Vantagens e inconvenientes dos Stocks na Empresa ..............................................................8

1.8. As Três grandes áreas da gestão de Stocks e sua influência na empresa ..............................9

1.8.1. Gestão Material de Stock ..................................................... .................................................9

1.8.2. Gestão Administrativa de Stock .............................................................................................9

1.8.3. Gestão económica ou comercial de Stock.................................... .......... …………....…..…10

1.9. O Método ABC como ferramenta de utilização técnica de controlo dos Stocks,………......….10

1.9.1. Origem do Método ABC........................................................................................................11

1.9.2. Estrutura geral do método ABC.............................................................................................11

1.10. Método de custeio de controle de entrada e saída dos Stocks no armazém….. ……..…….13

1.10.1. CUMP – Custo Médio Ponderado.......................................................................................13

1.10.2. FIFO- First In. First Out.............................................................................. ........................14

1.10.3. LIFO – Last in First Out.......................................................................................................15

1.11. Modelos de gestão de stock..................................................................................................15

1.12. Sistema de planejamento de gestão de


Stock……................................................................18

1.12.1. Tipos de sistemas de planejamento de Gestão de Stock...................................................18

1.13. Fluxo de custo de capital de Stock........................................................................................10

1.14. Custos com manutenção de Stock.........................................................................................22

1.15.Aprovisionamento....................................................................................................................22

1.15.1. Definição, importância e suas competências…..................................................................22

1.15.2. O Aprovisionamento e seus serviços de abastecimento na empresa................................22

1.15.3. O Aprovisionamento e suas áreas de


atividade..................................................................23

1.16. Logística.................................................................................................................................24

CAPITULO 2 ESTUDO – ESTUDO DE CASO

2.1 . EMPRESA – TOYOTA DE ANGOLA


2.1.2. Organograma da empresa toyota de angola……………………………………………………25

2.1.3. objetivo da empresa………………………………………………………………………………...26


2.1.4. Missão, Visão e Valores da Empresa…………………………………………………………….27

2.2.1 Organização e gestão de stock na empresa Toyota…………….………………………………28

2.2.2 Representação da curva ABC na empresa Toyota……….…………………………………….29

2.2.3. Grafico da curva ABC………………………………………………………………………………30

2.2.4. Interpretação da curva ABC……………………………………………….………………………31

.2.2.5. Resultados…………………………………………………………………………………..………32

Considerações finais ………………………......................................................................................33

Conclusão……………………………………………………………………………………………….…34

Bibliografia………………………………………………………………………………………………… 35

Anexos……………………………………………………………………………………………………36
EPÍGRAFE

Tenha total controlo sobre os artigos rececionados e expedientes

Garanta uma inventariação correta de todos os artigos em armazém, contrate todos os


circuitos de entrada e saída de mercadoria e assegura o cumprimento de todos os prazos de
entrega de encomenda.

I
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a todos que estiveram ao nosso lado desde o início e que nos
auxiliaram sempre para que, mesmo com todas as dificuldades, nunca desviássemos do nosso
caminho.

Dedicamos de forma calorosa à Instituição em geral, de forma particular à Coordenação do


curso de Gestão Empresarial, a todos os professores que de forma direta ou indirecta estiveram
envolvidos na nossa formação durante esses 4 anos de percurso académico.

II
AGRADECIMENTO

Esse relatório representa a faze inicial de um longo percurso preenchido por bons e maus
momentos. Claro que não conseguiremos chegar até lá sozinhos, portanto gostaríamos de
agradecer a todas as pessoas que nos apáiam nessa etapa.

Em primeiro lugar queremos agradecer aos nossos familiares por todo o apoio e incentivo
ao longo desse percurso.

Aos nossos amigos que nos acompanham e apoiam nos nessa caminhada.

Estamos igualmente agradecidos ao professor José Rodrigues, pelas orientações, criticas


e sugestões imprescindíveis na elaboração deste trabalho.

Estamos igualmente agradecidos, elogiados uns aos outros, por fazermos parte desse
grupo composto por 5 elementos de caracter imprescindíveis.

III
Lista de Graficos

 Curva em dentes de serra


 Stock máximo
 Stock médio

III
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo mostrar a importância que a Gestão económica de
Stock tem no processo de redução de custo, por via da implementação de um modelo. E para isso
far-se-á um estudo de caso numa empresa inserida no ramo de vendas de automóveis –
TOYOTA.

A metodologia adotada para alcançar os objetivos propostos passou pela pesquisa


bibliográfica, recolha de dados e de informação relevante junto da empresa e tratamento dos
dados numa folha de Excel.

O modelo de gestão de Stock a ser implementado depende essencialmente da


componente procura, onde que para uma empresa com procura constante utiliza-se os modelos
determinísticos e para uma com procura aleatória utiliza-se os modelos estocásticos (Nível de
Encomenda e Revisão Cíclica). Nos modelos determinísticos temos 4 modelos diferenciados pela
forma de reposição e a admissibilidade da procura.

Com as informações recolhidas junto da empresa em estudo escolhemos implementar o


modelo de reposição não instantânea com rutura não permitida e obtivemos a otimização do
Stock com níveis reduzidos de produção e consequentemente houve uma diminuição do custo.
Com resultados obtiveram-se ainda valores da Quantidade Ótima a ser Produzida, do Stock
Máximo e do Custo Total Ótimo por unidade de tempo.

Devido a diversidade de produtos propomos à empresa a utilização da análise ABC para


classificar os produtos reagrupando-os em classes A, B e C, conforme o peso no consumo de
Stock.
Palavras-Chave: Gestão Económica de Stock, Procura, Modelo Determinísticos, Analise ABC.

IX
Gestão de Stock 2021/2022

INTRODUÇÃO

Justificativa e importância.

Atualmente, as empresas tendem a procurar maior competitividade no mercado através de


ações que permitam diferenciá-las de seus concorrentes como é o caso da adoção de políticas de
redução de custos. Isso porque, segundo MENDES (2008) citando BALLOU (1992), o controlo de
Stocks é a parte vital do composto logístico, pois estes podem absorver entre 25% e 40% dos
custos totais e, de acordo com COURTOIS et al. (2006), representar 25% a 35% do capital
imobilizado da empresa. Portanto, é importante a correta compreensão do seu papel na logística e
de como devem ser bem geridos.

E de entre todas as atividades da logística, a gestão de Stock é a que maior contribui para
uma melhoria estratégica através da redução de custos. E a manutenção de um Stock torna-se
necessária pois, não se consegue providenciar a encomenda aos clientes na quantidade certa e
na hora certa, devido a sazonalidade da produção e/ou de certos produtos, devido a variabilidade
dos preços, entre outros motivos.

Daí que um planeamento inadequado das necessidades do consumo das empresas pode
originar problemas de rutura ou excesso de Stock. E as ruturas de Stock provocam a falta de
entrega dos produtos encomendados, o não cumprimento das datas de entrega previstas e o mau
aproveitamento do volume reservado nos transportes das encomendas e posterior insatisfação do
cliente.
Portanto:

“Uma gestão eficaz dos Stock permite equilibrar as quantidades em Stock, tentando obter
o máximo de vantagens e conseguir evitar a rutura, assim como, recuperar rapidamente o capital
empatado, evitar quebras e monos e satisfazer os clientes” (CARVALHO & DIAS, 2004).

Em suma, é importante estudar e analisar de forma detalhada os procedimentos e técnicas


utilizados no processo de fornecimento, pois muitas empresas tendem a cometer muitos erros nos
seus processos. Por isso é necessário um estudo que mostre como uma boa política de Stock
pode ser um fator influente na redução dos custos bem como na simplificação dos processos.

É neste sentido que surge o problema de planeamento e gestão de Stock, bem como a
necessidade de abordar e mostrar a importância em escolher e adequar a melhor política de
Stock, utilizar as melhores ferramentas e assim determinar a quantidade económica em Stock que
minimiza o custo total e assegura o fornecimento atempado aos clientes sem que haja rutura.

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Gestão de Stock 2021/2022

2 Objetivo do trabalho

Como manter um nível adequado de Stock sem colocar em risco a operacionalidade do


processo de fornecimento de Output numa empresa? Será a Gestão de Stock uma forma eficaz
para reduzir custos? Será que a empresa aplica o melhor modelo na gestão do seu Stock? Essas
são algumas das questões que servirão de base para o desenvolvimento deste trabalho.

Atendendo as questões acima levantadas, o trabalho terá como objetivo geral verificar se o
modelo de gestão de Stock existente na empresa é o que melhor que se adequa a sua realidade e
caso não for sugerir outro.

Assim, como objetivo específico temos:


 Compreender e sintetizar as ferramentas de gestão de Stocks existentes;

 Analisar os métodos de gestão de Stocks utilizados na empresa em observação para, a partir


daí, perceber as vantagens e desvantagens existentes e verificar qual a melhor opção;

 Propor ferramentas que ajudam os gestores na tomada de decisão.

1.3 Metodologia
O método científico a ser utilizado no estudo será o qualitativo, pois o estudo será feito
num ambiente natural e o investigador será o principal instrumento de coleta de dados. O método
de abordagem será o indutivo (constatações particulares para o geral) e o de procedimento será o
de observação direta e o monográfico (estudo de uma unidade em particular).
O trabalho será elaborado recorrendo a uma pesquisa científica e os métodos a serem utilizados
variam de acordo com várias classificações de diversos autores.

De acordo com KAUARK et al. (2010) e PRODANOV & FREITAS (2013), quanto a sua
natureza a pesquisa será do tipo aplicada, pois terá como objetivo gerar conhecimentos para a
aplicação prática e resolução de problemas. Quanto ao método de abordagem a pesquisa será do
tipo qualitativa, como já foi acima referido. Quanto aos objetivos da pesquisa será classificada
como do tipo exploratória, pois numa primeira fase terá como objetivo reunir informações sobre o
assunto na perspetiva de diversos autores para a definição de objetivos e metas. Também a
pesquisa será classificada como do tipo descritiva, pois, numa segunda fase terá como objetivo a
descrição dos processos de fornecimento e características da empresa em estudo.

Segundo os mesmos autores, do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa


será classificada como sendo do tipo: bibliográfica, uma vez que será feito um levantamento de
toda a bibliografia de diversos autores que abordam o assunto; Documental (análise de
documentos que não foram tratados analiticamente).

A pesquisa será classificada ainda como sendo um Estudo de caso/Monográfico, pois de


acordo com GIL (2008) esse tipo de pesquisa está voltado para estudos de aplicação imediata de
conhecimentos teóricas, numa unidade particular. E nesse caso o estudo será aplicado numa
empresa industrial tendo como períodos de referência os anos de 2011,2012 e 2013.

“Os instrumentos de coletas de dados e as técnicas de pesquisa podem ser diferenciados


e variam a depender do tipo de pesquisa, dos sujeitos da pesquisa, da intenção da investigação.”
(KAUARK et al, 2010)

Para a recolha dos dados recorrer-se-á a técnicas como entrevista semiestruturada e/ou
informal, observações diretas e análise documental
.

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Gestão de Stock 2021/2022

Os dados a serem utilizados serão dados primários e secundários, pois os primários são
os recolhidos diretamente através de entrevista e observação e os secundários resultam da
análise documental (VILELAS, 2009).

Também será utilizada a ferramenta de Excel para a simulação de aplicação prática de


alguns modelos matemáticos.

● Estrutura do trabalho

O trabalho será apresentado em 2 Capítulos. No primeiro capítulo justificamos a escolha


do tema de trabalho, enfatizamos a sua importância numa empresa e descrevemos a metodologia
adotada neste estudo.

No segundo capítulo abordamos os conceitos teóricos do tema, de forma clara e sucinta.


Isto é, abordamos os tipos de Stock existentes, as suas classificações, vantagens e criticas, a
procura, os modelos de Gestão de Stock, entre outros conceitos importantes.

No terceiro capítulo abordamos o caso em estudo, onde descrevemos a empresa em


questão, simulamos uma aplicação prática do modelo proposto e analisamos os resultados
obtidos. Ainda no quarto capítulo, é feito um balanço final do trabalho e são sugeridas algumas
propostas de melhorias para a empresa, bem como propostas de trabalhos futuros para os
colegas.

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Gestão de Stock 2021/2022

1.1 Conceito de stock

É o conjunto de materiais consumíveis ou de produtos ou de mercadorias acumulados, à


espera de uma utilização posterior, mais ou menos próxima, e que permite assegurar o
fornecimento aos utilizadores quando necessário. São os elementos patrimoniais classificados e
valorizados em existências.

De acordo com ZERMATI (2000), Stock é uma provisão de produtos destinados ao consumo.

Os produtos podem ser:

• Matérias-primas: são usados no fabrico;

• Mercadorias: produtos comprados com intuito de revenda;

• Matérias consumíveis: são usados direta ou indiretamente no processo de fabrico;

• Produtos acabados: são os fabricados para venda;

• Embalagens;

• Resíduos: são provenientes da produção ou de aproveitamentos.

Ainda segundo o mesmo autor, o consumo pode ser entendido sobre diversos pontos de
vista. Para o comerciante o produto é consumido quando é vendido, enquanto que para o
consumidor final só o é quando é utilizado. Também CABRAL (2004) nos diz que do ponto de
vista do gestor de Stock o ato do consumo ocorre a partir do momento que o produto sai do Stock.

1.1.1 Características de Stock

Segundo GONÇALVES (1997) citado por SOUTINHO (2009), de uma forma geral os
Stocks podem ser distinguidos em cinco grandes categorias:
• Em Curso de Fabrico: estão a ser fabricados;

• De Lote de Fabrico: estão a ser fabricados em lotes;

• Sazonais: usados para fazer face as variações da procura;

• De Segurança: são utilizados para proteger o sistema face à incerteza que existe relativamente à
procura futura, ou seja, protegem o sistema dos custos associados aos erros de previsão da
procura;

• Outros Stocks.

Já o IEFP (2004), nos diz que numa empresa industrial o Stock pode ser classificado
quanto a forma de utilização no processo produtivo, a saber:

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Gestão de Stock 2021/2022

• Matérias-primas - são diversos tipos de materiais usados no processo de fabrico e que servirão
para a obtenção do produto final;

• Componentes - Materiais ou partes elementares que já não sofrem qualquer transformação na


empresa e se destinam a ser incorporados nos produtos acabados;

• Produção “em curso” - Produtos que não atingiram a fase final de fabrico;

• Semiacabados - Partes de produtos que já sofreram operações de transformação e que


aguardam a fase de montagem;

• Produtos acabados – são os produtos finais que se encontram para venda, para distribuição ou
armazenagem. Baseado na sua utilidade, os stocks podem ainda ser colocados numa destas
categorias;

• Subprodutos - Produtos resultantes do processo de transformação, mas que não são


incorporados no produto acabado. Normalmente são vendidos a baixo preço;

• Materiais subsidiários - Materiais necessários à produção, mas, que não são incorporados nos
produtos acabados;

• Materiais de embalagem - Materiais necessários ao acondicionamento, agrupamento e


transporte de produtos e componentes.

Geralmente, os Stocks são de natureza regular ou cíclica e de segurança onde o Stock de


segurança será um extra sobre o regular (SANTOS, 2009).

Stock Regular
O Stock regular refere-se à quantidade necessária para o consumo entre as várias entregas do
fornecedor. É um tipo de Stock que depende dos lotes de produção, das quantidades ótimas de
encomenda, limitação de espaço de armazenamento, “lead time” de produção, descontos de
quantidade e por fim custos de manutenção, armazenamento e posse.

Stock de segurança
Este tipo Stock é usado para combater a variabilidade da procura e do “Lead-Time”.

Assim, segundo ROLDÃO (2002):

“A função do Stock de segurança é, pois, assegurar uma proteção contra a variação dos
prazos de entregar e dos consumos, através da criação de um patamar abaixo do qual o Stock só
deverá baixar em casos excecionais minimizando assim o perigo de rutura.”

Quer isto dizer, que esse tipo de Stock visa prevenir as oscilações do consumo quando há
sobrecargas de produção e também eventuais atrasos nas entregas de material pelos
fornecedores. Logo vai depender do padrão da procura conjugada com o prazo de entrega.

MENDES (2008) enfatiza que, nos vários tipos de Stocks já mencionados, ainda podemos
ter:

Stock normal é o conjunto de todos os artigos consumidos regularmente, dividindo-se em


Stock ativo e Stock de reserva.

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Stock ativo corresponde normalmente aos artigos que são retirados para satisfação
imediata das necessidades da produção.

Stock de reserva é constituído pelas existências do Stock normal que não têm espaço no
local destinado ao Stock ativo.

Stock máximo e mínimo: verificam-se quando as quantidades armazenadas atingem o seu valor
respectivo.

Stock médio é o valor num determinado período de tempo.

Stock em trânsito é quando o produto entra em armazém por um período de tempo muito
limitado.

Stock de recuperados, é constituído por artigos que foram devolvidos ao armazém por
não se encontrarem em boas condições de utilização e, entretanto, são tornados aptos para a sua
utilização

Stock global é toda a existência física de um determinado artigo num dado momento,
sendo igual à soma do Stock normal com o de proteção e o afetado.

Stock de proteção é uma parte do Stock global destinado a tentar prevenir ruturas de
material, devido a eventuais excessos de consumo em relação aos previstos, aumento de prazos
de entrega em relação aos estabelecidos, rejeição de material na sua receção, faltas, roubos ou
deterioração de material.

afetado é uma parte do Stock global que se encontra destinado para fins específicos e é
reservado e retirado do Stock normal.

Os Stocks podem ter várias classificações e ser de diversas naturezas, porém, muito das
vezes são considerados imprevistos ou deliberados. Para COURTOIS et al. (2006), a origem dos
Stocks imprevistos poderá estar nos erros na previsão da procura, no excesso de produção ou na
produção por lotes. Enquanto que a origem dos Stocks deliberados poderá ser devido a
produções antecipadas (para prevenir das flutuações da procura, ou pelo facto da distância entre
a encomenda e a produção ser longa), aos Stocks de segurança para compensar situações de
avarias das máquinas ou produtos com defeitos.

1.2 Conceito de Gestão de Stock

É a monitorização de todo e qualquer item armazenado, de forma a garantir que nada falta
para a produção e/ou execução dos serviços, bem como o controle de vendas da empresa. Neste
processo, é importante que não haja excesso ou a falta de stock. Caso contrário, é tempo e
dinheiro desperdiçados.

A gestão de stock representa ainda a capacidade de organização de uma determinada


empresa, face ao controlo dos produtos para satisfazer a procura. Supervisionar o fluxo das
vendas faz
parte dessa gestão, desde o processo de entrada, até o momento da sua saída (compra, venda
ou utilização). O gestor de stock também precisa de garantir as melhores condições de
negociação e logística. Estar atento à gestão de fornecedores e informar-se das
entregas é essencial, tal como estar atento às possíveis perdas (vencimento, por exemplo), para
evitar prejuízos.

Gestã o Empresarial Pá gina 6


Gestão de Stock 2021/2022

No entanto, há quem critica a constituição de Stock e de acordo com SANTOS (2009), o


fazem com 3 argumentos:
• Os Stocks absorvem muito capital que poderia estar num banco a render juros e ainda apesar de
armazenarem valor não contribuam diretamente com valor para o produto da empresa;

• Os Stocks podem esconder problemas de qualidade. Quando surgem esses problemas deve-se
reduzir o Stock existente mesmo que o processo de correção seja lento;

• Constituir Stock pode ser considerado uma atitude isoladora na gestão da cadeia de valor da
empresa como um todo.

Embora haja quem não apoia a constituição do Stock existem autores que defendem que
mesmo com todos os inconvenientes, os Stocks são úteis e prestam serviços (ZERMATI, 2000),
pois a sua criação pode trazer vantagens bem como desvantagens para a empresa.

MENDES (2008) também defende essa mesma ideia e diz-nos que ao constituir um Stock
podemos garantir uma maior disponibilidade de componentes necessários para a produção,
reduzir os custos de transporte através de maiores quantidades, proteger a empresa de incertezas
da procura e no tempo de abastecimento, servir como proteção contra o aumento dos preços,
facilitar na obtenção de descontos para grandes quantidades. Entretanto as desvantagens
também estão presentes na criação de Stocks uma vez que requere um maior controlo na
manutenção, os custos são elevados, não acrescenta diretamente valor, pode esconder
problemas de produção, absorve muito capital da empresa, há possibilidade de ampliação do
espaço de armazenamento, e diversos produtos em armazém podem-se tornar obsoletos.

A gestão de Stocks para além da gestão económica e da gestão administrativa das


existências inclui, ainda, a gestão material dos Stocks.

1.2.1 Objetivos da Gestão de Stock

Pelo facto de existirem Stock, surge uma necessidade de uma gestão adequada à
realidade da empresa para que possa haver um bom planeamento das operações dentro da
cadeia de fornecimento.

A gestão de stock é o principal critério de avaliação de eficiência do sistema de


administração de materiais. A gestão de stock abrange uma serie das atividades que vão desde a
programação e planejamento das necessidades de materiais em stock até ao controle das
quantidades adquiridas, com intenção de medir a sua localização, movimentação, utilização e
armazenagem desses stocks de modo a responder com regularidade aos clientes em relação a
preços, quantidades e prazos.

Dentre os vários objetivos da gestão de stock, temos os seguintes:


 Eliminar stocks de matérias defeituosos, inoperacionais ou em excesso;
 Manter a disposição dos utilizadores os artigos de material quando ocorrer a procura
 Garantir o abastecimento constante das matérias necessárias a empresa, pelo conhecimento
dos dados necessários para previsões de procura.
 Providenciar a reposição a um custo mínimo de aquisição e posse e controlar e conhecer os
níveis de stocks existentes.
 Manter o investimento em stock no nível econômico possível, considerado as capacidades de
armazenamento e as capacidades financeiras.

Gestã o Empresarial Pá gina 7


Gestão de Stock 2021/2022

Os objetivos da gestão de stocks envolvem também a determinação de três decisões principais:

 Quanto encomendar;
 Quando encomendar;
 Quantidade de stock de segurança que se deve manter para que cada artigo assegure um nível
de serviço satisfatório para o cliente.

Então, a gestão económica do Stock compreende a aplicação de um conjunto de


princípios, regras de decisão e metodologia que permitem manter existências económicas (IEFP,
2004). E está relacionada com a determinação de três pontos essenciais: quanto encomendar,
quando encomendar e a quantidade de Stock de segurança que deve estar armazenada para que
se possa garantir a entrega ao cliente, caso existam flutuações da procura.

Se considerarmos as críticas feitas a constituição de Stock ou o “investimento não


produtivo” que representam (COURTOIS et al, 2006), compreendemos ser fundamental tentar
reduzi-los de tal modo que não haja nem ruturas nem atrasos na entrega. A redução do Stock
passa por uma sequência de ações ao nível do processo produtivo, pelo que a diminuição do
Stock está sempre associada a uma redução no prazo de produção.

1.2.2 Características de Gestão de Stock

As Características de gestão Stock mais relevantes são os que diretamente afetam os critérios
de gestão,

1.3 Tipos de StocK

Existem diversos tipos de Stocks, tendo como principal ponto diferenciador a existência ou não
de aleatoriedade da procura, que são:

 Matéria-prima;
 Componentes;
 Produtos em via de fabrico;
 Produtos acabados;
 Stock em lotes;
 Stock de segurança;
 Stock sazonal.
 Stock em trânsito;
 Stock de desacoplamento;
 Stock parado ou congestionado.

1.4 Importancia da gestão de stock

A gestão de stock é um aspeto essencial para gerir uma empresa de modo eficiente. Perceber
os produtos que há, em que quantidades e em que lugares e a altura em que este entram e saem
simplifica algumas tarefas dentro da empresa e ajuda a evitar problemas, como falta e/ou excesso
de stock.

Gestã o Empresarial Pá gina 8


Gestão de Stock 2021/2022

O ideal é manter o fluxo de entrada quase que idêntico ao fluxo de saída para evitar tanto a
falta de stock como o excesso. Tendo em conta a variedade de fatores que podem influenciar a
tomada de decisões, o responsável pela gestão de stock estudar e conhecer o mercado em que
está inserido.

Nas empresas modernas, a gestão de stock assume cada vez mais um papel de extrema
importância para a maximização dos resultados líquidos, Cada vez mais é fundamental que as
empresas façam uma gestão de stock equilibrada, reduzindo ao máximo o stock sem por em risco
a sua operacionalidade e logística para o efeito é importante para as decisões a informação exata
dos produtos certos, na qualidade e quantidade certa e ao menor preço, estejam ao lugar certo e
no momento certo. A informação precisa dos stocks, da sua valorização dos preços de custo,
stock mínimo e máximo, ponto de encomenda e a informação exata dos fornecedores, permite
que se possa decidir no tempo certo e de forma mais correta.

Para obter esse tipo de informação, as empresa modernas recorrem a solução gestão
completa, parametrizadas de acordo com as suas necessidades especificas e implementada de
acordo com as regras do negócio. A escolha de uma ferramenta de gestão de stock integrada
num sistema de gestão comercial (ERP) mais vasto, permite a análise constante da informação de
apoio á decisão gerada pelos vários utilizadores em qualquer parte da empresa

1.5 A função da gestão de stock na empresa e a sua função

Segundo Dias (2006) a meta de qualquer empresa é, sem dúvida, é maximizar o lucro sobre o
capital investido na fábrica, equipamentos e Stock. Para obter um lucro máximo a empresa deve
evitar que esse capital investido fique inativo. O Stock tem a função de ser o combustível para que
a empresa expanda e tenha uma produção capaz de atender todos seus clientes e compromissos.

De acordo com Ballou (2006), estoques funcionam como agentes amortecedores entre o
suprimento e as necessidades de produção de qualquer empresa. Beneficiam os sistemas
produtivos por vários motivos como:
melhoram o nível de serviço; incentivam economias na produção; possibilitam economias de
escala nas compras e no transporte; funcionam como
proteção no aumento dos preços e protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de
ressuprimento. No entanto é de suma importância que estes amortecedores, quando utilizados
seja determinado critérios para que não se eleve demais o custo total do Stock.

Gestão de stock consiste em realizar a gestão de mercadorias de uma empresa. Em outras


palavras, registrar o fluxo de entrada e saída dos produtos para viabilizar condições que otimizem
o seu uso eficiente e minimizem a necessidade de investimento. Daí a importância do controle de
stock ser tão grande.

Gestã o Empresarial Pá gina 9


Gestão de Stock 2021/2022

Um rigoroso controle desse processo de gestão é fundamental para potencializar a


rentabilidade de uma organização e reforçar a sua estrutura de negócio. Apesar disso, o controle
de stock é ignorado em muitas empresas pelo desconhecimento dos princípios básicos de uma
boa administração. Desse modo, é de extrema importância que a organização possua uma gestão
de stock eficiente, que facilita as tomadas de decisões com relação ao negócio, além de minimizar
os custos gerados pelo stock.

Esse controle deve ser feito com planejamento sério e muita organização. Já que quando
bem implantado, garante eficiência empresarial para sustentar o negócio e reduzir custos e
perdas.

Gestão de stock é muito importante para qualquer tipo de empresa, independentemente de


sua modalidade. Porém, muitas empresas ainda possuem muitas dificuldades para fazer com que
esta etapa funcione bem e traga resultados positivos para o negócio. Grande parte desta
dificuldade está ligada à falta de conhecimento dos empreendedores de como realizar o
planejamento dos produtos dentro do stock.

A principal função da gestão de stock é melhorar a eficiência do fluxo de mercadorias, ou


seja, disponibilizá-las no momento certo e atendendo às demandas de compra dos consumidores,
de forma que os lucros da empresa sejam aumentados e os custos diminuídos.
 
A função principal da gestão de stocks é, por isso, contribuir para a maximização dessa
margem de lucro, minimizando o capital investindo em stock e os consequentes custos financeiros
e garantindo, em simultâneo, a não paralisação do sector produtivo da empresa pela a ocorrência
de falha de matérias.

O necessário para uma bom funcionamento na gestão de stock para as empresas:

● Evitar compras demasiado frequente

● Beneficiar de descontos de grandes quantidades

● Aplicar um menor investimento

● Evitar deterioração de certos produtos

O objectivo da gestão de stock envolve a determinação de três decisões principais:

O que comprar

Gestã o Empresarial Pá gina 10


Gestão de Stock 2021/2022

Quando comprar

Quando comprar~

1.6 Classificação de stocks

Classificação de stock- Classes preconizadas por Plossl : -Matéria-prima – são

 Matéria-prima - são diversos tipos de materiais usados no processo de fabrico e que servirão
para a obtenção do produto final;
 Componentes - subconjuntos que irão constituir o conjunto final do produto;
 Produtos em via de fabrico - componentes ou materiais que estão em espera no processo
produtivo;
 Produtos acabados - são os produtos finais que se encontram para venda,
para distribuição ou armazenagem.
Baseado na sua utilidade, os stocks podem ainda ser colocados numa destas categorias

 Stock em lotes - constitui o stock adquirido no sentido de antecipar as exigências, nesse


sentido, é feita uma encomenda em lotes numa quantidade maior do que o necessário;
 Stock de segurança - é o stock destinado a fazer face a incertezas tanto do ponto de vista do
fornecimento como das vendas;
 Stock sazonal - trata-se do stock constituído para afrontar picos de procura sazonais, ou
rupturas na capacidade produtiva.
 Stock em trânsito - são artigos armazenados com vista a entrarem no processo produtivo;
 Stock de desacoplamento - trata-se do stock acumulado entre actividade da produção ou em
fases dependentes.
É ainda referido por Silver et al.[6] outra categoria:

 Stock parado ou congestionado - este é designado desta forma visto os artigos terem uma
produção limitada, entrando por isso numa espécie de competição. Visto os diferentes artigos
partilharem o mesmo equipamento de produção e os tempos de instalação, os produtos
tendem a acumular enquanto esperam que o equipamento fique disponível.

1.7 VANTAGENS E INCONVENIENTES DOS STOCKS NA EMPRESA


● VANTAGEM

Fatores mais relevantes que levam as organizações a constituir stock (Zermati, 1986, p. 20):
 Podem-se constituir stocks com uma finalidade especulativa, comprando- se os mesmos a
baixos preços para os vender a preços altos;
 Para assegurar o consumo regular de um produto em caso de a sua produção ser irregular;
 Geralmente, na compra de grandes quantidades beneficia-se de uma redução do preço
unitário;
 Não sendo prático o transporte de produtos em pequenas quantidades, opta-se por encher os
veículos de transporte no intuito de economizar nos custos de transporte, o que se traduz numa
constituição de stock;
 A existência de stock pode-se justificar apenas pela legítima preocupação em fazer face às
variações de consumo;
 Para prevenção contra atrasos nas entregas, provocados por avarias durante a produção,
greves laborais, problemas no transporte, etc;
 Armazenamento de produtos, se a produção for superior ao consumo, em alturas de crise
poderá contribuir para evitar tensões sociais;
Gestã o Empresarial Pá gina 11
Gestão de Stock 2021/2022

 Beneficia-se da existência de stock, quando este evita o incómodo de se fazer entregas ou


compras demasiado frequentes.

INCONVENIENTES

Principais inconvenientes na constituição de stock:

 Os principais inconvenientes ou desvantagens na gestão de stocks são : à própria


fragilidade de certos produtos, que não possuem condições de serem mantidos em stock
ou poderão ser mantidos em períodos muito curtos;
 Outro problema, diz respeito ao custo de posse traduzido no facto de existir material não
vendido que vai acabar por imobilizar capital sem acrescentar valor;
 A ruptura apresenta-se como um enorme inconveniente, visto que a ocorrência desta irá
provocar vendas perdidas e em casos extremos poderá levar à perda de clientes.

A evolução dos stocks pode ser expressa pelo gráfico em dentes de serra, que relaciona as
entradas e as saídas dos artigos com o tempo.

Stock máximo: valor máximo atingido pelo stock normal num determinado período de
tempo.
Stock mínimo: valor mínimo atingido pelo stock normal num determinado período de tempo.

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Gestão de Stock 2021/2022

Stock médio, é a média aritmética de todas as existências calculadas entre duas


recepções de artigos

Somatório dos períodos


Qm = ‫־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־־‬-‫־‬
Quantidade dos períodos

No período de t1, será igual a Q0+Q1


 No período de t2, será igual a Q1+Q2
 Simultaneamente no período de t1 e t2, será igual a Q0+Q1+Q1+Q2.

E assim sucessivamente

Cada sucessão das semi-rectas verticais entre duas entregas de material aos armazéns,
pode ser substituída por uma única recta contínua, como se procede na figura seguinte.

Se o stock anual for de 2400 unidades e tiver o mesmo consumo mensal de 200 unidades
por mês, mas passar a ser comprado por duas vezes durante o ano, o stock médio é reduzido a
metade, ou seja a 600 unidades.

Portanto o stock médio torna-se tanto menor quanto mais encomendas foram feitas,
diminuindo assim o investimento em stock. Porem, é conveniente verificar se essa redução no
investimento compensa o aumento do custo das encomendas.

Segundo Ballou (2006) críticos contestam a necessidade dos stocks na empresa,


consideram o mesmo como um desperdício, pois absorvem o capital que seria utilizado de
maneiras mais rentável se destinado para melhorar a produtividade e competitividade. stocks
algumas vezes desviam a atenção da existência de problema de qualidade, que sua resolução é
sempre demorada. Por fim os stocks promovem uma atitude de isolamento sobre o gerenciamento
Gestã o Empresarial Pá gina 13
Gestão de Stock 2021/2022

global da cadeia de suprimentos, ou seja, mascara os problemas que empresa tem em alguma
das etapas da cadeia de suprimentos.

1.8 As três grandes áreas de gestão de stock e a sua influencia na empresa

A gestão de stock pode ser analisada segundo três grandes áreas

Gestão material de stock

Gestão de stock Gestão económica de stock

Gestão administrativa de stock

1.8.1 Gestão material de stock

A gestão material de stocks é constituída por um conjunto de tarefas que visam:


● Possibilitar que a recepção, conferência, arrumação e expedição dos bens se faça nas melhores
condições;
● Permitir um fácil acesso e movimentação dos bens em armazém;
● Evitar roubos e quebras com os bens armazenados;
● Dispor os bens de maneira a evitar acidentes com os trabalhadores;
● Planificar os espaços de modo que a armazenagem dos bens se faça de forma económica.

Enquadrada na gestão material dos stocks, a seleção do armazém, ou armazéns, e do


equipamento de armazém reveste-se de grande importância para empresa porque, além dos
elevados custos que estes aspetos envolvem, deles dependem o correto funcionamento de
abastecimento da empresa, seja da fabricação ou do ponto de venda.

Para que exista uma eficaz gestão material de stock, são necessário armazéns que devem:

●Esta localizado próximo dos locais de recebimento dos bens;

● Estar situado próximo dos locas de departamentos que servem para permitir um fácil acesso
aos bens;

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Gestão de Stock 2021/2022

● Estar construído e equipado de tal maneira que os bens armazenados estejam protegidos de
incêndio, roubo e deteriorações.

1.8.2 Gestão Administrativa de Stock

A gestão administrativa dos stocks é um conjunto de ações que visam registar os fluxos de
armazém, bem como as quantidades existentes nos armazéns da empresa. A gestão
administrativa está estritamente ligada com a gestão material dos stocks nas suas áreas
fundamentais, a recepção e a entrega particularmente e a gestão económica de stocks, como se
verá adiante.

A gestão administrativa diz respeito a todo o suporte informático destinado a dar a


conhecer os níveis de stock em armazém, assim como ao fornecimento de toda a informação aos
diversos sectores dentro da empresa tendo em vista não só a circulação desses stocks, mas
também o seu controlo (CENCAL, 2004).

A gestão administrativa de stocks envolve (CENCAL, 2004):

 uma gestão eficiente do processo de recepção;

 um registo correcto e funcional das movimentações;

 um controlo do inventário permanente;

 uma gestão eficiente do processo do reaprovisionamento;

 um controlo contabilístico dos stocks.

Assim, esta é uma área na qual a relação entre a gestão de operações e a contabilidade
analítica é mais evidente.

1.8.3 Gestão económica ou comercial de Stock

No processo de gestão de stocks são suportados vários custos o que obriga os gestores a
terem uma atenção redobrada. Procurando saber qual a quantidade de bens a encomendar, em
que momento encomendar bem como a diminuição do custo das existências dentro dos
armazéns.
Assim, diz-se que a gestão económica de stocks é a atividade que tem como objetivo
racionalizar o tratamento dos stocks de modo a que sejam mínimos o custo dos bens

Gestã o Empresarial Pá gina 15


Gestão de Stock 2021/2022

armazenados à sua determinação é baseado em previsões quer das quantidades a utilizar nos
últimos períodos quer dos custos dos artigos em armazém.

A gestão económica dos stocks tem como principal objectivo racionalizar e sistematizar o
seu reaprovisionamento, de forma a satisfazer atempadamente a procura a um custo mínimo.

Assim, é necessário garantir o abastecimento ao menor custo total através da:


 Minimização dos custos da posse e aprovisionamento;

 Redução dos obsoletos;

 Redução das rupturas.

1.9 O Método ABC como ferramenta de utilização técnica de controlo dos Stocks

O Metodo ABC ,e uma tecnica utilizada na gestão de stock para o controle e organização.
O uso dessa ferramenta permite identificar os itens de maior importância e valor dentro do
stock. A também chamada classificação ABC define os produtos em A insumo mais
importante. B insumo de media importância e C insumo de menos relevância.

O Metodo ABC como ferramenta gerenciar de custos, gera informações necessária para
determinar um custo de produtos correto, melhora o processo do negocio, elimina desperdícios,
atividades que não agregam valores, identifica os geradores de custo, planeja as operações e
estabelece estrategias que implementam a melhoria.

O método ABC e um agente importante para a lucratividade e o controlo de todas as etapas


de uma empresa. Ao identificar os custos inerentes a todos os processos, diretos e indiretos, na
criação de valor, ele se torna uma ferramenta poderosa, atuando na correção de problemas e no
aprimoramento de pontos fortes.
Sendo assim, o estudo propõe-se a utilizar essa ferramenta como forma de controle de stock
e, com base a literatura especializada, elucidar os principais problemas pertinentes a falta de
controle de stock. Este estudo, através do método ABC, demostrou que o controle de stock auxilia
os gestores a analisar com exatidão as condições dos produtos em stock e também nas tomadas
de decisões, de forma que a organização obtenha vantagem competitiva em todos os seus
sectores.

1.9.1. Origem do Método ABC

As origens da Classificação ABC estão relacionadas ao Princípio de Pareto, que


recebe esse nome em referência ao economista italiano Vilfredo Pareto. No Século XIX, Pareto
descobriu que 80% da terra na Itália estava nas mãos de 20% da população. Proporções
parecidas passaram a ser observadas em outros fenômenos, o que passou a ser chamado de
Regra 80-20.

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Gestão de Stock 2021/2022

Posteriormente, Joseph Juran popularizou o conceito associando-o à gestão da


qualidade. Uma pequena quantidade de problemas da qualidade é responsável por uma grande
quantidade de ocorrências de problemas. O Diagrama de Pareto, que é uma das Sete
Ferramentas da Qualidade, utiliza o mesmo princípio da Classificação ABC, porém com uma
ênfase um pouco diferente.

Na administração o Princípio de Pareto passou a ser utilizado como uma ferramenta de


classificação e priorização em diversas áreas, tais como economia, gestão da qualidade, gestão
de carteiras de clientes, gestão de projetos, administração de materiais, etc.

1.9.2 Estrutura geral do Método ABC

Antes de aprendermos como aplicar a Classificação ABC, precisamos entender de forma


geral o raciocínio por trás desta importante ferramenta. Na Figura abaixo podemos ver
um gráfico em que o Eixo X (horizontal) corresponde à quantidade de SKUs no estoque e
o Eixo Y (vertical) representa o valor acumulado consumido pelos itens.

Se olharmos no Eixo X, a Classe A possui uma quantidade baixa de itens, mas


corresponde a uma grande quantidade do valor utilizado pela empresa. A Classe B
possui uma quantidade pequena de itens, porém com um valor consumido
significativamente menor que a Classe A. Finalmente, a Classe C engloba a maioria dos
SKUs na empresa, mas o valor consumido por essa classe é bem baixo. Itens de baixo
consumo podem ser identificados quando a curva do valor cumulativo começa a se
suavizar, tornando-se quase paralela ao Eixo X.

1.10 Método de custeio de controlo de entrada e saída dos Stocks no armazém

Para ajudar no controle de um estoque, são utilizados alguns métodos. Alguns desses
podem ser utilizados para cálculo de tributos pela Receita Federal, enquanto os outros podem ser
usados internamente.
\PEPS
Sigla para Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair, é um dos métodos aceito pela Receita
Federal para cálculo de tributos. Em inglês também chamado de FIFO, esse método faz com que
os produtos que entraram primeiro sejam os primeiros a sair.
Ele também é utilizado para produtos perecíveis, fazendo com que não se tenha prejuízo em caso
de mercadoria vencida. Ainda, o valor de venda do produto é calculado de acordo com o custo do
estoque mais antigo.
UEPS

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Gestão de Stock 2021/2022

Último a Entrar, Primeiro a Sair, ou, em inglês, LIFO, é outro método aceito pela Receita.
Com ele, os valores são baseados nos últimos produtos a entrar no estoque. Isso significa que
essa maneira é mais lucrativa, uma vez considerada a supervalorização no preço dos artigos

1.10.1 CUMP – Custo Médio Ponderado

O CUMP, ou seja, o custo médio ponderado é um método misto que contém as virtudes e
os defeitos atenuado do método FIFO e LIFO Por este critério, as existências não são valorizadas
ao preço de qualquer lote, mais ao preço médio ponderado segundo as quantidades ou lotes.
Sendo:

 CTqex= custo total das quantidades existentes;


 CTqen= Custo total das quantidades entradas;
 Qex= quantidades existentes;
 Qen= quantidades entradas;

O controle de stocks é um aspeto sempre importante na vidas das organizações. Uma das
metodologias empregadas nessa atividade é chamada de Custo Médio Ponderado.

Vale lembrar que o stock não são apenas produtos que estão esperando vendas. Eles
representam dinheiro investido pela empresa e, de certa forma, especialmente quando há saída
das mercadorias, eles se convertem em dinheiro parado.

Como funciona o Custo Médio Ponderado ?

Como o próprio nome já indica, o Custo Médio Ponderado vai usar da média ponderada
para definir o valor dos produtos em stock. É o mesmo raciocínio que você tem ao fazer seu preço
médio em compras, como no caso de ações e fundos imobiliários, mas desta vez aplicado aos
produtos adquiridos por sua empresa.

O cálculo do stock pelo Custo Médio Ponderado utiliza da seguinte fórmula:

CMP=Valor total dos Stocks /Quantidade de itens armazenados

•Custo Ponderado FIXO

•Custo Ponderado Móvel

No caso de Custo Ponderado Fixo, utiliza-se apenas uma vez, ou outra o cálculo dos stocks.
Normalmente, isso é feito no último dia do mês ou até mesmo do ano. Trata-se da opção mais
prática e simples. Já no Custo Ponderado Móvel, o cálculo será atualizado toda vez que uma nova
aquisição for realizada. Portanto, é um método mais dinâmico, mas também que exige maior
trabalho por conta dos administradores de um negócio.

Qual é a importância do Custo Médio Ponderado?

O controle de stocks é fundamental para uma empresa entender o comportamento dos seus
produtos armazenados. Isso porque, embora seja ativo da companhia, excesso de stock pode
converter em custos na liquidez e dependendo do ramo de atuação, até mesmo pode ser perdido
em função de vencimentos (algo que acontece no ramo alimentício, por exemplo).Por isso, o uso

Gestã o Empresarial Pá gina 18


Gestão de Stock 2021/2022

de métodos como Custo Médio Ponderado permitem que a gestão acompanhe de perto o
desenvolvimento dos stocks .

Assim, fica mais fácil entender o desempenho de vendas e as demandas dos clientes.

Além disso, o Custo Médio Ponderado ainda possibilita algumas outras avaliações sobre a
empresa como:

•O preço de aquisição das mercadorias aumentando ou diminuindo?

•Quais são os itens que representam maior giro na operação?

• Quais os itens que estão parados e devem ter uma reavaliação sobre novas aquisições?

1.10.2 FIFO FIRST OUT

Vale lembrar que essa não é a única forma de controle de stock adotada pelas
organizações. Há também outros dois modos bem conhecidos: PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro
a Sair) e o UEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair).

A gestão de inventários e stocks assume importância em duas vertentes da vida e gestão


empresarial: a gestão logística que pode ter influência na gestão de espaços e equipamentos de
transporte ou da validade dos produtos, detidos pela empresa em armazém, valores que têm um
papel determinante na fixação dos preços de venda na realização de campanhas ou na
comunicação de valores de autoridade fiscais.

As metodologias mais comumente utilizados para o controlo de stocks são FIFO e a


LIF ,acrónimos do inglês que significam " First In Out"- primeiro a entrar primeiro a sair e last In
First Out"-Último a entrar, primeiro a sair. São ainda utilizados outras metodologias mas de forma
menos comuns como FiFO" First expire First Out" o LIFO"Last In First Out" ou LILO "Last In" Last
Out ". Ainda de considerar uma metodologia que combina. CPM, o Custo Médio Ponderado.

1.10.3 LIFO LAST FIRST OUT

A utilização do FIFO significa que os itens que há mais tempo foram adquiridos são os
primeiros a ser vendidos. Isto significa que o custo associado as unidades de stock mais antigas é
o primeiro a ser. Contabilizado e deduzido. Já no LIFO, as unidades de stocks adquiridas mais
recentemente são vendidas em primeiro lugar sendo também contabilizado e deduzido todos os
custos relativos a estas unidades mais recentes. OS diferentes tratamentos contabilístico e as
diferentes consignações de custos ás respetivas rubricas impacta também os resultados
operacionais da empresa, sendo que a utilização do LIFO apresenta geralmente resultados mais
baixos do que o FIFO . Ambas as valorizações apresentam também consequências na inscrição
dos ativos em balanço já que os valores incluídos por qualquer uma das n

1.11. Modelo de gestão de stock

A realização de uma análise exata transporta uma maior complexidade visto que a
representação do nível de stock ao longo do tempo, mesmo com uma encomenda de quantidade
fixa , não apresenta a simplicidade dos modelos anterior.

Gestã o Empresarial Pá gina 19


Gestão de Stock 2021/2022

Os modelos de gestão de stock diferenciam-se pelo grau com que as variáveis consideradas
a realidade. Os mais aprimorados levam em conta detalhes como taxa recebimento de matérias,
incertezas na demanda e nos prazos, variações de preço em quantidade comprada produzida ,
números de centros, etc.

Existem basicamente três modelos de gestão de stock: o tradicional, consignado e o


terceirizado.

Stock tradicional, para quem tem uma demanda recorrente de pedidos, o modelo de stock
tradicional é o mais recomendado, pois exige um acompanhamento mais próximo .

Dentro desse modelo, existem duas opções a serem escolhidas de acordo com a
organização da sua empresa. O stock físico e compartilhado.

No stock físico, você mantém um espaço para estocar os produtos que você produz ou
compra de fornecedores conforme a demanda específica da sua loja virtual. A grande vantagem é
ter controle do stock próximo e poder garantir a entrega mais rápida para o cliente.

Porém, caso aconteça algum imprevisto que faça as vendas caírem, o risco de ficar com o
stock encalhado é bastante alta, demandando ações para queima de stock parado. A melhor
estratégia para utilizar esse tipo de stock é acompanhado de perto das tendências de consumo
dos clientes através dos relatórios de vendas do seu e-commerce.

Já no stock compartilhado os produtos destinados á venda na loja física e na loja virtual da


sua empresa dividem o mesmo espaço. A vantagem é economizar para manter apenas um
espaço de armazenamento de mercadorias para as operações, mas é preciso ter cuidado
redobrado para não misturar a gestão de stock da loja virtual e da física , pois é comum lojas que
vendemos. mesmo produto na loja física e na virtual ,ficando sem mercadoria para enviar ao
cliente e precisando cancelar a venda para diminuir esse risco ,utilize uma ferramenta de gestão
de stock que atualize os pedidos em tempo real.

Stock consignado

O stock consignado consiste em um acordo entre lojista e o fornecedor que possibilita a


devolução de produtos que não tiveram boa saída. A maior vantagem é que o risco e os custos
são muito menores, pois o empreendedor não terá prejuízos devido ao investimento em aquisição
de um grande volume de produtos, mas produtos com baixa sazonalidades ou prazo de validade
mais curto não podem ser estocados nessa modalidade.

Para aproveitar o que o stock consignado tem de melhor, é preciso ter um fornecedor muita
confiança.

Qualquer problema que leve ao atraso do envio ou falta de entrega do produto, quem irá
responder é a sua empresa, que pode perder a confiança do cliente e sofrer multas e ações na
justiça.

Stock terceirizado

A terceirizar a gestão do stock da loja virtual pode ser uma boa solução para otimizar o
espaço de armazenamento e economizar recursos. Nesse modelo de gestão, existem dois tipos
de stock : drop e cross dock

Gestã o Empresarial Pá gina 20


Gestão de Stock 2021/2022

Nesse modelo de gestão, existem dois tipos de stock : drop shopping e cross dock.

No drop shopping, o stock é integrado a um fornecedor que será responsável pela gestão de
stock .Nesse tipo, cada pedido recebido na loja virtual será redirecionado para o fornecedor, que
terá a responsabilidade de enviar o produto diretamente ao cliente final.

No cross dock , a sua loja virtual vende o produto mas não possui item em stock . Um
sistema back office consulta o stock de uma segunda loja e consolida o pedido após a
confirmação de pagamento. Essa segunda loja fatura e despacha o produto pra o seu e-
commerce, que por sua vez fica responsável pelo envio ao consumidor.

1.12. Sistema de planeamento de gestão de stock

Sistema de planeamento de gestão de stock pode ser definido como sistema responsável
em ajudar as empresas a determinar quais bens e serviços precisam ser produzidos, se a
organização produzir os bens de serviços ou se eles são comprados de uma outra organização.

O planeamento de stock serve para ajudar no planeamento financeiro da empresa, a reduzir


custos com prevenção de perdas e a possibilidades de espaço para melhores negociações com
os fornecedores.

1.12.1 Tipos de sistema de planeamento de gestão stock

1. Sistema de procura independente-Modelo determinativo;

Um dos fatores que levam as organizações a constituírem o stock é a possibilidade dessa


mesma organização poder adquirir ou produzir artigos em lotes de quantidades
económica, fazendo sentido de manter um stock de artigo mais ou menos regular, artigos
esses, que têm uma procura constante e independente.

2.Sistema de procura discreta ou variável-Modelo determinativo

Gestã o Empresarial Pá gina 21


Gestão de Stock 2021/2022

A procura discreta pode ocorrer na procura dependente ou independente dos artigos.


Quando a taxa da procura varia com o tempo não se pode assumir, tal como se fez anteriormente,
que a melhor politica para a gestão de stocks é encomendar sempre a mesma quantidade.

1.13 Fluxo de custo de capital de stock

Fluxo de custo de capital de stock é todo o investimento de capital, armazenado de


apreciação, seguro, tributação, obsolescência e encolhimento durante um determinado tempo.
Normalmente, os custos de stock variam bastante dependendo do ramo de negócio.

1.14 Custo com manutenção de Stock

Ao tomar qualquer decisão que afete o nível de stocks, é necessário ter em consideração
os custos que lhe são inerentes e que geralmente se classificam em (CENCAL, 2004): custos de
aprovisionamento, custos de posse, custos de ruptura e custos de informação.
Os custos de aprovisionamento, que, no caso das matérias, correspondem ao custo de
encomenda, e compreendem as remunerações e encargos com os agentes, estudos de mercado,
despesas com negociações, controlo de prazos, transporte do produto, controlo das entregas e
conferência das faturas.
Quanto aos custos de posse (ou de manutenção), estes incluem os custos das
instalações de armazenamento, manuseamento, seguros, impostos, obsolescência, perdas por
deterioração e roubos. Assim, custos elevados desta categoria tendem a favorecer níveis de
stocks baixos e frequentes reposições.
Os custos de ruptura podem surgir na face de fabricação – pela inexistência de materiais
para dar continuidade ao processo produtivo – ou na face de manutenção - na falta de uma peça
que origina paragem de fabrico e cuja produção não pode ser recuperada. Por outro lado, podem
ainda existir custos de ruptura quando a organização não consegue fazer face a encomendas de
clientes.
Existem dois tipos de ruptura, no caso de esta ocorrer na face de fabricação:
 Ruptura potencial – detectada antes do lançamento em fabricação, o que origina custos
comerciais na empresa;
 Ruptura real – detectada só após o lançamento em fabricação, o que obriga a um custo de
posse de stock de produtos em curso e um custo do não cumprimento de prazos, levando à perda
de vendas do produto.

Por fim, os custos de informação estão associados à obtenção de informação para a


tomada de decisões, incluindo custos de utilização de um sistema informático e a realização de
previsões de procura.

1.15 Aprovisionameno

Aprovisionamento trata-se de um conjunto de atividades que têm por finalidades o


abastecimento em tempo oportuno, de todos os bens e serviços necessários ao funcionamento
regular da empresa, nas melhores quantidades e qualidade sempre ao menor custo possível
(LOUSÂ e ANTUNES, 2011, pág. 47) O abastecimento tem a ver com as matérias-primas,
componentes de produção sobressalentes, módulos, produtos acabados e semiacabados, linhas
de montagem, armazéns,
O provisionamento gere todo o ciclo entre empresa e fornecedores e os produtos a adquirir,
estando este conceito relacionado com a logística de entrada. Designa-se como aprovisionamento
o processo que vai desde a entrada até ao momento da produção.

1.15.1 Definição, importância e suas competências

Gestã o Empresarial Pá gina 22


Gestão de Stock 2021/2022

Aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à disposição da


empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os recursos materiais
e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.

Do exposto pode deduzir-se a importância do aprovisionamento não apenas pelo valor do


capital aplicado em stocks, mas pela importância estratégica desta função. Uma boa gestão da
função aprovisionamento pode ser fonte de vantagem competitiva para a organização, na medida
em que contribui para:

• Gerar diferenciação face à concorrência, através de uma seleção criteriosa de fornecedores


qualificados que assegurem a qualidade dos fornecimentos e serviços prestados;
• Reduzir os custos e os prazos de entrega dos produtos (bens tangíveis e serviços) fornecidos
através de contratação adequada, de gestão económica dos stocks, de armazenagem e
expedição convenientes.

Para além das actividades de seleção e qualificação de fornecedores, de negociação, de


contratação e de compra de recursos materiais e serviços, de gestão de stocks, a função
aprovisionamento ainda inclui nas suas atribuições:
 A recepção de materiais,
 A armazenagem,
 O aviamento de requisições e o envio/transporte de materiais para estaleiros onde decorrem
obras ou a expedição para subempreiteiros.

1.15.2 O Aprovisionamento e seus serviços de abastecimento na empresa

Aprovisionamento (ocasionalmente também referido pelo termo em Inglês, procurement)


é um processo que abrange vários aspectos na relação entre fornecedores e empresa,
constituindo um conjunto de atos de administração e negociação do abastecimento da empresa
logística. Tal abastecimento envolve matérias-primas, componentes de produção sobressalentes,
módulos, produtos acabados e semiacabados, transporte, linhas de montagem e armazéns.[1][2]
Em suma, o aprovisionamento gere todo o ciclo logístico entre empresa e fornecedores e
os produtos a adquirir, desde a entrada até ao momento da produção das mercadorias. Como o
cliente procura o melhor fornecedor, o aprovisionamento procura o melhor processo de
negociação com os fornecedores.

1.15.3 O Aprovisionamento e suas áreas de atividade

A localização do Departamento de Aprovisionamento(s) no organograma da empresa e a


sua organização dependem das características da empresa, como a actividade desenvolvida

Gestã o Empresarial Pá gina 23


Gestão de Stock 2021/2022

(industrial, comercial, ...), a dimensão (volume de negócios, número de trabalhadores, ...), a


importância relativa da rubrica “Existências” no Ativo e no Capital Circulante.

Nas empresas industriais, começa a ser vulgar a função aprovisionamento ser considerada
uma das funções do Departamento de Logística.

1.16 Logística

De certa forma, o conceito de logística está intuitivamente presente na mente das pessoas
e atrelado a diversas atividades corriqueiras do dia a dia. No entanto, no que se refere à gestão
empresarial esse conceito precisa ser bem mais aprofundado, levando-se em conta a importância
desse setor dentro das companhias.
A logística deve ser tratada com muito cuidado e atenção. Manter-se competitivo num
mercado cada vez mais acirrado, exige esforços e planejamento específico para essa área,
envolvendo a administração de recursos financeiros, materiais, de pessoas e informações. Nesse
sentido, a tecnologia da informação é de grande relevância para obtenção de melhores resultados
e maior lucratividade.

O que é logística?
Por logística se entende um conjunto de métodos e meios destinados a fazer o que for
preciso para entregar os produtos certos, no local adequado, no tempo combinado.  A origem
da palavra logística vem do grego e significa habilidades de cálculo e de raciocínio lógico. Nos
dias de hoje, no entanto, o conceito de logística foi ampliado e abrange conhecimentos de outras
áreas como engenharia, economia, marketing, estatística, tecnologia e recursos humanos.
Visando satisfazer a demanda dos clientes ao menor custo possível, a logística faz o
gerenciamento do fluxo de produtos, desde os pontos de fornecimento até os pontos de consumo.
Para tanto, agrupa todas as atividades ligadas à posse e movimentação dos produtos nas
organizações:

 previsão da demanda
 gestão de estoques
 transportes
 armazenagem
 design de redes de distribuição
 e outros
Ao longo do tempo, a logística vem evoluindo, passando de ações isoladas para ações
sinérgicas. Baseado nisso, podemos entender melhor os conceitos de logística empresarial,
logística integrada e logística reversa, abordados abaixo.

Conceito de Logística Empresarial


A logística empresarial surgiu com o objetivo de melhorar a qualidade da operação dos
negócios, com foco na experiência do cliente e na redução de custos. Quanto mais complexa a
atividade da empresa, maior a necessidade de organizar de forma sistemática as etapas que
envolvem o processo de produção.

Na prática, a operação da logística empresarial envolve conceitos-chave como a cadeia de


suprimentos (supply chain), gestão de frotas, jornada dos motoristas, gestão de estoque, modais
de transporte, contato com fornecedores, etc.

A aplicação desse conceito já é realidade em empresas dos mais diferentes portes e


segmentos, com vistas a alcançar um diferencial competitivo num mercado cada vez mais
complexo.

Conceito de Logística Integrada

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Como o próprio nome sugere, ela representa a integração de todo o processo logístico,
da origem dos produtos às mãos do consumidor final. Tais processos são integrados em sistemas
que aumentam a eficiência das ações empresariais e melhoram seus resultados. O fluxo logístico,
bem como as atividades gerais que o envolvem, são coordenados através desses sistemas
inteligentes, com o intuito de oferecer o melhor para um consumidor que se mostra cada vez mais
exigente.

A equipe de logística integrada é responsável por planejar, implementar e controlar todos


os passos, tornando os processos mais simples e ágeis, prevenindo falhas e aumentando a
eficiência. Um trabalho extremamente importante quando se pensa no contexto atual de mercado.

Conceito de Logística Reversa


De uma forma geral, logística reversa (ou inversa) é a área da logística que planeja, opera
e controla o fluxo e as informações logísticas referentes ao retorno dos bens produzidos após
sua venda, uma de suas aplicações é controlar políticas de devolução e troca de produtos, por
exemplo. A recolha de alguns tipos de lixo reciclável, seria um outro exemplo.

Seguindo o caminho inverso da logística comum, o foco aqui é o reaproveitamento ou


descarte apropriado de materiais, visando principalmente a preservação ambiental. Ao implantar
uma logística reversa que ainda seja lucrativa, a empresa consegue alcançar não apenas
sustentabilidade ambiental, mas também econômica.

Enquanto a logística comum visa um conjunto de estratégias para entregar os produtos da


forma mais barata e ágil possível, a reversa planeja, opera e controla o recolhimento desses
produtos.

Desafios da Atualidade
A globalização, somada às inovações tecnológicas, desenvolvimento econômico e
crescente competitividade, obrigam as empresas a buscarem formas de se destacar onde já
atuam e também a explorarem novos mercados. Nesse sentido, as inovações do setor logístico se
colocam como grandes aliadas das empresas.
Proporcionar uma boa experiência de compra a clientes cada vez mais exigentes por
qualidade, bons preços e atendimento personalizado, é um dos principais desafios dentro de uma
empresa. Aqui, mais uma vez, a logística aparece como um setor a ser explorado, visando reduzir
custo, agilizar processos e impulsionar o relacionamento com o cliente de forma eficiente.
Quando sua empresa planeja bem a operação logística, testando e aprimorando soluções e
sistemas, está investindo em uma melhor experiência de compra para seus clientes e,
consequentemente, em maior crescimento.

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CONCLUSÃO

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