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Procedimentos em Atenção à

saúde (Inserção de DIU)


Professora Sthephanie Freitas

Dispositivo Intrauterino (DIU)

O DIU é um método contraceptivo do grupo dos LARCs, sigla em inglês para Método
Contraceptivo de Longa Duração. A ampliação do acesso ao DIU com cobre nas
maternidades (pós-parto e pós-abortamento imediatos – inserção em até 10 minutos)
é uma estratégia compartilhada e complementar às ações de saúde reprodutiva da
Atenção Básica e demais pontos de atenção do sistema de saúde local (BRASIL, 2018).
Tipos de DIU

Fonte: https://ostrigemeosdamichele.com.br/2016/05/24/4-
meses-sem-mirena/
Fonte: Brasil (2018).

Tipos de DIU

Fonte: http://solmedicamentosespeciais.com.br/ginecologia/diferencas-kyleena-e-mirena/
Características do DIU com cobre

• Não contém hormônios – fato desejável em várias situações;


• Altamente efetivo – mais de 99%;
• Melhor custo-benefício – custo baixo e disponível na rede pública;
• Praticidade – não precisa de lembrança diária (livre de esquecimentos);
• Longa ação – até 10 anos;
• Retorno rápido à fertilidade – quase que imediato, após a retirada;
• Sem efeitos sistêmicos – ação local, intrauterina;
• Não interfere na lactação;
• Altas taxas de continuidade – as maiores entre os métodos reversíveis;
• Não aumenta o risco de contrair IST (Infecção Sexualmente Transmissível).
Fonte: Brasil (2018).

Inserção do DIU de Cobre

O DIU com cobre pode ser inserido:


• em qualquer dia do ciclo menstrual (desde
que excluída gravidez);
• no pós-parto imediato (até 10 minutos após
dequitação) e precoce (10 minutos a 48 h);
• pós-abortamento imediato;
• depois de 4 semanas do parto.

Fonte: Brasil (2018).


Inserção do DIU de Cobre

Recomenda-se exame ginecológico completo


(especular) antes da inserção do DIU. Com
este cuidado, pode-se avaliar o conteúdo
vaginal, posição e volume uterino;

Para as usuárias de DIU com cobre que


desejam substituí-lo, a remoção do antigo e
inserção do novo pode ser efetuada no
mesmo momento e em qualquer dia do ciclo;

Fonte: Brasil (2018).


Não há indicação de profilaxia antibiótica para
a inserção do DIU.

Inserção do DIU de Cobre

• Introduzir o aplicador com o DIU no útero até


sentir que atingiu o fundo uterino. (Figura A)
• Segurar o êmbolo do aplicador e retrair o
tubo de inserção, liberando os braços do T.
Após a liberação dos braços, o tubo de inserção
deve ser movido suavemente para cima até
que seja sentida a resistência do fundo do
útero. (Figura B)
• Retirar o êmbolo segurando o tubo de
inserção fixo e depois retirar cuidadosamente o
tubo de inserção (aplicador). (Figura C) Fonte: Técnica de inserção do DIU de cobre ambulatorial – Brasil, 2018 – p.34 .

• Cortar os fios que ficaram na vagina 2 a 3 cm


do orifício externo da cérvice.
Inserção do DIU de Cobre

Após o término do procedimento, deve-se registrar


no prontuário o comprimento dos fios do DIU em
relação ao colo uterino. Este será um parâmetro
importante para avaliar a correta localização do DIU
na consulta de seguimento, que deverá ocorrer
após o próximo ciclo menstrual ou de 30 a 40 dias
após a inserção.
Caso o fio não seja localizado ou se apresente
maior do que o deixado no momento da inserção,
considerar a possibilidade de mal posicionamento
ou expulsão parcial do DIU.
Fonte: Posicionamento adequado do DIU TCu 380A em inserção ambulatorial – Brasil, 2018 – p.26 .

Orientações após inserção do DIU com cobre

O impresso contido dentro da embalagem do DIU de cobre com as informações


deve ser entregue à paciente assinado e carimbado pelo profissional médico ou
enfermeiro que realizou a inserção;

A mulher deve ser orientada a procurar atendimento, a qualquer tempo, caso


apresente algum sintoma de alarme como febre, dor pélvica aguda e
persistente;

Consulta de revisão entre 30 a 45 dias da inserção do dispositivo intrauterino;

Fonte: Brasil (2018).


Orientações após inserção do DIU com cobre

Não há contraindicação para a mulher realizar suas atividades cotidianas após a


inserção do DIU;

A usuária deve ser orientada a usar preservativo masculino ou feminino ou


outro método contraceptivo durante 7 dias após a colocação, período de
adaptação do organismo.

Fonte: Brasil (2018).

Orientações após inserção do DIU com cobre – em caso de dor

Usuárias de DIU com cobre que retornam à consulta com queixa de dor pélvica
ou abdominal devem ser avaliadas quanto à DIP, gravidez ectópica, aborto,
perfuração uterina ou expulsão parcial do DIU;

Mulheres que se queixam de dismenorreia devem ser tranquilizadas quanto ao


caráter transitório da mesma. Podem ser prescritos analgésicos como
diclofenaco, indometacina, ibuprofeno, ácido mefenâmico.

Fonte: Brasil (2018).


• Não é obrigatória a solicitação de ultrassom anteriormente e após a inserção do DIU
com cobre;
• Não é obrigatório ter o papanicolau para inserção do DIU;
• Ultrassonografia pode ser realizada em casos selecionados, como exemplo, na
suspeita de má formação uterina ou para a investigação de sangramento uterino
anormal sem diagnóstico;
• Se disponível, a ultrassonografia poderá ser solicitada para confirmação do bom
posicionamento do DIU após a sua inserção. Não deve ser usada a medida do DIU e
fundo do útero para ver o adequado posicionamento. Basta que o DIU esteja no
interior da cavidade uterina para estar ativo.

Fonte: Brasil (2018).

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Manual Técnico para Profissionais de Saúde: DIU com Cobre TCu 380A. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
Procedimentos em Atenção à
saúde (Lavagem otológica)
Professora Sthephanie Freitas
Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad30.pdf

A lavagem otológica é a irrigação auricular com


solução salina para remoção do cerume. O
paciente geralmente procura atendimento
queixando-se de sensação de tamponamento
auditivo, estalidos e diminuição da acuidade
auditiva, mas o diagnóstico de cerume impactado
é realizado por meio da otoscopia cuidadosa.

Para a remoção de cerume, são consideradas as seguintes indicações (BRASIL,


2011):

1. Otalgia (dor de ouvido);

2. Diminuição importante da audição;

3. Dificuldade de realizar otoscopia;

5. Tinnitus (zumbido);

6. Tontura ou vertigem;

7. Tosse crônica.
Técnica de realização de otoscopia

1. O otoscópio deve ser testado e devidamente limpo;


2. O paciente deve estar preferencialmente sentado,
em posição confortável.
3. Recomenda-se iniciar o exame no ouvido
contralateral àquele afetado.
4. Realiza-se a inspeção e palpação cuidadosas do
ouvido externo.
5. Com a mão não dominante do examinador, traciona-
se a orelha pela hélice, no sentido posterior e superior,
e a orelha deve ser mantida nessa posição até o final Fonte: Brasil (2011)
do exame. O objetivo da tração é a retificação do
conduto auditivo externo (Figura).

Técnica de realização de otoscopia

6. Segura-se o otoscópio pelo cabo, com a cabeça


voltada para baixo. Sempre se deve apoiar levemente a
região hipotenar da mão que segura o cabo do
otoscópio na cabeça do paciente, para evitar trauma se
houver movimentação brusca da cabeça.
7. Deve-se procurar visualizar a membrana timpânica
integralmente, identificando alguns pontos anatômicos.
Recomenda-se identificar o cone de luz como
referencial que sempre estará disposto na região Fonte: Brasil (2011)
anteroinferior da membrana timpânica.
Irrigação com solução salina
Materiais e equipamentos necessários para a remoção de cerume por meio de
irrigação (BRASIL, 2011):
• Campo, toalha limpa ou compressa.
• 1 otoscópio com otocone (calibre médio).
• 1 seringa de 20 ml ou maior (pode-se usar seringa comum
de plástico).
• 1 cuba redonda.
• 1 cuba rim.
• 1 par de luvas de procedimento.
• 1 tesoura.
• 1 scalp (butterfly) calibroso (pelo menos calibre 19).
• 1 frasco estéril de solução salina isotônica a 0,9% (soro
fisiológico) – sugere-se usar frascos de 100 ml. É possível a
necessidade de uso de mais de um frasco.

Fonte: Brasil (2011)

Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

1. Indicar emolientes ou solução salina,


sempre que possível, previamente ao
procedimento;
2. Preparar o material seguindo a lista
de equipamentos recomendados para o
procedimento;

Fonte: Brasil (2011)


Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

3. Cortar o scalp (butterfly) com


aproximadamente 4 cm a partir da extremidade
de acoplamento da seringa. Descartar a
extremidade da agulha em local apropriado;

4. Aquecer a solução fisiológica isotônica a 0,9%


(soro fisiológico), ainda com o frasco fechado,
até a temperatura corporal (37ºC), para evitar
desconforto. Pode-se utilizar “banho-maria” ou
aquecimento em micro-ondas;

Fonte: Brasil (2011)

Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

5. Examinar cuidadosamente o canal do


ouvido externo por meio da inspeção e
palpação;

6. Realizar sempre a otoscopia antes do


procedimento;

Fonte: Brasil (2011)


Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

7. Despejar o soro aquecido na cuba


redonda. Sempre assegurar que a
temperatura do soro não está
excessivamente alta, podendo pedir
também ao paciente para verificá-la;

Fonte: Brasil (2011)

Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

8. Aspirar com a seringa diretamente na


cuba com o soro aquecido até completar
a seringa;

9. Acoplar a seringa na extremidade não


Fonte: Brasil (2011)

cortada do scalp;
Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

10. Posicionar a toalha, campo cirúrgico


ou compressa no ombro do paciente;
11. Sob leve pressão, posicionar a cuba
rim, bem justaposta, à cabeça/pescoço
do paciente na altura logo abaixo da
orelha. Verificar se está bem justaposta
para não molhar o paciente durante o
procedimento;
12. Usar luva de procedimentos;
Fonte: Brasil (2011)

Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

13. Introduzir a extremidade cortada do


scalp com a concavidade voltada para
frente e levemente para cima. Monitorar
sempre sintoma de dor durante o
procedimento;

Fonte: Brasil (2011)


Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

14. Sob leve pressão, instilar o soro


fisiológico, deixando escoá-lo na cuba
rim;

Fonte: Brasil (2011)

Técnica de realização de remoção de cerume por irrigação

15. Uma vez esvaziada a seringa, removê-la com o cateter (scalp),


desacoplá-la e repetir as seis etapas anteriores quantas vezes forem
necessárias;
16. Uma vez que esvazie a cuba redonda com o soro, deve-se completar
novamente com o soro aquecido. Depois de completa de soro com
cerume, esvaziá-la;
17. Verificar esporadicamente por meio da otoscopia se há mais cerume
a ser removido.
O procedimento deve ser suspenso diante das seguintes situações (BRASIL,
2011):

1. Se não houver mais cerume a ser removido;

2. Insucesso após várias tentativas de remoção do cerume;

3. Desistência do paciente;

4. Dor ou outra intercorrência.

Cuidados com o procedimento (BRASIL, 2011):

É fundamental realizar a otoscopia previamente e ao término do


procedimento. Sempre realizar exame prévio cuidadoso, observando as
contraindicações do procedimento;

Nunca insistir no procedimento na vigência e persistência de dor;

Não utilizar muita pressão durante a instilação do soro aquecido no ouvido do


paciente;
Cuidado para não superaquecer o soro, nem tampouco utilizá-lo gelado.
Verificar sempre a temperatura antes de instilar no ouvido.
São consideradas contraindicações para a remoção do cerume por meio
do método de irrigação com solução salina(BRASIL, 2011):

História pregressa ou atual de perfuração timpânica;

Otite aguda;

História de cirurgia otológica;

Paciente não cooperativo.

As possíveis complicações do procedimento são a perfuração timpânica, início súbito


de tontura, otalgia e otite externa. Essas complicações mais graves não são frequentes
desde que utilizada técnica correta de procedimento e se o profissional seguir a
avaliação inicial cuidadosa (BRASIL, 2011).
Os emolientes para remoção de cerume (solução otológica) disponíveis no mercado são
(BRASIL, 2011):
a) À base de água (trietanolamina – o mais comumente encontrado; bicarbonato de
sódio, solução salina estéril; ácido acético); ou
b) À base de óleo.

O paciente deverá ser encaminhado ao especialista se detectada patologia auricular de


difícil resolução na Atenção Primária à Saúde, como perfuração de tímpano, tumoração
ou infecção sem sucesso no tratamento clínico, ou diante de história clínica que indique
contraindicação à remoção mecânica do cerume (BRASIL, 2011).
Para o paciente em que o procedimento de remoção do cerume não foi satisfatório,
podem-se utilizar emolientes por alguns dias e tentar novamente a remoção. Caso seja
ineficaz, sugere-se o encaminhamento ao especialista(BRASIL, 2011).

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Procedimentos Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
Modelos de acesso ao
cuidado pelo enfermeiro na
saúde
Professora Sthephanie Freitas
Modelos de acesso ao cuidado pelo enfermeiro na saúde

A atenção primária, especificamente a Estratégia Saúde da Família (ESF), é o


grande palco das discussões. Ressalta-se, nesse cenário, a importância do
trabalho conjunto, envolvendo enfermeiros e demais membros da equipe de
saúde, a fim de favorecer e potencializar o cuidado integral.

Fonte: Souza e Horta (2018).

Modelos de acesso ao cuidado pelo enfermeiro na saúde

A ESF tem como propósito atender a família integralmente em seu espaço


social desenvolvendo ações de promoção, prevenção, tratamento e
recuperação da saúde, aumentando sua capacidade resolutiva a partir da
atenção e do cuidado da unidade familiar.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias(2018).


Modelos de acesso ao cuidado pelo enfermeiro na saúde

● É o cuidado de primeiro contato, servindo


como porta de entrada da pessoa para o sistema
de saúde.
● Inclui a continuidade, já que cuida das pessoas
na saúde e na doença ao longo de um
determinado período.
● É o atendimento integral extraído de todas as
disciplinas tradicionais importantes para o seu
conteúdo funcional. Fonte: https://aps.saude.gov.br/noticia/11896

Fonte: Gusso, Lopes e Dias(2018).

Modelos de acesso ao cuidado pelo enfermeiro na saúde

● Tem a função de servir e coordenar todas as


necessidades de saúde da pessoa.
● Assume a responsabilidade pela continuidade
e pelo acompanhamento individual da pessoa e
por problemas de saúde da comunidade.
● É um tipo altamente personalizado de
prestação de cuidado.

Fonte: https://aps.saude.gov.br/noticia/11896

Fonte: Gusso, Lopes e Dias(2018).


Modelos de acesso ao cuidado pelo enfermeiro na saúde

Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita, prioritariamente no


âmbito da Unidade Básica de Saúde, e quando necessário, no domicílio e demais
espaços comunitários (escolas, associações, entre outros), com atenção especial às
populações que apresentem necessidades específicas (em situação de rua, em
medida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.).

Fonte: Brasil (2017).

Modelos de acesso ao cuidado pelo enfermeiro na saúde

Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da


população local, bem como aquelas previstas nas prioridades, protocolos,
diretrizes clínicas e terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e
serviços essenciais e ampliados da AB.

Fonte: Brasil (2017).


Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

As muitas definições acerca da determinação social da saúde expressam o


conceito de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos da
população estão relacionadas com sua situação de saúde.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

3 - SITUAÇÃO PRISIONAL 4 - POPULAÇÃO RIBEIRINHA

2 - RURAL 5 - SITUAÇÃO DE RUA

Cenários
1- FAVELA específicos 6 - TRAGÉDIAS

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).


Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

1- FAVELA

No complexo contexto do cuidado na favela, facilitar o acesso é essencial para o


estabelecimento do cuidado.
• Adaptar-se às demandas, incorporando a imprevisibilidade de sua
apresentação;
• Priorizar a resolução das demandas no mesmo dia em que surgem;
• Reservar os horários de menor pressão assistencial para a solução de
demandas burocráticas;
• Criar mecanismos de informação em saúde que auxiliem na vigilância à saúde
do território;
Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

1- FAVELA

• Evitar a centralização de tarefas e informações em um único profissional;

• Flexibilizar as fronteiras do território, adaptando-se à intensa migração interna


e externa das pessoas na favela;

• Compartilhar tarefas do plano de cuidado dos indivíduos e família com outros


membros da equipe multiprofissional;

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).


Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

1- FAVELA

• Identificar grupos com dificuldade de acesso à unidade de saúde:


pessoas acamadas e em situação de extrema pobreza;
pessoas com ampla carga horária de trabalho e trabalho nos horários de abertura
da unidade;
pessoas com deficiência;
foragidos da polícia;
pessoas sem documento e imigrantes;
grupos vítimas de preconceito pessoal e institucional (transexuais, negros,
pessoas com transtornos mentais, moradores de rua, etc.).
Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

2 - RURAL

A saúde das populações rurais difere das urbanas em diversos aspectos como, por
exemplo, quanto à frequência dos problemas de saúde, à sua gravidade, às
exposições a riscos, aos indicadores de saúde, aos aspectos culturais da vivência
do processo saúde-doença e à autoatribuição de saúde.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).


Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

2 - RURAL

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Fatores relacionados à decisão de um profissional de saúde de


2 - RURAL trabalhar em áreas rurais.

Um longo caminho é necessário para


que, no Brasil, seja possível diminuir
essas diferenças entre as áreas rurais e Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).
urbanas, garantindo o princípio
constitucional da equidade no sistema
de saúde.
Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

3 - SITUAÇÃO PRISIONAL

O momento da chegada da pessoa ao sistema prisional é uma janela de oportunidade


para avaliações clínicas e diagnósticas. Como em qualquer população definida,
existem especificidades com as quais o enfermeiro(a) deve estar familiarizado(a):
tuberculose, autolesão, uso de psicotrópicos, simulação, comportamentos disruptivos
(quebrar canos das celas, sujar-se de fezes ou causar incêndios), tabagismo, infecções
sexualmente transmissíveis, entre outros. Enfermarias adaptadas garantem tanto uma
acomodação adequada ao detento quanto a segurança geral ao hospital, como, por
exemplo, em relação a fugas ou resgates.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

4 - POPULAÇÃO RIBEIRINHA

• O termo ribeirinho designa qualquer população que vive às margens dos rios;
• O transporte nas comunidades ribeirinhas é todo feito via fluvial, sendo este um
fator importante para o planejamento das ações de saúde desenvolvidas nessas
localidades;
• As condições sanitárias das populações ribeirinhas ainda são muito precárias, não
existindo, na maior parte das comunidades, abastecimento de água, fossas
sanitárias e adequado destino final do lixo doméstico.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).


4 - POPULAÇÃO RIBEIRINHA

• Os conceitos ribeirinhos acerca dos processos de saúde e doença deverão ser


conhecidos e manejados habilmente pela atenção básica, cuidando para não ferir a
autonomia das pessoas, evitando conflitos desnecessários, bem como uma postura
arrogante perante outros saberes;
Fonte: Gusso, Lopes e Dias(2018).

Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

4 - POPULAÇÃO RIBEIRINHA

• As dificuldades de acesso às áreas ribeirinhas devem ser vencidas com a adoção de


estratégias criativas e flexibilidade, como o uso de unidades básicas fluviais ou
ferramentas como telessaúde/ telemedicina.
Fonte: Gusso, Lopes e Dias(2018).
Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

4 - POPULAÇÃO RIBEIRINHA

• Além das próprias características geográficas e demográficas, as condições


socioeconômicas e culturais dos ribeirinhos têm contribuído para o aparecimento e
a manutenção de algumas endemias e epidemias. Doenças como malária,
leishmaniose, hanseníase, tuberculose, arboviroses, além das infecções de
transmissão hídrica ou associadas à água, como a febre tifoide e as gastrenterites,
apresentam elevados índices de prevalência.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

5 - SITUAÇÃO DE RUA

• A população em situação de rua (PSR) é composta por um grupo heterogêneo tanto


no que se refere a características demográficas quanto a características
relacionadas a trajetórias, hábitos e desejos.
• Caracterização da população em situação de rua: pessoas que ficam na rua;
pessoas que estão na rua e pessoas que são de rua.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).


Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_cuidado_populalcao_rua.pdf

Pessoas que ficam na rua: ruptura de vínculos


familiares, desemprego ou trabalho informal e/ ou
irregular, seja por tratar-se de pessoa recém-
chegada à cidade em busca de oportunidades e
ainda sem alojamento.

Pessoas que estão na rua: utilizar-se da rua como


local de pernoite e começam a estabelecer
vínculos, aprendem com colegas e criam suas
próprias estratégias de sobrevivência.

Pessoas que são de rua: espaço permanente de


moradia, onde não há mais estranhamento com a
vida na rua e sim um sentimento de pertencimento
relacionado a ela.
Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

6 - TRAGÉDIAS

• Mais de 90% das mortes por desastre em todo o mundo ocorrem nos países mais
pobres, o que é acompanhado do processo de urbanização descontrolado de nossa
sociedade;
• É preciso oportunizar a todos uma mudança cultural, sabendo que o senso de
percepção de riscos deficiente é a mais grave vulnerabilidade social das populações
no que diz respeito à intensificação de desastres;

Fonte: Gusso, Lopes e Dias(2018).


Cenários específicos de atuação do enfermeiro na saúde

6 - TRAGÉDIAS

• O enfermeiro (a) de família e comunidade deve estar atento aos fatores que podem
causar uma segunda tragédia, como a transmissão de doenças infectocontagiosas,
as exacerbações de doenças crônicas, a violência e os abusos nos abrigos e o
sofrimento psíquico, pois a atenção primária à saúde (APS) é considerada essencial
nesse cuidado;
• As instâncias de Controle Social e Participação Popular são imprescindíveis na
prevenção e no enfrentamento de desastres.

Fonte: Gusso, Lopes e Dias (2018).

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 set. 2017. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em 16 jun. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual sobre o
cuidado à saúde junto a população em situação de rua. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática
Artmed, 2018.

SOUSA, M. C.; HORTA, N. Enfermagem em saúde coletiva: teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan,
2018.
Telessaúde
na Atenção à Saúde
Prof. Sthephanie Freitas
Telessaúde

Telessaúde é uma ferramenta de articulação entre a atenção


especializada e a atenção básica, tem como finalidade a expansão e
melhoria da rede de serviços de saúde.

Portaria nº 2.546, de 27 de outubro de 2011: redefine e amplia o


Programa Telessaúde Brasil, que passa a ser denominado Programa
Nacional Telessaúde Brasil Redes (Telessaúde Brasil Redes).

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.

Diretrizes para a Telessaúde no Brasil

Transpor barreiras socioeconômicas, culturais e, sobretudo,


geográficas, para que os serviços e as informações em saúde
cheguem a toda população;
Maior satisfação do usuário, maior qualidade do cuidado e menor
custo para o SUS;
Atender aos princípios básicos de qualidade dos cuidados de
saúde: segura, oportuna, efetiva, eficiente, equitativa e centrada
no paciente;
Fonte: Ministério da Saúde, 2018.
Diretrizes para a Telessaúde no Brasil

Reduzir filas de espera;


Reduzir tempo para atendimentos ou diagnósticos especializados;
Evitar os deslocamentos desnecessários de pacientes e profissionais
de saúde.

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.

Campos de atuação da Telessaúde

TELEDIAGNÓSTICO TELEMONITORAMENTO

TELECONSULTORIA
TELEREGULAÇÃO

Telessaúde
INOVAÇÃO EM SAÚDE TELEDUCAÇÃO
DIGITAL E TELESSAÚDE
Inovação em Saúde Digital e Telessaúde

A Inovação em Saúde Digital é transversal às iniciativas de Telessaúde e


busca nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), explorar
novas ideias para a resolução de problemas crônicos, de difícil solução
pelos métodos usuais e devem partir de necessidades em saúde da
população.

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.

Teleconsultoria
Consultoria registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e
gestores da área de saúde, por meio de instrumentos de
telecomunicação bidirecional, com o fim de esclarecer dúvidas sobre
procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo
de trabalho em saúde, podendo ser em tempo real ou por meio de
mensagens offline.

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.


Telediagnóstico
Consiste em serviço autônomo que utiliza as TICs para a realização de
serviços de Apoio ao Diagnóstico, como a avaliação de exames à distância,
facilitando o acesso a serviços especializados.
Busca reduzir o tempo de diagnóstico possibilitando tratamento para
complicações previsíveis por meio do diagnóstico precoce.

Avaliação de exames Diagnóstico precoce Tratamento

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.

Telemonitoramento
Monitoramento a distância de parâmetros de saúde e/ou doença de
pacientes por meio das TICs. O monitoramento pode incluir a coleta de
dados clínicos, a transmissão, o processamento e o manejo por um
profissional de saúde utilizando sistema eletrônico.

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.


Teleregulação
A teleregulação visa fortalecer o atendimento na Atenção Primária em
Saúde, permitindo qualificar e reduzir as filas de espera no atendimento
especializado.

Demanda1
Demanda 1 Demanda 2 Demanda 3 = Demanda2
Demanda3

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.

Teleducação
Disponibilização de objetos de aprendizagem interativos sobre temas
relacionados à saúde, ministrados a distância por meio de TICs, com foco
na aprendizagem no trabalho, que por sua vez, ocorre transversalmente
em seus campos de atuação.

Fonte: Ministério da Saúde, 2018.


Portaria nº 2.859, de 29 de dezembro de 2014
Institui o incentivo financeiro de custeio mensal destinado aos Núcleos
Intermunicipais e Estaduais de Telessaúde do Programa Nacional de
Telessaúde Brasil Redes na Atenção Básica, e dá outras providências.
Considerando a Portaria nº 2.554/GM/MS, de 28 de outubro de 2011,
que institui, no Programa de Requalificação de Unidades Básicas de
Saúde, o Componente de Informatização e Telessaúde Brasil Redes na
Atenção Básica, integrado ao Programa Nacional Telessaúde Brasil
Redes.

Art. 2º Para habilitação ao recebimento do incentivo financeiro de


custeio mensal instituído por esta Portaria, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios que sejam sede de Núcleo de Telessaúde deverão:

cadastrar o Núcleo de Telessaúde como estabelecimento de saúde,


I incluindo-se a descrição de serviços ofertados, no Sistema do Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), nos termos dos arts. 12
e 13 da Portaria nº 2.546/GM/MS, de 27 de outubro de 2011;

II Implantação do Núcleo de Telessaúde Brasil Redes na Atenção Básica;

Solicitar o incentivo financeiro de custeio mensal ao Departamento de


III
Atenção Básica (DAB/SAS/MS).
Art. 3º O incentivo financeiro de custeio mensal de que trata esta
Portaria será composto por um componente fixo e por um componente
variável.
Parágrafo único. Para o recebimento dos componentes fixo e variável de
que trata o "caput", o Núcleo de Telessaúde deverá:

Ter, no mínimo, 80 (oitenta) equipes de Possuir equipes com histórico de


Atenção Básica participantes cadastradas solicitação de teleconsultorias nos
na plataforma de Telessaúde; últimos 3 (três) meses;

Possuir equipes vinculadas em Unidade Enviar, mensalmente, o relatório de


Básica de Saúde (UBS) com ponto de produção do Núcleo para o Sistema de
Telessaúde no SCNES; Monitoramento do Telessaúde vigente.

Critérios para Repasse Financeiro

I - atividade de equipes ativas e participantes, relativa aos


profissionais que utilizam os serviços de telessaúde no mês de
referência

II - definição e pactuação de linhas de cuidado e/ou


especialidades prioritárias

III - porte do Núcleo de Telessaúde


Critérios para Repasse Financeiro

IV - produção total de teleconsultorias, por equipe e por


médico da equipe, a cada mês, que podem ser classificadas
como:

Síncrona Assíncrona
Teleconsultoria realizada em Teleconsultoria realizada por
tempo real, por web ou meio de mensagens em texto,
videoconferência e por "off-line".
telefone

Art. 9º As equipes da Atenção Básica de que trata esta Portaria incluem:

Equipes de
Saúde da Equipes de
Família Saúde da
Família Equipes de
Ribeirinhas Equipes de
Fluviais Atenção
(ESFR) Atenção
(ESFF) Domiciliar
Básica
= Atenção
Equipes
Básica
Núcleos de Equipes dos Demais
Consultórios equipes da de Saúde
Apoio à Saúde da Família
da Família na Rua (PNAB)
(NASF)
Classificação dos Núcleos de Telessaúde Técnico-
Científicos na Atenção Básica

Quando a sede do Núcleo está vinculada à gestão


Estadual Estadual, tendo um conjunto de Municípios
integrantes;

Quando a sede do Núcleo está vinculada à gestão


Municipal Municipal, tendo abrangência apenas no próprio
Município;

Quando a sede do Núcleo está vinculada à gestão


Intermunicipal Municipal, tendo um conjunto de Municípios
integrantes.

Rumo à aprovação!

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