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Gestão da
QUALIDADE
Robson da Silva Constante
35
unidade
2
Metodologias para
Solução de Problemas
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Compreender as metodologias para compreensão e solução de problemas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Analisar as diferentes formas metodológicas de soluções de problemas;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você já ouviu falar sobre MASP? Você sabia que esse método pode
ajudar empresas na busca da qualidade contínua de seus processos,
produtos e serviços?
Para Ferreira (1993), o que podemos observar é que o método MASP ganha cada
vez mais adeptos, estando em sua ampla maioria dentro do meio gerencial das
organizações. Apesar das variações de nomenclaturas que são adotadas dentro
das empresas, todas contribuem numa mesma direção, ou seja, auxiliando na
solução e análise de problemas com uma maior qualidade.
2º Fase: Observação
7º Fase: Padronização
8º Fase: Conclusão
Fonte: Pereira e Dias (2012, p. 9), adaptado de Seleme e Stadler (2012) e Ferreira (1993).
Metodologias para Solução de Problemas | UNIDADE 2 41
Para finalizar, podemos concluir que o MASP pode ajudar em ações que visem
à solução de problemas de forma eficiente, ágil e com habilidade para definir
causas e seus efeitos. Essa metodologia é uma forte aliada para empresas e
gestores/profissionais e pode ser usada como uma ferramenta gerencial, sendo
adaptável para que gestores possam usá-la em busca de uma melhoria em seus
processos e na qualidade de seus produtos e serviços. Outro dado importante
é o fato deste método ser de fácil compreensão e adaptável dentro de qualquer
modelo de organização.
Na figura a seguir, podemos ver, de forma ilustrativa, os oito passos que compõem
a metodologia 8D. Após a contextualização deste método, iremos abordar cada
um dos passos representados na imagem.
DESTAQUE
Fontes: 123R.
O Diagrama de Ishikawa
Subcausa
Causa Causa
Subcausa
Subcausa
Problema
Subcausa Causa Causa
Causa Causa
Causa Causa
Subcausa Subcausa
Diagrama de Pareto
140 100
90
120
80
100 70
60
80
50
60
40
40 30
20
20
10
0 0
Atraso na Atraso da Produto Faturamento Separação Pedido Preço Outros
entrega transportadora danificado incorreto errada errado errado
5W2H
Objetivo Defina a sua meta, problema ou projeto de melhoria.
Responsável Definição
Ações Motivos Locais Prazos Custo
pela ação da ação
Falhas em
Defeito na placa
sistemas
eletrônica
Alto índice de eletrônicos
defeitos na Defeitos
fabricação de funcionais Conjunto motoredutor
equipamentos Falhas em
engripado
sistemas
mecânicos Defeito nas polias e
engrenagens
Método 8D
Início
2. Descrever o problema
N
A causa provável é a causa raiz?
S
5. Escolher e verificar as ações corretivas permanentes
7. Prevenir a recorrência
8. Felicitar a Equipe
Carta Controle: Método utlizado em formato de gráfico que tem como finalidade
o acompanhamento de um determinado processo, dentro de um controle
estatístico. Para que você entenda melhor: esse método demonstra estaticamente
os limites/faixas de tolerância (superior ou inferior).
Gráfico X Barra
1
Limite Superior
Limite Central
Limite Inferior
Peças
Gráfico de Amplitude
Limite Superior
Limite Central
Limite Inferior
Peças
Para Ford (1996) e Reis (2016), a metodologia 8D está dividida em oito passos,
assim descritos:
GLOSSÁRIO
Você já tinha ouvido falar nesta sigla antes? Pois bem, a sigla vem do
termo inglês QFD - Quality Function Deployment -, que, na tradução para o
português, quer dizer Desdobramento da Função da Qualidade.
Para Abreu (1997), a utilização do QFD tende a trazer outros benefícios para as
empresas que aplicam o método em seus modelos de negócios. Quer ver alguns
exemplos de melhorias? A redução no tempo e custo de desenvolvimento de
produtos, melhoramento em trabalhos em equipe e uma eficiente comunicação
interdepartamental (comunicação entre os diversos departamentos de uma
determinada empresa).
50 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
Segundo Miguel (2008), o QFD começou a ficar conhecido por meio de um artigo
de Akao e Ohfugi (1989) apresentado na International Conference Of Quality
Control, realizada na cidade do Rio de Janeiro. A disseminação do QFD em
nosso país aconteceu a partir de 1990 com influência de esforços entre a Fundação
Cristiano Ottoni (FCO), da escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), da Japan Overseas Development Corporation (JODC) e da Sadia
Concórdia S.A. Desde então, vários grupos de pesquisas de diversas universidades
começaram a realizar trabalhos com o uso do QFD nos mais variados segmentos
empresariais.
Martins e Laugeni (2006) definem o QFD como uma ferramenta que consegue
ligar o projeto de produtos ou serviços ao processos que os geram. Para esses
autores, o QFD consiste em traduzir as necessidades dos consumidores para
cada uma das etapas que compõem o desenvolvimento ou andamento de um
produto ou serviço. Já a Casa da Qualidade ou Matriz da Qualidade é formada
por meio do cruzamento entre as respostas obtidas na tabela da voz do cliente
e as respostas recebidas no quesito que dize respeito à qualidade exigida dos
consumidores. Essas informações recebidas terão ainda interface (correlação)
com as respostas que compõem a tabela das características de qualidade, ou
seja, com a voz da engenharia. Assim, essa matriz é entendida e desenvolvida
com a finalidade da execução de um projeto de qualidade, organizado pelas
qualidades exigidas pelos clientes. É por meio desse instrumento, denominado
de QFD, que é construída a Matriz da Qualidade, que buscará responder a seis
perguntas-chave. Com relação às respostas, normalmente poderão ser obtidas
por uma reunião com clientes e/ou com uma equipe técnica da empresa em
questão, conforme a fase em que está sendo desenvolvido o QFD.
Metodologias para Solução de Problemas | UNIDADE 2 51
Casa da Qualidade
Porta de carro X
X
6. Interações
V
X V
3. Voz da
engenharia
2. Análise da
concorência
1. Voz do Importância
cliente relativa
V X N A B C
A B C N
V
V V N A C B
V V V
4. Correlação
Relações
V - Positiva
X - Negativa
Carros
N - Nosso carro
A - Carro A
B - Carro B
5. Comparação técnica C - Carro C
Vamos buscar outro exemplo, agora utilizando o Método QFD. Esse exemplo
vem do Blog da Qualidade, que é de autoria de Rosemary Martins, baseado
no livro de Rodrigues (2014) e intitulado “Passo a passo para a construção da
Casa da Qualidade (QFD)”. Ele será utilizado para exemplificar um produto
muito conhecido por nós brasileiros, o “cafezinho”, como segue:
EXEMPLO:
Vamos dividir essa análise por quesitos importantes sobre algumas expectativas
que um cliente possa ter ao relacionar o produto “cafezinho”. Neste momento,
começamos utilizando o QFD (para elaborar, passo a passo, a matriz, que ao
final resultará na “Casa da Qualidade”) para definições de algumas metas e
sugestões de novas ações e procedimentos.
54 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
PRODUTO: Cafezinho
• Quente
• Estimulante
• Saboroso
• Baixo preço
Requisitos
do Cliente Importância
para o cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Notem que os valores representados na figura que vimos há pouco são os graus
de importância dos requisitos dos clientes. Eles também são obtidos através de
uma pesquisa com o cliente, que reflete a hierarquização de sua opinião em uma
escala de 1 (menor) a 5 (maior).
• Temperatura do cafezinho
• Quantidade de cafeína
• Componente do sabor
• Componente do aroma
• Preço de venda
• Volume
Metodologias para Solução de Problemas | UNIDADE 2 55
Requisitos
do Projeto
Requisitos
do Cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Requisitos
do Projeto
Requisitos
do Cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Relação
Forte
Médio
Fraco
Requisitos
do Projeto
Requisitos
do Cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Benchmarking
4 2 3 3 1 4
Interno
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Meta Teor Teor Teor R$ V
XºC y% k% w% zz ml
Especificações
Benchmarking
4 2 3 3 1 4
Interno
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Casa da Qualidade
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Meta Teor Teor Teor R$ V
XºC y% k% w% zz ml
Especificações
Benchmarking
4 2 3 3 1 4
Interno
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
VIDEO
SÍNTESE DA UNIDADE
Esta unidade buscou apresentar alguns conceitos que visam contribuir com a
melhoria da qualidade por meio de ferramentas adaptáveis e que podem ser
aplicadas em diferentes segmentos de organizações. Num primeiro momento,
foi abordada a metodologia MASP (Método de Análise e Solução de problemas),
que visa direcionar ações mais eficientes no melhoramento de processos
de produtos e serviços com oito fases de ação. Ainda no método MASP, foi
possível verificarmos que a ferramenta PDCA (Plan - Planejamento, Do -
Executar, Check - Verificar e Action - Agir) pode ser uma grande aliada em
ajudar a direcionar ações que vão desde a busca da identificação do problema
até a sua solução.
Num segundo momento, foi a vez de falarmos sobre a metodologia 8D, conhecida
como oito Disciplinas. Essa metodologia possui como função principal a busca
pela solução de problemas visando melhorias tanto de processos, quanto de
produto. Isso tudo ocorre com a perspectiva pensada na formação e capacitação
de uma equipe de trabalho eficiente e com reconhecimento por parte da empresa
(gestores) de esforços coletivos apresentados pelos funcionários.
REFERÊNCIAS
ABREU, F. S. QFD - desdobramento da função qualidade - estruturando a
satisfação do cliente. Revista de Administração de empresas-RAE. São Paulo, v.37.
n2, p.47-55. Abr./Jun.1997. Disponível em: <http://gg.gg/b7gf5>
FORD, Design Institute. Global 8-D Participant’s Guide. Michigan: Ford Motor
Company, Section 4.0, 1996.