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Instrumentação

Material Teórico
Análise Espectral e Sinais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr. Claudia Barros dos Santos Demori

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina F. Moreira
Análise Espectral e Sinais

• Análise Espectral;
• Modulação da Amplitude;
• Demodulação;
• Sinais Aleatórios.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Descrever e caracterizar sinais utilizando a Análise de Fourier.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

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trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Análise Espectral e Sinais

Análise Espectral
Vimos na Unidade anterior que os instrumentos de medidas são dispositivos
com as chamadas funções de transferências, ou seja, dado um sinal de entrada (o
mesurando), o instrumento o modifica (realizando a leitura) e fornece uma saída
(em um visor, para o operador) e, na maior parte do tempo, esses sinais de entrada
e saída são frequências, tanto que escreve-se a função de transferência no espaço
de frequências. O espaço de frequências é um conjunto de funções complexas. Não
se esqueça!

Sendo assim, ao projetarmos um instrumento, é necessário que se tenha estima-


tiva dos tipos de frequências que esse instrumento medirá, para que as frequências
medidas estejam na chamada banda de passagem do instrumento, ou seja, para
que as frequências medidas sejam compatíveis com a leitura que o instrumento é
capaz de fazer. Podemos dizer que a qualidade do instrumento depende de sua ban-
da de passagem. Portanto, agora faremos a chamada Análise espectral, ou seja, a
análise das frequências que compõem um sinal e como tratá-las.

Vamos iniciar pela famosa Série de Fourier.

Fourier, físico e matemático francês, mostrou que um sinal periódico pode ser
escrito como soma de uma somatória de funções seno e cosseno.
Explor

Saiba mais sobre as Séries de Fourier em https://goo.gl/Kmz4EX

Vamos iniciar com um sinal periódico x(t), cujo período, ou seja, tempo para que
se repita é T. Teremos que x(t) = x(t + T), para qualquer valor de t. Não leia somen-
te, mas pense na definição que acabamos de escrever. Na série de Fourier, teremos:


2 
2
x(t )  x   an cos n t b n sen n t
n 1 T n 1 T

Onde podemos escrever que:

1
x T x(t ) dt
T
2 2
an  T x(t ) cos n t dt
T T
2 2
bn  T x(t ) sen n t dt
T T

O intervalo de integração acima é do tipo t0 < t < t0 + T para qualquer valor de t0.

Embora pareça complicada, a grande vantagem de escrever sinais como soma-


tórias de Fourier é que absolutamente qualquer sinal periódico, mesmo os mais

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complicados, podem ser escritos dessa maneira. E ainda, podemos dizer que quais-
quer sinais com frequências iguais poderão ser somados da seguinte maneira:

A cos t  B sen t  C sen (t   )

Em que A, B e C são, respectivamente, as amplitudes dos sinais com C  A2  B 2


A
e ϕ é uma diferença de fase com   tan 1   .
B
Desta maneira, a somatória de Fourier pode ser escrita da seguinte maneira:


 2 
x (t )  c0   cn sen  n t  n 
n 1  T 

Observe bem a equação que acabamos de escrever acima. O aluno que já estu-

dou ondulatória sabe que o fator n , com n = 1, 2, 3 ... é o múltiplo inteiro de
T
uma frequência fundamental w0.

Então, como se dará a resposta de um sistema dinâmico a um sinal periódico


x(t)? Para responder, vamos continuar considerando que os sistemas que estamos
estudando são lineares e invariantes no tempo. A resposta é do tipo H (jw), ou seja,
uma função H complexa, tendo como variante uma frequência w. Então, observe:

Para uma entrada do tipo:

 2 
x (t )  c0  sen  n t  n 
 T 

A saída será:


 2 
y (t )  d 0   d n sen  n t n 
n 1  T 

Que em frequência será:


 2   2  2 
 | H (0) | C0   d n H  jn  sen  n t  n   H  jn 
n 1  T   T  T 

Onde
n 2
•  é a família de frequências harmônicas do sinal de entrada;
T
• |H (jw)| é o módulo da resposta em frequência;
• ∠H (jw) é a fase da resposta em frequência;
• j  1 representa os números complexos.

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UNIDADE Análise Espectral e Sinais

O que podemos nos perguntar agora é: mas e se o sinal de entrada não for um
sinal periódico? Então, neste caso, poderemos usar a chamada Transformada de
Fourier. As transformadas de Fourier transformam uma função t qualquer em
uma função de frequências complexas.

Para uma função qualquer x(t), vamos indicar a transformada de Fourier por:

X ( j )  F  x (t )
F  x (t )   t0 x (t ) cos t dt  j  t0 x (t ) sen t dt

Vamos notar que a transformada de Fourier de um sinal periódico é uma função


discreta de ω, ao passo que, se o sinal for aperiódico, a transformada de Fourier do
sinal será uma função contínua de frequências, ou seja, para representar uma fun-
ção periódica, basta números finitos de frequências bem determinadas, enquanto
que, para funções aperiódicas, será necessário um conjunto infinito de frequências.

Observe na imagem, um exemplo de sinal contínuo no tempo.

Figura 1
Fonte: Oppenheim & Willsky, 2010

10
E de sinal discreto

Figura 2
Fonte: Oppenheim & Willsky, 2010

Podemos utilizar as transformadas de Fourier com a notação de Euller, ou seja,


representar senos e cossenos como funções exponenciais complexas, assim:

X ( j )    x (t ) e  jt dt
Explor

Fórmula de Euler (números complexos), diponível em: https://goo.gl/68DhfT

Se formos representar H (jw) como a função de transferência do sistema, então,


a saída Y (jw) para uma entrada do tipo X (jw) será:

Y (jw) = H (jw) X (jw)

A saída é um produto chamado convolução do sinal de entrada com a função


de transferência do sistema. A resposta é composta por módulo e fase. Sendo as-
sim, o módulo da resposta em frequência é o produto dos módulos:

|Y (jw)| = |H (jw) ||X (jw)|

E a fase é a soma das fases do sinal de entrada com a função de transferência


do aparelho:

Y ( j )  H ( j )   X ( j )

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UNIDADE Análise Espectral e Sinais

Podemos ilustrar esse dispositivo utilizando um diagrama de blocos, conforme


mostra a imagem:

X(jω) Y(jω)
H(jω)

Figura 3

Na imagem, vemos a entrada X(jw), ou o chamado mesurando, o instrumento,


resposta Y(jw).

Para concluir, vamos analisar um gráfico de um sinal X(jw) que passará por um
instrumento com função de transferência H(jw). Observe principalmente o resulta-
do da convolução, Y(jw).

Figura 4
Fonte: Fundamentos de Instrumentação. Pearson Education do Brasil, 2013

Observe que na imagem acima, a primeira coluna de gráficos representa o mó-


dulo de cada um dos sinais, ao passo que a segunda coluna representa a fase dos
respectivos sinais. Note a função de transferência H(jw) na primeira coluna. Ela é
a banda passante do instrumento de medida, de tal maneira que, se o sinal medido
estiver dentro dessa faixa de frequências, será medido com mais precisão e com a
devida resposta do instrumento. A grande maioria dos instrumentos de medida tem
como mostrador uma análise de Fourier, ou seja, sinais em frequência.

Vamos explorar um exemplo? Este exemplo está contido no livro Oppenheim, A.


& Willsky, A. Sinais e Sistemas. 2ª Ed. São Paulo. Pearson, 2010, conforme segue:

Em particular, considere um sinal x(t) que tem duração finita. Ou seja, para al-
gum número T1, x(t) = 0 se |t| > T1, conforme ilustrado na figura abaixo.
x(t)

–T1 T1 t

Figura 5
Fonte: Adaptado de Oppenheim & Willsky, 2010

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A partir do sinal da imagem, aperiódico, pode-se construir um sinal periódico
para o qual x(t) é um período, conforme indica a figura abaixo:
~
x(t)

... –2T –T1 0 T1 T 2T


...
–T t

Figura 6
Fonte: Adaptado de Oppenheim & Willsky, 2010

Conforme tomamos o período T maior, x (t ) é idêntico a x(t) em um intervalo


maior, e quando T   , x (t ) é equivalente a x(t) para qualquer valor de t.

Vamos examinar tal efeito sobre a representação da série de Fourier de x (t ) .


Utilizando o intervalor -T/2 ≤ t ≤ T/2 e a notação de Euller, temos:


x (t )  ae
k 
k
jk0t

1 T /2
ak 
T  T / 2
x (t ) e jk0t dt

2
E sendo 0  , e x (t ) = x (t ) para |t|< T/2 e também como x(t) = 0 fora
T
desse intervalo. Então, podemos reescrever:

1 T /2 1 
ak 
T  T / 2
x (t ) e jk0t dt 
T  
x (t ) e  jk0t dt

E a envoltória X(jw) como


x ( j )   x (t ) e  jt dt


Para os coeficientes ak:

1
ak  X ( jk0 )
T

Combinando as últimas equações, pode-se expressar x (t ) em termos de X(jw)


1
x (t )  
k  T
X ( jk0 ) e jk0t

2
ou de forma equivalente, visto que  0 , temos:
T

1
x (t ) 
2

k 
X ( jk0 ) e jk0t 0

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UNIDADE Análise Espectral e Sinais

Quando T   , x (t ) se aproxima de x(t), e como consequência, no limite, a


equação acima torna-se uma representação de x(t). Além do mais, quando T  
e o termo direito da equação torna-se uma integral. Isso pode ser visto a partir da
interpretação gráfica da integral:

X(jω) e jωt Área = X(jkω0) e jkω tω0 0

X(jkω0) e jkω t0 0

(k + 1)ω0

kω0 ω

Figura 7
Fonte: Adaptado de Oppenheim & Willsky, 2010

Cada termo no somatório da equação no membro direito é a área de um retân-


gulo de altura X ( jkw0 ) e jkw0t e largura w0. Quando 0  0 , o somatório converge
para integral X ( j ) e j t . Portanto:
1 
x (t ) 
2 
x ( j ) e jt d 

e

X ( j )   x (t ) e  jt dt


A consideração acima foi retirada, na íntegra, de Oppenheim, A. & Willsky, A.


Sinais e Sistemas. 2ª Ed. São Paulo. Pearson, 2010.

Vamos aplicar a teoria acima ao exemplo a seguir. Considere o sinal represen-


tado pela função x (t )  e  at , a  0

A transformada de Fourier do sinal será dada por:


 
X ( j )   x (t ) e  jt dt  X ( j )   e  at e  jt dt
 0

1 
X ( j )   e  ( a  j )t|0
a  j
1
X ( j )  
a  j

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Para representar graficamente, vamos precisar calcular o módulo |X (jw)| e a
fase ∠ X (jw):
1
X ( j ) 
a2   2

e
 
 X ( j )   tg 1  
a

E, assim:

Figura 8
Fonte: Oppenheim & Willsky, 2010

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UNIDADE Análise Espectral e Sinais

Modulação da Amplitude
O título é comum e conhecido como modulação de amplitude, cuja sigla é AM
(amplitude modulation), termo utilizado em muitos dispositivos do cotidiano. A am-
plitude do sinal nada mais é do que o que definimos acima, seu módulo.

A modulação em amplitude pode ser um princípio de operação do instrumento


ou, ainda, pode ser utilizada intencionalmente para eliminar problemas causados
por entradas espúrias que têm suas frequências muito bem definidas.

Se formos representar a modulação em amplitude com a análise de Fourier,


podemos dizer que é o produto entre dois sinais com frequências diferentes, de tal
modo que o sinal com frequência maior é chamado portador, e o sinal com frequ-
ência mais baixa é o modulante. Sendo assim, o sinal resultante da modulação em
amplitude será dado por:

y (t )  ( As sen s t ) ( Ap sen  p t )

Onde As e Ap são os valores de pico de cada uma das respectivas ondas. Os ín-
dices s e p estão sendo usados para sinais modulante e portador, respectivamente.

Se aplicarmos na equação de sinal resultante, uma identidade trigonométrica


conhecida, teremos:
Explor

Identidades trigonométricas https://goo.gl/8w7WzW

As Ap
y (t )  cos ( p  s ) t  cos ( p  s ) t 
2

Vamos observar a equação acima. Se o sinal da frequência modulante s tiver


média nula, a frequência do sinal modulante será transladada para valores que
estão em torno da frequência da portadora, e desta maneira, a modulação pode
ser utilizada para trocar a informação para diferentes frequências, evitando
ainda certas faixas de frequências (as indesejadas, ou aquelas que estão fora
da banda de passagem do instrumento). Vamos ilustrar essa situação com a
seguinte imagem.

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(a)

х (t) amplificador
H(jω)

X s (jω) H(jω)
A

ω
-ω max 0 ωmax ωmax ω

(b)

хs(t) y(t) amplificador z(t)


modulador
H(jω)

x p(t)

H(jω)
Y(jω)

ωp ω
0 ωp ωmax ωp ωmax

Figura 9
Fonte: Adaptado de Aguirre, Luís Antônio, Pearson Education do Brasil, 2013

No item (a) da figura, tem-se a imagem de um sinal qualquer x(t) que adentra
um amplificador cuja função de transferência é H(jw). A forma de onda da trans-
formada de Fourier do sinal de entrada XS(jw) e da função de transferência do
modulador também são mostradas neste item. Observe que XS(jw) é um sinal se-
noidal, e em H(jw), vemos uma banda passante larga. Já no item (b) , vemos que
um modulador é colocado entre o sinal de entrada xp(t) e o sinal modulante xs(t),
quando, então, os dois juntos adentram no amplificador. No entanto, note que
o sinal modulante faz com que a frequência do sinal, que no item (a) estava em
torno de zero, vá para a frequência central da portadora wp. Esse deslocamento
de frequência central faz com que o sinal modulado esteja dentro da banda de
passagem do amplificador, em torno da frequência central da portadora wp. No
geral, a informação que se está transmitindo está contida na onda modulante. A
onda portadora contém as frequências mais altas e a onda modulante contém as
frequências mais baixas. Como no caso de lasers para telecomunicações. Aliás,
vamos explorar este exemplo:

Você acha que uma informação que opera numa frequência de Mbps é rápida?
Sim, é onde operamos atualmente. No entanto, essa frequência (MHz – 106Hz)
(considerando uma eficiência espectral de 1 bps = 1 Hz) é a frequência do dis-
positivo modulador. Se estivermos utilizando um laser, ele em si opera em uma

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UNIDADE Análise Espectral e Sinais

frequência muito mais alta (1014Hz). Porém, há poucos dispositivos eletrônicos


para explorar essa faixa, por isso dizemos que, embora a demanda do tráfico de
dados seja exponencial, ainda há banda para ser explorada nas telecomunicações.
Daí a importância das engenharias para esta área.

O que se faz nesse caso é usar a frequência da portadora p (no caso, o laser
10 Hz) como frequência central e a frequência da modulante s (a frequência do mo-
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dulador) para conseguirmos analisar, modificar e transmitir o sinal. Portanto, tem-se


a importância da modulação. E do desenvolvimento de dispositivos moduladores.

A imagem abaixo ilustra a demanda crescente por banda larga nas telecomuni-
cações no Brasil até 2010. E o aumento no mercado de empresas de Serviço de
Comunicação e Multimídia SCM. Observe que os dados são exponenciais, sendo
assim, atualmente a demanda é muito maior.

Evolução do número de acessos de Banda Larga e donúmero de prestadoras de Banda Larga


Explor

(Serviço de Comunicação Multimídia, conforme definição da Anatel). Dandos até o final do


3º trimestre de 2010 https://goo.gl/1rsSWV

Eficiência espectral: Medida da eficiência com que um dado sistema de comunicação usa
Explor

a largura de banda de um canal.

Demodulação
Vimos que modular um sinal em amplitude implica deslocar a transformada de
Fourier desse sinal em torno da frequência da portadora. Pode ocorrer a necessida-
de de realizar a demodulação, ou seja, recuperar o sinal modulante a partir do sinal
modulado em amplitude. Observe a imagem abaixo. O objetivo da demodulação
consiste em recuperar o sinal x1(t)(modulante) a partir do sinal (modulado).

y (t)

x (t)
Figura 10
Fonte: Adaptado de Aguirre, Luís Antônio, Pearson Education do Brasil, 2013

Existem algumas técnicas para tanto, como a retificação de meia onda, sensível ou não à
Explor

fase do sinal e a demodulação síncrona. Saiba mais em https://goo.gl/rAk92y

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Sinais Aleatórios
Agora, vamos nos preocupar com a composição dos sinais x(t) que estamos
analisando. Muitas vezes esses sinais são acompanhados de flutuações aleatórias,
do tipo causadas por variação na temperatura ou até mesmo ruídos.

Ruído: Denominação para sinais elétricos aleatórios e imprevisíveis provenientes de causas


Explor

naturais tanto externas como internas ao sistema. Quando estes sinais são adicionados a
um sinal que contém informação, esta pode ser parcialmente mascarada ou totalmente eli-
minada. O ruído é difícil de ser completamente elminado, constituindo um dos problemas
básicos da comunicação elétrica.

Observe a figura apresentada no gráfico abaixo. É uma medida de pressão


em função do tempo. Observe que ocorre uma variação no sinal após 60s, no
entanto, todo o sinal em si é tão ruidoso que a leitura e interpretação da medida
ficam prejudicadas.

Figura 11
Fonte: Luís Antônio, Pearson Education do Brasil, 2013

Desta maneira, precisamos de algumas técnicas para compreender um sinal


deste tipo. Por exemplo: para um determinado trecho de um sinal de comprimento
N, podemos calcular a média amostral e o desvio-padrão amostral.

A média amostral é dada por:

1 N
y
N
y
i 1
1

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E o desvio padrão-amostral:

N
1
s ( y)   ( y1  y)2
N  1 i 1

Onde yi é a i-ésima observação do sinal de comprimento N.

Podemos continuar usando como exemplo a análise do sinal de medida de pres-


são em função do tempo acima, para os primeiros 60 minutos, tem-se:

y1 = 616,71 mmH2O

Ao passo que o desvio-padrão da medida é:

s(y1) = 51,58 mmH2O

Já para os últimos 60 minutos, temos que:

y2 = 902,57 mmH2O

E o desvio-padrão da medida é:

s(y2) = 73,23 mmH2O

Outros valores que se podem utilizar para qualificar as incertezas da medida são
o valor quadrático médio e o valor eficaz, que são grandezas relacionadas à análise
de dados estatísticos.

Pode-se também analisar sinais aleatórios estimando a função de correlação


cruzada FCC, com dois sinais distintos, ou a função de autocorrelação FAC, com o
sinal interferindo nele próprio, com um pequeno atraso de tempo.

Para sinais discretos no tempo, a FCC será do tipo:

N
1
rxy  lim
N  N

i 1
x (i ) y (i  k )

Onde k é um número inteiro.

Já a função de autocorrelação, pode ser escrita na forma:

N
1
rxx  lim
N  N

i 1
x (i ) x (i  k )
Explor

Você pode verificar para que serve a função de autocorrelação e correlação em https://goo.gl/jgxr8G

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Processamento de Sinais Digitais - Dispositivos Digitais
https://youtu.be/mJ82IMbXi54

Leitura
Processamento
https://goo.gl/CPj1rR
TP501 – Processos Aleatórios
https://goo.gl/4s8S1b
8 – Transformadas de Fourier
https://goo.gl/ESvnnC

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UNIDADE Análise Espectral e Sinais

Referências
AGUIRRE, Luís Antônio. Fundamentos de Instrumentação. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.

OPPENHEIM, A. & Willsky, A. Sinais e Sistemas. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2010.

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