A FOTOGRAFIA

Câmara obscura/ Câmara escura

Através da lei da física, a luz viaja em linha reta; se os raios refletidos por um objeto bem
iluminado passam por um orifício muito pequeno, feito em material fino, estes raios
cruzam‐se e invertem a imagem numa superfície branca e plana no outro lado do
orifício.

A compreensão desse fenómeno, na pratica, tornou-se possível a partir da descoberta da

câmara obscura.

A referência mais antiga conhecida ao princípio da câmara escura é descrita pelo filósofo
chinês Mozi, do século V a.C.. Na Grécia clássica, este fenómeno também é mencionado
por Aristóteles filósofo Grego, 384-322 a.C..

Câmara Obscura século XV, XVI d.c. https://www.youtube.com/watch?v=bMuL-UhGYeA

 Quanto menor o orifício, mais nítidos são os traços, no entanto, com a diminuição da
entrada de luz, produz uma imagem escura.

Em 1550, foi desenvolvido o mecanismo de uso de lentes, pelo físico italiano Girolamo
Cardano. Utilizou uma lente biconvexa que convergia os raios luminosos refletidos no
objeto, formando uma imagem uniforme, nítida e clara.

M- Câmara escura com espelho refletor (séc. XVII).

Câmara escura,1823, 
B- Sistema ótico para melhorar a qualidade e definição de imagens.
pertenceu a William Henry Fox Talbot (1800–1877)
 Fatores fundamentais na origem da fotografia

A observação de fenómenos físico-químicos resultantes da ação da luz sobre objetos.

Câmara escura.

Desenvolvimento dos sistemas óticos.

Nos séculos XVI, XVII e XVII foram feitas descobertas importantes sobre a reação dos sais
de prata à luz.
 Pioneiros na fotografia

Joseph Nicéphore Niépce, Francês (1765-1833) -Heliografia

Louis Daguerre, Francês (1787-1851) - Daguerreótipo

John Frederick William Herschel, Inglês (1792- 1871)- descoberta do

Ttiossulfato de sódio como agente fixador.

William Henry Fox Talbot, Inglês (1800-1877) - Calotipo

Joseph Nicéphore Niépce, Francês (1765 – 1833 ) Heliografia

Em 1826-27, fez o primeiro registo de uma imagem.

Processo de heliografia demorava oito horas para gravar uma imagem.

Joseph recobriu uma placa de estanho com betume Judaico (endurece quando atingido

pela luz). Nas partes não afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência
de alfazema.

Em 1829, Niépce associa-se a Louis Jacques Mandé Daguerre nas suas investigações.
1826-27, Joseph Nicéphonre, primeira fotografia que se conhece, 16,5x20cm.
Vista desde a sua janela em Saint Loup de Varennes.
1952, reprodução retocada da fotografia Vista da janela em Le Gras  produzida por Helmut Gernsheim & Kodak Research Laboratory.
Reprodução impressa do século XIX de uma natureza morta que se acredita ser um heliografia de Niépce por volta de 1832.
Louis Daguerre, Francês (1787-1851) Daguerreótipo
Em 1837, cria o Daguerreótipo.

Chapa de cobre polida que reflete luz; um positivo direto e único, não se pode reproduzir
nem modificar.

As imagens eram produzidas numa placa coberta com iodo de prata e fixadas com sal.

O tempo de exposição entre 15 a 30 minutos.

Em Janeiro de 1839 invenção do daguerreótipo torna-se publica.

https://www.youtube.com/watch?v=hMDHzy_ie9Y
1837, L´atelier de l´artist, 16x21cm.
1838, Boulevard du Temple, Paris, 15x18,5cm
Retrato de Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1844), Por Jean Baptiste Sabatier-Blot (1801-1881),
daguerreótipo, 6,9 x 9,1 cm.
Para proteger os daguerreótipos, as imagens eram seladas e emolduradas com acabamento requintado.
Estrutura de protecção daguerreótipo: de cima para baixo: moldura, vidro, passe-partout, chapa do
daguerreótipo e estojo.
Dispositivo para manter as cabeças paradas durante o longo tempo de
exposição necessário para fazer um retrato de daguerreótipo.
Estúdio de fotografia de daguerreótipo no séc. XIX.
William Henry Fox Talbot – Inglês (1800-1877) Calotipo

As primeiras experiências datam de 1830, reveste o papel com uma solução de sais de
prata e nitrato de prata que depois é sensibilizado ao sol - Desenhos fotogénicos.

Em 1835 faz o primeiro registo do processo negativo/positivo sobre papel - Calotipo.

Permite efetuar a cópia,(negativo-positivo), bem como alterar os contrastes e

tonalidades.

As impressões podem ser feitas colocando negativo em cima do papel fotográfico e

expondo à luz solar.

Tempo de exposição - 1-2 minutos.

https://www.youtube.com/watch?v=GMrDkcYiLC4
William Henry Fox Talbot, Plantas, “Desenho fotogénico”, 1839.
Desenho fotogénico, imagem do livro "The pencil of Nature" de 1844.
1835, Fotografia da janela da biblioteca da sua casa em Lacock Abbey. Registo do mais antigo negativo.
William Henry Fox Talbot, negativo e positivo.
1845, The Reading Establishment, cada, 18,5x22,5cm (negativo).
1845, The Reading Establishment, cada, 18,5x22,5cm (positivo).
The Pencil of Nature, livro ilustrado com fotografia em 1844.
Capítulo 1 –III - View of the Boulevards at Paris, 1843
Capítulo 3 - XIV - The Ladder, 1844
Capítulo 1 –III - Articles of China  1844
CIANOTIPIA
1843-53, a primeira publicação de um livro ilustrado com fotografia - Photographs of British Algae: Cyanotype
Impressions 1843–53. Por Anna Atkins (1799-1871).
COLÓDIO HÚMIDO
 Frederick Scott Archer, Inglês (1813 – 1857 )

Em 1851, inventa o processo de - colódio húmido.

 
O colódio é proveniente de pó de algodão dissolvido em éter.

Para fazer os negativos é utilizado vidro em vez de papel.

Imagens claras e nítidas em comparação com o calotipo.

Tempos de exposição de 2/3 segundos.

https://www.youtube.com/watch?v=4K11y2EjAFg
Negativo e positivo
“Portraits of Pets”, 1910
Francis Frith, ”The Great Pyramid and the Great Sphinx”, 38.1 x 48.4 cm, 1858
ROGER FENTON (1819-69) “Photographic Van”, utilizada durante a Guerra da Crimeia, 1855, 17.4 x 15.9 cm.
1855, “Valley of the Shadow of Death”, (Guerra da Crimeia)
Roger Fenton, Guerra da Crimeia
Em 1871, Richard Leach Maddox, (1816-1902, Inglês), inventa o Colódio seco.

Em 1880, George Eastman ,(1854-1932,Nova York), começa a produzir e comercializar

Dry Plates.
POPULARIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA
  Popularização da Fotografia
George Eastman, funda a Kodak em 1888 dando grande impulso à popularização da
fotografia.

Utilizou três conceitos básicos para o nome da marca: deve ser curto, não pode ter
similar e não pode assemelhar-se ou ser associado a qualquer coisa.

Em 1888, introduz no mercado a primeira câmara Kodak que incluía uma carga de 100
fotos.

A Kodak lança a campanha publicitária: “Você aperta o botão, e nós faremos o resto”.

https://www.youtube.com/watch?v=U4qXLLb9yi0
1888, Câmara Kodak.
Foi utilizada uma câmara Kodac No. 2 para fazer o registo – formato circular devido às limitações da câmara, 9 cm de diâmetro.
1889, George Eastman, introduz no mercado o filme em rolo, constituído por uma base
plástica, geralmente triacetato de celulose, flexível e transparente, sobre a qual é
depositada uma emulsão fotográfica. 

Esta é formada por uma fina camada de gelatina que contém cristais de sais de
prata sensíveis à luz.
1900, Brownie Camera
1910, Kodak No. 2A Folding Pocket Brownie 
Em 1925, a marca alemã LEICA lança uma câmara leve e compacta.

Adaptou um filme em rolo de 35 mm, usado no cinema, dando origem a uma câmara
diferente de todas as outras.

Esta câmara teve um grande sucesso o que popularizou o rolo de 35 mm.

Antes da Leica lançar uma câmara com rolo de 35 mm, as câmaras utilizavam rolos de médio formato.
1924, Leica 1
FOTOGRAFIA A CORES
A impossibilidade de representar imagens a cores, levou a diversas técnicas para
adicionar a cor, ou mesmo aumentar a ilusão de vida das imagens.

Daguerreótipo colorido à mão.

As fotografias tornavam-se dispendiosas, eram um símbolo de status.

Muitas vezes, aplicava-se a cor apenas a detalhes.

Podiam ser coloridas com tintas à base de água, com aplicações de pigmentos ou com
diferentes tipos de goma.
Daguerreótipo colorido manualmente.
Impressão colorida manualmente .
 Ao da

Impressões coloridas manualmente .

1861, A primeira fotografia a cores tirada por James Clerk Maxwell (1831- 1879 Inglês).

Com base nos seus estudos sobre a perceção da cor pelo olho Humano, utilizou as
técnicas da fotografia em preto e branco para tirar três fotografias idênticas do mesmo
objeto, cada uma realizada com um filtro de cor diferente: vermelho, verde e azul.

Depois, projetou simultaneamente as três imagens de modo a ficarem alinhadas numa

tela utilizando lâmpadas com filtros das mesmas cores usadas na captação. Com este
processo, a imagem fica a cores.
1861, A primeira fotografia a cores tirada por James Clerk Maxwell. Imagem a partir de uma fita tartan.
 

Em 1907, Autocromo chegou ao mercado pelos irmãos Luniere.

O Autocromo era um método aditivo baseado em um mosaico de grãos

microscópicos de amido de batata tingidos em três cores primárias (vermelho
alaranjado, verde e azul-violeta) sobre uma placa de vidro, coberta por uma emulsão
pancromática.

Os vãos entre os grãos eram preenchidos com carvão. Os grãos agiam como filtros.

Os grãos da imagem ficam muitas vezes visíveis, mais as cores artificiais obtidas.

Imagens únicas, bem como a dificuldade em exibi-las ao público. As placas finais eram
escuras e precisavam ser vistas contra a luz.
Etheldreda Laing, (1872–1960), autocromo
Pormenor de uma fotografia em autocromo .
Autocromo, soldados na trincheira, primeira guerra mundial
Autocromo, 1925
Em 1935 foi introduzido o primeiro filme colorido moderno, o Kodachrome, em três
emulsões coloridas.
Ardean r. Miller, 1957, Kodachrome.
Fred Herzog, 1968, Kodachrome
Steve McCurry, 1985, "Afghan girl”, Kodachrome.
O ano de 1947 é marcado pelo aparecimento da fotografia instantânea.

Polaroid criada por Edwin Land (1909-1991, Estados Unidos).

Em 1963 lança o filme instantâneo colorido .

1963 to 1966, Polaroid Land Model 100

FOTOGRAFIA DIGITAL
Em 1975, temos a primeira câmara digital desenvolvida pelo engenheiro elétrico
Steven Sasson, (1950, Estados Unidos).

Possuía 3,6 quilogramas.

Para expor uma imagem eram necessários cerca de 23 segundos, muito acima das
câmaras analógicas da época.

Produzia apenas imagem a preto e branco de baixa resolução - 0,01 megapixel.

O primeiro protótipo de uma câmara fotográfica digital desenvolvido por Steve Sasson para a Eastman Kodak, 1975.
Em 1976, Bryce Bayer inventou o Bayer Color Filter Array (Padrão Bayer) o permitiu que
um sensor registasse imagens a cor.

Consiste na distribuição de uma malha de minúsculos filtros com as cores primárias da luz
(vermelho, verde e azul) por cima do sensor.
 As câmaras fotográficas digitais começaram a ser comercializadas no início da década
de 80.
Em 1988, a Fujifilm lançou a primeira câmara que guardava informação, num cartão
de memória, correspondente entre cinco e dez fotografias.

Fujix DS-1P, a primeira câmara fotográfica a utilizar um cartão de memória.

Desde os anos 90, surgiram inúmeros avanços na utilização da tecnologia digital assim
como a sua implementação no mercado profissional e amador da fotografia.

A Adobe lançou a primeira versão do Photoshop, software de edição de imagem, em

1990.

A Kodak lançou o primeiro sistema de fotografia digital em 1991, tinha em vista a sua
utilização por fotojornalistas, DCS 100.

Câmara fotográfica analógica Nicon F-3 adaptada com um sensor digital CCD de 1.3 megapixéis.
Em 1999 é lançada a Nikon D1, uma câmara fotográfica reflex digital (DSLR).

Tinha um sensor de 2.7 megapixéis e permitia a utilização de toda a linha de objectivos F-

mount da Nikon.

O corpo da câmara digital era semelhante ao da câmara analógica F5, o que permitia
uma rápida adaptação pelos fotógrafos.

A Nikon, em 2006, deixa de fabricar a maioria dos modelos de câmara fotográfica

analógica e passa a desenvolver as suas pesquisas nos sistemas fotográficos digitais.
1999, Nikon D1
O século XXI também é marcado pela massificação da internet e o aparecimento dos
telemóveis com câmara fotográfica, fatores que vão ter impacto na forma de fotografar...