Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Quézia Alcantara1
quezia.alcantara@hotmail.com
Resumo: Este artigo tem como objetivo tecer comparações entre os tipos de atividades
comunicacionais realizadas na Câmara Municipal de Goiânia, pela Assessoria de Imprensa
institucional e as assessorias dos gabinetes parlamentares. Pretende-se refletir sobre a
Comunicação Pública enquanto pressuposto teórico do fazer comunicacional da Assessoria de
Imprensa e o Marketing Político exercido nos gabinetes com o fim de promoção de um agente
político.
Abstract: This article proporses to make comparisons between the types of communication
activities carried out at the Goiânia Parliament, by the institutional Press Office and the
advisory offices of parliamentary offices. The aim is to reflect about how on Public
Communication as a theoretical presupposition of Press Office communication and Political
Marketing exercised in the offices with the purpose of promoting a political agent.
Palavras-chave: Comunicação Pública, Marketing Político, poder Legislativo, Assessoria de
Imprensa, Gabinete parlamentar
Keywords: Public Communication, Political Marketing, Parliament, Press Office, Parliamentary
Office
1-Introdução:
A comunicação no poder Legislativo ocupa papel essencial no atendimento dos interesses
sociais referentes à transparência e legitimidade deste poder da União perante a sociedade. As
atividades comunicacionais vão desde a divulgação dos trabalhos parlamentares no
cumprimento de suas atividades de legislar, fiscalizar e representar a população, até a promoção
da imagem da instituição enquanto estrutura do Estado de direito em prol da democracia.
Diversos autores como Pierre Zémor (1995) defendem que a comunicação realizada pela
administração pública, onde se pode incluir o poder Legislativo, deva ser aquela conceituada
1
Jornalista, formada pela Facomb/UFG, Mestra em Comunicação pelo PPGCom/Facomb/UFG, trabalha na Assessoria
de Imprensa da Câmara Municipal de Goiânia desde agosto de 2008.
2
como Comunicação Pública (CP): “é a comunicação formal que diz respeito à troca e a partilha
de informações de utilidade pública, assim como à manutenção do liame social cuja
responsabilidade é incumbência das instituições públicas”(p.1).
Tal comunicação deve ser pautada pelo “interesse público” e não pelo interesse político dos
agentes eleitos ou nomeados que ocupam cargos de direção na administração pública em um dos
poderes da União.
Porém, além desse conceito, na atualidade, a apropriação de técnicas de Marketing pelo campo
da Comunicação Política (CPol) para a promoção de atores no cenário político em campanhas
eleitorais, pode se nominar de Marketing Político (MkPol). Ligado às áreas de propaganda,
publicidade e relações-públicas, tem sido confundido em sua ação, como instrumentos da
comunicação nos setores governamentais e instituições públicas.
Visando refletir sobre essas duas vertentes da comunicação no âmbito do poder Legislativo, este
artigo focará o papel das assessorias de imprensa dos parlamentos como lócus da Comunicação
Pública Legislativa e como se situam diante do dilema estabelecido entre a área da
Comunicação Pública com vista ao interesse da sociedade e o Marketing Político de promoção
eleitoral dos agentes políticos que atuam nos parlamentos do país. Para exemplificar a questão,
olhar-se-á para a comunicação realizada na Câmara Municipal de Goiânia (CMG), organização
que representa o poder Legislativo nesta capital, e onde por meio da Assessoria de Imprensa da
Diretoria de Comunicação e das Assessorias de Gabinetes, vivenciam-se atividades diárias de
comunicação do Parlamento e dos vereadores.
2-Comunicação Pública e Comunicação Política – conceitos em discussão
recentes estudos acadêmicos diferenciarem uma da outra. A Comunicação Política, área afim da
Comunicação Pública, atende a interesses de agentes políticos que a utilizam com o fim de
persuasão do cidadão, especialmente em campanhas eleitorais. Diz Matos (2006) que na mesma
esfera pública pode haver a presença dos dois tipos de comunicação; os agentes políticos
transitam pelo mesmo palco público e midiático, mas com interesses diversos.
Nesse sentido, Brandão (2012) esclarece que, no Brasil, após o processo de redemocratização e
abertura política, aliadas às novas tecnologias e ao acesso do cidadão à formas de interações em
redes online, o conceito de CP precisou se desvincular da comunicação governamental enquanto
marketing, propaganda e publicidade políticas e voltar-se para a participação com vista à
cidadania.
Expressões como marketing político, propaganda política ou publicidade governamental tem
conotação de persuasão, convencimento e venda de imagem, em suma do que ficou conhecido
como manipulação das massas. O uso histórico dessas expressões obrigou à busca e à adoção de
uma terminologia que fosse compatível com a nova realidade política do país, identificando a
comunicação com uma prática mais democrática (p.10).
No conceito de esfera pública de Hanna Arendt (2007), destacado por Alcantara (2012),
percebe-se um diferencial entre a coisa pública e a privada, que por inferência, pode-se reportar
para a Comunicação Pública e a Comunicação Política, compatível com as atuais práticas
políticas, muitas das quais, agentes públicos representam grupos ou a si mesmos, no lugar do
interesse coletivo para o qual foi eleito.
A CP encontra-se no domínio do que é público, exposto, colocado à luz, ‘visto e ouvido’, conforme conceitua
Hannah Arendt e a CPol que é praticada atualmente seria aquela própria do marketing político, ou seja,
aquela do domínio privado, no sentido de pertencer atualmente ao âmbito do que é particular, à esfera dos
negócios – um tipo distorcido de política que no nosso país está a serviço do favorecimento pessoal ou de
lobbies e que privilegia o agente político em detrimento da verdadeira política exercida, por exemplo, na
polis grega. (p.01).
A reflexão necessita ir mais além, já que a Comunicação Política está entranhada de técnicas e
elementos próprios do marketing utilizado em campanhas eleitorais, com objetivos específicos
para eleição de determinado candidato, no caso deste texto, para cargos eletivos nos diversos
parlamentos. Tal ação e processo será denominado neste artigo como Marketing Político
(MkPol), considerado em subárea da Comunicação Política (CPol).
3-O Marketing Político a serviço da Comunicação Política
Marketing político, de acordo com Figueiredo (1994), é “um conjunto de técnicas e
procedimentos, utilizados para equipar um candidato ao eleitor, tornando-o visível e conhecido à
maior quantidade possível de eleitores”(p. 10). Matos (2006) corrobora este conceito dizendo
que o MkPol é uma ferramenta utilizada num cenário complexo que vem se modificando cada
vez mais, necessitando de canais que liguem o candidato ao eleitor.
O marketing político emerge com suas estratégias de buscar, no consumidor real e/ou potencial do mercado
político-eleitoral, as expectativas e desejos, imprimindo, assim, na visão instrumental, os atributos e
potencialidades esperados nos candidatos aos cargos eletivos e nos governantes em atuação (68).
4
Rego (1985, apud Vianna e outros, 2008) explicam que o marketing é o empenho utilizado para
“conquistar o eleitor” e que o principal objetivo do MkPol é promover a “venda” de um
candidato ao público eleitor durante o período eleitoral a fim de atingir o principal objetivo que
é a vitória para um cargo eletivo, tanto no poder Executivo quanto no Legislativo.
Portanto, a atuação do MkPol está intrinsecamente relacionada às campanhas eleitorais e
diretamente ligada ao agente político durante o período eleitoral, seja em ações diretamente
relacionadas com os eleitores ou indiretamente, por meio da grande imprensa. Conforme Matos
(1999), “adentra-se uma batalha competitiva para influenciar e controlar as percepções do tema
político através dos meios de comunicação de massa”(p.6). Na atualidade essa forma de
comunicação vem sendo substituída pelo contato, via mídias digitais e perfis em redes sociais do
candidato, com seu eleitorado.
É importante salientar que, após ser eleito, durante a atuação do político em cargo da
administração pública, no caso deste artigo, em cargo de representatividade do poder Legislativo
(Mesa diretora), deve-se ater às ações de CP a qual, todos os cidadãos - inclusive os que não são
seus eleitores – têm a oportunidade de participação. Assim, um dos princípios constitucionais de
impessoalidade poderá ser observado durante o exercício do cargo ou função pública e não se
incorrerá o agente político no uso indevido dos instrumentos e canais de Comunicação Pública
para favorecimento pessoal ou eleitoral, o que Zemor (1995) corrobora quando diz:
O político tem legitimidade para gerir o serviço público mas é preciso que as preocupações pessoais e
partidárias, geralmente ligadas à conquista do poder ou à modificação das regras de exercício do poder, não
interfiram sobre a condução institucional e cotidiana do serviço público, onde as regras fixadas necessitam ter
uma certa estabilidade (p.4).
Afirma Matos (2009) que a Comunicação Pública “deve se desvincular da personalização” pois
não deve estar “a serviço do presidente, de ministros e de autoridades políticas, mas é um
processo de interlocução que preza o interesse coletivo, definido coletivamente na esfera pública
de troca argumentativa”.
A atuação do MkPol ante essas discussões leva a crer que se trata de uma ferramenta da área
comunicacional, que utilizada estrategicamente a serviço de uma campanha eleitoral, tende a
promover determinado candidato a uma função de representação pública, seja no poder
Legislativo como no Executivo.
4-O poder Legislativo e a Comunicação pública
A participação da sociedade no processo parlamentar, condição essa para o exercício da
cidadania, se dá na medida em que os cidadãos têm acesso aos atos praticados nesta esfera de
poder, o que ocorre por meio da prática de comunicação. Matos (1999) ressalta que:
É importante ressaltar as características plurais e democráticas dos Legislativos e das leis, em contraposição
ao caráter monolítico dos regulamentos, medidas provisórias e decisões dos Executivos. A publicização
imediata das discussões e dos processos de tomada de decisão no Legislativo contrasta com a privacidade e a
dificuldade de interferência por parte da sociedade, nas decisões administrativas do executivo” (p.8).
5
A divulgação do Legislativo pode ser realizada, por outro lado, indiretamente por meio da
agenda dos órgãos da grande mídia – que na verdade se transforma em mídia espontânea.
Alguns parlamentos e órgãos dos governos continuam a realizar a publicidade e propaganda na
grande mídia, sob justificativa de dar publicidade dos atos, outro princípio constitucional da
administração pública, preconizado na Constituição Federal. Porém a mídia espontânea não é
paga. Trata-se de pautar a opinião pública por meio de matérias jornalísticas, portanto, com alto
grau de confiabilidade e credibilidade, nas televisões, jornais, rádios e sites de jornalismo, o que
deve ser buscado via rede de relacionamentos segundo Matos (1999).
A necessidade de um bom relacionamento com a imprensa faz-se imprescindível para todos os atores
políticos, já que seria inviável afastar-se dos meios de comunicação de massa, essa arena onde não se medem
esforços para conquistar a opinião pública e controlar as percepções populares dos principais eventos e temas
da política ( p.12).
Atualmente, cada vez mais, os sites institucionais, também chamados oficiais, ditam as pautas
para os meios de comunicação tradicionais. Da mesma forma, a Comunicação Pública do
Legislativo pode pautar a grande mídia oferecendo conteúdos voltados para o interesse coletivo,
oportunidade para desconstruir a imagem negativa que os parlamentos têm junto à opinião
pública, muito dos quais, devido à cobertura superficial que os meios de comunicação realizam
nos Legislativos. Conforme Matos (1999),
No caso do jornalismo televisivo de maior influência, ele fornece uma cobertura de alguns assuntos de
interesse público a partir de um determinado recorte prévio, prioriza elementos como a personificação e a
dramatização para a composição da matéria, o acompanhamento analítico e informacional tende a ser leve,
curo e digerível… o modelo está em conformidade com o imaginário político de seus consumidores. (p.8).
Romper com esse modelo de cobertura que a autora denomina de “enviesado e parcial, e que é
entrave para a plena legitimidade do processo democrático”(p.8), é o desafio diário do fazer da
Comunicação Pública nos Legislativos. Ao pautar a imprensa com projetos de leis, audiências
públicas, de interesse coletivo, deve-se ter em vista a necessidade de envolvimento do cidadão
mediante sua participação no poder Legislativo. Deve-se buscar pautar a mídia com temas que
promovam a cidadania em detrimento de pautas individualistas com viés de marketing eleitoral.
6-A Comunicação Pública da Assessoria de Imprensa Legislativa
Visando um olhar sobre a rotina de uma assessoria que realiza Comunicação Pública Legislativa
este texto descreve, a partir de agora, como esse trabalho na Câmara Municipal de Goiânia. As
informações pertinentes a esta Casa Legislativa foram extraídas de publicações impressas e
online realizadas em 1998, 2007. 2009 e 2019.
A Câmara Municipal de Goiânia (CMG) foi criada em 20 de novembro de 1935, pelo então
governador Pedro Ludovico Teixeira. As ações de comunicação na Casa se restringiram durante
anos à contratação de assessores de imprensa para a Presidência da Casa. Nessa época a
comunicação se resumia à propaganda institucional, segundo a vontade do gestor, no caso o
presidente da CMG. Posteriormente foi criada a Assessoria de Imprensa fazendo separação da
assessoria do presidente – que realizava a comunicação política dos membros da Mesa Diretora.
À Assessoria de Imprensa estabeleceu-se uma política de comunicação pública cujos interesses
7
seriam a divulgação das ações da Casa e de todos os parlamentares, dando voz, inclusive à
oposição e aos vereadores sem expressividade na grande mídia.
Em 2007 foi instituído o Sistema de Comunicação da CMG, por meio da Lei 8.536 de
04/06/2007, cujo objetivo principal era “coordenar e integrar as diversas áreas de comunicação
da Câmara”. Nessa época já existiam a TV Câmara, a Assessoria de Imprensa, a Assessoria de
Relações Públicas / Cerimonial e o Departamento Fotográfico, mas cada divisão atuava de
forma independente. Com a nova lei criou-se o cargo de Diretor de Comunicação, responsável
por integrar e administrar o Sistema de Comunicação.
Em 2009 a Diretoria de Comunicação, sob nova direção elaborou um Plano de Comunicação
para a Casa, implantando outros canais de divulgação tais como: Mídias indoor ; Twitter ; TV
Câmara digitalizada; Programa de rádio interno que utiliza o circuito interno de som; Acontece
na Câmara - jornal impresso voltado para o público externo, Jornal mural em meio físico;
Direto da Câmara - boletim impresso destinado ao público interno, Digitalização do acervo do
Departamento fotográfico.
A implantação de produtos digitais promoveu uma grande mudança para as divisões do
departamento de comunicação, principalmente para a Assessoria de Imprensa que até então
tinha como prioridade o atendimento à imprensa, cuja demanda sempre foi grande
principalmente durante as sessões plenárias visando apoiar a cobertura dos repórteres da área de
política dos jornais impressos, onlines e audiovisuais. Eventualmente contribuía para a
confecção de jornais ou revistas sem periodicidade definida e dependente de recursos
orçamentários.
O primeiro site institucional da CMG foi criado no ano de 2006, sob o endereço
www.camaragyn.go.gov.br e foi confeccionado pela empresa Next Security. Possuía 23 links,
alguns repetidos na coluna da direita e no centro da página principal, tais como Galeria de fotos,
Nossos Vereadores, Leis e Legislação.
Em dezembro de 2008 o site sofreu mudanças e passou a ser acessado no endereço:
www.camara.go.gov.br. Ele foi desenvolvido pela empresa terceirizada Templay, que alterou o
layout e reestruturou os links, retirou os duplicados e os reduziu a 13.
Em maio de 2012, para atender à Lei de Acesso, o site foi reformulado e teve novos links
implantados no menu ‘Portal da Transparência’, como o de Prestação de Contas.
Em 2017, o site passou por nova composição onde foram valorizadas formas mais intuitivas e de
acessibilidade para o usuário/cidadão. Os objetivos da implantação de mudanças foram
anunciados pela Mesa Diretora em nota publicada no site oficial da Casa:
O novo site contempla os conceitos de usabilidade e design responsivo para acesso móvel, a
princípio no sistema Android, e desktop, com recursos de acessibilidade para deficientes auditivos
e visuais. Para aparelhos que rodam o sistema IOs, os ajustes estão sendo feitos e terão todas as
funcionalidades disponíveis em breve. A página vem sendo modificada gradualmente desde junho
deste ano. Agora, tanto a população quanto jornalistas e formadores de opinião têm acesso rápido
pelo dispositivo, que também conta com informações sobre os vereadores e suas assessorias e
8
galeria de conteúdos com fotos e vídeos das atividades dos parlamentares durante as sessões
plenárias e comissões. O novo site foi reformulado com base no princípio da regra dos três cliques
e no comportamento do usuário, que deseja agilidade no acesso e informação de qualidade. Nos
primeiros meses desta gestão da Casa, as audiências públicas, reuniões das comissões internas e
especiais de inquérito também passaram a ser transmitidas ao vivo tanto pelo site como pelo canal
oficial da Câmara no Youtube (2017).
Em julho de 2019 o layout do site da Casa foi aprimorado integrando o site aos perfis da
instituição criados nos últimos dez anos pela Diretoria de Comunicação, no Twitter (2009),
Youtube (2013), Facebook (2010) e Instagram (2019).
Tem-se essas ações como os primeiros passos na construção de um caminho visando o
cumprimento de princípios fundamentais do direito à informação, da transparência e da
publicidade dos atos. Porém, apesar de serem canais interativos, em que a população goianiense
poderia realizar interlocução com os vereadores, não foram criados mecanismos, inclusive
pessoal, para responder aos inúmeros questionamentos que os cidadãos postam em resposta aos
conteúdos divulgados. A constatação é dos servidores que alimentam as redes sociais da Casa
legislativa, que pode ser resumida pela servidora Caroline Magalhães (2012), responsável pelo
Twitter da Casa:
Entendeu-se que, como a Câmara abriga uma grande pluralidade de opiniões, posições e partidos, não cabia à
Assessoria de Comunicação defender, explicar ou responder por cada um dos parlamentares; até porque os
vereadores contam com assessoria própria e, muitos deles, mantém perfis nas redes sociais. Sendo assim,
determinou-se que o perfil da instituição assumiria cunho meramente informativo (p.11).
Pesquisa utilizando como metodologia a pesquisa exploratória, realizada com os assessores dos
35 gabinetes dos vereadores da Câmara Municipal de Goiânia apontou que o trabalho dessas
assessorias é feito tanto por profissionais da área de comunicação, tais como jornalismo, como
por profissionais do marketing e publicidade. Porém ainda apresentam profissionais de outras
áreas tais como Direito, Administração e Informática. Todos os parlamentares goianienses
mantém perfil em redes sociais online, sendo que os 35 estão presentes no Facebook e no
Instagram; 26 possuem Twitter contra nove que não mantém conta nesta rede. Quando ao
YouTube, 23 vereadores têm perfil e 12 não. No WhatsApp, 33 vereadores possuem conta e a
utilizam para postagem em Listas de Transmissão, interação em grupos ou gabinetes virtuais,
destacando que os gabinetes virtuais utilizam um número alternativo, administrado por
assessores. Quanto a sites próprios, 11 parlamentares os têm e 24 preferem usar apenas o link
disponibilizado para cada vereador no site institucional do poder Legislativo.
Além dessas mídias conhecidas os assessores dos parlamentares da Câmara de Goiânia realizam
outras atividades, como gabinetes no bairro, podcasts/áudios, vídeos, peças publicitárias,
‘livestreaming’ no Youtube e Facebook, aplicativo em smartphone, criação de ‘bots’ para
integração de todos os perfis e publicações online e mala direta por SMS.
Observe o gráfico com os dados da pesquisa:
Figura 2: Outras atividades das assessorias dos gabinetes
legislativos
Uma das observações feitas por vários assessores foi a de que nos últimos dois anos houve
mudança das exigências dos vereadores para a área de comunicação dos gabinetes
parlamentares. Antes a prioridade da área era a confecção de releases e contatos com editorias
dos veículos de mídias, mas atualmente estão investindo mais em redes sociais online
contratando novos assessores com perfil mais jovem por terem mais intimidade com as novas
tecnologias. Conforme o gráfico abaixo, se comparado com os dados acima da atuação em redes
sociais online, observa-se que as atividades tidas como tradicionais em uma assessoria de
imprensa são realizadas por uma quantidade menor de gabinetes. No entanto, oito gabinetes
mantém duas equipes: uma para a área tradicional do jornalismo e outra para gestão dos perfis
dos parlamentares em redes sociais.
7- Conclusões:
Tanto no processo massivo da comunicação utilizando meios tradicionais, como no novo
processo mediado pela tecnologia digital, a informação, o conhecimento que merece e precisa
ser compartilhado são gerados por atores sociais (indivíduos, associações, organizações, grupos
e por analogia, os poderes instituídos como o Legislativo). São esses atores que criam fatos e
são responsáveis por dar visibilidade aos acontecimentos por meio de divulgação dos mesmos
junto aos veículos que processam a informação, fixam-na por meio de aparatos e as tornam
públicas ao divulgá-las, atualmente também pela internet.
Legalmente, o poder público deve promover esse acesso, uma vez que é de sua premissa
constitucional promover a democracia, ser transparente e dar publicidade aos seus atos e a
internet é um dos canais, senão o mais eficiente conhecido na contemporaneidade, para facilitar
esse acesso e participação.
11