Você está na página 1de 2

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Faculdade de Ciências Sociais

Departamento de Relações Internacionais

Resenha “A Decadência do Ocidente” de Oswald Spengler

David Serrate Silva RA: 00232366


O livro “A Decadência do Ocidente” de Oswald Spengler, é um best-seller publicado

em 1918 que tem como objetivo explicar porque a sociedade intelectual está em declínio.

Foi escrito em um período em que a Europa estava muito conturbada, devido ao final da

primeira Guerra Mundial.

O autor, Oswald Spengler, nascido em 1880 na Alemanha, estudou e obteve sucesso

no que é conhecido por formação clássica – Estudo do grego, latim, matemática, ciências

naturais e artes. Também estudou História em Munique, Filosofia em Berlim, Matemática em

Halle e fez seu PHD em “Heráclito” também, o que o torna um intelectual de renome. Após o

final da primeira guerra mundial, com a Alemanha derrotada, o autor observa em seu país

um sentimento de humilhação, além de acompanhar de perto uma pequena expansão

socialista liderada por Rosa Luxemburgo na chamada “revolta espartaquista”, que gera uma

certa fobia à ideologia, pois era a tentativa de construção de uma “revolução bolchevique”.

De maneira geral, o clima era pesado, o pessimismo era absoluto.

Em seu primeiro tomo, o livro ganha muito espaço devido a este ambiente que se

criou, criticando fortemente a cultura e a modernidade liberal. Inspirado em Goethe, usa a

teoria da história cíclica como um meio de explicação para os fatos, e também se utiliza da

cultura como a grande protagonista para entender fatos isolados, tendo como exemplo as

“altas culturas” (Babilônica, Egípcia, Indiana, Chinesa, Centro-Americana, Greco-romana,

Árabe e Fáustica). Para o autor, estas culturas passaram pelo inevitável ao homem, as fases

de “nascimento, desenvolvimento, declínio e desaparecimento que se alternam e se repetem

ao infinito” (SALVADORI, 2021, p.1).

A partir da visão do autor, que traz consigo o fatalismo de amor fati nietzschiano

relacionado a teoria da história cíclica, conclui-se que ele tinha uma perspectiva limitada e

eurocentrada, que se desenvolve pouco devido a essa discussão que desencoraja qualquer

evento/criação que faça alguma diferença para a cultura de uma civilização, dado o fato de

que ela não vai livrar-se da modernidade que o autor define como um declínio, quando na

verdade, o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de novas teorias, analogias, culturas,

ideologias, tecnologias, colabora vigorosamente com o aperfeiçoamento das civilizações.

Você também pode gostar