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NATUROLOGIA
São Paulo
202
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RESUMO: Esta pesquisa buscou plantas nativas brasileiras semelhantes a planta Ashwagandha,
frequentemente utilizada na Medicina Tradicional Ayurveda, medicina essa cada vez mais procurada
no Brasil. OBJETIVO: Descrever as plantas nativas brasileiras que podem ser usadas em substituição
a Ashwagandha, no uso terapêutico. MÉTODO: Trata-se de uma revisão bibliográfica exploratória
comparativa, que utilizou literaturas do Ayurveda, para o aprofundamento do uso terapêutico da
Ashwaganda; literaturas de fitoterapia brasileira e levantamentos nas bases de dados Pubmed, Scielo
e Web of Science, para explorar e aprofundar o estudo das plantas nativas brasileiras. Para a
comparação entre as plantas, foi considerado as classificações botânicas de efeitos nos sistemas e
ações principais e gerais. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As plantas encontradas com efeito
semelhante aos da Ashwagandha foram, Pfaffia paniculata, Ptychopetalum olacoides, Heteropterys
aphrodisiaca e Trichillia catigua. CONCLUSÃO: A planta nativa brasileira considerada mais similar a
Ashwagandha no uso terapêutico foi a Pfaffia paniculata. DESCRITORES: Ashwagandha, Ayurveda,
medicina integrativa, fitoterapia, adaptógena.
ABSTRACT: This research looked for native Brazilian plants similar to the Ashwagandha plant, often
used in Traditional Ayurvedic Medicine, a medicine that is increasingly sought after in Brazil.
OBJECTIVE: Describe the Brazilian native plants that can be used in Ashwagandha substitution, in
therapeutic use. MÈTHODS: This is a comparative exploratory bibliographic review, which used
Ayurveda literature to deepen the therapeutic use of Ashwaganda; Brazilian herbal medicine literature
and surveys in the Pubmed, Scielo and Web of Science databases, to explore and deepen the study of
Brazilian native plants. For the comparison between plants, botanical classifications of effects on main
and general systems and actions were considered. RESULTS AND DISCUSSION: The plants found
with similar effect to those of Ashwagandha were Pfaffia paniculata, Ptychopetalum olacoides,
Heteropterys aphrodisiaca and Trichillia catigua. CONCLUSIONS: The native Brazilian plant considered
most similar to Ashwagandha in therapeutic use was Pfaffia paniculata. DESCRIPTORS:
Ashwagandha, Ayurveda, integrative medicine, phytotherapy, adaptogen.
1
Formanda do curso de naturologia da Universidade Anhembi Morumbi. E-mail:
luizahoffmann223@hotmal.com
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Naturóloga formada pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM), especialista em Ayurveda.
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PhD em Biologia Vegetal, Professora de Ayurveda da Universidade Anhembi Morumbi (UAM).
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INTRODUÇÃO
O Ayurveda é uma medicina tradicional milenar, que teve sua origem na Índia.
A etiologia da palavra Ayurveda vem do sânscrito, ‘Ayu’ significa vida, e ‘Veda’ refere-
se ao conhecimento, sendo assim, o termo Ayurveda, significa ‘conhecimento da vida’.
O ‘conhecimento da vida’ envolve ramos científicos e filosóficos, e busca compreender
a vida do ser humano de maneira complexa, em todas as suas dimensões. A medicina
Ayurveda é uma mistura da tradição da prática com elementos ritualísticos e da prática
empírica (POLE, 2016). A grande base dessa medicina, é a natureza e os seus cinco
elementos, éter (Aakash), ar (Vayu), fogo (Tejas), água (Jala) e terra (Prithvi)
(JAISWAL, WILLIAMS, 2016). Estes estão presentes na constituição de plantas, de
alimentos e até nos seres humanos. Esse pilar dos cinco elementos, é essencial para
o desenvolvimento de qualquer prática ayurvédica. Na classificação botânica da
fitoterapia, as plantas são classificadas, por informações que envolvem a teoria dos
cinco grandes elementos, as principais categorias são quanto à qualidade (gunas) das
plantas, que avaliam sua indicação medicinal, ao seu sabor (rasa) que é determinado
pela combinação de dois elementos, a energia (virya) que diz sobre a ação térmica e
o efeito pós-digestivo (vipaka) que são as ações terapêuticas pós metabolismo. Cada
erva tem seus próprios efeitos terapêuticos, ou seja, a partir da sua classificação são
estabelecidos quais são suas ações medicinais, em quais sistemas do organismo em
que ela atua e as suas indicações terapêuticas (TIRTHA, 2007).
No Brasil os fitoterápicos são compreendidos de outra forma, segundo o
Ministério da Saúde, os fitoterápicos podem ser definidos como medicamentos obtidos
de matérias-primas vegetais onde há o conhecimento da eficácia e dos riscos do seu
uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se
considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua
substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com
extratos vegetais (RDC nº 48/04 - Anvisa). A fitoterapia é caracterizada como a
terapêutica que faz a utilização de plantas medicinais em suas diferentes preparações
farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas ainda que de origem
vegetal (BRASIL, 2006).
A busca pela fitoterapia tem aumentado mundialmente, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), em torno de 80% da população mundial utiliza
plantas medicinais como forma de tratamento (TOMAZZONI, 2006). O Ayurveda
considera o uso das plantas a conduta mais eficaz para a manutenção da saúde e
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Noticia reportada no site do ministério da saúde: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/42737-
ministerio-da-saude-inclui-10-novas-praticas-integrativas-no-sus. Acessado em 28 de abril de 2020.
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exportação é um fator que pode afetar as plantas, pois percorrem grandes trajetos
estando expostas aos fatores externos, assim a planta pode sofrer impactos e ter seus
potenciais terapêuticos reduzidos. Outro fator é que, o aumento da busca por plantas
indianas, afeta consequentemente, a população indiana, onde o Ayurveda é uma das
medicinas usadas popularmente. Segundo o Banco Mundial, em 2017 a população
indiana foi avaliada em 1,339 bilhões de pessoas, e segundo o Ministério AYUSH 5 a
população indiana possui prioridade no uso de medicamentos e fitoterápicos
ayurvédicos6. Ou seja, a demanda interna de plantas medicinais na Índia é alta, ainda
associada com a demanda externa, pode gerar grandes impactos com relação ao
cultivo dessas plantas.
Considerando todos esses fatores que estão atrelados a exportação das
plantas indianas, observa-se como escolha responsável e sustentável a necessidade
da busca por plantas nativas brasileiras que possam contemplar com sua ação
terapêutica, efeitos semelhantes aos das plantas medicinais indianas, diminuindo
assim, a dependência de plantas importadas. A relevância dessa pesquisa para o
campo da saúde foi devido ao aumento do uso e da procura por fitoterápicos. Contudo,
ainda utilizamos muitas plantas que não são nativas do Brasil, e essa pesquisa teve o
intuito de incentivar a valorização da flora brasileira. Além de diminuir o custo do
tratamento com Ayurveda, que atualmente é alto no Brasil.
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica comparativa que explorou artigos que
tenham pesquisado plantas nativo brasileiras, que possam ser similares à
Ashwagandha no uso terapêutico.
A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida em quatro etapas de execução: 1) o
estudo de textos de base do Aryurveda com a finalidade de descrever os usos da
ashwaganda; 2) pesquisa sobre o efeito adaptógeno de plantas, e seleção de plantas
nativas brasileiras com efeito similar ao de um adaptógeno; 3) aprofundamento das
propriedades das plantas nativas brasileiras e seus efeitos similares aos efeitos da
RESULTADOS
tratamento de um distúrbio que afeta a córnea. Também foi incluída como tratamento
a partir do vapor, juntamente com outras plantas, para caso de dor nos ouvidos
(Sushruta Samhita XXI: 4-5). A ashwagandha preparada juntamente com um leite
cozido, serve como um tônico construtivo (XLI: 24). Ao esfregar o pó da ashwagandha
junto com o pó de outras duas plantas, pode-se combater uma crise de asma com
tosse (Sushruta Samhita XLI: 25-26). No Sushruta a ashwagandha está presente na
preparação do Phala Ghrita, um medicamento tradicional no Ayurveda, usado
principalmente para distúrbios dos órgãos reprodutivos (Sushruta Samhita LXII: 13).
No Astanga Hrdayam, o ashwagandha é citado duas vezes. Primeiramente
numa preparação, que envolve muitos outros elementos que não só plantas, como
uma prática de rasayana (Astanga Hrdayam III: 133-141). E também é citado seu uso
junto ao ghee, com fins de nutrição e bom desenvolvimento de crianças (Astanga
Hrdayam XIV: 157).
As qualidades principais as quais Pole (2016) menciona são leve, pesado, untuoso,
seco e penetrante. Ervas leves são consideradas ervas que tem predominância do
elemento ar, que são de fácil digestão. Enquanto as ervas consideradas pesadas são
ervas que são difíceis de digerir e nutrem todo o sistema, são compostas dos
elementos água e terra, sendo assim, ótimos para o dosha kapha. As ervas consideras
untuosas, são ervas que são oleosas e macias, e atuam umedecendo e aumentando
a fertilidade. As ervas com qualidade seca têm o efeito de secar e absorver, e são
naturalmente adstringentes. Por fim, a qualidade penetrante traz uma ação de se
espalhar profundamente e rapidamente nos tecidos, abrindo canais.
Sobre a importância das ervas medicinais, Pole (2016) discorre
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agitação ou estresse (POLE, 2016). É também considerada uma planta com ação
bactericida, diurética, anti-inflamatória, imunomoduladora, anti-tumoral,
rejuvenescedora, analgésica e antianêmica. Tem ação nos tecidos e sistemas
orgânicos do corpo humano, age no tecido sanguíneo, tecido muscular, tecido
adiposo, tecido ósseo e tecido reprodutivo. E nos sistemas nervoso, respiratório e
reprodutivo (POLE, 2016; WILLIAMSON, 2002).
É uma planta com ação tônica nos tecidos musculares, por isso é indicada para
disfunções que envolvem os tecidos de maneira geral. Por beneficiar todos os tecidos
musculares, é usado como tônico cardíaco, uterino e pulmonar, além de aumentar o
peso e o tônus muscular em convalescentes, crianças em desenvolvimento lento e
idosos. Age nos músculos reduzindo a inflamação e fortalecendo o tônus muscular,
além de ser considerada um anabolizante natural, por suas características hormonais.
Pode tratar também distúrbios nervosos como ansiedade, neurose,
pensamento excessivo, déficit de atenção, insônia, hiperatividade e condições
causadas pelo estresse. Um tropismo para o sistema nervoso, traz múltiplos
benefícios. Relaxa tanto os nervos como tonifica o sistema nervoso central
aumentando a tolerância ao estresse, além de promover o intelecto. Contém
afinidades especificas com majja dathu (tecido nervoso) e ajuda a regular os
movimentos vyana vayu no coração (POLE, 2016; WILLIAMSON, 2002).
É considerada uma planta afrodisíaca, por aumentar a potência sexual e a
produção e força do esperma. Além de também agir no sistema reprodutor feminino,
é considerado um ótimo tônico para os músculos uterinos e indicado para
dismenorreia e amenorreia, e desequilíbrio menstrual (POLE, 2016). Quanto os
aspectos relacionados a imunidade estão entre as indicações as condições auto-
imunes, neuropenia, distúrbios reumatoides e osteoartrite, câncer, distúrbios crônicos
do tecido conjuntivo, além de estimular a imunidade. Ela aumenta ojas (pode ser
entendida como força vital) e fortalece o sistema imunológico debilitado, prevenindo
doenças causadas por drogas imunossupressoras ou estilo de vida não saudável. Ela
beneficia a respiração, por isso é indicada para afecções relacionadas ao pulmão,
como asma e tosse alérgica, por exemplo. É útil em condições de atrites e dor (POLE,
2016; WILLIAMSON, 2002).
Suas contraindicações incluem o cuidado com condições do excesso do dosha
pitta e ama (toxina) com congestionamento. Cuidado na gravidez, embora
tradicionalmente usado na Índia durante a gravidez para fortalecer o útero e a saúde
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da mãe e do filho. Porém, ela possui atividade espasmolítica no útero, o que pode ser
considerado um risco durante a gravidez. Não há nenhuma interação medicamentosa
conhecida. Porém, existem algumas interações teóricas entre Ashwagandha e
imunossupressor, tireoide e alguns medicamentos sedativos, mas estes não são
baseados em evidências. Como o Ashwgandha parece ter alguma atividade
hipoglicêmica em seres humanos, é aconselhável monitorar a glicose no sangue em
indivíduos suscetíveis (POLE, 2016).
Adaptógenos
O termo adaptógeno foi proposto pela primeira vez em 1940 por um cientista
da União Soviética (URSS), Sergey N. Lazarev, descreveu o termo como:
adaptógenos de origem vegetal que podem não especificamente melhorar o corpo
humano. Na década de 1990, um grupo de cientistas, composto por Hildebert Wagner,
George Wikman e Alexander Panossian, realizou muitos estudos sobre adaptógenos
e propôs a seguinte definição:
“Adaptógenos são biorreguladores naturais que aumentam a
capacidade de adaptar fatores ambientais e evitam os danos
causados por esses fatores. De fato, a vantagem dos adaptógenos é
que eles minimizam a resposta corporal ao estresse, reduzindo as
reações negativas durante a fase de alarme e eliminando, ou pelo
menos diminuindo, o início da fase de exaustão que faz parte da
chamada síndrome geral de adaptação” (LIAO, et al, 2018).
Glycyrrhiza uralensis Fisch.ex DC., Ganoderma Lucidum Karst e Sedum rosea (L.)
Scop.
Segundo Mendes (2011), os adaptógenos atuam através de diferentes
sistemas, com a combinação dessas ações sendo responsáveis por seus efeitos
benéficos e protetores, também podem atuar melhorando a capacidade do corpo de
responder a estímulos estressantes, ativando/desativando mediadores de resposta ao
estresse, como corticosteroides, catecolaminas e óxido nítrico. Os adaptógenos
atuam de maneira inespecífica, por meio de suas atividades antioxidantes,
imunomoduladoras e outras. O principal mecanismo de ação dos adaptógenos
acontecem através da modulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA).
Aparentemente, eles não apenas modulam o funcionamento do eixo em condições
estressantes, mas agem por conta própria, estimulando agudamente a produção de
hormônio adrenocorticotrópico e corticosteróide, alterando levemente os níveis basais
desses hormônios que se estabilizam algum tempo após a administração. Em
situações de estresse crônico, os adaptógenos atuariam restabelecendo o
funcionamento do eixo, interrompendo a liberação do hormônio do estresse pelo
mecanismo de feedback negativo (MENDES, 2011).
ainda não foram objeto de pesquisa científica, necessária para provar ou não seu uso
popular como plantas adaptógenas (Mendes e Carlini, 2007). Segundo Mendes,
inicialmente, acreditava-se que, para uma planta ser considerada um adaptógeno, ela
deveria ser rica em saponinas e não conter alcaloides. No entanto, é claro que as
plantas adaptógenas são distintamente diferentes no que diz respeito à sua
composição química; portanto, seu efeito não pode ser atribuído a uma única classe
de substâncias.
Das espécies brasileiras encontradas nas pesquisas sobre produtos herbais
adaptogênicos, as selecionadas para o presente artigo foram: Pfaffia paniculata,
Ptychopetalum olacoides, Trichillia catigua e Heteroptetys aphrodisiaca.
(++) indicam suas principais ações terapêuticas; (+) indica a presença de determinada
ação terapêutica; (o) indica não possuir determinada ação terapêutica.
Ações Plantas .
terapêuticas
Withania Pfaffia Trichilia Heteropterys Ptychopetalum
somnifera paniculata catigua A. aphrodisiaca olacoides
Dunal. Mart. Juss. March. Benth
(Ashwagandha) (Fáfia) (Catuaba) (Nó-de- (Marapuama)
cachorro)
Adaptógeno ++ ++ o + o
Tônico ++ ++ ++ ++ ++
Imunomodulador ++ ++ o o o
Afrodisíaco + ++ ++ ++ ++
Tônico do SNC ++ + + ++ ++
Rejuvenescedor ++ + + + +
Antitumoral + + o o o
Anti-inflamatório + + + o +
Antianêmico + + o o o
Analgésico + o o o o
Antiestresse + + + + ++
Diurética + o o o o
Bactericida + o + o o
Ação no sistema + + + + +
nervoso
Ação no sistema + o o o o
respiratório
Ação no sistema + + + + +
reprodutivo
de Mendes (2011), essa planta também foi reconhecida por sua ação rejuvenescedora
e antiestresse.
Discussão
paniculata. As outras espécies, Paullinia cupana Kunth. e Turnera diffusa Willd., foram
excluídas da pesquisa por terem demonstrado efeitos controversos e não positivos
nas pesquisas envolvidas nos artigos citados. Duas espécies de catuaba foram
envolvidas nos artigos pesquisados, Trichilia catigua e Anemopaegma arvense, no
entanto, segundo Mendes (2011) os estudos com a espécie Anemopaegma arvense
são raros, e por este motivo a espécie Trichilia catigua foi selecionada para o
comparativo no presente estudo.
No processo de aprofundamento de propriedades das plantas nativo
brasileiras, percebeu-se que nem todas as plantas selecionadas possuíam potencial
adaptógeno, porém, possuíam outros efeitos relevantes em comum aos efeitos
ashwagandha, como exemplo, efeitos tônicos e imunomodulador, por isso foram
mantidas na pesquisa. Foram no total quatro plantas nativo brasileiras que foram
comparadas com a ashwagandha, e as plantas que foram mantidas na pesquisa
demonstraram no mínimo 8 efeitos em comum aos da planta em comparação. Entre
as quatro plantas brasileiras consideradas na pesquisa, uma das plantas foi
considerada mais similar no uso terapêutico, a Pfaffia paniculata. Por possuir doze
dos dezesseis efeitos elencados como efeitos da ashwgandha, entre eles os efeitos
adaptógeno, imunomodulador e tônico.
De acordo com os artigos utilizados como fonte de dados para essa pesquisa,
foi considerado ação no sistema reprodutor, as plantas que demonstraram um efeito
afrodisíaco e/ou ação no sistema hormonal onde a atividade impacta diretamente no
sistema reprodutor. E a ação ‘anti-idade’ encontrada na pesquisa de Mendes (2011),
foi considerada também como ação rejuvenescedora. As plantas classificadas com
ação estimulante da memória, também foram consideradas tônicas do Sistema
Nervoso Central.
No final da construção do presente trabalho, de forma complementar a
pesquisa foi encontrada uma bibliografia que traz informações sobre as propriedades
organolépticas das plantas. Essas propriedades dizem sobre as características dos
materiais que podem ser percebidas pelos sentidos humanos, como a cor, o brilho, a
luz, o odor, a textura, o som e o sabor. As propriedades organolépticas das plantas
citadas por Saad (2018), aproximam a comparação das plantas classificada em
diferentes racionalidades, como pode-se observar no artigo, o Ayurveda classifica as
plantas principalmente por seus sabores, ação térmica e efeito pós-digestivo. Foram
encontradas as propriedades organolépticas apenas duas plantas em comparação,
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Conclusão
REFERÊNCIAS
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1916.
ALMEIDA, Danilo Sette. Recuperação ambiental da Mata Atlântica. 3rd ed. rev. and
LIAO, Lian-ying; HE, Yi-fan; LI, Li; MENG, Hong; DONG, Yin-mao; YI, Fan; XIAO, Pei-
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bioactivity in TCM with that of ginseng-like herbs used worldwide. Chin Med 13,
57 (2018).
PANIZZA, Sérgio Tinoco; VEIGA, Rogério da Silva; ALMEIDA, Mariana Corrêa. Uso
Tradicional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo: CONBRAFITO,
2012.
VILELA, Gisele F.; MING, Lin C.; MARQUES, Marcia OM.; SILVA, Sandra MP.;
JUNIOR, Ílio Montanari. 2013. Agronomical and phytochemical aspects of fafia.
Horticultura Brasileira 31: 133-138. Brasil, 2013.
GLOSSÁRIO
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Agni: A palavra agni é originária do sânscrito, traduzida significa ‘fogo’. Pode ser
denominada como fogo biológico, o ayurveda considera que o agni governa o
organismo, sendo responsável pela boa digestão, absorção e assimilação de
nutrientes, pelo equilíbrio da mente, bom funcionamento do sistema imunológico e
pelas respostas neurais para o funcionamento orgânico geral.
Dosha: Significa aquilo que se desequilibra facilmente. Os doshas são como os cinco
elementos (éter, ar, água, fogo e terra) se manifestam no organismo.
Dosha vata: É formado pela combinação dos elementos éter e ar. É o princípio que
governo o movimento.
Dosha pitta: É formado pela combinação dos elementos fogo e água. É o princípio que
governa a digestão e metabolismo.
Dosha kapha: É formado pela combinação dos elementos terra e água. É o princípio
da coesão e lubrificação.
Vyana vayu: É um dos 5 subtipos do dosha vata, responsável por se espalhar pelo
corpo todo a partir do coração. Governa toda a atividade cardíaca, circulação e
distribuição sanguínea, transporte de oxigênio e entrega de nutrientes.