Você está na página 1de 36

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIENCIAS - UNIFTC

ÁLISSON DE OLIVEIRA DA GUIA

ERICA DE JESUS GOMES

GRASIELE DA CONCEIÇÃO OLVEIRA

MÔNICA DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA

NATÁLIA FERREIRA MARTINS

TID I
TCC FINALIZADO

SALVADOR-BA
2020
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIENCIAS - UNIFTC

ÁLISSON DE OLIVEIRA DA GUIA

ERICA DE JESUS GOMES

GRASIELE DA CONCEIÇÃO OLVEIRA

MÔNICA DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA

NATÁLIA FERREIRA MARTINS

TID I
TCC FINALIZADO

SALVADOR-BA
2020
ÁLISSON DE OLIVEIRA DA GUIA

ERICA DE JESUS GOMES

GRASIELEDA CONCEIÇÃO OLVEIRA

MÔNICA DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA

NATÁLIA FERREIRA MARTINS

TID I
TCC FINALIZADO

Trabalho Interdisciplinar apresentado


como requisito parcial da disciplina TID I
da instituição de ensino UNIFTC,
orientado pela docente Cintia Moreno,
como parte da avaliação do semestre em
questão.

SALVADOR-BA
2020
SUMÁRIO
1 IDENTIDADE RACIAL ............................................................................
2 RESUMO ..........................................................................................
3 INTROUÇÃO ..........................................................................................
4 OBJETIVOS ....................................................................................
5 JUSTIFICATIVA ....................................................................
6 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................
7 METODOLOGIA..........................................................................................
8 RECURSOS ....................................................................................
9 CRONOGRAMA...................................................................
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................
REFERÊNCIAS ........................................................................................
ANEXOS ..................................................................................................
APÊNDICE ...............................................................................................
Fichamento dos Livros

Fichamentos:

Fichamento do livro “O Quarto de Despejo”

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo – diário de uma favelada. São Paulo:
Francisco Alves, 1960, 8. ed. São Paulo: Ática, 1999.

“A história da favela que eu buscava estava escrita em uns vinte cadernos encardidos
que Carolina guardava em seu barraco. Li, e logo vi: repórter nenhum, escritor
nenhum poderia escrever melhor aquela história – a visão de dentro da favela.” (pág.
3)

“Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos


para ela. Mas o custo dos generos alimenticios nos impede a realização dos nossos
desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos
no lixo, lavei e remendei para ela calçar.” (pág. 7)

“Eu estava indisposta, resolvi benzer-me. Abri a boca duas vezes, certifiquei-me que
estava com mau olhado.” (pág. 8)

“Mas, o pobre não repousa. Não tem privilégio de gosar descanço”. (pág. 10)

“A noite enquanto elas pede socorro eu tranquilamente no meu barracão ouço valsas
vienenses. Enquanto os esposos quebra as tabuas do barracão eu e meus filhos
dormimos socegados. Não invejo as mulheres casadas da favela que levam vida de
escravas indianas. Não casei e não estou descontente.” (pág. 12)

“O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas de alto preços, residir numa casa
confortável, mas não é possível. Eu não estou descontente com a profissão que
exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel. O desgosto que
tenho é residir em favela”. (pág. 19)

“O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas de alto preço, residir numa casa
confortável, mas não é possível. Eu não estou descontente com a profissão que
exerço. Já habituei-me a andar suja. Já faz oito anos que cato papel. O desgosto que
tenho é residir na favela”. (pág. 22)
“Quando cheguei em casa era 22,30. Liguei o radio. Tomei banho. Esquentei comida.
Li um pouco. Não sei dormir sem ler. Gosto de manusear um livro. O livro é a melhor
invenção do homem.”. (pág. 22)

“O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome”, pois “a fome
também é professora” (pág. 26)

“{…} O que eu aviso aos pretendentes a politica, é que o povo não tolera a fome. É
preciso conhecer a fome para saber descrevê-la.” (pág. 26)

“Os politicos só aparecem nas epocas eleitoraes” (JESUS, 1999, p. 28) e não se
importam com a situação de miséria dos “favelados” (pág. 28)

“O Brasil precisa ser dirigido por alguém que já passou fome. A fome também é
professora”. (pág. 29)

“Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus
lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quando estou na
favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto
de despejo” (pág. 33)

“Oh! São Paulo rainha que ostenta vaidosa a tua coroa de ouro que são os arranha-
céus. Que veste viludo e seda e calça meias de algodão que é a favela” (pág. 37)

“A democracia está perdendo seus adeptos. No nosso país tudo está enfraquecendo.
O dinheiro é fraco. A democracia é fraca e os políticos fraquíssimos. E tudo o que é
fraco, um dia morre”. (pág. 39)

“Eu que antes de comer via o céu, as arvores, as aves tudo amarelo, depois que comi,
tudo normalizou-se aos meus olhos” (pág. 40)

“Tinha arroz, feijão e repolho e linguiça. Quando eu faço quatro pratos penso que sou
alguém. Quando vejo meus filhos comendo arroz e feijão, o alimento que não está ao
alcance do favelado, fica sorrindo atoa. Como se eu estivesse assistindo um
espetáculo deslumbrante.” (pág. 44)

“Eu que antes de comer via o céu, as árvores, as aves, tudo amarelo, depois que
comi, tudo normalizou-se aos meus olhos.” (pág. 46)

“{...} Só lia os nomes masculinos como defensor da pátria” (pág.48)


“{...} O arco-iris estava sempre distanciado” (pág. 48)

“Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na
luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a minha vista
circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades. É preciso criar este
ambiente de fantasia para esquecer que estou na favela” (pág. 52)

“Eu escrevia peças e apresentava aos diretores de circos. Eles respondia-me: - É


pena você ser preta. Esquecendo eles que eu adoro a minha pela negra, e o meu
cabelo rustico. Se é que existe reincarnação, eu quero voltar sempre preta” (pág. 58)

“O custo de vida faz o operário perder a simpatia pela democracia.” (pág. 112)

“Hoje fiz arroz e feijão e fritei ovos. Que alegria! Ao escrever isso vão pensar que o
no Brasil não há o que comer. Nós temos. Só que os preços nos impossibilita de
adquirir.” (pág. 133)

“A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é saber o que encerra. E nós quando
estamos no fim da vida é que sabemos como a vida decorreu. A minha, até aqui, tem
sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde moro”. (pág. 167)

“Quando eu não tinha nada o que comer, em vez de xingar, eu escrevia. Tem pessoas
que, quando estão nervosas, xingam ou pensam na morte como solução. Eu escrevia
o meu diário” (pág. 170)
Fichamento do livro “Na minha pele – Lázaro Ramos”
Fazer um livro sobre o ponto de vista de uma exceção não ajuda em nada a questão
da exclusão dos negros no Brasil. Meu Deus, como fazer um relato quase
autobiográfico sem tornar o texto uma apologia a mim mesmo e meus pares um
pouco mais bem sucedidos. (RAMOS, 2017, p.11). pág. 11
“fluxo de informações, sentimentos e reflexões” (RAMOS, 2017, p.13) pág. 13
O primeiro capítulo, “A ilha”, rememora o lugar de infância do escritor, Ilha do Paty,
distrito de São Francisco do Conde, a 72 quilômetros de Salvador. Neste lugar estão
guardadas as reminiscências do primeiro afeto, da convivência com os mais velhos,
da recordação da família materna e paterna, da liberdade da meninice, e também da
lembrança de um país desigual, “a ilha abriga, basicamente quatro famílias – os
Queiroz, os Amorim, os Ramos e os Sacramentos” (RAMOS, 2017, p. 17). pág. 17
“Algo penetrou em sua pele sem que este notasse” (RAMOS, 2017, p. 25) pág. 25
“Há uma zona de não ser, uma região extraordinariamente estéril e árida, uma
rampa essencialmente despojada, onde um autêntico ressurgimento pode
acontecer. A maioria dos negros não desfruta do benefício de realizar esta descida
aos verdadeiros Infernos.” (FANON, 2008, p. 26). pág. 26
“ela apontou sua vocação antes mesmo que este o fizesse” (RAMOS, 2017, p. 37)
pág. 37
“a essência da companhia é misturar humor e crítica social e contundência para
falar do ponto de vista do negro no mundo” (RAMOS, 2017, p.46). pág. 46
[...] que existiam questões que não precisavam ser ditas, tinham de ser pensadas.
Nestas discussões e negociações, de vez em quando a preguiça impera. É mais
fácil escolher um argumento – como defender que no Brasil o racismo é mais
brando – e insistir nele, dizendo que tudo é mimimi ou mania de perseguição. Sem
assumir a complexidade, nada muda de lugar. (RAMOS, 2017, p.58). pág. 58
Os desafios de ascender socialmente e se inserir em outra realidade sendo uma
exceção. Os olhares de soslaio. Os subtextos que se percebem nas entrelinhas. Os
medos e as sutilezas do preconceito. A solidão. Será que consigo vencê-los? E será
que consigo vencê-los suprindo também o desejo de exercer minha profissão com
liberdade e criatividade? (RAMOS, 2017, p.60). pág. 60
Se não existirem referências da cultura negra, ou se todas elas forem negativas ou
por demais insignificantes, isso não impactará diretamente em nossa capacidade de
sonhar, de nos sentirmos possíveis, de nos identificarmos com alguém? (RAMOS,
2017, p. 78). Pág. 78
“a ideia da raça negra como sinônimo de degeneração” (RAMOS, 2017, p. 81) pág.
81
“o exercício de estar atento para representações danosas é importante e precisa
ser feito” (RAMOS, 2017, p. 83) pág. 83
“Nos anos que se seguiram, realizei uma verdadeira viagem no processo de
escrita.Todos os meus convidados do Espelho, sem exceção, me ajudaram com
informações, histórias, e me deram a real dimensão da minha ignorância e falta de
vivência sobre vários assuntos. Me identifiquei (sem me comparar, é claro) com
passagens da biografia de Luiz Gama, o advogado também negro e baiano, e
perturbei todo mundo dizendo para lerem o romance Um defeito de cor, da Ana Maria
Gonçalves.” (pg.08)

“A experiência no Espelho me dizia que havia acontecido uma mudança de atitude e


eu identificava nos negros uma vontade de não “ficar na queixa”. A palavra
“identidade”, que passou a aparecer com cada vez mais frequência, calou fundo em
mim. Ao mesmo tempo, comecei a ter a clareza de que essa não é uma “questão dos
negros”. É uma questão de qualquer cidadão brasileiro, ela diz respeito ao país, é
uma questão nacional. Para crescer, o Brasil precisa potencializar seus talentos, e o
preconceito é um forte empecilho para que isso aconteça.” (pg.08)

“Quando alguém está no “porto” e quer chegar até o Paty, sóprecisa gritar:
“Tomaquê!”.Talvez você, minha companhia de viagem, não saiba o que quer dizer
“tomaquê”.É uma redução, como “oxente”, que quer dizer “O que é isso, minha gente”.
Ou “Ópaí, ó”, que é “Olhe pra isso, olhe”. Ou seja, é simplesmente “Me tome aqui, do
outro lado da margem”. É muito mais gostoso gritar “Tomaquê!”. (pg. 11)

“Para ser sincero, eu nem mesmo ouvia o termo negro dentro de casa. “A gente,que
é assim, tem que andar mais arrumadinho.” A palavra “assim” dizia tudo e nada ao
mesmo tempo. E o padrão “arrumadinho” daquela época não era o mesmo que os
negros adotam hoje. Dindinha usava o cabelo para trás, cuidadosamente preso.O
único produto de maquiagem que tinha era um pó de arroz que deixava sua pele meio
cinza. Eu achava estranho, mas não dizia nada. As meninas da família estavam
sempre com trancinhas comportadas. Já o meu cabelo era bem curtinho, repartido e
puxado para um dos lados, e eu vivia cheio de talco no pescoço “pra ficar
cheirosinho”... Mas aquela divisãozinha de cabelo não era muito natural, a meu
ver.Anos depois, quando eu ingressei no Bando de Teatro Olodum, passei a usar vez
por outra dreadlocks — um exemplo típico de negociação estética de aspectos das
identidades negras, que fugiam do que até então eu usava normalmente. Acho que
isso começou lá com minha mãe, que intercalava o uso de cabelo alisado
com.chapinha com o novo visual de trancinha afro.” (pg.23)
Não dá para ignorar o fato de que, sendo eles crianças negras, alguns desafios
teríamos que enfrentar. Quando entrevistei a Glória Maria no Espelho, lembro queela
me falou da dificuldade de criar as filhas em um mundo branco. Você vaiprocurar uma
boneca negra, não tem; um brinquedo que fale das origens delas, nãotem. Glória me
disse que as meninas muitas vezes chegavam da escola com aseguinte pergunta:
“Mamãe, eu sou branca?”. Isso porque na escola delas só haviacrianças brancas,
elas eram as únicas negras. “Não, você é negra. Tem gentenegra,tem gente de pele
vermelha, amarela, tem gente alta, baixa, gorda, magra. Tem gentede todos os tipos,
e nós somos negros.” (pg. 50)

“Há uma coisa que talvez só Taís, Tania Rocha (minha empresária) e algunspoucos
amigos saibam. Recusei muitos trabalhos em que teria que usar arma defogo.
Recusei porque a imagem que ficaria era a de um negro com uma arma namão... e
isso num contexto de normalidade.” (pg. 66)

“Fazendo um breve parêntese: é tão “natural” as pessoas associarem negros


comarmas que me param na rua — e isso não aconteceu só uma vez, não, mas
muitas —para elogiar minha atuação em Cidade de Deus (2002). Recebo o
“cumprimento”sempre calado, infelizmente solitário na percepção do significado
daquele engano.Certa vez, no avião, fui abordado por uma passageira que passou
longos minutoselogiando meu trabalho, meu talento, se dizia impressionada com a
naturalidadeque eu tinha para ir da docilidade à agressividade tão rapidamente, que
eu faziatudo com muita verdade. Agradeci, tirei meu cochilo e só voltei a falar com ela
acaminho do desembarque. Na escada rolante nos despedimos como velhos amigose
foi quando ela soltou, com uma piscadela: “Tchau, Zé Pequeno!”. E viva
LeandroFirmino! (pg.66)
Fichamento do livro “O Povo Brasileiro”

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido de Brasil. 2ª ed. São


Paulo: Companhia das Letras, 1995

A
costa
atlântica,ao
 longo
 dos
 milênios,foi
 percorrida
 e
 ocupada



porinumeráveis
povosindígenas.Disputando
os
melhores
nichos
ecológicos,eless
e
alojavam,desalojavamerealojavam,incessantemente.Nosúltimosséculos,porém,ín
dios
de
fala
tupi,bonsguerreiros,seinstalaram,
dominadores,
na
imensidade
da
á
rea,
tanto
à
beira‐
mar,
ao
longo
de
todaa
costa
atlântica
e
pelo
Amazonas
acima,
como
subindo

pelos
 riosprincipais,
 como
 oParaguai,
 o
 Guaporé,
 oTapajós,
 até
 suas
 nas
centes. [pág 29]


Além
 da
 mandioca,
 cultivavam
 o
 milho,
 a
 batata‐


doce,
 o
 cará,
 o
 feijão,
 o
 amendoim,
 o
 tabaco,
 a
 abóbora,
 o
 urucu,
 o
 al
godão,
 o
 carauá,
 cuias
 e
 cabaças,
 as
 pimentas,
 o
 abacaxi,
 o
 mamão,
 a

 erva‐
mate,
 o
 guaraná,
 entre
 muitas
 outras
 plantas.
 Inclusive
 dezenas
 de
 árvor
es
 frutíferas,
 como
 o
 caju,
 o
 pequi
 etc.
 Faziam,
 para
 isso,
 grandes
roçados
 na
 mata,
 derrubando
 as
 árvores
 com
 seus
 machados
 de
 pedra

e
 limpando
 o
 terreno
 com
 queimadas. [pág 32]

A
 instituição
 social
 que
 possibilitou
 a
 formação
 do
 povo
 brasileiro
 foi
 o


cunhadismo,velho
 uso
 indígena
 de
 incorporar
 estranhos
 à
 sua
 comunidade.



 Consistia
 em
 lhes
 dar
 uma
 moça
índia
 como
 esposa.
 Assim
 que
 ele
 a
 assumisse,estabelecia,automaticament
e,millaços
 queo
 aparentavam
 com
 todos
 os
 membros
 do
 grupo. [pág 81]
Nossa
 tipologia
 das
 classes
 sociais
 vê
 na
 cúpula
 dois
 corpos

conflitantes,
 mas
 mutuamente
 complementares.
 O
 patronato
 de
 empresários,

 cujo
 poder
 vem
 da
 riqueza
 através
 da
 exploração
 econômica;
 e
 o

patriciado,
 cujo

mando
 decorre
 do
 desempenho
 de
 cargos,
 tal
 como
 o
 general,
 o
 deputa
do,
 o
 bispo,
 o
 líder
 sindical
 e
 tantíssimos
 outros.
 Naturalmente,
 cada

patrício

enriquecido
 quer
 ser
 patrão
 e
 cada
 patrão
 aspira
 às
 glórias
 de
 um
 man
dato

que
 lhe
 dê,
 além
 de
 riqueza,
 o
 poder
 de
 determinar
 o
 destino
 alheio.

Nas
 últimas
 décadas
 surgiu
 e
 se
 expandiu
 um
 corpo
 estranho
 nessa
 cúp
ula.
 Éo
 estamento
 gerencial
 das
 empresas
 estrangeiras,
 que
 passou
 a
 co
nstituir
 osetor
 predominante
 das
 classes
 dominantes.
 Ele
 emprega
 os

tecnocratas
mais
 competentes
 e
 
 controla
 a
 mídia,
 conformando
 a
 opinião
 pública.
 El
e
 elege
 parlamentares
 e
 governantes.
 Ele
 manda,
 enfim,
 com
 desfaçatez
cada
 vez
 mais
 desabrida.
 Abaixo
 dessa
 cúpula
 ficam
 as
 classes

intermediárias,
 feitas
 de
 pequenos
 oficiais,
 profissionais
 liberais,

policiais,
 professores,
 o
 baixo‐ clero
 e

similares.
 Todos
 eles
 propensos
 aprestar
 homenagem às classes
dominantes,
 procurando
 tirar
 disso
 alguma vantagem. [pág 208]
Fichamento

“O Genocídio do Negro Brasileiro”

Autor: Abdias Nascimento

“Ocorre que nenhum cientista ou qualquer ciência, manipulando conceitos como


fenótipo oh genótipo pode negar o fato concreto de que no Brasil a marca é
determinada pelo fato étnico e/ou racial." ( Pág 22)

““. “A democracia [racial] é subtraída a discussão científica como ideologia r


racionalização que é de uma realidade possivelmente ilusória.” (Pág 24)

“A pretendida democracia racial realmente é uma ficção ideológica.." ( pág 24)

“Desde os primeiros tempos de vida nacional ao dias de hoje, o privilégio de decidir


tem permanecido unicenre nas mãos dos propagadores e beneficiários do mito da
"democracia racial”. (Pág 24)

“Nele se concentraram as esperanças de conjurar a "ameaça racial " representada


pelos africanos. E estabelecendo o tipo mulato como o primeiro degrau na escada
da branquificaçã sistemática do povo brasileiro, ele é o marco que assinala o incio
da liquidação da raça negra no Brasil." ( pág 35)

“O processo de mulatização, apoiado na exploração sexual da negra, retrata um


fenômeno de ouro e simples genocídio." (pág 35)

“Com o crescimento da população mulata a raça negra está desparecendo.”

( Pág 35)
“A assunção de que as pessoas de origem índia ou africana preferem ser rotuladas
de brancas e a simultânea presunção de que a benevolência da estrutura social em
lhe concedendo o privilégio do status de "branco" constituiu prova da ausência de
preconceito ou discriminação racial." (Pág 39)

"E as informações que ia negros poderiam utilizar em busca de dignidade,


identidade, e justiça, lhe são sonegados pelos detentores do poder." (Pág 40)

“O crescimento da consciência negra é desencorajada pela recusa da sociedade em


conceder ao cidadão negro a oportunidade de realizar a sua íntegra identidade -
inclusive seu eu negro - negando o significado que o desenvolvimento do negro
(políticos, social e cultural) tem para ele em particular e para o Brasil, em geral.” (
pág 41)
RESUMO

Por muitos anos, a Identidade Racial, se fixou como um tabu, até mesmo para
comentar e rejuvenescer a sua imagem. O objetivo desse trabalho é desenvolver um
audiovisual sobre a essência da Identidade Racial no Brasil, visando os aspectos
históricos, sociais e raciais dessa perspectiva na sociedade atual, lincando com 2120.
Coletamos todos os dados importantes sobre o tema e visualizamos os cenários
macro e micro ambientais através do planejamento. Realizamos uma pesquisa
científica para conhecer a fundo o processo de construção das identidades se dá nos
espaços da família, da escola, da rua e da comunidade onde vivem, entre outros. Tais
espaços são constantemente atravessados por questões ligadas à pobreza, à
violência e ao trabalho, questões essas que tomam forma, ganham visibilidade
através das práticas cotidianas e são objetivadas de diferentes modos em diferentes
momentos e contextos. Tendo-se em vista suas relações de gênero, raça, classe
social e sexo, buscou-se problematizar a construção dessas identidades através da
luta e resistência que travam em busca do reconhecimento das diferenças e das
possibilidades de transformação de sentidos hegemônicos. O trabalho propõe uma
saída criativa e inovadora para tornar a imagem dessa narrativa, mais clara e
dinâmica, e analisando como seriam esses fundamentos no futuro, onde este estudo
objetiva mostrar como questões raciais permeiam e há necessidade de se pensar
também outros enfoques, que distancie o risco de ser o conceito tomado como
reclassificação bem mais elaborada das concepções eugenistas de raça, ou seja, do
ponto de vista dos conceitos, tanto raça biológica como à raça social foram social e
culturalmente construídas, apenas sob diferentes argumentos, sendo também
necessário considerar que no cotidiano das relações sociais e da luta pelas políticas
de promoção de igualdade, pensemos sob múltiplas perspectivas, da raça social
negra e do enfoque étnico para se ampliar as investidas em termos de políticas
públicas para além do combate aos racismos, pensando na compreensão do campo
das relações étnicas a partir da presença, da produção, dos sentidos positivos e não
somente pelas ausências e negações produzidas por este racismo.
Palavras-chave: raça, racismo, sociedade, cor, preconceito.
ABSTRACT

For many years, the Racial Identity, established itself as a taboo, even to comment
and rejuvenate its image. The objective of this work is to develop an audiovisual about
the essence of Racial Identity in Brazil, aiming at the historical, social and racial
aspects of this perspective in today's society, linking with 2120. We collected all the
important data on the subject and visualized the macro and micro scenarios through
planning. We conducted a scientific research to get to know in depth the process of
building identities in the spaces of the family, school, street and community where they
live, among others. Such spaces are constantly crossed by issues related to poverty,
violence and work, issues that take shape, gain visibility through daily practices and
are objectified in different ways at different times and contexts. Bearing in mind their
relations of gender, race, social class and sex, we sought to problematize the
construction of these identities through the struggle and resistance they seek in
recognition of the differences and the possibilities for transforming hegemonic
meanings. The work proposes a creative and innovative way to make the image of this
narrative more clear and dynamic, and analyzing how these fundamentals would be
in the future, where this study aims to show how racial issues permeate and there is
a need to think also other approaches, which distances the risk of the concept being
taken as a much more elaborate reclassification of eugenicist conceptions of race, that
is, from the point of view of concepts, both biological and social race were socially and
culturally constructed, only under different arguments, and it is also necessary to
consider that in the daily life of social relations and the struggle for policies to promote
equality, let us think from multiple perspectives, of the black social race and the ethnic
approach to expand the advances in terms of public policies beyond the fight against
racism, thinking about the understanding of field of ethnic relations based on the
presence, production, senses positive and not only by the absences and denials
produced by this racism.

Keyword: race, racism, society, color, prejudice.


INTRODUÇÃO

Todo o processo histórico no mundo e no Brasil e atitudes etnocêntricas que


marcaram as ações colonizadoras, imperialistas e militares da Europa e EUA agiram
de maneira a inferiorizar e segregar o negro na sociedade.

Ao se reportarem à identidade, principalmente à identidade da pessoa negra, é muito


comum as pessoas categorizarem os indivíduos quanto às suas características raciais
de maneira reducionista, baseando-se exclusivamente na cor da pele - classificando-
os em negros ou brancos. Para compreendermos a problemática da pessoa negra, o
conhecimento de como ela se constitui no mundo, construindo a sua autoestima,
autoimagem e sua maneira de existir, é fundamental que compreendamos a categoria
identidade.

Em uma abordagem da Psicologia Social, Antônio da Costa Ciampa se destaca como


um dos autores que faz uma elaboração aprofundada do tema. Sua compreensão de
identidade rompe com a visão individualista e isolacionista, comum à maioria dos
trabalhos sobre identidade. Tais abordagens, segundo Jacques, parecem "limitar o
conceito de identidade ao de autoconsciência ou autoimagem"

Entende identidade como metamorfose, ou seja, como um processo que está em


constante transformação, sendo o resultado provisório da intersecção entre a história
da pessoa, seu contexto histórico e social e seus projetos. A questão da identidade é
uma questão política. Uma produção na coletividade permitiria o vir a ser do humano
por meio da transformação do real e das condições de existência, fazendo emergir o
verdadeiro sujeito humano. Segundo o autor, o projeto político dessa humanidade:

Uma política de identidade do Homem da nossa sociedade, a realização de tais


projetos, para ser coerente com seus propósitos há de ser feita coletivamente e de
forma democrática (entendida aqui como forma racional). A questão se coloca como
uma questão prática e como tal deve ser enfrentada, conscientemente por nós - cada
um de nós, todos nós.

Ao tomarmos os processos identitários como categoria de análise, partimos da


premissa que discutir identidade é discutir transformação, uma vez que comungamos
com a ideia de que não há como pensar em uma identidade definitiva, estável, ou
seja, aquilo que é. Em nossa visão, identidade é ação, processo dinâmico, histórico
e político; em detrimento daquilo que é, concebemos identidade como aquilo
que está.

Portanto, segundo Ferreira, a categoria identidade, além de pessoal, é


fundamentalmente social e política. É considerada como uma referência em torno da
qual o indivíduo se auto reconhece e se constitui, estando em constante
transformação e construída a partir das relações que ele estabelece consigo mesmo,
com o outro e com o ambiente à sua volta.
A categoria identidade é efetivamente importante para compreendermos como o
indivíduo se constitui, influencia sua autoestima e sua maneira de existir. Nesse
sentido, é fundamental, para a compreensão da problemática da pessoa negra, o
conhecimento da maneira como ela desenvolve sua identidade, principalmente em
contextos sociais adversos nos quais é discriminada negativamente.

Considerando que as relações entre os seres humanos, inclusive as de ordem


intersubjetiva, estão perpassadas por relações de poder e manutenção de interesses,
pode-se compreender o contexto das relações raciais, em que se observa uma efetiva
visão acerca da desigualdade entre a população negra e a população branca.

A dissimulação gerada pelo mito da democracia racial, o racismo ambíguo, via de


regra velado e encoberto, afasta os indivíduos de uma compreensão das reais
determinações históricas, substituindo por uma falsa ideia da harmoniosa convivência
entre as raças. Essa versão ideologicamente predispõe os indivíduos a seus
"corretos" papéis na sociedade. Em muitos dos espaços institucionais a ideologia
apregoada pelo mito da democracia racial permanece arraigada, refletindo-se no
pensamento social. As implicações culminam inclusive na dificuldade da formação da
identidade negra, uma vez que ela fica, muitas vezes, encoberta pela ideia do moreno,
mestiço. As explicações dadas às desigualdades entre os grupos raciais
permanecem, na maior parte das vezes, no nível da aparência, ocultando a
essencialidade das determinações históricas e sociais que configuram mitos e
preconceitos.

A 2ª Guerra Mundial foi considerada o ápice do racismo, dada a grande perseguição


contra os que não correspondiam com as expectativas de raça ariana. Com os efeitos
desastrosos da 2ª guerra Mundial, cientistas tentam descartar a ideia de “raça”,
deixando de ser um termo propriamente científico, como um dos passos para acabar
com o racismo. Alguns termos foram propostos em seu lugar. No caso dos cientistas
naturais, propuseram a adoção do termo “população” ao se referir sobre determinados
grupos que continham traços comuns. Coloca-se no Brasil o combate à ideia de Brasil
atrasado devido ao mal das raças, já que no Brasil havia muitos afrodescendentes.

Várias ações são empreendidas para garantir esse projeto, a instituição da ideologia
do branqueamento, as estratégias de cerceamento das práticas culturais desses
grupos étnicos, tais como a perseguição ao candomblé, à capoeira, os mecanismos
de invisibilização e de imobilização da população negra brasileira.

Estando as identidades relacionadas, não só ao conhecimento, mas também ao


reconhecimento social, caracterizam-se estas identidades como elementos políticos
e históricos, constituídas a partir do passado de escravizados e nos dias atuais com
os repertórios de base africana dessa população. As relações raciais da atualidade
trazem como herança esses significados universalizantes. O negro ainda aparece
como representante de uma coletividade marcada por atributos negativos.
Generalizações atribuídas acerca de sua identidade culminam numa igualdade pela
negatividade atribuída ao grupo negro e diferente em relação ao padrão normativo do
branco. Esse padrão identitário posto e reposto continuamente mediante mecanismos
ideológicos impedem a transformação da identidade das pessoas negras, no sentido
de contrapor-se a práticas e mitos racistas e preconceituosos.

Desenvolver Objetivos Gerais e Específicos e a Justificativa.

Problema:

Sabemos que muitos negros não se identificam e não se agregam aos valores da
raça Negra. Visto que são 15 milhões de indivíduos e só 7.6% se autodeclarar
negros. Por qual motivo existe esse bloqueio de identidade racial

Objetivo Geral:

Nós temos como objetivo geral na criação do nosso TID, onde ficamos com o tema
“Identidade” e escolhemos relacionar com o subtema “Identidade Racial”.
Temos como foco geralresumir e apresentar a ideia da Identidade Racial no Brasil,
como forma de identificar as diferenças raciais e nos aprofundar com a realidade
atual em que vivemos no país, a forma como o tema é visto, discutido e levantado, a
forma como se convém ser um tabu, realizando referências visando o futuro, em
2120. Temos como hipótese principal, levantar o tema e a reconstrução do mesmo,
correlacionando com antepassados que foram marcos para a construção do que é
denominado raça.

Objetivos Específicos:

Especificamente, nós temos como visão para o nosso projeto a apresentação de


uma forma mais detalhada os resultados que pretendemos alcançar com o tema,
envolvendo principalmente os aspectos sociais, políticos e históricos que tiveram
como base para a criação do nosso audiovisual. Visando também a utilização de
artigos científicos, livros, filmes e documentários, para um melhor embasamento
sobre a tese levantada em questão.

Justificativa:

Para justificar a escolha do nosso tema, a forma como iremos abordar e


desenvolver, nós criamos algumas perguntas bases, para especificar os motivos da
nossa escolha e justificativa.
- O porquê escolhemos o subtema “Identidade Racial”?

Tomando como base a nossa realidade atual no país, os brasileiros tem dificuldade
em se assumir negros e pardos e em identificar outras pessoas etnicamente. O
discurso de respeito às diferenças e harmonia no país escondem, na verdade,
racismo e preconceitos que tem origem na época da escravidão. Este tema foi
escolhido para abrir portas para a desconstrução eurocêntrica. Cabendo ressaltar,
que preto é cor e negro é raça.

- Como vemos a Identidade Racial no presente hoje e no futuro em 2120?


No nosso presente, em nosso país, falta convicção. Os brasileiros tem muitas
dúvidas a respeito de raça, etnia e cor, porque estamos em um país miscigenado.
Essas dúvidas geram preconceito racial. Já no futuro, por estarmos firmes nas
políticas afirmativas, temos a visão de que surgirá a necessidade abrangente de
tratar o assunto de uma maneira ampla, em que a situação no nosso presente tenha
a ser revertida, comparada com a visão que teremos no futuro.

- O porquê será importante falar da Identidade Racial no futuro?


A identidade é efetivamente importante para compreendermos como o indivíduo se
constitui, influencia sua autoestima e sua maneira de existir. Nesse sentido, é
fundamental, para a compreensão da problemática da pessoa negra, o
conhecimento da maneira como ela desenvolve sua identidade, principalmente em
contextos sociais adversos nos quais é discriminada negativamente. Num futuro em
2120, acreditamos que a sociedade terá um interesse mais abrangente e vasto,
para se discutir e analisar sobre as diferentes raças presentes em nosso país
miscigenado.
- O que nosso tema justifica para a sociedade?
A questão do processo de construção da identidade negra percebe-se que ainda é
uma discussão problemática na sociedade, para as próprias pessoas que se
identificam como tal. Muitas vezes, o caminho que se percorre na busca dessa
identificação é marcado por inúmeras contradições e opressões sofridas
internamente pelo indivíduo, que acaba por se impor uma regra básica - a negação
de si próprio, de sua cor e, por conseguinte das suas características fenotípicas. Ou
seja, o negro nasce e sobrevive imerso numa ideologia de que o branco é o ideal a
ser atingido e endossa a luta para realizar esse modelo. Acreditamos que com base
na separação analítica das diversas formas de interação e dimensões da vida
social, pode restituir a esse campo disciplinar a riqueza que teve nos primórdios dos
acontecimentos históricos.
- Qual a nossa visão para a criação do audiovisual?
Nossa visão até o momento atual, para a construção do nosso projeto, está
passando por uma fase abstrata e construtiva. Acreditamos que vamos nos basear
em um livro representativo, e utilizar a história do mesmo para inspirar e criar pontes
necessárias para a representação do nosso tema.
Buscando precisar a história dos significados teóricos de dois conceitos: preconceito
de cor e racismo. Nossa forma de abordar a identidade racial será ampla, e teremos
aspectos sociais representados fortemente.
Acreditamos que nosso tema é de suma importância para tratar na sociedade atual,
e com a sociedade no futuro, e pretendemos aborda-lo de uma forma
contemporânea e criativa.
REFERENCIAL TEÓRICO

Desenvolver e Esclarecer a Identidade Racial:

Identidade racial/étnica é o sentimento de pertencimento a um grupo racial ou étnico,


decorrente de construção social, cultural e política. Ou seja, tem a ver com a história
de vida (socialização/educação) e a consciência adquirida diante das prescrições
sociais raciais ou étnicas, racistas ou não, de uma dada cultura. Assumir a identidade
racial negra em um país como o Brasil é um processo extremamente difícil e doloroso,
considerando-se que os modelos "bons", "positivos" e de "sucesso" de identidades
negras não são muitos e poucos divulgados e o respeito à diferença em meio à
diversidade de identidades raciais e étnicas.

Qual a necessidade de resolver a situação-problema e quais conhecimentos


serão estudados para resolver tal situação?

Sabemos que muitos negros não se identificam e não se agregam aos valores da
raça Negra. Visto que são 15 milhões de indivíduos e só 7.6% se autodeclarar negros.
Por qual motivo existe esse bloqueio de identidade racial?

A problematização sobre as relações raciais tem se ampliado de forma progressiva


na sociedade brasileira nessa última década. Essa problematizarão envolve tanto as
práticas cotidianas dessas relações, os embates e ações políticas, como as
construções conceituais a estas relacionadas. Um desses embates teóricos encontra-
se na pertinência de uso do conceito de raça ou etnia entre as diferentes
descendências populacionais no país.
Este último enfoque encontra-se fundamentado na idéia de afro descendência como
conjunto de referenciais sócio históricos e culturais, que remetem às matrizes
africanas.
Desenvolvimento

Este trabalho apresenta um panorama teórico metodológico sobre os conceitos de


identidade étnico-racial, a partir de um histórico dos conceitos de raça, etnia, afro
descendências e africanidades no bojo das relações étnicas raciais brasileiras e do
racismo que tem historicamente mediado essas relações.

A reação negra ao racismo branco assume várias formas; aceitar as categorias raciais
e articulá-las de modo a imitar o racismo branco é apenas uma delas. Chamar isso
de racismo invertido não parece servir às aspirações analíticas. O termo sugere
erroneamente que o racismo, nos dias atuais, pode ser estudado por meio da
avaliação de crenças, sem a cuidadosa consideração das experiências históricas
amplamente diferentes dos grupos envolvidos.

Para compreender a visão do nosso TID, este artigo tem o objetivo de refletir sobre o
processo de construção da identidade da pessoa negra em meio às relações raciais
brasileiras. Para isso, fazemos um percurso histórico desde a época do Brasil Colônia,
em que o sistema escravista era vigente, até o Brasil republicano e a abolição da
escravatura, abordando conceitos como a ideologia do branqueamento, ocorrida no
final do século XIX e o mito da democracia racial, idéia que foi se desenvolvendo a
partir de meados do século XX. A percepção do modo como esses elementos se
entrelaçam ajuda-nos a perceber que o caminho de conscientização e formação de
uma identidade negra articulada a valores considerados positivos é um processo a
ser construído.

A longa exposição às situações de desvalorização causa efeitos múltiplos de dor,


angústia, insegurança, rigidez, alienação, negação da própria natureza e outros,
deixando marcas profundas na psique. Como lidar com essa realidade? Como ampliar
as ações de políticas públicas para a superação do massacre psicológico sofrido pela
população negra? No âmbito das relações raciais, o olhar do outro aparece com uma
importância decisiva na construção da identidade. Assim, o olhar do outro serve para
categorizar as pessoas, ou seja, agrupá-las de acordo com sua especificidade, nesse
caso, a de ser negro (a).

E vai, além disso: o olhar do outro agrega um valor a essa categorização; logo, o olhar
discriminatório agrega um valor negativo ao indivíduo ou grupo especificado. Esse
olhar interfere diretamente na forma como as pessoas negras se percebem, pois o
indivíduo se constitui a partir desse olhar, ou seja, ele o intrometa. Os estudos sobre
as experiências concretas de enfrentamento e superação das desigualdades raciais
no Brasil não apenas constituem uma temática inovadora a ser explorada, mas
também são uma contribuição poderosa para a população negra buscar a afirmação
de uma identidade positiva.
Os desafios da transformação dessa realidade são indiscutivelmente amplos, tanto
quanto indiscutível é a necessidade de tornar essa uma questão cada vez mais
presente nos discursos, reflexões e ações, a fim de condenar a discriminação racial
e a extirpar das relações cotidianas. Dessa forma, a Psicologia pode contribuir, em
suas diferentes abordagens, para analisar os fenômenos subjetivos ligados aos
processos de construção da identidade da pessoa negra e aos processos de
desenvolvimento de sua autoestima. Também é importante identificar os efeitos do
legado do branqueamento sobre o processo de construção da identidade da pessoa
negra.

Portanto, cabe à Psicologia auxiliar na criação de espaços para a expressão desses


sentimentos forjados no confronto com o preconceito e a discriminação raciais. Essa
ciência ainda tem muito a contribuir nos estudos sobre relações raciais no Brasil,
permanecendo o tema discutido em constante construção para diversas pesquisas
que se engajem em compreender como a identidade da pessoa negra se constrói,
objetivando ações em que se desenvolvam identidades articuladas a valores
considerados positivos, bem como construir estratégias de enfrentamento da
desigualdade racial e em minimizar o sofrimento psíquico da população negra
brasileira.

Visando o futuro em 2120:

O Bem Viver – Futuro

De acordo com Juliana Gonçalves, o conceito de Bem Viver foi reivindicado pelo
Movimento de Mulheres Negras, esse conceito não tem nada a ver com prosperidade
financeira e sim é uma crítica forte ao modelo desenvolvimentista de sociedade que
vivemos. A apropriação do conceito foi feito pelo Movimento de Mulheres Negras em
diálogo com político e economista equatoriano Alberto Acosta no seu livro “O Bem
Viver – Uma oportunidade para imaginar outros mundos”.

A teoria do Bem Viver nasceu da prática histórica e da resistência dos povos


indígenas da América Latina. Ela apresenta uma forma diferente de relacionamento
entre os seres humanos, as sociedades e a natureza. Acosta afirma que “o Bem Viver
é uma filosofia em construção, e universal, que parte da cosmologia e do modo de
vida ameríndio, mas que estão presente nas mais diversas culturas”. E cita a ética e
a filosofia africana do Ubuntu – “eu sou porque nós somos”.

A noção do Bem Viver propõe também abandonar a ideia de progresso, porque


considera que essa noção é discriminatória e violenta. Seus princípios são
relacionalidade, complementaridade, reciprocidade e correspondência. O Bem Viver
surge para descolonizar a democracia e devolver-lhe seu sentido original, de governo
do povo e para o povo.
Fontes confiáveis utilizadas:

PINTO, Márcia Cristina Costa; FERREIRA, Ricardo Franklin. Relações Raciais No


Brasil E A Construção Da Identidade Da Pessoa Negra. Disponível:
https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/12%20-%20Art_%20712%20-
%20Pronto(1).pdf.

LIMA, Maria Batista. Afrodescendência e Prática Pedagógica nos 500 anos de Brasil.
Revista Hora de Estudo. Aracaju - SE: Secretaria Municipal de Aracaju, dez./2000.
Edição Especial, p. 53-62. Disponível em:
http://files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/NEAB/LIMA-
%20Maria%20Batista.%20Identidade%20EtnicoRacial%20no%20Brasil%20uma%2
0reflexao%20teorico-metodologica..pdf.

Fontes: Artigo Identidade e diversidade étnica nas irmandades negras no tempo da


escravidão de João José Reis, Portal Por dentro da África, Carta Capital, Revista
Calle. Disponível em: https://baoba.org.br/lutas-negras-passado-presente-e-
perspectiva-de-futuro/.
METODOLOGIA

Neste capítulo iremos informar quais os métodos foram utilizados para realizar a
nossa pesquisa, qual o instrumento usado para a coleta de dados, o cenário e os
indivíduos participantes da investigação. Em nossa pesquisa utilizamos a
metodologia abordagem científica para conceituar e esclarecer o nosso tema
escolhido, que foi a Identidade Racial, e seus aspectos a sociedade, e intuitiva para
raciocinar e analisar, como esse tema se abordaria em um futuro de 2120, fizemos os
levantamentos de acordo com as datas 10 de Abril á 17 de Abril.

Usamos como instrumento de coleta de dados artigos científicos, sites, e livros


literários, em sua maioria livros brasileiros, com criação de 05 perguntas, para a
justificativa de escolha do nosso tema de “Identidade Racial”.

Na elaboração das perguntas, procuramos investigar o conhecimento das


perspectivas raciais, a fim de aprofundar o tema, suas variáveis e culturas históricas,
ao decorrer dos anos, lincando com 2120.

Essas problematização envolvem tanto as práticas cotidianas dessas relações, os


embates e ações políticas, como as construções conceituais a estas relacionadas.
Um desses embates teóricos encontra- se na pertinência de uso do conceito de raça
ou etnia entre as diferentes descendências populacionais no país.
Ela serve para obter dados descritivos que expressam os sentidos dos fenômenos.

A pesquisa foi desenvolvida a partir de: Tema do projeto, Problema, Objetivo,


Justificativa, Referencial Teórico, Metodologia, Recursos, Cronograma.

Os principais conceitos foram: Conceito de Identidade Racial, Conceito de


Democracia, Conceito de Etnia, Conceito Social e Conceito Cultural.
Utilizando um panorama teórico metodológico sobre os conceitos de identidade
étnico-racial, a partir de um histórico dos conceitos de raça, etnia, afro descendências
e africanidades no bojo das relações étnicas raciais brasileiras e do racismo que tem
historicamente mediado essas relações.

Os principais autores que contribuíram com o trabalho foram: PINTO, Márcia Cristina
Costa; FERREIRA, Ricardo Franklin. LIMA, Maria Batista.
Após a coleta de dados, as informações foram digitalizadas, depois transcritas todas
as respostas e feita a identificação de cada participante.
Recursos
Integrantes/Funções

Líder Erica Gomes

Filmaker Alisson da Guia

Maquiador Grasiele Oliveira

Pesquisador Natália Martins

Diretor Mônica Oliveira

Materiais/Equipamentos

 Pessoas diversas
 Roupas e acessórios diversos
 Celulares
 01 Soft box
 01 Lanterna
 Ambulantes
 02 Diários
 04 Pães
 02 Cadernos encardidos
 03 Jornais
 05 Revistas
 01 Notebook
 01 Câmera
 01 Microfones
 06 Sacos
 10 Latas
Colunas2 Colunas3 Colunas4 Colunas5 Colunas6 Colunas7 Legenda

CRONOGRAMA F - Finalizado

Pesquisar
livros para
1 P P - Programado
utilizar de
embasamento

Fazer um
fichamento
2 com os P
melhores livros
encontrados

Elaborar o
capítulo de
3 objetivos P
gerais e
específicos
Elaborar o
capítulo de
4 P
fundamentação
teórica

Elaborar o
5 capítulo de P
metodologia

Elaborar o
6 capítulo de P
recursos

Elaborar o
7 capítulo de P
cronograma
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do tema definido como sendo Identidade Racial, esta pesquisa se


propôs, como objetivo geral, desenvolver de forma clara e objetiva o conceito de
Identidade Racial na nossa sociedade. Sabemos que esse assunto por muitos
anos foi um tabu, porém, graças as políticas afirmativas e projetos de combate
a violência racial podemos atualmente ter pesquisas/produtos que falem da
vivência de 15 milhões de indivíduos. Buscamos sempre por atualidades de
tecnologias, pois há um vínculo com o futuro: 2120.
A construção desse trabalho foi essencial para todo entendimento da identidade
racial, que muitas vezes afetam pessoas por falta de conhecimento. Nossa
autoestima e autoimagem dependem de todo processo de aceitação, que diz
muito quem somos. Então, através de livros, pesquisas e arquivos, conseguimos
juntar informações para ajudar outras pessoas e de certa forma acabou sendo
uma autoajuda. A idéia é que com esse trabalho as pessoas entendam a
importância de conhecer mais sobre suas histórias para que futuramente esse
assunto não seja mais um problema. E que cada vez mais as pessoas tenham
acesso as informações sobre suas essências e histórias para ajudar no processo
de identificação.
No Brasil, os negros ocupam uma posição de subalternidade social. Diversos
são os estudos que apontam o caráter das desigualdades existentes entre
brancos e negros no Brasil nos mais diversos campos da vida. Patente é a
persistência das desigualdades sociais, dentre elas as educacionais, entre
brancos e negros em prejuízo dos negros ao longo das gerações, o qual teve o
objetivo geral de elaborar estes elementos para representar os elementos
raciais.

O PROJETO TEVE VÁRIAS FASES DE PESQUISAS

RESUMO

1 INTRODUÇÃO

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO


3 JUSTIFICATIVA

4 REFERENCIAL TEÓRICO

5 METODOLOGIA

6 RECURSOS

7 CRONOGRAMA

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

ANEXOS

APÊNDICE
Referências Bibliográficas

PINTO, Márcia Cristina Costa; FERREIRA, Ricardo Franklin. Relações Raciais


No Brasil E A Construção Da Identidade Da Pessoa Negra. Disponível:
https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/12%20-
%20Art_%20712%20-%20Pronto(1).pdf.

LIMA, Maria Batista. Afrodescendência e Prática Pedagógica nos 500 anos de


Brasil. Revista Hora de Estudo. Aracaju - SE: Secretaria Municipal de Aracaju,
dez. /2000. Edição Especial, p. 53-62. Disponível em:
http://files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/NEAB/LIMA-
%20Maria%20Batista.%20Identidade%20EtnicoRacial%20no%20Brasil%20um
a%20reflexao%20teorico-metodologica.pdf.

Fontes: Artigo Identidade e diversidade étnica nas irmandades negras no


tempo da escravidão de João José Reis, Portal Por dentro da África, Carta
Capital, Revista Calle. Disponível em: https://baoba.org.br/lutas-negras-
passado-presente-e-perspectiva-de-futuro/.
Fontes: Artigo Identidade e diversidade étnicas nas irmandades negras no
tempo da escravidão de João José Reis, Portal Por dentro da África, Carta
Capital, Revista Calle.
Fonte: Livro "Crônicas & Entrevistas", de 2000.| Atualizado em julho de 2019.
ANEXOS
APÊNDICES

PROBLEMA CRIADO PELO GRUPO:

Qual a necessidade de resolver a situação-problema e quais


conhecimentos serão estudados para resolver tal situação?

Sabemos que muitos negros não se identificam e não se agregam aos valores
da raça Negra. Visto que são 15 milhões de indivíduos e só 7.6% se autodeclarar
negros. Por qual motivo existe esse bloqueio de identidade racial?

A problematização sobre as relações raciais tem se ampliado de forma


progressiva na sociedade brasileira nessa última década. Essa problematizarção
envolve tanto as práticas cotidianas dessas relações, os embates e ações
políticas, como as construções conceituais a estas relacionadas. Um desses
embates teóricos encontra-se na pertinência de uso do conceito de raça ou etnia
entre as diferentes descendências populacionais no país.
Este último enfoque encontra-se fundamentado na idéia de afro descendência
como conjunto de referenciais sócio históricos e
culturais, que remetem às matrizes africanas.

Você também pode gostar