Foi efetuada dispensação incorreta, com troca do medicamento
Gardenal® (princípio ativo fenobarbital) pelo Hidantal® (princípio ativo fenitoína) para um paciente de 75 anos em tratamento com Gardenal® há 40 anos por epilepsia. Após reclamação formalizada, a drogaria efetuou a troca do medicamento dispensado Hidantal® pelo correto – 4 caixas de Gardenal®. O CRF-GO recebeu denúncia relatando que “...o paciente dirigiu-se à referida loja para comprar o medicamento Gardenal® (100 mg) do qual faz uso há, aproximadamente, 40 anos; porém, não dispondo deste medicamento em sua loja, o farmacêutico ofereceu o medicamento Hidantal®, alegando ser o “mesmo remédio” (sic). “A gravidade deste assunto se dá quando, após dois dias tomando o medicamento errado, meu pai, que estava livre das convulsões causadas pela epilepsia há 17 anos, teve uma crise muito forte, sendo que convulsionou por aproximadamente 10 minutos...”. A filha do paciente encaminhou ao CRF- GOa 2ª via original da prescrição médica e relatório médico que confirmam que a prescrição tratava-se de Gardenal®. Em 19/09/2019, foi realizada inspeção fiscal e o farmacêutico folguista estava presente, o qual prestou esclarecimentos sobre o fato ocorrido: “...no dia 10/08/2019, foi realizada neste estabelecimento a dispensação do medicamento Hidantal® (4 caixas) pelo gerente da loja, no lugar do medicamento fenobarbital (Gardenal®), medicamento este pautado em prescrição médica...”. Informou ainda que a farmacêutica presente no ato da venda foi outra, que não teve conhecimento da venda. O profissional forneceu cópia da via original da prescrição médica e também cópia do e-mail encaminhado para o “núcleo de assistência farmacêutica”, onde consta que a receita com a dispensação incorreta foi lançada no sistema informatizado por um farmacêutico, e que a movimentação de estoque do Hidantal® foi enviada ao SNGPC.
1. Comentar sobre os erros de dispensação de medicamentos, ocorridos
nesse caso, e explicar qual seria a conduta adequada do farmacêutico ao dispensar o medicamento. R: O primeiro erro mais grotesco comedido pelo farmacêutico responsável foi efetuar a dispensação de um medicamento que não era o prescrito pelo médico, o que causou novamente no paciente o retorno das convulsões. Ao realizar a dispensação o farmacêutico deve certifica-se de todos os dados do receituário e realizada de forma ética, legal e tecnicamente correta. Não dispondo do medicamento o farmacêutico deveria ter orientado o paciente a dirigir-se a outro estabelecimento. E ao dar saída na receita no SNGPC foi informado ao sistema a saída do medicamento Hidantal 4 caixas, mas as informações adicionadas ao sistema devem ser retiradas do receituário fornecido pelo paciente, que no caso em questão o fármaco prescrito é o Gardenal. 2. Descrever as observações que o farmacêutico deve levar em conta na hora da dispensação de qualquer medicamento. Desta maneira, é de extrema importância que o farmacêutico avalie quais os itens no receituário?
R: Os itens que devem ser avaliados pelo farmacêutico na hora da
dispensação são: legibilidade e ausência de rasuras e emendas, identificação do usuário, - identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma farmacêutica e quantidade, modo de usar ou posologia, duração do tratamento local e data da emissão e assinatura e identificação do prescritor com o número de registro no respectivo conselho profissional. Em casos de eventuais dúvidas ou problemas detectados na avaliação, o farmacêutico deve contatar o prescritor, de maneira educada, ética e profissional, para obter os esclarecimentos necessários.
3 . Enfatizar o papel do farmacêutico na farmácia comunitária em relação
a educação do paciente. R: O principal papel é o aconselhamento é um processo de troca de informações entre paciente e farmacêutico, em que este último orienta o primeiro sobre aspectos de cuidados em saúde e uso dos seus medicamentos, essa prática traz grandes benefícios aos pacientes e proporciona maior reconhecimento ao farmacêutico; o paciente torna-se capaz de reconhecer a necessidade dos medicamentos para a manutenção de sua saúde e bem-estar. Além disso, fortalece o relacionamento entre o profissional da saúde e o paciente.
4. Discutir sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos
Controlados (SNGPC). Falar sobre os objetivos desse sistema e qual a legislação vigente.
R: O Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados –
SNGPC é um instrumento informatizado brasileiro, que visa controlar a venda de medicamentos de controle especial, tem como objetivo, monitorar a dispensação de medicamentos e substâncias entorpecentes e psicotrópicas e seus precursores; otimizar o processo de escrituração; permitir o monitoramento de hábitos de prescrição e consumo de substâncias controladas em determinada região para propor políticas de controle; captar dados que permitam a geração de informação atualizada e fidedigna para o SNVS para a tomada de decisão e dinamizar as ações da vigilância sanitária. A legislação vingente é a RDC Nº 344.