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Depressão associada ao sistema cardiovascular

A Depressão, etimologicamente falando, é uma palavra latina e significa


abatido ou aterrado. O primeiro a sistematizar as ocorrências melancólicas e iniciar o
caminho sobre a história da depressão, foi Hipócrates, pai da medicina, século IV a.
C. Depressão (CID 10 – F33) é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que
produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim,
associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima
e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite. Ela atingiu dezenove por cento
da população mundial, conforme os dados da OMS, organização mundial de saúde.
Sendo assim, em cada cinco pessoas, uma tem depressão. No Brasil, calculam-se doze
por cento de pessoas com traços depressivos. A depressão é uma realidade, tanto que
ela é chamada mal do século. Os quadros variam de intensidade e duração e podem
ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves. Além disso, ela
também pode atingir crianças e adolescentes.

Há séculos, acredita-se que os estados emocionais influenciam na saúde das


pessoas. William Harvey, em 1968, constatou que os distúrbios da mente afetavam
negativamente a função cardíaca. (KUBZANSKY, 2007). E nas últimas décadas foi
confirmado que a doença cardiovascular pode evoluir através de fatores psicológicos.
(JIANG, 2008). Um exemplo é a Doença Arterial Coronária, que acontece quando há
redução do fluxo sanguíneo que abastece o coração, ou o mesmo se torna inexistente.
Isso acontece por conta do engrossamento e enrijecimento das artérias coronárias
causado pela acumulação de gordura, cálcio e outras substâncias, onde denomina-se
placa ateromatosa. Resultando-se em aterosclerose. Quando uma destas placas se
rompe, o sangue coagula no interior dos vasos sanguíneos formando-se um trombo no
local da lesão. Este mesmo trombo pode bloquear o fluxo de sangue nessa artéria,
causando o fenómeno de isquémia do músculo cardíaco. No caso de morte celular por
conta da diminuição de oxigénio e nutrientes, acontece o Enfarte Agudo do Miocárdio
(EAM). Além da Doença Cardíaca Coronária, temos também: Insuficiência Cardíaca,
o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a Isquémia Arterial Crónica entre outras.

Alguns autores sugerem que, independente da existência da depressão,


administrar o estresse nos pacientes com doença cardiovascular é um alvo importante
numa terapêutica integradora, levando a melhor prognóstico e despesas médicas
menores. Entretanto, o tratamento da depressão não deve passar apenas por medidas
farmacológicas, estando provado que a sua associação a modelos de terapia cognitiva
e de reabilitação cardiovascular tem um prognóstico positivo no curso de ambas as
doenças.

BRUNA, Maria Helena Varella. Depressão. Disponível:


<https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/depressao/>. Acesso em: 07
SET 2022.

CHARCZUK, Artur. História da depressão: da antiguidade até hoje. 2021.


Disponível: <https://www.psicanaliseclinica.com/historia-da-depressao/>. Acesso em:
07 SET 2022.
JIANG, Wei. Impactos da depressão e sofrimento emocional na doença cardíaca.
2008. Disponível: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18540141/>. Acesso em: 07 SET
2022.

KUBZANSKY, Laura D. Doente no coração: A fisiopatologia das emoções negativas.


2007. Disponível: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17455549/>. Acesso em: 07 SET
2022.

ROLA, Alexandre Roque Soares Ramos. Depressão e doença cardiovascular. 2011.


Disponível: <http://hdl.handle.net/10316/48226>. Acesso em: 07 SET 2022.

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