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RESUMO: Intervenções psicoterápicas para o tratamento do transtorno bipolar

O tratamento do transtorno inclui intervenções biológicas, como o uso de medicamentos, bem como
o emprego de psicoterapias e estratégias de intervenção psicossocial. O TB é uma doença mental
grave e crônica, caracterizada por episódios de alterações do humor, entre os quais episódios
depressivos, maníacos, hipomaníacos ou mistos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
o TB é umas das principais causas de incapacidade no mundo, visto que pode acarretar perturbações
no âmbito familiar, social e ocupacional. Estudos evidenciam prejuízos significativos no
funcionamento global, no desempenho cognitivo e na qualidade de vida de sujeitos com TB.
Estudos atuais sugerem que a psicoeducação e a terapia cognitivo comportamental (TCC) podem
atuar sobre a adesão à intervenção farmacológica e que, quando associadas, podem reduzir
significativamente os sintomas maníacos e melhorar a funcionalidade dos pacientes. Além disso, a
terapia focada na família (TFF) pode reduzir o risco para recaída de novos episódios depressivos e
maníacos. Intervenções psicossociais estão claramente associadas a melhor adesão ao tratamento
farmacológico. A psicoeducação tem como objetivo conhecer as definições de critérios diagnósticos
para o transtorno, sua etiologia e as principais formas de tratamento; elaborar estratégias de
identificação e prevenção de episódios de alteração do humo; aprender métodos de lidar com
eventos potencialmente estressores e; aumentar a adesão ao tratamento farmacológico. A meta é
fazer do paciente um colaborador ativo em seu processo terapêutico, ampliando a eficiência da
psicoeducação. A postura do terapeuta deve ser diretiva, colaborativa e empática à resolução dos
problemas enfrentados pelo paciente. Portanto, é necessário que o terapeuta tenha habilidades
profissionais de lidar com situações ambivalentes para os pacientes em diversas situações de vida. A
TCC no TB tem como objetivo melhorar a adesão ao tratamento, tratar a depressão bipolar, evitar
recaídas, melhorar o funcionamento social e reduzir as flutuações dos sintomas maníacos. A TCC
busca ensinar aos pacientes o mecanismo de autoperpetuação das cadeias de pensamentos, emoções
e comportamentos, bem como estratégias para alterar esse padrão. O tratamento compreende
principalmente intervenções informativas acerca do transtorno, reestruturação cognitiva e atribuição
de atividades. A Terapia Focada na Família é uma abordagem psicoterapêutica que valoriza o papel
da família como um dos pilares no tratamento de pacientes com TB. Os objetivos da TFF são
integrar as experiências associadas aos episódios de mania e de depressão; aceitar a noção de
vulnerabilidade para episódios futuros; aceitar a necessidade de estabilizadores do humor para
controlar os episódios; distinguir entre a personalidade do paciente e seu transtorno bipolar;
reconhecer e aprender a lidar com eventos estressantes na vida que podem desencadear recorrências
de humor e; restabelecer relações conjugais ou familiares funcionais após um episódio da doença. A
terapia de ritmo interpessoal e social (TRIPS) postula que os indivíduos com esse transtorno têm
predisposição genética a apresentar problemas na manutenção do ritmo circadiano e do ciclo sono-
vigília, os quais podem ser responsáveis, em parte, pelas manifestações sintomáticas da doença.
Como os demais modelos de intervenção para o tratamento do TB, essa abordagem deve ser
combinada com a intervenção farmacológica. A terapia tem por objetivo modular fatores biológicos
e psicossociais, a fim de diminuir as vulnerabilidades circadianas e do ciclo sono-vigília dos
pacientes, melhorando o funcionamento geral e gerenciando de modo mais adequado o potencial
caos decorrente dos sintomas de alteração de humor do TB.

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