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E2 - Realimentação

Eletrónica II (Instituto Politécnico de Lisboa)

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1. Amplificadores
Realimentados

CLASSIFICAÇÃO DE AMPLIFICADORES
EQUAÇÃO DE REALIMENTAÇÃO
TOPOLOGIAS DE AMPLIFICADORES REALIMENTADOS

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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA 1.AMPLIFICADORES REALIMENTADOS


ENGENHARIA DE ELECTRÓNICA E TELECOMUNICAÇÕES E DE COMPUTADORES

1.1. CLASSIFICAÇÃO DE AMPLIFICADORES


Um amplificador de sinal elétrico pode ser classificado como uma de quatro tipologias diferentes de amplificação.
Consoante o tipo de grandeza do sinal, tensão ou corrente, aplicado à fonte e obtido, respetivamente, na fonte e na
carga do amplificador, assim é denominada a sua tipologia. A tipologia poderá também ser obtida tendo como
referência as grandezas das impedâncias de entrada e de saída do amplificador relativamente as impedâncias de
fonte e de carga do amplificador, respetivamente.
Quando a grandeza de saída do amplificador é de tensão (impedâncias de saída e de carga em série ou equivalente
thevenin) e a grandeza de entrada é também de tensão (impedâncias de fonte e de entrada em série ou equivalente
thevenin), este é classificado como amplificador de tensão. Com saída em corrente (impedâncias de saída e de
carga em paralelo ou equivalente norton) e entrada também em corrente, tem-se um amplificador de corrente. Se a
grandeza à saída é em corrente (equivalente norton) e a entrada em tensão (equivalente thevenin), o amplificador é
classificado como tipologia de amplificador de transcondutância. Finalmente, se a grandeza à saída é em tensão
(equivalente thevenin) e a entrada em corrente (equivalente norton), o amplificador é classificado como
amplificador de transresistência. De seguida são apresentados os modelos e características das quatro tipologias.

1.1.1. AMPLIFICADOR DE TENSÃO


O amplificador de tensão, cujo modelo é descrito na figura 1.1, caracteriza-se por ter à saída uma tensão
proporcional à tensão na entrada. A característica, sendo a relação entre a grandeza de saída e a de entrada, é dada
pela equação (1.1), sendo Av designado por ganho de tensão.

Rs RO

vs vi Ri A v0xv i vo RL

Figura 1.1 - Modelo e características do amplificador de tensão.

vO
Av = (1.1)
vi
Av0 é o valor do ganho de tensão Av obtido com a saída em aberto, ou seja, quando RL=∞Ω.

{
v O quando
Av = (1.2)
0
v i R L =∞Ω

Objetivo v O = Av 0 .v s (1.3)
Se se verificarem as relações (1.4) e (1.5) as resistências do amplificador de tensão podem ser aproximadas às do
amplificador de tensão ideal cumprindo o objetivo (1.3).

Ri ≫R S → v i≃v S (1.4)

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Ro ≪R L →v o≃Av ⋅v i 0
(1.5)

No amplificador de tensão ideal


{ Ri =∞Ω
Ro=0Ω
(1.6)

1.1.2. AMPLIFICADOR DE CORRENTE


O amplificador de corrente, cujo modelo é descrito na figura 1.2, caracteriza-se por ter à saída uma corrente
proporcional à corrente na entrada. A característica, sendo a relação entre a grandeza de saída e a de entrada, é dada
pela equação (1.7), sendo Ai designado por ganho de corrente.

ii io
is Rs Ri A i0xii RO RL

Figura 1.2 - Modelo e características do amplificador de corrente.

iO
Ai = (1.7
ii
Ai0 é o valor do ganho de corrente Ai obtido com a saída em curto-circuito, ou seja, quando RL=0Ω.

{
i O quando
Ai = (1.8)
0
i i R L=0Ω

Objetivo iO =Ai0 .i s (1.9)


Se se verificarem as relações (1.10) e (1.11) as resistências do amplificador de corrente podem ser aproximadas às
do amplificador ideal cumprindo o objetivo (1.9).

Ri ≪R S →i i≃i S (1.10)

Ro ≫R L →i o≃Ai⋅ii 0
(1.11)

No amplificador de corrente ideal


{Ri=0Ω
Ro =∞Ω
(1.12)

1.1.3. AMPLIFICADOR DE TRANSCONDUTÂNCIA


O amplificador de transconductância, cujo modelo é descrito na figura 1.3, caracteriza-se por ter à saída uma
corrente proporcional à tensão na entrada. A característica, sendo a relação entre a grandeza de saída e a de entrada,
é dada por(1.13), sendo Gm designado por ganho de transcondutância.

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Rs

io
vs vi Ri G m0xv i RO RL

Figura 1.3 - Modelo e características do amplificador de transcondutância.

i O −1
Gm = [Ω ] (1.13)
vi
Gm0 é o valor do ganho de transcondutância Gm obtido com a saída em curto-circuito, ou seja, quando RL=0Ω.

{
i O quando
Gm = (1.14)
0
v i R L =0 Ω

Objetivo iO =G m . v s 0
(1.15)
Se se verificarem as relações (1.16) e (1.17) as resistências do amplificador de transcondutância podem ser
aproximadas às do amplificador ideal cumprindo o objetivo (1.15).

Ri≫R S → v i≃v S (1.16)

Ro≫R L →i o≃G m ⋅v i 0
(1.17)

No amplificador de transcondutância ideal


{Ri =∞Ω
Ro =∞Ω
(1.18)

1.1.4. AMPLIFICADOR DE TRANSRESISTÊNCIA


O amplificador de transresistência, cujo modelo é descrito na figura 1.4, caracteriza-se por ter à saída uma tensão
proporcional à corrente na entrada. A característica, sendo a relação entre a grandeza de saída e a de entrada, é dada
por (1.19), sendo Rm designado por ganho de transresistência.

RO

ii
is Rs Ri R m0xii vo RL

Figura 1.4 - Modelo e características do amplificador de transresistência.

vO
Rm = [Ω] (1.19)
ii

Rm0 é o valor do ganho de transresistência Rm obtido com a saída em aberto, ou seja, quando RL=∞Ω.

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{
v O quando
Rm = (1.20)
0
i i R L =∞Ω

Objetivo v O =R m0 .i s (1.21)
Se se verificarem as relações (1.22) e (1.23) as resistências do amplificador de transresistência podem ser
aproximadas às do amplificador ideal cumprindo o objetivo (1.21).
Ri≪R S →i i≃i S (1.22)

Ro≪R L →v o≃Rm ⋅i i 0
(1.23)

No amplificador de transresistência ideal


{Ri =0 Ω
Ro =0 Ω
(1.24)

1.2. DIAGRAMA GENÉRICO E EQUAÇÃO DE REALIMENTAÇÃO


Na figura 1.5 é mostrado um diagrama de blocos de um sistema amplificador genérico em que existe
realimentação. O bloco A designa-se por amplificador básico. Este amplificador, cuja função de transferência A
corresponde à relação entre a grandeza de saída e a grandeza de entrada do bloco, ou seja, A=X O/Xi, pode ser de
tensão (Av), de corrente (Ai), de transresistência (Rm) ou de transcondutância (Gm). O bloco b designa-se por
circuito ou malha de realimentação. Nesta malha a função de transferência b corresponde à relação entre a grandeza
de saída e a grandeza de entrada do bloco, ou seja, b=Xf/XO. O bloco misturador (somador) não é mais do que um
circuito que mistura a grandeza que entra no sistema, X S, com a grandeza resultante do bloco de realimentação, X f.
Para que exista realimentação negativa, o sinal X f tem que ser negado antes da mistura, caso contrário teríamos
realimentação positiva. Em concordância, as grandezas A e b tem de ter o mesmo sinal para realimentação
negativa.
Resumindo, a grandeza obtida na saída é injetada no bloco b (amostragem de XO) que é reintroduzida na entrada
do bloco A (mistura de XS e Xf). Esta ação permite tornar o amplificar menos sensível a alterações de
características do bloco A (dessensibilização), como envelhecimento dos componentes ou modificações de
temperatura, como ainda garantir outras qualidades, como o aumento da largura de banda ou garantir resistências
de entrada e saída mais concordantes com o ideal para a tipologia de amplificador.

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Xs Xi Xo
A
Xf

Figura 1.5 - Diagrama de blocos de um sistema realimentado.

Para deduzir a equação de realimentação pode obter-se (1.25), (1.26) e (1.27) a partir da figura 1.5.
X o = A⋅X i (1.25)

X f =⋅X o (1.26)

X i = X s− X f  (1.27)
A partir das equações (1.25), (1.26) e (1.27) obtém-se a equação (1.28).

X o=A⋅X i= A⋅ X s− X f = A⋅ X s−⋅X o <=> X o⋅1⋅A=A⋅X s (1.28)


Da equação (1.28) vem para a função de transferência (1.29), conhecida como equação de realimentação.
Xo A
=A f= (1.29)
Xs (1+β⋅A)
Se na equação (1.29) β.A >>1 então Af ≈ 1/β, significando que o valor do ganho do amplificador realimentado
passa a depender apenas do fator de realimentação, ou seja, independente da malha A. Esta independência é
importante pois significa que o amplificador é insensível a alterações de características da malha A. Para
quantificar esta insensibilidade podem ser usados dois fatores obtidos a partir de (1.29), o fator D, equação (1.30),

D=1⋅A (1.30)
conhecido como fator de dessensibilidade e o fator S, equação (1.31), conhecido como fator de sensibilidade.

1 1
S= = (1.31)
(1+β⋅A) D
O termo dessensibilidade foi atribuído a este fator, atendendo a que a realimentação negativa faz com que
alterações dos parâmetros dos dispositivos ativos e passivos constituintes do amplificador, como variação do hfe por
envelhecimento ou alteração de valores de resistências devido a variação de temperatura, entre outros, tenham
pouquíssima influencia no ganho e resistências de entrada e de saída. Ou seja, o desempenho do amplificador
mantém-se praticamente insensível às alterações desses parâmetros.
Para alem do exposto, atendendo a que num amplificador o produto ganho.largura-de-banda é constante
(A.LB=Kte), a realimentação negativa faz aumentar a largura de banda do amplificador.

1.2.1. PROPRIEDADES DA REALIMENTAÇÃO NEGATIVA


□ Dessensibiliza o ganho
□ Otimiza a resistência de saída e de entrada à topologia

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□ Aumenta a largura de banda


□ Reduz o efeito do ruído
□ Reduz a distorção não-linear
Dessensibilização do ganho
O efeito qualitativo provocado pela realimentação negativa na sensibilidade do ganho em malha fechada foi
referido acima. A redução da sensibilidade provocada pela realimentação pode ser analiticamente deduzida a partir
da equação de realimentação. Assim, assumindo que b é constante, se derivarmos a equação de realimentação em
ordem a A fica (1.32),
dA f (1+β⋅A)− A⋅β 1
= 2
= (1.32)
dA (1+β⋅A) (1+β⋅A)2
ou seja,

dA
dA f = (1.33)
(1+β⋅A)2
dividindo (1.33) pela equação de realimentação (1.29) fica (1.34),

dA
dA f 1⋅A2 1 dA 1 dA
= = ⋅ = ⋅ (1.34)
Af A 1⋅A A D A
1⋅A
ou seja,

dA f 1 dA
= ⋅ (1.35)
Af D A
A equação (1.35) indica que a percentagem de variação de Af (dAf/Af ) do amplificador realimentado é apenas uma
pequena fração (1/D) da percentagem de variação (dA/A) do ganho A em malha aberta.
Otimização da resistência de saída e de entrada à topologia
O efeito da realimentação negativa nas resistências de entrada e de saída de um amplificador vai no sentido de
adequar essas resistências à tipologia do amplificador, ou seja, faz com que se tornem mais próximas do ideal. Por
exemplo, a realimentação negativa aplicada a uma amplificador de tensão faz aumentar a resistência de entrada e
diminuir a resistência de saída. Já num amplificador de corrente faz diminuir a resistência de entrada e aumentar a
resistência de saída.
Aumento da largura de banda
A realimentação negativa faz aumentar a largura de banda de um amplificador. Tomemos como exemplo um
amplificador sem realimentação cuja resposta em alta frequência é caracterizada por ter um único pólo. Esse
amplificador tem uma função de transferência em alta frequência dada por (1.36).

AP
A(ω)=
1+ j ωωH (1.36)

em que ωH = 2πfH é a frequência de corte superior e AP o ganho de patamar, ou seja, o ganho às médias frequências.
Se for aplicada realimentação negativa ao amplificar, a equação de realimentação para alta frequência fica (1.37).

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AP

1 j
A H
A f = = (1.37)
1⋅A AP
1⋅

1 j
H
Resolvendo (1.37), dividindo ambos o numerador e denominador por (1+β.AP), fica-se com (1.38).

AP
(1+β⋅A P )
A f (ω)= (1.38)
1+ j ωω ⋅
1
H (1+β⋅A )
P

De (1.38) conclui-se que o ganho de patamar do amplificador realimentado é dado por (1.39).

AP
Af = (1.39)
P
(1+β⋅A P )
Concluindo-se de (1.39) que para a frequência de corte superior, ωHf, virá (1.40).

 Hf =1⋅A P ⋅ H =D⋅ H (1.40)


Sendo que,
ωH = 2πfH
wH : frequência de corte superior sem realimentação.
wHf : frequência de corte superior com realimentação.
Seguindo o mesmo raciocínio para as baixas frequências obter-se-á para a frequência de corte inferir, ωLf, fica-se
com o resultado (1.41).
ωL
ω Lf = =S⋅ω L (1.41)
(1+β⋅A P )
Sendo que: ωL = 2πfL
wL : frequência de corte inferior sem realimentação.
wLf : frequência de corte inferior com realimentação.
A largura de banda de um amplificador não realimentado é LB=ωH-ωL. Em concordância, a largura de banda do
mesmo amplificador realimentado é calculada como sendo (1.42).
ωL
LB f =ω Hf −ω Lf =(1+β⋅AP )⋅ω H − =S⋅ω L (1.42)
(1+β⋅A P )
A realimentação negativa faz subir a frequência de corte superior e simultaneamente diminuir a frequência de corte
inferior, pelo que, sendo LB f a diferença entre as duas, a largura de banda aumenta. Se tivermos um amplificador
com característica passa-baixo, virá para a largura de banda (1.43).

LB f =LB⋅(1+β⋅LB) (1.43)
Das últimas equações, (1.39) e (1.43), conclui-se que a realimentação negativa reduz o ganho de patamar com um
fator (1+βAp) mas aumenta a frequência de corte superior com o mesmo fator. Contudo, como mostra a figura 1.6,
o produto ganho largura-de-banda permanece constante à frequência fT, ou seja verifica-se (1.44).

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GLB=A p⋅f T =Kte (1.44)


Redução do efeito do ruído
A realimentação negativa permite reduzir o efeito do ruído nos amplificadores.
... (a atualizar).
Redução da distorção não-linear
A realimentação negativa permite reduzir a distorção não-linear nos amplificadores.
...(a atualizar).

A(f)dB
20log(AP )
20log AP
2
fH. (1+β.AP )
20log(AP/(1+β.AP )) Ap .LB
20logAP f
2
fH f Hf f T f [Hz]
LB
LBf

Figura 1.6 - Gráfico que ilustra o ganho em função da frequência sem e com realimentação

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1.3. TOPOLOGIAS DE AMPLIFICADORES REALIMENTADOS

1.3.1. ESTRUTURA GERAL


A estrutura geral de um amplificador realimentado pode ser representada pelo diagrama de blocos apresentado na
figura 1.7.

Amplificador realimentado
is ii io iL
Amplificador
Fonte vs Misturador vi Básico vo Amostragem vL Carga
A

if ia
Malha
Realimentação
vf va
b

Figura 1.7 - Amplificador realimentado constituído por: amplificador básico A, malha de realimentação b,
circuito de amostragem e circuito de mistura.

As duas grandezas elétricas usadas na amostragem e na mistura permitem dois tipos de comparação e dois tipos de
mistura:

Amostragem em tensão (paralela) va=vo


Amostragem em corrente (série) ia=io
Mistura paralela (mistura de correntes) ii=(is-if)
Mistura série (mistura de tensões) vi=(vs-vf)

Na amostragem em tensão, também designada por amostragem paralela 1.8(a), a amostragem consiste na obtenção
da tensão aos terminais da carga RL, paralela com a entrada da malha β.
Na amostragem em corrente, também designada por amostragem serie 1.8(b), a amostragem consiste na obtenção
da corrente que atravessa a carga R L, em serie com a entrada da malha β.
Na mistura de tensão, também designada por mistura serie 1.8(c), a mistura consiste na obtenção da tensão à
entrada do bloco A, correspondente à tensão da fonte de Thevenin subtraída da tensão à saída da malha β.
Na mistura de corrente, também designada por mistura paralela 1.8(d), a mistura consiste na obtenção da corrente
de entrada do bloco A, correspondente à corrente da fonte de Norton subtraída da corrente à saída da malha β.
De acordo com o exposto temos quatro topologias de realimentação, resultantes da combinação das amostragens
e das misturas, que por sua vez dão origem a quatro tipologias de amplificadores, como resume a tabela 1.1.

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io
A RL vo
A RL

b vo
b io

a) Amostragem de tensão (paralela) b) Amostragem de corrente (série)


is ii
Rs
vs vi is´ Rs A
vs´ A
if

vf b b

c) Mistura de tensão (série): vi=vs-vf d) Mistura de corrente (paralela): ii=is-if

Figura 1.8 - Topologias de amostragem e mistura.

Topologia de realimentação Tipologia Amplificação


Amostragem Mistura
Tensão Serie Av Amplificador de Tensão
Tensão Paralelo Rm Amp. de Transresistência
Corrente Paralelo Ai Amplificador de Corrente
Corrente Série Gm Amp. de Transconductância
Tabela 1.1 - Topologias e tipologias de realimentação em amplificadores.

De seguida vão ser apresentadas as características de cada uma das topologias de realimentação.

1.3.2. TOPOLOGIA TENSÃO-SÉRIE


Na figura 1.9 é mostrado diagrama de blocos de uma topologia Tensão-Série.

Rs R if R of

vs´ vs vi vo
A RL

vf b vo

Figura 1.9 - Topologia Tensão-Série.

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A tabela 1.2 resume as caraterísticas do amplificador de tensão. A tensão é a única grandeza envolvida na
amostragem e na mistura. Verifica-se que a resistência de entrada do amplificador realimentado, Rif, é aumentada
relativamente à resistência de entrada do amplificador em malha aberta, Ri. Por sua vez a resistência de saída, Rof, é
diminuída relativamente à resistência de saída do amplificador em malha aberta, Ro. A primeira aumenta devido à
multiplicação de Ri pelo fator D, obtido da equação (1.30), enquanto a segunda diminui devido à multiplicação de
Ro pelo fator inverso, S, obtido da equação (1.31).

Tipologia amplificação: Amplificador de Tensão


Topologia realimentação: Tensão-Serie
Ganho em malha aberta Malha de realimentação Mistura de tensão

vo vf v i=v s−v f
A= Av = (1.45) = (1.46) (1.47)
vi vo
Ganho em malha fechada Resistência entrada em malha fechada Resistência saída em malha fechada
Av Ro
Avf = = Av⋅S (1.48) Rif =Ri⋅1⋅Av =Ri⋅D (1.49) Rof = =Ro⋅S (1.50)
1⋅Av  1⋅Av 
Fator de dessensibilidade Fator de sensibilidade
1 1
D=1⋅Av  (1.51) S= = (1.52)
1⋅Av  D
Tabela 1.2 - Equações do amplificador de topologia Tensão-Série.

1.3.3. TOPOLOGIA CORRENTE-SÉRIE


Na figura 1.10 é mostrado o diagrama de blocos de uma topologia Corrente-Série.
A tabela 1.3 resume as caraterísticas do amplificador de transconductância. A corrente é a grandeza envolvida na
amostragem enquanto na mistura está envolvida a grandeza tensão. Verifica-se que a resistência de entrada do
amplificador realimentado, Rif, é aumentada relativamente à resistência de entrada do amplificador em malha
aberta, Ri. O mesmo se verifica para a resistência de saída, Rof, pois é aumentada relativamente à resistência de
saída do amplificador em malha aberta, Ro. Ambas aumentam devido à multiplicação pelo fator D, obtido da
equação (1.30).

Rs R if i oR of
vs´ vs vi A RL

vf b io

Figura 1.10 - Topologia Corrente-Série.

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Tipologia amplificação: Amplificador de Transconductância


Topologia realimentação: Corrente-Serie
Ganho em malha aberta Malha de realimentação Mistura de tensão

io vf
A=G m= (1.53) = (1.54) v i=v s−v f (1.55)
vi io
Ganho em malha fechada Resistência entrada em malha fechada Resistência saída em malha fechada
Gm
G mf = =G m⋅S (1.56) Rif =Ri⋅1⋅G m =Ri⋅D (1.57) Rof =R o⋅1⋅G m=R o⋅D (1.58)
1⋅Gm 
Fator de dessensibilidade Fator de sensibilidade
1 1
D=1⋅Gm  (1.59) S= = (1.60)
1⋅G m D
Tabela 1.3 - Equações do amplificador de topologia Corrente-Série.

1.3.4. TOPOLOGIA CORRENTE-PARALELO


Na figura 1.11 é mostrado o diagrama de blocos de uma topologia Corrente-Paralelo.

i s R if i i i oR of
is´ Rs A RL

if

b io

Figura 1.11 - Topologia Corrente-Paralelo.

A tabela 1.4 resume as caraterísticas do amplificador de corrente. A corrente é a única grandeza envolvida na
amostragem e na mistura. Verifica-se que a resistência de entrada do amplificador realimentado, Rif, é diminuída
relativamente à resistência de entrada do amplificador em malha aberta, Ri. A resistência de saída, Rof é aumentada
relativamente à resistência de saída do amplificador em malha aberta, Ro. A primeira diminui devido à
multiplicação pelo fator S, obtido da equação (1.31), enquanto a segunda aumenta devido à multiplicação pelo fator
D, obtido da equação (1.30).

Tipologia amplificação: Amplificador de Corrente


Topologia realimentação: Corrente-Paralelo
Ganho em malha aberta Malha de realimentação Mistura de corrente
io if
A= Ai= (1.61) = (1.62) i i=i s−i f (1.63)
ii io
Ganho em malha fechada Resistência entrada em malha fechada Resistência saída em malha fechada
Ai Ri
Aif = = Ai⋅S (1.64) Rif = =Ri⋅S (1.65) Rof = Ro⋅1⋅Ai =Ro⋅D (1.66)
1⋅Ai  1⋅Ai

FERNANDO AZEVEDO PÁG.13 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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Fator de dessensibilidade Fator de sensibilidade


1 1
D=1⋅Ai  (1.67) S= = (1.68)
1⋅Ai D
Tabela 1.4 - Equações do amplificador de topologia Corrente-Paralelo.

1.3.5. TOPOLOGIA TENSÃO-PARALELO


Na figura 1.12 é mostrado o diagrama de blocos de uma topologia Tensão-Paralelo.

i s R if i i Rof

is´ Rs A RL vo

if

b vo

Figura 1.12 - Topologia Tensão-Paralelo.

A tabela 1.5 resume as caraterísticas do amplificador de transresistência. A tensão é a grandeza envolvida na


amostragem enquanto na mistura está envolvida a grandeza corrente. Verifica-se que a resistência de entrada do
amplificador realimentado, Rif, é diminuída relativamente à resistência de entrada do amplificador em malha aberta,
Ri. O mesmo se verifica para a resistência de saída, Rof, pois é diminuída relativamente à resistência de saída do
amplificador em malha aberta, Ro. Ambas diminuem devido à multiplicação pelo fator S, obtido da equação (1.31).

Tipologia amplificação: Amplificador de Transresistência


Topologia realimentação: Tensão-Paralelo
Ganho em malha aberta Malha de realimentação Mistura de corrente
vo if
A= Rm= (1.69) = (1.70) i i=i s−i f (1.71)
ii vo
Ganho em malha fechada Resistência entrada em malha fechada Resistência saída em malha fechada

Rm Ri Ro
Rmf = = Rm⋅S (1.72) Rif = =Ri⋅S (1.73) Rof = =R o⋅S (1.74)
1⋅Rm  1⋅R m 1⋅Rm 
Fator de dessensibilidade Fator de sensibilidade
1 1
D=1⋅Rm  (1.75) S= = (1.76)
1⋅R m  D
Tabela 1.5 - Equações do amplificador de topologia Tensão-Paralelo.

FERNANDO AZEVEDO PÁG.14 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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1.4. METODOLOGIA DE ANÁLISE


Para analisar um circuito com realimentação deverá começar-se por determinar os valores dos parâmetros A e b.
Para isso será necessário separar o circuito em dois sub-circuitos ou blocos: o amplificador básico, também
designado por malha A e o circuito de realimentação, conhecido por malha b. A partir do conhecimento dos dois
parâmetros é possível determinar as características importantes do sistema realimentado: Af, Rif e Rof.
Obtém-se a configuração do amplificador básico, sem realimentação, malha aberta mas levando em conta a
influencia de b, aplicando as regras a seguir enumeradas.

DETERMINAÇÃO DO CIRCUITO DE ENTRADA - saída da malha β, Rob


Regra 1 - Se a amostragem é de tensão faz-se vo=0, ou seja, curto-circuita-se o nó de saída.
Regra 2 - Se a amostragem é de corrente faz-se io=0, ou seja, abre-se a malha de saída.

DETERMINAÇÃO DO CIRCUITO DE SAÍDA - entrada da malha β, Rib


Regra 3 - Se a mistura é paralela anula-se a tensão à entrada da malha A, ou seja, curto-circuita-se o nó de entrada,
para que nenhuma corrente da saída da malha de realimentação, β, entre em A.
Regra 4 - Se a mistura é série anula-se a corrente à entrada de A, ou seja, abre-se a malha de entrada, para que
nenhuma tensão da saída da malha de realimentação, β, seja aplicada em A.
Estas regras asseguram que a realimentação é reduzida a zero sem alterar a carga do amplificador básico, podendo
então ser calculado o parâmetro A.

PASSOS PARA A ANÁLISE COMPLETA


Passo 1 - Identificar a topologia
Verificar se o sinal de realimentação X f é de tensão ou de corrente, ou seja, se é aplicado em série ou em
paralelo.
Verificar se o sinal amostrado X O é de tensão ou de corrente, ou seja, se é obtido no nó de saída ou na
malha de saída.
Passo 2 - Desenhar o circuito de realimentação seguindo as regras 3 a 4.
Passo 3 - Utilizar fonte de Thevenin se Xf for de tensão ou fonte de Norton se Xf for de corrente.
Passo 4 - Substituir cada dispositivo pelo seu equivalente de sinais (nem sempre necessário).
Passo 5 - Indicar Xf e XO no circuito obtido, executando os passos 2, 3 e 4 e calcular b=Xf/XO.
Passo 6 - Calcular A, aplicando as leis de Kirchhoff ao circuito equivalente que se obtém seguindo as regras 1 a 4 e
depois de executar o passo 4.
Passo 7 - A partir de A e b determinar: D, S, Af, Rif, ROf e RO´f.

FERNANDO AZEVEDO PÁG.15 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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1.5. EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1.1
Considere-se o circuito da figura 1.13.

+VCC +10V

R1 22k VBIAS 8V
R 3 2,2K 

C2 R6 50 K
Ri
C1 M1
vi
Q1 1 F
C3 Ro
+ 1F R5 vo
vs - R2 10k
1K 1 F
R4 RL 4K
1,5 K

Figura 1.13 - Circuito amplificador de dois andares com realimentação negativa.

Dados dos parâmetros dos dispositivos ativos


M1: K = -1x10-3 A/V2; Vt = -1V;
Q1: hFE=hfe=400; hie=4k.

1.1.1 Determinar o P.F.R dos dispositivos ativos


1.1.2 Considerando que Q1 está na ZAD e M1 está na ZCC
1.1.2.1 Identificar a topologia de realimentação;
1.1.2.2 Calcular o fator de realimentação, b;
1.1.2.3 Calcular o ganho A, resistência de entrada Ri e resistência de saída RO do amplificador em malha
aberta mas considerando o efeito de carga da malha de realimentação ( A carregado);
1.1.2.4 Calcular o ganho Af, resistência de entrada Rif e resistência de saída ROf do amplificador em malha
fechada.
1.1.3 Desenhar o modelo que represente o amplificador em malha aberta carregado e o modelo do amplificador
realimentado.

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RESOLUÇÃO EXERCÍCIO 1.1

v CC v CC

+
-

-
10 V M B10V
VGS1
R6
R3 2,2K M1
50K
I C1 vBIAS +- 8V ID1
Rth IB1
Q1 MC
6,88K R5
vth + VBE1 N1 IE1
- 3 ,125 V
IR4 1K MD
R4 1,5K
MA

Figura 1.14 - Malhas, tensões e correntes a ter em conta para determinação da polarização.

DETERMINAÇÃO DA POLARIZAÇÃO DOS DISPOSITIVOS ATIVOS

Análise das malhas,

MA: −V th + Rth⋅I B1+V BE1+ R 4⋅I R4 =0 (1.77)

MB : −V BIAS +V GS1+V CC =0 (1.78)


Análise dos nós,

N1: I R4 =−I E1 +(−I D1) (1.79)


Equações fundamentais dos dispositivos Q1 e M1 na ZAD e ZCC, respetivamente,

Q 1: I C1 =h FE⋅I B1 I E1=−1h FE ⋅I B1 (1.80)

M1: I D1=K⋅(V GS1−V t )2 (1.81)

Resolvendo as equações determina-se a polarização como sendo,

PFR Q1: I B1=1,52μ A I C1 =0,608 mA I E1=−0,609 mA V CE1=6,25V (1.82)

PFR M1: V GS1 =−2V I D1=−1mA V DS1=−6,59 V (1.83)

ANÁLISE INCREMENTAL PARA DETERMINAÇÃO DE GANHOS E RESISTÊNCIAS DE ENTRADA E SAÍDA


Na figura 1.15 está representado o amplificador realimentado constituído pelas malhas A e a malha de
realimentação b.
TOPOLOGIA DE REALIMENTAÇÃO
Uma vez que o sinal de saída é amostrado em tensão, passa pela malha b e depois é misturado em série com a
entrada de A, estamos perante uma topologia Tensão-Série correspondendo por isso a um amplificador de tensão Av.

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RO
Malha A
Ri M1

Q1 RL 4k

R equ 2k vo
vs R th 6,88k
vs

Roβ
Riβ
Malha b R 5
1K
vf R4 1,5K vo

Figura 1.15 - Malhas, tensões e correntes a ter em conta para determinação da polarização.

MALHA DE REALIMENTAÇÃO
A malha de realimentação é composta por R 4 e R5. A figura 1.16 representa os circuitos equivalentes para
determinação do fator b e das resistências de entrada e de saída da malha de realimentação. Para obter o valor do
fator de realimentação determina-se a relação vf/vo. Atendendo a que a mistura é feita em série, a resistência de
entrada da malha b, Rib, é obtida anulando a corrente de saída desta malha, ou seja, abrindo o circuito à saída.
Quanto à resistência de saída, sendo a amostragem feita em tensão, R ob é obtida anulando a tensão de amostragem
vo, ou seja, curto-circuitando a entrada desta malha. Assim, de acordo com os circuitos representados, obtém-se o
fator b por divisão de tensão,

vf R4
β= = =0,6 (1.84)
v o ( R 4+ R 5)
e o valor das resistências,

R iβ=R 4 +R 5=2,5 K Ω (1.85)

Rib R5
R5 R5 Rob

1K
Circuito

1K
Circuito
aberto

1K
Curto

vf vo R4 1,5K R4 1,5K
R4 1,5K

a) b) c)
Figura 1.16 - Circuitos equivalentes para obtenção do fator b, Rob e Rib .

R oβ=R 4∥R5 =0,6 K Ω (1.86)

PARÂMETROS EM MALHA ABERTA CARREGADA

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A figura 1.17 apresenta o circuito equivalente em malha aberta mas tendo em conta o efeito de carga da malha b,
ou seja, A carregado.
Os parâmetros como ganho de tensão, resistência de entrada e resistência de saída determinam-se a partir do
circuito da figura1.17.
A resistência Requ representa o paralelo das resistências R 3 e R4,

R equ =R3∥R 6 (1.87)


Para determinar as resistências equivalentes do circuito convém iniciar o cálculo a partir da carga e avançar
sucessivamente desta para a entrada. Seguindo este principio obtém-se para a resistência de carga do dispositivo
M1,

R L = Ri ∥R L=1,54 K Ω
M1 β
(1.88)
Para a resistência de saída Ro e R´o tem-se,

R o =R i ∥R o = R iβ=2,5 K Ω
β M1
(1.89)

R ´ o =R o∥R L=1,54 K Ω (1.90)


Para a resistência de carga do dispositivo Q 1,

R L =R equ∥Ri =2K Ω
Q1 M1
(1.91)

RO
Malha A
M1
Ri
Q1
R ib 2,5k RL 4k
R equ 2k vo
vs R th 6,88k
R ob 0,6k
vs

Figura 1.17 - Amplificador em malha aberta carregado.

Atendendo à configuração em emissor comum degenerado do dispositivo Q 1, obtém-se para a resistência de


entrada deste andar,

Ri =hie1+(1+h fe )⋅Ro =245K Ω


Q1 1 β
(1.92)
vindo finalmente para a resistência de entrada,

R i = Rth∥Ri =6,7 K Ω Q1
(1.93)
O parâmetro de transcondutância dinâmica do dispositivo M 1, necessário para o cálculo do ganho do andar de
amplificação deste dispositivo, obtém-se a partir da equação,

g m =−2⋅K⋅(V GS −V t )=2×10−3 Ω−1 1


(1.94)
O ganho de tensão do circuito corresponde ao produto dos ganhos de cada um dos andares,
vo
Av = = A v ⋅A v (1.95)
vi 1 2

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sendo para o primeiro andar,

−h fe ⋅R L
Av = =−3,27 1 Q1
(1.96)
1
(hie +(1+h fe )⋅R o )
1 1 β

e para o segundo andar,

Av =−g m⋅R L =−3,08


2 M1
(1.97)
vem para o ganho global em malha aberta,

vo
Av = = Av ⋅Av =10,06 (1.98)
vi 1 2

PARÂMETROS EM MALHA FECHADA


Os parâmetros em malha fechada determinam-se a partir dos parâmetros obtidos para a malha aberta mas entrando
em conta com o fator de dessensibilização (D) ou o fator de sensibilização (S) aplicado de acordo com a topologia
de realimentação.
O fator de dessensibilização é dado por,

D=(1+β⋅Av )=(1+0,6×10,06)=7,04 (1.99)


e o fator de sensibilização por,

1
S= =0,14 (1.100)
D
vindo então para o ganho em malha fechada,

Av A 10,06
Avf = = v= =1,43 (1.101)
(1+β⋅Av ) D 7,04
Quanto à resistência de entrada, atendendo à mistura série, esta é determinada multiplicando o valor da resistência
em malha aberta pelo fator de dessensibilidade,

Ri =R⋅D=47,2
f i kΩ (1.102)
e a resistência de saída é determinada dividindo o valor da resistência em malha aberta pelo fator de
dessensibilidade, atendendo a que a amostragem é paralela,
Ro
Ro = =355,1Ω (1.103)
f
D

MODELOS DO AMPLIFICADOR
A figura 1.18 representa o modelo do amplificador sem realimentação mas tendo em conta a carga devida à malha

β, ou seja A carregado. A figura 1.19 representa o modelo do amplificador com realimentação.


Comparando os dois modelos verifica-se que ao realimentar o amplificador, este fica com características mais
aproximadas à tipologia de amplificador ideal de tensão, ou seja, verifica-se um aumento da resistência de entrada e
diminuição da resistência de saída, embora com um decréscimo do ganho. Conclui-se também que a realimentação
negativa faz aumentar a dessensibilidade do amplificador relativamente aos parâmetros internos dos dispositivos.
Esta dessensibilidade faz com que alterações dos parâmetros dos dispositivos ativos e passivos constituintes do
amplificador, como variação do h fe por envelhecimento ou alteração de valores de resistências devido a variação de

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RO
2,5k
vs(t) Ri 6,7k 10,06.vi RL
vi vo

Figura 1.18 - Modelo do amplificador carregado sem realimentação.

temperatura, entre outros, tenham pouquíssima influencia no ganho e resistências de entrada e saída, ou seja,
manter o desempenho do amplificador praticamente insensível a esses parâmetros.

ROf
355
v s(t) Rif 47,2k 1,43.vi RL
vi vo

Figura 1.19 - Modelo do amplificador realimentado.

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EXERCÍCIO 1.2
Considere-se o circuito amplificador da figura 1.20.

VCC 8V

R1 3,9k R3 1,5K R5 12K R7 2,7K Ro


C4 io
C2
Ri
Q2 100 nF
ii C1
Q1 100 nF RL 1K
100nF
is R2 1,8k R4 1K
C3 R6 8K R8 2,2k
10uF

C5 Rf

10K
100 nF

Figura 1.20 - Circuito amplificador de dois andares com realimentação.


Dados dos parâmetros dos dispositivos ativos (BC547C):
Q1: hFE1=515, hfe1=492, hie1=8,5k, h0e1=0-1. Q2: hFE2=487, hfe2=432, hie2=14k, h0e2=0-1.

1.2.1 Qual a topologia de realimentação e tipologia do amplificador?

1.2.2 Considerando que ambos os dispositivos ativos estão na ZAD:


1.2.2.1 Calcular o fator de realimentação, b;
1.2.2.2 Calcular o ganho A, resistência de entrada Ri e resistência de saída RO do amplificador em malha
aberta mas considerando o efeito de carga da malha de realimentação ( A carregado);
1.2.2.3 Calcular o ganho Af, resistência de entrada Rif e resistência de saída ROf do amplificador em malha
fechada.
1.2.3 Desenhar o modelo que represente o amplificador em malha aberta carregado e o modelo do
amplificador realimentado e comparar.

Resumo dos resultados de cálculo:


Embora não requerido, o PFR é: IC1=1,82mA, IC2=1,13mA, VCE1=3,45V, VCE2=2,46V;
Topologia Corrente-Paralelo, tipologia amplificador de corrente;
Malha de realimentação β : β=0,18, Riβ =1,80kΩ, Roβ =12,20kΩ;
Amplificador Ai sem realimentação carregado com malha β: Ai=-25,90, Ri=988Ω, Ro=2,70kΩ;
Amplificador realimentado: D=5,66, Aif=-4,57, Rif=174,50Ω, Rof=15,29kΩ.

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EXERCÍCIO 1.3
Considere-se o circuito amplificador da figura 1.21 e dados apresentados.

R6
VDD 10V Ro
2K
C3
vo io
R2 2k R4 2K
VGG 5,5V 100nF
M2
Ri R1 100k RL 2K
Q1
ii v C1
i C2 10uF
M1 R7 1,5K
100nF C4 100nF
R5 R8 10K
vs 2,5K

R3 0,5k

Figura 1.21 - Circuito amplificador com realimentação.


Dados dos parâmetros dos dispositivos ativos:
Q1: hFE1=472, hfe1=387, hie1=6k, h0e1=0-1. M1, M2: K=0,4mA.V-2, Vt=1,5V, λ=0V-1.
Fonte de sinal com Rint=1kΩ.
Valores de PFR:
ID1=2,75mA, VDS1=3,13V, IC1=1,52mA, VCE1=3,16V, ID2=2,11mA,VDS2=2,62V.

1.3.1 Indicar qual a topologia de realimentação e tipologia do amplificador.

1.3.2 Considere-se que os dispositivos M1 e M2 estão na ZCC e Q1 na ZAD.


1.3.2.1 Calcular o fator de realimentação, b;
1.3.2.2 Calcular o ganho A, resistência de entrada Ri e resistência de saída RO do amplificador em malha
aberta mas considerando o efeito de carga da malha de realimentação ( A carregado);
1.3.2.3 Calcular o ganho Af, resistência de entrada Rif e resistência de saída ROf do amplificador em malha
fechada.
1.3.3 Desenhar o modelo que represente o amplificador em malha aberta carregado e o modelo do
amplificador realimentado e comparar.

Resumo dos resultados de cálculo:


Topologia Corrente-Serie, tipologia amplificador de transconductância, Gm;
Malha de realimentação β : β=62,5, Riβ =1,313kΩ, Roβ =479,2Ω;
Amplificador Gm sem realimentação carregado com malha β: Gm=54,51x10-3Ω-1, Ri=100kΩ, Ro=2kΩ;
Amplificador realimentado: D=4,41, Gmf=12,37x10-3Ω-1,, Rif=440,7kΩ, Rof=453,82Ω.

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EXERCÍCIO 1.4
Considere-se o circuito amplificador com realimentação da figura 1.22 e dados apresentados.

VBB VDD
R1 150K R2 1K
Zo
ID C3 vo
M1
Zi C1 100nF
R3 RL 10K
Q1
100nF C2 1M
vs(t) 1uF C4
100nF
Rf
1K

Figura 1.22 - Circuito amplificador de dois andares com realimentação.


Dados dos parâmetros dos dispositivos ativos:
Q1: hFE=hfe=600, hie=1,6kΩ, r0 = ∞.
M1: K=0,4mA/V2, Vt=1,5V, ID1=10mA, gm=4mAV-2.
Outros Dados
VBB=3,3V, VDD=15V,
Fonte de sinal com Rint=10kΩ.
1.4.1 Desenhar o circuito incremental, evidenciando os blocos A e β. Identificar a
topologia/tipologia de realimentação e determinar o fator de transmissão β.
1.4.2 Desenhar o esquema equivalente do circuito em malha aberta para pequenos sinais, mas
tendo em conta o efeito de carga da malha de realimentação. Determinar A, Ri e Ro.
1.4.3 Determinar Af, Rif e Rof em malha fechada e comentar resultados.
1.4.4 Considere-se que a malha de realimentação é alterada por forma a que o ganho em
cadeia, TCA(jω), resulte na expressão abaixo apresentada. Utilizando o Diagrama de Bode,
concluir sobre a estabilidade do amplificador e determinar margens de ganho e de fase. Será
necessário efetuar compensação de frequência?
600
T CA ( j ω)=β ( j ω)× A( j ω)=
(2+ j ω )×(1+ j ω )
3141 62831

RESOLUÇÃO EXERCÍCIO 1.4

PARÂMETROS EM MALHA ABERTA-MÉTODO 1


Uma solução possível para o circuito incremental que evidencia as malhas A e β é o mostrado na figura 1.23. No
circuito de realimentação, malha β, foi incluída apenas a resistência Rf. A amostragem é paralelo à carga RL pelo que
lhe corresponde uma amostragem de tensão. Quanto à mistura, esta é feita no nó que liga a base do dispositivo Q 1 e
a entrada de sinal, portanto em paralelo com a entrada, correspondendo a mistura de corrente. Conclui-se assim
que a topologia é de tensão-paralelo, ou seja, amplificador de transresistência, A=Rm.

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Malha Rm
Ro
RLQ1 RiM 1 RL M1
Ri M1
i i
RiQ1
Q1
vs(t)/Rs R3 1M R2 1K v O RL 10K
Rs 10K R1 150K

i f Mal ha β
iβO Rf

ROβ
1K vβ R
i

Figura 1.23 - Circuito incremental do amplificador realimentado evidenciando a malha Rm e a malha β.

Atendendo a que o sinal de entrada é em corrente, converteu-se a fonte Thevenin de entrada de sinal numa fonte
equivalente de Norton. Para obter a fonte de corrente, curto-circuitam-se os terminais da fonte de Thevenin,
obtendo-se a corrente de curto-circuito, calculada como sendo vs(t)/Rs. Esta corresponde ao valor da fonte de
corrente. A conversão da resistência de Thevenin em resistência de Norton, a colocar em paralelo com a fonte de
corrente, é direta, ou seja, tem exatamente o mesmo valor da resistência de Thevenin, 10kΩ.
A figura 1.24 apresenta circuitos equivalentes para determinação dos parâmetros da malha β. Para obter o ganho
da malha β, anula-se a entrada do amplificador para impedir que a corrente desta malha entre no bloco A,
resultando a figura 1.24(a).


O Rf ROβ Rf Rf Riβ
1K 1K 1K
vo v βi

(a) (b) (c)


Figura 1.24 - Circuitos para determinação do parâmetro β e das resistências de entrada e de saída da malha β.

Da figura 1.24(a) retira-se (1.104).


−v iβ
iO β= (1.104)
Rf
A partir de (1.104) retira-se o parâmetro β que resulta no valor de (1.105).
iO β 1
=β=− =−1×10−3 [Ω−1 ] (1.105)
vi β Rf
Após anular a saída do amplificador, figura 1.24(b), retira-se o valor da resistência de saída da malha β como
sendo de 1kΩ. Da mesma forma, anulando a entrada do amplificador, figura 1.24(c), retira-se o valor da resistência
de entrada da malha β como sendo igualmente de 1kΩ.

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Obtidos os parâmetros da malha β pode agora redesenha-se o circuito incremental da malha Rm, sem realimentação
mas tendo em conta a carga da malha β, resultando no circuito da figura 1.25.

Ro
RLQ1 RiM 1 RLM1
RiQ1 M1
Ri i i
Q1
v s(t)/Rs Re1 Riβ 1k v O RL 10K
Rs 10K R1 ROβ 1k 
150K

Figura 1.25 - Circuito incremental do amplificador em malha aberta mas tendo em conta a carga da malha β.

Re1 é a resistência equivalente obtida do paralelo de R3 com R2.


A partir do circuito incremental da figura 1.25 é necessário determinar agora o parâmetro Rm. Este parâmetro é
obtido a partir da grandeza tensão de saída e da grandeza corrente de entrada, segundo a equação (1.106).
vO
R m= (1.106)
ii
Atendendo a que é mais cómodo determinar o ganho global de tensão, pois são conhecidas as equações de cálculo
dos parâmetros das montagens emissor-comum e gate-comum, deduz-se de seguida uma equação que permita
determinar Rm em função do ganho de tensão Av. Assim, sabendo que a corrente de entrada do amplificador é dada
por (1.107),
vi
ii = (1.107)
Ri
pode reescrever-se (1.107) como sendo (1.108), em que Av é o ganho global de tensão.
vO
R m= = Av ×R i (1.108)
v i / Ri
O ganho global de tensão é calculado como sendo o produto dos ganhos parciais das montagens emissor-comum e
gate-comum, equação (1.109).
−h fe⋅R LQ1
Av = AvM1 × A vQ1= g m1⋅R LM1× (1.109)
hie
A resistência de carga do dispositivo M1 é obtida por (1.110).
R LM1=R e1∥R i β∥R L =475Ω (1.110)
A resistência de carga do dispositivo Q1 é obtida por (1.111).
1
R LQ1= R iM1= =250Ω (1.111)
g m1
A resistência de entrada do dispositivo Q1 é obtida por (1.112).
R iQ1=hie =1,6 k Ω (1.112)
A resistência de entrada do amplificador é obtida por (1.113).
R i = R1∥R O β∥R iQ1=612,87Ω (1.113)
A resistência de saída do amplificador é obtida por (1.114).
R O= R e1∥R iβ∥ROM1=500 Ω (1.114)
Com os valores de resistências determinados pode agora calcular-se o valor do ganho de tensão global, (1.115).

FERNANDO AZEVEDO PÁG.26 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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−600⋅250
Av =(4×10−3⋅475)×( )=(1,9)×(−93,75)=−178,25 (1.115)
1,6×103
Finalmente vem para o ganho em malha aberta o valor de (1.116).
Rm =Av ×R i=−178,25×612,87=−109,17×10 3 Ω (1.116)

PARÂMETROS EM MALHA ABERTA-MÉTODO 2


Uma forma alternativa de desenhar o circuito incremental para determinar os parâmetros das malhas β e Rm, é o
mostrado na figura 1.26. Neste circuito são incluídas as resistências R 1, R2 e R3 na malha de realimentação β. Re1 é a
resistência equivalente obtida do paralelo de R 3 com R2.

Malha Rm
Ro
RLQ1 RiM 1 RLM1
M1
Ri i i
RiQ1
Q1
vs(t)/Rs v O
RL 10K
Rs 10K

i f Malha β
iβ O Rf
ROβ 1K Riβ
R1 150K Re1 999 vβ
i

Figura 1.26 - Circuito incremental do amplificador realimentado, evidenciando a malha Rm e a malha β.

A figura 1.27 apresenta circuitos equivalentes para determinação dos parâmetros da malha β. Tal como
anteriormente, para obter o parâmetro β, anula-se a entrada do amplificador para impedir que a corrente desta
malha entre no bloco Rm, resultando o circuito da figura 1.27(a).

Riβ ROβ Riβ



O
Rf iβ
O Rf Rf
0V
0A 1K 1K 1K
R1 150K Re1 999 v β vo
i R1 150K Re1 999 R1 150K Re1 999

(a) (b) (c)


Figura 1.27 - Circuitos para determinação do parâmetro β e resistências de entrada e saída da malha β.

Na figura 1.27(a) pode verificar-se que a tensão na resistência R 1 é nula devido ao curto-circuito, sendo a corrente
ioβ igual à corrente que percorre R f, ou seja, obtém-se (1.117), concluindo-se ser esta equação exactamente igual à
obtida em (1.104). O parâmetro β que resulta de (1.117) é igual ao valor obtido em (1.105).
−( vi β−0) −vi β
iO β= = (1.117)
Rf Rf
Com a saída do amplificador Rm anulada, figura 1.27(b), Re1 é anulada, obtendo-se o valor da resistência de saída da
malha β como sendo (1.16).

FERNANDO AZEVEDO PÁG.27 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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R O β= R1∥R f =993,38Ω (1.118)


Da mesma forma, anulando a entrada do amplificador, figura 1.27(c), é a resistência R1 que é agora anulada, retira-
se o valor da resistência de entrada da malha β como sendo (1.119).

R iβ= R f ∥R e1 =499,75≈500 Ω (1.119)

Inserindo as resistência Riβ e ROβ na malha Rm, obtém-se o circuito da figura 1.28. Este circuito é equivalente ao
circuito da figura 1.25 se aí forem substituídos os pares (R 1, Roβ) e (Re1, Riβ), que se encontram em paralelo entre si
pelo respectivo valor do paralelo, ou seja, respectivamente, 993Ω e 500Ω, valores iguais aos valores de Roβ e Riβ do
circuito da figura 1.28, como não poderia deixar de ser.

RLQ1 RiM 1 Ro
RLM1
Ri M1
i i
RiQ1
Q1
v s(t)/Rs Riβ 500 v O
RL 10K
Rs 10K ROβ 993

Figura 1.28 - Circuito incremental do amplificador em malha aberta mas tendo em conta a carga da malha β.

Conclui-se, assim, que ambas as metodologias usadas conduzem aos mesmos resultados de ganho da malha aberta
Rm e ganho da malha de realimentação β, registados nas equações (1.105) e (1.116).
PARÂMETROS EM MALHA FECHADA
Atendendo à topologia tensão-paralelo aplica-se a equação (1.72) correspondente a uma tipologia de amplificador
de transresistência, reescrita em (1.120),
Rm R
R mf = = m (1.120)
1+β⋅R m D
em que D é o fator de dessensibilidade obtido como sendo (1.121).

D=1+β⋅R m=1+(−1×10−3 )⋅(−109,2×103 )=110,2 (1.121)


Aplicando o resultado de (1.121) em (1.120) resulta (1.122) para ganho do amplificador realimentado.
−109,2×10 3
Rmf = =−990,9[Ω] (1.122)
110,2
Para a resistência de entrada do amplificador realimentado aplica-se (1.73) resultando em (1.123).
Ri 612,87
Rif = = =5,56Ω (1.123)
D 110,2
Para a resistência de saída do amplificador realimentado plica-se (1.74) resultando em (1.124).
RO 500
ROf = = =4,54[Ω] (1.124)
D 110,2
ESTUDO DA ESTABILIDADE DO AMPLIFICADOR

FERNANDO AZEVEDO PÁG.28 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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A equação da malha em cadeia aberta (1.25) deverá ser fatorizada por forma a permitir desenhar as assimptotas do
Diagrama de Bode e daí concluir sobre a estabilidade do amplificador realimentado. Aconselha-se o estudo do
capítulo Estabilidade e Compensação, para compreensão da matéria aqui abordada em antecipação.

600
T CA ( j ω)=β ( j ω)× A( j ω)= ω
(2+ j )×(1+ j ω ) (1.125)
3141 62831
A partir de (1.25) obtém-se (1.26)
600
T CA ( j ω)= ω
2(1+ j )×(1+ j ω ) (1.126)
6282 62831
Simplificando a equação fica na forma irredutível (1.27).
300
T CA ( j ω)=
(1+ j ω )×(1+ j ω ) (1.127)
6282 62831
Conclui-se assim que existem três fatores sendo um constante e dois polos às frequências ωP1=6282rad/s e
ωP2=62831rad/s.
Convertendo para dB o termo constante fica (1.28), ao qual corresponde um ângulo de fase de 0º.
∣F K ∣dB=20⋅log10 (300)=+49,54 dB
0
(1.128)
O termo do primeiro polo fica (1.129).


2
∣F P1∣dB =20⋅log10 (1+( ω ) ) (1.129)
6280
O correspondente ângulo de fase fica (1.130).
∢ F P1 =−arctg ( ω ) (1.130)
6280
O termo do segundo polo fica (1.131).

∣F P2∣dB=20⋅log 10
O correspondente ângulo de fase fica (1.132).
√ (1+( ω )2 )
62831
(1.131)

∢ F P2 =−arctg ( ω )
62831 (1.132)
A figura 1.29 apresenta o diagrama por aproximação de bode da função ganho em cadeia aberta.

FERNANDO AZEVEDO PÁG.29 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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|T CA(jω)|dB f [º]
100

80

60
+49,54dB 49,54dB |FK0|

40

20 fP1=1kHz
fP2=10kHz fg=52kHz fP=100kHz
-1 0 1 2
0 10 10 10 10 103 104 105 106 107 108 109
2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 7 89 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789 23 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789
MG 10,4dB f [Hz]
-20 +180º

-40 +90º

-60 0º

-80 -90º

-100 -180º
-180º MF
<45º

Figura 1.29 - Diagrama de Bode do ganho em cadeia aberta, TCA(jω).

Das curvas do diagrama pode verificar-se que a margem de ganho é de MF=10,4dB e margem de fase MP inferior
a 45º, permitindo concluir que, embora o amplificador apresente estabilidade, esta não é absoluta pois a margem de
fase é muito inferior a 45º. Uma forma de garantir estabilidade absoluta seria diminuir o ganho do fator F K0 por
forma a que a margem de fase fosse igual ou superior a 45º, mantendo a margem de ganho igual ou superior a
10dB.

FERNANDO AZEVEDO PÁG.30 ELECTRÓNICA 2 - FOLHAS DE APOIO

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