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RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
The supervised clinical clerkship aims to promote the development of skills and
psychotherapy competencies in psychology student. So, this is a crucial transitional
moment between the student and professional function. For this reason, the teaching
and learning processes should baste the theory learned throughout the course with the
practical applications of a psychologist, in order to enable a clinical and ethical reasoning.
This article aims to understand the perspectives of the supervisor and the supervised on
KEYWORDS
1 INTRODUÇÃO
Mais do que uma questão de ordem prática ou teórica, a reflexão sobre o papel
da supervisão é um compromisso que deve ser assumido por toda e qualquer instituição
vinculada à formação de psicoterapeutas (BECKERT, 2002). Nesse sentido, o presente
2 SUPERVISÃO DE ESTÁGIO
De forma ampla, pode-se dizer que o processo de supervisão de terapia ocorre por
meio de relato da sessão terapêutica feitos pelo supervisionado. O supervisor ouve o relato 157
do terapeuta sobre os acontecimentos da sessão terapêutica, analisa o comportamento
do terapeuta e dá as orientações devidas (MOREIRA, 2003). Este comportamento verbal
de dizer o que ocorre nas sessões está sujeito a contingências que ainda não foram
estudadas. O aluno responde, simultaneamente a, pelo menos, dois conjuntos de
contingências: aquelas que ocorrem na sessão e aquelas que acontecem na supervisão.
Verifica-se que a supervisão que segue o modelo do relato de sessão corre o risco de
modelar e manter discriminações de funções de estímulo inadequadas e diferenciações de
respostas também indesejáveis (RANGÉ,1998). Neste sentido, buscam-se outras formas
de ensino e de aprendizagem como leituras específicas, demonstrações ao vivo, ensaios
comportamentais, vídeos, seminários e observações.
3 O PAPEL DO SUPERVISOR
Na revisão literária feita por Lima (2007), o supervisor de estágio tem cinco
funções: (a) informar aspectos técnicos, teóricos e científicos atuais relevantes para a
psicoterapia; (b) questionar, isto é, problematizar as questões que aparecem em supervisão
levando a uma descoberta guiada do aluno; (c) sugerir caminhos práticos e éticos para a
condução clínica; (d) encorajar o supervisionando à ação; (e) avaliar no sentido formativo,
para facilitar um olhar para os pontos positivos e negativos da atuação do aluno. Padesky
(2004) aponta que esta função deve ser realizada de forma colaborativa, entre supervisor
e supervisionando em detrimento de uma postura impositiva e autoritária. 159
Segundo a revisão feita por Del Prette, Del Prette e Meyer (2007) algumas
habilidades específicas ao terapeuta se referem a escolher, estimular, escutar, compreender,
ser empático. Acrescenta assertividade, a expressividade emocional e a habilidade de
perceber aspectos de si durante o atendimento, descritas em termos de autossensação,
autopercepção, auto-observação e autoconhecimento (PACHECO, RANGÉ, 2006).
5.2 PARTICIPANTES
S1 F -- Leme/SP USP 35 34
S2 F 38 Propriá/SE UFS 15 10
S3 M 37 Belo UFS 12 12
Horizonte/MG
S4 M 49 Jacareí/SP UEL 20 20
S5 F 35 Brasília/DF UnB 11 10
S6 F 33 Brasília/DF UnB 10 10
S7 F 42 Goiânia/ UCG 17 17
Goiás
Sobre a formação dos supervisores, cinco (S1, S2, S3, S5, S7) têm curso de
especialização, sendo que quatro estão diretamente ligados à prática clínica. Além desta
titulação, sete possuem o título de mestre e um de doutor.
5.4 PROCEDIMENTO
Foi utilizada a análise de conteúdo, uma vez que este procedimento é entendido
como um conjunto de técnicas para analisar as comunicações. Este conjunto de técnicas
descreve de forma objetiva, sistemática e quantitativa, as falas dos respondentes, além de
permitir uma interpretação dos conteúdos e mensagens. Como há vários tipos de técnicas
para realização desta análise, neste trabalho foi feita a opção pela categorização temática
(OLIVEIRA, 2008).
Os processos de ensino e aprendizagem muitas vezes são vistos como uma unidade,
isto é, entende-se que quando ocorre o ensino obrigatoriamente ocorre a aprendizagem.
Porém, isto não é uma verdade! Algumas vezes, apesar de o professor ensinar o aluno não
aprende. Neste sentido, a relação professor/aluno e supervisor/supervisionando é um fator
determinante. Para ajudar neste processo, diversas variáveis podem contribuir como o número
de alunos por grupo, a coesão grupal e as habilidades interpessoais do supervisor. Além
disto, algumas características didáticas também são facilitadoras de uma relação positiva,
colaborativa e horizontal entre supervisor e supervisionando. Dentre estas a organização e
exposição dos conteúdos, as dinâmicas, os estudos de caso, os role playing (também conhecido
como dramatização ou ensaio comportamental) e a socratização do diálogo permitem uma
reflexão das vivências, práticas e conteúdos assim como, favorecem a exposição de emoções,
vulnerabilidades e potencialidades de todos os membros da supervisão (FREITAS, 2008).
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As atividades realizadas em supervisão indicadas pelos alunos foram agrupadas em
cinco categorias, sendo a discussão de caso citada por 21 supervisionandos, seguida de discussão
teórica (19) e treino de práticas (17). Os diversos treinos de práticas foram denominados neste
trabalho como atividades formativas. A produção de textos (A5) e atividades burocráticas
(A13) foram citadas por apenas um aluno cada uma. Em relação ao treino de práticas, o
gráfico abaixo (gráfico 1) discrimina as atividades realizadas em supervisão:
S2 S4 S5 S6 S7 S8
Role playing X X X X
Prática de relaxamento X
Exercícios diversos X X
Observação de atendimento X X
Segundo Monteiro e Nunes (2008), uma das formas encontradas pelos supervisores
de promover a integração das habilidades terapêuticas seria com as experiências subjetivas
que ficam objetivadas na relação com o cliente. Desta forma, outra resposta desta classe
comportamental, de extrema importância, foi a “tomada de consciência da influência
Outra resposta dada por dois alunos (A15, A18) foi a importância da supervisão
como elemento proporcionador de “experiência para trabalhar com a diversidade dos
casos clínicos” (A15). Entende-se que esta resposta está diretamente ligada à supervisão
em grupo que facilita a troca de vivências e discussão de casos diversos. Para tanto, é
166 necessário que o supervisor desenvolva uma aliança positiva com seus supervisionandos,
exigindo deste uma grande habilidade interpessoal e uma postura empática para
desenvolver um ambiente reforçador.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos dados coletados neste estudo pode-se observar que a
supervisão clínica deve contemplar o ensino e a aprendizagem da prática profissional
do psicoterapeuta. Verificou-se que há um consenso entre as óticas dos docentes e dos
discentes, especialmente quanto a este objetivo da supervisão clínica.
Como esta foi uma pesquisa exploratória e descritiva, sugere-se que seja feito um
estudo com maior abrangência, tanto no número de respondentes quanto na diversidade
de contextos. Um estudo maior permitirá fazer uma generalização de resultados, assim
como, possibilitará propor atividades que possam ser padronizadas e de real eficácia,
SOBRE AS AUTORAS
REFERÊNCIAS
DEL PRETTE, G.; DEL PRETTE, Z. A. P; MEYER S. B. Psicoterapia com crianças ou adultos:
expectativas e habilidades sociais de graduandos de psicologia. Estudos de Psicologia, vol.
24, n. 3, pp. 306-314, 2007.
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