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Práticas e Metodologias usada na Educação Infantil

Repensar as práticas pedagógicas, torna-se condição para o desenvolvimento


do trabalho educativo. Para tanto, é necessário compreender que a
apropriação da leitura e da escrita é maior que a simples decodificação. Um
dos caminhos apontados para a apropriação da leitura e da escrita é a
apropriação da cultura e dos bens acumulados historicamente, onde a escola
pode ser um dos lugares da cultura elaborada.

O contato da criança com a cultura na escola é organizado intencionalmente


pelo professor como espaço de aprendizagem e convivência entre adultos e
crianças, entre crianças e seus pares. Torna-se fundamental criar
necessidades na criança: interesse, curiosidade, uma vez que o papel da
escola é criar o desejo para o novo, para o desconhecido, para o
conhecimento.

Vivemos em um espaço repleto de escrita (panfletos, propagandas, cartazes),


no entanto, na escola insistimos em colar nas paredes cartazes com letras
soltas com desenhos descontextualizados. Muitas vezes, esses cartazes
passam o ano inteiro colado no mesmo lugar, tirando o espaço de “coisas”
interessantes, produções da criança, roubando-lhes um espaço que deveria ser
delas.

Há tantos jeitos de a criança ler, de conviver com a literatura de modo próximo,


sem achar que é algo do outro mundo, remoto, enfadonho ou chato. É uma
questão de aproximá-la dos livros de modo aberto – seja na livraria ou na
biblioteca...

Diante das cobranças, dos cartazes, das letras soltas, das atividades sem
sentido, evidenciamos que a preocupação reside em ensinar o traçado das
letras, ao passo que deveria voltar-se a inserção da criança na cultura letrada.
Essa situação não é apenas vivenciada nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, muitas práticas na Educação Infantil estão equivocadamente
voltadas ao ensino das letras, ao passo que, O grande desafio da Educação
Infantil está exatamente em, em vez de se preocupar em ensinar as letras,
numa perspectiva redutora da alfabetização (ou de letramento), construir as
bases para que as crianças possam participar criticamente da cultura escrita,
conviver com essa organização do discurso escrito e experimentar de
diferentes formas os modos de pensar o escrito.

Por essa razão, um elemento importante do trabalho de alfabetização se refere


à qualidade e à diversidade do material que é disponibilizado no contexto
escolar, ou seja, na criação e manutenção, pelo professor, de um AMBIENTE
ALFABETIZADOR.

Metodologicamente, a criação desse ambiente se concretiza na busca de levar


as crianças em fase de alfabetização a usar a língua escrita, mesmo antes de
dominar as “primeiras letras”, organizando a sala de aula com base nela.
Conceitualmente, a defesa da criação do ambiente alfabetizador estaria
baseada na constatação de que saber para que a escrita serve (suas funções
de registro, de comunicação à distância, por exemplo) e saber como é usada
em práticas sociais (organizar a sala de aula, fixar as regras de
comportamento na escola, por exemplo) auxiliariam a criança em sua
alfabetização, por dar significado e função ao processo de ensino-
aprendizagem da língua escrita e por criar a necessidade de se alfabetizar,
favorecendo, assim, a exploração, pela criança, do funcionamento da língua
escrita.

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