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Curso Ar Condicionado 1

Temperatura

Temperatura é definido como o grau de agitação molecular de um corpo, ou seja, quanto maior a
agitação molecular, maior a temperatura do corpo.

A temperatura pode ser determinada pela utilização de um termômetro.


As medidas podem ser apresentadas principalmente nas seguintes escalas: Celsius ( oC ) e Fahrenheit
(oF).

Para converter graus Celsius em Fahrenheit, basta aplicar a seguinte fórmula: oF = (9/5 x oC) + 32

Para converter graus Fahrenheit em Celsius, aplica-se a seguinte fórmula: oC = 5/9 x (oF – 32)

Calor

Calor é uma forma de energia resultante da diferença de temperatura entre dois corpos, ou seja, calor
é a transmissão da energia térmica.

A intensidade dessa energia nos transmite as sensações de quente ou frio, em relação a temperatura
do corpo humano.

A transferência de calor segue os seguintes princípios:


 Calor sempre transfere do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura ( do mais
“quente” para o mais “frio”);
 As massas dos corpos não se alteram durante a transferência de calor;
 A taxa de transferência de calor é maior quanto maior for a diferença de temperatura entre os
corpos.

A transferência de calor pode ocorrer pelos seguintes processos:


1. Condução – É a forma de transferência de calor que ocorre nos corpos sólidos (Ex: Quando
aquecemos a extremidade de uma barra metálica, o calor será conduzido por toda a sua
estensão).
2. Convecção – É a forma de transferência de calor que ocorre nos meios líquidos e gasosos (Ex: A
barra aquecida do exemplo anterior aquecerá o ar ao seu redor, podemos perceber ao
aproximarmos a mão da barra, sem encostá-la).
3. Radiação – É a forma de transferência de calor que ocorre pela propagação de um gás de fótons
de uma superfície para outra, sem que haja um meio transmissor (Ex1: Se aquecermos a mesma
barra anterior até que fique ao rubro, poderemos sentir o calor propagado através de um anteparo
como o vidro, sem que haja contato com a barra ou o ar aquecido. Ex2: Luz solar).

Unidade de medida de calor

A unidade de medida mais tradicional para determinar a quantidade de calor é o BTU (British
Thermal Unit).
Essa unidade térmica inglesa representa a quantidade de calor necessária para aquecer um grau
Fahrenheit (1 oF), a quantidade equivalente a uma libra (454 g ) de água.

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Existe porém, uma tendência mundial em se utilizar o sistema internacional para medir a intensidade
de calor.

Por esse sistema, a unidade de medida do calor é a “Quilocaloria (Kcal)” que representa o calor
necessário para elevar um grau centígrado (1 oC) a temperatura de 1 Kg de água.

Conversão de Escalas:
1 Kcal = 3,968 BTU
1 BTU = 0,252 Kcal

Calor específico

É representado pela quantidade de calor necessário para mudar a temperatura de um objeto em um


grau (1 oC ).
As unidades de calor específico são:
- Kcal / Kg oC
- BTU / lb oF

Calor Sensível

Calor sensível é definido como a quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo, capaz de
provocar, neste corpo, uma variação de temperatura.

Calor Latente

É aquele que provoca mudança de fase sem que haja variação de temperatura.

Estados da matéria

Podemos definir estado como as características de existência de um corpo sob determinadas


condições físicas. Se dizemos que a substância água é sólida nas seguintes condições: T = 0,0 oC e P
= 1 atm, definimos um estado de existência da substância água.

Um corpo pode existir em três estados distintos: sólido, líquido e gasoso.***

Mudança de estado

Como mudar o estado de um corpo?


Podemos mudar as condições físicas. Por exemplo:

A) Aumentando a temperatura
Para mudar a água do estado líquido para o gasoso (trecho AB da figura) podemos aumentar a
temperatura do meio em que a água se encontra. Assim estaremos proporcionando uma diferença de
temperatura entre a água líquida e o meio. Assim estamos transferindo calor para a água.

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Nesta condição, verificamos que a temperatura da água começará a subir, estaremos fornecendo
calor sensível. Para a temperatura de 100oC a água inicia o processo de ebulição ou evaporação.
Nota-se que a condição de diferença de temperatura entre o meio e a água deve continuar para que
continue a transferência de calor.
Durante o processo de ebulição, também conhecido como mudança de fase, estaremos fornecendo
calor latente. Este processo ocorre a temperatura constante, isto é, a água permanece a 100oC durante
toda a mudança de fase. Não confunda, continuamos a fornecer calor do meio para a água devido a
diferença de temperatura entre os dois, porém a temperatura não se eleva. Todo o calor fornecido é
utilizado para a mudança de fase.
Após toda a vaporização, a água estará no estado gasoso a 100 oC, e se houver diferença de
temperatura entre o meio e o vapor de água, haverá fornecimento de calor sensível e aumento da
temperatura do vapor de água, até o limite em que iguale a temperatura do meio e da água (vapor)
(Ponto B).

B) Abaixando a pressão
Mudança de estado (trecho AC da figura). Vamos supor que temos água líquida a T = 30 oC e
P=1Atm (ponto A). Se abaixarmos a pressão chegaremos ao ponto de verificarmos ebulição ou
mudança de fase da água líquida para vapor (Ponto C). Isto é em decorrência do estado em que um
corpo pode existir.

OBS: Cada elemento tem seu diagrama P x T mas nem todos os corpos mudam de estado devido a
pressão.

OBS: A figura anterior define os vários estados da água dada uma condição de temperatura e
pressão.

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CONDENSAÇÃO

Condensação, também conhecido como liquefação, é o processo em que uma substância passa do
estado de vapor para líquido. Este processo ocorre sempre que se retira calor da substância (calor
sensível e latente). (veja sentido BA da fig.) Nota-se que a condensação poderá também ocorrer pelo
aumento de pressão. (Sentido CA da figura).

EVAPORAÇÃO

Evaporação, ebulição ou vaporização é o processo inverso da condensação, ou seja, fornecemos


calor para uma substância no estado líquido afim de passarmos para o estado de vapor.

UMIDADE

Quando colocamos água e gelo dentro de um copo, podemos notar que surgem gotas de água sobre a
superfície externa do copo.

Essas gotas de água vêm do ar ao redor do copo, portanto é o resultado do vapor de água que estava
contido no ar.

Essa umidade do ar pode ser representada de duas formas diferentes:

UNIDADE RELATIVA DO AR (U.R.)

É a quantidade de água contida no ar, em relação à quantidade de água que o ar pode conter, a uma
determinada temperatura.

A capacidade de retenção de água do ar frio é menor do que do ar quente. O ar com 10 oC suporta


uma quantidade de água menor do que o ar com uma temperatura de 30 oC, para um mesmo volume
de ar.

A U.R. é obtida através de divisão entre a quantidade real de água pela quantidade máxima de água
contida no ar

UMIDADE ABSOLUTA

Representa a quantidade de água contida no ar, comparada com o ar seco.

PRESSÃO

Pressão é a força exercida sobre uma determinada área P = F / A

Pressão atmosférica é o resultado do peso da coluna de ar sobre um determinado ponto.

Ao nível do mar, isso representa 1,033 Kgf/cm2 ou 14,7 PSI.

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UNIDADES DE MEDIDAS DE PRESSÃO

Dependendo do sistema de unidade de medida adotado, a pressão de um fluido pode ser expressa em
Kgf / cm2, bar, lb / pol2.

Conversão de unidades
1 kgf/cm2 = 14,23 PSI*
1 bar = 14,5 PSI*
1 atm = 1,033 kgf / cm2
1 bar = 1 kgf / cm2 (aproximadamente)

 *PSI (libras por polegada quadrada) ou ainda


 PSIg (libras por polegada quadrada manométrica)

Relação Temperatura x Pressão

Lei de Charles
“Para cada temperatura existe uma pressão correspondente”.

Isso quer dizer que, se elevarmos a temperatura de um fluido no


interior de um recipiente, sua pressão também se elevará.

O inverso também é verdadeiro, ou seja:


“Se aumentarmos a pressão de um fluido, sua temperatura também
aumentará”.

A água sob pressão atmosférica normal (nível do mar) ferve a 100


o
C.

A temperatura de ebulição da água depende da pressão exercida.

Se a pressão exercida sobre a água aumentar em 0,09 kgf / cm2, a


água não ferverá até que a temperatura atinja 118 oC.

A água sob pressão menor que a atmosférica começa a ferver em


temperaturas inferiores a 100 oC.

Logo:
Quando a pressão é alta, o ponto de ebulição do líquido também se
torna alto.

Quando a pressão é baixa, o líquido começa a ferver a uma


temperatura mais baixa.

Para facilitar o entendimento, podemos dizer que a cada 400 metros


de altitude, a temperatura de ebulição da água diminui em 1 oC.

Exemplo:

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Em São Paulo a altitude é de 800 metros A água ferve a 98 oC


Em Campos do Jordão s 1600 metros A água ferve a 96 oC
Em La Paz (Bolívia) a 4000 metros A água ferve a 90 oC

Por essa razão, surgiu a panela de pressão. Com ela podemos elevar o ponto de ebulição e
consequentemente sua temperatura.

Tipos de pressão

Além da pressão atmosférica, existem mais 3 tipos de pressão:


 Manométrica
 Negativa ou vácuo
 Absoluta

Pressão Manométrica é a pressão medida no manômetro

Pressão Negativa ou Vácuo é a ausência relativa de matéria em um espaço

Pressão Absoluta é a soma da pressão atmosférica mais a manométrica

INSTRUMENTOS PARA MEDIR PRESSÃO

Para verificar as condições de funcionamento dos aparelhos de refrigeração, além do termômetro,


que serve para medir a temperatura, existem os instrumentos de medição de pressão, como o
barômetro, o manômetro, o monovacuômetro e o vacuômetro.

Barômetro

É um instrumento que serve para medir a pressão atmosférica. Foi o físico Torricelli que o inventou
e foi o primeiro a conseguir medir a pressão atmosférica, para isso tomou um tubo de vidro com
cerca de 80 cm de comprimento e fechado numa extremidade. Encheu-o completamente com
mercúrio e, tampando com o polegar a extremidade do tubo, mergulhou-o num recipiente também
cheio de mercúrio.

Torricelli verificou que a coluna líquida desceu no tubo, estacionando à altura de 76 cm acima do
nível do mercúrio do recipiente. Dessa experiência, o físico italiano concluiu que o peso da coluna
de mercúrio equilibrava a pressão atmosférica exercida sob a superfície livre do mercúrio contido co
recipiente.

Quando a pressão sobre a superfície do mercúrio diminui, o seu nível dentro do tubo também
diminui.

Se removermos todo o ar que atua sobre a superfície do mercúrio, o seu nível, dentro do tubo se
igualaria a nível do recipiente.

Se aumentarmos a pressão sobre a superfície de mercúrio, este subirá pelo tubo e, ao atingir 760 mm
de altura, teremos 14,2 PSI ou 1 Kgf/cm2 de pressão.

Para pressões negativas (menores que a atmosférica) ou simplesmente depressões, utiliza-se as


escalas em mm/HG e pol./Hg

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Manômetro

É um instrumento que serve para medir a pressão interna de líquidos e gases em recipientes
fechados, como é o caso dos circuitos de refrigeração e ar condicionado. Através dele é possível
saber o que está acontecendo dentro do sistema de refrigeração. Como verá também, com o auxílio
de uma tabela, é possível converter a pressão lida no manômetro em temperaturas e, assim, saber a
temperatura do fluido refrigerante.
Os manômetros utilizados na refrigeração são do tipo bourdom

Manômetro Tipo Bourdon

É o tipo de manômetro mais comum. É constituído de um tubo metálico de formato achatado e


curvado em formato achatado e curvado em forma de “língua de sogra”. Este tubo tende a se
contrair quando a pressão aumenta. Qualquer alteração na curvatura do tubo é registrada na escala
através de um ponteiro. É empregado para medir pressões acima da pressão atmosférica ou pressão
manométrica positiva.

Manômetro eletrônico

O manômetro eletrônico digital registra em um visor a pressão positiva ou negativa. Por se tratar de
um instrumento prático e preciso, a tendência é seu uso ampliar-se cada vez mais.

Monovacuômetro

O monovacuômetro tipo bourdon mede pressão positiva ou negativa. Vale lembrar que qualquer
pressão superior a 1 atm é chamada pressão manométrica, e só pode ser lida com manômetro. O
monovacuômetro pode medir com relativa precisão pressões negativas e positivas.

Vacuômetro

O vacuômetro é o instrumento próprio para medir pressões mais baixas que a pressão atmosférica e
sempre funciona em conexão com uma bomba de vácuo ou um compressor.

Existem dois tipos de vacômetro: o de tubo em U e o eletrônico.

Vacuômetro tubo em U

O vacuômetro tubo em U, às vezes chamado também “manômetro tipo U”, consegue medir com
precisão até 759,5 mmHg de vácuo. É constituído com um tubo de vidro em forma de U, onde é
colocado mercúrio que sobe ou abaixa de nível de acordo com a pressão criada pela bomba de vácuo
ou pelo compressor.
É largamente usado em instalações fixas como laboratórios e oficinas. Por ser frágil e pouco prático
para transporte, não é recomendado para uso geral em refrigeração.

Vacuômetro eletrônico

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O vacuômetro eletrônico é empregado para medir com precisão pressões negativas, atingindo
praticamente o vácuo absoluto, ou seja, entre 759 e 760 mmHg.
REFRIGERANTES

Após nadarmos em um dia quente, nós sentimos uma sensação de frescor. Isto ocorre porque a água
retira calor do nosso corpo por evaporação. Pelo mesmo motivo, nós sentimos frescor quando
aplicamos álcool sobre nossos braços. O álcool retira o calor dos braços também por evaporação.

Podemos obter o resfriamento, utilizando este fenômeno natural ou retirando calor de uma
substância.

Logo todos os fluidos para se evaporarem necessitam ganhar calor, e para se liquefazerem, precisam
perder calor.

O termo refrigerante se refere ao fluido usado no sistema de ar condicionado para produzir “frio”
pela absorção de calor.

Em geral, um refrigerante é uma substância que circula através das partes do sistema para obtenção
do efeito refrescante, absorvendo calor através do processo de evaporação.

7.1. CARACTERÍSTICAS
 Não ser inflamável ou explosivo como: Propano, Etano, Metano, Butano, NH3 em mistura de
16 a 25% em volume com o ar torna-se inflamável e explosivo (Raramente esta mistura ocorre);
 Não deve ser tóxico: R 12 não tóxico em concentração até 20% em volume para um tempo de
exposição de menos de 2 horas. R 22, R 11, R 502 um pouco mais tóxico que o R 12. NH3 letal
para uma concentração de 1/2 a 1% em volume num período de exposição de 1/2 hora;
 Não deve ter efeito prejudicial sobre os metais: NH3 em presença de água reage com cobre e
suas ligas; usa-se tubulações de aço ou ferro em instalações que tem amônia como fluido
refrigerante. Freons utilizados com cobre, formam ácido que atacam a maioria dos metais na
presença de água. Atacam também a borracha natural. Para contornar este problema podemos
usar selos de vedações sintéticos;
 Não devem produzir danos aos produtos refrigerados caso ocorram fugas: (perigo NH3 vapor).
Os refrigerantes devem ser identificáveis em caso de fuga: ter odor forte e coloração é
interessante neste caso;
 Possuir baixa viscosidade: para provocar pequena perda de carga no sistema;
 Possuir boa condutividade térmica;
 Possuir estabilidade química: não se decomporem em altas temperaturas; .Possuir baixo custo:
NH3 < R 12 < R 22; 7.3.

7.2. PROPRIEDADES
 Pressões de trabalho não devem ser elevadas (evita-se assim tubulações com paredes espessas).
 Pressões de trabalho superiores a pressão atmosférica evita penetração de ar e umidade no
sistema).
 Temperatura de evaporação baixa.
 Produzir o máximo possível de refrigeração para um dado volume de vapor movimentado.
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 Temperatura de descarga não muito elevadas T NH3 > T R22 > T R12
 Temperatura crítica bem acima temperatura de condensação
7.4 - REFRIGERANTE R-134a
Diante das características e propriedades descritas anteriormente, a industria automotiva elegeu o
fluido R-12 como fluido ideal para aplicações de ar condicionado. O R-12 é ideal para a
estabilidade, seja alta ou baixa temperatura de funcionamento, misturáveis com lubrificantes, inerte
a maioria dos metais. Ultimamente porém, não só o Freon 12 ou R-12, mas toda a família de
compostos químicos denominados clorofluorcarbonos (CFC), pelo seu conteúdo de cloro e pela sua
estabilidade, são classificados entre os responsáveis do fenômeno de empobrecimento da camada de
Ozônio que protege nosso planeta das radiações ultra violetas.

Em consequência, desde 1992, os produtores de circuitos refrigerantes estão substituindo os


compostos CFC pelos compostos HFC ou hidrofluorcarbonetois, que não contem cloro e não
possuem efeitos negativos sobre a camada de Ozônio.

As propriedades e características dos HFC são similares àquelas dos CFC, e requerem pequenas
modificações nos sistemas que utilizam. O composto que se está impondo sobre os novos veículos
com o Condicionador de Ar é o Tetrafluoretano (CH2FCF2) denominado R-134a e representou a
alternativa ao Freon 12.

O R-134a trabalha a uma temperatura e pressão superior se comparada com o antigo R-12, motivos
pelos quais os sistemas novos são devidamente redimensionados (tubulações, superfícies de troca,
válvulas de expansão e fluido lubrificante).

Principais diferenças entre os dois sistemas:


 R-134a absorve mais água que o R-12. São necessários novos agentes dessecadores;
 R-134a penetra nas mangueiras de borracha com maior frequência que o R-12 .Necessita-se
mangueiras com forro de nylon;
 Foram desenvolvidos óleos especiais de poliakyleneglicol sintéticos (óleos PAG) para uso em
sistemas com R-134a. Os óleos refrigerantes baseados em minerais, não providenciam
lubrificação adequada em sistemas com R134a.
 Sistema de condicionamento de ar que utilizam R-134a operam com pressões maiores daqueles
com R-12.

Fluxo do Fluido Refrigerante no circuito com válvula de expansão

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O compressor succiona o fluido refrigerante no estado gasoso (vapor super aquecido) e descarrega
em alta pressão para o condensador.
Ao entrar no condensador, o fluido refrigerante transforma-se do estado gasoso para o estado
líquido, devido ao fluxo de ar frontal e dos eletroventiladdores que auxiliam na dissipação do calor
absorvido pelo fluido refrigerante, o qual ao sair pelo condensador (líquido sub resfriado e ainda em
alta pressão), se armazena no filtro, mantendo uma reserva líquida, onde será absorvida impurezas e
umidade, provenientes do desgaste de componentes e exposição do sistema “em aberto”.
Seguindo ainda o circuito, o fluido refrigerante sai do filtro para a válvula de expansão, onde será
“pulverizado” em estado líquido e em baixa pressão no evaporador.
Através do fluxo de ar insuflado no evaporador , pelo ventilador da caixa distribuidora de ar, o
fluido refrigerante absorve o calor do habitáculo do veículo, transformando-se do estado líquido para
gasoso, passando pelo retorno da válvula de expansão e seguindo para a linha de sucção do
compressor, iniciando novamente o ciclo.

6. COMPONENTES DO SISTEMA

6.1 COMPRESSOR / POLIA ELETROMAGNÉTICA


É o elemento responsável pela elevação de pressão do gás refrigerante. Os compressores
automotivos podem ser rotativos ou lineares com número de pistões variando de 2 a 10.
Normalmente constituído de base, eixo, rolamento, pistões, bielas e anéis. No cabeçote estão
situadas as válvulas de sucção e descarga, ambas lamelares ou de palheta, com funcionamento
automático. Possuem também as válvulas de serviço para carga e descarga do gás refrigerante.
O funcionamento do compressor ocorre pela ação de uma polia eletromagnética ou embreagem
elétrica que acopla o conjunto da polia e correia ao eixo do compressor, promovendo o movimento
oscilatório dos pistões na compressão do gás refrigerante. Polia e correia giram constantemente de
acordo com o regime de trabalho do motor do veículo ao contrário do compressor que é acoplado e
desacoplado conforme as alterações de funcionamento do sistema.
Quando a polia eletromagnética acopla o compressor, o movimento do pistão, no sentido de
aspiração abre a válvula de sucção tipo palheta ocorrendo baixa pressão no evaporador. A sucção
contínua movimentando o vapor de gás refrigerante através do Evaporador e mantém a pressão
baixa neste elemento.
O pistão no sentido da compressão, fecha a válvula de sucção e abre a válvula de descarga,
comprimindo o vapor de gás refrigerante para a linha do Condensador/Filtro Secador e com
aumento de temperatura e pressão. A compressão contínua mantém a pressão alta nestes elementos.

Observação: Na compressão, além do aumento de pressão, ocorre o aumento de temperatura.


O R-134a ao ter sua pressão aumentada de 2,0 para 12,0 Kgf / cm 2 terá sua temperatura aumentada
de 0 para 80  20 oC.

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Compressor tipo swash Plate

Neste tipo de compressor o movimento rotativo é transformado em um movimento retilíneo


alternado dos pistões, através do disco inclinado que é fixado ao eixo do compressor.

Este tipo de compressor pode ter 03 ou 05 pistões, vale ainda acrescentar que estes pistões são
duplos, portanto:
 O compressor de 03 pistões é chamado de 06 P.
 O compressor de 05 pistões é chamado de 10 P.

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Embreagem eletromagnética
O compressor é acionado através da ligação do seu eixo com
a embreagem eletromagnética. Logo que se aciona a partida
do motor, a polia múltipla em “V” roda livremente no eixo
compressor. Quando se aciona o condicionador de ar, a
corrente elétrica passa pela bobina indutora (estator)
magnetizando-a, atraindo o prato de acionamento (rotor)
fixado ao eixo do compressor para a polia mútipla.
Assim a embreagem está acoplada e o compressor aumenta
sua velocidade conforme o número de rotações do motor.
Quando desligamos o condicionador de ar, a corrente elétrica
deixa de passar pela bobina indutora, o prato afasta-se da
polia múltipla. Este afastamento é também auxiliado por
molas de retorno.

Mecanismo de compressão
A rotação do motor é transmitida ao eixo do
compressor através da embreagem eletromagnética.
Essa rotação no eixo faz girar o disco inclinado, que
por sua vez, desloca os pistões no sentido longitudinal.
Ao mesmo tempo que o pistão de um lado está
admitindo o fluido refrigerante no estado gasoso, do
outro lado, está comprimindo o fluido refrigerante
ainda no estado gasoso aumentando sua pressão.

Funcionamento
Existem dois tipos de válvulas instaladas na placa. Uma é de sucção, instalada na parte interna,
outra de descarga, instalada na parte externa. Na parte externa existe também, o batente da válvula
de descarga, que limita o curso da mesma.

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Tempo de sucção
Enquanto o pistão se desloca para baixo, a válvula de descarga
permanece fechada.
Ao mesmo tempo, a válvula de sucção abre-se devido a ação do
pistão, permitindo a entrada degás.

Tempo de descarga
Enquanto o pistão estiver subindo, o gás é forçado a sair, através
da válvula de descarga, sob alta pressão e temperatura.
Em função da alta pressão, a válvula de sucção permanece
fechada.

6.2 - CONDENSADOR
Trata-se de um trocador de calor formado de tubos e aletas da mesma forma que o "Radiador" do
motor do automóvel. São localizados na frente do radiador de água e resfriados pelo ar dinâmico ou
forçado, através de um ventilador que é acionado pelo motor diesel.
O condensador é responsável pela mudança de fase, do estado de vapor para líquido do gás
refrigerante pela remoção de temperatura do mesmo. A troca de calor se dá por convecção, ou seja,
o gás refrigerante no estado de vapor entra no condensador a uma temperatura de 60 a 110°C, cede
calor para o meio ambiente (Ar externo com temperatura média de 25 oC), se liquefaz e o deixa a
uma temperatura em torno de 50°C.

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6.4 - FILTRO SECADOR

Funcionamento
O refrigerante líquido a alta pressão, passa do condensador
através do tubo de admissão (4) no filtro secador. No
processo um elemento secador extrai a umidade absorvida do
filtro e filtra as impurezas. O refrigerante passa por um tubo
de elevação (5) para o tubo de saída (2) e depois para a
válvula de expansão.

Possui as funções de:


 Reter impurezas sólidas decorrentes de desgaste dos componentes do compressor, bem como as
rebarbas das roscas e conexões que por acaso se soltem durante a montagem, serão retidas pelo
elemento filtrante, evitando que se obstrua a válvula de expansão.
 Absorver a umidade através de cristais higroscópicos (sílica-gel ou zeolite), ou seja, que
absorvem água. Esses cristais retêm a umidade, evitando que a água venha a congelar quando
em contato com as partes frias do sistema (válvula de expansão), bloqueando o fluxo de fluido
refrigerante.
 Reservatório de fluido refrigerante, garantindo assim, um fluxo contínuo, mesmo com a
variação de rotação do motor

Normalmente o filtro secador possui um visor de inspeção que permite controlar o estado do
fluido refrigerante dentro do circuito de alta pressão.
 Visor límpido significa que o fluido refrigerante está completamente no estado líquido. Situação
NORMAL
 Visor com bolhas significam que a carga de gás refrigerante é insuficiente ou está ocorrendo
dificuldade de condensação.
OBS:
 Um embaçamento ou o aparecimento de pequenas bolhas no início do funcionamento do sistema
é normal.
 Como sua localização é no lado de alta pressão, se estiver frio indica que existe obstrução
(saturado). Substitua-o.

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Umidade no sistema

A presença de umidade no circuito do produto refrigerante é uma causa freqüente de deficiências de


funcionamento do condicionador de ar. Poderá inclusive provocar avarias por corrosão no
compressor e a falhas de rendimento do condicionador de ar por congelamento da válvula de
expansão. Uma válvula de expansão congelada é identificável pela entrada no habitáculo de ar
quente e resfriado, alternadamente.

A existência de umidade no produto refrigerante pode ter diversas causas:


 A umidade contida no ar deposita-se, através da condensação, nos componentes do
condicionador de ar que não fiquem resguardados durante os reparos.
 A umidade é colocada na reoperação do circuito.
Pode-se evitar a entrada de ar no circuito do fluido refrigerante através da conveniente
armazenagem dos componentes e de uma “purga” adequada, antes de uma reoperação.

Os tampões de isolação dos componentes só poderão ser removidos somente no momento de


conectá-los. Além disso, o circuito só deverá permanecer aberto o menos tempo possível com suas
devidas proteções.

6.5. PRESSOSTATO
São interruptores elétricos comandados por pressão, responsáveis pela integridade do sistema e pela
manutenção de pressões constantes no circuito.

Pressostato de baixa pressão


O pressostato de baixa pressão pode estar na linha de baixa pressão ou na linha de alta. Sua função é
interromper a corrente elétrica da embreagem eletromagnética, caso ocorra um vazamento ou uma
pressão muito baixa fora das especificações. Evita-se assim um travamento do compressor por falta
de lubrificação.

Este interruptor é do tipo N/A (normalmente aberto). Para o sistema de condicionador de ar


Konvekta liga com 49,3 PSI e desliga com 21,57,5 PSI (em média).

Pressostato de alta pressão


O interruptor de alta pressão está localizado na linha de alta pressão. Sua função é interromper a
corrente elétrica da embreagem eletromagnética, caso ocorra um excesso de pressão no sistema,
impedindo o rompimento das mangueiras ou da válvula de segurança.

O interruptor de alta pressão está ligado em série com o interruptor de baixa pressão, na linha do
compressor e, está calibrado para desligar o circuito com pressões em média, entre 362 e 377PSI.

Este interruptor é do tipo N/F (normalmente fechado).

Desliga a 369  7 PSI e volta a ligar a 261  7 PSI.

6.6. VÁLVULA DE EXPANSÃO

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Válvulas de expansão tem a função de reduzir a pressão do refrigerante líquido e a de regular a


vazão do refrigerante que entra no evaporador.
Pelo princípio de funcionamento podem ser:
 Regulador por capilaridade (Tubo capilar . utilizada em veículos);
 Válvula de expansão de pressão constante;
 Válvula de bóia;
 Válvula de expansão termostática; (Utilizada em veículos)

OBS: A título de informação descreveremos o funcionamento destas válvula que são de aplicação
geral. porém se o leitor optar somente pela aplicação na linha automotiva, veja os sub – itens 6.6.1 e
6.6.4.

6.6.1 - REGULADOR POR CAPILARIDADE:


É o sistema mais simples sendo utilizado em sistemas de pequeno porte e com capacidade da ordem
de até 10 KW. O tubo capilar é um tubo com diâmetro interno variando de 0,5 a 2,0 mm, embora o
nome não seja apropriado devido o diâmetro do tubo ser muito grande para introduzir uma ação de
capilaridade.
A expansão ocorre quando o refrigerante entra no tubo e perde pressão à medida que escoa pôr ele.
São de baixo custo, mas possuem a desvantagem de não permitir regulagem para satisfazer as
distintas condições de carga, além de ocorrer possibilidade de obstrução por matéria estranha. O
sistema deve trabalhar de forma constante e qualquer alteração da carga poderá acarretar na
eficiência operacional.

6.6.2 VÁLVULA DE EXPANSÃO DE PRESSÃO CONSTANTE


Este sistema de regulagem mantém a pressão constante de forma permanente na descarga, ou seja,
na entrada do evaporador. Quando a pressão de evaporação cai abaixo do ponto de ajuste, a ação da
válvula é de maior abertura, ocorrendo o inverso quando a pressão de evaporação aumenta acima do
ponto de ajuste.

6.6.3 VÁLVULA DE BÓIA


Funcionamento:
São do tipo que mantém constante o nível de líquido em um recipiente ou evaporador. Uma chave
acionada pôr bóia abre-se completamente quando o nível de líquido cai abaixo do ponto de ajuste e
fecha-se quando o nível atinge este ponto.
Mantendo-se constante o nível de líquido no evaporador, a válvula de bóia sempre estabelece
equilíbrio entre o compressor e ela mesma. Se a carga de refrigerante aumenta, a temperatura e a
pressão de evaporação se elevam o que permite o compressor bombear uma vazão maior. A válvula
reage abrindo-se para manter constante o nível de líquido. Pelas novas condições de equilíbrio, a
carga de refrigeração reduz, a pressão e a temperatura diminuem e o nível de líquido aumenta,
provocando um fechamento rápido pela válvula o que resulta numa nova condição de equilíbrio.

6.6.4 VÁLVULA DE EXPANSÃO TERMOSTÁTICA


Regula a vazão de refrigerante líquido em função da taxa de evaporação. São largamente uti1izdas
em diversas aplicações e utilizadas em sistemas de ar condicionado automotivo. As condições de
equilíbrio entre este tipo de válvula e o compressor são idênticas àquelas descritas para a válvula de
bóia, operando no sentido de manter constante o nível de líquido no evaporador.

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É munida de um bulbo térmico ligado a um diafragma metálico localizado na válvula de expansão


por um tubo capilar. O bulbo normalmente está cheio com o mesmo refrigerante empregado no
sistema sendo fixado na saída do evaporador. As variações de temperatura na saída do evaporador e
sentidas pelo bulbo térmico são transmitidas ao diafragma na forma de variação de pressão. Esta
pressão age na superfície superior do diafragma, enquanto a pressão no evaporador age na
superfície inferior do diafragma.
Estes dois sinais atuam no sentido de abrir a válvula, contrário a ação de uma mola no sentido de
fechar.

Funcionamento:

 Um aumento da carga de refrigeração resulta no aumento da temperatura e pressão no


evaporador. (Ex.: o usuário solicita uma temperatura menor no habitáculo. O eletroventilador da
caixa de ar tem sua velocidade aumentada, aumentando a troca de calor entre o habitáculo e o
evaporador, fazendo que a temperatura no habitáculo caia e aumente a temperatura no
evaporador).
 Estes sinais abrem a válvula, aumentando a vazão de líquido refrigerante.
 Este aumento de líquido acarretará uma queda de temperatura e pressão no evaporador fazendo
que a mola feche a vazão de líquido refrigerante.
 Desta forma obtêm-se o controle.
Podem ser: Com equalização interna de pressão e com equalização externa de pressão.
 Válvulas com equalização interna de pressão: lndicadas quando a queda de pressão ao longo do
evaporador é insignificante.
 Válvulas com equalização externa de pressão.
Como o refrigerante, ao fluir através do evaporador, sofre uma queda de pressão por causa do atrito,
sua temperatura de saturação é sempre mais baixa na saída do que na entrada. Uma queda de
pressão considerável necessita um maior superaquecimento no bulbo térmico para manter a
condição de equilíbrio. Esta correção consiste de um tubo que liga a superfície inferior do
diafragma a linha de sucção do compressor (Sistemas industriais com evaporadores de grande
porte).

6.7. EVAPORADOR
O evaporador é um trocador de calor (radiador), onde ocorre o resfriamento do ar na cabine.
O fluido refrigerante ao sair da válvula de expansão, entra no evaporador, ainda sob a forma líquida,
porém, sob baixa pressão. Ao circular através da tubulação do evaporador, absorve o calor do ar que
passa pelas aletas. Ao absorver esse calor, o fluido transforma-se em vapor sob baixa pressão, que
será succionado pelo compressor.
O evaporador encontra-se dentro da cabine.
Quando o ar se condensa em contato com as aletas do evaporador, produz certa quantidade de água
que precisa ser conduzida para o exterior da cabine. Isto é realizado de um tubo plástico ligado a
bandeja de dreno.

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6.8 - ELETROVENTILADOR DA CAIXA DE AR


Responsável pela passagem de ar forçado pelo evaporador.
Ao ser ligado o circuito de ar condicionado é forçado a passagem de ar pela ação do
eletroventilador. Este ar é proveniente do meio externo ou da recirculação interna (habitáculo),
conforme escolha do usuário. É acionado sempre na primeira velocidade (desde que o usuário não
tenha selecionado outra). Normalmente possui seletor de velocidades de três ou quatro posições

6.9. TERMOSTATO
É o elemento responsável pelo controle interno de temperatura. Conforme variações de temperatura,
fecha ou abre contatos elétricos. Tem a função de evitar o acúmulo de gelo no evaporador. Os
termostatos, de acordo com o elemento de medição de temperatura podem ser: Bimetálico, bulbo
sensor de temperatura e resistência elétrica.

a) Bimetálico: Converte variações de temperatura em deflexões de uma barra metálica, fechando


ou abrindo os contatos. O bimetal consiste da justaposição de dois metais diferentes, que
apresentam diferentes coeficientes de dilatação térmica. Assim o conjunto se deflete quando a
temperatura varia.

b) Termostato com bulbo sensor de temperatura: O bulbo sensor contém um gás ou um líquido que
quando a temperatura no bulbo aumenta, há também aumento de pressão no fluido que é
transmitido a membrana do termostato. O movimento do membrana, proporciona o fechamento
ou abertura dos contatos através do mecanismo de alavanca.

c) Termostato eletrônico: Composto por um termistor que é um resistor cuja resistência varia (de
forma não linear) com a temperatura. O termistor pode estar em contato com o ar ou a água. A
comutação dos contatos fica sendo em função da temperatura. Um aumento de temperatura
resultará na diminuição da resistência.

6.10 - TUBULAÇÃO
São os elementos responsáveis pelo deslocamento do fluido refrigerante de um equipamento para
outro no ciclo de refrigeração. Podem ser: Tubos flexíveis ou tubos rígidos.

6.12 - OUTROS COMPONENTES


Descreveremos a seguir componentes que poderão ou não estar presentes em alguns dos sistemas de
ar condicionado:

6.12.2. VÁLVULAS DE SERVIÇO


Fecham determinada parte do circuito para execução de serviços de manutenção, como carga e
descarga de refrigerante, limpeza, vácuo, conexão de manômetros, etc... Podem se localizar no
compressor ou na tubulação do sistema

6.12.1. MANÔMETROS
Manômetros são instrumentos de medida de pressão de fluidos (gasosos ou líquidos) em recipientes
fechados. Os mais comuns são os de tubo de Bourbon. Consistem de um tubo metálico curvado, em
forma elíptica que tende a se endireitar quando há aumento de pressão e a se contrair quando a

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pressão diminui. Qualquer alteração é transmitida para um ponteiro indicador através de um


sistema de engrenagens.

6.12.3. V ÁL VULAS DE SEGURANÇA


Protegem o equipamento devido a ocorrência de sobrepressões (pressões além do normal). São
projetadas para efetuar descarga do fluido refrigerante se o circuito atingir determinada pressão. A
descarga poderá ocorrer na atmosfera (perda de fluido), para a linha de sucção do compressor ou
numa região de baixa pressão da instalação (mais comuns).

6.12.3.1. A válvula de segurança é do tipo bujão, que se rompe no caso de sobrepressão do


sistema, evitando danos em uma das mangueiras ou trocador de calor. Esse rompimento ocorrerá
quando a temperatura do gás atingir entre 102 e 111oC que corresponde a uma pressão de 590 a 635
PSI.

É muito utilizado nos sistemas com R-12 e sua localização é junto ao filtro.

6.12.3.2. Válvula de alívio de pressão


Como vimos, no circuito com R-12 existe um bujão que se rompe no caso de sobrepressão, evitando
danos aos componentes do circuito.
Quando isto acontece, todo o gás R-12 é liberado para a atmnosfera.
No caso do circuito com R-134a, é utilizada uma válvula de alívio no lugar do bujão.
O objetivo desta válvula é proporcionar, além de segurança e maior economia, maior proteção ao
meio ambiente. Pois ela abre, quando a pressão está excessivamente alta, liberando parte do gás até
que a pressão atinja os valores normais de trabalho, fechando logo em seguida.
Dessa forma, não ocorre a descarga total do R-134a.

Para o sistema de condicionamento de ar Konvekta a válvula de segurança alivia a pressão do


circuito de refrigeração quando atinge a pressão de 32 bar (465PSI).

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1 Compressor 10 Motor diesel


2 Condensador 20 Ar condiconado / aquecedor
3 Coletor
4 Filtro secador B44 Pressostato
5 Visor M12 Motor para controle do flap de ar externo
6 Válvula de espansão M13 Motor do ventilador do evaporador
7 Termostato Y 20 Acoplamento magnético
8 Evaporador Y46 Válvula solenóide / aquecedor
9 Válvula de segurança

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1 Compressor M12 Motor para controle do flap de ar externo


2 Condensador M13 Motor do ventilador do evaporador
3 Coletor S92 Ligar e desligar admissão ar fresco
4 Filtro secador S93 Ajuste do aquecimento
5 Visor S94 Ajuste da rotação do ventilador
6 Válvula de expansão S95 Termostato / condicionador de ar
8 Evaporador U28 Thermotronic
9 Válvula de segurança U29 Unidade de controle / aquecedor
B43 Termostato / condicionador de ar Y 46 Válvula solenóide / aquecedor

B 43 Termostato / circuito de condicionador de ar U 29 Unidade de controle / aquecedor


B 44 Pressostato (alta e baixa pressão) U 31 Caixa de controle evaporador
B 45 Termostato / temperatura do ar condicionado V1–V3 Diodos

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F1 Fusível 7,5 A X 79 Conector 1 polo


F2 Fusível 15 A X 84.2 Conector 2 polos
M 12 Motor para controle do flap de ar externo X 84.3 Conector 2 polos
M 13 Motor do ventilador do evaporador X 86 Conector 9 polos
R Resistor 180 ohms/5W X 87 Conector 3 polos
S 92 Switch / admissão ar fresco X 88 Conector 2 polos
S 93 Switch / Ajuste do aquecimento X 94 Conector 2 polos
S 94 Switc / Ajuste da rotação do ventilador Y 20 Acoplamento magnético
S 95 Switch / Ajuste da temperatura Y 46 Válvula solenóide / aquecedor
U 28 Thermotronic

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Condição Normal durante operação.

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IMPORTANTE:

Ensaio com o Motor Desligado

Os manômetros indicarão a mesma pressão no lado de alta e baixa pressão

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Ensaio com o motor ligado e compressor acoplado (ligado)

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Análise dos dados

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Observações:

1. Pelo exemplo, concluímos que o sistema possui como causa provável problemas de
condensação.
Verificar sujeira, obstruções ou mesmo amassados no condensador que dificulte a troca de
calor.

2. Alertamos que a análise acima é apenas indicativa. Isto quer dizer que não estão sendo levadas
em conta todas as variáveis. Portanto não se deve ficar preso apenas a estas análises. Deve-se
analisar os dados para que possamos identificar com precisão onde está o problema e a origem
do defeito e para isto, as informações anteriores podem ser úteis.

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Procedimentos para o recolhimento e carga do sistema


A reoperação do sistema, pode ser efetuada através de equipamentos de recolhimento / reciclagem,
cilindros graduados e balanças eletrônicas.

Nota. No sistema automotivo, não se aconselha a carga do sistema efetuada através de pressões
(convencional) pois não se sabe no momento que é aplicada a carga, a quantidade exata do fluído
refrigerante, podendo causar danos ao compressor (calço hidráulico), colocando o sistema do
condicionador de ar em risco.
Nos procedimentos que vamos seguir , a carga do sistema é feita com o compressor em repouso,
pois o fluído refrigerante será colocado no estado líquido.

Passo a passo
 Recolha o fluído refrigerante até que as pressões estejam completamente "zeradas ", se estiver
utilizando um equipamento de recolhimento, aguarde 05 minutos e olhe se a pressão cresce
acima de zero. Se isto ocorrer, reinicie a operação. Repetir até que a pressão se mantenha em
zero por 02 minutos.
 Quando recolhemos o fluído refrigerante, há tendência de arrastarmos o óleo do sistema, drene o
separador de óleo e anote a quantidade que foi retirada do sistema.

Obs: O óleo drenado não é recolocado no sistema e também não se pode jogá-lo ao meio ambiente.
Encaminhe a empresas que reaproveitam este tipo de óleo lubrificante.

 Efetue um pré-vácuo de 05 minutos. Aguarde mais: 05 minutos, observando se não há alteração


dos medidores. Em caso afirmativo, aplique o "Ultra-violeta" com mais: 1.50 gramas de fluido
refrigerante para detectar o possível vazamento. Faça o reparo necessário e repita a operação de
pré-vácuo, não havendo vazamentos, aproveite a depressão para a carga de óleo lubrificante
(novo), observando a quantidade correta. Carga de óleo pela linha de baixa pressão.

 Faça vácuo no mínimo 40 minutos, observando que a depressão deve estar entre 1.7 e 30
mmHg.

Lembre-se: Se o sistema permaneceu muito tempo aberto deve-se fazer uma Limpeza e aplicar
vácuo no mínimo de 02 horas.

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 Aplique a quantidade de carga de fluído refrigerante conforme especificações do fabricante. A


carga deve ser efetuada pela linha de alta pressão.
Quando utilizamos cilindros ou balanças, antes de injetarmos o fluído refrigerante, devemos
fazer a "sangria" da mangueira de serviço (central) expurgando o resíduo de ar que fica nesta
mangueira.

 Após a carga, aguarde 05 minutos para a equalização das pressões e então funcione o sistema.

Diagnóstico de Vazamentos

Para a verificação de possíveis vazamentos, utilizar diversas formas descritas abaixo:

 Manchas de óleo ( visual)

 Cheiro de fluído refrigerante ( quando esta aquecido )

 Detector de vazamentos do tipo sonda

 Imersão em água morna.

 Nitrogênio (N2)

 Ultra-violeta ( líquido florescente )

 Vácuo

Vale ainda ressaltar que quando utilizamos o nitrogênio para verificação de vazamentos, em um
sistema fechado, devemos pressurizar com pressões entre 150 à 200 psi, caso estas pressões atinjam
alores acima do recomendado, podem danificar alguns componentes como por exemplo o
evaporador do sistema. Em caso de necessidade de uma pressão elevada deve-se pressurizar cada
componente isoladamente.

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Procedimento para reoperação (carga de fluido refrigerante)

01- Recolher o refrigerante ( R-12 ou R-134 a )

02- Anotar a quantidade de refrigerante recolhido

03 - Drenar o óleo lubrificante e anotar a quantidade


Obs: Não reaproveitar o óleo drenado.

04 - Fazer pré-vácuo de 05 minutos

05 - Aguardar por 05 minutos, observar se não há alteração nos manômetros, devem permanecer em
vácuo.

06 - Carga de óleo, pela linha de sucção ( baixa )

07 - Vácuo mínimo de 40 minutos

08 - Carga do sistema, em líquido, compressor em repouso (parado)

09 - Aguardar as pressões se equalizarem

10 - Ligar o motor do veículo e acionar o condicionador de ar

11 - Efetuar os testes de rendimento e de diagnóstico final.

12 - Se o sistema estiver OK" retire o jogo de manômetros da seguinte forma:

12.1 - Desligue o motor do veículo

12.2 - Desconecte a mangueira de alta pressão

12.3 - Religue o motor do veículo e acione o condicionador de ar

12.4 - Abra o registro de alta pressão em 1/8 de volta

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12.5 - Abra o registro de baixa pressão em 1/8 de volta

12.6 - Aguarde até que as pressões se equalizem

12.7 - Desconecte a mangueira de baixa pressão

12.8 - Desligue o motor do veículo.

Testes de Rendimento

O teste aqui demonstrado se aplica a sistemas que possuem válvula de expansão e termostato, a fim
de demonstrar o diagnóstico de performance do condicionador de ar, não deve ser aplicado em
outros sistemas ( tubo orifício compressor variável) para estes sistemas devem ser aplicados testes
conforme o manual de reparações do fabricante.

Após a carga do sistema proceda da seguinte forma:

01- Abra os difusores frontais.

02- Instale um termômetro no difusor central.

03- Feche todas as janelas da máquina.

04 - Ligue o motor e deixe-o funcionar a 1500 rpm.

05 - Posicione o comando do climatizador na refrigeração máxima ( 4 a velocidade, ar totalmente


frio e direcionado para os difusores frontais, teclas A/C e recirculação acionadas ).

06- Feche a porta da máquina.

07- Faça a leitura da temperatura do termômetro logo após o 1° desligamento do compressor.

A temperatura deve estar dentro da área hachurada.

Exemplo: Para uma temperatura


ambiente de 30°C, a temperatura
no difusor deve estar entre 9 e
13°C

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