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(Auto) controle
Como saber se a gestão de sua empresa extrai o melhor de seu
negócio e beneficia também a sociedade? Os métodos de avaliação
de desempenho organizacional podem apontar uma direção
Conselheiros
Marcio Gonçalves Moreira, Anna Luiza do Amaral Boranga, Carlos
Antonio Monteiro, Alberto Emmanuel de Carvalho Whitaker,
14
Hamilton Luiz Corrêa, Luiz Eduardo Reis de Magalhães, Alexandre
Uriel Ortega Duarte, Milton Luiz Milioni, Luiz Carlos Vendramini Na Prática
Representantes no CFA: Roberto Carvalho Cardoso (efetivo) e Na era da tecnologia,
Mauro Kreuz (suplente) mais do que saber fazer é
Conselho Editorial para RAP 2009/2010 preciso fazer com rapidez,
Coordenadora: Adm. Teresinha Covas Lisboa. Adm. Alexandre Uriel organização, profissionalismo
Ortega Duarte, Adm. Anna Luiza do Amaral Boranga, Adm. Cid e interatividade entre
Nardy, Adm. Hamilton Luiz Corrêa, Adm. Luiz Carlos Vendramini, todos os públicos
Adm. Milton Luiz Milioni, Adm. Paulo Roberto Segatelli Câmara,
Adm. Roberta de Carvalho Cardoso.
Produção
Conselho Regional de Administração de São Paulo
Depto. Marketing e Comunicação
24 Perfil
Acompanhe nesta edição a entrevista com o
Adm. Roberto de Lima, presidente da Vivo S.A.
28 Canal Aberto
Delegacia do CRA-SP de São José do Rio Preto
mantém centro de estudos para administradores
30 Estilo
Encontros entre ex-colegas de sala, além de servir
para matar as saudades, ampliam networking
e se tornam um bom negócio. Há empresas
especializadas na realização desse tipo de evento.
34 Opinião
A ética dentro e fora dos negócios, na visão do
Conselheiro do CRA-SP, Antonio Geraldo Wolff
O empreendedorismo
na empresa progressista
Mudar de atitude faz toda a diferença
O Espaço Manacá recebeu
os participantes da palestra
realizada no dia 1º de dezembro
Mostrar o que acontece no mundo do empreendedo- tro e fora das organizações: sustentabilidade, meio
rismo nem sempre é tarefa fácil em virtude de seu alto ambiente, responsabilidade social e transparência
dinamismo. Antônio Augusto do Canto Mamede, dire- econômica são alguns dos que ganharão maior impor-
tor-presidente da Thyssenkrupp System Engineering tância com o passar do tempo”, explicou.
e mestre em Administração pela Universidade São Mamede avalia que, até o momento, foi possível admi-
Marcos, encontrou um modo de dizer que é possível nistrar os métodos já conhecidos por características
atender o cliente com soluções ágeis, seguras e inte- inerentes ao setor industrial, como planejamento, con-
gradas, e ainda agregar valor aos recursos humanos trole, compromisso, gestão centralizadora. Mas, com o
das empresas. empreendedorismo, resultados sustentáveis, lucro perene
No dia 1° de dezembro, Mamede apresentou a pales- e clientes fidelizados formou-se o tripé de apoio para o
tra “O Empreendedorismo na Empresa Progressista”, profissional que escolhe esse nicho de atuação.
o case da Thyssenkrupp System Engineering, indústria O administrador ainda propõe uma mudança cul-
de origem alemã que fabrica vários tipos de equipa- tural. Para ele, companheirismo, comprometimento,
mentos para o setor automobilístico no Brasil. A partir honestidade, integridade e respeito precisam sempre
da comparação entre a Era Industrial (Moderna) e o estar “na ordem do dia” e alinhados com os três sinais
Período do Conhecimento (Pós-Moderno), ele traçou vitais: corpo, mente e alma.
alguns pontos que deverão ser seguidos nos próximos Por estar mais ligado à Era do Conhecimento, o
anos a fim de aumentar a produtividade e também a empreendedor deixará mais evidentes itens como
qualidade de vida. a motivação, a iniciativa individual e a criatividade.
Para o professor, os diferenciais progressistas das “Ainda que seja pioneiro e queira mais liberdade de
empresas são imprescindíveis. “Os valores são obti- atuação, três coisas levam o funcionário a ficar na
dos por meio da educação. Podemos citar vários itens empresa: a realização, o reconhecimento e a remune-
que direcionarão nossas vidas, por muito tempo, den- ração”, assevera Mamede.
Palestra
Na ocasião, o Adm. João Paulo Lopez (foto abaixo)
falou sobre as tendências de Supply Chain e a logís-
tica empresarial. Edgard Sezefredo Faria, docente
do curso de Logística do SENAC/ Penha, levou sua
turma para participar do evento. “Atuei por quase
30 anos na área e, realmente, a logística cresceu
e se desenvolveu, está mais focada no cliente”,
comentou. “Há um campo vasto para se trabalhar”,
Conheça as facilidades do
CRA-SP para o pagamento
das anuidades
Registro cancelado
O CRA - SP, demonstrando responsabilidade e serieda-
de com a carreira de Administração, torna público o
cancelamento do registro profissional por irregulari-
dades de:
Diego Pereira de Barríos, natural de São Paulo – SP
RG: 41.732.761-4 - CPF: 338.232.688-48
A tabela detalhada Rui de Sá Telles, natural de Mirandópolis – SP
para pessoa jurídica
está disponível em RG: 13. 904.262-3 - CPF: 958.745.268-20
www.crasp.gov.br
por João Novaes As consequências dessas enfer- Diante dessa realidade, o papel
midades chegam a ser tão graves do administrador frente a uma ges-
P
or vezes ainda menospreza- que podem levar à morte, como tão de pessoas responsável torna-se
do ou visto como tabu, o noticiou a imprensa mundial essencial, já que os principais espe-
grupo de doenças classifica- em setembro de 2009, ao divul- cialistas em saúde no trabalho no
das como transtornos psíquicos é gar que nada menos do que 24 País afirmam que esses males podem
uma realidade crescente no merca- funcionários de uma empresa –e precisam– ser combatidos.
do de trabalho. Males como estres- francesa de telecomunicações já As estatísticas brasileiras não
se, depressão, transtornos obses- cometeram suicídio em virtude são nada animadoras: a constata-
sivos-compulsivos (TOCs), entre da pressão exercida pela adoção ção é que o ambiente de trabalho
muitos outros, estão cada vez mais de uma determinada política de tem se tornado um significativo
presentes no cotidiano laboral. mobilidade interna. causador de distúrbios emocionais.
10
Total de
e concessões
de auxílio-doença
ílio-doença
2009
(até agosto)
dentári
acidentários
2007 2008 *relacionados diretamente ao
o trabalho
7.691 12.818 9.780 Fonte: Previdência Social
Em abril de 2007, o Ministério da porativo. “Em quase todo o mundo, casos mais graves e frequentes
Previdência Social aperfeiçoou seu a principal preocupação dos gestores dizem respeito ao estresse, que
sistema de registro de doenças de em relação à qualidade de vida de suas por sua vez leva à ansiedade e à
trabalho. A partir daí, os médicos empresas é o combate ao estresse. depressão. As doenças psíqui-
do Instituto Nacional do Seguro Já no Brasil é o estímulo à atividade cas são atualmente as principais
Social (INSS) passaram a ter uma física. Isso está longe de dizer que aqui causas de falta ao trabalho, aci-
regulamentação mais segura para somos menos estressados, mas talvez dentes e presenteísmo. Isso sem
apontar enfermidades no trabalho
e conceder licenças.
Desde então, foi constatado um A saúde
aumento alarmante de ocorrências
relacionadas a doenças psíqui- psíquica ou
cas. Em 2007, ano da mudança de emocional é hoje,
critério, foram concedidos 7.691
benefícios de auxílio-doença sem dúvida, o maior
acidentários (causados comprova- problema de saúde
damente em razão do trabalho),
quantidade que subiu para 12.818 nas empresas”
em 2008. E, até agosto de 2009, Alberto Niituma Ogata, presidente
o benefício já foi concedido 9.780 da Associação Brasileira de Qualidade
vezes. Os casos mais recorrentes de Vida – ABQV (foto)
dessa estatística são causados por
doenças relacionadas ao estresse e
a episódios depressivos (ver quadro denote uma dificuldade maior em se
na página 12). Esses números ainda abordar esse tema”, constatou.
excluem trabalhadores autônomos De acordo com Ogata, focar a
e empregados domésticos. questão das doenças psíquicas
Especialista em Saúde do Trabalho, no ambiente de trabalho envolve
o médico Alberto Niituma Ogata, tratar de fatores relacionados à
presidente da Associação Brasileira carga horária, demanda, organi-
de Qualidade de Vida (ABQV), afirma zação, clima e relacionamentos:
que a prevenção a doenças como “A doença psíquica ou emocional
estresse e depressão ainda estão é hoje, sem dúvida, o maior pro-
longe de ser prioridade no meio cor- blema de saúde nas empresas. Os
11
12
Alguns caminhos namento do trabalho podem ter produtividade e o bem-estar dos cola-
Os especialistas apontam solu- efeitos excepcionais.” boradores. “Faz-se necessário, por
ções que contribuem para amenizar Para a Administradora Solange exemplo, a existência de um progra-
o problema. Uma delas é focar os Aliandro, do Instituto Adolfo Lutz e ma que conscientize o papel de cada
programas de qualidade de vida coordenadora do Grupo de Excelên- funcionário na instituição. É uma
das empresas na produtividade. cia de Administração em Saúde do medida de incentivo emocional.
“Um ambiente de trabalho nocivo CRA, a solução para a diminuição Medidas com esse espírito estimulam
leva a problemas de toda ordem desse problema começa pela admi- muito mais a produtividade do que
médica. A produtividade vai lá para nistração de pessoas. “O nome dado simples premiações financeiras.”
baixo. Portanto, o paradigma tem ao que é tradicionalmente chamado
que ser a produtividade. E o indica- de Recursos Humanos passa uma Iniciativa
dor principal desses problemas se ideia de modernidade. Entretanto, Alberto Ogata, da ABQV, adverte
encontra no presenteísmo”, afirma são poucas as empresas que real- ainda que a gestão de pessoas deve
o psicólogo Heloani. mente investem na proteção de seu se limitar a agir em prol da diminui-
Ele considera essencial que as capital intelectual. Elas precisam ofe- ção de problemas que geram insalu-
empresas adotem uma estratégia recer o mesmo tratamento que é dado bridade psíquica. “Gerenciar a saúde
de comunicação franca e direta. aos clientes para os seus próprios emocional da mesma maneira que a
“É necessário criar um espaço para colaboradores”, afirmou. saúde física é uma atitude individual.
ouvir as pessoas. Dar-lhes a pala- Aliandro lembra que o CRA pro- A empresa não pode obrigar que o
vra com a segurança de que suas move cursos em seus grupos de empregado tome qualquer atitude,
opiniões serão respeitadas e seus excelência que propõem alternativas mas deve oferecer ferramentas. Uma
problemas mantidos em sigilo. para uma gestão de recursos huma- contribuição de um bom gestor é tra-
Pequenas modificações no orde- nos focada no equilíbrio entre a balhar o clima organizacional.”
Inclusão digital no
mundo corporativo
Velocidade na tomada de decisões,
vantagens competitivas no mercado,
melhor gestão de negócios, organização
da equipe e constante relacionamento
com clientes. Esses são os principais
benefícios de incluir a tecnologia da
informação no dia-a-dia das empresas
14
Se a
empresa
não se atualizar,
em poucos meses
terá perdido a
competitividade
e alguns clientes”
Edson Luiz Pereira, gerente de
parcerias educacionais da IBM Brasil
H
ouve um tempo em que ensino e prática de TI nas empre-
manter a velha receita de sas. Confira suas principais dicas e
família, passada de gera- sugestões sobre o assunto.
Foto: Guilherme Tadeu Dias Diogo
15
do Centro Universitário do Instituto sas de mercado. “Algo que está Ousadia e flexibilidade
Mauá de Tecnologia. “Um dos bene- ganhando corpo hoje em dia são Diante disso, por que alguns
fícios de incorporar a TI às empresas as redes sociais: Orkut, Facebook empresários ainda resistem às
é melhorar a gestão, pois todos os e Twitter, principalmente. Embora mudanças? “O processo estabelece
sistemas passaram a ser integrados. alguns empresários pensem que se o modo de fazer. Empresas que têm
Isso significa uma otimização do tra- trata de brincadeira, esses sites são estrutura de poder e não de organi-
balho e permite atingir mais pessoas, canais de comunicação fantásticos, zação não querem mudar o processo,
aumentando as vendas”, afirma. que permitem obter um excelente pois acreditam que seja sua garantia
Para Fabiano Milani, cofunda- retorno do público sobre produtos de qualidade. Mas se esquecem de
dor da AdaptWorks e membro da e serviços”, avalia Gonzalez. que precisam investir na melhoria
Sociedade Brasileira de Coaching, contínua, caso contrário, acabam
qualquer companhia que queira sendo rapidamente superadas”,
ter uma vantagem competitiva Para ser afirma Cid Nardy, vice-presidente
deve investir em tecnologia.
“Trabalhamos com uma metodolo- competitivo de Planejamento do CRA-SP e coor-
denador dos cursos Tecnológicos
gia em TIC totalmente diferente do é preciso inovação. do Centro Universitário do Instituto
modelo tradicional, somos espe- Mauá de Tecnologia.
cialistas em Scrum, um modo de E para inovar tem Pa ra Na rd y, qu e t a m b ém é
gestão que estimula fortemente a que ter coragem diretor-sócio da Cenários Pesquisas
comunicação entre todos os envol- e Diagnósticos Empresariais, em
vidos no projeto”, diz. e espírito marketing ter flexibilidade é fun-
Outro ponto a ser destacado empreendedor” damental. “Para ser competitivo
é o contato com clientes, tanto é preciso inovação. E para ino-
para questões de relacionamento, Adm. Cid Nardy, coordenador dos cursos var tem que ter coragem e espírito
pedidos, dúvidas e reclamações, Tecnológicos do Centro Universitário do empreendedor, só assim é possível
como para a realização de pesqui- Instituto Mauá de Tecnologia (foto) estabelecer-se no mercado e sobrevi-
ver em momentos de crise”, afirma.
“Na informática, o átomo é o bit,
tudo que você consegue transformar
em bit ocupa menos espaço, ganha
rapidez e, em geral, fica mais barato,
afirma José Agostinho Baitello, pro-
fessor do curso de Gestão Estratégica
da Tecnologia de Informação da
Fundação Educacional Inaciana de
São Paulo – FEI.
Capital humano
Mas não basta investir em TI se
não houver capacitação de pessoas.
Para Gonzalez, a falta de habilidade
nos relacionamentos interpesso-
ais é uma falha tão grave quanto o
uso de recursos obsoletos. “Muitas
empresas dizem que não têm
tempo de investir no funcionário,
Pa a Cid
Par
Para Cid dNNar
Nardy,
a dy,
dyy em
eempresa
preesa
quee nã
não
ão iinveste
nve
veste
veste
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e me melhoria
elho
h riaa
portanto, cabe a ele se aperfeiçoar.
con
contínua
ntín
t uaa é rrapidamente
ap dam
api ament
entee ssuperada
ent upe
peerad
ra a Na verdade, elas deveriam dire-
cionar ess e ap er feiçoa mento,
16
17
A
pesar de a Administração De acordo com o Adm. Hamilton
se tratar de uma discipli- Luiz Corrêa, conselheiro do
na relativamente recente, CRA-SP e professor da Faculdade
surgida no fim do século XIX, o de Economia, Administração e
desenvolvimento de suas ideias e Contabilidade da Universidade de
técnicas tem passado por uma ine- São Paulo (FEA-USP), a aplicabi-
gável e constante evolução. Por lidade desses modelos depende
consequência, o gestor necessita, de cinco características básicas:
cada vez mais, se munir de análi- que eles sejam globais (ava-
ses críticas para determinar se o liem todos os aspectos da
desempenho de sua organização empresa); recor-
corresponde aos objetivos e metas ram à uma
traçados inicialmente.
Foi nesse contexto que, desde o
início do século XX, foram criados
diversos métodos e sistemas de
avaliação de desempenho organiza-
cional. No meio empresarial e até
acadêmico, o termo “avaliação de
desempenho organizacional” é tra-
dicionalmente confundido com o
balanço financeiro. Em outros casos,
até pelo uso da palavra desempe-
nho, pensa-se imediatamente em
gestão de recursos humanos.
A diferença é que a denomina-
ção possui um significado muito
mais abrangente, e envolve
praticamente todos os aspec-
tos do universo empresarial. É
também um instrumento de afe-
rição fundamental para o controle
gerencial de qualquer negócio,
além de ser o ponto de partida
para o aperfeiçoamento.
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análise histórica; comparem seu O método mais famoso e Apesar de muito difundido,
objeto de pesquisa com todo o seu aplicado mundialmente é o Corrêa alerta que o BSC é alvo
setor de atuação; e sejam capazes Balanced Scorecard (BSC), criado de críticas no meio acadêmico.
de antecipar problemas. pelos acadêmicos norte-ameri- “Alega-se que ele foca apenas o
Corrêa, que também leciona para canos Robert Kaplan e David interno da empresa, não a olha
Mestrado, Doutorado e MBA em Norton, em 1992. Um de seus pelo ponto de vista histórico
Modelos de Avaliação de Desempenho principais atributos é ser utilizado e nem o setor como um todo.
Organizacional, explica que os méto- como uma metodologia de ges- Porém, por mais críticas que se
dos adotam critérios e possuem tão estratégica. Para seus autores, faça, ele é uma boa ferramenta.
objetivos distintos. “A maior parte o BSC seria o meio pelo qual se A empresa que puder utilizá-
deles é de acesso livre, quem quiser traduz a missão e a estratégia lo deve fazê-lo”, afirma. Fanny
utilizá-los tem liberdade para fazê- das organizações em objetivos rebate essa visão afirmando que,
lo. E, em grande parte, eles não são e medidas. Assim, ele facilita a na prática, os fatores externos
concorrentes, mas complementares. O utilização interna de aspectos são contemplados. “O problema
importante é escolher uma estratégia como comunicação, informação é que quando as pessoas estudam
que melhor se adapte à organização.” e aprendizado. o BSC e tentam implementá-
O problema
é que as
pessoas tentam
implementar o BSC
apenas pelos livros ”
Funny Schwarz, diretora-geral da
Symnetics, especialista em BSC
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Pesos
Comparativa Liderança
Informação e Conhecimento
120
90
100
-
110
60
Veja na tabela ao Estratégia e Planos 85 80 60
lado quais são os Pessoas 85 180 90
critérios e pesos Processos 85 140 110
utilizados nos prê- Resultados 450 150 450
mios de qualidade Clientes 85 200 60
nos EUA, na Europa Sociedade - 60 60
e no Brasil
Parcerias e Recursos - 90 -
Total 1000 1000 1000
20
O mais belece. E cabe a nós da Fundação papel cada vez mais central nos
avaliarmos se eles estão sendo mapas estratégicos.
importante cumpridos”, explicou. Um dos modelos que mais se
não é ganhar Neste ano, por exemplo, 48
empresas entregaram o relatório
aplicam nessa nova tendência é
o inglês Sigma Sustentabilidade,
prêmio e sim de gestão para concorrer ao prê- criado em 1999, por um con-
mio (a empresa só paga a taxa
melhorar gestão e de inscrição). Entretanto, mais de
SIGMA
Este conceito integra os três
Desenvolvimento Econômico
vetores da sustentabilidade: Maximização do retorno do capital
o social, o econômico e Lucratividade no longo prazo
o ambiental
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Outros sistemas
O pioneiro dos métodos de
avaliação de desempenho organiza-
cional é o Tableau de Bord, criado
no início do século XX. À época,
um grupo de engenheiros franceses
procurava novas formas de melho-
rar a produção. Seu nome é devido
à semelhança funcional com um
painel de navegação. O Tableau de
Bord possui algumas característi-
cas do BSC e reúne um conjunto
de medidas que traduzem a missão
de determinada organização em
objetivos-chave, envolvendo cada
unidade da empresa no processo.
Entretanto, não parte de uma estra-
tégia pré-estabelecida.
Outro método de destaque e
bastante estudado no meio acadê-
Citius aut liqui consect ationsequiae odit, mico é o sueco Skandia Navigator,
qui aperovi ditam, eaquam voluptur reritae
dolendanis volorestrum fugiae excero. que permite identificar os resul-
tados para a empresa graças a
uma estratégia baseada na criação
Gustavo Utescher, coordenador de conhecimento. Seu principal
de premiação e avaliações da
Fundação Nacional da Qualidade. foco é o ser humano, ressaltando
a satisfação dos indivíduos e a
importância do capital intelectual
na aquisição de vantagens com-
sórcio de diversas instituições. sensíveis ao meio ambiente é que petitivas sustentáveis. Há também
Especialista em Sigma, o pro- ocorreu essa preocupação com o Seis Sigma, sem relação com o
fessor Flávio Horneaux Júnior a questão da sustentabilidade, Sigma Sustentabilidade, desenvol-
afirma que o objetivo do sistema com a qual o processo produ- vido na Motorola para melhorar
é garantir a criação de valor às tivo delas já está historicamente processos e minimizar erros atra-
empresas por meio do conceito relacionado”, esclareceu. vés da identificação de falhas. É
Triple Bottom Line, que significa Sua grande diferença em rela- muito usado no setor de indústrias
a comunhão dos aspectos econô- ção aos métodos mais tradicionais de transformação.
micos, sociais e financeiros de é que o enfoque em sustentabili- O Adm. Hamilton Corrêa é tam-
uma organização. dade se sobrepõe ao financeiro e os bém criador de um método que
“À primeira vista, pode pare- stakeholders ganham mais atenção propõe uma abordagem que pre-
cer estranho, mas esse sistema, do que os clientes. “Ele procura tende ser o mais global possível,
ainda pouco conhecido por aqui, identificar cinco tipos de capitais: contemplando todos os aspectos
é muito utilizado por grandes o humano, o financeiro, o social, o internos e externos à empresa.
empresas de varejo como a farma- natural e o da infra-estrutura. É tão Trata-se do MADE-O (Modelo
cêutica Boots, as automobilísticas amplo e complexo que se torna de de Avaliação de Desempenho-
Vauxhall, Land Rover e Jaguar, difícil aplicação. O grande desafio Organizacional). “É um sistema
e por diversas organizações do do gestor é encontrar um meio- flexível que pode ser adaptado a
setor químico. Exatamente pelo termo dentro da cultura da empresa todo tipo de organização e pro-
fato delas pertencerem a setores para conseguir aplicá-lo”, afirma cura estabelecer uma relação
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A serviço
da excelência
Lógica e experiência
na medida certa
por Gislaine Araújo
A
perto de mão firme, sorriso discreto e uma cordialidade sincera. O administrador
Roberto Oliveira de Lima, presidente da Vivo S.A. desde 1º de julho de 2005, per-
sonifica o setor dinâmico e o profissional comprometido com seu trabalho. É mem-
bro do Conselho Curador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações
(CPqD), do Conselho de Administração da Fundação Abrinq, da Associação Brasileira de Te-
lecomunicações (Telebrasil) e da Associação Nacional das Operadoras de Celulares (ACEL),
além de presidir o Instituto Vivo de Responsabilidade Socioambiental. A fala rápida e o
raciocínio lógico atestam o desejo de dar conta de cada um de seus compromissos, que são
inúmeros ao longo da jornada. Absorvido pela demanda que o ofício exige, o executivo não
deixa que o lado humano se perca. Os olhos brilham ao sentir que algo pode ser melhorado
e aplicado na empresa. É a busca pela excelência: ato fundamental para quem está inserido
no setor de serviços. O executivo sabe disso e tem a fórmula: os desafios atuais só serão
concretizados com as perspectivas de futuro. Para isso, a educação surge como primeira
medida a ser tomada. Lidando com números vultosos –3.900 localidades atendidas pela
empresa, 50 milhões de clientes, 11 mil colaboradores próprios–, e lucro líquido acumulado
de R$ 635,949 milhões até o terceiro trimestre de 2009, ele sabe o que pretende. A seguir,
os principais trechos da entrevista concedida em seu escritório.
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IPOs (do inglês Initial Public RAP: Como é lidar com as possam trabalhar bem e se desen-
Offering ou Oferta Pública expectativas de cada elo da volver; os acionistas, retorno do
Inicial, primeira venda de ações cadeia de negócios? Por que são investimento; os investidores, a
de uma organização no mer- diversas, não? transparência na condução dos
cado de capitais). Realmente, Oliveira: Exato. É preciso iden- negócios; os órgãos reguladores
a experiência anterior com o tificar o que cada stakeholder analisam se estão sendo cumpri-
comércio favoreceu bastante o (público de interesse) espera e das as normas estabelecidas; e
meu desempenho. verificar as ações, que são com- a comunidade anseia pelo pro-
pletamente diferentes para cada gresso social.
RAP: De lá, o senhor veio para
a Vivo, certo? E como foi o desa- RAP: Como você acredita que
fio de assumir uma empresa Para ajudar os administradores devem agir
considerada líder no setor de para participar ativamente da
telefonia móvel? mais pessoas, sociedade?
Oliveira: Sim, o caminho foi
esse. Quando o então presi-
os administradores Oliveira: Os administradores
precisam estimular o comporta-
dente Francisco Padinha saiu, precisam estimular mento ético e o respeito, ajudar a
eu fui convidado a assumir. melhorar a qualidade no trabalho
A Portugal Telecom, principal o comportamento e nas ações como um todo, para
acionista da Vivo, tem direito de
escolher o CEO (Chief Executivo
ético e o respeito” que possam beneficiar um número
cada vez maior de pessoas. Eles
Officer ou diretor- executivo), e devem também acreditar em si
assim eu cheguei na empresa. mesmos e implementar processos
Aqui, tivemos uma organização segmento envolvido. Os clientes que promovam a sustentabilidade,
societária, fizemos 14 fusões querem inovações e atendimento o desenvolvimento saudável e pro-
com outras operadoras, comba- de qualidade; os colaboradores porcionem novas oportunidades
temos a clonagem –que era algo desejam um ambiente em que para todos.
que preocupava demais os usuá-
rios de telefonia– e promovemos
diversas outras ações impor-
tantes. Sendo líder é preciso Executivo é o Administrador
estar atento a vários aspectos
do mercado e a sua participa- Destaque de novembro
ção. Lembrando que você é um
só para se defender de todos os Em reconhecimento aos administradores que se
outros. Então, é necessário ter sobressaíram em diversos setores, o Conselho
Regional de Administração de São Paulo criou o
atenção ao market share, à ino-
prêmio “Administrador Destaque”. No mês de
vação, às receitas, ao volume de novembro, foi a vez do Adm. Roberto Oliveira de
negócios, à qualidade. Lima, diretor-presidente da Vivo, receber a home-
nagem na sede da entidade.
RAP: Mas então é mais fácil Lima agradeceu, emocionado, a lembrança per-
conduzir uma empresa quando sonificada na placa entregue pelo presidente
ela é líder? do CRA-SP, Walter Sigollo, e fez questão de
cumprimentar os conselheiros. “São 35 anos de
Oliveira: A questão vai depen-
atividade e percebo que nossos administrado-
der do prisma de leitura, sob qual res se tornam cada vez melhores”. E encerrou:
aspecto a liderança será abordada, “O melhor administrador é aquele formado em
porque ela estabelece padrão, ins- Administração”.
pira admiração e provoca também
a competição.
27
Delegacia de
São José do Rio Preto
mantém Centro de Estudos
do Administrador
por Marcos Seabra
A
Delegacia do CRA-SP de Para o diretor-presidente da em Administração de Empresas.
São José do Rio Preto r eg iona l d e São Jo s é d o R io Dentre as atividades promovidas
def iniu a graduação e Preto, a implantação do CEA é pelas faculdades e pela Delegacia
a capacitação dos administra- também uma forma de trazer a de São José do Rio Preto, esses
dores como prioridades. Desde sociedade mais para perto: “O alunos assistem a palestras e
abril de 1989, quando a entidade Centro faz parte de uma estraté- participam de cursos de curta
iniciou suas atividades, o ponto gia de aproximação da Delegacia d u ra ção, m i n i s t ra d o s p o r
central de sua atuação foi traçar –e, portanto, do CRA-SP– com os profissionais”, acrescenta.
e executar uma bem-sucedida alunos de Administração e com
estratégia de aproximação com a sociedade em geral. O objetivo
a vida acadêmica dos estudan- é fazer com que ambos conhe- Delegacia do CRA-SP em
tes de Administração da região çam e participem das atividades
e com as funções exercidas pelas organizadas pela entidade, e,
São José do Rio Preto
centenas de profissionais que tra- ao mesmo tempo, tenham con-
Presidente: Adm. José Carlos Simões
balham nas mais de 100 cidades dições de manter uma relação Endereço: Rua Luiz Antônio
atendidas. “Hoje, a participação contínua conosco.” da Silveira, 89
plena em eventos organizados Simões destaca ainda as ações Cep: 15025-020
pela sociedade civil, especial- implantadas no intuito de fazer Cidade: São José do Rio Preto – SP
mente os ligados às instituições uma ponte entre os que acaba- Tel: (17) 3234-1676
E-mail: siarp@ig.com.br
de ensino, já traduzem o grau do ram de sair da Universidade e os
Site: www.siarp.org.br
nosso comprometimento”, explica contratantes. “Realizamos uma
o diretor-presidente da Delegacia série de atividades de orientação
do CRA-SP de São José do Rio para facilitar o relacionamento
Preto, o Adm. José Carlos Simões. dos recém-formados com os
A implantação do Centro de h e a d hu nt er s qu e at ua m na
Estudos do Administrador (CEA) região. É o primeiro passo para
nas dependências da regional, de agilizar o ingresso no mercado
acordo com Simões, foi determi- de trabalho”, esclarece.
nante para estreitar relações com Além dos cursos que acontecem
os futuros administradores e for- nas dependências da Delegacia,
taleceu o acompanhamento da administradores ligados à enti-
atuação dos que acabaram de se dade participam periodicamente
formar e estão se integrando ao de eventos organizados pelas
mercado de trabalho. “Pensando mais de 28 instituições de ensino
neles, o CEA oferece diversos superior instaladas na região.
cursos, inclusive com valor de “Mais de 4.500 estudantes fre-
extensão universitária”, afirma. quentam os cursos de graduação
28
É tempo de rever
a turma e explorar
as oportunidades
Os reencontros escolares
que vão além da nostalgia
30
31
terísticas dos profissionais e das em 1979, teve a oportunidade de contribuição de pessoas físicas e
escolas. Médicos, por exemplo, rever ex-colegas. “Nossa turma jurídicas, mantém hoje 556 bol-
gostam de passar um fim de sempre quis se encontrar, mas agora sistas – ao longo dos anos, foram
semana em hotel-fazenda com com um convite formal da própria distribuídas mais de 18,8 mil bol-
a família. Advogados preferem faculdade foi diferente, ficou mais sas. Perto de 10% da arrecadação
jantares dançantes. Engenheiros interessante e irrecusável”, conta do Fundo vem da contribuição de
escolhem churrascos com chope. Pedro, que inclusive é pai de uma ex-alunos e empresas: “É um dado
Administradores de empresas têm das atuais alunas de Administração. bastante alto para os padrões
preferência por jantares durante Beatriz Maria Braga, também da brasileiros”, salienta Mazzuca.
a semana, sem familiares, onde turma de 1979, foi outra ex-aluna “Trabalhamos com o formato de
trocam cartões e informações”, que esteve no encontro. Professora contribuição de ex-estudantes
conta Abdalla. Definidos local, de Gestão de Pessoas na institui- para bolsas há muitos anos.”
data e tipo de festa, os ex-alunos ção, ela avalia que, os encontros
são informados sobre o evento e as da sua geração, geram menos
despesas que serão divididas entre possibilidades de business. “Em Nossa turma
eles. “Por isso, temos interesse em contrapartida, são momentos bem
sempre encontrar e reunir o maior especiais, apropriados para rever os sempre quis
número de pessoas”, afirma.
Em novembro, a Convivium aju-
amigos e, claro, fazer networking
para os nossos filhos, por que não? se encontrar. Com
dou a direção da Fundação Getúlio
Vargas de São Paulo (FGV) a reunir
Contatos sociais e profissionais são
sempre importantes!”, atesta.
o convite formal
alunos das primeiras turmas – for- Para a direção da FGV-SP, a pro- da faculdade
mandos de 1969, 1973, 1974 e 1979 ximidade com ex-alunos é uma
em Administração de Empresas experiência sempre muito valiosa. ficou irrecusável”
e Administração Pública. Pedro O diretor Francisco Mazzuca
Kamura estava lá naquele dia. conta que a instituição administra Pedro Kamura, formado em
Formado em Administração Pública o Fundo de Bolsas, e, por meio da Administração Pública em 1979
Modelo norte-americano
As instituições de ensino bra-
sileiras ainda não mantêm uma
relação tão próxima com os
seus ex-alunos como ocorre nos
Estados Unidos. Mas as facul-
dades estão trabalhando para
mudar essa mentalidade, graças
ao entendimento de que o modelo,
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A ética da
boca para fora
É muito comum encontrar empre- Falar aquilo que pensa e não o a mesma coisa. Aquele que estende
sas preocupadas em avançar que pratica é falta de ética. Ética a mão está praticando um ato de
rapidamente na busca de um padrão é dar exemplo, ser referência, sem bondade. Aquele que não prejudica
mais elevado de governança corpo- que com isso se estabeleça um deliberadamente o seu próximo,
rativa e de responsabilidade social, procedimento hipócrita. Não é mesmo em detrimento do seu bem-
já que, na prática, fica subentendida mais admissível que uma pessoa estar, é uma pessoa ética.
nestes conceitos a existência de uma seja ética enquanto profissional As empresas necessitam vol-
identidade sólida na organização, e, ao mesmo tempo, que adote tar sua atenção e seus esforços a
composta por valores, missão, visão, costumes e princípios totalmente estimular princípios de igualdade,
negócio e um código de conduta. inconvenientes e indefinidos em de cooperação, pelo real interesse
Para início de conversa, esse outras esferas do convívio social. na troca de saberes dentro do
código, que objetiva determinar os ambiente de trabalho. E os indi-
comportamentos aceitáveis dentro víduos precisam ter firmeza de
do ambiente de trabalho, não pode Ser ético é portar-se dessa maneira, de cri-
ser intitulado de ético. No máximo, ticar, se for o caso, de lutar pelo
ele é um documento que aponta comprar e que é correto, e praticar o certo.
ações adequadas àquele local, um
indicador do que é ou não permi-
pagar. Cumprir E há quem defenda que os con-
ceitos de certo e errado sofram
tido fazer dentro da corporação. o prometido. transformações de acordo com o
Cada setor da sociedade tem o tempo e a situação, mas não deve-
seu guia de comportamento. Seja no Não mentir” ria ser assim. As pessoas tendem
pilar das instituições mais tradicio- a interpretar as situações de modo
nais –família, igreja e escola– como demasiadamente flexível.
na transgressão do controle imposto Lamentavelmente, o que se vê é Ser ético é comprar e pagar. É
pelas leis: até entre criminosos existe que, nos tempos modernos, as pes- emprestar e devolver, pedir só
código de conduta. A ética encon- soas deixaram de ter a ética como quando se tem real necessidade,
tra-se num nível mais subjetivo, parceira de suas atitudes. Nos lugares ajudar, compartilhar, honrar a
intrínseco ao indivíduo. Isso quer por onde andamos e nos nichos em palavra, cumprir o prometido, não
dizer que é possível agir de acordo que convivemos, nas leituras ou noti- mentir, não pactuar com o erro.
com os “bons costumes” de uma ciários. São incontáveis os exemplos É, acima de tudo, ter coragem de
empresa e ainda assim ser antiético. de pessoas que estão mais voltadas praticar esses preceitos. Isso é ser
Para fazer cumprir determina- para si próprias e que desejam levar ético, sem ser da boca para fora.
das regras ou metas impostas vantagem em tudo, a qualquer preço,
pelas organizações, por vezes, a sem lamentar o prejuízo alheio.
competitividade, a ambição e a indi- Em outro ponto, a ética e a frater- Adm. Antonio
vidualidade extrapolam questões nidade estão bastante interligadas. Geraldo Wolff
éticas, do agir pautado pela coopera- São duas práticas que muito se iden- CRA-SP 12.784
ção ou pelo altruísmo, por exemplo. tificam. Isso não quer dizer que são 1º Tesoureiro da entidade.
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