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1x1
INTRODUÇÃO
Todos reconhecemos a obra de Adelino (1992), designada de ”As Coisas Simples do Basquetebol”,
como um instrumento de vital importância para os que se dedicam a pensar no essencial do ensino e
treino desta modalidade. Não só pela clareza da linguagem com que os diversos temas da técnica e da
táctica são tratados, mas também porque nela, somos confrontados com propostas de trabalho que
concluímos serem de extrema utilidade face às necessidades pedagógicas que o ensino e o treino do
jogo requerem. Utilizando a expressão do livro apontado, diria que o que aqui vos deixo são um
conjunto de “Coisas Bem Mais Simples” do Basquetebol. Ironizando com as palavras, talvez aquelas
que por ventura, se encontram na base do vasto complexo de coisas simples que Adelino (1992)
propõe no seu livro. O objectivo fundamental deste artigo é o de abordar um conjunto de princípios,
regras e formas de exercício, reforço muito simples, dirigidos para o ensino e treino do 3 contra 3 e do
1 contra 1.
O entendimento dos aspectos que se descrevem a seguir tem como base prévia as seguintes ideias
iniciais:
2. A abordagem das formas reduzidas do jogo, 1 contra 1 e 3 contra 3, deve ter na base um
modelo de jogo que tenhamos definido para a nossa equipa. Não nos podemos esquecer que é
na relação de 5 contra 5 que o Jogo de Basquetebol existe.
Do que atrás se expõe, emerge com uma clareza evidente que os fundamentos da técnica e da táctica
individuais dos respectivos atacantes com bola e sem bola, constituem o substrato no qual assenta a
qualidade do jogo de 3x3 proposto. A análise do 1x1 que deixamos reporta-se apenas ao jogador com
bola, não devendo contudo ser relegado para segundo plano o trabalho técnico-táctico do atacante
sem bola.
Como afirma Adelino (1992) a Eficácia e a Variedade de soluções, distinguem a capacidade individual
de cada um dos jogadores em ataque. Por Eficácia não se deve entender apenas a mera concretização
de lançamentos, que sem dúvida culmina na expressão de eficácia ofensiva. Mas fundamentalmente,
esta noção de eficácia deve estar associada à concretização dos objectivos a que cada uma das
intenções que o jogador se propõe quando realiza uma qualquer acção, isto é quando toma uma
determinada decisão. Muda a bola entre pernas, porquê?; penetra para o cesto, com que
objectivo?..etc. A Variedade de soluções diz respeito ao leque de respostas que os jogadores podem
ter face à leitura de uma mesma situação. Está ligado ao pluralismo que deve caracterizar o reportório
motor dos jogadores. Face à penetração na linha final o jogador tem soluções para finalizar na
passada, para parar e lançar, para parar/fintar e colocar um apoio cruzado, etc...
A Eficácia e a Variedade devem ser entendidas como dois aspectos treináveis. Por um lado, através de
uma adequação e um estímulo permanente entre a leitura de defesa e a resposta ofensiva a oferecer,
1x1
por outro lado, através da criação de condições em treino para alargar o repertório de soluções em
1x0 que se reportem a diversas soluções reais de 1x1.
Perceber que o contacto é normalmente inevitável e preparar o lançamento (dentro da área) sob
pressão sem perder o equilíbrio corporal.
EXERCÍCIOS
cestos
Figura 1
3 1 2
Figura 2
1x1
Objectivo: tempo de reacção para o atacante e defensor; tomada de decisão no 1x1 e explosividade
no ataque ao cesto
Descrição: grupos de 2 jogadores, um atacante outro defensor. Ao sinal o atacante escolhe uma das
três bolas que tem pela frente. Escolhe e decide arrancar. O defensor prepara para contestar a
penetração.
Figura 4
Figura 5
1x1
Descrição: três colunas nas posições indicadas como no exercício anterior. Passe, corte e reposição
até que 1 chegue à posição inicial. Depois de finalizar, quem ressalta no lado contrário da bola entrega
à mão para defender. Rotação: 1-2-3-1
Figura 9
defensiva
1x1
1x1
Objectivo: 1x1 com resolução veloz; ligação do contra-ataque
com tarefas defensivas e ofensivas
CONCLUSÃO
Em jeito de conclusão, reforçamos a ideia de que as formas reduzidas são um meio por excelência que
o treinador tem ao seu dispor, para o ensino e treino dos diversos temas específicos do jogo de
Basquetebol. Constituindo-se formas simplificadas do jogo formal de 5x5, no nosso entendimento, as
formas reduzidas possuem três grandes vantagens que importa ressaltar:
Permitem ao treinador concentrar a sua atenção para os pontos chave dos temas técnico-tácticos
seleccionados e dessa forma aumentar a sua capacidade de observação e correcção do erro, facto que
se reflecte numa maior competência para controlar o treino;
Oferece aos jogadores maiores condições para se tornarem protagonistas do e no jogo. Significa isto
afirmar que o jogo reduzido oferece mais tempo de posse de bola a cada um dos jogadores e ao
mesmo tempo cada um deles está mais próximo da bola – daqui resulta uma maior necessidade de
tomarem decisões que directamente influenciam o decorrer do jogo;
Está de acordo com o que se entende, por metodologia genérica do ensino do jogo de Basquetebol –
Whole – Part – Whole. Deve estar de acordo com um modelo de jogo (Whole) previamente
estabelecido para a equipa e ser estudadas as respectivas responsabilidades de cada um dos jogadores
em cada uma das situações específicas (Part), para mais tarde serem integradas na globalidade e
dinâmica em que o jogo consiste (Whole).
BIBLIOGRAFIA
Adelino, J. (1992). As Coisas Simples do Basquetebol. Lisboa. Associação Nacional de Treinadores de Basquetebol.
Alderete, J.; Osma, J. (1998). Baloncesto. Técnica Individual de Ataque. Madrid. Gymnos Ed.
Araújo, J. (1992). Basquetebol. Preparação Técnica e Táctica. Lisboa. Federação Portuguesa de Basquetebol.
Monleón, R. (2001). Ejercicios de 1 contra 1. La Base del Baloncesto. Valência. Promolibro