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2º Encontro – 10/04/2018
3º Encontro – 17/04/2018
Comentário Pessoal: Mandel trata do capitalismo tardio na sua forma imperialista que
tem a característica central de promotor de um desenvolvimento desigual e combinado.
Desigual, pois os países do centro são privilegiados no processo desenvolvimentista em
relação aos países periféricos de cultura colonial. E combinado, pois inclui na dinâmica
do capitalismo as economias coloniais e semicoloniais, dando uma característica
profundamente heterogênea ao sistema do capital. Esse desenvolvimento desigual e
combinado trava a acumulação primitiva – processo de ampla expropriação de riqueza,
numa subordinação clara à dinâmica capitalista – por conta da necessidade de
desenvolvimento imposta pelo processo de exportação de capitais dos países do
capitalismo de centro. Nesse estágio perde-se a necessidade de exportação de
mercadorias e cria-se, para o desenvolvimento desse sistema, a necessidade de
exportação de capitais, agravando ainda mais a dependência dos países periféricos aos
países de centro.
4º Encontro – 24/04/2018
5º Encontro – 22/05/2018
6º Encontro – 29/05/2018
7º Encontro – 12/06/2018
Referência Bibliográfica: NETTO, José Paulo. Ditadura e serviço social: uma análise
do serviço social no Brasil pós-64. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2005 (Capítulo 2).
8º e 9º Encontro – 03/07/2018
Comentário Pessoal: Para tratar da relação Serviço Social e tradição marxista, Netto
parte da análise das contradições entre estes elementos. A despeito das semelhanças de
objeto – Questão social – ainda que em estágios distintos do capitalismo, as diferenças
são profundamente excludentes, na medida em que a teoria marxiana propõe a análise e
superação da sociabilidade burguesa e o Seso nasce de uma perspectiva de conservação
desta sociedade.
A despeito da diferenciação excludente entre Seso e Teoria marxiana,
historicamente a profissão se aproxima desta última. Com a crise da teoria marxiana por
sua reprodução limitada pelo crivo stalinista, e por sua vinculação às ciências sociais,
uma vertente do Seso se aproxima de forma enviesada do marxismo, determinado por
questões: político-partidárias; de ecletismos teóricos e desconhecimento dos clássicos.
Finalmente, Netto apresenta a possibilidade de interlocução entre Seso e Teoria
Marxiana, que é determinada pelos seguintes motivos: As condições de trabalho dos
assistentes sociais e sua vinculação na e com a classe trabalhadora; o protagonismo
cultural da tradição marxista na sociedade burguesa; e a atualidade da possibilidade de
revolução. Ademais, essa interlocução auxilia a profissão nas seguintes direções: na
compreensão do significado social da profissão no marco do capitalismo; iluminando a
intervenção profissão; e dinamizando e impulsionando as elaborações teóricas dos
assistentes sociais.
Comentário Pessoal: Na introdução do texto, Braz faz uma breve conceituação sobre o
termo hegemonia, a fim de relacioná-lo, posteriormente, ao projeto ético-político da
profissão. Afirma que a hegemonia, nos termos de Gramsci, não se relaciona com
quantidade, antes tem mais relação com o aspecto qualitativo, na medida em que trata
de uma disputa de projetos societários. O autor identifica que, a partir da década de
1970, começa a se constituir o PEP da categoria profissional, este que representa 3
elementos: a dimensão teórica crítica, os aspectos político-organizativos e jurídico-
políticos – este último determinado pelos dois primeiros, sobretudo em função da
instituição do código de ética de 1993 e da lei de regulamentação da profissão. O fato
problema é que a partir dos governos Lula esse projeto tem sido tensionado, colocando
sua hegemonia em risco.
O problema está no fato de parte da categoria identificar no projeto proposto
pelo governo Lula a reprodução material do nosso projeto profissional. Ora, se existe
convergência entre o projeto societário e o PEP, já não existe mais a necessidade da
crítica. Esse equívoco coloca o PEP em xeque em virtude de dois problemas centrais. O
primeiro diz respeito a ausência de projetos societários alternativos que legitimem a luta
dos trabalhadores; o que é extremamente necessário para que se viabiliza o PEP. O
segundo problema recai basicamente nas dimensões do trabalho e da formação
profissional. No âmbito do exercício profissional as lutas estão cada vez mais
fragmentadas e imediatistas. Na dimensão da formação profissional o PEP é ameaçado
em virtude da formação acelerada proposta pelas EAD’s, além da ausência da vivência
política que a universidade presencial estimula.
O autor encerra o texto colocando como sugestão de resistência justamente a
defesa intransigente do PEP e de seus princípios, na direção da ampliação dos nossos
horizontes de luta e da rigidez regulatória de práticas não sintonizadas ao nosso PEP.
Referência Bibliográfica: NETTO, José Paulo. Das ameaças à crise. Revista Inscrita,
ano VII, n X, CFESS, 2007, p. 37-40.
Comentário Pessoal: Netto introduz seu texto expondo o contexto histórico onde foi
gestado o PEP – década de 1970/80, no bojo da luta pela redemocratização, aliada aos
movimentos sociais. Entretanto, o contexto presente é de profunda contra-reforma,
sobretudo a partir do Governo Lula, com a cooptação de organizações populares, a
exemplo da CUT e da UNE.
Neste contexto, Netto lança a hipótese de que o PEP não tem perspectiva de
viabilidade por dois motivos. O primeiro por, na atual conjuntura, associar a profissão à
prática da assistência, perspectiva que tem encontrado ressonância na categoria
profissional. O segundo motivo tem relação com os boicotes do Mec à formação
profissional, num direcionamento de profunda flexibilização. Esses dois motivos, para o
autor, inviabilizariam a realização do PEP nessa conjuntura.
O autor conclui seu texto recorrendo ao contexto neoliberal para defender a tese
de crise do PEP.
Comentário Pessoal: As autoras introduzem o texto separando o termo PEP, que foi
proposto na década de 1990, do contexto que o determinou, décadas de 1970-80. As
autoras recuperam a organicidade de segmentos da profissão em defesa das lutas
democráticas das referidas décadas, sobretudo das lutas operárias do ABC. Dessa
perspectiva, a partir dos encontros da categoria, surge mais claramente o termo PEP na
década de 1990 como fundamento das direções assumidas nas dimensões acadêmicas,
político-organizativas e jurídico-políticas. A autora faz uma crítica contundente ao
governo petista que agravou o cenário neoliberal do país, no contexto de financeirização
da economia, de cooptação de movimentos sociais, de assistencialização no trato da
pobreza e do advento do pós-modernismo no campo intelectual. Nessa conjuntura a
categoria procurou avançar cada vez mais, instrumentalizada pelo PEP, na direção de
uma formação e exercício profissionais críticos.
Em seguida, as autoras apontam os desafios postos ao PEP na atualidade, não
concordando, todavia, com a perspectiva que entende o PEP num cenário de crise de sua
hegemonia. As autoras resgatam um legado fundamental do PEP para o momento atual
– a sua dimensão política. A dimensão política do exercício profissional lança luz sobre
a potencialidade de intelectual orgânico das classes subalternas, mobilizando-as e
organizando-as na empreitada de organização de outra sociedade. Daí a concepção de
vinculação orgânica entre os projetos profissionais e os projetos societários. O
desdobramento do caráter político do exercício profissional do assistente social rebate
em dois desafios para o PEP na atual conjuntura: 1 – a organização política dos
profissionais e 2 – a interlocução dessa organização política com o exercício
profissional. Portanto, a autora defende, mesmo diante de um contexto desfavorável
para o PEP – o que tem legitimado ideias sobre a crise de sua hegemonia – que a
dimensão política do exercício profissional conectada a um projeto societário
emancipatório possibilita a incorporação de princípios e valores que, transpostos para o
exercício profissional, funcionam como elementos de resistência diante deste contexto
neoconservador.
Por estes motivos – ao demonstrar a possibilidade de resistência do PEP diante
de um contexto adverso – a autora não concorda com a perspectiva que concebe o PEP
num momento de crise de sua hegemonia.