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Protocolos dos

Trabalhos de
Laboratório de
Física II

2021-2022
2º Semestre

Departamento de Física
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade Nova de Lisboa
Este documento comporta os protocolos dos trabalhos laboratoriais de Física II, a seguir
indicados:

 Trabalho 1: Arrefecimento de Newton


 Trabalho 2: Cubo de Leslie
 Trabalho 3: Máquina térmica
 Trabalho 4: Calorimetria
 Trabalho 5: Termopar industrial
 Trabalho 6: Termístor

Diversos trabalhos usam um multímetro para medir resistência, corrente ou diferença de


potencial. Para se familiarizar com este equipamento foi adicionado um anexo, no final do
documento, contendo uma descrição sucinta do funcionamento do multímetro, nos modos AC e
DC. Na realização dos trabalhos é considerado que todos os estudantes leram e entenderam o
funcionamento do multímetro.

Recomenda-se que na semana anterior a cada trabalho de laboratório, o estudante imprima


integralmente o respetivo protocolo do trabalho (o qual obrigatoriamente levará para a
aula), e faça a preparação, esclarecendo previamente à aula todas as dúvidas com o seu
docente. Os estudantes que cheguem à aula sem o protocolo não poderão efectuar o trabalho
experimental.

Para fazer a preparação, prévia e cuidada, da actividade laboratorial, deve ler


atentamente as diversas partes do protocolo, nomeadamente: a introdução; as
questões de segurança; o material necessário; a sequência do procedimento
experimental; e as questões do mini-relatório. Sugere-se como preparação, fazer a
dedução das equações das incertezas das grandezas a determinar no trabalho,
mesmo daquelas cuja expressão final da incerteza é apresentada no mini-relatório.
A execução consciente desta opção dar-lhe-á maior confiança na realização do
trabalho.

Adicionalmente, há que ter em conta que a análise crítica dos resultados dos trabalhos
laboratoriais não é avaliada em detalhe nos mini-relatórios. Por um lado, os resultados
apresentados nos mini-relatórios são avaliados apenas a nível da ordem de grandeza e, por
outro lado, a análise crítica é avaliada em detalhe no teste prático do fim do semestre.

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Trabalho 1: Arrefecimento de Newton
Neste trabalho vai ser estudado o arrefecimento de um óleo vegetal alimentar ao longo do
tempo tendo em conta a lei empírica de arrefecimento de Newton. A grandeza a determinar é
o tempo característico de arrefecimento.

Introdução
Quando se expõe um corpo de temperatura T a um ambiente de temperatura Ta , de forma a
que T ≠ Ta , nota-se que a temperatura do corpo tende a aproximar-se da temperatura
ambiente até atingir o equilíbrio térmico com o ambiente. Comparando os resultados de
diferentes observações de arrefecimento de um corpo podemos constatar que a taxa de
arrefecimento depende de fatores, tais como:

• a diferença de temperatura entre o corpo e o meio ambiente;

• a área da superfície exposta do corpo;

• o calor específico da substância que o constitui;

• as condições do meio ambiente no qual este corpo foi colocado;

• o tempo em que o corpo permanece em contato com o ambiente.

Estas variações de temperatura foram estudadas por Newton e publicadas anonimamente, em


1701, como "Scala Graduum Caloris. Calorum Descriptiones & Signa." na Philosophical
Transactions. Empiricamente ele assumiu que a taxa de variação da temperatura de um corpo
é proporcional à diferença de temperatura entre esse corpo e o meio ambiente. A evolução da
temperatura do corpo ao longo do tempo, pode ser descrita pela seguinte equação diferencial
ordinária: dT T −T a
=− τ
dt

sendo T a temperatura do corpo num determinado instante t, Ta a temperatura ambiente e


τ uma constante característica de cada corpo e das condições ambientais em que se
encontrar. Esta equação pode ser resolvida em ordem a T, obtendo-se

t
( )
T =T a+(T 0 − T a)exp − τ
onde T0 é a temperatura inicial do corpo, ou seja, quando t=0.

Podemos verificar através de resultados experimentais, ou através da análise da equação


acima, que a taxa (rapidez) de variação da temperatura será tanto maior quanto maior for a
diferença entre temperatura do corpo e a temperatura do meio ambiente. Já a contribuição da
constante característica τ depende de diversos fatores que caracterizam o corpo, tais
como:

• superfície exposta: pode verificar-se que quanto maior for a superfície de contacto entre o
corpo e o meio externo (ambiente) maior será a rapidez de arrefecimento;

• calor específico do corpo: sabe-se que quanto maior for o valor do calor específico de um
corpo, será necessária uma maior quantidade de energia para variar a sua temperatura de um
determinado valor. Logo, para dois corpos que perdem a mesma quantidade de energia por
unidade de tempo, aquele com maior calor específico apresentará menor rapidez de
arrefecimento;

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• características do meio ambiente: por exemplo, se o objeto estiver em contacto com o ar, o
qual é um bom isolante térmico, mais lento será o processo de arrefecimento do que se o
mesmo objeto estiver imerso em água.

É importante referir, que a Lei de Arrefecimento de Newton é aplicável na condição em que as


diferenças de temperatura são relativamente pequenas, e na ausência de transferência de
calor por radiação térmica e correntes de convecção no meio ambiente.

A equação acima pode ser escrita na forma de uma recta:

T 0−T a t
ln
( T −T a) =τ

Parte Experimental
Vamos determinar a variação de temperatura de um líquido ao longo do tempo durante o
processo de arrefecimento ao ar. Para isso, vamos colocar a ponta de um sensor de
temperatura em contacto com o líquido, cujo arrefecimento vamos estudar.

Questões de segurança
A placa de aquecimento deve ser desligada logo que o óleo atingir a temperatura de 70ºC.

Material necessário
• um termómetro analógico

• um copo com um óleo vegetal alimentar


(líquido)

• uma placa de aquecimento

• um estrado de madeira

• pegas

Procedimento experimental
1. Deverá encontrar o copo já com óleo sobre a placa de aquecimento e já com o
termómetro inserido de forma que a sua ponta se encontre no centro do volume de
óleo.

2. Registe a temperatura ambiente inicial indicada pelo termómetro.

3. Aqueça o líquido numa placa de aquecimento até à temperatura de 70ºC,


aproximadamente.

4. Desligue a placa de aquecimento, retire cuidadosamente o copo com óleo e coloque-o


sobre o estrado de madeira na bancada.

5. Deixe o sistema estabilizar 30 - 60 segundos, verifique se o termómetro está bem


colocado e comece o registo dos valores da temperatura em intervalos de tempo
regulares (por exemplo, três minutos), anotando na Tabela 1 do mini-relatório até que

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seja necessário aguardar mais do que cinco minutos para a temperatura do óleo baixar
1ºC. Tente fazer as leituras da temperatura e do tempo o mais possível em simultâneo.

6. Ao terminar as medidas deixe todos os componentes da montagem experimental como


os encontrou no início, e a bancada arrumada e limpa.

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TE1: Arrefecimento de Newton
Turno: Grupo: Data:

Nome: Nº

Nome: Nº

Ta = (_______________________  ____________) _________________

Tabela de Registo: Linha II incertezas correspondentes ao ponto 7; linha III unidades.


I t T T-Ta (T0-Ta)/(T-Ta) ln((T0-Ta)/(T-Ta))

II

III

0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12

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a Com os seus dados experimentais e usando o papel milimétrico abaixo faça o gráfico de
Y=ln((T0-Ta)/(T-Ta)) em função do tempo X=t, i.e. Y=f(X)

b Faça o ajuste dos pontos experimentais com uma recta (Y = a + bX). Calcule as incertezas
dos parâmetros a e b. Apresente explicitamente os valores dos parâmetros a e b. No
gráfico acima represente a recta obtida (não se esqueça de indicar os pontos de apoio).

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c Usando o parâmetro b, determine o tempo característico do arrefecimento τ . Determine
a incerteza de τ . Apresente o valor de τ . Trace no gráfico uma linha vertical em
t= τ .
τ u( τ )

d (Exemplo de questões a ter em conta no teste prático do fim do semestre) Quanto tempo
teria a experiência que demorar até o óleo atingir uma temperatura de apenas um grau
acima da temperatura ambiente? Em quanto é que esse tempo seria reduzido se T0-Ta
tivesse sido metade do que foi? A linha vertical que traçou no gráfico permite-lhe confirmar
que o valor do tempo característico obtido está correcto?

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Trabalho 2: Cubo de Leslie
Neste trabalho vai obter-se uma relação empírica entre a diferença de potencial gerada pela
radiação de um cubo de Leslie e a temperatura a que este é aquecido. Esta relação é
correlacionada com a Lei de Stefan-Boltzmann. A grandeza a determinar é a temperatura
ambiente (da vizinhança).

Introdução
Todos os corpos emitem a radiação eletromagnética, devida essencialmente ao movimento
rotacional e vibracional dos seus átomos (moléculas). Esta radiação emitida é composta de
ondas com uma distribuição contínua em frequência, mas com o máximo de intensidade
dependente da temperatura do corpo emissor. A temperatura moderada o máximo da
intensidade da radiação emitida situa-se na região do infravermelho, baixas frequências, e por
isso não é observável a olho nu. Se se aumentar a temperatura do corpo, acima de 600 K,
então já é possível observar a radiação emitida. Naturalmente, o máximo e a largura da
distribuição espetral da radiação alteram-se com a temperatura do corpo emissor, e a energia
total emitida também aumenta com esta propriedade termodinâmica.

No laboratório iremos usar como fonte de radiação o filamento de tungsténio de uma lâmpada,
no qual se faz passar corrente eléctrica. A energia eléctrica é convertida (por efeito Joule) em
energia térmica interna do material do filamento e, de seguida, em radiação energia
eletromagnética.

Se um material absorve calor na forma de radiação eletromagnética, e está em equilíbrio


térmico, para manter esse equilíbrio e a sua temperatura, tem ele próprio também que radiar
calor. J. Stefan encontrou empiricamente uma relação entre a temperatura de um corpo negro,
em Kelvin, e a potência total emitida por ele, a radiância (energia emitida por unidade de
tempo e por unidade de área P/A).

P 4 4
=εσ ( T −T viz ) (2.1)
A

A radiância emitida pelo cubo de Leslie, em cada situação experimental, depende da



temperatura do cubo (T ), da temperatura da vizinhança (T viz ), e da emissividade (ε ) da
superfície do cubo (em frente à termopilha), sendo  a constante de Stefan ( = 5,67×10‐8
Wm‐2K‐4). Cinco anos depois, em 1884, usando argumentação termodinâmica, Boltzmann
confirmou esta relação.

Para medir a radiação emitida pelo cubo usa-se um sensor de radiação do tipo termopilha. A
termopilha consiste numa associação em série de pequenos termopares. Admitimos que a
diferença de potencial (ddp=V) medida na termopilha é diretamente proporcional à potência
radiada pelo cubo
4 4
V =k T −k T viz (2.2)

em que k é uma constante de proporcionalidade.

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A termopilha é sensível para radiação no intervalo de 0,5 a 40 µm (região de infravermelho) e
em operação gera uma ddp entre 10 µV e 100 mV.

O cubo de Leslie é um dispositivo de laboratório, que consiste numa caixa metálica, cujas
superfícies laterais apresentam diferentes emissividades, conforme descrito na tabela 2.1. O
cubo de Leslie é aquecido no seu interior por uma lâmpada de 100 W, e tem integrado na sua
estrutura, um termístor, para medida da temperatura T de cada situação experimental.
Tabela 2.1 Emissividades das superfícies do cubo de Leslie (Pasco Scientific)
Superfície Emissividade

Negra 1,0000

Branca 0,9686

Baça 0,2023

Polida 0,0738

Parte Experimental
Material necessário
 Cubo de Leslie da Pasco
 Detetor de radiação térmica da Pasco
(Termopilha)
 Dois multímetros
 Placa de proteção do sensor
 Cabos de ligação
 Régua.

Figura 2.1 Montagem para o estudo da emissão de radiação do cubo de Leslie.

Procedimento Experimental
A execução do trabalho de laboratório exige preparação, elevada concentração e empenho
para a obtenção de bons resultados experimentais, e para evitar acidentes.

Salvo indicação contrária do docente, o procedimento experimental deverá ter a


seguinte sequência:

a Deverá encontrar a montagem conforme a figura 2.1. Coloque o detetor de radiação


térmica (termopilha) aproximadamente ao centro da superfície branca e a uma
distância L aproximada de 5 cm. Meça essa distância L e registe-a.
b Coloque entre a termopilha e o cubo de Leslie a placa de proteção, com a face prateada
voltada para o cubo de Leslie.

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c Ligue o multímetro conectado à termopilha no modo voltímetro, em DC, para medir a
diferença de potencial (ddp). Faça a leitura do valor inicial do ddp e registe-o na posição
1 da Tabela.

[Na utilização do multímetro deverá usar sempre a escala de melhor resolução]

d Ligue o multímetro conectado aos terminais do termístor no cubo de Leslie no modo


ohmímetro. Faça a leitura da resistência inicial e registe-a na posição 1 da Tabela. Deve
consultar o anexo B para converter a resistência em temperatura.
e Ligue o cubo de Leslie no botão “on/off” e, rode o botão de intensidade para o seu
máximo.

[Para sua proteção, não toque no cubo de Leslie e não olhe diretamente para a lâmpada no seu
interior]

f Quando a temperatura do cubo de Leslie, subir aproximadamente 10 ºC, desligue o


cubo.
g De forma célere, retire a placa de proteção e registe imediatamente os valores medidos
nos multímetros ligados ao termístor e à termopilha.
h Coloque a placa de proteção, e ligue novamente o cubo de Leslie.
i Volte a repetir os procedimentos de f) a h) até ter completado a tabela de registos.
j Terminou as medidas. Desligue os multímetros e os cabos. Deixe a bancada arrumada e
limpa.
k Faça agora o mini-relatório deste trabalho, apresentando sempre as equações
usadas no suporte à determinação das incertezas das grandezas
determinadas.

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TE2: Cubo de Leslie
Turno: Grupo: Data:

Nome: Nº

Nome: Nº

L = (________________  ____________) ___________


Tabela de Registo: Registe na linha II as incertezas correspondentes ao ponto 6 e na linha III as
unidades. Utilize a informação contida no Anexo B (do fim deste documento) para determinar as
temperaturas a partir das resistências.
I RCubo Vsensor T T4
II

III

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11

11 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
a Usando o papel milimétrico abaixo faça o gráfico da diferença de potencial medida na
4
termopilha, Vsensor, em função de T .

b Faça o ajuste dos pontos experimentais com uma recta (V = a + bT4). Calcule as incertezas
dos parâmetros a e b. Apresente explicitamente os valores dos parâmetros a e b. No
gráfico acima represente a recta obtida (não se esqueça de indicar os pontos de apoio).

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a
c Determine T viz=

4

b
e a sua incerteza. Apresente o valor de T viz

d (Exemplo de questões a ter em conta no teste prático do fim do semestre) O que se lhe
oferece dizer sobre o valor de T viz obtido?

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Trabalho 3: Máquina térmica
Neste trabalho é determinado experimentalmente o rendimento de uma máquina térmica. A
grandeza a determinar é a temperatura teórica do reservatório frio.

Introdução
Máquina térmica é todo o dispositivo que funcionando entre dois reservatórios a diferentes
temperaturas converte calor em trabalho. O rendimento da máquina térmica, , é definido
como sendo a razão entre o trabalho realizado (energia útil), W, e a energia térmica recebida
na forma de calor, Q q , recebido do reservatório a temperatura mais alta, Tq :

W
η= (3.1)
Qq

Atendendo à 2.ª Lei da Termodinâmica não é possível transformar todo o calor em trabalho, e
portanto é rejeitado uma quantidade de calor Qf para o reservatório à temperatura mais baixa,
Tf . Atendo à 1ª Lei da Termodinâmica W = Qq – Qf .

O limite superior para o rendimento de qualquer máquina térmica é o da máquina de Carnot. A


máquina de Carnot funciona com dois processos isotérmicos e dois processos adiabáticos e o
seu rendimento, com as temperaturas dos reservatórios definidas em Kelvin, é:

T q −T f
ηCarnot = (3.2)
Tq

O equipamento que será usado para simular o funcionamento de uma máquina térmica, dispõe
de um reservatório a temperatura baixa, mantido a temperatura aproximadamente constante
pelo contínuo fluxo de água, e um reservatório quente pela ação de uma resistência de
aquecimento. A temperatura do reservatório quente pode variar conforme a potência (Pq =
VaIa) aplicada à resistência de aquecimento. Na resistência a energia elétrica é transformada
em calor por efeito de Joule.

Entre os dois reservatórios existe um grupo de Peltier. O grupo Peltier é um conversor


termoelétrico, i.e. dispositivo semicondutor, que converte a diferença de temperatura entre as
suas extremidades num sinal elétrico (calor em energia elétrica – efeito de Seebeck, como
observados nos termopares). O sinal elétrico produzido no grupo de Peltier pode ser medido
com um multímetro, a operar como voltímetro, na resistência de carga, Rs (2, 3 ou 3,5 ).

Esta máquina térmica, dispõe de dois termístores que permitem, alternadamente, medir a
temperatura dos dois reservatórios.

O rendimento térmico desta máquina, é função da razão da potência elétrica (útil) produzida
no grupo de Peltier e a potência recebida na forma de calor do reservatório a temperatura mais
elevada, i.e.
2
W /t Pw V s /R s
η= = = (3.3)
Qq /t Pq V a I a

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Além disso, verifica-se a conservação do fluxo de energia por unidade de tempo, ou seja:

Pw = Pq – Pf (3.4)

Parte Experimental

Material necessário
 Equipamento para o estudo de uma máquina térmica da Pasco
 Fonte de alimentação até 12 V (DC) com regulação contínua e mostrador de tensão e de
corrente de saída.
 Recipiente com água e bomba de água
 Gelo.
 Dois multímetros.
 Cabos de ligação.

Figura 3.1 Esquema da montagem experimental para determinação do rendimento de uma máquina
térmica.

Procedimento Experimental
A execução do trabalho de laboratório exige preparação, elevada concentração e empenho
para a obtenção de bons resultados experimentais, e para evitar acidentes.

Salvo indicação contrária do docente, o procedimento experimental deverá ter a


seguinte sequência:

a Retire um copo com gelo do congelador e adicione o gelo ao recipiente ligado à bomba
de água. Se necessário, retire parte da água de dentro do recipiente, mas mantenha
sempre o tubo de entrada na bomba de água imerso.
b Encha o copo com água e volte a colocá-lo no congelador.
c Ligue a bomba de água.

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d Deverá encontrar a montagem experimental completamente montada conforme a
Figura 3.1, com a fonte de alimentação ligada à resistência de aquecimento do
reservatório quente da máquina térmica, com um multímetro preparado para medir a
diferença de potencial DC aos terminais da resistência Rs = 2Ω, e com outro multímetro
preparado para medir a temperatura de cada reservatório com um dos dois termístores
(portanto com esse outro multímetro a funcionar em modo ohmímetro). Os dois
termístores estão ligados às mesmas fichas de ligação, e para mudar de um para outro
é só pressionar o comutador, na direção do reservatório onde se quer medir a
temperatura.
e Na fonte de alimentação selecione uma diferença de potencial de aproximadamente 2
V. Registe o valor efetivamente selecionado de diferença de potencial Va e da corrente Ia
. Para medir a corrente rodar o comutador à direita na fonte, para corrente. Logo que
registe o valor de corrente, volte a colocar este comutador na posição para medir
diferença de potencial.
f Aguarde para se atingirem as condições de equilíbrio. Admita que se está em equilíbrio
quando a temperatura do reservatório quente variar menos de 0,5ºC por minuto.
g Atingidas as condições de equilíbrio proceda rapidamente à medida e registo dos
seguintes dados: resistência de ambos os termístores, Rq e Rf, e a diferença de potencial
Vs aos terminais da resistência Rs.
h Repetir o procedimento e, f e g para tensões aproximadamente de 4, 6, 8 e 10 V.
i Terminou as medidas. Desligue a fonte de alimentação, os multímetros e a bomba de
água. Deixe a bancada arrumada e limpa.
j Faça agora o mini-relatór-io deste trabalho, apresentando sempre as equações
usadas no suporte à determinação das incertezas das grandezas
determinadas.

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TE3 : Máquina térmica
Turno: Grupo: Data:

Nome: Nº

Nome: Nº

Rs = ( 2,0  0,1 ) Ω

Tabela de Registo: coluna 1 – ddp fornecida pela fonte de tensão; coluna 2 – corrente fornecida pela
fonte de tensão; coluna 3 – resistência do termístor do reservatório a temperatura mais alta; coluna 4 –
resistência do termístor do reservatório a temperatura mais baixa; coluna 5 – ddp de saída na resistência
de 2 . Registe na linha II as incertezas correspondentes ao ponto 3 e na linha III as unidades.

1 2 3 4 5
I Va Ia Rq Rf Vs

II

III

1
2
3
4
5

a Calcule e registe na tabela seguinte os termos indicados para cada condição experimental.
Tenha em conta que se obtêm as temperaturas, correspondentes às resistências medidas
no termístor, a partir do anexo B (no fim deste documento). Apresente na página seguinte a
temperatura do reservatório quente, o rendimento da máquina térmica  e o inverso da
temperatura do reservatório quente 1/Tq, correspondentes ao terceiro ponto experimental.
Registe na linha II as incertezas calculadas e na linha III as unidades. Registe nas linhas 1 a
5 os valores dos termos indicados como se todos tivessem a incerteza já inserida na linha
II.
I Tq  1/Tq

II

III

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Tq u(T q )

 u()

1/Tq u(1/Tq)

18 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
b Usando o papel milimétrico abaixo faça o gráfico de  em função de 1/Tq .

c Faça o ajuste dos pontos experimentais com uma recta (  = a + b/Tq). Calcule as
incertezas dos parâmetros a e b. Apresente explicitamente os valores dos parâmetros a e
b. No gráfico acima represente a recta obtida (não se esqueça de indicar os pontos de
apoio).

19 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
d Usando o parâmetro b e admitindo que a recta de regressão linear corresponde à equação
(3.2) determine a temperatura do reservatório frio, Tf. Determine a incerteza de Tf.
Apresente o valor de Tf.

Tf u(Tf)

e (Exemplo de questões a ter em conta no teste prático do fim do semestre) O que se lhe
oferece dizer sobre o valor obtido do parâmetro a?

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Trabalho 4: Calorimetria
Neste trabalho é determinada experimentalmente a capacidade térmica de um calorímetro.

Introdução
Na descrição macroscópica do calor absorvido num determinado sistema podem ser usados
dois conceitos: capacidade térmica de um corpo; calor específico de um material. Quando
temos um corpo constituído de diferentes materiais, só é possível entender a forma como o
calor interage com o conjunto de materiais que constituem o corpo usando o conceito de
capacidade térmica. A capacidade térmica de um corpo, C, é a razão entre o calor absorvido
neste, Q, e a sua variação de temperatura, T :
Q
C= (4.1)
∆T
tendo C, a unidade J por ºC [J/ºC]. Quando temos um corpo apenas constituído por uma única
substância ou por uma mistura de substâncias indissociáveis, usa-se o conceito de calor
específico. O calor específico, c, de um material é o calor que é necessário fornecer a uma
unidade de massa deste material, mm, para aumentar a sua temperatura 1ºC:
Q
c= (4.2)
mm ∆ T

A unidade de c é J por kg e por oC [J/(kgoC)].

Para determinação de capacidade térmica do calorímetro, C, coloca-se uma certa massa de


água, m, à temperatura ambiente, T0 , no seu interior e de seguida adiciona-se uma certa
massa de água quente, mq , a temperatura conhecida, Tq . Aguarda-se a situação de equilíbrio
entre os 3 corpos (calorímetro + água + água quente) e mede-se a temperatura de equilíbrio,
Te. Nesta situação a troca de calor entre sistemas é definida por:

Qc +Qa +Q q =0 →C ( T e −T 0 ) +mc ( T e −T 0 ) +mq c ( T e −T q )=0 (4.3)

Qc, Qa e Qq, representam respetivamente os calores trocados pelo calorímetro, água fria e água
quente; c é o calor específico da água. A equação 4.3 pode ser escrita como:

( Cc +m) (T −T )=m (T −T )
e 0 q q e (4.4)

Considerando ( T e −T 0 )=X , mq ( T q−T e )=Y , e C +m=k e e podemos escrever Y =kX , ou


seja, desde que se use sempre
c aproximadamente a mesma
quantidade de água fria, a equação (4.4) é uma recta de ordenada na origem nula e declive k.
Desta forma, a capacidade térmica do calorímetro pode ser determinada com base no declive
da recta e com base no calor específico da água que é 4,186J/(g oC): C=(k−m)c .

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Parte Experimental

Questões de segurança
Evite queimar-se com a água, com o púcaro ou com a placa de aquecimento (que poderão
estar bastante quentes mesmo antes de começar). O calorímetro não pode, em caso algum,
ser colocado em contacto com a placa de aquecimento. O procedimento experimental é
facilitado no caso das massas de água quente ou fria serem determinadas colocando o
calorímetro sobre o prato da balança electrónica, eliminando a tara da mesma, e despejando a
água com cuidado para dentro do calorímetro. Esta acção exige mão firme para evitar despejar
água sobre a balança, particularmente no primeiro despejo de água quente do púcaro.

Material necessário
 Calorímetro cinzento de marca Phywe
 Termómetro
 Balança eletrónica
 Púcaro metálico
 Recipiente para água fria
 Placa de aquecimento
 Água fria
 Pegas
 Papel de cozinha
 Base de madeira

Procedimento Experimental
A execução do trabalho de laboratório exige preparação, elevada concentração e empenho
para a obtenção de bons resultados experimentais, e para evitar acidentes.

Salvo indicação contrária do docente, o procedimento experimental deverá ter a


seguinte sequência:

a Encha o púcaro metálico com cerca de 850g de água da torneira e coloque a aquecer
na placa de aquecimento à potência máxima.
b Logo que água no púcaro metálico ultrapasse os 85oC, desligue a placa de aquecimento.
c Coloque aproximadamente 100g de água da torneira (fria) no calorímetro. Registe essa
massa de água como sendo m.
d Meça a temperatura da água no calorímetro, T0.
e Coloque o púcaro sobre a base de madeira.
f Meça a temperatura da água no púcaro, Tq.
g Coloque aproximadamente 250g de água do púcaro (quente) no calorímetro. Registe
essa massa de água como sendo mq.
h Retire o calorímetro do prato da balança, poise-o na bancada e tape-o.

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i Volte a colocar o púcaro sobre a placa de aquecimento mas não a ligue.
j Meça a temperatura de equilíbrio da água no calorímetro, Te.
k Despeje o calorímetro. Volte a enchê-lo até meio com água directamente da torneira.
Agite um pouco a água e volte a despejar.
l Repita o procedimento de (c) a (j) mais quatro vezes mas reduzindo em 50g de cada
vez a massa de água quente colocada no calorímetro, ou seja, colocando agora 200g,
depois 150g, depois 100g e finalmente 50g (estes valores não têm que ser exactos).
m Terminou as medidas. Desligue todos os equipamentos. Limpe e seque o calorímetro.
Deixe todos os componentes da montagem experimental como os encontrou no início, e
a bancada arrumada e limpa.
n Faça agora o mini-relatório deste trabalho, apresentando sempre as equações
usadas no suporte à determinação das incertezas das grandezas
determinadas.

23 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
TE4: Calorimetria
Turno: Grupo: Data:

Nome: Nº

Nome: Nº

Tabela de Registo: Linha II incertezas calculadas para o ponto 3; linha III unidades; linhas 1 a 5 valores
apresentados de acordo com a incerteza da linha II.
I m T0 Tq mq Te Tq-Te Te-T0 (Tq-Te)mq

II

III

1
2
3
4
5

a Apresente o valor da massa de água fria, como sendo o valor médio das cinco situações
experimentais, sem esquecer a incerteza como sendo o máximo desvio em relação à
média.

24 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
b Com os seus dados experimentais e usando o papel milimétrico abaixo faça o gráfico da
grandeza Y em função da grandeza X, tal como indicado na introdução, i.e Y = f (X).

c Faça o ajuste dos pontos experimentais com uma recta (Y = a + bX). Calcule as incertezas
dos parâmetros a e b. Apresente explicitamente os valores dos parâmetros a e b. No
gráfico acima represente a recta obtida (não se esqueça de indicar os pontos de apoio).

25 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
d Usando o parâmetro b, determine a capacidade térmica do calorímetro, C. Determine a
incerteza de C. Apresente o valor de C.

C u(C)

e (Exemplo de questões a ter em conta no teste prático do fim do semestre) Sabendo que a
informação do fabricante do calorímetro, conjuntamente com os ensaios já efectuados no
laboratório, indica que o valor verdadeiro de C se deverá encontrar entre 70 e 150 J/K, o
que se surge dizer sobre o resultado experimental obtido? O que acha sobre o valor do
parâmetro a?

26 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
Trabalho 5: Termopar industrial
Neste trabalho é usado um transdutor de temperatura do tipo termopar e é obtida a sua
sensibilidade termoelétrica.

Introdução
Um transdutor de temperatura é um dispositivo que converte a temperatura de um dado
sistema numa grandeza de outro tipo. O termopar é um tipo de transdutor constituído por dois
metais diferentes e cuja grandeza medida é uma diferença de potencial.

Figura 5.1 Representação da diferença de potencial de Seebeck em função da temperatura para


diferentes tipos de termopares. Consultar tabela de dados para cada termopar no NIST
http://srdata.nist.gov/its90/download/all.tab.

Se as duas junções de um termopar estiverem a temperaturas diferentes e existir um circuito


fechado a ligá-las é gerada, pela ação dessa diferença de temperatura, uma força eletromotriz,
também designada por diferença de potencial de Seebeck ou simplesmente por diferença de
potencial.

Geralmente, a diferença de potencial de Seebeck não varia linearmente com a temperatura


(ver figura 5.1).

S=dV /dT (5.1)

27 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
O coeficiente de Seebeck ou sensibilidade termoelétrica, representado por S na equação
acima, tem um valor característico para cada par de materiais constituintes das junções,
conforme indicado na tabela 5.1, e geralmente varia com a temperatura.

O termopar não é um transdutor de medida absoluta de temperatura, mas um sensor de


medida da diferença de temperatura das duas junções do termopar. A utilização de um
termopar para realizar medidas de temperatura exige colocar a junção de medida no sistema
termodinâmico de temperatura desconhecida, e a outra junção, dita de referência, a uma
temperatura constante (tipicamente em gelo a 0ºC).

Tabela 5.1 Informação geral de termopares: tipos; junções; coeficiente de Seebeck; etc.
S (V/ºC) Incerteza
Material + Material - Região Uso em
Tipo @ T (ºC) Classe 2
#1 #1 (ºC) ambiente
#2 #3

B Pt, 30%Rh Pt, 6%Rh 6 @ 600 600 a 0,25% Inerte


1700

E 90%Ni, 10%Cr 55%Cu, 59 @ 0 -40 a 900 0,75% Oxidante


45%Ni

J Fe 55%Cu, 50 @ 0 -40 a 750 0,75% Redutor


45%Ni

K 90%Ni, 10%Cr 95%Ni, 2%Al, 39 @ 0 -40 a 1200 0,75% Oxidante


2%Mn, 1%Si

R Pt, 13%Rh Pt 12 @ 600 0 a 1600 0,25% Inerte, não


metálico

S Pt, 10%Rh Pt 10 @ 600 -50 a 1768 0,25% Inerte, não


metálico

T Cu Cu, 45%Ni 39 @ 0 -40 a 350 0,75% Húmido


#1 Código de materiais: Al=Alumínio; Cu=Cobre; Cr=Crómio; Fe=Ferro; Mn=Manganês; Ni=Níquel;
Rh=Ródio; Re=Rénio; Si= Silício; Pt=Platina; W=Tungsténio
#2 Consultar tabela no NIST http://srdata.nist.gov/its90/download/all.tab (consultada @ 25/fev/2022)
#3 Classe de incerteza 2 definida pela norma IEC 60584:2013.

diferença de temperatura entre as duas junções do termopar ΔT em função da diferença de


Para obter a equação característica de um termopar há que representar num gráfico a

potencial V, e proceder ao ajuste dos pontos experimentais com um polinómio do tipo:

∆ T =a0 +a1 V +a2 V 2 +a3 V 3 +…+a n V n (5.2)

A caracterização do termopar consiste em determinar os coeficientes de a 0 a a n. Normalmente,


os coeficientes de um polinómio de grau 2 são suficientes para uma descrição da variação da
temperatura com a diferença de potencial gerada pelas duas junções do termopar (em série),

28 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
no entanto, iremos apenas considerar o declive e a ordenada na origem de uma recta, tal
como se a sensibilidade termoelétrica fosse independente da temperatura.

Dado que a utilização de um termopar em ambiente industrial é incompatível com a


manutenção de um reservatório a temperatura constante, actualmente, a junção de referência
fica embebida na electrónica do aparelho por forma a melhor compensar as perturbações
resultantes da sua temperatura.

Neste trabalho será usado um termopar sem compensação dos efeitos da temperatura da
junção de referência. Por esta razão, será determinada não a diferença de temperaturas das
junções mas apenas a temperatura da junção de medida.

Parte Experimental

Questões de segurança
Evite queimar-se com o óleo de silicone ou com a placa de aquecimento (que poderão estar
bastante quentes mesmo antes de começar).

Material necessário
 Termopar
 Termómetro
 Multímetro
 Cabos elétricos de ligação
 Placa de aquecimento
 Copo de vidro (gobelé)
 Óleo de silicone

TERMÓMETRO MULTÍMETRO
TERMOPAR

ÓLEO

PLACA DE AQUECIMENTO

Figura 5.2 Esquema genérico da montagem experimental para caracterização do termopar industrial.

29 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
Procedimento Experimental

a A montagem experimental deverá já se encontrar conforme a figura 5.2,


nomeadamente com os dois sensores de temperatura imersos, aproximadamente a
meia altura do óleo de silicone e sem tocarem nas paredes do copo. Não altere a
posição dos sensores até ao final.
b Ligue o multímetro no modo DC e na escala que lhe permite fazer a leitura da diferença
de potencial com o maior número de algarismos significativos, i.e. com a maior
resolução (durante a experiência poderá precisar de mudar de escala). Se o multímetro
indicar um valor negativo, desligue-o e, troque os cabos nas entradas. Ligue multímetro
e faça novamente a leitura de diferença de potencial.

[Terá que repetir a medida, a diferentes temperaturas, com a melhor resolução possível do
multímetro, o que implica mudança de escala durante a experiência. Os resultados da
experiência são influenciados pela qualidade da execução, e pela preparação.]

c Ligue a placa de aquecimento, ajustando o botão regulador para o valor máximo (6).
d Quando a temperatura do termómetro aumentar ~10ºC faça o registo da leitura deste e
do multímetro. Repita este ponto até se atingir a temperatura de 50ºC.
e Ajuste o botão regulador para o valor abaixo do máximo (5).
f Continue a efectuar registos do termómetro e do múltimetro de 10 em 10ºC até atingir
a temperatura de 120ºC.
g Desligue a placa de aquecimento.
h Continue a efectuar registos do termómetro e do múltimetro de 10 em 10ºC até a
temperatura deixar de subir (até cerca de 140ºC).
i Terminou as medidas. Desligue o multímetro. Deixe todos os componentes da
montagem experimental como os encontrou no início, e a bancada arrumada e limpa.
j Complete o mini-relatório deste trabalho, apresentando sempre as equações
usadas no suporte à determinação das incertezas das grandezas
determinadas.

30 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
TE5 : Termopar Industrial
Turno: Grupo: Data:

Nome: Nº

Nome: Nº

Tabela de registo de resultados experimentais. Na linha II registe a(s) resolução(ões) dos


instrumentos; na linha III registe as unidades (incluindo potências de dez).
I T (Termómetro) V (Termopar)

II

III

10

11

12

13

14

15

16

31 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
f Com os seus dados experimentais e usando o papel milimétrico abaixo faça o gráfico da
temperatura em função da diferença de potencial de Seebeck, i.e T = f (V ).

g Faça o ajuste dos pontos experimentais com uma recta (T = a + bV). Calcule as incertezas
dos parâmetros a e b. Apresente explicitamente os valores dos parâmetros a e b. No
gráfico acima represente a recta obtida (não se esqueça de indicar os pontos de apoio).

32 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
h Usando o parâmetro b, determine o coeficiente de Seebeck, S. Determine a incerteza de S.
Apresente o valor de S.

S u(S)

i (Exemplo de questões a ter em conta no teste prático do fim do semestre) Compare e


comente o seu resultado com o valor indicado na tabela 1.1 para o sensor usado. Discuta a
dificuldade operacional em distinguir os termopar de tipo K dos termopares de tipo T neste
trabalho experimental.

33 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
Trabalho 6: Termístor
Pretende-se obter a curva de calibração de transdutores de temperatura tipo termístor. A
grandeza a determinar é o coeficiente β .

Introdução
A temperatura pode medir-se apenas por métodos indirectos. Estes métodos baseiam-se
no facto de uma série de propriedades físicas de um corpo dependerem da temperatura,
como por exemplo, o comprimento, o volume, a densidade, a resistência eléctrica, etc.
Estas propriedades chamam-se: propriedades termométricas.

A medida directa de uma propriedade termométrica em função da temperatura permite-


nos medir, indirectamente, a temperatura. Por exemplo, a resistência eléctrica de um
corpo metálico aumenta com a temperatura. Se colocarmos um corpo metálico a
diferentes temperaturas, poderemos saber, através da medida da sua resistência, qual
das duas temperaturas é a mais elevada. Poderíamos assim definir uma escala própria de
temperatura que seria válida apenas para o termómetro constituído por aquele corpo e
que poderia servir para identificar, comparativamente, se uma determinada temperatura
seria superior ou inferior a uma dada referência. Para um termómetro constituído por um
corpo diferente, seria necessário estabelecer uma nova escala que se poderia, ou não,
fazer coincidir com a primeira.

Para uniformizar as escalas de medida de temperatura, a comunidade científica


estabeleceu um acordo universal que definiu uma substância termométrica particular e
uma escala de temperatura. O termómetro padrão assim criado, pôde então servir como
referência para quaisquer outras escalas de temperatura baseadas em diversas
propriedades termométricas. Ao fazer coincidir as diferentes escalas específicas de cada
propriedade termométrica com a do termómetro padrão, está-se a calibrar o termómetro
construído com base nessa propriedade. Para facilitar a calibração de instrumentos de
medida de temperatura, foi adoptada uma escala prática internacional de temperatura, e
que é baseada na temperatura de pontos fixos, alguns dos quais podem ser observados na
Tabela 6.1.

Tabela 6.1. Pontos Fixos na Escala Internacional de Temperatura (1)

34 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
A escala absoluta de temperatura, ou de Kelvin, foi introduzida pelo físico W. Thomson
(Lord Kelvin) e baseia-se no facto de que existe uma temperatura, denominada Zero
Absoluto, à qual um gás ideal tem uma pressão nula. Os valores de temperatura nesta
escala designam-se por kelvin, e representam-se por K.

Há ainda em uso outras escalas de temperatura que já existiam antes da escala absoluta,
como por exemplo a escala Celsius e a escala Fahrenheit. É, no entanto, fácil estabelecer
a relação de qualquer escala de temperatura com a escala absoluta de temperatura. Por
exemplo, o valor de um kelvin é equivalente a um grau Celsius, isto é, existe uma
diferença de cem kelvin entre as temperaturas do gelo fundente e do vapor de água, da
mesma forma, também existe uma diferença de cem graus Celsius entre as mesmas
temperaturas. A relação entre a escala absoluta e a escala Celsius é

T(K) = T(oC) + 273,15

Um transdutor de temperatura é um termómetro cuja propriedade termométrica a medir é


de natureza elétrica. Ou seja, um transdutor de temperatura mede uma alteração de
temperatura de um dado sistema que de acordo com a sua propriedade termométrica
(força electromotriz, resistência etc) é representado por uma grandeza elétrica
correspondente.

Termístores
Um termístor (resistência sensível à temperatura) é um dispositivo semicondutor que
apresenta uma rápida variação da sua resistência com a temperatura. A medição
cuidadosa da resistência serve de indicador de temperatura, com uma exatidão típica de
±0,1oC. Contudo, com alguns termístores, é possível determinar variações de temperatura
tão pequenas quanto cerca de 0,001oC.

Os termístores existem sob várias formas e a sua resistência pode variar entre 100Ω e 107
Ω. Existem termístores que podem suportar temperaturas da ordem de 350oC, mas muitos
dos que estão comercialmente disponíveis apresentam valores máximos de temperatura
menos elevados. O intervalo típico de funcionamento situa-se entre -10 oC e +120oC.
Muitas vezes são usados como termómetros clínicos (com leitura digital) e em diversas
aplicações biológicas.

35 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
Quando a temperatura aumenta a resistência do termístor pode diminuir ou aumentar.
Este facto deu origem a duas famílias de termístores: NTC - Negative temperature
coefficient ou PTC - Positive temperature coefficient.

As resistências NTC são constituídas à base de óxidos de metais como ferro, crómio,
níquel, cobalto, etc. encapsulados numa resina epóxi. Estes óxidos no estado puro
apresentam uma elevada resistividade, na ordem dos kiloOhm (kΩ) .

Os termístores NTC tem a vantagem de serem baratos e têm elevadíssima sensibilidade à


variação de temperatura; mas têm a desvantagem de uma caraterística de resposta
extremamente não linear. Para os termístores NTC a sua resistência em função da
temperatura pode ser aproximadamente determinada pela fórmula

1 1
R=R 0 exp β
(( −
T T0 ))
em que R é resistência em Ohm (Ω), T é a temperatura absoluta em kelvin (K), R0 é a
resistência do termístor à temperatura T0 e β é uma constante positiva característica de
cada tipo de termístor.

Calibrar o termístor significa determinar experimentalmente o valor β. Aplicando a função


logaritmo a ambos os membros da equação acima obtém-se:

ln
( RR )= Tβ − Tβ
0 0

Pelo que, construindo um gráfico do logaritmo da resistência em função do inverso da


temperatura facilmente se obtém o coeficiente β usando uma regressão linear.

Tabela 6.2. Especificações


dos termístores NTC usados
no laboratório. R25 é a
resistência do termístor a
25oC.

36 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
Parte Experimental

Questões de segurança
A placa de aquecimento deve ser desligada ao atingir a temperatura de 70 oC.

Material necessário
• um termístor a ser
calibrado

• um sensor de
temperatura para servir
de referência
(termómetro)

• um banho de glicerina

• um multímetro

• uma placa de
aquecimento

Figura 2. Esquema da montagem experimental.

Procedimento experimental
1. Deverá encontrar a montagem experimental conforme a figura 2, com o copo de
vidro, aproximadamente, sobre o centro da placa de aquecimento, com o termístor
a calibrar, aproximadamente, à mesma altura que o termómetro (sensor) de
referência, ambos sem tocarem nem nas paredes do copo nem no fundo.

2. Ligue o termístor a um multímetro na função de ohmímetro na escala adequada


para medições.

3. Registe a temperatura inicial indicada pelo sensor de referência (T0).

4. Registe a resistência no multímetro ligado ao termístor (R0). Utilize uma escala que
permita ler os valores com o maior número possível de casas decimais. Registe a
resolução do ohmímetro.

5. Ligue a placa de aquecimento dois níveis abaixo do máximo. Registe valores


simultâneos de temperatura e resistência para cerca de dez valores diferentes de
temperatura, desligando a placa aos 70oC.

6. Ao terminar as medidas desligue a placa de aquecimento e o multímetro. Deixe


todos os componentes da montagem experimental como os encontrou no início, e a
bancada arrumada e limpa.

37 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
TE6 : Termístor
Turno: Grupo: Data:

Nome: Nº

Nome: Nº

Tabela de registo de resultados experimentais. Na linha II registe a incerteza correspondente ao


ponto 6; na linha III registe as unidades (incluindo potências de dez).
I T R 1/T ln(R/R0)
(Termómetro) (Termístor)

II

III

0 X X

10

11

38 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
a Com os seus dados experimentais e usando o papel milimétrico abaixo faça o gráfico do
logaritmo do rácio de resistências em função do inverso da temperatura, ln(R/R0)=f(1/T).

b Faça o ajuste dos pontos experimentais com uma recta (ln(R/R0) = a + b/T). Calcule as
incertezas dos parâmetros a e b. Apresente explicitamente os valores dos parâmetros a e
b. No gráfico acima represente a recta obtida (não se esqueça de indicar os pontos de
apoio).

39 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
c Usando o parâmetro b, determine o coeficiente β. Determine a incerteza de β. Apresente o
valor de β.

β u(β)

d (Exemplo de questões a ter em conta no teste prático do fim do semestre) Compare e


comente o seu resultado com os valores indicados na tabela 6.2. Discuta a dificuldade
operacional em distinguir termístores de diferentes tipos neste trabalho experimental. O
parâmetro a fornece alguma informação adicional?

40 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
ANEXO A – Multímetro
No laboratório sempre que seja necessário fazer medidas de diferença de potencial (V ),
corrente (I ) ou resistência elétrica (R ) iremos usar um multímetro digital, selecionado
respetivamente no modo voltímetro, amperímetro ou ohmímetro. Esta selecção faz-se de
forma diversa conforme o modelo de multímetro. Porém, em todos os modelos para fazer
medidas de:

 resistência ou diferença de potencial um dos cabos é ligado à entrada COM (cabo


de cor preta) e o outro à entrada V  (cabo de cor vermelha)
 corrente um dos cabos é ligado à entrada COM e o outro à entrada A [quando
existirem duas entradas A - como no multímetro abaixo - escolher sempre a de valor
mais elevado (10 A); e depois se a corrente for abaixo do limite indicado na outra
entrada (200 mA), desligar o circuito e mudar a entrada]

Representação esquemática do multímetro WaveteK DM15XL existente no


laboratório

A selecção da grandeza a medir faz-se primeiro pela forma como são ligados os cabos e depois
por rotação do comutador de função e de escala (no centro do multímetro). As funções e
escalas para este multímetro digital, conforme a ilustração acima são (os valores numéricos
são os de leitura máxima em cada escala):

 DC (Diferença de potencial contínua) V⎓: 200 mV, 2 V, 20 V, 200 V, 1000 V.


 AC (Diferença de potencial alternada) V∼: 200 mV, 2 V, 20 V, 200 V, 750 V.
 DC (Corrente contínua) A ⎓: 200 µA, 2 mA, 20 mA, 200 mA, 10 A*.
 AC (Corrente alternada) A∼: 200 µA, 2 mA, 20 mA, 200 mA, 10 A*.
 Resistência : 200 , 2000 k, 20 k, 200 k, 2000 k,

41 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
* A escala de 10 A tem uma ligação independente.

Sempre que os cabos não estiverem ligados conforme a polaridade do circuito aparece um
sinal menos –, à esquerda do valor numérico exibido no mostrador do multímetro. Para
corrigir, desligue e troque os cabos na entrada do multímetro.

Como ligar o multímetro num circuito eléctrico para fazer medidas

Quando usamos o multímetro como voltímetro, para medir por


exemplo a diferença de potencial numa resistência de um circuito
eléctrico, devemos montar o voltímetro (V ) em paralelo, como no
R diagrama ao lado.

Para fazer a medida de corrente, os cabos do multímetro no modo


amperímetro (A ) devem ser ligados ao circuito como na
montagem ao lado, ou seja, o amperímetro é montado em série.

Se se pretender fazer a leitura do valor de resistência, deverá primeiro retirar-se a resistência


do circuito, para não ter nessa medida a interferência da resistência interna dos outros
elementos do circuito. A leitura do ohmímetro é obtida fazendo a ligação dos cabos aos
terminais da resistência.

Em qualquer uma destas medidas (corrente, diferença de potencial ou resistência) o operador,


para protecção do instrumento, deve ter o cuidado de iniciar as medidas na escala de maior
alcance para de seguida comutar para a escala que nos permita ter o maior número de
algarismos significativos. Se no multímetro acima, quisermos medir uma diferença de potencial
contínua, inicialmente de valor desconhecido (por exemplo de 188,5 mV), deveria começar-se
pela escala de 1000 V. Nesta escala, o visor do multímetro apresentaria o valor de “0”, o que
significava que a escala escolhida é muito grande. Mudando, sucessivamente de escala por
rotação do comutador, até à escala de 200 mV, ler-se-ia finalmente o valor de 188,5 mV.

Nesta unidade curricular, vamos considerar como incerteza de leitura do multímetro, a operar
no modo de interesse para cada leitura, como a menor variação observável na escala com
maior número de algarismos significativos. No exemplo anterior, na medida 188,5 mV a
incerteza é de  0,1 mV. Um operador descuidado, poderá seleccionar, erroneamente, como
escala final a de 2 V. Nesse caso, iria ler 0,019, e indicar a incerteza de  1 mV, o que
obviamente é um erro.

Idealmente, o amperímetro deveria ter uma resistência interna nula e o voltímetro deveria ter
uma resistência interna infinita. Porém, os multímetros têm valores de resistência interna que
não são os ideais. Estes valores de resistência interna podem ser medidos em cada escala,
usando outro multímetro como ohmímetro. Este desvio da idealidade dos multímetros, dá
origem a um erro de medida do tipo sistemático.

Quando a pilha do multímetro está descarregada, aparece no visor do multímetro uma


indicação (na ilustração do multímetro acima essa indicação surge no visor à esquerda dos
números). Nesta situação deve proceder-se à substituição da pilha.

42 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
Funcionamento

O funcionamento do multímetro baseia-se na medida da corrente em associação com


resistências elétricas. No multímetro digital a medida da corrente é feita através de um circuito
integrado, e cada intervalo da escala de cada um dos modos de operação é apenas
dependente do valor das resistências associadas (em série ou em paralelo).

Modo amperímetro

O circuito integrado responsável por medir a corrente tem uma certa resistência elétrica
interna, e para não sofrer alteração de funcionamento está limitado a uma corrente máxima de
operação. Como forma de não ultrapassar essa corrente máxima, para os diversos intervalos
de operação do amperímetro são selecionados através do comutador do multímetro,
associações de resistências internas ao aparelho montadas em paralelo (amperímetro ideal –
resistência nula) com o circuito integrado, que desviam corrente deste. No caso do multímetro
apresentado as correntes máximas que são possíveis medir em cada posição do comutador
(tanto em AC como DC) são 200µA, 2mA, 20mA, 200mA.

Modo voltímetro

Na utilização do multímetro como voltímetro, a diferença de potencial apresentado no


mostrador é igual ao produto da resistência interna do circuito integrado pela corrente que o
atravessa. Geralmente, a resistência interna do circuito integrado é muito baixa para a
utilização como voltímetro (voltímetro ideal – resistência infinita) e por isso há que associar um
conjunto de resistências em série, diferente conforme o alcance de cada intervalo. No caso do
voltímetro apresentado a funcionar em modo DC, os valores máximos que são possíveis ler
para as sucessivas posições do comutador são: 200mV, 2V, 20V, 200V, 1000V.

Modo ohmímetro

A utilização direta da lei de Ohm, V=RxI, permite medir a resistência do dispositivo. Usando a
pilha do multímetro como fonte de tensão para alimentar uma associação de resistências
conhecidas em série com a resistência desconhecida e medindo com o circuito integrado a
corrente que a atravessa, o ohmímetro opera para exibir o valor da resistência do elemento
pretendido. Tal como no amperímetro e no voltímetro, as várias escalas do ohmímetro são
selecionadas rodando o comutador entre as várias associações de resistências disponíveis no
aparelho. No caso do aparelho exibido acima, por rotação do comutador faz-se a variação da
resistência interna do aparelho, e pode medir-se os seguintes valores máximo de resistência
para as sucessivas posições: 200 , 2000 k, 20 k, 200 k, 2000 k.

43 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
AC/DC

No modo de corrente contínua ou DC (Direct Current)


o valor da corrente ou diferença de potencial não se
altera no tempo e o visor do multímetro apresenta
esse valor.

No modo de corrente alternada ou AC (Alternating


Current) o valor de corrente ou diferença de potencial
oscila periodicamente no tempo. Por exemplo, a
diferença de potencial (ddp) da rede elétrica em Portugal tem uma frequência de 50 Hz, com
um período de 20 ms. A ddp nas tomadas do laboratório descreve 50 ciclos num segundo e o
sinal muda de sentido 100 vezes por segundo.

Que valor é medido no modo AC?


No modo AC a leitura do multímetro pode apresentar alguma oscilação inicial. Por definição o
valor exibido no multímetro no modo AC é o valor médio quadrático da gradeza alternada ou
(RMS – Root Mean Square), ou valor eficaz da grandeza alternada, que pode ser determinado
pela seguinte expressão:
T

V RMS=
1
√∫
T 0
[
2
V ( t ) ] dt

O valor médio quadrático de uma grandeza alternada é numericamente igual ao valor da


grandeza contínua, que para uma dada resistência produz num certo tempo, o mesmo efeito
de Joule (calorífico) que a grandeza alternada considerada.

No caso de grandezas alternadas sinusoidais, o valor médio quadrático é independente da


frequência e relaciona-se com o valor máximo do sinal (Imax e Vmax) do seguinte modo:
I max
I RMS= ≈ 0,7 × I max U max
√2 V RMS = ≈ 0,7× U max
√2

Como é feita a medida de grandezas alternadas?


Os multímetros digitais dão uma indicação proporcional ao valor médio da corrente que os
atravessa. Se o sinal alternado aplicado for sinusoidal, então o valor médio da grandeza seria
nulo, independentemente da sua intensidade. A solução tecnológica para esta situação
ambígua foi fazer a retificação do sinal (usando um conjunto de díodos), ficando então o sinal a
oscilar entre o valor zero e o seu valor máximo positivo (nunca tomando valores negativos).

Valor médio quadrático (RMS)


Valor médio

Retificação de onda completa

44 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
As grandezas AC apresentadas no visor do multímetro são os valores médios quadráticos das
grandezas alternadas, obtidos a partir dos valores médios dessas grandezas alternadas
afetado de um factor numérico, implementado no circuito integrado do multímetro digital.

Se a forma da onda alternada for diferente de uma onda sinusoidal o valor apresentado nos
multímetros comuns não corresponde ao valor médio quadrático. Para fazer leituras correctas
de sinais de variação periódica do tipo triangular, rectangular ou outro não sinusoidal há
necessidade de usar um multímetro especial, e mais dispendioso, designado por multímetro de
verdadeiro valor eficaz. Essas situações não acontecem no âmbito desta unidade curricular.

45 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
ANEXO B – Termístor NTC da Pasco Scientific
Anexo B.1 Tabela de conversão do termístor da Pasco Scientific
R T R T R T R T R T
 ºC  ºC  ºC  ºC  ºC
207850 10 60743 36 20919 62 8240,6 88 3619,8 114
197560 11 58138 37 20136 63 7969,1 89 3513,6 115
187840 12 55658 38 19386 64 7707,7 90 3411,0 116
178650 13 53297 39 18668 65 7456,2 91 3311,8 117
169950 14 51048 40 17980 66 7214,0 92 3215,8 118
161730 15 48905 41 17321 67 6980,6 93 3123,0 119
153950 16 46863 42 16689 68 6755,9 94 3033,3 120
146580 17 44917 43 16083 69 6539,4 95 2946,5 121
139610 18 43062 44 15502 70 6330,8 96 2862,5 122
133000 19 41292 45 14945 71 6129,8 97 2781,3 123
126740 20 39605 46 14410 72 5936,1 98 2702,7 124
120810 21 37995 47 13897 73 5749,3 99 2626,6 125
115190 22 36458 48 13405 74 5569,3 100 2553,0 126
109850 23 34991 49 12932 75 5395,6 101 2481,7 127
104800 24 33591 50 12479 76 5228,1 102 2412,6 128
100000 25 32253 51 12043 77 5066,6 103 2345,8 129
95447 26 30976 52 11625 78 4910,7 104 2281,0 130
91126 27 29756 53 11223 79 4760,3 105 2218,3 131
87022 28 28590 54 10837 80 4615,1 106 2157,6 132
83124 29 27475 55 10467 81 4475,0 107 2098,7 133
79422 30 26409 56 10110 82 4339,7 108 2041,7 134
75903 31 25390 57 9767,2 83 4209,1 109 1986,4 135
72560 32 24415 58 9437,7 84 4082,9 110 1932,8 136
69380 33 23483 59 9120,8 85 3961,1 111 1880,9 137
66356 34 22590 60 8816,0 86 3843,4 112 1830,5 138
63480 35 21736 61 8522,7 87 3729,7 113 1781,7 139
R T
( k ) ( ºC )

461 -5
436 -4
413 -3
391 -2
370 -1
351,020 0
332,640 1
315,320 2
298,990 3
283,600 4
269,080 5
255,380 6
242,460 7
230,260 8
218,730 9

Para estimar a temperatura de uma medida de resistência intermédia dos valores acima tabelados terá
que proceder da seguinte forma: 1º procurar na tabela o intervalo que contenha o valor medido; 2º fazer
a interpolação linear entre os valores da tabela conforme um dos exemplos seguintes.

R = 74,7 kΩ, situa-se no intervalo de temperatura entre 31ºC e 32ºC:

46 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022
75,903−74,7
T =31+ ( 32−31 )=31,36 ºC.
75,903−72,560
R =100,52 kΩ, situa-se no intervalo de temperatura entre 24ºC e 25ºC:

104,800−100,52
T =24+ ( 25−24 ) =24,89 ºC.
104,800−100,00
R = 118,7 kΩ, situa-se no intervalo de temperatura entre 21ºC e 22ºC:
120−118,7
T =21+ (22−21 )=21,26 ºC.
120−115

Considere a incerteza da temperatura u(T i )=(T 1−T 2)δ Ri /( R2−R1 ); onde δRi é a resolução do

multímetro nas medidas, R1 e R2 são valores do anexo B.1 (T 1−T 2=1ºC), respetivamente acima e abaixo de
Ri .

É muito mais prático


simplesmente usar a fórmula ao
lado para determinar a
temperatura com uma incerteza
absoluta de 0,06oC a partir de
um valor de resistência com
quatro algarismos significativos.

47 v4_Protocolos_F2_2sem2021-2022

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