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Planos de aula / História / 8º ano / O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em crise

Trabalho infantil na Revolução Industrial


Por: Gabriel Amato Bruno De Lima / 04 de Abril de 2019

Código: HIS8_03UND01

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola

Professor: Gabriel Lima

Mentor: Bianca Silva

Especialista: Sherol dos Santos

Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso

Ano: 8º ano do Ensino Fundamental

Unidade temática: O mundo contemporâneo : o Antigo Regime em crise.

Objeto(s) de conhecimento: Revolução Industrial e seus impactos na produção e na circulação de povos, produtos e culturas.

Habilidade(s) da BNCC: (EF08HI03) Analisar os impactos da Revolução Industrial na produção e na circulação de povos, produtos e culturas.

Palavras-chave: História do trabalho ; trabalho infantil , Inglaterra, Revolução Industrial.

Materiais complementares

Documento
Cartaz: Dia contra o trabalho infantil
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/xXmtGm6ZFmggKgnckZxtmnrydRUShXR3gVmqZuwUCfbjTgkbKx4na4EscFh7/his8-03und01--
cartaz-dia-contra-o-trabalho-infantil.pdf

Documento
Trabalho infantil no Brasil
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/ZuMdG9BRjVbzjmRccuQDymAeJ6zBqEErQFXZrFUzVGyqtYsdvtPgSTvHuQrS/his8-03und01--
trabalho-infantil-no-brasil.pdf

Documento
A vida e as aventuras de Michael Armstrong, o menino da fábrica
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/YmwkvVf2VbDkfqeWpN6EaFEXxAbGXngdFVHA32STw7r9KgCXACwjekWBFqhM/his8-
03und01--a-vida-e-as-aventuras-de-michael-armstrong-o-menino-da-fabrica.pdf

Documento
Trecho de A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, por Friedrich Engels (1845)
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/xPWekv5eXtC9CmHuwqnHEA32UUZbqtsDu7tnNupQQqemPsYEFFcaPpFQVUeC/his8-03und01-
-trecho-de-a-situacao-da-classe-trabalhadora-na-inglaterra-por-friedrich-engels-1845.pdf

Documento
Trecho de Oliver Twist, por Charles Dickens
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/hX6An5w68qg6JMCMJmEux2rJ9sCyYzFbj7zG4V8sXQBdXaKhNS987j3m5JHx/his8-03und01--
trecho-de-oliver-twist-por-charles-dickens.pdf

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Plano de aula

Trabalho infantil na Revolução Industrial

Slide 1 Sobre este plano


Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade
EF08HI03, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será
contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários:
– Cópias impressas das imagens e textos ou data show para projeção destas fontes.
– Dicionários (caso disponíveis/necessários).
– Folhas para elaboração do cartaz (A4 ou A3 ou cartolina).
– Lápis de cor, canetinha, cola, durex, revistas que possam ser recortadas (ou impressão de imagens para colagem).
Material complementar :
Cartaz do Dia contra o trabalho infantil (2010):
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/xXmtGm6ZFmggKgnckZxtmnrydRUShXR3gVmqZuwUCfbjTgkbKx4na4EscFh7/his8-03und01--
cartaz-dia-contra-o-trabalho-infantil.pdf
Print da reportagem “No Brasil, o trabalho infantil atinge 2,7 milhões de crianças e adolescentes” (2017):
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/ZuMdG9BRjVbzjmRccuQDymAeJ6zBqEErQFXZrFUzVGyqtYsdvtPgSTvHuQrS/his8-03und01--
trabalho-infantil-no-brasil.pdf
“A vida e as aventuras de Michael Armstrong, o menino da fábrica” (1876):
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/YmwkvVf2VbDkfqeWpN6EaFEXxAbGXngdFVHA32STw7r9KgCXACwjekWBFqhM/his8-
03und01--a-vida-e-as-aventuras-de-michael-armstrong-o-menino-da-fabrica.pdf
Trecho de A situação da classe trabalhadora na Inglaterra (1845), por Friedrich Engels:
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/xPWekv5eXtC9CmHuwqnHEA32UUZbqtsDu7tnNupQQqemPsYEFFcaPpFQVUeC/his8-03und01-
-trecho-de-a-situacao-da-classe-trabalhadora-na-inglaterra-por-friedrich-engels-1845.pdf
Trecho de Oliver Twist (1837), por Charles Dickens:
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/hX6An5w68qg6JMCMJmEux2rJ9sCyYzFbj7zG4V8sXQBdXaKhNS987j3m5JHx/his8-03und01--
trecho-de-oliver-twist-por-charles-dickens.pdf
Para você saber mais:
COSTA, Ângelo Fabiano Farias da. Uma infância roubada pelo trabalho. Correio Braziliense, 12/8/2018. Disponível em:
<http://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/uma-infancia-roubada-pelo-trabalho/>. Acesso em: 24 de jan. de 2019.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Combatendo o trabalho infantil: guia para educadores. Brasília: OIT, 2001. Disponível em:
>https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-brasilia/documents/publication/wcms_233633.pdf>. Acesso em: 24
de jan. de 2019.
REDE PETECA. Mapa do trabalho infantil. Disponível em: < https://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/mapa-do-trabalho-infantil/>. Acesso em:
24 de jan. de 2019.
EDITORA FTD. O trabalho infantil na Revolução Industrial. 2018. 2m57s. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=SMgaQOK68LI>.
Acesso em: 24 de jan. de 2019.
KUHLMANN, Moysés. Resenha de “Uma história da infância: da Idade Média à época contemporânea no Ocidente”, por Colin Heywood. Cadernos
de Pesquisa, v. 35, n. 125, maio/ago. 2005, p. 239-242. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n125/a1435125.pdf>. Acesso em: 24 de jan. de
2019.
SANTOS JUNIOR, José Pacheco dos; MATIAS, Kamilla Dantas; e PEREIRA, Rita de Cássia Mendes. O trabalho infantil nos Estados Unidos pelas lentes
de Lewis Hine. Discursos fotográficos, Londrina, v.9, n.14, jan./jun. 2013, p.123-140. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5433/1984-
7939.2013v9n14p123>. Acesso em: 26 de jan. de 2019.
EDITORA MELHORAMENTOS. Projeto pedagógico: Oliver Twist. Disponível em: < http://editoramelhoramentos.com.br/v2/wp-
content/uploads/2012/07/OLIVER-TWIST.pdf>. Acesso em: 24 de jan. de 2019.
THE SCHOOL OF LIFE. Literature – Charles Dickens. 2016. 10m38s. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=N9dB9BZWDBU>. Acesso
em: 24 de jan. de 2019. Vídeo em inglês, mas é possível habilitar legendas em português no próprio YouTube.
LOMBARDI, José Claudinei. Trabalho e educação infantil em Marx e Engels. Revista HISTEDBR Online, Campinas, n. 39, set. 2010, p. 136-152.
Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/39/art08_39.pdf>. Acesso em: 24 de jan. de 2019.

Slide 2 Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações: Apresente o objetivo aos alunos, escrevendo-o no quadro ou lendo-o para a turma. Se estiver fazendo uso de projetor, apresente este
slide e faça uma leitura coletiva. Lembre-se de não antecipar as reflexões da aula neste momento, pois a intenção é que os estudantes construam o
raciocínio apenas com a sua mediação.

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Trabalho infantil na Revolução Industrial

Slide 3 Contexto
Tempo sugerido : 10 minutos.
Orientações: Imprima e cole no quadro ou, caso esteja usando um data show, projete o cartaz da campanha de combate ao trabalho infantil de 2010,
disponível no link: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/xXmtGm6ZFmggKgnckZxtmnrydRUShXR3gVmqZuwUCfbjTgkbKx4na4EscFh7/his8-03und01--cartaz-dia-contra-
o-trabalho-infantil.pdf
Inicialmente, peça a um dos estudantes que leia o cartaz identificando o tema da campanha e os elementos imagéticos da fonte (catavento, martelo,
lápis). Depois, questione a turma:
Por que ainda há trabalho infantil? Por que este tipo de prática é condenada? Qual a relação entre trabalho infantil (representado, no cartaz, pelo
martelo) e a educação (representada pelo lápis)? Por que trabalho e educação são vistos como opostos no cartaz? Por que algumas crianças
trabalham em nosso tempo presente? (O objetivo, neste momento, é que os estudantes percebam que o trabalho infantil pode ser uma realidade
distante para algumas crianças, mas que ele ainda é presente por uma série de razões, seja por necessidade econômica ou costumes culturais
arraigados, por exemplo.)
Você pode, também, chamar a atenção para a data presente no cartaz (12 de junho), instituída como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil
pela Lei nº 11.542/2007. A intenção é que os estudantes identifiquem que, no presente, há uma associação da infância como o tempo da educação
escolar, não como o período do trabalho, mas que, ainda assim, o trabalho infantil é uma realidade na vida de milhares de crianças. Para isso,
pergunte:
Por que uma campanha contra o trabalho infantil é necessária em nosso contexto? (O raciocínio esperado é que, se há necessidade de uma campanha
contra esta prática, é porque ela ainda existe.)
Como adequar à sua realidade: É possível usar o “Mapa do trabalho infantil”, elaborado pela Rede Peteca – Chega de trabalho em infantil com base
em dados estatísticos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Ele está disponível no link: https://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/mapa-do-trabalho-infantil/ Trata-se de um mapa interativo, em
que é possível escolher um dos estados brasileiros e acessar o perfil do trabalho infantil na região, com o número de ocupados entre 5 e 17 anos e os
setores da economia em que este tipo de exploração foi identificado. Com um enfoque no estado ou região dos estudantes, esta estratégia pode
aproximar a temática da exploração do trabalho infantil da realidade imediata dos alunos.
Para você saber mais :
COSTA, Ângelo Fabiano Farias da. Uma infância roubada pelo trabalho. Correio Braziliense, 12/8/2018. Disponível em:
<http://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/uma-infancia-roubada-pelo-trabalho/>. Acesso em: 24 de jan. de 2019.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Combatendo o trabalho infantil: guia para educadores. Brasília: OIT, 2001. Disponível em:
>https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-brasilia/documents/publication/wcms_233633.pdf>. Acesso em: 24
de jan. de 2019.

Slide 4 Contexto
Orientações: Neste segundo momento, apresente aos estudantes o print da reportagem sobre trabalho infantil no Brasil hoje: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/ZuMdG9BRjVbzjmRccuQDymAeJ6zBqEErQFXZrFUzVGyqtYsdvtPgSTvHuQrS/his8-03und01--trabalho-infantil-no-
brasil.pdf
Peça a um aluno que leia a manchete e identifique os principais dados sobre ela, perguntando:
Quando ela foi publicada? Em qual revista?
Qual seria a idade da pessoa fotografada na imagem que ilustra a reportagem? Qual trabalho ela está fazendo?
A intenção é que os estudantes identifiquem a existência do problema da exploração do trabalho infantil no presente, estabelecendo uma relação
com a necessidade de uma campanha contra esta prática. A reportagem foi publicada em 2010, na revista Carta Capital, e apresenta como imagem
ilustrativa uma criança (em torno de 10 anos) trabalhando no conserto de um carro.
Depois, medeie a reflexão sobre a fonte. Para isso, pergunte:
Por que algumas crianças precisam trabalhar?
Qual o impacto negativo que este trabalho pode trazer para elas?
Neste contexto, qual a importância de campanhas como a que vocês acabaram de conhecer e de reportagens como esta?
Espera-se que os estudantes consigam relacionar as desigualdades de renda entre as famílias, o que impõe a necessidade do trabalho a algumas
crianças, ainda que esta prática tenha um impacto negativo ao que consideramos, no tempo presente, como característicos da infância (educação,
lazer etc.). Além disso, o objetivo é levar os estudantes a refletir sobre a necessidade de trazer a público e denunciar a existência do problema,
inclusive para combatê-lo.

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Trabalho infantil na Revolução Industrial

Slide 5 Problematização

Tempo sugerido : 23 minutos.


Orientações: Imprima e cole no quadro, ou, caso esteja usando data show, projete a ilustração sobre o trabalho infantil na Inglaterra do século XIX,
disponível no link: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/YmwkvVf2VbDkfqeWpN6EaFEXxAbGXngdFVHA32STw7r9KgCXACwjekWBFqhM/his8-03und01--a-vida-e-as-
aventuras-de-michael-armstrong-o-menino-da-fabrica.pdf
Questione os estudantes:
Esta ilustração é coerente ou não com o cartaz da campanha e a reportagem que vocês acabaram de analisar? Por quê?
A intenção é que eles identifiquem a existência de trabalho infantil no passado, mais especificamente durante a Revolução Industrial do século XIX,
em contraste com os esforços de proibição legal deste tipo de prática no presente. Por outro lado, a intenção é que eles também percebem o traço de
continuidade entre passado e presente no que diz respeito ao trabalho infantil.
Logo em seguida, continue mediando a leitura da fonte com perguntas como:
Quais personagens estão representados na imagem? Qual a idade destes personagens? Onde eles estão e o que eles estão fazendo?
Quais elementos da imagem indicam que este é um ambiente de trabalho industrial? O que se produzia com a máquina de tear representada na
imagem?
Considerando o contexto da Revolução Industrial, por que as crianças eram membros de famílias que necessitavam trabalhar?
O objetivo é chamar a atenção dos estudantes para a dimensão histórica do problema do trabalho infantil, levando-os a questionar sobre as relações
entre passado e presente pela aproximação: crianças no ambiente da fábrica, trabalhando. Neste sentido, espera-se que eles identifiquem que
crianças na faixa etária de 8-10 anos, no primeiro plano da imagem, e adultos são representados num ambiente da indústria têxtil, onde se produzia
tecidos com a máquina de tear. No contexto da Inglaterra do século XIX, a nova lógica econômica do capitalismo industrial nascente, caracterizada
pela busca do lucro e pela exploração do trabalho, impunha a necessidade do trabalho para as crianças vindas de famílias mais pobres.
Para você saber mais :
EDITORA FTD. O trabalho infantil na Revolução Industrial. 2018. 2m57s. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=SMgaQOK68LI>.
Acesso em: 24 de jan. de 2019.
KUHLMANN, Moysés. Resenha de “Uma história da infância: da Idade Média à época contemporânea no Ocidente”, por Colin Heywood. Cadernos
de Pesquisa, v. 35, n. 125, maio/ago. 2005, p. 239-242. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n125/a1435125.pdf>. Acesso em: 24 de jan. de
2019.

Slide 6 Problematização

Orientações: Distribua cópias para os estudantes, caso seja possível imprimir, ou projete, caso esteja usando data show, os dois trechos de fontes
sobre o cotidiano da classe operária inglesa durante a Revolução Industrial, disponíveis nos links: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/xPWekv5eXtC9CmHuwqnHEA32UUZbqtsDu7tnNupQQqemPsYEFFcaPpFQVUeC/his8-03und01--trecho-de-a-
situacao-da-classe-trabalhadora-na-inglaterra-por-friedrich-engels-1845.pdf e https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/hX6An5w68qg6JMCMJmEux2rJ9sCyYzFbj7zG4V8sXQBdXaKhNS987j3m5JHx/his8-03und01--trecho-de-oliver-
twist-por-charles-dickens.pdf
Peça a um estudante que identifique as informações básicas sobre a primeira fonte, o trecho de A situação da classe trabalhadora na Inglaterra , de
F. Engels, com perguntas como:
Quem é o autor? Qual é o título do livro? Quando ele foi publicado?
Caso julgue necessário, peça a este estudante que leia o verbete sobre Engels disponível no mesmo link para ajudar na identificação destas
informações. Espera-se que os alunos identifiquem que o livro foi escrito por Engels no século XIX (contexto da Revolução Industrial).
Depois, peça a outro estudante que leia o trecho. Medeie a leitura, com perguntas como:
Como o autor descreve as condições de trabalho das crianças na indústria?
Quanto tempo uma criança trabalhava na Inglaterra do período?
Qual tipo de trabalho estas crianças faziam, segundo o autor?
Engels concorda com o trabalho infantil? Por quê?
Quais eram os efeitos para a saúde das crianças trabalhadoras desta situação, segundo o autor?
Por que os filhos de famílias operárias precisavam trabalhar no século XIX?
Espera-se que os alunos identifiquem a postura contrária de Engels ao trabalho infantil bem como o caráter de denúncia social de seu texto. Além
disso, espera-se que eles sejam capazes de compreender que, segundo Engels, as crianças trabalhavam em péssimas condições (o ambiente fabril era
“insalubre”, segundo o autor) e em longas jornadas (entre 8 e 6 horas e meia). Esta situação piorava a já ruim condição de vida dos filhos de
operários, levando a problemas de saúde e à alta taxa de mortalidade.
Também podem ser feitos questionamentos como:
Trabalhando tanto tempo como apontado pela fonte, sobraria tempo para que estas crianças fizessem outras atividades que hoje consideramos parte
da infância, como o lazer e a educação?
Será que este impacto do trabalho também está presente nas crianças que trabalham hoje?
Espera-se que os estudantes consigam perceber os impedimentos para o lazer e a educação que jornadas de trabalho trazem para as crianças,
comparando a existência desta preocupação no presente com sua inexistência no passado. Neste momento, talvez seja interessante informar aos
estudantes que, ao contrário do que acontece no tempo presente (e que, ainda assim, nem sempre é respeitado), a educação não era vista como um
direito das crianças na Inglaterra do século XIX. As necessidades econômicas básicas, ligadas ao próprio sustento das famílias mais pobres
(alimentação, moradia etc.), impunham o trabalho para as crianças.
Para você saber mais :
LOMBARDI, José Claudinei. Trabalho e educação infantil em Marx e Engels. Revista HISTEDBR Online, Campinas, n. 39, set. 2010, p. 136-152.
Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/39/art08_39.pdf>. Acesso em: 24 de jan. de 2019.

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Plano de aula

Trabalho infantil na Revolução Industrial

Slide 7 Problematização
Orientações: Depois, peça a outro estudante que identifique as informações básicas sobre a segunda fonte, o trecho de Oliver Twist , de C. Dickens,
com perguntas como:
– Quem é o autor?
– Qual é o título do livro?
– Quando ele foi publicado?
Caso julgue necessário, peça a este estudante que leia o verbete sobre Dickens disponível no mesmo link para ajudar na identificação destas
informações. Espera-se que os alunos identifiquem que o livro foi escrito por Dickens no século XIX (contexto da Revolução Industrial).
Num segundo momento, peça a outro aluno que leia a fonte. Na medida em que a leitura for acontecendo, questione os estudantes:
– Como era Oliver Twist, segundo o trecho?
– Como era o seu cotidiano?
– Ele era bem tratado no orfanato em que morava?
– Como o trabalho aparece na vida de Oliver? Por que ele tinha que trabalhar, considerando o contexto inglês da Revolução Industrial?
– Qual era o ofício que o sr. Gamfield se dispõe a ensinar para ele? Por que este ofício era considerado perigoso para os padrões da época?
Ao responder estes questionamentos, espera-se que os alunos percebem que Oliver Twist era uma criança pobre, com características físicas frágeis,
e que ele não era bem tratado no orfanato em que morava. Lá, ele não recebia a quantidade de alimento necessário para matar sua fome e era
castigado por pedir mais comida. Além disso, é por iniciativa do próprio orfanato que Oliver é levado a trabalhar. O sr. Gamfield se dispõe a ensinar
Oliver a limpar chaminés – que se multiplicavam neste contexto, considerando o funcionamento das fábricas da Revolução Industrial –, ofício
considerado perigoso pelo alto índice de acidentes.
A intenção com a leitura comentada dos dois trechos é que os estudantes consigam identificar as principais características apontadas por Engels e
Dickens para o trabalho infantil durante a Revolução Industrial. É possível também comparar os textos, perguntando aos alunos: Por que podemos
dizer que o primeiro texto é uma análise social e o segundo, uma obra literária? Neste momento, os alunos podem retomar os dados apresentados
por Engels para fundamentar sua denúncia e o caráter literário do texto de Dickens (criação de personagens, descrição de sentimentos etc.).
Há, também, a possibilidade de trabalho interdisciplinar com Língua Inglesa e/ou Língua Portuguesa e/ou Literatura. Durante a leitura das fontes, a
turma pode criar um vocabulário no quadro, com a ajuda de um dicionário.
Para você saber mais :
EDITORA MELHORAMENTOS. Projeto pedagógico: Oliver Twist. Disponível em: < http://editoramelhoramentos.com.br/v2/wp-
content/uploads/2012/07/OLIVER-TWIST.pdf>. Acesso em 24 de jan. de 2019.
THE SCHOOL OF LIFE. Literature – Charles Dickens. 2016. 10m38s. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=N9dB9BZWDBU>. Acesso
em: 24 de jan. de 2019. (Vídeo em inglês, mas é possível habilitar legendas em português no próprio YouTube.)

Slide 8 Sistematização

Tempo sugerido : 15 minutos.


Orientações: Divida a turma em pequenos grupos (três a quatro integrantes) e distribua o material que será utilizado na atividade de Sistematização
(folhas de papel em branco, lápis para colorir, imagens para colagem etc.). Distribua para os grupos revistas que possam ser recortadas pelos alunos
para a produção dos cartazes. Lembre aos estudantes que eles também podem desenhar ou escrever trechos das fontes analisadas nos cartazes. Caso
possível, as fontes iconográficas usadas durante a aula também podem ser utilizadas pelos estudantes.
Peça aos grupos que produzam um cartaz com o tema “O trabalho infantil, passado e presente”. Lembre aos alunos que um cartaz é uma forma de
comunicação direta, rápida, com imagens e frases de fácil leitura. Diga também que, em suas produções, eles devem incorporar as fontes discutidas,
comparando passado (Inglaterra do século XIX) e presente (Brasil de hoje) tanto pela aproximação como pela distância. Enquanto os estudantes
produzem os cartazes, circule pela sala e procure estimular os grupos a deixar clara esta dimensão histórica com perguntas como: O que mudou do
século XIX com relação ao tempo presente? O que permaneceu? Quais informações discutidas durante a aula podem ser incorporadas ao cartaz para
demonstrar estas mudanças e permanências?
Na medida em que os grupos forem finalizando os cartazes, cole o material na sala de aula para fazer uma exposição com os resultados da atividade.

Apoiador Técnico

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Cartaz​:​ 12 de junho, Dia contra o trabalho infantil (2010) 

ORGANIZAÇÃO  Internacional  do  Trabalho  (OIT)  e  Fórum  Nacional  de  Prevenção 


e  Erradicação  do  Trabalho  Infantil.  Cartaz  da  campanha  “Não  ao  trabalho 
infantil,  sim  à  educação  de  qualidade”.  2015.  Disponível  em: 
<​https://www.sigas.pe.gov.br/noticia/campanha-nacional--lanada-no-estado-par
a-combater-o-trabalho-infantil​>. Acesso em: 23 de jan. 2019.  
“No Brasil, o trabalho infantil atinge 2,7 milhões de crianças e 
adolescentes”, por ​Carta Capital​ (2017) 

Print da reportagem “No Brasil, o trabalho infantil atinge 2,7 milhões de crianças 
e adolescentes”. C
​ arta Capital​, 27 de dezembro de 2017. Disponível em: 
<​https://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-brasil-o-trabalho-infantil-atinge-
2-7-milhoes-de-criancas-e-adolescentes/​>. Acesso em: 27 de jan. 2019. 
 

“A vida e as aventuras de Michael Armstrong, o menino da  

fábrica” (1876) 

TROLLOPE, Francis e HERVIEU, Auguste. The life and adventures of Michael 


Armstrong, the factory boy. 1876. Disponível em: 
<​https://www.bl.uk/collection-items/the-life-and-adventures-of-michael-armstro
ng-the-factory-boy​>. Acesso em: 23 de jan. 2019. 
Trecho de ​A situação da classe trabalhadora na Inglaterra​ (1845), 
por Friedrich Engels 

“A  elevada  mortalidade  que  se  verifica  entre  os  filhos  dos  operários,  e 
particularmente  dos  operários  de  fábrica,  é  uma  prova  suficiente  da 
insalubridade  à  qual  estão  expostos  durante  os  primeiros  anos.  Estas  causas 
também  atuam  sobre  as  crianças  que  sobrevivem,  mas  evidentemente  os  seus 
efeitos são um pouco mais ​atenuados do que naquelas que são suas vítimas. [...] 
O  filho  de  um  operário,  que  cresceu  na  miséria  [...],  na  umidade,  no  frio  e  com 
falta  de  roupas,  aos  nove  anos  está  longe  de  ter  a  capacidade  de  trabalho  de 
uma  criança  criada  em  boas  condições  de  higiene.  Com  esta  idade  é  enviado 
para  a  fábrica,  e  aí  trabalha  diariamente  seis  horas  e  meia  (anteriormente  oito 
horas,  e  outrora  de  doze  a  catorze  horas,  e  mesmo  dezesseis)  até  a  idade  de 
treze  anos.  A  partir  deste  momento,  até  os  dezoito  anos,  trabalha  doze  horas. 
Aos  fatores  de  enfraquecimento  que  persistem  junta-se  também  o  trabalho.  É 
verdade  que  não  podemos  negar  que  uma  criança  de  nove  anos,  mesmo  filha 
de  um  operário,  possa  suportar  um trabalho cotidiano de seis horas e mais sem 
que  daí  resultem  efeitos  ​nefastos  visíveis,  de  que  este  trabalho  seria  a  causa 
evidente.  Mas  temos  que  confessar que a permanência na atmosfera da fábrica, 
sufocante,  úmida,  por  vezes  de  um  calor  morno,  não  poderia  em  qualquer  dos 
casos melhorar a sua saúde." 

 
ENGELS,  Friedrich.  ​A  situação  da  classe  operária  na  Inglaterra​.  São  Paulo:  Global, 
1986 [1845], p. 170-171. 
 
Glossário​: 
Insalubridade:  Que  provoca  doenças  ou  que  coloca  em  risco  a  saúde  do 
trabalhador. 
Atenuados:​ Enfraquecido, moderado, reduzido. 
Nefastos: ​Malvados, péssimos, desfavoráveis. 
 
Friedrich  Engels  (1820-1895)  empresário  e  teórico  alemão  que  viveu  na 
Inglaterra  durante  a  Revolução  Industrial.  Junto  com  Karl  Marx,  foi  um  dos 
principais críticos das desigualdades sociais de sua época. Filho de um industrial, 
produtor  de  tecidos  na  Inglaterra,  Engels  viu  de  perto  o  cotidiano  da  classe 
trabalhadora  inglesa.  Em  1845,  publicou  ​A  situação  da  classe  operária  na 
Inglaterra​,  em  que  descreve  e  denuncia  as  condições  de  trabalho  no  auge  do 
desenvolvimento industrial. 
Trecho de ​Oliver Twist​ (1837), por Charles Dickens 

“No  dia  em  que  completou  nove  anos,  Oliver  Twist  era  um  pirralho, 
amarelo  como  um  defunto  e  singularmente  magro.  Oliver devia à natureza ou a 
seus  pais  um  espírito  vivo  e  reto,  que  não  teve  dificuldade  em  se  desenvolver, 
apesar  das  privações  do  estabelecimento,  e  foi  talvez  a  isso  que  ele  deveu  ter 
chegado  ao  seu  nono  aniversário  ​natalício​.  Fosse  como  fosse,  completava  ele 
nove  anos  e  estava  nesse  dia  no  depósito  de  carvão  com  dois  companheiros, 
que  receberam  com  ele  uma  dose  de  bofetões  e  foram  metidos  no  dito 
depósito, por terem tido a audácia de dizer que estavam com fome. [...] 
Ora,  aconteceu  que  um  dia  de  manhã  o  Sr.  Gamfield,  limpador  de 
chaminés,  ia  descendo  a  rua  e  pensando  na  maneira  de  pagar  uma  porção  de 
aluguéis  atrasados.  Quanto  mais  pensava  e  calculava,  tanto  menos  chegava  à 
soma  de  cinco  libras  esterlinas  de  que  precisava.  No  seu  desespero  de  não 
poder  ​perfazer  aquela  soma,  batia  na  besta  e  no  burro,  quando  deu  com  os 
olhos no cartaz que estava pregado na porta do asilo. [...] 
—  Há  aqui  um  menino  que  a  ​paróquia  deseja  fazer  aprendiz  de  alguma 
coisa? — disse ele.  
  —  Sim  —  respondeu  o  sujeito  do  colete  branco  com  um  benévolo 
sorriso. 
— Que me quer? 
—  Se  a  paróquia  quiser  que  ele  aprenda  um  ​ofício  agradável  como  o  de 
limpador  de  chaminés,  por  exemplo  —  disse  o  Sr.  Gamfield  —,  preciso  de  um 
aprendiz e estou disposto a encarregar-me dele. 
— Entre — disse o sujeito do colete branco. 
Quando  o  Sr.  Gamfield  expôs  ao  conselho  o  que  queria,  disse  o  Sr. 
Limbkins, presidente: 
— O ofício de limpador de chaminé é bem porco. 
—  Tem-se  visto  morrerem  as  crianças  nas  chaminés  —  disse  outro 
sujeito." 
 
DICKENS, Charles. ​Oliver Twist​. São Paulo: Hedra, 2002 [1837]. 
 
Glossário​: 
Natalício:​ De nascimento. 
Perfazer​: Completar, conseguir, totalizar, inteirar. 
Paróquia:  Parte  de  uma  igreja  (neste  caso,  a  igreja  que  cuidava  do  orfanato 
onde estava Oliver). 
Ofício:​ Trabalho, profissão, atividade. 
 
Charles  Dickens  (1812-1870)  foi  um  dos  principais  autores  de  literatura inglesa 
durante  o  reinado  da  rainha  Vitória,  período  de  grande  desenvolvimento 
econômico  britânico  conhecido  como “Era vitoriana”. Seus romances e contos se 
destacavam  pela  crítica  social  realista  no  período  em  que  seu  país  passava pela 
Revolução  Industrial.  Em ​Oliver Twist​, publicado em capítulos num jornal durante 
o  ano  de  1837,  o  autor  conta  a  história  de  um  pequeno  órfão  que  começa  a 
trabalhar  muito  cedo e depois se junta a uma gangue nas ruas de Londres. Nele, 
Dickens  denunciava  a  pobreza  extrema  e  as  duras  condições  de  vida  dos 
trabalhadores da época. 

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