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https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5443/trabalho-infantil-na-revolucao-industrial
Código: HIS8_03UND01
Sobre o Plano
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Objeto(s) de conhecimento: Revolução Industrial e seus impactos na produção e na circulação de povos, produtos e culturas.
Habilidade(s) da BNCC: (EF08HI03) Analisar os impactos da Revolução Industrial na produção e na circulação de povos, produtos e culturas.
Materiais complementares
Documento
Cartaz: Dia contra o trabalho infantil
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/xXmtGm6ZFmggKgnckZxtmnrydRUShXR3gVmqZuwUCfbjTgkbKx4na4EscFh7/his8-03und01--
cartaz-dia-contra-o-trabalho-infantil.pdf
Documento
Trabalho infantil no Brasil
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/ZuMdG9BRjVbzjmRccuQDymAeJ6zBqEErQFXZrFUzVGyqtYsdvtPgSTvHuQrS/his8-03und01--
trabalho-infantil-no-brasil.pdf
Documento
A vida e as aventuras de Michael Armstrong, o menino da fábrica
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/YmwkvVf2VbDkfqeWpN6EaFEXxAbGXngdFVHA32STw7r9KgCXACwjekWBFqhM/his8-
03und01--a-vida-e-as-aventuras-de-michael-armstrong-o-menino-da-fabrica.pdf
Documento
Trecho de A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, por Friedrich Engels (1845)
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/xPWekv5eXtC9CmHuwqnHEA32UUZbqtsDu7tnNupQQqemPsYEFFcaPpFQVUeC/his8-03und01-
-trecho-de-a-situacao-da-classe-trabalhadora-na-inglaterra-por-friedrich-engels-1845.pdf
Documento
Trecho de Oliver Twist, por Charles Dickens
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/hX6An5w68qg6JMCMJmEux2rJ9sCyYzFbj7zG4V8sXQBdXaKhNS987j3m5JHx/his8-03und01--
trecho-de-oliver-twist-por-charles-dickens.pdf
Slide 2 Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações: Apresente o objetivo aos alunos, escrevendo-o no quadro ou lendo-o para a turma. Se estiver fazendo uso de projetor, apresente este
slide e faça uma leitura coletiva. Lembre-se de não antecipar as reflexões da aula neste momento, pois a intenção é que os estudantes construam o
raciocínio apenas com a sua mediação.
Slide 3 Contexto
Tempo sugerido : 10 minutos.
Orientações: Imprima e cole no quadro ou, caso esteja usando um data show, projete o cartaz da campanha de combate ao trabalho infantil de 2010,
disponível no link: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/xXmtGm6ZFmggKgnckZxtmnrydRUShXR3gVmqZuwUCfbjTgkbKx4na4EscFh7/his8-03und01--cartaz-dia-contra-
o-trabalho-infantil.pdf
Inicialmente, peça a um dos estudantes que leia o cartaz identificando o tema da campanha e os elementos imagéticos da fonte (catavento, martelo,
lápis). Depois, questione a turma:
Por que ainda há trabalho infantil? Por que este tipo de prática é condenada? Qual a relação entre trabalho infantil (representado, no cartaz, pelo
martelo) e a educação (representada pelo lápis)? Por que trabalho e educação são vistos como opostos no cartaz? Por que algumas crianças
trabalham em nosso tempo presente? (O objetivo, neste momento, é que os estudantes percebam que o trabalho infantil pode ser uma realidade
distante para algumas crianças, mas que ele ainda é presente por uma série de razões, seja por necessidade econômica ou costumes culturais
arraigados, por exemplo.)
Você pode, também, chamar a atenção para a data presente no cartaz (12 de junho), instituída como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil
pela Lei nº 11.542/2007. A intenção é que os estudantes identifiquem que, no presente, há uma associação da infância como o tempo da educação
escolar, não como o período do trabalho, mas que, ainda assim, o trabalho infantil é uma realidade na vida de milhares de crianças. Para isso,
pergunte:
Por que uma campanha contra o trabalho infantil é necessária em nosso contexto? (O raciocínio esperado é que, se há necessidade de uma campanha
contra esta prática, é porque ela ainda existe.)
Como adequar à sua realidade: É possível usar o “Mapa do trabalho infantil”, elaborado pela Rede Peteca – Chega de trabalho em infantil com base
em dados estatísticos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Ele está disponível no link: https://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/mapa-do-trabalho-infantil/ Trata-se de um mapa interativo, em
que é possível escolher um dos estados brasileiros e acessar o perfil do trabalho infantil na região, com o número de ocupados entre 5 e 17 anos e os
setores da economia em que este tipo de exploração foi identificado. Com um enfoque no estado ou região dos estudantes, esta estratégia pode
aproximar a temática da exploração do trabalho infantil da realidade imediata dos alunos.
Para você saber mais :
COSTA, Ângelo Fabiano Farias da. Uma infância roubada pelo trabalho. Correio Braziliense, 12/8/2018. Disponível em:
<http://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/uma-infancia-roubada-pelo-trabalho/>. Acesso em: 24 de jan. de 2019.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Combatendo o trabalho infantil: guia para educadores. Brasília: OIT, 2001. Disponível em:
>https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-brasilia/documents/publication/wcms_233633.pdf>. Acesso em: 24
de jan. de 2019.
Slide 4 Contexto
Orientações: Neste segundo momento, apresente aos estudantes o print da reportagem sobre trabalho infantil no Brasil hoje: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/ZuMdG9BRjVbzjmRccuQDymAeJ6zBqEErQFXZrFUzVGyqtYsdvtPgSTvHuQrS/his8-03und01--trabalho-infantil-no-
brasil.pdf
Peça a um aluno que leia a manchete e identifique os principais dados sobre ela, perguntando:
Quando ela foi publicada? Em qual revista?
Qual seria a idade da pessoa fotografada na imagem que ilustra a reportagem? Qual trabalho ela está fazendo?
A intenção é que os estudantes identifiquem a existência do problema da exploração do trabalho infantil no presente, estabelecendo uma relação
com a necessidade de uma campanha contra esta prática. A reportagem foi publicada em 2010, na revista Carta Capital, e apresenta como imagem
ilustrativa uma criança (em torno de 10 anos) trabalhando no conserto de um carro.
Depois, medeie a reflexão sobre a fonte. Para isso, pergunte:
Por que algumas crianças precisam trabalhar?
Qual o impacto negativo que este trabalho pode trazer para elas?
Neste contexto, qual a importância de campanhas como a que vocês acabaram de conhecer e de reportagens como esta?
Espera-se que os estudantes consigam relacionar as desigualdades de renda entre as famílias, o que impõe a necessidade do trabalho a algumas
crianças, ainda que esta prática tenha um impacto negativo ao que consideramos, no tempo presente, como característicos da infância (educação,
lazer etc.). Além disso, o objetivo é levar os estudantes a refletir sobre a necessidade de trazer a público e denunciar a existência do problema,
inclusive para combatê-lo.
Slide 5 Problematização
Slide 6 Problematização
Orientações: Distribua cópias para os estudantes, caso seja possível imprimir, ou projete, caso esteja usando data show, os dois trechos de fontes
sobre o cotidiano da classe operária inglesa durante a Revolução Industrial, disponíveis nos links: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/xPWekv5eXtC9CmHuwqnHEA32UUZbqtsDu7tnNupQQqemPsYEFFcaPpFQVUeC/his8-03und01--trecho-de-a-
situacao-da-classe-trabalhadora-na-inglaterra-por-friedrich-engels-1845.pdf e https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/hX6An5w68qg6JMCMJmEux2rJ9sCyYzFbj7zG4V8sXQBdXaKhNS987j3m5JHx/his8-03und01--trecho-de-oliver-
twist-por-charles-dickens.pdf
Peça a um estudante que identifique as informações básicas sobre a primeira fonte, o trecho de A situação da classe trabalhadora na Inglaterra , de
F. Engels, com perguntas como:
Quem é o autor? Qual é o título do livro? Quando ele foi publicado?
Caso julgue necessário, peça a este estudante que leia o verbete sobre Engels disponível no mesmo link para ajudar na identificação destas
informações. Espera-se que os alunos identifiquem que o livro foi escrito por Engels no século XIX (contexto da Revolução Industrial).
Depois, peça a outro estudante que leia o trecho. Medeie a leitura, com perguntas como:
Como o autor descreve as condições de trabalho das crianças na indústria?
Quanto tempo uma criança trabalhava na Inglaterra do período?
Qual tipo de trabalho estas crianças faziam, segundo o autor?
Engels concorda com o trabalho infantil? Por quê?
Quais eram os efeitos para a saúde das crianças trabalhadoras desta situação, segundo o autor?
Por que os filhos de famílias operárias precisavam trabalhar no século XIX?
Espera-se que os alunos identifiquem a postura contrária de Engels ao trabalho infantil bem como o caráter de denúncia social de seu texto. Além
disso, espera-se que eles sejam capazes de compreender que, segundo Engels, as crianças trabalhavam em péssimas condições (o ambiente fabril era
“insalubre”, segundo o autor) e em longas jornadas (entre 8 e 6 horas e meia). Esta situação piorava a já ruim condição de vida dos filhos de
operários, levando a problemas de saúde e à alta taxa de mortalidade.
Também podem ser feitos questionamentos como:
Trabalhando tanto tempo como apontado pela fonte, sobraria tempo para que estas crianças fizessem outras atividades que hoje consideramos parte
da infância, como o lazer e a educação?
Será que este impacto do trabalho também está presente nas crianças que trabalham hoje?
Espera-se que os estudantes consigam perceber os impedimentos para o lazer e a educação que jornadas de trabalho trazem para as crianças,
comparando a existência desta preocupação no presente com sua inexistência no passado. Neste momento, talvez seja interessante informar aos
estudantes que, ao contrário do que acontece no tempo presente (e que, ainda assim, nem sempre é respeitado), a educação não era vista como um
direito das crianças na Inglaterra do século XIX. As necessidades econômicas básicas, ligadas ao próprio sustento das famílias mais pobres
(alimentação, moradia etc.), impunham o trabalho para as crianças.
Para você saber mais :
LOMBARDI, José Claudinei. Trabalho e educação infantil em Marx e Engels. Revista HISTEDBR Online, Campinas, n. 39, set. 2010, p. 136-152.
Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/39/art08_39.pdf>. Acesso em: 24 de jan. de 2019.
Slide 7 Problematização
Orientações: Depois, peça a outro estudante que identifique as informações básicas sobre a segunda fonte, o trecho de Oliver Twist , de C. Dickens,
com perguntas como:
– Quem é o autor?
– Qual é o título do livro?
– Quando ele foi publicado?
Caso julgue necessário, peça a este estudante que leia o verbete sobre Dickens disponível no mesmo link para ajudar na identificação destas
informações. Espera-se que os alunos identifiquem que o livro foi escrito por Dickens no século XIX (contexto da Revolução Industrial).
Num segundo momento, peça a outro aluno que leia a fonte. Na medida em que a leitura for acontecendo, questione os estudantes:
– Como era Oliver Twist, segundo o trecho?
– Como era o seu cotidiano?
– Ele era bem tratado no orfanato em que morava?
– Como o trabalho aparece na vida de Oliver? Por que ele tinha que trabalhar, considerando o contexto inglês da Revolução Industrial?
– Qual era o ofício que o sr. Gamfield se dispõe a ensinar para ele? Por que este ofício era considerado perigoso para os padrões da época?
Ao responder estes questionamentos, espera-se que os alunos percebem que Oliver Twist era uma criança pobre, com características físicas frágeis,
e que ele não era bem tratado no orfanato em que morava. Lá, ele não recebia a quantidade de alimento necessário para matar sua fome e era
castigado por pedir mais comida. Além disso, é por iniciativa do próprio orfanato que Oliver é levado a trabalhar. O sr. Gamfield se dispõe a ensinar
Oliver a limpar chaminés – que se multiplicavam neste contexto, considerando o funcionamento das fábricas da Revolução Industrial –, ofício
considerado perigoso pelo alto índice de acidentes.
A intenção com a leitura comentada dos dois trechos é que os estudantes consigam identificar as principais características apontadas por Engels e
Dickens para o trabalho infantil durante a Revolução Industrial. É possível também comparar os textos, perguntando aos alunos: Por que podemos
dizer que o primeiro texto é uma análise social e o segundo, uma obra literária? Neste momento, os alunos podem retomar os dados apresentados
por Engels para fundamentar sua denúncia e o caráter literário do texto de Dickens (criação de personagens, descrição de sentimentos etc.).
Há, também, a possibilidade de trabalho interdisciplinar com Língua Inglesa e/ou Língua Portuguesa e/ou Literatura. Durante a leitura das fontes, a
turma pode criar um vocabulário no quadro, com a ajuda de um dicionário.
Para você saber mais :
EDITORA MELHORAMENTOS. Projeto pedagógico: Oliver Twist. Disponível em: < http://editoramelhoramentos.com.br/v2/wp-
content/uploads/2012/07/OLIVER-TWIST.pdf>. Acesso em 24 de jan. de 2019.
THE SCHOOL OF LIFE. Literature – Charles Dickens. 2016. 10m38s. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=N9dB9BZWDBU>. Acesso
em: 24 de jan. de 2019. (Vídeo em inglês, mas é possível habilitar legendas em português no próprio YouTube.)
Slide 8 Sistematização
Apoiador Técnico
Print da reportagem “No Brasil, o trabalho infantil atinge 2,7 milhões de crianças
e adolescentes”. C
arta Capital, 27 de dezembro de 2017. Disponível em:
<https://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-brasil-o-trabalho-infantil-atinge-
2-7-milhoes-de-criancas-e-adolescentes/>. Acesso em: 27 de jan. 2019.
fábrica” (1876)
“A elevada mortalidade que se verifica entre os filhos dos operários, e
particularmente dos operários de fábrica, é uma prova suficiente da
insalubridade à qual estão expostos durante os primeiros anos. Estas causas
também atuam sobre as crianças que sobrevivem, mas evidentemente os seus
efeitos são um pouco mais atenuados do que naquelas que são suas vítimas. [...]
O filho de um operário, que cresceu na miséria [...], na umidade, no frio e com
falta de roupas, aos nove anos está longe de ter a capacidade de trabalho de
uma criança criada em boas condições de higiene. Com esta idade é enviado
para a fábrica, e aí trabalha diariamente seis horas e meia (anteriormente oito
horas, e outrora de doze a catorze horas, e mesmo dezesseis) até a idade de
treze anos. A partir deste momento, até os dezoito anos, trabalha doze horas.
Aos fatores de enfraquecimento que persistem junta-se também o trabalho. É
verdade que não podemos negar que uma criança de nove anos, mesmo filha
de um operário, possa suportar um trabalho cotidiano de seis horas e mais sem
que daí resultem efeitos nefastos visíveis, de que este trabalho seria a causa
evidente. Mas temos que confessar que a permanência na atmosfera da fábrica,
sufocante, úmida, por vezes de um calor morno, não poderia em qualquer dos
casos melhorar a sua saúde."
ENGELS, Friedrich. A situação da classe operária na Inglaterra. São Paulo: Global,
1986 [1845], p. 170-171.
Glossário:
Insalubridade: Que provoca doenças ou que coloca em risco a saúde do
trabalhador.
Atenuados: Enfraquecido, moderado, reduzido.
Nefastos: Malvados, péssimos, desfavoráveis.
Friedrich Engels (1820-1895) empresário e teórico alemão que viveu na
Inglaterra durante a Revolução Industrial. Junto com Karl Marx, foi um dos
principais críticos das desigualdades sociais de sua época. Filho de um industrial,
produtor de tecidos na Inglaterra, Engels viu de perto o cotidiano da classe
trabalhadora inglesa. Em 1845, publicou A situação da classe operária na
Inglaterra, em que descreve e denuncia as condições de trabalho no auge do
desenvolvimento industrial.
Trecho de Oliver Twist (1837), por Charles Dickens
“No dia em que completou nove anos, Oliver Twist era um pirralho,
amarelo como um defunto e singularmente magro. Oliver devia à natureza ou a
seus pais um espírito vivo e reto, que não teve dificuldade em se desenvolver,
apesar das privações do estabelecimento, e foi talvez a isso que ele deveu ter
chegado ao seu nono aniversário natalício. Fosse como fosse, completava ele
nove anos e estava nesse dia no depósito de carvão com dois companheiros,
que receberam com ele uma dose de bofetões e foram metidos no dito
depósito, por terem tido a audácia de dizer que estavam com fome. [...]
Ora, aconteceu que um dia de manhã o Sr. Gamfield, limpador de
chaminés, ia descendo a rua e pensando na maneira de pagar uma porção de
aluguéis atrasados. Quanto mais pensava e calculava, tanto menos chegava à
soma de cinco libras esterlinas de que precisava. No seu desespero de não
poder perfazer aquela soma, batia na besta e no burro, quando deu com os
olhos no cartaz que estava pregado na porta do asilo. [...]
— Há aqui um menino que a paróquia deseja fazer aprendiz de alguma
coisa? — disse ele.
— Sim — respondeu o sujeito do colete branco com um benévolo
sorriso.
— Que me quer?
— Se a paróquia quiser que ele aprenda um ofício agradável como o de
limpador de chaminés, por exemplo — disse o Sr. Gamfield —, preciso de um
aprendiz e estou disposto a encarregar-me dele.
— Entre — disse o sujeito do colete branco.
Quando o Sr. Gamfield expôs ao conselho o que queria, disse o Sr.
Limbkins, presidente:
— O ofício de limpador de chaminé é bem porco.
— Tem-se visto morrerem as crianças nas chaminés — disse outro
sujeito."
DICKENS, Charles. Oliver Twist. São Paulo: Hedra, 2002 [1837].
Glossário:
Natalício: De nascimento.
Perfazer: Completar, conseguir, totalizar, inteirar.
Paróquia: Parte de uma igreja (neste caso, a igreja que cuidava do orfanato
onde estava Oliver).
Ofício: Trabalho, profissão, atividade.
Charles Dickens (1812-1870) foi um dos principais autores de literatura inglesa
durante o reinado da rainha Vitória, período de grande desenvolvimento
econômico britânico conhecido como “Era vitoriana”. Seus romances e contos se
destacavam pela crítica social realista no período em que seu país passava pela
Revolução Industrial. Em Oliver Twist, publicado em capítulos num jornal durante
o ano de 1837, o autor conta a história de um pequeno órfão que começa a
trabalhar muito cedo e depois se junta a uma gangue nas ruas de Londres. Nele,
Dickens denunciava a pobreza extrema e as duras condições de vida dos
trabalhadores da época.