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Banner: Irresponsável, Responsável ou Vítima?

Parte 1

Os dados de trabalho infantil no Brasil mostram que as crianças negras representam


62,7% da mão de obra precoce no país. Quando se trata de trabalho infantil doméstico,
esse índice aumenta para 73,5%, sendo mais de 94% meninas. Esses números só
começaram a ser apresentados nas últimas pesquisas, mas podem ser explicados por um
olhar histórico, segundo especialistas que trabalham com o tema.
A naturalização disso é cultural. Será que nossa sociedade só se mobilizará quando
o trabalho doméstico fizer outras vítimas? Ou só o condenaremos se houver abuso sexual?
Mesmo que não haja a violação sexual, os casos de trabalho infantil doméstico devem ser
encarados com tanto desprezo e revolta como as demais violências.
Você acha que o trabalho infantil pode estar ligado à consequências da escravidão?

Parte 2

Em geral, as crianças e adolescentes são vistos como “grupos de risco” ou como


“grupos vulneráveis” para problemas como desnutrição, doenças infecciosas, gravidez na
adolescência, até consumo de drogas e violência. Questões importantíssimas e que,
inclusive, podem ter determinações comuns. No entanto, não estar na escola e ter que estar
trabalhando não é entendido como uma forma de violência.
Você sabia que o trabalho infantil é invisível para os serviços e práticas de saúde?

Vem com a gente descobrir!

Atividade 2: Levantamento de Dados Pré-projeto


● Disciplinas envolvidas: Ciências e Matemática.
● Tempo de Duração: 2 semanas.
● Local de Execução: Sala de Aula ou EAD.
● Material Utilizado: Google Formulários, cartolina, papel, réguas, canetas. É
● opcional a impressão de questionário e a utilização de softwares de tabelas
● (como Excel) para montagem de gráficos.
● Objetivo:

Para a atividade 2, propomos que os alunos respondessem um questionário


(via Google Formulários) com objetivo de fazer um levantamento sobre a visão atual
“pré” projeto dos estudantes. É importante entender o que pensam sobre o trabalho
infantil, como lidam com esse assunto, e principalmente o quão propícios eles estão
a este infortúnio. Sugerimos também que fosse entregue pelos alunos um segundo
questionário direcionado aos responsáveis, cujo teria finalidade paralela ao primeiro,
pois assim, a perspectiva de propicidade de cada aluno ao trabalho infantil seria
aprofundada, complementando o que talvez apenas o aluno não conseguisse
prover.
Posteriormente a apresentação desses dados na feira estaria disposta entre
variados tipos de gráficos que podem ser montados pelos próprios alunos (referente
às respostas de múltipla escolha), bem como destacadas as respostas discursivas
que mais ressaltam a real situação daquela parte da sociedade.

Formulário: https://docs.google.com/forms/d/1afCs0rmKoOsBgih-
udBrOFeSaLdkBFA2503uzp04Amw/edit

Atividade 3: Documentário e Roda de Conversa Sobre Trabalho


Infantil, Saúde Pública e Evasão Escolar
● Disciplinas: ciências, história e geografia, matemática e artes.
● Tempo de duração: 3 semanas.
● Local de execução: sala de aula.
● Material de utilização: Projetor, computador, cadeiras, som, microfone, cartaz,
canetas, cola, tinta e fita adesiva.
● Objetivo: Fazer com que os alunos entendam o que é trabalho infantil e sua
legislação, como ele afeta a evasão escolar, o que é o SUS e os impactos do
trabalho infantil na saúde das crianças, analisar sua extensão e profundidade, as
consequências sociais, psíquicas e físicas do trabalho infantil, tanto para a criança,
quanto para a família e para a nação, sendo então uma questão de saúde coletiva.
● Convidados para a roda de conversa: Um médico, um enfermeiro, um
professor(a) e um(a) assistente social. O professor(a) de história e português da
escola.

Como ocorreria a atividade em sala?

Em um tempo de aula de ciências os alunos assistiriam ao documentário "Brasil x


trabalho infantil" (2014), com duração de 32 minutos, do Jornalismo TV Cultura. Após
assistir ao documentário, o professor dividirá a turma em grupos para pesquisar sobre:

● O que é o trabalho infantil e como ele atua no Brasil?


● O que é o SUS?
● O que é a evasão escolar?

Na aula seguinte aconteceria um debate em aula sobre o que os alunos


entenderam, traçando as relações:

● Qual o papel do SUS em relação ao trabalho infantil e a saúde das crianças


que trabalham?
● Qual a relação do trabalho infantil e a evasão escolar?

● Qual a distribuição das taxas do trabalho infantil no Brasil? Analisando a


partir de gênero, faixa etária e zona de trabalho.

Após esse debate, em uma terceira aula um médico, um enfermeiro, um(a)


professor(a) e um(a) assistente social fariam uma roda de conversa com os alunos falando
sobre os impactos do trabalho infantil na saúde das crianças e na saúde coletiva, e as
políticas públicas que já assistem ou que deveriam existir para acolhimento dessas
crianças, e com a assistente social, os alunos entenderiam melhor a relação do trabalho
infantil com a evasão escolar.
Como ocorreria a atividade na feira?

Em sala os alunos fariam uma imagem em escada, onde cada degrau relata as
dificuldades de uma criança em situação de trabalho para ter acesso aos estudos e a uma
vida saudável, com o objetivo de mostrar ao público as análises feitas em aula de como se
apresenta a problemática do trabalho infantil, e os pontos que incidem na saúde e educação
de crianças e adolescentes, agravos e prejuízos que podem perdurar até fase a adulta.
Baseado no debate sobre as taxas de trabalho infantil no Brasil, e em quais
estados e regiões há maiores taxas. Na feira estaria o projetor com o mapa interativo, que
mostra a divisão do trabalho infantil por estado, tendo duas opções de filtros um por gênero
e\ou faixa etária e\ou zonas de trabalho (agrícola ou não agrícola) e outro filtro por atividade
(construção, serviços domésticos, indústria, ...).

A partir disso os alunos perguntariam aos visitantes qual estado terá maior taxa diante
de cada filtro em formato de jogo de perguntas e após pegar as respostas filtrar e ver quem
acertou ou errou. Exemplo: Em quem estado ou região vocês acham que tenha maior
numero de crianças em trabalho rural? (se espera a resposta verbal dos participantes)
Vamos ver quem acertou? (e passa o filtro)

https://livredetrabalhoinfantil.org.br/conteudos-formativos/mapa-do-trabalho-infantil/

Atividade 4: Música “Sementes” do Emicida


● Apresentar a música “Sementes’’ do cantor Emicida;
● Distribuir a música para que os alunos possam se contextualizar;
● Prazo para a contextualização: 1 semana.
● Após o prazo, teremos um debate junto aos professores das respectivas disciplinas;
● disciplinas: artes e língua portuguesa;
● Duração: 2 aulas - discussão e atividade;
● Objetivo: mostrar a ligação entre o mundo e a arte, e como a arte vem mostrando a
realidade em que crianças em condições de trabalho infantil vivem;
● Atividade: debate com os alunos sobre a relação da música com o tema;
● Local: sala de aula;

Como ocorreria a atividade na feira?


Totem interativo com fone de ouvido na feira com o videoclipe da música “sementes”
do Emicida; (tempo da música: 4min).
. https://www.youtube.com/watch?v=C7l0AB--I3c
E com playlist com 12 vídeos de depoimentos de adultos que estiveram em situação
de trabalho infantil; (tempo médio de cada depoimento: 2min)
https://www.youtube.com/watch?v=MZHdd4FHBCU&list=PLSAyE9HVlBfK6Opx6r_8
EtH1-AV0RSJWi

SEMENTES – EMICIDA (PART. DRIK BARBOSA)


Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentil
Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir?
É muito triste, muito cedo
É muito covarde
Cortar infâncias pela metade
Pra ser um adulto sem tumulto
Não existe atalho, em resumo
Crianças não têm trabalho, não, não, não
Não ao trabalho infantil
Desde cedo, 9 anos
Era um pingo de gente
Empurrado a fórceps pro batente
O bíceps dormente, a mão cheia de calo
Treme, não aguenta um lápis
No fundão de São Paulo (putz)
Se a alma rebelde se quer domesticar
Menina preta perde infância, vira doméstica
Amontoados ao relento, sem poder se esticar
Um baobá vira um bonsai, é só assim pra explicar
Que o nosso povo nas periferia
Precisa encher suas panela vazia
Dignidade é dignidade, não se negocia
Porque essa troca leva infância, devolve apatia
E é pior na pandemia
Sobra ferida na alma, uma coleção de trauma
Fora a parte física e nós já tá na crítica
Pra que o nosso futuro não chore
A urgência é: precisamos ser melhores, viu?
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentil
Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir?
É muito triste, muito cedo
É muito covarde
Cortar infâncias pela metade
Pra ser um adulto sem tumulto
Não existe atalho, em resumo
Crianças não têm trabalho, não, não
Crianças não têm trabalho, não
Não ao trabalho infantil
Com oito ela limpa casa de família
Em troca de comida
Mas só queria brincar de adoleta
Sua vontade esconde-esconde
Já que a sociedade pega-pega
Sua liberdade e transforma em tristeza
Repetiu na escola por falta
Ele quer ir mas não pode
Desigualdade é presente
E tira seus direitos sem escolha
Trabalha ou rouba pra viver
Sistema algoz, que o arrancou da escola
E colocou pra vender bala nos faróis
Em maioria, jovens pretos de periferia
Que tem direito a vida plena
Mas só conhece o que vivencia
Insegurança, violência e medo
Trabalho infantil é um crime
E tem cor e endereço
Prioridade nossa
É assegurar que cresçam e floresçam
Alimentar a potência delas
A liberdade delas não tem preço
Merecem o mundo como um jardim
E não como uma cela
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente, não
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentil
Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir? (Me diz)
É muito triste, muito cedo
É muito covarde (muito)
Cortar infâncias pela metade (é quente)
Pra ser um adulto sem tumulto
Não existe atalho, em resumo (diz)
Crianças não têm trabalho, não, não
Não, crianças não têm trabalho, não
Apenas não ao trabalho infantil

Atividade 5: Artigo ciência hoje e relatos sobre a importância do


ensino de ciências.

• Disciplinas: ciências, língua portuguesa e história


• Tempo de duração: 2 semana
• Local de execução: sala de aula
• Material de utilização: impressora, papel, marca texto, cadeiras
• Objetivo: fazer com que os alunos entendam a importância do ensino
das ciências desde os anos inicias do Ensino fundamental e como isso
pode afetar em vários âmbitos sociais, como por exemplo, o
desenvolvimento escolar e como solução para o trabalho infantil.
• Convidados para roda de conversa: dois professores(as) da área de
ciência (biologia, química e física).

Como ocorreria a atividade em sala?

Na primeira semana:

Em um tempo de aula os alunos fariam a leitura do artigo “PELO


FUTURO DAS NOSSAS CRIANÇAS - Ciência Hoje - trabalho do
indiano Kailash Satyarthi”, veterano da luta pelos direitos das crianças
e contra a exploração infantil, e da paquistanesa Malala Yousafzai,
jovem militante que ficou conhecida mundialmente depois de sofrer uma
tentativa de assassinato pelo Talibã, em 2012, por defender a educação
das meninas em sua região natal, destacariam pontos importantes:
• Por que e para que ensinar ciência?
• Como o ensino de ciências pode contribuir para a diminuição da
desigualdade social?
• Você acredita que o ensino de ciências pode ser uma solução para o
trabalho infantil?
E no segundo tempo de aula os convidados participariam de uma roda
de conversa/debate onde falariam de suas experiencias como sendo
alunos que tiveram contato com a ciência na infância e agora como
professores, logo após os alunos também dariam seus relatos.

https://cienciahoje.org.br/acervo/pelo-futuro-das-nossas-criancas-3/

Na segunda semana:

Os alunos participariam de uma visita técnica ao memorial de ensino


de ciências da UERJ, campus Maracanã. Onde teriam uma palestra
com membros do memorial, falando sobre: a importância do memorial
do ensino de ciências, se a ciência esteve presente na sua infância e de
que maneira ela impactou a sua vida.
Destacando-os membros não precisam ser professores
necessariamente, podem ser os i6

Como ocorreria a atividade na feira?

Com o compilado de relatos coletados em sala os alunos seriam


capazes de montar um mural com alguns desses relatos, os que eles
julgassem mais marcantes, e que seriam expostos no stand da Feira.

Atividade 6: História e relatos sobre a importância da consciência


racial.

• Disciplinas: matemática, língua portuguesa e história


• Tempo de duração: duas semanas.
• Local de execução: sala de aula e bairro da saúde (pequena
África)
• Material de utilização: impressora, papel, marca texto, cadeiras
• Objetivo: fazer com que os alunos entendam a importância do ensino
da história das famílias negras desde a abolição até o início da
inserção do negro como parte da humanidade e como isso pode
afetar em vários âmbitos sociais, como por exemplo, o
desenvolvimento escolar e como solução para o trabalho infantil.
• Convidados para roda de conversa: dois professores(as) da área de
história e matemática e um guia de turismo.

Como ocorreria a atividade?

Em um espaço não formal de ensino na região popularmente conhecida


como Pequena África, que fica na zona portuária da Cidade. De forma
descontraída, mas repleto de reflexões sobre racismo, intolerância
religiosa e sobre a cultura carioca, seria feito um grande bate papo onde
a troca de conhecimento é sempre bem-vinda. A caminhada dura em
média duas horas e meia. Durante esse período passaremos em pontos
turísticos que compreendem o Circuito Histórico e Arqueológico de
Celebração da Herança Africana, dentre outros. Será apresentado a
região da Gamboa, conhecida no passado como Saúde. Também será
apresentado inúmeros atrativos que serão explorados em debate na
sala de aula.

Em uma aula posterior com base nos conhecimentos adquiridos no


passeio o professor faria um debate tendo como perguntas norteadoras:

• Por que e para que contextualizar racialmente o trabalho infantil?


• Qual a relação da raça com a desigualdade social?
• Por que o estudo descolonial seria uma solução para o trabalho
infantil?
E no segundo tempo de aula será passado o vídeo(²’¹) do influenciador
digital Ad Junior mostrando a ligação histórica do trabalho infantil com o
racismo estrutural, e a importância das ações afirmativas e de não
culpar as famílias por ter crianças em situação de trabalho ilegal em
aula. Logo após os convidados participariam de uma roda de
conversa/debate onde analisariam junto com a turma a linha do tempo
histórica relacionando a caminhada histórica da legislação do trabalho e
curso histórico afro-descendente, através das estatísticas matemáticas.
Comparando a linha do tempo feita por Ad Junior (²’²) e a do site (³)

Como ocorreria a atividade na feira?

Os alunos contaram como foi a experiencia de visitar o espaço


denominado pequena África e sua importância para contextualizar
racialmente o trabalho infantil
Com a análise feita, os alunos vão apresentar duas linhas do tempo e
as estatísticas e que seriam expostos no stand da Feira. Os alunos vão
lincar os pontos mais importantes e mostrar a ligação do abandono
estatal dos ex-escravisados ao trabalho infantil.
● ¹-
https://seer.furg.br/?journal=momento&page=article&op=view&path%5B%5D=9509&
path%5B%5D=6120

● ³ - https://livredetrabalhoinfantil.org.br/trabalho-infantil/historico-do-
trabalho-infantil/
● ²’¹ - https://www.youtube.com/watch?v=-RaiJ3UQ4t0

● ²’² - Linha do tempo do Ad junior:

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