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Eleição Papal

Tradicionalmente, a herança familiar cabia ao filho mais velho e, por isso, os


demais filhos deviam seguir carreiras de prestígio, e nada mais prestigioso que
a Igreja. Dessa forma, era comum que membros de famílias poderosas
fizessem parte do alto clero. Tornavam-se cardeais e, portanto, aspirantes à
cadeira do papa. O cargo de papa é vitalício. Quando o papa morre, há uma
eleição, no chamado colégio de cardeais, que irá eleger o novo pontífice.

Ora, o novo pontífice não é somente o chefe da Igreja Católica, mas também
um chefe de estado. Se hoje o papa governa o Vaticano, devemos lembrar que
na época da qual falamos, a Igreja ainda possuía um vasto território, muito
maior do que lhe cabe em nossos dias. Assim, a eleição do papa não era
apenas uma questão espiritual, mas, sobretudo política. As famílias de
prestígio, que possuíam muitos vínculos e interesses entre si, constantemente
faziam acordos para que seus membros ocupassem o lugar de sumo pontífice.
Portanto, não foi exatamente surpresa quando Francesco Della Rovere foi
eleito papa, no século XV.

Os Della Rovere pertenciam a essa elite italiana e Francesco assumiu o cargo


sob o nome de Sisto IV. Uma das principais residências do papa é o Palácio
Apostólico, no qual o líder da Igreja possui uma capela particular. Foi esta a
capela onde Michelangelo realizou a famosa pintura no teto, que acabou
ficando conhecida somente como Capela Sistina, uma referência ao Papa
Sisto.

Com a contrarreforma, as pinturas de Michelangelo foram cobertas. Ou seja,


todas as figuras que o artista havia pintado, originalmente, nuas, ganharam
roupas pintadas por outros artistas. Essa interferência em uma obra de arte é
um dos exemplos da mentalidade católica após o Concílio de Trento. A
reforma protestante não tornou a Igreja mais flexível quanto aos seus
princípios, mas, ao contrário, tornou-os mais radicais.

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