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As imposições espanholas

Ao conquistar estes povos, os espanhóis se utilizaram de algumas estruturas que


já eram aplicados por estas sociedades, em especial, no que se refere à mão de
obra. A utilização da mita e do cuatequil já era praticada pelos governantes
indígenas, e consistia em um imposto, pago em forma de trabalho, que os
conquistadores mantiveram. Embora fosse uma forma de labor compulsório, o
trabalho indígena tem um estatuto diferente da escravidão negra. Os índios não
eram escravos, nem considerados mercadoria e dessa forma, não podiam ser
comprados ou vendidos, o que é uma das características fundamentais da
escravidão. Embora a mão de obra indígena fosse predominante na América,
também houve a utilização de mão de obra escrava africana, em especial na
região das Antilhas e do Caribe, como é o caso de Cuba, onde foi estabelecida
uma economia açucareira que requereu o uso de mão de obra escrava e larga
escala.

A atividade econômica mais importante, inicialmente, era a mineração. Regiões


ricas em minério, como o Peru e a Bolívia, empregavam um grande número de
indígenas e a partir dela outras demandas foram criadas. Era necessário
abastecer estas regiões bem como garantir o escoamento do minério para a
Espanha. Isso implicou na necessidade de criar gado, cavalos e mulas, além de
áreas agrícolas, que pudessem suprir esse mercado externo. Regiões que não
eram ricas em minério, como a Argentina e o Uruguai, dedicavam-se assim à
pecuária e à agricultura cujos produtos não estavam destinados a seguirem para
a Europa.

De início, a iniciativa de colonização era realizada por particulares. A Coroa


garantia, por contrato, o título de governador aos colonizadores que desejavam
tentar a sorte nas novas terras. Os que fossem bem sucedidos teriam direito a

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parte da riqueza obtida. Esse acordo era mais lucrativo para o reino do que para
os colonizadores, já que ela receberia os lucros, enquanto os colonizadores
deveriam fundar cidades, pacificar a região, conter a resistência indígena dentre
outras dificuldades. Mas a possibilidade de grandes ganhos atraiu muitos
indivíduos e facilitou sobremaneira o projeto colonizador espanhol.

Em 1503, foram fundadas as casas de Contratação, com sede em Sevilha. Seu


objetivo era regular o comércio ultramarino e garantir o monopólio mercantil da
coroa. Essa garantia era fundamental, pois assegurava que a Espanha receberia o
que era extraído das colônias. Conforme a colonização se expandia, outros
órgãos administrativos foram sendo criados, tanto na metrópole quanto na
Coroa. Os mais importantes são o Conselho das Índias, que agregava diversas
atribuições, como os poderes legislativo e militar; os vice-reinos; as audiências e
os cabildos.

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