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A Mineração na América Espanhola

Fichamento da Aula
 O grande interesse da coroa espanhola na América é a obtenção de metais
preciosos;
 O interesse europeu nos metais preciosos era de finalidade comercial, já que
eles eram vistos como sinal de riqueza e utilizado no comércio internacional;
 Os povos indígenas já conheciam a exploração de metais preciosos, mas a
finalidade era mais prática, para a fabricação de artefatos, utensílios, joias e
etc.;
 A mineração é a principal atividade realizada nos territórios conquistados
pelos espanhóis, apesar de não ser a única (agricultura, pecuária, etc.);
 A maioria das minas presentes nos territórios explorados pelos espanhóis
eram de prata, mas ouro e mercúrio foram metais também extraídos pelos
colonizadores;
 O trabalho que era mais explorado era o trabalho indígena;
 As minas eram a principal “ferramenta” para a exploração mineral, mas
também existia a exploração de ouro de aluvião;
- Ouro encontrado nos rios, trazido das nascentes nas montanhas;

REGIÕES MINERADORAS:
ÁREA MESOAMERICANA:
 Zacatecas (1546);
 Guanajuato (1550);
 San Luis Potosí (1592);
ÁREA ANDINA:
 Potosí (1545);
- Principal mina da América Espanhola e principal exemplo de exploração
industrial do ouro;
 Oruro (1606);
 Huancavelica (1563);
- Mina de mercúrio, insumo importantíssimo na exploração da prata e do ouro;
 Popayán (1546);
- Uma das poucas minas que não tinham a mão de obra indígena como
principal meio de obtenção dos minérios;

PARTICIPAÇÃO DO ESTADO:
 O Estado não era quem realizava a exploração nas minas, mas era quem
controlava, regulamentava e cobrava impostos da produção;
 Não houve investimento direto da coroa, mas sim concessões do Estado para
que as minas pudessem ser exploradas pela iniciativa privada;
 As taxas impostas sobre a produção geralmente eram de 1/5 da produção;
 Mercúrio:
- Era um dos principais insumos para a produção de metais preciosos, e a
coroa possuía um monopólio sobre sua produção;
- Com esse monopólio, a coroa podia controlar melhor as minas espalhadas
pela América Espanhola, já que podia regular como bem entendesse a
distribuição e os preços deste recurso;
 No repartimiento, o Estado que distribuía os indígenas pelas minas, mas não
tinha a responsabilidade de mantê-los e pagá-los, apenas de regulamentar
como isso era feito;
- O Estado era o responsável pelo fornecimento de mão de obra, logo, tinha
isso como mais uma forma de controlar a produção;

RELAÇÕES DE TRABALHO NA MINERAÇÃO E NA


AGRICULTURA:
ENCOMIENDA:
 As tais encomiendas eram territórios da coroa, distribuídos aos colonos
(encomenderos) para exploração mediante pagamento de impostos;
- O colono não teria a propriedade das terras, e não poderia vendê-las ou
deixá-las de herança;
- O colono teria domínio sobre todos os elementos presentes em suas terras
nesse período (fauna, flora, rios e os indígenas);
 A exploração de trabalho na encomienda se dá pela dominação de um colono
sobre um grupo de indígenas enquanto ele viver;
 O colono tinha direito a explorar os indígenas como bem entendesse,
contanto que pagasse uma taxa à coroa por sua produção;
 A estratégia de encomiendas não cumpriu seu principal objetivo, que era a
fixação de colonos no Novo Mundo;
- Motivos para o fracasso das encomiendas:
 Resistência indígena contra o fim de sua liberdade;
 Colonos protestando devido à falta de acesso à terra, já que os chefes de
expedição não as distribuíram aos demais membros da expedição;
 Surgimento de grupos que acumulavam poder e riquezas no Novo Mundo
(oligarquias), o que desagradava a coroa;
ESCRAVIDÃO INDÍGENA:
 A escravidão se diferencia da encomienda pois os indígenas escravizados
passam a ser propriedade privada do colono;
 A escravidão e a encomienda tinham muitos problemas, pois os indígenas
apresentavam muita resistência a tal tipo de trabalho, já que não era da
cultura deles um trabalho contínuo e sistemático como o exigido pelos
espanhóis;
 Não era do interesse da coroa que existisse a escravidão, pois isso
dificultava muito os seus interesses econômicos;
- Poucas exceções que permitiam a escravidão eram aplicadas, a principal
delas era a escravidão de povos antropófagos, que foi permitida por um longo
período;
 O processo de escravização dos indígenas dificultava não somente a
expansão econômica, mas também a conquista espiritual;
 O processo de escravização indígena na região do Caribe foi tão agressivo
que a população indígena foi extinta, fazendo necessário, posteriormente, o
tráfico de africanos escravizados;
 Apesar da escravidão indígena ter sido proibida pela coroa, ela não deixou de
ser praticada de maneira ilegal;
REPARTIMIENTO:
 Principal forma de exploração no período da mineração, já que quando a
mesma se inicia, os repartimientos e a escravidão indígena já haviam sido
proibidos;
 Essa forma de trabalho não era exclusiva das minas, mas também era
utilizado na agricultura, que era principalmente de subsistência;
 Também conhecido como mita (região andina) ou coatequitl (região
mesoamericana);
 Trabalho rotativo, compulsório, temporário e assalariado;
- Esse tipo de trabalho não surgiu com a chegada dos espanhóis (a presença
de um salário, no entanto, sim), mas estava presente nas sociedades pré-
colombianas. Todavia, os espanhóis exploraram a mão de obra de maneira
muito mais considerável que os antigos impérios da região;
- A presença de salário não significa que o trabalho era de natureza capitalista,
já que no capitalismo o trabalho é livre, e no repartimiento os trabalhos eram
realizados de maneira compulsória;
- A amenização do trabalho indígena se dá por vários motivos:
 Os indígenas trabalhando em condições melhores eram mais fáceis de serem
controlados e tinham menos tendência a se revoltar;
 As condições melhores também tornavam mais fácil o processo de
catequização dos povos indígenas, um dos principais objetivos da coroa
portuguesa na época (vide sua religiosidade e proximidade com a Igreja
Católica);
 O sistema de repartimientos é comprometido por diversos motivos:
- A queda demográfica indígena, já que muitos deles morrem devido à
exploração de trabalho e às doenças trazidas pelos europeus;
- A ausência de especialização dos indígenas, o que prejudicava a
produtividade das minas;
 A rotatividade do trabalho colaborava para que isso acontecesse, já que os
indígenas não tinham tempo para adquirir experiência no trabalho que
realizavam;
TRABALHO LIVRE ASSALARIADO:
 Sucessor do sistema de repartimientos;
 Não era ainda o sistema de trabalho capitalista;
 Salários miseráveis pagos aos mineiros e a todos os trabalhadores da época
colonial;
- Insuficiente para que os trabalhadores possam manter-se;
- Isso gera um sistema de lojas dos proprietários de minas, que ao invés de
pagar um salário em dinheiro, pagava em fichas para compras de produtos
em suas lojas;
 Presença da servidão por dívidas;
- Quando um trabalhador não tinha recursos para adquirir os produtos nas
lojas, os proprietários ofereciam a possibilidade de fiado, o que gerava uma
servidão que prendia muitos para o resto de suas vidas;
PEONAGEM:
 Conhecida também como “inquilinato”, “huasipungo” ou “agregados”;
 Substituto do repartimiento no campo;
 Os trabalhadores rurais não eram proprietários das terras, mas eram
funcionários dos grandes latifundiários;
 Os contratos dos trabalhadores com os proprietários variavam;
- Trabalho assalariado;
- Trabalhador produz, mas paga tributo da sua produção ao proprietário;

ESCRAVIDÃO AFRICANA:
 Inicia-se na América no Brasil no século XVI;
- Também aparece como uma alternativa para suceder a escravidão indígena;
 Auge na América no século XVIII;
 Na América Espanhola, a escravidão africana é minoritária quando
comparada com a escravidão indígena;

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