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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Escola Politécnica

ENG444
Elementos
de Máquinas I
Prof. Bruno da Cunha Diniz
PARTE 1
Objetivos da disciplina
1. Combinação dos conceitos fundamentais com
a especificação prática de componentes.
2. Tomada de decisões em projetos.
3. Normas de componentes industriais.
4. Apresentar bases do projeto de máquinas,
prevenção de falhas e características dos
principais elementos mecânicos.
5. Aplicações reais.

2
Conteúdo
▪ Introdução à disciplina
▪ Eixos e componentes (3ª unidade)
▪ Parafusos e fixadores
▪ Uniões soldadas
▪ Molas
▪ Mancais de rolamento
▪ Mancais de deslizamento e lubrificação

3
Referências

4
Avaliações
1ª UNIDADE 2ª UNIDADE 3ª UNIDADE
Avaliação escrita = Avaliação escrita = Projeto de eixo
10,0 pontos (26/09) 10,0 pontos (16/11) escalonado em
grupo

Relatório:
5,0 pontos (05/12)

2ª chamada: 07/12 Apresentação:


5,0 pontos

Total:
Nota final = média das 3 unidades 10 pontos

5
Grupos
2 grupos com 4 membros
2 grupo com 5 membros

6
ELEMENTOS DE
FIXAÇÃO

7
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Introdução
▪ Parafusos: base dos parafusos de potências e fixadores rosqueados, a
partir de junções não permanentes.
▪ Métodos elementares de fixação ou de união de peças que usam tais
dispositivos.

8
Introdução
▪ O sucesso ou falha de um projeto pode depender da seleção
apropriada e uso de fixadores.
▪ “Um dos aspectos mais fascinantes”.

Acidente com o Boeing 737 – China Airlines 9


Introdução

Acidente com o Boeing 737 China


Airlines

10
Introdução
▪ Projeto de manufatura: reduzir o número de fixadores.
▪ Sempre haverá com o intuito de facilitar a desmontagem.
▪ Métodos de união de peças são extremamente importantes na
engenharia de um projeto de qualidade.

Boeing 747

Cerca de 2,5
milhões de
fixadores

11
Introdução

Utilização do parafuso:

Vantagens: (i) maior versatilidade; (ii) facilidade de montagem; (iii)


padronização; (iv) peças a serem ligadas entre si podem ser de qualquer
natureza.

Desvantagens: (i) distribuição de tensão não uniforme nas peças ligadas;


(ii) concentração violenta de tensão, principalmente nas roscas dos
parafusos.

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Definições
• Passo é a distância entre filetes medida
paralelamente ao eixo da rosca. No sistema
inglês = número de filetes / polegada.

•Diâmetro menor (de raiz) dr é o menor


diâmetro da rosca do parafuso.

• Diâmetro primitivo (ou efetivo, ou pitch ou


de flanco, ou médio) φ de um cilindro
imaginário, corta os filetes da rosca em um
ponto tal que a espessura do filete é igual ao
vão entre os filetes e é igual à metade do
passo.

• Avanço é a distância que a porca avança


AVANÇO = PASSO paralelamente ao eixo do parafuso quando a
(Rosca de uma entrada) porca da uma volta.

13
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Definições

▪ Um parafuso com rosca de múltiplas


entradas contém dois ou mais cortes de
rosca, um ao lado do outro.

▪ Parafusos com rosca de dupla entrada


tem um avanço igual a duas vezes o passo.

Roscas são feitas de


acordo com a regra da
mão direita.

14
Definições
▪ Um grande número de ensaios de tração de barras rosqueadas mostrou
que um eixo não rosqueado tendo um diâmetro igual à média entre o
diâmetro primitivo e o diâmetro de raiz terá a mesma resistência de
tração que a barra rosqueada. A área dessa barra não rosqueada é
chamada de área de resistência à tração At do eixo rosqueado.
Corresponde a um círculo de diâmetro entre o menor e o efetivo.

Sendo d1 = diâmetro de
raiz e d2 = diâmetro médio
(ou efetivo)
15
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Especificações

▪ ROSCAS UNIFICADAS: Diâmetro nominal, o número de roscas


por polegada e as séries de roscas.
Ex: 0,625 pol-18 UNRF.

▪ ROSCAS MÉTRICAS: diâmetro e o passo em mm.


Ex: M12 X 1,75.

Roscas Quadradas e Acme


usadas quando potência
deve ser transmitida

16
ROSCAS MÉTRICAS

17
ROSCAS UNIFICADAS

18
Especificações
A série grossa é a mais comum e mais recomendável para aplicações
comuns, especialmente onde se requerem repetidas inserções e
remoções do parafuso ou onde o parafuso é rosqueado em um
material mole. Essas roscas têm menos propensão a cruzar ou cortar
o material mais mole com um objeto de inserção;

Roscas finas são mais resistentes ao afrouxamento decorrente de


vibrações que as roscas grossas por causa do seu menor ângulo de
hélice e, portanto, são utilizadas em automóveis, aviões e outras
aplicações submetidas a vibrações;

As roscas da série ultrafina são utilizadas onde a espessura da


parede é limitada e suas roscas pequenas são uma vantagem.

19
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Parafuso de potência: usado para transformar o movimento angular
em movimento linear: transmitir potência.

20
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Qual o torque requerido para elevar o carregamento? E para abaixar o
carregamento?

Elevando a carga baixando a carga

A base do triângulo é a circunferência do circulo


com diâmetro primitivo da rosca e a altura é o
avanço.

Sendo: λ = Ângulo
F = força de compressão de avanço
21
Mecânica dos parafusos de potência

Torque requerido para superar o TL ≤ 0: avanço é grande ou o atrito é


atrito da rosca e elevar a carga. baixo.
TL > 0: parafuso autobloqueante.

Para f = 0: torque
somente para elevar a
carga

Eficiência para elevar a carga

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Ao utilizar uma rosca Acme ou outras roscas, onde as cargas normais
não são paralelas ao eixo do parafuso:

O efeito do ângulo de rosca é aumentar a força de atrito pela


ação de cunha (calço) das roscas. Por isso, dividem-se os
termos relacionados ao atrito pelo cos(α):

Acme não é tão eficiente quanto as roscas quadradas, por


causa do atrito adicional devido à ação da cunha. São
freqüentemente preferidas por ser mais fácil de usinar.

23
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Análise da eficiência:

PARA ROSCA
QUADRADA

24
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Análise da eficiência:
A eficiência também se aproxima de zero
quando λ são altos porque o torque está
simplesmente aumentando a força normal (e
portanto o atrito)

eficiência é zero quando λ


= 0, porque nenhum
trabalho útil é realizado
para erguer a carga

ACME – 2° a 5°
e = 18 a 36% 25
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Geralmente um terceiro componente de torque deve ser utilizado em
aplicações de parafuso de potência. Quando o parafuso é carregado
axialmente, um mancal axial ou colar tem de ser empregado entre os
membros rotantes e estacionários a fim de carregar a componente
axial.

rev/s mm

rad/s

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Mecânica dos parafusos de potência
Esses dispositivos são utilizados em
máquinas de montagem para
posicionar peças e em aviões para
mover as superfícies de controle

Ou colar

Rotação da porca para


transladar o parafuso ou
rotação do parafuso para
transladar a porca

27
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Exercício 01: Um parafuso de potência de uma só rosca tem um
diâmetro maior de 25 mm com um passo de 5 mm. Uma carga
vertical no parafuso alcança um máximo de 6 kN. Os coeficientes de
atrito são 0,05 para o colar e 0,08 para as roscas. O diâmetro do colar
é de 40 mm. Encontre a eficiência global e o torque para elevar e
abaixar a carga. O uso do colar é necessário? Compare as eficiências
de elevação da carga com o sem o uso do colar.

▪ Exercício 02: Um parafuso de potência de uma só rosca quadrada tem


uma potência de entrada de 3 kW, a uma velocidade de 1 rev/s. O
parafuso tem um diâmetro maior de 36 mm e um passo de 6 mm. f =
0,14 e fc = 0,09, com um raio de atrito do colar de 45 mm. Encontre a
carga axial resistente.

28
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Tensões nominais de corpo em parafusos de potência podem ser
relacionadas aos parâmetros da rosca.

TENSÃO NO CORPO DO
PARAFUSO –
CISALHANTE POR
TORÇÃO

TENSÃO NO CORPO DO
PARAFUSO – NORMAL
POR COMPRESSÃO

TENSÃO NO CORPO DO
PARAFUSO –
CISALHANTE
TRANSVERSAL
29
1 rosca p/2

π*dr*nt
A=?

y=?

I=?
30
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Mecânica dos parafusos de potência

nt é o número de roscas engajadas

TENSÃO NO CORPO DO
PARAFUSO – NORMAL DE
FLEXÃO

31
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Um parafuso de potência levantando uma carga está em compressão e
seu passo de rosca é encurtado por deformação elástica. As roscas
engajadas não podem compartilhar a carga igualmente.
▪ Alguns experimentos mostram que a primeira rosca conduz 0,38 da
carga, a segunda 0,25 e a terceira 0,18, e a sétima está livre de carga.
▪ Substituindo F por 0,38F e fazendo nt = 1, resultará no nível mais alto
de tensões na combinação rosca-porca.

▪ O coeficiente de atrito em roscas de parafusos é independente da


carga axial, praticamente independente da velocidade, decresce com
lubrificantes mais pesados e é melhor para aço em bronze. Varia entre
0,10 e 0,15.

32
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Mecânica dos parafusos de potência
▪ Pontos críticos e estado de tensões:

Ponto A: as cargas de atrito são


irrelevantes;

Ponto B:
Modos de falha: escoamento
Tensões atuantes: Tensão de cisalhamento
transversal, tensão de cisalhamento
torcional e tensão axial.

Ponto C:
Modos de falha: escoamento ou fadiga.
Tensões atuantes: tensão de cisalhamento
torcional, tensão normal de flexão e tensão
normal axial.

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Mecânica dos parafusos de potência
▪ Exercício 03: Um parafuso de potência de rosca quadrada tem um
diâmetro maior de 32 mm e um passo de 4 mm com roscas duplas. Os
dados fornecidos incluem f = fc = 0,08, dc = 40 mm, F = 6,4 kN por
parafuso. Verifique se é necessário o uso do colar.
▪ (a) encontre a profundidade de rosca, a largura da rosca, o diâmetro de
passo, o diâmetro menor e o avanço.
▪ (b) encontre o torque requerido para elevar e baixar a carga;
▪ (c) Encontre a eficiência durante a elevação da carga;
▪ (d) Encontre as tensões de corpo, torcional (elevação da carga) e
compressiva;
▪ (e) Encontre as tensões de corpo cisalhante transversal no centro da
raiz e normal de flexão no topo da raiz.

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Fixadores Rosqueados
▪ O comprimento LG de uma conexão é a espessura total do material
seguro. Comprimento de agarramento soma das espessuras dos dois
membros e das arruelas, caso existam.

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fixadores Rosqueados
▪ Exercício 04: Uma junção parafusada com porca deve ter um
agarramento consistindo de duas chapas de aço de 14 mm cada e uma
arruela plana métrica 14R para caber sob a cabeça do parafuso
hexagonal M14 X 2, com 50 mm de comprimento.
▪ (a) qual o comprimento de rosca LT para este parafuso de diâmetro de
série métrica de passo grosso?
▪ (b) qual o comprimento de agarramento?
▪ (c) qual a altura H da porca?
▪ (d) este parafuso é longo o suficiente? Caso contrário, arredonde para
o comprimento preferencial seguinte.
▪ (e) qual o comprimento da haste a as porções rosqueadas do parafuso
dentro do agarramento.

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
DIMENSÕES DE ARRUELAS PLANAS MÉTRICAS

37
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
DIMENSÕES DE PORCAS HEXAGONAIS

38
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fixadores Rosqueados
▪ Quando se deseja uma conexão que possa ser desmontada sem
métodos destrutivos e que seja forte o suficiente para resistir a cargas
externas de tração, momentos, cargas de cisalhamento ou uma
combinação destas, então uma junção simples de parafuso de haste
parcialmente rosqueada usando arruelas é uma boa solução.

Torcendo a porca estica-se o parafuso para


produzir a força de retenção. Essa força é
chamada de pré-carga do parafuso. Existe
Membros em
compressão
independentemente da carga P ser aplicada ou
não.

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Rigidez de fixadores
▪ O coeficiente de mola é a razão entre a força aplicada ao membro e a
deflexão produzida por aquela força.
▪ A rigidez do parafuso: porção da haste não rosqueada + a da parte
rosqueada. A constante de rigidez do parafuso de porca é equivalente
à rigidez de duas molas em série.

Sendo Ad = Área do
diâmetro maior do
fixador e At = Área de
tensão de tração

RIGIDEZ EFETIVA
ESTIMADA DO
PARAFUSO
40
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Rigidez de elementos
▪ Pode haver mais do que dois elementos incluídos na região do aperto
do fixador.

▪ Wileman, Choudury e Green (1991) conduziram um estudo de


elemento finito acerca da rigidez dos elementos (ver Shigley para
maiores detalhes).

41
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Rigidez de elementos

42
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Rigidez de elementos
▪ Eles ofereceram um ajuste de curva exponencial da forma:
APLICADO PARA:
Fazendo km = k/n 1) Membros com um
onde n = quantidade único Módulo de Young
de materiais diferentes (E);
nos elementos 2) Dois ou mais membros
de diferente E sendo
simétricos

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Rigidez de elementos
▪ Pode haver mais do que dois elementos incluídos na região do aperto
do fixador.

▪ Para casos de dois ou mais membros NÃO SIMÉTRICOS, aplicar o


método do Cone de Pressão de Rotscher, desenvolvido por Ito (1977).

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Rigidez de elementos Diâmetro da face da arruela é
50% maior que o diâmetro do
fixador

Ângulo adotado α = 30°


O valor de t da espessura
da parcela infinitesimal (x)
é igual a diferença entre a
metade do comprimento
de agarramento e a
espessura do membro do
topo
Sendo D = dw = 1,5d e para a parcela infinitesimal D1 = 2t(tg30°) + D,
considerando t do membro do topo. Caso tenha arruela no topo,
subtrair da espessura dela. 45
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fixadores Rosqueados
▪ Exercício 05: A figura ilustra a conexão de uma cabeça de cilindro a
um vaso de pressão usando 10 parafusos de porca. O cilindro de
diâmetro 150 mm é usado para armazenar gás a uma pressão estática
de 6 MPa. Parafusos M12x1,75 de porca da classe ISO 8.8 (E = 207
GPa) foram selecionados. Isso permite um espaçamento aceitável dos
parafusos. Qual a rigidez efetiva estimada para o parafuso (kb) e para
os elementos (km)?

D = E = 20 mm

Aço

Ferro fundido
grau 30

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fixadores Rosqueados
▪ Exercício 05 Parte 2: Calcule a rigidez dos elementos (km) para a
junta do exemplo anterior, agora considerando D = 20 mm e E = 25
mm. Utilize o método do Cone de Pressão de Rotscher. Considere
Parafusos M10x1,5 de porca da classe ISO 8.8 (E = 207 GPa).

Aço

Ferro fundido
grau 30

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fixadores Rosqueados
▪ Exercício 05 Parte 3: Calcule a rigidez dos elementos (km) para a
junta do exemplo anterior, agora considerando D = ½ in e E = 5/8 in.
Utilize o método do Cone de Pressão de Rotscher. Considere
Parafusos com diâmetro de ½ in de porca da classe ISO 8.8 (E = 207
GPa), com uma arruela sob a porca com ½ in de espessura.

Aço

Ferro fundido
grau 30

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
DIMENSÕES DE PORCAS HEXAGONAIS

49
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Pré-carregamento de parafusos
▪ O que ocorre quando uma carga externa de tração, é aplicada a uma
conexão parafusada?
Admite-se que a PRÉ CARGA Fi
seja corretamente aplicada apertando
a porca antes que P seja aplicada.

OBS: cálculos para 01 parafuso na junta. Caso tenham mais,


utilizar: P / Número de parafusos

Os elementos absorvem
maior porcentagem da
carga externa

50
Fixadores Rosqueados
▪ Exercício 06: A figura ilustra a conexão de uma cabeça de cilindro a um vaso de
pressão usando 10 parafusos de porca. O cilindro de diâmetro 150 mm é usado para
armazenar gás a uma pressão estática de 6 MPa. Parafusos M12x1,75 de porca da
classe ISO 8.8 (E = 207 GPa) foram selecionados. Isso permite um espaçamento
aceitável dos parafusos. Usando os valores encontrados no exemplo 5, determine a
carga resultante em cada parafuso e a carga resultante nos membros, para uma
pré-carga Fi = 37,9 kN.

D = E = 20 mm Aço

Ferro fundido
grau 30

51
Torque de montagem
▪ Meios para assegurar que a pré-carga seja realmente desenvolvida
quando as partes forem montadas.
▪ A elongação de um parafuso não pode usualmente ser medida.
Necessário estimar o torque requerido para que a pré-carga seja
especificada seja atingida.

O torquímetro tem um Na chave de impacto, a pressão do ar é


mostrador incorporado que ajustada de modo que a chave para
indica o torque aplicado quando o torque escolhido é obtido
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Torque de montagem
▪ O método de giro da porca requer a definição de “aperto adequado”.

“Aperto adequado ou suficiente é o arrocho obtido


pelo esforço completo de uma pessoa usando uma
chave de boca comum”
▪ Quando a condição é atingida, todo giro adicional desenvolve tração
útil no parafuso.
▪ O método do giro da porca requer que seja computado o número
fracionário de voltas necessárias para desenvolver a pré-carga
requerida a partir da condição de aperto suficiente.

53
Torque de montagem
▪ Para parafusos estruturais hexagonais pesados, a especificação do giro
de porca afirma que a mesma deve ser girada no mínimo 180° a partir
da condição de aperto suficiente sob condições ótimas.

Sendo:

Onde:

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Torque de montagem
Tabela recomendada
pelos distribuidores da
Bowman (fabricante
de fixadores) Condição do
parafuso não
declarada

Blake e Kurtz (1965) publicaram


resultados de numerosos ensaios
de torção de parafusos de porca e
os analisou estatisticamente. O
valor encontrado para K foi de
0,208.
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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Torque de montagem
▪ Exercício 07: Um parafuso ¾ in-16 grau 5 é submetido a uma carga
P de 6 kip em uma junção de tração. A tração inicial é Fi = 25 kip. As
rigidezes do parafuso e da junção são kb = 6,50 Mlb/in e km = 13,8
Mlb/in, respectivamente.
▪ (a) determine as tensões normais de tração da pré carga (Fi) e da carga
de serviço no parafuso (Fb). Compare com as resistências mínimas
SAE de prova do parafuso (Tabela a seguir).
▪ (b) Especifique o torque necessário para desenvolver a pré carga, com
K = 0,20.
▪ (c) Especifique o torque necessário para desenvolver a pré carga, com
f = fc = 0,15 e ângulo de rosca 2α = 30°.

Dica:

56
57
Resistências mínimas SAE do parafuso

A carga de prova é a
carga máxima que o
parafuso pode
aguentar sem
adquirir uma
deformação
permanente. A
resistência à prova é o
quociente da carga de
prova e a área de
tensão de tração. Ela
corresponde
grosseiramente ao
limite de
proporcionalidade do
material do fixador.

* Resistências mínimas são resistências excedidas por 99% dos fixadores. 58


ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Junção com pré-carga
▪ A tensão de tração no parafuso pode ser encontrada como sendo:

FATOR DE SEGURANÇA FATOR DE CARGA


CONTRA O
ESCOAMENTO

N = Número de
parafusos
▪ Onde n é um fator de carga. Qualquer valor de n > 1 assegura que a
tensão do parafuso é menor que a resistência de prova.

n é aplicado a carga P
como prevenção à
sobrecarga

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Junção com pré-carga
▪ Outra forma de assegurar que uma junção é segura, é requerer que a
carga externa seja menor que aquela necessária para causar a
separação da junção, P0. Se ocorrer a separação, Fm = 0.

Com Fm = 0, a carga FATOR DE


externa total será imposta SEGURANÇA
ao parafuso CONTRA A
SEPARAÇÃO DA
JUNÇÃO

60
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Junção com pré-carga
▪ Diagrama tensão deformação de um material de parafuso
Parafusos de boa qualidade podem ser pré-carregados ao
intervalo plástico para desenvolver mais resistência. Parte
do torque no aperto produz torção, aumentando a tensão
principal de tração.

Carga de prova / área de tensão de tração 85% de Sy

A torção é mantida somente pelo atrito da cabeça do parafuso e


da porca; com o tempo ela relaxa e diminui ligeiramente a
tração do parafuso. Logo como regra, um parafuso fraturará
durante o aperto, ou então não.

61
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Junção com pré-carga
▪ Exercício 08: A figura mostra uma seção transversal de um vaso de pressão de ferro
fundido de grau 25 (E = 14,5 Mpsi). Um total de N parafusos são usados para resistir
a força de separação de tração P de 36 kip. Todos os parafusos de porca foram
cuidadosamente pré-carregados com 75% da resistência de prova.
▪ (a) determine kb, km , C.
▪ (b) Encontre o número de parafusos requeridos para um fator de carga igual a 2 e
depois encontre Fb e Fm.

E = 30 Mpsi

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

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ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

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65
Junção com pré-carga
▪ Exercício 09: Um bloco de mancal de ferro fundido será parafusado com porca a uma
viga de aço de teto e deve suportar uma carga gravitacional. Os parafusos de porca
usados são M20 ISO 8,8 (E = 207 GPa) com roscas grossas e uma arruela de aço de
3,4 mm de espessura sob a cabeça do parafuso e da porca. As abas da viga tem 20
mm de espessura, assim como a dimensão A da figura.
▪ (a) Encontre o torque da chave de aperto se os fixadores são lubrificados durante a
montagem e a junção deve ser permanente.
▪ (b) Determine o fator de carga e separação da junta para uma carga gravitacional de
15 kN.

Rigidez da arruela = 42175 MN/m

Rigidez do bloco de Ferro = 7885 MN/m

Rigidez da viga de aço = 12090 MN/m

66
Métrica

67
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

68
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
DIMENSÕES DE PORCAS HEXAGONAIS

69
Fadiga em junções parafusadas
▪ Junções parafusadas carregadas em tração, sujeitas à ação de fadiga,
podem ser analisadas diretamente pelos métodos de fadiga.
▪ Na maioria das vezes, o tipo de carregamento de fadiga encontrado na
análise de junções parafusadas é um carregamento em que a carga
aplicada externamente flutua entre zero e alguma força máxima P.
▪ Por exemplo: cilindro de pressão, onde a pressão pode existir ou não.
Para esses casos:

Componente Componente alternada da tensão do parafuso


alternante da força

Tensão média do parafuso

70
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fadiga em junções parafusadas
▪ Pelo diagrama de fadiga (considerando apenas a linha de falha de
Goodman apenas):
GOODMAN

GERBER
Ponto C: componente de
resistência do local geométrico de
falha por fadiga

ASME-ELÍPTICO

71
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fadiga em junções parafusadas
▪ A solução simultânea entre a equação da linha de carga e cada uma
das equações dos métodos de fadiga resulta em:
GOODMAN GERBER

Critério mais conservativo


Fator de segurança
ASME-ELÍPTICO protegendo contra fadiga

72
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fadiga em junções parafusadas
▪ Aplicando ao critério de Goodman, por exemplo:
Fator de segurança Caso obtido um valor de nf
protegendo contra fadiga – insatisfatório, utilizar critérios
Critério de Goodman menos conservativos: Gerber ou
ASME-elíptico

Se o dimensionamento ainda não for


Após análise de fadiga, satisfatório, parafusos adicionais e/ou
também deve ser verificada parafusos de diferentes tamanhos podem
a possibilidade de ser necessários
escoamento usando a
resistência de prova Sp Dica:
P carga externa total
(P/N) Carga em cada parafuso

Nos problemas utilize P/N


73
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fadiga em junções parafusadas
▪ Tabela com os valores de limite de fadiga completamente corrigido
pelos fatores de concentração de tensão e os modificadores de fadiga:

74
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fadiga em junções parafusadas
• Exercício 10: A secção da junção selada mostrada na figura é carregada por uma força de P = 6
kip. A rigidez de uma arruela é de 153,3 Mlbf/in e do membro é de 35,5 Mlbf/in cada. Todos os
parafusos de porca foram cuidadosamente pré-carregados a 25 kip cada um.
• (a) Se arruelas com 0,134 in de espessura, tiverem de ser usadas sob a cabeça e a porca, que
comprimento de parafusos de porca deve ser utilizado?
• (b) determine kb , km , C, Fb e Fm e os coeficientes de carga e segurança contra o a separação.
• (c) encontre o fator de segurança contra falha por fadiga pelos critérios de Goodman e Gerber e
o fator de segurança contra o carregamento de sobreprova. Considere a força variável entre 0 e 6
kip.

E = 30 Mpsi

75
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

76
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

77
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

78
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Fadiga em junções parafusadas
▪ Exercício 11: Suponha que o suporte de aço soldado mostrado na figura seja parafusado com
porcas debaixo de uma viga de teto de aço estrutural de modo a suportar uma carga vertical
flutuante a ele imposta. Os parafusos são de ½ in, de rosca grossa, SAE grau 5, apertados à uma
pré-carga de 75% da resistência de prova. As rigidezes já foram computadas e são kb = 4,94
Mlb/in e km = 15,97 Mlb/in.
▪ (a) Supondo que os parafusos, em vez da solda, governem a resistência deste projeto, determine
a carga repetida segura P que pode ser imposta a essa montagem empregando o critério de
Goodman e um fator de projeto de fadiga de 2.
▪ (b) Repita a parte (a) empregando o critério de Gerber.
▪ (c) Determine os fatores de carga e de separação com base na carga encontrada em (b).

79
JUNÇÕES EM
CISALHAMENTO

80
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Introdução
▪ Os parafusos também são usados para
resistir a cargas de cisalhamento, embora
esse tipo de aplicação seja mais comum em
projetos estruturais que em projetos de
máquinas. A pré-carga de tração nesse caso
serve para criar grandes forças de atrito entre
elementos parafusados, que então podem
resistir à carga de cisalhamento.
▪ Dessa forma, os parafusos permanecem
ainda carregados em tração com altas
pré-cargas. Se o atrito na junta não for
suficiente para suportar as cargas de
cisalhamento, então o(s) parafuso(s) será(ão)
colocado(s) sob cisalhamento direto. Uma
solução alternativa ao parafuso é o rebite.

81
Falhas
▪ Conexão rebitada, carregada em cisalhamento.

Falha por flexão do rebite ou membro


rebitado.

Onde: t = espessura total das partes


conectadas
O cálculo da tensão de flexão é uma
suposição, pois não é de
conhecimento exato como a carga é
distribuída para o rebite nem as
deformações relativas do rebite e dos
membros substitui-se seu efeito
com um aumento no fator de
segurança.
82
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Falhas
POR CISALHAMENTO DE UM DOS MEMBROS POR TRAÇÃO

Área líquida =
Área da S.T. de A - A de todos os
todos os rebites furos (analisando a
no grupo. largura)
combinação que
resulte a menor
área

Os efeitos de concentração de tensão não são considerados em projeto


estrutural, pois as cargas são estáticas e materiais dúcteis.

Efeitos de concentração de tensão devem ser considerados para materiais


frágeis com cargas estáticas e de fadiga e/ou materiais dúcteis com cargas de
fadiga
83
Falhas CISALHAMENTO
ESMAGAMENTO DO DE BORDA
REBITE OU DA CHAPA

A=td
t é a espessura da
chapa mais fina e d o
diâmetro do rebite ou
parafuso.
O cálculo dessa tensão é
complicado pela distribuição
da carga na superfície
cilíndrica do rebite.
Espaço de pelo menos 1 ½ do diâmetro
longe da borda para evitar a falha.
Assume-se que as componentes das forças
atuam de forma uniformemente distribuída
sobre a área projetada do contato do rebite
84
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Falhas
▪ Todos os componentes compartilham igualmente a carga em cisalhamento,
esmagamento no rebite, esmagamento do membro e cisalhamento no rebite.
▪ Quando a pré carga do parafuso é perdida, um parafuso começa a carregar o
cisalhamento e o esmagamento até que o escoamento lentamente traga outros
fixadores para compartilhar o cisalhamento e o esmagamento.

Cisalhamento no parafuso (ou rebite) Esmagamento no parafuso (ou rebite)

Esmagamento nos membros Tração dos membros

Syc – Tensão de escoamento do


material dos membros 85
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Falhas em junções por cisalhamento
▪ Exercício 12: Uma junção sobreposta utilizando parafusos de grau 5 da SAE e
membros feitos de aço SAE 1040 repuxado a frio, é mostrada na figura. Encontre a
carga de cisalhamento de tração F que possa ser aplicada a essa conexão se os
seguintes fatores de segurança forem especificados: cisalhamento de parafuso 1,8;
esmagamento dos parafusos 2,2; esmagamento dos membros 2,4; Tração no membro
2,6.

Pela teoria da energia de distorção

86
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

87
88
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Falhas em junções por cisalhamento
▪ Exercício 13: A figura mostra uma conexão que emprega 3 parafusos de
grau 5 da SAE. A carga de cisalhamento de tração é de 5400 lbf. Os
membros são barras de aço AISI 1020 repuxado a frio. Encontre o fator de
segurança para cada modo possível de falha.

89
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Carregamento excêntrico
▪ Determinação de cargas de cisalhamento em fixadores: A carga excêntrica pode
ser trocada por uma combinação de carga P, agente através do centróide do padrão de
pinos, e um momento M com relação ao centróide. A força através do centróide
gerará forças reativas iguais e opostas F1 em cada pino. Adicionalmente, existirá uma
segunda força F2 em cada pino, agindo perpendicularmente ao raio do centróide ao
pino, devido ao momento M.
▪ A magnitude da componente de força F1 em cada pino devida à força P agente ao
longo do centróide será:

90
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Carregamento excêntrico
▪ Determinação de cargas de cisalhamento em fixadores: Para determinar quanto de
força cada pino sente devido ao momento M, pressupomos que uma parte possa rodar
ligeiramente em torno do centróide com relação à outra parte. O deslocamento em
cada furo será proporcional ao seu raio, medido a partir do centróide. A deformação
desenvolvida no pino será proporcional àquele deslocamento. As tensões são
proporcionais às deformações na região elástica, e a força é proporcional à tensão
para a área de cisalhamento constante. A magnitude da componente de força sentida
por qualquer pino e devida ao momento M é:

91
Carregamento excêntrico
▪ Exercício 14: Uma barra de aço retangular de 15 x 200 mm é fixada, em balanço, a
um perfil de canal de aço de 250 mm, através de quatro parafusos (ou rebites),
localizados em A, B, C e D. Para uma carga de 16 kN determine:
▪ (a) a carga resultante em cada parafuso;
▪ (b) a tensão de cisalhamento em cada parafuso;
▪ (c) a tensão de esmagamento máxima.

Podemos analisar também a


tensão crítica de flexão na
barra (ou membro):

Ocorre em uma seção


paralela ao eixo vertical
através dos fixadores mais
solicitados
92
Carregamento excêntrico
▪ Exercício 15: Encontre a carga de cisalhamento total em cada um dos três parafusos
de porca para a conexão mostrada na figura e compute a tensão de cisalhamento
significativa de parafuso e a tensão de esmagamento do parafuso.

Determine também
a tensão crítica de
flexão na barra

93
Carregamento excêntrico
▪ Exercício 16: Uma barra de aço AISI 1018 estirada a frio de 3/8 x 2 in é montada em
balanço para suportar uma carga estática de 300 lbf. A barra é segura ao suporte
usando dois parafusos de ½ in UNC SAE. Encontre o fator de segurança para os
seguintes modos de falha: cisalhamento do parafuso, esmagamento no parafuso,
esmagamento no membro e resistência a flexão no membro.
▪ Dados: Tensão de escoamento no parafuso = 92 kpsi. Tensão de escoamento no
membro = 54 kpsi.

94
UNIÕES
SOLDADAS
95
Introdução
▪ Soldagens (ou conjuntos soldados) são utilizadas em muitas
aplicações, como estruturas e componentes de máquinas, edifícios,
pontes, navios, veículos, equipamentos de construção e muitos outros
sistemas.
▪ Nosso foco será no seu uso como projeto de máquinas, não em
elementos estruturais como edifícios e pontes, embora os princípios
do projeto de uniões soldadas sejam similares entre essas aplicações.

96
Introdução
▪ Terminologia típica da solda:
▪ A soldagem de metais a arco requer a aplicação localizada de calor
suficiente para fundir o material-base ao mesmo tempo em que o
material de adição compatível é adicionado para unir as duas partes.
Uma solda corretamente aplicada pode ser tão resistente quanto o
material-base, mas se feita de maneira inadequada pode deixar a
montagem severamente enfraquecida.

97
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Introdução
▪ Tipos de solda de uso comum:
▪ Soldagem com eletrodos revestidos (SMAW – shielded metal arc
welding);
▪ Soldagem com arame tubular (FCAW – flux cored arc welding);
▪ Soldagem a arco gás-metal (GMAW – gas metal arc welding);
▪ Soldagem a arco gás-tungstênio (GTAW – gas tungsten arc welding);
▪ A soldagem ao arco submerso (SAW – submerged arc welding);
▪ soldagem por resistência.
▪ Engenheiro: definição da soldagem de acordo com as boas práticas da
engenharia, de maneira que as soldas sejam seguras contra falhas no
uso desejado, escolher a resistência necessária do material de solda e
especificar esta informação nos desenhos.

98
Tipos de juntas e soldas
▪ Existem cinco tipos de juntas, topo, T, canto, sobre-posta e aresta. A
escolha do tipo de junta será, até certo ponto, ditada pela geometria
desejada da soldagem, e uma dada soldagem pode ter vários tipos
dentro dela.

99
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Tipos de juntas e soldas
▪ Além dos cinco tipos de chanfros, outros três tipos de solda podem
ser usados: solda de chanfro, de filete e de tampão ou ponto. A solda
de chanfro divide-se em duas subcategorias, tendo cada uma delas
penetração completa ou parcial.
▪ Soldas de chanfro são mais aplicáveis para juntas de topo, de canto
externas e de aresta em juntas com materiais de suficiente espessura.
Soldas de filete são indicadas para juntas de ângulo, sobrepostas e de
ângulo interno.

100
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Tipos de juntas e soldas
▪ A solda de chanfro pode ter junta de penetração completa (JPC) ou
junta de penetração parcial (JPP). Uma JPC de topo carregada em
tração será tão resistente quanto o elemento menos espesso da
união de dois materiais. A resistência de uma JPP depende da
profundidade da garganta. Soldas do tipo JPP são, geralmente,
utilizadas em ambos os lados de seções espessas, onde uma solda
JPC seria maior que o necessário.

101
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Tipos de juntas e soldas
▪ Soldas de filete são definidas pelo comprimento de sua perna, w, mas
a resistência da solda é limitada pela dimensão da garganta, t. Soldas
de filete são orientadas, geralmente, a 45° entre duas chapas
ortogonais, mas podem unir peças a qualquer ângulo. Se as peças
unidas são ortogonais e o filete está a 45°, então a garganta, t, é 0,707
vez a dimensão, w, da perna. A área de fusão, que determina onde o
cordão se separa do material-base, é a largura, w, vezes o
comprimento do cordão em cada lado do filete de solda.

OBS: No Shigley, a
perna da solda tem a
nomenclatura como
sendo h

102
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Tipos de juntas e soldas
▪ Preparação da junta:
▪ A solda será melhor se a junta for preparada adequadamente para que o calor
e o material de adição possam alcançar e fundir todas as porções da zona de
união. A menos que as seções sejam finas, a junta deve ser preparada pela
remoção de material de um ou de ambos os lados. Vários tipos de formatos
de chanfro são recomendados: U, J e V.
▪ O chanfro em J ou U deixa uma pequena porção de material na parte inferior
do material-base para prevenir que metal fundente escorra, mas deve ser fino
o suficiente para permitir uma boa penetração. Um chanfro em V é mais
fácil de usinar, mas precisa de uma folga na sua face inferior para ter uma
boa penetração.

103
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Símbolos de soldagem
▪ Uma solda é fabricada ao se soldarem juntas várias formas metálicas, cortadas em
configurações particulares. Durante a soldagem, todas as partes são mantidas juntas
de forma segura, freqüentemente por um grampo ou uma guia. As soldas devem ser
precisamente especificadas nos desenhos de trabalho, o que é feito utilizando-se o
símbolo de soldagem, tal como padronizado pela American Welding Society (AWS).
A seta desse símbolo aponta para a junção a ser soldada. O corpo dele contém tantos
elementos quanto se supõe que sejam necessários, a saber:
▪ Linha de referência;
▪ Seta;
▪ Símbolos básicos de soldagem (Figura a seguir), dimensões;
▪ Símbolos suplementares e de acabamento;
▪ Símbolos de acabamento; Cauda; Especificação ou processo.

104
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Símbolos de soldagem

105
Símbolos de soldagem
▪ Exemplos:

106
Símbolos de soldagem
▪ Exemplos:

107
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Comparado com o cálculo de tensões em componentes de máquinas com
geometria complexa, o cálculo das tensões em um cordão de solda é bastante
simples. Se pudermos evitar o carregamento em flexão nas soldas, o
carregamento será normalmente cisalhamento direto.

FOCO DO ESTUDO: SOLDA DE FILETE

Equação a partir de um modelo verificado por ensaio:

Perna da solda

IMPORTANTE:
Garganta da solda
t = 0,707h

108
Carregamento estático em soldas
▪ Direção do carregamento: A direção do carregamento versus a direção do
eixo do cordão tem um efeito significante na resistência do cordão de solda.
Testes mostram que cordões carregados ortogonalmente (transversalmente)
ao eixo do comprimento têm resistência 50% maior que a mesma solda
carregada no sentido longitudinal ao eixo do cordão.

▪ Contudo, soldas longitudinais têm a vantagem de permitir mais


deformação antes do escoamento que soldas transversais. Entretanto,
soldas são projetadas contra falha por ruptura, em vez de escoamento, e
embora dúctil, o volume da solda é muito pequeno comparado ao
material-base, e a magnitude da deformação de solda entre o escoamento e
a fratura é muito pequena para fornecer qualquer aviso de falha eminente.

109
Carregamento estático em soldas
▪ Tensões residuais em soldas: As soldas sempre apresentarão altos valores de tensão
residual. Isto ocorre por que o material de adição dilata-se seis vezes mais, na direção
do comprimento, quando fundido. Ao resfriar, ele se contrai na mesma quantidade.
Isto significa que o cordão irá escoar por tração à medida que resfria, e o
material-base, adjacente ao cordão, impede qualquer movimentação. Aparecerá,
então, durante o resfriamento uma tensão compressiva de balanceamento formada na
região adjacente à solda.
▪ Com a utilização de um material de adição com resistência inferior à do
material-base as tensões residuais podem ser reduzidas, devido ao menor limite de
escoamento.

Recomenda-se que a resistência do


eletrodo selecionado seja aproximada-
mente igual à do material-base, e, para as
juntas JPC carregadas em tração, isso é
uma exigência. Em algumas situações,
pode-se subestimar a resistência do
material de adição (material de adição
menos resistente que o material-base).

110
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Sistema de especificação de eletrodos do código da AWS:

111
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 01: A figura mostra uma barra de aço horizontal de 10 mm de espessura
carregada em tração permanente e soldada a um suporte vertical. (a) Encontre a carga
F que causará uma tensão de cisalhamento de 140 MPa nas gargantas das soldas. (b)
Considerando o eletrodo E7010, qual é a carga admissível na soldagem? (c) sendo a
barra de aço 1018 estirada a frio e aço 1018 laminado a quente para o suporte
vertical, qual a carga admissível na garganta da solda em função do metal do
elemento base que se incorpora nas soldas? (d) Qual a carga admissível considerando
apenas o metal adjacente à solda.

O metal de solda será uma


mistura dos metais base com o
material do eletrodo.
Uma barra estirada a frio, terá
suas propriedades substituídas
pelas de uma laminado a
quente ao redor da solda.

112
113
114
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 02: Uma barra de aço 1015 de seção transversal retangular de 12 mm por
50 mm carrega uma carga de 68 kN. É soldada a uma chapa de reforço com uma
solda de filete de 10 mm com comprimento de 50 mm em ambos os lados, com um
eletrodo E70XX. Use o método do código de soldagem. (a) é satisfatória a resistência
do metal de solda (eletrodo E70XX) ? (b) é satisfatória a resistência na garganta da
solda? (c) é satisfatória a resistência da fixação (considerando o metal adjacente à
solda)? (d) é satisfatória a tensão de tração no metal (considerando a seção
transversal)?

115
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 03: Uma seção de aço A36 tem uma seção transversal mostrada na figura e
resistência ao escoamento e resistência última à tração de 248 e 400 MPa,
respectivamente. Uma carga de 107 kN é estaticamente carregada pelo centroide.
Cordões de solda não simétricos podem compensar através da excentricidade, tal que
não existe momento a ser resistido pelas soldas. Especifique os comprimentos dos
cordões de solda l1 e l2 para uma solda de filete de 8 mm usando um eletrodo
E70XX.
▪ Dica: analise através da resistência na garganta da solda, no metal adjacente e na
seção transversal do

116
Carregamento estático em soldas
▪ Tensões em juntas soldadas em torção: A figura ilustra uma viga em balanço
soldada a uma coluna por duas soldas de filete. A reação no suporte de uma viga em
balanço sempre consiste em uma força de cisalhamento V e um momento M.

A força de cisalhamento produz uma


tensão primária de cisalhamento

O momento no apoio produz uma


tensão secundária ou torção

Ju momento de inércia polar unitário de


área solda como linha
117
118
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 04: Uma barra de aço de 20 mm de espessura, para ser usada como viga, é
soldada a um suporte vertical usando duas soldas de filete, como ilustrado. Encontre
a força de flexão F segura se a tensão permissível de cisalhamento nas soldas for de
140 MPa.

119
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 05: Uma barra de aço de 20 mm de espessura, para ser usada como viga, é
soldada a um suporte vertical usando soldas de filete, como ilustrado. Encontre a
força de flexão F segura se a tensão permissível de cisalhamento nas soldas for de
140 MPa.

120
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 06: Um torque de 20 kNm é aplicado à soldagem mostrada. Calcule a
tensão máxima de cisalhamento na garganta da solda.

121
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Tensões em juntas soldadas em flexão: A figura ilustra uma viga em balanço
soldada a uma coluna por duas soldas de filete. Um DCL mostraria uma reação de
força cortante V e uma reação de momento M.

A força de cisalhamento produz uma


tensão primária de cisalhamento

O momento induz uma componente de


tensão de cisalhamento na garganta de
0,707τ

Iu momento de inércia unitário de área


solda como linha

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124
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 07: Realize uma avaliação de adequação da viga, usando o método da
solda como uma linha, para a viga em balanço soldada e carregada estaticamente
com 2,2 kN. A viga em balanço é feita de aço AISI 1018 laminado a quente e soldada
com uma solda de filete de 10 mm, como mostrado na figura. Um eletrodo E6010 foi
usado.

125
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 08: Encontre a tensão máxima de cisalhamento na garganta do metal de
solda da figura a seguir.

126
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 09: Encontre a tensão de cisalhamento máxima para a solda mostrada na
figura. As peças são soldadas utilizando-se um eletrodo E60 (Sy = 345 MPa).

127
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento estático em soldas
▪ Exercício 10: O conjunto soldado na Figura tem cordão de solda entre todo o
perímetro do tubo e a chapa. Determine o tamanho do cordão necessário para
suportar um carregamento de P = 12 kN. O material das chapas é aço estrutural
ASTM A36 e será utilizado o eletrodo revestido E70xx (tensão admissível de 144,8
MPa). O tubo é Schedule 40 com 115 mm de diâmetro externo por 6 mm de
espessura de parede. Dimensão a = 381 mm e r = 254 mm.

128
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento de fadiga em soldas
▪ Os métodos convencionais são utilizados. Em fadiga, o critério de Gerber é o melhor;
no entanto, o critério de Goodman é o de uso mais comum. Os fatores de
concentração de fadiga encontram-se na tabela a seguir:

Fator de segurança
de fadiga – Critério
de Goodman
modificado

Lembrando que:
129
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento de fadiga em soldas

Fator de segurança de
Lembrando que:
fadiga – Critério de
Gerber

130
SOLDAGEM E UNIÕES SOLDADAS
Carregamento de fadiga em soldas
▪ Exercício 11: Uma tira de aço 1018 tem uma carga completamente reversa de 4500
N aplicada. Determine o fator de segurança da soldagem para vida infinita a partir do
critério de Goodman. Dados: SUT aço 1018 = 400 MPa.

Para cisalhamento, a literatura adota 0,59 131

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