Você está na página 1de 8

ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

MARIA EDUARDA RODRIGUES DE ABREU

RESUMO DAS ABORDAGENS DE ENSINO E APRENDIZAGEM


Abordagens: tradicional, comportamentalista e humanista

Disciplina: Psicologia do desenvolvimento e


teorias de aprendizagem
Docente: Rosângela Parga de Oliveira
Acadêmica: Maria Eduarda Rodrigues de
Abreu

TERESINA-PI
2022
MARIA EDUARDA RODRIGUES DE ABREU

RESUMO DAS ABORDAGENS PEDADÓGICAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM


Abordagens: tradicional, comportamentalista e humanista

TERESINA-PI
2022
1 INTRODUÇÃO

O processo de ensino e aprendizagem tem sido estudado de diferentes


perspectivas, esse resumo refere-se às diferentes abordagens teóricas que tem
como objetivo a explicação desse processo e compreensão dos fenômenos
educativos em várias áreas, relacionando-se com momentos históricos da criação e
desenvolvimento na sociedade na qual está inserida.
Na linguagem coloquial o processo de aprendizagem envolve dois passos: o
ensinar, envolve uma atividade e o aprender, envolve a realização de uma tarefa
com êxito. Mostrando assim o papel da didática para a formação do educador e a
sua importância nas atividades de ensino e aprendizagem.
As abordagens do processo de ensino e aprendizagem citadas serão:
abordagem tradicional, abordagem comportamentalista e a abordagem humanista

2 ABORDAGEM TRADICIONAL

Consideram uma abordagem de ensino-aprendizagem que não se


fundamenta implicitamente ou explicitamente em teorias validadas, mas em diversas
tendências, concepções e práticas educativas aplicadas em um contexto escolar,
que foram transmitidas durante um tempo e persistiram, servindo de referência para
o que definimos como ensino tradicional.
Para Georges Snyders, esse é o verdadeiro ensino, pois encaminha o aluno
ao contato com a literatura, arte, ao raciocínio e demonstrações elaboradas por
meios de métodos mais seguros. Com destaque para os modelos e o professor
como elemento imprescindível na transmissão do conteúdo.
O ensino nessa abordagem é centrado no professor, o adulto considerado um
homem pronto e acabado, e o aluno um “adulto em miniatura”, um ser que ainda
precisa ser formado, alguém que não tem suas vontades como algo de grande
importância. Contudo é um ensino voltado para o que é externo ao aluno: o
programa, as disciplinas e o professor; O aluno é um simples depositário, não há
ênfase no seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Nesse contexto o homem é considerado uma espécie de tabula rasa, na qual
são impressas gradualmente informações e imagens fornecidas pelo ambiente,
nesse caso caracteriza-se a transmissão e repetição do conteúdo com o objetivo de
armazena-lo.
A educação é entendida como instrução e transmissão do conhecimento,
restrita a ação da escola e professor, ocorre a transmissão de um conhecimento
selecionado e elaborado por outro, tarefas de aprendizagem quase sempre
padronizadas.
A escola é considerada o local ideal para realizar a educação, organizada por
funções definidas, possui normas disciplinares rígidas e prepara esse indivíduo para
a sociedade.
Já esse aluno é um ser passivo que tem a função de assimilar os conteúdos
passado pelo professor, dever de dominar o conteúdo cultural universal transmitido
pela escola.
O professor predomina como a autoridade na sala de aula, é o transmissor
dos conteúdos aos alunos.
No ensino-aprendizagem os objetivos obedecem às sequências lógica dos
conteúdos, os conteúdos são baseados em documentos legais, selecionados a partir
da cultura universal acumulada. A aula é predominantemente expositiva, com
exercício de fixação e leituras-cópia.
Sendo a avaliação realizada visando a exatidão da reprodução do conteúdo
comunicado em sala de aula, medida através de provas e exercícios, as notas
obtidas funcionam como níveis de aquisição desse conteúdo, consagrando o ciclo
de estudos.
Por fim pode-se concluir e atribuir essa abordagem a uma epistemologia
consiste na aceitação e suposição de que o conhecimento provem do meio e é
transmitido na escola com modelos e demonstrações. A ênfase é colocada na
intervenção do professor e o indivíduo é um ser passivo, recebe o conhecimento
escolhidos por outro.

3 ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA
Essa abordagem também se caracteriza pela ênfase no objeto, no
conhecimento, todavia, utilizando, de uma “engenharia” comportamental e social
sofisticada para moldar os comportamentos sociais. O homem é considerado como
produto do meio; podendo manipula-lo e controla-lo por meio da transmissão dos
conhecimentos decididos pela sociedade ou por seus dirigentes.
O principal representante dessa escola é Skinner (1972). Ele não se preocupa
em justificar por que o aluno aprende, mas sim em fornecer uma tecnologia que seja
capaz de explicar como fazer o estudante estudar e que seja eficiente na produção
de mudanças comportamentais.
A teoria comportamental de Skinner defende que a aprendizagem é fruto de
condicionamento operante, ou seja, um comportamento reforçado, até que ele seja
condicionado de tal forma que ao se retirar o reforço o comportamento continue a
acontecer. Tem por determinante os fatores externos, o ambiente e o social.
Existem dois tipos de reforços, o reforço positivo é um estímulo favorável que
ocorre após um comportamento desejado, como por exemplo, dar comida ao
cachorro depois que ele correu para pegar a bola e trouxe de volta. O reforço
negativo é a remoção de algo desfavorável, um evento aversivo, depois de um
comportamento, por exemplo, permitir que uma criança assista ao desenho depois
que ela parar de fazer birra.
Já Bandura, outro estudioso da teoria defende que a aprendizagem vem por
meio da observação e da repetição, ele acredita que quando alguém observa outro
comportamento ele tende a imitá-lo;
Elas contribuem para a prática docente, da seguinte maneira: através da
organização dos conteúdos em unidades simples compostas por pequenos tópicos
ensinados passo a passo; e na elaboração de aulas com conhecimentos simples,
sem grandes divagações exigindo do aluno resposta objetivas sobre os assuntos
abordados.
A escola deverá se adaptar de acordo com os comportamentos que se
deseja manter. Cabe a ela portanto manter, conservar e em parte modificar os
padrões de comportamento aceito como úteis e desejáveis para uma sociedade,
considerando-se em determinado contexto cultural. Ocorre a divisão entre
planejamento (quem planeja) e execução (quem executa). Uso de teleducação,
ensino a distância (ead).
O aluno é considerado como um recipiente de informações e reflexões para
quem o material é preparado. O aluno eficiente e produtivo é aquele que lida
“cientificamente” com os problemas da sociedade.
O professor é o educador que seleciona, organiza e aplica um conjunto de
meios que garantem a eficiência e eficácia do ensino.
Já no ensino-aprendizagem os comportamentos nos alunos serão instalados
e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários tais como: elogios, graus,
notas, prêmios, reconhecimentos do mestre e dos colegas, prestígio, etc. O ensino
para Skinner corresponde ao arranjo ou à disposição de contingências para uma
aprendizagem eficaz. Os objetivos educacionais são operacionalizados e
categorizados a partir de classificações; gerais e específicas. Ênfase no meio,
recursos audiovisuais, instrução programada, tecnologias de ensino, etc.
A avaliação na abordagem comportamental consiste em constatar se o aluno
aprendeu e atingiu seus objetivos propostos quando o programa foi conduzido até o
final de forma adequada.
Conclui-se que esta abordagem é caracterizada pelo primado do objeto
(empirismo), o conhecimento é uma “descoberta” e o conteúdo transmitido visa
objetivos e habilidades que levam a competência. O aluno é considerado como um
recipiente de informações e reflexões. A educação segundo essa abordagem deverá
transmitir conhecimentos, assim como comportamentos éticos, práticas sociais,
habilidades consideradas básicas para a manipulação e controle do
mundo/ambiente (cultural, social etc.) Esse sistema educacional tem como finalidade
básica promover mudanças nos indivíduos, que implicam tanto em aquisição de
novos comportamentos quanto a modificação de comportamentos já existente.

4 ABORDAGEM HUMANISTA

Nessa abordagem o enfoque é o sujeito, com “ensino centrado no aluno”. No


entanto, sob alguns pontos de vista, esse enfoque também tem características
interacionistas de sujeito-objeto. Para Mizukami (1986, p. 37), o referencial teórico
desta corrente tem origem no trabalho de Rogers (1972), que não foi
especificamente elaborado para a educação, e sim para tratamento terapêutico.
O enfoque Rogeriano, enfatiza as relações interpessoais, objetivando o
crescimento do indivíduo, em seus processos internos de construção e organização
pessoal da realidade, de forma que atue como uma pessoa integrada. Nesse
contexto, o professor deve ser um “facilitador da aprendizagem”, ou seja, deve
fornecer condições para que os alunos aprendam, podendo ser treinado para tomar
atitudes favoráveis condizentes com essa função
Os conteúdos de ensino são vistos como externos e assumem papel
secundário, privilegiando-se o relacionamento das pessoas envolvidas no processo
de ensino e aprendizagem. Por outro lado, verifica-se na obra de Rogers e na
abordagem humanista a carência de uma teoria de instrução que forneça bases e
diretrizes sólidas para a prática educativa.
Nessa filosofia, o homem é encarado como um indivíduo único e original. Ele
busca despertar o máximo de suas potencialidades com liberdade e curiosidade
para encontrar conhecimento. O objetivo último do ser humano é a autorrealização
ou uso pleno de suas potencialidades e capacidades.
Na abordagem humanista a escola deve respeitar as crianças e oferecer
condições para que ela se desenvolva possibilitando sua autonomia; Escola
proclamada para todos. “Democrática”. Ocorre o afrouxamento das normas
disciplinares.
Cabe ao aluno um papel essencialmente ativo, e suas atividades básicas
entre outras, deverão consistir em: observar, experimentar, comparar, relacionar,
analisar, justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses, argumentar, etc. Centro do
processo de ensino e aprendizagem. Aluno criativo, que “aprendeu a aprender”.
E ao professor cabe orientação necessária para que os objetos sejam
explanados pelos alunos, sem jamais oferecer-lhe solução pronta, ele esse
facilitador da aprendizagem.
No ensino-aprendizagem ocorre a “não-diretividade” do conteúdo, quanto aos
objetivos educacionais, eles obedecem ao desenvolvimento psicológico do aluno. Os
conteúdos programáticos são selecionados a partir dos interesses dos alunos. O
ensino compatível com a Teoria Piagetiana tem de ser baseado no ensaio e erro, na
pesquisa, na investigação, na solução de problemas por parte do aluno, e não
aprendizagem de fórmulas, nomenclaturas, definições, etc. O ponto fundamental
desse ensino, portanto consiste em como vai obter e construir esse conhecimento.
A avaliação valoriza aspectos afetivos (atitudes) com ênfase na
autoavaliação. Assim a educação assume significado amplo, pois trata-se da
educação do homem não apenas da pessoa em situação escolar em uma instituição
de ensino. Logo ocorre a criação de condições para que os alunos possam se tornar
pessoas de iniciativa, de responsabilidade, de autodeterminação, de discernimento
que soubessem aplicar-se a aprender as coisas que lhes servirão para a solução de
seus problemas e que tais conhecimentos os capacitassem a se adaptar as
situações com mais flexibilidade.

Você também pode gostar