A VINDA DE NOSSO SENHOR

“Quem está do lado do Senhor?”

“E havia entre eles alguns gregos que subiram para adorar na festa; o mesmo veio,
pois, a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e o interpelou, dizendo: Senhor,
queremos ver a JESUS”. {COML 1.1}
O desejo desses gregos era certamente muito natural. Eles haviam subido a
Jerusalém para adorar, e encontraram o nome de JESUS nos lábios de todos. Do mais
alto ao mais baixo, do orgulhoso e cortejado fariseu ao proscrito leproso, do sumo
sacerdote e dos principais sacerdotes, supostamente os mais puros da nação, ao
pecador abandonado, todos, todos falavam de JESUS. Claro que nem todos O louvam,
nem todos O glorificam; os chefes dos sacerdotes e os fariseus opunham-se
fortemente a Ele, e apenas esperavam impacientemente uma oportunidade para matá-
lo, enquanto as pessoas comuns estavam ansiosas para fazê-lo rei. Mas seja para
louvar ou para condenar, seja para matar ou para fazerum rei, o único sujeito de tudo
isso era JESUS, e era a coisa mais natural do mundo que esses gregos quisessem ver a
Pessoa sobre quem tanto se falava. {COML 1.2}
Daquele dia até hoje, o nome mais usado neste mundo é o nome de JESUS. A
única Pessoa sobre quem mais foi dito, e de quem mais foi feito, do que qualquer
outra pessoa que este mundo já viu, é o Homem Cristo JESUS. É verdade que, como
no início, alguns o louvaram e alguns o amaldiçoaram; alguns O adoraram, enquanto
outros tentaram matá-Lo, clamando: “Esmague o desgraçado”, e muitas vezes ele foi
ferido na casa de Seus amigos; ainda o nome mais do que todos os outros que é usado
em todo o mundo hoje é o nome de JESUS. E com aqueles gregos de
antigamente, nós agora dizemos: “Nós veríamos JESUS”. {COML 2.1}
Não, porém, como eles, simplesmente porque muito se fala dele, nem a favor nem
contra ele; não porque ainda existem aqueles, como Ingersoll, que matariam pelo
menos Seu nome da terra; nem ainda porque há aqueles, como os Reformadores
Nacionais, que O tomariam à força e O fariam rei dos Estados Unidos. Não por causa
de nenhuma dessas coisas nós O veríamos. Mas nós O veríamos como Ele é. Pois,
como diz a Escritura, não o tendo visto, nós o amamos ( 1 Pedro 1:8); e porque o
amamos, nós o veríamos. Não O tendo visto, nós O amamos porque Ele nos amou
primeiro. Nós O amamos porque Ele nos amou e se entregou por nós. Nós O amamos
por Sua gentil piedade por pecadores como nós. Nós o amamos por Sua alegre
misericórdia para com homens tão terrivelmente indignos como nós. Nós O amamos
porque no “grande amor com que nos amou” Ele, “Ele mesmo, levou os nossos
pecados em Seu próprio corpo sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados,
pudéssemos viver para a justiça”. Nós O amamos por sua elevada humanidade. Nós O
amamos por Sua “profunda reverência pela infinita bondade e verdade”. Nós O
amamos pela força moral e pela influência benigna de Seu poderoso caráter. Nós O
amamos por sua perfeita bondade. Por esta causa nós O veríamos. Nós o veríamos por
causa de— {COML 2.2}
“o caráter que Ele tem, E todas as formas de amor que Ele usa.” {COML 3.1}
No entanto, não o veríamos agora como Ele era . Não veríamos agora Seu rosto tão
casado mais do que qualquer homem, e Sua forma mais do que os filhos dos
homens. Não o veríamos agora como um homem de dores e experimentado no
sofrimento. Não o veríamos agora oprimido e afligido. Nós não o veríamos agora
sendo levado como um cordeiro para o matadouro. Nós não o veríamos agora em seu
trabalho de alma. Não o veríamos agora em sua terrível agonia na árvore
cruel. {COML 3.2}
Não; nós o veríamos como Ele é . Nós o veríamos “que vive”, embora uma vez
morto, mas agora “vivo para sempre, Amém”, e que tem “as chaves do inferno e da
morte”. Nós o veríamos como os discípulos O viram – “Sua face resplandeceu como o
sol”, “e Suas vestes tornaram-se resplandecentes”, “brancas como a luz”, “muito
brancas como a neve, de modo que nenhum outro na terra pode branqueá-los”. .” Nós
o veríamos como Estêvão O viu – em glória, “de pé sobrea destra de Deus”. Nós o
veríamos como Paulo o viu – brilhando em luz “acima do brilho do sol”. Nós O
veríamos como João O viu – “Sua cabeça e Seus cabelos brancos como lã, brancos
como a neve; e Seus olhos como chama de fogo; e os seus pés semelhantes a latão
reluzente, como se queimassem numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas
águas”; “e Seu semblante como o sol resplandece em sua força.” Nós o veríamos
como Isaías o viu – “sentado em um trono alto e sublime”, e o cortejo de Sua glória
enchendo o templo celestial, ao redor Dele os serafins brilhantes protegendo seus
rostos gloriosos de Sua glória inefável, e clamando um para outro: “Santo, santo,
santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” ( Isaías 6:1-
4com João 12:41). Nós o veríamos vindo nas nuvens do céu com poder e grande
glória, e ouviríamos Sua voz poderosa dizendo a Seus anjos: “Ajuntai a mim os meus
santos, aqueles que fizeram aliança comigo por meio de sacrifícios”. E então e ali no
meio da igreja nós O veríamos e ouviríamos Sua gloriosa voz cantando aquele cântico
de louvor prometido ao Pai ( Hebreus 2:12). Ó, é assim que “nós veríamos
JESUS”! {COML 3.3}
E agradecemos a Deus, não apenas pela esperança de que O veremos como Ele é,
mas também porque os sinais são abundantes ao nosso redor que mostram que esta
“bendita esperança” será cumprida. E a bendita promessa é que não apenas “O
veremos como Ele é”, mas “seremos como Ele ”. “Amados, agora somos filhos de
Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser; mas sabemos que quando Ele
aparecer, seremos semelhantes a Ele; porque o veremos como ele é ”. Nós veríamos
JESUS. Nesta esperança vivemos. Para sua fruição esperamos. Mas enquanto
vivemos e caminhamos, nunca esqueceríamos por um momento que aquele “que nele
tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, como ele é puro”. 1 João 3:2, 3. E, mesmo
assim, realmente veríamos JESUS. {COML 4.1}