Você está na página 1de 344

GEOGRAFIA

9ª EDIÇÃO - 2021
PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA 3

Prezado aluno do Curso EsFCEx - Geografia do Brasil


AGRaDECIMENTOS O conhecimento, o entendimento e o perfeito domínio da
Geografia Brasileira, em suas muitas vertentes, são
ferramentas essenciais para o sucesso em qualquer
Em primeiro lugar, meu agradecimento especial e minha concurso – especialmente no âmbito da carreira militar,
consideração a dois professores extraordinários – aqueles com provas cada dia mais seletivas, que abordam
que me levaram a gostar de ensinar com excelência – diversas particularidades e singularidades da nossa
Dometildes Tinoco e Euzébio Cidade. (Olá, Mamãe e Geografia.
Papai!)
Tendo em vista, essencial e prioritariamente, o sucesso
Um agradecimento sincero aos meus queridos alunos e a de seus alunos, o Curso Cidade, por meio de sua equipe
nossa excelente e dedicada equipe de professores da de Professores de Geografia, apresenta este Caderno de
Cadeira de Geografia, liderada pelo Professor Drº Adriano Estudos confeccionado a partir de um sólido
Bittencourt Andrade, ex-membro da Banca do Concurso embasamento teórico, a presente apostila apresenta um
da EsFCEx; profissional ímpar, e que reúne as qualidades atualizado conteúdo e um arcabouço de exercícios
de um verdadeiro líder, auxiliado pela professora Rubia realizados por inúmeras bancas examinadoras, com o
Rubio que com seu extraordinário conhecimento da intuito de fortalecer e solidificar a teoria aprendida em
Geografia Brasileira, reescreveu este Caderno de Estudos. sala, ou nas aulas ao vivo, trabalhada na apostila e
Trabalho de incomensurável valor pedagógico que servirá praticada nos exercícios. Há uma quantidade significativa
de guia para a preparação dos nossos alunos candidatos de questões e de tópicos teóricos importantes, cujo
a uma vaga na EsFCEx. objetivo é ajudar a pensar a Geografia do Brasil, sem
recorrer a estratégias mnemônicas ineficazes e ideias
Agradeço também a prestativa colaboradora de todas as generalizadas, desprovidas de lógica.
horas, Laura Maciel, que aliada à coordenação da equipe
de TI e Chefe do Suporte, executou excelente trabalho de Aproveite! O material é seu: faça um ótimo uso dele!
formatação e diagramação deste material. Temos certeza de que aquele que se dedicar com afinco
Nosso Caderno de Estudos apresenta várias questões por ao estudo da teoria e das questões aqui apresentadas irá
subtópico, além das que foram cobradas nos 12 últimos melhorar sobremaneira o seu desempenho nos exames
Concursos da EsFCEx. Questões necessárias e vindouros. Nosso principal objetivo, com este material, é
fundamentais para um adestramento simples, rápido e contribuir para melhorar o desempenho de todo
eficaz para o concurso da Escola de Formação candidato que, de fato, queira aprender para resolver as
Complementar do Exército. questões de forma rápida e eficaz por ocasião do
concurso.
Esperamos que você utilize esta obra, exercitando com
atenção cada questão apresentada e pesquisando na Estamos aqui torcendo e trabalhando pelo seu sucesso!
bibliografia àquelas que apresentarem maior grau de O Curso Cidade tem como objetivo a sua aprovação!
dificuldade. Traga para a aula as dúvidas dos itens cuja
resposta não esteja de acordo com seu conhecimento ou Bom trabalho e bom estudo!
poste sua dúvida no fórum na Plataforma de ensino do Equipe de Geografia do Brasil
curso para que o professor possa respondê-la.
Curso Cidade
Aceite nossa companhia nesta viagem de treinamento
Rumo à EsFCEx.

Bons Estudos!!

Luiz Cidade

Diretor

3
PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA 4

EQUIPE Professores dos Concursos

Sormany Fernandes – História Geral e do Brasil


Diretor Geral Djalma Augusto – História Geral e do Brasil
Luiz Alberto Tinoco Cidade Atila Abiorana – Língua Portuguesa
Valber Freitas Santos – Gramática (EAD).
Drº Adriano Andrade – Geografia geral e do Brasil
Diretora Executiva
Enio Botelho – Geografia Geral e do Brasil
Clara Marisa May Drª Janaina Mourão – Geografia Geral e do Brasil (EAD).
Ms Rubia de Paula Rubio – Geografia Geral e do Brasil
Diretor de Artes Luiz Alberto Tinoco Cidade – Espanhol
Fabiano Rangel Cidade Drº Daniel Soares Filho – Espanhol (EAD)
Maristella Mattos Silva – Espanhol (EAD)
Gerente Operacional Monike Cidade – Espanhol e Alemão (EAD)
Ivana Mara Ferreira Costa - Inglês
Laura Maciel Cruz
Márcia Mattos da Silva – Francês (EAD)
Coordenação Geral dos Cursos Preparatórios
Marcos Henrique – Francês
Edson Antonio S. Gomes – Administração de Empresas
Profº Luiz Alberto Tinoco Cidade Tomé de Souza – Administração de Empresas (EAD)
Alexandre Santos de Oliveira – Direito
Coordenação dos Cursos de Idiomas EAD Drº Evilásio dos Santos Moura – Direito
Profº Dr. Daniel Soares Filho Rafael – Direito
Cirelene E. Martins - Direito
Secretaria Genilson Vaz Silva Sousa – Ciências Contábeis
Evilin Drunoski Mache Rodrigo Flórido Brum – Ciências Contábeis
Ricardo Sant'Ana – Informática
Suporte Técnico Fausto Santos – Informática
Rômulo Santos – Informática
Guilherme de Sousa Torres
Cintia Lobo César – Enfermagem
Janderson Políbio Grangeiro Alencar
Maria Luiza - Enfermagem
Lídia Maciel Cruz
Marcelo Herculano – Enfermagem
Lacerda – Enfermagem
Editoração Gráfica
Murilo Roballo – Matemática
Edilva de Lima do Nascimento Fernando Cunha Córes - Matemática
Marcos Massaki – Física I, II e III
Fonoaudióloga e Psicopedagoga
Andrei Buslik – Física e Matemática
Mariana Ramos – CRFa 12482-RJ/T-DF Mauro – Química
Antenor Nagi Passamani – Química
Janderson Polibio – Administração de Empresas
Assessoria Jurídica
Luiza May Schmitz – OAB/DF – 24.164

Assessoria de Línguas Estrangeiras


Monike Rangel Cidade (Poliglota-Suíça)

4
PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA 5

CONTEúDO
0. PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA .................................................................... 9

1. UM NORTE PARA O ESTUDO: ALGUMAS CATEGORIAS GEOGRÁFICAS........ 10

2. O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO............................................................... 11

2.1. A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL .................................................................................11


2.1.1. O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL ................................................13
2.1.2. FASES DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E OS CICLOS ECONÔMICOS ...............................20
2.1.3. COORDENADAS GEOGRÁFICAS: ORIENTAÇÃO NO TERRITÓRIO .......................................23
2.1.4. FUSOS HORÁRIOS ..................................................................................................................24
2.1.5. FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL...............................................................................................25
2.1.6. RESUMO ..................................................................................................................................28
2.1.7. EXERCÍCIOS ............................................................................................................................30
2.1.8. EXERCÍCIOS DE PROVA .........................................................................................................36

2.2. A INSERÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA NO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO DA


ECONOMIA ................................................................................................................................................43
2.2.1. CONCEITOS E TEMAS: A GLOBALIZAÇÃO PERVERSA .........................................................43
2.2.2. GLOBALIZAÇÃO NA PRÁTICA E SEU HISTÓRICO .................................................................44
2.2.3. A REGIONALIZAÇÃO E O MERCOSUL ....................................................................................47
2.2.4. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO E OS INDICADORES SOCIAIS NO
BRASIL 54
2.2.5. RESUMO ..................................................................................................................................67
2.2.6. EXERCÍCIOS ............................................................................................................................68
2.2.7. EXERCÍCIOS DE PROVA .........................................................................................................75

2.3. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E O ESPAÇO INDUSTRIAL BRASILEIRO .....................80


2.3.1. CONCEITOS E TEMAS: TERRITÓRIO USADO E OUTROS TERRITÓRIOS.............................80
2.3.2. COMPREENDENDO A INDÚSTRIA ..........................................................................................80
2.3.3. MODELOS DE PRODUÇÃO: TAYLORISMO/LIBERALISMO, FORDISMO/KEYNESIANISMO E
TOYOTISMO/NEOLIBERALISMO ...........................................................................................................82
2.3.4. PERÍODO PRÉ-VARGAS - O PAPEL DO ESTADO NA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA .....83
2.3.5. PERÍODO VARGAS - O PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA E OS PNDS ...............................85
2.3.6. PERÍODO PÓS-VARGAS - O TRIPÉ DA INDUSTRIALIZAÇÃO: EMPRESAS MULTINACIONAIS,
NACIONAIS E ESTATAIS .......................................................................................................................86
2.3.7. CARACTERÍSTICAS ATUAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA ......................................87
2.3.8. DIVERSIFICAÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA .........................................................................88
2.3.9. RESUMO ..................................................................................................................................93
2.3.10. EXERCÍCIOS ............................................................................................................................95
2.3.11. EXERCÍCIOS DE PROVA ....................................................................................................... 100

2.4. URBANIZAÇÃO ............................................................................................................................. 109


2.4.1. CONCEITOS E TEMAS: URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO URBANO .................................. 109
2.4.2. HIERARQUIA URBANA........................................................................................................... 109
2.4.3. A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA .............................................................................................. 113
2.4.4. CARACTERÍSTICAS ATUAIS DA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA ............................................ 115
2.4.5. OS PROBLEMAS URBANOS .................................................................................................. 117
2.4.6. RESUMO ................................................................................................................................ 122
2.4.7. EXERCÍCIOS .......................................................................................................................... 124

5
PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA 6

2.4.8. EXERCÍCIOS DE PROVA .......................................................................................................128

2.5. A REDE DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO BRASILEIRA, SUA ESTRUTURA E EVOLUÇÃO


135
2.5.1. CONCEITOS E TEMAS ...........................................................................................................135
2.5.2. A HISTÓRIA DO TRANSPORTE NO BRASIL..........................................................................137
2.5.3. RESUMO ................................................................................................................................154
2.5.4. EXERCÍCIOS ..........................................................................................................................156
2.5.5. EXERCÍCIOS DE PROVA .......................................................................................................159

2.6. O ESPAÇO RURAL .......................................................................................................................163


2.6.1. CONCEITOS E TEMAS ...........................................................................................................163
2.6.2. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: HISTÓRICO .........................................................................164
2.6.3. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: O AGRONEGÓCIO ..............................................................165
2.6.4. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL X FOME ..........................167
2.6.5. CLASSIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES RURAIS .................................................................167
2.6.6. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: AGRICULTURA FAMILIAR ...................................................168
2.6.7. TIPOS DE SOLO .....................................................................................................................170
2.6.8. RESUMO ................................................................................................................................172
2.6.9. EXERCÍCIOS ..........................................................................................................................174
2.6.10. EXERCÍCIOS DE PROVA .......................................................................................................178

2.7. A POPULAÇÃO BRASILEIRA.......................................................................................................184


2.7.1. CONCEITOS E TEMAS ...........................................................................................................184
2.7.2. PIRÂMIDES ETÁRIAS.............................................................................................................185
2.7.3. TEORIAS DEMOGRÁFICAS ...................................................................................................186
2.7.4. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E PIRÂMIDE ETÁRIA ..............................................................186
2.7.5. A FORMAÇÃO, ESTRUTURA E DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ..........................193
2.7.6. O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ......................................................................195
2.7.7. OS FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS ...............................................................................197
2.7.8. O IMIGRANTE NA FORMAÇÃO DO BRASIL ..........................................................................200
2.7.9. RESUMO ................................................................................................................................203
2.7.10. EXERCÍCIOS ..........................................................................................................................205
2.7.11. EXERCÍCIOS DE PROVA .......................................................................................................211

2.8. QUESTÃO REGIONAL DO BRASIL ..............................................................................................216


2.8.1. ASPECTO REGIONAL DO BRASIL.........................................................................................216
2.8.2. PRODUÇÃO INDUSTRIAL POR REGIÃO ...............................................................................217
2.8.3. REGIÕES GEOECONÔMICAS (COMPLEXOS REGIONAIS) ..................................................218
2.8.4. EXERCÍCIOS DE PROVA .......................................................................................................222
3. O ESPAÇO NATURAL ........................................................................................... 225

3.1. ESTRUTURA E DINÂMICA DO PLANETA + O ESPAÇO NATURAL BRASILEIRO ......................225


3.1.1. CONCEITOS E TEMAS: O PLANETA TERRA.........................................................................225
3.1.2. TEORIAS E O MOVIMENTO DE PLACAS...............................................................................228
3.1.3. CALENDÁRIO GEOLÓGICO E CICLOS DAS ROCHAS ..........................................................230
3.1.4. CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO .........................................................................234
3.1.5. OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL .................................................................237
3.1.6. IMAGENS ADICIONAIS...........................................................................................................246
3.1.7. RESUMO ................................................................................................................................248
3.1.8. EXERCÍCIOS ..........................................................................................................................252
3.1.9. EXERCÍCIOS DE PROVA .......................................................................................................258

3.2. CLIMA E VIDA ...............................................................................................................................269

6
PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA 7

3.2.1. CONCEITOS E TEMAS ........................................................................................................... 269


3.2.2. FATORES E ELEMENTOS DO CLIMA .................................................................................... 270
O CLIMA EM ESCALA NACIONAL ........................................................................................................ 276
3.2.3. RESUMO ................................................................................................................................ 280
3.2.4. EXERCÍCIOS .......................................................................................................................... 284
3.2.5. EXERCÍCIOS DE PROVA ....................................................................................................... 288

3.3. FONTES DE ENERGIA E RECURSOS MINERAIS ........................................................................ 293


3.3.1. CONCEITOS E TEMAS: AS FONTES DE ENERGIA ............................................................... 293
3.3.2. AS POLÍTICAS ENERGÉTICAS NO BRASIL........................................................................... 302
3.3.3. RECURSOS MINERAIS DO BRASIL ....................................................................................... 306
3.3.4. RESUMO ................................................................................................................................ 310
3.3.5. EXERCÍCIOS .......................................................................................................................... 312
3.3.6. EXERCÍCIOS DE PROVA ....................................................................................................... 316

3.4. RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................................................. 321


3.4.1. BACIAS HIDROGRÁFICAS, AQUÍFEROS, HIDROVIAS E ECONOMIA................................... 321

3.5. A QUESTÃO AMBIENTAL ............................................................................................................ 325


3.5.1. DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO, CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DOMÍNIOS NATURAIS,
APROVEITAMENTO ECONÔMICO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ................................. 325
3.5.2. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .................................................................................................... 330
3.5.3. EXERCÍCIOS DIRIGIDOS ....................................................................................................... 331

3.6. IMPACTOS AMBIENTAIS.............................................................................................................. 335


3.6.1. FLORESTAS TROPICAIS ....................................................................................................... 335
3.6.2. POLUIÇÃO COM AGROTÓXICOS .......................................................................................... 335
3.6.3. EROSÃO ................................................................................................................................. 336
3.6.4. POLUIÇÃO.............................................................................................................................. 336
3.6.5. EFEITO ESTUFA .................................................................................................................... 336
3.6.6. INVERSÃO TÉRMICA ............................................................................................................. 337
3.6.7. ILHA DE CALOR ..................................................................................................................... 337
3.6.8. CAMADA DE OZÔNIO ............................................................................................................ 337
3.6.9. CHUVAS ÁCIDAS ................................................................................................................... 338
4. GABARITOS .......................................................................................................... 339

O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO................................................................................................ 339


A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL ....................................................................................... 339
A INSERÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA NO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA ... 339
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E O ESPAÇO INDUSTRIAL BRASILEIRO ............................ 340
URBANIZAÇÃO .................................................................................................................................... 341
A REDE DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO BRASILEIRA, SUA ESTRUTURA E EVOLUÇÃO ..... 341
O ESPAÇO RURAL............................................................................................................................... 341
A POPULAÇÃO BRASILEIRA ............................................................................................................... 342
QUESTÃO REGIONAL DO BRASIL ...................................................................................................... 342

O ESPAÇO NATURAL ............................................................................................................................. 342


ESTRUTURA E DINÂMICA DO PLANETA + O ESPAÇO NATURAL BRASILEIRO ............................... 342
CLIMA E VIDA....................................................................................................................................... 343
FONTES DE ENERGIA E RECURSOS MINERAIS ............................................................................... 343
A QUESTÃO AMBIENTAL..................................................................................................................... 344

7
PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA 8

8
PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA 9

0. PRIMEIRA CONVERSA GEOGRÁFICA

Vamos começar pessoal?! Antes de iniciar os capítulos traremos algumas conceituações que serão fundamentais ao longo de
toda a apostila.
A Geografia se interessa pelas relações estabelecidas entre a sociedade e a natureza. Para tanto, busca compreender quem
é, a sociedade e o que é a natureza. Os pesquisadores identificaram que, com a ação humana, o meio natural/intocado sofre
uma artificialização e instrumentalização. A sociedade desenvolve técnicas para habitar e construir e, altera a configuração
de um meio natural para um meio técnico. Com o processo histórico vivido pela sociedade ocidental e a aceleração
proveniente da famosa globalização, chegamos na etapa do meio técnico-científico-informacional.
O meio natural não é destituído de técnica e por isso o geógrafo Milton Santos negou o uso do termo “pré-técnico”. O que
as sociedades desenvolviam através da domesticação de plantas e animais, o uso do fogo, construção de mantimentos e
outras atividades, são técnicas, mas optou-se por definir o estágio da técnica a partir da mecanização, ou seja, do uso de
máquinas.
O espaço mecanizado passa a diferenciar as sociedades e os Estados em função da presença de objetos técnicos. O homem
concede a si mesmo o status de poderoso a medida que avança sobre a natureza em dominação e concomitantemente se
diferencia de outros homens pelas posses maquinizadas.
“Utilizando novos materiais e transgredindo a distância, o homem começa a fabricar um tempo novo, no trabalho, no
intercâmbio, no lar” (SANTOS, 2006, p.158).
O meio-técnico-científico-informacional representa a união entre técnica e ciência na lógica mercantil (a ciência, a
tecnologia e o mercado global caminham juntos atendendo aos interesses da propriedade privada). A informação é a energia
de circulação das técnicas que se apresentam em toda parte (e a todo instante) como necessidades. Esse momento é

CPF
temporalmente identificado a partir da Segunda Guerra Mundial mas se consolida após a década de 70.
Essa primeira ideia trazida na apostila é fundamental para que percebam ao longo dos capítulos o que é, afinal, a Geografia
e que passem a identificá-la em seu cotidiano. Vivemos em um meio técnico-científico-informacional e vocês verão, no
decorrer do curso, que a Geografia está mais presente no dia-a-dia do que podiam imaginar. A Geografia está em toda parte.
Biblioteca do Geógrafo: MILTON SANTOS Natureza do Espaço: Técnica e tempo. Razão e Emoção.

BONS
ESTUDOS!

9
UM NORTE PARA O ESTUDO: ALGUMAS CATEGORIAS GEOGRÁFICAS 10

1. UM NORTE PARA O ESTUDO: ALGUMAS


CATEGORIAS GEOGRÁFICAS

Antes de iniciar o primeiro capítulo do primeiro módulo ainda se faz necessário refletir sobre algumas questões muito caras à
Geografia: suas categorias. Elas serão imprescindíveis ao longo do estudo, ok?! O ESPAÇO GEOGRÁFICO é resultado da ação
humana. Conhecendo o meio técnico-científico-informacional, compreende-se como o homem se especializa e por sua vez,
como o espaço se configura. O espaço é a totalidade, onde as técnicas atuam e intervêm. O homem deixa marcas no espaço
por meio dos objetos, dos monumentos, das construções e etc. É o chamado patrimônio que se configura nas PAISAGENS
urbanas e rurais.
O espaço, enquanto totalidade pode ser dividido em outras escalas como a Paisagem que é vista como um conjunto de formas
e objetos existentes por uma construção transversal (passado e presente). No entanto, por mais que pertença ao presente (à
história viva) é história congelada e praticamente imutável, possibilitando o desenvolvimento da ideia de patrimônio. Milton
Santos discorre sobre as rugosidades que são o “passado como forma, espaço construído, a paisagem, o que resta do processo
(...)” (SANTOS, 2006, p.92). As rugosidades são os testemunhos do passado que ainda existem/persistem na atualidade.
Outra escala de análise do espaço geográfico é o TERRITÓRIO. Este é concebido por
relações de poder, ou seja, é um recorte do espaço onde se pode identificar ações de poder.
Além disso, um território sugere a existência de apropriação. Um sujeito que se insere em
um território, possuiu um sentimento de pertencimento. Um território pode ser um Estado-
nação, uma tribo indígena, um grupo de quilombolas, torcidas organizadas, funcionários de
uma fábrica e outros.
Para finalizar, a REGIÃO precisa ser mencionada. Ao longo da história da Geografia essa

CPF
categoria já teve mais visibilidade e era entendida de uma forma diferenciada. Hoje ela se
apresenta no processo de regionalização verificado juntamente com a mundialização. O
tempo acelerado que diferencia os eventos, diferencia também os lugares e, desta forma,
intensifica o fenômeno da região (da regionalização).
Todas essas categorias estarão presentes ao longo do curso e poderão ser entendidas e
aplicadas com maior precisão.

10
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 11

2. O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO


2.1. A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL

Para compreender a formação do território nacional brasileiro é necessário entender o que é FRONTEIRA. A partir do avanço
de fronteiras, os europeus chegaram na América; com o rompimento de fronteiras, a colônia portuguesa tornou -se bem maior
do que o previsto no Tratado de Tordesilhas; pelo fortalecimento de fronteiras, o Brasil manteve-se em sua unidade, enquanto a
colônia espanhola fragmentou-se em diversos países; pela fronteira marítima, o Brasil se destaca internacionalmente na produção
de petróleo. Esses são apenas exemplos da força da fronteira frente a um território.

As fronteiras naturais são zonais, ou seja, modificam-se a partir de certa dinâmica temporal passível de previsão (na maioria dos
casos). As marés são exemplos de modificação de fronteira movida por fases temporais, onde os limites entre a superfície terrestre
e o oceano se alteram. As fronteiras imóveis e lineares são resultado da ação humana, principalmente no âmbito político. O qu e
é um mapa político senão a representação dos limites territoriais de um país?

O Estado-nação é uma fronteira humana que se fundamenta na constituição de um território, no nosso caso, o Brasil. O território
brasileiro não é uma fronteira natural, mas sim uma construção política e histórica que expressa uma apropriação realizada pe lo
homem. O Brasil foi descoberto? Não, o Brasil foi constituído pela posse do território e as relações de poder que se estabeleceram
pelo uso da terra. O território nacional é um espaço com fronteiras onde o Estado brasileiro tem sua soberania legitimada pel a
CF/88.

Mas afinal, você sabe onde acaba e onde começa o Brasil? A leste, com certeza no mar. A norte, sul e oeste o território brasileiro
faz fronteira com outros países e não possuímos postos de fronteira rodeando toda essa extensão, ou seja, a exatidão do mapa
pode não representar com precisão a vida nessas localidades fronteiriças. Os postos, por conseguinte, são fundamentais para
que negócios ilegais não se efetuem com facilidade. O cuidado com essas zonas compete exclusivamente à União.

Nosso mar territorial, a imensa Amazônia Azul que possuímos, é fundamental na economia brasileira. A ONU definiu em 1994 que
uma faixa de 12 milhas náuticas (aproximadamente 22,2 quilômetros) a partir da linha de base da costa, pertence à nação. O
Estado exerce seu poder com totalidade, mas não possui autonomia de impedir o tráfego de embarcações internacionais.

Além disso, o país pode ter como ZEE (Zona Econômica Exclusiva) uma faixa de exploração dos recursos naturais de 200 milhas
náuticas, podendo ser estendida para 350 milhas náuticas caso comprove-se a presença de plataforma continental igualmente
extensa. O governo ganha o direito ao uso e se compromete a zelar pela saúde da área explorada. O Brasil ganhou o direito de
aumento da área de ZEE após pesquisas minuciosas realizadas pela Marinha e pela Petrobrás e hoje possui cerca de 4 milhões
de quilômetros quadrados de área.

Mas o que é Plataforma Continental? Vamos compreender esse e outros conceitos. Veja a figura abaixo:

Figura 1: Mar territorial e ZEE / Organização: Janaína Mourão Freire

11
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 12

A plataforma continental é a extensão submersa do relevo terrestre que se dissipa na camada íngreme do talude. Após o talude,
é alto-mar, onde a ausência de luz e a imensa profundidade fazem do oceano algo ainda muito misterioso para os estudiosos da
área.

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

Amazônia AzuL: É um termo utilizado para designar a vasta


área marítima que está sob a responsabilidade brasileira. O
nome faz alusão à floresta amazônica (a Amazônia verde) que
também é imensa e rica em recursos naturais como o oceano
atlântico.

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
A soberania brasileira não se limita apenas às suas terras de superfície. Também fazem parte do
território nacional seu subsolo, espaço aéreo e mar territorial. Por essa razão, o Brasil tem o
direito de explorar recursos minerais, energéticos, água subterrânea, etc., além de poder fiscalizar
o tráfego realizado no espaço aéreo sobre seu território terrestre e mar territorial,

Embora o Brasil não apresente qualquer questão a ser resolvida em suas fronteiras terrestres, uma
forte vigilância é exercida nesses locais, mesmo com a atividade sendo dificultada pela grande
extensão e a presença da floresta Amazônica no norte do país.

Dentro da política de soberania e segurança nacionais, destacam-se o conceito de Faixa de


Fronteira e os projetos Calha Norte, Sipam/Sivam e Radambrasil.
Almeida, Lúcia Marina Alves de Voaz geografia: volume único: ensino médio / Lúcia Marina e Tércio. – 1 ed. – São
Paulo: Ática, 2013.

LEITURA COMPLEMENTAR

Amazônia Azul: um oceano tão rico quanto a Amazônia verde

Ministério da Ciência e Tecnologia - 15/06/2009

Um tesouro escondido no fundo do mar, repleto de riquezas minerais e biológicas espalhadas por mais de quatro milhões de
quilômetros quadrados. Este patrimônio nacional, ainda desconhecido por boa parte dos brasileiros, é a Amazônia Azul.

O território apresenta enorme potencial de desenvolvimento para o País e, assim como a Amazônia verde, está ameaçado pelos
interesses internacionais e pela biopirataria. Algumas iniciativas já foram tomadas no sentido de reunir esforços para definir
estratégias de melhor aproveitamento e exploração da região.

Dificuldades das pesquisas marítimas

Em dezembro de 2008, o governo federal lançou o 7º Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM). Em março último, terminou
o 4º Ano Polar Internacional, cujo objetivo foi o de desenvolver pesquisas científicas para conhecer os ambientes nos polos Ártico
e Antártico, suas mudanças climáticas e a interação com o meio ambiente da Terra.

No mês passado, a Universidade Federal de Rio Grande (Furg), no Rio Grande do Sul, sediou o 1º Fórum Brasileiro da Amazônia
Azul e Antártica, que trouxe reflexões acerca das necessidades e dificuldades das pesquisas marítimas e na Antártica.

12
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 13

Recursos do mar

O Fórum reuniu por três dias mais de 500 participantes, entre estudantes de graduação, pós-graduação, pesquisa e técnicos dos
ministérios do Meio Ambiente (MMA), Ciência e Tecnologia (MCT), Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) e Marinha.

Além de discussões sobre a importância dos oceanos, do mar e Antártica, o encontro discutiu avanços na cooperação
oceanográfica e o uso das pesquisas como estratégia econômica para explorar o potencial pesqueiro. No fim dos debates, os
participantes apresentaram uma síntese das propostas, que fará parte de um documento a ser encaminhado ao Congresso
Nacional.

O relatório final apresentado no fórum alerta para a necessidade de que os temas do oceano, dos mares e da Antártica tenham
a devida relevância por parte das políticas públicas.

Profissionais para estudar o mar

Outro desafio apontado pelos pesquisadores refere-se à quantidade e continuidade de recursos destinados às pesquisas no mar.
"É importante dar a esta área o correspondente prestígio, tendo em vista seu potencial econômico e social", diz a vice-presidente
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Wrana Panizzi, que representou o ministro Sergio
Rezende na mesa de encerramento do Fórum.

O documento salienta ainda a importância da formação e preparação de profissionais, além de chamar a atenção para questões
de caráter mais operacional, como a valorização da experiência embarcada como instrumento de formação de recursos humanos.
E, mesmo com os avanços da cooperação da comunidade na área oceanográfica, é preciso que haja colaboração internacional e
entre as instituições.

Acordo para pesca

No final do 1º Fórum Brasileiro da Amazônia Azul, a Seap e a Furg assinaram um Acordo de Cooperação Técnica que possibilita
ações conjuntas para o desenvolvimento da cadeia produtiva da anchoíta, um pescado comum na costa brasileira, mas que ainda
é pouco aproveitado economicamente.

O acordo também pretende promover ações para consolidar a pesca da anchoíta no País, fortalecer a indústria pesqueira de Rio
Grande e elaborar produtos de anchoíta para consumo direto humano, priorizando a alimentação escolar.

O Fórum se encerrou com o lançamento do livro Mar e Ambientes Costeiros, organizado pelo Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos (CGEE/MCT). A publicação, que reúne trabalho de vários pesquisadores da área de oceanografia, sugere ações a
serem empreendidas para subsidiar políticas públicas não apenas para o desenvolvimento da ciência, mas também para o
aproveitamento dos recursos naturais do mar.
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=amazonia-azul-oceano-tao-rico-quanto-amazonia-verde#.VMoGTivF-

2.1.1. O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL

Para se chegar na atual configuração do território nacional foram necessários muitos litígios que, por um processo paulatino,
constituíram a historiografia de cada localidade. Vale ressaltar que, por muito tempo, os brasileiros se estabeleceram no li toral
com uma economia voltada ao mercado externo (e inicialmente à metrópole). Só a partir do século XX, com o processo de
industrialização, que efetivamente ocorreu o desenvolvimento do interior do Brasil e de seu mercado interno.

A formação da população brasileira deu-se a partir da concentração da propriedade de terra e a formação de elite (juntamente
com a exclusão). O Tráfico negreiro pelo atlântico, o extermínio gradual de populações indígenas e a migração européia
(intensificada em meados do século XIX) foram fatores fundamentais ao processo de consolidação do Estado brasileiro.

Com a “descoberta” da América, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas (figura ao lado) que parcelava a América
do sul em dois domínios. Inicialmente, os portugueses não se deslocaram para suas colônias americanas e apenas com a
instituição do sistema de capitanias hereditárias é que o processo de colonização começou a acontecer (e se estendeu até o dia
7 de setembro de 1822).

13
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 14

Figura 2: Tratado de Tordesilhas

O limite estabelecido no tratado não foi cumprido na prática e o domínio português ampliou-se consideravelmente. Em 1750,
uma nova fronteira foi fixada pelo Tratado de Madri que substitui o Tratado atual. Pelo tratado, ambas as partes reconheciam ter
violado o Tratado de Tordesilhas na Ásia e na América e concordavam que, a partir de então, os limites deste tratado se
sobreporiam aos limites anteriores.

14
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 15

Figura 3: Tratado de Madri – 1750.

O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir
de direito), delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje. Após a independência do Brasil e até recentemente, novos
territórios foram inseridos ou renomeados e entre eles o do Acre que pertencia à Bolívia até 1903, anexado por meio do Tratado
de Petrópolis e alguns renomeados, outros foram realocados e muitos criados (inclusive capitais como Palmas, Goiânia e Brasília).

O conjunto de mapas na página seguinte faz um histórico sucinto do processo de organização territorial do Brasil. Observe que o
Acre, até o século XX não pertencia ao país e estados como Goiás, Mato Grosso e Santa Catarina tiveram suas áreas modificadas.
A formação de Rondônia, Mato Grosso do Sul, Amapá e Tocantins fazem parte de processos bem recentes.

Durante o processo de consolidação do Brasil foram criados alguns territórios federais que eram administrados pela União e,
portanto, não tinham autonomia de um estado. O Objetivo era dar mais atenção as áreas de fronteira. O primeiro foi criado no
Acre e posteriormente vieram os territórios do Rio Branco na atual Roraima; do Amapá; do Guaporé na atual Rondônia, de Ponta
Porã que hoje pertence ao Mato Grosso do Sul e do Iguaçu hoje parte do Paraná e Santa Catarina. Com o tempo esses territórios
foram elevados à condição de estado ou inseridos em algum estado já existente. Em 1977 o Mato Grosso se dividiu originando o
Mato Grosso do Sul e em 1988 Goiás cedeu parte de seu território para a construção de Tocantins.

15
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 16

Figura 4: Fases de formação do território nacional.

O Brasil parou de se modificar? Chegamos na feição final do nosso território? Não é possível afirmar isso vivendo em um mundo
tão dinâmico (o meio técnico-científico-informacional).

A seguir, a Figura 5 retrata algumas territoriais envolvendo o Brasil e a composição de suas fronteiras, bem como algumas
indicações de Música, Livro e Cinema que nos auxiliam a entender a história de construção do espaço brasileiro.

Figura 5: Brasil - Questões limites. Referência Bibliográfica Brasil Sociedade e Espaço: José William Vesentini.

16
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 17

CINEMA DO GEÓGRAFO:
A missão (Roland Joffé, 1986)

CANÇÃO DO GEÓGRAFO:
CHEGANÇA (Antônio Nóbrega)

BIBLIOTECA DO GEÓGRAFO:
CASA GRANDE E SENZALA (Gilberto Freyre,
1933);
O POVO BRASILEIRO (Darcy Ribeiro, 1995).

Atualmente o território brasileiro está dividido em cinco regiões com um total de 26 estados mais o Distrito Federal. Tem uma
imensa fronteira marítima a leste e faz divisa com os países da América do Sul a oeste/norte/sul, exceto com o Chile e o
Equador (o que o coloca em uma posição extremamente estratégica).

17
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 18

Figura 6: Mapa político das regiões brasileiras.

É o quinto maior país do mundo em extensão territorial, sendo muitas vezes qualificado como um território de proporções
continentais. Em termos de área contínua, é o 4º maior do mundo (visto que os EUA contêm o Alaska e o Havaí em seus cálculos
de área). De norte a sul são 4.394,7 km e de leste a oeste 4.319,4 km. Tem 5,7% das terras emersas do planeta e ocupa 48%
da América do Sul. Está localizado entre os paralelos 5º16’ de latitude norte e 33º44’ de latitude sul, assim como entre os
meridianos 34º47’ e 73º59’ de longitude oeste.

18
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 19

Figura 7: Pontos extremos e fronteiras

Por sua posição no globo, o Brasil tem fácil acesso à América do Norte e Central, assim como à África e à Europa. É um país com
posição privilegiada.

2.1.1.1. FUSOS HORÁRIOS

Como se sabe a Terra executa o movimento de rotação, movimento em volta de sí. Esse movimento dura aproximadamente 24
horas. Como o dia tem 24 horas e a superfície terrestre é dividida em 360º (180º leste e 180º oeste), o globo terrestre está
dividido em 24 fusos horários. Cada fuso abrange uma determinada hora, e possui 15º (360/24). Contudo, n a prática a divisão
dos fusos respeita características político-administrativas dos países, se portando não como linhas retas, mas como linhas
adaptadas. Importante lembrar que os países possuem certa liberdade na adoção daqueles fusos que cortam o seu território, ou,
como no caso chinês, a adoção oficial de um horário único. O fuso inicial é Greenwich (Londres-Inglaterra).

Para se medir os fusos horários foi determinado que para leste do ponto analisado as horas tenderiam a aumentar, enquanto
para oeste as horas diminuiriam, ou seja, se em Londres (0º) fosse 12:00 horas, no Brasil (Brasília – 45º W ou -3 horas-legal /
oficial do Brasil) ainda seriam em torno de 09:00 horas (hora oficial) e na Alemanha (Berlim – 15º E ou + 1 hora) seria 13:00
horas.

O Brasil apresenta quatro fusos horários atrasados até quatro horas (a oeste) em relação a Greenwich mean time - GMT (linha
internacional de hora). Os fusos são assim distribuídos.

19
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 20

Figura 8: Fusos horários do Brasil

1º fuso (-2)

Abrange apenas as ilhas oceânicas Brasileiras, como por exemplo: Fernando de Noronha, Atol das Rocas, Trindade e Martin Vaz.
Esse fuso está atrasado em duas horas em relação à GMT. (Fuso –2 ou 30º a oeste).

2º fuso (-3)

Esse fuso horário caracteriza a Hora Oficial do Brasil, pois abrange a capital Federal. Áreas: Nordeste, Sul, Sudeste e parte do
Centro-Oeste (DF, Goiás), cobre também o estado do Tocantins, Amapá e Pará. Está atrasado em três horas em relação à GMT
(Fuso –3 ou 45º a oeste).

3º fuso (-4)

Esse fuso abrange grande parcela da parte da região Norte do país, e o restante do Centro-Oeste (MT, MS). Está atrasado em
quatro horas em relação à GMT (Fuso –4 ou 60º a oeste).

4º fuso (-5)

Esse fuso abrange o estado do Acre e parte ocidental do estado do Amazonas, territórios situados na porção mais ocidental do
território brasileiro e que por influência da população local, retomou essa configuração de duas horas atrasadas em relação ao
horário oficial de Brasília. Estão atrasados em 5 horas em relação à GMT (Fuso -5 ou 75º a oeste).

2.1.2. FASES DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO E OS CICLOS ECONÔMICOS

O processo de ocupação do território brasileiro está totalmente interligado com a história do desenvolvimento econômico do país.
Ao longo do século XVII, a cana de açúcar foi a matéria-prima de maior importância para o Brasil e teve sua produção localizada
basicamente na região Nordeste. Entre as capitanias da Bahia e Pernambuco, as planícies e os tabuleiros litorâneos ocuparam-se
da economia canavieira. As criações de gado foram realocadas para o centro do território para se afastarem das terras nobres e,
por isso, a pecuária se estabeleceu mais no interior, próximo aos rios Parnaíba e São Francisco. Esses grupos formaram inúmeros
povoados que ao longo do tempo possibilitaram a formação das cidades sertanejas.

20
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 21

Ainda no final do mesmo século iniciaram-se as primeiras ocorrências do ouro, mas foi no século XVIII que ganhou força. O
bandeirantismo representou a busca por metais preciosos principalmente nas áreas que hoje pertencem a Goiás, Minas Gerais e
Mato Grosso. Juntamente com a atividade de extração, aprisionavam índios para escravização e o resultado foi um grande
extermínio. Uma das cidades mais conhecidas de Minas Gerais se constituiu nesse período: Ouro Preto, a antiga Vila Rica. Tais
pólos produtivos eram como ilhas de povoamento no interior do país que foram, com o tempo, tornando-se cada vez mais
interligadas, a partir também do processo de despovoamento do litoral brasileiro.

No século XIX, muitos colonos chegaram ao sul do Brasil. Dentre eles destacam-se os alemães, italianos e eslavos. Eles ocuparam
terras que até hoje são como verdadeiras viagens a outro Brasil, completamente diferente culturalmente. Eles desenvolveram a
pecuária na região que até hoje é bem expressiva. Os japoneses chegaram no início do século XX e possuem grande representação
na cultura brasileira, principalmente na cidade de São Paulo. (Bairro da Liberdade, que é maior colônia japonesa do mundo).

O século XX é caracterizado por duas grandes produções, embora a segunda tenha sido mais curta e bem menos comentada: o
café e a borracha. A borracha amazônica teve dois grandes ápices: final do século XIX e princípio do século XX (entre 1880 e
1913) e durante a Segunda Guerra Mundial. A Amazônia, por conseguinte, já vinha sendo habitada desde o empreendimento de
colonização realizado pela Igreja católica no século XVII com as missões. Além do trabalho de catequização, buscavam os
conhecimentos tradicionais de plantas medicinais e especiarias e tinham como objetivo a proteção do território com a construção
de fortes. Muitas populações ribeirinhas surgiram nesse período.

Dica Geográfica

A mão-de-obra nordestina predominou nos seringais amazônicos. Quando chegavam, logo deveriam
inteirar-se de uma atividade inexistente no sertão: a extração do látex. Na extração do Caucho da
Castiolla que rendia uma borracha de pior qualidade o povoamento tendia a ser nômade pela técnica
utilizada para a extração. Já “a exploração das hevea proporcionou uma ocupação de caráter
permanente, a formação de núcleos populacionais estáveis e a fixação do ser humano na floresta
[...]” (VALCUNDE, 2009). A espécie hevea foi a grande mantenedora da produção de borracha e

CPF
possuía visibilidade internacional. O látex, extraído da seringueira (ou hevea), já era conhecido pelos
índios que viviam na floresta amazônica e por povos pré-colombianos da região do México e Haiti.
Eles o utilizavam para atender a inúmeras demandas como a produção de bolas, sapatos, vasilhas,
medicamentos, contra o frio e outros. A característica elástica e impermeável do material interessou
muito os colonizadores europeus que apenas na metade do século XIX, com a vulcanização
descoberta por Charles Goodyear e Thomas Hancock, iniciaram a produção industrial do material.

De acordo com Joe Jackson (2011), o Brasil que produzia a maior parte da borracha internacional
foi vítima de uma atitude desleal do governo inglês. Henry Wickham – botânico inglês - roubou 70
mil sementes da espécie Hevea Brasiliensis possibilitando a produção em massa de látex
principalmente na Malásia, antiga colônia inglesa. Contra a monocultura de seringa, nossos
seringueiros não puderam competir. A Inglaterra desafiou a distância em que se encontrava a
Amazônia produzindo um látex que além de mais barato, era de maior qualidade e não exigia dos
trabalhadores tantos riscos na extração do material, como acontecia na floresta Amazônica. Nossos
seringais entraram em crise e apenas na Segunda Guerra Mundial ganharam força novamente

O Café, ou a Marcha do Café, se expandia do vale do Paraíba rumo ao Oeste Paulista. O complexo cafeeiro foi o grande facilitador
do processo de industrialização do Sudeste. Muitos dos empresários de indústrias deslocaram-se da economia cafeeira após a
crise. Os funcionários de fazendas, principalmente migrantes, deslocaram-se para trabalhar nas fábricas e as ferrovias criadas
para escoamento do café foram fundamentais para o deslocamento de matérias-primas industriais. Esse ciclo econômico foi
fundamental na criação de muitas cidades, grande parte delas com grande visibilidade nos dias atuais.

21
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 22

Figura 9: Esplanada dos Ministérios - Brasília / DF.


Fonte: http://epocanegocios.globo.com

Em meados do século XX, Getúlio Vargas iniciou a Marcha para o Oeste e o objetivo de interiorização do Brasil que já constava
na Constituição Federal de 1891, ganhou força. Juscelino Kubistchek, enquanto realizava um comício na cidade de Jataí – GO,
prometeu que construiria uma nova capital no interior do Brasil e mencionou uma política dos “50 anos em 5”, assim nasceu
Brasília. Nos finais do século XX, o fortalecimento da agroindústria e a expansão das tecnologias agrícolas no Centro-Oeste deu
força ao interior do Brasil.

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:
Áreas Anecúmenas: áreas não habitadas pela população
humana

Áreas Ecúmenas: áreas habitadas pela população humana

Território Povoado: Distribuição de grupos humanos na


extensão total do território

Território Populoso: Grande quantidade de pessoas que habitam


o território

CINEMA DO GEÓGRAFO:

Amazônia (Minissérie, Globo, 2007)

A Missão (Roland Joffé, 1986)

CANÇÃO DO GEÓGRAFO:

ROJÃO DE BRASÍLIA (Jackson do Padeiro)

LAMENTO SERTANEJO (Dominguinhos)

UMA CASA DE CABOCLO (Nonô e Naná)

22
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 23

BIBLIOTECA DO GEÓGRAFO:

A BATALHA DA BORRACHA (Pedro Martinello, 2004);

BRASÍLIA, CONTROVERSAS AMBIENTAIS (Aldo Paviani, 2003).

2.1.3. COORDENADAS GEOGRÁFICAS: ORIENTAÇÃO NO TERRITÓRIO

As coordenadas geográficas foram desenvolvidas para facilitar o processo de organização cartográfica. Essas coordenadas são
estruturadas em linhas horizontais (paralelos) e verticais (meridianos). A partir delas, é possível determinar qualquer ponto do
planeta. É importante que você saiba que para localização de algo ou alguém, é necessária a combinação dos dois pontos: a
latitude e a longitude. Se você possuir apenas um deles, a busca se torna pouco precisa e ineficiente.

A latitude é obtida pelas linhas horizontais PARALELOS

A longitude é obtida pelas linhas verticais MERIDIANOS

A linha horizontal principal é o Equador, que equivale ao paralelo 0º e que “corta” a Terra no sentido oeste-leste e divide a Terra
em hemisfério Norte e Sul. À medida que alguém se desloca da Linha do Equador em direção ao Polo Norte ou em direção ao
Polo Sul, a latitude aumenta. A latitude varia de 0º a 90º para Norte e para Sul. Ou seja, quando se está localizado próximo à
linha do equador, diz-se baixas latitudes; e o contrário, próximo aos pólos, altas latitudes.

A Terra é “cortada” por 5 (cinco) paralelos importantes, sendo eles: Linha do Equador, Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio,
Círculo Polar Ártico e Círculo Polar Antártico.

Já a linha vertical principal é Greenwich que “corta” a Terra no sentindo norte-sul, que equivale ao meridiano 0º e divide a Terra
em hemisfério Leste e Oeste. À medida que alguém se desloca do meridiano de Greenwich para o oriente ou o ocidente, a
longitude aumenta. A longitude varia de 0º a 180º para leste e para oeste.

Veja a imagem abaixo:

(Fonte: http://goo.gl/4TcbtP, acessado em abril de 2014)

23
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 24

Podemos usar alguns nomes para definir os quatro hemisférios:

Norte Setentrional ou Boreal

Sul Austral ou Meridional

Leste Oriente ou Nascente

Oeste Ocidente ou Poente

Agora, pense um pouco sobre essa assertiva:

Locais de latitudes mais baixas tendem a serem zonas mais quentes.

Sim! Assim como as latitudes mais altas, ou seja, zonas mais próximas aos polos, tendem a ser mais frias. Vamos estudar mais
adiante no curso a influência dessa latitude para a construção dos climas, dos tipos de vegetação, e etc.

E o que podemos compreender a partir da longitude?

Os Fusos Horários!!!

2.1.4. FUSOS HORÁRIOS

Sabemos que a Terra executa o movimento de rotação, ou seja, ela gira em torno dela mesma. Esse processo dura 24h. Isso
quer dizer que a Terra gira 360º em 24 horas.

A partir disso, podemos constatar que: se

360º - 24h

Xº - 1h

A partir de uma regra de três simples, podemos dizer que cada hora equivale a 15º de giro.

1h = 15º = 1 fuso

Portanto, se cada hora equivale a um fuso ou 15º, e a Terra demora 24h no movimento de rotação, chegamos a mais uma
conclusão:

24h = 360º = 24 fusos

Temos, então, 24 fusos de 15º cada.

O meridiano de Greenwich é o fuso 0º, conhecido como GMT – Greenwich Mean Time (linha internacional de hora).

Se andarmos um fuso para a direita a partir do GMT, ou seja, 15º para o oriente, o fuso aumentará em uma hor a. Se andarmos
um fuso para a esquerda, ou seja, 15º para o ocidente, diminuirá em uma hora.

Veja abaixo:

24
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 25

Figura 10: Planifério de Fusos Horários.


(Fonte: http://goo.gl/Z4Wgrw, acessado em abril de 2014)

Certo, estamos indo muito bem! Vamos analisar agora os fusos horários do Brasil.

2.1.5. FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL

O Brasil possui quatro fusos horários atrasados até cinco horas em relação ao GMT.

Fuso 1 do Brasil: Abrange as ilhas oceânicas brasileiras como: Fernando de Noronha, Atol das Rocas,
Trindade e Martin Vaz. É o fuso – 2 ou 30ºW.

Fuso 2 do Brasil: Caracteriza a Hora Oficial do Brasil, abrangendo a Capital Federal e diversas áreas
das cinco regiões. É o fuso – 3 ou 45º W.

Fuso 3 do Brasil: Abrange grande parcela da região Norte e parte do Centro Oeste. É o fuso – 4 ou
60ºW.

Fuso 4 do Brasil: Abrange o estado do Acre e parcela da Amazônia ocidental. É o fuso – 5 75ºW.

Veja o mapa abaixo:

25
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 26

Figura 11: Fusos horários brasileiros.


(Fonte: http://goo.gl/M3GRmj)

Veja que no canto direito há a frase Linha Internacional da Data. O que é isso?

É também conhecido como o antemeridiano – LID. Esse meridiano é importante porque determina
não apenas a mudança de hora, mas também a mudança de data. Corta a Terra no Estreito de
Bering, no Oceano Pacífico sem atravessar áreas continentais.

Observe a imagem ao lado e veja a explicação a seguir:

“O horário na faixa de fuso em que a linha está situada é o mesmo, tanto de um lado como do
outro da linha. No entanto, a parte leste da LID situada no hemisfério Oeste (ocidental), tem um
dia a menos em relação à parte Oeste (o lado esquerdo), situada no hemisfério Leste (Oriental).
Toda a embarcação que cruza a LID no sentido Leste-Oeste atrasa em um dia: por exemplo, da
tarde de sábado passa à tarde de domingo. Já uma embarcação que cruza no sentido Oeste-
Leste adianta em um dia, pois da manhã de Domingo, por exemplo, passa para a manhã de
Sábado. Outra observação curiosa: se viajarmos para oeste e dermos uma volta completa ao
redor da Terra, "perderemos" um dia, pois estaremos caminhando contra o sentido do movimento
de rotação; nesse caso, os dias são mais longos. Na situação oposta, se circundarmos a Terra no
sentido Leste "ganharemos" um dia, pois estaremos viajando no mesmo sentido do movimento
de rotação da Terra: de Oeste para Leste. ”
(Fonte: http://goo.gl/r0Is8T, acessado em abril de 2014)

26
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 27

Dica Geográfica

ATENÇÃO: O fuso - 5 já foi abolido e retomado no final de 2013. Conforme pode ser verificado através da LEI Nº 12.876,
DE 30 DE OUTUBRO DE 2013, através do link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/L12876.htm.

Mas, por que existe o Horário de Verão? No Brasil temos a prática de adotar o Horário de Verão. Como o próprio nome diz,
refere-se a um horário novo, instaurado nos meses de verão. Como nessa época, pela inclinação da Terra, a amplitude da radiação
solar é maior, aproveita-se mais o tempo de incidência solar sobre a Terra, adiantando uma hora no relógio. Assim, há economia
de energia elétrica.

Veja o infográfico abaixo utilizado para o horário de verão entre 2013 e 2014:

Figura 12: Infográfico: horário de verão no Brasil.


(Fonte: http://goo.gl/goA33U)

Dica Geográfica

Leia o decreto acerca da adoção do Fuso -5: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6558.htm

Bom, agora que vocês já sabem tudo sobre Fusos horários, vamos praticar através dos exer cícios? Uma dica valiosa é sempre
tentarmos buscar o porquê de cada assertiva estar não examente correta, e sim falseada, errada, com elementos errôneos. Esta
é uma boa prática à realização de concursos, além de estimular o seu raciocínio! Vamos lá?

No próximo capítulo, entenderemos o que é e como vem ocorrendo o processo de globalização. Animados?!

27
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 28

2.1.6. RESUMO

Conceitos e temas:

 Meio técnico científico informacional;

 Território

 Paisagem

 Região

 Fronteira

Zona Econômica Exclusiva (ZEE) –200 a 350 milhas náuticas (quando houver plataforma continental)

Mar Territorial – 12 milhas a partir da base da costa

Plataforma Continental – Extensão submersa do relevo terrestre que acaba na camada íngreme chamada Talude.

Amazônia Azul – Vasta área marítima sob responsabilidade brasileira.

Formação do Território Nacional:

 Tratado de Tordesilhas

 Ampliações e modificações do território

 Tratado de Madri (1750)

Brasil:

 26 estados + DF

 5º maior país do mundo em área

 4º maior país em área contínua

 País com posição privilegiada

Fases de ocupação do território e ciclos econômicos:

 Cana de açúcar – séc. XVII -Nordeste

 Gado – séc. XVII- Grupos isolados no Nordeste

 Ouro – séc. XVIII – Goiás / Minas Gerais e Mato Grosso

 Colonização do sul – séc. XIX

 Borracha e Café – séc. XX

 Marcha para o oeste/ Interiorização do Brasil – séc. XX

28
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 29

Questões de Provas: (APOSTILA NÃO COMENTADA CURSO CIDADE)

2011/2012 - 21 2003/2004 – 49

2011/2012 - 29 2002/2003 – 57

2008/2009 - 39 2006/2007 - 12

2007/2008 - 29 2006/2007 – 13

2007/2008 - 36 2006/2007 – 18

2007/2008 - 37 2011/2012 - 01

2005/2006 - 44 2011/2012 – 09

2005/2006 - 60 2014/2015 – 01

2004/2005 - 47

29
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 30

2.1.7. EXERCÍCIOS

1. (UFCE) Na produção do espaço brasileiro, o período colonial foi marcado pela presença de:

(A) Cidades com forte intercâmbio comercial entre si.


(B) Um espaço de “ilhas ou arquipélagos econômicos” voltados para o comércio com o espaço subordinante.
(C) Economias dinâmicas e simultâneas da cana-de-açúcar, da mineração, do café, como espaços de atração demográficas.
(D) Processo econômico comandado pelas necessidades internas.

2. (PUC-MG) Tendo em vista a organização do espaço geográfico brasileiro, leia com atenção os itens a seguir.

I. Estruturado a partir do modelo colonial de exploração, o espaço brasileiro deixou de apresentar uma economia
fragmentada, para constituir uma dinâmica interna interligando as diversas regiões.
II. Somente nas últimas décadas é que vem diminuindo a grande concentração espacial das principais atividades econômicas
em uma determinada região.
III. Intensificou a organização centro-periferia mostrando, durante todo o tempo, feições heterogêneas e internamente
desequilibradas.

São afirmativas CORRETAS:

(A) I, II e III
(B) I e II apenas
(C) I e III apenas
(D) II e III apenas

3. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

O capitalismo nasceu das transformações ocorridas na Europa feudal, a partir do século XIII e está baseado na propriedade
dos meios de produção. A fase na qual o ciclo de reprodução do capital assentava-se na circulação e distribuição de
mercadorias foi denominada de capitalismo _. A fase do capitalismo caracterizou-se pelo seu
florescimento na forma de pequenas e numerosas empresas que competiam por uma fatia do mercado. A consolidação do
capitalismo deu-se pela sua reprodução e acumulação na forma de grandes monopólios e oligopólios.

(A) Coletiva – comercial – concorrencial – monopolista.


(B) Estatal – concorrencial – comercial – monopolista.
(C) Estatal – comercial – concorrencial – monopolista.
(D) Privada – concorrencial – monopolista – financeiro.
(E) Privada – comercial – concorrencial – monopolista.

4. (PUC – RJ) “As estruturas estatais no mundo moderno se construíram em torno de um território nacional. Esse foi o parâmetro
básico da atuação dos Estados, embora não o único. O Estado desenvolvimentista brasileiro não fugiu a essa regra e delineou
o perfil do Brasil atual. Mal ou bem, criou-se por conta da arquitetura estatal um conjunto de interesses nacionais que por
vezes se opõem, mesmo que de modo frágil, aos interesses estrangeiros. Na verdade, isso é comum a todas as nações
modernas. ”
Extraído de OLIVA, Jaime, GIANSANT, Roberto. Temas da Geografia do Brasil. São Paulo. Atual, 1999.

No Brasil, estamos assistindo ao desmonte desse Estado desenvolvimentista. Dentre os argumentos favoráveis a esse desmonte,
podemos citar:

I. O desenvolvimento socioeconômico não pode ser pensado a partir da dimensão nacional devido à crescente globalização
da produção.
II. O desenvolvimento encontra-se no mercado e na integração econômica mundial, já que as empresas tomam decisões e
operam recursos segundo uma lógica de integração mundial.

30
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 31

III. Para a integração mundial, é necessário remover os obstáculos que dificultam a presença dos interesses da economia
global.
IV. O território será mais atraente quanto mais vantagens competitivas apresentar ao capital externo.

Estão corretas as afirmativas:

(A) I e III.
(B) II e IV.
(C) I, II e III.
(D) II, III e IV.
(E) I, II, III e IV.

5. (UnB) Com a mudança da capital do Brasil para o Planalto Central, para exercer funções exclusivamente político-
administrativas, criou-se a expectativa de que a ocupação do Plano Piloto, projetado por Lúcio Costa, alcançaria cerca de 500
mil habitantes, quando consolidado. O que ocorreu atualmente é um processo absolutamente distinto.

A respeito das transformações socioespaciais ocorridas no Distrito Federal (DF), julgue os itens a seguir.

1. ( ) No DF, as crescentes taxas de desemprego estão associadas ao processo de fechamento de postos de trabalho urbano,
que atinge apenas trabalhadores com pouca ou nenhuma possibilidade de ascensão social, como moradores de rua e iletrados.
2. ( ) Brasília foi construída em uma posição territorial estratégica, com o objetivo de conduzir a articulação econômica,
demográfica e social entre as regiões, promovendo a ocupação e a integração do território nacional, por intermédio do
desenvolvimento da produção econômica.
3. ( ) No DF, o ritmo de crescimento populacional elevado relaciona-se principalmente ao crescimento dos setores industrial
e agropecuário, com fortes efeitos positivos nos setores comerciais e nos serviços privados.
4. ( ) A construção de Brasília acentuou a ocupação da região Centro-Oeste como área de expansão da fronteira agrícola, que
já vinha ocorrendo desde os anos 40, devido ao fato de que as terras serem mais baratas para a produção de culturas de
exportação.

(A) F-V-F-V
(B) V-V-F-V
(C) F-V-V-V
(D) F-V-V-F
(E) F-V-F-F

6. Oficialmente, o Brasil é dividido, pelo IBGE, em cinco regiões: Sul, Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

Sobre essas regiões, é correto afirmar:

(A) A Região Centro-Oeste, com seu clima semiárido, foi palco, no passado, das revoltas conhecidas como Cabanagem e
Balaiada, e, atualmente, devido ao processo de irrigação de suas terras, lidera a produção de soja no País.
(B) A base do povoamento da Região Sul foi a imigração europeia, principalmente no estado do Mato Grosso do Sul, o que
acarretou uma cultura diferenciada nessa parte do Brasil, baseada na miscigenação dos imigrantes europeus com os
escravos negros.
(C) A Região Norte, atualmente, atrai o interesse internacional tanto pela necessidade de preservação ecológica de sua
floresta equatorial, quando pela riqueza de sua biodiversidade.
(D) A Região Sudeste, desde os tempos coloniais, desponta como hegemônica na economia do País, com a mineração em
Minas Gerais, que foi seguida pela riqueza do café em São Paulo e posterior industrialização.
(E) O problema da seca nordestina, trata-se de uma questão climática como, por exemplo, na região do Raso da Catarina
se registram os mais baixos índices pluviométricos do País, não sendo, portanto, uma questão política, alimentada pela
chamada “indústria da seca”.

31
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 32

7. Leia o fragmento de texto abaixo:

O Brasil é um dos países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, conhecida como Con venção da
Jamaica, de 1982. Essas convenções definem três limites marítimos. Na zona Econômica Exclusiva, o país tem jurisdição para agir
em questões ligadas à alfândega, saúde, imigração, pontos e circulação. A mais ampla, a plataforma continental, inclui o leito
marítimo e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além de seu mar territorial. A respeito dessa temática e dos conceitos
envolvidos, marque a alternativa incorreta.

(A) O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de
baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indica nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente
no Brasil.
(B) A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito e subsolo.
Porém, é reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro.
A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil,
devendo ser contínua e rápida.
(C) A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas,
contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial
(D) Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, não tem o direito exclusivo de regulamentar
a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso
de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas.
(E) A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do
seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre. O Brasil exerce direitos de
soberania sobre a plataforma continental, para efeitos de exploração dos recursos naturais.

8. Sobre a formação do território brasileiro no período colonial, assinale a alternativa correta:

(A) Era formado por cidades integradas entre si, apesar de dependentes do mercado externo.
(B) Foi, primeiramente, delimitado pelo Tratado de Tordesilhas, que valeu até a Independência Brasileira.
(C) Ficou restrita ao litoral, com pequenos surtos de interiorização promovidos por atividades como a mineração e a pecuária.
(D) Teve sua extensão reduzida a partir da União Ibérica

9. (Puccamp) “No Brasil, a FRONTEIRA é um espaço ainda não estruturado, gerador de realidades novas e dotado de elevado
potencial político. O dado fundamental da ‘fronteira’ é sua potencialidade: dependendo da forma de apropriação das terras
livres, das relações sociais e dos tipos e interesses dos agentes sociais aí constituídos ter-se-á a formação de projetos políticos
distintos. ”

Está implícito no texto que a FRONTEIRA é:

(A) Uma região estratégica tanto para o Estado como para o capital, que se empenham em sua rápida estruturação e
integração ao espaço global.
(B) Um esforço de iniciativa privada, no sentido de garantir a efetiva ocupação do espaço e deste modo inserir o País na
Nova Ordem Mundial.
(C) Um fenômeno isolado que, neste final de século, representa uma ação geopolítica de interesse do Estado.
(D) A mais importante alternativa para o desenvolvimento de latifúndios e grandes empresas agroindustriais.
(E) Sinônimo de terras devolutas cuja apropriação é franqueada a pioneiros.

10. (Puccamp 2010) Menos que uma sociedade organizada, a Amazônia destes anos de febre de borracha terá o caráter de um
acampamento. Enquanto a massa da população, os trabalhadores dos seringais, dispersos e isolados, se aniquilava nas
asperezas da selva e na dura tarefa de colher a goma, os proprietários dos seringais, os comerciantes e toda esta turbamulta
marginal e parasitária de todas as sociedades deste tipo, se rolavam nos prazeres fáceis das cidades, atirando às mancheias
o ouro que lhes vinha tão abundante da mata. A riqueza canalizada pela borracha não servirá para nada de sólido e
ponderável.
(Caio Prado Junior. “História econômica do Brasil”. São Paulo: Brasiliense, 1990, p. 240)

32
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 33

A partir da análise do texto e do conhecimento histórico, pode-se afirmar que:

(A) A extração da borracha, ao contrário do que afirma o autor, contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da
industrialização brasileira.
(B) O aumento da exportação da borracha acentuou as desigualdades sociais na região Norte do país.
(C) A extração do ouro e da borracha beneficiou parcela significativa da população da Amazônia e do Brasil.
(D) A exploração da borracha proporcionou a ascensão social e econômica das camadas mais baixas da população da região
Amazônica.
(E) Os seringueiros e os proprietários dos seringais foram responsáveis pelo desmatamento na região Amazônica.

11. (UEG) Observe o gráfico a seguir. Considerando que o eixo X corresponde à Linha do Equador e o eixo Y corresponde ao
Meridiano de Greenwich, responda as questões a seguir.

Considerando que no ponto A são 14 horas, calcule o horário local do Ponto B. Em sua resposta, desconsidere a possibilidade da
existência de horário de verão e de horas cifradas:

(A) 20 horas
(B) 18 horas
(C) 17 horas
(D) 8 horas
(E) 6 horas

12. (Pucrs) No dia de hoje, sabemos que Porto Alegre se encontra no horário de verão. Que horas marcará um relógio na capital
gaúcha, quando em Londres forem 13 horas?

(A) 11 horas
(B) 10 horas
(C) 9 horas
(D) 11 horas e 30 min
(E) 10 horas e 30 min

13. (Unesp) Que horas devem marcar os relógios em Nova York, que fica no quinto fuso a oeste de Greenwich, quando em São
Paulo, que fica no terceiro fuso, também a oeste, são onze horas?

(A) Duas horas.


(B) Nove horas.
(C) Treze horas.
(D) Quinze horas.
(E) Dezenove horas.

33
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 34

14. (UFPE-Modificado) Observe atentamente o mapa a seguir e identifique os pontos A, B, C, D e E.

1. O ponto E é o que apresenta o menor valor de latitude.


2. Os pontos A e B estão situados praticamente à mesma distância longitudinal de Greenwich.
3. O ponto C localiza-se numa faixa de latitudes médias e de baixas altitudes.
4. O ponto D se situa numa faixa climática bastante diferente daquela onde se localiza o ponto E.
5. O maior valor de latitude é encontrado no ponto D.

Estão corretas:

(A) 1, 2, 3, 4 e 5.
(B) 1 e 2 apenas.
(C) 1, 4 e 5 apenas.
(D) 1, 3, 4 e 5 apenas.
(E) 1 e 4 apenas.

15. (UFSM-RS) Observe o mapa a seguir e responda à questão adiante.

Desconsiderando horários de verão locais, as coordenadas geográficas do mapa permitem, também, deduzir que uma competição
esportiva que ocorra em Sydney, às 16 horas, seja assistida pela TV, ao vivo, em Nova York à(s):

(A) 7 horas.
(B) 8 horas.

34
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 35

(C) 2 horas.
(D) 1 hora.
(E) meia-noite.

16. (Fuvest) A reintrodução do “horário de verão” no Brasil foi consequência da:

(A) Crise energética que afeta especialmente as regiões Sul e Sudeste.


(B) Necessidade de racionalização dos horários dos diferentes setores industriais do país.
(C) Prolongada estiagem que assolou, nos últimos anos, a região nordeste.
(D) Ampliação da demanda de hidroeletricidade no setor de serviços acompanhada pelo declínio do consumo no setor
industrial.
(E) Melhoria geral das condições de vida no país, que permite maior disponibilidade de tempo para o lazer.

17. (Ufrs) Na última etapa de uma competição aeronáutica internacional, uma equipe formada pelos aviões A e B tem a seguinte
tarefa para realizar: o avião A deverá sair às 13 horas (hora local) da cidade de Vila dos Remédios (Fernando de Noronha-
PE), com destino à cidade de Manaus-AM; o avião B somente poderá sair da cidade de Vila dos Remédios após a chegada do
avião A em Manaus. Para realizar esta tarefa, os pilotos receberam as seguintes informações técnicas: a cidade de Vila dos
Remédios está localizada no 1° fuso horário do Brasil, a cidade de Manaus está localizada no 3° fuso horário do Brasil e o
tempo de voo entre as duas cidades tem a duração de 8 horas.

Com base no exposto acima, assinale a alternativa que contém, respectivamente, o horário da chegada do avião A em Manaus e
o horário da saída do avião B de Vila dos Remédios.

(A) 15h e 17h


(B) 19h e 21h
(C) 21h e 19h
(D) 21h e 22h
(E) 21h e 23h

35
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 36

2.1.8. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx - 2003/2004) O ouro aparece, na natureza, sob as formas de veios e pepitas. Os veios ocorrem em estruturas
rochosas cristalinas e são recuperados através da mineração, ou resultantes da erosão atuante sobre os meios auríferos que
são transportados e depositados pelas águas correntes.

O texto acima auxilia na compreensão de que, no Brasil, os depósitos aluviais auríferos aparecem principalmente:

(A) No sudeste do Pará e nos vales dos rios Madeira e Tapajós.


(B) Ao longo do rio São Francisco na depressão sertaneja.
(C) Na bacia do Paraná, no rio Paraguai na região do Mato Grosso do Sul.
(D) No Quadrilátero Mineiro, no vale do rio Paraopeba.
(E) No Pará, entre os rios Xingu e Araguaia.

2. (EsFCEx 2004/2005) “Por território entende-se geralmente a extensão apropriada e usada. [...] Num sentido mais restrito o
território é um ‘nome político’ para o espaço de um país. Em outras palavras, a existência de um país supõe um território. ”
(SANTOS, 2001, p. 19)

A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre o território brasileiro, é correto afirmar que:

(A) A ideia de extensão apropriada e usada atesta que o território brasileiro é sinônimo de Estado e possui sua atual
configuração desde o período colonial, forjada na era pombalina.
(B) A transformação do Brasil em Estado Federal, com a constituição republicana do final do século XIX, deu às unidades
da federação a autonomia política, cuja expressão de maior polêmica hoje é a política fiscal, pois promove a “guerra
dos lugares”.
(C) Os territórios brasileiros, como Acre e Amapá, criados depois da II Guerra Mundial, representavam áreas de segurança
externa do país, pois situavam-se na faixa de fronteira do Brasil, daí a falta de autonomia política destes até a
Constituição de 1988.
(D) O Distrito Estadual de Pernambuco representa, atualmente, o Território Federal de Fernando de Noronha, em razão da
sua localização em rota estratégica no Atlântico Sul, extinguindo-se todas as suas representações políticas.
(E) A extensão de costas atlânticas no Brasil é inferior a 200 mima (milhas marítimas), pois o atual tratado internacional
limita a soberania do país costeiro a uma ZEE (Zona Econômica Exclusiva) correspondente a 12 mima, em cuja faixa
terá total soberania sobre os recursos.

3. (EsFCEx 2006/2007) A questão de transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central do Brasil é um
assunto de destaque desde o final do século XIX. Sobre este tema, analise as afirmativas abaixo, colocando entre parênteses
a letra “V”, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra “F” quando se tratar de uma afirmativa falsa. A seguir,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) A constituição Republicana de 1891 previa a transferência da capital federal para o Planalto Central, em uma cidade que
seria construída na área de formação das três grandes bacias hidrográficas brasileiras – a do Amazonas, a do São Francisco e a
do Prata.
2. ( ) Por ser uma área bastante interiorizada do país, mas com razoável povoamento, o Triângulo Mineiro foi uma das áreas
sugeridas para a construção da capital brasileira.
3. ( ) A construção da rodovia Belém-Brasília tinha como objetivo principal ligar, por via terrestre, a Amazônia, região
produtora de matérias-primas, ao parque industrial que floresceu nas grandes cidades do Centro-Oeste com a construção da
capital federal.
4. ( ) Ao ser construída, Brasília cumpria uma dupla finalidade: instalou o governo nacional longe de pressões populares e
possibilitou grandes negócios às empreiteiras e empresas industriais.

(A) V - V - F - F.
(B) V - V - F - V.
(C) V - V - V - F

36
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 37

(D) F - F - V - F.
(E) F - V - V - V.

4. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo acerca da formação do território brasileiro, especificamente no tocante à
incorporação das terras do atual estado do Acre e, a seguir, assinale a alternativa correta.

I. As terras do atual estado do Acre foram adquiridas, nos termos finais, a partir de acordos com a Bolívia e o Peru.
II. Antes da incorporação ao território nacional, esse espaço extremo ocidental do Brasil de hoje foi povoado por seringueiros
nordestinos, o que pressionou a negociação entre os países envolvidos.
III. As negociações, especialmente através do Tratado de Petrópolis, a fim de acordar acerca da incorporação de terras da
Amazônia Oriental boliviana, aconteceram no início do século XX.
IV. O Tratado de Madri foi instrumento decisivo na aquisição das terras do estado do Acre pelo poder português frente à
colonização espanhola.
(A) Somente I, II e III estão corretas.
(B) Somente I, III e IV estão corretas.
(C) Somente I e IV estão corretas.
(D) Somente I está correta.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

5. (EsFCEx 2007/2008) Complete as lacunas abaixo e assinale a alternativa que dá sentido correto ao parágrafo.

O fato urbano, medidas as variações espaço-temporais, remonta ao início da colonização portuguesa quando as cidades e vilas
tinham função estratégica na ocupação e uso do território. Ao longo do século XVIII, a centralidade das cidades
se concretizou determinando nova lógica espacial para a colônia portuguesa nas Américas. Vivia-se, no conjunto
do território, integração entre os centros urbanos, concretizando-se, no século XX, o estabelecimento de uma rede
e hierarquia urbanas nacionais com expansão das .

(A) Interiores — amazônicas — grande — rodovias.


(B) Amazônicas — açucareiras — intensa — rodovias.
(C) litorâneas — mineiras — pequena — rodovias
(D) Sertanejas — litorâneas — grande — ferrovias.
(E) Atlânticas — agrárias — pequena — ferrovias.

6. (EsFCEx 2008/2009) O Brasil possui características bastante diferenciadas em seu território. Segundo Milton Santos e Maria
Silveira, o território nacional é dividido em quatro grandes regiões conforme mapa abaixo.

Com base nos dados acima, analise as afirmativas abaixo colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar de afirmativa
verdadeira e a letra “F” quando se tratar de afirmativa falsa e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

Fonte: Santos & Silveira

37
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 38

1. ( ) A região 4 se implantou sobre um meio mecanizado e com denso sistema de relações. Desponta como região ganhadora
especialmente no setor secundário e terciário.
2. ( ) A região 3 caracteriza-se como de povoamento antigo. Evidencia baixos índices de mecanização, apresentando manchas
de prosperidade e muitos núcleos de urbanização.
3. ( ) A região 2 possui rarefações demográficas interligadas por vias fluviais. Considerada a última região a ampliar sua
mecanização, tanto na produção econômica quanto no próprio território.
4. ( ) A região 2 é considerada como área de ocupação periférica recente. Apresenta forte crescimento no setor primário,
beneficiado pelo relativo baixo valor da terra.
5. ( ) A região 1 possui baixa densidade demográfica e forte influência do setor primário na economia regional.

(A) V–V–V–V–V
(B) F–F–F–F–V
(C) V–V–F–V–V
(D) V–F–V–F–V
(E) V–F–F–F–V

7. (EsFCEx - 2003/2004) No Nordeste, dois portos modernos foram empreendimentos prioritários dos governos estaduais da
década de 1990, são eles, respectivamente:

(A) Itaguaí, no Maranhão e Suape, no Ceará.


(B) Pecém, em Pernambuco e Ubarana, no Ceará.
(C) Areia Branca, no Ceará e Aratu, na Bahia.
(D) Suape, em Pernambuco e Pecém, no Ceará.
(E) Aratu, na Bahia e Suape, no Ceará.

8. (EsFCEx - 2003/2004) O fundamento atual da divisão regional do IBGE, estabelecido em 1988, é o conceito de
1 , definidos (as) segundo uma combinação de características econômicas, 2 _ e
3 .

A alternativa que corresponde corretamente às lacunas 1, 2 e 3, respectivamente é:

(A) Complexos regionais, políticas e demográficas.


(B) Mesorregiões geográficas, naturais e demográficas.
(C) Microrregiões, naturais e políticas.
(D) Complexos regionais, demográficas e naturais.
(E) Macrorregiões, demográficas e naturais.

9. (EsFCEx - 2006/2007) Sobre as regiões brasileiras e as especializações territoriais produtivas, é correto afirmar:

(A) A inserção da indústria automobilística em Camaçari (BA) permite afirmar que o Nordeste compõe a Região Concentrada
do país.
(B) A economia industrial da Amazônia é complementar à economia nordestina.
(C) A dinamização da economia amazônica, resultante da produção de eletroeletrônicos na zona Franca de Manaus, denota
uma tendência ao deslocamento da centralidade econômica brasileira para a capital do estado do Amazonas.
(D) A pré-existência de densidades técnicas na Região Concentrada do Brasil faz desta área a de mais intensa divisão
territorial do trabalho.
(E) A agricultura pouco modernizada do Centro-Oeste brasileiro gera impedimento à integração da região à economia
globalizada.

10. (EsFCEx - 2007/2008) O fundamento da atual divisão regional do Brasil feita pelo IBGE, estabelecida em 1988, foi definido a
partir das características econômicas, demográficas e naturais e corresponde às (aos):

(A) Complexos regionais.

38
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 39

(B) Microrregiões geográficas.


(C) Mesorregiões demográficas.
(D) Macrorregiões homogêneas.
(E) Regiões geoeconômicas.

11. (EsFCEx - 2007/2008) Sobre o Nordeste brasileiro é correto afirmar que:

(A) O fenômeno da seca, que ocorre regularmente, mas com severidade variada, é um evento natural que atinge toda a
região e responde pela pobreza do povo nordestino.
(B) O polígono das secas toma a maior parte da região nordeste, inclusive se prolongando pelo norte do estado de Minas
Gerais. É um espaço onde ocorrem secas periódicas e prevalece o clima semiárido com o domínio da caatinga.
(C) Ao longo da história brasileira o espaço que compõe a atual região nordestina sempre se configurou como uma área
pobre e periférica frente à centralidade nacional do sul e sudeste do país.
(D) A SUDENE foi criada na década de 80 do século passado diante das intensas secas do período. É um órgão que atua
nos limites da região e canaliza recursos, principalmente, para a agropecuária.
(E) A bacia do rio São Francisco corta parte do semiárido nordestino e foi fundamental para a interiorização e sobrevivência
local. O atual projeto de transposição de suas águas encontra o desafio de primeiro mantê-lo perene, visto que há
trechos do curso médio em que as suas águas secam no período do verão.

12. (EsFCEx - 2009/2010) - Sobre a questão regional brasileira, é correto afirmar que:

(A) A desintegração entre todas as regiões se dá de forma homogênea.


(B) O desenvolvimento do turismo no Nordeste aproximou esta região do Sudeste.
(C) O Norte do Brasil pode ser equiparado, em desenvolvimento econômico, ao Centro-Oeste.
(D) O Sul vem passando por um persistente processo de desintegração.
(E) Sul e Sudeste passam a ter um processo de integração muito expressivo.

13. (EsFCEx 2010/2011) Pode ser considerada uma característica atual do campo do Nordeste Brasileiro:

(A) Um predomínio das mulheres em relação aos homens.


(B) Um novo dinamismo da exploração agrícola no litoral.
(C) A distribuição de terras onde predomina a média propriedade.
(D) A estiagem como o fator que limita uma melhor distribuição de terras.
(E) A agricultura moderna localizada, principalmente, nos perímetros irrigados.

14. (EsFCEx 2006/2007) Sobre as especificidades sociais e produtivas do território brasileiro, é correto afirmar:

(A) Apesar da significativa diferença espacial no interior do território brasileiro, a necessidade de fluidez par participar do
mercado global faz com que no Brasil haja, igualitariamente, uma continuidade de infraestrutura que permite ampla
circulação e acessibilidade.
(B) Há na atualidade uma definitiva ocupação e uso de todo o território brasileiro o que revela autonomia local nas decisões
do que produzir e como fazer circular essa produção.
(C) O Nordeste brasileiro não é um conjunto homogêneo onde predomina o flagelo da seca. Há pontos onde a modernidade
produtiva está presente e se conecta à circulação e capital internacional, a exemplo dos espaços da fruticultura irrigada
em Juazeiro / Petrolina e do Vale do Açú e da produção da soja no oeste baiano.
(D) As duas metrópoles nacionais permanecem como centralidades do poder no país. São Paulo como liderança comercial
e industrial, Rio de Janeiro mantendo sobre o território nacional a influência política e econômica do início do século XX.
(E) O semiárido nordestino, apesar do mito da pobreza, é um espaço tão mecanizado quanto o Centro-Sul do país, a
diferença está no controle da propriedade rural por latifundiários e o destino da produção local para o mercado
internacional.

39
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 40

15. (EsFCEx 2006/2007) Sobre as especificidades sociais e produtivas do território brasileiro, é correto afirmar:

(A) Apesar da significativa diferença espacial no interior do território brasileiro, a necessidade de fluidez para participar do
mercado global faz com que no Brasil haja, igualitariamente, uma continuidade de infraestrutura que permite ampla
circulação e acessibilidade.
(B) Há na atualidade uma definitiva ocupação e uso de todo o território brasileiro o que revela autonomia local nas decisões
do que produzir e como fazer circular essa produção.
(C) O Nordeste brasileiro não é um conjunto homogêneo onde predomina o flagelo da seca. Há pontos onde a modernidade
produtiva está presente e se conecta à circulação e capital internacional, a exemplo dos espaços da fruticultura irrigada
em Juazeiro / Petrolina e do Vale do Açú e da produção da soja no oeste baiano.
(D) As duas metrópoles nacionais permanecem como centralidades do poder no país. São Paulo como liderança comercial
e industrial, Rio de Janeiro mantendo sobre o território nacional a influência política e econômica do início do século XX.
(E) O semi-árido nordestino, apesar do mito da pobreza, é um espaço tão mecanizado quanto o Centro-Sul do país, a
diferença está no controle da propriedade rural por latifundiários e o destino da produção local para o mercado
internacional.

16. (EsFCEx 2006/2007) Sobre a Amazônia brasileira é correto afirmar:

(A) A região Norte é a terceira região com maior taxa de urbanização do país, caracterizando um espaço do minado pela
ocupação indígena e pontos urbanos luminosos.
(B) Manaus, capital do Amazonas com mais de um milhão de habitantes ao final do século XX, foi uma das primeiras Regiões
metropolitanas fundadas no Brasil em 1973, já demarcando a sua importância regional e centralidade em relação às
cidades do seu entorno.
(C) Há um povoamento rarefeito na Amazônia brasileira, entretanto ele não é homogêneo, visto que, devido às necessidades
de defesa fronteiriça e aos projetos mineralógicos, a sua porção ocidental possui maior densidade demográfica.
(D) A região amazônica é um dos espaços mundiais de pequena ocupação e, consequentemente, de expansão do capital.
O domínio físico da floresta equatorial manteve o local, ao longo dos últimos 50 anos, com o mesmo padrão de
urbanização e industrialização.
(E) A Amazônia brasileira, pela sua importância geopolítica e peculiaridades socioambientais, atrai vários interesses, a
exemplo de organizações de locais de financiamento diverso, do Estado nacional, de ONGs e outras organizações
internacionais.

17. (EsFCEx 2006/2007) A questão de transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central do Brasil é um
assunto de destaque desde o final do século XIX. Sobre este tema, analise as afirmativas abaixo, colocando entre parênteses
a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F quando se tratar de uma afirmativa falsa. A seguir, assinale
a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) A constituição Republicana de 1891 previa a transferência da capital federal para o Planalto Central, em uma cidade que
seria construída na área de formação das três grandes bacias hidrográficas brasileiras – a do Amazonas, a do São Francisco e a
do Prata.
2. ( ) Por ser uma área bastante interiorizada do país, mas com razoável povoamento, o Triângulo Mineiro foi uma das áreas
sugeridas para a construção da capital brasileira.
3. ( ) A construção da rodovia Belém-Brasília tinha como objetivo principal ligar, por via terrestre, a Amazônia, região
produtora de matérias-primas, ao parque industrial que floresceu nas grandes cidades do Centro-Oeste com a construção da
capital federal.
4. ( ) Ao ser construída, Brasília cumpria uma dupla finalidade: instalou o governo nacional longe de pressões populares e
possibilitou grandes negócios às empreiteiras e empresas industriais.

(A) V; V; F; F.
(B) V; V; F; V.
(C) V; V; V; F.
(D) F; F; V; F.
(E) F; V; V; V.

40
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 41

18. (EsFCEx 2011/2012) Analise as afirmativas abaixo, colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar de afirmativa
verdadeira, e a letra “F” quando a afirmativa for falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) O Brasil, com mais de 8 milhões de km², é o quinto maior país do mundo em extensão territorial contínua.
2. ( ) A grande extensão territorial brasileira o coloca em uma posição favorável às relações com os demais países da América
do Sul.
3. ( ) Atualmente o Brasil possui três fusos horários. Comparando os pontos extremos, quando Rio Branco (AC) assinala 10
horas, em Brasília (DF) são 11 horas e no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), 12 horas.
4. ( ) Apesar das suas grandes dimensões, o território brasileiro apresenta uma forma irregular, pois se alarga na porção
meridional e se estreita na porção setentrional.

(A) F–V–V–F
(B) F–V–F–F
(C) V–F–V–V
(D) V–V–F–V
(E) V–F–F–V

19. (EsFCEx 2011/2012) Em relação às características da divisão das regiões geoeconômicas brasileiras, analise as afirmativas
abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

I. É dividida em 3 regiões: Amazônica, Nordeste e Centro-Sul, os critérios dessa divisão seriam os processos socioeconômicos
de cada porção do território e de acordo com esse critério, os limites entre essas regiões não obedecem aos limites
político-administrativos dos estados.
II. Além de considerar os aspectos históricos e socioeconômicos, considera também o conceito de região natural e para
facilitar o planejamento regional, assim como as regiões do IBGE, obedecem aos limites político administrativos dos
estados.
III. Foram criadas pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, no final do século XX, dividiu o Brasil em três regiões: Amazônia,
Nordeste e Centro-Sul, de acordo com o meio técnico - científico informacional que cada uma delas apresentava. Esse
critério leva em consideração o desenvolvimento da técnica, da ciência e da informação.

(A) Somente I está correta


(B) Somente II está correta
(C) Somente III está correta
(D) Somente I e II estão corretas
(E) Somente I e III estão corretas

O item 20 deve ser respondido com base no texto abaixo.

Embora o Brasil não apresente qualquer questão a ser resolvida em suas fronteiras terrestres, uma forte vigilância é exercida
nesses locais, mesmo com as atividades sendo dificultadas pela grande extensão e a presença da floresta Amazônica no norte do
país.
Fonte: ALMEIDA; RIGOLIN. 2013, P.518

20. (EsFCEx 2014/2015) Com base nas informações acima e em seus conhecimentos sobre a vigilância terrestre no território
brasileiro, é correto afirmar que (o) (a):

(A) IBGE, fundado na década de 1930 pelo governo Vargas, foi o órgão precursor na elaboração e políticas de vigilância e
proteção do território nacional.
(B) Somente com a participação de organizações não governamentais, a partir dos anos 2000, foi possível garantir a
implantação de um sofisticado sistema de vigilância terrestre na região Amazônica, o SIVAM.
(C) Amazônia Legal, que abrange uma vasta área entre os estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e partes do
Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, corresponde á área de implantação do projeto Calha Norte.
(D) Dentro da política de soberania e segurança nacional, destacam-se o conceito de Faixa de Fronteira e os projetos Calha
Norte, Sipam/Sivam e Radambrasil.

41
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 42

(E) Área de cerca de 150 km de largura, ao longo dos 15719 km de fronteiras terrestres, é de vital importância à Segurança
Nacional, sendo administrada pelo Sistema Radambrasil.

21. (EsFCEx 2016/2017) Marque a alternativa correta sobre qual fato papel importante no processo de interiorização do
povoamento no Brasil entre os séculos XVIII e XIX.

(A) A forte atuação do estado na criação de logístiva e articulação de cidades no interior.


(B) A formação de novas fronteiras agrícolas com a produção de cefé, trigo e cena de açúcar.
(C) A mineração no interior e a criação de gado nas fazendas.
(D) A implantação de pólos industriais em cidades estratégicas no interior do país.
(E) O deslocamento de trabalhadores escravos do litoral para fazendas do interior.

42
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 43

2.2. A INSERÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA NO PROCESSO DE


GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA

Estudante, nesse capítulo veremos alguns termos necessários para entendermos a globalização. Através do estudo de conceitos
fundamentais do geógrafo Milton Santos, uma passagem pelas fases do capitalismo, chegarems aos pressupostos da globalização,
e aos blocos regionais, enquanto fragmentação deste processo. Vamos lá?!

2.2.1. CONCEITOS E TEMAS: A GLOBALIZAÇÃO PERVERSA

Vocês sabiam que nós “Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido”? Com essa frase, Milton Santos explica que a
globalização pode ser compreendida a partir dos fatos identificados por uma análise crítica e por meio do discurso que tem sido
propalado sobre a mesma. Esse último, difundido e reproduzido mundialmente através dos meios de comunicação e conversas
informais, é chamado por ele de Globalização como Fábula que se difere das reais ações globalizantes que atuam nas
sociedades - a Globalização como Perversidade. Por fim, ele propõe uma Nova Globalização.

A globalização como Fábula refere-se ao modo como a vemos ou como somos induzidos a vê-la. A ideologia inerente ao
capitalismo nos faz crer num momento mundial em que as distâncias praticamente não existem e que as informações são
alcançadas sem limites. No entanto, o que há na realidade é uma grande perversidade que tende a estimular o consumo; que
possibilita a redução de distâncias apenas para uma pequena parcela da população (de maior renda); e que nos faz acreditar que
o grande acesso a notícias realmente nos informa. Esse panorama de uma Globalização como perversidade é composto ainda
por: pobreza, desemprego, fome, salário mínimo baixo, mortalidade infantil, educação de baixa qualidade, corrupção e etc... Uma
nova globalização deverá ser mais humana, usufruindo de bases técnicas similares das de hoje, mas com fins benéficos. Deve
existir uma verdadeira sóciodiversidade!

Para entender como a Globalização se produz, Milton Santos destaca dois elementos fundamentais: Estado das Técnicas e Estado
da Política, inseparáveis na história da humanidade. Vale lembrar que como já vimos anteriormente hoje temos grande influência
da informação e da ciência possibilitando um sistema técnico com alcance planetário (muito embora não para todas as pessoas).
Ele seleciona quatro fatores que permitem compreender a atual globalização:

1. A unicidade técnica - as técnicas não existem isoladamente, mas como uma família/ um sistema que revela a história
das sociedades. As técnicas representam momentos históricos. Embora diversas, se ligam nas etapas de produção e
circulação da mercadoria (principalmente com as técnicas de informação) e são comandadas por uma unidade política
que almeja inserir, como uma invasão, as técnicas produzidas em todo o mercado internacional.

2. Unicidade do Tempo ou a convergência dos momentos – possibilidade de ter acesso instantaneamente a um


dado acontecimento (vale ressaltar que são transmitidos por veículos de informação que possuem suas
intencionalidades). Mas nem todos os homens são igualmente atores desse tempo real, existem diferenças que
asseguram a exclusividade para alguns e a exclusão para outros. A técnica concede uma sensação de fluidez para
TODOS, mas nem todos são fluídos.

3. O Motor Único ou a mais-valia universal- Competição entre empresas para obter o maior lucro e alcançar o status
de campeã perante as demais. Chamado de motor único porque antigamente cada Estado-nação tinha seu próprio
motor e hoje esta vinculado unicamente (mas não simplesmente) ao mercado internacional. Essa mais-valia está sempre
correndo para avançar-se.

4. A Cognoscibilidade do Planeta – Surge a possibilidade de conhecer profundamente o planeta pela dinâmica que as
técnicas adquirem. Elas espalham-se pelo mundo de modo que tragam maior lucratividade. O sistema histórico atual é
composto por uma operação global das empresas.

Todo esse panorama analisado acima compõe um cenário de crise com grandes desigualdades e interesses direcionados ao capital
e não ao bem-estar da população. Vocês com certeza já sabem disso, basta olhar em volta. Geografia faz parte do cotidiano e o
nosso trabalho aqui é possibilitar que vocês consigam não só observar, mas também analisar melhor o mundo!

43
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 44

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

MAIS - VALIA: Lucro obtido pelo burguês através da exploração


da mão de obra. Equivale ao valor não pago ao trabalhador. Se
divide em duas:
• Absoluta: Intensificação do ritmo de trabalho por meio de
diversos atos forçosos.
• Relativa: uso de técnicas que substituem o trabalho vivo e
consequentemente reduzem os bens individuais produzidos.

2.2.2. GLOBALIZAÇÃO NA PRÁTICA E SEU HISTÓRICO

Observe o diagrama, a seguir, acerca dos pressupostos e das marcas da globalização, e o que lhe antecede, através das fases do
capitalismo.

Vamos estudar o diagrama acima com detalhes para que possamos compreender a inserção da economia brasileira na
globalização.

A globalização, de maneira sintética, pode ser definida como a expressão concreta da fase mais avançada do capitalismo. Mais
quais são, afinal, as FASES DO CAPITALISMO?

1) CAPITALISMO MERCANTIL OU COMERCIAL: Refere-se ao período em que se praticava o Mercantilismo. É uma fase onde
o lucro advém, basicamente, do comércio. As relações de produção se estabeleciam por meio de salários oferecidos pelas
propriedades privadas aos trabalhadores. Essa etapa se transforma com as grandes navegações dando início às relações entr e
metrópole e colônia. No pacto colonial, a DIT (divisão internacional do trabalho) é estabelecida. Nessa etapa, os produtos eram
primordialmente manufaturados.

44
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 45

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

MERCANTILISMO: Esse modelo tinha como principais pressupostos:


o Metalismo (nações que possuíam mais metais eram mais
poderosas), controle sobre o mediterrâneo, balança comercial
favorável e a busca pelas mercadorias das índias que gerou o início
das Grandes Navegações e do colonialismo, posteriormente.

DIT (Divisão Internacional do Trabalho): É um padrão de relações comerciais que se


estabelece no mundo desde a primeira etapa do capitalismo. As colônias mandavam
produtos primários para a metrópole que enviava, em troca, os produtos manufaturados.
A relação comercial era claramente identificada em todas as suas etapas e instâncias.
Hoje, fala-se da Divisão Territorial do Trabalho, que aborda a diferenciação
socioeconômica entre os países.

2) CAPITALISMO INDUSTRIAL OU CONCORRENCIAL: Com a revolução industrial o cenário de relações comerciais se


modifica. O carvão, inicialmente, passa a ser a fonte de energia necessária para o funcionamento das máquinas e as indústrias
se mudam para locais próximos a fonte de extração dessa matéria-prima. Surge, posteriormente, as maquinas à vapor que
aceleram ainda mais a produção e, desse modo, o processo de concentração dos meios de produção se intensifica. Anteriormente,
o trabalhador convivia com todas as etapas de produção e agora ele participa apenas de fases isoladas. As linhas de produção
tornam-se um marco desse período permitindo a produção em massa acelerada. O capitalismo se fortalece e alguns países
formam conglomerados econômicos destacando-se, em relação a outros, como potências mundiais.

3) CAPITALISMO FINANCEIRO OU MONOPOLISTA: Surge após a Segunda Guerra Mundial e é caracterizado pelo sistema
monetário que vivemos hoje em dia. Os bancos detém poder absoluto se fortalecendo como grandes atores hegemônicos
juntamente com as grandes corporações e alguns estados-nações. Há a formação de monopólios e oligopólios responsáveis pela
super produtividade. Como consequência, se caracteriza como um momento de constante crises econômicas a exemplo do que
vivemos em 1929 com a queda da bolsa de valores, a crise do petróleo em 1973 e em 2007 com a crise dos bancos. A primeira
crise alertou os capitalistas da insuficiência do modelo liberal adotado, onde propriedades privadas se desenvolviam sem
limitações. Percebeu-se a necessidade de um fortalecimento do Estado, gerando uma transformação do modelo liberal para o
Keynesiano. Esse modelo defendia alguma intervenção estatal de modo que as grandes corporações não comandassem por
completo a economia, permitindo que o próprio Estado se tornasse um investidor. O Keynesianismo foi adotado entre 1930 e
1970, dando lugar para o atual NEOLIBERALISMO. Milton Friedman, após a crise de 1973, repensou o liberalismo e defendeu
a não intervenção do Estado na economia além de outros elementos como:

 Política de privatização de empresas estatais;

 Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;

 Abertura da economia para a entrada de multinacionais;

 Adoção de medidas contra o protecionismo econômico;

 Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;

 Aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;

 A base da economia deve ser formada por empresas privadas;

 Fusão de empresas.

O Neoliberalismo é consolidado com a teoria de John Williamson que deu origem ao chamado Consenso de Washington em
1989 (mesmo ano da queda do Muro de Berlim e fim da Guerra Fria).

Essa etapa de um capitalismo neoliberal beneficia os grandes atores hegemônicos e aumenta as possibilidades de exclusão social
(necessária à sobrevivência do modelo que precisa de mão de obra barata para existir). A GLOBALIZAÇÃO é um marco dessa
etapa do capitalismo e por isso também pode ser entendida como perversidade.

45
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 46

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

ATORES HEGEMÔNICOS: Corporações, Estados-nações, indivíduos


ou grupos que exercem hegemonia sobre outros/outrem. Para
haver hegemonia é necessário que haja subordinação.

CINEMA DO GEÓGRAFO:

Adeus Lenin (Wolfgang Becker, 2003)

No diagrama sobre a Globalização nos referimos a determinadas pressuposições que vamos compreender agora. Para que esse
movimento global se consolide é necessário que PRESSUPOSTOS sejam seguidos, são eles:

1) PRESSUPOSTO TERRITORIAL: deve existir um alcance global. Isso é conquistado na Nova Ordem Mundial estabelecida
pós Guerra Fria, onde o capitalismo de consolida e se expande cada vez mais.

2) PRESSUPOSTO POLÍTICO: as barreiras devem ser cada vez menos restritas para que o neoliberalismo possa expandir-se
territorialmente. A alfândega menos exigente permite uma internacionalização de produtos (característica marcante da
Globalização). Os países precisam se inserir no jogo de trocas globais para ganhar visibilidade e se desenvolverem
economicamente. As atuações das políticas neoliberais compõem essa pressuposição.

3) PRESSUPOSTO TÉCNICO: No meio Técnico–científico–informacional em que vivemos seria impossível falar em globalização
sem conhecer a importância da técnica. Esta se sustenta, atualmente, em cinco ramos da ciência já listados no diagrama:
Biotecnologia, Genética, Nanotecnologia, Tecnologia Aeroespacial e Telecomunicações. A técnica representa a história da
humanidade e está sempre mediada por interesses políticos (um dos pressupostos da globalização). No mundo globalizado, a
técnica é invasora e vai muito além do local original de sua instalação. Um produto final pode ter seus elementos primários
produzidos em diferentes localidades e, quando pronto, não necessariamente circulará no território de sua finalização, porque
hoje a produção tem alcance global para muito além dos limites de uma Nação.

Os mercados são agora mundializados e uma guerra de lugares emerge. Determinados locais lutam para abrigar grandes
corporações como forma de atrativo turístico, demográfico e, principalmente, financeiro (além de outros). A exclusão social se
acentua e permanece distante de uma solução. Percebe-se que a antiga DIT (Divisão Internacional do Trabalho), tão simplória e
objetiva não responde mais. Tornando-se necessário pensar uma NOVA DIT. Se antigamente apenas as metrópoles, que eram
ricas, exerciam a tarefa de produção, hoje, países periféricos suportam em seu território grandes polos industriais e vendem
tecnologia para os países centrais. A divisão internacional do trabalho tornou-se complexa com a descentralização da atividade
industrial e a formação de polos, assim como com as relações de exportação e difusão de produtos acelerada e intencionalmente.

Antes de finalizar a análise do diagrama compreendendo o que é regionalização, torna-se importante frisar que a Globalização é
possibilitada pela circulação PRECISA e ACELERADA de mercadorias com cinco níveis de fluxos, de acordo com Milton Santos:

Pessoas FLUXOS

Mercadorias MATERIAIS

Capital FLUXOS

Informação IMATERIAIS

Comunicação

46
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 47

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

A revolução das telecomunicações, iniciada no Brasil dos anos 70, foi um marco no processo de
reticulação do território. Novos recortes espaciais, estruturados a partir de forças centrípetas e
centrífugas, decorriam de uma nova ordem, de uma divisão territorial do em processo de realização.
Do telégrafo ao telefone e ao telex, do faz e do computador ao satélite, à fibra óptica e à Internet,
o desenvolvimento das telecomunicações participou vigorosamente do jogo entre a separação
material das atividades e unificação organizacional dos comandos.
Santos, Milton, 1926 – O Brasil: território e sociedade no início do século XXI / Milton Santos, María Laura Silveira. –
Rio de Janeiro: Record, 2001 (p.73)

2.2.3. A REGIONALIZAÇÃO E O MERCOSUL

O processo de formação de regiões com interesse no desenvolvimento econômico está dividido em quatro fases:

1) ZLC (Zonas de Livre Comércio): Acordo comercial entre vários países que estabelecem entre si taxas alfandegárias mais baixas

2) União Aduaneira: Grupos de países se fecham estabelecendo um padrão aduaneiro (alfandegário) comum que deve ser
seguido por todos, com a implementação da TEC (Tarifa Externa Comum), ou seja, tarifa comum para os produtos oriundos
de fora do bloco.

3) Mercado Comum: Além do padrão aduaneiro possuem livre circulação de pessoas.

4) União Econômica e Monetária: Como o nome diz, passam a ter uma completa união que consiste na adoção de uma moeda
única (o exemplo é o EURO) e na criação de um Banco Monetário único.

Existiria uma quinta fase? Alguns autores falam de uma quinta fase ligada à União Política, mas ela nunca ocorreu na prática.
Outros autores já mencionam que a União Europeia seria um exemplo em formação.

Os blocos econômicos, como são chamados, diferem-se entre si. Discorreremos com detalhes sobre o MERCOSUL (Mercado
Comum do Cone Sul), mas já adiantamos que se constitui como uma União Aduaneira e não um Mercado Comum conforme seu
nome sugere, além disso a União Europeia é a única representação de União Econômica e Monetária que temos nos dias atuais
com o uso da moeda única, o Euro. A seguir, um mapa que lista os blocos econômicos em atividade no mundo:

Figura 13: Blocos econômicos.

47
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 48

Fonte:http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos

O – Mercado Comum do Cone Sul é um bloco econômico formado, atualmente, pelo Brasil, Argentina, Uruguai,
Paraguai (temporariamente suspenso em 2012-2013) e Venezuela, (afastado desde dezembro de 2016-atual). A união aduaneira
estabelecida entre esses países possui os seguintes antecedentes históricos:

1960 - Formação da ALALC (Associação Latino Americana de Livre Comércio) pelo


Tratado de Montevidéu;

1980 - Formação da ALADI (Associação Latino Americana de Desenvolvimento e


Integração) com o novo Tratado de Montevidéu. Substituiu a ALALC no intuito de
alcançar os objetivos propostos anteriormente e permitir aos países latino-
americanos maior força;

1985 - Aproximação entre Brasil (José Sarney) e Argentina (Raul Alfonsín) com o
propósito de estabelecerem uma ZLC. Assinaram a Declaração do Iguaçu;

1991 - Tratado de Assunção que dá origem ao MERCOSUL, assinado por: Brasil,


Argentina, Paraguai e Uruguai;

1996 - Entrada de Chile e Bolívia como países associados;

1998 - Entrada de Equador, Colômbia e Peru como países associados;

2012 - Afastamento temporário do Paraguai / Entrada da Venezuela como membro


efetivo (sem a anuência do Uruguai).

A seguir, seguem algumas características gerais de países integrantes do MERCOSUL e caracterização do próprio bloco.

BRASIL

• Capital: Brasília

• Área: 8.514. 880 km²

• Moeda: Real

• Idioma: Português

• População: 196,6 milhões de habitantes

48
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 49

• Independência: 7 de setembro de 1822.

Argentina Uruguai

• Capital: Buenos Aires • Capital: Montevidéu

• Área: 3.761.274 Km² • Área: 176.220 km²

• Moeda: Peso argentino • Moeda: Peso uruguaio

• Idioma: Espanhol • Idioma: Espanhol

• População: 40,7 milhões de habitantes • População: 3,3 milhões de habitantes

• Independência: 9 de julho de 1816 • Independência: 25 de agosto de 1825

Paraguai Venezuela

• Capital: Assunção • Capital: Caracas

• Área: 406.750 km² • Área: 912.050 km²

• Moeda: Guarani • Moeda: Bolívar

• Idioma: Espanhol e Guarani • Idioma: Espanhol

• População: 6,5 milhões de habitantes • População: 29,4 milhões de habitantes


• Independência: 15 de maio de 1811 • Independência: 5 de julho de 1811

49
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 50

Figura 14: Infográfico: bloco regional.

Figura 15: Logomarca Mercosul.

50
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 51

Sobre a INTEGRAÇÃO

Figura 16: Eixos de integração e desenvolvimento.

51
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 52

INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA

Figura 17: Mapa: integração energética.

52
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 53

América do Sul, esquema Básico de Regionalização a partir dos Fluxos

Figura 18: Mapa: Regionalização dos fluxos.


http://confins.revues.org/docannexe/image/6107/img-3.png

Mercosul – (Principais Tratados e Acordos)

Declaração de Foz do Iguaçu - Em dezembro de 1985, o presidente brasileiro José Sarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín
assinaram a Declaração de Iguaçu, que foi a base para a integração econômica do chamado Cone Sul. Ambos os países acabavam
de sair de um período ditatorial e enfrentavam a necessidade de reorientar suas economias para o mundo exterior e globalizado.

O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26 de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com
o intuito de criar um mercado comum entre os países acordados formando então, o que popularmente foi chamado de Mercosul
(oficialmente Mercado Comum do Sul e em língua espanhola Mercado Común del Sur).

Em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado como um complemento do Tratado, estabelecendo que o Tratado de Assunção
fosse reconhecido juridicamente e internacionalmente como uma organização.

53
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 54

Conjuntura atual do Mercosul

Em 2013, teve início o processo de adesão da Bolívia ao Mercosul. No momento, este país é considerado Estado Parte em processo
de adesão.

Em 2012, Brasil, Argentina e Uruguai tomaram a decisão de suspender temporariamente o Paraguai do bloco. Esta decisão ocorreu
em função do impeachment do presidente paraguaio Fernando Lugo. O Paraguai retornou ao Mercosul em dezembro de 2013,
mesmo sem aceitar a acatar todos os protocolos do bloco.

Em 05 de maio de 2013, o Equador anunciou que pretende fazer parte do Mercosul. Em julho de 2013, durante a Cúpula do
Mercosul em Montevidéu, o presidente do Equador, Rafael Correa, solicitou à Presidência do Mercosul que analise a integração
de seu país como membro pleno do bloco.

A incorporação da Venezuela ao Mercosul ocorreu em 31 de julho de 2012. A sua suspensão se deu em dezembro de 2016, por
motivos de descumprimento as normas, políticos e econômicos; e suspenso novamente em agosto de 2017, por sua ordem
política, sendo que o bloco vem exigindo a instituição de eleições democráticas neste país.

Além dos pedidos de adesão ao Mercosul por outras nações Sul-americanas, essa União Aduaneira mantém relações comerciais
com diversos outros países, são alguns exemplos:

 Israel – estabelecida uma zona de livre comércio;

 Egito – estabelecida uma zona de livre comércio;

 México – membro observador – estabeleceu-se uma zona de livre comércio na importação e exportação de veículos.

2.2.4. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO E OS INDICADORES SOCIAIS NO


BRASIL

Os estudos sobre a economia nos países têm demonstrado uma tendência à concentração de renda. Essa concentração acontece
em todos os níveis de análise. Quando o objeto de análise são os países observamos que os países ricos têm concentrado ainda
mais a riqueza, enquanto os mais pobres perdem suas riquezas para os países mais ricos.

A primeira pergunta que se imagina fazer é como evitar esse processo de escoamento de riquezas do mais pobre para o mais
rico. Seria bem simples, era só impedir as empresas multinacionais de exportarem seus lucros bem como evitar que fossem pagos
os juros de empréstimos internacionais, ou ainda ter sempre uma balança comercial favorável. O maior problema é que sem o
capital e a tecnologia dos países desenvolvidos, os países pobres ficariam em dificuldades econômicas também, ou seja, submeter-
se à lógica da produção capitalista globalizada é uma necessidade devido a carência de alguns setores nos países mais pobres.

Do mesmo modo que o capital se concentra nos países mais ricos, quando analisamos no nível populacional, observa-se que
também há uma concentração da riqueza nas mãos de uma pequena parcela da população. Esse processo é análogo ao que se
observa no estudo do fluxo de riquezas entre os países, contudo essa realidade pode ser amenizada com mais facilidade – isto é,
quando se tem vontade política.

A pequena parcela na qual a renda se concentra é a proprietária dos meios de produção. Como controlam os meios e exploram
seus bens para a produção de lucros – entre os quais está a apropriação da mais valia – o capital empregado se multiplica e
permanece com essa população. A maior parte da população é formada de trabalhadores que vendem seu único bem – a mão-
de-obra – em um mercado no qual a oferta é maior.

Agora, vamos observar o quadro abaixo e analisar os dados do IDH do Brasil nos últimos anos. Essa análise irá amparar todo
oconhecimento não só da formação territorial brasileira, mas os processos que dispõem sobre a construção do seu espaço.

54
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 55

Tendências de longo prazo no IDH Brasil

Expectativa Taxa de alfabetização Taxa de PIB per IDH


de vida no dos adultos matrícula capita
Ano (*)
nascimento combinada
(% com mais de 15 (2005 PPC
(anos) anos) USS)

1990 66,1 82 67,3 7.219 0,723

1995 68,2 84,7 74,4 7.798 0,753

2000 70,3 86,9 90,2 8.085 0,789

2004 71,5 88,6 87,5 8.325 0,798

2005 71,7 88,6 87,5 8.402 0,840

(*) Estas séries foram levando-se em conta as revisões e atualizações das estatísticas daquele ano e
não necessariamente são iguais às publicadas em RDH (Rerlatório de Desenvolvimento Humano)
Fonte: PNUB Brasil

O RDH (Relatório de Desenvolvimento Humano) de 2014 se intitula “Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades
e Reforçar a Resiliência”. Segundo o representante do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, o documento alerta para os riscos de os
países perderem os avanços que já conseguiram em desenvolvimento humano em função de problemas como desastres naturais,
crises econômicas e conflitos. Por isso, defende que as nações adotem políticas de proteção social.

A crise (financeira) internacional (iniciada em 2008) cortou pela metade o desenvolvimento social — lembrando que o
desenvolvimento humano continuou avançando no mundo, mas perdeu fôlego após 2008.

De acordo com o relatório, apenas cinco países da América Latina e Caribe ganharam posições no ranking do IDH. Além do Brasil,
subiram na lista Chile (que está entre as nações com desenvolvimento humano muito alto - 0,822), Panamá, Suriname e Uruguai.
Mas o Brasil tem um índice acima da média da região, que é de 0,740. Já entre as nações que integram o BRICS, o Brasil fica na
segunda colocação, perdendo apenas para a Rússia, que está em 57º lugar e tem um IDH de 0,778.

A seguir, uma sequencia de gráficos contendo a evolução de indicadores no Brasil.

55
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 56

Figura 19: Evolução dos indicadores do Brasil.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil cresceu 47,5% entre 1991 e 2010, segundo o "Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). De acordo com a
publicação, a cidade com o IDHM mais elevado é São Caetano do Sul (SP), e os municípios que tiveram maior evolução no quesito
"renda" são das regiões Norte e Nordeste.

A classificação do IDHM geral do Brasil mudou de "muito baixo" (0,493), em 1991 para "alto desenvolvimento humano" (0,727),
em 2010. Em 2000, o IDHM geral do Brasil era 0,612, considerado "médio". O IDHM é um índice composto por três indicadores
de desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda).

56
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 57

Figura 20: Melhores e piores cidades do Brasil, segundo o IDHM.

O IDHM do país não é a média municipal do índice, mas é um cálculo feito a partir das informações do conjunto da população
brasileira em relação aos três indicadores. O IDH municipal também tem critérios diferentes do IDH global, que o Pnud divulga
anualmente e que compara o desenvolvimento humano entre países.

Entre os três indicadores que compõem o IDHM, o que mais contribuiu para a pontuação geral do Brasil em 2013 foi o de
longevidade, com 0,816 (classificação "desenvolvimento muito alto", seguido por renda (0,739; "alto") e por educaç ão (0,637;
"médio").

Apesar da educação ter o índice mais baixo dos três, foi o indicador que mais cresceu nos últimos 20 anos: de 0,279 para 0,637
(128%). Segundo o Pnud, esse avanço é motivado por uma maior frequência de jovens na escola (2,5 vezes mais que em 1991).
No indicador longevidade, o crescimento foi 23% entre 1991 e 2010; no caso de renda, a alta foi de 14%.

Vários fatores contribuem para compor o índice de longevidade dentre os quais podemos destacar:

 Crimes, fome e ameaças à segurança provocadas pelo desemprego repentino.

 Esperança de vida ao nascer;

 Mortalidade até um ano de vida;

 Mortalidade até cinco anos de vida;

 Probabilidade de sobrevivência até 40 anos;

 Probabilidade de sobrevivência até 60 anos;

 Taxa de fecundidade total;

 Percentagem de enfermeiros residentes com curso superior; e

 Números de médicos residentes por mil habitantes.

No item educação são consideradas as informações sobre:

 Índice de analfabetismo;

 Taxa de matrícula em todos os níveis de ensino;

 Número de anos estudados;

57
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 58

O conjunto de discussões nos colegiados da ONU levou ao compromisso das nações em desenvolver políticas públicas visando
atingir uma melhor qualidade de vida para a população. Essas metas são conhecidas como OBJETIVOS DO MILÊNIO.

Objetivos do milênio:

 Erradicar a extrema pobreza e a fome;

 Atingir o ensino básico universal;

 Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;

 Reduzir a mortalidade infantil;

 Melhorar a saúde materna;

 Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças;

 Garantir a sustentabilidade ambiental;

 Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.

Do mesmo modo que o IDH surgiu como uma alternativa para a classificação dos países segundo um critério econômico (renda
per capita), pouco transparente quando relacionado às reais condições de vida da população, o IDH também sofre alguns
questionamentos listados a seguir:

2.2.4.1. PRINCIPAIS CRÍTICAS AO IDH

 Falta de critérios ambientais no índice como desmatamento ou poluição;

 Falta de critérios para analisar diferenças sociais como as de gênero ou raça;

 Superficialidade na classificação de cada país;

 Ausência de dados sobre economia informal, e

 Falta de análise da qualidade da educação.

Prezado estudante, no tocante a esse tópico do seu edital. Percebe-se que se trata de assunto pouco
explorado, normalmente a banca examinadora cobra IDH. Através da analise das últimas 10 provas
verifica-se que esse assunto foi cobrado em 2004/2005 (questão 51 e 52) e 2001/2002 (questão 35
e 44).

SOBRE A VIOLÊNCIA URBANA NO PAÍS

Na última década foi apresentado, ao país, um programa nacional de combate a violência, uma das ferramentas criadas foi a
Força Nacional de Segurança Pública, que pode vir a ser acionada a qualquer momento para combater ondas de violência no
país. Um dos fatos mais marcantes de combate a violência urbana, foi o combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, com a
instalação das UPP`s (Unidades de Polícia Pacificadora), elemento que tem reduzido o raio de ação do tráfico de drogas na região.

A violência atual é derivada da estrutura socioeconômica apresentada no Brasil. Essa estrutura é segr egadora, baseada na má
distribuição de renda, no desigual acesso aos bens públicos e na falta de acompanhamento social. Esses fatos acabam por
determinar um desequilíbrio na organização sócio-espacial, possibilitando a formação de centros paralelos de poder, como é visto
em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo e Salvador, dentre outras.

Outro indicador de violência que ganha repercussão ano a ano é o da violência no trânsito, que no país, mata por ano mais
pessoas que a Guerra do Vietnã. Um dos dados alarmantes é da morte de jovens, normalmente ligada a excesso de velocidade
associado muitas vezes, a ingestão de bebida alcoólica.

58
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 59

Figura 21: Violência nas capitais, segundo Mapa da Violência (2011).

SOBRE OS SETORES DA ECONOMIA

O Brasil nos últimos anos acompanha as transformações econômicas em âmbito global. Existe hoje a tendência mundial de
concentração da mão de obra no setor terciário (comércio e serviços) e a diminuição nos setores secundários (indústrias) e
primário (agricultura, pecuária e extrativismo) essa tendência também é seguida no nosso país.

A meta do governo de Dilma Rousseff foi reduzir o desemprego no país para o patamar de um dígito, mesmo diante do quadro
global de desaceleração da economia. O mercado interno e a ampliação da rede de comércio do Brasil são duas armas a serem
usadas pelo país, para ampliar a geração de empregos. A meta é atrair empresas, dinamizar o comércio local e nacional e reduzir
os gastos públicos, com geração de emprego ao longo prazo. A concretização das obras para a Copa de 2014 e olimpíadas de
2016, estão dentro do programa nacional de geração de empregos, uma das metas do PAC (programa de aceleração do
crescimento). Em 2013, um período turbulento da política nacional, foi vivenciado uma instabilidade política e econômica,
dificultada ainda mais pela alta da inflação e subida do dólar, que atravessou elevadas taxas no início de 2014.

59
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 60

Figura 22: Participação das seis maiores cidades brasileiras na Economia, segundo IBGE e SUFRAMA.

2.2.4.2. INDICADORES SOCIAIS

O conjunto de indicadores sociais compreende dados gerais sobre distribuição da população por sexo, idade, cor ou raça, sobre
população e desenvolvimento, pobreza, emprego e desemprego, educação e condições de vida, temas identificados pelo Expert
Group on Statistical Implications of Recent Major United Nations Conference como prioritários nas agendas das conferências
internacionais.

CONCEITOS IMPORTANTES, SEGUNDO O IBGE

 Razão de Sexo - razão entre o número de homens e o número de mulheres em uma população.

 Razão de Dependência - peso da população considerada inativa (0 a14 anos e 65 anos e mais de idade) sobre a
população potencialmente ativa (15 a 64 anos de idade).

 Taxa de fecundidade total - número médio de filhos que teria uma mulher de uma coorte hipotética (15 e 49 anos
de idade) ao final de seu período reprodutivo.

 Esperança de vida ao nascer - número médio de anos que um recém-nascido esperaria viver se estivesse sujeito a
uma lei de mortalidade.

 Taxa de mortalidade infantil - frequência com que ocorrem os óbitos infantis (menores de um ano) em uma
população, em relação ao número de nascidos vivos em determinado ano civil. Expressa-se para cada mil crianças
nascidas vivas.

 Taxa de mortalidade de menores de 5 anos - frequência com que ocorrem os óbitos de crianças antes de completar
5 anos de idade em uma população, em relação ao número de nascidos vivos em determinado ano civil. Expressa-se
para cada mil crianças nascidas vivas.

 Anos de estudo - período estabelecido em função da série e do grau mais elevado alcançado pela pessoa,
considerando a última série concluída com aprovação (Censo Demográfico, PNAD, 1991,1992,1993 e 1995).

 Família - conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência,
residente na mesma unidade domiciliar, ou pessoa que mora só em uma unidade domiciliar.

60
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 61

 Entende-se por dependência doméstica a relação estabelecida entre a pessoa de referência e os empregados
domésticos e agregados da família, e por normas de convivência as regras estabelecidas para o convívio de pessoas
que moram juntas, sem estarem ligadas por laços de parentesco ou dependência doméstica. Consideram-se como
famílias conviventes as constituídas de, no mínimo, duas pessoas cada uma, que residam na mesma unidade domiciliar
(domicílio particular ou unidade de habitação em domicílio coletivo) (PNAD 1992, 1993, 1995, 1996).

 Rendimento mensal - soma do rendimento mensal de trabalho com o rendimento proveniente de outras fontes
(PNAD, 1990,1992,1993,1995).

 Rendimento mensal familiar - Soma dos rendimentos mensais dos componentes da família, exclusive os das pessoas
cuja condição na família fosse pensionista, empregado doméstico ou parente do empregado doméstico.

 Cor ou Raça - característica declarada pelas pessoas de acordo com as seguintes opções: branca, preta, amarela,
parda ou indígena.

 Índice de Gini - medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de zero (perfeita igualdade)
até um (a desigualdade máxima).

 Trabalho - exercício de: a) ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou em benefícios, como moradia,
alimentação, roupas etc., na produção de bens e serviços; b) ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios, como
moradia, alimentação, roupas etc., no serviço doméstico; c) ocupação sem remuneração na produção de bens e
serviços, exercida durante pelo menos uma hora na semana: em ajuda a membro da unidade domiciliar que tem
trabalho como empregado na produção de bens primários (atividades da agricultura, silvicultura,pecuária, extração
vegetal ou mineral, caça, pesca e piscicultura), conta própria ou empregador; em ajuda a instituição religiosa,
beneficente ou de cooperativismo; ou como aprendiz ou estagiário; d) ocupação exercida durante pelo menos uma
hora na semana: na produção de bens do ramo que compreende as atividades da agricultura, silvicultura, pecuária,
extração vegetal, pesca e piscicultura, destinados à própria alimentação de pelo menos um membro da unidade
domiciliar; ou na construção de edificações, estradas privativas, poços e outras benfeitorias, exceto as obras destinadas
unicamente à reforma, para o próprio uso de pelo menos um membro da unidade domiciliar. (PNAD 1992, 1993, 1995,
1996) Este conceito é mais abrangente que o adotado até 1990 na PNAD. Até 1990, o conceito de trabalho não abrangia
o trabalho não remunerado exercido durante menos de 15 horas na semana nem o trabalho na produção para o próprio
consumo e na construção para o próprio uso.

 População Economicamente Ativa (PEA) - É composta pelas pessoas de 10 a 65 anos de idade que foram
classificadas como ocupadas ou desocupadas na semana de referência da pesquisa.

 Taxa de atividade - percentagem das pessoas economicamente ativas, em relação às pessoas de 10 ou mais anos
de idade.

 Taxa de desocupação (ou desemprego aberto) - percentagem das pessoas desocupadas, em relação às pessoas
economicamente ativas.

 Empregado - pessoa que trabalha para empregador, cumprindo jornada de trabalho e recebendo remuneração em
dinheiro, mercadorias, produtos ou somente em benefícios (moradia, alimentação, roupas, etc.), inclusive a que presta
serviço militar obrigatório, sacerdote, ministro de igreja, pastor, rabino, frade, freira e outros clérigos ( PNAD 1992,
1993, 1995, 1996).

 Trabalhador doméstico - pessoa que trabalha prestando serviço doméstico remunerado em dinheiro ou benefícios,
em uma ou mais unidades domiciliares. (PNAD 1992, 1993, 1995, 1996).

 Conta-própria - pessoa que trabalha em seu próprio empreendimento, explorando uma atividade econômica sem ter
empregados, individualmente ou com sócio, com auxílio ou não de trabalhador não-remunerado (PNAD1992, 1993,
1995, 1996).

 Empregador - pessoa que trabalha em seu próprio empreendimento, explorando uma atividade econômica, com pelo
menos um empregado (PNAD 1992, 1993, 1995, 1996).

 Não-remunerado - pessoa que trabalha sem remuneração, pelo menos uma hora na semana, em ajuda a membro
da unidade domiciliar que é conta-própria ou empregador em qualquer atividade, ou empregado em atividade da
agricultura, silvicultura, pecuária, extração vegetal ou mineral, caça, pesca e piscicultura; em ajuda a instituição
religiosa, beneficente ou de cooperativismo; ou como aprendiz ou estagiário. (PNAD 1992,1993,1995, 1996).

61
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 62

 Trabalhador na construção para o próprio uso - pessoa que trabalha pelo menos uma hora na semana na
construção de edificações, estradas privativas, poços e outras benfeitorias, exceto as obras destinadas unicamente às
reformas, para o próprio uso de pelo menos um membro da unidade domiciliar. (PNAD 1992, 1993, 1995, 1996).

 Trabalhador na produção para o próprio consumo - pessoa que trabalha pelo menos uma hora na semana na
produção de bens do ramo que compreende as atividades da agricultura, silvicultura, pecuária, extração vegetal, pesca
e piscicultura, para a própria alimentação de pelo menos um membro da unidade domiciliar. (PNAD 1992, 1993, 1995,
1996).

 Taxa de analfabetismo - percentagem das pessoas analfabetas (*) de um grupo etário, em relação ao total de
pessoas do mesmo grupo etário.

 (*) Analfabeta - pessoa que não sabe ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece.

 Taxa de escolarização - percentagem dos estudantes de um grupo etário em relação ao total de pessoas do mesmo
grupo etário.

 Domicílio com esgoto ligado a rede coletora (ou fossa séptica) - domicílio particular permanente em que o
escoadouro do banheiro ou sanitário de uso dos seus moradores é ligado à rede coletora ou à fossa séptica.

 Rede coletora - quando a canalização das águas servidas ou dos dejetos é ligada a um sistema de coleta que os
conduz para o desaguadouro geral da área, região ou município, mesmo que o sistema não tenha estação de tratamento
da matéria esgotada; fossa séptica - quando as águas servidas e os dejetos são esgotados para uma fossa, onde
passam por um tratamento ou decantação, sendo a parte líquida absorvida no próprio terreno ou canalizada para um
desaguadouro geral da área, região ou município. (PNAD 1992, 1993, 1995, 1996).

 Taxa de urbanização - percentagem da população da área urbana em relação à população total.

CENSO 2010: POPULAÇÃO DO BRASIL É DE 190.732.694 PESSOAS

Após cerca de quatro meses de trabalho de coleta e supervisão, durante os quais trabalharam 230 mil pessoas, sendo 191 mil
recenseadores, o resultado do Censo 2010 indica 190.732.694 pessoas para a população brasileira em 1º de agosto, data de
referência. Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas.

Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década
anterior (15,6% entre 1991 e 2000).

O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em
áreas urbanas, agora são 84%.

62
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 63

Figura 23: Infográfico Censo 2000.


Fonte: www.ibge.gov.br

INDICADORES SOCIAIS DO BRASIL – DADOS – 2015

 População absoluta: 204,9 milhões de habitantes

 População relativa: 23,9 hab.: / km²


 População urbana: 84%
 Crescimento demográfico: 1,3%
 Taxa de fecundidade: 1,8 filhos por mulher
 Expectativa de vida: 73,9 anos
 Mortalidade Infantil- por mil nascidos vivos: 23 crianças

 Taxa de analfabetismo: 11 %
 IDH (Alto - 0700 – 0899): Posição brasileira 79° (0,744) de 187 países
(2013)

 Renda per capita: R$ 27.230 (ou US$ 8.564) (2014)

 PIB- Produto Interno Bruto: R$ 5,52 trilhões (ou US$ 1,73 trilhão) (2014)
 Exportações (US$ 225,1 bilhões) (2014)

 Importações (US$ 229 bilhões) (2014)

63
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 64

ASPECTOS RECENTES SORE O BRASIL

A primeira década do século XX, demonstrou uma nova realidade na estrutura de desigualdade no Brasil, pois esta chegou ao
nível mínimo já registrado na história. Atualmente se constata que a renda da metade mais pobre da população aumentou em
ritmo 5,5 vezes mais rápido que a da minoria mais rica do país, sendo que, a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 67%
ao longo da última década, enquanto a renda dos 10% mais ricos teve incremento de cerca de 10%.

A pobreza caiu dois terços de seus valores iniciais nos últimos 17 anos. Porém, a concentração de renda em grandes metrópoles
ainda é uma constante na nossa estrutura social, associada a outro problema que é concentração de núcleos de pessoas abaixo
da linha de pobreza em regiões interioranas do nordeste e norte do país.

Para efeito de análise e comparação se utiliza o índice de Gini. Este varia de 0 a 1 (quanto mais alto, maior a desigualdade). O
Brasil chegou ao ápice em 1990, com 0,609, desde então, viu queda progressiva no indicador, até chegar ao mínimo de 0,498 no
ano de 2013.

Ainda é um nível de desigualdade muito alto, quando comparado a outros países, inclusive da América Latina, mas está em
queda. Para chegar a um nível médio de desigualdade, como o estadunidense (cerca de 0,420), ainda vai levar uns 30 anos.
Porém, a nossa realidade é diferente de outras potências emergentes, como Rússia, Índia e África do Sul, nos quais a desigualdade
vem aumentando.

Figura 24: Pirâmide social brasileira.

Prezado estudante, nesse tópico você terá que perceber que a sociedade brasileira é marcada por um profundo dualismo. De um
lado, encontra-se uma moderna e dinâmica sociedade industrial, que apesar de numericamente minoritária, concentra a maior
parte da riqueza nacional.

64
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 65

De outro lado, encontra-se uma sociedade atrasada tecnologicamente, pobre, majoritária e excluída do processo de
desenvolvimento do país.

Não deixe de ler os textos abaixo a seguir!

2.2.4.3. TEXTO COMPLEMENTAR

IDH: Brasil sobe um degrau em ranking de qualidade de vida para 79ª posição
O Globo

O Brasil subiu um degrau no novo ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado nesta quinta-feira pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O país ocupa agora a 79ª posição (junto com Geórgia e Granada)
numa lista que inclui 187 nações. O IDH está em 0,744, o que mantém o Brasil na categoria de alto desenvolvimento humano,
onde também estão outros emergentes como Rússia, China, Turquia e Uruguai. Pelos critérios da ONU, quanto mais próximo o
indicador estiver de 1, maior é o desenvolvimento humano.

De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2014, o Brasil avançou graças, principalmente, ao aumento da
renda e da expectativa de vida da população. O documento aponta que a Renda Nacional Bruta (RNB) per capita do país subiu
de US$ 14.081 em 2012 para US$ 14.275 em 2013, enquanto a expectativa de vida aumentou de 73,7 anos para 73,9 anos no
mesmo período. O ranking do IDH divulgado em 2014 é relativo ao ano de 2013.

Já os indicadores de educação, que provocaram polêmica com o governo no ano passado, ficaram estáveis. A expectativa de
anos de estudo (que significa quanto tempo se espera que uma criança ficará na escola) se manteve em 15,2 anos e a média de
anos de estudo, em 7,2 anos. No entanto, o Pnud fez questão de destacar que isso não significa que o Brasil não fez avanços
nesse campo.

— O Brasil avançou nas três áreas que compõe o IDH (saúde, educação e renda), mas isso não apareceu na educação porque as
bases de dados ainda não captaram essas mudanças — explicou a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil,
Andréa Bolzon.

Segundo o cientista político Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), apesar de o
Brasil conseguir avançar nas três dimensões medidas, ainda encontra dificuldade de dar saltos qualitativos.

— Estamos numa armadilha da renda média. Temos uma renda relativamente alta em relação a países africanos, nossa
mortalidade infantil melhorou, as crianças estão na escola, mas o problema é como passar a ter educação de qualidade, como
dar o salto — avalia.

No ano passado, o governo brasileiro fez duras críticas ao relatório e à colocação do Brasil no ranking do IDH, porque os dados
de educação que haviam sido usados para calcular o índice eram de 2005. A reação do Palácio do Planalto chegou a fazer com
que, pela primeira vez, o Pnud recalculasse o IDH do Brasil informalmente para acalmar os ânimos. Este ano, os dados de
educação vieram da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012.

Em 2013, o IDH do Brasil deixava o país em 85º lugar no ranking de desenvolvimento humano. Recalculado pelo Pnud, o indicador
passou o Brasil para a 69º posição, mas como a conta era informal, não alterou o relatório.

Este ano, o índice passou por novas mudanças metodológicas. Essas alterações, segundo o Pnud, são feitas para apr imorar o
IDH e recalculam os números de todos os países desde 1980. Assim, a colocação do Brasil do ano passado ficou na 80ª posição
e agora subiu para o 79º lugar.

O RDH 2014 se intitula “Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência”. Segundo o
representante do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, o documento alerta para os riscos de os países perderem os avanços que já
conseguiram em desenvolvimento humano em função de problemas como desastres naturais, crises econômicas e conflitos. Por
isso, defende que as nações adotem políticas de proteção social.

— A crise (financeira) internacional (iniciada em 2008) cortou pela metade o desenvolvimento social — alertou Jorge Chediek,
lembrando que o desenvolvimento humano continuou avançando no mundo, mas perdeu fôlego após 2008.

65
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 66

Segundo o RDH 2014, 18 países ganharam posições no ranking do IDH, que é liderado pela Noruega, cujo índice é de 0,944. A
expectativa de vida de um cidadão norueguês é de 81,5 anos. Já a RNB per capita é de US$ 63.909. Em média, a população tem
12,6 anos de estudo e uma expectativa de 17,6 anos de estudo.

Outros 114 países se mantiveram na mesma posição do ranking e 35 caíram, entre eles, Síria e Venezuela. Na lanterna do IDH
está o Níger, cujo índice é de 0,335, com uma expectativa de vida de apenas 58,4 anos e uma RNB per capita de US$ 873.

De acordo com o relatório, apenas cinco países da América Latina e Caribe ganharam posições no ranking do IDH. Além do Brasil,
subiram na lista Chile (que está entre as nações com desenvolvimento humano muito alto - 0,822), Panamá, Suriname e Uruguai.
Mas o Brasil tem um índice acima da média da região, que é de 0,740. Já entre as nações que integram o Brics, o Brasil fica n a
segunda colocação, perdendo apenas para a Rússia, que está em 57º lugar e tem um IDH de 0,778.
Disponível em: http://www.angrad.org.br/novidades/idh-brasil-sobe-um-degrau-em-ranking-de-qualidade-de-vida-para-79-posicao/3854/, acesso em
14/10/2015.

66
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 67

2.2.5. RESUMO
CAPÍTULO 2: A INSERÇÃO DO BRASIL NO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA

Conceitos e temas:

 Globalização Perversa

Fases do Capitalismo:

 Capitalismo Mercantil ou Comercial – Mercantilismo / DIT

 Capitalismo Industrial ou concorrencial – Revolução Industrial/ Linhas de produção

 Capitalismo Financeiro ou Monopolista – Pós 2ª GM / Neoliberalismo / Globalização

Pressupostos:

Territorial – Alcance global

Político – Barreiras e fronteiras menos restritas

Técnico – Representa a história da humanidade/ mediada por interesses políticos

Blocos econômicos:

ZLC – Taxas alfandegárias favoráveis

União Aduaneira – Padrão alfandegário comum

Mercado Comum – Livre circulação de pessoas

União Monetária – Moeda e Banco Central próprio

União Política – União total, inclusive dos estados, em andamento.

Mercosul:

 Histórico de formação

 União aduaneira

 Membros efetivos: Brasil, Argentina, Paraguai, Venezuela, Uruguai e Bolívia em processo

 Membros associados: Chile, Equador, Colômbia e Peru

 Países observadores: México e Nova Zelândia

Questões de Provas:

2012/2013 – 22 2006/2007 – 59 2012/2013 – 07

2011/2012 – 22 2005/2006 – 50

2010/2011 – 23 2004/2005 – 46

2009/2010 – 21 2004/2005 – 49

2009/2010 – 24 2004/2005 – 53

2008/2009 – 29 2003/2004 – 57

2008/2009 – 30 2011/2012 - 02

2007/2008 – 30 2011/2012 – 03

67
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 68

2.2.6. EXERCÍCIOS

1. Considere o texto apresentado abaixo.

“Um americano consome 30 vezes mais petróleo e minerais que um hindu. (...) mais 75 milhões de americanos equivalem a um
aumento planetário de 3 bilhões e 750 milhões de hindus. ”
Adaptado de POURSIN, Jean-Marie e DUPUY, Gabriel. Malthus. São Paulo: Cultrix/EDUSP,1975.

Sobre o crescimento da população mundial, o texto procura destacar que:

(A) Existem ritmos diferenciados de crescimento populacional entre os países do globo, em especial entre os países ricos e
os pobres, nos quais o crescimento demográfico encontra-se estabilizado.
(B) O crescimento da população dos países pobres ameaça o bem-estar da população dos países ricos em função de sua
proporção muito maior, ainda que com baixa capacidade de consumo.
(C) Nos países pobres, o crescimento demográfico encontra-se na fase expansiva, gerando um desequilíbrio entre população
e poder de consumo, o que não ocorre nos países ricos de crescimento demográfico negativo.
(D) Enquanto a população dos países ricos cresce em ritmo aritmético e de forma equilibrada quanto aos recursos, a
população nos países pobres cresce em escala geométrica gerando, com isso, escassez de recursos.
(E) O poder de consumo das populações dos países ricos faz com que seu crescimento demográfico tenha maior impacto
econômico e ecológico que o crescimento populacional nos países pobres.

2. “A integração econômica de vários países, culminando com o surgimento dos blocos econômicos supranacionais, responde a
uma questão primordial colocada pela lógica capitalista. Em uma economia globalizada e cada vez mais competitiva, a
constituição desses blocos visa dar resposta à constante necessidade de lucros e acumulação de capitais. ”SENE, Eustáquio
de,1997.

Marque a alternativa correta em relação aos blocos econômicos existentes atualmente no mundo.

(A) O NAFTA, acordo norte-americano de livre comércio, é um dos blocos econômicos mais fortes do mundo, pois é
composto somente por países desenvolvidos: Canadá e Estados Unidos.
(B) A União Européia é um bloco econômico que promoveu a abolição das barreiras alfandegárias entre os países do
chamado Leste Europeu.
(C) O Pacto Andino é um bloco econômico que visa estabelecer um livre comércio entre todos os países da América Latina.
(D) Os Tigres Asiáticos formam um bloco econômico emergente, cuja potência econômica principal é a China.
(E) O MERCOSUL foi constituído por meio do Tratado de Assunção, do qual os quatro países signatários são o Brasil, a
Argentina, o Paraguai e o Uruguai.

3. Sobre os grandes blocos econômicos, assinale V (verdadeira) ou F (falsa) em cada afirmativa a seguir.

1. ( ) O MERCOSUL nasceu da aproximação Brasil-Argentina e dos acordos prévios de integração bilateral firmados entre os
dois países. A condição prévia para essa aproximação foi a redemocratização política em ambos os países.
2. ( ) A União Europeia objetiva a padronização da legislação, econômica, fiscal, trabalhista, ambiental, etc. Procura, também,
uma liberalização quanto à circulação de capitais, mercadorias, serviços e pessoas no interior do bloco.
3. ( ) A Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) teve êxito devido, além de outros fatores, aos grandes
desníveis econômicos entre os países membros e às medidas protecionistas implantadas pelos regimes militares que
predominaram na região, nas décadas de 60 a 80.
4. ( ) A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) foi criada, inicialmente, para desenvolver a região e aumentar
sua estabilidade; em 1992, resolveu transformar-se em uma zona de livre comércio a ser implantada até 2008.

A sequência correta é:

(A) V – F – V – F
(B) F – V – V – F
(C) F – V – F – V

68
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 69

(D) V – V – F – V
(E) V – F – F – V

4. Leia o trecho da música Parabolicamará de Gilberto Gil:

Antes mundo era pequeno


Porque Terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque Terra é pequena
Do tamanho da antena
Parabolicamará

Assinale a alternativa correta:

(A) Com o avanço tecnológico dos meios de comunicação e informação, os acontecimentos locais são eliminados
transformando as regiões em pontos isolados.
(B) Com o avanço tecnológico dos meios de comunicação e informação, acontecimentos locais são rapidamente divulgados
pelo mundo, transformando a relação espaço-tempo.
(C) O avanço tecnológico dos meios de comunicação e informação não altera o cotidiano das pessoas que se mantém
isoladas do sistema global.
(D) O avanço tecnológico dos meios de comunicação e informação elimina o papel do lugar em relação ao global.
(E) O avanço tecnológico não provocou alterações na produção do espaço local, restringindo-se a algumas regiões do
planeta

5. (PUS – SP) Abaixo apresentamos três críticas frequentes sobre a globalização. Leia-as atentamente:

1. Tem provocado uma grande homogeneização de hábitos e costumes no mundo, produzindo impactos deterioradores nas
culturas locais, ocasionando assim sérios problemas de identidade nos povos.
2. Estaria enfraquecendo as fronteiras nacionais, permitindo que ingressemos na era do livre comércio, no entanto, jamais os
fluxos do comércio mundial — em grande escala — estiveram sob controle tão poderoso.
3. Tem ocasionado um aumento da desigualdade social no mundo entre os países e também internamente em cada país, basta
ver que há indicações de crescimento da concentração de renda em muitos países.

Noam Chomsky é um intelectual americano muito conhecido, entre outras razões, por sua postura contra a política externa dos
EUA e a globalização. No mês de setembro (no dia 10), ele escreveu um artigo na Folha de S. Paulo no qual reitera as posturas
mencionadas. A seguir apresentamos alguns trechos:

“Nos EUA […] os salários da maioria dos trabalhadores estagnaram ou caíram, as horas de trabalho aumentaram drasticamente
[…] os benefícios e o sistema de seguridade foram reduzidos. ” ¨

“A maior parte do comércio mundial é […] operada centralmente por meio de contratos entre grandes empresas. ” “Durante os
‘anos dourados’ (antes da globalização) os indicadores sociais seguiram o PIB. A partir da metade dos anos 70, esses indicadores
vêm declinando. ”

Assinale a alternativa que indica as críticas à globalização que se identificam com as frases de Chomsky.

(A) Todas as críticas


(B) Somente a 1 e a 3
(C) Somente a 2 e a 3
(D) Somente a 3
(E) Somente a 1 e a 2

69
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 70

6. Assinale V ou F conforme as proposições sejam verdadeiras ou falsas, respectivamente, em relação ao reflexo da política do
FMI nas populações dos países endividados.

1. ( ) Redução do poder de compra, especialmente dos assalariados, em função da desvalorização da moeda nacional frente
ao dólar.
2. ( ) Aceleração do consumo em razão do combate à inflação e aos gastos públicos.
3. ( ) Ampliação dos investimentos em áreas sociais, a partir do incentivo às exportações.
4. ( ) Degradação dos serviços públicos e dos salários, como forma de atender à política de exportação de restrição aos gastos
públicos.

A alternativa correta é:

(A) F–V–V-F
(B) V–F–F-V
(C) V–F–V-F
(D) F–V–F-V
(E) V–V–V–F

7. (PUC – MG) Leia a informação abaixo.

“Assim como a globalização, a fragmentação se revela de formas muito diferenciadas (…). Pode tanto estar intimamente
conjugada com a globalização como pode contradizê-la e mesmo contestá-la. Podemos distinguir uma fragmentação inserida nos
processos de globalização e uma fragmentação paralela ou contrária à globalização. ”
(HAESBAERT, Rogério. Globalização e fragmentação no Mundo Contemporâneo. Niterói, Eduff, 1998)

Constitui processo de fragmentação contrário à globalização:

(A) Deslocamento de firmas para a periferia e renovação constante dos produtos.


(B) Desarticulação e fragilização do movimento trabalhista.
(C) Implantação de novas tecnologias de transporte e de comunicações.
(D) Atuação de ONG’s e associações de defesa de interesses ecológicos e sociais que atuam mundialmente.
(E) Integração por meio do fluxo de informações possibilitado pelas telecomunicações.

8. A regionalização do planeta apoiada em classificações horizontais ou temporais ficou relativamente obsoleta. Outros arranjos
espaciais estão sendo preparados para uma inserção mais competitiva na ordem global.
(Adapt. de OLIVA J. e GIANSANTI R., Espaço Modernidade. S.P., Atual, 1999, p. 16).

De acordo com o texto, podem ser considerados exemplos de classificações obsoletas (I) e de novos arranjos espaciais (II):

(A) (I) Blocos comerciais como o Mercosul, Apec e União Europeia. (II) Fluxos Econômicos e Informacionais.
(B) (I) Centro-Periferia do Sistema Econômico Global. (II) Países de Economia de Mercado e de Economia Planificada.
(C) (I) Fluxos Econômicos e Informacionais. (II) Conurbação e Metropolização
(D) (I) Países de Economia de Mercado e de Economia Planificada. (II) Blocos Comerciais como Nafta, Mercosul, Apec e
União Europeia.
(E) (I) Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo. (II) Centro-Periferia do Sistema Econômico Global.

70
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 71

9. Assinale a alternativa que melhor caracteriza o tipo de concentração financeira representada na figura abaixo.

(A) Oligopólio formado por um grupo de empresas que domina o mercado de um produto.
(B) Truste formado pela reunião de várias empresas em uma só, com o objetivo de controlar o mercado de um produto.
(C) Cartel formado por várias empresas autônomas, porém com acordo comum na divisão do mercado e estabelecimento
de preços.
(D) Multinacional que atua em vários países, através de suas subsidiárias.
(E) Conglomerado formado por empresas que atuam em vários setores da economia e possui algumas das maiores
multinacionais do mundo.

10. A partir dos conhecimentos sobre os objetivos das Organizações Econômicas Latino-Americanas, pode-se concluir:

(A) O MCCA – Mercado Comum Centro-Americano – integrou as economias e decretou a moratória da dívida externa de
todos os países-membros.
(B) O Pacto Andino reduziu as taxas alfandegárias e fixou moeda única em todos os países da Cordilheira dos Andes.
(C) A ALCA Aliança de Livre Comércio das Américas – visa à livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre todos os
países do Continente Americano.
(D) Os países que fizeram parte da ALADI – Associação Latino-Americana de Integração – aderiram ao MERCOSUL.
(E) O MERCOSUL, bloco periférico da economia mundial, objetiva abolir as tarifas alfandegárias nas relações comercias
entre os países-membros.

11. Os países latino-americanos representam o segundo principal mercado para as exportações brasileiras e a terceira fonte de
origem das importações. A ampliação das trocas comerciais entre os países apresenta-se, atualmente, como uma tendência
crescente.

A propósito desse processo, julgue os itens a seguir.

I. As ideias de integração econômica entre os países latino-americanos tiveram início após o término dos regimes autoritários,
na década de 80, e da distensão da política da guerra fria, que impediam a formação de associações entre países fora do
bloco bipolarizado.
II. O MERCOSUL emerge no cenário mundial em um contexto de competição por mercados para seus produtos e de busca de
acordos de desregulamentação e liberalização das tarifas alfandegárias sobre o fluxo interno das mercadorias.
III. A Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), que reunia quase toda a América do Sul, inclusive A Colômbia,
o Equador e a Venezuela, e que contava com a integração do México para formar uma ampla zona de livre comércio,
fracassou devido às divergências políticas e à recessão econômica, que limitaram o crescimento do comércio entre os países.

71
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 72

IV. A crescente dívida externa dos países latino-americanos apresenta-se, atualmente, como um fator de estímulo ao
desenvolvimento de acordos comerciais e uniões aduaneiras bilaterais entre os países, devido à prioridade dada ao
desenvolvimento interno e aos investimentos inter-regionais.

Está (ão) correta (s) a (s) afirmativa (s):

(A) I e IV.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) I e II.

12. (UnB) O desenvolvimento regional tradicionalmente refere-se à questão das trocas inter-regionais, que constituem o
fundamento da especialização local. Atualmente, a geografia regional enfoca as diferentes fases do proc esso de produção,
que se realizam no espaço de forma diferenciada, de acordo com as características da nova divisão espacial e internacional
do trabalho, introduzida pela empresa multinacional. Em relação ao desenvolvimento dessa nova regionalização, julgu e os
itens a seguir.

I. A globalização coloca em evidência a questão geográfica dos lugares e das identidades locais: as nações estão
interligadas em um sistema mundial em que cada cultura pode expressar-se e interagir com outras; por isso, a
globalização não está limitada apenas à transnacionalização dos sistemas econômicos e financeiros.
II. Tendo como suporte a economia americana, o NAFTA, cujo objetivo é o desenvolvimento de programas de ajuda social
e combate às desigualdades econômicas, constituiu-se como um bloco de economia diversificada, que apresenta grandes
desníveis econômicos e sociais entre os países-membros.
III. A formação de megablocos econômicos supranacionais representa a expressão de uma política territorial para reduzir
as barreiras impostas pelas fronteiras nacionais à livre circulação de mercadorias e de capitais.
IV. A circulação financeira no mundo ligado em rede proporciona a estabilidade econômica e política dos países dependentes
dos financiamentos de curto prazo porque as aplicações, por sua vez, também são transmitidas via rede, permitindo
maior rapidez nos investimentos.

Está (ão) correta (s) a (s) afirmativa (s):

(A) I e III.
(B) II e IV.
(C) II e III.
(D) I e IV.
(E) Nenhuma.

13. (UDESC) O novo rearranjo, ou a nova ordem mundial, tem imprimido uma série de modificações ao mundo contemporâneo.
Uma dessas mudanças é aglomeração de alguns países em blocos. Sobre os blocos econômicos, pode-se afirmar:

(A) ALCA significa Área de Livre Comércio das Américas, e envolve somente os países do Mercosul.
(B) A ALCA é a união do Nafta com o MERCOSUL, para fazer frente aos avanços da Comunidade Europeia.
(C) Fazem parte do Tratado de Livre Comércio da América do Norte – NAFTA o Canadá, o México e os Estados Unidos.
(D) Os EUA recusaram-se a fazer parte do MERCOSUL, pois amargam o maior déficit da balança comercial de sua história,
algo em torno de US$ 200 bilhões.
(E) A ALCA é uma proposta de Fidel Castro no sentido de criar uma área de livre comércio do Alasca à Terra do Fogo.

14. (Unimontes) Após a Segunda Guerra Mundial, além de se formarem os gran des blocos, diversos países se reuniram em
organizações geopolíticas e econômicas, constituindo blocos econômicos regionais de diversos tipos.
Fonte: TERRA, L. e COELHO, M. de A. Geografia Geral e Geografia do Brasil: O espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005.

Considerando a integração econômica que ocorre no interior dos blocos regionais, relacione as colunas.

72
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 73

1. ( ) Circulação de bens com taxas


1 - Mercado comum alfandegárias reduzidas ou eliminadas.
2 - Zona de livre comércio 2. ( ) Padronização de tarifas para diversos
3 - União aduaneira itens relacionadas ao comércio com países que
não pertencem ao bloco.
3. ( ) Livre circulação comercial e financeira
de pessoas, bens e serviços.
(A) 1, 2, 3
(B) 3, 2, 1
(C) 2, 3, 1
(D) 2, 1, 3

15. (U. de Salvador) O descompasso entre o desenvolvimento econômico e social no Brasil é uma realidade.

Com base na afirmação acima, marque a INCORRETA:

(A) A plena falta de integração e, consequentemente, a exclusão de classes na composição da sociedade do país é observada
no processo histórico brasileiro.
(B) O sistema econômico no qual o Brasil está inserido conduz à acumulação de riquezas, gerando uma má distribuição de
renda e uma acentuada desigualdade social.
(C) O baixo nível cultural dificulta a ascensão social do homem e contribui para ampliação das desigualdades.
(D) O peso da dívida externa altera a disponibilidade de capital para investimentos socioeconômicos do país.
(E) O desenvolvimento está dissociado das mudanças que ocorrem na higiene, alimentação, habitação e educação da
população.

16. (Faap) “O silêncio sobre a fome é fruto de nossa cultura ocidental: os interesses, os preconceitos de ordem moral ou política
e econômica de nossa civilização fizeram da fome um tema proibido. ”

Este texto escrito por Josué de Castro em seu famoso livro:

(A) Grande Sertão: Veredas


(B) Geografia da Fome
(C) Geografia do Subdesenvolvimento
(D) Os Sertões
(E) A Geografia da desigualdade

17. (Pucmg)

MELÔS
ABENÇOADO SEJA O CAMELÔ DOS BRINQUEDOS DE TOSTÃO
O QUE VENDE BALÕEZINHOS DE COR [...].
[...] ALEGRIA DAS CALÇADAS
UNS FALAM PELOS COTOVELOS [...]
OUTROS, COITADOS, TÊM A LÍNGUA ATADA.
TODOS PORÉM SABEM MEXER NOS CORDÉIS COM O TINO INGÊNUO
DE DEMIURGOS DE INUTILIDADES.
Manuel Bandeira

O mercado de trabalho formal urbano, como se sabe, não tem sido capaz de absorver os contingentes de desempregados. O
trecho acima serve para ilustrar tal realidade.

Assinale a alternativa que MELHOR RETRATE o problema do desemprego e subemprego atual:

(A) A modernização das atividades produtivas, nos setores primário e secundário, tem deixado como única alternativa o
emprego no setor terciário da economia.

73
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 74

(B) Como vendem inutilidades, os camelôs ou marreteiros possuem baixa remuneração pelo seu trabalho.
(C) A crise econômica aliada à reestruturação de vários ramos da economia tem contribuído para a expansão das atividades
informais.
(D) Ao fechar postos de trabalho no setor formal, as inovações tecnológicas e gerenciais estimulam a geração de formas
criativas de emprego.

18. (Cesupa-Cesam-Coperves) A globalização da economia tem se constituído numa característica de nosso tempo, embora
gestada e construída ao longo do processo histórico. A esse respeito é correto afirmar que:

(A) A globalização da economia, tornada possível através dos avanços tecnológicos, tem contribuído para a crise do Estado-
Nação como condutor da economia e gestor do território, favorecendo a formação de entidades supranacionais (blocos
econômicos) e o revigoramento dos níveis regionais e locais.
(B) No âmbito da globalização, a formação de blocos econômicos mundiais representa estratégias dos países pobres em
conquistarem posições mais justas e vantajosas na nova ordem mundial.
(C) Apesar de plenamente difundida, a formação de blocos econômicos não se constitui em uma tendência da atual
economia mundial.
(D) A globalização tem sido acompanhada por um movimento de naturezas múltiplas, contraditório e complementar: a
fragmentação, constituindo-se uma reação dos países industrializados (ricos) ao avanço crescente dos novos países
industrializados (New Industrialized Countries).
(E) Regionalismos e localismos são movimentos do passado, atualmente presentes somente nos países subdesenvolvidos.

19. (FURRN) A partir dos conhecimentos sobre o comércio brasileiro, pode-se afirmar:

(A) A Alalc (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) foi criada em 1960 e, na atualidade, constitui um bloco
econômico poderoso, respeitado mundialmente.
(B) O Mercosul é um bloco fadado ao fracasso, já que sua contribuição para a ampliação comercial dos seus países-membro
é insignificante.
(C) O Brasil, apesar de ter aumentado seu volume de comércio com outros países na América Latina, ainda tem, nos países
ricos, o seu maior mercado para transações comerciais externas.
(D) O fraco intercâmbio comercial do Brasil com os demais países da América Latina tem como causa maior o desinteresse
do país em intensificar essas relações.
(E) O Brasil é considerado um dos países-membro mais fracos do Mercosul.

20. (Unifor-CE) A criação de um mercado livre nas Américas beneficiaria, principalmente:

(A) Os integrantes do Mercosul que representam uma das maiores potências econômicas do continente.
(B) Os Estados Unidos, potência industrial americana, que já praticam intenso comércio com quase todos os países
americanos.
(C) O Chile, atualmente considerado a principal economia emergente das Américas.
(D) Os parceiros dos Estados Unidos no Nafta, que poderiam expandir suas empresas multinacionais pelos outros países da
América.
(E) Os países pertencentes ao Pacto Andino, por apresentarem as maiores reservas de recursos minerais do continente.

74
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 75

2.2.7. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2001/2002) A definição do tamanho adequado e das funções a serem realizadas pelo Estado brasileiro é uma
preocupação constante para diversos segmentos da sociedade. Para os economistas que seguem o neoliberalismo, o Estado
deve procurar este tamanho ideal implementando medidas que:

(A) Elevem a concessão de subsídios governamentais às empresas em dificuldades financeiras e as tornem mais
competitivas.
(B) Sustentem a obtenção de recursos para o patrocínio de amplos programas previdenciários e educacionais.
(C) Permitam conciliar crescimento econômico com elevadas taxas de inflação anuais e o controle da dívida externa.
(D) Fortaleçam as finanças das empresas estatais frente a tendências privatizantes e à concorrência externa.
(E) Promovam a abertura do mercado interno à concorrência e a fluxos de comércio internacionais.

2. (EsFCEx 2004/2005) Sobre o desenvolvimento econômico do Brasil e a inserção da economia brasileira no processo de
globalização, é correto afirmar que:

(A) No Brasil, ao longo da história da organização do seu território, ocorreu uma sucessão de meios geográficos: o primeiro,
pré-técnico com a adaptação do homem ao meio natural; o segundo, uma mecanização seletiva, formando zonas
econômicas em forma de arquipélagos e, por fim, a integração do mercado e do território, diminuindo as disparidades
regionais.
(B) Entre as décadas de 30 e 40, a economia brasileira foi caracterizada pelo intervencionismo estatal, pelo impulso à
indústria de bens de consumo e pelo estímulo à diversificação da agricultura.
(C) A inserção da economia brasileira no processo de globalização inicia-se no início dos anos 90, consolidando-se com a
liberalização comercial e a atração de investimentos estrangeiros diretos a partir de meados da década de 90.
(D) O primeiro polo tecnológico do Brasil desenvolveu-se junto às Universidades Federal e Estadual de São Carlos, em São
Paulo, como parte dos projetos governamentais de industrialização do país, seguindo a tendência mundial e a inserção
do país na terceira revolução industrial.
(E) Durante a década de 50, o Estado brasileiro atuou no intuito de viabilizar os investimentos do capital industrial nacional
a partir dos investimentos estatais em programas rodoviários, energéticos e siderúrgicos.

3. (EsFCEx 2006/2007) Sobre a inserção do Brasil no mundo globalizado é incorreto afirmar:

(A) O desemprego estrutural, ou tecnológico, que se faz presente no mundo inteiro, ampliado pelo processo de globalização,
também atinge o Brasil.
(B) O modelo neoliberal é um pressuposto político para a realização da globalização econômica, nesse sentido pode-se
afirmar que as práticas do governo de Fernando Collor de Melo foram determinantes para a inserção do Brasil nessa
fase mais avançada do capitalismo mundial.
(C) As privatizações que ocorreram no Brasil, especialmente na década de 1990, confirmam a internacionalização do
Estado com a penetração de capitais estrangeiros inclusive em áreas estratégicas.
(D) A mundialização do capitalismo ao final do século XX permitiu o acesso de diversos países no sistema de trocas mundiais,
esse fato ampliou o número de parceiros comerciais do Brasil.
(E) A globalização, entendida como intensificação de fluxos materiais e imateriais na escala mundial, exclui a participação
do Brasil, pois ela depende de um ambiente com grande infraestrutura técnica e produção científica de ponta para se
realizar.

4. (EsFCEx 2008/2009) “A dinâmica globalizante não apaga restos do passado, mas modifica seu significado e acrescenta, ao já
existente, novos objetos e novas ações características de um novo tempo”. (Santos & Silveira, 2001:253)

Com base na transcrição acima, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.

I. A globalização atua diretamente no território alterando a sua configuração espacial.


II. Os movimentos de concentração e desconcentração da indústria estão intrinsecamente ligados às demandas
internacionais.

75
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 76

III. A expansão da cadeia da soja e avicultura no Centro-Oeste do país obedece a uma lógica de minimização de custos das
grandes empresas.
IV. A lógica da organização territorial no Brasil obedeceu, em uma fase inicial, o interesse nacional. Hoje, apresenta-se
fragmentada e subordinada às demandas internacionais.

(A) Somente I, II e III estão corretas.


(B) Somente I e III estão corretas.
(C) Somente II, III e IV estão corretas.
(D) Somente III está correta.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

5. (EsFCEx 2001/2002) No cenário mundial, o processo de formação de blocos econômicos regionais teve início na década de
1990. No Brasil, esta tendência se reafirma com a (o) (s):

(A) Maior participação de tropas brasileiras integrando as missões de paz da ONU – Organização das Nações Unidas, como
as enviadas ao Timor Leste.
(B) Manifestações oficiais do governo brasileiro quanto ao crescente movimento pela internacionalização da Amazônia e a
perda da soberania nacional.
(C) Crescimento da economia regional na América do Sul após a implantação do MERCOSUL- Mercado Comum do Sul.
(D) Políticas governamentais como o apoio à indústria nacional e incentivo à entrada de capitais multinacionais no país.
(E) Resistência brasileira à implantação da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), o que traria prejuízos à economia
brasileira.

6. (EsFCEx 2002/2003) “Na condição de líder do bloco sul-americano, o Brasil espera impor limites à redução de tarifas nos
setores de alta tecnologia e serviços e bombardear o protecionismo americano em setores tradicionais, como a siderurgia,
os têxteis e os calçados. (...) A meta de integração sul-americana foi estabelecida na Conferência de Brasília, que reuniu,
no ano de 2000, os doze chefes de Estados do subcontinente. ”
(MAGNOLI, 2001. P. 142)

Baseando-se no texto e nas metas definidas pela Conferência de Brasília, em relação à integração sul-americana, verifica-se que
alguns empreendimentos viários, em execução ou em estudos, têm o potencial de criar eixos de intercâmbio ou de conferir maior
densidade aos já existentes. Tais empreendimentos podem ser exemplificados e referem-se, respectivamente, à integração:

(A) Física e por empreendimentos norteados pela geopolítica, com ações visando as interligações viárias entre a Bolívia e o
Paraguai.
(B) Aduaneira e por empreendimentos norteados pelas lógicas do comércio, como a ligação rodoviária Manaus Caracas.
(C) Política e por empreendimentos norteados pela lógica da geopolítica, como a construção da BR-277 e a Ponte da
Amizade.
(D) Fiscal e por empreendimentos norteados pela lógica do comércio, como a estrada de ferro Brasil-Bolívia.
(E) Física e por empreendimentos norteados pela lógica do desenvolvimento regional, como a Hidrovia do Mercosul.

7. (EsFCEx 2003/2004) A integração efetiva do centro econômico do Mercosul depende essencialmente da (o):

(A) Estabelecimento de uma divisão espacial do trabalho, no âmbito da região do bloco econômico, visando potencializar
as trocas.
(B) Ampliação dos sistemas de comunicação para que as trocas imateriais se tornem mais relevantes que os materiais, que
são a base do capital especulativo.
(C) Melhora na infraestrutura de transporte disponível, promovendo uma integração física do bloco.
(D) Unificação das moedas, seguindo o exemplo vitorioso da experiência europeia que extinguiu as moedas nacionais.
(E) Promoção de atividade industrial do tipo substituitiva, fechando o mercado regional aos produtos de outros blocos.

76
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 77

8. (EsFCEx 2004/2005) O Brasil é membro de todas as organizações internacionais relacionadas abaixo, exceto:

(A) OEA – Organização dos Estados Americanos.


(B) ALADI – Associação Latino-Americana de Integração.
(C) Pacto Andino – Acordo de Cartagena.
(D) ONU – Organização das Nações Unidas.
(E) ALCA – Área de Livre Comercio das Américas.

9. (EsFCEx 2004/2005) Considere as afirmativas abaixo sobre o movimento de regionalização da economia e o processo de
formação do Mercosul, e, em seguida, assinale a alternativa correta:

I. A participação do Brasil no Mercosul tem o objetivo de fortalecer e consolidar sua posição no quadro regional, para um
maior desempenho em escala internacional.
II. Por caracterizar-se como uma zona de livre comércio, o Mercosul proíbe, aos países membros, a prática diferenciada de
tarifas alfandegárias no comércio com países que não pertençam ao bloco.
III. O Cone Sul corresponde à região geopolítica da América do Sul constituída exclusivamente pelo Brasil, Argentina, Paraguai
e Uruguai.
IV. A expansão horizontal do Mercosul é dada pela adesão de novos membros, já iniciada com a entrada do Chile e da Bolívia,
que participam tanto da zona de livre comércio quanto da união aduaneira.

(A) Somente a I está correta.


(B) Somente a II e a IV estão corretas.
(C) Somente a III e a IV estão corretas.
(D) Somente a I, II e a III estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

10. (EsFCEx 2005/2006) Em relação ao Mercosul, é correto afirmar que:

(A) Por enquanto, o Mercosul constitui uma união aduaneira.


(B) O Mercosul é, dentro da nova ordenação mundial em blocos de poder, aquele que apresenta o maior fluxo de
mercadorias e capitais.
(C) O acordo Mercosul estabelece sérias restrições ao livre comércio de produtos industrializados produzidos no Brasil e no
Paraguai.
(D) A integração regional representada pelo Mercosul acabou por provocar sérias rivalidades entre os países que o
compõem.
(E) Recentemente, o Chile, a Colômbia e a Venezuela passaram a fazer parte do Mercosul como membros efetivos.

11. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo sobre o Brasil e o Mercosul e, a seguir, assinale a alternativa correta.

I. O bloco econômico vigora desde 1991, inicialmente como área de livre comércio, com a assinatura do Tratado de Assunção
pelos quatro primeiros países signatários: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
II. Apesar da importância no âmbito regional, o Mercosul, se comparado economicamente aos grandes blocos mundiais, é
bastante pequeno.
III. Dentre os óbices à maior integração econômica do Mercosul está a grande diferença socioeconômica entre os países-
membros e a extrema fragilidade de algumas economias.

(A) Somente I e II estão corretas.


(B) Somente I está correta.
(C) Somente II está correta.
(D) Somente I e III estão corretas.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

77
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 78

12. (EsFCEx 2009/2010) Assinale a alternativa que representa uma das situações adversas que afetaram o funcionamento do
Mercosul.

(A) Os alinhamentos políticos de cada país com a União Europeia.


(B) A crise econômica e política que abalou a Argentina no início desta década.
(C) Os acordos bilaterais da Argentina com os Estados Unidos.
(D) A crise do gás entre o Brasil e a Bolívia.
(E) As aproximações entre a Venezuela e o Uruguai.

13. (EsFCEx 2011/2012) Analise as afirmativas abaixo, sobre as características do MERCOSUL, colocando entre parênteses a letra
“V”, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra “F” quando a afirmativa for falsa. A seguir, assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.

1. ( ) São Parceiros do Brasil no Mercosul: Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Venezuela.


2. ( ) O Brasil apresenta vantagens em relação aos outros parceiros, uma vez que sua economia possui grande capacidade
instalada para atender o Mercosul.
3. ( ) O Mercosul tem como objetivo integrar política, social e economicamente os países membros, por meio de medidas
sócioeducativas, incentivando todos os tipos de trocas possíveis.
4. ( ) O Mercosul tem como objetivo buscar estabelecer uma tarifa externa comum que é, na realidade, um conjunto de tarifas
que incidem sobre as importações realizadas pelos países-membros do bloco.

(A) F–V–V–F
(B) V–V–F–V
(C) F–V–F–V
(D) F–V–V–V
(E) V–F–F–V

14. (EsFCEx 2011/2012) Em relação à indústria brasileira do século XXI, pode-se afirmar:

(A) As atividades desenvolvidas nos polos tecnológicos independem dos outros setores da economia.
(B) Desenvolveu-se a partir dos investimentos do capital internacional, que investiu em transportes, energia e comunicação.
(C) O Governo Federal iniciou a implantação de medidas para descentralizar os investimentos públicos e privados, de
infraestrutura e investimentos fiscais.
(D) Houve um forte intervencionismo do Estado, como forma de superar as dificuldades do empresariado nacional para a
realização de investimentos no setor produtivo.
(E) No País foram criados vários polos tecnológicos que concentram atividades de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia
de ponta, o apoio governamental foi fundamental para este acontecimento.

15. (EsFCEx 2012/2013) É consequência do atual processo de globalização:

(A) Redução das distâncias entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.


(B) Grande aumento da competição entre os lugares.
(C) Possibilidades irrestritas ao meio técnico-científico-informacional.
(D) Homogeneização das regiões e dos lugares.
(E) Enfraquecimento generalizado dos Estados Nacionais.

16. (EsFCEx 2016/2017) Marque a alternativa correta com relação às Corporação e o espaço no Brasil.

(A) A grande corporação passou a construir, nos dias atuais, o mais importante agente da reorganização espacial capitalista.
(B) As grandes corporações que atuam no território nacional possuem suas matrizes no Brasil e demais filiais no exterior.
(C) Existe uma relação hormônica entre as leis ambientais e as grandes corporações.
(D) O estado possui amplo domínio sobre a atuação e os ganhos financeiros das grandes corporações.
(E) As grandes corporações exercem papel fundamental nas políticas públicas de melhorias da estrutura urbana e da
qualidade de vida.

78
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 79

17. (EsFCEx 2018/2019) Complete a lacuna do texto abaixo.

O emprego de tecnologias avançadas direcionadas para a automação da produção visa aumentar a produtividade e intensificar a
exploração da força de trabalho (apenas um operário, com o mesmo salário, faz o trabalho de dezenas), proporcionando maior
acumulação de capital. Nessa etapa da dinâmica de produção industrial foi implantada uma nova forma de organização do trabalho
no interior das fábricas, chamada de . Segundo esse tipo de organização do trabalho, o crescimento da atividade
fabril está baseado na integração efetiva entre a produção de conhecimentos científicos, tecnológicos e de produçãi e sua
aplicação imediata no processo produtivo.

(A) Alta produtividade


(B) Produção desacelerada
(C) Produção flexível
(D) Produção rígida
(E) Produção global rígida

79
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 80

Estudante, antes de adentrarmos o Capítulo 03, sobre as indústrias, teremos uma sequência de informações importantes que
compõem o panorama nacional, em termos de indicadores e de demais questões socioeconômias e urbanas. Retome esta leitura
sempre que necessário! Vamos lá?

2.3. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E O ESPAÇO


INDUSTRIAL BRASILEIRO

Olá Estudantes, agora que já sabemos tudo sobre o processo de formação do território nacional e sobre o panorama atual em
que vivemos: o meio técnico-científico-informacional, podemos compreender a fundo alguns dos elementos mais importantes no
processo de globalização: a indústria! É esta a responsável pela difusão acelerada da técnica, da ciência e da informação. Por ela,
como veremos, o Brasil muda de figura, abandonando ares rurais para exaltar a urbanização. O campo, por conseguinte, também
se modifica e perde seus elementos culturais mais primários. Dedique-se a essa parte da apostila com afinco, pois o processo de
industrialização é como um fio condutor que lhe guiará para compreender toda a Geografia humana daqui pra frente, ok? E aí,
vamos lá?!

2.3.1. CONCEITOS E TEMAS: TERRITÓRIO USADO E OUTROS TERRITÓRIOS

Todo início de capítulo, como vocês já sabem, trazemos alguns conceitos chaves que servirão para este e muitos outros conteúdos.
Grande parte das categorias que trazemos aqui fazem parte das pesquisas do professor Milton Santos, porque ele foi, com certeza,
o maior expoente da Geografia brasileira a explicar o mundo contemporâneo. Hoje falaremos sobre o TERRITÓRIO USADO e a
partir dele, sobre o TERRITÓRIO NORMADO e TERRITÓRIO COMO NORMA.

O Território usado significa que é usado por alguém e que, portanto, é uma instância da sociedade. Milton Santos diz: “é o u so
do território e não o território em si mesmo, que faz dele objeto de análise social”. Assim sendo, quando se refere ao “usado ”
quer justamente refletir sobre COMO NÓS habitamos o território e o transformamos. Pensar nisso nesse capítulo é fundamental,
porque o fenômeno da industrialização é responsável por grandes mudanças territoriais.

O Território Normado é composto pelo interesse dos atores hegemônicos e pelo lobby das grandes empresas que controlam o
mundo em que vivemos. Eles buscam dominar e normar os territórios para além de sua nação e, portanto, são internacionais. O
território como norma é representado pelas leis que possuímos e que de alguma maneira limitam a atuação do território normado.
Isso é possível pela alfândega, taxas, impostos e etc.

Essa nova forma de analisar o território é muito importante porque a sociedade já não se configura mais como antigamente.
Antes o território estava subordinado ao Estado-nação e ele era a base que fundamentava a força do país. Mas hoje, com a
dinâmica da globalização, temos uma transnacionalização do território com normas que vão além dos limites físicos e que
influenciam o mundo inteiro. Vale ressaltar que assim como antes nem tudo era estatizado, nem tudo hoje é transnacionalizado.
É necessário sempre analisar cada caso. Entendido isso, vamos adiante!

2.3.2. COMPREENDENDO A INDÚSTRIA

A indústria é um conjunto de atividades produtivas que atua na transformação de matérias-primas com o auxílio de máquinas
(em substituição da manufatura) para produzir mercadorias a serem consumidas pela população ou por outras indústrias. O
desenvolvimento industrial acelera a produção em termos de quantidade, com a produção em massa e distância, que se tornam
cada vez mais acessíveis com a ampliação da rede de transportes. A produção industrial, caracterizada pelo setor secundário, em
contraponto à manufatura, acaba com o valor individual da produção, visto que um mesmo material pode ser reproduzido diversas
vezes exatamente igual. Além disso, diferente da confecção manual, o produto industrial não se restringe ao local de produção
expandindo-se de acordo com a acessibilidade das redes de transporte e informação.

A modernização frequente da indústria, tem relacionado cada vez mais os três setores da economia. Um produto agrícola perpassa
pela produção industrial e é comercializado, além disso, produtos industriais também são comercializados para modernização do
campo e por fim, o comércio tem recebido uma variedade cada vez maior de alimentos, assim como de produtos industrializados.
Temos o seguinte cenário:

80
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 81

Setor Setor Setor


PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO

Figura 25: Setores da economia.

Agora veremos como as indústrias são categorizadas. Vale ressaltar que existem diversas teorias sobre o assunto que, no entanto,
não mudam a ideia central. Partindo da CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) do IBGE, as indústrias podem
ser classificadas de duas formas, o primeiro segundo a produção e a segunda quanto ao destino da produção.

A) QUANTO A PRODUÇÃO:

Existem as INDÚSTRIAS EXTRATIVISTAS (mineral, animal ou vegetal), as INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO (exceto reciclagem)
e o órgão ainda dispensa atenção aos insumos utilizados na construção civil (para construção de casas, pontes, rodovias, usinas,
túneis, aeroportos e etc.), agrupando-os separadamente. Podemos denominar de INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO.

B) QUANTO AO DESTINO DA PRODUÇÃO:

INDÚSTRIAS DE BASE (ou Intermediária ou Pesada) – O material não é enviado para o setor terciário diretamente, porque não
é um produto final. É uma etapa da produção intermediária. Ex.: Metalurgia, Siderurgia e Petroquímica. Tende a se localizar
próximo ao local de extração da matéria prima ou nas áreas industriais.

INDÚSTRIAS DE CAPITAL (ou Equipamentos) – Produto final a ser utilizado por outras indústrias ou profissionais especializados.
Como o nome diz, são equipamentos.

INDÚSTRIAS DE CONSUMO (ou Leves) – Produto final direcionado diretamente para o consumo. Possui três subdivisões: Durável
(móveis, automóveis e etc.), Semidurável (roupas, calçados e etc.) e Não-durável (alimentos, remédios e etc.). Tem grande
mobilidade espacial podendo ser produzido em locais bem distantes das áreas de consumo. No entanto, os produtos perecíveis
precisam ter facilidade de circulação para evitar a perda.

Podemos falar ainda de INDÚSTRIAS DE PONTA que se situam em locais específicos pela necessidade de conhecimento
especializado. Difere-se da maioria das indústrias onde prevalece o uso de mão-de-obra barata e/ou semiescrava e se localizam
em áreas não sindicalizadas para facilitar a dominação

81
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 82

2.3.3. MODELOS DE PRODUÇÃO: TAYLORISMO/LIBERALISMO,


FORDISMO/KEYNESIANISMO E TOYOTISMO/NEOLIBERALISMO

Antes de compreender melhor o processo de desenvolvimento industrial no Brasil, vamos conhecer três modelos de produção: o
Taylorismo, o Fordismo e o Toyotismo.

O TAYLORISMO se desenvolveu nos EUA no final do século XIX e início do Século XX em um contexto liberalista que predominava
no mundo capitalista. Frederick Taylor mudou o panorama que se verificava anteriormente de uma indústria dependente de mão
de obra especializada e difícil de encontrar. Propõe que a produção seja especializada e não o trabalhador, desse modo, o processo
produtivo é dividido em etapas e deixa de ser necessário um profissional qualificado para realizar o trabalho. Cada proletári o era
responsável por uma mesma atividade e apenas um gerente de produção conhecia todas as etapas e detinha um conhecimento
específico. Esse gerente era responsável pela fiscalização e controle. A mão de obra tornava-se praticamente descartável e houve
uma grande homogeneização dos produtos.

O FORDISMO segue esse roteiro criando a linha de produção, que permitia o avanço da fabricação em massa. Henry Ford teve
a brilhante ideia de baratear o preço do produto e melhorar o salário dos trabalhadores, para aumentar o mercado consumidor.
Além disso, foram desenvolvidas leis trabalhistas que delimitavam as condições de trabalho e davam aos proletários, tempo de
consumir. Com esse processo, cria-se uma classe média consumidora. Inicia-se uma política conhecida como: Estado de bem
estar social que une o fordismo à concepção KEYNESIANA. John Keynes ia contra a política liberalista e acreditava que para
uma nação se desenvolver era necessária alguma intervenção estatal (na economia, na sociedade e aonde se fizesse necessário).
Foram 30 anos gloriosos, entre a década de 40 e 70 mas tornou-se insustentável.

O TOYOTISMO, proposto pelo japonês Taiichi Ohno, foi aplicado nas fábricas da Toyota. A produção fragmentou-se através da
terceirização e já não eram mais necessários os imensos galpões utilizados nas linhas de produção fordistas. Um produto final
tinha suas diversas partes produzidas em lugares distintos, como verificamos até os dias de hoje. Além dessa mudança, o
Toyotismo, embora não negasse a produção em massa, iniciou um atendimento especializado aos consumidores e ainda hoje
isso vigora. Você pode escolher diversos opcionais para seu carro e após alguns dias ele chegará exatamente como requisitado.
A produção em larga escala nessa etapa é denominada de Acumulação Flexível e tem grandes influências do neoliberalismo
(que já aprendemos no capítulo anterior). As três grandes “filosofias” desse sistema são:

 Just in time (na hora certa) – sem espaço para armazenar matéria-prima e a produção, desenvolveu-se um sistema
que detecta a demanda e então autoriza a produção, desse modo, pode-se evitar crises catastróficas;

 Kanban (cartão) – método que programa a produção just in time;

 Team work (trabalho em equipe) – os trabalhos eram organizados em grupos, com a orientação de um líder. O objetivo
é ganhar tempo de trabalho.

A imagem abaixo resume essas teorias:

82
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 83

Figura 26: Teorias sobre os modelos de produção.

Agora que já possuímos essas noções básicas, faremos um histórico da indústria no Brasil. Dividiremos em quatro períodos:

1) Período Pré-Vargas (item 3.4), composto pelo Brasil Colônia, Imperial e Republicano até 1930;

2) Período Vargas (item 3.5);

3) Período Pós-Vargas (item 3.6), composto pelo Governo JK e a Ditadura Militar;

4) Período atual (item 3.7) – a partir do governo Collor

2.3.4. PERÍODO PRÉ-VARGAS - O PAPEL DO ESTADO NA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA.

BRASIL COLÔNIA: Na fase colonial, o Brasil consumia, primordialmente, materiais manufaturados. Portugal era um
comerciante, importava produtos primários e exportava produtos manufaturados (já vimos isso anteriormente quando falamos
da DIT). Como a metrópole exportava as manufaturas, não era de seu interesse que a colônia começasse a produzir. Isso tardou
o processo de desenvolvimento industrial no Brasil mesmo a Europa já vivendo uma revolução industrial.

Portugal assinou o Alvará de 1785 que proibia a manufatura no Brasil colônia, alegando que, com a construção de fábricas e
manufaturas, os colonos deixariam de cultivar e explorar a terra, retardando o progresso nas sesmarias, conforme haviam
prometido. Esse alvará proibia que as fábricas de tecido já existentes, continuasse suas atividades. Apenas aquelas que produziam
tecidos grossos, utilizados para roupas de escravos, tinham licença para permanecer.

O Tratado de Methuen, assinado em 1703, conhecido como o tratado de PANO e VINHO, envolvia a troca de produtos têxteis
dos ingleses e o vinho português. Portugal se prejudicou, pois, o consumo de tecido pelos portugueses, era muito mais elevado
que o consumo de vinho pelos ingleses. O país lusitano transformou toda a terra em produção de vinícolas e a crise interna
assolou o país. Para resolver essa situação, incentivou a extração de ouro no Brasil de modo a cobrir suas dívidas.

Portanto, até 1808 quando a família real chegou ao Brasil, pode-se dizer que não havia propriamente indústrias no País. A
atividade industrial reduzia-se à produção de tecidos grosseiros e de uns poucos artigos de natureza artesanal. Com a chegada
da coroa portuguesa ao Brasil uma nova fase se inicia como veremos adiante.

Normalmente as bancas examinadoras induzem o candidato ao erro, argumentando que no Brasil Colônia não havia produção
industrial com a utilização de máquinas e alegam que estas só chegaram junto com a família real. Isso não está correto, já haviam
máquinas, no entanto, muito rudimentares.

BRASIL IMPERIAL: Em 1808, com a chegada da família real, tivemos a chamada Abertura dos Portos que facilitaram a
importação de diversos produtos, dificultando a produção local. As tarifas inicialmente, ficaram assim:

• Taxa geral – 24% - válida para todos os países;

83
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 84

• Taxa para Portugal (metrópole) – 16%.

O Ministro da Fazenda Manoel Alves Branco – criou a Tarifa Alves Branco para solucionar o problema econômico que o Brasil
enfrentava e em 1844, as taxas variavam entre 30 a 60%, contudo a influência inglesa no império levou a concessão de vantagens
tarifárias para os comerciantes desse país.

CINEMA DO GEÓGRAFO:

Mauá, O Imperador e o Rei Sérgio Rezende, 1999)

É muito importante para a prova que você compreenda a relação entre o aumento da importação e o desenvolvimento da
economia local. A tendência é que altos índices de importação dificultem o avanço da indústria nacional por causa da alta
concorrência. Podemos observar que após 1808, apesar de liberação da atividade industrial que até então havia sido impedida
pela metrópole, o desenvolvimento industrial não tomava impulso devido à falta de infraestrutura interna e à concorrência dos
produtos externos, sobretudo ingleses.

Destaca-se o papel de Irineu Evangelista de Sousa, o BARÃO DE MAUÁ, um idealista que sonhava com uma nação industrial e
realizou grandes empreendimentos no país como: estaleiros, bancos (com agências no exterior), transporte com tração animal,
canalização de gás para iluminação da cidade do Rio de Janeiro, lançamento do cabo submarino que ligou, por telégrafo, o Brasil
e a Europa. Além disso, criou a Companhia de Navegação do Amazonas e lançou a primeira estrada de ferro no país, em 1854.

Outros fatores contribuíram para uma mudança na cara da indústria brasileira, dentre eles destacam-se: introdução do café em
SP; disponibilidade de capitais e a melhora na rede de transportes; a abolição do tráfico de escravos, permitida pela Lei Euzébio
de Queirós em 1850 que incentivou o movimento migratório para o país, ampliando a mão de obra e o mercado consumidor.

Em síntese, nesse momento, surgem alguns setores industriais voltados a atender as necessidades mais imediatas e que exigiam
menor investimento e menor tecnologia como: alimentos, têxtil, de material de construção, etc. Em 1850 havia no país: 02
fábricas de tecidos, 10 indústrias de alimentos, 02 indústrias de caixas e caixões, 05 indústrias metalúrgicas e 07 indústrias
químicas.

BRASIL REPUBLICANO (República Velha): Nesse momento, a república brasileira será analisada até 1930 - a conhecida
República Velha. Dois principais acontecimentos históricos influenciaram o Brasil: 1ª Guerra Mundial e a Crise de 1929.

84
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 85

CINEMA DO GEÓGRAFO:

Ou Tudo, Ou Nada (Peter Cattaneo, 1997)

Durante o conflito, o Brasil se beneficiou com a diminuição da exportação de mercadoria por parte dos países envolvidos. Embora
algumas nações estivessem em guerra, não houve diminuição no consumo internacional e por isso, o Brasil buscou aumentar sua
produtividade para lucrar com a demanda mundial não suprida.

O Café foi o produto que se desenvolveu mais, seguido da borracha amazônica. Os grandes latifundiários aceleraram sua produção
e passaram a plantar e colher desenfreadamente. Lucraram muito, principalmente depois do conflito, porque os países europeus
envolvidos estavam assolados com crises internas. No entanto, em 1929 o panorama mudou e as fazendas de café sofreram uma
séria recessão.

O crack da bolsa de valores de Nova York, conhecido como Crise de 29 teve impacto mundial reduzindo muito o consumo. Os
cafeeiros foram obrigados a diminuir o preço, muitos sacos de café se perderam e fazendas foram abandonadas. Esse contexto
de recessão é o cenário que recebe Getúlio Vargas à presidência.

Pode-se destacar nesse momento:

 Criação de uma burguesia industrial, formada por parte dos cafeicultores;

 Implantação de ferrovias para escoamento do café e de hidrovia para deslocamento da borracha;

 Mão de obra livre e assalariada (negros e migrantes);

 Formação de uma classe média urbana;

 Mercado consumidor localizado/regional (ainda não era nacional).

2.3.5. PERÍODO VARGAS - O PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA E OS PNDS

Getúlio Vargas foi a figura fundamental no desenvolvimento industrial brasileiro. Investiu em áreas estratégicas dando visibilidade
ao país. Constituiu um governo nacionalista, voltado para o mercado internacional e com características Keynesianas. Isso quer
dizer que houve forte intervenção estatal na economia, principalmente na Indústria de Base. Getúlio Vargas foi responsável pela
criação de muitas industrias importantes como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em Volta Redonda-RJ, a Vale do
Rio Doce (CVRD) e a Petrobrás. Como investimentos em bens de produção não geram lucros imediatos, as empresas privadas
não se interessaram na aquisição, e por isso o estado interviu.

A ideia de Vargas era libertar-nos da importação exagerada, além de aproveitar os recursos naturais de nosso território, que
sabemos, é privilegiado. Para alcançar o que desejava, desvalorizou a moeda e implantou políticas protecionistas, dificultando as
importações.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi implementada em 1942 com o capital norte-americano, em troca do apoio que demos
na Segunda Guerra Mundial. Alguns navios brasileiros foram enviados para o conflito na Itália e uma base militar se estabelec eu
em um local estratégico do Rio Grande do Norte. Nesse mesmo ano a Vale do Rio Doce (CVRD) começou a s er construída e
iniciou os trabalhos em 1946. Além dessas duas, industrias como a Fábrica Nacional de Motores (FNM) e a Cia Hidrelétrica do
Vale do São Francisco (CHESF) também foram implementadas.

É importante ressaltar que, nesse primeiro governo de Getúlio Vargas, foi aprovada a CLT - a Consolidação das Leis de Trabalho,
uma política claramente Fordista/Keynesiana, que tinha como objetivo criar uma classe média consumidora no Brasil.

Getúlio Vargas deixa o poder por cinco anos, sendo substituído por Dutra que tentando resolver a inflação, reduz o poder de
compra da população. Vargas volta a governar e esse momento é marcado, principalmente, pela construção da Petrobrás em
1953. Não podemos deixar de citar a fundação do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento, em 1952.

Vale lembrar que ele desenvolveu o programa Marcha para o Oeste, intensificado durante o governo JK. Esse fator foi
fundamental no processo de urbanização do Brasil.

85
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 86

2.3.6. PERÍODO PÓS-VARGAS - O TRIPÉ DA INDUSTRIALIZAÇÃO: EMPRESAS


MULTINACIONAIS, NACIONAIS E ESTATAIS

GOVERNO JK: Na década de 1950 enfrentamos problemas e obstáculos como: falta de energia, redes de transportes precárias,
dificuldade nas vias de comunicação e dependência industrial do capital externo. O governo de Juscelino Kubitschek (1956 - 1961)
buscou resolver alguns desses problemas e trouxe grande modernização para o Brasil mas isso só foi possível à custa de um
endividamento.

O Plano de metas, que permitiria um desenvolvimento de “50 anos em 5”, abarcava 7 frentes: Agricultura, Saúde, Educação,
Mineração, Construção Civil, Transporte e Energia. As duas últimas receberam 73% de sua atenção. Durante o seu governo foram
construídas 14.970 km de estradas!!! Educação e Saúde ficaram com 4% apenas!

Nessa fase, o governo optou por desenvolver as indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente na área de
automobilismo e eletrodomésticos, além de continuar os investimentos nos setores de base com a criação de várias empresas
como a CEMIG – Cia Energética de Minas Gerais, a FURNAS e a SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento Regional do
Nordeste.

JK manteve o mesmo ideal desenvolvimentista de Vargas mas com uma política internacionalista, todavia, buscou substituir as
importações pela produção interna. No entanto, apesar de ter possibilitado uma rápida expansão na economia brasileira e ter
aumentado o parque industrial brasileiro gerou graves problemas como: o aumento da dívida externa, o aumento da inflação, o
rodoviarismo (que define a organização do transporte brasileiro até os dias de hoje) e a concentração industrial na região Sudeste
(a construção de superintendências regionais como a SUDENE fazia parte de alternativas para mudar isso).

Nesse momento estabeleceu-se o conhecido TRIPÉ ECONÔMICO constituído da seguinte forma:

INDUSTRIA DE BASE
• Capital ESTATAL
• Eletricidade, Siderurgia e Metalurgia

INDUSTRIA DE BENS DE CONSUMO


NÃO-DURÁVEIS
• Capital PRIVADO NACIONAL
• Alimentos, têxteis

INDUSTRIA DE BENS DE CONSUMO


DURÁVEIS
• Capital PRIVADO INTERNACIONAL
• Eletrodomésticos e Automóveis

Figura 27: Tripé econômico.

GOVERNOS MILITARES: Durante a ditadura militar vivemos o conhecido Milagre Econômico. Estabeleceu-se no país um
parque industrial forte e moderno. Saímos de 43º PIB para 9º PIB mundial. O Brasil começou um processo de descentralização
industrial, avançando sobre cidades como Salvador, Recife e Fortaleza. O processo de urbanização se evidenciou e algumas
Regiões Metropolitanas foram fundadas.

86
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 87

A malha rodoviária ampliou-se com a construção da Transamazônica (projeto caro e complicado), da Perimetral Norte e outras.
Além disso, a edificação da supranacional Usina de Itaipu (Brasil, Paraguai e Argentina) foi fundamental para a distribuição
energética do país.

Tanto o governo de JK quanto os governos militares desenvolveram economicamente o país, mas geraram grande endividamento
e não melhoraram a distribuição de renda. Nossa economia consolidou-se ainda mais como exportacionista, característica que
ainda mantemos. Na década de 70 já éramos um país mais urbano que rural com bom desenvolvimento industrial, mas as crises
do petróleo que assolaram o mundo (1973 e 1979) nos arrebatou com um forte colapso econômico que subsidiou a conhecida
década perdida – anos 1980.

O modelo Keynesiano/Fordista enfraqueceu, trazendo para o Brasil e para o mundo capitalista em geral, a prevalência do ideal
neoliberal e consequentemente as privatizações.

CINEMA DO GEÓGRAFO:

Argo (Ben Affleck, 2012)

É importante que saibam que os regimes ditatoriais que se estendiam por grande parte da América do Sul, eram permitidos pelo
financiamento americano que, durante a longa ordem bipolar em que vivíamos, buscavam ampliar o americanway oflife e
fortalecer o mundo capitalista.

Lembrem-se que nesse período foram instalados os Programas Nacionais de Desenvolvimento I e II, como vocês verão em
história!

2.3.7. CARACTERÍSTICAS ATUAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

No Governo de Fernando Collor de Mello iniciou-se o processo de privatização que intensificou-se no governo de FHC e no atual
governo do PT (Lula e Dilma).

Dentre as empresas privatizadas podemos citar: A Embraer, a Companhia Vale do Rio Doce, o sistema Telebrás (co mposto por
27 empresas de telefonia fixa e 26 de telefonia celular), a Light e CSN e alguns bancos estaduais como é o caso do Banespa,
antigo Banco do Estado de São Paulo, o cearense BEC, e o maranhense BEM. Esse processo vem acompanhado da criação de
agências estatais reguladoras como a ANATEL, ANAC e etc.

O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para outras estatais ou fundos de pens ões
com pagamento em títulos ―moedas podres. A organização de consórcios para participação em leilões sugeria que nem tudo
estava claro nessas transações. Não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos contra. No entanto, é
importante refletir que os custos para a manutenção de um sistema evidentemente ineficiente, inchado de funcionários
desnecessários e uma estrutura de comando montada apenas com critérios políticos, parece ter se tornado insustentáveis para
um país que procura uma nova colocação no cenário mundial.

Apesar da perda patrimonial do Estado e da ampliação da internacionalização de nossa economia houve mudanças significativas
e as empresas privatizadas começaram a apresentar um desempenho melhor, compatível com as regras básicas do ca pitalismo.
Quando as empresas privadas de telefonia entraram no mercado, em 1998, havia apenas 22 milhões de telefones em atividade.
A instalação demorava cinco anos e uma linha chegava a custar 8.000 reais. Em menos de uma década, já haviam 125,7 milhões
de aparelhos em funcionamento - entre telefones fixos e celulares. Outro exemplo é a Mafersa, fabricante de vagões que
apresentou lucros após anos de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e reduziu um terço de seu
endividamento. Se analisarmos caso a caso encontraremos outros exemplos exitosos.

As privatizações foram fundamentais para inserção do Brasil na economia internacional. Sabemos da perversidade do mundo em
que vivemos e quão seletivo ele é, fundamentado em desigualdades sociais, mas é fundamental tomar cuidado com discursos
ideológicos que falam das privatizações como o bicho papão do Brasil. Primeiramente, essas empresas quando estatais não
mudavam em nada a configuração segregacionista do Brasil, foram criadas para o enriquecimento e não para a distribuição de

87
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 88

renda. Em segundo, enquanto empresas do estado, tardavam o desenvolvimento brasileiro (nos moldes capitalistas, é claro!). O
fato é que muitos dos que criticam, não deixam de comprar um celular da moda, uma roupa elegante, fazer viagens internacionais
e etc. Cuidado com isso, seja sempre coerente!!

E então pessoal, está difícil até aqui? Aposto que não! Lembrem-se que essa é uma Geografia do nosso cotidiano e mesmo que
nesse 3º capítulo tenhamos tido um teor histórico, muitos desses termos vocês já ouviram falar! Continue animado, porque só
vai melhorar!! Seguindo, discutiremos sobre algumas informações atuais sobre a indústria brasileira através de mapas e dados.
Não deixem de pesquisar nos jornais e revistas porque a Geografia é muito dinâmica e você precisa estar atualizado sempre!

2.3.8. DIVERSIFICAÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA

A partir do mapa a seguir, pode-se observar a concentração industrial no Brasil. Percebe-se que fora do eixo Centro-sul grande
parte das indústrias estão próximas as capitais, que são as zonas mais urbanizadas e desenvolvidas. Existe uma relação muito
próxima entre Urbanização e Industrialização e compreender isso é fundamental para nos prepararmos ao conteúdo do próximo
capítulo. A colocação de indústrias em determinada área, leva a realocação de mão de obra para essa mesma localidade. Essa
mão de obra precisa habitar em algum lugar e desse modo inicia o processo de desenvolvimento de cidades. Essas cidades
tendem a atrair cada vez mais indústrias por causa da infraestrutura estabelecida, a rede de transportes viabilizada e a oferta de
mão de obra. Desse modo, existe uma relação de reciprocidade. Compreender isso é fundamental para interpretar o mapa abaixo.

Figura 28: Empresas Industriais


Fonte: IBGE, Atlas Geográfico escolar, 5 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

Tanto o processo de industrialização quanto o movimento de urbanização estão relacionado a alguns fatores muito importantes,
são eles:

88
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 89

Infraestrutura (Transporte, Energia,


Telecomunicações);
Capital (Terrenos, Incentivos Fiscais, Crédito);
Mercado Consumidor;
Mão de Obra e
Oferta de Matéria Prima

INDUSTRIALIZAÇÃO URBANIZAÇÃO

Figura 29: Urbanização e industrialização brasileira.

O Sudeste é a região mais importante industrialmente, destacando-se São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Isso é possível
porque é a região mais desenvolvida nos fatores enumerados acima e porque possui uma herança histórica de atividades
econômicas, como é o caso do café. Atualmente, tem havido um processo de dispersão industrial por causa de um fator
denominado deseconomias de aglomeração.

Com a imensa aglomeração nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte inicia-se um processo contrário
de fluxo com o intuito de encontrar zonas menos inchadas e com melhores incentivos. A falta de espaço e o preço alto de
instalação, tem levado empresas industriais a se dispersarem no território. Muitos estados oferecem bons benefícios a essas
indústrias, com o intuito de se desenvolverem economicamente. Agora, analisaremos o processo de distribuição industrial no
Brasil a partir de seis setores: Metalúrgico, Químico, Madeira e Mobiliário, Têxtil, Industrial Automobilística e Minerais não-
metálicos.

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

HERANÇA COLONIAL: ARQUIPÉLAGO ECONÔMICO

O Brasil começou a ser explorado no século XVI, em um período no qual países europeus buscavam
especiarias (cravo-da-índia, noz-moscada, pimenta-do-reino, gengibre, açafrão, entre outras) e
ouro. Esse período ficou conhecido como Expansão Marítimo-Comercial (Séculos XV e XVI), ou
Grandes Navegações. Uma das consequências de se buscar riquezas fora do espaço europeu foi a
exploração e a colonização de territórios até então desconhecidos, como o continente americano,
onde se localiza o Brasil.

Como a maior parte das riquezas obtidas em terras brasileiras tinha como destino a metrópole e o
mercado externo, nosso primeiro modelo de organização econômica foi formado por “ilhas”
desconexas entre si e voltadas para o exterior, compondo o que chamamos de “arquipélago
econômico”.
Almeida, Lúcia Marina Alves de Voaz geografia: volume único: ensino médio / Lúcia Marina e Tércio . – 1
ed. – São Paulo: Ática, 2013.

89
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 90

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

MINERAIS METÁLICOS: São encontrados em escudos


antigos/cristalinos e são recursos naturais não-renováveis. São
utilizados na produção de metais puros para a indústria de capital
e de bens de consumo (materiais metálicos usados em
embalagens). São exemplos: Alumínio, Chumbo, Cobalto, Cobre,
Manganês, Ferro, Ouro, Zinco e etc.

MINERAIS NÃO-METÁLICOS: Eles são constituídos por metais, mas a exploração não é
motivada por isso. Exemplos: Argila, pedras, diversos sais, enxofre, carbono sob a forma
de grafite, pedras preciosas e semi-preciosas e etc.

Veja as figuras a seguir e interprete, depois observe a seu redor e confira se esse mapa representa a realidade. Converse com
seus colegas dentro da sala de aula ou nos fóruns, troque informações. Assista jornais e leia revistas, procure aplicar tudo o que
vimos aqui na prática, dessa forma você não precisará decorar e levará o que aprendeu para muito além da prova, pra vida. Bom
Trabalho!

No próximo capítulo falaremos de Urbanização, até mais!

Figura 30: Principais setores industriais: metalúrgico e químico.


Fonte: IBGE, Atlas Geográfico escolar, 5 eds. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

90
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 91

Figura 31: Principais setores industriais: Madeira e mobiliário, e Têxtil (IBGE, 2009).
Fonte: IBGE, Atlas Geográfico escolar, 5 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

91
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 92

Figura 32: Principais setores industriais: Indústria automobilística e Minerais não-metálicos (IBGE, 2009).
Fonte: IBGE, Atlas Geográfico escolar, 5 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

BIBLIOTECA DO GEÓGRAFO:

O RETORNO DO TERRITÓRIO (Milton Santos, 2005);

Acesse em:
http://www.geografia.fflch.usp.br/inferior/laboratorios/lab
oplan/artigos/santos_01.pdf.

92
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 93

2.3.9. RESUMO

CAPÍTULO 3: O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E O ESPAÇO INDUSTRIAL BRASILEIRO

CONCEITOS E TEMAS:

 Território Usado

 Território Normado

 Território como norma

SETORES DA ECONOMIA:

Setor Primário: Agricultura, pecuária e extrativismo

Setor Secundário: Indústria

Setor Terciário: Comércios e serviços

Setor Quaternário: Alta tecnologia

Setor Quinquenário: Capitais, como desenvolvimento do setor terciário.

INDÚSTRIAS

Quanto a produção:

Indústrias Extrativistas – Mineral, animal ou vegetal

Indústrias de Transformação – exceto reciclagem

Indústrias de Construção

Quanto ao destino da produção:

Indústrias de Base/ intermediária/pesada: Metalurgia, Siderurgia e Petroquímica

Indústrias de Capital/ Equipamentos: Produto final

Indústrias de Consumo/ Leves: Produto final direto para o consumo. Duráveis ou Não-duráveis.

Indústrias de Ponta: Conhecimento especializado

MODELOS DE PRODUÇÃO:

Taylorismo/Liberalismo

Fordismo/ Keynesianismo

Toyotismo/Neoliberalismo

INDÚSTRIA NO BRASIL:

Brasil Colonial: materiais manufaturados

Brasil Imperial: indústrias têxtil, de alimentos e de material de construção

Brasil Republicano: Café, borracha e crise de 29

O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO| Curso Preparatório Cidade 93


O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 94

Período Vargas: Período desenvolvimentista

Governo JK: Plano de Metas

Governos Militares: Milagre Econômico

Governos recentes: FHC, Lula e Dilma

Questões de Provas:

2013/2014 - 05

2011/2012 - 23

2009/2010 - 22

2009/2010 - 23

2008/2009 - 31

2007/2008 - 31

2006/2007 - 43

2005/2006 - 48

2005/2006 - 51

2005/2006 - 55

2004/2005 - 54

2004/2005 - 55

2004/2005 - 56

2003/2004 - 51

2003/2004 - 53

2003/2004 - 59

2002/2003 - 50

2002/2003 - 61

2002/2003 - 62

2006/2007 - 05

2007/2008 - 03

2008/2009 - 03

2014/2015 - 05

2014/2015 - 08

2015/2016 - 04

2015/2016 - 06

O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO| Curso Preparatório Cidade 94


O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 95

2.3.10. EXERCÍCIOS

1. (UECE) No 2º pós-guerra, grandes conglomerados dispersaram suas indústrias por países subdesenvolvidos, inclusive o Brasil.
Nestes países:

(A) Elevaram-se as dificuldades para o desenvolvimento, devido à exploração imperialista.


(B) Retraiu-se o mercado consumidor.
(C) As indústrias locais - públicas e privadas - se enfraqueceram em face da concorrência.
(D) Implantaram-se novas infraestruturas - energia, estradas, comunicação etc. E as cidades se ampliaram.

2. Analise a imagem.

O avanço dos meios de transporte e comunicação reduziram as distâncias entre os locais no mundo. O desenvolvimento destas
tecnologias permitiu alterações no padrão de localização das atividades econômicas uma vez que houve:

(A) Perda de influência dos países centrais em função das nacionalizações de empresas ocorridas nos países periféricos.
(B) Redução da importância em se localizar próximo aos recursos e matérias-primas necessárias para o processo produtivo.
(C) Reconcentração das atividades econômicas no mundo desenvolvido, já que os requisitos de localização permanecem
nestes países.
(D) Transferência das sedes das grandes corporações para os novos territórios produtivos visando um maior controle da
produção.
(E) Deslocamento das unidades de produção para os países periféricos, os quais apresentavam vantagens e menores custos.

3. (UFRJ) O índice de desemprego no Brasil, em 1998, chegou a marcas muito elevadas. A indústria, principalmente, empregou
um número cada vez menor de trabalhadores. Apesar da situação dramática, o governo federal procurou amenizar, afirmando
que houvera crescimento do emprego no setor de serviços. No contexto da economia nacional, porém, o crescimento apontado
pelo governo não satisfez porque:
(A) O setor é fragilizado pela economia informal.

95
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 96

(B) O setor terciário está estagnado.


(C) A atividade agrária precisaria alcançar crescimento semelhante.
(D) Esse crescimento também determina o crescimento da população urbana.
(E) O crescimento do setor secundário não garante a expansão do mercado de trabalho.

4. (UESC) A década de 1980 foi considerada a “década perdida” para a América Latina. A característica FALSA, com relação a
esta década, é:

(A) A economia pouco ou nada cresceu e as desigualdades sociais aumentaram significativamente.


(B) Países como Brasil, Argentina e México não conseguiram saldar seus compromissos internacionais e gastaram grande
parte de seus saldos comerciais no pagamento do serviço da dívida.
(C) Os investimentos na infraestrutura produtiva e nos programas sociais foram mínimos ou ausentes ao longo da referida
década.
(D) O desenvolvimento econômico dos países latino-americanos está no mesmo nível, sendo consequência do processo
iniciado na “década perdida”.
(E) Os países latino-americanos passaram por uma aguda crise econômica vinculada ao problema da dívida externa.

5. (UFPE) Com base na tabela abaixo é incorreto afirmar:

IDH/ PNB EXPECTATIVA DE ANALFABETISMO TAXA DE


ONU PER CAPITA VIDA AO NASCER ADULTO 1995 (%) MORTALI-
Países 1994 1994 DADE
(US$) (ANOS) INFANTIL
1994 (%)
Alemanha 0,920 25.580 76 - 06
Brasil 0,796 2.970 67 17 56
Paraguai 0,704 1.580 68 08 34
Índia 0,436 320 62 48 70
Moçambique 0,261 90 46 60 146

(A) A Alemanha está entre os países mais ricos do mundo, possuindo um índice de Desenvolvimento Humano bastante
elevado.
(B) O Brasil encontra-se numa situação geral intermediária, pois possui um PNB per capita mais próximo de países como o
Paraguai e apresenta um IDH mais elevado do que países africanos e asiáticos.
(C) A expectativa de vida na índia é relativamente elevada, considerando-se o seu baixo PNB per capita.
(D) Apesar de o Paraguai possuir PNB per capita menor do que o Brasil, sua população adulta apresenta uma das menores
taxas de analfabetismo em relação aos países em desenvolvimento considerados.
(E) Países da África, como Moçambique, estão entre aqueles que apresentam os menores índices de desenvolvimento
humano, apesar de esse dado não se refletir diretamente na taxa de mortalidade infantil.

6. (Uel) A partir dos anos de 1930, o Brasil intensificou seu processo de industrialização e, assim, a indústria superou a
agropecuária em termos de participação no PIB. Até os anos de 1980, o Estado atuou de forma decisiva nesse processo.

Com base nos conhecimentos sobre a participação do Estado no processo industrialização brasileira entre 1930 e 1980, é correto
afirmar que o Estado brasileiro:

(A) Investiu na chamada indústria de base, construiu infraestrutura nos setores de energia, transporte e comunicação e foi
responsável pela criação da legislação trabalhista.
(B) Priorizou o transporte ferroviário, estatizou as empresas do setor de bens de consumo, adotou legislação trabalhista
mais rígida em relação àquela que vigorou Vargas.
(C) Estatizou a indústria de bens de consumo duráveis, privatizou as empresas estatais de geração e distribuição de energia
elétrica, petróleo e gás natural e revogou a legislação trabalhista do período Vargas.
(D) Incentivou, por meio de privatizações, investimentos no setor de infraestrutura de transportes, tais como estradas e
hidrovias, e abriu o mercado interno à importação reduzindo barreiras alfandegárias.

96
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 97

(E) Abriu, por meio de parcerias, o mercado interno ao investimento especulativo estrangeiro nas áreas de seguridade
social, telecomunicações e finanças, facilitando a remessa de recursos financeiros para o exterior.

7. O gás de folhelho é o responsável pelos Estados Unidos passarem de importadores a exportadores de gás. Isso despertou o
interesse de vários países, entre eles o Brasil, por fontes não convencionais. Entretanto, a técnica empregada para extraí-lo,
injetando uma mistura de água, areia e produtos químicos em alta pressão, incomoda ambientalistas. Eles temem a
contaminação de lençóis freáticos pelo vazamento do gás e questionam o uso de aditivos na água utilizada no processo.
(http://goo.gl/RINKxh. Acesso: 01/02/2014. Adaptado)

O progressivo esgotamento das jazidas de combustíveis fósseis tem motivado a busca por alternativas para o prolongamento do
seu uso. Uma delas é o gás de folhelho, que se caracteriza:
(A) Pela quantidade reduzida de reservas, insuficientes para prolongar o uso dos combustíveis fósseis.
(B) Pelo baixo risco de exploração, dado que se trata de uma fonte energética limpa e sustentável.
(C) Pelo elevado potencial econômico, ressalvado pelos riscos ambientais ligados à sua extração.
(D) Pela ocorrência mais uniforme nos continentes, evitando disputas mais acirradas pelas fontes não renováveis.
(E) Pelo surgimento associado aos aquíferos, motivando temores sobre a contaminação das águas.

8. Considere as afirmativas e responda.

I. Foi resultado da estratégia de subsídios e investimentos inaugurada com a criação da SUDENE.


II. A implantação de um setor elétrico na bacia do São Francisco e a presença de mão-de-obra abundante e barata ajudaram
a atrair capitais do Centro-Sul.
III. A preferência por indústrias de alta capitalização e tecnologia avançada impediu a participação de capitais regionais e limitou
o emprego de mão de obra.

As afirmações I, II e III referem-se à implantação da atividade industrial no Nordeste Brasileiro.


Então:

(A) Nenhuma é verdadeira.


(B) Todas são verdadeiras.
(C) Apenas I e II são verdadeiras.
(D) Apenas I é verdadeira.
(E) Apenas II e III são verdadeiras.

9. O processo de industrialização do Nordeste iniciou-se na segunda metade do século XIX. No início do século XX, sofreu a
implantação de indústrias diferentes das até então existentes. A SUDENE reanimou o desenvolvimento industrial nordestino.

Assinale a alternativa correta que se relaciona às afirmações anteriores.

(A) A SUDENE criando novas indústrias nas décadas de 60 e 70 aumentou sensivelmente o número de empregos, nas
capitais nordestinas e reduziu as migrações para essas capitais.
(B) A SUDENE conseguiu reanimar as indústrias tradicionais, na primeira metade do século XX, incentivando a implantação
de fábricas de extração de óleo de sementes de algodão, de mamona e de oiticica que não sendo automatizadas
resolveram, em boa parte, a questão do emprego.
(C) A implantação de usinas de açúcar e de fábricas de tecidos ligadas à produção do algodão, do agave e caroá foi iniciada
apenas após a criação da SUDENE, na década de 1950.
(D) Apesar da SUDENE provocar um certo desenvolvimento industrial, não houve uma diversificação nos tipos de indústrias
do Nordeste, após a década de 1950, permanecendo a mesma estrutura industrial, baseada na manufatura de produtos
agrícolas.
(E) Incentivos fiscais contribuíram para a implantação de novas indústrias e a modernização de algumas das antigas, no
entanto, a SUDENE investindo mais em áreas que já apresentavam um certo dinamismo econômico, não minimizou a
pobreza nordestina e as migrações para as grandes cidades.
10. (Mackenzie) A partir da década de 60, o Nordeste passou a receber a ajuda do governo através de incentivos fiscais, os quais
não provocaram mudanças na sua estrutura porque:

97
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 98

(A) O campo não recebeu a devida atenção por parte dos fazendeiros, interessados apenas em usufruir diretamente os
benefícios.
(B) A nova indústria era voltada para a produção de insumos com destino às indústrias do Centro-Sul.
(C) As antigas usinas açucareiras absorveram a ajuda do poder público, não diversificando, desta forma, os recursos que
chegaram.
(D) A agroindústria da Zona da Mata não facilitou a geração de novos empregos, dando continuidade às migrações já
existentes.
(E) A transformação do antigo trabalhador em assalariado promoveu o aparecimento de uma classe que passou a viver
exclusivamente do poder público.

11. (Fatec) Recentemente tem-se dado grande destaque à instalação de várias indústrias no Nordeste brasileiro, muitas das quais
de capital estrangeiro: indústrias de bens de consumo (vestuário e calçados) no Ceará, montadoras de veículos na Bahia,
indústrias variadas que criam algumas centenas de empregos diretos e possibilitam muitos outros empregos indiretos.

Essa preferência do capital externo pelo Nordeste brasileiro deve-se, entre outros motivos:

(A) Ao fim das políticas de incentivos fiscais instituídas na época da SUDENE e à densa rede rodoferroviária da Região.
(B) À redução das diferenças regionais, graças ao processo de democratização do Estado e à existência de sindicatos de
trabalhadores fortes e atuantes.
(C) À existência de mecanismo de atração, como isenção de impostos, subsídios e incentivos fiscais, e à presença de mão-
de-obra abundante e pouco organizada do ponto de vista sindical.
(D) Ao atual momento econômico, que tem possibilitado a volta maciça dos migrantes nordestinos, com novos hábitos de
consumo, e à presença de ambulantes matérias-primas.
(E) Ao novo papel do Estado, cada vez mais distanciado do mercado, e à melhoria generalizada da qualidade da mão-de-
obra nordestina.

12. (UFRJ) A tendência à desindustrialização dos grandes centros urbanos tem traçado novos rumos para o desenvolvimento
regional. Indústrias tradicionais do Sul e do Sudeste se transferem para o Nordeste, buscando compensações.

Um fator de atração para esse deslocamento de indústrias em direção ao Nordeste é a:

(A) Mão de obra especializada


(B) Oferta de benefícios fiscais por parte dos governos estaduais nordestinos.
(C) Proximidade dos maiores centros consumidores do país.
(D) Existência de polos industriais com infraestrutura econômica e tecnológica.
(E) Presença das Metrópoles Nacionais.

13. (Fgv) Considere o gráfico apresentado a seguir.

Bahia: Estrutura da Indústria de Transformação (%) - 2001.

Fonte: www.sei.ba.gov.br/publicacoes/bahia dados.


Considerando as informações do gráfico e os conhecimentos sobre a evolução da indústria nordestina nas últimas décadas, pode-
se identificar com o um aspecto persistente:

98
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 99

(A) A dependência de matérias-primas importadas, limitando o desenvolvimento industrial dos setores que não necessitam
de grande investimento em máquinas e equipamentos. Como o químico e metalúrgico.
(B) As políticas de desenvolvimento regional, privilegiando os setores industriais químico e metalúrgico, nos quais há o uso
intensivo de mão-de-obra, como forma de diminuir as taxas de desemprego.
(C) A formação de “clusters”, combinando os polos tecnológicos formadores de mão-de-obra especializada, o Estado
produtor de infraestrutura e as indústrias modernas, voltadas para o mercado internacional.
(D) A existência de um setor terciário forte, sustentado pelas atividades ligadas ao turismo, que concorre com os empregos
industriais, oferecendo melhores salários que aqueles das indústrias tradicionais, como a alimentícia.
(E) As limitações do mercado regional, dificultando o desenvolvimento e a diversificação da estrutura industrial, apesar das
políticas de industrialização, via incentivos fiscais ou instalação de empresas estatais.

14. (Ufpe) Sob a ótica dos investidores, diversos aspectos podem justificar um maior investimento na região nordeste do Brasil.
Dentre esses aspectos, é correto citar:

1. ( ) A localização estratégica da região, que reduz os custos de exportação.


2. ( ) A baixa influência sindical nas empresas.
3. ( ) Os baixos custos com mão-de-obra.
4. ( ) O potencial de consumo regional.
5. ( ) O domínio de clima semiárido, na porção oriental, que facilita o extrativismo vegetal.

(A) V–V–V–V–F
(B) F–V–V–F–F
(C) V–V–F–V–V
(D) V–F–V–F–V
(E) V–V–F–V–F

15. (Ufrn) O fragmento a seguir refere-se ao Nordeste brasileiro, nas últimas décadas do século XX.

...mudanças importantes remodelaram a realidade econômica nordestina, questionando, inclusive, visões tradicionalmente
consagradas sobre a região. Nordeste região problema, Nordeste da seca e da miséria(...). Essas são apenas visões parciais sobre
a região nos dias presentes(...). Não revelam a atual e crescente complexidade da realidade econômica regional e não permitem
desvendar uma das mais marcantes características do Nordeste atual: a grande diversidade e acrescente heterogeneidade de
suas estruturas econômicas.
ARAÚJO, T. B. Entrevista. “Revista Proposta”. n. 82, set./nov. 1999.

A partir do fragmento textual, pode-se concluir que, no Nordeste:

(A) Existem polos econômicos dinâmicos, como as áreas de fruticultura irrigada e os complexos petroquímicos, convivendo
atualmente com as atividades agropastoris tradicionais.
(B) Permanecem, predominantemente, as estruturas econômicas tradicionais do complexo gado-algodão-agricultura de
subsistência.
(C) Prevalece o dinamismo das estruturas econômicas tradicionais das áreas produtoras de cacau e de cana-de-açúcar.
(D) Predominam, como polo de dinamismo econômico, as áreas de extração da carnaúba e do babaçu, convivendo
recentemente com os complexos agropastoris tradicionais.

16. (Unirio) Sobre a zona franca de Manaus podemos afirmar corretamente que:

(A) Seu parque industrial é dominado principalmente por modernas indústrias têxteis e alimentícias.
(B) Seu projeto industrial tem como base a proteção tarifária e, em sua estrutura dominam os capitais internacionais.
(C) Sua produção se destina basicamente a atender à demanda do mercado consumidor regional.
(D) Mesmo caracterizando-se como um polo industrial, a zona franca não chegou a promover um processo de expansão
urbana.

99
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 100

(E) Domina a utilização de matérias-primas regionais atendendo às necessidades do mercado consumidor.

17. (Unesp) Dentre os grandes projetos que objetivaram a integração da Amazônia, destaca-se o que visava à ocupação efetivadas
áreas fronteiriças, ao desenvolvimento de infraestrutura e valorização econômica e à demarcação de terras indígenas. A
descrição diz respeito ao Projeto:

(A) Calha Norte.


(B) Jari.
(C) Trombetas.
(D) Carajás.
(E) Tucuruí.

18. (Mackenzie) O projeto foi concebido no âmbito da geopolítica brasileira, como objetivo de implementar uma política especial
do Estado para proteger as fronteiras setentrionais do país. Visa combater o contrabando de metais preciosos, conter conflitos
entre garimpeiros (muitos deles com países vizinhos como a Venezuela), entre fazendeiros e indígenas e dar apoio às
comunidades locais e tribos indígenas, como os Ianomâmis.

Trata-se do:

(A) Projeto Radam.


(B) Projeto Sivam.
(C) Projeto Trombetas.
(D) Projeto Calha Norte.
(E) Projeto Carajás.

19. (Ufpel) Enquanto durou, o ciclo da borracha (1890-1910) promoveu o enriquecimento da região amazônica, na época o único
produtor desse material no mundo. Em 1876, sementes da seringueira brasileira foram transplantadas para as colônias
britânicas do sudeste asiático, e logo sua produção superou a do Brasil.

Analise as afirmativas sobre a cultura da borracha no Brasil.

I. A atual posição do Brasil, de país urbano industrial, faz com que a borracha não esteja entre os produtos de extrativismo
vegetal que representam uma importante atividade econômica para a população amazônica.
II. A necessidade da borracha como matéria-prima das fábricas europeias, em plena Revolução Industrial, criou uma
aristocracia rural e transformou cidades, como Manaus, em importantes polos econômicos e culturais na Amazônia.
III. Durante a 2ª Guerra Mundial, a borracha encontrou uma nova fase de produção, abastecendo a indústria estadunidense, o
que conferiu destaque para a Amazônia. Depois disso, a região produtora de borracha no Brasil também voltou a chamar a
atenção com a morte do seringalista Chico Mendes, em 1988.
IV. Atualmente, a região amazônica não apresenta focos de violência, e a borracha atende as necessidades internas de
consumo, sem precisar de importação, apesar de ser extraída de forma rudimentar e ser uma atividade que subsiste em
condições adversas.
V. Na época da riqueza dos seringais, foram gerados muitos conflitos de fronteiras entre Brasil e Bolívia, os quais só foram
resolvidos através do acordo estruturado pelo diplomata Barão de Rio Branco. Esse acordo deu ao Brasil o controle sobre
as florestas no Acre, sem pagamento de indenização.

Estão corretas apenas:

(A) I, III e IV.


(B) I, II e III.
(C) II, III e V.
(D) I, IV e V.
(E) II, IV e V.

2.3.11. EXERCÍCIOS DE PROVA

100
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 101

1. (EsFCEx 2002/2003) “Graças ao progresso da ciência e da técnica e à circulação acelerada de informações, geram-se as
condições materiais e imateriais para aumentar a especialização do trabalho nos lugares. Cada ponto do território modernizado
é chamado a oferecer aptidões específicas à produção. É uma nova divisão territorial, fundada na ocupação de áreas até
então periféricas e na remodelação de regiões já ocupadas. ”
(SANTOS, 2001. Pág. 105)

Considerando o texto acima e a realidade do espaço industrial brasileiro, é correto afirmar que:

(A) Com o rearranjo do trabalho industrial no Brasil, a região Sul, devido às suas economias de aglomeração, perde espaço
para a região Nordeste, que se apresenta fiscalmente mais atrativa aos estabelecimentos industriais.
(B) A nova divisão do trabalho industrial, no Brasil, não é acompanhada por uma nova repartição geográfica, pois permanece
o modelo concentrado, apenas remodelado.
(C) A reorganização industrial na Região Concentrada, é evidenciada pela emigração de estabelecimentos da Região
Metropolitana de São Paulo, para estados sulinos e para o interior do próprio estado.
(D) Em virtude da modernização dos equipamentos técnicos e a remodelação dos arcabouços normativos, estruturas
técnicas e políticas articulam-se para manter a concentração industrial na região metropolitana de São Paulo.
(E) As novas possibilidades técnicas e as novas regulamentações para a exploração do setor petroquímico, mantiveram a
Bahia como área periférica neste setor, pois das 23 empresas líderes em 1974, só restaram 6 em 1996.

2. (EsFCEx 2004/2005) “O subdesenvolvimento industrializado significou uma mudança nas relações da divisão internacional do
trabalho, permitindo que ele entrasse, como associado comercial das indústrias multinacionais, na concorrência internacional
dos mercados de produtos industrializados. ”
(ROSS, 2001, p. 346)

Sobre o processo de industrialização brasileira, o texto acima refere-se à (ao):

(A) Processo de substituição das importações, iniciado nos anos de 1930, que inseriu o Brasil na segunda Revolução
Industrial, resultante de uma política nacionalista de desenvolvimento autônomo.
(B) Expansão do fordismo periférico, com a expansão de fronteiras para as transnacionais no mundo, que no Brasil teve a
sua gênese no Plano de Metas, momento em que deixou para trás o modelo agroexportador e consolidou uma economia
urbano-industrial.
(C) Cristalização do modelo industrial baseado no capital nacional, nos conglomerados transnacionais e no capital estatal,
no qual as empresas de capital estatal dominavam a produção de bens de consumo duráveis, as transnacionais
dominavam a produção de bens de consumo não duráveis e o estado atuava no setor de bens de produção.
(D) Crise estrutural do modelo econômico nas áreas centrais do capitalismo, criando uma grande estagnação interna, cuja
alternativa foi expandir-se para fora na busca de novos mercados consumidores, baseado no regime de acumulação
fordista.
(E) NDA

3. (EsFCEx 2005/2006) Sobre a industrialização brasileira, é correto afirmar que:

(A) A indústria da região sul concentra quase dois terços da força de trabalho e mais de dois terços do valor da produção.
(B) A região sul é a principal beneficiada pelo processo de descentralização industrial.
(C) Na região sudeste, o Estado do Espírito Santo apresenta o crescimento mais significativo do setor secundário.
(D) A distribuição espacial da indústria brasileira registra forte concentração na região centro-oeste.
(E) A região nordeste é a principal beneficiada pelo processo de descentralização industrial.

4. (EsFCEx 2006/2007) Analise a afirmativa abaixo e, a seguir, assinale a alternativa que preenche corretamente às lacunas em
branco, respectivamente.

(...) inserida em uma política de , que perdurou até o começo da década de 70, a industrialização
brasileira contava apenas com a instalação de indústrias de , e amplo predomínio de
, até o início da Segunda Guerra Mundial.

101
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 102

(A) Substituição de importação; base; investimentos estatais.


(B) Substituição de importação; bens de consumo não duráveis; investimentos de capital privado nacional.
(C) Produção complementar; bens de consumo duráveis; investimentos de capital internacional.
(D) Substituição de importação; bens de capital; investimentos estatais.

5. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo sobre o processo de industrialização no Brasil e, a seguir, assinale a
alternativa correta.

I. Muitas das economias externas necessárias à atividade industrial, como centrais elétricas, usinas siderúrgicas e estradas,
entre outras, foram feitas à custa dos investimentos do Estado brasileiro.
II. A aceleração do processo de substituição das importações do Brasil, a partir da II Guerra Mundial, revelou que as economias
externas do Sudeste já apresentavam condições para produzir bens de consumo duráveis.
III. A política de descentralização industrial, promovida pelo Estado brasileiro, foi motivada por uma necessidade de integração
territorial e potencialização dos fluxos migratórios inter-regionais.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente II está correta.
(C) Somente I e II estão corretas.
(D) Somente II e III estão corretas
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

6. (EsFCEx 2002/2003) Observação: Os itens abaixo referem-se ao mapa I.

Legenda
Polos automotivos;

Baseado no conceito de descentralização concentrada, o fenômeno cartografado apresentado no mapa I, NÃO corresponde à
(ao):

(A) Concentração espacial das indústrias automobilísticas no eixo centro-sul do Brasil, em razão da forte presença de fatores
de deseconomias de aglomeração.
(B) Subordinação dos investimentos aplicados para fins de descentralização industrial, a partir da década de 70, às
necessidades dos mercados regionais.
(C) Tendência de descentralização do parque industrial brasileiro, motivado pelas deseconomias de aglomeração.
(D) Concentração tradicional das economias de aglomeração para indústria brasileira.
(E) Predomínio das opções locacionais para a implantação de industriais nos eixos tradicionais.

102
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 103

7. (EsFCEx 2003/2004) A criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), em 1960, foi o ponto de
partida de um projeto de desconcentração industrial baseado no planejamento estatal. Sobre a industrialização moderna do
Nordeste resultante desse planejamento, analise as afirmativas abaixo:

I. Na Bahia, essa estratégia resultou numa alteração estrutural na economia baiana, deixando de ser baseada em atividades
agroexportadora, passando a um modelo urbano-industrial.
II. Em escala regional, as estratégias de industrialização desenvolvidas pela SUDENE promoveram uma descentralização
industrial concentrada nas metrópoles.
III. Os incentivos da Sudene contribuíram para a formação de um importante polo têxtil no Ceará.
IV. Em Pernambuco, as atividades industriais que pré-dominaram foram as de produção de bens intermediários, na região
metropolitana.

Com base na análise, pode-se afirmar que:

(A) Somente a I está correta.


(B) Somente a II e a IV estão corretas.
(C) Somente a III e a IV estão corretas.
(D) A I, a II e a III estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

8. (EsFCEx 2004/2005) Observe o gráfico abaixo:

Os elementos do gráfico a seguir e seus conhecimentos sobre a atividade industrial no Brasil permitem afirmar que:

(A) Entre os anos de 1990 e 2000, os estados que tradicionalmente se destacavam na atividade industrial superaram a crise
dos anos 80 e voltaram a crescer.
(B) O estado de São Paulo, desde os anos 80, vem apresentando uma queda da produção industrial e deixou de ser o maior
centro secundário do país.
(C) Os estados da Região Sul apresentam um dinamismo industrial que contrasta com o das demais regiões.

103
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 104

(D) Minas Gerais é o único estado do Sudeste que apresentou crescimento na década de 90.
(E) A diminuição da produção industrial carioca deve-se ao processo de descentralização por que passou o Rio de Janeiro,
quando suas fábricas migraram para São Paulo.

9. (EsFCEx 2004/2005) Considere as afirmativas abaixo:

I. As atividades industriais e a elevada concentração populacional nas grandes cidades produzem volumosas quantidades de
resíduos sólidos, líquidos e gasosos que a natureza por si só não consegue absorver.
II. As concentrações urbanas com alta densidade de edificações, a elevada impermeabilização do solo causada pela
pavimentação das ruas e do calçamento e a colocação de pisos nos quintais, associado a poucas e pequenas extensões de
áreas verdes, contribuem para acentuar o escoamento das águas pluviais e causar inundações.
III. No Brasil, o desenvolvimento do álcool, como combustível alternativo, implementou a atividade industrial, sobretudo no
Estado de São Paulo. Houve um forte incremento industrial e até reduziu a poluição. Entretanto, para produzir o álcool
geram-se grandes quantidades de bagaço de cana e vinhoto que poluem os rios.

Sobre os impactos ambientais causados pela atividade industrial, relacionam-se entre si as afirmativas:

(A) Somente a I e a II se relacionam.


(B) Somente a II e III se relacionam.
(C) Somente a I e III se relacionam.
(D) Todas se relacionam.
(E) Nenhuma se relaciona.

10. (EsFCEx 2005/2006) Analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta:

I. Nas últimas décadas, o Sudeste brasileiro começou a sentir os efeitos das deseconomias de aglomeração que atingem
as regiões industriais tradicionais, traduzidas pelas desvantagens comparativas, em relação a outras regiões.
II. O Brasil não vive um processo de desconcentração industrial, mas de descentralização concentrada, conectando Sudeste
ao Nordeste.
III. Os polos econômicos do Sudeste, e em especial a metrópole paulista, perderam a hegemonia econômica, pois além da
redução da atividade industrial, diminuiu seu papel na centralização financeira.
IV. A localização da indústria não se define unicamente pelos mecanismos da economia de mercado, dependendo também
de uma política de Estado, a exemplo da localização dos centros siderúrgicos estatais no Vale do Aço mineiro.

(A) Somente a I está correta.


(B) Somente a I, II e a III estão corretas.
(C) Somente a II e a III estão corretas
(D) Somente a I e a IV estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

11. (EsFCEx 2005/2006) Sobre a desconcentração industrial verificada no Brasil na última década do século XX, é correto afirmar
que:

(A) A globalização da economia, através das privatizações, induz o desenvolvimento da atividade industrial em todo o
território.
(B) A elevação da escolaridade dos trabalhadores torna todo o território nacional atraente para novos investimentos
industriais.
(C) O processo de desconcentração espacial das indústrias paulistas gerou um surto de industrialização, equilibrando a
produção industrial por regiões.
(D) As regiões tendem a se especializar em poucos setores da atividade econômica.
(E) A desconcentração espacial das indústrias foi uma estratégia para superar a agricultura incipiente de algumas regiões.
12. (EsFCEx 2009/2010) Sobre as consequências da descentralização industrial ocorrida no Brasil a partir da década de 1970,
pode-se afirmar que:

104
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 105

(A) O Sudeste apresentou um aumento expressivo de indústrias com certificação ecológica.


(B) O Centro-Oeste foi a região que apresentou os maiores ganhos locacionais.
(C) O Norte aparece como destaque na abertura de postos de trabalho.
(D) O Sul apresentou o melhor desempenho relativo na geração de empregos.
(E) O Nordeste foi a região que mais se beneficiou deste processo.

13. (EsFCEx 2006/2007) A sociedade capitalista na sua fase industrial, baseada na produção e consumo em massa, deixou, ao
longo do século XX, transformações na natureza e consequentes marcas no espaço geográfico. Sobre os impactos
ambientais urbano-industriais é correto afirmar:

(A) No século XX o Brasil se urbanizou e industrializou de forma concentrada no eixo Rio de Janeiro e São Paulo,
concentrando nessas duas cidades os seus problemas ambientais e permitindo que no processo de relocalização
industrial da década de 1970 os impactos ao ambiente já não fossem sentidos.
(B) Na transformação que faz de recursos naturais em produtos para o consumo, a indústria gera diversos tipos de poluição,
dentre eles se destaca a chuva ácida, um processo que decorre da concentração de componentes ácidos na atmosfera
global e que atinge a todo o planeta.
(C) O Efeito Estufa, fenômeno natural, tem sido intensificado pela ampliação da emissão de “gases estufa” da sociedade
urbano-industrial, o Brasil contribui para esse fenômeno, por exemplo, com as queimadas de vegetação, com os gases
dos veículos automotores e com a poluição atmosférica das indústrias.
(D) As ilhas de calor são um típico fenômeno que decorre da concentração urbana e do consumo industrial, elas acontecem
em grandes cidades e determinam uma menor temperatura no centro em detrimento às periferias em função da menor
retenção do calor e da concentração de água sobre a superfície, face à impermeabilização dos solos.
(E) A inversão térmica é um impacto ambiental que tende a atingir, no verão, a todas as cidades industriais da faixa
temperada do mundo. No Brasil esse fenômeno é evidente em cidades como São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre.

14. (EsFCEx 2013/2014) Com relação à criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) na década de
1950, é correto afirmar que:

(A) Propôs para a região Nordeste do Brasil ações voltadas para a criação de uma política de planejamento e de investimento
na infraestrutura produtiva e na reordenação da distribuição de terras.
(B) Implantou no Brasil, a partir de experiências da CEPAL, uma visão oligopolista do mercado voltada para a concentração
regional a partir da região Nordeste.
(C) Implantou no Brasil uma ampla política clientelista de combate à seca na região Nordeste.
(D) Inaugurou no Brasil um novo conjunto de políticas regionais voltadas exclusivamente para obras hidráulicas contra as
secas.
(E) Serviu de base para a implantação e execução do II do Plano Nacional de Metas e Investimentos no Brasil.

15. (EsFCEx 2006/2007) Sobre as regiões brasileiras e as especializações territoriais produtivas, é correto afirmar:

(A) A inserção da indústria automobilística em Camaçari (BA) permite afirmar que o Nordeste compõe a Região Concentrada
do país.
(B) A economia industrial da Amazônia é complementar à economia nordestina.
(C) A dinamização da economia amazônica, resultante da produção de eletroeletrônicos na zona Franca de Manaus, denota
uma tendência ao deslocamento da centralidade econômica brasileira para a capital do estado do Amazonas.
(D) A pré-existência de densidades técnicas na Região Concentrada do Brasil faz desta área a de mais intensa divisão
territorial do trabalho.
(E) A agricultura pouco modernizada do Centro-Oeste brasileiro gera impedimento à integração da região à economia
globalizada.

16. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo sobre o processo de industrialização no Brasil e, a seguir, assinale a
alternativa correta.

105
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 106

I. Muitas das economias externas necessárias à atividade estradas, entre outras, foram feitas à custa dos investimentos do
Estado brasileiro.
II. A aceleração do processo de substituição das importações do Brasil, a partir da II Guerra Mundial, revelou que as economias
externas do Sudeste já apresentavam condições para produzir bens de consumo duráveis.
III. A política de descentralização industrial, promovida pelo Estado brasileiro, foi motivada por uma necessidade de integração
territorial e potencialização dos fluxos migratórios interregionais.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente II está correta.
(C) Somente I e II estão corretas.
(D) Somente II e III estão corretas
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

17. (EsFCEx 2008/2009) A partir da década de 70 do século passado, o Brasil passa por um movimento de transformação da
produção industrial. Sobre este processo de transformação, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa
correta.

I. A produção industrial tornou-se mais complexa e estendeu-se para novas áreas do Sul e alguns pontos do Centro-Oeste,
Nordeste e Norte (Manaus).
II. No período compreendido entre 1970 e 1990, a região Sul desponta como ganhadora de investimentos na área industrial.
III. O crescimento de indústrias do setor de alimentos como a Ceval e a Sadia, cria na região Sul um locus de grandes
empresas.
IV. A desconcentração industrial no Brasil provocou a diluição da hegemonia econômica do Sudeste como centro de decisão.

(A) Somente I e III estão corretas.


(B) Somente I, II e III estão corretas.
(C) Somente II e IV estão corretas.
(D) Somente II, III e IV estão corretas.
(E) Todas afirmativas estão corretas.

18. (EsFCEx 2014/2015) Sobre a formação da chamada Região Concentrada no Brasil, pode-se dizer que:

(A) Formou-se a partir de investimentos do Estado na região Norte via criação da Zona Franca de Manaus.
(B) É fruto do acúmulo de capitais via polo têxtil e produção de energia no Nordeste.
(C) É reflexo das dinâmicas do capital, oriundas da expansão mecanizada da produção de soja e algodão nas regiões Centro-
Oeste e Sudeste.
(D) É fruto do acúmulo das dinâmicas industriais nas regiões Sudeste e Sul.
(E) Estruturou-se a partir de investimentos oriundos da produção de café nas regiões Sudeste e Norte.

19. (EsFCEx 2014/2015) Marque a alternativa correta. Com relação à expansão e modernização da produção industrial no Brasil,
pode-se dizer que:

(A) Se modernizou e expandiu exclusivamente a partir da imigração estrangeira entre os séculos XIX e XX.
(B) Iniciou-se a partir da quebra da economia açucareira no século XIX.
(C) Iniciou-se efetivamente a partir da crise econômica mundial em 1929.
(D) Se consolidou a partir de investimentos de grandes bancos ingleses e chineses no Brasil.
(E) Expandiu para o interior do país a partir de investimento de Estado entre os séculos XIX e XX.

20. (EsFCEx 2015/2016) À medida que a indústria se tornava o eixo da economia brasileira – processo consolidado a partir da
década de 1950, quando a economia do país passou a ser cada vez mais controlada pelas transnacionais a agricultura ficava
mais dependente e internacionais. Nesse sentido, é possível afirmar que, apesar da modernização pela qual a economia
brasileira passou, bem como pela forma como se deu esse processo, a agricultura no país ainda apresenta características
herdadas do período colonial, tais como:

106
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 107

(A) Predominância da produção de gêneros alimentícios, destinados aos mercados domésticos.


(B) Importante participação dos produtos do agronegócio em nossa pauta de exportação.
(C) Máxima utilização econômica do espaço geográfico brasileiro para fins agrícolas.
(D) Predomínio da agricultura intensiva, particularmente nas regiões Norte e Nordeste.
(E) Concentração das atividades produtivas na agricultura familiar e para fins de subsistência.

21. (EsFCEx 2015/2016) Dentre as razões para a dispersão do parque industrial brasileiro de forma regional e também no território
nacional, é correto afirmar que esse fato deveu-se à (ao)

(A) Retirada da infraestrutura por parte do Estado de áreas historicamente deprimida.


(B) Busca de mão de obra organizada e de baixos salários, fora dos centros tradicionais.
(C) Aumento da guerra de lugares, que reduzem impostos e oferecem vantagens de logística.
(D) Alocação das atividades nas áreas próximas às grandes metrópoles, em razão da renda da terra.
(E) Saída das regiões próximas às de produção agrícola e do entorno das cidades médias.

22. (EsFCEx 2016/2017) Analise as afirmativas sobre a inserção da economia brasileira no capitalismo monopolista do pós II
Guerra Municipal, colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F, quando se
tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) A dívida externa foi serveramente reduzida e a economia nacional teve picos de crescimento.
2. ( ) A produção industial cresceu fortemente e aprofundou o processo de nacionalização das empresas.
3. ( ) Houve expressivo crescimento da dívida e dependência do financiamento externo.

(A) V–V–F
(B) V–F–V
(C) F–V–F
(D) V–F–V
(E) F–F–V

23. (EsFCEx 2017/2018) Contemporaneamente, aos fatores tradicionais de localização das atividades industriais no território, em
escala nacional e regional, somam-se concessão de terrenos para instalação de fábricas e isenções totais ou parciais de
impostos. Marque a alternativa correta que indica como esses fatores em conjunto são conhecidos:

(A) Desconcentração concentrada


(B) Guerra fiscal
(C) Dispersão produtiva
(D) Especialização produtiva
(E) Dispersão industrial

24. (EsFCEx 2018/2019) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas abaixo.

A (s) , ocorrida (s) logo após os anos de 1950 e mais fortemente no período do (a) , deu-se (deram-
se) em função da entrada de muito capital e de tecnologia proveniente das .

(A) Técnicas agrícolas – “milagre econômico” – Américas.


(B) Industrialização brasileira – “cruzada econômica” – Américas.
(C) Globalização – “cruzada econômica” – Américas.
(D) Globalização – “cruzada econômica” – grandes empresas multinacionais.
(E) Industrialização brasileira – “milagre econômico” – grandes empresas multinacionais.

25. (EsFCEx 2019/2020) A respeito da industrialização brasileira, é correto afirmar que

107
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 108

A) a região Nordeste foi beneficiada pelo processo de descentralização industrial, originada pelo afrouxamento das
reinvindicações sindicais nessa região.
B) a concentração industrial na região Centro-Sul do país se deu principalmente pela acumulação de capitais propiciada pela
cafeicultura, pela substituição do trabalho escravo por assalariado e pelo crescimento do mercado consumidor interno.
C) um fator importante no processo de descentralização industrial no país é a guerra fiscal, que consiste em um certo tipo
de competição entre as indústrias para se instalarem em determinada região, visando garantir o acesso a recursos
específicos e à venda para mercados consumidores maiores ou com maior poder aquisitivo.
D) a lavoura cafeeira paulista foi fundamental para a acumulação de capitais do Estado e futuro investimento industrial,
principalmente por não ter empregado trabalho escravo e, assim, por desenvolver rapidamente o maior mercado consumidor
do país.
E) a indústria brasileira teve início com a produção de bens de consumo não duráveis, como automóvel, máquina de lavar
roupas, televisão, entre outros equipamentos.

108
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 109

2.4. URBANIZAÇÃO

A urbanização pode ser entendida como o desenvolvimento de cidades. As cidades, como vimos no capítulo anterior, se
desenvolvem de acordo com o crescimento industrial que tende a diminuir o contingente populacional no campo (através do
êxodo rural). A medida que grupos se deslocam para assumir postos de trabalho nas indústrias inicia-se o processo de
urbanização. Cidades que começam pequenas podem tornar-se verdadeiras metrópoles. Um país é denominado urbanizado
quando mais de 50% da população vive nas cidades (no Brasil a porcentagem é de 80%).

2.4.1. CONCEITOS E TEMAS: URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO URBANO

É um equívoco comum, livros, revistas e outras publicações, confundirem urbanização com crescimento urbano, na realidade são
dois processos interligados, mas distintos.

O crescimento urbano consiste na expansão das cidades e pode existir sem que, necessariamente, haja urbanização. Esta só
ocorre quando o crescimento urbano é superior ao rural, ou seja, quando há migrações rural-urbanas e a população das cidades
aumenta proporcionalmente em relação à do campo. Em alguns países desenvolvidos, como o Reino Unido, a urbanização já
cessou, passando a haver apenas um limitado crescimento urbano, que decorre, em parte, do crescimento natural da população
das cidades e, em parte, da imigração. Nesse país, a população urbana já chegou aos 92% do total e prevalece uma situação
estável entre a cidade e o campo, com visível diminuição da migração rural-urbana, que, por vezes, chega a ser inferior à migração
urbano-rural. A urbanização, portanto, tem um limite, ponto final, ao passo que o crescimento das cidades pode continuar
indefinidamente. Um bom exemplo é Cingapura, Estado-Nação com uma única cidade e sem meio rural. Logo, sua população
urbana é de 100%, mas existe crescimento urbano, ou seja, crescimento da população da cidade e, concomitantemente uma
renovação urbana. Não existe mais urbanização, visto que não há migrações do campo para a cidade.

Nesse capítulo entenderemos como a urbanização e o crescimento urbano tem se desenvolvido em âmbito nacional e
internacional. Mas para não perdermos o costume, antes é fundamental compreender alguns conceitos. Vamos lá?!

2.4.2. HIERARQUIA URBANA

Para caracterizar as cidades utilizamos diversas nomeações como: cidades pequenas, cidades médias, cidades grandes,
metrópoles, megalópoles, cidades globais e etc. Isso tudo está relacionado a HIERARQUIAS. Mas quais são os critérios que
diferenciam as cidades?

De acordo com Milton Santos: “As diversas frações da cidade se distinguem pelas diferenças das respectivas densidades
técnicas e informacionais. Os objetos técnicos de alguma forma são o fundamento dos valores de uso e dos valores de
troca dos diversos pedaços da cidade”. Isso quer dizer que, para classificar as cidades, é importante, em primeiro lugar,
compreender como se distribuem as técnicas e as informações. Em outras palavras, o urbano pode ser caracterizado pela
intensidade de ação do meio técnico-científico-informacional. Em segundo lugar, é fundamental conhecer a demografia da área.

CIDADES PEQUENAS: são aquelas com no mínimo 20 mil habitantes e no máximo 100 mil;

CIDADES MÉDIAS: são as que tem o contingente populacional acima de 100 mil habitantes;

CIDADES GRANDES: são assim classificadas quando possuem população maior que 500 mil
moradores.

109
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 110

AÇÃO DO MEIO
TÉCNCO-
CIENTÍFICO-
INFORMACION
AL
DEMOGRAF
IA

HIERARQUIA URBANA

Nesse processo de hierarquização urbana, a medida que cidades grandes se desenvolvem, melhorando suas infraestruturas e
influência podem tornar-se METRÓPOLES. Estas são cidades-mães que possuem uma vasta interlândia. As metrópoles podem
ser divididas em:

1) Metrópoles (Ex: Belém, Manaus, Goiânia, Salvador, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre etc.)

2) Nacionais (Ex: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo)

3) Globais (Ex: São Paulo)

Quando cidades começam a avizinhar-se, inicia-se um processo de CONURBAÇÃO. As periferias urbanas de diferentes cidades
se aproximam formando uma continuidade do espaço urbano. É um processo de sobreposição física e socioeconômica dos espaços
de dois ou mais sítios urbanos.

EM
CIDAD CIDAD
CIDAD PROCESSO
DE E E
EA CONURBAÇÃO

B A
CONURBAÇÃO

O desenvolvimento dos sistemas de transporte e informação entre as cidades que passam pelo processo de conurbação faz surgir
uma REGIÃO METROPOLITANA (RM).

A metrópole e os municípios circunscritos vivenciam uma espécie de desenvolvimento integrado. Esse conceito foi criado em 1972
durante a ditadura militar como uma forma de desconcentração do desenvolvimento. Em 1973, nove (9) regiões metropolitanas
foram implementadas: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre e Belém. Vale
ressaltar que, inicialmente, a constituição de uma RM era feita pela federação mas hoje é de responsabilidade estatal e por isso
temos um número bem mais elevado (há uma grande diferença entre elas por causa disso).

Quando metrópoles conurbam, temos a formação de MEGALÓPOLES. No mundo temos alguns exemplos como TOKAIDO (entre
Tokyo e Hokaido) no Japão e SANSAN (entre San Francisco e San Diego), CHIPITTS (entre Chicago e Pittisburgh – região dos
grandes lagos) e BOSWASH (entre Boston e Washington) nos EUA. Veja a imagem ao lado.

110
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 111

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

INTERLÂNDIA – Área de influência dos serviços de uma cidade


(pode ir além dos limites territoriais da cidade).

Figura 33: Megalópoles de Boswash (1), Chipitts (2), e San-San (3).

Algumas cidades não são caracterizadas por contingente populacional, como é caso das CIDADES GLOBAIS que foram definidas
pela geógrafa Saskia Sassen. Elas são concebidas como cidades mundiais que tem serviços de comunicabilidade muito
desenvolvidos e com atuação em nível global. Não precisam ser muito grandes mas são altamente conectadas. A interlândia das
cidades globais não se estabelece por uma continuidade territorial mas por redes virtuais e por isso não necessariamente se
verifica uma grande mancha urbana nessas zonas.

Já as MEGACIDADES é um termo utilizado como definição de uma cidade com aglomeração urbana de mais de 10 milhões de
habitantes e com rápido processo de urbanização. Na atualidade as megacidades englobam algo em torno de um décimo da
população urbana do mundo e tem como características, assim como as grandes metrópoles que surgiram, polarizam o comércio,
o conhecimento, a indústria e a cultura.

Como exemplos das megacidades podemos citar Nova Iorque, São Paulo, Paris, Lodres e Tóquio e que também são consideradas
cidades globais pela Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC), pois se interligam de maneira intensa a
outros centros de influência econômica mundial.

Na última década, tem-se verificado um evidente crescimento das megacidades em países subdesenvolvidos, porém essas
enfrentam sérios problemas e entre eles podemos citar: poluição, a falta de saneamento básico, congestionamentos, violência
urbana, entre outros.

São divididas em três grupos: Alfa (Londres, Nova Iorque, Paris, Tóquio, Los Angeles, Chicago, Frankfurt e Milão; Beta (San
Francisco, Sidney, São Paulo, Cidade do México e Madrid) e Gama (Pequim, Boston, Washington, Munique, Caracas, Roma, Berlim,
Amsterdam, Miami e Buenos Aires).

No Brasil temos cidades pequenas, cidades médias, metrópoles, regiões metropolitanas, uma megalópole em formação (entre RJ
e SP pelo vale do Paraíba) e uma cidade global que é SP.Além disso, temos 3 RIDE’s (Região Integrada de Desenvolvimento
Econômico) que são assim classificadas por serem zonas de integração que abarcam municípios de mais de um estado da
federação. A RIDE nível 1 que temos é o DF e seu entorno composto por municípios de MG e GO.

111
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 112

MODELO ANTIGO DE RELAÇÃO ENTRE AS CIDADES

Métropole Metrópole Centro


Nacional Regional Regional

Cidade
Local Vila

O modelo antigo da hierarquia urbana, a relação entre os diversos níveis é estática e vertical. Note que a metrópole nacional,
para exercer sua influência sobre a vila, precisa de vários intermediários. Já no modelo novo, a influência das maiores cidades
sobre as menores se dá de forma direta, sem a necessidade de intermediários.

É importante compreender algumas outras informações sobre o caso brasileiro.

CPF

A menor unidade com autonomia administrativa no Brasil é o MUNICÍPIO. De acordo com o Art 18, § 4º, da Constituição
Federal: “A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal”.

A Lei Orgânica Municipal é a norma pela qual se regerá o Município, respeitados os princípios da Constituição Federal e da
Constituição do respectivo Estado.É também denominada “Constituição do Município” e é elaborada pela Câmara Municipal.

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL – Leia os artigos 29 e 30 sobre as


competências dos municípios.

112
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 113

A cidade é a sede do município e no Brasil ambos têm o mesmo nome. Por exemplo, o município de Goiânia contém a cidade de
Goiânia, mas não significa que toda a extensão territorial municipal é revestida por áreas urbanizadas. Muitos municípios têm
zonas rurais rodeando a cidade sede (que contém a maior parte da população).

Agora, vamos conhecer um pouco da história da urbanização no Brasil. Lembrem-se que é fundamental trazer os seus
conhecimentos sobre industrialização adquiridos no capítulo 3.

2.4.3. A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

Até 1950, 64% dos brasileiros viviam no campo. Descrito como essencialmente agrícola, o país tinha uma economia de base
agroexportadora, ou seja, a produção agrícola era destinada à exportação. A partir da década de 1950, por causa do processo
de industrialização, a urbanização no país começou a aumentar. Esse novo setor da economia necessitava de uma organização
espacial e social, uma vez que a população aumentava devido ao êxodo rural e ao crescimento vegetativo. Por isso, as cidades
cresceram e com elas as atividades econômicas tipicamente urbanas como comércios e serviços – o setor terciário.

Em 1950, a população urbana correspondia a 36% do total de habitantes do país. Em 1960, a população das cidades ainda era
minoritária: 45% do total. Em 1970, 56% dos brasileiros já viviam em núcleos urbanos, destacando-se como a década em que o
Brasil passou a ser urbanizado. As décadas seguintes assistiram à explosão da população urbana: índices de 68% em 1980, 75%
em 1991 e 81,2% no ano 2000. Em 2006 a taxa de urbanização era estimada em 83,3%.

Dentre as causas que levaram o Brasil a esse rápido processo de urbanização, podemos citar:

1) Causas atrativas: Processo de industrialização a partir de 1930 e a atração exercida pela cidade sobre os habitantes no
meio rural.

2) Causas repulsivas: êxodo rural, baixos salários, precárias condições de vida no campo e estrutura fundiária arcaica.

Observe os mapas seguintes da migração interna a partir da segunda metade do Século XX.

113
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 114

Figura 34: Migração interna brasileira: (1950-1970); (1970-1990); (1990).

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

O Brasil é um país de cidades novas. A maior parte de seus núcleos urbanos surgiu no século passado.
Há cidades, entretanto, que já existem há bastante tempo. Coevas dos primeiros tempos da
colonização, algumas delas já ultrapassaram inclusive a marca do quarto centenário. Poucas são as
cidades brasileiras, entretanto, que ainda apresentavam vestígios materiais consideráveis do
passado. (ABREU,1998)

2.4.3.1. A URBANIZAÇÃO E O ÊXODO RURAL

O ritmo de crescimento da população urbana é 2,5 vezes superior ao da população rural, apesar das taxas de natalidade dos que
habitam nas cidades serem inferiores. Portanto, a elevação da população urbana, elemento responsável pelo processo de
urbanização ainda em curso e de forma bastante intensa no mundo subdesenvolvido, é decorrente da transferência em grande
quantidade da população do campo para a cidade. De acordo com Milton Santos, os determinantes do êxodo rural são múltiplos,
podendo ser: de ordem política nos períodos de guerras e revoluções; de ordem demográfica em países de crescimento
demográfico maciço, como a Índia e a China e de ordem econômica, por causa do desequilíbrio econômico cada vez maior
entre a cidade e o campo.

A queda mundial dos preços dos produtos agrícolas, o protecionismo de mercado, dos países desenvolvidos e, em certos casos,
a mecanização contribuíram para acelerar o processo de migração da população rural em direção às cidades. Na América Latina,
a estrutura fundiária concentradora constitui um fator relevante ao êxodo rural. Podemos dizer que são causas do êxodo rural
no Brasil:

a) busca de empregos com melhor remuneração;

b) mecanização da produção rural;

c) fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc.);

d) busca por acesso a educação para os filhos;

e) busca por acesso aos serviços urbanos (hospitais, transportes, etc.).

114
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 115

O êxodo rural é uma realidade em todos os países do mundo, mas o que se vê como problema não é a transferência da população
rural para a cidade, mas a incapacidade do Estado em garantir qualidade de vida para essa população. Considera-se errado falar
de urbanização no Brasil durante a época colonial, quando ocorreu na verdade um crescimento de cidades, pois a população rural
cresceu tanto quanto a urbana, e às vezes até mais.

2.4.4. CARACTERÍSTICAS ATUAIS DA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

O Brasil tem uma economia industrial e urbana, sendo caracterizado como um país urbano-industrial.A urbanização torna-se cada
vez mais acelerada, mostrando a velocidade das transformações sofridas pelo país que, no entanto, não atingem todas as áreas
do território nacional e nem toda a população.

Antes de discutirmos conceitos sobre o atual processo de urbanização é importante conhecermos alguns aspectos legais. Em
2001 o presidente Fernando Henrique Cardoso criou o ESTATUTO DA CIDADE que regula o espaço urbano nacional e cria
instrumentos. Todo município com mais de 20.000 habitantes deve ter seu PLANO DIRETOR que regule e organize o
desenvolvimento da cidade. Em 2002 o presidente Lula criou o Ministério das Cidades que se dedica a regulação do espaço
urbano.

1) Atualmente o Brasil vem passando por um processo de DESMETROPOLIZAÇÃO = crescimento menos acelerado das
metrópoles em relação as cidades médias. Esse processo está totalmente vinculado a DESINDUSTRIALIZAÇÃO que vem
ocorrendo nas metrópoles. O surgimento de novos lugares atrativos para a atividade industrial ocasiona o deslocamento de
pessoas dos grandes centros nacionais para as áreas emergentes e desse modo a taxa de crescimento nesses últimos acabam
sendo maiores que os primeiros.

Rede Urbana Brasileira

Devido o processo de integração dos mercados possibilitado pela Globalização a rede urbana brasileira vem passando por um
grande processo de transformação nos últimos anos. As cidades ligadas umas as outras estão em contínuo processo dinâmico e
assumem a sua importância na rede de acordo com sua circulação, consumo, produção e os diversos aspectos das relações
sociais.

Até a década de 1970, a rede urbana do Brasil se caracterizou por uma menor complexidade funcional dos seus centros urbanos,
logo um pequeno grau de articulação entre os centros urbanos, com interações espaciais com predomínio regional, devido a
existência de padrões espaciais simples.

A partir desse período, as modificações, que caracterizarão a rede urbana do Brasil são a continuidade da criação de novos
núcleos urbanos e a complexidade funcional desses e também a articulação mais intensa entre centros e regiões acarretando
assim a complexidade dos padrões espaciais e novas formas de urbanização. A rede urbana reforça e reflete as características
dos contextos econômicos, políticos e socioculturais da própria realidade em sua complexidade.

115
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 116

Figura 35: Hierarquia urbana.

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

A verdade é que ultimamente as relações entre as cidades brasileiras estão bem mais integradas, as
cidades não estão mais inseridas, somente, na economia regional. “Trata-se, em toda parte, de uma
rede urbana que sofreu o impacto da globalização, na qual, cada centro, por minúsculo que seja,
participa, ainda que não exclusivamente, de um ou mais circuitos espaciais de produção” (SANTOS,
1988).

Dica Geográfica:

Os itens vão induzi-los a pensar que o SUDESTE perdeu a sua supremacia e isso NÃO é verdade.
Além disso, fique atento porque muitas questões de provas anteriores fazem vocês pensarem que
o Nordeste, Norte ou Centro-Oeste foram os maiores beneficiados desse processo, mas na verdade
foi a região SUL!!

116
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 117

2) MACROCEFALIA URBANA - Refere-se ao crescimento desordenado de cidades. Verifica-se essa desordem quando uma
grande cidade está rodeada por espaços vazios. É muito característico do Brasil principalmente fora do Sudeste.

CIDADE CIDADE
B
A

Figura 36: MACROCEFALIA

3) A TERCIARIZAÇÃO DA ECONOMIA ocorre quando há uma grande concentração da população no setor terciário que
é típico do meio urbano. Um dos motivos é o desenvolvimento da tecnologia no campo que leva os profissionais a irem
para a cidade em busca de emprego. A maioria se aloja no setor de comércios e serviços.

Figura 37: Mecanização no campo.


Fonte: http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/20 16/07/a-maior-colheitadeira-do-mundo.html .

2.4.5. OS PROBLEMAS URBANOS

A rapidez no processo de urbanização gerou um crescimento acentuado e desordenado (macrocefalismo urbano) das cidades.

117
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 118

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

A produção do espaço, seja o da rede urbana, seja o intraurbano, não é o resultado da “mão
invisível do mercado”, nem de um Estado hegeliano, visto como entidade supraorgânica, ou de um
capital abstrato que emerge de fora das relações sociais. É consequência da ação de agentes sociais
concretos, históricos, dotados de interesses, estratégias e práticas espaciais próprias, portadores
de contradições e geradoras de conflitos entre eles mesmos e com outros segmentos da sociedade.
(CORRÊA, ROBERTO, 2014, p. 43)

Aliado ao grande contingente populacional e à falta de emprego, a urbanização trouxe para as cidades uma série de problemas,
tais como:

1) Especulação imobiliária: é a reserva de bens imóveis ou até o subuso, tendo em vista a expectativa de valorização
mercadológica.

Figura 38: Especulação imobiliária.

2) Desemprego nas cidades: o trabalhador do campo não tem as qualificações exigidas pelo mercado de trabalho urbano e,
por isso, permanece desempregado ou ingressa no trabalho informal (ambulantes, vigilantes de carro e etc.). Há um aumento
da ocupação irregular do solo urbano (favelas, cortiços) porque as cidades não estão preparadas para receber esse novo
contingente humano. Não há investimento em infraestruturas para atender a demanda humana e por isso ocorre um
estrangulamento dos serviços urbanos (hospitais e escolas), causando a redução da qualidade do atendimento.

118
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 119

Figura 39: Tráfego e (Tráfico) “Na mobilidade urbana”

3) Submoradia e Favelização

Figura 40: Favelização.

119
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 120

4) Ausência de espaços verdes: A retirada de árvores para construções em concreto aumenta a temperatura térmica do
lugar além de possibilitar o escoamento superficial que causa alagamentos e sérios problemas para a população local. O
problema específico da retirada de vegetação se soma a carente infraestrutura das cidades e os desastres são inúmeros.

Figura 41: Selva de pedra.

5) Carência de infraestruturas urbanas

Figura 42: Enchentes urbanas

120
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 121

6) Violência urbana

Figura 43: Charge

7) Inchaço ou hipertrofia do setor terciário

Figura 44: Circuito inferior da economia urbana.

Nessas páginas, pudemos compreender bem como funciona a urbanização e como o Brasil está envolvido nesse processo, através
também do entendimento de conceitos-chave neste universo de analise do fenômeno urbano. No próximo capítulo, falaremos
sobre os sistemas de transporte que estão completamente interligados à cidade.

121
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 122

2.4.6. RESUMO

CAPÍTULO 4: URBANIZAÇÃO

Conceitos e temas:

 Urbanização

 Crescimento Urbano

 Conurbação

 Interlândia

Hierarquia Urbana: (diferença das densidades técnicas e informacionais)

 Cidades Pequenas – 20 mil a 100 mil habitantes

 Cidades Médias – Acima de 100 mil habitantes

 Cidades Grandes – Acima de 500 mil habitantes

 Metrópoles: Regionais / Nacionais e Globais

 Região Metropolitana

 Megalópoles: Conurbação de Metrópoles

 Cidades Globais: Com alcance global

 RIDE’s: Região Integrada de Desenvolvimento Econômico

Urbanização e Êxodo Rural –

 Relação Urbanização com Industrialização

 1950: 36% dos brasileiros viviam na cidade

 1960: 45% dos brasileiros viviam na cidade

 1970: 56%

 1980: 75%

 1991: 81,2%

 2006: 83,3%

Características atuais:

 Estatuto da Cidade

 Plano Diretor

 Desmetropolização/ Desindustrialização

 Macrocefalia Urbana

 Terceirização da Economia

Problemas Urbanos:

122
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 123

 Especulação Imobiliária

 Desemprego

 Submoradia e Favelização

 Ausência de espaços verdes

 Carência de infraestrutura

 Violência

 Hipertrofia

Questões de Provas:

2012/2013 - 18

2010/2011 - 22

2010/2011 - 29

2008/2009 - 32

2007/2008 - 32

2007/2008 - 28

2006/2007 - 42

2006/2007 - 44

2005/2006 - 49

2004/2005 - 48

2004/2005 - 59

2003/2004 - 56

2003/2004 - 58

2002/2003 - 52

2007/2008 - 04

2008/2009 - 04

2010/2011 - 09

2011/2012 - 04

2012/2013 - 03

2015/2016 - 02

2015/2016 - 08

123
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 124

2.4.7. EXERCÍCIOS

1. (UFMS) O crescimento das cidades tem provocado problemas à população, relacionado ao ambiente natural. Assinale a
alternativa que contém os três tipos de fenômenos relacionados a alterações climáticas e crescimento das cidades:

(A) Enchentes urbanas, violência urbana, ilhas de calor;


(B) Ilhas de calor, inversões térmicas, enchentes urbanas;
(C) Congestionamento de automóveis, enchentes urbanas, inversões térmicas;
(D) Crise habitacional, enchentes urbanas, ilhas de calor;
(E) Crise ecológica, ilha de calor, desemprego.

2. (UFBA) O meio ambiente urbano é caracterizado por condições físicas extremamente alteradas, ao tempo em que são criadas
novas condições geoecológicas.
Com base nessa concepção e nas alterações ambientais e suas consequências, pode-se afirmar:

I. A redução da permeabilidade da superfície e a verticalização do espaço, introduzidas no solo urbano, provocam um aumento
considerável do escoamento superficial, o que favorece as inundações nas partes mais baixas e reduz a circulação e a
velocidade do vento.
II. A ampliação desordenada dos espaços urbanos, aliada à ausência de uma infraestrutura adequada, nas áreas periféricas,
constitui fator responsável pela degradação ambiental, repercutindo na baixa qualidade de vida da população.
III. O aumento das temperaturas médias, associado a uma grande quantidade de edificações e de poluentes em suspensão,
ocasiona a formação de ilhas de calor e frequentes episódios de desorganização espacial.
IV. O intenso assoreamento do leito dos rios e o lançamento de canais efluentes proporcionam maior vazão às águas correntes
e contribuem para sua progressiva despoluição.
V. A vulnerabilidade do solo aos processos erosivos, devido à ocupação desordenada particularmente nas encostas, propicia o
surgimento das chamadas “áreas de risco”.
VI. A expansão imobiliária, reduzindo a cobertura vegetal, provoca a atenuação das temperaturas locais e um significativo
aumento da evapotranspiração.
VII. A grande concentração de indústrias poluidoras em torno das metrópoles acarreta uma modificação no regime das chuvas
e um aumento significativo nas horas de insolação.

(A) Apenas I, II e III estão corretas.


(B) Apenas IV, V e VI estão corretas.
(C) Apenas III, IV e V estão corretas.
(D) Apenas I, II, III e V estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

3. (UnB-DF/Modificada) As cidades caracterizam-se por um conjunto complexo de atividades, relacionadas ao desenvolvimento


da moderna sociedade urbano-industrial. No Brasil, a urbanização segue alguns aspectos singulares quanto ao seu
desenvolvimento. A cerca desse processo, julgue os itens.

I. Coma abolição da escravatura, a economia brasileira iniciou o processo de expansão do trabalho assalariado, desenvolvendo
um sistema agroexportador territorialmente concentrado e comandado pelas cidades, sem proporcionar relações de
integração territorial, inter-regionais e Inter setoriais.
II. No processo brasileiro de urbanização, as cidades constituíram-se como lugares de afluxo das correntes migratórias e de
desenvolvimento do setor terciário, concentrando o emprego nos ramos de serviços e de atividades informais.
III. A urbanização no Brasil desenvolveu-se principalmente a partir de um processo de terceirização, como consequência dos
efeitos induzidos pela atividade industrial existente e pelas mudanças estruturais de produção no campo.
IV. A concentração das atividades nas metrópoles teve origem nos investimentos provenientes do Estado para a organização
do território, implantando infraestruturas que constituíram instrumento essencial do desenvolvimento urbano-industrial, em
pontos seletivos do território.
V. Todas as anteriores estão erradas.

(A) Somente I está correta.

124
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 125

(B) Somente III e IV estão corretas


(C) Somente II e III estão corretas
(D) Somente II e IV estão corretas
(E) Somente V está correta

4. (UFRN - Adaptada) A análise das figuras abaixo permite que se afirme:

(A) O esquema clássico representa a nova concepção de relações dentro da rede urbana, que segue uma hierarquia
crescente, em função dos avanços tecnológicos nos transportes e nos serviços.
(B) O esquema atual representa uma nova concepção de hierarquia urbana, em que a cidade local pode se relacionar
diretamente com a metrópole nacional, uma vez que os fluxos já não são mais escalonados.
(C) O esquema clássico representa modelo industrial de hierarquia urbana, no qual os centros menores polarizam os
maiores.
(D) O esquema atual demonstra o escalonamento crescente dos fluxos de serviços, mercadorias e informações como parte
integrante da hierarquia urbana.

5. (Cesgranrio) “(...) Estatísticas criminais no Brasil são precárias e manipuláveis. Servem para tudo, para aumentar ou diminuir
os índices de violência. De quatro em quatro anos a violência se torna o tema eleitoral mais importante, inexplicavelmente
acima da saúde, educação, alimentação e emprego. ”
Fonte: Editorial - “Jornal do Brasil” - 02/09/94

A violência no Brasil, especialmente no meio urbano-metropolitano, já há alguns anos, vem-se tornando alvo de promessas
eleitorais que valorizam o uso de repressão policial como solução definitiva para o problema. A questão, porém, parece ser mais
complexa, conforme se verifica na cidade do Rio de Janeiro, onde a violência:

(A) Se distribui de modo homogêneo pelo espaço urbano.


(B) Se relaciona à atuação do crime organizado em comunidades marcadas pela precariedade da ação do Estado.
(C) Apresenta níveis iguais entre as diversas comunidades e classes sociais.
(D) É fruto unicamente de abusos das autoridades policiais, que se mostram mal equipadas e treinadas.

125
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 126

(E) Tem sua origem nos meios de comunicação que cultuam e mistificam a agressividade humana, valorizando-a como
mercadoria.

6. (FGV)“A demanda por espaços provocou um super crescimento das cidades, tanto vertical como horizontalmente. O preço
mais alto do solo urbano fez com que empresários imobiliários, para diluí-lo, buscas sem cada vez mais a redução da cota-
parte dos terrenos, ou seja, fez com que os edifícios subissem em altura arranhando cada vez mais os céus urbanos
brasileiros.”
(CAMPOS FILHO, Candido Malta. CIDADES BRASILEIRAS SEU CONTROLE OU O CAOS).

Esseprocessodeproduçãodoespaçonasgrandescidadessugerecomoresultantenatural:

(A) O melhor aproveitamento do solo urbano associado a um conviver mais fácil com a violência que assola as cidades.
(B) O aproveitamento melhor da infraestrutura de serviços urbanos existentes, sem necessidade de ampliar o volume
oferecido.
(C) A necessidade de um melhor zoneamento urbano, impedindo que se produzam a saturação e o congestionamento dos
serviços oferecidos à população.
(D) A não expansão horizontal da cidade, que obrigaria a criação de novas redes de serviços urbanos.
(E) A expansão da verticalização para as áreas periféricas das regiões metropolitanas, melhorando a infraestrutura de bens
e serviços oferecidos e produzindo um maior bem-estar às populações.

7. (Fuvest) A continuidade espacial de várias áreas urbanas, fenômeno conhecido como conurbação, pode desencadear
mudanças climáticas em escala local, algumas delas já detectadas em cidades brasileiras. As mais significativas são:

(A) A supressão da brisa urbana e a redução da pluviosidade.


(B) O aumento da umidade relativa e o desaparecimento das inversões térmicas.
(C) A diminuição da insolação e a redução da temperatura.
(D) A diminuição da nebulosidade e a melhor distribuição da pluviosidade ao longo do ano.
(E) A formação das “ilhas de calor” e o aumento da nebulosidade.

8. (Fuvest) No Brasil, as favelas, embora localizadas em sítios diferenciados, apresentam como característica comum:

(A) O seu caráter periférico, ocupando sempre os limites da mancha urbana.


(B) O fato de serem uma ocorrência essencialmente ligada às grandes áreas metropolitanas do Sudeste e do Nordeste.
(C) As habitações de baixo custo, construídas em terrenos de posse definitiva, localizados em loteamentos organizados e
destinados às populações de baixa renda.
(D) A ausência de preocupação com o meio ambiente urbano em razão da natureza desordenada da ocupação, realizada
em terrenos públicos ou de terceiros.
(E) O fato de estarem estruturalmente associadas a bairros tradicionais degradados, com reutilização intensiva de velhos
casarões mantidos pela especulação imobiliária.

9. (Pucsp) ”Os ecossistemas são ambientes naturais que se caracterizam pela autossuficiência, isto é, produzem tudo o que
necessitam consumir.

Uma floresta, por exemplo, é formada de vegetais, produtores de alimentos, em quantidade suficiente para a alimentação de
todos os seres-animais ou vegetais que a habitam. (...) Há assim, uma reciclagem, uma troca constante de matérias dentro d o
próprio ecossistema. Por isso dizemos que ele é autossuficiente. Não há necessidade de se introduzir nenhum material de fora
nem de retirar subprodutos.

Mas na cidade não é assim. Ela não é autossuficiente. Necessita de uma porção de matérias-primas que vêm de fora, e geram
uma série de subprodutos que precisam ser eliminados, sobpena de causar a poluição de todo o sistema. ”
Branco, Samuel Murgel. ECOLOGIA DA CIDADE São Paulo, Moderna,1991.

126
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 127

Verifique quais das afirmações a seguir que reforçam a ideia principal do texto. Em seguida, escolha a alternativa que contém as
afirmações corretas.

1. As cidades são áreas de consumo e de processamento de matérias-primas e produzem, por consequência, uma grande
quantidade de resíduos que, se não tiverem tratamento adequado, vão comprometer a qualidade de vida de suas populações.
2. A manutenção de reservas de área verde nas cidades é fundamental para a amenização do “efeito estufa”, pois a vegetação
consome uma grande quantidade de gás carbônico no seu processo de fotossíntese.
3. A única solução encontrada até hoje para o destino de todo o lixo urbano é a dos aterros sanitários, apesar de serem estes
os principais responsáveis pela contaminação dos mananciais, comprometendo a qualidade das águas.

(A) Apenas 1.
(B) Apenas 2.
(C) 1 e 2.
(D) 1, 2 e 3.
(E) 2 e 3.

10. (Ufmg) Leia a afirmativa.

Na década atual, as grandes cidades brasileiras apresentaram as mais elevadas taxas de crescimento e se constituíram, portanto,
nas principais responsáveis pelo aumento da população urbana.
Essa afirmativa está:

(A) CORRETA, pois as grandes metrópoles continuam a atrair a maior parte dos habitantes que abandonam o meio rural e
mostram, ainda, tendência ao aumento da taxa de crescimento nos próximos anos.
(B) CORRETA, pois, enquanto as demais categorias de cidades apresentaram um aumento relativo de habitantes pouco
significativo, as grandes cidades registraram taxas de crescimento superiores a todas as expectativas levantadas.
(C) INCORRETA, pois, ao contrário dos anos 80, quando os grandes centros foram os que mais cresceram e contribuíram
para o aumento da população urbana, na atual década, as cidades médias assumiram esses papéis.
(D) INCORRETA, uma vez que, nos últimos anos, houve um decréscimo da população das megacidades brasileiras,
resultante do grande número de pessoas que deixou essas cidades em razão da violência.

11. (UFRN) A partir da década de 70, a população brasileira tornou-se predominantemente urbana. Dentre outros fatores,
contribuiu para essa realidade o(a):

(A) aparecimento das agrovilas,


(B) Surgimento de superpopulação no meio rural,
(C) Diversificação do mercado urbano, possibilitando a absorção total da mão de obra rural,
(D) Deslocamento da mão de obra rural para as cidades, em virtude da modernização da agropecuária

12. (UFRJ) O índice de desemprego no Brasil, em 1998, chegou a marcas muito elevadas. A Indústria, principalmente, empregou
um número cada vez menor de trabalhadores. Apesar da situação dramática, o governo federal procurou amenizar, afirmando
que houvera crescimento do emprego no setor de serviços. No contexto da economia nacional, porém, o crescimento apontado
pelo governo não satisfez por que:

(A) O setor é fragilizado pela economia informal.


(B) O setor terciário está estagnado.
(C) A atividade agrária precisaria alcançar crescimento semelhante.
(D) Esse crescimento também determina o crescimento da população urbana.
(E) O crescimento do setor secundário não garante a expansão do mercado de trabalho.

127
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 128

2.4.8. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2001/2002)

Alagados
Todo dia
O sol da manhã vem e lhes desafia
Traz um sonho pro mundo quem já não queria
Palafitas, trapiches, barracos
Filhos da mesma agonia
E a cidade
Que tem braços abertos num cartão-postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhes nega oportunidade
Mostra a face dura do mal
Alagados, Trenchtow, Favela da Maré
A esperança que não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
(Herbert Vianna/ Bi Ribeiro/ João Barone)

A letra musical aborda o tema complexo da estrutura urbana. Analise as afirmativas abaixo:

I. A letra musical acima se refere à materialização espacial da pobreza urbana, típica, essencialmente, dos grandes centros
urbanos brasileiros.
II. Dentre os fatores responsáveis pela cristalização da realidade apresentada na letra musical, inclui-se a renda fundiária
dos centros urbanos.
III. Dados do IBGE apontam para o fato de que de 1996 para cá, a renda per capita nas cidades médias brasileiras aumentou
3%. No caso das periferias das grandes cidades, a renda caiu 3% acentuando os problemas ambientais urbanos.
IV. Dentre os problemas ambientais urbanos não se inclui o fenômeno apresentado na letra musical, uma vez que este se
caracteriza por ser unicamente um problema social.

Com base na análise, assinale a alternativa correta.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente II e IV estão corretas.
(C) Somente III e IV estão corretas.
(D) Somente I, II e III estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

2. (EsFCEx 2002/2003)

Asserção Razão
Ocorre, no Brasil, um fenômeno paralelo de Porque As regiões metropolitanas, onde se diversifica e
desmetropolização e de metropolização, pois ao avoluma o trabalho, conhecem uma aceleração e
mesmo tempo crescem as cidades grandes e médias. aprofundamento de uma série de processos
econômicos e sociais.

Da análise do quadro I é correto afirmar:

(A) Asserção errada, razão correta.


(B) Asserção correta, razão correta, e a razão justifica a asserção.

128
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 129

(C) Asserção correta, razão errada.


(D) Asserção correta, razão correta, mas a asserção não justifica a razão.
(E) Asserção e razão erradas.

3. (EsFCEx 2003/2004) Em 2001, eram legalmente reconhecidas vinte e umas regiões metropolitanas no Brasil. Sobre estas, é
correto afirmar que:

(A) Todas apresentam uma expansão horizontal e consequente conturbação com outras regiões metropolitanas, a exemplo
do Rio de Janeiro e de São Paulo.
(B) Polarizam o país inteiro e estão diretamente ligadas aos fluxos mundiais.
(C) São administradas por Conselhos Consultivo e Deliberativo, centralizando as decisões no prefeito do município-sede.
(D) A dissociação entre os poderes estadual e municipal favorece a administração dos recursos provenientes da arrecadação
dos impostos.
(E) Correspondem a um conjunto de municípios integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços
públicos e infraestruturas comuns.

4. (EsFCEx 2003/2004) A região do Vale do Paraíba, entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, caracteriza-se por ser uma
área continuamente urbanizada. A explicação para tal fenômeno é que nessa região ocorre o fenômeno geográfico conhecido
por:

(A) Metropolização.
(B) Conurbação.
(C) Rede Urbana.
(D) Terciarização espacial.
(E) Urbanização.

5. (EsFCEx 2006/2007) A metropolização brasileira se dá também como “involução”. O dito processo de involução metropolitana
significa:

(A) Diminuição da mancha urbana das metrópoles brasileiras em razão da dispersão espacial das classes médias.
(B) Aumento da pobreza nas metrópoles brasileiras como resultado da escassez de investimentos públicos em infraestrutura.
(C) Redução do número de municípios componentes das Regiões Metropolitanas, visando a otimização das Políticas Públicas.
(D) Aumento de contingentes populacionais sem qualificação educacional ou profissional nas metrópoles brasileiras.
(E) Diminuição da circulação de capitais e a consequente redução do crescimento econômico das metrópoles em relação
ao território como um todo.

6. (EsFCEx 2006/2007) Sobre a organização interna das cidades brasileiras, analise as afirmativas abaixo, colocando entre
parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F quando se tratar de uma afirmativa falsa. A
seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) As carências de serviços geram especulação, pela valorização diferencial das diferentes áreas do território urbano.
2. ( ) Os lugares de residência obedecem uma lógica especulativa, posto que as pessoas abonadas alojam-se onde haja maior
conveniência, segundo os cânones de cada momento, incluindo-se a moda.
3. ( ) As atividades mais dinâmicas se instalam nas áreas mais privilegiadas.
4. ( ) O tamanho das grandes cidades brasileiras tem relação direta com o fenômeno da especulação.

(A) V; F; V; V.
(B) V; F; F; V.
(C) V; V; V; V.
(D) V; V; F; F.
(E) V; V; V; F.

129
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 130

7. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo acerca do processo de urbanização no Brasil e, a seguir, assinale a
alternativa correta.

I. A partir da década de 50 do século passado estabelece-se uma tendência à aglomeração da população em cidades com
mais de 20 mil habitantes, conduzindo a um processo de urbanização concentrada e posterior metropolização.
II. As regiões metropolitanas, criadas em 1972, tem, no Brasil do século XXI, grande importância administrativa, mas pequena
atratividade demográfica, sendo responsáveis por percentuais inferiores a 20% da população nacional, uma marca da
interiorização da nossa urbanização.
III. O processo de desmetropolização, em curso no Brasil, reflete a busca por qualidade de vida nas pequenas cidades e leva a
um decréscimo demográfico nas metrópoles.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente II está correta
(C) Somente I e III estão corretas.
(D) Somente I e II estão corretas.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

8. (EsFCEx 2009/2010) A partir da década de 1980, a cidade de São Paulo, passou por um processo de perda relativa da sua
participação industrial para outras regiões do Estado de São Paulo e do Brasil. Pode ser associado a esta afirmativa a(s):

(A) Sua transição para cidade informacional.


(B) Crise tecnológica do final da década de 1980.
(C) Ascensão de centros que rivalizaram o seu poder.
(D) Constantes greves de trabalhadores do setor industrial.
(E) Homogeneização do desenvolvimento nacional.

9. (EsFCEx 2009/2010) O desenvolvimento capitalista brasileiro criou condições para tornar a cidade de São Paulo uma metrópole
com grande poder de centralização, devido a característica de:

(A) Ter se conurbado com a cidade do Rio de Janeiro, passando à condição de megalópole.
(B) Ser a única cidade brasileira integrada a uma rede mundial de cidades.
(C) Ser uma metrópole econômica e ter a contiguidade moderna.
(D) Ter uma grande representação parlamentar e ser a Região Metropolitana com o maior número de municípios.
(E) Ter uma população acima de 10 milhões de habitantes, em crescimento acelerado, e abrigar mais da metade dos
estabelecimentos agroindustriais do país.

10. (EsFCEx 2010/2011) Considera-se característica histórica da urbanização brasileira:

(A) Um processo que se ampara na Teoria das Localidades Centrais.


(B) Cidades interioranas que nasceram a partir de necessidades administrativas
(C) Aglomerações que sempre se basearam na exploração de matas e florestas.
(D) Cidades que se voltavam muito mais para o exterior do que para o território nacional;
(E) Localizações que buscaram a integração nacional como forma de defesa do território.

11. (EsFCEx-2005) Segundo a ONU, das 19 megacidades do mundo (metrópoles com mais de 10 milhões de habitantes), 15 estão
em países subdesenvolvidos e, resultantes do elevado crescimento, apresentam graves impactos ambientais, como exemplos:
poluição do ar atmosférico, poluição do solo, problemas com o lixo sólido, poluição das águas, etc. Com base nesta afirmativa,
assinale a alternativa incorreta:

(A) O fenômeno das “ilhas de calor” tem como uma das causas a alta capacidade de absorção de calor de muitas superfícies
urbanas, como paredes de cimento e ruas asfaltadas.
(B) A impermeabilização dos solos aumenta o volume e a velocidade de escoamento das águas superficiais, ocasionando
menor caudal dos rios por ocasião das precipitações.

130
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 131

(C) Embora a água das chuvas tenha normalmente certo teor de acidez, as chamadas chuvas ácidas são resultantes das
precipitações em locais onde a atmosfera está saturada por gases expelidos pelas indústrias e pelos veículos
automotores.
(D) Nos ambientes urbanos, a inversão térmica, que ocorre geralmente no inverno, ocasiona a retenção de poluentes nas
camadas mais baixas da atmosfera.
(E) A manutenção de reservas de área verde nas cidades é fundamental para a amenização do “efeito estufa”, pois a
vegetação consome uma grande quantidade de gás carbônico no seu processo de fotossíntese.

12. (EsFCEx 2008/2009) O quadro abaixo apresenta dados de temperatura (T) e precipitação (P) de três cidades brasileiras. Com
base nesses dados, analise as proposições abaixo colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa
verdadeira e a letra F quando se tratar de afirmativa falsa e, a seguir, assinale a alternativa que contém a sequência correta.

Dados climáticos de três cidades brasileiras de 1961-1990

Cidade 1 Cidade 2 Cidade 3


Mês T(°C) P(mm) Mês T(°C) P(mm) Mês T(°C) P(mm)
Jan 26,7 248 Jan 22,1 118 Jan 26,1 260

Fev 23,6 261 Fev 21,9 137 Fev 26,0 288


Mar 25,9 283 Mar 20,4 128 Mar 26,1 313
Abr 26,3 268 Abr 17,4 97 Abr 26,3 300

Mai 26,1 109 Mai 14,8 113 Mai 26,3 256


Jun 24,0 25 Jun 12,2 149 Jun 26,4 114
Jul 26,0 13 Jul 12,2 157 Jul 26,5 87

Ago 25,7 12 Ago 12,7 151 Ago 27,0 58


Set 28,4 17 Set 14,3 141 Set 27,5 83

Out 29,0 18 Out 16,5 127 Out 27,6 126


Nov 28,7 65 Nov 19,5 122 Nov 27,3 183
Dez 28,0 126 Dez 21,7 101 Dez 26,7 217

Totais 318,4 1.445 Totais 205,7 1.541 Totais 319,8 2.285

1. ( ) A cidade “1” e a cidade “2” tem médias de precipitação semelhantes, portanto tem o mesmo clima.
2. ( ) A cidade “1” e a cidade “3” tem seus totais de temperatura com variação de 0,14°C, sendo pertencentes a mesma
classificação climática.
3. ( ) As temperaturas mínimas apresentadas pela cidade “2” permitem afirmar que ela provavelmente enfrenta os efeitos das
massas polares.
4. ( ) Pelas médias de temperatura e pluviosidade a cidade “3” deve estar localizada na zona tropical.
5. ( ) Os índices pluviométricos apresentados pela cidade “1”, permitem dizer que ela apresenta algum grau de semiaridez.

(A) F–F–V–V–F
(B) F–V–V–V–F
(C) F–F–V–V–V
(D) F–F–F–V–V
(E) V–F–V–V–F

13. (EsFCEx 2013/2014) As chamadas cidades do agronegócio no Brasil são cidades:

(A) Antigas que no passado serviram como ponto de comércio entre regiões brasileiras.
(B) Localizadas em áreas metropolitanas que fornecem equipamentos técnicos para atividades agrícolas.
(C) Que surgiram do processo de expansão da fronteira agrícola e se especializaram em suprir demandas especificas do
agronegócio.

131
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 132

(D) Formadas em terras de grandes fazendas do agronegócio e voltadas para atender diretamente as demandas regionais
dos trabalhadores das fazendas.
(E) Que apresentam boa qualidade de vida, infraestrutura sanitária e equilibrada distribuição de renda entre a população.

14. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo acerca do processo de urbanização no Brasil e, a seguir, assinale a
alternativa correta.

I. A partir da década de 50 do século passado, estabelece-se uma tendência à aglomeração da população em cidades com
mais de 20 mil habitantes, conduzindo a um processo de urbanização concentrada e posterior metropolização.
II. As regiões metropolitanas, criadas em 1972, tem, no Brasil do século XXI, grande importância administrativa, mas pequena
atratividade demográfica, sendo responsáveis por percentuais inferiores a 20% da população nacional, uma marca da
interiorização da nossa urbanização.
III. O processo de desmetropolização, em curso no Brasil, reflete a busca por qualidade de vida nas pequenas cidades e leva a
um decréscimo demográfico nas metrópoles.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente II está correta.
(C) Somente I e III estão corretas.
(D) Somente I e II estão corretas.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

15. (EsFCEx 2008/2009) Sobre o processo recente da urbanização brasileira, ocorrido na década de 90 do século passado, assinale
a alternativa correta.

(A) Aumentou o número de migrantes do campo para as metrópoles.


(B) As metrópoles regionais, pelas relações nacionais que passam a estabelecer, tenderam a mudar a sua qualificação.
(C) O crescente retorno da população da cidade para o campo inverteu a tendência observada nos períodos anteriores.
(D) As metrópoles e as cidades médias tiveram uma estagnação no crescimento populacional, enquanto as pequenas cidades
passaram por acelerado crescimento demográfico.
(E) A região Norte apresentou-se como a única que registrou aumento da população rural.

16. (EsFCEx 2010/2011) As metrópoles e grandes cidades brasileiras apresentam um grande déficit de habitação. Assinale a
alternativa que pode ser considerada causa deste déficit.

(A) A desarticulação entre os entes federativos.


(B) A carência de planejamento urbano integrado.
(C) A natureza monopolista do mercado do solo urbano.
(D) A falta de espaço físico devido ao grande contingente de pessoas.
(E) A ausência de título fundiários nas camadas mais pobres da população.

17. (EsFCEx 2011/2012) As grandes cidades apresentam uma grande densidade de construções urbanas, especialmente nas suas
áreas centrais. Essa concentração de equipamentos urbanos reflete-se na temperatura, correspondendo ao fenômeno
denominado:

(A) Massa de ar
(B) Efeito estufa
(C) Ilha de calor
(D) Inversão térmica
(E) Aquecimento global

18. (EsFCEx 2012/2013) A urbanização brasileira diferencia-se, em vários aspectos, da urbanização dos países Centrais. Analise
as afirmativas abaixo colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F quando se
tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

132
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 133

1. ( ) No Brasil o setor secundário ultrapassou rapidamente o setor terciário.


2. ( ) Nos países Centrais, o campo se transformou ao mesmo tempo em que a cidade.
3. ( ) Nos países Centrais, as cidades formam espaços de lutas intensas de movimentos sociais.
4. ( ) A modernização do Campo Brasileiro antecedeu à industrialização.

(A) F–V–F–V
(B) F–V–F–F
(C) V–F–F–F
(D) V–V–V–F
(E) F–F–V–V

19. (EsFCEx 2015/2016) Leia o texto abaixo:

A cidade gera um clima próprio (clima urbano), resultante da interferência de todos os fatores que se processam sobre a camada
de limite urbano e que agem no sentido de alterar o clima em escala local (...).
(BRANDÂO, In MONTEIRO. C. A. F; MENDOÇA, Francisco. (org.).Clima Urbano. São Paulo, Contexto, 2003, p. 122.)

Baseando-se no texto e em seus conhecimentos sobre clima urbano, pode-se afirmar que:

(A) Instalações industriais, desmatamentos, circulação de automóveis e pavimentação de vias geram ambientes climáticos,
na maioria das vezes, inconvenientes ao desenvolvimento das funções urbanas.
(B) O clima urbano é produzido exclusivamente nas grandes cidades e pela ação direta do homem.
(C) A sintonia com os elementos da natureza e com a sustentabilidade faz com que as condições do clima urbano sejam
agressivas e provoquem perdas materiais.
(D) As ações antrópicas não têm relação com o clima urbano.
(E) A alteração do balanço energético e do balanço hídrico da cidade acarretam situações de estabilidade no ambiente
climático.

20. (EsFCEx 2015/2016) Sobre a urbanização brasileira, considere as afirmativas abaixo e marque a opção correta.

I. Ao longo da história da ocupação do território brasileiro, houve grande concentração de cidades nas faixas litorâneas,
fenômeno associado ao processo de localização.
II. As regiões integradas de desenvolvimento também correspondem as regiões metropolitanas, mas com municípios situados
em mais de um estado.
III. A dispersão especial das atividades econômicas diminui o papel de comando das grandes cidades, como são Paulo.
IV. As regiões de influência das cidades brasileiras são delimitadas pelo fluxo de consumidores de que utilizam o comércio e
os serviços no interior da rede urbana.

(A) Somente I e II estão corretas.


(B) Somente I, II e IV estão corretas.
(C) Somente I, II e III estão corretas.
(D) Somente II e III estão corretas.
(E) Somente II, III IV estão corretas

21. (EsFCEx 2016/2017) Marque a alternativa correta com relação à geração de resíduos e o meio ambiente no Brasil.

(A) São gerados pela indústria e possuem baixo teor de impacto ambiental.
(B) As atividades industriais e a elevada concentração populacional nas grandes cidades produzem volumosa quantidade
de resíduos sólidos, líquidos e gasoso.
(C) A problemática do descarte foi superada com compostagem e reciclagem de mais de 80% dos resíduos gerados nas
grandes cidades.
(D) Em função do crescimento das atividades agrícolas mecanizadas o campo superou a cidade na geração de resíduos.
(E) Os resíduos hospitalares infectantes e perfurocortantes são descartados, conjuntamente, com os domésticos nos lixões
e aterros sanitários.

133
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 134

22. (EsFCEx 2016/2017) Marque a alternativa correta com relação a escorregamento (deslizamento) em áreas urbanas no Brasil.

(A) Acontecem com mais freqüência em áreas nobres das cidades onde os terrenos possuem alto valor de mercado.
(B) Tem relação com acúmulo de lixo, esgoto e ocupação desordenada de determinadas áreas.
(C) Independe da ação antrópica, podendo ocorrer repetidamente em todas as áreas.
(D) Está entre as principais prioridades dos governantes, pois atinge a população de maior renda.
(E) As Metrópoles, por meio de investimentos técnicos, já superaram situações que envolvem escorregamentos em sua
área urbana.

23. (EsFCEx 2016/2017) Analise as afirmativas sobre as Metrópoles Brasileiras, colocando entre parênteses a letra V, quando se
tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta
a sequência correta.

1. ( ) Brasília Salvador, Campinas e Recife são metrópoles nacionais.


2. ( ) São Paulo e Rio de Janeiro são metrópolis globais.
3. ( ) Manaus, Goiânia e Salvador são consideradas como metrópoles regionais.

(A) V–F–V
(B) V–V–F
(C) F–V–V
(D) V–F–F
(E) F–V–F

24. (EsFCEx 2019/2020) A respeito da metropolização das cidades brasileiras, assinale a afirmativa correta.

(A) O processo de metropolização é fenômeno característico de centros urbanos ricos com necessidade de expandir ainda
mais a riqueza por meio do trabalho no circuito produtivo, ampliando o mercado consumidor e democratizando o uso e
a ocupação do território urbano.
(B) As metrópoles surgem em resposta ao processo de globalização, pois as cidades que sediam as principais empresas
multinacionais acabam por se tornar centrais de comando e poder e reproduzir o padrão e o circuito produtivo do s
países desenvolvidos. Isso transforma as diversas cidades em realidades muito homogêneas entre elas, o que resulta
na democratização do uso e ocupação do espaço, e do consumo e do acesso aos bens e serviços de forma mundial.
(C) A metropolização é caracterizada pelo espraiamento da ocupação do território para além dos limites municipais, ao
mesmo tempo em que centraliza o capital, os serviços, o trabalho e as principais infraestruturas urbanas; o processo
desigual de ocupação e uso do território segrega a sociedade e fragmenta o espaço.
(D) A dispersão dos limites metropolitanos, conurbando os municípios, é fruto de uma racionalidade orquestrada entre o
capital financeiro e o Estado, ambos focados no interesse de ampliar os benefícios dos grandes centros urbanos para
as áreas periféricas, diminuindo a desigualdade social e a segregação espacial.
(E) A rede de transporte, de comunicação e de produção das grandes aglomerações urbanas traz benefícios não só para
as empresas como também para os trabalhadores e moradores, pois concentra o circuito produtivo em redes
aproximadas. Isso facilita a circulação do trabalhador e do consumidor e possibilita que áreas periféricas da metrópole
sejam beneficiadas pela centralização dos serviços e infraestruturas urbanas.

134
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 135

2.5. A REDE DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO BRASILEIRA, SUA


ESTRUTURA E EVOLUÇÃO

Agora que já entenderam o funcionamento da industrialização e da urbanização, assim como a relação entre elas, chegou a hora
de compreender a importância da rede de transportes no processo de desenvolvimento. Como sempre, começaremos expondo
alguns conceitos-chaves. Posteriormente, faremos uma retrospectiva histórica da rede de transportes no Brasil e finalmente
explicaremos cada um dos transportes modernos separadamente.
Para compreender essa temática é fundamental levar em consideração o desenvolvimento econômico e o processo de integração
nacional (só possível pela rede de transportes).

2.5.1. CONCEITOS E TEMAS

FIXOS E FLUXOS:

Os fixos representam a matéria, ou seja, a construção e a infraestrutura. Já os fluxos são a circulação e o movimento. Os fix os
são construídos pela demanda de um fluxo e os fluxos se realizam através de um fixo, visto que “A Geografia do fluxo depende,
assim, da Geografia dos fixos”, como explica Milton Santos. Vamos dar um exemplo, observe as imagens abaixo:

Figura 45: Via Dutra

Figura 46: Via Dutra

135
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 136

Ambas representam a Via Dutra. Na primeira, é possível identificar o fixo com muita facilidade, a estrada é uma matéria construída,
resultado de técnicas/tecnologia. Na segunda imagem – o recorte de um mapa, podemos visualizar o fluxo que se estabelece por
esse fixo. Entre Vitória e São Paulo há uma grande circulação de pessoas e de mercadorias por essa estrada.

Milton Santos diz ainda: “(...) a geografia poderia ser construída a partir da consideração do espaço como um conjunto de fixos
e fluxos. Os elementos fixos, fixados em cada lugar, permitem ações que modificam o próprio lugar, fluxos novos ou renovados
que recriam as condições ambientais e as condições sociais, e redefinem cada lugar”. Portanto, entender fixos e fluxos é também
compreender o lugar - o próximo conceito.

CINEMA DO GEÓGRAFO:

O Terminal (Steven Spielberg, 2004).

Para finalizar a conceituação do capítulo 5, vamos entender o que é Dispersão e Concentração. As redes de transporte
permitem que haja uma dispersão/escoamento das mercadorias e pessoas à medida que se ampliam. Nas zonas onde são mais
densas, tende a haver maior concentração de pessoas e mercadorias e, por conseguinte, há um desenvolvimento mais elevado.
No caso brasileiro sabemos que há uma significativa concentração de redes nas regiões sudeste e sul e que cada vez mais tem
se descortinado uma dispersão, alcançando novas áreas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

A seguir, um mapa que ilustra como esses dois elementos – dispersão e concentração - atuam no Brasil. Atente-se apenas em
observar esses dois fatores e não a compreender os dados, por enquanto.

Figura 47: Rede multimodal de transportes (2002).

136
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 137

Modal: Envolve apenas uma única modalidade de transporte;

Intermodal: Envolve mais de uma modalidade de transporte e para cada trecho/ modal é
realizado um contrato. Como por exemplo, as ferrovias integradas aos portos;

Multimodal: Envolve mais de uma modalidade, porém regido por um único contrato;

2.5.2. A HISTÓRIA DO TRANSPORTE NO BRASIL

No período colonial, o transporte brasileiro situava-se nas ilhas de ocupação que tínhamos no território e geralmente associava-
se ao escoamento da Cana-de-açúcar e ao deslocamento de pessoas. Esse é um momento considerado como antecessor aos de
transportes modernos.

Podem ser definidas três redes de transporte na etapa colonialista:

MARÍTIMO de Longo Curso e


Cabotagem

FLUVIAL com pequenas


embarcações

TERRESTRE com animais e


sem pavimentação

Figura 48: Redes de transporte.

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

Transportes modernos – Rodoviário, Aeroviário e Ferroviário.

Cabotagem – Tráfego dentro do mar territorial dos países. Não se


caracteriza pelo transporte internacional

Longo Curso – Tráfego que ocorre para outros países, ou seja, além do mar territorial.

O Brasil utilizava com frequencia a cabotagem entre os territórios existentes na região Nordeste durante a colonização, mas hoje
é muito pouco utilizado, muito embora tenhamos uma rica estrutura para esse tipo de deslocamento. Já a condução de longo
curso era muito utilizada para o escoamento de mercadorias, deslocamento da elite europeia e tráfico negreiro. O transporte
fluvial foi fundamental para o processo de interiorização do Brasil, mesmo que fosse ainda incipiente no período colonial.

Atualmente, muitas estradas são construídas paralelas a cursos de rio. Além de ser algo desnecessário pois, como veremos, o
transporte rodoviário é o mais perigoso e o menos resistente, prejudica o rio com danos ambientais como assoreamentos,

137
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 138

derramamentos de óleo e outras poluições. O transporte terrestre era de circulação muito lenta e pouquíssimo seguro,
principalmente pela condição das estradas. Só a partir de 1854 que o transporte moderno começa a chegar ao Brasil quando
Barão de Mauá constrói a ferrovia de 15 km na serra de Petrópolis.

Entre 1870 e 1920, com a expansão da economia cafeeira e a urbanização do sudeste, houve o desenvolvimento do transporte
ferroviário no Brasil e este momento é considerado o AUGE do ferroviarismo. Washington Luiz, em 1926, construiu a primeira
rodovia pavimentada no país, que se estendia entre Rio de Janeiro e São Paulo. Foi a única pavim entação até 1940. Uma frase
célebre do presidente é: “Governar é abrir estradas”. Em 1927, a primeira companhia aérea foi criada no Brasil – VARIG (Viação
Aérea Rio Grandense). Os voos eram localizados, pois o Brasil não tinha aeroportos em todas as capitais. Apenas depois da
década de 50 que a circulação se efetivou. Em 1960, com a criação de Brasília, houve uma interiorização da rede de transportes.
Apenas em 1974 começaram as construções de ferrovia urbana – os metrôs (a primeira linha foi edificada em São Paulo).

O sistema rodoviário se aprimorou no Brasil, consolidando-se. A tabela abaixo revela a relação entre o número de habitantes
dividido pela quantidade de automóveis. É possível perceber, que os veículos assumem posição de denominador nessa fração.
Logo, em 1950, mesmo dividindo a população de pessoas pela de veículo, a razão nos fornece aproximadamente 260; já em
2012, este número cai para 5. Isso significa que há um automóvel a cada 5 habitantes.

Relação Hab/Veículo

1950 259,50

1996 8,12

2012 5

Começaremos agora a estudar isoladamente cada um dos transportes modernos: ferroviário, rodoviário, aeroviário; e
contextualizaremos a situação do transporte mais antigo no Brasil – o hidroviário. Mais adiante, há uma tabela que deve ser
consultada para o entendimento do texto. Ela está dividida em três temas: aspectos positivos, aspectos negativos e quadro atual.
O Trem apitou, vamos embarcar?

2.5.2.1. TRANSPORTE METROPOLITANO (METRÔ)

O metropolitano ou metrô é um meio de transporte urbano que circula sobre trilhos (carris), transportando passageiros.

A maior rede de metrô do Brasil é em São Paulo, com 72,3 km de extensão, logo vem Recife com 44,2 km, Porto Alegre com 43,4
km, Brasília 42,4 km, Rio de Janeiro com 40,9 km, Belo Horizonte 28,2 km, Fortaleza 24,4k m e por Salvador 6,6 km.

Em termos de movimento, ou seja, as linhas mais populosas são, respectivamente: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo
Horizonte, Porto Alegre e Brasília.

Vantagens

 Deslocamento rápido e sem nenhum trânsito;

 Capacidade de levar mais pessoas, ocupando menos espaço urbano;

 Não contribui para efeito-estufa, logo não polui;

 Transporte seguro.

Desvantagens

 Custo de implantação e manutenção elevado;

 Custo de renovação da frota elevado;

 Dificuldade em situações de evacuação.

138
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 139

Em todo o mundo existem cerca de 140 redes de metrôs, as quais se distinguem entre si, devido às condições do terreno e às
metas de cada projeto. Alguns destes sistemas estagnaram o seu crescimento logo após a inauguração, enquanto que outros
mantiveram uma ampliação regular ao longo do tempo. Atualmente, a maior rede do mundo é o Metropolitano de Xangai (567
Km) (iniciada em 1995) e o Metropolitano de Pequim, com mais de 442 Km de extensão), seguidos de perto pelos centenários
metropolitano de Nova Iorque, com 418 Km de extensão e pelo mais antigo metrô do mundo, o metropolitano de Londres, com
408 Km de extensão. Outros sistemas de grande comprimento são, por exemplo, o de Chicago (360 km), de Tóquio (292 km), o
de Seul (286 km), o metropolitano de Moscou (269 km), o de Madrid (293 km) e o de Paris (212 km).

2.5.2.2. TRANSPORTE FERROVIÁRIO

O transporte ferroviário é utilizado no Brasil de duas maneiras: no contexto urbano (metrô) e como facilitador do escoamento de
mercadorias destinadas ao mercado externo. Existem pequenas linhas férreas utilizadas para deslocamento de pessoas com fins
turísticos, como é o caso da Maria Fumaça entre Tiradentes e São João del Rei. Esse tipo de transporte necessita de uma rede
Intermodal tanto na cidade quanto para exportação.

Figura 49: Principais ferrovias brasileiras.

Na cidade, muitas pessoas pegam metrô até determinado ponto para depois seguir de ônibus ou outro transporte rodoviário. Isso
se dá pela baixa mobilidade do ferroviarismo, ou seja, não há autonomia plena de deixar todos os habitantes em frente à casa
ou ao trabalho. Para a exportação, por exemplo, não existe uma linha de trem que saia daqui até a Europa e portanto as linhas
férreas seguem até os portos brasileiros e pelos navios cargueiros as mercadorias são encaminhadas ao destino final. Abaixo,
sobre os corredores de exportação, que é um conteúdo a ser melhor explicado nos próximos itens.

139
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 140

Figura 50: Principais corredores de exportação.

Mas muitos benefícios compensam o uso desse sistema e o principal é a segurança. Acidentes acontecem, mas são raros. Além
disso, é uma grande forma de evitar trânsitos tanto nas cidades quanto nas rodovias. Um caminhão suporta uma carga muito
menor que o trem tornando o transporte ferroviário ainda mais indicado para o escoamento de produtos.

Retomar o interesse pelo ferroviarismo no país contribuiria ao desenvolvimento nacional, mas diversos interesses vinculados ao
petróleo privilegiam o sistema rodoviário (interesses esses resumidos na expressão Rodoviarismo), que como veremos, tem sérios
problemas. A instalação de novas linhas férreas e a retomada daquelas mais antigas ocasonariam o problema das diferentes
bitolas (trilhos), tornando necessário um alto investimento. Mas a longo prazo, esse sistema de transporte compensa tanto
financeiramente, quanto socialmente. Isto por que, muitas mortes em entradas seriam evitadas, além da perda substancial de
carga que se extravia pela rodovia

140
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 141

Tipos de Aspectos Positivos Aspectos Negativos Quadro Atual


Transporte

- Segurança - Mobilidade -Escoamento de produção para os


- Pouco Trabalho Manual - Lento para transporte de portos

- Capacidade de carga cargas -Pequena Integração Nacional com


- Precisa de uma rede apenas 30.000 km. Maior parte dos
FERROVIÁRIO - Relevo brasileiro é favorável
Intermodal trilhos em funcionamentos estão
- custo para implementação nas cidades e nos corredores de
e custo a longo prazo - Variação das Bitolas
exportação.
- Longas distâncias - Ministério das Cidades –
- Rápido para transporte de responsáveis por canalizar o
pessoas financiamento das linhas férreas

- Mobilidade - Capacidade de carga - Interesses econômicos de atores


hegemônicos

RODOVIÁRIO - custo para - Pavimentação precária


implementação e custo a - Privatizações
longo prazo - Mobilidade urbana com problemas
- Lento para transporte de sérios problemas
cargas - Plano rodoviário nacional
- Lento para grandes
distâncias
- Pouquíssimo seguro

- Segurança - custo para - Transporte de pessoas


- Capacidade de carga implementação e custo a - Transporte de cargas preciosas e
longo prazo perecíveis
AÉROVIÁRIO - Rápido para transporte de
cargas e de pessoas
- Mobilidade - Precisa de uma rede
intermodal

- Segurança - Mobilidade - Rodovias são construídas


- Capacidade de carga - Lento para transporte de paralelas aos rios

HIDROVIÁRIO - Relevo brasileiro é favorável cargas - Algumas hidrovias vem sendo


- Precisa de uma rede utilizadas como no Amazonas,
- custo para implementação
Intermodal Pantanal, São Francisco e Tietê-
e custo a longo prazo
Paraná
- Longas distâncias - Caro pela necessidade de
construção de Eclusas - Importante no comércio mundial
com os navios de contêineres.
- Dificuldade de relevo em
muitos lugares - Muitos portos obsoletos.

- Riscos ambientais

141
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 142

2.5.2.3. TRANSPORTE RODOVIÁRIO

O Transporte Rodoviário tem como aspectos positivos as altas mobilidade e autonomia. Tem necessidade de rede intermodal
apenas em deslocamentos com barreiras orográficas intransponíveis, grandes massas de água sem pontes ou locais sem estradas
abertas. Na maior parte das vezes é extremamente acessível para todos. No entanto, essa acessibilidade é revestida de limitações
geradas por interesses de atores hegemônicos, tais como: indústrias de petróleo, indústrias de automóvel, indústrias de
pavimentação e etc.

O Brasil privilegia esse sistema de transporte subordinando-se a esses atores e atendendo a interesses de poucos. É um sistema
altamente inseguro por diversos motivos: baixa iluminação das estradas, pavimentação precária, condição dos automóveis, uso
da alta velocidade indevidamente e uma série de outros problemas. O transporte público rodoviário tem grandes déficits
quantitativos e qualitativos gerando sérios transtornos à classe baixa da população. A classe média consome mais carros para
proteger-se da precariedade da rede de locomoção pública e com isso os tráfegos urbanos são um dos grandes problemas
estruturais das cidades.

O plano rodoviário nacional é dividido em cinco formas:

1. Radiais: De 1- 99 e saem de Brasília

Rodovias Localidades Extensão

BR – 010 Brasília – Paraná – Carolina – Porto Franco – São Miguel do Guamã – 1.954,1
Belém

BR – 020 Brasília – Posse – Barreiras – Picos – Fortaleza 2.038,5

BR – 030 Brasília – Montalvânia – Carinhanha – Brumado – Ubaitaba – Campinho 1.158,0

142
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 143

BR – 040 Brasília – Três Marias – Belo Horizonte – Barbacena – Juiz de Fora – Três 1.139,3
Rios – Rio de Janeiro (Praça Mauá)

BR – 050 Brasília – Cristalina – Uberlândia – Uberaba – Ribeirão Preto – Campinas 1.025,3


– São Paulo - Santos

BR- 060 Brasília – Anápolis – Goiânia – Rio Verde – Jataí – Campo Grande – 1.329,3
Fronteira com o Paraguai

BR – 070 Brasília – Jaraguá – Aragarças – Cuiabá – Cáceres – Fronteira com a Bolívia 1.317,7

BR – 080 Brasília – Uruaçu – Entroncamento com a BR – 158/242 (Ribeirão Bonito) 623,8

2. Longitudinais: De 100 – 199. É o plano mais importante e se estende de norte a sul (exceto as rodovias BR-
163 e BR-174 que são calculadas de sul para o norte). Atravessa a área mais povoada do Brasil.

Rodovias Localidades Extensão


(KM)

BR – 101 Touros – Natal – João Pessoa – Recife – Maceió – Aracaju – Feira de 4.551,4
Santana – Itabuna – São Mateus – Vitória – Campos – Niterói – Rio de
Janeiro – Magaratiba – Angra dos Reis – Caraguatatuba – Santos –
Iguape – Antonina – Joinville – Itajaí – Florianópolis – Tubarão – Osório
– São José do Norte – Rio Grande

BR – 104 Macau – Pedro Avelino – Lajes – Carro Corá – Ligação – Santa Cruz – 672,3
Campina Grande – Caruaru - Maceió

BR – 110 Areia Branca – Mossoró – Augusto Severo – Patos – Monteiro – Cruzeiro 1.091,1
do Nordeste – Petrolândia – Paulo Afonso – Ribeira do Pombal –
Alagoinhas – Entroncamento com a BR-324

BR – 116 Fortaleza – Russas – Jaguaribe – Salgueiro – Canudos – Feira de Santana 4.566,5


– Vitória da Conquista – Teófilo Otoni – Muriaé – Leopoldina – Além
Paraíba – Teresópolis – Entroncamento com a BR-493 – Entroncamento
com a BR – 040 – Rio de Janeiro – Barra Mansa – Lorena – São Paulo –
Registro – Curitiba – Laga – Porto Alegre – Pelotas – Jaguarão

143
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 144

BR – 120 Araçuaí – Capelinha – Guanhães – Itabira – Nova Era – São Domingos da 964,5
Prata – Ponte Nova – Ubá – Cataguases – Leopoldina – Providência –
Volta Grande – Bom Jardim – Ponta do Forno

BR- 135 São Luis – Peritoró – Pastos Bons –Bertolínia – Bom Jesus – Corrente – 2.518,5
Cristalândia do Piauí – Barreiras – Correntina – Montalvânia – Januária –
Montes Claros – Curvelo – Cordisburgo – Belo Horizonte

BR – 146 Patos de Minas – Araxá – Poços de Caldas – Bragança Paulista 678,7

BR – 153 Marabá – Araguaina – Gurupi – Ceres – Goiânia – Itumbiara – Prata – 3.566,3


Frutai – São José do Rio Preto – Ourinhos – Irati – União da Vitória –
Porto União – Erechim – Passo Fundo – Soledade – Cachoeira do Sul –
Bagé – Aceguá

BR – 154 Itumbiara – Ituiutaba - Campina Verde – Nhandeara – Entroncamento 470,3


com a BR - 153

BR – 156 Cachoeira de Santo Antônio – Macapá – Calçoene – Oiapoque – Fronteira 805,0


com a Guiana Francesa

BR – 158 Altamira – São Félix do Araguaia – Xavantina – Aragarças – Jataí – 3955,0


Parnaíba – Três Lagoas – Panorama – Dracena – Presidente Venceslau –
Porto Marcondes – Paranavaí – Campo Mourão – Laranjeiras do Sul –
Campo Êre – Irai – Cruz Alta – Santa Maria – Rosário do Sul – Santana
do Livramento

BR – 163 Tenente Portela – Itapiranga – São Miguel D’Oeste – Barracão – Guaíra – 4,426,7
Dourados – Rio Brilhante – Campo Grande – Rondonópolis – Cuiabá –
Cachimbo – Santarém – Alenquer- Óbidos – Tiriós – Fronteira com o
Suriname

BR – 174 Cáceres – Vilhena – Canumã – Manaus – Caracaraí – Boa Vista – Fronteira 2.798,4
com a Venezuela

3. Transversais: De 200 – 299 com percurso de leste a oeste.

144
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 145

Rodovias Localidades Extensão (KM)

BR – 210 Macapá – Caracaraí – Içana – Fronteira com a Colômbia 2.454,7

BR – 222 Fortaleza – Piripiri – Itapecuru-Mirim – Santa Inês – Açailândia – 1.819,8


Marabá – Entroncamento com a BR – 158

BR – 226 Natal – Santa Cruz – Currais Novos – Augusto Severo – Pau dos 1.673,0
Ferros – Jaguaribe – Crateús – Teresina – Presidente Dutra –
Grajaú – Porto Franco – Entroncamento com a BR – 153

BR – 230 Cabedelo – João Pessoa – Campina Grande – Patos – Cajazeiras 4.965,1


– Lavras da Mangabeira – Picos – Floriano – Pastos Bons –
Balsas – Carolina – Estreito – Marabá – Altamira – Itaituba –
Jacareacanga – Humaitá – Lábrea – Benjamin Constant

BR – 232 Recife – Arco Verde – Salgueiro – Parnamirim 553,5

BR – 235 Aracaju – Jeremoabo – Canudos – Juazeiro – Petrolina – 2.093,5


Remanso – Caracol – Bom Jesus – Alto Parnaíba – Araguacema
– Cachimbo

BR – 242 São Roque – Seabra – Ibotirama – Barreiras – Paranã – São 2.295,5


Félix do Araguaia – Vale do Xingu – Porto Artur (BR - 163)

BR – 251 Ilhéus – Pontal – Buerarema – Camacan – Salinas – Montes 2.418,1


Claros – Unaí – Brasília – Ceres – Xavantina – Cuiabá

BR – 259 João Nelva (BR - 101) – Governador Valadares – Guanhães – 704,4


Serro – Gouveia – Curvelo – Felixlândia (BR - 040)

BR – 262 Vitória – Realeza – Belo Horizonte – Araxá – Uberaba – Frutal – 2.295,4


Icém – Três Lagoas – Campo Grande – Aquidauana – Porto
Esperança – Corumbá

BR – 265 Muriaé – Barbacena – São João Del Rei – Lavras – Boa 966,4
Esperança – Carmo do Rio Claro – São Sebastião do Paraíso –
Bebedouro – São José do Rio Preto

BR – 267 Leopoldina – Juiz de Fora – Caxambu – Poços de Caldas – 1.921,9


Araraguara – Lins – Presidente Venceslau – Rio Brilhante – Porto
Murtinho

BR – 272 São Paulo – Sorocaba – Ibaiti – CampoMourão – Goio êre – 904,0


Guaíra

BR – 277 Paranaguá – Curitiba – Irati – Relógio – Laranjeiras do Sul – 736,6


Cascavel – Foz do Iguaçu

BR – 280 São Francisco do Sul – Joinville – Porto União – São Lourenço do 642,2
Oeste – Barracão – Dionísio Cerqueira

BR – 282 Florianópolis – Laje – Joaçaba – São Miguel D’ Oeste 678,0

BR – 283 Campos Novos (BR - 282) – Campizal –Concórdia – Seara – 355,5


Chapecó – São Carlos – Palmito – Mondaí – Itapiranga –
Fronteira com a Argentina

BR – 285 Araranguá – Jacinto Machado – Timbé – Bom Jesus – Vacaria – 749,6


Passo Fundo – Santo Ângelo – São Borja

BR – 290 Osório – Porto Alegre – São Gabriel – Alegrete – Uruguaiana 729,7

BR – 293 Pelotas – Bagé – Santana do Livramento – Quaraí – Uruguaiana 532,3

145
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 146

4. Diagonais: De 300 a 399 e se estende diagonalmente. A quilometragem é calculada a partir do norte(exceto


as rodovias BR-307, BR-364 e BR-392 que são calculadas do sul para o norte).

Rodovias Localidades Extensão

BR – 304

BR – 307
CPF
Boqueirão do Cesário – Aracati – Moçoró – Lajes – Natal

Marechal Taumaturgo – Porot Valter – Cruzeiro do Sul – Benjamin


(KM)

422,3

1.695,30
Constant – Içana – Fronteira com a Venezuela

BR – 308 Belém – Capanema – Bragança – Vizeu – Carutapera – Turiaçu – 650,7


Madrágoa – Cururupu – Mirinzal – Joaquim Antônio – Bequimano –
Entroncamento com a MA – 106 – Itaúna

BR – 316 Belém – Capanema – Peritoró – Teresina – Picos – Parnamirim – 2.062,20


Cabrobó – Floresta – Petrolândia – Palmeiras dos Índios – Maceió

BR – 317 Lábrea – Boca do Acre – Rio Branco – Xapuri – Brasiléia – Assis Brasil 931,7

BR – 319 Manaus – Careiro – Humaitá – Porto Velho 880,4

BR – 324 Balsas (BR - 230) – Ribeiro Gonçalves – São Raimundo Nonato (BR - 1.270,9
020) – Remanso (BR - 235) – Jacobina – Feria de Santana – Salvador

BR – 330 Balsas – Bom Jesus – Xique-Xique – Seabra – Jequié – Ubaitaba 1.177,10

BR – 342 Carinhanha – Espinosa – Salinas – Araçuaí – Teófilo Otoni – Linhares 744,1

BR – 349 Aracaju – Entroncamento com a BR – 101 – Itapicruru – Olinidina – 1.242,40


Mundo Novo – Seabra- Bom Jesus da Lapa – Santa Maria da Vitória –
Correntina – Posse (BR - 020)

BR – 352 Goiânia Ipameri – Patos de Minas – Abaeté - Pitangui- Ipameri – Patos 816,5
de Minas – Abaeté – Pitangui – Pará de Minas

BR – 354 Cristalina – Patos de Minas – Formiga – Lavras – Cruzília – Caxambu – 852,7


Vidinha – Engenheiro Passos

146
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 147

BR - 356 Belo Horizonte – Muriaé – Campos – São João da Barra 453

BR – 359 Mineiros – Coxim – Corumbá 645,5

BR – 361 Patos – Piancó – São José do Belmonte – Entroncamento com a BR – 261


232

BR – 363 Baia de Santo Antônio (Porto) – Alto da Bandeira 13,6

BR – 364 Limeira – Matão – Frutal – Campina Verde – São Simão – Jataí – 4.141,50
Rondonópolis – Cuiabá – Vilhena – Porto Velho – Abuanã – Rio Branco –
Sena Madureira – Feijó – Tarauacá – Cruzeiro do Sul – Mâncio Lima –
Fronteira com o Peru

BR – 365 Montes Claros – Pirapora – Patos de Minas – Patrocínio – Uberlândia – 878,7


Ituiutaba – São Simão

5. De Ligação: São aquelas curtas rodovias que apresentam-se em diversas direções, seja ligando rodovias
federais, seja entre uma rodovia federal e uma cidade, ou ainda vinculando-se às fronteiras. Estas possuem o
dígito 4, seguido da numeração entre 0 e 50 (caso ao norte de Brasília), e de 50 a 99 (ao sul de Brasília).
Como por exemplo, BR-401 (Boa Vista, Fronteira BRA-GUI); BR-488 (BR-116/SP – Santuáro Nacional de
Aparecida/SP).

A Superposição de Rodovias pode acontecer. Nestes casos usualmente é adotado o número da rodovia que tem maior importância
(a de maior volume de tráfego). No entanto, hoje em dia se adota o nome da rodovia de menor numeração na área do trecho
superposto para facilitar aos sistemas computadorizados como os GPS’s.

A quilometragem das rodovias não é cumulativa de uma Unidade da Federação para a outra. Quando inicia uma rodovia em uma
Unidade da Federação, a quilometragem é contada a partir de zero. O sentido da quilometragem segue sempre o sentido descrito
no Plano Nacional de Viação (de norte a sul, leste a oeste e a partir de Brasília.

Sobre o rodoviarismo, leia essa interessante crítica proferida por Milton Santos:

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

“As cidades não seriam hoje o que elas são se o automóvel não existisse. Os homens acabam
considerando o automóvel como indispensável e esse dado psicológico torna-se um dado da realidade
vivida. Ilusão ou certeza, o automóvel fortalece no seu possuidor a ideia de liberdade do movimento,
dando-lhe o sentimento de ganhar tempo, de não perder um minuto, neste século da velocidade e
da pressa. Com o veículo individual, o homem se imagina mais plenamente realizado, assim
respondendo às demandas de status e do narcisismo, característicos da era pós-moderna. O
automóvel é um elemento do guarda-roupa, uma quase-vestimenta. Usado na rua, parece prolongar
o corpo do homem como uma prótese a mais, do mesmo modo que os outros utensílios, dentro de
casa, estão ao alcance da mão” (Milton Santos – Natureza do Espaço, p.41/42)

2.5.2.4. TRANSPORTE AEROVIÁRIO

É um transporte muito seguro embora seja caro tanto no processo de criação quanto de manutenção. Tem grande mobilidade
principalmente por causa dos heliportos que possibilitam à magnatas evitarem o trânsito rodoviário das cidades. No Brasil, aviões
vem sendo utilizado, principalmente, para transporte de pessoas e produtos delicados como: pedras preciosas e alimentos perecíveis.

Possuímos aeroportos em todas as capitais e em algumas cidades do interior, no entanto, estão muito deficitários com relação a
infraestrutura comparados aos maiores aeroportos do mundo. 5 milhões e 500 mil pessoas é a média de trânsito no maior aeroporto
do Brasil – Guarulhos. O maior aeroporto do mundo em Atlanta - EUA, tem 90 milhões de pessoas a mais em circulação. É uma
diferença imensa, vocês não acham?

147
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 148

2.5.2.5. TRANSPORTE HIDROVIÁRIO

Pode ser dividido em fluvial e marítimo. Para esses dois tipos existem embarcações especializadas. Hoje em dia os navios
comportam grandes contêineres que são encontrados em portos no mundo inteiro, distribuindo os produtos pelo planeta.O
transporte hidroviário tornou-se fundamental para a manutenção do sistema capitalista que vivemos.

No Brasil, vem sendo utilizado deste antes do “descobrimento” pelas tribos indígenas, visto que temos um relevo muito favorável
com rios em grande parte planos. Os portugueses chegaram por caravelas e mantiveram a prática de transporte por mar, além
disso, utilizaram deslocamentos por rios. Durante o período auge de exploração da borracha, as embarcações levavam os
nordestinos à Amazônia e permitiam o escoamento do látex internacionalmente. Nos dias de hoje, muitas rodovias são construídas
paralelas aos rios, desperdiçando a capacidade de navegação dos mesmos.

148
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 149

Figura 51: Infográfico: os dez maiores portos do Brasil.

Um fator que encarece o uso desse transporte no Brasil são as Eclusas, que são espécies de elevadores que corrigem desníveis
de relevo. Elas servem para possibilitar a navegação mesmo em áreas com rios acidentados.

Figura 52: Sistema de Eclusas

149
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 150

Figura 53: Eclusas

CORREDORES DE EXPORTAÇÃO
É um sistema de transporte e armazenamento integrado voltado para o escoamento de produtos com alta concentração e de
grandes volumes, com intuito de agilizar seu escoamento para o consumo interno e até mesmo exportação.

Os corredores são usados com o objetivo de comércio por meio dos portos. Esses corredores envolvem obras em sistemas de
armazenamento, estrutura portuária e transporte, de maneira que possa atender um novo patamar de demanda existente. São
caminhos para a navegação marítima e hidroviária.

150
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 151

Figura 54: Principais corredores de exportação do país.

2.5.2.6. TRANSPORTE DUTOVIÁRIO

Pode-se definir o transporte dutoviário como: transporte de granéis, por gravidade ou pressão mecânica, por meio de dutos
projetados adequadamente para a finalidade que se destinam.

Um dos mais importantes de modais de transporte é a dutovia. Essa modalidade corresponde a quase 17% da matriz de
transportes medida em TKm (tonelada-quilômetro) dos Estados Unidos. Já no Brasil tendo em vista que é representativo, este
modal se concentra em poucas empresas e apresenta com pequena participação relativa a matriz.

É considerado dentre os demais o mais consistente e frequente, isso se dá porque a variância no tempo de transporte é mínima,
além das dutovias funcionarem 24 horas por dia com frequência, em contrapartida apresenta a menor velocidade e capacidade
por ser especializado, logo transporta pequena variedade de produtos, é menos disponível e está presente em poucas regiões.

151
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 152

Figura 55: Principais Dutovias do Brasil

Figura 56: Tipos e usos de Dutovias no Brasil

152
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 153

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Ferrovias, rodovias, hidrovias

Com desenhos mais ou menos retilíneos interior-litoral nos estados nordestinos do Maranhão,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, algumas ferrovias se
complementam com trechos que, mais ou menos paralelos à costa marítima, unem as cidades-sede
de funções portuárias, políticas e econômicas. A exploração e o rápido escoamento de minérios no
Norte e no Nordeste exigiram sistemas de engenharia eficientes e especializados, ligando os portos
regionais com a ferrovia do Amapá, construída na década de 1970 e destinada ao transporte de
manganês, com a Estrada de Ferro Carajás, no Pará, ao porto de Itaqui, em São Luís do Maranhão.
(Milton Santos: O Brasil. Território e sociedade no início do século XXI, p. 62)

Estudante, você percorreu as tipologias de transportes e a forma como vêm sido utilizados no Brasil. Em Geografia, devemos
considerar não somente o uso estatístico de um ou de outro transporte. É necessário sabermos o uso político destes, que acaba
priorizando um em detrimento de outro; e frequentemente prejudicando a massa da população. Depois de retomar os conceitos
e fixar seu conhecimento através da realização dos exercícios, passaremos ao Capítulo 06 que enfocará o Espaço rural brasileiro.
Vamos lá?

Muito fôlego e compromisso na caminhada. Vamos lembrar que não será necessário decorar nada: se a cada novo conceito, você
buscar referências da realidade, conquistará não só o aprendizado, mas a capacidade de discernimento e análise que o levará ao
sucesso!

153
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 154

2.5.3. RESUMO

CAPÍTULO 5: A REDE DE TRANSPORTES: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO

Conceitos e temas:

 Fixos e fluxos

 Lugar e Não-Lugar

 Transportes modernos: Ferroviário, Rodoviário e Aeroviário

 Rede intermodal

A história do Transporte no Brasil:

Período Colonial:

 Marítimo: de longo curso e cabotagem

 Fluvial: com pequenas embarcações

 Terrestre: com animais e sem pavimentação

1854: Transportes modernos começam a chegar ao Brasil/ Primeira ferrovia em Petrópolis – Barão de Mauá

1870 -1920: Expansão da economia cafeeira / Auge do ferroviarismo

1926: Primeira rodovia pavimentada entre RJ e SP

1927: Criação da VARIG

1960: Construção de Brasília e interiorização das redes de transporte

1974: Ferrovia urbana/ Metrôs

Transporte Ferroviário:

 Muito seguro

 Pouco Trabalho Manual

 Grande capacidade de carga

 Relevo brasileiro favorável

 Alto custo para implementação e baixo custo a longo prazo

 Percorre longas distâncias

 Pouca mobilidade

 Rede intermodal

Transporte Rodoviário:

 Grande mobilidade

 Baixa capacidade de carga

 Alto custo para implementação e alto custo a longo prazo

 Lento para grandes distâncias

 Pouco seguro

Transporte Aeroviário:

154
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 155

 Muito seguro

 Grande capacidade de carga

 Grande mobilidade

 Alto custo para implementação e alto custo a longo prazo

 Intermodal

Transporte Hidroviário

 Muito seguro

 Grande capacidade de carga

 Relevo brasileiro é favorável

 Alto custo para implementação e baixo custo a longo prazo

 Longas distâncias

 Pouca mobilidade

 Intermodal

Questões de Provas:

2011/2012 - 25

2006/2007 - 48

2003/2004 - 50

2003/2004 - 62

2003/2004 - 63

2002/2003 - 53

2002/2003 - 54

2011/2012 - 05

155
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 156

2.5.4. EXERCÍCIOS

1. A rede hidrográfica brasileira, utilizada para os transportes fluviais:

(A) É bem distribuída e apresenta um alto potencial de navegação no Sudeste, especialmente na sua porção centro-oriental.
(B) É distribuída desigualmente pelo país, estando o maior potencial navegável localizado perifericamente às áreas de
economia mais avançada.
(C) Apresenta um potencial de navegação que coincide com as áreas de maior exploração de hidroeletricidade.
(D) Apresenta suas principais bacias voltadas para o Atlântico Sul nas costas orientais brasileiras, facilitando os transportes
com o interior.
(E) É rica em interligações por canais fluviais que facilitam os transportes entre as bacias do rio São Francisco e do Paraná.

2. As figuras a seguir representam dois esquemas de relações entre as cidades: o esquema clássico e o esquema atual.

Por que a concepção tradicional de hierarquia urbana está sendo substituída pela atual?

(A) Porque muitos distritos, vilas e até mesmo bairros se emanciparam e foram elevados à categoria de município.
(B) Porque o êxodo rural leva ao desaparecimento de muitas vilas e cidades pequenas, localizadas distantes das metrópoles.
(C) Porque o avanço tecnológico dos transportes e comunicações e a disponibilidade de renda encurtam as distâncias.
(D) Porque a queda de regimes totalitários não permitiu maior mobilidade da população e favoreceu a migração interurbana.
(E) Porque as atuais diretrizes do planejamento urbano promovem a concentração das indústrias de base nas metrópoles.

3. Observe o mapa abaixo.

“Folha de São Paulo” - 25/03/97 - Supl. Agrícola

156
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 157

Implantado recentemente, este novo corredor de exportação beneficiará principalmente os produtores de:

(A) Café.
(B) Soja.
(C) Arroz.
(D) Suco de laranja.
(E) Açúcar.

4. Analise os mapas ao lado sobre algumas redes no Brasil.

Fonte: BECKER, B. K. & EGLER C. A. G.: “Uma Nova Potência Regional Na Economia - Mundo”, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil S. A., 1992, p. 197

Com base no que é representado nos mapas, todas as afirmativas apresentam conclusões corretas, EXCETO:

(A) A configuração da rede de energia elétrica relaciona-se com a concentração no espaço do potencial hidroelétrico
nacional.
(B) A rede de ferrovias estende-se por áreas de valorização as mais antigas do território nacional.
(C) A rede de rodovias expressa, de modo geral, a área de mercado mais integrada do território nacional.
(D) A rede de telecomunicações mostra que a circulação rápida de informação a longa distância ocorre em nível nacional.
(E) O adensamento das redes no centro-sul do território nacional constitui um indicador da importância econômica dessa
região.

5. O Brasil tem aproveitado escassamente as suas bacias hidrográficas para a navegação, apesar de imenso potencial. São
poucas as eclusas construídas, são poucos os trechos de rios dragados. Existem apenas dois grandes sistemas hidroviários
construídos. Qual dos conjuntos e bacias citados a seguir apresenta maior volume de tráfego de mercadorias?

(A) O sistema do Tietê, recém-concluído, ligando os arredores de São Paulo com o Centro-Oeste.
(B) A Bacia do São Francisco, no trecho Pirapora-Juazeiro, após a conclusão das eclusas em Paulo Afonso.
(C) A Bacia Amazônica, que apresenta quase 30.000 km de rios navegáveis.
(D) A Bacia Tocantins-Araguaia, responsável pelo escoamento da produção de soja do Centro-Oeste.
(E) O sistema Jacuí/Taquari-Lagoa dos Patos, construído com eclusas e retificações, escoando as safras gaúchas.

6. Sistema de navegação de Cabotagem consiste:

(A) Transporte graneleiro.


(B) Ligação entre países.
(C) Ligação entre portos no mesmo país.
(D) Transporte de veículos.
(E) Transporte de “containers”.

7. Nas alternativas, cada porto brasileiro movimenta um produto mineral dominante. Assinale a associação correta.

(A) Tubarão (ES) Ferro, lmbituba (SC) Fosfato, Macau (RN) Petróleo, São Sebastião (SP) Sal.

157
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 158

(B) Tubarão (ES) Carvão, lmbituba (SC) Sal, Macau (RN) Fosfato, São Sebastião (SP) Ferro.
(C) Tubarão (ES) Manganês, lmbituba (SC) Xisto, Macau (RN) Sal, São Sebastião (SP) Fosfato.
(D) Tubarão (ES) Zinco, lmbituba (SC) Cobre, Macau (RN) Carvão, São Sebastião (SP) Petróleo.
(E) Tubarão (ES) Ferro, lmbituba (SC) Carvão, Macau (RN) Sal, São Sebastião (SP) Petróleo.

8. (Uberlândia-MG) Etapa avançada da integração entre os transportes e a economia no Brasil, os chamados “corredores de
exportação” são:

(A) Regiões agrícolas que se formam no entorno de grandes cidades, dotadas de terminais intermodais de transporte.
(B) Áreas dotadas de terminais intermodais e estações aduaneiras que utilizam a infraestrutura ferroviária para escoar a
produção agrícola com destino às principais cidades brasileiras.
(C) Áreas dotadas de infraestrutura que envolve o transporte, a armazenagem e a comercialização de produtos, desde as
áreas produtoras até os portos de exportação.
(D) Cidades portuárias que recebem produtos de diversas regiões do país, exportando os por meio de navegação de
cabotagem para diversos mercados consumidores do mundo.

9. (U.F. JuizdeFora-MG) As ferrovias são importantes meios de transporte nos países desenvolvidos, mas são desprestigiadas no
Brasil. Dos itens sobre as ferrovias, relacionadas a seguir, um deles não se aplica ao nosso país.

Assinale-o.

(A) Grande capacidade de carga.


(B) Consumo de energia relativamente baixo.
(C) Vida útil bastante longa dos veículos.
(D) Rapidez e segurança.
(E) Malha ferroviária integrada ao sistema produtivo.

158
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 159

2.5.5. EXERCÍCIOS DE PROVA

(EsFCEx 2002/2003) Texto para as questões 1 e 2.

“A criação de fixos produtivos leva o surgimento de fluxos que, por sua vez, exigem fixos para balizar o seu próprio movimento.
É a dialética entre a frequência e a espessura dos movimentos no período contemporâneo e a construção e modernização dos
portos, aeroportos, estradas, ferrovias e hidrovias. ”
(SANTOS, 2001. P. 167)

(SANTOS, 2001. P. 167) (IBGE, Diretoria de Geociência, Departamento de Cartografia, Mapa da Série Brasil-Geográfico, versão 1997)

1. Sobre a dinâmica dos fluxos no Brasil, é correto afirmar que:

(A) O incremento na rede ferroviária foi mais significativo no transporte de cargas do que no de passageiros, entre 1970 e
1994, sobretudo na escala metropolitana.
(B) Na Amazônia, em virtude do menor desenvolvimento de estradas e ferrovias, das grandes distâncias e da natureza do
seu isolamento, a aviação regional perde relevo nos intercâmbios.
(C) As cinco bacias brasileiras são utilizadas em diversas atividades sociais e econômicas. Assim, a bacia do Prata se define
pelo transporte de sementes, trigo e veículos terrestres.
(D) Surge uma re-hierarquização dos nós dos sistemas aéreos, devido ao advento dos fluxos mais densos.
(E) As interligações entre os sistemas de engenharia, tornam-se realidade quando os progressos técnicos permitem superar
as diferenças entre as conexões.

2. (EsFCEx 2002/2003) O novo modelo econômico brasileiro exige um reordenamento profundo do sistema de transporte, a fim
de incrementar a eficiência geral da economia, diminuir os custos de deslocamento e aumentar a competitividade das
exportações. Assim sendo, na década de 90, tais ações cristalizaram-se na forma de uma estrutura de circulação baseada em
“bacias de drenagem”, que consistiam em:

(A) Expandir e conectar as áreas de produção nacional por hidrovias, sendo este o mais vantajoso dos sistemas de
transportes, em razão da extensão de nossas bacias hidrográficas.
(B) Uma substituição da prioridade rodoviária pela ênfase nas ferrovias e hidrovias, a exemplo da hidrovia do Madeira que
aliviará a BR- 364.
(C) Transferência de cargas com eficiência e baixo custo entre caminhões, vagões ferroviários e comboios fluviais,
envolvendo a construção de estações intermodais.
(D) Investimentos portuários com objetivo de conduzir a produção nacional para os pontos de saída, rumo aos mercados
internacionais.
(E) Empreendimentos privados, ferroviários e hidroviários, projetados para impulsionar a expansão agropecuária,
principalmente do Centro-Oeste.

3. (EsFCEx 2003/2004) Sobre as características das bacias hidrográficas, o regime e a drenagem dos rios brasileiros, pode-se
afirmar que:

(A) Todos os rios brasileiros têm drenagem exorréica.

159
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 160

(B) Apenas a bacia do Tietê possui drenagem endorréica.


(C) Todos os rios possuem regime pluvial.
(D) Todos os rios deságuam na forma de estuário.
(E) Os lagos de várzea predominam no Brasil.

4. (EsFCEx 2003/2004) Sobre a balança comercial brasileira e as mercadorias que entram e saem pelos portos brasileiros, é
correto afirmar que:

(A) Em matéria de transporte de carga de granéis sólidos no Brasil, o porto mais especializado é o de Tubarão em Vitória.
(B) Os investimentos nos sistemas de transportes, portos e aeroportos, contribuem para melhorar a competitividade das
mercadorias fabricadas no Brasil, porém aumentam muito o custo final dos produtos.
(C) O porto de Belém é considerado uma das principais portas de entrada para a Amazônia porque possui a melhor
infraestrutura para o acostamento de embarcações de grande porte.
(D) O maior exportador de café e, mais recentemente, de soja e óleos vegetais é o porto de Itaqui no Paraná.
(E) Os produtos industrializados tiveram um crescente destaque na pauta de exportações, pois graças à crescente
industrialização passou-se a exportar maquinário de alta tecnologia para outros mercados.

5. (EsFCEx 2003/2004) Sobre a circulação da produção e o sistema de transporte no Brasil, é correto afirmar que:

(A) O Brasil é o país das rodovias, sua utilização como a principal via de transporte foi resultante da implantação da indústria
substitutiva no Brasil, no início do século XX.
(B) O problema de saturação das rodovias brasileiras associa-se a outras dificuldades, tais como a falta de modernização
das estruturas dos portos para atender ao fluxo de caminhões que trazem ou levam cargas até eles.
(C) Implantadas para escoar a produção agrícola até os portos exportadores, as ferrovias estavam preparadas para atender
às demandas urbano-industriais.
(D) O país cresceu vendo as suas vias de circulação acompanharem o seu ritmo de crescimento, a fim de abastecer o
crescente mercado consumidor urbano e manter os fluxos das redes de produção em funcionamento.
(E) O transporte aéreo apresenta uma destacada participação no transporte de mercadorias em razão dos incentivos que
recebe do Estado e por ser pouco competitivo.

6. (EsFCEx 2004/2005) “Dentre as diversas bases técnicas que se vão incorporando ao território e dotando cada região de novas
qualidades materiais e possibilidades organizacionais, queremos destacar os ‘sistemas de movimentos do território’, isto é, o
conjunto indissociável de engenharias (fixos) e de sistemas de fluxos (materiais e imateriais) que respondem pela
solidariedade geográfica entre os lugares”.
(CONTEL, In: SANTOS, 2001, p. 357)

O texto permite compreender o conceito de sistemas de movimentos do território. Baseando-se neste conceito e em seus
conhecimentos sobre a geografia da circulação no Brasil, é incorreto afirmar que:

(A) Os subsistemas de movimento hidroviário são divididos em cinco, quais sejam: Bacia Amazônica, Bacia do São Francisco,
Bacia do Sudeste, Bacia do Leste e Bacia do Prata.
(B) O sistema de movimento ferroviário no Brasil, à época da sua implantação, fim do século XIX até a metade do século
XX, era o principal responsável pelo deslocamento longitudinal dos fluxos de pessoas e de mercadorias.
(C) A frase “Governar é abrir estradas” atribuída a Washington Luís, que determinou a construção da rodovia Rio–São Paulo,
atual Via Dutra, traduz a prevalência do sistema rodoviário sobre os demais sistemas na política de transporte do Brasil.
(D) Ainda que estatisticamente irrelevante para o conjunto dos sistemas de movimentação no país, nos estados brasileiros
desprovidos de um sistema de domínio terrestre o sistema de movimento aeroviário constitui-se numa alternativa
frequentemente utilizada.
(E) A construção de Brasília fez com que o movimento de integração dos sistemas de movimentos no Brasil ganhasse
impulso, pois criou-se a necessidade de ligar a capital federal ao restante do país, o que possibilitou a construção
de rodovias como: Belém- Brasília (BR-10), Rio-Belo Horizonte-Brasília (BR-40) e Brasília-Fortaleza (BR-20).

160
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 161

7. (EsFCEx 2006/2007) "O que obrigou a novos investimentos na rede ferroviário foi não apenas o transporte de cargas, mas
também a demanda da circulação de passageiros. Entre 1970 e 1994 o número de passageiros cresceu 3,5 vezes, passando
de 329,64 mil para 1.163.034 pessoas."

É motivação principal para os investimentos em transportes ferroviários de passageiros no período citado no texto acima:

(A) A necessidade de transportar a população migrante do Nordeste para o Centro-Sul do Brasil.


(B) O incremento do uso de trens em escala metropolitana, com aumento de fluxos de trens suburbanos e construção de
metrôs.
(C) Garantir o deslocamento migratório pendular de trabalhadores rurais temporários em períodos de plantio e colheita nas
regiões agroexportadoras.
(D) O uso dos trens de passageiros em âmbito inter-regional como alternativa ao transporte rodoviário, saturado pela má
conservação das estradas.
(E) A construção da linha férrea ligando Brasília aos núcleos polarizados do Centro-Sul.

8. (EsFCEx 2011/2012) O setor de transporte brasileiro tem passado por mudanças significativas. Pode-se afirmar que a
alternativa que reflete esta mudança é:

(A) O crescente investimento do Estado visando a recuperação e manutenção da infraestrutura do setor de transportes.
(B) A exclusão da participação do setor privado em atividades de exploração de trechos de rodovias e ferrovias federais.
(C) A privatização do sistema hidroviário, mediante transferências ou concessões à iniciativa privada de sua estrutura
operacional.
(D) A participação crescente do setor privado, por meio de concessões estatais, em atividades de exploração de trechos de
rodovias estaduais e federais.
(E) A extinção do monopólio estatal nos setores de transportes tecnologicamente mais avançados, a exemplo dos gasodutos
e oleodutos.

9. (EsFCEx 2017/2018) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto abaixo:

A integração do território pela (o)s e a expansão da frota nacional de permitem, entre outras coisas,
descrever a imposição do sistema de circulação no Brasil em um país continental com grande disponibilidade hídrica.

(A) estradas – veículos – rodoviária


(B) rios – navios – fluvial
(C) estradas – navios – fluvial
(D) rios – veículos – rodoviária
(E) estradas – veículos – pluvial

10. (EsFCEx 2019/2020) Leia a reportagem a seguir:

Espera por viagens de trem completa 20 anos com linha e estações destruídas

(...) A atual administração do Distrito Federal fala na retomada do transporte de passageiro sobre trilhos. A ideia é
atender principalmente aos moradores de cidades vizinhas da capital, ligando a Rodoferroviária a Valparaíso (GO), onde sequer
há terminal.

A promessa era colocar o trem para rodar em caráter experimental em março, com apoio financeiro do governo federal.
Mês passado, alegando não ter a verba da União, o governo do DF mudou a data para o “começo de 2020”. No entanto, não há
locomotiva, vagão nem prédio para receber passageiros. Tampouco, funcionários para operar as locomotivas. Os trilhos precisam
ser restaurados.

O projeto do governo de Ibaneis Rocha (MDB) é mais comedido que o apresentado, em junho de 2013, pelo governo
federal e os então governadores do DF, Joaquim Roriz (MDB), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Eles anunciaram a retomada
do transporte de passageiros entre Brasília e Luziânia (GO). Colocariam as composições para rodar sobre o trecho entre as
estações Bernardo Sayão, no Núcleo Bandeirante, e Jardim Ingá, bairro populoso de Luziânia. Tudo ficou em promessas,
ampliadas por Roriz e Perillo, anos depois, para um trem de alta velocidade entre Brasília e Goiânia.

161
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 162

Antes de elaborar o projeto, comitivas de Goiás e do GDF visitaram cidades da Itália, França e Alemanha para conhecer
sistemas ferroviários e negociar com possíveis fornecedores. Mas o Ministério dos Transportes apontou a inviabilidade do plano.
(...) Inaugurada em 1968 para ligar a nova capital a Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a linha férrea que parte da
Rodoferroviária cruza áreas urbanas de grande densidade, nas periferias de Valparaíso e Luziânia. De lá, segue até Pires do Rio,
no centro de Goiás. Mas são os 120 primeiros quilômetros que interessam ao brasiliense e aos moradores das cidades vizinhas.
Pelos cálculos de especialistas, cerca de 600 mil pessoas poderiam ser beneficiadas pelo transporte de passageiros, interrompido
no trecho em 1992, com a desativação da linha Bandeirante, que ligava Brasília a Campinas (SP).

Com a privatização da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997, a
linha brasiliense foi transferida à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) por 30 anos, prorrogáveis por mais 30. Hoje, o trecho Brasília-
Luziânia funciona sobre os escombros da linha férrea pontilhada de estações de passageiros. O ponto de partida é um cemitério
de trens. No pátio de manobras da Rodoferroviária, dezenas de vagões, inclusive os que transportaram os últimos passageiros,
há 27 anos, estão expostos ao vandalismo, tomados pelo mato. Vez ou outra recebem visita de grafiteiros. Do galpão par a
reparos, só sobrou o esqueleto. Saquearam todo o alambrado, geradores, janelas, portas, pisos, pias.

(Correio Brasiliense, 28/7/19, com adaptações)

Assinale a alternativa que retrate e explique a situação da falta de investimento na malha ferroviária em várias cidades do país.

(A) A situação apresentada pela reportagem tem como contexto o investimento do país fortemente voltado para o automobilismo,
resultando na precarização de transporte coletivo pela rede ferroviária.
(B) Os primeiros 120 quilômetros da linha férrea que parte da Rodoferroviária não despertam o interesse econômico para que
sejamreativados, motivo pelo qual a linha foi privatizada.
(C) A inviabilidade do plano se dá porque a demanda para a linha Brasília-Luziânia não se compara com a demanda das cidades
europeias da Itália, da França e da Alemanha.
(D) O trecho da linha férrea entre a Rodoferroviária de Brasília e a divisa entre as goianas Luziânia e Cristalina não possui interesse
econômico para o devido funcionamento, por isso não foi privatizada.
(E) A precarização do transporte ferroviário marca a falta de integração territorial do país; em compensação, tem-se investido na
rede hidroviária, facilitando a compra de barcos pela população ribeirinha.

162
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 163

2.6. O ESPAÇO RURAL

Anteriormente, falamos de diversos aspectos referentes à sociedade atual em que vivemos, destacando prioritariamente
características suas urbanas. Neste capítulo, após uma revisão histórica, veremos que a globalização e o meio técnico-científico-
informacional também atuam no campo com grandes transformações. Não apenas a forma em que produzimos alimentos ou que
cultivamos animais modificou, mas também os modos de vida nas zonas rurais. Antes de começar, pense em tudo o que você
sabe sobre o campo. Pense nos alimentos que agricultamos, em como os animais são produzidos e como tudo isso chega aos
supermercados e, depois, à nossa mesa. Após esse exercício, vamos juntos conhecer mais alguns conceitos e temas?

2.6.1. CONCEITOS E TEMAS

Nessa etapa de conceitos e temas, vamos discorrer sobre os tipos de relações de trabalho no campo. É fundamental que conheçam
essas nomenclaturas, pois elas podem aparecer em alguma questão.

POSSEIRO: é o cidadão que toma posse de uma terra com a ocupação do território. Ganha o direito da terra pelo uti possidetis
conforme regulação do Usucapião (direito à propriedade após 5 anos de apropriação caso não haja reclames);

BIBLIOTECA DO GEÓGRAFO:

LEI DE USUCAPIÃO (Lei nº 6.969, de 10 de dezembro de 1981);

Acesse em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6969.htm

Obs: Desde 2001, com o Estatuto da Cidade, temos também o Usucapião


em imóveis urbanos.

Esse tipo de relação trabalhista é muito utilizado por movimentos sociais, como o MST. Vale ressaltar que a posse não está ligada
apenas à baixa renda, pois muitos latifundiários ampliam suas terras expandindo os limites destas e adquirindo, com o tempo, o
Usucapião.

GRILEIRO: É o cidadão que forja o documento para ter direito a uma terra que não é sua. Antigamente, colocavam o papel em
uma caixa com grilos para envelhecer e parecer legítimo. Essa prática é muito comum em grandes proprietários de terra.

PARCERIA: Temos dois tipos principais que são os MEEIROS e os ARRENDATÁRIOS. Os meeiros são aqueles que dividem ao
meio o lucro. Isso acontece porque o trabalhador fornece a força de trabalho e o proprietário, a terra. Os arrendatários
alugam/arrendam a terra para o uso e tem direito a toda a produção.

COLONO: É o antigo capataz e também pode ser considerado o legítimo homem do campo. O proprietário concede ao colono
um pedaço da terra pra ele viver e plantar enquanto gerencia todo o resto da fazenda.

BOIAFRIA: Este trabalhador está ligado à migração sazonal ou transumância. Geralmente vivem na periferia urbana e se
deslocam para o campo em momentos específicos como o plantio e a colheita. É uma mão-de-obra pouco qualificada, e suas
características camponesas se modificam dada a sua vivência em meios urbanos.

ESCRAVIDÃO POR DÍVIDA: os proprietários da terra financiam a vinda do trabalhador, na maioria das vezes com promessas
de salários não consolidadas. Este trabalhador descobre que o salário acordado, quando é pago, mal cobre os custos relativos ao
seu próprio trânsito. Este trabalhador, torna-se um escravizado por dívidas que se avolumam abusivamente e, em alguns casos,
sob ameaças físicas e cárcare privado. Esta relação de trabalho marcou os ciclos econômicos da borracha na região da Amazônia,
mas ainda se faz presente no território brasileiro.

163
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 164

CINEMA DO GEÓGRAFO:

A Selva (Leonel Vieira, 2004)

Agora que já conhecemos esses conceitos, refletiremos sobre a constituição do espaço rural brasileiro.

2.6.2. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: HISTÓRICO

O Brasil possuiu uma média de 4 milhões de hectares de área agricultável. Difere de muitos lugares que possuem acidentes
geográficos ou limitações climáticas como a Rússia que tem um imenso território de gelo, a China com altitudes muito elevadas
e o EUA com desertos, gelo e altas altitudes. Pode-se dizer que todo território do Brasil é passível de prática agrícola.

Antes de discorrermos sobre o panorama atual da agricultura no país, vamos fazer uma retrospectiva histórica. A primeira
regulamentação sobre terras a se estabelecer no país é do período colonial denominada de SESMARIAS. Ela consistia na doação
de grande propriedade de terra destinada a cultivo de monocultura para exportação. A mão de obra era escravista e as terras
eram obtidas em sistema de donataria (real ou não). A principal cultura a avançar no nordeste brasileiro foi a Cana-de-Açúcar.

Apenas em 1850 surge outro documento legal: a LEI DE TERRAS. A necessidade dessa lei, que na prática mudou pouca coisa,
foi a desregulamentação vivida entre 1822, quando da independência e 1850. As terras eram apropriadas sem limitações e
diversos proprietários expandiram hectares tomando posse. A lei dizia que era necessário frear o avanço e estabeleceu regras
para obtenção do direito à terra. O pretenso proprietário deveria pagar ao governo quantia referente ao tamanho da área. Os
que possuíam dinheiro para comprar já eram donos de terras, e por isso a concentração latifundiária foi reforçada por essa lei.

A estrutura fundiária brasileira pautada na concentração e na desigualdade de acesso consolidava-se com ainda mais força, por
possuir um aporte legal, como monocultora, latifundiária e para uma minoria. O desenho socioeconômico é esse até hoje, muito
embora saibamos que existem minifúndios no Brasil, com práticas de agricultura familiar ou com agricultura moderna em torno
de cooperativas. Uma diferença significativa pós 1850 foi a assinatura da Lei Euzébio de Queiroz, que proibia o tráfico negreiro.
Portanto, a mão de obra tornou-se oficialmente assalariada (mas muitos produtores ainda utilizaram escravos ilegalmente e
alguns portos do Brasil mantinham a prática do tráfico às escuras, como é o caso de Porto de Galinhas).

No capítulo seguinte falaremos sobre demografia. Rapidamente, leiam sobre a teoria Malthusiana e Neomalthusiana para
podermos continuar. Como vocês viram, a teoria Malthusiana continuava a acreditar em um avanço populacional desenfreado
que deveria ser contido. Uma das soluções propostas, além do planejamento familiar, foi o financiamento de produção de
alimentos nos países subdesenvolvidos, como o Brasil. Os grandes atores hegemônicos enviaram tecnologias diversas como
maquinários, tratores, insumos químicos e biológicos, pesticidas, herbicidas e desta forma houve uma grande modernização da
agricultura brasileira entre as décadas de 50 e 70. Esse fenômeno é a conhecida REVOLUÇÃO VERDE.

Após os anos 50, por outro lado, também surgiram ligas camponesas que lutam pelo direito a terra e questionam a concentração
fundiária no campo. Destaca-se a Comissão Pastoral da Terra - CPT. Em 1964 surge o ESTATUTO DA TERRA que tinha como
função aumentar a produção no campo e fazer a sonhada REFORMA AGRÁRIA, que ainda hoje não conquistamos. Para isso,
instalaram o MÓDULO RURAL, de modo a saber quem tinha e quem não tinha terra. Era uma unidade de medida com fins
estatísticos e de planejamento, que se interessava em visualizar a fragmentação territorial. Pouca coisa mudou. Em 1970 criaram
no Estatuto da Terra o MÓDULO FISCAL, que era municipal e tinha função de cobrar impostos e tributos dos proprietários de
terra. Pouca coisa mudou.

O INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária foi criado em 1970 e o MST, o maior movimento de trabalhadores
rurais até hoje, em 1980. Em 1988 é constituída a FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA que previa a distribuição da terra por parte
daqueles que possuíam uma sem uso. Ou seja, caso a área da propriedade fosse devoluta, deveria ser repartida. Isso não é
colocado em prática.

164
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 165

2.6.3. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: O AGRONEGÓCIO

A agricultura tem efeitos que se distribuem nas diversas etapas. Primeiramente, é preciso a ocupação e apropriação de uma área.
No Brasil, grande parte dessa apropriação, destinada ao atendimento do mercado internacional, é feita por latifúndios, ou seja,
grandes propriedades de terra. Os proprietários são fazendeiros de grande poder aquisitivo, muitas vezes inseridos na conhecida
bancada ruralista.

Para produzir, é necessário o preparo do solo que, com o passar do tempo e uso intensivo, exige que sejam feitas correções
nutricionais frequentes. Imagine o seguinte, quando há árvores e arbustos em uma determinada área, constantemente, os
nutrientes são retirados do solo para a produção desses materiais vegetais e devolvidos ao solo com a queda das folhas, dejetos
de animais, e etc. Quando se retira a cobertura vegetal para a prática de monocultura, o solo fica exposto e sem acesso a ess a
ciclagem de nutrientes com tanta facilidade. A plantação de hectares de feijão retira muitos nutrientes do solo, rompendo com o
equilíbrio do ciclo de nutrientes que havia na mata original.

Para resolver esse problema, gerado pelo uso monocultor do solo, são inseridos fertilizantes como o NPK (Nitrogênio, Fósforo e
Potássio). Esses adubos, quando aplicados na quantidade e maneira correta, recuperam o equilíbrio nutricional do solo. Um sol o
balanceado permite à cultura inserida, condições adequadas para o desenvolvimento, desde que se execute todas as outras
práticas culturais necessárias.

O pH do solo também pode sofrer alterações. Quando é verificado um solo ácido, muitos produtores inserem cal (processo de
calagem), que com as hidroxilas corrige a acidez. Porque corrigir a acidez? Um solo com pH abaixo de 7, pode prejudicar o
crescimento e desenvolvimento das plantas, principalmente por ser um fator limitante à absorção de nutrientes. Além disso, a
acidez pode ser tóxica e, à medida que se corrige esse problema, aumenta-se a atividade biológica do material vegetal.

Para a produção de alimentos utiliza-se ainda a adubação dissolvida em água que denominamos de Pulverização. Ela é necessária
principalmente para evitar o avanço de pragas, muito comum em práticas não policulturas. Coloc a-se adubo orgânico ou
inorgânico dentro do maquinário (fertirrigação com pivôs, pulverização costal, pulverização por tração mecânica e animal e et c.)
para despejar nas plantações. Quando o adubo é sólido, é necessário distribuí-lo no solo e irrigar em seguida, para que haja a
absorção. Em zonas sem maquinário de irrigação, chamadas de sequeiro, aduba-se antes das chuvas, para que ocorra o mesmo
processo de penetração dos nutrientes com a chegada das precipitações não superficiais.

As sementes são vendidas por grandes empresas internacionais associadas a empresas nacionais como: a Monsanto, Dow
AgroSciences, Syngenta, LG (Limagrain Guerra) e outras. Com as sementes e o solo preparado, inicia-se o processo de
domesticação das plantas nos moldes de uma agricultura modernizada. Na etapa de colheita, os grãos são armazenados em
grandes silos para depois serem ensacados e distribuídos. Na colheita de frutos, os cuidados devem ser dobrados, porque eles
são organismos que continuam vivos com o metabolismo ativo, respirando e transpirando, por isso, dependendo da forma de
armazenamento podem apodrecer em velocidade elevada.

Dica Geográfica:

Pesquisem sobre o ETILENO!

Também podem ser chamados de Eteno.

É importante lembrar que no período de plantio e colheita muitos trabalhadores temporários são mobilizados para atender a
demanda de serviços.

Bom, é sempre importante termos um pensamento crítico não é mesmo? Sabemos que a questão da água é um fator muito
importante na agricultura do Brasil e do Mundo. Muitas fazendas utilizam mais água do que o necessário para uma boa
produtividade. Com o intuito de resolver esse problema, empresas como a IRRIGER trabalham no controle do uso da água em
diversas regiões do mundo. Isso é possível pelos cálculos de um programa desenvolvido pela UFV (Universidade Federal de
Viçosa) que faz um balanço hídrico adequado. O resultado é uma maior preservação do volume de água dos reservatórios mais
próximos como rios, represas, lagos artificiais, poços artesianos e etc.

No entanto, sabemos que o problema da contaminação das águas, está longe de ser solucionado. Por causa da pulverização,
muitos dos elementos químicos são levados do solo aos rios pelo escoamento da água da chuva. O rio, por conseguinte, não
abastece apenas as fazendas, mas as cidades pequenas e médias que se desenvolvem ao redor do agronegócio. Se pensarmo s
em escala macro, os elementos químicos despejados nos rios, são levadas às nuvens pela evaporação. Com a condensação do

165
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 166

ar evaporado forma-se nuvens e depois chuvas, que em muitos casos, já caem ácidas. Como vemos, o planeta Terra é um sistema
perfeito e interligado. Comecem a pensar a respeito, mas é apenas no módulo 2 que falaremos sobre as consequências ambientais
com detalhes.

Vamos adiante. Já temos os depósitos cheios de frutas e grãos, o que precisamos fazer agora? Distribuir! Para que o Brasil tenha
um agronegócio bem consolidado, é fundamental que hajam redes de transporte acessíveis para o escoamento das mercadorias.
Qualquer dúvida, revisitem o capítulo 5.

Alguns de vocês devem estar pensando: quer dizer que a agricultura desenvolve o sistema de transporte e cria cidades?

Aquele imaginário do homem do campo, caminhando com chapéu na cabeça em uma estrada de terra, de botina e todo
empoeirado acabou?

Não acabou!

Esse homem ainda existe na agricultura familiar e no agronegócio. No segundo caso, ele não é o dono da terra e sim o trabalhador
que vive na fazenda. O proprietário é aquele que anda em estrada cimentada, vive na cidade mais próxima e anda de caminhonete.
Mas eu tenho uma boa notícia, esse homem ainda usa botina (mais estilizada, é claro!). Mas o fato é que seu raciocínio está
certíssimo.

A monocultura fez com que a atividade de campo, ou seja, a prática rural/agrária/agrícola, desenvolva a urbanização e a
construção de rodovias. Grande parte das cidades médias do interior do Brasil estão em zonas do agronegócio como é o caso de
Rio Verde, Ceres, Formosa, Unaí e etc. Grande parte dos donos de terra querem viver na cidade porque não são legítimos
camponeses. Com a renda alta que ganham precisam de equipamentos urbanos onde gastar, como restaurantes, cinemas, lojas,
aeroportos e uma infinidade de outros serviços urbanos. Isso não deixa de ser uma dialética: o campo gera cidade e a cidade
desenvolve o campo. A cidade não vive sem o campo, precisam de alimentos e de matérias primas para construir casas, carros e
praticamente tudo ao nosso redor.

Por último, é fundamental que vocês tenham em mente que o agronegócio atende a uma demanda internacional de alimentos
(commodities) e que, portanto, é basicamente uma agricultura de exportação. Nas provas anteriores, muitas bancas tentaram
induzir os candidatos a pensarem diferente, mas vocês não vão cair nessa!

Abaixo dados da produção de grãos no Brasil (divulgado pelo IBGE):

Figura 57: Produção de grãos no Brasil.

Mas ainda há uma pergunta importante a se fazer: Somos considerados o celeiro do mundo, um dos maiores produtores de grãos
do planeta, porque ainda passamos fome?

166
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 167

2.6.4. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL X FOME

Minifúndio: imóvel rural de área inferior a 1 (um) módulo fiscal;

Pequena propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos
fiscais;

Média propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 4 (quatro) e 15 (quinze) módulos
fiscais;

Grande propriedade: imóvel rural de área superior a 15 (quinze) módulos fiscais.

Para pensar nessa dicotomia é muito importante que entendamos o caso brasileiro como uma herança colonial. Como vimos,
desde a lei de Sesmarias, temos uma agricultura monocultura voltada à exportação com o uso de latifúndios. A terra está
destituída de função social há muito tempo e esse resgate tem sido uma missão impossível. A f alta de reforma agrária, muito
embora tenhamos um órgão responsável por isso, dificulta ainda mais o problema de produção de alimento para todos, pois o
celeiro do mundo produz mais para o mundo do que para si mesmo.

A comercialização da produção agrícola por parte dos minifúndios também é complicada e então, aqueles que não tem renda
suficiente para comprar em mercados tudo o que precisam e que não tem uma terra para plantar, passam fome. Mas a fome
vem acompanhada de um problema estrutural muito complexo vivido nas cidades. O contingente populacional que vive em zonas
favelizadas, com desempregos altos e poucas oportunidades é imenso. O fato é que a nossa produção de alimentos não é inocente
e tem valores comerciais muito bem delimitados. Isso nos faz pensar: o objetivo da produção de alimento é sanar a fome ou
obter lucro? O LUCRO! Só por aí já entendemos a perversidade do meio técnico-científico-informacional.

Além disso tudo que já foi falado, é importante compreender que as melhores terras são usadas pelo agronegócio e os pequenos
trabalhadores, vinculados ao PRONAF (Programa Nacional de Agricultura Familiar), ficam prejudicados. Veremos isso no próximo
tópico.

Portanto, entendemos que sanar a fome ainda não é um objetivo dos grandes trabalhadores rurais e, enquanto o lucro for a
grande meta, a contradição maior produtor de alimento x fome, continuará existindo.

2.6.5. CLASSIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES RURAIS

A noção de grande, de média e de pequena propriedade não é, porém, numérica, estatística, não podendo se estabelecer pelo
número de hectares se uma propriedade é grande ou pequena. Em áreas pouco povoadas ou de condições climáticas e
desfavoráveis – Amazônia, Nordeste semiárido do Brasil, por exemplo -, a propriedade pode ter centenas ou milhares de hectares
e não possuir condições de sustentar, em níveis de vida razoáveis, uma família, enquanto que, em zonas onde há irrigação e
onde a proximidade dos centros consumidores de produto de alto preço permite o desenvolvimento de uma rendosa agricultura
de legumes e frutas, esta mesma propriedade seria considerada grande.

2.6.5.1. ESTRUTURA FUNDIÁRIA

Módulo fiscal expressa em hectares, fixada para cada município, considerando os seguintes fatores:

 Tipo de exploração predominante no município;

 Renda obtida com a exploração predominante;

 Outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam significativas em função da renda
ou da área utilizada;

 Conceito de propriedade familiar. As estruturas dos módulos fiscais são condicionadas em quatro níveis:

167
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 168

2.6.6. ESPAÇO RURAL BRASILEIRO: AGRICULTURA FAMILIAR

Segundo a Constituição brasileira e a Lei nº 11.326 de julho de 2006, o agricultor familiar é aquele que desenvolve atividades
conômicas no meio rural segundo alguns requisitos básicos, como:

1) Não possuir propriedade rural maior que 4 módulos fiscais;

2) Utilizar predominantemente mão de obra familiar nas atividades;

3) Obter a maior parte do rendimento pelas atividades agropecuárias desenvolvidas na propriedade.

O IBGE acredita que a agricultura familiar possui 4,36 milhões de agricultores familiares em atividade, gerando 38% do VBP
(Valor Bruto de produção).

Para entendimento da agricultura familiar no Brasil é muito importante conhecer o PRONAF (Programa nacional de fortalecimento
de Agricultura Familiar) do antigo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), desde 2016 transformado em Secretaria Especial
de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário.

2.6.6.1. CONFLITOS NO CAMPO

No Brasil, os problemas no campo são seculares, pois a má distribuição de terras desencadeia vários conflitos no meio rural.
Desde a década de 1530 com a distribuição do território brasileiro pela Coroa Portuguesa em capitanias hereditárias e o sistema
de sesmarias, que consistia na distribuição de terrenos para quem tivesse condições de produzir, porém era pago um sexto de
toda a produção para a Coroa.

Com esse procedimento um número pequeno de pessoas acabou por adquirir grandes extensões de terra, configurando uma
estrutura fundiária baseada em diversos latifúndios no Brasil. Dessa forma algumas famílias concentraram grandes propriedades
rurais, e os camponeses passaram a trabalhar como empregados para os latifundiários. Entretanto, a violência no campo
apresentou-se com maior intensidade com a independência do Brasil, em 1822, que foi caracterizada pela demarcação de imóveis
rurais por meio da lei do mais forte, provocando muitas mortes por assassinato.

Outro fator que tem como consequência uma série de conflitos é a grilagem que impacta diretamente no pequeno agricultor que
acaba por perder as terras de seu sustento.

Dentre outros fatores que beneficiam os grandes latifundiários é a atual organização da produção agrícola, baseada na
mecanização e na intensa maciça utilização de tecnologia, que acaba forçando os pequenos produtores a venderem suas
propriedades, e passarem a trabalhar como empregados em propriedades agrícolas fixa ou temporariamente, ou até mesmo
migrarem para as cidades, tendo em vista que o campo está cada vez mais mecanizado e estes não conseguem participar desse
processo nem no sistema produtivo e muito menos como mão de obra.

Com a concentração fundiária, diversos movimentos sociais foram criados com a expectativa de reverter essa situação. O
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) luta pela realização da reforma agrária. A forma de luta muitas vezes se
dá via ocupação de latifúndios subutilizados, como forma de pressionar o Estado. Porém, as ocupações realizadas por eles nem
sempre tem uma resolução pacífica, muito pelo contrário, desencadeia diversos conflitos no campo.

Pode-se citar também como problema no campo a utilização de mão de obra infantil e cada vez mais a exploração do trabalhador.
A abolição da escravatura ocorreu em 1888, entretanto, o Brasil ainda registra denúncia de trabalho escravo, tendo em vista que
proprietários de algumas propriedades contratam funcionários e os obriga a custear a viagem, estadia, alimentação, etc. Logo o
trabalhador nem inicia suas atividades e já tem dívidas, sendo obrigado a trabalhar para pagar o que o patrão “investiu”.

Logo se verifica que se faz necessário que políticas públicas sejam desenvolvidas, com intuito de solucionar os problemas
existentes, para reduzir a desigualdade no campo e, sobretudo, fiscalizar as condições de trabalho e ainda oferecer subsídios para
os pequenos produtores rurais.

2.6.6.2. FRENTES / FRONTEIRAS AGRÍCOLAS

Fronteira agrícola é um termo criado para designar o avanço da produção agropecuária em relação ao meio rural. Vem a ser uma
região em que as atividades capitalistas avançam frente às grandes florestas e sobretudo em áreas pouco povoadas. A fronteira

168
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 169

agrícola no Brasil que se localizava na região do Brasil central (cerrado), na atualidade se concentra na região Norte, em contato
com a Floresta Amazônica.

Podemos entender Frente de Expansão como o primeiro processo de ocupação de áreas naturais e essas foram realizadas em
grande quantidade por pequenos produtores em terras devolutas (terras públicas no meio rural). Após uma década de ocorrências
desse tipo de ocupação, os produtores, voltados, sobretudo, para a agricultura familiar e orgânica passam requerer a posse
definitiva e oficial das terras por meio da lei de usucapião e esses são denominados posseiros.

Em contrapartida, a Frente Pioneira significa o avanço dos grandes produtores que representam o agronegócio, que ao contrário
da Frente de Expansão, manifestam um modo de produção inteiramente voltada para a produção interna e para exportação em
larga escala que é o foco do sistema capitalista. Em boa parte dos casos essa frente é expandida por meio da grilagem
(apropriação ilegal) das terras devolutas ou até mesmo em espaços pré-ocupados pelos posseiros.

Partindo desses primórdios, diversos conflitos ocorrem no campo envolvendo grileiros e posseiros e às vezes algumas
comunidades indígenas. Os grileiros geralmente representados pelos grandes latifundiários e as empresas rurais, já os posseir os
estão ligados aos movimentos sociais do campo e entre eles o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra). É válido
ressaltar que na medida em que o agronegócio se alastra, as pequenas propriedades são pressionadas, ora para avançar ainda
mais a fronteira agrícola, ora para se excluírem por meio do êxodo rural, que tem como consequência a migração de boa parte
dos trabalhadores rurais para a cidade.

Perante o avanço da fronteira agrícola, principalmente pela frente pioneira, três problemas são observados e são eles: a
concentração de terras, a devastação da vegetação e a questão da produção de alimentos que se agrava.

Gênero agrícola que ganhou e vem ganhando espaço nas frentes da agricultura é a soja que é uma commodities (produtos "in
natura", cultivados ou de extração mineral, que podem ser estocados por certo tempo sem perda sensível de suas qualidades).

A seguir, uma citação que esepcifica ainda mais as características da agricultura familiar.

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Agricultura Familiar

Na agricultura familiar a administração da propriedade e dos investimentos necessários às decisões


sobre o que e como produzir são tomadas pelos membros de uma família, sendo ou não eles os
donos da terra – algumas famílias produzem em terras arrendadas. Em geral, nesse tipo de
agricultura o trabalho é realizado pelos membros da família, mas muitas vezes há contratação de
mão de obra no mercado.

Um tipo de agricultura familiar que prevalece nas regiões pobres é a agricultura de subsistência,
voltada às necessidades imediatas de consumo alimentar dos próprios agricultores e seus
dependentes. A produção é obtida em pequenas e médias propriedades ou em parcelas de grandes
propriedades (nesse caso, parte da produção é entregue ao proprietário como pagamento de
aluguel da terra), com a utilização de técnicas tradicionais e rudimentares.
(Eustáquio de Sene e João Carlos Moreira – Geografia Geral e do Brasil – Espaço Geográfico e Globalização – p. 645).

2.6.6.3. BIOCOMBUSTÍVEIS

Fontes de energia renováveis, originadas de produtos de origem vegetal e animal, assim podemos definir os biocombustíveis. As
matérias-primas mais utilizadas na atualidade são a cana-de-açúcar, beterraba, sorgo, dendê, semente de girassol, mamona,
mandioca, lenha, resíduos florestais, excremento de animais, resíduos agrícolas e etc.

O processamento da matéria orgânica acaba por originar um óleo, que por sua vez pode ser misturado aos derivados do petróleo
(gasolina, diesel, etc.) ou até mesmo pode ser utilizado puro. Como exemplo de biocombustíveis podemos citar: etanol (era
chamado de álcool), metanol, biodisesel, bio-óleo, biogás, bioetanol, óleo vegetal e E85 (mistura de etanol anidro 85% e gasolina
com 15% na Europa (Suécia) e América do Norte (EUA). Em parte dessas substâncias possuem uma porcentagem de derivados
de petróleo, porém a maioria é formada basicamente por produtos de origem vegetal e/ou animal.

169
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 170

Na atual conjuntura alguns especialistas afirmam que a utilização dos biocombustíveis apresenta uma série de vantagens e são
elas:

 Emite menos gases poluentes com a sua queima (combustão);

 Contribui para geração de empregos no meio rural;

 É uma fonte renovável de energia;

 Reduz a utilização de fontes de energia de origem fóssil.

Entretanto, existem opositores ao uso dos biocombustíveis em larga escala. Defensores dessa perspectiva defendem como
desvantagens os seguintes pontos:

 Diminuição na produção alimentos em detrimento à produção das matérias-primas dos biocombustíveis;

 Problemas ambientais com as plantações de cana-de-açúcar, ou seja, perda de nutrientes do solo, desmatamentos,
erosão, etc…

É valido destacar que biocombustível é um tema relevante nas discussões da matriz energética mundial, pois de fato merece ser
analisado de forma criteriosa, levantando os aspectos positivos e negativos de maneira a proporcionar maior embasamento acerca
da sua utilização com as vantagens e desvantagens.

Dediquem um pouco do tempo de estudo para pesquisar sobre o assunto e verifiquem a diferença entre as práticas do agronegócio
e as atividades de um agricultor familiar. No próximo capítulo, falaremos sobre demografia e depois entraremos no universo da
Geografia Física! Lembrem de fazer exercícios e beber muita água!

2.6.7. TIPOS DE SOLO

É importante que você entenda que hpa diversos fatores que interferem na tipologia do solo. O solo é consequência da atuação
de vários fatores, tanto endógenos (como o tipo de rocha), quanto exógenos (ações do intemperismo físico – de quebra;
químico - de transformação química da rocha; e biológico – ação das formigas e cupins, por exemplo).

As ações destes elementos no solo contribuem para a sua decomposição, que é a origem de vários componentes minerais. A
capacidade do solo de incorporar elementos orgânicos, chamados de humus, de origem tanto animal quanto vegetal, interferem
na fertilidade do solo. Ou seja, não basta a disponibilidade de decomposição vegetal e animal: para ser fértil, o solo deverá possuir
a capacidade tanto de reter tais nutrientes, quanto de ceder ou alimentar as plantas, não deixando, por exemplo, tais nutrien tes
serem facilmente lavados pela ação hídrica (chuva, cursos d’água, etc).

2.6.7.1. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO

1. Em relação à COR, os solos podem ser agrupados em:

 Solos avermelhados e amarelos: sinalizam presença de óxido de ferro;

 Solos escuros: presença de matéria orgânica;

 Solos claros: ausência ou baixa frequência de matéria orgânica.

2. Em relação à TEXTURA:

 Arenoso: possui poros que facilita o escoamento da água, retendo pouco os nutrientes;

 Argiloso: a superfície de contato entre as partículas de argila é menor em relação ao arenoso, por isso há menos poros (espaço
entre as partículas), retendo mais água e nutrientes;

 Orgânico: é marcado pela presença de matéria orgânica em decomposição, aliado também à presença de areia e argila;

Dois solos que são comumente encontrados no Brasil são: Massapê e Terra Rocha.

170
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 171

Massapê - é um solo escuro, argiloso e orgânico, originado da desagregação e decomposição da rocha gnaisse. Aparece em
grande trecho do Nordeste Brasileiro, na região chamada de Zona da Mata, onde desde o século XVI se cultiva a cana-de-açúcar,
que se adapta muito bem a esse tipo de solo.

Terra roxa - é um solo avermelhado e vulcânico, originado da decomposição do basalto. Aparece no oeste do estado de São
Paulo e no norte do Paraná. É excelente para a agricultura e, desde o século passado é utilizado para a cultura do café.

171
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 172

2.6.8. RESUMO

CAPÍTULO 6: O ESPAÇO RURAL

Conceitos e temas:

 Posseiro

 Grileiro

 Parceria: Meeiros e Arrendatários

 Colono

 Boia Fria

 Escravidão por dívida

Espaço Rural Brasileiro:

4 milhões de hec de área agricultável

Brasil Colônia: Sesmarias e Lei de Terras

Brasil Republicano:

 Revolução Verde: financiamento internacional

 Estatuto da Terra: Aumentar a produção no campo

 CPT / Incra / MST

O Agronegócio

 Monocultura de exportação

 Uso do solo e suas implicações

 Uso se químicos

 Grandes empresas distribuidoras de sementes

 Irrigação

 Uso de trabalhadores temporários

 Formação de cidades e desenvolvimento da rede de transportes

Agroindústria X Fome

Agricultura Familiar

 Propriedade menor que 4 módulos rurais

 Mão de obra familiar

 Rendimentos provenientes das atividades agrícolas

 PRONAF

Produção de Bicombustíveis

Êxodo Rural meados do século XX: Gerado pela industrialização / mecanização do campo

172
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 173

Questões de Provas:

2013/2014 - 08

2012/2013 - 16

2008/2009 - 33

2007/2008 - 33

2007/2008 - 34

2006/2007 - 54

2005/2006 - 47

2005/2006 - 53

2004/2005 - 45

2004/2005 - 60

2003/2004 - 46

2003/2004 - 54

2002/2003 - 54

2002/2003 - 55

2002/2003 - 64

2006/2007 - 14

2007/2008 - 05

2008/2009 - 05

2010/2011 - 03

2012/2013 - 02

2014/2015 - 02

2014/2015 - 07

173
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 174

2.6.9. EXERCÍCIOS

1. (Unifesp-SP) O uso intensivo de defensivos agrícolas contribui para a:

(A) Porosidade do solo, retirando micro-organismos do horizonte B.


(B) Descontaminação de aquíferos, eliminando bactérias que vivem na água.
(C) Secagem do solo hidromórfico, ampliando a área agricultável.
(D) Lixiviação do solo em terrenos íngremes, permitindo o cultivo em terraços.
(E) Degradação do solo, devido à concentração de poluentes.

2. (Unifesp-SP) No Brasil, a fronteira agrícola está localizada:

(A) No Pontal do Paranapanema, gerando tensão social e a presença do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.
(B) Na faixa litorânea, resultando na devastação dos mangues e na ocupação de sua área pela população de baixa renda.
(C) Na Amazônia, onde as áreas agrícolas surgiram por iniciativa governamental, desde o último quartil do século passado.
(D) No extremo sul, devido à presença de população de origem europeia, que dividiu a terra em minifúndios produtivos.
(E) Nas bordas fronteiriças, para evitar o ingresso e a ocupação da população de países vizinhos no território.

3. (PUC-RJ) A partir da década de 1970, o Governo Federal passou a intervir, de forma mais decisiva, na Região Centro-Oeste.
Programas e planos contemplaram a região, concedendo incentivos e atraindo investidores para numerosos setores da sua
economia. Assinale a alternativa que NÃO apresente um objetivo desses programas e planos regionais.

(A) O acirramento de conflitos pela posse da terra entre grandes proprietários e empresários agrícolas.
(B) A execução de grandes projetos agropecuários com base em incentivos fiscais.
(C) A ampliação da fronteira agrícola com a incorporação de novos espaços produtivos.
(D) O aumento do rendimento agrícola graças à introdução de técnicas mais eficientes.
(E) A ampliação da infraestrutura viária e a construção de hidrelétricas.

4. A agricultura irrigada de acordo com a Agência Nacional de Águas, é a maior usuária de água no Brasil. E pelo menos metade
do recurso hídrico aplicado na lavoura é desperdiçada. Para combater essas perdas, vem se popularizando a chamada
microirrigação, particularmente o sistema de gotejamento. Nele, a água é levada sob pressão por tubos, até ser aplicada ao
solo diretamente sobre a raiz da planta. O Gasto com água chega a ser cinco vezes menor que na irrigação convencional.
(http://goo,gl/Q7c6Yc. Acesso : 03/02/2014. Adaptado.)

Considerando as características do sistema de irrigação por gotejamento, a possibilidade de uso mais adequada dessa técnica na
agricultura brasileira é encontrada:

(A) Nas lavouras do Sudeste brasileiro, como uma maneira de eliminar a prática das queimadas na cana de açúcar.
(B) Nos cultivos do semiárido da Caatinga como uma forma de prolongar o uso dos recursos hídricos disponíveis na área.
(C) Nas pastagens do Pantanal, como uma forma de controlar os alagamentos periódicos que marcam a região.
(D) Nos plantios do agronegócio exportador comuns no Cerrado, como uma maneira de reduzir os custos de produção.
(E) Nas regiões de extrativismo do bioma amazônico, no intuito de reduzir o desvio de água dos rios da região.

5. (UFSC) Apenas em dois momentos específicos da história, no ciclo do açúcar e no do café, o Brasil controlou amplamente o
comércio global de um produto agrícola como acontece agora com o mercado mundial de laranja. De acordo com os números
mais recentes, 70% do suco consumido no mundo é plantado ou industrializado por brasileiros.
(VEJA, n” 19, ano 36, p. 39,14 maio 2003.)

174
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 175

Considere o texto acima e os conhecimentos acerca da produção agrícola brasileira, assinalando a(s) proposição(ões)
CORRETA(S).

I. O texto exagera porque o suco de laranja nem sequer aparece no ranking dos principais produtos da balança de exportações
brasileiras.
II. A laranja brasileira é competitiva no mercado internacional porque seu cultivo é beneficiado por condições naturais e por
uma política agrária que privilegia o pequeno produtor rural.
III. A produção mundial de laranjas está geograficamente concentrada nos estados de São Paulo, no Brasil, e da Flórida, nos
Estados Unidos.
IV. Os ciclos do açúcar e do café, citados no texto, correspondem aos períodos históricos em que esses produtos sobressaíam
como a maior riqueza agrícola do país.
V. O suco de laranja brasileiro é destaque mundial porque possui um preço competitivo devido à produtividade elevada e ao
protecionismo dos países compradores.

(A) Apenas I e II.


(B) Apenas I e III.
(C) Apenas II, III e V.
(D) Apenas III e IV.
(E) Todas.

6. (UERJ) A imagem tradicional do campo mudou. As chamadas atividades não agrícolas têm hoje um peso importante na
composição da renda agrária, conforme se verifica na tabela adiante.

Participação das Atividades Participação das atividades


Agrícolas na Renda do Campo não-agrícolas na Renda do
(em %) Campo (em %)
Há cinco anos 56,5 43,5
Hoje 47,9 52,1

Fonte: Núcleo de Economia Agrícola -Unicamp (Adaptado de Veja, 19/7/2000)

Dentre estas atividades não agrícolas, a que merece maior destaque é:

(A) Turismo
(B) Comércio
(C) Piscicultura
(D) Indústria

7. (UFRN) A tabela a seguir mostra a estrutura fundiária brasileira.

Os dados apresentados na tabela contribuem para a compreensão do uso e da ocupação do solo no campo
brasileiro.

CLASSE DOS IMÓVEIS RURAIS NÚMERO DE IMÓVEIS ÁREA EM HECTARES


SEGUNDO A DIMENSÃO(em ha) Em valor absoluto Em % Em valor absoluto Em %
Menos de 10 995.916 30,39 4.615.910,3 1,38
De 10 a menos de 100 1.681.11 53,98 54.667.741,3 16,53
De 100 a menos de 1.000 393.615 12,66 106.323.698,4 32,10
De 1.000 a menos de 10.000 41.976 1,36 100.852.605,8 30,42
De 10.000 a mais de 100.000 1.980 0,06 64.904.056,2 19,57
Adaptado de: Incra, Atlas fundiário brasileiro, 1996.

175
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 176

A partir desses dados, podemos afirmar que:

(A) Os imóveis rurais médios ocupam um pouco mais de 10% do total, porém são mais bem aproveitados, tanto para
culturas alimentares como de exportação.
(B) Os grandes imóveis rurais com mais de 1.000 ha perfazem um pouco mais de 1% do total, porém ocupam quase 50%
da área agrícola total, assumindo importância por sua produção agrícola voltada para o mercado interno.
(C) Os pequenos imóveis rurais correspondem a mais de 80% do total, ocupando menos de 20% do total da área agrícola,
e são considerados como responsáveis pela produção alimentar básica da população.
(D) Os pequenos imóveis rurais representam o maior número percentual do total e o menor em relação à área ocupada, o
que justifica a ociosidade e o subaproveitamento das terras como sendo sua principal característica.

8. (UFPR) “Em 1964, o Estatuto da Terra estabeleceu o conceito de ‘módulo rural’ para orientar a política de reforma agrária, o
qual consiste numa propriedade com extensão de terra suficiente para oferecer condições de vida adequadas para uma família
de quatro membros adultos. Isso significa que o tamanho de um módulo rural varia de região para região, dependendo da
fertilidade do solo, da localização da propriedade em relação aos mercados consumidores e do tipo de produto cultivado na
região. Desse modo, foi possível classificar os vários tipos de propriedades rurais conforme suas dimensões em relação ao
módulo rural definido para a região onde cada propriedade se localiza. ”
(Adaptado de: SENE, E.; MOREIRA, J. C. “Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização”. São Paulo: Scipione, 1998. p. 280.)

O texto acima mostra que, na política de reforma agrária, o importante não é o tamanho da propriedade em si, mas o uso que
se faz dela. Sobre o assunto, e seguindo os critérios usados para fins de reforma agrária, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

1. ( ) O “minifúndio” é um tipo de propriedade com extensão inferior ao módulo rural da região, sendo portanto impróprio
para gerar renda suficiente ao sustento digno de uma família de tamanho médio.
2. ( ) O “latifúndio” por dimensão é um tipo de propriedade com tamanho superior a 600 vezes o módulo rural da região e
produção agroindustrial em larga escala.
3. ( ) O “latifúndio por exploração” tem como principal característica a improdutividade, já que a área desse tipo de latifúndio
é destinada sobretudo à especulação imobiliária.
4. ( ) A “empresa rural” é um tipo de propriedade explorada de forma inadequada; utiliza intensamente agrotóxicos e técnicas
agrícolas que degradam a fertilidade dos solos, sendo por isso objeto de desapropriação para fins de reforma agrária.

(A) V - F - V - F.
(B) V - F - F - V.
(C) F - V - F - V.
(D) F - V - V - F.
(E) F - F - V - F.

9. Considerando a evolução histórica das taxas de desmatamento da Amazônia, expressa em Km² de área desmatada, conforme
apresentado no gráfico abaixo, é possível afirmar que a alternativa que apresenta uma melhor explicação para a redução
verificada a partir de meados de 2003 é:

176
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 177

(A) Incorporação de novas tecnologias no mercado agropecuário otimizando a produção.


(B) Perda de interesse por parte dos investidores no mercado agrícola da região.
(C) Aumento da fiscalização por parte do poder público e movimentos ambientais.
(D) Desvalorização do mercado pecuário e queda dos valores de compra e venda de gado.
(E) Deslocamento da fronteira de desmatamento para outras regiões do território brasileiro.

10. (UFSE-PSS) Na segunda metade do século XX, teve início, no Brasil, o processo de expansão do capitalismo no campo, que
promoveu inúmeras transformações na agropecuária brasileira, dentre as quais citam-se:

I. A correção da estrutura fundiária que foi marcada até o início do século XX pela forte concentração de terras.
II. O aumento da produtividade da mão-de-obra empregada no setor, ampliando a disponibilidade de produtos vegetais e
animais.
III. O crescente consumo de máquinas, tratores e insumos agrícolas que expressam uma forte articulação entre cidade e
campo.
IV. A redução da influência dos fatores naturais, tais como, acidez do solo, declividade do terreno ou fraco índice de
pluviosidade.
V. A expansão das lavouras destinadas ao consumo interno da população, fortemente incentivadas pelo governo e pelos
altos preços de mercado.

(A) Somente I está correta


(B) Somente II e IV estão corretas
(C) Somente II e III estão corretas
(D) Somente I, II, III e IV estão corretas
(E) Somente II, III e IV estão corretas

11. (UFBA) “O período de 1974 a 1983 representa o alastramento da violência por quase todo o território brasileiro. ” (...) “o
Pará, Maranhão e Extremo Norte de Goiás - atual Tocantins - vão representar a área mais sangrenta do país”.

A violência mencionada no texto intensifica-se a partir dos anos 70, provavelmente devido:

(A) À luta travada pelos posseiros em todo país para a organização das Ligas Camponesas contra as injustiças sociais no
campo.
(B) À intervenção da SUDENE numa tentativa governamental de assentar excedentes demográficos do Nordeste nesta área.
(C) Ao perigo representado pelo grande contingente de nordestinos que vieram especialmente para o trabalho da extração
do látex nas seringueiras.
(D) À luta pela posse da terra nas áreas de maior concentração dos projetos agropecuários incentivados nesse momento
histórico basicamente pela SUDAM.
(E) À revolta de indígenas e peões contra os posseiros que se apoderam ilicitamente de suas terras através de títulos falsos.

12. Filha! Você não entende deste riscado. Neste mundo não existe coisa alguma sem sua razão de ser. Estas filantropias
modernas de abolição! É chover no molhado – preto precisa de couro e ferro como precisa de angu e baeta. Havemos de ver
no que há de parar a lavoura quando esta gente não tiver no eito. Não é porque eu seja maligno que digo e faço estas coisas.
É que sou lavrador, e sei dar o nome aos bois. Enfim, você pede, eu vou mandar tirar o ferro. Mas são favas contadas – ferro
tirado, preto no mato.
(RIBEIRO, Júlio. A Carne. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1952 -com adaptações.)

O autor do romance A Carne (1888) antecipa, no trecho acima, uma preocupação de muitos proprietários de terra, escravistas,
quanto às consequências da abolição dos escravos para a agricultura brasileira.
Esta posição pode ser resumida da seguinte forma:

(A) A grande lavoura não teria futuro sem a mãodeobra escrava.


(B) A abolição provocaria a superação da lavoura pela indústria.
(C) A agricultura ficaria restrita à produção para o mercado interno.
(D) O fim da escravidão transformaria as lavouras em terras improdutivas.

177
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 178

2.6.10. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2002/2003) Sobre a agricultura brasileira, analise as afirmativas abaixo.

I. A instauração do Programa Nacional do Álcool – Proálcool - em 1975, provocou uma expansão para o vale do Paranapanema,
provocando o abandono dos belts históricos de cana-de-açúcar do Nordeste.
II. A cientifização da agricultura brasileira tem como um dos seus melhores exemplos a produção de laranja no estado de São
Paulo.
III. A cultura do arroz avança territorialmente sobre outras culturas, sobretudo, a da soja. Entretanto, esse é um exemplo
paradigmático de aumento da área de produção e diminuição do rendimento.
IV. As densidades técnicas, dadas pelas possibilidades de mecanização, e densidades normativas convergiram para tornar os
cerrados atrativos para a lavoura do algodão.

Com base na análise, assinale a alternativa correta.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente II e IV estão corretas.
(C) Somente III e IV estão corretas.
(D) Somente I, II e III estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

2. (EsFCEx 2003/2004) Na pecuária brasileira, destacam-se os bovinos criados de forma predominantemente extensiva. As
afirmativas, abaixo, são consideradas como principais consequências econômicas dessa realidade, EXCETO:

(A) Baixo aproveitamento da terra.


(B) Baixos índices de fertilidade.
(C) Predomínio do gado rústico.
(D) Baixa incidência de doenças.
(E) Baixa qualidade da carne.

3. (EsFCEx 2003/2004) Entre os mais importantes commodities exportados pelo Brasil, destacam-se:

(A) O cacau, o café e o açúcar.


(B) A soja, o cacau e a carne.
(C) O suco de laranja, a soja e o café.
(D) O café, as frutas tropicais e a cana-de-açúcar.
(E) O suco de laranja, o fumo e o frango.

4. (EsFCEx 2004/2005) No Paraná, a substituição do café pela soja significou a mecanização agrícola e a concentração fundiária.
Assinale a alternativa que explica corretamente a razão desse fenômeno socioespacial:

(A) A predominância da competitiva agricultura comercial nas áreas de fronteiras agrícolas.


(B) A desqualificação da mão-de-obra para operar o sofisticado maquinário da agricultura comercial.
(C) A pequena demanda de mão-de-obra, própria da cultura da soja.
(D) A baixa remuneração paga pelas fazendas de soja em relação às de café.
(E) O aumento da oferta de emprego no setor terciário nos municípios próximos às fazendas de soja.

178
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 179

5. (EsFCEx 2004/2005)

I- “Meu Deus, meu Deus III- Apela pra Março


Setembro passou Que é o mês preferido
Outubro e Novembro Do santo querido
Já tamo em Dezembro Senhor São José
Meu Deus, que é de nós, Meu Deus, meu Deus
Meu Deus, meu Deus Mas nada de chuva
Assim fala o pobre Tá tudo sem jeito
Do seco Nordeste Lhe foge do peito
Com medo da peste O resto da fé
Da fome feroz Ai, ai, ai, ai
Ai, ai, ai, ai
II- [...] Sem chuva na terra IV- Agora pensando
Descamba Janeiro, Ele segue outra tria
Depois fevereiro Chamando a famia
E o mesmo verão Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista Eu vendo meu burro
Pensando consigo Meu jegue e o cavalo
Diz: ’ isso é castigo Nós vamos a São Paulo
não chove mais não’ Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai Ai, ai, ai, ai [...]”

Sobre o espaço rural brasileiro, as características sociais descritas nos versos referem-se a um (a):

(A) Realidade superada, pois as transformações econômicas geradas pela agroindústria no nordeste tiveram impacto
positivo sobre os pequenos produtores, mantendo-os em sua região de origem.
(B) Evento sazonal que se agrava apenas nos anos de ocorrência do El Niño, quando os “gatos” aproveitam-se da escassez
de chuvas e recrutam mão-de-obra barata para as lavouras do sudeste.
(C) Constante do sertão nordestino pois a seca, um fenômeno endógeno e perene, torna a sobrevivência e o
desenvolvimento econômico inviáveis nessa região, daí os baixos indicadores socioeconômicos do nordeste.
(D) Realidade ainda presente, mas que teve seu apogeu na década de 70, quando levas de migrantes deixaram suas
pequenas propriedades rurais em busca de melhores condições nas grandes cidades brasileiras.
(E) Realidade ainda presente e que se agrava cada vez mais com a prática da compra das pequenas propriedades pelos
grandes fazendeiros, impossibilitando o retorno dessas famílias de migrantes e acentuando o processo de
metropolização no Brasil.

6. (EsFCEx 2005/2006) A agropecuária brasileira sofre atualmente o que poderia chamar-se de efeito sanduíche, cujo recheio é
a própria atividade agropastoril, e o pão, as orientações do capital urbano-industrial. Essa comparação pode ser explicada
pela (o):

(A) Característica extensiva da agricultura brasileira, cujo volume se equipara às atividades industrial e urbana, pois está
cada vez mais voltada aos grandes centros urbanos nacionais.
(B) Subordinação às atividades do capital urbano-industrial, definindo novas funções para o cenário da economia brasileira,
tornando-a fornecedora e consumidora dos produtos industriais e dependente dos financiamentos urbanos.
(C) Caráter monocultor da agricultura no Brasil, que permitiu uma fácil dominação desta pela atividade industrial, que
passou a controlá-la.
(D) Modernização das relações de trabalho no campo, melhorando a qualidade da mão-de-obra rural, que passou a ser
comparada com a urbana e a industrial.
(E) Orientação da produção voltada, essencialmente, aos produtos que serão absorvidos pelas indústrias nos países
desenvolvidos, a exemplo da mamona, cujo óleo é utilizado na indústria de informática.

179
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 180

7. (EsFCEx 2005/2006) Sobre as relações de trabalho na zona rural, é correto afirmar que:

(A) Os trabalhadores temporários são diaristas sem vínculo empregatício.


(B) Os parceiros residem na propriedade, sendo remunerados parte em dinheiro e parte em produtos.
(C) Os trabalhadores assalariados trabalham no período da safra, recebendo por empreitada e participação na colheita.
(D) Os agregados são trabalhadores que vivem fora da propriedade, vendendo sua força de trabalho como assalariado
permanente.
(E) Boia-fria significa mão-de-obra aliciada através de promessas mentirosas.

8. (EsFCEx 2005/2006) É correto afirmar que o mapa abaixo sinaliza:

(A) Áreas de potencialidade agrícola.


(B) Áreas de risco de desertificação.
(C) Áreas de produção de soja.
(D) Áreas de potencialidade agropecuária.
(E) Áreas de produção de cacau.

9. (EsFCEx 2006/2007) Sobre o processo de modernização da agricultura brasileira, é correto afirmar:

(A) A introdução de infraestruturas produtivas na exploração de borracha torna os rendimentos atingidos em São Paulo
superiores àqueles verificados na Amazônia.
(B) No Nordeste, a introdução de inovações técnicas na agricultura permitiu a formação de extensa área contínua de
modernização, integrando a produção da fruticultura do vale do São Francisco à zona produtora de grãos do Oeste
Baiano.
(C) O surgimento de áreas modernizadas de produção de cana-de-açúcar no interior de São Paulo gerou um abandono
dessa cultura no cinturão histórico da Zona da Mata nordestina.
(D) As frentes pioneiras no Brasil contemporâneo associam-se, sobretudo, à ocupação plena da região Sul, graças aos
acréscimos técnicos ali realizados nos últimos dez anos.
(E) A diminuição da área plantada de café e a sua expansão da fronteira para áreas mais afastadas das grandes metrópoles
resultaram em uma dispersão espacial da sua produção para além da Região Concentrada do país.

10. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo sobre os problemas socioambientais do espaço rural brasileiro, colocando
entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F quando se tratar de uma afirmativa falsa.
A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) O cultivo de várias espécies, característico da policultura praticada no Brasil, favorece o desenvolvimento de grande
quantidade de pequenas espécies invasoras — as pragas — que se alimentam desses produtos.

180
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 181

2. ( ) O ritmo da deterioração ambiental e do desperdício de recursos naturais na Amazônia segue a receita: desmatamento
total da área a ser ocupada; queima da após retirada de espécies de madeira de valor comercial; eliminação da fauna pela caça
e pelo fogo; e prática anual de queimadas das mesmas áreas anteriormente desmatadas.
3. ( ) A agricultura mecanizada brasileira necessita do preparo da terra para o plantio, constituído por aração e gradeação,
que é feito na transição do período seco para o chuvoso. No Brasil, com a chegada das intensas chuvas de verão a perda de solo
é grande.
4. ( ) O processo histórico que gerou a concentração fundiária no Brasil revela que ocorreu, simultaneamente a essa
concentração, um crescimento dos pequenos estabelecimentos rurais.

(A) F ;F ;V ; V.
(B) F ;V ;V ; F.
(C) V ;V ;F ; F.
(D) F ;V ;V ; V.
(E) V ;F ;F ;V

11. (EsFCEx 2006/2007) Sobre o processo de modernização da agricultura brasileira, é correto afirmar:

(A) A introdução de infraestruturas produtivas na exploração de borracha torna os rendimentos atingidos em São Paulo
superiores àqueles verificados na Amazônia.
(B) No Nordeste, a introdução de inovações técnicas na agricultura permitiu a formação de extensa área contínua de
modernização, integrando a produção da fruticultura do vale do São Francisco à zona produtora de grãos do Oeste
Baiano.
(C) O surgimento de áreas modernizadas de produção de cana-de-açúcar no interior de São Paulo gerou um abandono
dessa cultura no cinturão histórico da Zona da Mata nordestina.
(D) As frentes pioneiras no Brasil contemporâneo associam-se, sobretudo, à ocupação plena da região Sul, graças aos
acréscimos técnicos ali realizados nos últimos dez anos.
(E) A diminuição da área plantada de café e a sua expansão da fronteira para áreas mais afastadas das grandes metrópoles
resultaram em uma dispersão espacial da sua produção para além da Região Concentrada do país.

12. (EsFCEx 2007/2008) De forma geral, pode-se dizer que as culturas de exportação têm sido responsáveis pela caracterização
básica da concentração da agricultura comercial no Brasil. Reflete esse padrão de concentração a cultura de:

(A) Arroz na região Sudeste, em estados como São Paulo e Minas Gerais.
(B) Frutas em áreas de cerrado do oeste baiano e no vale do São Francisco.
(C) Laranja na região Sudeste, em São Paulo e no Triângulo Mineiro.
(D) Trigo em áreas significativas do leste paulista e sul e oeste baiano.
(E) Cana-de-açúcar em grandes áreas da orla sul da floresta amazônica.

13. (EsFCEx 2008/2009) O Estatuto da Terra prevê diversas categorias de imóveis rurais. Analise as afirmativas abaixo colocando
entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F quando se tratar de afirmativa falsa e, a
seguir, assinale a alternativa que contenha a sequência correta.

1. ( ) O minifúndio é todo imóvel com área explorável inferior ao módulo fixado para a respectiva região e tipos de exploração
nela decorrentes.
2. ( ) O latifúndio por exploração é toda propriedade com área de seiscentos módulos, adequadamente explorada em relação
às possibilidades da região.
3. ( ) O latifúndio por dimensão é todo imóvel com área superior a seiscentas vezes o módulo rural médio fixado para a
respectiva região e tipos de exploração nela decorrentes.
4. ( ) A empresa rural é todo imóvel com dimensão igual ou inferior a seiscentas vezes o módulo rural da região, mas que
seja mantida inexplorada ou com fins especulativos.

(A) F – V – V – F
(B) V – V – V – F
(C) V – V – V – V

181
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 182

(D) V – V – F – F
(E) V – F – V – F

14. (EsFCEx 2010/2011) Pode-se associar ao desenvolvimento capitalista no campo brasileiro a (o):

(A) Destruição e recriação do trabalho camponês.


(B) Formação de agrovilas nas fronteiras agrícolas.
(C) A reversão da direção dos movimentos migratórios.
(D) Transformação irreversível do camponês em “boia-fria”.
(E) Desaparecimento do minifúndio e da pequena propriedade.

15. (EsFCEx 2012/2013) Em relação ao sistema produtivo da agricultura brasileira, analise as afirmativas abaixo colocando entre
parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) O cultivo da cana-de-açúcar, em São Paulo e no Nordeste, utiliza técnicas modernas de cultivo.


2. ( ) A ocupação do Centro-Oeste deu-se através de explorações que privilegiavam a grande propriedade.
3. ( ) A alta taxa de urbanização do Centro-Oeste é decorrente da forma de ocupação do campo.
4. ( ) O Nordeste, com os seus perímetros irrigados, conseguiu romper com as estruturas arcaicas de produção.

(A) V–V–V–F
(B) F–V–F–V
(C) V–F–V–F
(D) F–F–V–V
(E) F–V–V–F

O item 16 deve ser respondido com base no texto abaixo.

O campo brasileiro foi dominado pela grande propriedade ao longo da história. Entre as décadas de 1950 e 1980, a monocultura
e a mecanização foram estimuladas por sucessivos governos como modelo de desenvolvimento e crescimento econômico.
Enquanto isso, a agricultura familiar esteve relegada a segundo plano na formulação de políticas agrícolas, [...].
Fonte: MOREIRA; SENE, 2010, p. 658

16. (EsFCEx 2014/2015) Com base nas informações acima e em seus conhecimentos sobre a agropecuária brasileira, é correto
afirmar que:

(A) Há uma super utilização do território brasileiro para a atividade agrícola, ocupando cerca de 60% das terras do país
com lavouras permanentes.
(B) Predomina a produção de commodities, voltados, sobretudo, ao mercado internacional, com prejuízo à produção de
alimentos para fins de abastecimento interno.
(C) Ocorre uma superação da agricultura de precisão e biotecnológica pelo agronegócio, com a chegada do capital
estrangeiro ao campo.
(D) O Estado pouco participa, do financiamento necessário a criação de novos sistemas de engenharias ligados ás atividades
agropecuárias.
(E) As fronteiras agrícolas explicam o processo de modernização do campo, pois cria reserva espacial para a introdução
maciça de maquinário e produtos químicos.

17. (EsFCEx 2014/2015) Marque a alternativa correta.

Sobre a estrutura fundiária do Brasil, pode-se dizer que:

(A) As Capitanias Hereditárias e as Sesmaria estão na origem estrutural de grande parte dos latifúndios.
(B) Tem uma distribuição de terras equilibrada com predomínio da agricultura familiar.
(C) Esta juridicamente sustentada na Lei de Terras de 1850 e na Lei Áurea de 1888.

182
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 183

(D) Grande parte das terras é ocupada por assentamentos de reforma agrária.
(E) Os povos tradicionais ocupam 70% das terras produtivas.

18. (EsFCEx 2016/2017) Marque a alternativa correta com relação ao agronegócio e a formação de cidades no Brasil.

(A) A utilização intensiva de máquinas pesadas no processo produtivo dificulta a formação de cidades.
(B) A participação de grande número de trabalhadores na produção de soja e milho atrai serviços urbanos e favorecem a
formação de cidades.
(C) É possível identificar diversas áreas nas quais a urbanização se deve diretamente ao agronegócio globalizado.
(D) A instalação de industrias processadoras contribui para a concentração de serviços e, consequentemente, para a
dispersão espacial de vilas urbanas.
(E) Os grandes investimentos no agronegócio garantem plano desenvolvimento urbano nas áreas de produção.

19. (EsFCEx 2017/2018) “O processo de industrialização da agricultura tem eliminado gradativamente a separação entre a cidade
e o campo, entre o rural e o urbano, unificando-os dialeticamente. Isto quer dizer que campo e cidade, cidade e campo
formam uma unidade contraditória. ”
(Ariovaldo Umbelindo de Oliveira)

Analise as afirmativas abaixo a partir da leitura do texto acima, colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar de
afirmativa verdadeira, e a letra “F” quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência
correta.

1. ( ) A exemplo disto, pode observar uma unidade onde a diferença entre os setores da atividade econômica (agricultura,
pecuária e outro, em um; industria, o comércio etc, em outro) vai sendo soldada de um lado pela presença, na cidade, do
trabalhador assalariado (“bóia-fria”) do campo.
2. ( ) A partir do avanço da tecnologia e a globalização, as indústrias estão ofertando empregos que exigem um alto grau de
formação utilizada ao mercado e bons salários.
3. ( ) O desenvolvimento do capitalismo esta tornando cada vez maior a separação do campo e da cidade. A separação que
o capitalismo uniu durante a transição feudalismo/capitalismo envolvendo camponeses-servos e artesões.
4. ( ) A cidade revela estas contradições. Ela é, pois, palco e lugar das lutas rurais feitas em áreas urbanas e /ou lutas urbanas
que ocorrem em áreas rurais.

(A) V, V, V, V
(B) V, F, V, V
(C) F, V, V, F
(D) V, F, F, V
(E) F, F, F, F

20. (EsFCEx 2017/2018) Inovaçoes técnicas e organizacionais na agricultura concorrem para criar um novo uso do tempo e um
novo uso da terra. O aproveitamento de momentos vagos no calendário agrícola ou o encurtamento dos ciclos vegetais, a
velocidade de circulação de produtos e de informações, a disponibilidade de crédito e preeminência dada à exportação
constituem, certamente, dados que vão permitir reinventar a natureza, modificando solos, criando sementes e até buscando,
embora pontualmente, impor leis ao clima.
(FONTE: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 2ª Ed., Rio de Janeiro: Record, 2001.)

Assinale a alternativa correta que se refere ao texto acima:

(A) Agricultura familiar


(B) Celibato no campo
(C) Êxodo rural e urbano
(D) Modernização da agricultura
(E) População agrícola

183
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 184

2.7. A POPULAÇÃO BRASILEIRA

O estudo da população de qualquer país pode ser denominado de Demografia. No Brasil, temos várias instituições de pesquisa
que dedicam-se a entender temas da população – a principal é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Análises
da população, por sua vez, não limitam-se a dados quantitativos, como muitos pensam. Sendo esse um capítulo inserido na
apostila de Geografia, é muito importante que tenhamos um pensamento crítico. No livro Geografia do Brasil, organizado pelo
professor Jurandyr Ross, encontramos a seguinte explicação: “Uma abordagem crítica não deve negar as estruturas apresentadas
pelas pirâmides de idades; índices de população ativa e inativa (...) grandes eixos de correntes migratórias e etc., mas precisa
inserir esses números numa abordagem mais abrangente, com vistas à compreensão das condições existenciais das pessoas. Em
outros termos, a postura crítica deve procurar entender a maneira como as pessoas sentem e pensam sua condição material e
espiritual no interior da sociedade” (1998, p.384)
Como vimos, para análises populacionais são necessários alguns critérios quantitativos e, por isso, discutiremos conceitos e temas
fundamentais. Após essa etapa de apresentação, faremos análises, como cabe aos geógrafos, da estrutura populacional brasileira
em seus diversos aspectos. Também discorreremos sobre três teorias que influenciam (ou influenciaram) as análises demográficas
no mundo inteiro.
Esse é o último capítulo referente a Geografia Humana. Iremos estudar ainda a questão regional e mais adiante, vamos migrar
para a Geografia Física e mergulhar no estudo da Natureza!!!

2.7.1. CONCEITOS E TEMAS

Nessa etapa, vamos discorrer sobre conceitos e temas bem específicos da demografia. Sem eles, é impossível estudar a população.

 TAXA DE MORTALIDADE (TM): Refere-se a quantidade de mortos em uma determinada área.

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑜 𝑥 1000


𝑇𝑀 = = ‰
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜

 TAXA DE NATALIDADE (TN): Refere-se a quantidade de nascimentos em uma determinada área.


𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑜 𝑥 1000
𝑇𝑁 = =? ‰
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜

 CRESCIMENTO VEGETATIVO/NATURAL (CV): Quantidade de nascimentos subtraindo-se a quantidade de mortes. Esse


dado pode ser negativo ou positivo.
𝑇𝑁 − 𝑇𝑀 = 𝐶𝑉

 EXPECTATIVA DE VIDA/LONGEVIDADE: Média das idades dos óbitos em determinada área. A partir disso, pode-se
estimar quanto uma população específica está vivendo.

TM, TN e Expectativa de Vida podem ser analisadas como números totais ou separadamente entre homens e mulheres. Os dados
separados por gêneros são fundamentais para construção de pirâmides etárias, como veremos mais na frente.

 FECUNDIDADE: Quantidade média de filhos por mulher em idade fértil. Para o IBGE, a idade fértil varia entre 15 e 49
anos. É a relação entre o número de crianças com menos de 5 anos e o número de mulheres em idade reprodutiva

 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL: Refere-se a quantidade de óbitos de crianças até um ano de vida em determinada
área. Não é sinônimo de natimorto (bebês que morrem antes de nascer).
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 < 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑥 1000
𝑇𝑀𝐼 = = ‰
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠

 POPULAÇÃO ABSOLUTA: É o número total da população. Na sua prova pode ser trazida com o nome de POPULOSO.

184
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 185

 POPULAÇÃO RELATIVA ou DENSIDADE DEMOGRÁFICA: É o número da população por Km². Na sua prova pode ser
trazida com o nome de POVOAMENTO OU PAÍS POVOADO.

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠⁄𝐾𝑚2

 ÁREAS ECÚMENAS: Áreas ocupadas pela população humana.

 ÁREAS ANECÚMENAS: Áreas não ocupadas, por alguma hostilidade natural (relevo, clima...).

 SALDO MIGRATÓRIO: Refere-se a quantidade pessoas que entram em uma determinada área (Imigração) pela
quantidade das pessoas que saem (Emigração). Esse dado pode ser negativo ou positivo.

𝑆𝑀 = 𝐼𝑚𝑖𝑔𝑟𝑎çã𝑜 − 𝐸𝑚𝑖𝑔𝑟𝑎çã𝑜
 CRESCIMENTO POPULACIONAL/DEMOGRÁFICO: É a soma do crescimento vegetativo e do Saldo Migratório. Tenha
muita atenção com esse conceito, pois muitos itens te induzem a pensar que para calcular o crescimento populacional
basta considerar as Taxas de Natalidade e Mortalidade e isso não é verdade. É fundamental calcular o Saldo Migratório.
𝐶𝑃 = 𝐶𝑉 + 𝑆𝑀

Agora que internalizamos esses conceitos básicos, poderemos adentrar mais a fundo no estudo da população.

2.7.2. PIRÂMIDES ETÁRIAS

As pirâmides etárias também podem ser chamadas de pirâmides demográficas. É considerada um histograma, que é uma
representação gráfica em barras de frequências. Na pirâmide etária há três elementos centrais: no eixo vertical estão contidas o
corte das idades, divida em intervalos iguais, contendo a população jovem (até 19 anos), a adulta ou intermediária, e aquela
considerada idosa (acima de 60 anos). Outro elemento central na pirâmide etária é a divisão por sexo. E o terceiro elemento seria
a contagem, em milhões, desta população, também com cotagem regular.

A seguir, há quatro tipologias de pirâmides demográficas e suas respectivas interpretações. Sabe-se que as pirâmides são
resultado de uma representação gráfica de uma realidade apreendida na forma da coleta de dados, e passível de leitura
einterpretação através da análise de seu histograma, ou de sua pirâmide. A seguir encontra-se, por isso, modelos que se ajustam
e são vastos quando adequados à realidade social.

Figura 58: Tipologias de pirâmide etária

185
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 186

2.7.3. TEORIAS DEMOGRÁFICAS

1) Teoria Malthusiana: Foi desenvolvida por Thomas Robert Malthus no livro An Essayonthe Principle of Population em 1798.
Para ele, a população crescia em progressão geométrica e os alimentos em progressão aritmética, sendo assim, nunca haveria
comida suficiente para todas as pessoas. Essa teoria dos rendimentos decrescentes não levou em consideração o desenvolvimento
das técnicas, capaz de aumentar a capacidade de produção de alimento. Além disso, há controvérsias sobre essa relação P.A/P.G.
Para solucionar os problemas de excesso populacional, Malthus sugeria que fossem aplicadas epidemias, normas morais e
conflitos, de modo que o contingente de população fosse controlado.

2) Teoria Neomalthusiana: Em 1950, com a grande explosão demográfica, houve um resgate da teoria malthusiana com
algumas modificações. O Neo (novo) como prefixo, revela isso. Os Neomalthusianos partem da mesma premissa: A
superpopulação gera a pobreza, ou seja, é preciso controlar o aumento populacional para evitar a fome. Mas não pre gavam a
relação P.A/P.G e nem propunham as mesmas soluções. Com essa teoria nova, surge o conhecido, e ainda aplicado: Planejamento
Familiar. Inicia-se a pregação do uso de métodos contraceptivos, controle familiar e outras práticas que variavam de nação para
nação.

3) Teoria Reformista: Esta teoria inverte a premissa Malthusiana e Neomalthusiana, e defende que é a pobreza que gera a
superpopulação. Para eles, é a falta de educação que faz com que, em zonas de baixa renda, a taxa de natalidade e de fecundidade
sejam maiores. A solução, portanto, seria uma reforma socioeconômica.

4) Teoria Ecomalthusiana: Parte da mesma premissa de que a superpopulação é causa de problemas sociais, mas centra-se
na questão ambiental. Acreditam que reduzindo o contingente populacional será possível diminuir os impactos ambientais da ação
humana. Será mesmo? O problema ambiental planetário é o excesso populacional? Cabe termos um pensamento crítico!

2.7.4. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E PIRÂMIDE ETÁRIA

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
Mortalidade Natalidade

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral
Pré Transição 1. Inicial 2. Intermediária 3. Concluída

Podemos dividir o processo de transição demográfica em três etapas. Demarcamos no gráfico abaixo uma pré-transição, mas
discorreremos apenas sobre os três principais momentos de transformação populacional vivenciada pelas sociedades. Vale
ressaltar que nem todos os países vivem a transição concomitantemente e, portanto, procuraremos centrar no caso brasileiro.

186
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 187

1) FASE INICIAL:

Nesta etapa, a taxa de natalidade permanece alta enquanto há um decréscimo da taxa de mortalidade. A redução da TM dá-se
por algumas políticas fundamentais: Revolução médico sanitária, melhoramento do saneamento básico e aumento da segurança
pública.

Com a benfeitoria médica, reduziu-se o índice de morte por gripes, diarreias e ausência de hospitais próximos. A penicilina também
foi fundamental. O saneamento básico que antes era muito precário chegou a maior parte das cidades, reduzindo o número de
contaminações. Por fim, o aperfeiçoamento policial contribuiu muito para a manutenção da vida nos espaços urbanos.

Opa, porque eu disse espaço urbano??? A verdade é que essas políticas não chegaram com facilidad e no campo. Ainda hoje, o
meio agrário não recebe tantas benesses quanto a cidade. Com a diminuição brusca da mortalidade e uma pequena mudança
nos números da TN, houve uma explosão demográfica. Esse processo internacional ocorreu basicamente na década de 50 (quando
surge a teoria neomalthusiana), atingindo principalmente os países subdesenvolvidos. Para resolver o problema, inicia-se a etapa
de controle da natalidade, conhecida como planejamento familiar.

2) FASE INTERMEDIÁRIA:

Nesta etapa, há uma redução das taxas de natalidade por meio de diversas políticas que se distinguiam de acordo com cada
nação, e permanece a tendência da diminuição das taxas de mortalidade. Muitos países ainda vivem esse processo, incluso o
Brasil. Os países centrais passaram pela fase intermediária ao longo do século XIX e início do século XX. Com o controle da
explosão demográfica e o equilíbrio do crescimento vegetativo, chega-se a última etapa de transição demográfica, como veremos
abaixo.

3) FASE CONCLUÍDA:

Nesse momento da transição demográfica há um equilíbrio que traz aos países muitos ganhos sociais. Os países centrais já
chegaram nessa etapa mas alguns vivem problemas sérios, como é o caso do Canadá. A TN está tão baixa que o país sofre com
ausência de PEA (população economicamente ativa) para ocuparem os postos de serviço. Além disso, por terem uma expectativa
de vida altíssima com baixa TM, os gastos com previdência social são muito elevados, preocupando o governo.

Abaixo uma tabela dos 20 países mais populosos do mundo (estimativa oficial de 2015):

1° China: 1.372.470.000 habitantes. 11° México: 121.005.815 habitantes.

2° Índia: 1.278.160.000 habitantes. 12° Filipinas: 102.157.500habitantes.

3° Estados Unidos: 321.968.000 habitantes. 13° Vietnã: 93.448.000habitantes.

4° Indonésia: 255.780.000 habitantes. 14° Etiópia: 90.076.012 habitantes.

187
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 188

5° Brasil: 205.002.000habitantes. 15° Egito: 89.619.300 habitantes.

6° Paquistão: 188.925.000 habitantes. 16º Alemanha: 81.197.500 habitantes.

7° Nigéria: 182.202.000 habitantes. 17º Irã: 78.690.300 habitantes.

8° Bangladesh: 159.145.000 habitantes. 18º Turquia: 77.695.000 habitantes.

9° Rússia: 146.606.730 habitantes. 19ºCongo: 77.267.000 habitantes.

10° Japão: 126.832.000habitantes. 20º França: 67.087.000 habitantes.

Essas etapas de transição são claramente identificadas com o uso de Pirâmides Etárias. As pirâmides, muito embora nem sempre
tenham formato piramidal, descrevem a população por meio da diferenciação de idade e gênero. O corte vertical separa a
população masculina a esquerda e a população feminina a direita. As colunas horizontais referem-se a intervalos de idades,
conforme exemplos abaixo:

188
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 189

189
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 190

190
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 191

191
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 192

As pirâmides anteriores fazem uma análise da transição demográfica do Brasil desde a década de 1940 até a projeção de 2060.

Para analisar uma pirâmide é fundamental compreendê-la em três grandes grupos:

1. Crianças/jovens (0-19 anos),

2. Adultos/PEA (20-59 anos) e

3. Idosos/aposentados (acima de 60 anos)

O primeiro grupo é composto pela população que não gera renda para o país e nem usufrui de previdência social mas que deve
receber todo o apoio educacional por parte do Estado. A forma como deve ser, não representa com fidelidade a realidade
brasileira, onde ainda temos muito trabalho infantil, ausência de vagas nas escolas e precariedade no ensino público.

O segundo grupo, os adultos, são a PEA – População Economicamente Ativa, que trabalha e gera renda para o país. Além disso
é o nicho de maior potencial reprodutivo. Contudo, em alguns casos, a idade mínima da PEA é considerada 10 anos, e em outros,
15 anos (segundo o IBGE), a despeito de comporem ao título demográfico os grupos das crianças/jovens.

Finalmente, os idosos são os grandes usuários da previdência social significando economicamnte ao governo grande oneração.
Eles revelam a expectativa de vida em determinada área.

192
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 193

Podemos perceber, pelas duas pirâmides brasileiras, que ainda estamos em um processo de transição demográfica, visto que
temos jovens em excesso em comparação a quantidade de idosos, além das altas taxas de natalidade, a despeito da tendência à
diminuição. Isso revela que a expectativa de vida no país ainda precisa melhorar muito.

Acessem o sítio: http://populationpyramid.net/ e divirtam-se conhecendo as pirâmides etárias do mundo todo!! Aconselho
a olharem a pirâmide do Canadá, de Serra Leoa, da China e dos EUA.

2.7.5. A FORMAÇÃO, ESTRUTURA E DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

O primeiro grande passo para o entendimento da dinâmica populacional de uma determinada área foi a aplicação de
recenseamentos. Nem todos os países têm essa prática de maneira periódica. No Brasil, foi a partir da década de 40 que
começamos a tê-lo com intervalo de dez anos, muito embora, o de 1990 só tenha ocorrido em 1991, sob a justificativa de falta
de recursos financeiros. A seguir, uma tabela dos censos realizados até hoje com a população brasileira total nos respectivos
períodos:

ANO POPULAÇÃO

1872 9.930.478

1890 14.333.915

1900 17.438.434

1920 30.635.605

1940 41.236.315

1950 51.944.397

1960 70.119.071

1970 93.139.037

1980 119.070.865

1991 146.155.000

2000 169.799.170

2010 190.755.799

193
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 194

e
Unidades da Federação
Grandes Regiões

Urbana

Urbana

Urbana

Urbana

Urbana

Urbana
Região

1960¹

1960¹

1970¹

1970¹

1980¹

1980¹

1991²

1991²

2000²

2000²

2010²

2010²
Rural

Rural

Rural

Rural

Rural

Rural
110.875.826

137.755.550

160.925.792
32.004.817

38.987.526

52.904.744

41.603.839

82.013.375

39.137.198

36.041.633

31.835.143

29.830.007
BRASIL

11.664.509
2.404.090
1.041.213

1.888.792

1.784.223

3.398.897

3.368.352

5.931.567

4.325.699

9.002.962

3.890.599

4.199.945
REGIÃO
NORTE
NORDESTE

14.748.192

11.980.937

16.694.173

17.959.640

17.459.516

25.753.355

16.716.870

32.929.318

14.763.935

38.821.246

14.260.704
7.680.681
REGIÃO

17.818.649

13.244.329

29.347.170

10.984.799

43.550.664

55.149.437

65.441.516

74.696.178
SUDESTE

9.029.863

7.511.263

6.855.835

5.668.232
REGIÃO

12.153.971

16.392.710

20.306.542

23.260.896
4.469.103

7.423.004

7.434.196

9.249.355

7.226.155

5.724.316

4.783.241

4.125.995
REGIÃO
SUL
CENTRO OESTE

10.075.212

12.482.963
1.683.209

2.358.218

2.271.422

4.950.203

2.053.312

7.648.757

1.763.485

1.541.533

1.575.131
REGIÃO

995.171

Os censos têm sido possibilitados principalmente pela instituição do registro civil obrigatório quando da proclamação da república,
em 1889. Antigamente, o controle de registro de nascimentos, mortes e casamentos estava sob o comando da igreja. Outro fator
importante foi a criação do IBGE em 1938, como já dissemos. A tabela a seguir, revela a diferença populacional entre os meios
urbano e rural por região brasileira, a partir do censo de 1960. Está acessível no site do IBGE.

Atenção a um fator muito importante no estudo da população. Muitas questões induzem o candidato a pensar que população
total é a mesma coisa que taxa de crescimento, e isso está muito errado. Podemos dizer que a taxa de crescimento populacional
no Brasil é maior em 2010 do que em 1960, simplesmente porque a população aumentou? NÃO!!! O fato de a população ter
aumentado não revela o índice de crescimento. Este é um fator de velocidade, determinado pelo percentual de crescimento
durante o intervalo de dez anos (o tempo em que realizamos os censos). Por exemplo, de acordo com os dados encontrados no
livro Geografia do Brasil: “Entre 1950 e 1960 o crescimento foi de 3,17%; entre 1960 e 1970, de 2,76%; entre 1970 e 1980, de
2,48% e entre 1980 e 1991 restringiu-se a 1,89%”. Portanto, o que houve foram quedas! Construímos o gráfico a seguir com os
dados do livro + dados dos dois últimos censos:

194
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 195

TAXA DE CRESCIMENTO
Taxa de Crescimento

004%

003%

003%

002%

002%

001%

001%

000%
1950 -1960 1960 -1970 1 9 7 0 - 19 8 0 1980 - 1991 1991 - 2000 2 0 0 0 - 2 01 0

Figura 59: Taxa de crescimento negativo da fecundidade.

A redução na taxa de crescimento está ligada a diminuição da taxa de fecundidade. Mas porque as mulheres não têm filhos
como antes? É importante compreender a importância da urbanização e da industrialização (que no caso brasileiro sempre
andaram juntas, como já vimos). A mecanização do campo e, portanto, a redução de vagas de trabalho gerou um intenso Êxodo
Rural (migração campo-cidade). O grande contingente populacional que chegou na cidade incorporou novas práticas de vida. A
mulher se inseriu no mercado de trabalho, tendo acesso à informação e aos instrumentos de controle familiar como
anticoncepcionais e ligadura de trompas. Com o tempo, a família brasileira foi tomando novos formatos, em geral, cada vez
menor.

Outro fator muito importante no estudo da população no Brasil é considerar a diferença regional. Não podemos padronizar a
região Sul e a região Norte como se tivessem processos e resultados similares. Muito embora utilizemos dados nacionais, um
estudo mais detalhado considera informações regionais e até municipais. Cuidado com itens que lhe induzem a pensar em uma
homogeneidade brasileira, pois esta ainda não existe.

Há ainda mais uma dica importante. Não confundam país populoso com país povoado. Lembrem-se dos conceitos que colocamos
no início do capítulo. Populoso está relacionado a quantidade total, e povoado à quantidade por área. Fiquem atentos porque
“pegadinhas” com esses dois temas são clássicas.

2.7.6. O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano foi criado como uma maneira de complementar o PIB – Produto Interno Bruto, que
considera apenas questões econômicas. Este índice é medido por três pontos fundamentais: Educação, Renda per capita e
Expectativa de Vida. No site do PNUD, da ONU, encontramos o seguinte texto:

Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida; variando de 0 (nenhum
desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total)

O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: I) média de anos de educação de adultos,


que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25
anos; e II) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar,
que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar

195
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 196

pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade
permanecerem os mesmos durante a vida da criança;

E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em
poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência.

O que é IDHM?

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é uma medida composta de


indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda.

O IDHM brasileiro segue as mesmas três dimensões do IDH Global - longevidade, educação e
renda, mas vai além: adequa a metodologia global ao contexto brasileiro e à disponibilidade de
indicadores nacionais. Embora meçam os mesmos fenômenos, os indicadores levados em conta
no IDHM são mais adequados para avaliar o desenvolvimento dos municípios brasileiros.

O IDH começou a ser publicado em 1990 e é encontrado no Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas. O índice
varia de 0 a 1 e abaixo estão dados atualizados do Brasil:

RANKING UNIDADE DA IDHM IDHM IDHM IDHM


IDHM FEDERAÇÃO 2010 RENDA LONGEVIDADE EDUCAÇÃO
2010 2010 2010 2010

1º Distrito Federal 0,824 0,863 0,873 0,742

2º São Paulo 0,783 0,789 0,845 0,719

3º Santa Catarina 0,774 0,773 0,860 0,697

4º Rio de Janeiro 0,761 0,782 0,835 0,675

5º Paraná 0,749 0,757 0,830 0,668

6º Rio Grande do Sul 0,746 0,769 0,840 0,642

7º Espírito Santo 0,740 0,743 0,835 0,653

8º Goiás 0,735 0,742 0,827 0,646

9º Minas Gerais 0,731 0,730 0,838 0,638

10 º Mato Grosso do Sul 0,729 0,740 0,833 0,629

11 º Mato Grosso 0,725 0,732 0,821 0,635

12 º Amapá 0,708 0,694 0,813 0,629

13 º Roraima 0,707 0,695 0,809 0,628

14 º Tocantins 0,699 0,690 0,793 0,624

15 º Rondônia 0,690 0,712 0,800 0,577

16 º Rio Grande do Norte 0,684 0,678 0,792 0,597

17 º Ceará 0,682 0,651 0,793 0,615

18 º Amazonas 0,674 0,677 0,805 0,561

19 º Pernambuco 0,673 0,673 0,789 0,574

20 º Sergipe 0,665 0,672 0,781 0,560

196
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 197

21 º Acre 0,663 0,671 0,777 0,559

22 º Bahia 0,660 0,663 0,783 0,555

23 º Paraíba 0,658 0,656 0,783 0,555

24 º Piauí 0,646 0,635 0,777 0,547

24 º Pará 0,646 0,646 0,789 0,528

26 º Maranhão 0,639 0,612 0,757 0,562

27 º Alagoas 0,631 0,641 0,755 0,520

Vale ressaltar que esse dado não leva em consideração determinadas práticas culturais. Por exemplo: um município no interior
da Amazônia, com a renda per capita baixa em que não há chuveiro elétrico e que os habitantes vivem em contato permanente
com a floresta para tirar o seu sustento, terá um baixo IDH. Mas será mesmo que o desenvolvimento humano em um lugar que
todos tomam banho de rios, comem frutas e alimentos plantados em agricultura familiar, caçam animais silvestres e criam galinhas
caipiras, é baixo? Fica para reflexão!

2.7.7. OS FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS

Entenderemos como migração, o movimento voluntário de pessoas. Migração voluntária significa que os indivíduos são livres para
irem e virem. Claro que, grande parte dos deslocamentos dentro do país ocorrem pela busca de melhoria das condições de vida
e isso não deixa de ser algo “forçado”, mas o movimento propriamente dito, é fruto de uma decisão voluntária. Quase totalidade
dos movimentos migratórios ocorridos no Brasil estão relacionados a condição socioeconômica.

Com o processo de industrialização, o grande êxodo rural levou as cidades a terem um excessivo acúmulo populacional, que
gerou sérios problemas sociais como a formação de cortiços, favelas e bairros isolados. O maior deslocamento emigratório do
Nordeste direcionou-se ao Sudeste, muito embora, muitos nordestinos tenham ido para a Amazônia durante os ciclos da borracha.
As regiões Centro-Oeste e Norte tiveram muitos ganhos, principalmente pelo desenvolvimento de atividades agropastoris e de
extrativismo mineral. Em 1980, o Sudeste já estava em segundo lugar como centro de atração populacional, perdendo para o
Centro-Oeste. A explicação para isso, é a saturação do mercado de trabalho no Rio de Janeiro e São Paulo e as perspectivas
pioneiras no centro do país.

Toda migração tem rupturas e reintegrações que acompanham os migrantes gerando conflitos de natureza psicológica e
sociocultural. Os migrantes estão sujeitos a discriminação e segregação, principalmente porque a grande maioria das migrações
internas são compostas por pessoas de baixa renda, muitas vezes, com níveis altíssimos de pobreza. Na tabela a seguir, há o
histórico das migrações internas brasileiras, contendo as características marcantes de cada período:

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Migrações internas: Tradição histórica

A mobilidade interna do povo brasileiro sempre esteve ligada ao processo de povoamento de um


enorme território. A sucessão dos ciclos ou períodos da economia brasileira, sempre ligados a um
determinado produto ou atividade, favoreceu essa mobilidade, pois as pessoas são sempre atraídas
por fatores como emprego, facilidade de obter terras ou de enriquecer rapidamente.

197
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 198

HISTÓRICO DAS MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL

Século Características

XVI e XVII Saída de nordestinos da Zona da Mata rumo ao Sertão, atraídos pela expansão
pecuária.

XVIII Saída de nordestinos e paulistas rumo à região mineradora (Minas Gerais).

XIX Saída de mineiros rumo ao interior paulista, atraídos pela expansão do café.

XIX Saída de nordestinos rumo à Amazônia para trabalhar na extração de borracha.

XX – Década de Saída de nordestinos rumo ao Centro-Oeste (Goiás) para trabalhar na


1950 construção de Brasília.
Este período ficou conhecido como a Marcha para o Oeste, e os migrantes como
candangos.

Décadas de 1950 Saída de nordestinos (principalmente) rumo ao Sudeste, motivada pela


e 1960 industrialização.
As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro receberam o maior fluxo de
migrantes.

Décadas de 1960 Saída de nordestinos que continuaram migrando para o Sudeste, o Centro-
e 1970 Oeste (Mato Grosso) e o Sul (Paraná). A partir de 1967, com a criação da Zona
Franca de Manaus, ocorre intensa migração de nordestinos rumo à Amazônia
(principalmente Manaus).
Em grande parte foi uma migração orientada pelo Governo Federal.

Décadas de 1970 Migrações de sulistas rumo ao Centro-Oeste (agropecuária) e de nordestinos


a 1990 rumo à Amazônia (agropecuária e garimpos). Em consequência, o Norte e o
Centro-Oeste foram, respectivamente, as regiões que apresentaram o maior
crescimento populacional dos Brasil, nas últimas décadas.

Almeida, Lúcia Marina Alves de Voaz geografia : volume único : ensino médio / Lúcia Marina e Tércio . – 1 ed. – São
Paulo : Ática, 2013.

A seguir, observem os mapas de fluxo que expressão alguns destes movimentos migratórios internos brasileiros. Observe que,
no primeiro, representativo das décadas de 1950 a 1960, há um fluxo direcionado para o sudeste, e também para o centro-oeste.
Já na ´decada a seguir, verifica-se a importância da zona franca de Manaus, bem como uma migração para o sudeste, centro-
oeste e também para o sul do país. Já no último mapa, representativo das décadas de 1970 a 1980, intensifica o fluxo rumo ao
centro-oeste, e também para o norte.

Vale reforçar que, num mapa de fluxos, a espessura da seta pressupõe a intensidade do movimento migratório, bem como a sua
direção sugerem áreas de repulsão e outras de atração. A seguir, analise os saldos migratórios dado por estado da federação.
Observe o maior saldo do estado de Goiás, e o maior saldo negativo do estado da Bahia.

198
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 199

Figura 60: Fluxos Migratórios

199
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 200

Figura 61: Infográfico: Migração em queda (2004-2009)

2.7.8. O IMIGRANTE NA FORMAÇÃO DO BRASIL

Não faremos aqui uma retrospectiva histórica de todas as imigrações direcionadas ao Brasil desde o “descobrimento”. Falaremos
de fenômenos mais recentes.

A imigração europeia foi muito importante para o povoamento da região sul do Brasil. Cidades como Caxias do Sul, Garibaldi e
Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e Blumenau e Joinville, em Santa Catarina guardam características fortes de suas terras
de origem. Entre 1890 e 1930 entraram no país aproximadamente 5,7 milhões de imigrantes, grande parte europeus. Também
temos uma parcela grande de árabes no país, que trouxeram grandes contribuições para o vocabulário português. Após 1900
muitos japoneses vieram para o Brasil e formaram verdadeira colônias ao longo do tempo. Grande parte dos chineses e coreanos
migram em busca de trabalhos informais no setor terciário, principalmente nas grandes cidades.

200
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 201

Figura 62: Imigração no Brasil (1820-1975).

O sucesso de uma imigração se dá pela disponibilidade de recursos no local de destino e isso ocorreu muito evidentemente no
sul do país e em algumas zonas de São Paulo. No entanto, há sempre o risco de formação de guetos étnicos, mas de acordo com
o livro Geografia do Brasil: “Os únicos momentos em que se registraram conflitos com esses imigrantes e seus descendentes
aconteceram durante o período do Estado Novo, quando, sob forte influência do nacionalismo getulista, algumas dessas
populações se viram segregadas e ameaçadas”.

A seguir, encontra-se um gráfico que descreve uma realidade que conseguimos perceber em nosso cotidiano, qual seja: o principal
destino escolhido por brasileiros reside nos Estados Unidos, seguido de países europeus, prioritamente aquele com aproximação
linguística. É necessário refletir sobre este aspecto na construção dos movimentos e deslocamentos populacionais. A busca por
melhores condições de vida guarda aspectos ligados tanto à ampliação da empregabilidade, ainda que o migrante oculpe postos
de trabalho mais braçais. Quanto a uma espécie de qualidade de vida ampliada pela sensação também ampliada de segurança,
mesmo que o migrante esteja submetido a situações de XENOFOBIA e de estranhamento cultural.

A busca por condições de vida gera uma espécie de mecanismo de repulsão, ligado aos lugares de saída, e de atração expressa
pelo destino. Como obrigatoriedade migratória, também se verifica casos atuais da fuga de conflitos e guerras civis, perseguições
políticas, e situações de estar expurgados de sua própria terra.

DICIONÁRIO DO GEÓGRAFO:

XENOFOBISMO: Quando há certo estranhamento da população


local contra aquele que imigra, podendo atingir, inclusive, a
violência física.

201
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 202

Figura 63: Países atrativos de imigração brasileira.

CINEMA DO GEÓGRAFO:

Xingu (Cao Hamburguer, 2012)

Vimos ao longo destes sete capítulos, questões que influenciam na construção do espaço mundial e brasileiro, em suas multiplas
esferas de análise, historicidade e enfoque. Tais questões não requerem que você, estudante, decore este ou aquele conteúdo,
ou este ou aquele conceito. O segredo está na busca por exemplificações próximas ou análogas a uma realidade conhecida, de
forma a tornar a aprendizagem e a aplicabilidade algo mais simples.

A seguir, vamos nos enveredar pelo que chamamos de Geografia Física. A Geografia Humana e a Geografia Física compõem,
juntas, o amplo leque geográfico. Portanto, busque interpretá-la não como uma ciência endurecida, quase como um estudo
geológico da Terra.

Ao contrário, vamos procurar analisar humanamente as feições das paisagens. Vamos alças a análise a um patamar de buscar os
porquês de algumas alterações paisagísticas e sua coinfluência para as atividades humanas, e estas também como elemento
central de alteração da natureza.

Tome um café, alongue-se, e vamos seguir mais ávidos do que nunca nos estudos? A natureza nos aguarda!

202
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 203

2.7.9. RESUMO

CAPÍTULO 7: POPULAÇÃO BRASILEIRA

Conceitos e temas:

 Taxa de Mortalidade

 Taxa de Natalidade

 Crescimento Vegetativo

 Expectativa de Vida

 Fecundidade

 Taxa de Mortalidade Infantil

 População Absoluta

 População Relativa

 País Populoso

 País Povoado

 Saldo Migratório

 Crescimento Populacional

 Povoamento (qtd por área) x populacional (qtd total)

 Brasil – populoso e pouco povoado.

Teorias Demográficas:

Malthusiana:

 Superpopulação gera pobreza

 P.A/P.G

 Solução: guerras, epidemias, apelo moral

Neomalthusiana:

 Superpopulação gera pobreza e causa prejuízos a economia

 1950

 Solução: Planejamento Familiar

Reformista:

 Pobreza gera superpopulação

 Solução: reforma sócio econômico

Ecomalthusiana:

 Superpopulação gera pobreza e causa prejuízos ao meio ambiente

 Solução: Planejamento familiar

203
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 204

Transição demográfica:

 Inicial – TN alta e TM em redução

 Intermediária - TN em redução e TM baixa

 Concluída – TN e TM baixa

Pirâmide Etária:

 Crianças/jovens, adultos e idosos

 Homens e Mulheres

Formação, estrutura e dinâmica da população brasileira:

 Aumento populacional

 Taxa de crescimento

IDH – Educação, renda per capita e Expectativa de vida

Fluxos Migratórios internos e Importância do Imigrante na formação do Brasil

Questões de Provas:

2011/2012 - 26

2007/2008 - 35

2006/2007 - 49

2006/2007 - 57

2004/2005 - 51

2004/2005 - 52

2004/2005 - 58

2003/2004 - 47

2003/2004 - 48

2003/2004 - 52

2002/2003 - 56

2006/2007 - 09

2011/2012 - 06

2014/2015 - 06

2015/2016 - 05

204
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 205

2.7.10. EXERCÍCIOS

Leia o texto abaixo:

Quinze filhos e um quarto

“O metalúrgico baiano José Manuel de Jesus e sua mulher, a costureira Altair, tiveram quinze filhos. “Depois do sexto, tentei fazer
laqueadura, mas o médico disse que aos 27 anos, eu era nova para ser esterilizada”, conta Altair. O orçamento apertado fez com
que a família dormisse em um único cômodo durante vinte anos. Manuela, a filha mais velha, decidiu não repetir a história dos
pais. Depois que o segundo filho nasceu, seu marido fez uma vasectomia. “Passei necessidades na infância. Seria burrice fazer o
mesmo com meus filhos”, diz. Os irmãos de Manuela que já se casaram tiveram apenas um filho. ”
Revista Veja, julho 2009

1. Em 1960, a taxa de fecundidade da população brasileira era de 6,3 filhos por mulher. Em 2008, essa taxa caiu para 1,8 filhos,
segundo o IBGE. Uma das causas dessa redução é:

(A) A desconcentração da renda da população brasileira;


(B) A redução do uso de contraceptivos entre a população adulta;
(C) A difusão das informações causada pela urbanização;
(D) O aumento do número de mulheres no conjunto da população;
(E) O aumento do uso de contraceptivos entre os adolescentes.

2. (UFPR) Observando os dados da tabela abaixo, relativos ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro, é
INCORRETO afirmar:

(A) O Brasil apresenta grandes diferenças regionais quanto aos valores do IDH.
(B) É possível inferir, com base no IDH, que as condições de vida pioraram nas regiões mais desenvolvidas do país nas
últimas décadas, fazendo diminuir as diferenças entre essas regiões e as mais pobres.
(C) A evolução do IDH nas várias regiões acompanha a tendência nacional, ainda que com ritmos distintos para cada região.
(D) Nas últimas décadas, a elevação do IDH da região Nordeste foi relativamente maior que a do IDH da média nacional,
fazendo que as diferenças regionais medidas por esse índice diminuíssem.
(E) A evolução do IDH entre as décadas de 70 e 90 indica que aumentaram o PIB per capita, o nível de instrução e a
expectativa de vida ao nascer dos brasileiros.

3. As cidades globais são um tipo específico de campo de produção e considero suas funções de comando central como um
processo de produção. Há campos para:

I. A produção de serviços especializados necessários para as organizações complexas, incluindo principalmente o


gerenciamento no nível mais elevado, controle e operações de serviços necessários para percorrer uma rede espacialmente
dispersa de fábricas, escritórios e empresas prestadoras de serviços sob condições de continuidade da concentração
econômica.
II. A produção de inovações essenciais à internacionalização e a expansão da indústria financeira. Há duas atividades distintas
aqui: uma que corresponde à produção de serviços avançados e outra, à indústria financeira.

(SASSEN,S. A cidade global. In: LAVINAS et al. Reestruturação do espaço urbano e regional no Brasil. São Paulo: ANPUR/Hucitec, 1993, p. 193.)

As cidades globais são as novas formas espaciais da Economia Globalizada. Qual ramo da economia industrial tem se mostrado
o mais importante no desenvolvimento econômico do século XXI?

(A) A agroindústria, que tem oferecido soluções para o problema do abastecimento alimentar e aumentado à importância
geopolítica das reservas agrícolas do mundo.

205
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 206

(B) A indústria das tecnologias da informação e telecomunicações, que cria o suporte para as conexões imediatas entre os
lugares e forma um novo sistema de relações.
(C) A indústria automotiva, que foi responsável por transformar a capacidade humana de se deslocar e faz parte da base
de qualquer economia industrializada atualmente.
(D) A indústria petroquímica, que fornece a energia necessária para a maior parte das outras operações industriais, bem
como para as residências o setor de serviços.
(E) A indústria energética, que irá ditar os novos padrões de consumo da sociedade, voltados a ampliação da eficiência e
redução da emissão de poluentes.

4. (Puccamp) Considere os versos a seguir.

“Pedro pedreiro penseiro esperando o trem


Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem
De quem não tem vintém
Pedro pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
Espere alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar
Mas pra que sonhar
Se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás
Quer ser pedreiro pobre e nada mais
Esperando o sol, esperando o trem
Esperando o aumento para o mês que vem
Esperando um filho pra esperar também. ”

Assinale a alternativa que exprime a realidade contida nos versos do compositor Chico Buarque de Holanda.

(A) Uma cena comum na vida de um trabalhador da construção civil no início do processo de industrialização de São Paulo.
(B) O cotidiano desalentador de um empregado da construção civil, síntese da problemática social dos migrantes
nordestinos.
(C) O processo reivindicatório de um trabalhador por melhores condições de salário e transporte.
(D) A realidade urbana das metrópoles nordestinas, enfrentada por trabalhadores oriundos da zona rural.
(E) O isolamento do migrante nordestino que não se adapta ao grande centro urbano.

5. (UFBAh Modificada) Em relação à estrutura, à dinâmica e aos problemas socioeconômicas e políticos da população do Brasil,
julgue os itens abaixo:

I. A população brasileira está crescendo mais que a produção de alimentos, devendo-se, portanto, controlar o crescimento
da população, para acabar com a fome.
II. A diminuição da expectativa média de vida é um dos principais indicadores socioeconômicos que reflete no nível de
pobreza dos estados nordestinos.
III. Nos estados da região Centro-Oeste, a incidência de pobreza é maior se comparados aos estados do Norte e/ou Nordeste.
IV. Nos dias atuais, observa-se um aumento do ritmo de crescimento vegetativo da maioria dos estados da região sudeste.
V. No Brasil, o êxodo rural determina um aumento, nas cidades, do contingente populacional de baixa renda, provocando
uma acelerada demanda pelos produtos da economia urbana.
VI. No Nordeste brasileiro, a pobreza é consequência do modelo político-econômico atual e da estrutura da propriedade da
terra.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente I e II estão corretas.
(C) Somente V e VI estão corretas.
(D) Somente IV e VI estão corretas.

206
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 207

(E) Somente I, II, III e V estão corretas.

6. Taxa de Fecundidade Total da População Brasileira – 1930-2010

Os valores da Taxa de Fecundidade Total mostram que ocorreu uma redução acentuada no número de filhos por mulheres entre
a população brasileira desde 1960. As mudanças sociais que estimulam a redução da fecundidade entre as famílias se relacionam.

(A) A política de planejamento familiar no Brasil, que sistematicamente tem promovido ações para limitar o tamanho das
famílias a 1 ou 2 filhos no máximo.
(B) Aos efeitos da crise no sistema de saúde brasileiro, com resultados pouco efetivos no combate a mortalidade infantil
nas regiões mais pobres do país
(C) Aos novos formatos familiares, motivados pelo crescimento do divórcio e da união entre pessoas do mesmo sexo,
reduzindo os nascimentos a cada ano
(D) As mudanças na preferência das famílias, motivadas pela modernização a priorizar a qualificação profissional e reduzir
a quantidade de filhos.
(E) A pequena oferta de trabalho remunerado e a alta taxa de desemprego do país, o que leva os casais novos a adiar o
casamento, reduzindo a fecundidade.

7. (Mackenzie) Leia as seguintes assertivas sobre a população brasileira:

I. Nossa população ainda se caracteriza por apresentar-se predominantemente jovem.


II. O crescimento vegetativo acelerou-se a partir da década de 40, chegando ao seu maior índice da década de 50, quando
começou a declinar.
III. Por questões de ordem histórica e econômica, a população concentrou-se nas proximidades do litoral.

Então:

(A) Apenas I é verdadeira.


(B) Apenas II é verdadeira.
(C) I, II e III são verdadeiras.
(D) Apenas II e III são verdadeiras.
(E) Apenas I e III são verdadeiras

207
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 208

8. (Ufes) O Brasil é um país muito populoso e pouco povoado.

Tal contradição aparente pode ser explicada da seguinte maneira:

(A) Tem um número relativo de habitantes acima das médias normais.


(B) Tem um número absoluto de população correspondente ao tamanho de sua área.
(C) Tem uma taxa de crescimento demográfico muito baixa.
(D) Tem densidade demográfica pequena em relação ao total de sua área, e um grande número de habitantes.
(E) Tem população relativa alta e população absoluta baixa.

9. (Ufscar) Considere as seguintes afirmações sobre a população brasileira.

I. Atualmente, ocorreu uma redução de forma significativa, dos movimentos migratórios inter-regionais e extra-regionais.
II. Apresenta, nestas últimas décadas, redução da taxa de fecundidade.
III. Tem, gradativamente, aumentado a esperança de vida.
IV. Caracteriza-se pelo forte crescimento vegetativo.
V. Apresenta taxas de mortalidade infantis diferenciadas de acordo com a região.

Estão corretas SOMENTE as afirmações:

(A) I, II e IV.
(B) I, II e V.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e V.
(E) III, IV e V.

10. (Uerj)

As mudanças na estrutura demográfica brasileira projetadas no gráfico, de natureza quantitativa, exigem do Estado a
implementação de novas políticas sociais.

Uma mudança demográfica evidenciada pelo gráfico e um adequado programa social para o seu enfrentamento estão
apresentados na seguinte alternativa:

(A) Redução do total de jovens - promoção da saúde da mulher


(B) Declínio do crescimento populacional - planejamento familiar
(C) Queda da taxa de fecundidade - requalificação de mão-de-obra
(D) Diminuição do índice de mortalidade - incentivo ao aumento da natalidade.

208
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 209

11. (ESAEX) Conforme se pode observar na tabela abaixo, a má distribuição de renda é um problema grave da estrutura
socioeconômica brasileira e repercute em diversos outros indicadores sociais.

Brasil participação dos 20% mais ricos e dos 50% mais


pobres na renda nacional – 1960 – 1999

Ano 20% mais ricos 50% mais pobres


1960 51.0% 18.0%
1970 62.0% 15.0%
1980 63.0% 14.0%
1990 65.6% 11.4%
1999 63.8% 12.0%
(Addas, 2004)

Sobre esse tema é correto afirmar:

(A) Crescimento econômico e desenvolvimento social estão diretamente atrelados, visto que, apesar da má distribuição de
renda, os números da economia globalizada do Brasil permitiram, nas últimas décadas, uma diminuição da exclusão
social.
(B) A exclusão social é uma marca do capitalismo. Ela se mostra ainda mais evidente na atual fase monopolista, financeira
e globalizada que atinge a todo o mundo, mas especialmente aos países da periferia do sistema, como o Brasil.
(C) A taxa de analfabetismo funcional, o percentual de cidadãos que sabem assinar o seu nome, é um índice fiel a ser
tomado para mensurar o nível de desenvolvimento de um país, pois, pressupõe-se que uma população que saiba apenas
ler e escrever consiga se posicionar criticamente frente à realidade.
(D) O IDH (índice de Desenvolvimento Humano) que leva em consideração a expectativa de vida ao nascer, o nível de
instrução e o PIB per capita revela que o Brasil ocupa uma po•sição mediana no cenário mundial e possui grande
homogeneidade interna.
(E) A leitura da tabela mostra que na última década houve uma melhora na distribuição de renda no país apresentando
números que indicam uma relação mais justa de repartição da riqueza acumulada em relação à realidade de 1960.

12. (Ufscar) Em 2005, a População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil era de 96 milhões de pessoas, representando 62,9%
da população do país com 10 anos ou mais. Sobre o comportamento da PEA, é correto afirmar que:

(A) A maior parte da população economicamente ativa insere-se no setor secundário, executando atividades tipicamente
urbanas.
(B) Há predomínio da mulher na composição da população economicamente ativa, pois aumentou o número de mulheres
chefes de família na última década.
(C) Tem havido sucessivos decréscimos frente ao total da população não-ativa, devido ao crescimento substancial do
desemprego.
(D) Há predomínio das atividades primárias nas grandes regiões onde prevalece a população rural frente à urbana.
(E) Há participação significativa do setor informal da economia, em função do subemprego nos setores de comércio e
serviços.

13. (Unifesp) No Brasil, a presença feminina em postos de trabalho cresceu, mas ainda não é elevada em cargos de chefia,
quando comparada a dos homens. Isso se deve à:

(A) Baixa taxa de desemprego.


(B) Dupla jornada de trabalho e barreiras culturais.
(C) Elevada taxa de fertilidade do país.
(D) Escolaridade superior entre as mulheres, maior que entre os homens.
(E) Contratação da mulher em atividades domésticas.

209
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 210

14. (Ufrs) No Brasil Central, observa-se um fenômeno migratório de trabalhadores em função da necessidade de diferentes
colheitas em diferentes épocas do ano, já que o clima tropical permite cultivos perenes que podem proporcionar até duas
safras ao ano. Esse tipo de movimento migratório de trabalhadores rurais (boias-frias) é conhecido como:

(A) Migração temporária, tipo nomadismo.


(B) Migração definitiva pendular.
(C) Migração temporária, tipo peregrinação.
(D) Migração definitiva, tipo transumância.
(E) Migração temporária sazonal.

15. (Ufpr) Os Censos Demográficos mostram que, da década de 80 em diante, diminuiu o fluxo migratório do Nordeste para o
Sudeste e, em especial, para a Grande São Paulo. Isso se deu em virtude da redução da taxa média anual de crescimento
econômico e do redirecionamento parcial desse fluxo migratório para outros destinos.

Com base no enunciado e nos conhecimentos de demografia, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) A desconcentração da atividade econômica fez das cidades médias do interior, como Campinas e Ribeirão Preto,
importantes focos de atração populacional.
(B) Há um fluxo migratório do Sudeste para o Nordeste, devido ao retorno de nordestinos que não encontraram boas
oportunidades e também de outros que obtiveram sucesso com a migração.
(C) Devido ao dinamismo da fronteira agrícola, o Centro-Oeste possui um alto percentual de habitantes que nasceram em
outras regiões ou que não residem na mesma cidade onde nasceram.
(D) A redução dos fluxos migratórios foi resultado da desindustrialização provocada pela crise do Estado e pela abertura
comercial, respectivamente nos anos 80 e 90.
(E) O semiárido nordestino continua sendo uma área de expulsão populacional, mas seus fluxos migratórios vão
predominantemente para as capitais regionais, como Salvador.

16. (Ufmg) Todas as afirmativas expressam corretamente contrastes e desigualdades encontrados no Brasil, EXCETO.

(A) A migração intensa para a porção ocidental alterou pouco a distribuição da população, que continua concentrada em
sua maior parte na porção centro oriental do país.
(B) A queda no ritmo de urbanização verificada na década atual foi pequena, mas a população brasileira continua vivendo,
por excelência, nas cidades.
(C) A renda per capita do Brasil apresentou crescimento em alguns anos, mas a distribuição da renda nacional continua
desigual e são muitos os brasileiros que vivem em condições miseráveis.
(D) As regiões Norte e Centro-Oeste, nos últimos anos, aumentaram sua participação no Produto Interno Bruto do país,
mas as desigualdades regionais persistem e favorecem o Centro-Sul.
(E) O aumento na taxa de mortalidade bruta pouco alterou o crescimento vegetativo que continua muito elevado, e a base
da pirâmide de idades tem se ampliado

210
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 211

2.7.11. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2002/2003) Observação: o item refere-se às pirâmides etárias abaixo.

QUADRO II - PIRÂMIDES ETÁRIAS BRASILEIRA

Da análise das pirâmides, é correto afirmar que:

(A) A sociedade brasileira está com o seu processo de transição demográfica em curso.
(B) A transição demográfica é diferenciada entre as populações urbanas e rurais.
(C) As regiões Norte e Nordeste são marcadas pela disseminação da pobreza rural.
(D) A sociedade brasileira já concluiu seu processo de transição demográfica, em 2000.
(E) A manutenção do percentual da população brasileira na faixa de 0 – 19 anos.

2. (EsFCEx 2003/2004) Sobre a dinâmica do crescimento da população brasileira, NÃO é correto afirmar que atualmente:

(A) Se encontre em fase de transição demográfica avançada.


(B) Apresente uma diminuição da expectativa de vida da população.
(C) Apresente uma diminuição do crescimento populacional.
(D) Seu perfil etário se aproxima da dos países desenvolvidos.
(E) A população adulta esteja aumentando, percentualmente, no conjunto da população.

3. (EsFCEx 2007/2008) Sobre os fluxos migratórios externos e internos e os seus impactos na formação demográfica brasileira,
é correto afirmar que:

(A) O período de maior fluxo imigratório se dá entre 1808 e 1880 com a abertura dos portos às nações amigas e o
estabelecimento da Lei de Terras (1850) que possibilitava ao imigrante estrangeiro adquirir posses no território nacional.
(B) As principais correntes imigratórias do fluxo internacional para o Brasil, ao final do século XIX, foram de italianos,
japoneses e bolivianos. Estes, concentrados nos centros urbanos e os dois primeiros, com destino ao trabalho no campo.
(C) As duas últimas décadas do século XX marcam uma significativa alteração no saldo migratório do país. O Brasil passa a
ser um espaço de emigração, sendo os principais destinos os EUA, o Paraguai e a Europa.

211
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 212

(D) Dos fluxos migratórios internos, merece destaque, na década de 60 do século passado, a saída de trabalhadores do Sul
e do Nordeste em direção ao Centro-Oeste. Eles formavam a mão-de-obra necessária à construção de Brasília. Como
não podiam residir no local, houve, na mesma década, um refluxo migratório para as regiões de origem.
(E) A criação da Zona Franca e Região Metropolitana de Manaus, na década de 70 do século passado, induziu ao intenso
fluxo migratório de trabalhadores da periferia das grandes metrópoles nacionais (Rio de Janeiro e São Paulo) para a
capital amazonense.

4. (EsFCEx 2003/2004) A década de 1990 deu continuidade às tendências observadas na década de 1980, quanto às migrações
internas no Brasil, ou seja:

(A) O crescimento populacional dos municípios de médio e pequeno porte.


(B) A manutenção do movimento migratório em direção à Região Sudeste.
(C) A diminuição do vetor migratório em direção à Amazônia.
(D) A permanência do crescimento populacional da Região Metropolitana de São Paulo.
(E) O aumento das taxas de crescimento rural da Região Sul.

5. (EsFCEx 2005/2006) Analise as afirmativas abaixo sobre os movimentos migratórios brasileiros e, a seguir, assinale a
alternativa correta:

I. O Brasil, atualmente, apresenta fluxo imigratório negativo.


II. Muitos brasileiros têm se transferido para os Estados Unidos, Europa e Japão.
III. Em Nova Iorque (EUA) residem cerca de 600 mil brasileiros.
IV. Cerca de um milhão e meio de brasileiros vive fora do país.

(A) Somente a I e a III estão corretas.


(B) Somente a II está correta.
(C) Somente a III e a IV estão corretas.
(D) Somente a I, II e a IV estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

6. (EsFCEx 2006/2007) Leia o texto, para solucionar o item abaixo.

“A vida aqui só é ruim, quando não chove no chão,


mas se chover dá de tudo, fartura tem de porção,
tomara que chova logo, tomara meu Deus tomara,
só deixo o meu Cariri, no último pau-de-arara”.
(Corumbá/José Guimarães/Venâncio)

O trecho da música acima faz referência a um dos movimentos migratórios internos do Brasil. Sobre este e outros movimentos
internos da população brasileira é correto afirmar:

(A) Resultado do recente processo de retorno às metrópoles, visto que estas representam o espaço da melhor qualidade
de vida e das oportunidades de emprego nos setores secundário e terciário, há, ao final do século XX, maior índice de
crescimento populacional nas capitais que nas cidades médias do interior de Rio de Janeiro e São Paulo.
(B) Proporcionalmente, Palmas (TO) e algumas capitais nordestinas possuem maior índice de crescimento demográfico que
Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), visto que estes espaços já estão densamente ocupados e possuem diversos
problemas internos, ao passo que aqueles aparecem como atrativos aos fluxos migratórios nacionais.
(C) A música diz respeito ao êxodo rural, movimento migratório que, no Brasil, significa o fluxo de nordestinos para as
capitais do Sudeste e esteve concentrado nas décadas de 1930 e 1970 por conta da viabilidade do transporte rodoviário
em nível nacional.
(D) A migração pendular é um fenômeno contemporâneo e diz respeito aos fluxos de pessoas entre os países do mundo
que a globalização permite e estimula. A exemplo de um cidadão que nasce numa pequena cidade, migra para a capital
regional, consegue um emprego numa metrópole nacional e, após alguns anos, volta a migrar para se especializar num
centro urbano mundial.

212
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 213

(E) A transumância ou migração sazonal é um fluxo urbano-urbano que acontece em cidades conurbadas onde diversas
pessoas moram numa cidade e trabalham ou estudam na outra, gerando intenso movimento regular e diário.

7. (EsFCEx 2008/2009) O Brasil é um país que apresenta grande mobilidade da população. Em 1996, 13,5% da população
brasileira viviam fora do seu município de origem há menos de dois anos. Assinale a alternativa que é considerada a causa
para este fenômeno.

(A) Aumento das áreas de pastagens e das indústrias de base.


(B) O surto industrial paulista e a aceleração do crescimento metropolitano.
(C) A necessidade de mão-de-obra estacional e a ocupação da fronteira agrícola.
(D) Aceleração do emprego industrial e a desaceleração do crescimento das cidades médias.
(E) A alta densificação do campo no Centro-Oeste e a exploração dos perímetros irrigados do Nordeste.

8. (EsFCEx 2006/2007) Associe as pirâmides etárias do Brasil (1980 e 2000) às suas características principais, numerando a
coluna B de acordo com a coluna A e, a seguir, assinale a alternativa correta.

COLUNA A COLUNA B

1. Pirâmide etária do Brasil, ( ) Elevado crescimento vegetativo


1980. ( ) Melhoria na saúde e saneamento básico
( ) Baixa expectativa de vida
2. Pirâmide etária do Brasil, ( ) Maior número proporcional de jovens na população
2000. ( ) Diminuição da taxa de fecundidade
( ) Transição demográfica nas fases iniciais

(A) 1;2;1;1;2;1
(B) 1;2;2;1;1;1
(C) 2 ; 1 ; 2 ; 2 ;1 ; 2
(D) 1;2;1;2;2;2
(E) 2;1;1;1;2;1

9. (EsFCEx 2011/2012) Sobre a população brasileira, é correto afirmar:

(A) A população absoluta do Brasil e sua grande extensão territorial permite-nos classificar o País como povoado, porém
pouco populoso.
(B) A região Centro-Oeste tem sido um lugar de partida de grandes movimentos migratórios. Isto, sem dúvida, está
associado à desigualdade na distribuição de renda.

213
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 214

(C) Os movimentos migratórios têm se reduzido em direção à região Sudeste. No Nordeste este movimento caracterizou -
se mais pelo seu caráter intrarregional.
(D) O dinamismo atual da nossa industrialização foi capaz de resolver o problema de demanda de emprego, além de
significar um importante fator de redistribuição da população entre os diferentes setores da nossa economia.
(E) A partir de meados da década de 1980, a população urbana passa a ser mais numerosa que a população ru ral, em
razão do processo de industrialização que se acentua desde o final da década de 1960, provocando mudanças do campo
para a cidade.

10. (EsFCEx 2014/2015) Marque a alternativa correta.

Com relação às migrações no Brasil, pode-se dizer que:

(A) Houve um encolhimento do movimento migratório em função da modernização da agricultura e da indústria nacional.
(B) Houve uma acelerada migração das populações residentes nas cidades para o campo.
(C) A região Nordeste foi a que mais recebeu imigrantes para trabalhar nas usinas de açúcar.
(D) A região Centro-oeste foi a que mais perdeu população rural.
(E) Há uma aceleração de movimentos migratórios a partir de 1950.

11. (EsFCEx 2018/2019) Um dos primeiros teóricos a estudar as relações entre a população e as leis do crescimento econômico
foi Thomas Robert Malthus, em 1798. Dentre as formulações teóricas deixadas por Malthus, a mais famosa é a seguinte:

(A) Medida dada entre o número de habitantes por quilômetro quadrado: hab/km2, podemos chamar de densidade
demográfica.
(B) A soma de habitantes de um determinado lugar, desconsiderando a relação de espaço que habita, podemos chamar de
um lugar populoso.
(C) Povoado corresponde a ligação direta entre o número de habitantes e as áreas geográficas ou espaço habitado.
(D) Existe uma tendência universal de a população crescer em progressão geométrica e a produção de alimentos em
progressão aritmética.
(E) A população tende a aumentar em áreas onde há melhores condições climáticas no globo terrestre.

12. (EsFCEx 2018/2019) Assinale a alternativa que expressa corretamente características contemporâneas da migração interna
no Brasil.

(A) Atualmente, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais cuja população mais cresce no Brasil, em razão
de intensa imigração.
(B) As cidades em áreas de expansão das fronteiras agrícolas, com destaque para Palmas, no Tocantins, são as que
atualmente mais crescem no país.
(C) As capitais nordestinas continuam a expulsar grande contingente populacional em razão da estagnação de suas
economias, com destaque para Salvador-BA.
(D) A maioria dos habitantes do país não é natural dos municípios onde moram, em razão da forte migração inter-regional.
(E) O fluxo em direção ao Sudeste tem aumentado em razão da consolidação das migrações intrarregionais.

214
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 215

GEOGRAFIA: NATUREZA À DINÂMICA SOCIAL

De agora em diante vamos centrar nosso estudo na Geografia da Natureza. Vale ressaltar que, para um estudo geográfico, é
limitado pensar o ambiente apenas em si mesmo. É preciso compreendê-lo dentro da dinâmica social. É isso que vamos fazer
aqui: trazer explicações específicas da geomorfologia e da climatologia (principalmente) e discorrer sobre o contato desses
elementos naturais com o ser humano.

Preciso que antes de começarem essa etapa, tirem da cabeça qualquer trauma ou qualquer pré-conceito de que a Geografia física
é difícil (ou chata). Provavelmente vocês conhecem alguém (quem sabe vocês mesmos) que dizia na escola preferir a famosa
Geografia Política. O fato é que existem alguns fatores que podem levar a isso. Primeiramente, a Geografia Política fala de eventos
muito recentes e se refere a conflitos, guerras, ou seja, acontecimentos que estamos acostumados a ver nos jornais e nos filmes
hollywoodianos.

Além disso, dar aula de geopolítica é como contar uma história, o que facilita o trabalho do professor. A Geografia física, por
outro lado, trata de eventos muito anteriores a raça humana e se utiliza de termos que não nos são familiar. A história contada
é a da Terra e que história antiga!! O erro de muitos professores é transformar o ensino da Natureza em exercícios de decoreba
e não mostrar para os alunos como é ESSENCIAL COMPREENDER A DINÂMICA TERRESTRE.

Isso mesmo, é essencial compreender a dinâmica da Terra. Você não será capaz de entender com clareza a economia mundial e
consequentemente a realidade das sociedades atuais, sem internalizar como é o clima, o relevo, a vegetação e etc. Vamos dar
alguns exemplos: O mundo é movido pelo petróleo, e de onde ele vem? Do tempo e das rochas! Pra quase tudo utilizamos
minérios, de onde eles vêm? Do tempo e das rochas! Os medicamentos que utilizamos são produzidos por muitas plantas, de
onde elas vêm? Da vegetação formada ao longo do tempo e do clima! A mesma resposta seria utilizada para a extração de
madeira, coleta de borracha natural, agricultura, pecuária, turismo de aventura e etc. E o que podemos falar ainda sobre o gás
natural, transportes, abastecimento de água, hidrelétricas, energia nuclear, roupas, eletrodomésticos...

Eu pergunto: Você acha mesmo que pode viver nesse mundo sem entender verdadeiramente como funciona a Terra? Se desarme
e vamos juntos nessa linda viagem pela Pachamama (mãe terra para os quéchuas – Peru).

215
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 216

2.8. QUESTÃO REGIONAL DO BRASIL

O Brasil apresenta duas divisões espaciais, uma oficial que foi estipulada pelo IBGE e outra geopolítica, caracterizada pela
formação de complexos regionais, que determina melhor as realidades sociais econômicas e políticas do território brasileiro.

Segundo o IBGE Divisão Geoeconomica (Complexo


Regional)

 Norte: 45,28%
 Centro-Oeste: 18,86%  Região Amazônica
 Nordeste: 18,28%  Região Nordeste
 Sudeste: cerca de 10%  Região Centro-Sul
 Sul: cerca de 6%

2.8.1. ASPECTO REGIONAL DO BRASIL

Divisão pelo IBGE

O Instituto de Geografia e Estatística, criado em 1934, determinou a divisão do Brasil em macrorregiões, com o processo histórico
e espacial de evolução, atualmente o país é agrupado em cinco regiões (norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul), estipuladas
segundo aspectos físicos/naturais, econômicos e demográficos. O IBGE é o órgão responsável pela coleta e divulgação de dados
socioeconômicos sobre as regiões.

O conhecimento das regiões se torna de grande utilidade para a criação de políticas nacionais e para o entendimento didático
da realidade brasileira, também proporciona análises mais detalhadas, com mapas que retratam divisões em mesorregiões e
microrregiões.
No ano de 1988 foi fundamentada uma nova constituição, e esta, destacou que não existiriam mais territórios no Brasil. Esse fato
determinou que antigos territórios como o Amapá (AP) e Roraima (RR) se transformassem em estados e o território de Fernando
de Noronha fosse inserido ao estado de Pernambuco, criou também um novo estado chamado Tocantins em uma área que
antes pertencia a região Centro-Oeste (estado de Goiás) passou a pertencer a região norte.

Figura 64: Divisão regional segundo o IBGE.

216
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 217

2.8.2. PRODUÇÃO INDUSTRIAL POR REGIÃO

 Região Norte

Dentre todas as regiões brasileiras a norte é a menos desenvolvida industrialmente. Há várias décadas a região tem
suas atividades econômicas vinculadas aos setores com pouca aplicação tecnológica e que atuam nos ramos
agroindustriais que produzem alimentos, têxtil, couro, borracha, etc.

No Ocidente, temos:

 Desenvolvimento industrial (Zona Franca de Manaus, criada em 1967) que produz DVDs, celulares, motos e outros
produtos.

No Oriente, temos:

 Se destaca pelo extrativismo mineral (Serra dos Carajás e de Oriximiná);

 Usinas Hidrelétricas;

 Instalação de complexo metalúrgico do alumínio próximo à belém.

 Região Nordeste

A região Nordeste tem atraído elevados investimentos para seu setor econômico. Além disso, a atividade industrial da região
está em ascensão, isso acontece em decorrência de melhorias ocorridas nas indústrias nativas e da chegada de inúmeras
empresas oriundas de outras partes do Brasil, especialmente do Sudeste. Dentre as principais indústrias, estão as do ramo
alimentício, calçadista e vestuário.

A migração de empresas para a região se deve principalmente pelo fato do Nordeste possuir abundante mão-de-obra e de
baixo custo, sem contar que muitos Estados oferecem incentivos fiscais para as empresas interessadas. Além disso, muitas
empresas aproveitam o fator da proximidade com as fontes de matéria-prima, como: cana-de-açúcar, algodão, frutas, cacau
e tabaco, isso para fabricação dos respectivos produtos:

 Açúcar;

 Álcool;

 Têxtil;

 Sucos;

 Chocolates;

 Charutos.

Além da da extração mineral, sobretudo na extração e sal no Rio Grande do Norte, que corresponde a 80% da produção
do país. Existe ainda parques industriais, tanto na Bahia, que encontra-se: produtos químicos, alimentos, bebidas, metalurgia,
automóveis, combustíveis. Já o Ceará destaca-se a produção industrial de máquinas, materiais elétricos, tecidos, calçados e
bolsas, alimentos e álcool. A indústria pernambucana se desponta na produção de alimentos, metalurgia, produtos químicos,
produção de álcool e refino de petróleo. As principais áreas industriais do Nordeste se concentram em Recife, Salvador e
Fortaleza.

 Região Centro-Oeste

A região Centro-Oeste é caracterizada pelo grande desenvolvimento no setor pecuário (sobretudo, bovina), dessa forma
apresenta o maior rebanho bovino, com aproximadamente, 70 milhões de cabeças de gado. Outro importante destaque é
para o desenvolvimento do setor agrícola, principalmente em gêneros tais como: algodão, milho, cana-de-açúcar, soja e
sorgo.

É válido destacar a exploração de recursos minerais e podemos citar: cobre, níquel, calcário, água mineral, ouro, diamente,
ferro e nióbio.

217
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 218

Devido ao crescimento dessa região nos últimos anos a indústria da construção civil apresentou significativo desenvolvimento.
Nas capitas da região uma característica econômica é que o setor de serviços (terciário) é significativo na composição do PIB
local.

A indústria é uma atividade que vem se desenvolvendo no Centro-Oeste e essas são atraídas pela abundância de energia de
algumas usinas (Urubupungá, rio Paraná, São Simão, entre outras). As indústrias mais significativas são do setor alimentício,
farmacêutico, madeira e minerais não-metálicos.

Em termos de desenvolvimento socioeconômico da Região Centro-Oeste o eixo Goiânia – Anápolis – Brasília se destaca por
indústrias automobilísticas (Hyundai – CAOA - Anápolis), Farmacêutica (com o segundo maior polo do Brasil – Anápolis),
Alimentícia e têxtil e produtos minerais, além de bebidas.

Em Campo Grande – (MS) e Cuiabá – (MT) a indústria alimentícia é uma importante fonte de receita.

 Região Sudeste

É a região mais desenvolvida e industrializada do Brasil, sendo que concentra mais da metade da produção nacional.

Como importante atividade da região pode-se citar a indústria da transformação e concentra as maiores montadoras,
siderúrgicas e petroquímicas do território nacional e se carateriza por uma produção industrial diversificada com sede em
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Merece ênfase ainda a indústria Naval no Rio de Janeiro, automobilística em São
Paulo e Minas Gerais.

O maior centro industrial do Brasil, o Sudeste também apresenta outros tipos de indústrias, tais como alimentícia, bebidas,
material elétrico e eletrônico, eletrodomésticos, farmacêutica e etc.

O Estado de São Paulo é o detentor do maior parque industrial, com participação de 32,1% do PIB (2012) e o interior do
estado se desponta como um pólo de atração de investimentos, sobretudo, tecnológicos, ou seja, tecnopolos situados em
Campinas (Laboratório de Luz Síncrotron), São José dos Campos (ITA) os Campos e São Carlos (UFSC).

Mesmo com os incetivos fiscais adotados por outras regiões Sudeste consegue manter sua participação do PIB industrial
elevada.

 Região Sul

Destaque positivo em praticamente todos os segmentos da economia, e no industrial não seria exceção assim pode-se
classificar a Região Sul. Atualmente é a segunda região em percentual nacional no desenvolvimento industrial e participa
com 21% no PIB nacional, ficando atrás somente da Região Sudeste.

No Sul estão inseridos diferentes tipos de indústrias, porém, ocorre o predomínio na produção têxtil e alimentícia que
aproveitam a produção agropecuária desenvolvida na região. A concentração industrial na região se dá nas regiões
metropolitanas de Curitiba – PR e Porto Alegre – RS.

A produção industrial da região e por estado ocorre da seguinte forma:

 Rio Grande do Sul: Produção de carros, calçados, vinhos, alimentos e petroquímica.

 Paraná: Fabricação de caminhões e automóveis, agroindústria, eletrodomésticos, celulose e papel.

 Santa Catarina: Fabricação de Calçados, roupas e produção de carnes.

2.8.3. REGIÕES GEOECONÔMICAS (COMPLEXOS REGIONAIS)


Em 1967, foi elaborada uma nova proposta de divisão regional. Essa proposta não oficial divide o Brasil em três grandes unidades
regionais, que refletem uma alteração marcada pelo processo de tranformação de um Brasil agro-exportador para urbano-
industrial.

218
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 219

 Região Amazônica:

As políticas de integração da região Amazônica, só ganharam ênfase na década de 1950, com a instalação de organismos de
planejamento e, posteriormente criação da SUDAM, planos de infraestrutura e incentivos fiscais.

Durante os governos militares, a ocupação da Amazônia era vista como um dos pilares do projeto de soberania nacional, pois,
esses governos a consideravam um grande vazio demográfico que precisava ser explorado e dominado. A meta era transformar
o seu potencial natural em riquezas que iriam financiar o desenvolvimento do país. A proposta era a implantação de projetos de
mineração, indústria e agricultura.

 Transamazônica

 Projeto Carajás

 Zona Franca de Manaus

 Zona de Produção Agrícola

• Atualmente, o termo mais utilizado para essa região é Amazônia Legal, que abrande espacialmente os estados do Acre,
Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins, Pará e partes do Maranhão, Mato Grosso.

Figura 65: Amazônia Legal.


Fonte: IBGE, área da Amazônia Legal, 2012

 Região Nordeste

• A região Nordeste pode ser dividida segundo aspectos socioeconômicos e históricos em quatro outras regiões (subregiões),
cada uma delas apresenta condições econômicas a naturais própias.

O Nordeste se divide em:

Zona da Mata: Região litorânea do nordeste, local de maior desenvolvimento e ocupação humana. Área que possui um alto
nível de urbanização, concentrando os principais centros regionais do nordeste. No setor agrícola destacam-se as grandes
propriedades de tabaco, cana-de-açúcar e cacau, existe uma larga produção agrícola, devido a terra ser altamente produtiva —
solo massapé. Nos últimos anos nessa região tem ocorrido crescimento industrial, impulsionado por incentivos fiscais e
investimento em infraestrutura e tecnologia.

Agreste: Região de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, destaca-se nessa região a policultura, principalmente para servir
o abastecimento do litoral nordestino. No aspecto econômico destacam-se as cidades comerciais como Caruaru (PE) e Campina
Grande (PB), que no período de festa junina se tornam capitais do forró.

219
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 220

Sertão: Área do semiárido nordestino apresenta-se com uma das áreas mais problemáticas do país, no que se refere a condições
de vida e crescimento econômico. A miséria muitas vezes é mantida pela “indústria da seca”, na qual os grandes latifundiários se
beneficiam de ajuda governamental para o próprio crescimento.

Meio-Norte: Área de transição entre o sertão e a região equatorial (amazônica). Essa área tem como destaque primordial o
desenvolvimento sustentável, a partir do extrativismo, da pesca não predatória e da agricultura em pequena escala. Abrange
áreas do Estado no Maranhão e Piauí, estados considerados de baixo IDH.

Figura 66: Divisão regional do Nordeste

 Centro-Sul

Região de maior dinâmica econômica do país, durante o processo histórica conviveu com a maior parcela dos investimentos
nacionais e internacionais. Porém, diante da realidade fragmenda da política nacional, convive com uma série de problemas de
infraestrutura, que percorrem a concentração de áreas pobres a dificuldades de gerenciamento populacional.

220
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 221

Figura 67: Centro-sul brasileiro.

A seguir, um mapa representativo dessa divisão regional que define tais complexos regionais “geoeconômicos”.

Complexos Regionais do Brasil

Figura 68: Complexos regionais do Brasil.

221
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 222

2.8.4. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2017/2018) Analise as afirmativas sobre a divisão regional do Brasil, colocando entre parênteses a letra “V”, quando
se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra “F” quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.

1. ( ) O IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi criado no governo de Getúlio Vargas, com a finalidade de
conhecer melhor o território nacional e os dados estatísticos da população brasileira. Para tanto, foi necessário considerar as
enormes diferenças existentes nas diversas áreas do Brasil.
2. ( ) A região Sudeste foi criada na divisão regional do país de 1969, que passou a adotar o critério de regiões homogêneas,
fazendo também desaparecer a antiga região Leste o que inclui os Estados da Bahia e de Sergipe na região Nordeste.
3. ( ) A atual divisão regional, baseada em macrorregiões homogêneas, manteve as mudanças operadas a partir da
Constituição de 1988, com o Estado de Goiás desmembrado e o surgimento do Estado de Tocantins passando as integrar a região
Centro – Oeste.

(A) V, V, V,
(B) V, V, F
(C) F, V, V,
(D) F, F, V
(E) F, F, F,

2. (EsFCEx 2017/2018) Às vezes, os fenômenos de crescimento registrados em algumas regiões deprimidas não significam que
as disparidades regionais estejam em vias de diminuição ou de absorção. Se as atividades recentemente instaladas são
responsáveis por relações privilegiadas com outras atividades locais ou pela utilização de matérias-primas da região, é possível
que os efeitos cumulativos assim provocados contribuam para reduzir os desníveis. Em caso contrário, ocorre o crescimento
estatístico, dito às vezes econômico, mas não crescimento social ou socioeconômico. (SANTOS, Milton. O Espaço Dividido:
Dois Circuitos da Economia Urbana dos Países Subdesenvolvidos. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2008, p. 299
– 300.)

De acordo com a citação de Milton Santos acima, assinale a alternativa correta sobre os aspectos políticos, administrativos e
socioeconômicos das regiões brasileiras.

(A) A política de desenvolvimento estabelecida pelo BNDES foi fundamental para o ordenamento territorial brasileiro. De
1952 até 2002 os investimentos contribuíram para a diminuição das disparidades espaciais, estabelecendo uma política
igualitária de distribuição dos recursos para o desenvolvimento nacional.
(B) A política de privatização das estatais marcou o desenvolvimento econômico brasileiro na década de 90. Nessa dinâmica,
o BNDES garantiu que os serviços privatizados chegariam às diversas regiões do Brasil, diminuindo as desigualdades
regionais.
(C) A política socioeconômica e administrativa brasileira possui a tradição de pensar o desenvolvimento do país tendo os
grandes projetos nacionais como prioridade, o que beneficia, na maioria das vezes, as grandes corporações.
(D) O Estado brasileiro incentivou o desenvolvimento regional por uma série de superintendências e da criação de polos de
desenvolvimento. A especialização produtiva do território foi determinada pelo planejamento estatal, obstruindo a
influência corporativa das transnacionais.
(E) A partir da década de 90 o Brasil passou a ser incorporado, cada vez mais, ao sistema produtivo mundial, o que
fortaleceu a indústria nacional, modernizou o circuito produtivo e a rede de transporte e consolidou a integração
nacional.

222
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 223

3. (EsFCEx 2019/2020) Observe as propostas regionais representadas pelos mapas a seguir:

Analise as afirmativas a seguir, a respeito das propostas regionais ilustradas no mapa.

I. O critério da regionalização é baseado na difusão diferencial do meio técnico-científico informacional e nas heranças do
passado.
II. O critério da regionalização é principalmente de ordem natural, considerando ainda aspectos socioeconômicos. Essa
divisão é empregada para fins estatísticos e didáticos.
III. O critério da regionalização é basicamente socioeconômico.

Assinale a alternativa que correlacione corretamente os mapas às descrições acima.

(A) I – B; II – A; III – C.
(B) I – A; II – C; III – B.

223
O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO 224

(C) I – B; II – C; III – A.
(D) I – C; II – A; III – B.
(E) I – A; II – B; III – C.

224
O ESPAÇO NATURAL 225

3. O ESPAÇO NATURAL
3.1. ESTRUTURA E DINÂMICA DO PLANETA + O ESPAÇO NATURAL
BRASILEIRO

Nesse capítulo vamos entender como funciona a dinâmica da Terra e depois aplicar nossos conhecimentos ao território brasileiro.
Território esse que possui uma variedade de elementos, visto que foi delimitado pelo homem, quando da colonização, e não pela
natureza. Faremos uma retrospectiva histórica sobre os estudos da Geografia brasileira, porque isso cai em prova. Finalizaremos
com um dos estudos mais atuais: os domínios morfoclimáticos do falecido professor de Geografia da USP: Aziz Ab’ Saber. Como
sempre, começaremos com alguns conceitos e temas.

3.1.1. CONCEITOS E TEMAS: O PLANETA TERRA

De acordo com Jurandyr Ross, o ESTRATO GEOGRÁFICO terrestre possui sua delimitação que vai da LITOSFERA (ou CROSTA
TERRESTRE) – entendido como piso – até o que ele chama de baixa atmosfera, conhecida como ESTRATOSFERA (onde se localiza
a camada de ozônio) – atuando como o teto. É nesse intervalo de 30 a 40 km que as sociedades humanas se organizam e vivem
de acordo com as dinâmicas da natureza. Mas a relação homem-ambiente é constituída a partir de duas fontes de energia: o SOL
e o NÚCLEO e MANTO do interior da Terra, energias essas que ultrapassam o chão e o piso enquanto limites das atividades
humanas, ou seja, da Crosta Terrestre e da Estratosfera.

Figura 69: Estrato geográfico terrestre.

A imagem anterior traz uma ideia inicial da composição da Terra: Superfície Terrestre (estado sólido), Hidrosfera (estado líquido)
e Atmosfera (estado gasoso), e podemos adicionar o quarto grande ambiente terrestre que abarcaria toda a vida do planeta
resumido em Biosfera.

Tudo é dinâmico e nada nunca é estático. A energia do Núcleo e do Manto do interior do planeta atuam através dos FATORES
ENDÓGENOS e o Sol pelos FATORES EXÓGENOS. “O dinamismo da superfície da Terra é fruto da atuação antagônica de duas
forças ou de duas fontes energéticas: as forças endógenas ou internas e as forças exógenas ou externas”, explica Jurandyr Ross.
Portanto, a rigidez da superfície é apenas aparente, visto que ela está em constante transformação.

FATORES ENDÓGENOS A variação de pressão e temperatura exercida pelo manto e o núcleo modificam as estruturas que
compõem a litosfera. Além disso, o tectonismo de placas também atua causando distorções ou DISTROFISMOS (movimentos
internos que causam deformação na crosta) de dois tipos:

 EPIROGÊNESE = movimento quase imperceptível que mantém as placas tectônicas equilibradas sobre o magma. O
movimento epirogenético é vertical. Ex: Progressão e regressão marítima.

225
O ESPAÇO NATURAL 226

 OROGÊNESE = Movimento horizontal brusco das placas tectônicas que gera o afastamento, o encontro e o
tangenciamento. Ex: tectonismo, sismo e vulcanismo.

Observação: No item 8.3 entenderemos melhor sobre a deriva continental e a tectônica de placas.

FATORES EXÓGENOSA energia solar, através da atmosfera, faz o papel de desgaste e de esculturação das formas da litosfera.
O sol é o agente definidor dos fatores climáticos, da composição vegetal e do relevo do planeta. Gera o INTEMPERISMO =
meteorização, transporte e deposição de sedimentos.

Continuando a interpretação da imagem acima, é importante entendermos melhor o que é a Litosfera. Jurandyr Ross compara
com a casca de um ovo, pois é uma camada pouco espessa, mas fundamental. O interior da Terra, assim como a clara e a gema,
compõe a maior parte da massa terrestre. A diferença entre a casca e a crosta é que a última não é uniforme e nem lisa. Isso é
algo que observamos andando por aí, alguns lugares são mais baixos e outros são mais altos.

O raio médio total da Terra é de 6.371km. O raio da litosfera corresponde a uma média de 40 km, com valor mínimo de 5 km e
valor máximo de 70 km. Comparando com o raio médio do manto = 2870km, e o raio médio do núcleo = 3.480km, os valores
são irrisórios.

A Crosta pode ser dividida em OCEÂNICA e CONTINENTAL. A primeira é mais pesada e composta principalmente por Silício e
Magnésio e por isso denomina da de SIMA. A segunda é mais leve e composta primordialmente por Silício e Alumínio e chamada
de SIAL (crosta siálica). A crosta terrestre tem espessura que varia de 40 a 70 km enquanto a crosta oceânica chega ao máximo
de 7 km. Resumindo, apesar da espessura da crosta oceânica ser menor, ela é mais pesada, o que influenciará, como veremos,
nas dinâmicas das placas tectônicas.

A imagem abaixo representa a crosta continental, mais espessa, e a crosta oceânica:

Figura 70: Crosta terrestre e crosta oceânica.


Fonte: Jurandyr Ross (Adaptado)

Sobre a estratosfera e as outras camadas da Atmosfera, falaremos melhor no capítulo 9. Vejamos agora um recorte das camadas
existentes entre a litosfera e o centro da Terra.

226
O ESPAÇO NATURAL 227

Figura 71: Camadas entre a litosfera e o centro da Terra.

A ASTENOSFERA é a parte superior do manto superior e é o local onde ocorrem os movimentos das placas tectônicas. O manto
é composto por material pastoso e rígido com temperaturas que atingem 2.000ºC. O núcleo é feito de material fluído alcançando
temperaturas de 4.000ºC. Ambos apresentam movimentação interna que reflete na litosfera.

A imagem a seguir demonstra como fizemos o recorte para a análise acima, trazendo, além disso, uma visualização circular das
camadas da Terra (como quando cortamos uma laranja ao meio para espremer) e as camadas da atmosfera (que como já foi
dito, falaremos com detalhe no próximo capítulo).

Figura 72: Camadas da Terra e Atmosfera.

Além de estudar através desta apostila, é fundamental que pesquisem os livros da bibliografia do concurso como a Terra tem
sido representada. Os examinadores podem pegar imagens inteiras do livro e aplicarem na prova. Ficará mais fácil se você já
tiver familiaridade, beleza?! Agora vamos compreender o tempo geológico e algumas nomenclaturas importantes.

227
O ESPAÇO NATURAL 228

3.1.2. TEORIAS E O MOVIMENTO DE PLACAS

A Teoria da Deriva Continental foi desenvolvida por Alfred Wegner através da publicação “A origem dos oceanos e dos
continentes” de 1912. Segundo ele todos os continentes estão se movendo, ou seja, estão à deriva. Posteriormente, em 1929,
Arthur Holmes publicou sua teoria sobre a Tectônica de Placas que complementa a ideia da deriva. Para ele, o que está em
movimento são as placas tectônicas erguidas na litosfera.

Nas décadas de 1950 e 1960 essas ideias foram confirmadas com a Teoria dos fundos dos oceanos.

A seguir um mapa das placas tectônicas do mundo. A direção das setas representa a possibilidade de choques entre elas
(convergência, divergência e transcorrência). Observe que o Brasil tem todo o seu território em cima da Placa Sul-americana (Sul-
americana) e por isso não sofremos com grandes terremotos, tsunamis e também não temos vulcões, já que esses fenômenos
ocorrem com maior frequência nas bordas das placas.

Figura 73: Placas tectônicas.

Os movimentos das placas tectônicas são resultado das correntes de convecção que ocorrem na astenosfera. Nas zonas de
convergência, onde as placas se movimentam uma em direção à outra, pode haver a subducção de uma placa. Isso acontece
entre uma placa oceânica e uma placa continental, visto que a placa oceânica tende a ser mais densa que a placa continental o
que faz com que ela seja “engolida” por esta última.

228
O ESPAÇO NATURAL 229

Figura 74: Placa oceânica e continental

Um exemplo é a zona de subducção da Placa de Nazca em colisão com a Placa continental Sul-Americana que formaram a
Cordilheira dos Andes.

Quando o movimento de convergência ocorre entre duas placas continentais, ou seja, de densidade semelhante, ocorre o
soerguimento de cadeias montanhosas como o Himalaia, fruto da zona de convergência das placas continentais Euroasiática e
Arábica.

Figura 75: Placas continentais.

O choque de duas placas oceânicas faz com que a mais densa mergulhe e resulte na formação de ilhas oceânicas. Um ótimo
exemplo está na própria formação do Japão.

229
O ESPAÇO NATURAL 230

Figura 76: Duas placas oceânicas

3.1.3. CALENDÁRIO GEOLÓGICO E CICLOS DAS ROCHAS

A tabela abaixo revela, de maneira organizada, o processo de formação da Terra e da vida nela. Os três períodos principais qu e
vocês precisam conhecer são: Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico. O prefixo “paleo” vem de antigo, “meso” vem de intermediário
e “ceno” de recente. É nesse último que surge o homem. Portanto, pensar a Terra é ir muito além da historiografia humana.

As primeiras rochas a surgirem são os ESCUDOS ANTIGOS ou ESCUDOS CRISTALINOS. No paleozoico começa a formação das
BACIAS SEDIMENTARES. Elas se formam pelo depósito de sedimentos em partes mais baixas. É a mesma ideia de pegar uma
bacia e enchê-la de farinha, grãos e etc. Começa o processo de elevação da superfície, mas com uma característica diferenciada,
ou seja, com elementos distintos. Nesse momento se formaram as grandes jazidas de carvão mineral (sedimentos vegetais
fossilizados).

Dica Geográfica: Quanto mais antigo for o carvão, mais puro ele tende a ser. No Brasil temos em
SC, PR e um pouco no RS mas o nosso carvão é do Mesozoico e por isso tem muitas impurezas

No Paleozoico tem-se a formação de uma grande massa continental denominada PANGEIA. Esta, começa a fragmentar-se no
Mesozoico e o processo de sedimentação marinha se intensifica. O Cenozoico é marcado pela formação dos DOBRAMENTOS
MODERNOS, resultado da ação das forças endógenas.

230
O ESPAÇO NATURAL 231

231
O ESPAÇO NATURAL 232

Falaremos agora sobre o Ciclo das Rochas. É importante que saibam que toda rocha evolui de Magma a Sedimento e vice e versa.
Temos três grandes tipos: MAGMÁTICAS/ ÍGNEAS, METAMÓRFICAS e SEDIMENTARES. Veja a imagem abaixo:

O Magma, quente e não-sólido, quando resfriado, se solidifica, formando as rochas magmáticas. Quando o resfriamento ocorre
na superfície (derramamento vulcânico, por exemplo), são denominadas EXTRUSIVAS, e quando acontece no interior da Crosta
Terrestre, chamam-se INTRUSIVAS. Ao longo do tempo, TODAS as rochas podem sofrer intemperismo, resultado da ação dos
fatores exógenos. A intemperização em seu nível máximo, leva a rocha ao formato de sedimentos.

As rochas Magmáticas e Sedimentares, com a alteração de pressão e temperatura, podem metamorfosear-se, adquirindo novas
características físicas e /ou químicas. Desta forma, originam-se as rochas Metamórficas. Estas, com o processo de subducção,
podem descer ao interior da crosta voltando à característica de Magma. As rochas sedimentares, como já dissemos, formam-se
pela deposição de sedimentos e podem voltar a sê-los com o intemperismo.

232
O ESPAÇO NATURAL 233

3.1.3.1. ESCUDOS CRISTALINOS

No Brasil, á áreas correspondentes de escudos cristalinos são 36% da crosta terrestre. Tem como característica ser antigo, ou
seja, formou-se na era Pré-Cambriana e apresenta altitudes medianas, algo em torno de 600 metros e é uma área com grande
presença de recursos minerais, sobretudo, minerais metálicos, tais como: estanho, minério de ferro, bauxita, manganês, ouro e
cobre. Dessa forma o Brasil se posiciona como um dos principais produtores e exportadores de minerais metálicos do mundo,
conforme a tabela a seguir:

3.1.3.2. BACIAS SEDIMENTARES

Elemento de extrema importância do relevo terrestre, já que constituem a maior fonte de informações sobre o histórico do
Planeta, sobretudo, no que diz respeito aos tipos de flora e fauna e a composição da superfície.

As bacias sedimentares abarcam as depressões existentes no relevo terrestre e que foram preenchidas por sedimentos de origem
orgânica, ou seja, animais mortos, algas e vegetais e pelas diversas rochas que passaram por processo erosivo. De extrema

233
O ESPAÇO NATURAL 234

importância econômica, tendo em vista que são responsáveis por indispensáveis fontes de energia fósseis, sendo o petróleo, gás
natural e o carvão mineral.

A maioria das jazidas de petróleo encontradas no mundo se localiza nas bacias sedimentares, já que, ao se passar milhões de
anos, o material de origem orgânica que foi soterrado entra em processo de decomposição devido a ação das bactérias e também
pela baixa quantidade de oxigênio, originando assim o petróleo e o gás natural.

Já o carvão mineral se originou em bacias sedimentares por meio do soterramento matas e florestas. Com o passar de milhares
de anos, os vegetais entraram em processo de sedimentação, formando assim rochas sedimentares de origem fóssil, ou seja, o
carvão mineral.

Estudem esse esquema com atenção porque ele torna o conteúdo bem fácil.

Dica Geográfica: As rochas extrusivas esfriam muito rapidamente e estão mais sujeitas ao
intemperismo. No Brasil, a Terra Roxa é um exemplo de solo formado por rochas magmáticas
extrusivas (Basalto), formadas pelo derramamento vulcânico. Essas rochas não formam cristais. Os
solos formados por rochas vulcânicas tendem a ser muito férteis. As rochas intrusivas formam-se
muito lentamente e os minerais alcançam um encaixe perfeito, formando os cristais (minerais
limpos).

As rochas mais suscetíveis ao intemperismo são as rochas sedimentares.

Portanto, todas as rochas têm dois caminhos possíveis: ir para a superfície e sofre intemperismo ou se manter no interior da
crosta sujeita aos agentes endógenos, sofrendo alteração de pressão e temperatura. Podemos entender que RELEVO é resultado
da ação combinada de fatores externos e internos.

As rochas da crosta oceânica são constituídas pelos basaltos ricos em magnésio e ferro. Pertencem ao grupo das rochas ígneas.
Têm densidade pouco elevada e não ultrapassam os 250 milhões de anos. Já as rochas da crosta terrestre ou continental tem
maior densidade e são ricas em silicatos de alumínio. Podemos encontrar dos três tipos: metamórficas, ígneas ou sedimen tares
que chegam a ter 4,5 bilhões de anos.

3.1.4. CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO

Para compreender o relevo brasileiro, estudaremos três mapas construídos por três autores distintos. Eles analisam as UNIDADES
DE RELEVO. Vocês precisam conhecer as diferenças, ok?!

O primeiro mapa é de Aroldo de Azevedo, produzido na década de 40.

234
O ESPAÇO NATURAL 235

Percebam que é bem simplório, com poucas informações. O relevo brasileiro é dividido basicamente em Planaltos e Planícies. Os
primeiros referem-se às áreas com mais de 200 metros de altura e o segundo as áreas com altitudes menores que 200 metros.
Portanto, é uma classificação consolidada unicamente no critério de ALTIMETRIA.

O Segundo mapa é de Aziz Ab´Saber, confeccionado em 1958.

Este mapa mantém a divisão em planícies e planaltos, mas adiciona algumas nomenclaturas até então não catalogadas. Ele não
leva em consideração a altimetria, mas sim os processos geomorfológicos como erosão e sedimentação. Planalto é uma superfície
onde predomina o processo de intemperismo e Planície corresponde as áreas com maiores índices de sedimentação. Já o terceiro
mapa a seguir é de Jurandyr Ross, produzido em 1995, que possui uma complexidade bem maior e além de considerar os

235
O ESPAÇO NATURAL 236

planaltos, planícies e serras, subdivide as áreas de depressões. Ele é resultado do trabalho realizado pelo projeto Radambrasil
entre 1970 e 1985.

Classificação do relevo de Jurandyr Ross (1995).

236
O ESPAÇO NATURAL 237

3.1.5. OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL

3.1.5.1. ECOSSISTEMA

Ecossistema é a principal unidade de estudo da ecologia e sua definição vem a ser: um sistema que se compõe pelos seres vivos
(meio biótico) e na região onde eles se encontram e vivem (meio abiótico que pode ser entendido como local onde estão inseridos
a totalidade dos componentes não vivos do ecossistema, tais como os minerais, o clima, a luz solar, os minerais, e etc.) e todas
a relações destes com o meio e entre si.

3.1.5.2. BIOMA x DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS

As várias paisagens que são encontrados no globo terrestre podem ser agrupadas de acordo com diversos critérios, que podem
agregar regiões que apresentam características homogêneas e podem facilitar a compreensão dos fenômenos sociais e naturais.
Quando o assunto são as paisagens naturais existem dois conceitos de extrema importância, são eles: domínios morfoclimáticos
e bioma.

Figura 77: Biomas brasileiros.

O termo bioma de origem grega (bio = vida + oma = grupo) teve a sua utilização pela primeira vez na década de 1940 e serviu
para denominar grandes unidades caracterizadas pela homogeneidade quanto à distribuição e predomínio de espécies de fauna
e flora. No mapa anterior, podemos perceber que, através desta classificação, haveria seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e os Pampas.

237
O ESPAÇO NATURAL 238

Figura 78: Domínios morfoclimáticos brasileiros.

Já o conceito de domínios morfoclimáticos (morpho = formas + clima) foi proposto e utilizado na década de 1970, pelo geógrafo
Aziz Nacib Ab’ Saber, para classificar as interações entre os elementos naturais com o passar do tempo. Os domínios se refere m
a unidades paisagísticas tendo como referencial em especial as relações entre relevo e clima, pautada por paisagens distintas
geradas pela variação de fatores naturais. No conceito de domínios, as faixas de transição são valorizadas entre uma paisagem
e outra e apresenta que essa passagem ocorre de forma gradual e não abrupta.

Através desta classificação, teríamos também seis domínios mais as áreas de transição, sendo eles: Amazônico, Cerrados, Mares
de morros, Caatingas, Araucárias, Pradarias.

Como consequência da posição geográfica e sua imensa extensão territorial, o Brasil é um país que possui uma grande variedade
de climas e, consequentemente, isso se reflete na formação de diferentes tipos de vegetação.

A ideia e, sobretudo, o conceito de domínios morfoclimáticos foi utilizado pelo geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, que tinha como
interesse maior, fazer um levantamento da diversidade paisagística do território brasileiro. Esse conceito estabelece uma
associação ou integração entre diferentes elementos, como: relevo, tipos de solo, clima, hidrologia e as formas de vegetação.

É possível, portanto, identificar e classificar seis diferentes domínios morfoclimáticos e, entre eles, as chamadas faixas de transição
e são eles:

 DOMÍNIO AMAZÔNICO (BIOMA AMAZÔNICO)

É formado por terras baixas como depressões, planícies aluviais e planaltos, cobertos por uma extensa floresta latifoliada
equatorial: a Amazônia. Sofre muita degradação ambiental, fruto das queimadas e desmatamentos. Possui a bacia hidrográfica
mais extensa do país com rios muito caudalosos com grande potencial hidrelétrico.

Posicionado em sua maior parte na Região Norte do Brasil (Amazônia Legal), esse domínio apresenta uma grande variedade de
espécies animais e vegetais, ou seja, é heterogêneo, higrófilo, denso e perene.

238
O ESPAÇO NATURAL 239

Assim como em outros domínios relevo é parte importante e claro integrante na distribuição geográfica desse domínio, pois como
a área é formada por planícies e planaltos, podemos identificar três diferentes extratos na distribuição d a vegetação, sendo:
Igapó (permanentemente alagado), Várzea (periodicamente alagado) e Mata de Terra Firme (nunca é alagado).

Figura 79: Bioma Amazônico.


Fonte: apato.org.br

Na conjuntura atual, o desmatamento é a grande preocupação em relação a esse domínio, que vem sendo destruído por várias
atividades econômicas, entre elas: crescimento da atividade agrícola, principalmente pelo cultivo de soja, aumento do número de
pastagens, implantação de projetos de mineração e a realização de atividade madeireira.

 DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS (BIOMA MATA ATLÂNTICA)

Localizado ao longo do litoral brasileiro, originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul o domínio de mares de
morros recebe esse nome em função de sua estrutura geológica. Constituída por dobramentos cristalinos da Era Pré-Cambriana,
o relevo desse importante domínio morfoclimático sofreu intensa ação erosiva com o passar de milhões de anos, o que contribuiu
para a formação de morros com vertentes arredondadas, chamadas de “morros em meia-laranja” ou mamelonar.

239
O ESPAÇO NATURAL 240

Figura 80: Morros em "meia-laranja"


(Foto: Wikimedia Commons)

A vegetação característica desse domínio é a Floresta Tropical Úmida ou Mata Atlântica, que possui cerca de 20 mil espécies de
plantas, das quais 8 mil são consideradas endêmicas e apresenta características muito semelhantes a Floresta Equatorial (Floresta
Amazônica), a ponto de ser chamada de irmã tropical.

Esse domínio foi o que primeiro sofreu os efeitos da devastação ambiental, promovida inicialmente pelos portugueses desde o
período colonial e até os dias atuais. Dentre os principais fatores responsáveis pelos impactos ambientais, temos:

- a extração de Pau-Brasil, realizada pelos portugueses;

- a expansão das atividades agrícolas;

- o crescimento urbano-industrial.

Dentre as consequências desse processo de destruição, dos 100% da mata original resta hoje apenas cerca de 5% a 7%,
distribuídos em blocos isolados ao longo do litoral. É comum que esses fragmentos sejam encontrados apenas em áreas de difícil
acesso, como em encostas íngremes.

 DOMÍNIO DO CERRADO (BIOMA DO CERRADO)

O cerrado é o mais abrangente dos domínios brasileiros, pois se estende, em sua maior parte, pelos planaltos e chapadões do
Centro-Oeste brasileiro, porém presente também nas regiões Sudeste e Nordeste. O cerrado (savana brasileira) típico é formado
de arbustos e árvores de médio porte que, em geral, apresentam-se bem afastados uns dos outros. Os troncos e galhos têm
como características as cascas grossas e são retorcidos. E a vegetação é arbórea, arbustiva e caducifólia.

As queimadas, ao contrário do que muitos imaginam, inclusive já se tem dados que é um efeito natural e para esse tipo de
domínio é de certa forma importante, pois contribuem para a reciclagem de nutrientes e, consequentemente, fazem surgir novas
espécies (vegetais) após a passagem do fogo.

Após a década de 1950, com a construção de Brasília o cerrado passou por um intenso processo de degradação ambiental,
associado à abertura de rodovias e a urbanização, além a ocupação irregular do solo.

240
O ESPAÇO NATURAL 241

3.1.5.3. TIPOS DE CERRADOS

Figura 81: Tipos de cerrado.

Campo limpo: Tipo fitofisionomia herbácea, com poucos arbustos e nenhuma árvore. É comumente encontrada junto às veredas,
olhos d'água e em encostas e chapadas. Pode ser classificado em Campo Limpo Seco, quando ocorre em áreas onde o lençol
freático é profundo e Campo Limpo Úmido, quando o lençol freático é superficial. As áreas de Campo Limpo Úmido são ricas em
espécies herbáceas ornamentais.

Campo sujo: É uma fisionomia herbáceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre si. Estabelece-se sobre solos
rasos que podem apresentar pequenos afloramentos rochosos ou solos mais profundos, mas pouco férteis. Da mesma forma que
o campo limpo varia com a umidade do solo e a topografia, podendo ser classificado como Campo Sujo Úmido e Campo Sujo
Seco.

Campo cerrado: É um tipo de vegetação campestre, com predomínio de gramíneas, pequenas árvores e arbustos bastante
esparsos entre si e árvores geralmente isoladas. Trata-se de uma transição entre o campo e os demais tipos de vegetação ou às
vezes um resultado da degradação do cerrado.

Cerrado Sentido Restrito (stricto senso): Fitofisionomia característica do bioma Cerrado com árvores baixas e retorcidas,
arbustos, subarbustos e ervas. As plantas lenhosas em geral possuem casca corticeira, folhas grossas, coriáceas e pilosas. Podem
ocorrer variações fisionômicas devido à distribuição espacial diferenciada das plantas lenhosas e ao tipo de solo.

Cerradão: É uma formação florestal que apresenta elementos xeromórficos (adaptações a ambientes secos) e caracteriza-se
pela composição mista de espécies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, à Mata de Galeria e à Mata Seca. Apesar de poder
apresentar espécies que estão sempre com folhas (perenifólias), muitas espécies comuns ao Cerradão apresentam queda de
folhas (caducifólia ou deciduidade) em determinados períodos da estação seca, tais como Caryocar brasiliense (pequi), Kielmeyera
coriacea (pau-santo) e Qualea grandiflora (pau-terra). São encontradas poucas espécies epífitas.Em geral, os solos são profundos,
de média e baixa fertilidade, ligeiramente ácidos, bem drenados (latossolos vermelho-escuro).

Entre os demais fatores, a expansão da fronteira agrícola contribuiu de forma exacerbada para a ampliação dos impactos
ambientais. Além do cultivo da soja e a utilização de áreas do cerrado como pastagem para a pecuária contribuíram de maneira
significativa para a ocorrência desse problema ambiental.

Na classificação dos domínios morfoclimáticos, o Pantanal é estudado com uma ecorregião do Cerrado, presente nos estados do
Mato Grosso e, sobretudo, Mato Grosso do Sul e esse se apresenta como a maior planície alaga do Planeta e está presente em
mais dois países Paraguai e Bolívia.

O período de cheia é de novembro a abril e o deságue é de abril a novembro, solo halófilo (com alto teor de sal) que contribu i
para uma teoria de que o pantanal já foi mar.

241
O ESPAÇO NATURAL 242

Figura 82: Cerrado original e em 2002


(Foto: Reprodução/ISPN).

 DOMÍNIO DA CAATINGA (BIOMA DA CAATINGA)

Figura 83: Bioma Caatinga.


blogs.diariodonordeste.com.br

242
O ESPAÇO NATURAL 243

O sertão nordestino ou polígono das secas, é o domínio específico dessa região, pois se relaciona diretamente ao clima semiárido,
que apresenta baixos índices pluviométricos, ou seja, chuvas irregulares mal distribuídas e é o único domínio que se encontra
somente no Brasil corresponde à região da depressão sertaneja nordestina.

Como características podemos citar que este é formado por plantas xerófilas, que são adaptadas a ambientes de clima seco e
possuem a capacidade de armazenar água em seu interior. Além disso, os espinhos desses tipos de planta substituem as folhas,
o que possibilita uma menor perda de água para o meio externo e a vegetação arbórea e arbustiva, assim como o Cerrado é
caducifólia.

A Caatinga é um domínio que vem sofrendo muito com a ação humana, ficando atrás somente dos Mares de Morro e Cerrado,
respectivamente e em função dessa região está sendo explorada pela prática agrícola e pecuária.

 DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS OU MATAS DOS PINHAIS

Presente nas áreas de altitude da Região Sul do Brasil, predomínio no estado do Paraná a Mata das Araucárias ou dos Pinhais
está associada a uma região de clima subtropical e, portanto, o único tipo climático brasileiro que apresenta as quatro estações
bem definidas.

Figura 84: Araucária.


Fonte: Instagram.com/rubiorubia

O pinheiro-do-paraná, formação vegetal predominante, é uma das árvores nativas da região, por esse fato este domínio pode ser
considerado homogêneo e a sua utilização, ao longo do século XIX e XX, principalmente por imigrantes italianos e alemães, estava
associada à construção de casas e móveis e para a produção de celulose.

Na atualidade restam menos de 10% da mata original, principalmente em razão da utilização da madeira pelas indústrias de papel
e celulose e moveleira. E as áreas remanescentes são protegidas ou estão em parques de conservação.

Na classificação de Biomas, essa região é estudada como uma ecorregião da Mata Atlântica.

243
O ESPAÇO NATURAL 244

 DOMÍNIO DOS CAMPOS OU PRADARIAS (BIOMAS DOS CAMPOS OU PRADARIAS)

Figura 85: Pradarias.


http://noticias.terra.com.br/ciencia/sustentabilidade/pampas-gaucho-o-bioma-abrange-mais-da-metade-do
rs,c7084c132967b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

Também classificado como Pampa ou Campanha Gaúcha, esse domínio é formado predominante por gramíneas e herbáceas,
vegetação rasteira e com pouca variedade vegetal (homogêneo).

Localizado no sul do país, em especial no estado do Rio Grande do Sul, presente também na Argentina e Uruguai essa região
exibe relevo suavemente ondulado (coxilhas), onde se desenvolvem práticas como a pecuária extensiva e a agricultura da soja e
do trigo. O pisoteio constante do gado e a prática da monocultura, respectivamente, têm levado à compactação e à redução da
fertilidade do solo, gerando áreas desertificadas.

 VEGETAÇÕES DE TRANSIÇÃO

Existem três áreas de transição, que apresentam características dos biomas que separam.

244
O ESPAÇO NATURAL 245

Figura 86: Brasil - Domínios naturais: limites e ameaças. Domínios naturais: limites e ameaças.
Fonte: THÉRY, H.; MELLO, Neli. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do Território. São Paulo: Edusp, 2006, p. 70

As áreas de transição seriam:

 MATA DOS COCAIS: A mata dos Cocais é uma área de transição entre bioma da Caatinga
e o da Amazônia. Aparece principalmente no Maranhão e no Piauí e espalha-se por partes
dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. É classificada como vegetação
florestal, mas, na verdade, constitui uma vegetação secundária, pelo seu acentuado
desmatamento. Destacam-se, na mata dos Cocais, duas palmeiras muito importantes para
a economia da região: o babaçu, o buriti e a carnaúba.

 MATA SECA: Nessa área de transição entre a Amazônia e o Cerrado, a floresta apresenta
manchas de vegetação comum ao bioma do Cerrado ou, então, essas manchas contornam
porções desse tipo de floresta.

 FLORESTAS DE FOLHAS SECAS: Área de transição entre o Cerrado e a Caatinga,


apresenta uma vegetação mais rica que a Caatinga e um clima mais seco do que o do
Cerrado.

245
O ESPAÇO NATURAL 246

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

A estrutura das paisagens brasileiras comporta um esquema regional em que participam algumas
poucas grandes parcelas, relativamente homogêneas do ponto de vista fisiográfico e ecológico.
Acrescenta-se a esses estoques básicos uma grande variedade de feições fisiográficas e ecológicas,
correspondentes às áreas de contato e de transição entre as áreas nucleares dos domínios
morfoclimáticos e fitogeográficos de maior expressão regional. É certamente este mosaico de
domínios paisagísticos e ecológicos, somado às feições das faixas de contato e de transição, que
constitui nosso “universo” paisagístico em termos de potencialidade global. Ocorre, ainda, que no
interior das próprias áreas nucleares existem padrões de paisagem sensivelmente diferenciados,
que transformam cada área core em uma verdadeira família regional de ecossistemas, dominada
espacialmente por um deles (cerrados, caatingas, araucárias, matas) e que devem ser considerados
como subconjuntos participantes do mosaico global. E, por último, criando grandes contrastes de
paisagens e de ecologias, devem também ser computados os pequenos quadros de exceção,
representados pelos enclaves, reconhecidos um pouco por toda a parte, no interior das áreas core,
cada qual com sua própria natureza, suas vinculações genéticas e suas implicações
socioeconômicas e regionais (geótopos e geofácies)
(Aziz Ab’ Saber – Os Domínios de Natureza no Brasil – Potencialidades paisagísticas. P.23)

3.1.6. IMAGENS ADICIONAIS

Essas imagens foram adicionadas para que vocês se familiarizem à análise de perfis topográficos, que podem cair na prova. O
primeiro refere-se a um recorte norte-sul da região amazônica.

O Planalto da Amazônia oriental acompanha o curso médio do Rio Amazonas até sua foz, não apresentando elevadas altitudes.
Em seu limite norte, as altitudes estão em torno de 400m, enquanto ao sul chegam a ultrapassar os 300m.

A segunda imagem refere-se a um recorte Leste-Oeste das regiões Centro Oeste e Sudeste.

246
O ESPAÇO NATURAL 247

Ocupando grande parte do centro-sul do país, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná apresentam vasta área formada por
rochas vulcânicas, que resultam na formação dos solos de terra roxa. Desde o Rio Grande do Sul até o estado de Goiás, notamos
a presença das áreas com grande potencial agrícola. Esses planaltos acompanham os afluentes do rio Paraná e chegam a atingir
cerca de 1000 metros de altitude. Destaca-se, no Mato Grosso, a Chapada dos Guimarães

A última representa um recorte Leste-Oeste da região nordeste e será fundamental para entendermos a atuação das massas de
ar no próximo capítulo.

Os planaltos e chapadas da Bacia do Parnaíba têm seu limite norte nivelado com as áreas baixas da bacia Amazônica e apresentam
degraus e terrenos cristalinos, como o Planalto da Borborema. Essas unidades planálticas ocupam as duas margens do rio Parnaíba
e estendem-se desde o centro-oeste do país até as proximidades do litoral do Pará e do Piauí. Em seus terrenos ocorrem os
morros com topos planos, tabulares, as famosas chapadas.

As massas de ar formadas na Amazônia são bastante úmidas e se deslocam em sentido do Nordeste. Os meses em que mais
chove na Amazônia são os do final e do início de ano, quando ocorrem as mais densas formações de massas de ar. Se essas
massas ultrapassarem o Planalto da Borborema, é sinal de chuva no sertão nordestino. Se isso não ocorrer em janeiro, espera-
se um longo período de seca durante todo o ano na região.

247
O ESPAÇO NATURAL 248

3.1.7. RESUMO

CAPÍTULO 8: ESTRUTURA E DINÂMICA DO PLANETA + O ESPAÇO NATURAL BRASILEIRO

Conceitos e temas:

 Fatores Endógenos: Orogênese (horizontal) e Epirogênese (vertical)

 Fatores Exógenos

Teorias e Movimentos de placas

 Teoria da Deriva Continental - Alfred Wegner - 1912

 Tectônica de Placas - Arthur Holmes – 1929

 Teoria dos fundos dos oceanos – Dec 50/60

Placa continental + Placa oceânica:

Placa continental + Placa continental:

248
O ESPAÇO NATURAL 249

Placa oceânica + Placa oceânica:

CALENDÁRIO GEOLÓGICO

Ciclo das Rochas:

249
O ESPAÇO NATURAL 250

Classificação do relevo brasileiro:

Aroldo de Azevedo – dec. 40

Aziz Ab’ Saber – dec. 50

Jurandyr Ross – dec. 90

250
O ESPAÇO NATURAL 251

Domínios Morfoclimáticos:

Questões de Provas: (APOSTILA NÃO COMENTADA CURSO CIDADE)

2013/2014 - 01 2011/2012 - 10

2013/2014 - 04 2012/2013 - 02

2012/2013 - 17 2012/2013 - 05

2012/2013 - 20 2012/2013 - 06

2011/2012 - 28 2012/2013 - 08

2009/2010 - 26 2014/2015 - 03

2009/2010 - 27 2015/2016 - 03

2009/2010 - 28

2009/2010 - 29

2006/2007 - 55

2006/2007 - 60

2005/2006 - 43

2005/2006 - 40

2013/2014 - 02

2013/2014 - 03

2012/2013 - 21

2011/2012 - 30

2008/2009 - 36

2007/2008 - 39

2006/2007 - 41

2006/2007 - 01

2011/2012 - 08

251
O ESPAÇO NATURAL 252

3.1.8. EXERCÍCIOS

1. (Ufu) Na década de 1960, o geógrafo Aziz Nacib Ab'Saber reuniu as principais características do relevo e do clima das
regiões brasileiras para formar, com os demais elementos naturais da paisagem, o que denominou de "domínios
morfoclimáticos".

Sobre esse assunto considere o mapa a seguir.

De acordo com as informações do mapa, marque a alternativa correta.

(A) Em III, a ação dos agentes modeladores sobre o substrato geológico cristalino produziu um relevo típico de morros
arredondados que constituem o domínio dos "mares de morros florestados".
(B) Em II, nos planaltos tabulares basálticos, do Pré-Cambriano, recobertos por florestas tropicais úmidas, encontram-se as
principais reservas minerais fósseis do território brasileiro.
(C) Em VI, as planícies, coxilhas e chapadas sedimentares constituem o domínio das florestas subtropicais aciculifoliadas.
(D) Em V, encontra-se o domínio dos planaltos e da bacia sedimentar do Paraná, de clima temperado, com baixas amplitudes
térmicas e recoberto por matas tropicais.

2. (Fatec) São as únicas unidades do relevo brasileiro cujo arcabouço consiste em bacias de sedimentação recente, formadas
por deposições do período Quaternário. As superfícies apresentam-se notavelmente aplainadas e ainda em processo de
consolidação.

(Demétrio Magnoli e Regina Araújo. "Geografia - a construção do mundo".)

No Brasil, o relevo descrito está presente nas feições:

(A) Do Pantanal Mato-grossense.


(B) Da Chapada Diamantina.
(C) Do Planalto da Borborema.
(D) Da Serra do Mar.
(E) Da Depressão Sertaneja.

3. (Uece) Sobre os domínios geológicos e naturais da Terra, pode-se afirmar, corretamente, que:

(A) No Brasil há evidente primazia dos domínios dos escudos cristalinos e das bacias sedimentares.
(B) As maiores reservas de combustíveis fósseis são encontradas nos domínios dos escudos cristalinos.
(C) As deficiências tecnológicas de países latino-americanos justificam a não exploração de recursos naturais nas
plataformas oceânicas.
(D) As bacias sedimentares são mais antigas do que os terrenos do embasamento cristalino, sob o ponto de vista geológico.

252
O ESPAÇO NATURAL 253

4. Tendo em vista a cobertura vegetal brasileira e as caracterizações do espaço, numere a segunda coluna de acordo com a
primeira:

I. Mata Atlântica 1. ( ) Quente, com chuvas abundantes, rios caudalosos,


II. Floresta Amazônica grande e densa cobertura arbórea.
III. Mata de Araucária 2. ( ) Quente, semiárido, com chuvas escassas e
IV. Cerrado irregulares, solo pedregoso e vegetação resistente à seca.
V. Caatinga 3. ( ) Quente, planície alagada parte do ano, com
VI. Complexo do Pantanal grande variedade de espécies vegetais.
4. ( ) Quente, semiúmido, solo ácido, predominam
arbustos retorcidos com raízes profundas.
5. ( ) Quente, formação arbórea condicionada ao relevo
serrano e à umidade oceânica.
6. ( ) Clima ameno, com chuvas regulares, relevo
serrano, favorável à formação de pinheiro.

Assinale a sequência correta encontrada.

(A) I – II – V – VI – III-IV
(B) II – V – VI – IV – I-III
(C) II – IV – I – V – III – VI
(D) I – II – VI – IV – V-III
(E) III – II – V – IV – I-VI

5. No quadro abaixo, A e B são corretamente substituídos por:

ECOSSISTEMAS FATORES PRINCIPAIS IMPACTOS


Garimpo, mineração industrial, Assoreamento erosão e poluição de
A projetos, agropecuários. rios desmatamento, inundação de
Hidrelétricas caça e pesca floresta e áreas indígenas.
predatórias.
Pecuária extensiva, plantio de soja Erosão desertificação desmatamento
B e trigo queimadas perda da fertilidade do solo.

(A) Campos do Sul e Caatinga.


(B) Pantanal e Amazônia.
(C) Amazônia e Campanha Gaúcha.
(D) Sistemas Costeiros e Insulares e Mata Atlântica.
(E) Caatinga e Cerrado.

6. Correlacione as colunas do quadro abaixo.

A alternativa contendo a sequência verdadeira, de cima para baixo, é:

DOMÍNIOS CARACTERÍSTICAS
MORFOCLIMÁTICOS
I Mares de Morros 1. ( ) Domínio que caracteriza o planalto meridional brasileiro
com clima subtropical e invernos mais rigorosos.
II Caatinga 2. ( ) O clima tropical úmido modelou um relevo bem
característico, com morros arredondados do tipo meia laranja.
III Araucária 3. ( ) Também conhecido como Pampa Campanha Gaúcha ou
Coxilhas
IV Pradarias 4. ( ) Os solos são pobres em matéria orgânica, mas ricos em
sais minerais.

253
O ESPAÇO NATURAL 254

(A) III – I – IV – II
(B) I – II – IV – III
(C) II-III – I – IV
(D) VI – I – II – III
(E) III – IV – II – I

7. No que diz respeito aos domínios morfoclimáticos ou grandes paisagens naturais do Brasil, é CORRETO afirmar que:

(A) O domínio da Caatinga corresponde a uma região semiárida, com solos pouco profundo devido, entre outros fatores, às
poucas chuvas e ao intemperismo físico, na qual predominam as plantas xerófilas.
(B) O domínio Amazônico é formado por terras altas, vegetação com predomínio de plantas aciculifoliadas, solos com alta
fertilidade e fica próximo aos igarapés.
(C) O domínio do Cerrado abrange uma região com clima tropical úmido, vegetação de grande porte, solos ácidos e pobres,
e formação de palmáceas.
(D) O domínio das Pradarias ou Coxilhas apresenta vegetação herbácea típica dos climas equatoriais e temperados, rios
temporários e formação de matas-galerias.
(E) O domínio das Araucárias, no Planalto Meridional, apresenta terrenos cristalinos, solos diversificados, chuvas bem
distribuídas e pinheiros latifoliados predominando a araucária angustifólia.

8. (Uel) Bioma é conceituado no mapa (ao lado) como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de
tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história
compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria.
(Disponível em: <www.ibge.com.br> Acesso em: 10 jul. 2007.)

Com base no texto, no mapa e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir.

I. A Mata Atlântica e a Amazônia são exemplos de biomas florestais em que as chamadas plantas epífitas e os cipós convivem
com as demais plantas, tanto em relações simbiônticas quanto em relações parasitárias, disputando as partes mais altas da
floresta em busca de luz solar.
II. O bioma do Cerrado é uma formação vegetal complexa na qual estão presentes o estrato arbóreo, composto, em grande
parte, por árvores de pequena altura, troncos retorcidos e recobertos em cascas grossas e abundante vegetação herbácea.
III. O bioma da Mata Atlântica é composto apenas por florestas tropicais latifoliadas nas quais predomina o estrato herbáceo
onde se instalam as bromélias epífitas e as orquídeas.
IV. O bioma da Caatinga apresenta plantas com atividade decidual, raízes profundas e mecanismos de adaptação que
minimizam a evapotranspiração, permitindo maior capacidade de sobrevivência em face do solo e do clima desse bioma.

Assinale a alternativa CORRETA.

254
O ESPAÇO NATURAL 255

(A) Somente as afirmativas I e II são corretas.


(B) Somente as afirmativas I e III são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

9. Analise a Imagem.

A partir da análise da figura é correto afirmar a respeito do território japonês que os fortes temores do Japão e, por
consequência os tsunamis resultam:

(A) Da presença de vulcões ativos localizados em uma região de grande estabilidade tectônica.
(B) Da simples acomodação das rochas no subsolo de uma região grande estabilidade tectônica.
(C) Do movimento de divergência entre as placas do Pacífico e Norte-americana em uma região de forte instabilidade
tectônica.
(D) Do movimento de convergência entre as placas do Pacífico e Norte-americana em uma região de forte instabilidade
tectônica.
(E) Do movimento epirogênico entre as placas do Pacífico e Norte-americana em uma região de forte instabilidade
tectônica.

10. (Uece) Dentre os grandes biomas brasileiros, assinale o mais densamente povoado e com as mais evidentes marcas de
degradação ambiental.

(A) Floresta equatorial.


(B) Caatinga.
(C) Cerrado.
(D) Mata atlântica.

255
O ESPAÇO NATURAL 256

(E) Pantanal.

11. (Ufpb) Sobre as grandes paisagens naturais brasileiras, considere as afirmativas a seguir, assinalando com V a (s) verdadeira
(s) e com F, a (s) falsa (s):

1. ( ) O desmatamento da floresta amazônica, para o desenvolvimento econômico da região, é considerado por muitos
políticos como “o preço do progresso”. Essa devastação da floresta causa grandes impactos ambientais, mas não chega a atingir
as populações que vivem nessa área.
2. ( ) O Pantanal Mato-grossense é um dos maiores patrimônios ecológicos da humanidade, segundo a ONU. A complexa
formação natural dessa região, que lembra aspectos do cerrado, da floresta amazônica e até da caatinga, aparece como um
atributo para o desenvolvimento da atividade turística.
3. ( ) A Caatinga ocupa, aproximadamente, 11% do território brasileiro, sendo o sertão nordestino a típica representação
desse tipo de paisagem natural. O clima seco, devido às chuvas escassas e ao solo árido, impede o cultivo de alimentos, mesmo
utilizando técnicas modernas de irrigação.
4. ( ) O Cerrado brasileiro é a paisagem natural que sofreu mais transformações nos últimos 10 anos. O agronegócio,
impulsionado pela possibilidade do plantio de soja nessa área, vem causando fortes impactos ambientais.
5. ( ) O chamado “domínio das Pradarias”, tradicionalmente denominado de pampa gaúcho, caracteriza-se pela vegetação
herbácea típica de climas temperados e subtropicais. É uma área propícia ao desenvolvimento da pecuária como atividade
econômica.

A sequência correta é:

(A) F–F–V–V–V
(B) V–V–F–F–V
(C) F–V–F–F–V
(D) V–V–F–V–F
(E) F–V–F–V–V

12. (Pucrs) Responder à questão com base no texto apresentado, sobre um dos biomas encontrados no Brasil.

Embora seja o segundo bioma mais ameaçado do planeta, grande parte da população brasileira vive neste espaço. Alguns
estudiosos apontam que resta hoje menos de 8% do bioma original, em cuja faixa de abrangência se formaram as primeiras
aglomerações urbanas, os polos industriais e as metrópoles.

O bioma a que se refere o texto acima é:

(A) A Mata Atlântica.


(B) A Caatinga.
(C) O Pantanal.
(D) A Mata de Cocais.
(E) A Floresta Equatorial.

13. (Ufc) As florestas equatoriais, na atualidade, sofrem grande pressão ambiental, principalmente porque se mantiveram
relativamente preservadas até o século XIX, quando se intensificou a sua exploração por empresas madeireiras, mineradoras
e agropecuárias, entre outras. Nesse contexto, a Floresta Amazônica sofre particularmente em razão de atividades que
produzem desmatamento.

Em relação ao desmatamento que ocorre na Região, é correto afirmar que:

(A) Diminuiu nas duas últimas décadas em decorrência da pressão internacional.


(B) Traz consequências graves, restritas ao espaço da floresta.
(C) Decorre principalmente da atividade madeireira legal.
(D) Altera a biodiversidade animal e vegetal.

256
O ESPAÇO NATURAL 257

(E) É um problema eminentemente nacional.

14. (Fuvest) Considere as afirmações a seguir, relativas à ocupação do Centro-Oeste brasileiro, onde originalmente predominava
a vegetação do Cerrado.

I. A vegetação nativa do Cerrado encontra-se, hoje, quase completamente dizimada, principalmente em função do processo
de expansão da fronteira agrícola, que avança agora na Amazônia.
II. O desenvolvimento de tecnologia apropriada permitiu que o problema da baixa fertilidade natural dos solos no Centro-
Oeste fosse, em grande parte, resolvido.
III. O modelo fundiário predominante na ocupação da área do Cerrado imitou aquele vigente no oeste gaúcho, de onde saiu
a maioria dos migrantes que chegaram ao Centro-Oeste nos últimos 30 anos.

Está correto o que se afirma em:

(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) I, II e III.

257
O ESPAÇO NATURAL 258

3.1.9. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2005/2006) No Brasil, que apresenta uma variada formação geológica e é muito rico na diversidade de recursos
minerais, há significativa exploração de ferro, de bauxita (alumínio), cassiterita (chumbo), manganês, ouro, etc. A extração
de minerais mais nobres concentra-se principalmente nos Estados de:

(A) São Paulo; Bahia; Mato Grosso; Rio Grande do Sul e Amazonas.
(B) Minas Gerais; Sergipe; Espírito Santo; Amazonas e Rondônia.
(C) Minas Gerais; Goiás; Pará; Mato Grosso e Rondônia.
(D) Santa Catarina; Pará; Mato Grosso; Bahia e Acre.
(E) Minas Gerais; Goiás; Espírito Santo; Santa Catarina e Pará.

2. (EsFCEx 2005/2006) O quadro a seguir representa características dos três tipos de unidades geomorfológicas do relevo
brasileiro:

TIPO CARACTERÍSTICAS

I Geradas por processos erosivos, com grande atuação nas bordas das bacias
sedimentares e aí ficaram fortemente registradas as marcas dos paleoclimas.
II Assume caráter de formas residuais, circundadas por relevo mais baixo,
evidenciando os relevos mais altos que oferecem maior dificuldade ao desgaste.
III Correspondem a formas de relevo geradas pela deposição de sedimentos
recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial.

Identifique a alternativa que nomeia, respectivamente, as unidades do relevo I, II e III, e dá uma de suas áreas de ocorrência.

(A) Planície (rio Araguaia); depressão (sertaneja) e planalto (alto Paraguai)


(B) Planície (rio Araguaia), planalto (alto Paraguai) e depressão (sertaneja).
(C) Planalto (alto Paraguai); planície (rio Araguaia) e depressão (sertaneja).
(D) Depressão (sertaneja); planalto (alto Paraguai) e planície (rio Araguaia).
(E) Depressão (sertaneja); planície (rio Araguaia) e planalto (alto Paraguai).

3. (EsFCEx 2006/2007) Sobre as classificações do relevo brasileiro, todas as afirmativas abaixo estão corretas, exceto:

(A) O complexo formado pelas planícies do Amazonas e do Pantanal Mato-Grossense se constitui no maior conjunto
geomorfológico da porção extremo-oriental do Brasil.
(B) O uso de tecnologias de aerofotogrametria e sensoriamento remoto permitiu sucessivas evoluções na classificação do
relevo brasileiro ao longo do século XX.
(C) A classificação elaborada mais recentemente indica a existência de unidades morfoesculturais do relevo brasileiro.
(D) O relevo amazônico, anteriormente classificado como uma grande planície, é considerado, atualmente, como uma região
formada por planície, planaltos e depressões.
(E) O Projeto RadamBrasil foi um dos importantes instrumentos voltados ao estudo da configuração do relevo brasileiro.

Considere o mapa abaixo para responder as questões 4 e 5. Jurandir Ross propôs uma classificação do relevo brasileiro baseada
em um conceito genético utilizando a terminologia: Planície, Planalto e Depressão. O mapa mostra estes vários compartimentos.

258
O ESPAÇO NATURAL 259

4. (EsFCEx 2009/2010) O corte A - B representado no mapa define a passagem pelas seguintes unidades do relevo.

(A) Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba (2) – Bacia do Rio São Francisco (19)
– Altiplano da Borborema (10) – Planícies e Tabuleiros Cambrianos (28)
(B) Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná (2) – Bacia do Rio São Francisco (19) – Planalto Nordestino (10) – Tabuleiros
Orogênicos (28)
(C) Planaltos do Meio-Norte Nordestino (2) – Bacias Dobradas do Paraíba (19) – Depressão da Borborema (10) – Planícies
e Tabuleiros Marinhos (28)
(D) Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba (2) – Bacias Sedimentares do Apodi e Araguaia (19) – Serra da Borborema
(10) – Depressões Periféricas do Litoral (28)
(E) Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba (2) – Depressão Sertaneja e do São Francisco (19) – Planalto da Borborema
(10) – Planícies e Tabuleiros Litorâneos (28)

5. (EsFCEx 2009/2010) O corte C - D mostra a passagem por cinco unidades do relevo brasileiro. São elas:

(A) Planaltos Residuais do Sudoeste Amazônico (5) – Depressão Planáltica Norte-Amazônica (13) – Depressão Meridional
Ocidental (12) – Planície do Rio Amazonas (23) – Depressão Marginal de Sudeste (14)
(B) Planaltos Residuais Norte-Amazônico (5) – Depressão Marginal Norte-Amazônica (13) – Depressão da Amazônia
Ocidental (12) – Depressão Marginal Sul-Amazônica (23) – Tabuleiros Orogênicos (14)
(C) Planaltos Residuais Norte-Amazônico (5) –Depressão Marginal Norte-Amazônica (13) – Depressão da Amazônia
Ocidental (12) – Planície do Rio Amazonas (23) – Depressão Marginal Sul-Amazônica (14)
(D) Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba (5) – Planaltos Residuais Norte-Amazônico (13) – Depressão Marginal Norte-
Amazônica (12) – Planície do Rio Amazonas (23) – Depressão Marginal do Pantanal (14)
(E) Planaltos Amazônicos (5) – Tabuleiros Marginais (13) – Depressão da Amazônia Ocidental (12) – Planície do Rio
Amazonas (23) – Depressão Marginal Sul-Amazônica (14).

6. (EsFCEx 2009/2010) Quais são as três grandes macroestruturas geológicas que desempenham importante papel na
configuração do relevo brasileiro?

(A) Áreas cratônicas, áreas de dobramentos antigos e bacias interioranas.


(B) Zonas granitoides, zonas de dobramentos modernos e bacias sedimentares.
(C) Bacias modernas, dobramentos cratônicos e planícies sedimentares.
(D) Bacias sedimentares, áreas cratônicas e dobramentos antigos.
(E) Planícies orogênicas, dobramentos antigos e depressões cratônicas.

259
O ESPAÇO NATURAL 260

7. (EsFCEx 2010/2011) O território brasileiro não apresenta a ocorrência de grandes desastres naturais, em especial fenômenos
tectônicos de grande envergadura, maremotos ou vulcanismo. Tal fato se deve a:

(A) Estar sob a estável placa Sul-Americana, que não se movimenta desde o período permiano.
(B) Não apresentar terrenos basálticos, essenciais ao aparecimento de vulcões.
(C) Estar localizado relativamente distante das bordas da placa Sul-Americana.
(D) Apresentar grandes bacias sedimentares e um extenso litoral.
(E) Localizar-se em domínios de estruturas geológicas arqueanas.

8. (EsFCEx 2010/2011) A concentração da população brasileira em determinadas áreas do país apresenta c aracterísticas
singulares no seu intenso processo, tais como: ocupação de encostas, ocupação de áreas alagadiças e/ou margens de rios,
etc. Tais aspectos levam a uma maior suscetibilidade a desastres naturais, como movimentos de massa ou vulnerabilidade a
intempéries climáticas. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.

(A) Os desastres naturais não têm relação direta, com as condições pré-existentes do relevo ou condicionantes físico-
ambientais.
(B) As áreas ocupadas anteriormente por Florestas Ombrófila densa, possuem espessos mantos de alteração que associados
a forma de ocupação criam zonas de falhas.
(C) O elevado aumento dos totais pluviométricos anuais é o responsável pelas catástrofes urbanas no Brasil.
(D) Os domínios morfoclimático dos Mares de Morros apresentam maior suscetibilidade a desastres naturais dadas as suas
características morfoestruturais.
(E) A zona costeira é uma área de anteparo às intempéries climáticas, portanto recebe o impacto direto das massas de ar.

9. (EsFCEx-2001/2002) A biodiversidade e a preservação do patrimônio ambiental no Brasil têm sido alvo de discussões na mídia
(jornais, revistas e redes de TV no mundo inteiro), bem como a devastação deste patrimônio. A alternativa que apresenta
informações INCORRETAS sobre este tema é:

(A) A preservação dos ambientes naturais não interessa apenas ao Brasil, mas também àqueles que sabem mexer na
estrutura genética das plantas, animais e micro-organismos para obterem vantagens econômicas.
(B) O conjunto de várzeas, fauna, flora, montanhas, planaltos, planícies e ambientes costeiros que existem no território
brasileiro forma o seu patrimônio ambiental.
(C) A Constituição de 1988 restringiu a atuação, no território nacional, de organizações não-governamentais estrangeiras a
fim de coibir a biopirataria.
(D) Os domínios dos Mares de Morros e das araucárias apresentavam originalmente, grandes áreas recobertas por floresta.
(E) Os domínios das pradarias e dos cerrados exibem principalmente vegetação rasteira.

10. (EsFCEx 2001/2002) Assinale a alternativa que traz a correspondência correta entre os domínios vegetais e as descrições
apresentadas abaixo.

I. Apresenta formações com predomínio arbustivo e herbáceas, com pecuária extensiva e processo agrícola em expansão
II. Apresenta formações latifoliadas perenes, bastante devastadas pelo homem, em algumas áreas foi substituída por
pastagens e pela implantação de vilas e cidades.
III. Localizado em climas úmidos e com temperaturas moderadas, controladas por massas de ar tropicais e polares, cobria
vastas extensões de planaltos e serras do sul do Brasil com vegetação aciculifoliada.

Os domínios vegetais que correspondem às descrições acima são, respectivamente:

(A) Caatinga, Mata Atlântica e Campos


(B) Cerrados, Mata Atlântica, Mata dos Pinhais
(C) Campos, Mata dos Pinhais e Mata Atlântica
(D) Mata dos Pinhais, Mata Atlântica e Cerrados
(E) Caatinga, Campos e Mata dos Pinhais

260
O ESPAÇO NATURAL 261

11. (EsFCEx 2006/2007) Analise as afirmativas abaixo sobre grandes estruturas geomorfológicas do território brasileiro e, a seguir,
assinale a alternativa correta.

I. Na atualidade não há dobramentos modernos no Brasil, entretanto, no passado geológico os movimentos orogenéticos
fizeram surgir dobramentos especialmente próximo à faixa litorânea do país.
II. As plataformas, crátons, ou escudos cristalinos, abundantes no território brasileiro, são decorrentes da solidificação do
magma, consequentemente, formados por rochas sedimentares com grande possibilidade de extração de minerais
metálicos.
III. Os espaços das bacias sedimentares não coincidem necessariamente com as unidades morfológicas das planícies. Um
exemplo desse fato é a grande bacia sedimentar amazônica na qual aparece, numa estreita faixa, a planície do rio
Amazonas.
IV. As formações geológicas mais recentes do território brasileiro são as bacias sedimentares da era cenozoica, no período
quaternário, a exemplo do espaço ocupado pelo Pantanal mato-grossense.

(A) Somente a I, a II e a III estão corretas.


(B) Somente a I, a III e a IV estão corretas.
(C) Somente a II, a III e a IV estão corretas.
(D) Somente a I, a II e a IV estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

12. (EsFCEx 2007/2008) Em relação ao domínio morfoclimático no Brasil e suas características, associe a segunda coluna de
acordo com a primeira e, a seguir, assinale a alternativa com a sequência correta.

DOMÍNIO MORFOCLIMÁTICO CARACTERÍSTICAS

1. Amazônico 1. ( ) Predominância de solos ácidos e vegetação arbustiva


2. Cerrado e herbácea.
3. Araucária 2. ( ) Espaço subtropical com predomínio de vegetação
4. Mares de Morros baixa, gramíneas e herbácea.
5. Caatinga 3. ( ) Grande interferência da variação latitudinal do clima
6. Pradarias tropical e da proximidade atlântica. Vegetação original
devastada em larga escala pela ocupação do território nacional.
4. ( ) Vegetação homogênea, aciculifoliada, em área
próxima ao trópico de Capricórnio.
5. ( ) Solos rasos e pobres em matéria orgânica, com
domínio da vegetação xerófila.

(A) 2 ;5 ;1 ; 6 ;3
(B) 4 ;6 ;1 ; 3 ; 5.
(C) 2 ;3 ;4 ; 6 ; 5.
(D) 4 ;6 ;5 ; 3 ;1
(E) 2 ;6 ;4 ; 3 ; 5.

261
O ESPAÇO NATURAL 262

13. (EsFCEx 2008/2009) Na figura abaixo estão representados os diferentes domínios morfoclimáticos brasileiros segundo o
geógrafo Aziz Ab’Saber. Sobre tais domínios assinale à alternativa correta.

(A) O domínio III corresponde à área onde predominam florestas ombrófilas densas, forte predomínio de processos de
intemperismo químico e relevo de Mares de Morros.
(B) A sequência correspondente é: I - Amazônico II - Pantanal, III - Mares de Morros, IV - Caatingas, V - Pradarias, VI -
Araucárias e VII - Áreas de transição.
(C) O domínio VII corresponde à área de clima tropical com curta estação seca, onde predomina agricultura tecnificada.
(D) O Planalto das Araucárias, representado pelo domínio VI da figura, é uma importante área agrícola do Sul do país,
também conhecido como coxilhas.
(E) O domínio I corresponde à região de terras predominantemente sub-úmidas, detentora da maior biodiversidade do
planeta e muito cobiçada por interesses internacionais.

14. (EsFCEx 2013/2014) O relevo brasileiro apresenta três tipos de unidades geomorfológicas que refletem suas gêneses. Analise
as alternativas abaixo e marque aquela que corresponde a essas unidades.

(A) As planícies, os tabuleiros e as depressões.


(B) As planícies, a zona costeira e as depressões.
(C) Os dobramentos modernos, as planícies e a zona costeira.
(D) Os planaltos, as depressões e as planícies.
(E) Os planaltos, os dobramentos modernos e as planícies.

15. (EsFCEx 2013/2014) Assinale a alternativa que representa corretamente as áreas do Brasil em que os latossolos ocorrem em
grande extensão.

(A) Na Amazônia, no Planalto Central e no domínio dos Mares e Morros.


(B) Na Amazônia, no Planalto Central e no Sertão Nordestino.
(C) No Planalto Central, no Pantanal e no Sertão Nordestino.
(D) Nos Mares e Morros, na Amazônia e no Pantanal.
(E) No Sertão Nordestino, no Pantanal e no Planalto Central.

16. (EsFCEx 2013/2014) Com relação ao conceito de ecossistema, pode-se dizer que:

(A) É um termo utilizado para delimitar áreas em estado de degradação ambiental.


(B) É um termo oriundo da luta dos indígenas por territórios no Brasil.
(C) É um termo que vem da ecologia e compreende a ideia de sistema natural.

262
O ESPAÇO NATURAL 263

(D) É um termo utilizado na bolsa de valores para estipular preço aos recursos naturais.
(E) É um termo utilizado no mapeamento de espécies nativas de determinado ponto do planeta.

17. (EsFCEx 2013/2014) Sobre o processo de erosão dos solos no Brasil, pode-se afirmar que:

(A) É basicamente oriundo da dinâmica global de aquecimento do planeta.


(B) Esta exclusivamente ligado ao desmatamento e expansão de atividades agrícolas.
(C) Surge a partir da ocupação e colonização das terras brasileira.
(D) É um movimento tectônico de acomodação de placas do continente americano.
(E) Está relacionado à dinâmica da natureza e ação do homem.

18. (EsFCEx 2013/2014) Com relação a bacia hidrográfica amazônica, pode-se dizer que:

(A) É formada por uma rede de drenagem modesta, com deficiências em alimentação e se direciona para o oceano Atlântico.
(B) Constitui-se em grande parte de topografia plana de rochas cristalinas do pré-cambriano e platôs de sedimentos
quaternários.
(C) O regime fluvial dominante é perene e dependente do escoamento superficial do planalto brasileiro.
(D) A maioria dos rios são intermitentes e dependentes do regime das chuvas de inverno.
(E) Predomina a execução de grandes obras de geração de energia elétrica e de transposição de águas para atender o
semiárido.

19. (EsFCEx 2006/2007) Numere a coluna da direita de conformidade com a da esquerda e, a seguir, assinale a alternativa que
apresenta a sequência encontrada.

TIPOS DE VEGETAÇÃO CARACTERÍSTICAS

1. ( ) Mata Atlântica. 1. Possui a maior biodiversidade do planeta, apresenta três


2. ( ) Floresta Amazônica. estratos: mata de igapó, várzea a e terra firme.
3. ( ) Mata dos Pinhais. 2. Predomínio de espécies adaptadas ao clima temperado e
assemelha-se, na densidade vegetal, a um bosque.
3. Possui um estrato exposto à ação intensa de massas de
ar provenientes do Oceano Atlântico.
4. Formações rasteiras constituídas por gramíneas que
atingem até 60 cm. Sua origem pode estar associada a
solos rasos ou temperaturas baixas em regiões de altitude
elevadas.

(A) 3; 2; 1.
(B) 3; 1; 4.
(C) 3; 2; 4.
(D) 3; 1; 2.
(E) 1; 3; 2.

20. (EsFCEx 2011/2012) Em relação às planícies brasileiras, pode-se afirmar:

(A) Correspondem a 59% do território, sendo que os planaltos, ocupam os 41% restantes.
(B) São formadas por estruturas geológicas antigas do período terciário e quaternário (cenozóico).
(C) Ocupam extensões menores que os planaltos, apesar da sua grande expressão na Amazônia.
(D) Equivalem em área aos planaltos, pois as áreas classificadas como depressões, fazem parte do conjunto das planícies.
(E) São consideradas superfícies nas quais predominam o processo de desgaste, e consequentemente são as áreas mais
baixas do território.

263
O ESPAÇO NATURAL 264

21. (EsFCEx 2011/2012) Numere a coluna da direita em conformidade com a da esquerda e, a seguir, assinale a alternativa que
apresenta a sequência encontrada.

1. É um dos biomas mais importantes para a preservação da


biodiversidade brasileira e mundial. É uma formação
vegetal densa com árvores altas em setores mais baixos do
relevo.
2. Possui grande diversidade de espécies vegetais e animais.
Seu clima característico é o tropical, apresenta três
extratos: mata de igapó, várzea e terra firme. 1. ( ) Cerrado
3. Apresenta árvores e arbustos baixos coexistindo com
gramíneas. Existem, no entanto, outras fisionomias que vão 2. ( ) Caatinga
de campos limpos até formações arbóreas. Abriga uma
importante biodiversidade e apresenta grande quantidade 3. ( ) Mata Atlântica
de espécies endêmicas ainda pouco conhecidas.
4. É uma formação bastante heterogênea e apresenta grande
variedade de espécies. Sua vegetação é xerófila, na qual
predominam arbustos caducifólios e espinhosos. No verão,
em razão da ocorrência de chuvas brotam folhas verdes e
flores.

(A) 2 - 4- 1
(B) 3 - 2- 1
(C) 3 - 4- 2
(D) 3 - 4- 1
(E) 4 - 3- 2

22. (EsFCEx 2012/2013) O planeta Terra é um corpo dinâmico e complexo onde atuam forças internas e forças externas. Com
base nesta afirmação, pode-se admitir que:

(A) A rigidez da crosta terrestre é apenas aparente, pois existem diversas rupturas que formam as chamadas placas
tectônicas.
(B) Os movimentos das placas tectônicas são provocados por movimentos horizontais do magma no núcleo.
(C) As placas tectônicas possuem diversos movimentos, como o transcorrente que é responsável pela formação das fossas
abissais.
(D) Através dos movimentos de divergência entre duas placas tectônicas, estas formam as fossas abissais e zonas
orogênicas, como a Cordilheira dos Himalaias.
(E) A deriva continental é o movimento que sempre afasta as massas continentais uma das outras.

23. (EsFCEx 2012/2013) A elaboração do relevo terrestre pelos fenômenos exógenos é bastante complexa e pode possuir múltiplas
associações entre processos físicos, químicos ou biológicos. Com relação a esta afirmativa, assinale a alternativa correta.

(A) O intemperismo constitui-se no principal processo de degradação das rochas e a meteorização química é o principal
processo de agregação química dos minerais da rocha.
(B) Os processos de intemperismo agem de modo a produzir materiais para que os agentes externos como o vento ou a
chuva o transporte e criem novas formas de modelado.
(C) A ação dos agentes intempéricos em zonas frias é totalmente química, a exemplo da crioclastia que age de forma a
decompor as rochas ao infiltrar-se pelas diaclases ou falhas das mesmas.
(D) A meteorização física ocorre fortemente em ambientes úmidos e super-úmidos, pois a água é responsável direta pelo
transporte de grandes quantidades de material.
(E) A erosão, o transporte e a sedimentação são processos essenciais a dinâmica do planeta e a água é o único agente
capaz de carrear grandes quantidades de materiais como areias ou cascalhos.

264
O ESPAÇO NATURAL 265

24. (EsFCEx 2012/2013) O Geógrafo Azzis Nacib Ab’Saber foi responsável pela formulação da proposta dos Domínios
Morfoclimáticos (figura). A proposta agrega diferentes fatores responsáveis pela formação dos grandes conjuntos de
paisagem.

Analise as afirmativas abaixo colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F quando
se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

Fonte: Sene, 2a Ed, 480.

1. ( ) A área I corresponde à região de terras sub-úmidas onde os regimes fluviais são essencialmente pluviais, bem como
permite a formação de uma massa de ar quente e seca graças à zona de convergência intertropical.
2. ( ) Os regimes temporários ou intermitentes dos rios são comuns na região IV, onde é comum a presença de inúmeras
espécies xeromórficas. Além disso, é possível perceber nestas paisagens, imensas zonas de aplainamento.
3. ( ) A Araucária Angustifolia predomina no domínio VI e é a principal espécie da floresta ombrófila densa, onde os rios são
totalmente exorreicos e o intenso escoamento superficial produz forte erosão.
4. ( ) A área central da figura, correspondente ao domínio II, possui extensas formações tabulares elevadas e divide grandes
bacias fluviais como a do São Francisco e do Araguaia. É ocupada hoje por extensas zonas de produção de commodities primarias
como a soja.
5. ( ) O regime nival sazonal é típico das bacias endorréicas que ocupam o domínio III. Em função de sua posição atlântica,
essa faixa de terras que se estende do nordeste ao sul do país é ocupada por grandes extensões de florestas ombrófilas.

(A) V–F–V–F–V
(B) F–F–F–V–V
(C) F–V–F–F–F
(D) F–V–F–V–F
(E) V–F–V–V–F

25. (EsFCEx 2012/2013) O fenômeno da erosão é complexo e preocupa muitos estudiosos no mundo inteiro. Sua gravidade e
extensão tem aumentado cada vez mais e tem levado a perda de grandes áreas agricultáveis. Com base nisso, é correto
afirmar que:

(A) Nas áreas florestais a formação da camada de húmus impede a erosão mecânica dos solos, mas dificulta a infiltração
da água, criando déficit hídrico.
(B) A desertificação pode ser definida como um fenômeno que provoca o empobrecimento e perda dos solos e da
biodiversidade e uma das áreas de ocorrência no Brasil é a depressão semiárida do Nordeste.
(C) O significado ecológico do solo e sua importância para economia são muito respeitados no Brasil, pois através deles são
produzidos milhares de toneladas de grãos como a soja, que é uma das principais commodities brasileiras.
(D) As práticas, como o plantio em curvas de nível e a rotação de culturas, são responsáveis pela concentração dos
escoamentos superficiais; consequentemente ocorre aumento da remoção de partículas do solo.
(E) Nas áreas de florestas equatoriais a água, que se concentra nas folhas das copas das árvores, cai de forma abrupta,
provocando erosão superficial acelerada.

265
O ESPAÇO NATURAL 266

O item 31 deve ser respondido com base no texto abaixo.

26. (EsFCEx 2014/2015) O (A) é um recurso natural de grande importância na atualidade, pois é
amplamente utilizado na fabricação de fios supercondutores e de turbinas de aviões, entre outros usos. O Brasil é o maior
produtor igual desse mineral, respondendo por 96% da produção mundial em 2009.
Adaptado de: ALMEIDA; RIGOLIN, 2013, P. 696

Marque a alternativa que representa o preenchimento correto da lacuna, sobre o recurso natural em questão e seu maior produtor
no Brasil.

(A) Níquel – Bahia


(B) Cobre – Pará
(C) Cassiterita – Amazonas
(D) Nióbio – Minas Gerais
(E) Manganês – Amapá

27. (EsFCEx 2015/2016) Leia o texto abaixo.

Estão no território brasileiro perto de 16% das reservas florestais mundiais, que possuem, como sumidouros, grande importância
no ciclo do carbono. Todavia, tal fato, que poderia ser uma condição favorável, constitui-se numa grande desvantagem, à medida
que a comunidade internacional não crê que o governo brasileiro possa deter as queimadas vinculadas ao desmatamento da
Amazônia.
(TAVARES, C. A. In: VITTE, Carlos Antonio; GUERRA, Teixeira J. A., (org) Reflexões sobre a geografia física no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2004.
(pág. 144).)

Baseando-se no texto e em seus conhecimentos sobre a Amazônia Legal, pode-se afirmar que a (o) (s):

(A) Desmatamento tem proporcionado à introdução em larga escala da produção agroecológica de alimentos.
(B) Queimadas ajudam na abertura de novas áreas para a implantação de sistemas de produção sustentável.
(C) Mineração, por meio de empresas multinacionais, tem ajudado a melhorar a imagem do Brasil perante grupos
internacionais de defesa do meio ambiente.
(D) Madeiras ilegais são quase inexistentes na atualidade e a exploração da madeira acontece em áreas de manejo florestal.
(E) Forte demanda por recursos naturais no Brasil e no exterior, a visão de desenvolvimento em curto prazo, associada ao
rápido enriquecimento, tem norteado políticas predatórias.

28. (EsFCEx 2016/2017) Analise as afirmativas sobre as depressões no território brasileiro, colocando entre parênteses a letra V,
quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativ a
que apresenta a sequência correta.

1. ( ) Foram geradas em sua maioria por processos erosivos com grande atuação nas bordas das bacias sedmentares.
2. ( ) Estão localizadas nos pontos de maior altitude e possuem relevo residual.
3. ( ) Foram formadas no Pré-Cambriano pelo acúmulo de sedimentos oriundos da rede hidrológica.

(A) V–F–F
(B) V–F–V
(C) F–F–V
(D) F–V–F
(E) F–V–V

29. (EsFCEx 2017/2018) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto abaixo.

Também conhecida como Floresta pluvial tropical, a é um dos biomas mais importantes à preservação da
biodiversidade brasileira e mundial, mas é o mais ameaçado, restando atualmente apenas 7% da sua área original, que chegava
a cobrir uma área de 1 milhão de km2.

266
O ESPAÇO NATURAL 267

(A) Floresta amazônica.


(B) Mata atlântica
(C) Mata dos cocais
(D) Mata de araucária
(E) Vegetação litorânea

30. (EsFCEx 2017/2018) Sobre os conceitos, as características e as áreas de ocorrência no Brasil do bioma Caatinga, analise as
proposições abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a resposta correta.

I. Um bioma que apresenta em suas espécies a xeromorfia, um revestimento dos tecidos quwe ajuda a perder menos água
por transpiração.
II. Tem como designações locais o carrasco, uma formação de matas secas onde predomina o pau-pereiro, os juazeiros, os
angicos, o pau-ferro e a barriguda.
III. Ocupam terrenos planos ou levemente convexos do Brasil central, com algumas ocorrências isoladas na Amazônia, em
São Paulo e em Minas Gerais. Uma das principais influências da topografia está na drenagem, que se caracteriza por rios
perenes ladeados por matas de galeria e buritizais.
IV. Costumam ser muito homogêneas.

(A) Somente I e III estão corretas.


(B) Somente II e III estão corretas.
(C) Somente I e II estão corretas.
(D) Somente II e IV estão corretas.
(E) Somente III e IV estão corretas.

31. (EsFCEx 2018/2019) Analise as afirmativas sobre as províncias geológicas e as formas do relevo brasileiro, colocando entre
parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) O Brasil possui 36% da superfície do seu território em estruturas de escudos cristalinos, que compõem sua formação
mais antiga, são constituídos por minerais não metálicos, como granito e ardósia, e minerais metálicos, como ferro e manganês,
esses últimos fartamente encontrados nos estados de Minas Gerais e Pará.
2. ( ) Por se localizar na borda oriental da placa Sul-americana, o Brasil não possui dobramentos modernos, nem tão pouco
vulcões ativos, mas os abalos sísmicos são frequentes no território nacional em razão da aproximação contínua dessa placa com
a africana.
3. ( ) no território brasileiro, nos planaltos localizados em cinturões orogenéticos, como o Paraguai-Araguaia, Brasília e
Atlântico, encontram-se inúmeras serras que são associadas a resíduos de estruturas dobradas intensamente e atacadas por
processos erosivos, a exemplo das serras da Mantiqueira e do Mar.

(A) V, V, V
(B) V, V, F
(C) F, V, V
(D) V, F, V
(E) V, F, F

32. (EsFCEx 2019/2020) Ross destaca as plataformas ou crátons, bacias sedimentares e cadeias orogênicas como as principais
macroformas que sustentam o relevo brasileiro, cujas rochas são anteriores à atual configuração do continente sul-americano.

Especificamente sobre as grandes bacias sedimentares brasileiras, é correto afirmar que:

(A) As bacias sedimentares do Paraná, Amazônica, de São Paulo e Curitiba, do ponto de vista macroestrutural, constituem
as principais bacias sedimentares do território brasileiro.
(B) As bacias sedimentares do Parnaíba, de Santos e Amazônica têm sua gênese associada à deposição fluvial cenozoica.
(C) A bacia hidrográfica do rio Amazonas apresenta similaridade cronológica com a bacia sedimentar do Parnaíba.

267
O ESPAÇO NATURAL 268

(D) A gênese das bacias sedimentares brasileiras está associada à orogênese andina, desencadeada após a abertura do
oceano Atlântico.
(E) As grandes bacias sedimentares brasileiras, em função de sua cronologia, também podem ser chamadas de bacias do
Fanerozoico.

33. Observe o mapa das Unidades de Relevo Brasileiro apresentado abaixo.

ROSS, Jurandyr L. Sanches (org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008, encarte anexo ao livro.

De acordo com Ross (2008), as unidades de relevo numeradas 1, 4, 12, 13 são corretamente classificadas, respectivamente,
como

(A) Depressão Amazônica Oriental, Planaltos residuais sul-amazônicos, Planalto da Amazônia Ocidental, Planaltos residuais
norteamazônicos.
(B) Depressão marginal sul-amazônica, Planalto e Chapada dos Parecis, Depressão marginal norte-amazônica, Depressão
Amazônica Setentrional.
(C) Planalto da Amazônia Oriental, Planalto e Chapada dos Parecis, Depressão da Amazônia Ocidental, Depressão marginal
norteamazônica.
(D) Depressão Amazônica Oriental, Planaltos residuais sul-amazônicos, Depressão marginal norte-amazônica, Planaltos
residuais norteamazônicos.
(E) Planície do Rio Amazonas, Planaltos residuais sul-amazônicos, Depressão da Amazônia Ocidental, Planaltos residuais
norteamazônicos

268
O ESPAÇO NATURAL 269

3.2. CLIMA E VIDA

Olá, estudante! Estamos entrando quase na reta final, com esse penúltimo capítulo! No capítulo anterior, vimos questões ligadas
ao que denominamos de litosfera, que resume a estrutura e a dinâmica terrestre. Enquanto estrutura, vimos as divsões das
camadas da Terra, e nos aproximamos do conteúdo que influencia a construção das paisagens que são as tipologias de rochas –
sedimentar, metamórfica e magmática. Outro fator mais endógeno que atua como força modelado de relevos está na deriva
continental e nos três tipos de movimentação das placas tectônicas – convergente, divergente e transcorrente – e a forma como
a crosta continental e oceânica interagem entre si, formando desde ilhas vulcânicas até cadeias montanhosas.
Neste próximo capítulo, com enfoque para a influência do clima na composição da vida, vamos perceber de que forma os quatro
ambientes da Terra não só interagem, como são fundamentais um para o outro. Falaremos sobre a atmosfera, a hidrosfera e a
biosfera, indo de encontro com o capítulo anterior que foi sobre a litosfera. A imagem a seguir demonstra como a vida surge no
tangenciamento do ambiente. Neste sentido, torna-se necessário estudá-los sempre tentando buscar as coinfluências. Fôlego
novo, e vamos lá?

3.2.1. CONCEITOS E TEMAS

Vida e clima tem grande relação, pois o desenvolvimento da vida na Terra foi possibilitada pelo SOL. A biosfera é a área constituída
por matéria viva, no entanto, nem sempre teve as características atuais. Além dos organismos serem distribuídos de forma
desigual, a biosfera tem passado e futuro e tem grande mobilidade no tempo e no espaço. Em algumas épocas, comunidades
inteiras deixaram de existir, dando lugar a outras mais adaptadas. Quando falamos de vida na Terra, falamos daquela que ocorre
no ar, na terra, na água, ou seja, desde o fundo do mar ao topo das montanhas mais altas. Para que a vida se estabeleça, por
conseguinte, vários fatores são fundamentais como: pressão atmosférica, radiação luminosa, temperatura, umidade, ventos e
etc.

As imagens de satélite Landsat permitem que se analise uma grande extensão territorial, auxi liando no entendimento da
distribuição de comunidades biológicas pelo globo em seu passado e presente. Estima-se que a vida tenha começado a 3 bilhões
de anos, com o surgimento das primeiras bactérias, com necessidades mínimas de oxigênio. O planeta era constituído por uma
ATMOSFERA PRIMITIVA composta por gases como: nitrogênio (N2), amônia (NH3), hidrogênio, monóxido de carbono (CO),
metano (CH3) e vapor d´água. Há indícios de gases venenosos como o cloro e o ácido sulfídrico. Estamos falando do período
conhecido como ARQUEANO.

Quando o oxigênio se tornou abundante, surgiram os organismos fototróficos e a atmosfera deixou de ser anóxica para tornar -
se óxica. Atualmente, nossa atmosfera tem aproximadamente 21% de oxigênio que é consumido e devolvido ao ambiente pela

269
O ESPAÇO NATURAL 270

atividade fototrópica das plantas. É importante saber que os fitoplânctons dos oceanos são os maiores absorvedores de CO2 e,
portanto, os que mais contribuem para o oxigênio da atmosfera.

Enfim, as plantas se organizam na terra de acordo com a necessidade de radiação solar para se desenvolverem e formarem
biomassa. Atualmente temos as seguintes camadas da atmosfera, expressas na figura a seguir.

A troposfera é a baixa atmosfera, onde ocorrem maior parte dos eventos atmosféricos. Poucos deles ocorrem na estratosfera. Os
aviões voam na estratosfera porque é um local de pouco atrito. Também é nela que se encontra a CAMADA DE OZÔNIO onde há
a filtragem dos raios ultravioletas em algumas de suas extensões. É importante saber que, por esta camada não há aumento ou
diminuição de calor na Terra, mas sim o controle de entrada de raios UV, que podem ser nocivos à saúde. O “buraco” (diminuição
da espessura da camada de gás) tem se verificado principalmente pela emissão de CFC na atmosfera.A camada tem o pod er de
se recompor caso pare de absorver elementos capazes de quebrar as moléculas de ozônio (O3), como o CFC. Na mesosfera há
uma grande concentração de íons, conhecida como Ionosfera. Mais acima está a exosfera onde habitam os corpos celestes e há
o contato com o espaço sideral.

Figura 87: Camadas da atmosfera.

3.2.2. FATORES E ELEMENTOS DO CLIMA

Os ELEMENTOS DO CLIMA são constituídos por: TEMPERATURA ATMOSFÉRICA, PRESSÃO ATMOSFÉRICA (peso do ar) e
UMIDADE RELATIVA DO AR (quantidade de vapor d’água na atmosfera). Desses elementos decorrem os ventos (relação pressão
e temperatura) e as precipitações (relação temperatura e umidade).

270
O ESPAÇO NATURAL 271

Vamos começar a analisar os VENTOS. Eles ocorrem pelo deslocamento do ar das zonas anticiclonais para as zonas ciclonais,
conforme explicado abaixo:

ANTICICLONAIS Baixa temperatura e Alta pressão

(Gás concentrado, DISPERSORAS);

CICLONAIS Alta temperatura e Baixa pressão

(Gás volátil e disperso, RECEPTORAS).

Os ventos se apresentam em diversas ESCALAS: locais, regionais e planetárias.

As BRISAS ocorrem em escala local, conforme o esquema a seguir. No primeiro, percebemos que o continente possui alta
temperatura e, por isso, a pressão está inferior àquela do mar. Neste sentido, durante o dia, a brisa tende a seguir a trajetória
saindo do mar em direção ao continente. Por este motivo, quando estamos sentados na beira da praia, sentimos o vento soprar
vindo do mar.

Figura 88: Brisa marítima.

Já nesse segundo esquema a seguir, poderia representar uma situação noturna. Isto porque, o continente já se resfriou, e a
sua pressão tende a ser superior se comparado àquela do mar, que guarda calor latente. Por este motivo, à noite, s entimos que
essa brisa noturna sai do continente em direção ao mar. Quem nunca ouviu falar que a água à noite passa a sensação de estar
mais quentinha?

Figura 89: Brisa terrestre.

As zonas anticiclonais, como vimos, são dispersoras de ar e definem, portanto, a direção da brisa. Vejamos agora sobre os
ventos planetários.

271
O ESPAÇO NATURAL 272

Figura 90: Ventos planetários.

Na linha do equador temos o que se chama ZCIT, ou seja, Zona de Convergência Intertropical. É uma área de alta temperatura
e baixa pressão, ou seja, uma zona ciclonal que é receptora de ar (por isso uma zona de convergência). Desse modo, os VENTOS
ALÍSIOS de nordeste e sudeste convergem em direção à ZCIT. Observe que as linhas são inclinadas por causa da rotação da
Terra.

A ZCIT se amplia de acordo com as estações do ano. Tende a ampliar em direção ao hemisfério que está no verão, por causa
das altas temperaturas. As regiões que sofrem ação constante da ZCIT tendem a ter alta umidade e consequentemente, florestas
densas, como é o caso da Amazônia.

Para compreender melhor a relação entre a ZCIT e umidade, vamos falar de PRECIPITAÇÕES, elas são de dois tipos:

PRECIPITAÇÕES PRECIPITAÇÕES

NÃO SUPERFICIAIS SUPERFICIAIS

 Chuva Orográfica  Orvalho/sereno

 Chuva Frontal  Geada

 Chuva Convectiva  Vidro embaçado

 Granizo  Suor e etc

 Neve

As chuvas orográficas ou de relevo, ocorrem pelo encontro da umidade com uma barreira orográfica. O ar, para passar pela
barreira, se eleva e condensa, formando nuvens e chuva. Portanto, o encontro da umidade com as baixas temperaturas tende a
resultar em chuva. Isso é o que acontece no nordeste brasileiro, quando a umidade proveniente do oceano atlântico encontra o
planalto da Borborema e gera muita chuva à barlavento e seca à sotavento, formando a caatinga.

As chuvas frontais são resultado do encontro de duas frentes: a fria e a quente. Acontece muito no litoral brasileiro, quando a
mPA (massa Polar Atlântica) e a mTA (masa Tropical Atlântica) se encontram.

As chuvas convectivas são as mais habituais. Resultam do movimento convectivo oriundo do processo de evaporação das águas
e evapotranspiração do reino vegetal. No Brasil, ocorre muito no verão, quando a temperatura e umidade altas possibilitam a
corrente convectiva.

272
O ESPAÇO NATURAL 273

Figura 91: Chuvas convectiva, frontal e orográfica.

O Granizo é água ainda em estado sólido resultado de uma rápida corrente de convecção que solidifica o valor d’água. A neve só
ocorre em zonas com temperatura abaixo de 0º. É a cristalização do valor d’água.

As precipitações superficiais ocorrem pela umidificação elevada de uma área, gerando um processo de condensação na superfície
e não nas zonas elevadas da atmosfera. Imagine que é um processo contrário a evaporação. Todas as precipitações superficiais
resultam da queda brusca de temperatura. No caso da geada, há uma cristalização superficial.

CLIMOGRAMAS

Figura 92: Climogramas. Paulo Roberto Moraes. Geografia Geral e do Brasil.

O climograma é uma excelente ferramenta para representação do clima, pois permite uma compreensão de fácil entendimento
do perfil climático de uma determinada área. Por meio do climograma é possível representar graficamente as precipitações e
variações de temperatura por um determinado período de tempo, geralmente de 1 ano. A temperatura, na maioria das vezes, é
representada por um gráfico linear (linha) sobre um gráfico de barras (histograma) que serve para representar a quantidade de
chuva (precipitações) pelo período em questão.

O climograma é analisado sempre comparando as taxas de temperatura e precipitação (chuvas). Por meio da análise, quando as
barras estão abaixo da linha de temperatura, significa que o calor está mais elevado do que a precipitação, porém nem sempre
podemos dizer que o clima é seco.

273
O ESPAÇO NATURAL 274

Os FATORES DO CLIMA apresentam-se na natureza combinados. São características do espaço geográfico que interferem nos
elementos do clima. Podemos elencar oito deles:

 Latitude  Correntes Marítimas

 Altitude  Relevo

 Maritimidade e Continentalidade  Urbanização

 Vegetação  Massas de ar

As altitudes elevadas possuem baixa temperatura e baixa pressão. O inverso ocorre nas baixas altitudes, onde há temperatura e
pressão maior. Porque a pressão no nível do mar é maior que no alto dos Andes? Entenda que quanto mais baixo estivermos,
maior é o peso do ar sobre nós. Quanto mais elevada a altitude, menor será a temperatura, logo a cada 100 metros a temperatura
diminui entre 0,5ºC e 0,6ºC. Sendo, portanto, inversamente proporcional.

A latitude também tem papel importante. Quanto menor a latitude maior a temperatura. (Inversamente proporcional)

Figura 93: Latitude

É claro que isso é uma regra geral, pois a altitude pode corrigir a latitude. Ex: embora tenhamos parte da cordilheira dos An des
próxima a linha do equador, por ser uma cadeia montanhosa de grandes proporções, esta alcança temperaturas negativas, sendo
um exmeplo da altitude alterando a influência da latitude na composição climática.

A continentalidade refere-se a característica da porção terrestre de ter uma amplitude térmica diária maior e menor umidade,
enquanto a maritimidade faz referência a menor amplitude térmica do mar, que regula a temperatura e contribui no aumento da
umidade. Isso quer dizer, que áreas próximas ao mar tendem a possuir uma amplitude térmica menor e maior umidade enquanto
ao contrário das extensões continentais distantes dos oceanos. Veja exemplo no esquema abaixo:

274
O ESPAÇO NATURAL 275

Figura 94: Continentalidade e Maritimidade.

A vegetação também retém temperatura, como faz o mar e, por isso, locais com florestas densas possuem amplitude térmica
baixa e umidade alta (resultado da evapotranspiração).

O relevo atua como barreira (orográfica) que pode modificar o clima de uma determinada área e como mediador entre o nível do
mar e as altas altitudes.

As correntes marítimas levam para uma determinada área, as características do local de onde vieram. São porções de água que
se locomovem como rios. São geradas pelas diferenças de densidade e de temperatura existentes nos mares e oceanos e
deslocadas pelas ondas e ventos. No Equador, as correntes são quentes e seguem para as regiões com baixa temperatura dos
dois hemisférios. Já as correntes frias saem das regiões polares e se destinam para as áreas de maior temperatura. Veja o mapa
a seguir que lista as correntes frias e quentes:

Figura 95: Correntes quentes e frias no mundo.

275
O ESPAÇO NATURAL 276

A urbanização também é um fator climático muito importante porque altera o clima em âmbito local e regional, podendo a longo
prazo ter atuação nacional. Pode resultar na formação de bolsões e ilhas de calor (locais com influência da maritimidade tendem
a sofrer menos). Isso ocorre principalmente pela retirada de vegetação para a cobertura de cimento.

Por último, não há como desconsiderar a influência das massas de ar. São cenas do próximo subcapítulo.

Dica Geográfica: TEMPO VERSUS CLIMA

Não confunda tempo e clima. O clima é algo permanente que pode vir a se modificar, mas o
processo é tão lento que os registros são verificados através de milhares de anos. O tempo se
modifica a todo instante. É ele que te alegra, assusta e irrita de vez em quando. Sabe aquele dia
em que você saiu todo agasalhado e fez um calorzão (você jurava que precisaria de luvas)? e
aqueles em que você saiu de short e pegou um resfriado por causa do frio que surgiu “do nada”?
Isso são mudanças de tempo.

O CLIMA EM ESCALA NACIONAL

As massas de ar são como blocos de ar que se movimentam e possuem as características do lugar onde nasceram. As massas
que atuam no Brasil são classificadas a partir dos seguintes critérios:

LATITUDE: LOCAL DE ORIGEM:

EQUATORIAL CONTINENTAL
TROPICAL ATLÂNTICA
POLAR

Como já vimos, quanto menor a latitude, maior a temperatura. Portanto, as massas de ar equatorial e tropical são QUENTES,
enquanto a polar é FRIA. As que nascem no oceano atlântico são UMIDAS e aquelas que se originam no continente são SECAS,
exceto a mEc (Massa Equatorial Continetal) que é QUENTE e ÚMIDA, devido ao processo de evapotranspiração da Floresta
Amazônica. A dinâmica delas é distinta no verão e no inverno, conforme mapas abaixo:

Figura 96: Massas de ar atuantes no Brasil no verão.

276
O ESPAÇO NATURAL 277

Figura 97: Massas de ar atuantes no Brasil no inverno.

A massa equatorial atlântica (mEA) se expande mais no verão e gera pouca pluviosidade nessa época, visto que o litoral
brasileiro está quente, assim como a massa. No inverno gera chuvas frontais na região nordeste. O vento e a pouca pluviosidade
provocada pelo avanço da massa, possibilitou a formação de dunas e salineiras na região. A massa tropical atlântica (mTA)
nasce em águas quentes e sopra em direção ao litoral brasileiro durante todo o ano. No inverno avança para o interior. Essa
massa é deslocada pelos ventos alísios de sudeste.

A massa polar atlântica (mPA) age o ano inteiro mas é mais intensa no inverno. Nasce na Patagônia e à medida que se desloca,
se desfaz. No verão, como o local de nascimento não está tão frio quanto no inverno, ela não nasce tão forte e avança pouco
pelo território. Ela tem basicamente três caminhos: sul (chove no verão e baixa a temperatura no inverno), litoral (gera chuva
frontal no inverno nordestino e no verão sudestino) e centro (pouca ou nenhuma ação no verão e baixas temperaturas no inverno/
friagens na Amazônia).

A massaequatorial continental (mEC) regula o sistema atmosférico no centro do território brasileiro e está ligada a ZCIT.
Quando a zona de convergência se amplia no verão ela também se expande e leva calor e umidade para o centro do território. A
pouca pluviosidade que o semiárido brasileiro recebe vem da mEC. É importante lembrar que embora seja uma massa quente e
seca pelo nome ela é ÚMIDA. Isso porque ela nasce na floresta amazônica com grandes índices de evapotranspiração e rios
caudalosos.

A massa tropical continental (mTC) - é uma massa quente e seca, com origem na Depressão do Chaco, região paraguaia
próxima ao Pantanal. Tem bastante influência no Brasil Central e parte do Sudeste, especialmente no inverno.

Afinal quais são os tipos climáticos do Brasil? Veja o mapa a seguir retirado do livro de Jurandyr Ross:

277
O ESPAÇO NATURAL 278

Figura 98: Tipos climáticos do Brasil.

Clima urbano

Algo que deve ser destacado é a escala local na construção de microclimas, também conhecido como clima urbano. As influências
são eminentemente antrópicas, ou seja, oriundas das atividades humanas. Relacionam-se eminentemente com a industrialização,
que reformula a urbanidade nas cidades, alterando profundamente a natureza. Neste sentido, os grandes centros urbanos
possuem processos diferenciados de absorção, difusão e reflexão da energia solar, bem como emite grande incidência de
poluentes e particulados.

Vários processos estão atrelados ao clima urbano, qual seja as ilhas de calor, as inversões térmicas, as enchentes urbanas. L eia
citação abaixo onde há uma explicitação destes fenômenos atrelados ao clima urbano:

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

“Há ambientes que apresentam situações específicas, não importando a faixa de latitude em que
se encontrem. Os melhores exemplos são os grandes aglomerados urbanos, onde os processos de
absorção, difusão e reflexão de energia solar e a significativa concentração de poluentes perturbam
o mecanismo atmosférico, produzindo o que se chama de clima urbano.

O desenvolvimento da industrialização em todo o mundo tem concorrido para a expansão das


“manchas” urbanas, e as populações que aí vivem são particularmente afetadas por três tipos de
fenômenos:

• Ilhas de calor, que se estabelecem sobre áreas urbanizadas, causando desconforto térmico,
além de outras consequências indesejáveis.

• Inversões térmicas, responsáveis pelo agravamento da poluição atmosférica em virtude do


papel de bloqueio que exercem, dificultando a dispersão dos resíduos e micropartículas. São
mais frequentes nos meses de inverno.

278
O ESPAÇO NATURAL 279

• Enchentes urbanas, fenômenos produzidos por chuvas torrenciais agravadas pela


impermeabilização do solo urbano. Levam ao colapso da rede de escoamento, produzindo
extravasamentos e danos em extensas áreas. Na cidade de São Paulo o número de pontos
críticos de inundações passou de 125, em 1979, para 420, em 1991. ” (ROSS; JURANDYR,
2009, p. 86)

Olá, estudante! Estamos caminhando para completar esta trajetória, de muito aprendizado. Vimos, ao longo deste penúltimo
capítulo, os elementos que influênciam na construção climática, e de que forma os climas se alteram a depender não só da
localização, mas da escala de análise.
Aliás, a escala é algo essencial para a Geografia! Se há a circulação de ventos numa escala mundial, que vai de leste para oeste,
há tambem as brisas que oscilam com as mudanças de pressão, a influência da altitude, da latitude e assim por diante.
Não há como conceber regras gerais se não entendermos a escala de acontecimento destas regras. Por este motivo, sempre
haverá exceções. E as bancas de concurso frequentemente lançam pegadinhas nesse sentido. Por isto, é importante não apenas
decorar as regras, e sim entender de que forma funcionam, para conseguirmos aplicá-las em diversas situações, inclusive de
exceções.
Vamos ao último capítulo, sobre composição energética?

279
O ESPAÇO NATURAL 280

3.2.3. RESUMO

CAPÍTULO 9: CLIMA E VIDA

Conceitos e temas:

Elementos do clima:

ANTICICLONAIS Baixa temperatura e Alta pressão / gás concentrado / dispersoras

CICLONAIS Alta temperatura e Baixa pressão / gás volátil e disperso / receptoras

 Brisa

 ZCIT

 Vento (Alísios)

 Precipitações não-superficiais (chuvas frontais, chuvas orográficas e chuvas convectivas)

 Precipitações superficiais

Fatores do Clima:

 Latitude

 Altitude

 Maritimidade /Continentalidade

 Vegetação

280
O ESPAÇO NATURAL 281

 Correntes Marítimas

 Relevo

 Urbanização

 Massas de ar

Massas de Ar no Brasil:

 MEC

 MTC

 MTA

 MEA

 MPA

Climogramas brasileiros

 Clima Equatorial úmido

Clima equatorial úmido, com chuvas regulares e bem distribuídas, com uma única estação do ano, quente e úmido e baixas
amplitudes térmicas.

 Clima Tropical

281
O ESPAÇO NATURAL 282

Clima Tropical, característico por apresentar duas estações do ano bem definidas, ou seja, verão (quente e úmido) e inverno
(quente e seco) e considerável amplitude térmica.

 Clima Tropical de Altitude

Assim como o Clima Tropical apresentas duas estações bem definidas, verão e inverno, porém com temperaturas amenas
devido o fator climático altitude.

 Clima semiárido

Clima quente e seco ao longo do ano, com chuvas irregulares e mal distribuídas.

282
O ESPAÇO NATURAL 283

 Clima Subtropical

O único clima do Brasil com as quatro estações do ano bem definidas, ou seja, verão quente e inverno frio, com chuvas regulares
e bem distribuídas ao longo do ano e elevada amplitude térmica anual.

Questões de Provas:

(APOSTILA NÃO COMENTADA CURSO CIDADE)

2013/2014 - 06

2012/2013 - 19

2011/2012 - 24

2010/2011 - 28

2009/2010 - 29

2008/2009 - 37

2008/2009 - 38

2006/2007 - 56

2005/2006 - 41

2005/2006 - 42

2005/2006 - 58

2004/2005 - 57

2002/2003 - 58

2002/2003 - 59

2002/2003 - 60

2006/2007 - 16

2012/2013 - 12

2015/2016 - 01

283
O ESPAÇO NATURAL 284

3.2.4. EXERCÍCIOS

1. Assinale a alternativa CORRETA sobre a dinâmica de massas de ar no Brasil.

(A) A Massa Tropical Continental origina-se na Depressão do Chaco e provoca chuvas torrenciais de inverno no litoral sul e
sudeste.
(B) A Massa Tropical Atlântica originária do Atlântico Sul atua principalmente na faixa litorânea desde o sul até o nordeste
do país.
(C) A Massa Polar Atlântica, originária da Antártida, tem atuação restrita ao extremo sul do país.
(D) A Massa Equatorial Atlântica origina-se no Atlântico Norte e influencia o clima de todo o interior do país.
(E) A Massa Equatorial Continental origina-se na Amazônia Ocidental e é uma das responsáveis pela seca do Nordeste.

2. Massas de ar são grandes porções da atmosfera, com milhares de quilômetros quadrados. Ao se deslocarem vão perdendo
as suas características. Sobre essas massas é correto afirmar que:

(A) Tendem a aumentar sua temperatura à medida que se deslocam para menores latitudes.
(B) São totalmente imprevisíveis, o que justifica os constantes erros na previsão do tempo.
(C) Massas frias tendem a se formar em áreas de pequena latitude.
(D) Suas características são determinadas pelas regiões de destino.
(E) São de pouca relevância para o estudo do clima na Terra.

3. (Ufpe-Modificado) Observando o mapa (ao lado) de massas de ar que atuam na América do Sul, podemos julgar o(s)item(s)
correto(s):

I. A massa equatorial atlântica (mEa), quente e úmida, domina a parte litorânea da Amazônia e do Nordeste durante alguns
momentos do ano e tem seu centro de origem no Oceano Atlântico;
II. No verão, a massa de ar mais atuante no Brasil é a mTa, que provoca grande instabilidade no tempo e é responsável por
chuvas de verão em grande parte do país;
III. A massa polar atlântica (mPa) influencia mais os climas do Sul do Brasil, principalmente nas áreas localizadas a seguir do
Trópico de Capricórnio;
IV. No verão, a mTc, que se forma no centro da América do Sul, apenas atinge uma pequena área da fronteira centro-sul do
Brasil, causando elevações de temperatura;
V. A massa equatorial continental (mEc), quente e seca, com centro de origem na Amazônia ocidental, domina a porção
noroeste da Amazônia durante praticamente todo o ano.

(A) São verdadeiras apenas as afirmações II e III.


(B) São verdadeiras apenas as afirmações II, III e IV.

284
O ESPAÇO NATURAL 285

(C) São verdadeiras apenas as afirmações I, III e IV.


(D) São verdadeiras apenas as afirmações I e IV.
(E) São verdadeiras apenas as afirmações I e III.

4. (Fatec) No Brasil, este clima apresenta elevadas temperaturas sempre superiores a 24 °C e pequena amplitude térmica anual,
pois a diferença entre a média do mês mais quente e a do mês mais frio não ultrapassa 3 °C. Mas o que torna este clima
singular é o volume de precipitações, que varia entre 1.800 e 3.000 mm. As chuvas do tipo convectivo ocorrem durante todo
o ano, não existindo um período seco.

As características descritas referem-se ao clima:

(A) Tropical de altitude.


(B) Equatorial.
(C) Litorâneo úmido.
(D) Tropical típico.
(E) Úmido de encosta.

5. (G1 - cftmg) A questão refere-se ao mapa do Brasil a seguir.

Sobre o mapa, afirma-se:

I. O clima brasileiro sofre influência da maritimidade e continentalidade.


II. As amplitudes térmicas diárias e anuais são extremas devido à grande extensão longitudinal.
III. A maior parte do território se localiza na zona intertropical, onde há maior incidência solar.
IV. A distribuição territorial em duas zonas climáticas acarreta homogeneidade climatobotânica.

São corretas apenas as afirmativas:

(A) I e III.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.

6. (Pucrs) As massas de ar que atuam sobre o território brasileiro são um dos principais fatores determinantes do clima em
nosso país.

Sobre esse fenômeno, é correto afirmar que a Massa de Ar:

(A) Polar provoca chuvas durante o verão no interior do Brasil, caracterizando o clima Tropical.
(B) Polar, nos meses de inverno no Hemisfério Sul, pode atuar na Amazônia, baixando as temperaturas e provocando o
fenômeno conhecido como friagem.
(C) Equatorial Continental provoca chuvas no sul do Brasil, ocasionando o El Niño.

285
O ESPAÇO NATURAL 286

(D) Tropical Marítima provoca geadas no Paraná durante o inverno.


(E) Equatorial Marítima forma-se sobre o oceano Atlântico e avança até o interior do Brasil, provocando chuvas nos meses
de setembro e outubro na cidade de Brasília.

7. (Ufc) Os diferentes tipos de clima resultam da combinação de vários fatores, tais como latitude, altitude, penetração de
sistemas frontais, taxas de evapotranspiração, linhas de instabilidade, existência de superfícies líquidas.

Em relação ao quadro climático da Amazônia, é correto afirmar que:

(A) A temperatura média é elevada porque se trata de uma região de baixas latitudes.
(B) O clima da Região sofreu variações muito reduzidas ao longo do tempo geológico.
(C) As brisas fluviais formam-se nos setores em que os cursos fluviais são mais estreitos.
(D) A possibilidade de ocorrência de chuvas na Região é menor que em áreas de altas latitudes.
(E) O norte da Região, entre os meses de dezembro e março, sofre o fenômeno da friagem em função da invasão de ar
polar.

8. (Ufpel) Em março de 2004, o litoral sul de Santa Catarina e o nordeste do Rio Grande do Sul foram fortemente castigados
por violentos movimentos do ar atmosférico. Esses movimentos de ar provocaram consequências catastróficas, gerando sérios
prejuízos para a agricultura, indústria e para a população. Eles causaram inclusive mortes. (1ª Figura a esquerda a seguir)

Da mesma forma, em agosto de 2005, foi a vez de os EUA sofrerem efeitos semelhantes. A cidade de Nova Orleans foi a mais
castigada, com um saldo de inúmeras mortes e milhares de pessoas desabrigadas. (2ª Figura a seguir e ao lado direito da 1ª
figura)

Os acontecimentos e imagens acima se referem à ocorrência do fenômeno:

(A) Massas de ar, as quais são grandes porções de ar que costumam se originar em áreas extensas e homogêneas, como
as planícies, os oceanos e os desertos.
(B) Furacão, formado nas águas oceânicas, em áreas de baixas pressões, o qual apresenta temperaturas altas no seu
interior e ventos girando em sentidos opostos.
(C) Tornado, que ocorre nos continentes, em zonas de alta pressão atmosférica. No tornado uma coluna de ar gira
violentamente entre uma nuvem convectiva e a superfície da Terra.
(D) Anticiclone, originado pelo choque de uma massa de ar quente e úmida vinda das zonas polares, com uma massa de ar
fria e seca, oriunda da zona tropical do planeta.
(E) Frentes, que são áreas de transição entre duas massas de ar. O encontro de uma massa de ar fria e outro quente
provoca mudanças significativas no clima.

9. (Ufrgs) No Brasil, o fenômeno El Niño provoca o desvio da massa de ar equatorial continental, úmida, que se forma sobre a
Amazônia, para o sul do país.

As consequências do El Niño no território brasileiro são:

286
O ESPAÇO NATURAL 287

(A) Enchentes no Brasil Meridional e seca no extremo sul do país.


(B) Secas no Brasil Meridional e enchentes no extremo sul do país.
(C) Enchentes no Brasil Meridional e secas no sertão nordestino e no extremo norte do país.
(D) Enchentes no sudeste do Brasil, em decorrência de invernos rigorosos no sul do país.
(E) Enchentes no sudeste do Brasil e secas no extremo sul do país.

10. (Unifesp) Durante o inverno, pode ocorrer a chamada friagem, por meio da ação da:

(A) Massa Tropical Atlântica, que diminui as chuvas no Rio Grande do Sul.
(B) Massa Equatorial Atlântica, que abaixa as temperaturas em São Paulo.
(C) Massa Equatorial Continental, que aumenta a temperatura no Ceará.
(D) Massa Tropical Continental, que incrementa as chuvas em Brasília.
(E) Massa Polar Atlântica, que reduz a temperatura no Amazonas.

11. Analise a charge a seguir.

O dia mundial da Água é uma data criada pela organização das Nações Unidas e comemorada no dia 22 de março de cada ano.
Essa data tem o objetivo de chamar a atenção para a questão da escassez da água e buscar soluções para o problema. A
charge induz a uma restrição do uso deste importante recurso. Além da restrição, algumas propostas que visam amenizar o
problema da escassez têm sido promovidas. Diante disso, conclui-se que:

(A) O fato do planeta Terra conter dois terços de água própria para o consumo humano em sua superfície leva à necessidade
de se cuidar desse recurso para que ele não venha a faltar
(B) Devido à poluição que está atingindo de maneira irreversível as reservas mundiais de água doce, aconselha-se que toda
água para o consumo humano passe a ser filtrada.
(C) Ante à enorme escassez de água que tem atingido todo o planeta Terra nos últimos anos, vários países estão adotando
rígidas políticas de racionamento.
(D) Com a restrição das águas continentais, a dessalinização da água do mar passa a ser a alternativa mais viável em função
do reduzido custo propiciado pelos avanços tecnológicos.
(E) A cobrança pelo uso da água dos rios tanto para pequenos proprietários quanto para empresas do agronegócio começa
a ser uma realidade em diversos países do mundo, entre eles o Brasil.

287
O ESPAÇO NATURAL 288

3.2.5. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2003/2004) No Brasil os climas sub-úmidos correspondem às regiões sob a influência alternada das massas de ar:

(A) mEa – massa de ar Equatorial atlântica e, mTa – massa de ar Tropical atlântica.


(B) mTa – massa de ar Tropical atlântica e, mTc – massa de ar Tropical continental.
(C) mEa – massa de ar Equatorial atlântica e, mEc – massa de ar Equatorial continental.
(D) mEa – massa de ar Equatorial atlântica e, mTc – massa de ar Tropical continental.
(E) mEc – massa de ar Equatorial continental e, mTa – massa de ar Tropical atlântica.

2. (EsFCEx 2003/2004) Observando o climatograma a seguir que mostra as características das temperaturas e precipitações
médias mensais de um tipo climático brasileiro, pode-se afirmar que a alternativa que apresenta o tipo climático e sua área
de ocorrência é:

(A) Semiárido, Vale do Jequitinhonha.


(B) Árido, Vale do São Francisco.
(C) Tropical, Chapada dos Veadeiros.
(D) Tropical de altitude, Serra do Mar.
(E) Tropical litorâneo, Planalto da Borborema.

3. (EsFCEx 2005/2006) Para responder os itens abaixo considere o texto a seguir:

“Nas áreas mais interiorizadas do Sudeste a precipitação é mais reduzida, com alternância de estação seca e estação chuvosa.
A altitude proporciona boas condições de salubridade e aí se situam conhecidas estações de saúde, como Campos do Jordão-
SP, Poços de Caldas-MG e Itatiaia-RJ, cujas médias térmicas e pluviométricas são as seguintes:

Pode-se afirmar que o tipo climático da região apresentada é próprio do domínio:


(A) Tropical, chamado de tropical de altitude, controlado pela massa de ar tropical marítima (Tm) e pela massa de ar polar
(mP), responsáveis pelo seu regime pluviométrico.
(B) Tropical, chamado de tropical típico, cuja dinâmica é controlada pela massa de ar tropical marítima (Tm) e equatorial
continental (Ec), responsáveis pelo seu regime pluviométrico e elevadas temperaturas.
(C) Tropical, chamado de tropical de altitude, cuja dinâmica é controlada pela massa de ar tropical marítima (Tm) e
equatorial marítima (Em), responsáveis pelo seu elevado regime pluviométrico.

288
O ESPAÇO NATURAL 289

(D) Subtropical, cuja dinâmica é controlada pela massa de ar tropical continental (Tc) e pela massa de ar polar (mP),
responsáveis pelo seu regime pluviométrico e baixas temperaturas médias.
(E) Subtropical, cuja dinâmica é controlada pela massa de ar tropical marítima (Tm) e pela massa de ar polar (mP),
responsáveis pelo seu regime pluviométrico e suas baixas temperaturas.

4. (EsFCEx 2005/2006) A região descrita no texto VI acima caracteriza-se por apresentar:

(A) Concentração de chuvas no verão.


(B) Invernos frios e chuvosos.
(C) Invernos amenos e úmidos.
(D) Verões amenos e secos.
(E) Equilibrada distribuição de chuvas ao longo das estações.

5. (EsFCEx 2006/2007) Sobre a ação das massas de ar na composição dos sistemas atmosféricos e a dinâmica climática do
Brasil, é correto afirmar:

(A) A massa Equatorial Continental é quente e seca, nasce na região amazônica e é responsável pelos invernos secos no
interior do país.
(B) O centro do país possui um clima tropical típico, com duas estações bem definidas: verão úmido, fruto do deslocamento
para o norte da zona de convergência intertropical, e inverno seco.
(C) O encontro das massas Tropical Atlântica (quente e úmida) e Polar Atlântica (fria e úmida) gera no litoral brasileiro
diminuição de temperatura e chuvas frontais, especialmente nos Estados do Sudeste e sul do Nordeste.
(D) Ao longo de todo o ano, uma corrente da massa Polar Atlântica sobe pelo “corredor” do Pantanal e gera o fenômeno
da Friagem no semiárido nordestino, fazendo baixar a temperatura local.
(E) Uma barreira orográfica ao longo da faixa litorânea do país faz com que a chuva de relevo mantenha uma maior umidade
na margem ocidental, ao passo que no lado oriental o vento chega seco.

6. (EsFCEx 2007/2008) Analise as afirmativas abaixo que tratam da dinâmica climática do Brasil, colocando entre parênteses a
letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F quando se tratar de uma afirmativa falsa. A seguir, assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) Áreas subtropicais de baixa pressão (ciclonais) são dispersoras de ventos, a exemplo do litoral de Santa Catarina, abaixo
do Trópico de Capricórnio.
2. ( ) Um exemplo da interferência do relevo no clima é a barreira orográfica formada pelo Planalto da Borborema que faz
com que a massa de ar ganhe altitude e perca umidade a barlavento na escarpa voltada para o Oceano Atlântico. Este é um dos
fatores da semiaridez do interior do Nordeste.
3. ( ) Maceió (AL), Vitória (ES) e Ilhéus (BA) estão na faixa de clima litorâneo úmido com maior pluviosidade no outono e
inverno. Palmas (TO), Brasília (DF) e Cuiabá (MT), no tropical com verão úmido e inverno seco.
4. ( ) O posicionamento astronômico do território brasileiro se dá nos hemisférios norte e sul e no ocidental, com extensão de
cerca de 38º de Latitude por 39º de Longitude. Esta disposição é um dos fatores que produzem a grande diversidade climática
do país.

(A) V; V; V; V
(B) V; F; F; F
(C) V; F; F; V.
(D) F; V; V; F.
(E) F; V; V; V.

289
O ESPAÇO NATURAL 290

7. (EsFCEx 2008/2009) Na figura da página seguinte estão representados esquematicamente os sistemas que influenciam o
clima no Brasil. Analise as afirmativas abaixo e coloque entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira
e a letra F quando se tratar de afirmativa falsa e, a seguir, assinale a alternativa que contém a sequência correta.

1. ( ) A massa Equatorial continental (3) é responsável pela formação de frentes frias que atingem o sul do país.
2. ( ) A massa Polar Atlântica (2) atua na porção meridional do país, sendo responsável pela formação das geadas e neve.
3. ( ) Durante o verão a massa representada pelo número (4), avança sobre as áreas do Brasil central, formando as
precipitações mais volumosas para o Cerrado.
4. ( ) As Florestas Ombrófilas da fachada atlântica são diretamente influenciadas pelas precipitações formadas a partir da
ação da massa equatorial atlântica (5).
5. ( ) O litoral setentrional brasileiro não sofre influência dos sistemas representados pelos números (2) e (3) na figura.

(A) V–V–V–F–F
(B) F–V–F–V–V
(C) V–F–F–F–V
(D) F–V–V–F–V
(E) F–F–F–F–V

8. (EsFCEx 2009/2010) Relacione as diferentes massas de ar com as suas respectivas características e, a seguir, assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta.

MASSAS DE AR CARACTERÍSTICAS
1. ( ) É quente e úmida e vem do Atlântico Norte.
1. Tropical Continental Forma os ventos alísios de nordeste. Sua principal
2. Equatorial Continental atuação é no litoral das Regiões Norte e Nordeste.
3. Equatorial Atlântica 2. ( ) É fria, úmida e originária do Atlântico Sul.
4. Tropical Atlântica 3. ( ) Durante o inverno encontra-se bastante
5. Polar Atlântica fortalecida.
4. ( ) É quente e úmida e vem do Atlântico Sul.
Forma os ventos alísios de sudeste. Atua
principalmente na faixa atlântica leste do Brasil.
5. ( ) É quente e seca, surge na Depressão do
Chaco. Sua área de influência é parte da Região Sul e
Sudeste, e a Região Centro-Oeste
(A) 5 – 4 – 1 – 3
(B) 3 – 5 – 4 – 1
(C) 3 – 5 – 2 – 1
(D) 5 – 3 – 4 – 1
(E) 3 – 2 – 4 – 5

290
O ESPAÇO NATURAL 291

9. (EsFCEx 2010/2011) Em relação as massas de ar no Brasil, assinale a alternativa correta.

(A) A massa Equatorial Atlântica origina-se no oceano Atlântico setentrional e influencia diretamente o clima na região Sul
do país.
(B) A massa Equatorial Continental origina-se na porção norte do país e influencia diretamente o clima seco no Nordeste
Brasileiro.
(C) A massa Polar Atlântica tem atuação apenas na região sul do país.
(D) A massa Tropical Continental forma-se na depressão do Chaco e é responsável pelas chuvas frontais na região Nordeste.
(E) A massa Tropical Atlântica influencia diretamente o clima na faixa leste do país.

10. (EsFCEx 2013/2014) Marque a alternativa correta.

De acordo com dados apresentados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) 2010, o número de conflitos pela água no Brasil
aumentou de 14 (tendo 14.352 pessoas envolvidas) em 2002 para 87 (tendo 197.210 pessoas envolvidas) em 2010. Diante
desse fato, quais são os principais elementos que estão no centro desses conflitos.

(A) A implantação do Programa de Exportação de água para outros países e restrições ao aumento do consumo de água
no Brasil.
(B) O racionamento de água em função do baixo nível dos reservatórios e o racionamento no consumo de energia elétrica.
(C) O uso intensivo da água por parques produtivos de grandes empresas e disponibilização de água sem o devido
tratamento para a população de menor renda.
(D) Grandes obras de infraestrutura e expansão da fronteira agrícola.
(E) O desmatamento, o assoreamento dos rios e a implantação de grandes projetos de piscicultura em áreas irrigadas.

11. (EsFCEx 2006/2007) Sobre a ação das massas de ar na composição dos sistemas atmosféricos e a dinâmica climática do
Brasil, é correto afirmar:

(A) A massa Equatorial Continental é quente e seca, nasce na região amazônica e é responsável pelos invernos secos no
interior do país.
(B) O centro do país possui um clima tropical típico, com duas estações bem definidas: verão úmido, fruto do deslocamento
para o norte da zona de convergência intertropical, e inverno seco.
(C) O encontro das massas Tropical Atlântica (quente e úmida) e Polar Atlântica (fria e úmida) gera no litoral brasileiro
diminuição de temperatura e chuvas frontais, especialmente nos Estados do Sudeste e sul do Nordeste.
(D) Ao longo de todo o ano, uma corrente da massa Polar Atlântica sobe pelo “corredor” do Pantanal e gera o fenômeno
da Friagem no semiárido nordestino, fazendo baixar a temperatura local.
(E) Uma barreira orográfica ao longo da faixa litorânea do país faz com que a chuva de relevo mantenha uma maior umidade
na margem ocidental, ao passo que no lado oriental o vento chega seco.

12. (EsFCEx 2012/2013) A dinâmica do planeta Terra caracteriza-se por uma complexa rede de processos dinâmicos, onde a
energia solar constitui-se em um dos principais processos. Sobre esta dinâmica é correto afirmar que:

(A) Nas altas latitudes ocorre uma maior insolação que nas baixas latitudes, o que é provocado graças ao ar convectivo.
(B) Ecossistemas, como os manguezais, são ecossistemas de extrema importância para a manutenção do equilíbrio térmico
dos oceanos, pois estão localizados nas faixas continentais.
(C) A existência do ozônio molecular é essencial para a absorção da radiação eletromagnética do sol.
(D) O índice de reflexão dos raios solares dos diferentes corpos terrestres é chamado de albedo e é maior nos desertos do
que em uma floresta latifoliada tropical.
(E) O sistema de circulação primária é provocado essencialmente pelo calor absorvido no topo da mesosfera.

13. (EsFCEx 2015/2016) Os meses mais chuvosos ou de maior índice pluviométrico ocorrem no outono e no inverno, quando se
dá o avanço da mPa (Massa Polar Atlântica) e o encontro desta com a mTa (Massa Tropical Atlântica), provocando as chuvas
frontais.

291
O ESPAÇO NATURAL 292

Essas chuvas são, muitas vezes, intensas e que provocam grandes transtornos nas cidades onde ocorrem. A associação correta
entre o tipo climático brasileiro correspondente às características descritas e o exemplo de cidade onde ele ocorre está na
opção:

(A) Clima equatorial úmido – Belém.


(B) Clima tropical de altitude – São Paulo.
(C) Clima subtropical úmido – Curitiba.
(D) Clima litorâneo úmido – Maceió.
(E) Clima tropical típico – Cuiabá.

14. Devido á sua posição geográfica, com influência da tropicalidade, o território brasileiro sofre grande influência de sistemas
meteorológicos, sendo estes os principais responsáveis por episódios de chuvas e estiagens no país, tais como: chuvas nas
regiões Nordeste e Norte, em março e abril, e as estiagens prolongadas ou chuvas intensas no Sudeste e Sul do Brasil. Marque
a alternativa correta acerca da atuação, respectivamente, que esses fenômenos estão associados:

(A) Massa equatorial continental (mEc) e da Massa polar atlântica (mPa).


(B) Massa tropical continental (mTc) e da Massa tropical atlântica (mTa).
(C) Massa equatorial atlântica (mEa) a da Massa tropical continental (mTc).
(D) Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
(E) Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).

292
O ESPAÇO NATURAL 293

3.3. FONTES DE ENERGIA E RECURSOS MINERAIS

Estudante, estamos iniciando este último capítulo de nossa jornada geográfica. E nada mais atual e necesário do que
conversarmos sobre as matrizes energéticas, a fim de compreendermos tanto interesses vinculados por trás de tais usos, quanto
possibilidades à ampliação da variedade energética utilizando-se formas menos agressoras à natureza.

3.3.1. CONCEITOS E TEMAS: AS FONTES DE ENERGIA

As fontes de energia são fundamentais para a sociedade atual. Na verdade, grande parte do panorama que temos hoje, só é
possível porque desenvolvemos, ao longo do tempo, o uso da matriz energética. O processo que leva ao abastecimento energético
do mundo é resultado do desenvolvimento técnico e científico conquistado ao longo do tempo. Mesmo antes da descoberta do
fogo, já estávamos diante do uso de fontes de energia, como o sol. Mas foi com a Revolução Industrial que as matrizes energéticas
alcançaram um caráter produtivo, baseado na lógica capitalista, que vivenciamos nos dias de hoje. Isso aconteceu porque o atual
modelo capitalista é altamente dependente de máquinas industriais e agrícolas, de meios de transporte, de eletricidade
(principalmente no meio urbano) e etc.

O consumo energético aumentou consideravelmente e tem gerado sérios problemas ambientais. Além disso, muitas fontes de
energia não são renováveis e outras são extremamente nocivas ao reino animal. Por isso, muitas pesquisas vêm sendo realizadas
com o intuito de descobrir matrizes limpas e renováveis.

Vejamos alguns TIPOS de energia:

 Convencionais - Petróleo, carvão, lenha, hidroeletricidade, nuclear.

 Alternativas - Álcool, xisto betuminoso, energia solar, eólica, mares.

Quanto a sua RENOVAÇÃO na natureza temos:

 Renováveis - aquela que sua fonte pode ser reposta. Ex: as derivadas de vegetais e biomassa - álcool, biogás, lenha.

 Não renováveis - aquela que existe na natureza e que não pode ser reposta. Ex. petróleo, gás natural, carvão mineral,
xisto betuminoso, urânio.

Quanto ao uso podemos classificar como:

 Primária - de utilização direta - Ex. petróleo

 Secundária - Derivada de uma outra fonte – Ex: Termelétrica

Abaixo vamos classificar algumas fontes de energia.

3.3.1.1. CLASSIFICAÇÃO ENERGÉTICA

O CARVÃO MINERAL é um combustível fóssil muito antigo. Se formou há cerca de 400 milhões de anos a partir do soterramento,
compactação e elevação da temperatura de depósitos vegetais. Teve grande importância durante a primeira revolução industrial,
com o uso das máquinas à vapor. Atualmente, é a segunda fonte de energia mais utilizada no mundo.

O CARVÃO VEGETAL é utilizado há muito tempo. Acredita-se que desde o Egito Antigo, o homem já adotasse essa matriz
energética. Ele é obtido pela queima da madeira e muito utilizado em aquecedores, lareiras, fogões e etc. Também é muito
aplicado para fins fitoterápicos.

O PETRÓLEO surgiu através de restos orgânicos animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares, que sofreram
transformações químicas ao longo de milhares de anos. É uma substância inflamável, com estado físico oleoso e densidade menor
que a água. É composto por uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio, que chamamos de hidrocarbonetos. É a

293
O ESPAÇO NATURAL 294

fonte de energia mais utilizada no mundo, responsável por uma complexa geopolítica internacional. Dele derivam-se vários
produtos como: querosene, óleo diesel, gasolina, solventes, parafina, e gás natural.

Vamos fazer um histórico do uso do Petróleo:

 Em 1938 foi criado CNP – Conselho Nacional de Petróleo- era o mercado da ação do Estado no Planejamento energético
do país

 Em 1939 foi descoberto primeiro poço na Bahia (Lobato).

 Em 1953 foi criado a Petrobrás que teve o monopólio sobre as atividades ligada a produção e refino do petróleo. Ficou
fora do monopólio a distribuição.

 A política energética na década de 50 foi influenciado pelo movimento O PETRÓLEO É NOSSO.

 O modelo de desenvolvimento adotado pelo país foi marcado pela dependência do petróleo, fonte de energia a qual
não éramos autossuficientes e por isso, a nossa economia foi fortemente impactada pelas crises do petróleo na década
de 1970.

 Em 1973 – acordo entre os países exportadores de petróleo – OPEP elevou o preço do petróleo. (Primeira crise do
petróleo)

Figura 99: Derivados do Petróleo

 1975 – Contratos de risco o Brasil descobriu poços na Bacia de campos e posteriormente novas descobertas na
plataforma continental, reduzindo a sua dependência.

 Em 1979 – guerra Irã x Iraque- novos aumentos devido a guerra entre grandes produtores. (Segunda crise do petróleo)

 Hoje, com o Pré-sal podemos nos tornar exportadores visando atrair investimentos para o setor de produção.

294
O ESPAÇO NATURAL 295

CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

A quebra do monopólio estatal

Como vimos antes, a partir de 1989, com a queda do muro de Berlim e a posterior desintegração
do socialismo real no Leste europeu, a globalização da economia, das finanças e da produção
acelerou-se de forma sem precedentes no mundo. Ao mesmo tempo, o neoliberalismo caminhou a
passos largos, transformando as relações econômicas mundiais.

Com base no tripé privatização – desregulamentação – abertura econômica, o neoliberalismo


passou a exercer pressões sobre as economias ou Estados Nacionais. No governo Collor de Mello
(1990-1992) já era possível observar a aplicação dos princípios neoliberais no Brasil: privatizações
de estatais; abertura econômica (importação de automóveis e outros bens, além de investimentos
estrangeiros); e a desregulamentação de alguns setores da economia brasileira.

Mas foi no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-1998) que a questão dos
recursos minerais e do petróleo passou a ser discutida no plenário do Congresso Nacional, em meio
a muitos outros temas. Em 1997, foi aprovado o fim do monopólio estatal do petróleo exercido pela
Petrobras.
(Melhem Adas – Panorama Geográfico do Brasil, contradições, impasses e desafios socioespaciais –. p.
161 e 162).

O GÁS NATURAL é composto por uma mistura de hidrocarbonetos leves (metano, etano, propano, butano e outros) que quando
submetidos à temperatura ambiente e pressão atmosférica se mantém em estado gasoso. Pode ser obtido através de petróleo e
queima de biomassa (bagaço de cana-de-açúcar). O biogás (por biomassa) é um combustível renovável, que resulta em menos
impacto ao ambiente e é mais barato.

Gás Natural no Brasil

O gás natural produzido no Brasil é predominantemente de origem associada ao petróleo (73%) e


se destina a outros mercados de consumo que não somente a geração de energia termelétrica. Além
disso, uma vez produzido, o gás natural se distribui entre diversos setores de consumo, com fins
energéticos e não-energéticos: utilizado como matéria-prima nas indústrias petroquímica (plásticos,
tintas, fibras sintéticas e borracha) e de fertilizantes (ureia, amônia e seus derivados), comércio,
serviços, domicílios etc., nos mais variados usos.

Segundo dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), de um total aproximado de
474 bilhões de m³ de gás natural em 2007, 78% das reservas provadas nacionais deste energético
se localizam no mar (campos off shore), e o restante (22%) se localiza em campos terrestres (on
shore).

De acordo com os últimos estudos, as perspectivas de maior oferta de gás natural no Brasil estão
principalmente na Bacia de Santos, além de no Espírito Santo e na Bacia de Campos, no Estado do
Rio de Janeiro, que hoje concentra 44% da produção deste energético no Brasil.

Disponível em: http://www.mma.gov.br/clima/energia/fontes-convencionais-de-energia/gas-


natural, acesso em 05/03/2015

A BIOMASSA é gerada pela de composição, em curto prazo, de materiais orgânicos (esterco, restos de alimentos, resíduos
agrícolas).

295
O ESPAÇO NATURAL 296

Biomassa no Brasil

Assim como no resto do mundo, no Brasil, o uso da biomassa, uma fonte de energia
renovável se dá por meio da lenha, restos de madeira, carvão vegetal, dejetos de animais
(como no caso do porco), álcool, bagaço da cana entre outras fontes primárias de energia.

Em relação à necessidade energética do país, cerca de 30% é suprido pela biomassa, na


forma de carvão vegetal para redução de ferro gusa em fornos das siderúrgicas, de
combustível sustentável para fábricas de cimento no Nordeste e de lenha para queima de
cerâmicas.

Outra possibilidade no uso da biomassa é o bagaço da cana para geração de vapor para a
produção de energia elétrica usada nas usinas de açúcar e álcool.

Além de tudo no país, a biomassa auxilia na redução dos desastres naturais ocasionados
pelo desmatamento dos recursos naturais e também contribui com o incremento na
economia e geração de renda e emprego.

A ENERGIA SOLAR tem custo elevado de implantação. É uma fonte limpa captada para gerar calor e eletricidade.

Energia Solar no Brasil

As aplicações práticas da energia solar podem ser divididas em dois grupos: energia solar
fotovoltaica, processo de aproveitamento da energia solar para conversão direta em energia
elétrica, utilizando os painéis fotovoltaicos e a energia térmica (coletores planos e
concentradores) relacionada basicamente aos sistemas de aquecimento de água.

As vantagens da energia solar, ficam evidentes, quando os custos ambientais de extração,

CPF
geração, transmissão, distribuição e uso final de fontes fósseis de energia são comparadas à
geração por fontes renováveis, como elas são classificadas.

Conforme dados do relatório "Um Banho de Sol para o Brasil" do Instituto Vitae Civilis, o Brasil,
por sua localização e extensão territorial, recebe energia solar da ordem de 1013 MWh (mega
Watt hora) anuais, o que corresponde a cerca de 50 mil vezes o seu consumo anual de
eletricidade. Apesar disso, possui poucos equipamentos de conversão de energia solar em outros
tipos de energia, que poderiam estar operando e contribuindo para diminuir a pressão para
construção de barragens para hidrelétricas, queima de combustíveis fósseis, desmatamentos
para produção de lenha e construção de usinas atômicas.

No Brasil, entre os esforços mais recentes e efetivos de avaliação da disponibilidade de radiação


solar, destacam-se os seguintes:

a. Atlas Solarimétrico do Brasil, iniciativa da Universidade Federal de Pernambuco


(UFPE) e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), em parceria com o
Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (CRESESB);

b. Atlas de Irradiação Solar no Brasil, elaborado pelo Instituto Nacional de Meteorologia


(INMET) e pelo Laboratório de Energia Solar (Labsolar) da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC).

Os resultados destes trabalhos mostram que a radiação solar no país varia de 8 a 22 MJ/m2
durante o dia, sendo que as menores variações ocorrem nos meses de maio a julho, quando a
radiação varia entre 8 e 18 MJ/m2. Ainda de acordo com o resultado dos estudos, o Nordeste
brasileiro é a região de maior radiação solar, com média anual comparável às melhores regiões
do mundo, como a cidade de Dongola, no deserto do Sudão, e a região de Dagget, no Deserto
de Mojave, Califórnia, EUA.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/clima/energia/energias-renovaveis/energia-solar, acesso em 15/03/2015.

296
O ESPAÇO NATURAL 297

Figura 100: Energia solar.

A ENERGIA EÓLICA é gerada pelo vento. Grandes hélices são instaladas em áreas abertas que quando movimentadas geram
energia. É uma fonte limpa e inesgotável.

Energia Eólica no Brasil

A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em


1992. Dez anos depois, o governo criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas
de Energia Elétrica (Proinfa) para incentivar a utilização de outras fontes renováveis, como
eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O Brasil realizou o seu primeiro

energia.
CPF
leilão de energia eólica em 2009, em um movimento para diversificar a sua matriz de

Desde a criação do Proinfa, a produção de energia eólica no Brasil aumentou de 22 MW


em 2003 para 602 MW em 2009, e cerca de 1000 MW em 2011(quantidade suficiente para
abastecer uma cidade de cerca de 400 mil residências). Considerando o potencial eólico
instalado e os projetos em construção para entrega até 2013, o país atingirá no final de
2013 a marca dos 4400 MW. Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade
para gerar até 140 GW.

O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo


com os meses de menor intensidade de chuvas, ou seja, nos meses em que falta chuva é
exatamente quando venta mais! Isso coloca o vento como uma grande fonte suplementar
à energia gerada por hidrelétricas, a maior fonte de energia elétrica do país. Durante este
período pode-se preservar as bacias hidrográficas fechando ou minimizando o uso das
hidrelétricas. O melhor exemplo disto é na região do Rio São Francisco. Por essa razão,
esse tipo de energia é excelente contra a baixa pluviosidade e a distribuição geográfica
dos recursos hídricos existentes no país.

A maior parte dos parques eólicos se concentra nas regiões nordeste e sul do Brasil. No
entanto, quase todo o território nacional tem potencial para geração desse tipo de energia.
O desenvolvimento da energia eólica no Brasil está ajudando o país a alcançar seus
objetivos estratégicos de aumentar a segurança energética, reduzir as emissões de gases
de efeito estufa e criando empregos.

297
O ESPAÇO NATURAL 298

Figura 101: Energia eólica

Abaixo, um mapa com o potencial eólico brasileiro por região.

Figura 102: Potencial eólico brasileiro por região brasileira.

298
O ESPAÇO NATURAL 299

Figura 103: Infográfico: Os dez parques eólicos com maior produção de energia.

299
O ESPAÇO NATURAL 300

Figura 104: Energia eólica em números.


Fonte: Disponível em: https://evolucaoenergiaeolica.wordpress.com/energia-eolica-no-brasil/, acesso em 05/03/2015.

A USINA TERMOELÉTRICA é uma instalação industrial que produz energia a partir do calor gerado pela queima de combustíveis
fósseis (como carvão mineral, óleo, gás, entre outros) ou por outras fontes de calor (como a fissão nuclear, em usinas nucleares).

Usinas Termoelétricas no Brasil

O Brasil é um país com grande potencial hídrico, logo a energia termoelétrica é utilizada
de forma estratégica, pois só ocorre quando há diminuição de água devido à falta de
chuvas nas barragens que abastecem as hidrelétricas.

Na atualidade existe algo em torno de 50 usinas termoelétricas espalhadas no território


nacional em diversos estados. O potencial de todas as usinas em pleno funcionamento
pode chegar a 15 mil MW de energia (Megawatts), o que corresponde há mais ou
menos 7,5% da participação do sistema elétrico nacional.

A ENERGIA NUCLEAR é obtida por determinadas elementos químicos como o Urânio. O núcleo é desintegrado e uma enorme
quantidade de energia é liberada, utilizada para gerar eletricidade nas usinas. Embora não produza poluentes, a quantidade de
lixo nuclear e o risco de acidentes em usinas nucleares são pontos negativos.

Energia Nuclear no Brasil

No Brasil há um programa nuclear, o qual faz o uso amplo da energia nuclear, voltado
sempre para fins pacíficos. Na atualidade e em funcionamento há cerca de 3 mil instalações
em todo o território nacional, porém não são usinas e sim instalações que de alguma maneira
exploram a energia nuclear. Utilizam materiais ou até mesmo fontes radioativas como
combustível para a indústria, na saúde e na área química também existem diversas

300
O ESPAÇO NATURAL 301

pesquisas. Mesmo com o desenvolvimento de projetos na área, a energia produzida por meio
do combustível nuclear é ainda pequena, sobretudo em relação à energia hidrelétrica e
termoelétrica.

Em operação atualmente no Brasil existem duas usinas: Angra 1 e Angra 2, localizadas nos
municípios de Angra dos Reis com potencial de 2 mil megawatts. E em 2018 a Usina de
Angra 3 deverá entrar em operação comercial e gerará 1.405 megawatts e juntamente com
as outras duas produzirá energia equivalente a 50% do consumo do estado do Rio de
Janeiro.

A ENERGIA GEOTÉRMICA é obtida através das camadas profundas da crosta terrestre, que possuem um alto nível de calor
(podendo atingir 5.000°C). As usinas utilizam o calor para acionar turbinas elétricas e gerar energia.

As HIDRELÉTRICAS transformam energia mecânica proveniente da força das águas em eletricidade. São fontes renováveis de
energia, mas que causam alguns danos ambientais.

Hidrelétricas no Brasil:

Dez maiores hidrelétricas respondem por 28,9% da capacidade instalada


brasileira

As dez maiores usinas hidrelétricas (UHE) do País respondem por 28,9% da capacidade
instalada brasileira. Juntas, a potência outorgada chega a 32,9 mil Megawatts (MW),
enquanto a capacidade total do País é de 114,07 mil MW, proveniente de hidrelétricas,
termelétricas, eólicas, fotovoltaica e maremotriz.

A capacidade total dessas usinas equivale a 42,7% dos 77,3 mil MW da potência de

CPF
geração apenas hidrelétrica. Os dados foram fazem parte do Banco de Informações da
Geração (BIG) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

As usinas de Tucuruí I e II, construídas no rio Tocantins, em Tucuruí, no Pará, lideram o


ranking, com 8,37 mil de capacidade instalada total. O segundo lugar é ocupado por Itaipu
que, por ser binacional (Brasil e Paraguai), contabiliza 7 mil MW, metade de sua potência
total.

A terceira posição é da UHE Ilha Solteira, no Rio Paraná, entre os municípios de Ilha
Solteira (SP) e Selvíria (MS), com 3,44 mil MW. A UHE Xingó, construída no Rio São
Francisco, entre Piranhas (AL) e Canindé de São Francisco (SE), tem a quarta maior
potência, com 3,16 mil MW, seguida da UHE Paulo Afonso IV, também instalada no Rio
São Francisco, em Paulo Afonso, na Bahia, com 2,46 mil MW.
Fonte: http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2011/04/dez-maiores-hidreletricas-respondem-por-28-9-da-
capacidade-instalada-brasileira.

Figura 105: Hidrelétrica.

301
O ESPAÇO NATURAL 302

Figura 106: Hidrelétricas.

Agora que já conhecemos algumas fontes de energia, vamos refletir sobre o caso brasileiro.

3.3.2. AS POLÍTICAS ENERGÉTICAS NO BRASIL

A política energética brasileira é composta pelas diretrizes estabelecidas pelo governo federal para administrar a exploração dos
recursos encontrados em território nacional. Os órgãos responsáveis são:

 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA acompanha o exercício do Poder Executivo, criando normas, acomp anhando e
avaliando programas federais para o setor energético. Tem como autarquias vinculadas a ANEEL (Agência Nacional de
Energia Elétrica), ANP (Agência Nacional de Petróleo) e o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral);

 Conselho Nacional de Política Enerética (CNPE);

 Algumas SECRETARIAS como: de Planejamento e Desenvolvimento Energético; de Energia Elétrica e de Petróleo, Gás
Natural e Combustíveis Renováveis;

Falaremos agora de dados. Em 2011, o Brasil produziu, aproximadamente, 86 GW de eletricidade e uma média de 2 milhões de
barris de petróleo por dia. O alto número é na verdade pouco para 200 milhões de pessoas, como o IBGE verificou com a pesquisa
de energia per capita em 2013. Veja o gráfico a seguir sobre a produção de algumas fontes de energia ao longo de 11 anos:

302
O ESPAÇO NATURAL 303

Figura 107: Panorama brasileiro de usinas hidrelétricas.

Veja o gráfico a seguir sobre a produção de algumas fontes de energia ao longo de 11 anos:

Figura 108: Gráfico de produção de energia primária.

303
O ESPAÇO NATURAL 304

No Brasil, 60% da energia elétrica gerada nas casas e estabelecimentos públicos provém de usinas hidroelétricas. O mapa a
seguir especializa as usinas em construção e já concluídas.

Quando há risco de grandes apagões, as usinas termelétricas se tornam a garantia do governo de que o sistema
energético é seguro. Hoje, elas respondem por 27% da energia brasileira. Na Bahia, um parque eólico está pronto, mas ainda
não está em funcionamento e mesmo com o investimento de RS 1,2 bilhão, a linha de transmissão ainda não foi instalada. Em
Angra dos Reis, funcionam duas usinas nucleares responsáveis por cerca 2% da geração, no Brasil. A terceira usina deve ficar
pronta em 2018.

Belo Monte

Figura 109: Usina de Belo Monte.


Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI256084-15223,00.html, acesso em 19/03/2015.

304
O ESPAÇO NATURAL 305

Figura 110: Usina de Santo Antônio.

LEITURA COMPLEMENTAR:

Qual o impacto ambiental da instalação de uma hidrelétrica?

É um estrago e tanto. Na área que recebe o grande lago que serve de reservatório da hidrelétrica, a natureza se transforma: o
clima muda, espécies de peixes desaparecem, animais fogem para refúgios secos, árvores viram madeira podre debaixo da
inundação...

E isso fora o impacto social: milhares de pessoas deixam suas casas e têm de recomeçar sua vida do zero num outro lugar. No
Brasil, 33 mil desabrigados estão nessa situação, e criaram até uma organização, o Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB). Pode parecer uma catástrofe, mas, comparando com outros tipos de geração de energia, a hidrelétrica até que não é
ruim. Quando consideramos os riscos ambientais, as usinas nucleares são mais perigosas. E, se pensarmos no clima global, as
termoelétricas - que funcionam queimando gás ou carvão - são as piores, pois lançam gases na atmosfera que contribuem para
o efeito estufa.

305
O ESPAÇO NATURAL 306

A verdade é que não existe nenhuma forma de geração de energia 100% limpa. "Toda extração de energia da natureza traz
algum impacto. Mesmo a energia eólica (que usa a força do vento), que até parece inofensiva, é problemática. Quem vive embaixo
das enormes hélices que geram energia sofre com o barulho, a vibração e a poluição visual, além de o sistema perturbar o fluxo
migratório de aves, como acontece na Espanha", afirma o engenheiro Gilberto Jannuzzi, da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).

Outro problema das fontes alternativas é o aspecto econômico: a energia solar, por exemplo, é bem menos impactante que a
hidrelétrica, mas custa dez vezes mais e não consegue alimentar o gasto elevado das grandes cidades. Por causa disso, os
ambientalistas defendem a bandeira da redução do consumo. Pelas contas do educador ambiental Sérgio Dialetachi, coordenador
da campanha de energia do Greenpeace, daria para economizar 40% da energia produzida no país com três medidas. Primeiro,
instalando turbinas mais eficientes nas usinas antigas. Segundo, modernizando as linhas de transmissão e combatendo o roubo
de energia. Terceiro, retornando ao comportamento da época do racionamento, em 2001, com equipamentos e hábitos menos
gastadores. Tudo isso evitaria que novas hidrelétricas precisassem ser construídas, protegendo um pouco mais nosso planeta.
Disponível em:http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-o-impacto-ambiental-da-instalacao-de-uma-hidreletrica, acesso em 19/03/2015

3.3.3. RECURSOS MINERAIS DO BRASIL

Neste capítulo trataremos da exploração dos recursos minerais no território brasileiro sob a égide da constituição, como também,
direcionaremos nosso conteúdo para as áreas geológicas que concentram os principais minerais, principalmente, os minerais
metálicos.

3.3.3.1. CONCESSÕES PARA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO


BRASILEIRA

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade
distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade
do produto da lavra.

As concessões ou autorizações para explorações realizadas com capital estrangeiro eram restritas pela Constituição até 1995,
quando, por meio de uma Emenda Constitucional, tais restrições foram removidas. Desde então, com a entrada dos investimentos
das multinacionais, o crescimento do setor tem sido ampliado. As 119 minas de grande porte (2006) podem ser classificadas de
acordo com as classes minerais. Os minerais podem ser: metálicos (tratados nesse texto), não-metálicos (amianto, argilas, areia,
cálcio, rochas britadas, entre outras), gemas e diamantes, e energéticos. Entre minas de grande, médio e pequeno portes existem,
no Brasil, 2.647 minas legalizadas (considerando todas as classes minerais).

Na Constituição, são estabelecidas as regras para a concessão de áreas para extração mineral. Dentre as principais está a
obrigatoriedade das concessionárias em recompor as áreas atingidas pela mineração, independente do tipo de minério. Os
prejuízos ambientais causados pela exploração de minérios são, portanto, menores quanto maior for a responsabilidade da
empresa concessionária, e quanto maior for a fiscalização realizada pelos órgãos competentes. Porém, o que geralmente ocorre
é o não cumprimento da legislação, promovida pela falta de fiscalização.

ASPECTOS MINERALÓGICOS

As principais jazidas minerais do país estão situadas na Serra dos Carajás/PA (minério de ferro, manganês), Vale do Trombetas/PA
(bauxita), Quadrilátero Ferrífero (minério de ferro, manganês), Maciço do Urucum/MS (minério de ferro, manganês). Vide mapa.

306
O ESPAÇO NATURAL 307

Figura 11183: Jazidas.


Fonte: Adaptado de Graça M. L. Ferreira, Moderno atlas geográfico, p.38

A mineração de ferro é a principal atividade extrativa do país. O Brasil possui a quinta maior reserva do mundo, com um total
estimado de 40 a 50 bilhões de toneladas, e é o segundo maior produtor. As maiores reservas estão no Quadrilátero Ferrífero,
no estado de Minas Gerais, e na serra dos Carajás, no estado do Pará. Em Minas Gerais, o ferro apresenta altos teores e é
explorado por dois sistemas independentes: no Vale do Rio Doce, pela estrada de ferro Vitória-Minas que exporta pelo porto de
Tubarão (Espírito Santo), e no Vale rio do Parauapebas, pela estrada de ferro Centro-Atlântica de onde o ferro é levado ao porto
de Sepetiba no Rio de Janeiro para ser exportado. Na serra dos Carajás, os recursos para a exploração do minério de ferro foram
adquiridos no exterior em forma de empréstimos, por meio do projeto Grande Carajás. Obras como a usina hidrelétrica de Tucuruí,
a estrada de ferro Carajás/São Luís, o porto Ponta da Madeira (de capital privado e adjacente ao porto do Itaqui que é o principal),
na capital do Maranhão, favorecem a exportação não apenas do ferro, mas também do manganês e do alumínio.

A reserva de manganês do Brasil é a quinta maior do mundo, e o país é o terceiro maior produtor, superado apenas pela África
do Sul e pelos membros da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). As maiores reservas nacionais estão localizadas no
Pará (serra dos Carajás), em Mato Grosso do Sul (maciço de Urucum) e em Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero).

O Brasil detém aproximadamente 20% das reservas mundiais conhecidas de bauxita, o principal minério de alumínio das jazidas
do país. Ocupa o terceiro lugar em reservas, superado apenas pela Austrália e pela Guiné; é o segundo em produção. A maior
parte das reservas, com teor médio de 45%, está localizada no Pará, principalmente nas jazidas próximas ao rio Trombetas, em
Oriximiná, onde a extração mineral e o beneficiamento são realizados pela Vale S.A.

a) RECURSOS MINERAIS METÁLICOS

São recursos minerais encontrados na natureza, que possuem dureza (com exceção do mercúrio), densidade, condutividade, e
quase sempre interesse econômico. No Brasil existem diversos minerais metálicos, porém serão citados os principais.

 Minério de ferro

Cotado como um dos principais itens exportados pelo Brasil possui grande importância econômica porque é a matéria prima
básica para o aço (liga) que tem inúmeras utilidades. As maiores reservas de minério de ferro são: Quadrilátero Ferrífero (Minas
Gerais) e Serra dos Carajás (Pará).
IMPORTANTE!

O Quadrilátero Ferrífero e a Serra dos Carajás são as principais áreas produtoras de minérios metálicos no Brasil.

307
O ESPAÇO NATURAL 308

 Minério de Manganês

Um dos elementos básicos do aço, o minério de manganês é utilizado também como desintoxidante e dessulfurante. A maior
parte de sua produção está concentrada na região norte, sendo que o estado do Amapá é responsável por cerca de 60 % do que
é produzido no Brasil, entretanto as reservas da Serra do navio, desse estado, estão quase esgotadas.

 Nióbio

Metal empregado na fabricação de fios supercondutores e até turbinas de aviões. O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio.
A sua maior reserva fica em Minas Gerais, próximo à cidade de Araxá.

 Bauxita

É da bauxita que é extraído o alumínio, metal de inúmeras utilidades e indispensável para o homem atualmente. Sua principal
Jazida está localizada no vale do rio trombetas (Pará). A Companhia de Mineração Rio do Norte (CMRN) é a maior empresa
mineral exploradora de bauxita, sendo que sua maior acionista é a Vale S.A.A maior parte das reservas de bauxita (Brasil, 2º
produtor mundial) está localizada no Pará, principalmente nas jazidas próximas ao rio Trombetas.

 Ouro

O Brasil está entre os principais produtores mundiais, sendo que Minas Gerais é a maior produtora Nacional.Muito utili zado em
Jóias, tratamento dentário e em muitos setores da indústria o ouro é e foi muito cobiçado pelo mundo todo pelo seu valor
comercial.

 Cassiterita

Dele é extraído o estanho, muito utilizado em liga com chumbo para realizar solda, empregada na eletrônica. O estado do
Amazonas é o principal produtor nacional, entretanto o estado de São Paulo é nosso maior consumidor interno.

O Brasil possui cerca de 7% das reservas mundiais de cassiterita (2º produtor mundial), o único minério comercializável de
estanho. As maiores reservas estão localizadas em Rondônia.

a) RECURSOS MINERAIS NÃO METÁLICOS

Possuem utilidades diversas, como materiais de construção (calcário), na alimentação (sal de cozinha e água) entre outras de
indiscutível importância. O Brasil ocupa o oitavo lugar (em ordem decrescente - China, EUA, Alemanha, Índia, Canadá, Austrália,
México e Brasil) entre os maiores produtores mundiais de sal de cozinha. O porto de Areia branca (RN) é o principal terminal
exportador de sal no Brasil.

b) RECURSOS MINERAIS RADIOATIVOS:

O Brasil explora Urânio e Tório, dois minerais utilizados na produção de energia nuclear. Recentemente, foi localizada no Par á
uma grande reserva de Urânio. O Tório, também escasso, é encontrado principalmente no Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O Brasil é muito rico em recursos minerais. Os países com maior potencial mineral são, além do Brasil: Canadá, Austrália,
Federação Russa, China e Estados Unidos. Além de uma grande diversidade de minerais explorados no país (mais de 55 minerais
diferentes, atualmente), o Brasil possui algumas das maiores reservas de minerais do mundo. Aproximadamente 8% das reservas
de ferro do mundo estão no Brasil, sendo esse o principal minério extraído no país. Outro mineral, o nóbio, tem suas maiores
reservas ocidentais no Brasil. Os principais minérios encontrados no Brasil são: ferro, bauxita, cobre, cromo, ouro, estanho, níquel,
manganês, zinco, potássio, entre outros.

Mineral não-metálico, o sal é usado na indústria química, na pecuária, na alimentação humana e para vários fins industriais. O
Rio Grande do Norte participa com mais de 80% da produção de sal marinho, com suas salinas em Areia Branca, Mossoró e
Macau.

308
O ESPAÇO NATURAL 309

Observação 1

O Projeto Grande Carajás (PGC) é gerido pela Companhia Vale. Empresa também responsável pela exploração de minério de ferro
nos 7.000Km² do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, no Maciço do Urucum, maior reserva de manganês do país e terceira
de ferro, em Corumbá/MS e aparece como maior acionista da extração de bauxita no Vale Trombetas/PA.

Observação 2

Em set. 2007, com patrimônio estimado em R$ 92 bilhões, a Vale S.A. foi vendida em maio de 1997 a R$ 2,1 bilhões. Somente
no primeiro ano após a privatização, a empresa teve lucro de R$ 10 bilhões. 107 medidas judiciais entre ações populares e ações
civis públicas tentam reverter a venda, realizada em maio de 1997.

Terminamos a nossa apostila! Depois de uma trajetória de muitos elementos apreendidos. Sugerimos sempre que você pratique
através dos exercícios. Comece utilizando somente as fichas-resumos, sem consultar a apostila, e tão breve você já estará
resolvendo todos!

Outra sugestão, é que você sempre faça anotações utilizando as suas palavras ou analogias necessárias ao entendimento. Anotar
na ajuda a retomar aquilo que lemos, armezenamos ao verdadeiro entendimento.

Foi maravilhoso estar com vocês, e desejamos MUITO SUCESSO!!

309
O ESPAÇO NATURAL 310

3.3.4. RESUMO

CAPÍTULO 10: FONTES DE ENERGIA

Conceitos e temas:

 Convencionais de energia

Muito utilizadas: petróleo, carvão mineral, lenha...

 Fontes alternativas de energia

Alternativas às fontes de energia atuais: etanol, xisto betuminoso, eólica...

 Fontes renováveis de energia

Fonte que pode ser reposta na natureza: biomassa, fotovoltaica, eólica...

 Fontes não renováveis de energia

O tempo de reposição e muito longo, milhões de anos: petróleo, gás natural...

 Fontes primárias de energia

Aquelas de utilização direta: petróleo, carvão mineral...

 Fontes secundárias de energia

Oriunda / derivada de outra fonte de energia: termelétrica, termonuclear...

Fontes de geração de energia elétrica

 Termelétrica

A partir da queima de, sobretudo, de combustíveis fósseis.

 Termonuclear;

O Urânio é o mineral / fonte energia que gera eletricidade.

 Hidrelétrica;

Energia hidráulica, ou seja, pela força da água.

Demais fontes de energia

 Eólica (a partir dos ventos);

 Solar / Fotovoltaica (por meio dos raios solares);

 Maremotriz (a partir das marés oceânicas);

 Ondomotriz (a partir das ondas oceânicas);

 Geotérmica (oriunda do calor interno da Terra).

310
O ESPAÇO NATURAL 311

Questões de Provas:
(APOSTILA NÃO COMENTADA CURSO CIDADE)

2001/2002 -

2003/2004 -

2009/2010 -

2001/2002 -

2002/2003 -

2003/2004 -

2005/2006 -

2008/2009 -

2010/2011 -

2008/2009 -

2006/2007 -

2010/2011 -

2011/2012 -

2014/2015 -

2015/2016 -

311
O ESPAÇO NATURAL 312

3.3.5. EXERCÍCIOS

1. (G1 - cftpr) O projeto Carajás, localizado no divisor Araguaia-Xingu, é uma província mineralógica de grande importância para
a região onde está inserido. Essa reserva mineral está localizada:

(A) Na região Nordeste, no Estado do Maranhão.


(B) Na região Centro Oeste, no Estado do Tocantins.
(C) Na região Norte, no Estado do Amazonas.
(D) Na região Norte, no Estado do Pará.
(E) Na região Norte, no Estado do Amapá.

2. (G1 - utfpr) Em relação aos recursos minerais do Brasil, analise as proposições e assinale a alternativa que contém todas as
proposições corretas.

I. A maior reserva de Ferro está na província de Carajás no Pará, com quase 80% das jazidas. É essencial ao setor elétrico
devido à condutividade e maleabilidade.
II. O Cobre é o principal mineral exportado pelo Brasil. É extraído principalmente da hematita, magnetita, limonita e siderita.
III. Alumínio é extraído da bauxita por processo de eletrólise. As maiores reservas nacionais estão no Pará.
IV. O estanho é extraído da cassiterita e sua utilização tem se ampliado principalmente na formação de ligas.
V. O Manganês é o segundo minério em importância no Brasil. Sua maior utilização está na fabricação do aço, misturado ao
ferro, no setor metalúrgico de ferro-liga.

(A) I, IV e V.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) III, IV e V.
(E) II, III e V.

3. (Puccamp) A marcha do povoamento.

(Adaptado de José William Vesentini. “Geografia: série Brasil”. São Paulo: Ática, 2003. p. 181)

312
O ESPAÇO NATURAL 313

A região X assinalada no mapa do Brasil associa-se à área produtora de:

(A) Sal marinho, cuja ocorrência liga-se às condições climáticas do litoral: altas temperaturas, estação seca prolongada e
ventos constantes.
(B) Carvão mineral, cuja ocorrência liga-se à presença de terrenos de origem permocarbonífera.
(C) Petróleo, cuja ocorrência liga-se à presença de rochas sedimentares e detritos orgânicos.
(D) Bauxita, voltada para atender as necessidades das unidades produtoras de alumínio.
(E) Óleos vegetais extraídos dos cocos de babaçu e carnaúba.

4. (Uel) A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) entrou em funcionamento em 1946 e constituiu a primeira operação em grande
escala na indústria pesada da América Latina.

Assinale a alternativa que corretamente apresenta o local e os critérios considerados para a escolha do local da siderúrgica.

(A) Local: Vale do Paraíba. Critérios: possibilidade de reunir matérias-primas a um custo relativamente baixo e de distribuir
os produtos acabados para os dois principais mercados consumidores: São Paulo e Rio de Janeiro.
(B) Local: Vale do Ribeira. Critérios: infraestrutura logística, necessidade de escoamento da produção e do transporte de
mercadorias.
(C) Local: Triângulo Mineiro. Critérios: possibilidade de interiorização do desenvolvimento econômico e proximidade com os
centros transformadores e consumidores dos produtos: Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
(D) Local: Quadrilátero Ferrífero. Critérios: possibilidade de reunir matérias-primas a um baixo custo e de distribuir os
produtos voltados à exportação para os dois principais portos brasileiros: Rio de Janeiro e Tubarão.
(E) Local: Vale do Jequitinhonha. Critérios: proximidade com as principais capitais brasileiras, com o mercado de trabalho
e consumo e com os principais corredores de exportação do país.

5. (Ufrs) Observe o mapa a seguir, que apresenta a localização dos mais importantes depósitos lateríticos do Brasil.

Os locais identificados pelos números 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, a depósitos lateríticos de:

(A) Alumínio, ferro, manganês e níquel.


(B) Ferro, manganês, níquel e alumínio.
(C) Níquel, manganês, alumínio e ferro.
(D) Manganês, ferro, níquel e alumínio.
(E) Manganês, ferro, alumínio e níquel.

313
O ESPAÇO NATURAL 314

6. (Ufsm) Observe e compare os mapas:

SIMIELLI, M.E. “Geoatlas”. São Paulo: Ática, 2002. p. 82, 83.

Considerando os mapas de geologia e de recursos minerais do Brasil, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) nas alternativas a
seguir.

1. ( ) Os minerais metálicos são explorados nas áreas de predomínio de rochas sedimentares muito antigas.
2. ( ) Nas áreas de escudos e faixas de dobramentos antigos, concentra-se a exploração de minerais tanto metálicos quanto
não-metálicos.
3. ( ) Os minerais energéticos são explorados, essencialmente, onde predominam estruturas geológicas sedimentares.
4. ( ) A maior parte dos minerais está sendo igualmente explorada nas áreas de rochas sedimentares e nas de estruturas
cristalinas.

A sequência correta é:

(A) V - V - F - V.
(B) V - F - V - F.
(C) F - V - V - F.
(D) F - F - V - V.
(E) F - V - F - V.

7. (Faap) Mais da metade do carvão mineral consumido pelas usinas siderúrgicas brasileiras precisa ser importada. Isso decorre:

(A) Das reservas relativamente pequenas de carvões minerais do Brasil, de modo que, estrategicamente, o governo federal
restringe o seu consumo interno.
(B) Da inexistência, no Brasil, de carvões minerais coqueificáveis.
(C) Da pouca qualidade dos carvões coqueificáveis brasileiros, cujas áreas de produção, no Rio Grande do Sul, são aliás,
mais distantes das siderurgias do Sudeste.
(D) Da pouca qualidade dos carvões minerais brasileiros do ponto de vista de sua coqueificação.
(E) De ausência de uma política adequada de mineração que aproveite os abundantes jazimentos de carvão mineral
coqueificação existentes em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

8. (Ufmg) Em relação às fontes alternativas de energia no Brasil, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:

(A) A flora brasileira caracteriza-se por uma grande variedade de plantas que podem produzir óleos e materiais combustíveis.
(B) A produção de carvão, a partir da vegetação natural e de reflorestamentos, está sendo incentivada e ampliada.

314
O ESPAÇO NATURAL 315

(C) A radiação solar é uma fonte renovável de energia de grande potencialidade em largas regiões do país, sobretudo no
Nordeste.
(D) Os pequenos rios que descem as encostas dos planaltos para o litoral são bons alternativas para a produção de
eletricidade.
(E) O vento, em algumas regiões, é uma importante alternativa energética para pequenas unidades de consumo.

9. (Mackenzie) A respeito das recentes descobertas de jazidas petrolíferas no Brasil, considere as afirmações:

I. O pré-sal é uma camada de rochas-reservatório que se encontra abaixo de uma extensa camada de sal, desde o litoral
do Estado do Espírito Santo até o litoral de Santa Catarina;
II. Tupi, Júpiter, Carioca, Pão-de-Açúcar, Iara, Guará, Bem-Te-Vi, Parati e Marfim Sul são reservatórios em área do Pré-Sal,
já licitados para exploração; e
III. A produção de petróleo nessas áreas, apesar de importante, não revela uma possível autossuficiência brasileira no setor,
devido à forte dependência do consumo desse combustível no país.

Então:

(A) Apenas I e III estão corretas.


(B) Apenas I e II estão corretas.
(C) Apenas II e III estão corretas.
(D) I, II e III estão corretas.
(E) Apenas III está correta.

315
O ESPAÇO NATURAL 316

3.3.6. EXERCÍCIOS DE PROVA

1. (EsFCEx 2001/2002) As jazidas de minério de ferro com maior teor médio de ferro localizam-se no (a):

(A) Maciço do Urucum, no Pantanal Mato-Grossense


(B) Serra dos Carajás, no Pará
(C) Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais
(D) Vale do rio Trombetas, no Amazonas
(E) Ponta da Madeira, no Maranhão

2. (EsFCEx 2003/2004) O Brasil é extremamente rico em minérios metálicos, pois os escudos cristalinos afloram em 36% do seu
território. As maiores jazidas desses minérios encontram-se, na:

(A) Província da Mantiqueira.


(B) Província do Tocantins.
(C) Província do Xingu.
(D) Província do São Francisco.
(E) Guiana Meridional.

3. (EsFCEx 2009/2010) Sobre a questão dos recursos minerais no Brasil, é correto afirmar que:

(A) A criação das estruturas estatais como a Companhia Siderúrgica Nacional e Petrobrás foi importante para o crescimento
do setor, apoiada em uma forte participação do capital privado.
(B) O primeiro Código de Minas no Brasil fez importante ressalva à exploração de bens minerais, reservando somente aos
brasileiros sua exploração, aspecto ainda hoje mantido.
(C) O setor mineral no Brasil apresenta três importantes segmentos: a metalurgia, a química e a indústria de cimento.
(D) Dos vários tipos de recursos minerais, os combustíveis fósseis são os mais explorados no Brasil, respondendo a um
percentual em torno dos 48% do valor da extração.
(E) A Serra dos Carajás no Amazonas e o Maciço de Urucum em Tocantins, representam as mais importantes áreas de
exploração de minerais não metálicos do Brasil.

4. (EsFCEx 2001/2002) Quanto à utilização primária de energia no Brasil, assinale a alternativa que apresenta, em ordem
crescente de consumo, as fontes mais utilizadas.

(A) Hidroeletricidade, petróleo, lenha e carvão mineral


(B) Petróleo, hidroeletricidade, lenha e carvão mineral
(C) Carvão mineral, lenha, petróleo e hidroeletricidade
(D) Lenha, carvão mineral, petróleo e hidroeletricidade
(E) Hidroeletricidade, petróleo, carvão mineral e lenha

5. (EsFCEx 2002/2003) Sobre as matrizes e políticas energéticas brasileiras, considere as afirmativas abaixo:

I. Alguns projetos energéticos brasileiros buscaram essencialmente atender a uma lógica setorial, na qual o que se impõe é o
uso prioritário, a exemplo do complexo de Tucuruí.
II. A forte demanda energética no Sudeste e no Sul e a crise do petróleo dos anos 70 foram decisivas para a substituição da
energia térmica pela hidroelétrica.
III. No Brasil, o refinamento antecedeu a exploração do petróleo, o que explica a localização das refinarias longe das áreas de
exploração.
IV. Como parte do sistema de expansão do setor termelétrico com base no gás natural, a rede de gasodutos brasileira
concentra-se nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

316
O ESPAÇO NATURAL 317

Com base na análise, assinale a alternativa correta.

(A) Somente I está correta.


(B) Somente II e IV estão corretas.
(C) Somente III e IV estão corretas.
(D) Somente I, II e III estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

6. (EsFCEx 2003/2004) Sobre as fontes e o consumo de energia no Brasil, analise as afirmativas abaixo:

I. Desde a segunda metade da década de 80, o Brasil tem investido muito na construção de usinas hidroelétricas.
II. O maior potencial hidroelétrico instalado encontra-se na bacia do rio Paraná, com destaque para os rios Paranapanema,
Iguaçu e Tietê.
III. Mais de 60% do petróleo consumido no Brasil é queimado na forma de gasolina, que pode ser substituída pelo álcool,
diminuindo a dependência do Brasil dessa matriz energética.
IV. A partir da crise que provocou a necessidade de racionamento em 2001, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
e outros órgãos passaram a incentivar a instalação de termelétricas.

Com base na análise, pode-se afirmar que:

(A) Somente a I está correta.


(B) Somente a II e a IV estão corretas.
(C) Somente a III e a IV estão corretas.
(D) A I, a II e a III estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

7. (EsFCEx 2005/2006) No Brasil, as primeiras prospecções do subsolo à procura de petróleo datam de 1892. Desde então,
foram realizadas sondagens esparsas até 1939, quando jorrou pela primeira vez em Lobato, na Bahia.

Em relação à história do petróleo no Brasil, é correto afirmar que:

(A) Somente após a sua descoberta, em 1939, que a pesquisa e a exploração passaram para o controle do Estado brasileiro.
(B) A criação do Conselho Nacional do Petróleo, órgão controlador da atividade petrolífera no Brasil, foi uma das ações do
Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek.
(C) O monopólio estatal sobre petróleo ocorreu na década de 1970, com a criação da Petrobrás.
(D) O período em que ocorreram os maiores acidentes petrolíferos no Brasil foi no final da década de 1990, quando houve
grandes vazamentos em dutos da REDUC–RJ e na REPAR-PR, cobrindo manguezais na Baía de Guanabara e
contaminando o rio Iguaçu, respectivamente.
(E) Desde a 2ª metade da década de 1990, a Petrobrás não detém mais o monopólio sobre a pesquisa e a lavra de gás
natural e de petróleo no território brasileiro.

8. (EsFCEx 2008/2009) Em relação à produção de energia no Brasil, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a
alternativa correta.

I. A concentração de hidroelétricas na região Centro-Oeste ocorreu pela forte demanda da fronteira agrícola.
II. O esgotamento de possibilidades de construção de grandes hidroelétricas na região Sudeste levou a uma mudança para
modelos de menor porte.
III. As termoelétricas hoje existentes funcionam com matrizes energéticas baseadas no carvão e gás natural.
IV. Os chamados biocombustíveis têm suas matrizes em programas governamentais anteriores como o Proálcool criado em
1975.

(A) Somente II está correta.


(B) Somente III está correta.
(C) Somente I e IV estão corretas.
(D) Somente II, III e IV estão corretas.

317
O ESPAÇO NATURAL 318

(E) Todas as afirmativas estão corretas.

9. (EsFCEx 2010/2011) O consumo setorial de energia no caso brasileiro é de 40% para o setor industrial e cerca de 20% para
o setor de transportes. Sobre as questões energéticas no Brasil, analise as afirmativas abaixo, colocando entre parêntese a
letra “V”, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra “F”, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) O potencial hidroelétrico pode ser explorado indefinidamente, pois esta forma de energia é totalmente sustentável e
existem muitas bacias hidrográficas inexploradas.
2. ( ) O etanol e o biodiesel, substituirão em curto prazo as demais fontes de energia, especialmente no setor dos transportes.
3. ( ) O Brasil utiliza aproximadamente ¼ de seu potencial hidroelétrico, sendo que a maior parte desta energia é consumida
na região sudeste.
4. ( ) O alto potencial das reservas de carvão do Centro Oeste deverão fornecer matéria prima para as termoelétricas
brasileiras.
5. ( ) A diversificação das fontes energéticas constitui-se em uma estratégia importante para o país, pois diminui a
dependência em crises internas ou externas.

(A) F-V-V-F-V
(B) F-F-V-F-V
(C) V-F-V-V-F
(D) V-V-V-F-V
(E) V-V-F-F-F

10. (EsFCEx 2008/2009) A região Amazônica ocupa grande destaque no mundo devido à complexidade de suas dimensões sociais,
econômicas e ambientais. A maioria dos especialistas brasileiros mostra-se preocupada com as salvaguardas que dizem
respeito à soberania nacional dada a cobiça internacional. Dentre as várias vertentes de preocupação pode-se citar o avanço
dos projetos agropecuários, o setor madeireiro e carvoeiro, a biodiversidade, áreas indígenas, populações tradicionais e
recursos minerais.

Em relação ao tema, analise as afirmativas abaixo colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar de afirmativa
verdadeira e a letra “F” quando se tratar de afirmativa falsa e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) A Amazônia compreende um território entremeado de grandes vazios populacionais, o que pode facilitar a implantação
de grandes projetos hidroelétricos, essenciais ao crescimento do país.
2. ( ) O grande potencial hídrico da Amazônia a torna uma área estratégica frente aos cenários de escassez hídrica global que
se avizinham.
3. ( ) A exploração das Florestas Nacionais (FLONAS) através de projetos madeireiros causa baixo impacto, pois estas áreas
são muito extensas.
4. ( ) O setor mineral apresenta grande potencial de exploração, pois não existem restrições ou conflitos com terras indígenas.
5. ( ) A vasta extensão territorial permite a implantação de grandes contingentes populacionais, especialmente os agricultores
sem terra, pois a integração da região já é uma realidade.

(A) F–F–V–F–F
(B) F–V–F–F–V
(C) V–V–V–V–F
(D) V–F–V–V–F
(E) V–V–F–F–F

11. (EsFCEx 2006/2007) A partir do século XX, as modernas fontes de energia tornaram-se cada vez mais importantes no cenário
econômico e social do Brasil. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.

(A) Superado pelo petróleo, o carvão mineral é a segunda principal fonte de energia utilizada no Brasil, principalmente na
Região Norte, responsável pela totalidade da sua produção.
(B) O Paraná, maior produtor nacional de petróleo, extraindo a sua produção da Bacia de Campos, na plataforma
continental.

318
O ESPAÇO NATURAL 319

(C) A crise do petróleo, em 1973, que elevou os preços internacionais do produto, acarretou mudanças na estrutura do
sistema energético nacional, com estímulo à construção de hidrelétricas, por exemplo.
(D) A aplicação de tecnologia nacional na construção das usinas Angra I e II e na destinação dos resíduos radioativos se
constituiu no principal entrave à difusão do uso da energia nuclear no Brasil.
(E) O fracasso do Programa Proálcool tem relação direta com a escolha governamental de localização das áreas de plantio
de cana-de-açúcar na Amazônia, distantes, portanto, dos principais centros consumidores do país.

12. (EsFCEx 2010/2011) No Brasil, a produção de carvão mineral destina-se a vários fins. Analise as afirmativas abaixo, colocando
entre parêntese a letra “V”, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra “F”, quando se tratar de afirmati va falsa. A
seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

1. ( ) A produção de carvão no Brasil, concentra-se na região Sul do país em especial no estado do Paraná.
2. ( ) O carvão energético é destinado a produção de termoeletricidade e o carvão coque, destinado as siderurgias.
3. ( ) As termoelétricas movidas a carvão concentram-se na região Centro-Oeste, dada a proximidade das jazidas de Minas
Gerais.
4. ( ) O principal subproduto da exploração do carvão é a pirita, responsável pela acidificação dos recursos hídricos.

(A) F–V–F–V
(B) F–V–V–V
(C) V–V–F–V
(D) V–V–V–F
(E) F–F–F–V

13. (EsFCEx 2011/2012) Em relação às fontes de energia no Brasil podemos afirmar:

(A) As regiões Sudeste e Sul juntas participam com quase 75% da produção e 30% do consumo total de energia elétrica.
(B) O petróleo, devido a opção pelo transporte rodoviário, transformou-se em insumo energético fundamental para a
economia.
(C) O programa nuclear, para atender às necessidades de ampliação da base industrial, instalou suas usinas em diferentes
pontos do território.
(D) O aproveitamento dos nossos rios de planalto é de aproximadamente 92%, donde se conclui que o Brasil deve buscar
outras fontes energéticas, como as nucleares e as alternativas.
(E) O carvão mineral é uma importante fonte de energia, sendo que as principais vantagens das jazidas brasileiras são os
baixos custos de produção, porém, tais recursos são insuficientes para atender a demanda interna.

O item 14 deve ser respondido com base no texto abaixo.

A energia eólica é obtida do movimento dos ventos e das massas de ar, que por sua vez resultam das diferenças de temperaturas
existentes na superfície da terra. Trata-se de uma forma limpa e renovável de obtenção de energia que esta disponível em muitos
lugares do planeta. No Brasil, as usinas eólicas são viáveis onde a velocidade média dos ventos é superior a 6m/s.
(Adaptado de: SENE, 2010, P. 502)

14. (EsFCEx 2014/2015) Com base nas informações de texto acima e em seus conhecimentos sobre geração de energia no Brasil
é correto afirmar que as áreas mais favoráveis e com o maior potencial eólico disponível e instalado encontra-se na Região:

(A) Centro-oeste.
(B) Norte.
(C) Nordeste.
(D) Sudeste.
(E) Sul

15. (EsFCEx 2015/2016) Além de ser um recurso renovável, a água é uma das poucas fontes utilizadas para a produção de energia
que não contribui para aquecimento global – um dos problemas ambientais mais discutidos na atualidade (ALMEIDA; RIGOLIN,
2013p. 711). Contudo as hidrelétricas, inclusive as brasileiras, apresentam uma série de desvantagens, entre elas:

319
O ESPAÇO NATURAL 320

(A) Salinizam os solos com as grandes concentrações de sais que se acumulam nos reservatórios em regiões semiáridas,
como no lago de Sobradinho.
(B) Promovem a liberação de gás butano em grande quantidade com a decomposição da vegetação nas áreas de florestas
inundada, como no caso de Balbina.
(C) Alteram os regimes dos rios, que passam a ser de regime lacustre, segundo a abertura ou fechamento das comportas
das usinas, como no caso dos que compõem o sistema de furnas.
(D) Inviabilizam a navegação fluvial ao represarem e criarem desníveis, necessários à geração de energia, em rios de
planícies, como no caso do Araguaia.
(E) Inundam cidades e eliminam heranças históricas, como no caso das cidades de Remanso, Casa Nova, Santo Sé e Pilão
Arcado no estado da Bahia.

16. O potencial energético brasileiro, se comparado com outros países, é bastante privilegiado em razão da disponibilidade e do
uso de fontes renováveis, chegando a representar 46% do consumo total de energia no país. Nesse sentido, sobre as
diferentes matrizes energéticas brasileiras é correto afirmar:

(A) Com o aumento do uso das matrizes renováveis, particularmente a hidrelétrica, o Brasil tornou-se independente do
consumo de combustíveis fósseis para gerar energia.
(B) Biomassa, na forma de biocombustíveis e de lenha, é uma fonte primária de geração de energia, que chega a ser a
segunda mais consumida no Brasil.
(C) A água é uma das poucas fontes de geração de energia que não causam impactos ambientais, por não contribuir para
o aquecimento global e nem gerar resíduos.
(D) Em razão da sua localização, em área de convergência dos ventos alísios, o Brasil não apresenta condições naturais
para gerar, de forma rentável, energia eólica em seu território.
(E) A geração de energia solar no Brasil já se destaca, entre as matrizes renováveis, em função dos baixos custos de sua
produção e da extratropicalidade da localização do país.

17. A respeito dos recursos energéticos e a produção de energia no Brasil, assinale a afirmativa correta.

(A) Sempre a energia hidráulica foi dominante, uma vez que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo em recursos
hídricos. Entretanto, cerca de 190.000 MW de potência hidráulica ainda não são usadas, principalmente na região
Centro-Oeste, a qual poderia abastecer por proximidade os grandes centros consumidores do Sudeste.
(B) O emprego da lenha no Brasil tem caído consideravelmente, mesmo pela dificuldade do manuseio dessa fonte de
energia e pela praticidade, redução de custos e aumento da distribuição do gás liquefeito de petróleo (GLP), vendido
em botijões, o qual tem sido o substituto direto da lenha nos domicílios brasileiros.

(C) A desestatização do setor elétrico foi apenas parcialmente realizada: ocorreu em cerca de 70% da capacidade de
distribuição, mas em apenas 30% da geração. Isso levou a um colapso parcial do planejamento e à crise do “apagão”
de 2001, uma vez que os investidores privados, preocupados com incertezas regulatórias, se mantiveram arredios
a novos investimentos.
(D) A grande maioria das usinas elétricas que empregam biomassa está localizada no estado de Pernambuco e usa o
bagaço de cana, um subproduto da produção de açúcar e álcool. Essa produção é garantida pelas infraestruturas
históricas que o estado tem no processamento da cana, facilitando a produção e diversificando a economia desse
estado.
(E) O emprego da biomassa no Brasil é inviável para a produção de energia devido à falta de disponibilidade de recursos;
à rápida industrialização e urbanização, implicando que a baixa produção não atende à demanda; e à inexperiência
histórica com aplicações industriais dessa fonte de energia, aliada à falta de tecnologia para a transformação da
biomassa em energia eficientemente utilizável.

320
O ESPAÇO NATURAL 321

3.4. RECURSOS HÍDRICOS

3.4.1. BACIAS HIDROGRÁFICAS, AQUÍFEROS, HIDROVIAS E ECONOMIA.


3.4.1.1. RECURSOS HÍDRICOS

- Professor, o que são Recursos Hídricos?

Boa pergunta! Os Recursos Hídricos são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para qualquer tipo de uso numa região.

- Mas, professor ainda continua com uma dúvida... O que é uma bacia hidrográfica?

É isso aí, Estudante! Está motivado! Bem, a bacia hidrográfica é uma hierarquização dos rios, ou seja, a organização natural por
ordem de menor volume d’água para os mais caudalosos, que vai das partes mais altas (montante) para as mais baixas (jusante).
As bacias podem ser classificadas de acordo com sua importância: as principais (as que abrigam os rios de maior porte),
secundárias e terciárias; segundo sua localização, como litorâneas ou interiores.

3.4.1.2. AS BACIAS BRASILEIRAS

A distribuição da água no Brasil não é uniforme e as regiões mais populosas e industrializadas apresentam problemas pelo fato
de ter uma menor disponibilidade de recursos hídricos. Esse é um dos fatores que obriga o país a adotar um sistema nacional
de recursos hídricos, com gestão integrada, tendo a bacia hidrográfica como unidade de gerenciamento.

Outro detalhe sobre os recursos hídricos do Brasil é o destaque para a água superficial. Aproximadamente 15% da água superficial
existente no planeta, encontram-se no território brasileiro. Outro elemento que ratifica os 15% é pelo fato de que em 90%
território brasileiro predomina climas úmidos que garante o abastecimento dos rios com chuvas abundantes.

CURIOSIDADE!

A Lei 9.433/97 estabelece que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Com o objetivo de respeitar as diversidades sociais, econômicas e ambientais do País, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos
- CNRH, aprovou em 15 de outubro de 2003, a Resolução No. 32 que instituiu a Divisão Hidrográfica Nacional. Ver imagem abaixo:

Figura 11293: Divisão Hidrográfica Nacional.

321
O ESPAÇO NATURAL 322

DIVISÃO HIDROGRÁFICA NACIONAL

 Região hidrográfica Amazônica:

É constituída pela bacia hidrográfica do Rio Amazonas situada no território nacional e, também, pelas bacias hidrográficas do s
rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias hidrográficas dos rios situados no estado do Amapá que deságuam no Atlântico
Norte.

 Região hidrográfica do Tocantins-Araguaia:

É constituída pela bacia hidrográfica do Rio Tocantins até sua foz no Oceano Atlântico.

 Região hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental:

É constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho Nordeste, estando limitada a oeste pela
região hidrográfica do Tocantins-Araguaia, exclusive, e a leste pela região hidrográfica do Parnaíba.

 Região hidrográfica do Parnaíba:

É constituída pela bacia hidrográfica do Rio Parnaíba.

 Região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental:

É constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho Nordeste, estando limitada a oeste pela
região hidrográfica do Parnaíba e ao sul pela região hidrográfica do São Francisco.

 Região hidrográfica do São Francisco:

É constituída pela bacia hidrográfica do Rio São Francisco.

 Região hidrográfica Atlântico Leste:

É constituída pelas bacias hidrográficas de rios que deságuam no Atlântico – trecho Leste, estando limitada a norte e oeste pela
região hidrográfica do São Francisco e ao sul pelas bacias hidrográficas dos rios Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, inclusive.

 Região hidrográfica Atlântico Sudeste:

É constituída pelas bacias hidrográficas de rios que deságuam no Atlântico – trecho Sudeste, estando limitada ao norte pela bacia
hidrográfica do Rio Doce, inclusive, a oeste pelas regiões hidrográficas do São Francisco e do Paraná e ao sul pela bacia do Rio
Ribeira, inclusive.

 Região hidrográfica do Paraná:

É constituída pela bacia hidrográfica do Rio Paraná situada no território nacional.

 Região hidrográfica do Uruguai:

É constituída pela bacia hidrográfica do Rio Uruguai situada no território nacional, estando limitada ao norte pela região
hidrográfica do Paraná, a oeste pela Argentina e ao sul pelo Uruguai.

 Região hidrográfica do Atlântico Sul:

É constituída pelas bacias hidrográficas dos rios que deságuam no Atlântico – trecho Sul, estando limitada ao norte pelas bacias
hidrográficas dos rios Ipiranguinha, Iririaia-Mirim, Candapui, Serra Negra, Tabagaça e Cachoeira, inclusive, a oeste pelas regiões
hidrográficas do Paraná, e do Uruguai e ao sul pelo Uruguai.

322
O ESPAÇO NATURAL 323

 Região hidrográfica do Paraguai:

É constituída pela bacia hidrográfica do Rio Paraguai situada no território nacional.

Cuidado!

Se o concurso mantiver o autor Melhem Adas como livro da bibliografia, lembre-se de que a classificação das bacias hidrográficas
é a que está relacionada abaixo. Dê uma olhadinha!

BACIAS HIDROGRÁFICAS
I. Do Rio Amazonas;
II. Do Rio Tocantins;
III. Do Rio Parnaíba;
IV. Do Rio São Francisco (somado ao Atlântico Leste);
V. Do Rio da Prata (Paraná, Paraguai e Uruguai);
VI. Costeiras do Norte;
VII. Costeiras do Nordeste ocidental (Atlântico NE Ocidental);
VIII. Costeiras do Nordeste oriental (Atlântico NE Oriental);
IX. Costeiras do Sudeste (Atlântico Sudeste);
X. Costeiras do Sul (Atlântico Sul).

IMPORTANTÍSSIMO!

Na zona semiárida da região Nordeste, apresenta em seu subsolo cerca de 80 bilhões de m3 de água. Outro fato curioso é o
acúmulo de água, calculado em aproximadamente 50 trilhões de m 3, no subsolo da bacia sedimentar do Paraná. Nela se localiza
uma das maiores reservas de água subterrânea do Brasil, o denominado Aquífero Guarani. Tal reservatório se estende também
para a Argentina, o Uruguai e o Paraguai.

3.4.1.3. AS HIDRELÉTRICAS

As crises do petróleo e a própria demanda do mercado de consumo no campo industrial, comercial e de serviços levaram os
governos desde as décadas de 70 e 80 a investir na construção de várias usinas hidrelétricas. Ex: Itaipu (12.600 mW), Tucuruí
(4.200 mW), Ilha Solteira (3.230 mW), Paulo Afonso (3.885 mW) e outros. Vale ressaltar que, embora o Brasil utilize as usinas
hidrelétricas para a produção de energia elétrica, o aproveitamento do potencial hidrelétrico no Brasil é pequeno, de apenas 28%.

IMPORTANTE!

Do total de energia elétrica produzida no Brasil, 95% são de fonte hidráulica e apenas 5% de fonte térmica
(termelétricas). Vale ressaltar que na ordem decrescente, os setores que mais consomem energia elétrica são: Industrial,
residencial, comercial, iluminação pública, agropecuária, setor energético e por último, transportes.

PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS EM USINAS HIDRELÉTRICAS

Hidrelétrica de Tucuruí - PA: formação de um lago de 2.430 Km2, cobrindo a floresta, que entrou em putrefação. Nesse processo
é consumido o oxigênio da água, prejudicando os peixes e também causando corrosão nas turbinas da usina, exigindo substituição
de tais peças. Outro problema é a diminuição do volume d’água, desabastecendo a cidade de Belém.

Hidrelétrica de Balbina – AM: considerada um dos piores desastres ecológicos. Formação de um lago de 2.524 Km 2 e inundou
praticamente a mesma área de floresta que a Usina de Tucuruí, porém, produz 31 vezes menos energia elétrica. Outra
consequência de projetos dessa natureza é a transferência de populações indígenas que deixam o vínculo com natureza para dar
lugar ao projeto estatal de desenvolvimento econômico por meio da produção de energia por meio das usinas hidrelétricas.

Hidrelétrica de Sobradinho – BA: considerada o maior represamento de água no Brasil 4.200Km2. Inundou dezenas de povoados,
quatro cidades e deslocou cerca de 70 mil pessoas a 700 Km de distância de onde viviam.

323
O ESPAÇO NATURAL 324

3.4.1.4. A ENERGIA TERMONUCLEAR NO BRASIL

Embora o Brasil possua um programa de energia nuclear desde 1967, (PNB) - Programa Nuclear Brasileiro, o início do projeto
brasileiro rumo a produção de energia nuclear iniciou na década de 50 quando o Conselho Nacional de Pesquisa importou duas
ultracentrifugadoras da Alemanha para enriquecimento de urânio. Porém, a 1ª usina termonuclear do Brasil, A ngra 1 foi
inaugurada em 1985, com um reator norte-americano e fabricado pela Westinghouse. O grande problema foi que, durante os
primeiros cinco anos de funcionamento, tal usina sofreu 25 paralisações devido a um defeito no reator. Mediante tamanho
problema levou o governo brasileiro a fazer uma nova parceria, desta vez com uma empresa alemã, responsável pelas usinas de
Angra 2 em operação desde de 2000 e Angra 3.

Resumindo: Atualmente, as usinas Angra 1 e 2 são administradas pela Eletronuclear, subsidiári a da Eletrobrás. As duas usinas
produzem juntas 14,4 mil MWh. Comparada com usinas hidrelétricas, tal produção é muito pouco, é o suficiente para abastecer
o Rio de Janeiro ou 3% da energia elétrica produzida no país.

BOM SABER!

Embora o Brasil participe do tratado de não proliferação de armas nucleares, além de possuir dispositivos na constituição que
resguardam a não fabricação de tais artefatos nucleares, o país possui a sexta maior reserva mundial de urânio em Caetité na
Bahia. Tal reserva e mais a tecnologia genuinamente de enriquecimento de urânio dará ao país num futuro muito próximo
autonomia para produção de combustível nuclear.

324
O ESPAÇO NATURAL 325

3.5. A QUESTÃO AMBIENTAL

3.5.1. DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO, CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DOMÍNIOS


NATURAIS, APROVEITAMENTO ECONÔMICO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO
BRASIL

Este capítulo realizará uma abordagem sobre os principais ecossistemas brasileiros, enfatizando os aspectos fitogeográficos e às
ações antrópicas responsáveis pela degradação ambiental.

3.5.1.1. AÇÃO HUMANA SOBRE OS BIOMAS BRASILEIROS

A degradação ambiental em decorrência da ação humana já não é de hoje que acontece no Brasil e no mundo. Historicamente,
tal ação devastadora tem sido desenvolvida no território brasileiro por meio da extração do pau-brasil, da agroindústria da cana-
de-açúcar no Nordeste, da cultura do cacau no sul da Bahia e de atividades da mineração e cafeicultura nos séculos XVIII e XIX
na região Sudeste. Atualmente a região Sudeste vem sofrendo com a expansão urbana em decorrência dos constantes
movimentos migratórios atraídos pelas atividades industriais e comerciais lideradas por estados como Rio de Janeiro e São Paulo
acentuando ainda mais os problemas já citados. De forma resumida, podemos apresentar as seguintes intervenções antrópicas:

 Na Bahia, por conta da atividade moveleira, espécies como a caviúna, jacarandá-da-baía, a sucupira e outras madeiras foram
muito exploradas e hoje estão em extinção.

 No Espírito Santo, o revestimento florestal foi afetado com a instalação de indústrias de papel.

 No Rio de Janeiro, além dos aspectos históricos citados que depreciaram a região, mais recentemente, na política de expansão
industrial no país, sofreu com a destruição da Mata Atlântica para a produção de carvão vegetal que alimentavam os fornos
para a produção de aço nas siderurgias.

 No Estado de São Paulo, o município de Cubatão ganhou destaque com as chuvas ácidas, bem como outros exemplos de
degradação típicos de grandes centros urbanos (expansão territorial muito rápido em detrimento ambiente natural).

OBSERVAÇÃO!

Vale lembrar que a Mata Atlântica se estende do Nordeste até o Sul do Brasil. Com isso, NÃO podemos atribuir a degradação
desse bioma apenas à região Sudeste. Além de vários fatores, ressaltaremos três tipos de ação antrópica que contribuíram para
a devastação do referido bioma: consumo da lenha para fins domésticos até meados da década de 70, abertura de rodovias e
especulação imobiliária como resposta à pressão demográfica.

VALE RESSALTAR

Lembre-se que a degradação ambiental sobre os biomas do Brasil não ficou restrito ao litoral. Depois de impactar a Mata Atlântica,
foi a vez da expansão da fronteira agropecuária e dos projetos de mineração dirigirem, após 1960, para a região Centro-Oeste
com a expansão da soja e para a região Norte com a atividade criatória, exploratória madeireira e agroexportadora.

MATA ATLÂNTICA

Originalmente recobria extensa faixa do litoral brasileiro (do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte), com uma largura média
de 200 km. Sua degradação foi em decorrência da ação antrópica já acima citada. Atualmente, várias ONGs lutam para o
cumprimento da Lei das unidades de conservação, a exemplo da Fundação SOS Mata Atlântica.

325
O ESPAÇO NATURAL 326

CURIOSIDADE!

“Unidades de conservação são áreas com características naturais de relevante valor, com garantias de proteção e mantidas
sob regimes especiais de administração”. Fábio Feldmann (coord.) Guia da ecologia: para entender e viver melh or a relação
homem-natureza, p.144.

IMPORTANTE!

O concurso, para dificultar, pode colocar outras denominações para a Mata Atlântica. Ex: floresta latifoliada tropical; floresta
latifoliada úmida de encosta ou floresta ombrófila densa. Não esqueça que termos como latifoliado, floresta e outros, já
foram trabalhados no capítulo anterior da nossa apostila. Faça uma revisão agora!

FLORESTA AMAZÔNICA

A Floresta Amazônica, entre as florestas tropicais no mundo, é a de maior extensão. Ocupa 5,5 milhões de Km 2. Vale lembrar
que, grande parte desse total localiza-se no território brasileiro. Porém, a mesma se estende sobre terras da Guiana Francesa,
Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia e Peru.

IMPORTANTE!

Não diferente da Mata Atlântica, Floresta Amazônica também pode ter outras denominações: latifoliada tropical ou equatorial,
floresta equatorial, floresta pluvial, floresta amazônica ou floresta ombrófila.

Classificação da Floresta Amazônica


 Mata de igapó ou caiapó – localizada nas áreas planas em terrenos baixos próximos aos rios, ocupando solo constantemente
alagados.

 Mata de várzea – corresponde à porção da Floresta Amazônica sujeitas a inundações intermitentes (periódicos).

 Mata de terra firme – localizada nas áreas mais elevadas “firmes”. Vale lembrar que 90% da vegetação amazônica estão
inclusa nessa classificação.

Figura 11384: Classificação Floresta Amazônica.

VALE LEMBRAR!

A Floresta Amazônica tem sofrido impacto de madeireiros individuais, de empresas nacionais e internacionais com práticas
extrativas predadoras. A exemplo disso temos castanheira que, proibida por lei de ser abatida, não deixou de ser alvo de ações
antrópicas devastadoras. Sua madeira tem como uso principal, a construção civil.

326
O ESPAÇO NATURAL 327

MATA DOS PINHAIS OU DE ARAUCÁRIA

Esse domínio ocupava vastas extensões da Região Sul e trechos da Região Sudeste. Estendia-se desde a região nordeste, norte
do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, chegando a invadir terras altas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Sua
localização encontra-se em áreas de clima úmido, com temperaturas que variam de moderadas a baixa no inverno. A construção
civil, indústria moveleira, tábuas e outras foram os motivos do quase desaparecimento desse bioma. Atualmente representam
0,3% da cobertura original, ou seja, 99,7% destruída.

IMPORTANTE!

Não se esqueça! A Mata de Araucária pode ser chamada de Mata dos Pinhais! Tal denominação deve-se a sua constituição
predominantemente de pinheiros. Dentro da classificação vegetal é uma acicufoliada!

CERRADO

Já de início temos que tomar cuidado com a “pegadinha” que já foi feito em provas com relação a localização desse bioma sobre
o território brasileiro. O Cerrado não tem apenas na região Centro-Oeste! Cuidado com isso! Além da região citada,
também ocorre em menores extensões como Minas Gerais, São Paulo, parte Oeste da Bahia, sul do Maranhão, trechos do Piauí,
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Roraima.

Figura 11485: Classificação do Cerrado (EMBRAPA).

IMPORTANTE!

Em extensão por km2, o Cerrado só é menor que a Amazônia! Além disso, vale lembrar que a mesma possui as mesmas
características da Savana. Muda-se apenas o nome e a localização geográfica.

O Cerrado originalmente ocupava originalmente aproximadamente 2 milhões de Km2. No entanto, já foi desmatado
aproximadamente 1.400.000 Km2 em decorrência da correção do solo ácido que determina traços da característica comum da
fisionomia desse bioma que é tronco retorcido e folhas secas.

Porém, vale lembrar que por ser o segundo maior bioma do Brasil, obviamente não haveria apenas um tipo de fisionomia. O
cerrado também se divide em cerradão (predomínio de árvores); cerrado, propriamente dito com árvores esparsadas e com
troncos retorcidos; campo cerrado, campo sujo e campo limpo alternando entre biomassa arbustiva e herbácea.

IMPORTANTÍSSIMO!

Nosso concurso exige um conhecimento aprofundado sobre todas as disciplinas. Portanto, tem que estudar em geografia
DETALHES! Falando nisso, o que se tem que saber a respeito do Cerrado são os motivos que levaram ao desaparecimento de
67% de sua massa vegetal no Brasil, ou seja, 1.400.000 km2. Motivos:

 Política de avanço das fronteiras agrícolas rumo ao Centro-Oeste (migração de agricultores do Sul e de Goiás).

 Correção da acidez do solo por meio de uma técnica conhecida como calagem (aumento da produtividade).

327
O ESPAÇO NATURAL 328

 Produção de carvão vegetal para uso doméstico até meados da década de 70.

 Mecanização intensiva para aumento da produtividade da soja.

CAATINGA

Vegetações típicas do Nordeste semiárido, com características xerófilas, predominam cactáceas (xiquexique e mandacaru) e
bromeliáceas (macambira). Originalmente a Caatinga ocupava 1,1 milhão de Km 2, no entanto, 800 mil Km2 já sofreram
intervenção humana.

OBSERVAÇÃO!

Vale lembrar que a respeito desse bioma, um aspecto não pode passar despercebido: o processo de desertificação e
salinização do solo. O primeiro é decorrência do desmatamento para aproveitamento como lenha, atividade pecuária no século
XVI e uma agricultura sem técnicas de sustentabilidade. O último é uso do solo indiscriminado, agravado pela evaporação da
água contida no solo.

CAMPOS

Não diferente do Cerrado, temos que tomar cuidado com a “pegadinha” que já foi feita em provas com relação a localização
desse bioma sobre o território brasileiro. Os campos não têm apenas no Rio Grande do Sul (Pampas)! Cuidado com isso!
Geralmente Campo é um nome genérico a biomas de vegetação herbácea. Além dessa denominação genérica, também há, em
menores extensões, a presença dessa massa vegetal com o nome de campos de altitude ou serranos na Chapada Diamantina
(Bahia), na Chapada dos Veadeiros e Serra dos Pirineus (Goiás), na Serra do Caparaó (Minas Gerais e Espírito Santo), além de
outros. Tais denominações estão relacionadas à altitude (geralmente acima de 900 m). Detalhe: Os campos ocupam
aproximadamente 210 mil Km2!

IMPORTANTE!

Quando os examinadores criam uma questão com esse bioma, cobrará do candidato o conhecimento sobre dois impactos
ambientais que ocorrem nesse bioma: engrossamento e areais. O primeiro é uma soma de ação antrópica: atividade criatória
(gado e ovino) prejudicando o solo (compactação do solo) e uso do fogo para facilitar a limpeza, eliminando as sobras secas de
pastagens. O último é consequência do engrossamento. Durante muito tempo ocorrendo tal ação, o resultado será um solo
desnudado sofrendo o impacto da chuva, sem vegetação num solo já fragilizado e arenoso. Daí, a existência de areais, a exemplo
do mais famoso do Brasil que é o Areal São João em Alegrete (RS).

PANTANAL

Sobre o pantanal deve-se entende o porquê do nome “pantanal”. No senso comum, as pessoas acreditam que a região recebe
um volume grande de precipitação (chuva) ao longo do ano e consequentemente havendo um alagamento da área coberta por
essa biomassa. ERRADO! Na região, existem apenas duas estações que providenciarão chuvas para a região (primavera e verão).
Para não dizer que não tem chuva fora desse período, tem uma chuva cujo volume é ínfimo no inverno. A característica da região
é de massa de ar quente e seca. Portanto, o alagamento é em decorrência da altitude do relevo local que trata-se de uma área
de planície sedimentar localizada numa bacia do Rio Paraguai. Resumindo: de uma área de 150 mil km2, 100 mil km2 são
inundáveis! Mesmo tendo um volume de chuvas dentro da normalidade, qualquer quantidade é o suficiente para alagar grande
parte da região.

Mesmo sendo uma área alagável, não exime o homem de sua culpa de agir degradando a região. Exemplo: A partir da década
de 70, o Pantanal passou a receber uma quantidade considerável de migrantes. Nas terras mais baixas, mesmo ocupadas pelas
águas na época das cheias, foi desenvolvida a atividade pecuária. Nas terras mais altas (não afetadas pelas cheias) introduziu-se
a agricultura da soja, trigo e milho. Além desses, nos últimos anos, a cana-de-açúcar também tem ganhado espaço como atividade
econômica rentável, embora elimine a produção da lavoura de subsistência e cause significativos impactos ambientais.

328
O ESPAÇO NATURAL 329

IMPORTANTE!

Ao contrário dos outros biomas, o Pantanal desenvolveu uma característica que lhe é própria, ou seja, é um santuário ecológico!
Isso quer dizer que, por haver diferentes ambientes (secos, alagados, semialagados), favoreceu o surgimento de uma diversidade
biológica muito grande. Resultado: com relação à fisionomia que determina a classificação a exemplo dos vegetais, existe todo
tipo de planta que se possa imaginar (latifoliado, xerófilas, tropófilas, etc.).

VEGETAÇÃO LITORÂNEA

Existente em todo litoral brasileiro, tem como espécies a vegetação de mangue (ou manguezal) que crescem em áreas alagadas
formando-se nas reentrâncias de baías e estuários. Por crescerem em solo rico em sal e com deficiência de oxigênio apresentam
um tronco fino com raízes aéreas. São classificadas em halófilas (habitam ambiente salino) e higrófilas (habitam lugares
úmidos).

Atualmente, os mangues que ainda resistem a ação antrópica são dos de Natal (RN), São Luís (MA), Recife (PE), Cananéia e
Iguape (SP). Embora apresentem uma aparência exótica e por vezes repugnante, o mangue é um imprescindível fornecedor de
nutrientes para a vida marinha costeira. Em decorrência do intenso processo de expansão urbana somada a especulação
imobiliária esse ecossistema tem sido degradado com indícios à extinção no futuro.

BANHADOS

São ecossistemas alagados presentes estritamente no Estado do Rio Grande do Sul tanto no extremo norte quanto no extremo
sul. Possuem diversidade biológica animal e vegetal. O maior deles é o Banhado do Taim. A ação predatória dos caçadores e
bombeamento da água no período de estiagem são as duas maiores causas que ameaçam o ecossistema.

ZONA DOS COCAIS

A zona dos cocais é um bioma de interseção entre a Floresta Amazônica, a oeste, a caatinga, ao leste, e o cerrado ao sul. Sua
abrangência envolve as áreas dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e o norte de Tocantins.
CURIOSIDADE!

Não diferente dos outros biomas, Zona dos cocais tem sido substituído pela expansão da fronteira agropecuária. Mas o que é
diferente de todos os outros biomas e ao mesmo tempo curioso, ao passo que elas são degradadas, sua capacidade de
recuperação é quase que instantânea. Garantindo assim, sua sobrevivência. Exemplo de espécies famosas: babaçu, buriti, oiticica
entre outros.

329
O ESPAÇO NATURAL 330

3.5.2. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. (EsPCEx-03) O texto a seguir refere-se especificamente a um trecho da vegetação brasileira no Noroeste de Minas Gerais.

A paisagem descrita acima tem como característica:

(A) A pequena diferenciação da fisionomia da vegetação, continuamente seca e de formação arbustiva.


(B) Estender-se para além da região citada, abrangendo vastas áreas do Brasil central e manchas descontínuas, desde o
Rio Grande do Sul até o extremo Norte.
(C) A tipologia do chamado ‘cerrado’, cujas matas galerias ou ‘cabeceiras’, beneficiam-se com as queimadas naturais,
recompondo o solo.
(D) A presença de um solo básico, áreas nas quais se mesclam domínios vegetais como o cerrado e a caatinga arbustiva
densa, marcada por cactáceas.
(E) Ser de um domínio morfoclimático com chuvas bem distribuídas ao longo do ano, apresentando solo bastante poroso e
clima quente.

2. (EsPCEx-03) “O governo delimitou 900 áreas de todo o país que deverão ter prioridade nas atividades federais de conservação
ambiental. A definição das áreas prioritárias é resultado de discussões feitas desde 1998 entre técnicos do governo,
organizações não-governamentais e especialistas do setor. ” (Adaptado de Correio Popular, Campinas, domingo, 23 de Maio
de 2004, p. 8-12)

Em duas áreas delimitadas pelo governo, a ação antrópica tem produzido grande desertificação. Na primeira, o corte da vegetação
para servir como lenha, o pastoreio há séculos e a prática agrícola sem conhecimentos técnicos já produziram cerca de 40.000
km2

De “quase deserto”. Na segunda, a degradação tem avançado como consequência da pressão elevada do pastoreio sobre o solo
e do uso do fogo para eliminar as sobras secas de pastagem após o inverno. A degradação já atinge diversos municípios, formando
um areal que em 1987 correspondia a mais de 1.500 hectares.

Os domínios vegetais que envolvem as áreas citadas, são, respectivamente:

(A) Mata Atlântica e campos da região Sul.


(B) Cerrado e Mata de Araucária.
(C) Caatinga e campos da região Sul.
(D) Cerrado e Mata Atlântica.
(E) Mata Atlântica e Caatinga.

3. (EsPCEx-03) Floresta ou Cerrado

O Ministério do Meio Ambiente prepara portaria que aumenta a área considerada selva amazônica. Tal medida poderá deflagrar
uma guerra. Ela começa restrita a ecologistas e produtores, mas atinge prefeituras e o governo de três Estados e deve acentuar
a queda-de-braço entre os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura. Na prática, a decisão implica incluir o norte de M ato
Grosso e os territórios dos Estados de Rondônia e Pará como áreas de floresta, e não mais de cerrado. Isso significa que o
desmatamento nas fazendas desses Estados será de no máximo 20%, e não 35% ou até 50% como querem os agricultores.
(Adaptado de revista ÉPOCA nº 316, 7 junho 2004)

É correto afirmar que a medida acima repercutirá especialmente sobre os produtores de:

(A) Cana-de-açúcar.
(B) Soja.
(C) Laranja.
(D) Trigo.
(E) Café.

4. (EsPCEx-03) “Quando nasci, há 48 anos, o Paraná tinha 35% de suas florestas em pé. Apesar de toda a minha luta pela
preservação das últimas florestas (...) elas sumiram. Todos os argumentos pela preservação da espécie-símbolo do Paraná

330
O ESPAÇO NATURAL 331

caíram diante da ganância das madeireiras e da inércia dos governos (...)”. (Entrevista de Miguel Milano à ÉPOCA, nº 316, 7
junho 2004)

O trecho de entrevista acima refere-se ao domínio florestal:

(A) Que na aparência é semelhante às matas amazônicas, apesar de as árvores amazônicas apresentarem, em média,
desenvolvimento maior.
(B) Que ao longo da história foi destruída para ceder lugar às lavouras de cana-de-açúcar e de laranja.
(C) Cuja exuberância, diversidade e heterogeneidade deve-se ao mecanismo de distribuição da umidade da Massa Tropical
Continental.
(D) Que tem como principais problemas ambientais a desertificação acelerada e a salinização dos solos.
(E) Cujo desmatamento acelerou-se entre 1920 e 1960, devido principalmente à procura de madeira mole pelo mercado
externo.

3.5.3. EXERCÍCIOS DIRIGIDOS

1. (UFMS) A vegetação que domina o Pantanal é extremamente heterogênea, encontrando-se, entre as espécies mais
importantes economicamente, duas das quais possuem o tanino que é utilizado na indústria do couro. As espécies vegetais
de que falamos são:

(A) Quebracho e angico.


(B) Xique-xique e mandacaru.
(C) Sisal e braúna.
(D) Buriti e araucária.
(E) Aroeira e cajueiro.

2. (Unifor-CE) Considere o texto apresentado abaixo.

“Alguns lugares do sertão são particularmente favorecidos pela umidade e pelos solos. Constituem, então, verdadeiros oásis
durante todo o ano, oferecendo, por outro lado, melhores condições de resistência na ocasião das secas. Por isso mesmo,
constituem focos de excepcionais atrativos, fixando uma população bastante numerosa, abrigando parte dos retirantes das
caatingas nos anos ruins. ”
(BERNARDES, Nilo. Estudos Avançados. n. 36, v. 13. São Paulo, Instituto de Estudos Avançados. Maio/Agosto, 1999, p. 77)

Os espaços sertanejos que apresentam as condições ambientais descritas acima são popularmente designados como:

(A) Carrascos e caatingas.


(B) Vazantes e baixios.
(C) Vazantes e banhados.
(D) Cacimbas e açudes.
(E) Brejos e pés-de-serra.

3. (Univali-SC) Com relação à cobertura vegetal original do Brasil e ao atual panorama das florestas brasileiras, pode-se afirmar
corretamente que:

(A) A Mata dos Pinhais, ou Araucária, ocupa boa parte do território paraense e sul-matogrossense.
(B) A Mata Atlântica é a floresta menos devastada no território brasileiro.
(C) No sul do Rio Grande do Sul predomina a paisagem dos cerrados, ideal para a pecuária extensiva.
(D) A Floresta Amazônica sofre com o desmatamento desenfreado feito principalmente por meio de queimadas em áreas
destinadas à agropecuária.
(E) A Mata dos Cocais predomina ao longo do litoral brasileiro, especialmente nas regiões Sul e Nordeste.

331
O ESPAÇO NATURAL 332

4. (UEPB) “Este chão sem tamanho que durante tanto tempo permaneceu calado, vazio e quase morto, viu suas pasta gens
enriquecidas e suas terras corrigidas e fertilizadas. ” O texto refere-se à ocupação:

(A) Da campanha gaúcha com a pecuária intensiva.


(B) Vale do Paraíba do Sul, com a pecuária leiteira.
(C) Do cerrado goiano e mineiro com o cultivo da soja e do arroz.
(D) Do oeste paranaense, com o cultivo da soja.
(E) Do Norte paranaense com o cultivo do trigo.

5. (Cefet) Sobre a Mata Atlântica, são feitas as seguintes afirmações:


I. O mecanismo de distribuição da umidade da Massa Polar Atlântica é o responsável pela exuberância e diversidade dessas
florestas. Os ventos carregados de umidade são barrados, na zona costeira, por diversos acidentes orográficos,
descarregando grandes volumes de água.
II. Ao longo da história brasileira, a floresta Atlântica foi destruída para ceder lugar à cana-de-açúcar e ao café. Hoje, este
quadro é muito diferente, pois a criação de parques como o da Juréia, o Marumbi e as Áreas de Proteção Ambiental, como
a de Guaraqueçaba, estão levando a floresta a se recompor e a previsão é a de que em breve ela recuperará su a área
original.
III. A floresta Atlântica é, na aparência, semelhante às matas amazônicas. É, como aquelas, densa, com árvores altas em
setores mais baixos do relevo, apesar das árvores amazônicas apresentarem, em média, desenvolvimento maior.

Está (ão) correta (s) apenas a (s) afirmativa (s):

(A) I
(B) II
(C) I e III
(D) III
(E) I e II.

6. (UFPB) O quadro abaixo é uma representação esquemática da Bacia Amazônica.

Com relação a essa Bacia, é correto afirmar:

(A) O Planalto Brasileiro está situado ao norte da calha do rio Amazonas e possui as terras mais elevadas do país.
(B) A mata de terra firme é a área preferencial para os grandes projetos agropecuários.
(C) A várzea é imprópria para a agricultura, por ser periodicamente inundada.
(D) As grandes jazidas de petróleo são encontradas no embasamento cristalino.
(E) A mata do igapó, a salvo das inundações, é a que menos sofre com a contaminação pelo mercúrio empregado na lavra
do ouro.

7. (UFPE) Nas florestas tropicais, particularmente na Floresta Amazônica, abundam plantas que vivem apoiadas sobre árvores e
arbustos. Somam centenas de espécies pertencentes a variadas famílias. Diferem das parasitas por não retirarem nutrimento
dos hospedeiros.

332
O ESPAÇO NATURAL 333

Estamos nos referindo às:

(A) Halófitas.
(B) Palmáceas.
(C) Xerófitas.
(D) Epífitas.
(E) Hidrófitas.

8. (UFRS) No artigo 225 da Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo VI – Meio Ambiente – fica estabelecida a criação, em
todas as Unidades da Federação, das denominadas Unidades de Conservação (UCs), como as descritas abaixo:

Associe os domínios vegetais com as características de cada Unidade de Conservação.

1) Cerrado
2) Caatinga
3) Complexo do Pantanal
4) Mata Atlântica

1. ( ) Pertence à classificação do bioma savana, sendo ultrapassada em extensão somente pela Floresta Amazônica. Possui
fauna rica, com ema, siriema, veado-catingueiro e onça-pintada, vivendo num ecossistema de vegetação campestre e
arbustiva.
2. ( ) Localiza-se em uma área de planície deprimida com muitos rios e lagoas. Além do cervo, capivara e jacaré, sua fauna é
rica em peixes e aves. A flora é composta por gramíneas, capões de mata e espécies aquáticas.
3. ( ) Devido ao intenso desmatamento, permanece com cerca de 5% da sua área original. A vegetação é rica em árvores de
grande valor comercial, como a peroba, o cedro, o jacarandá e outras. Sua fauna possui várias esp écies de mamíferos e
aves.

A sequência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é:

(A) 1–2–3
(B) 1–3–4
(C) 2–1–3
(D) 2–1–4
(E) 2–3–4

9. (Fuvest-SP) Dentre os vários aspectos que justificam a diversidade biológica da Mata Atlântica, encontram-se:

I. Concentração nas baixas latitudes, associada a elevadas precipitações.


II. Distribuição em áreas de clima tropical e subtropical úmido.
III. Ocorrência apenas em planícies litorâneas, que recebem umidade vinda dos oceanos.
IV. Ocorrência em diferentes altitudes.

Assinale a alternativa que apresenta apenas afirmações corretas.

(A) I e III.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.

10. (Fatec-SP) A respeito dos impactos ambientais está correta a seguinte afirmação:

(A) É impossível regenerar e recuperar os ecossistemas contra impactos ambientais, mesmo que eles sejam eventuais,
localizados e descontínuos.

333
O ESPAÇO NATURAL 334

(B) Apenas a ação humana é capaz de provocar impacto ambiental, considerando-se que não há registro de catástrofe
provocada pelas forças da natureza.
(C) A biodiversidade das florestas tropicais vem sendo destruída pela exploração madeireira clandestina, não ocorrendo o
mesmo quando a extração é para fins comerciais ou instalação de projetos agropecuários.
(D) A extinção das nascentes, devida ao rebaixamento do lençol freático, é uma decorrência de processos erosivos causados
pela retirada predatória da cobertura vegetal, que expõe o solo ao impacto das chuvas.
(E) A erosão do solo causada pela agricultura constitui impacto ambiental de proporção média, considerando-se que é
relativamente rápido o processo de formação de novos slos pelo processo de intemperismo.

334
O ESPAÇO NATURAL 335

3.6. IMPACTOS AMBIENTAIS

Nesse capítulo serão analisados os impactos do homem sobre os mais diversos ecossistemas existentes no planeta. Será ressaltado
como, historicamente, essa intervenção no meio natural afeta a vida humana criando um desequilíbrio que, sobretudo com o
advento das atividades econômicas desempenhadas no meio urbano, tem fragilizado ainda mais nosso relacionamento com o
meio ambiente, impossibilitando a implantação da sustentabilidade.

Vamos lá!

Nos primórdios da civilização, os impactos ambientais eram muito pequenos, porque havia uma população diminuta na terra e a
transformação que o homem causava no meio ambiente era bastante limitado. Agora, com o passar do tempo, com a evolução
no campo intelectual e tecnológico somados ao surgimento e evolução da sociedade urbana industrial, a natureza passou da
condição de dominante à dominada pela perspicácia humana. Conclusão: impactos ecológicos causando desequilíbrio ambiental.

-Professor, quais são os exemplos de impactos ambientais que não devo esquecer para a prova?

Pois bem, estudante. Os impactos ambientais mais comuns na sociedade moderna, urbana e industrial são: destruição de florestas
tropicais, poluição com agrotóxicos, erosão, poluição, inversão térmica, ilha de calor, efeito estufa prejudicial, destruição da
camada de ozônio, as chuvas ácidas e poluição das águas.

Agora, vamos analisar cada um desses impactos?

3.6.1. FLORESTAS TROPICAIS

Dos biomas terrestres, as florestas tropicais são as que possuem as mais ricas biodiversidades e que mais sofrem com o
desmatamento. Os principais motivos do desmatamento são:

 Extração da madeira para fins comerciais;

 Instalação de projetos agropecuários;

 Implantação de projetos de mineração;

 Construção de usinas hidrelétricas;

 Propagação do fogo resultante de incêndios.

Consequências: destruição da biodiversidade, genocídio e etnocídio das nações indígenas, erosão e empobrecimento dos solos,
enchentes e assoreamento dos rios, diminuição dos índices pluviométricos, elevação das temperaturas, desertificação e
proliferação de pragas e doenças.

3.6.2. POLUIÇÃO COM AGROTÓXICOS

O plantio de uma única espécie, a exemplo dos cinturões (belts) nos Estados Unidos, tem causado desequilíbrios nas cadeias
alimentares preexistentes, favorecendo a proliferação de pragas. Por sua vez, por falta de seus predadores naturais como pássaros
e cobras, tais pragas tornaram-se verdadeiros problemas na agricultura. Para tornar o problema ainda pior, para controlar tais
insetos (pragas), a maciça utilização de agrotóxicos tem levado à evolução de espécies resistentes ao veneno, forçando a aplicação
de pesticidas cada vez mais potentes, causando mal à saúde humana como por exemplo, o câncer.

Os agrotóxicos poluem não só os solos onde são aplicados, como os recursos hídricos e o próprio vento que transporta tais
materiais. Os agrotóxicos são um grande problema à saúde humana, e aqui no Brasil são amplamente utilizados, ainda que vários
destes sejam proibidos pela comunidade internacional.

335
O ESPAÇO NATURAL 336

3.6.3. EROSÃO

A erosão é um processo de deslocamento de terra ou de rochas de uma superfície. Como causa natural, podemos citar as chuvas
como principal causadora da erosão, pois ao atingir o solo, em grande quantidade, provoca deslizamentos, infiltrações e mudanças
na consistência do terreno. Como causa humana, podemos citar a retirada da cobertura vegetal do solo para atividades agrícolas
e atividades de mineração.

Para o combate da erosão são utilizadas as seguintes técnicas:

 Terraceamento: consiste na criação de degraus (os terraços) nas encostas das montanhas quebrando a velocidade do
escoamento da água, o processo erosivo. Essa técnica é comum nos seguintes países: China, Japão, Tailândia e Nepal.

 Curvas de nível – consiste na construção de “canaletas”, com terra retirada dos próprios sulcos resultantes da aração com o
objetivo de reduzir a velocidade de escoamento da água da chuva. Tal prática é realizada em terrenos com baixo declive
muito comum em países desenvolvidos. Ex: grandes planícies (EUA) e Canadá; planície de Champagne, na França; Grande
Bacia Australiana e outros.

 Associação de culturas: em cultivos que deixam solo exposto para à erosão a exemplo do algodão e café, é comum plantar,
entre uma fileira e outra, espécies de leguminosas (feijão), que recobrem o terreno, não o deixando desnudado.

3.6.4. POLUIÇÃO

A poluição é um dos mais graves impactos ambientais do mundo contemporâneo, ocorrendo no ar, na água e no solo. Há três
formas de poluição:

 Introdução de elementos naturais que embora já pertençam ao próprio meio, ou seja, naturais, causam desequilíbrios em
proporção perceptíveis. Ex: dióxido de carbono na atmosfera.

 Introdução de elementos naturais estranhos ao meio, causando danos consideráveis ao ecossistema. Ex: derrame de petróleo
ao mar.

 Introdução de elementos artificiais e tóxicos num determinado meio, contaminando-o e, obviamente, causando danos
ambientais a ponto de desequilibrar um ecossistema. Ex: emissão de substâncias tóxicas no ar, nas águas e no solo.

3.6.5. EFEITO ESTUFA

O Efeito Estufa (natural) consiste, basicamente, na ação do dióxido de carbono e outros gases sobre os raios infravermelhos
refletidos pela superfície da terra, reenviando-os para ela, mantendo assim uma temperatura estável no planeta. No processo de
radiação sobre a Terra, partes dos raios luminosos oriundos do Sol são absorvidos e transformados em calor, outros são refletidos
para o espaço, mas só parte destes chega a deixar a Terra, em consequência da ação refletora que os chamados "Gases de Efeito
Estufa" (dióxido de carbono, metano, clorofluorcarbonetos- CFCs- e óxidos de azoto) têm sobre tal radiação reenviando-a para a
superfície terrestre na forma de raios infravermelhos.

Veja o esquema abaixo:

336
O ESPAÇO NATURAL 337

Figura 11586: Efeito Estufa Natural.


Fonte: http://ultimahora.publico.pt/fichas/ambiente/efeito_estufa.html

Portanto, percebe-se que o efeito estufa é um fenômeno natural ao planeta Terra. Contudo, quando se refere ao efeito estufa
de forma prejudicial, há menção àquele chamado de artificial, e que é agravado pela ação humana através da emissão de gases
que intensificam a ação do efeito estufa, o que aumenta a temperatura local, com agravamento para a vida humana, da flora e
fauna.

3.6.6. INVERSÃO TÉRMICA

É um fenômeno natural que geralmente ocorre nas primeiras horas da manhã, consiste na inversão de camadas na atmosfera: o
ar frio fica abaixo e o ar quente, acima. Ocorre nos centros urbanos metropolitanos principalmente nos meses de inverno,
dificultando a circulação atmosférica. Resultado: o ar frio fica próximo do solo carregado de poluentes, agravando o problema da
poluição.

3.6.7. ILHA DE CALOR

É um fenômeno típico das grandes metrópoles, devido ao elevado índice de edificações e de impermeabilização do solo,
particularmente nas zonas centrais. Percebe-se uma diferença térmica de até 8 graus medindo-se da periferia, mais arborizada,
para o centro, mais edificado, ou seja, numa fazenda pela noite o indivíduo sentir-se-á mais frio comparado a uma outra pessoa
no centro de uma grande cidade qualquer.

3.6.8. CAMADA DE OZÔNIO

A camada de ozônio é uma região existente na atmosfera constituída de um gás chamado de ozônio (O 3) que filtra a radiação
ultravioleta provinda do Sol protegendo animais, plantas seres humanos de sua ação nociva. Na verdade, funciona exatamente
como um bloqueador solar natural da camada atmosférica conhecida como estratosfera (entre 25 e 30 Km acima da superfície).
OBSERVAÇÃO: Nota-se que a camada de ozônio é mais fragilizada em regiões polares. Explicação: decorrência da baixa
temperatura em tais regiões, todos os gases presentes na Terra, inclusive os gases CFC estarão aglutinados (densos) executando
uma ação destrutiva sobre o ozônio.

- Professor, por que a camada de ozônio está diminuindo?

337
O ESPAÇO NATURAL 338

Muito bem, vamos lá! A camada de ozônio está diminuindo devido ao aumento da concentração dos gases CFC (cloro-flúor-
carbono) presentes no aerossol, em fluidos de refrigeração que poluem as camadas superiores da atmosfera atingindo a
estratosfera.

O cloro liberado pela radiação ultravioleta forma o cloro atômico, que reage ao entrar em contato com o ozônio, transformando-
se em monóxido de cloro. A reação reduz o ozônio atmosférico aumentando a penetração das radiações ultravioletas.

- Professor, com o aumento das radiações ultravioletas, quais são as consequências imediatas sobre a vida na Terra?

Boa pergunta! Bem, a exposição à radiação ultravioleta afeta o sistema imunológico, causa cataratas e aumenta também a
incidência de câncer de pele nos seres humanos, além de atingir outras espécies.

CURIOSIDADE!

Na cidade de Punta Arenas no Chile, as pessoas são orientadas a usar camisas de manga longa, bloqueador solar e chapéu entre
11h e 16h devido a constatação de um buraco na camada de ozônio sobre a referida cidade.

3.6.9. CHUVAS ÁCIDAS

A chuva ácida é composta por diversos ácidos como, por exemplo, o óxido de nitrogênio e os dióxidos de enxofre, que são
resultantes da queima de combustíveis fósseis (carvão, óleo diesel, gasolina entre outros) que quando caem em forma de chuva
ou neve, provocam danos no solo, plantas, construções históricas, animais marinhos e terrestres.

- Professor, não entendi isso! Poderia me dar um exemplo melhor?

- Claro! A água da atmosfera em forma de vapor H2O reagirá, por exemplo, com o SO 3, combustível fóssil, chamado de trióxido
de enxofre, formando assim, o H2SO4, mais conhecido como ácido sulfúrico.

Este ácido, já sabemos, é corrosivo aos tecidos do corpo humano, e a inalação de seus vapores podem causas danos gigantescos
ao pulmão, queimadura nos olhos e pele, além de cegueira. Por este motivo, temos uma noção do porquê está chuva ácida é tão
danosa ao meio ambiente.

338
GABARITOS 339

4. GABARITOS

O ESPAÇO 15. c A INSERÇÃO DA


16. e ECONOMIA BRASILEIRA
GEOGRÁFICO 17. b NO PROCESSO DE
BRASILEIRO 18. a GLOBALIZAÇÃO DA
A FORMAÇÃO DO 19. a ECONOMIA
TERRITÓRIO NACIONAL 20. d EXERCÍCIOS
21. c 01. e
EXERCÍCIOS
02. e
01. b
03. d
02. a
04. b
03. e
05. c
04. e
06. b
05. a
07. d
06. c
08. d
07. d
09. e
08. c
10. e
09. a
11. c
10. b
12. a
11. d
13. c
12. a
14. c
13. b
15. e
14. d
16. b
15. d
17. c
16. a
18. d
17. b
19. d
20. b
EXERCÍCIOS DE PROVA

01. a EXERCÍCIOS DE PROVA


02. b 01. e
03. b 02. c
04. a 03. e
05. c 04. e
06. c 05. c
07. d 06. d
08. e 07. c
09. d 08. c
10. d 09. a
11. b 10. a
12. e 11. e
13. e 12. b
14. c 13. c

339
GABARITOS 340

14. e O PROCESSO DE 22. e


15. b INDUSTRIALIZAÇÃO E O 23. b
16. a ESPAÇO INDUSTRIAL 24. e
BRASILEIRO 25. b
17. c

EXERCÍCIOS

01. d
02. e
03. a
04. d
05. e
06. a
07. c
08. b
09. e
10. b
11. c
12. b
13. e
14. a
15. a
16. e
17. a
18. d
19. b

EXERCÍCIOS DE PROVA
01. c
02. b
03. b
04. b
05. c
06. b
07. d
08. c
09. c
10. d
11. d
12. d
13. c
14. a
15. d
16. c
17. b
18. d
19. c
20. b
21. c

340
GABARITOS 341

URBANIZAÇÃO A REDE DE O ESPAÇO RURAL


TRANSPORTES E
EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS
COMUNICAÇÃO
01. b BRASILEIRA, SUA 01. e
02. d ESTRUTURA E EVOLUÇÃO 02. c
03. c 03. a
EXERCÍCIOS
04. b 04. b
05. b 01. b 05. d
06. c 02. c 06. a
07. e 03. b 07. c
08. d 04. a 08. a
09. a 05. e 09. c
10. c 06. c 10. b
11. d 07. e 11. d
12. a 08. c 12. a
09. e

EXERCÍCIOS DE PROVA EXERCÍCIOS DE PROVA


EXERCÍCIOS DE PROVA
01. d 01. b
02. d 01. e 02. d
03. e 02. c 03. c
04. b 03. a 04. a
05. e 04. c 05. d
06. c 05. b 06. b
07. a 06. b 07. a
08. a 07. b 08. b
09. c 08. d 09. a
10. d 09. a 10. d
11. b 10. a 11. a
12. a 12. c
13. c 13. e
14. a 14. a
15. b 15. b
16. c 16. b
17. c 17. a
18. b 18. c
19. a 19. d
20. a 20. d
21. b
22. b
23. c
24. c

341
GABARITOS 342

A POPULAÇÃO QUESTÃO REGIONAL DO O ESPAÇO


BRASILEIRA BRASIL
NATURAL
EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS DE PROVA
ESTRUTURA E DINÂMICA
01. e 01. b
DO PLANETA + O ESPAÇO
02. b 02. c
NATURAL BRASILEIRO
03. b 03. d
EXERCÍCIOS
04. b
01. a
05. c
02. a
06. d
03. a
07. c
04. b
08. d
05. c
09. d
06. a
10. b
07. a
11. b
08. d
12. e
09. d
13. b
10. d
14. e
11. e
15. d
12. a
16. e
13. d
14. d
EXERCÍCIOS DE PROVA (P.
161)
EXERCÍCIOS DE PROVA
01. a
01. c
02. b
02. d
03. c
03. a
04. a
04. e
05. d
05. c
06. b
06. d
07. c
07. c
08. d
08. d
09. c
09. d
10. e
10. b
11. d
11. b
12. b
12. e
13. a
14. d
15. a
16. c
17. e
18. b
19. d
20. c
21. d

342
GABARITOS 343

22. a CLIMA E VIDA FONTES DE ENERGIA E


23. b
EXERCÍCIOS
RECURSOS MINERAIS
24. d EXERCÍCIOS
25. b 01. b
02. a 01. d
26. d
03. c 02. d
27. e
04. b 03. a
28. a
05. a 04. a
29. b
05. d
30. c 06. b
06. d
31. d 07. a
08. b 07. d
32. e
09. c 08. b
33. c
10. e 09. b

11. e
EXERCÍCIOS DE PROVA
EXERCÍCIOS DE PROVA
01. b
01. e 02. c
02. a 03. c
03. a 04. b
04. a 05. d
05. c 06. b
06. e 07. e
07. d 08. d
08. b 09. b
09. e 10. e
10. d 11. c
11. c 12. a
12. d 13. b
13. d 14. c
14. e 15. e
16. b
17. b

343
GABARITOS 344

A QUESTÃO AMBIENTAL
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01. c
02. b
03. e
04. d
EXERCÍCIOS DIRIGIDOS

01. a
02. e
03. d
04. c
05. c
06. b
07. d
08. b
09. d
10. c

344

Você também pode gostar