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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CAMPINAS/SP

PROCESSO Nº: 1234

João Carlos de Melo, brasileiro, viúvo, portador da carteira de identidade nº XXXXXXX-


X, expedida pelo XX, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico
XXXXXXX@XXXX.XX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXX, n° XX, São Paulo/SP,
pela advogada infra-assinada, com endereço profissional constante da procuração em anexo,
para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS
MORAIS, pelo procedimento comum, movida por CARLA MARIA FERREIRA, já qualificada
nos autos, vem a esse juízo, oferecer
CONTESTAÇÃO com RECONVENÇÃO

1 - Síntese da demanda – DOS FATOS

JOÃO recebeu mandado de citação da 10ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP,


relativo ao processo n° 1234, Ação de Reparação por Danos Morais que lhe move CARLA.

Na Petição Inicial a Autora alega que o Réu lhe proferiu palavras que feriram sua imagem
enquanto estavam na fila de um banco na cidade de Campinas/SP, em meio à muitas pessoas
que estavam no local.

Que a discussão ocorreu em razão do Réu não ter observado o estado gravídico da Autora,
onde lhe foi questionada do fato da mesma estar em fila preferencial, em meio a ofensas durante
vários minutos, onde se sentiu constrangida, e requer a reparação no valor de R$ 20.000,00
(vinte mil reais).

O fato é que o Réu não esteve na cidade de Campinas/SP durante a data informada nos
autos pela Autora, ou seja, 10 de abril de 2015.

Que o Réu na data dos fatos estava como testemunhas em um processo que ocorreu na 02ª
Vara Cível da Comarca da Capital de São Paulo, onde recebeu a citação no dia seguinte ao
falecimento de sua esposa, Maria Vitória, como consta comprovante nas fls. XXX.

Também é importante mencionar que o Réu já responde outra ação, sob os mesmos
fundamentos desta, envolvendo a mesma Autora, que tramita na 03ª Vara Cível da Comarca da
Capital de São Paulo.

2 - PRELIMINARES
I – DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA

Ver-se no caso relatado, que é relativamente incompetente o foro ao qual tramita esta
lide, tendo em vista que a Autora outrora já havia ajuizado ação pela mesma fundamentação,
que tramita na 03ª Vara Cível da Comarca Da Capital de São Paulo, que poderiam gerar
decisões conflitantes ou contraditórias, afirmação que se encontra positivada no art. 54 do
NCPC:

Art. 54. A competência relativa poderá


modificar-se pela conexão ou pela
continência, observado o disposto nesta
Seção.

Mais especificamente no seu art. 55, §1°, que nos traz o seguinte:

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas)


ou mais ações quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir.

§ 1º Os processos de ações conexas serão


reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles
já houver sido sentenciado.

II – DA COISA JULGADA

A ação é plenamente improcedente diante da falsa acusação denunciada pela Autora,


prática caluniosa, conforme prova de que o Réu não estava na mesma cidade que a Autora no
dia dos fatos, sendo motivo suficiente para abalar a intimidade, a honra e a imagem da Réu que
foi indevidamente acusado.
O art. 138 do CP, define como calúnia, a prática de imputar falsamente à alguém fato
definido como crime.

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe


falsamente fato definido como crime:

§ 1º - Na mesma pena incorre quem,


sabendo falsa a imputação, a propala ou
divulga.

Desse modo, o processo deve ser extinto sem resolução do mérito, com fulcro no art.
337, VII, do NCPC, “in verbis”:

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir


o mérito, alegar:

(...)

II - incompetência absoluta e relativa;

(...)

VIII - conexão;

(...)

§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando


possui as mesmas partes, a mesma causa de
pedir e o mesmo pedido.

III – DA RECONVENÇÃO

Extrai-se do art. 343, do Código de Processo Civil, que:

Art. 343. Na contestação, é lícito ao


réu propor reconvenção para
manifestar pretensão própria,
conexa com a ação principal ou
com o fundamento da defesa.

Não há de se negar que a imputação de fato criminoso a quem se sabe inocente constitui
crime de calúnia, atingindo não só a honra subjetiva do imputado, como também a objetiva.

Por essa razão enseja-se dano moral compensável, cujo valor deve ser arbitrado por Vossa
Excelência, devendo-se acomodar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de sorte
a constituir um valor que sirva de balsamo à honra atingida.

Que se tenha caráter punitivo e reeducativo a Autora que realizou tal façanha ofensiva.

II – MÉRITO

A alegação da PARTE AUTORA é completamente infundada, pois em nenhum


momento a PARTE RÉ praticou qualquer tipo de ilícito penal contra a PARTE RÉ.

Traz a PARTE AUTORA o assunto injúria para dar-se danos morais, entretanto tal
denunciação é caluniosa, de forma imprudente, e conforme o art.186 do Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Portanto, não há de se falar em proceder com a Ação de Reparação e Danos Morais, já


que o Réu não cometeu os atos alegados pela Autora
3 – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a esse juízo:

I - Seja acolhida a preliminar arguida reconhecendo-se a incompetência relativa do juízo e


remetendo-se os autos ao juízo competente.

II – O acolhimento da preliminar arguida, com a consequente extinção do processo sem


resolução do mérito, na forma do art. 485, inc. V, do CPC;

V - No mérito, a improcedência do pedido autoral;

VI – Condenação da autora ao pagamento doas custas judiciais e honorários advocatícios estes


fixados em 20% sobre o valor da causa.

VII - Condenação da autora ao pagamento de danos morais compensáveis ao réu pela falsa
acusação conforme Reconvenção, art. 343, CPC.

4 - PROVAS

Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente,


documental e testemunhal, bem como depoimento pessoal do autor, na amplitude do artigo 369
do código de processo civil.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Campinas/SP, 20/04/2015.

Advogada Alana Duarte Nunes

OAB XXXX/SP

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