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PREPARAÇÃO PARA EXAME NACIONAL HISTÓRIA DA

CULTURA E DAS ARTES

Grécia

Contextualização Histórico-Cultural:

A Civilização Grega é o berço da cultura ocidental e rege-se sobre valores


como a racionalidade, o antropomorfismo e o idealismo (cânone). Atingiu o
seu apogeu nos séculos V-IV a.C.
.
Digamos que esta cultura nasce com a conciliação de condições diversas que
permitiram harmonizar o Homem com o Mundo:
Condições Naturais: o clima seco e quente evoca a boa disposição, e o solo
pobre leva a que se procure noutros lugares, incitando o comércio. Por seu
lado o Mar Mediterrâneo apresenta-se como elo de ligação com outros
mundos, permitindo que se tragam descobertas e que se comercialize.

Condições Étnicas: o povo grego resultou do cruzamento de vários povos:


micénicos, cretenses, cicládicos e egípcios; o que inspirou o povo grego nos
seus primórdios.
Condições Sociais e Económicas: o crescimento da população leva a que se
desenvolva o comércio e as descobertas. Terra produtora de vinho e azeite, a
Grécia Antiga, cria cerâmicas que transportarão os produtos e que terão como
“rótulos” os feitos dos gregos, servindo como propaganda da cultura.

Divide-se a arte em:


Período arcaico (séc. VIII a.C. – inícios V a.C.),
Período clássico (séc. V a.C. – IV a.C.)
Período helenístico (séc. III a.C – era cristã).

Platão e Aristóteles – filosofia


Esquilo e Sófocles – teatro
Péricles – líder democrático
Policleto, Lísipo, Praxiteles – escultura
Lisípedes – cerâmica
Hipódamo – urbanista
Ictinos e Calícrates – arquitetos

BIOGRAFIA-PÉRICLES
Importante político e estratega ateniense, teria nascido entre os anos de 495 e 492
a.C. e morreu em 429 a.C. em plena Guerra do Peloponeso.
De origem aristocrática, cresceu num ambiente de tolerância e de liberdade.
Governou Atenas entre 460 e 429 a.C., tendo contribuído decisivamente para o
apogeu de Atenas e da Civilização Grega em todos os aspetos.
Era considerado um político inteligente, eloquente, patriota e grande defensor de
Atenas.
No entanto, o seu governo teve algumas contradições :
-Limitou o direito de cidadania;
-Usou indevidamente o Tesouro da Liga de Delos;
-Contribuiu para a Guerra do Peloponeso.

A PÓLIS DE ATENAS: A ÁGORA, O PORTO E O MAR


Para os atenienses a sua cidade-estado era o espaço físico da pólis, ou seja, a
comunidade dos cidadãos.
No século V a.C. Atenas tinha três zonas :
1-a acrópole, ou seja, a fortaleza na zona mais alta da cidade;
2-a ágora, na zona baixa e labiríntica da cidade;
3- O porto do Pireu e os campos envolventes.

1- a acrópole de Atenas: Zona alta e muralhada da cidade; restaurada e embelezada


por Péricles após as Guerras Pérsicas;tinha templos, tesouros, estátuas e relvados
(Era um grandioso e monumental conjunto ligado à arte e cultura gregas)
Era um local sagrado, defensivo, de culto e de civismo;
Na acrópole destacam-se os Propileus, o Pártenon, o Erectéion, o templo de Atena
Niké e vários tesouros (pequenas construções que guardavam jóias, armas e dinheiro
oferecidos pelos cidadãos e peregrinos ).

2- A ágora : era a praça pública das cidades gregas, tendo várias funções :
-Política: sede de governo e administração da cidade;
-Económica: mercado com lojas fixas, para comércio, ofícios e artesanato;
-Religiosa : templos e estátuas de deuses;
-Judicial : tribunais, que se reuniam nas stoas ou no areópago;
- Cívica : zona de discussão livre e aberta à participação de todos os cidadãos
interessados, valorizando-se a arte de bem falar em público e a racionalidade dos
argumentos.
A ágora ficava abaixo da acrópole, era ladeada de stoas ( pórticos colunados,
cobertos, retangulares; serviam para locais de encontros públicos e privados,
conferências e jantares ), tribunais, o areópago, bairros simples e ruas labirínticas. O
centro da ágora era o mercado.

AS GUERRAS PÉRSICAS E A BATALHA DE SALAMINA -480 a.C


O conflito entre a Grécia e a Pérsia ocorreu nos reinados dos reis persas Dario e
Xerxes, que atacaram sistematicamente as costas gregas, atraídos pela riqueza das
pólis e para terem acesso ao mar.
As cidades gregas uniram-se e venceram os persas na famosa batalha de Maratona,
em 490 a.C. : Fidípides, segundo conta a lenda, foi mandado por Milcíades a correr os
42 quilómetros que separavam Maratona de Atenas para anunciar a vitória grega.
Após anunciá-la com a frase "Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!", caiu morto
devido ao esforço.
Dez anos depois da batalha de Maratona, o rei persa Xerxes organizou um gigantesco
exército e atacou a Grécia.
Perante esta forte ameaça, as pólis voltaram a unir-se; a defesa terrestre por dirigida
por Esparta e a defesa marítima por Atenas. Os persas atacaram e destruíram
violentamente Atenas mas foram atraídos para o estreito de Salamina pelo
comandante da frota ateniense, Temístocles. Este simulou a retirada; os persas foram
encurralados e derrotados pelos ágeis navios gregos.
A vitória de Salamina associou-se ao despertar do orgulho grego e à vitória da razão
sobre a bárbarie, um sentimento profundo que Péricles tornou realidade na
reconstrução da acrópole de Atenas.

Oito anos após a batalha de Salamina o dramaturgo Ésquilo escreveu a tragédia Os


Persas (uma encomenda de Péricles), é a mais antiga tragédia grega, foi estreada em
472 a. C., descrevendo a batalha de Salamina sob o ponto de vista dos vencidos, os
persas.
Resumindo : a batalha de Salamina foi uma batalha marítima entre a liga das cidades
gregas, chefiada por Temístocles ( chefe da frota ateniense ) e os invasores persas,
chefiados pelo rei persa Xerxes, ocorrida em 480 a.C. no golfo da ilha de Salamina. A
Grécia, liderada por Atenas, saiu vitoriosa. om esta vitória a Grécia libertou-se do
domínio persa e Atenas passou a liderar politicamente a Grécia.
A hegemonia de Atenas concretizou-se na criação da Liga de Delos em 478 a. C.

O TEATRO GREGO- CASO PRÁTICO

O teatro teve a sua origem no culto ao deus Dionísio, em festas onde se


entoavam poemas e músicas dançadas pelo coro – ditirambos. A partir do
século VII a.C. os enredos tornaram-se mais complexos e passaram a ser
escritos por grandes autores. As peças teatrais-comédias e tragédias- eram
encomendadas pelos altos magistrados e pelos ricos cidadãos, existindo
concursos teatrais.
Os atores eram normalmente três homens disfarçados e usando saltos altos-
coturnos- e máscaras;
Existia também o coro- 12 pessoas-que dançavam, cantavam e comentavam a
ação, preparando o público para o momento mais importante da peça.

Inicialmente os teatros eram construções simples e feitas em madeira; a partir


do século V a.C. passaram a ser feitos de pedra, aproveitando a inclinação das
colinas, tendo excelente acústica e envolvência natural.

Existiam dois tipos de peças na Grécia Antiga :


1- A Tragédia: É o género teatral mais antigo. Teve o seu apogeu na época de
Péricles. Representava a vida dos deuses, a luta do Homem contra o seu
destino, o fatalismo e a maldição; o seu texto e ritmo vão evoluindo num
crescendo, prendendo o interesse do espectador.
2- A Comédia: É um género teatral mais tardio e menos duradouro; de
temática quotidiana, inspirada na sociedade, na política, nos vícios, modas,
hábitos e atitudes dos políticos, escritores, filósofos e até deuses.

ÉSQUILO E A TRAGÉDIA OS PERSAS-472a.C.


Esta tragédia grega foi uma encomenda de Péricles e a sua temática é a vitória
dos gregos na batalha de Salamina e os sentimentos dos persas; mostrando-se
valores de compaixão, moderação, ética, humanismo e pacifismo. Existe uma
interrogação sobre o sentido da vida humana e o seu destino; sobre o poder
dos deuses sobre a vida e o destino dos seres humanos e a vingança dos
deuses sobre quem tenta contrariar o seu destino.
Nesta tragédia Ésquilo valorizou o coro, realçou a cenografia, música e a
dança, que acentuam a dor dos persas. A linguagem desta tragédia é simples,
a ação decorre sem grandes surpresas, numa atmosfera fatal e moralizante,
cumprindo o carácter religioso e cívico do teatro.
O tema desta tragédia é o castigo dos deuses pela soberba e arrogância
humanas- personificadas por Xerxes, rei dos Persas.
O assunto é a batalha de Salamina, que os gregos venceram devido ao apoio e
proteção dos deuses.
Personagens : o coro- 12 atores-; a rainha Atossa- mãe de Xerxes-; a alma do
rei Dario; o mensageiro ou correio; o jovem rei Xerxes e o chefe do coro que
dialoga com os outros atores.

Ésquilo- 525-465 a.C.


De origem nobre, nasceu em Atenas e combateu nas Guerras Persas.
Dedicou-se, ainda muito jovem à poesia e ao teatro. Baseou-se nos mitos,
deuses e lendas. As suas peças têm uma consciência moral e uma
aceitação/obediência às leis.

A MITOLOGIA E A RELIGIÃO GREGAS


A Mitologia é a história fabulosa dos deuses e heróis da Antiguidade; foi o modo de
expressão simbólica com que as civilizações antigas explicaram factos históricos e
factos inexplicáveis.
Os mitos eram transmitidos pelos sacerdotes e pelo povo. A Mitologia também teve a
sua origem em acontecimentos sociais ou morais.
A Mitologia grega é fruto da imaginação e génio gregos; O esforço, a perseverança, o
amor, o ódio, a coragem, a cobardia, a vingança, a traição, a tentação ou o mérito
eram retratados em toda a sua natureza fantástica através de mitos muito detalhados
e aceites por todos. Os antigos gregos eram politeístas; tinham cerca de 30 mil
deuses; estes eram semelhantes aos humanos mas eram imortais e podiam mudar de
forma.
ARQUITETURA GREGA

O exterior do edifício era majestosamente decorado com esculturas e pintado com


azuis, vermelhos e dourados. Virado para o exterior, o templo grego tem um forte
sentido escultórico.

Na sua estrutura planimétrica, o templo era formado por três espaços:

 uma cella ou naos, onde se encontrava a estátua da divindade,


 antecedida por um espaço designado por pronaos, que era uma espécie de pórtico,
 e um outro espaço do lado posterior da cella que era o opistódomos, cuja função
era ser a câmara do tesouro, local onde se guardavam as oferendas aos deuses e os
bens preciosos da cidade.
 Esta estrutura tripartida era rodeada por um peristilo ou peristases, espécie de um
corredor coberto e circundante, aberto lateralmente através de uma ou mais fiadas de
colunas.
1- Pronaos

2- Naos ou cella

3- Opistódomos (câmara do tesouro)

4- Peristilo

Casos práticos

Pártenon

1- Pórtico
2- Cella
3- Estátua da divindade
4- Opistódomos
5- Pórtico
6- Peristasis

• Autores: Ictino e Calicrates


• Responsável pela decoração: Fidias
• Feito com mármore do monte pentélico – 22 mil toneladas
Tendo em conta as proporções do edifício foi necessário reajustar as proporções para que este
aparente ser equilibrado.
-Colunas ligeiramente mais finas
-Intercolúnio aumenta
-Equino praticamente retilíneo
-Arquitrave e friso têm a mesma altura
-Entablamento baixa
-Colunas são inclinadas para o interior
-Colunas ao centro mais altas
Decoração
-92 MÉTOPAS DECORADAS
Fachada este : gigantomaquia – deuses contra gigantes.
Fachada sul : Centauromaquia- centauros e lápitas
Fachada oeste: Amazonomaquia: Gregos contra Amazonas
Fachada norte: tomada de Troia

-Frontões com 50 estátuas colossais


Frontão este – nascimento da deusa Atena, a sair da cabeça de Zeus
Fontão oeste – disputa da Ática por Atena e Poseídon.

-Friso jónico contínuo (parede exterior)


Representada a procissão das Panateneias.
Cena com 400 personagens e 200 animais, organizados em desfile de 2 filas paralelas.

Atena Niké
Data: 432-420 a.C.
Autor: Calícrates
Ergue-se no bastião oriental da muralha. Na entrada da Acrópole enquadrado obliquamente em
relação aos propileus. Construído em mármore pentélico.
Era rodeado por uma balaustrada de 1,05 metros de altura

Ordem jónica
Anfiprostilo – colunas nas duas fachadas
Tetrastilo – 4 colunas na fachada
Organização da planta:
-Pórtico
-Cella
-Pórtico
Decoração
Friso
Autor : Agorácrito
Faixa contínua com cerca de 30 metros:
Este- Deuses do Olimpo que seguiam atentamente as batalhas entre Gregos e Persas
Restantes lados – lutas entre soldados Gregos e Persas.
Balaustrada
Vitórias aladas (nikái) que graciosamente erguem troféus. (Como a Niké desapertando a
sandália)
Frontões
Este – relacionado com os gigantes
Oeste – relacionado com as amazonas

Urbanismo

Natureza e o Homem foram a medida da cidade grega, onde a vida quotidiana


decorria maioritariamente ao ar livre.
Desde a época arcaica até à época clássica, as pólis gregas constituíam pequenos
amontoados populacionais de malha irregular e incaracterística, gerada de modo não
planeado e sem ideia de conjunto.
Assim, as zonas habitacionais das cidades gregas possuíram uma aspeto labiríntico e
desordenado, com ruas estreitas e não pavimentadas, sem diferenciação social, nem
nas casas de habitação.
Foi só com o Hipódamo (c. 500 a. C.) da cidade jónia de Mileto (na Ásia menor) que
haveria de surgir, no pensamento grego, uma teoria racional e lógica da organização
das cidades, a qual ele mesmo teve oportunidade de pôr em prática. Por isso,
Hipódamo é hoje considerado o primeiro urbanista com critério rigoroso que o mundo
conheceu.
A sua teoria nasceu do plano da reconstrução de Mileto, efetuada no século V a. C.
Nesse plano a cidade foi rasgado por avenidas longitudinais que se cruzavam em
ângulo reto com as ruas transversais, formando quarteirões regulares, organizado por
áreas diferenciadas segundo a função/profissão. Os quarteirões – formados, cada um,
por duas filas de cinco casas.
As cidades adquiriam, assim, uma malha em retícula ou quadrícula, cuja invenção
tem sido atribuída a Hipódamo.
A escultura grega
O Homem em todas as suas dimensões
É na escultura que, nos apercebemos da verdade da frase de Protágoras que dizia: “O
Homem é a medida de todas as coisas”. Com efeito, para o Grego, a escultura
glorifica, acima de tudo o Homem, ainda que retrate heróis, atletas e deuses, já que
até este se concebiam à imagem e semelhança dos humanos para os quais eram
modelos ideais.

A escultura grega foi concebida para caracterizar noções particulares de beleza e


harmonia, tendo como “papel primordial pôr em evidência a ideia de que a arte
conseguia pela habilidade da representação exata das aparências visíveis”.
Representou o Homem na sua dimensão física e psicológica, fazendo uso da mimesis
ou a ilusionismo da representação, chegando ao ponto  de colorir totalmente as
estátuas e relevos para atingir um realismo de grande vivacidade/ Aretê conjunto de
valores morais que fazem do Homem um ser de excelência.

período arcaico

Os Kouroi, presentação de jovens nus que, segundo se supõe, simbolizavam deuses


(talvez Apolo, deus da juventude e beleza) ou atletas-heróis.
Foi nestas estátuas que os Gregos ensaiaram as primeiras representações
anatómicas e o movimento corporal;

as Korai, representação de raparigas vestidas com longas túnicas pregueadas e


pintadas de cores luminosas. Eram, talvez,  jovens virgens usadas nas cerimónias
rituais.
Estilo severo
A transição para a época clássica fez-se no primeiro quartel do século V a. C., com
duas obras realizadas em bronze: o Auriga de Delfos e Poseídon. Dotadas de maior
pormenorização anatómica e rigor técnico, mas também de grande monumentalidade
e rigidez expressiva.

Época clássica (século V a.C.)


A escultura atingiu o auge da beleza e da perfeição,  quer pela conceção plena da
forma, imitada da Natureza.
A imitação da Natureza (isto é, da forma real, visível) não se fez, todavia, com base na
cópia exata dos exemplos fornecidos por esta, mas partiu de uma seleção que
representasse os modelos ideais, as formas mais perfeitas.
Essa seleção, que aliou a observação do real a rigorosos estudos de anatomia e de
geometria, culminou no estabelecimento dos cânones, conjunto de regras de
proporção métrica entre as diferentes partes do corpo humano, de modo a obter um
todo harmonioso e perfeito – uma beleza ideal, nascida da reflexão e da
racionalização.

O primeiro cânone surgiu com o escultor ateniense Policleto que redigiu as


conclusões da sua pesquisa num tratado de escultura a que deu justamente o título de
Cânone, que foi materializado pela obra O Doríforo.
- A figura humana equivale a sete vezes o tamanho da cabeça;
- Criação da técnica do contraposto
Miron
Ao realismo técnico aliou-se o idealismo racional das formas, características patentes,
por exemplo, em Míron e na sua obra O Discóbolo, onde ao dinamismo das formas
anatómicas se associou o idealismo do rosto do atleta, que em esforço de
concentração, se apresenta sereno, calmo e imperturbável.
Nesta obra faz-se a colocação do corpo em S e utiliza-se a captação do momento-
momento mirónico.

Fídias – o artista mais genial de todo o século V a.C – foi com este que a escultura
grega atingiu a absoluta perfeição.
Foi este o autor dos relevos do Parténon, nomeadamente os de A Procissão das
Panateneias..
Nas obras de Fídias ressaltam a perfeição anatómica, a robustez e a serenidade, a
força e a majestade que atribuíram à escultura clássica grega o carácter idealista e
divinizado que hoje lhe reconhecemos e que definimos, muitas vezes, pela expressão
“calma olímpica”.

Da 2.ª idade clássica


No século IV a. C., a escultura grega conheceu novos desenvolvimentos que
contrariam a grandeza severa e impessoal do século V. Relevos e estátuas tornam-se
mais naturalistas e expressivos, trabalhados ao estilo de cada autor; aparece
igualmente o no feminino, nunca até aí inteiramente revelado. Assim, a escultura
adquiriu um carácter mais sensível e sensual, mais gracioso e sedutor.
Exemplos destas alterações encontram-se no trabalho do escultor Escopas, cujas
obras exibem uma poderosa expressividade pela tensão dos corpos, em movimento
contorcido, e pelos rostos .
Praxíteles, outro artista deste período, executou corpos esbeltos e efeminados, como
o do seu Hermes, e foi o primeiro a assumir a nudez feminina na estatuária.
Lísipo, por seu turno, estabeleceu um novo cânone cujas proporções criaram um tipo
de atleta mais esbelto e delgado, concretizado em Apoxiomeno ( o corpo são 8 vezes
o tamanho da cabeça); coube-lhe, também, introduzir na escultura a verdadeira noção
de vulto redondo, assumindo a multifacialidade do observador face às suas obras .
Período helenístico
Nos séculos III, II e I a. C., o período helenístico, a escultura grega fez uma nova
evolução. O “realismo idealista” do século V fora substituindo, no século IV, pelo
naturalismo que foi progressivamente evoluindo, neste período, para um “realismo
expressivo”, dramático e livre, de efeito teatral. 
O sofrimento e as paixões apoderam-se dos corpos e dos rostos; os grupos
escultóricos, suscetíveis de composições mais dinâmicas, são preferidos às estátuas
individuais; mesmo as figuras isoladas parecem ter sido extraídas de uma narrativa,
como no caso de O Gaulês Moribundo ou do grupo Laocoonte.

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