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SÃO PAULO
2011
ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA - EBRAMEC
CURSO DE FORMAÇÃO EM ACUPUNTURA
SÃO PAULO
2011
Resumo
A Bursite de ombro surge como inflamação das bursas, ao usar o ombro de maneira
errada ou devido a uma lesão em um tendão ou outras estruturas da articulação. Outra
das causas podem ser movimentos repetitivos, artites (inflamação de articulações) e gota
(ácido úrico cristalisado e depositado na articulação).
The shoulder bursitis rises as a bursa inflamation, when using the shoulder in the wrong
way due a tendon lesion or in other articulation structures. Another cause is repetitive
movements, arthritis (articular inflamation) and gout (cristalized uric acid deposited in
the joint).
1-INTRODUÇÃO 1
1.1- Problema 1
1.2- Objetivo 2
1.3- Metodologia 3
2- REVISÃO LITERÁRIA 4
3- BURSITE 6
3.1- Introdução 6
3.2- Etiologia 8
3.3- Manifestações clínicas 8
3.4- Avaliação Ultra-Sonográfica 8
3.5- Bursopatias 9
5- CONCLUSÃO 15
Lista de Siglas 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18
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1-INTRODUÇÃO
1.1- Problema
A Acupuntura tem resultados benéficos no tratamento do quadro álgico em
pacientes com Bursite de ombro?
2
1.2- Objetivo
Esta revisão literária tem como objetivo comprovar a eficácia e as diferentes
abordagens de tratamento com Acupuntura na redução do quadro álgico em pacientes com
Bursite de ombro.
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1.3- Metodologia
A metodologia utilizada para este trabalho está baseada em pesquisas bibliográficas
explicativas e descritivas obtidas na internet e livros na área da Medicina Ocidental e
Medicina Chinesa, a fim de abordar a relevância no tratamento de pacientes com Bursite de
ombro através da Acupuntura.
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2 - REVISÃO LITERÁRIA
2.2- Descrição
A articulação do ombro, na verdade, faz parte de um conjunto de ossos,
articulações, ligamentos e músculos que compõem a cintura escapular.
A escápula tem um formato plano e está apoiada sobre o tórax, sendo que esta
região, entre a escápula e o tórax, é considerada como uma “falsa” articulação, pois
ocorre um amplo grau de movimento. Durante o movimento de elevação do braço, a
escápula desliza sobre o tórax em um movimento angular, mantendo a correta
orientação da articulação do ombro propriamente dita (cabeça do úmero e escápula).
Este movimento tem importância fundamental nos movimentos do ombro. Esta
articulação tem algumas saliências ósseas que são o acrômio e o coracóide: o acrômio se
articula com a clavícula pela articulação acrômio-clavicular e possui um ligamento que
vai de sua ponta à outra saliência óssea que é o coracóide, ligamento este chamado de
córaco-acromial. A escápula possui ainda a cavidade glenóide que se articula com a
cabeça do úmero.
O terceiro osso da cintura escapular é a clavícula, osso relativamente fino e que
tem o formato de “S”, que é o osso de ligação do membro superior com o esqueleto
axial, ou seja, é a única estrutura óssea que une o braço ao tórax. Portanto, todas as
forças ou cargas suportadas pelo braço são transmitidas ao corpo pela clavícula e por
suas articulações, esterno-clavicular (medial e junto ao osso esterno no tórax) e
acrômio-clavicular (lateral).
Os ossos são mantidos unidos e firmes por vários ligamentos e pela cápsula
articular, que é uma “membrana” que envolve a articulações.
A articulação acrômio-clavicular possui 4 ligamentos que são o anterior, inferior,
posterior e o superior, este o mais importante na estabilidade desta. Esta articulação
possui ainda 2 ligamentos extra-articulares que também são muito importantes na
estabilidade, são os ligamentos conóide e trapezóide, que unem a clavícula ao processo
coracóide da escápula.
A articulação esterno-clavicular também tem os seus ligamentos que são o
ligamento esterno-clavicular anterior e o costo-clavicular, este último também extra-
articular e une a clavícula à primeira costela.
O manguito rotador é formado por um conjunto de 4 tendões que, como dissemos,
cobrem e fecham a articulação do ombro, e estes tendões são:
Tendão do músculo subescapular, que está localizado na face anterior da
articulação;
Tendão do músculo supra-espinhal, que fica na face superior e os tendões dos
músculos infra-espinhal e redondo que se situam na face posterior do ombro;
Existe ainda outro tendão, longo e fino, que também faz parte funcional do
manguito, que é a cabeça longa do bíceps do braço.
Outros músculos obviamente também são importantes e são eles o grande dorsal,
redondo maior, peitoral maior, peitoral menor, córaco-braquial e cabeça curta do bíceps
do braço (Grupo de Ombro e Cotovelo, 2009-2011).
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3- Bursite
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3.1- Introdução
O termo Bursite se refere à inflamação da bursa causada pelo esforço repetitivo,
trauma, infecção ou doença inflamatória sistêmica.
O processo inflamatório caracteriza-se pela proliferação de células sinoviais,
aumento a formação de colágeno e líquido no local afetado. O aumento da
permeabilidade capilar permite a entrada de líquido rico em proteínas, substituindo o
revestimento da bursa por tecido de granulação e tecido fibrótico.
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Alguns estudos sugerem que o processo inflamatório é mediado por citocinas,
metaloproteases e ciclooxigenases. Na artrite séptica, o trauma local, em geral, causa
inoculação de bactérias na bursa, desencadeando o processo inflamatório. (Equipe
Editorial Bibliomed, 2009).
A Bursite de Ombro, ou Síndrome do Impacto, é uma inflamação do músculo
supraespinhal e da bursa (bolsas sinoviais espalhadas pelas principais articulações do
corpo), que surge devido ao impacto entre os ossos, toda vez que se levantam os braços.
3.2- Etiologia
Na articulação do ombro, na área sujeita a repetidas pressões durante o
movimento existe uma estrutura designada por bolsa subacromial que, tal como já foi
referido, tem como principal função almofadar a região sujeita a atrito (tendão do
rotador da coifa, mas essencialmente o tendão do Supraespinhoso) reduzindo a fricção
entre as partes móveis.
Por excesso de utilização o tendão pode tornar-se rígido, podendo caminhar para
uma situação crônica ao afetar a bolsa subacromial adjacente, provocando uma reação
inflamatória designada por Bursite Subacromial.
Eventualmente, com a inflamação ocorre depósito de cálcio nesse tendão, e mais
tarde interfere no movimento do ombro. Se a bursite persiste, os músculos poderão
atrofiar ou degenerarem.
Referiu-se anteriormente que o movimento de abdução do braço irá provocar
compressão na bolsa, bem como, a exagerada flexão. A elevação dos braços é
considerada agressiva, em especial se for realizada durante longos períodos de tempo e
envolver um trabalho muscular estático. Ora, por exemplo, um operador fabril ou um
empregado de grandes armazéns, que precisa realizar repetidamente estes movimentos
para empilhar caixas em prateleiras elevadas, estará sujeito ao aparecimento de uma
bursite. Também no desportista, o ombro está sujeito a uma infinidade de lesões
traumáticas, provocadas por micro traumatismos, diretos por contusão, ou indiretos por
quedas em apoio palmar, quer ainda pelo stress gestual repetitivo nas modalidades onde
a utilização dos membros superiores é fundamental para o desenrolar harmonioso do
gesto desportivo. Podemos dar o exemplo do jogador de Voleibol. Deste modo, conclui-
se que os efeitos no corpo humano dos movimentos realizados dependem da postura
adotada, da força exercida para a realização do gesto e o número de vezes que é
executado (Dra Andréia de Almeida, 2002).
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FIG. . (C) Bursite pré-patelar: imagem sagital com o joelho em flexão demonstrando a
bursa localizada superficialmente à patela (**), distendida por líquido hipoecogênico
(seta). (D) Bursite olecraniana: material espesso (seta) distendendo a bursa, superficial
ao olecrano (Rafael Burgomeister Lourenço, 2008).
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4- Bursite na Medicina Tradicional Chinesa
As bursites são encaradas como sendo ocasionadas por situações de Estagnação de
Qi e de Sangue (Xue) no exterior, normalmente sendo acompanhada de Deficiência de Qi e
Sangue (Xue) no interior.
As bursites, de modo geral, estão relacionadas com: traumatismos, Invasão de
Agentes Patogênicos (Vento, Frio, Umidade), patologias crônicas; Estagnação do Qi do
Fígado (Gan) e Deficiência de Qi e Sangue (Xue) (EBRAMEC, 2009).
4.2- Etiologia
Frio:
A invasão dos Canais por Frio externo constitui-se em um dos fatores
etiológicos mais comuns. O Frio contrai músculos e tendões, causando dor e rigidez.
Tipicamente a dor é agravada por exposição ao frio ou mediante clima chuvoso e
úmido. A invasão local de Frio gera estagnação de Qi nos canais do ombro; se o Frio
não for expelido, a estagnação pode se tornar crônica. Esta condição também causará
dor e irá predispor os canais a futuras invasões de Frio, iniciando um ciclo vicioso
(MACIOCIA, 2010).
Acidentes:
Acidentes de pouca importância causam estagnação local de Qi, ao passo que os
acidentes sérios causam estagnação local de Sangue (Xue). Muito freqüentemente, os
acidentes ocorridos no passado podem predispor a articulação do ombro (ou qualquer
outra articulação) à invasão futura de Frio durante a vida (MACIOCIA, 2010).
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4.3- Tratamento
O propósito do tratamento é simplesmente expelir os fatores patogênicos que
invadiram os Canais e eliminar a resultante estagnação local de Qi e de Sangue (Xue)
dos Canais.
O tratamento da Síndrome da Obstrução Dolorosa é, por definição, um
tratamento do Canal e apenas envolve tratar os Órgãos Internos como objetivo
secundário. Porém, a mais óbvia e notável exceção para isso é a Síndrome da Obstrução
Dolorosa crônica, que também requer tratamento dos Órgãos Internos.
Como um princípio geral, uma vez que os três fatores patogênicos, Vento, Frio,
Umidade, normalmente estão presentes na Síndrome da Obstrução Dolorosa (embora
com a predominância de um o dois), o tratamento é voltado a expelir o Vento, dispersar
o Frio e resolver a Umidade.
O tratamento da Síndrome da Obstrução Dolorosa crônica, em particular, requer
uma abordagem mais completa. Além de expelir o fator patogênico, é necessário nutrir
o Sangue (Xue), nutrir Fígado (Gan) e Rim (Shen), resolver a Fleuma ou mover o
Sangue (Xue), dependendo da condição subjacente predominante.
É importante perceber que as estratégias a serem aplicadas no tratamento de
acupuntura esboçado a seguir aplicam-se não apenas na síndrome da obstrução
dolorosa, mas também no tratamento de outros problemas musculoesqueléticos como
trauma, trauma por esporte e lesões por esforço repetitivo (MACIOCIA, 2008).
Os principais pontos distais para tratar os Canais de Conexão (Luo Mai) de acordo com
o canal envolvido são:
IG6 (Pianli) para tratar Intestino Grosso (Da Chang).
ID7 (Zhizheng) para tratar Intestino Delgado (Xiao Chang).
TA5 (Waiguang) para tratar Triplo Aquecedor (San Jiao).
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5-CONCLUSÃO
Conclui-se através das bibliografias consultadas, que a Acupuntura fornece uma
ampla gama de tratamentos com resultados eficazes no tratamento do quadro álgico da
dor em pacientes com Bursite de ombro, melhorando assim a mobilidade articular, a
funcionalidade e a qualidade de vida.
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GLOSSÁRIO DE TERMOS CHINESES
Qi (Qi)
Xue (Sangue)
Gan (Fígado)
Shen (Rim)
Fei (Pulmão)
Xi (Desobstrutor)
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LISTA DE SIGLAS
B (Bexiga)
E (Estômago)
F (Fígado)
ID (Intestino Delgado)
IG (Intestino Grosso)
P (Pulmão)
PC (Pericárdio)
TA (Triplo Aquecedor)
VB (Vesícula Biliar)
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Referências Bibliográficas
-Ciefato-EBRAMEC- Escola Brasileira de Medicina Chinesa, Módulo 19,
Acupuntura Aplicada na Ortopedia, 2010.
- Drª. Andreia de Almeida, Drª. Biliana Stefanova, Drª. Marta Silva, Bursite
subacromial. Data de acesso 18 de abril de 2011. Site:
http://www.profala.com/artfisio6.htm.
http://www.sanny.com.br/downloads//mat_cientificos/bursite_subacromial.pdf
- Dr. Fabio Cardoso. Imagens ombro. Data de acesso 18 de abril de 2011. Site:
http://drfabricio.site.med.br/index.asp?PageName=Bursite-20Ombro
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