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2018
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
PROGRAMA FGV MANAGEMENT
MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
André Barcaui
Coordenador Acadêmico Executivo
Gostaria de agradecer aos meus pais, Glauciana Carneiro e Luiz Carneiro, que
sempre foram a minha inspiração e o meu chão durante toda a vida, que me financiaram
e apoiaram durante o decorrer de todo o MBA.
À minha namorada, Maria Rita Xavier, pelo apoio emocional e revisão do meu
texto, o qual sem não conseguiria realizar.
À minhas avós professoras, Dorinha e Célia, e à minha tia, também professora,
Mary Marinho.
Ao meu orientador, Arnaldo Lyrio Barreto, os meus sinceros agradecimentos.
A todos os professores que se dedicam a difundir o conhecimento e contribuíram
para o meu crescimento intelectual e aos trabalhadores mundo afora que se esforçam por
uma vida melhor e fazem tudo ser possível.
RESUMO
Research & Development is an inherently ambiguous activity in regard to the need for
freedom of ideas and at the same time a project management methodology that assists the
project but does not exercise excessive control. There have always been efforts to utilize
traditional project management methodologies in R&D since the 1960s but have
encountered barriers in its applications. The present work seeks to look through the
current literature on project management of Research & Development and Innovation
according to the PMI, Chin (2011), Wingate (2015) and analyze how is the context of
R&D in Brazil in its relations to current methodologies due to the low maturity in project
management in this sector according to Prado and Fernandes (2015). It was found that in
order to do R&D, one must create or adapt existing methodologies, fitting them into the
organizational culture because the existing ones do not fully meet the challenges of
innovative activities. The Brazilian companies accessed through the work of PINHEIRO
et al. (2006), EMBRAPA (1989), GREENHALGH et al. (2017) and PETROBRAS
(2018) had previously adapted PM methodologies in their R&D activities with
similarities to that documented later in the literature by Chin (2011) and Wingate (2015)
1. INTRODUÇÃO 11
2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 12
4. CONCLUSÃO 49
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50
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1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
Já disse Carl Sagan (1934-1996): “Se você quiser fazer uma torta de maçã do zero,
você deve primeiro inventar o universo”. Quem escuta isso pela primeira vez, acha que é
alguma espécie de piada, mas, uma maçã não aparece do nada, tampouco a farinha para
fazer a massa da torta, o leite, elas vêm de algum lugar. A maçã vem da macieira, que foi
cultivada por um fazendeiro, o leite da vaca que foi cuidada e teve seu leite transportado,
o açúcar veio da usina e da cana de açúcar. Ninguém faz nada do zero. Dependemos
intrinsicamente da colaboração dos outros e do descobrimento de algo, dos processos que
permitiram que a sucralose fosse retirada de dentro das células da cana-de-açúcar e
cristalizasse em açúcar branco, a ciência de enxertos que permitem que o produtor consiga
trazer maçãs grandes e saborosas, do saber do vaqueiro, da ciência por trás do veterinário,
do engenheiro que produziu a máquina que bate o creme e faz a manteiga na consistência
certa.
Em algum lugar, algo incrível está esperando para ser descoberto [...] vivemos
numa sociedade dependente da ciência e da tecnologia, mas que não sabe quase
nada disso. (CARL SAGAN, 1934-1996).
a) Pesquisa básica, que pode ser pensada como a fase da imaginação onde se
adquire novo conhecimento sem nenhum objetivo ou aplicação especificados.
b) Pesquisa aplicada, que se pode ser conceituada como a fase de arte, tirando a
ideia do reino da imaginação e criando algo.
13
O PMI trata o ciclo de vida do projeto como uma série de fases que o projeto
atravessa do início à conclusão, sendo definido aqui a fase de um projeto por “um
conjunto de atividades relacionadas de maneira lógica que culmina na conclusão de uma
ou mais entregas” (PMI, 2017, p. 18), havendo a possibilidade de sequenciamento,
interatividade ou sobreposição delas. Determinando assim uma estrutura básica do
gerenciamento de um projeto independentemente do trabalho a ser executado nesse
projeto específico. Em geral, o PMI tem uma vista processual de como cada fase do ciclo
de vida deve ser traçada, havendo sempre uma sequência de processos de entrada,
execução e saída, assim cada fase tem seu próprio ciclo de vida, como pode ser
evidenciado pela Figura 2 a seguir. É determinado, assim, um marco ao final de cada fase
onde se avalia o desempenho e o progresso do projeto comparativamente à documentação
de planejamento e se toma uma decisão quanto ao prosseguimento para próxima fase (sem
ou com alterações); término do projeto; continuação na mesma fase ou repetir a fase, ou
elementos.
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A depender do projeto mais áreas podem ser necessárias como segurança e saúde,
mas três áreas são tratadas tradicionalmente: escopo, custos, tempo/cronograma.
Formando a restrição tripla (VALLE; CIERCO; et al., 2014), definição que foi
abandonada do Guia PMBOK na sua quarta edição devido à adição das outras áreas.
Segundo Wingate (2015), um ciclo de vida é uma vista sistêmica de como uma
atividade evolui com o tempo, ela possui fases que proveem estrutura e foco, além de
poder ser utilizada para auxiliar decisões sobre quando investir em novas tecnologias que
irão substituir ou rejuvenescer as existentes. Como uma vida, o ciclo de vida de uma
atividade tem começo, meio e fim, quando utilizado em gerenciamento de projetos, o
ciclo de vida é pensado englobando todas as fases. Em um projeto de Pesquisa &
Desenvolvimento, se pensa no começo como a pesquisa básica, no meio como as
atividades de desenvolvimento e no fim como a entrega dos resultados, por exemplo.
Entender como o ciclo de vida se encaixa em projetos de Pesquisa &
Desenvolvimento depende da compreensão de como o projeto irá se situar na estratégia
da empresa, no portfólio, no programa e em seu próprio ciclo de vida. Ter uma estrutura
de gerenciamento de projetos como suporte à Pesquisa & Desenvolvimento, com a
complementação de disciplinas acessórias, auxiliará no sucesso da P&D que tem
resultados e previsibilidade difíceis por natureza. Identificar onde o projeto ou atividade
de P&D está se encaixando no ciclo de vida ajudará a selecionar qual metodologia e a
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partir de que fase ele será utilizado. Nessa perspectiva, abordaremos as três macro fases
do ciclo de vida nos subitens a seguir.
Nessa fase, a ideia é desenvolvida do ponto de mera concepção para já ser pensada
em uma aplicação. Um propositor traz uma ideia e empacota-a com definições o
suficiente para que decisões possam ser tomadas se ela será perseguida ou não. Logo, um
produto prévio já pode ser testado (como um protótipo ou modelo) e resultados iniciais
sobre este produto podem ser discutidos. As fases de pré-produção se concentram em
provar que uma ideia é boa o suficiente para ser tomada adiante, já que ao se fazer um
produto prévio, e ao ser validado as hipóteses de projeto, a produção pode começar. É
bastante comum que atividades sigam para a fase de produção antes que os designs
estejam suficiente maduros, pois o cronograma normalmente se desliza nas fases de pré-
produção devido aos empecilhos naturais que ocorrem quando o projeto é ampliado e
outras complicações imprevisíveis que podem aparecer.
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Essa é uma das partes mais difíceis de navegar do ciclo de vida. Determinar
quando o suficiente é realmente suficiente e quando mover adiante vai de cada
pessoa. O tanto de risco que pode ser tolerado e as pressões externas para
cumprir prazos que foram definidos vão impactar decisões de quando seguir
adiante. (WINGATE, 2015, p. 31, tradução nossa).
projeto é definido e acertado o triângulo, o que especifica-o como constante, de modo que
o resultado possa sair conforme o combinado.
Para conseguirmos utilizar as metodologias de gerenciamento de projetos em
atividades de Pesquisa & Desenvolvimento, os dois lados devem fazer concessões: o lado
do gerenciamento de projetos mais ortodoxo de definições engessadas e o lado da
pesquisa deve ceder parte da liberdade criativa, apesar de ter sido discutido aqui que o
Gerenciamento de Projetos tem uma metodologia processual e deve seguir certos ritos.
Já sabemos que uma atividade de P&D não necessariamente se encaixa nos
parâmetros do PMI por completo, por isso, deve-se afrouxar a definição do que é projeto,
constringir as atividades típicas de P&D em um cronograma e tentar identificar os
resultados básicos que se almejam da P&D, seja de uma perspectiva tática ou estratégica.
A atividade de P&D é altamente criativa, de maneira que são poucas as que conseguem
se encaixar facilmente nos parâmetros tradicionais de gerenciamento. Principalmente, no
que se refere a escalas de tempo longas, mas isso não significa que essas atividades não
possam beneficiar-se das metodologias de gerenciamento de projeto.
P&D é utilizado para aprendizado e aplicação em uma área que ainda está
indefinida, conceitual, complexa e ambígua. Em muitos casos não tem
resultados definidos ou sequer tem um resultado identificado; mesmo assim os
meios para alcançar o resultado pode ser desconhecido. Dito isso, ainda é
possível escolher um cronograma em que um projeto de P&D irá ocorrer, e
identificar as tarefas conhecidas que serão completadas durante esse
cronograma. Ao comprimir as atividades típicas de P&D nesse cronograma e
identificando os resultados básicos (incluindo experimentos antecipados ou
completação da pesquisa, a submissão de papers científicos, a entrega de um
protótipo, ou outras atividades), pode-se tratar P&D como um projeto.
(WINGATE, 2015, p. 56).
1
As metodologias ágeis mais conhecidas são as Agile, Kanban e SCRUM.
23
Figura 6 - Nível de Ambiguidade ou Risco de acordo com o envolvimento do cliente. E experiência com
a Metodologia e Ferramentas
voltar sobre si mesmos, mas adicionando progressos incrementais a cada ciclo em direção
a um objetivo futuro. Segundo Wingate (2015), o desenvolvimento em espiral é utilizado
quando o risco é elevado e tem um grande componente de abstração (artística) e/ou
atividades de projeto-construção-teste levam à evolução. Já GURENDO (2015) diz que
o Modelo Espiral é orientado para o risco (Risk Driven). Essas características são ideais
para complementar o gerenciamento de projeto em Pesquisa & Desenvolvimento.
2
Alguns tipos de software que controlam hardwares.
3
Backlog de requisitos, como uma pilha de pedidos de trabalho em espera.
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Os testes e experimentos também são importantes nos projetos, para que sejam
definidos de forma a serem avaliados claramente, na desistência de um caminho ou no
abraço de uma nova oportunidade. O gerenciamento de risco prova essa estrutura
processual, que qualifica e quantifica o progresso da pesquisa e do desenvolvimento,
dando uma fundação maior para a tomada de decisão. Principalmente devido à
incapacidade desse tipo de projeto de prever resultados em testes e experimentos, o
registro de riscos e essa fundação são elementos que complementam essas atividades e
trazem um alicerce de informações para um possível portão de tomada de decisões.
Figura 9 - Alinhamento das habilidades do gerente de projeto de acordo com o objetivo. (Wingate ,2015)
Uma das perguntas feitas pela Chin (2011, p. 159) aos entrevistados foi “como a
performance da colaboração é medida” e das respostas, separou os resultados em duas
categorias:
a) Resultados Tangíveis: são os resultados e entregáveis esperados dos
acadêmicos como papers científicos e publicações, descobertas e soluções encontradas
pelos pesquisadores. Segundo Chin (2011, p. 159) os pesquisadores universitários
também veem as colaborações como uma estratégia de gerar mais doutores com
exposição industrial para atender às necessidades do mercado.
b) Resultados intangíveis: desenvolvimento de conhecimento, validação de
achados, satisfação de resultados de pesquisa ou solução de problemas específicos.
Parceiros de indústria veem a colaboração como uma maneira de ter acesso a uma
tecnologia de valor agregado para seus produtos e ao mesmo tempo ter a oportunidade de
aumentar o valor comercial e a competitividade dos seus produtos no mercado. (CHIN,
2011, p. 159).
Chin (2011) ressaltou que a medição de performance é uma área ainda pouco
estudada, que embora os entrevistados tenham afirmado que a colaboração é de extrema
importância, não deram respostas específicas à pergunta. Nos estudos dela foi encontrado
que não houve indicações de conduções de medições de performance dos resultados pelas
organizações ou envolvimento direto das instituições nessas medições.
O mapeamento feito por Chin (2011, p.163-169) via entrevistas também buscou
questionar sobre o gerenciamento dos projetos em colaboração Universidade-Indústria.
Um destaque importante a ser mencionado aqui é que ao serem perguntados “Que
elementos chave são necessários no processo de planejamento?” os respondentes não
indicaram um uso de uma metodologia de gerenciamento de projetos e somente um
entrevistado concordou com a necessidade de uma metodologia de gerenciamento de
projetos como elemento chave no planejamento.
No entanto, as séries de respostas tiveram elementos comuns às metodologias de
gerenciamento de projetos como: clara definição dos objetivos ou problemas do projeto;
cronograma bem estruturado e planejado; orçamento e provisão financeira adequados;
seleção do parceiro bem ajustada e equipe com capacidade e quantidade suficiente para
manter a parceria; papéis e responsabilidades bem definidas ao longo do time de projeto;
utilização bem planejada, aproveitada e minimizada dos recursos, adoção de metodologia
de gerenciamento de projetos. Chin (2011) interpretou os resultados dessa pergunta como
uma falha de entendimento dos benefícios que uma metodologia de gerenciamento de
projetos pode trazer para a colaboração. Também foi notado que apesar de o retorno de
investimento do ponto de vista da indústria ser considerado um elemento importante do
projeto de colaboração, não foi identificado pelos respondentes.
Sobre as estruturas que são criadas ou adotadas para coordenar os projetos
colaborativos foi notado que boa parte dos entrevistados de origem empresarial não
indicaram preferência em adotar alguma abordagem ou estrutura específica no
gerenciamento de projetos colaborativos, também ficou evidente que os respondentes da
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indústria eram mais propensos a coordenar as atividades via prazos e marcos e viam
reuniões e discussões como veículos suficientes para coordenar a colaboração. Já os
parceiros da universidade indicaram uma abordagem mais prática na coordenação através
do reporte via documentação periódica, encontros regulares e discussões via e-mail para
manter um canal de comunicação aberto entre os parceiros. Essas abordagens
aparentaram ser apropriadas, particularmente em um projeto de ambiente dinâmico. Chin
(2011) também notou que pela resposta dos entrevistados das universidades eles são
requeridos a reportar para o centro de gerenciamento de pesquisa da universidade
periodicamente e dependem desse centro para concatenar documentos e monitorar o
progresso dos projetos.
Ao perguntar quem são as pessoas envolvidas no gerenciamento de projetos, se
há um gerente de projeto para cada parceiro e o impacto houve uma série de respostas de
responsáveis como líder de projeto ou o patrocinador (sponsor) que tomaram papel de
gerentes de projeto (gerente de projeto acidentais) mas sem qualquer treinamento em
gerenciamento de projeto, mas que na visão dos entrevistados não afetaria a performance
da colaboração já que os papéis estavam bem definidos, o que compensaria a falta de
treinamento. Porém os próprios entrevistados identificaram que vários problemas e
barreiras citadas anteriormente poderiam ter sido resolvidas com a presença de um
gerente de projetos bem treinado e uma documentação. Também admitiram a não
utilização de uma metodologia de gerenciamento de projeto, tendo os entrevistados de
origem acadêmica mostrado confiança no estilo e capacidade do centro de gerenciamento
da universidade e no parceiro da indústria. Já os de origem industrial mostraram a
preferência por manter um grau de flexibilidade no gerenciamento da colaboração.
(CHIN, 2011, p. 166).
Chin (2011) utilizou esses dados junto com outras pesquisas da autora desenvolver
uma metodologia de Gerenciamento de Projetos para o ambiente de colaboração
Universidade-Indústria. A metodologia construída foi proposta por ser um híbrido de
outras atendendo os requerimentos de um método de gerenciamento de projeto mapeados
pela autora, listados abaixo em Chin e Spowage (2012):
a) Deve facilitar a identificação e gerenciamento de riscos e oportunidades
b) Deve facilitar a clareza de objetivos e escopo do projeto incorporando as
melhores práticas de gestão de projetos, ferramentas e técnicas para planejar e
gerenciar projetos de Pesquisa & Desenvolvimento
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O terceiro módulo tem como atividade mais importante garantir que o trabalho
realizado está sendo realizado como planejado ao monitorar o progresso
consistentemente. Segundo a metodologia PMM, os passos requeridos para cumprir isso
são monitorar e acompanhar o progresso e conduzir processos de revisão de fase (review
gate) no evento de requerimentos de mudanças (change requests). As duas atividades
principais a serem realizadas nesse módulo em conjunto com suas entradas, tarefas,
ferramentas e saídas associadas. (CHIN, 2011).
como em Chin (2011), Wingate (2015) e Gleadle, Hodgson e Storey (2012). Nesta última,
as equipes de P&D de uma companhia multinacional de tecnologia da informação foram
submetidas a adotar uma metodologia de gerenciamento de projetos sem um processo de
consulta à equipe afetada. A administração teve como o foco o controle incremental dos
projetos. Estando acostumadas a trabalhar em um ambiente livre para exercer a
criatividade, não tiveram a oportunidade de contribuir com a forma que a metodologia foi
introduzida, o que trouxe evasão de talentos e enforcamento do trabalho de conhecimento
e criatividade, o que diminuiu a efetividade e causou o corte de projetos pela
administração sênior. Uma das conclusões da pesquisa de impacto nessa empresa, em que
houve mudança de paradigma, é que os Engenheiros de P&D não possuíam oposição
ideológica às práticas de gerenciamento de projetos e eram em média abertos ao
“racionalismo gerencial”, embora seja de prática comum na Engenharia uma
ambiguidade na recepção do gerenciamento.
Conforme observado por Chandrasekaran, et al (2014), é comum que a alta
administração não consiga administrar bem uma equipe inovadora conforme observado
no caso da 3M:
Figura 16 - Nível de maturidade das empresas mapeadas por Prado e Fernandes (2015)
Figura 19 - Modelo Stage-Gate (COOPER, 2009) em open innovation adotado pela EMBRAPA
Vemos aqui vários conceitos delimitados por Chin (2011) e Wingate (2015) no
que se refere à necessidade do que deve existir em uma metodologia de Gerenciamento
de Projetos: etapas, riscos, escopo e encerramento.
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4. CONCLUSÃO
O gerenciamento de projetos é uma ciência que tem várias abordagens, vimos aqui
algumas metodologias consagradas como a metodologia do PMI,
Metodologias/Frameworks Ágeis, Engenharia de Sistemas, Spiral Development,
diretrizes recomendadas por Wingate (2015), o modelo desenvolvido por Chin (2011) na
Malásia e os métodos brasileiros adaptados de Pinheiro et al. (2006) na Fiocruz e
Greenhalgh et al. (2017) na EMBRAPA, duas empresas consagradas na P&DI nacional.
Embora o nível de maturidade em gerenciamento de projetos na área de
Desenvolvimento de Novos Produtos e Pesquisa & Desenvolvimento medido por Prado
& Fernandes (2015) tenha sido baixo: 2,58, se encaixando no Nível 2 – investiram em
conhecimentos e o Nível 3 – implantaram padrões, o mapeamento não levou em conta
alguns grandes players do P&D nacional, como a Petrobras, que tem uma grande
quantidade de profissionais com treinamento em gerenciamento de projetos e formalismo
documental. O que fica como sugestão deste trabalho é uma possível investigação futura
da presença de metodologias de gerenciamento de projetos híbridas para P&DI na
Petrobras e em outras instituições, como as Universidades Federais.
Neste sentido, foi visto em Greenhalgh et al. (2017) e Pinheiro et al. (2006) que
empresas e instituições brasileiras desenvolveram suas metodologias próprias baseadas
ou não nas metodologias mais difundidas no mundo como as do PMI (2017). Essas
metodologias seguem boa parte das recomendações da literatura mais completa e
experiente (WINGATE, 2015). Contudo, há algumas exceções como a falta de análise de
riscos, porém, devido ao tempo de publicação, não se pode afirmar com certeza que não
já houve o saneamento dessa deficiência.
É de experiência própria do autor que metodologias de GP ainda são subutilizadas
no meio acadêmico, seja por preconceito, desinformação das capacidades de redução de
perda de prazos, custos e aumento de eficiência, ou, principalmente, pela carga de
trabalho que os pesquisadores das instituições de ensino superior têm sobre si. Ainda
assim, é possível afirmar que a implantação dessas metodologias poderia beneficiar
enormemente a gestão das atividades de pesquisa, o angariamento de novos fundos e a
otimização dos já existentes.
.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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