Você está na página 1de 39

QUALIDADE e SATISFAÇÃO CONJUGAL

Investigação sobre a última década


(2010’)
(Karney & Bradbury, 2020)

• Apesar do aumento da taxa de coabitação conjugal, a maioria das


pessoas, em todos os níveis socioeconómicos, deseja casar e cerca de
90% chega a casar nalguma altura da vida.
• As pessoas querem casar com alguém, que amem e querem que o amor
permaneça para o resto das suas vidas.
• Cerca de 50% dos primeiros casamentos termina em divórcio.
• Na maioria dos casais, a satisfação não declina significativamente ao
longo do tempo, permanecendo estável por longo períodos. O maior
declínio ocorre em casais que estão a experienciar transições de vida
stressantes (e.g., parentalidade) ou em casais cuja satisfação inicial era
mais baixa.
• Casais cuja satisfação conjugal diminui significativamente têm mais
tendência a divorciar-se.
• Contudo, uma percentagem relevante (14%) de casais cuja satisfação
não declina também se divorcia (explicações metodológicas: estudos
longitudinais com tempos de intervalo entre avaliações demasiado
longos; as medidas (de auto-relato) utilizadas não captam as mudanças.
Outra explicação: os casais podem separar-se mesmo quando estão
relativamente satisfeitos: poucas barreiras para a separação;
alternativas mais atractivas).
• Qualidade conjugal (ordem decrescente): 1º Casais que casam
diretamente; 2º e 3ª Casais que coabitaram antes do casamento e casais
que coabitam mas com planos de casamento; 4ª Casais que coabitam
sem planos de casamento (Brown et al., 2017).
AJUSTAMENTO CONJUGAL, SAÚDE E MORTALIDADE

Associação de ajustamento conjugal a saúde (comparável a factores como


exercício e dieta) e a menor mortalidade (Robles et al., 2014; Whisman et al., 2018)
A associação ajustamento conjugal/mortalidade não é moderada pelo
género (Whisman et al., 2018)

(+) Processos socio-cognitivos


e afectivos (e.g., sentido de
segurança)
(+) Ajustamento conjugal (+)Saúde
(+) Comportamentos
relacionados com saúde
(Robles et al., 2014)
(-)Psicopatologia
(+) Processos fisiológicos
(e.g., funcionamento
cardíaco, imunitário,
neuroendócrino)
CONJUGALIDADE – Factores influentes
Comunicação
Conflitos

Factores Centrípetos
Processos Operativos Controlo Relacional
(…)
Pressupostos/Padrões
Processos Cognitivos Percepções
Qualidade Atribuições
Conjugal Expectativas
Amor
Processos Afectivos Intimidade
Compromisso
Factor Tempo ou Percurso de Vida

Família de origem
Factores Centrífugos

Satisfação Rede Social


Factores Contextuais Trabalho
Conjugal
Demográficos

Padrões de vinculação
Factores Pessoais Personalidade
Demográficos
Narciso, 2002; Narciso & Ribeiro, 2009) (…)
PROCESSOS OPERATIVOS

Comunicação e Conflito

Comunicação – Que funções principais na conjugalidade?

- Expressão dos sentimentos de amor e da intimidade


- Resolução das dificuldades quotidianas
A partilha de positividade funciona como depósitos que se fazem numa
conta bancária: ao longo do tempo é estabelecido um nível de crédito na
conta relacional. É esse crédito que explica os níveis menos elevados de
reciprocidade negativa nos casais felizes.

Parece ser mais importante para as mulheres do que para os homens.


Para as mulheres, a comunicação sobre os problemas da relação
favorece a proximidade conjugal e o crescimento da relação, enquanto
os homens tendem a ficar mais ansiosos, considerando-a ameaçadora e
indicativa de problemas.

(Gottman, & Silver, 2001)


Os erros na comunicação
Falta de clareza e especificidade

- mensagens vagas, pouco concretas, globais;


- afirmações sem lógica, ambíguas, com duplos sentidos, indirectas
- mudanças repentinas de tema
- inconsistência entre linguagem analógica e digital
- generalizações

Erros de descodificação
- deficiente escuta activa e empática
- incompreensão do não verbal

Maior referência a comportamentos desagradáveis e menor referência


a comportamentos agradáveis

Maior frequência de comportamentos negativos e menor frequência de


comportamentos positivos
Maior reciprocidade do negativo

Resposta negativa independente do valor da emissão

Escalada simétrica negativa

Menor validação da opinião dos parceiros

Comunicação não verbal positiva menos acentuada (sorrisos, olhares, voz


meiga, riso, toques, etc.)

Níveis mais baixos de acordo, aceitação e aprovação

Níveis mais elevados de desacordo, crítica, desqualificação

Níveis mais baixos de humor, riso e reciprocidade do riso

Padrões interactivos disfuncionais - “à procura do culpado”, “queixas


cruzadas”, “debater a verdade”, “sim... mas”, “interrupções”, “leitura de
pensamento”, “agenda secreta”, “mudança de tema”, expansão do problema”,
“paradoxos”.
Vários estudos mostraram:
• Valor preditivo da comunicação pré-conjugal em Sobretudo estudos
relação à satisfação conjugal 2,5 e 5,5 anos depois transversais ou
do casamento. longitudinais que avaliam
• Valor preditivo da comunicação em relação à o papel preditor da
satisfação actual e futura (sobretudo nas mulheres). comunicação apenas num
ponto temporal (Lavner et al.,
2016).
Outros estudos com resultados contraditórios ou
inconsistentes.

Será a qualidade da comunicação preditora de


satisfação ou a satisfação preditora da qualidade da
comunicação?
Estudo de Lavner et al. (2016)
Amostra casais casados; Sem casamento anterior; Desvantagem económica e
social; Estudo longitudinal - 3 primeiros anos de casamento; avaliação da
comunicação e da satisfação de 9 em 9 meses.
•Associação positiva satisfação-qualidade da comunicação (transversal).
• Maior suporte para satisfação preditora de comunicação do que o inverso,
embora sem grande robustez.
Que reflexões a partir do estudo de Lavner?
• Implicações para a intervenção
• Implicações para a investigação
1) Início Brutal

2) 4 Cavaleiros

- Crítica Global

- Menosprezo

Comunicação-Conflito: - Atitude Defensiva


Indicadores de mau
- Fuga/Evitamento
prognóstico
(Gottman, & Silver, 2001)
3) Afogamento

4) Contágio Fisiológico

5) Tentativas de Reconciliação Ineficazes

6) Más Recordações
Resolução de Conflitos
Teoria da Acomodação (Rusbult, 1991) - Tendência para reagir ao
comportamento potencialmente destrutivo inibindo impulsos destrutivos e
reagindo construtivamente.

CONSTRUTIVA DESTRUTIVA
Resolver/Melhorar Magoar/Terminar

Esperar com optimismo Deteriorar

Evitar respostas destrutivas parece ser mais


importante do que maximizar respostas construtivas
Estratégias de Regulação das Emoções

• Reenquadrar positivamente uma situação ou


comportamento de modo a alterar o impacto
Reenquadramento cognitivo emocional.
(Cognitive reappraisal) • Modera a expressão emocional.
• Favorece a percepção sobre o parceiro; reduz o
conflito conjugal; impacto positivo na qualidade
e satisfação conjugal.

Supressão da expressão • Inibir, ocultar, encurtar a expressão emocional.


• Não suprime a experiência emocional, podendo
emocional
mesmo aumentar a intensidade das emoções
(Expressive suppression) indesejadas.
• Impacto negativo na satisfação conjugal;
associação positiva a divórcio.

(Frye et al., 2020)


Controlo relacional

. Relações equitativas.
Tomada de decisões

Distribuição de responsabilidades

. Maior frequência de Satisfação Conjugal


decisões participativas
PROCESSOS COGNITIVOS

Cognições que as pessoas desenvolvem sobre


Pressupostos e Padrões a natureza do mundo (o que o mundo é,
como o mundo deveria ser).

Influenciam a qualidade e a satisfação conjugal

Pressupostos e padrões irrealistas


(e.g., padrões extremos de perfeccionismo; pressupostos
extremos de diferenças ou igualdade de género).

Padrões rígidos.

Incompatibilidade de pressupostos e padrões.

Avaliação muito negativa face a padrões não


alcançados.
Aspectos de informação disponível numa
situação nos quais um indivíduo repara e
Percepções
enquadra em categorias que lhe são
significativas.

Organização compartimentalizada em situações positivas


Organização integrada em situações negativas

. Foco nos comportamentos e qualidades positivas em


vez de nas negativas.
. Desvalorização dos comportamentos e características
negativas.
. Associação de “falhas” a qualidades positivas,
transformando-as em características positivas.
. Atribuições positivas face a comportamentos ou
características negativas.
Percepção de superioridade relacional - Superioridade ilusória.

Distorções idealistas - descrição positiva e irrealista do parceiro.


Expectativas

Esperam mais comportamentos negativos e menos comportamentos


positivos do cônjuge.

Tendem a ter expectativas negativas mesmo em situações susceptíveis de


gerar sentimentos positivos.
Processam os comportamentos positivos do parceiro de tal modo que reduz
ou anula o efeito positivo.

Expectativas baixas de eficácia relacional:


• desencadeiam a desvalorização dos comportamentos positivos;
• geram atribuições disposicionais aos comportamentos negativos do
parceiro (levando à manutenção da não satisfação).
Explicações que as pessoas dão para os
Atribuições factos que causam determinado
acontecimento.

Menor Satisfação Conjugal


de causa - antecedentes que justificam a ocorrência de
determinado acontecimento (interna/externa;
estável/instável; global/específica);

de responsabilidade - avaliação moral do acto de alguém


(censurável/louvável; sem intenção/intencional; intenção
positiva/negativa; egoísta/não egoísta; voluntário/não
voluntário;
de culpa - após a avaliação e rejeição da justificação ou
desculpa por uma acção que é considerada intencional.
PROCESSOS AFECTIVOS
Compromisso

Compromisso Pessoal - desejo de continuidade da relação que implica a


satisfação com o parceiro e com a relação, a não consideração de
alternativas e o investimento afectivo na relação e no parceiro.

Compromisso Moral - corresponde ao dever de continuidade, ao qual não


são alheios valores e crenças relativamente à indissociabilidade da família e
do casamento, às obrigações para com os filhos, etc.

Compromisso Estrutural - ter de continuar a relação devido a


constrangimentos externos: pressões familiares e sociais, questões
económicas, obstáculos legais, ausência de alternativas disponíveis, etc..
AMOR

Configuração de sentimentos conscientes por um outro,


indissociável do desejo físico-psicológico do outro, do desejo da
mutualidade de sentimentos, e implica a progressiva redefinição do
próprio si como um si partilhado, onde os sentimentos e desejos do
outro são cada vez mais os nossos.

sentimentos primários sentimentos de


e secundários (sps) fundo (sf)
sf sf
(tempo)
(Paixão) sps sps
INTIMIDADE

Amor

Sexualidade
Permite o desenvolvimento de perspectivas, objectivos e
decisões conjuntas, o desenvolvimento da capacidade de
proteger o outro e de realizar as suas necessidades, e permite
a progressiva compreensão e validação do outro, o que, por
sua vez, facilita o desenvolvimento do sentido do “nós” na
relação. É essencial para o desenvolvimento das relações,
uma vez que promove a reciprocidade do gostar e reduz as
incertezas sobre o parceiro.
Sentir-se amado, compreendido, valorizado e respeitado, sentir o
cuidado, a atenção, a preocupação e protecção dos outros é um
dos principais componentes da intimidade, e uma das fontes
mais ricas de bem estar psicológico e de saúde física. A empatia
parece estar subjacente ao apoio emocional, uma vez que é uma
característica essencial para se compreender e aceitar os
sentimentos do parceiro. A empatia implica autoconhecimento e
auto-estima, e, particularmente, a capacidade de descentração e
escuta activa, o que torna as pessoas mais sensíveis aos sinais
verbais e não verbais que revelam sentimentos e desejos do
outro.
. Autenticidade

. Crença de que o comportamento do parceiro é consistente


- o que se baseia na observação da repetição dos
comportamentos positivos.

. Crença de que o parceiro é honesto e bondoso -


observação das suas características.

. Crença de que o parceiro continuará a ser


cuidadoso/atento/preocupado e afectivo - o que envolve
expectativas quanto ao futuro da relação.
. Implica um movimento bidireccional de sentimentos,
pensamentos e actividades, significando, pois, o envolvimento
comum numa história de vida, como se de uma dança a dois se
tratasse.

. Implica dois aspectos fundamentais: as semelhanças vs. diferenças


entre os cônjuges e a equidade na relação.

. O desenvolvimento de uma realidade relacional partilhada é um


processo fundamental para a satisfação conjugal.
. Dependência mútua relativamente ao apoio, recursos,
compreensão e acções, de modo a permitir o entretecer
satisfatório de duas vidas com limites marcados mas flexíveis,
ou seja, diz respeito à nitidez das fronteiras entre cada holon
individual.
. Equilíbrio entre pertença e autonomia, entre proximidades e
distâncias.
SEXUALIDADE

• A sexualidade constitui uma dimensão nodal da intimidade,


conceptualizada como o contorno que diferencia a intimidade amorosa
da de outras relações (e.g., amizade, pais-filhos) (Narciso, 2002).
• Papel essencial na qualidade e satisfação relacional (Pascoal et al., 2014; Roels &

. Contudo, não há consensualidade sobre a direccionalidade da


Janssen, 2020)

associação satisfação sexual-satisfação relacional. Muitos autores


apontam como válida a bidireccionalidade.
• Desejo fundamental para a satisfação sexual.
• Papel preditor da intimidade emocional no desejo sexual.
(Ferreira & Narciso, 2021)
• Papel preditor da intimidade emocional no desejo sexual.
• Factores catalisadores do desejo sexual: autonomia, (e.g., projetos pessoais),
mudança (e.g., quebra de rotinas, experiências novas e construtivas),
tranquilidade (e.g., baixo stress; tempo disponível), partilha (de sentimentos e
actividades), erotismo (e.g., antecipação de momentos sexualizados) (Ferreira et
al., 2015).
• Fatores perturbadores do desejo: stress, conflito, filhos, monotonia e fadiga
(Ferreira et al., 2015)
• Frequência sexual associada a desejo e satisfação sexual embora a qualidade
percebida seja mais importante.
• Tendência para trajectória descendente de frequência sexual ao longo do tempo
de relação, o que pode ser explicado por maior acessibilidade do parceiro, maior
previsibilidade e aumento de fatores de stress, traduzindo-se frequentemente
em menor investimento do casal na sexualidade.
(Ferreira & Narciso, in press)
FACTORES CONTEXTUAIS

Rede Social – Amigos

Rede Social – Família

Trabalho

Condições Socioeconómicas

(…)
REDE SOCIAL - AMIGOS

Proporciona gratificações emocionais individuais fora do casamento.

Favorece a independência de cada cônjuge em relação ao parceiro.

A aprovação e o apoio por parte da rede social influencia positivamente o


desenvolvimento das relações amorosas; a oposição afecta negativamente a
relação (o envolvimento romântico, o compromisso pessoal, a vinculação, a
identidade do casal).

O apoio percebido na rede social de um indivíduo tem uma influência maior


na satisfação (particularmente nas mulheres), amor e compromisso do que o
apoio percebido na rede social do parceiro.
A rede social tem uma função importante na redução da incerteza em
relação ao parceiro e à relação, confirmando-os como uma “boa escolha”.

A rede social pode constituir uma “barreira” à ruptura da relação.

O número de amigos em comum e o gostar da rede social do parceiro


influencia as relações amorosas.

Partilha da mesma rede social associada a maior satisfação.

A satisfação conjugal dos amigos influencia o casamento: casais amigos


satisfeitos podem ajudar a ultrapassar situações de crise; casais amigos
insatisfeitos ou divorciados podem catalisar sentimentos de insatisfação
conjugal.

A rede social desempenha funções de reconstrução de percepções,


apoio e procura de soluções.
REDE SOCIAL - FAMÍLIA

Contexto de aprendizagem da dinâmica pertença/individuação.

Factor interveniente na escolha do parceiro, potencializando a procura da


continuidade e/ou diferença.

A dinâmica da família de origem influencia o desenvolvimento e


funcionamento individual, o que se pode reflectir na dinâmica conjugal: a
felicidade do casamento dos pais, a forte vinculação a pais e irmãos, o nível
de baixo conflito com os pais na infância, a disciplina firme são factores
associados a um maior ajustamento conjugal.

A aprovação e o apoio por parte da família influencia positivamente o


desenvolvimento das relações amorosas; a oposição afecta negativamente a
relação.

A nitidez das fronteiras com a família de origem influencia a qualidade e


satisfação conjugal.
FACTORES INDIVIDUAIS

e.g., Padrões de Vinculação,


Competências Socio-Afectivas,
Personalidade, Sexo
Brown, S. L., Wendy D. Manning, W. D., & Payne, K. K. (2017). Relationship quality among cohabiting versus married couples.
Journal of Family Issues, 38(12) 1730-1753. http://dx.doi.org/10.1177/0192513X15622236
Ferreira, L. C., Fraenkel, P., Narciso, I., & Novo, R. (2015). Is committed desire intentional? A qualitative exploration of sexual
desire and differentiation of self in couples. Family Process, 54(2), 308-326. https://doi.org/ 10.1111/famp.12108
Ferreira, L. C., & Narciso, I. (in press). Sexualidade e terapia de casal: Estado da arte da investigação e intervenção. In M. Gouveia
& M. Miranda. Manual de Terapia Familiar. Pactor.
Frye, N., Ganong, L., Jensen, T, & Coleman, M. (2020). A dyadic analysis of emotion regulation as a moderator of associations
between marital conflict and marital satisfaction among first-married and remarried couples. Journal of Family Issues, 41(12)
2328-2355. http://dx.doi.org/10.1177/0192513X20935504
Karney; B. R., & Bradbury, T. N. (2020). Research on marital satisfaction and stability in the 2010s: Challenging conventional
wisdom. Journal of Marriage and Family, 82, 100-116. http://dx.doi.org/10.1111/jomf.12635
Lavner, J. A, Karney; B. R., & Bradbury, T. N. (2016). Does couples’ communication predict marital satisfaction, or does marital
satisfaction predict communication? Does Couples’ Communication Predict Marital Satisfaction, or Does Marital Satisfaction
Predict Communication? Journal of Marriage and Family, 78, 680-694. http://dx.doi.org/10.1111/jomf.12301
Narciso, I., & Ribeiro, M.T. (2009). Olhares sobre a Conjugalidade. Lisboa: Coisas de Ler.
Narciso, I. (2002). Janela com vista para a intimidade. Psychologica, 31, 49-62
Pascoal, P., Narciso, I., & Pereira, N. (2014). What is sexual satisfaction? Thematic analysis of lay people's definitions. Journal of
Sex Research, 51(1), 22-30. https://doi.org/10.1080/00224499.2013.815149
Robles, T. F., Slatcher, R. B., Trombello, J. M., & McGinn, M. M. (2014). Marital quality and health: A meta-analytic review.
Psychological Bulletin, 140, 140-187. http:/dx.doi.org/10.1037/a0031859
Roels, R., & Janssen, E. (2020). Sexual and relationship satisfaction in young, heterosexual couples: The role of sexual frequency
and sexual communication. Journal of Sexual Medicine. https://doi.org/10.1016/j.jsxm.2020.06.01
Whisman, M. A., Gilmour, A. L., & Salinger, J. M. (2018). Marital satisfaction and mortality in the united states adult population.
Health Psychology, 37(11), 1041-1044. http://dx.doi.org/10.1037/hea0000677

Você também pode gostar