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UNIVERSIDADE DO MINHO

Escola de Psicologia
Mestrado Integrado em Psicologia
Mestrado em Psicologia Aplicada

Avaliação e Intervenção Clínica II

Avaliação e Intervenção Clínica no Ajustamento a Transições


Problemas relacionados com a separação e divórcio

Bárbara Figueiredo
2015-2016

bbfi@psi.uminho.pt
 
 
 
 
  O  divórcio,  o  que  é?  
 
 
 
Modelos    
 
Conceptualizar,  estudar  e  intervir  no  divórcio  e  separação  dos  pais  
 
   
Judith  Wallerstein  
  O  Divórcio  é  uma  aberração  no  ciclo  normal   (2000)  
 
  da   familia   causando   efeitos   nega@vos  
 
 
duradoiros  na  criança.    
 
 
   
 
 
Avaliação e Intervenção Clínica no Ajustamento a Transições
Problemas relacionados com a separação e divórcio

 
  O divórcio, o que é?
 
 
  Modelo
  Conceptualizar, estudar e intervir no
 
  divórcio e separação dos pais
 
Mavis  Hetherington  
  O divórcio é uma mudança no ciclo da (2002)  
 
  família
  - uma transição familiar -
  “para melhor ou para pior”
 
 
 
   
Avaliação e Intervenção Clínica no Ajustamento a Transições
Problemas relacionados com a separação e divórcio

 
 

Porque é que as pessoas se divorciam?

1)  O que é que as pessoas nos dizem?

•  Problemas na relação conjugal: falta de


comunicação, dificuldades em negociar papéis e
poder, infidelidade, abuso de substâncias, desgaste,
falta de satisfação sexual.

•  Muito raramente problemas na relação coparental.


 
 
 
Avaliação e Intervenção Clínica no Ajustamento a Transições
Problemas relacionados com a separação e divórcio

 
Porque é que as pessoas se divorciam?
 

2) O que é que os estudos nos mostram?

O modo como os casais lidam com o conflitos conjugais


e coparentais está associado à instabilidade conjugal e
permite predizer os casais que se divorciam versus não
se divorciam (mais do que as razões apontadas)
Táticas que aumentam o conflito e destroem a relação
versus
Táticas que resolvem os conflitos e implementam a relação
conjugal e coparental
Exemplo: Abuso físico e emocional (escalada da interação negativa)
versus a negociação
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Problemas relacionados com a separação e divórcio

Porque é que as pessoas se divorciam?

2) O que é que os estudos nos mostram?

Factores precipitantes (acontecimentos)


Doença crónica da criança
Desemprego prolongado
Transição para a parentalidade
é
                               

Falta de competências do casal para lidar com o aumento de


stress, conflitos ou mudanças associados

Casais desregulados não lidam de uma forma que facilite a


resolução, causando mal-estar um no outro e na relação
Casais regulados lidam de uma forma que facilita a resolução,
aprendendo acerca da gestão da relação conjugal e coparental.
 
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Problemas relacionados com a separação e divórcio

 
Porque é que as pessoas se divorciam?
 

2) O que é que os estudos nos mostram?

Factores predisponentes
idade no casamento
gravidez antes do casamento
divórcio dos pais (?)
estatuto socioeconómico
ajustamento psicológico

foram também associados com a probabilidade de divórcio


(mas têm um efeito fraco)
 
 
 
 
Avaliação e Intervenção Clínica no Ajustamento a Transições
Problemas relacionados com a separação e divórcio

O divórcio, o que é?  

- uma transição familiar -

Mudanças a diversos níveis


•  individual, conjugal e familiar (estrutura, processos)
•  legal, económico, habitacional, social, e relacional

Implicando  

•  níveis elevados de stress (crise)


•  desafios desenvolvimentais (tarefas desenvolvimento)
para a todos os membros da família
pais e criança/adolescente
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Problemas relacionados com a separação e divórcio

O divórcio é uma transição familiar


Crise desenvolvimental è Crise crónica
problemas transitórios
(durante os primeiros 2 anos após o divórcio)
nas crianças e pais
são normativos
Tarefas de desenvolvimento
è Ajustamento
è Desenvolvimento
Mãe

Criança/adolescente  

Pai Ajustamento e bem-estar psicológico


 
 
Ajustamento  dos     pais  ao  divórcio    
Algumas  questões  habituais  
 

•  Quais  são  os  casais  que  se  separam  ou  divorciam?  


•  Há  problemas  de  ajustamento  em  casais  separados/divorciados?  
•  Os  problemas  de  ajustamento  em  casais  separados/divorciados  
são  transitórios  ou  crónicos?  
•  Todos  os  casais  separados/divorciados  apresentam  problemas  de  
ajustamento?  
•  O  que  pode  explicar  os  problemas  de  ajustamento  em  casais  
separados/divorciados  ?  
•  O  que  pode  aumentar  ou  diminuir  os  problemas  de  ajustamento  
em  casais  separados/divorciados?  Recasamento,  homens  vs  
mulheres,  com  ou  sem  filhos?  
Ajustamento  dos  pais  ao  divórcio    
 
 
 
  Resultados  da  inves@gação  empírica  
 
 
 
 
 
 
Jonathan   Gardner  &  Andrew  J.  Oswald  (2006)  
Do  divorcing  couples  become  happier  by  breaking  up?  
Journal  of  the  Royal  StaIsIcal  Society,  169(2),  319-­‐336  
Ajustamento  dos  pais  ao  divórcio    
 
 
 
  Resultados  da  inves@gação  empírica  
 
 
 
 
 
 
Jonathan   Gardner  &  Andrew  J.  Oswald  (2006)  
Do  divorcing  couples  become  happier  by  breaking  up?  
Journal  of  the  Royal  StaIsIcal  Society,  169(2),  319-­‐336  
(n.s.)  
(n.s.)  
(n.s.)  
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Problemas relacionados com a separação e divórcio

o divórcio é uma   transição familiar


 
Tarefas de desenvolvimento (a resolver)
1.  Mãe e Pai – a) enquanto indivíduos e cônjuges
1)  Resolução instrumental (resolução de aspectos legais, financeiros,
logísticos)
2)  Resolução emocional (separação e perda da figura de vinculação,
luto da relação conjugal)
3)  Resolução identitária (nova identidade e comprometimento com)
4)  Resolução social (implementação e construção de novas relações
dentro e fora da família, e)
lidar com… a família de origem, os conflitos de lealdade com a criança e a família
alargada, um novo casamento, espaço relacional para novos membros

Ajustamento?  

Falha em completar estas tarefas de desenvolvimento


pode conduzir a problemas de ajustamento
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o divórcio é uma transição familiar


Tarefas de desenvolvimento (a resolver)
1.  Mãe e Pai – b) enquanto pais  
1)  Resolução instrumental (reorganizar papéis, regras, rotinas,
responsabilidades e padrões de interação entre todos os membros da
família)
2)  Resolução emocional (negociar novos limites e relações, e diferenciar
questões parentais de questões conjugais (passadas, atuais ou futuras)
3)  Resolução coparental (Implementar uma relação coparental
cooperativa)
4)  Reorganizar o sistema familiar com dois novos núcleos (materno e
paterno) com regras similares (a família binuclear)
5)  Lidar com os problemas transitórios dos filhos
   
Ajustamento?
 
Falha em completar estas tarefas de desenvolvimento
pode conduzir a problemas de ajustamento
Ajustamento  da  criança/adolescente    
 

à  separação  ou  divórcio  parental


 
   
 
   
 
 
Algumas  questões  habituais  
 
 
A    criança/adolescente  de  pais  separados/divorciados  tem  mais  
problemas  
  psicológicos  do  que  a  criança/adolescente  de  pais  que  
conInuam  casados?  
Os  problemas  psicológicos  que  a  criança  ou  adolescente  de  pais  
separados/divorciados  pode  apresentar  são  crónicos  ou  transitórios?  
Todas  as  crianças  ou  adolescentes  de  pais  separados/divorciados  
apresentam  problemas  psicológicos,  a  curto  e  longo  prazo?  
Em  que  situações  a  criança  ou  adolescente  de  pais  separados/
divorciados  pode  apresentar  mais  ou  menos  problemas  psicológicos?    
 
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o divórcio é uma   transição familiar


 
Crise desenvolvimental
2. Filhos
Problemas de ajustamento
na sua maior parte respostas normativas e transitórias (2 anos)
mas podem tornar-se crónicas (caso as respectivas tarefas de
desenvolvimento não forem resolvidas).
Respostas normativas (de ajustamento)
1.  Respostas de tristeza – reação à perda
do pai/mãe, casa, amigos, escola, estatuto económico
Por exemplo, estar separado de um dos pais quando se está com o outro pai

2. Respostas de stress – reação às mudanças e conflitos


Imprevisibilidade, falta de controlo, divergência entre os pais .
Por exemplo, viver em duas casas
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o divórcio é uma transição familiar
 

Crise desenvolvimental  
è Crise crónica
2. Filhos
Depois de um período com alguma disrupção, nos 2 anos
seguintes ao divórcio, a maior parte das crianças/
adolescentes está ajustada e não irá apresentar mais
problemas psicológicos a longo prazo, quando comparada
com crianças cujos pais continuaram casados.
Um número elevado de crianças/adolescentes (75-80%) não manifesta problemas
comportamentais ou emocionais permanentes
•  Não apresenta nenhum problema psicológico
•  Atinge convenientemente os objectivos escolares e vocacionais
•  Desenvolve relações íntimas estáveis e satisfatórias
•  Alguns efeitos positivos foram também referidos.

Se tal não acontecer, pouco se deve ao divórcio em si, mas


sim às condições familiares anteriores e posteriores o
divórcio.
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o divórcio é uma transição familiar


2. Filhos
Crise desenvolvimental è Crise crónica
 
Moderadores
1)  Dificuldades temperamentais e idade da criança
2)  Diminuição da segurança financeira no período que se segue
ao divórcio
Mediadores
1)  Presença de sintomas psicopatológicos nos pais, com
particular relevância para a depressão
2)  Intensidade e frequência do conflito inter-parental antes e
depois do divórcio
3)  Coparentalidade inadequada antes e depois do divórcio
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o divórcio é uma transição familiar

2. Filhos
Crise desenvolvimental è Crise crónica
Mediadores

1) Sintomas psicopatológicos dos pais


O ajustamento psicológico ao divórcio por parte dos
pais tem sido relacionado com o nível de ajustamento
da criança/adolescente
e.g., Divórcio – depressão – parentalidade (menos efetiva, menos
consistente e mais negligente) – problemas de ajustamento da
criança.
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o divórcio é uma
  transição familiar

2. Filhos  

Crise desenvolvimental è Crise crónica


Mediadores

2) Conflito entre os pais (antes e depois do divórcio)


Afecta o ajustamento da criança/adolescente
Diretamente: stress, insegurança, tristeza…. trauma
Indiretamente: modelagem e parentalidade menos adequada
 
Os conflitos entre os pais afectam a qualidade da parentalidade
Interferência com o comportamento parental e relação com a
criança: inconsistência, impulsividade, hostilidade
No período inicial pós-divórcio, os pais podem estar mais focados nas suas
próprias necessidades e pode ser difícil manter de forma consistente
cuidados parentais adequados à criança/adolescente  
 
 
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2. Filhos
Crise desenvolvimental è Crise crónica
Mediadores

3) Coparentalidade inadequada (antes e depois do


divórcio)
 
Quando a coparentalidade não é cooperativa
menos cooperação e mais conflitos entre os pais nas
decisões e cuidados relativos à criança/adolescente,
o ajustamento psicológico da criança está dificultado
É hoje para muitos autores o melhor preditor dos problemas de
ajustamento da criança/adolescente ao divórcio dos pais.
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o divórcio é uma   transição familiar


 
2. Filhos
Crise desenvolvimental è Crise crónica
Mediadores
3) Coparentalidade inadequada (antes e depois do
divórcio.
Coparentalidade paralela: não há comunicação entre os pais, cada um
dos pais decide a respeito da criança (e.g., regras) sem comunicar
com o outro, ao que muitas vezes se associa a falta de envolvimento
por parte de um dos pais, geralmente o que não reside com a
criança.
Coparentalidade conflituosa: dificuldades em isolar a área parental da
relação conjugal anterior com conflitos ou criticismo aberto ou velado
(minagem).
É hoje para muitos autores o melhor preditor dos problemas de
ajustamento da criança/adolescente ao divórcio dos pais.
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o divórcio é uma transição familiar


2. Filhos
Crise desenvolvimental è Crise crónica
Mediadores

3) Coparentalidade cooperativa
A coparentalidade cooperativa implica
•  envolvimento conjunto e recíproco por parte de ambos os pais
nos cuidados e decisões acerca da criança (comunicação,
organização da família binuclear)
•  o estabelecimento de limites (respeito pelo outro, não
envolvimento dos filhos nos assuntos que dizem respeito aos
pais)
É hoje para muitos autores o melhor preditor do ajustamento da
criança/adolescente ao divórcio dos pais.
“Typologies of post-divorce coparenting and parental well-being,
parenting quality and children’s psychological adjustment”

O objetivo do estudo foi


(1)  identificar perfis de coparentalidade numa amostra de 314 pais
divorciados
(2)  examinar possíveis diferenças nos níveis de bem-estar e nas
práticas parentais dos pais, e na presença de problemas
psicológicos dos filhos, de acordo com estes perfis.
Os níveis no acordo, exposição ao conflito, suporte e divisão do
trabalho, permitiram identificar três tipos de coparentalidade em
pais divorciados:
•  coparentalide cooperativa
•  conflito coparental
•  sabotagem coparental
 

Lamela, D., Figueiredo, B., Bastos, A., & Feinberg, M. (2016). Typologies of post-divorce coparenting and parental
well-being, parenting quality and children’s psychological adjustment. Child Psychiatry & Human Development, 46,
10.1007/s10578-015-0604-5
“Typologies of post-divorce coparenting and parental well-being,
parenting quality and children’s psychological adjustment”

Os pais com elevado conflito parental exibiram menor satisfação


com a vida, mais afecto negativo e maior inconsistência
parental.
Os pais com coparentalidade cooperativa relataram melhor
funcionamento familiar e menos problemas psicológicos (de
internalização e externalização) nos filhos.

Os resultados evidenciam que a coparentalidade cooperativa


pode ser um factor protetor para os efeitos adversos do divórcio,
nos pais e filhos, sugerindo a promoção de coparentalidade
positiva, como medida prioritária no acompanhamento das
famílias em situação de divórcio parental.
Lamela, D., Figueiredo, B., Bastos, A., & Feinberg, M. (2016). Typologies of post-divorce coparenting and
parental well-being, parenting Quality and children’s psychological adjustment. Child Psychiatry & Human
Development, 46. 10.1007/s10578-015-0604-5

 
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2. Filhos
Crise desenvolvimental è Crise crónica
Mediadores
•  O percurso desenvolvimental da criança pode ser explicado pela
qualidade da coparentalidade e pelo impacto desta nas relações
sistémicas dentro da família (embora se tenham demonstrado
associações entre qualidade do relacionamento conjugal,
parentalidade e ajustamento psicológico da criança)
•  Uma forte associação entre qualidade da coparentalidade e
ajustamento psicológico das crianças tem sido reportada, sendo que
o conflito e a não-cooperação coparental apresentam-se como
preditores robustos de problemas de externalização e internalização
da criança, independentemente da sua faixa etária. (e.g., Teubert &
Pinquart, 2010; Lamela et al., 2015)
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o divórcio é uma     transição familiar


“PApi – Pais por Inteiro”

•  É um Programa de Intervenção em Grupo que pretende


contribuir para a promoção do desenvolvimento pessoal e
coparentalidade positiva do pais em situação de divórcio.
•  Construído com base no modelo desenvolvimental, o
programa tem como finalidade não só auxiliar os pais na
melhoria da relação coparental, como ainda contribuir para
uma resolução mais adaptada das restantes tarefas de
desenvolvimento desta transição familiar.
•  As estratégias envolvem discussão e partilha experiencial em
grupo, aprendizagem de técnicas de gestão e evitamento de
conflitos, técnicas de planificação de planos coparentais, e
role play para treino efetivo das competências desenvolvidas.
(Lamela et al., 2009; Lamela, Castro, & Figueiredo, 2010)
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Problemas relacionados com a separação e divórcio

o divórcio é uma   transição familiar


 
“PApi – Pais por Inteiro”
objectivo é
impulsionar os factores que medeiam a adaptação ao divórcio
(sintomatologia psicopatológica; conflito entre os pais;
coparentalidade)
fortalecer trajetórias pessoais satisfatórias
diluir processos de conflito interparental que diminuem a
qualidade da aliança coparental
construir uma coparentalide positiva

programa tem mostrado evidências empíricas ao nível das


variáveis sobre as quais pretende intervir.
(Lamela, Castro, & Figueiredo, 2009, 2010)

Lamela, D., Castro, M., Gonçalves, T., & Figueiredo, B. (2009). “PApi – Pais por Inteiro”: Um Contributo Para o
Ajustamento Pessoal e Para a Promoção da Coparentalidade Positiva em Pais Divorciados (Programa de Intervenção em
Grupo). Análise Psicológica, 27(4), 493-507.

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