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Módulo: PROCEDIMENTOS

DE IMPORTAÇÃO
Professor: João Marcos Andrade

ANALISTA EM COMÉRCIO EXTERIOR


Procedimentos de Importação

NOVO
PROCESSO DE IMPORTAÇÃO
As constantes atualizações das práticas de negócios
principalmente após o advento da internet, com ênfase
nos anos 1990, praticamente determinaram as empre-
sas e aos órgãos fiscalizadores, a necessidade de adap-
tações e alterações em procedimentos operacionais em
todo o tempo.

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Procedimentos de Importação

As empresas e o fisco têm acompanhado essas evoluções e inserido em suas atividades operacio-
nais, as medidas de eficiência e efetividade visando redução de tempo e agilidade nas liberações
alfandegárias. Inclusive, em 2022, já temos novidades nos

Processos de Despacho Aduaneiro nas Importações, definidos pela Coana – coordenação geral da
aduana brasileira.

Essas novidades estão presentes nas formulações dos processos alfandegários, especialmen-
te nas atividades operacionais realizadas no sistema integrado de comércio exterior, (siscomex)
como veremos ainda neste material, com enfoque especial ao novo procedimento de licencia-
mento de importação, o denominado LPCO, sigla para Licenças, Permissões, Certificados e Ou-
tros Documentos.

Embora já esteja em atividade há alguns anos, o portal único do siscomex, vem sendo tratado
como o grande diferencial promovido pelo Governo Federal para adequações aos processos de
importação, visando o menor tempo desprendido para a realização de um despacho de importa-
ção, considerando que tanto o fisco, quanto as empresas estão atuando sob as condições dispo-
níveis em tal sistema de informações.

De acordo com a comissão gestora do sistema integrado de comércio exterior, formada por mem-
bros da Receita Federal, Secretaria de Comércio Exterior, e Casa Civil, a implementação do novo
processo de importação brasileiro, objetiva tanto a segurança de dados, quanto a sistematização
total das práticas presentes nas importações, o que confere tanto aos importadores quanto ao
fisco federal, a garantia de que o gerenciamento dos processos de aquisições no exterior, estão
cada vez mais diagnosticados com a máxima transparência em todos os aspectos.

A intensão é que todas as informações estejam presentes no sistema, desde as descrições de


mercadorias para a correta classificação fiscal, até a tributação precisa, operação cambial, dados
logísticos, de modo que a totalidade do processo de importação, seja inserida no portal único do
siscomex, permitindo a qualquer tempo, a gestão aduaneira por parte dos órgãos fiscalizadores,
quanto dos próprios importadores, para o gerenciamento de seus processos.

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Importante considerarmos que os procedimentos obrigatórios para execução de processos de


importação, continuam válidos e aplicados, como por exemplo a Habilitação

do CNPJ junto ao sistema RADAR da Receita Federal, que é o sistema de rastreamento das ativi-
dades dos intervenientes aduaneiros, o qual é o primeiro passo para a empresa atuar no comér-
cio exterior. É através deste sistema que a empresa torna-se objeto de fiscalização aduaneira por
parte da Receita Federal.

Legislação vigente sobre o RADAR: Instrução Normativa da Receita Federal n.º 1984/2020 e Por-
taria da Coana n.º 72/2020.

1.1 Coordenação de Processos de Importação.


Façamos a análise inicialmente sob o ponto de vista de profissionais que atuam ou atuarão na em-
presa importadora.

a. A Importação por ser uma atividade econômica, deve envolver os departamentos adminis-
trativos da empresa, como financeiro, contabilidade diretoria, comercial, e outros conforme a
característica de cada gestão empresarial, exatamente por se tratar de operação que envolve
dispêndio financeiro sob várias formas, como por exemplo:

a.2 Pagamento do serviço de


logística internacional.

a.1 Pagamento ao fornecedor no exte-


rior (fechamento de câmbio).

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a.3 Pagamento de servi-


ço nacional (despachante
aduaneiro e outros).

a.2 Recolhimento dos tri-


butos federais incidentes a.4 Recolhimento do
na importação. tributo estadual (ICMS).

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Procedimentos de Importação

a.6 Pagamento de servi-


ço logístico local (frete
nacional).

a.5 Pagamento de armaze- a.7 Laudos técnicos, se-


nagem, seguro, inspeções guro de frete, peritos e
e outros custos. outros custos relativos
à carga.

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Embora o departamento financeiro seja na maioria das empresas, o responsável por realizar os
pagamentos do custos inerentes à Importação, há a necessidade da coordenação destes valores,
como obtenção de cotação dos melhores serviços junto aos fornecedores externos e aprovação
para pagamentos, claro que após a conferência entre o preço informado pelo prestador de servi-
ço no ato do pedido da cotação do serviço, como

valor de frete internacional, armazenagem ou outro, e efetivamente o valor a ser pago. Por isso a
importância de uma coordenação documental, a qual seja capaz de identificar os

valores tanto no ato da cotação (pedido da realização do serviço), quanto o ato do pagamento a
ser realizado pelo departamento financeiro.

A atividade de coordenação de processos de importação, quer seja por analista, assistente ou ou-
tro cargo na empresa é sempre fator precedido de análise documental, e

nesse aspecto também é de enorme eficácia a manutenção de cópia dos documentos que origina-
ram a aquisição do serviço, ainda que de forma eletrônica, como salvar os e-mails e documentos
que apresentem o escopo do serviço a ser prestado, e evidentemente a

comprovação dos valores previamente aprovados por responsável no departamento de comércio


exterior, compras, ou outro que esteja com a incumbência de coordenação das atividades de Im-
portação.

Vejamos uma forma funcional de coordenação de importação, na empresa importadora.

1.2 Contato com o fornecedor.

As aquisições/compras de fornecedores internacionais, dão origem às importações, de forma que


o (a) analista de importação será requisitado pelo departamento de compras, (é assim na maioria
das empresas importadoras), e comunicado de que houve uma compra de um determinado pro-
duto, que pode ser para revenda, ou mesmo matéria-prima, etc, e então caberá a este (a) acompa-
nhar as tratativas para a vinda da compra para o Brasil.

De forma muito sistemática e prudente, é conveniente que o analista de importação, seja requi-
sitado mesmo anteriormente à efetivação da compra no exterior, para que ao receber os dados
iniciais da mercadoria, possa desenvolver seu trabalho de análise técnica para a realização da im-
portação, a qual não consiste apenas em entregar a carga ao transportador internacional e a fazer
chegar no Brasil, pois a coordenação de importação é a prática da gestão aduaneira e logística de
um processo de importação, a saber:

I. ANÁLISE NA DESCRIÇÃO DA MERCADORIA.

Observar as características da mercadoria, a fim de requerer ao setor ou fornecedor de serviço


voltado à consultoria aduaneira, como despachante aduaneiro, para que se cumpram todos os

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requisitos aduaneiros da referida mercadoria, considerando por exemplo o tratamento adminis-


trativo do sistema siscomex, no qual se obterá a informação de que a mercadoria pode ou não
embarcar com destino ao Brasil, sem alguma prática prévia a este embarque. Nesse momento a
questão a ser analisada muito detalhadamente é a composição da mercadoria para que a classifi-
cação fiscal (NCM -nomenclatura comum do mercosul).

Esta análise é a consulta da NCM ao tratamento administrativo (TA) da importação (link a seguir),
para que a empresa esteja ciente quanto a:

II. NECESSIDADE DE OBTENÇÃO DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO PRÉVIA AO EMBARQUE.

Este procedimento se realiza através do registro de licença de importação (no sistema siscomex),
e submissão ao órgão anuente específico à mercadoria, o que é definido de acordo com a NCM da
mercadoria, por isso a necessidade insuprimível de consulta ao tratamento administrativo.

Abaixo um exemplo de consulta ao tratamento administrativo, para a importação da mercadoria


pneu automotivo, e conforme dito anteriormente, a primeira atividade, será analisar a classifica-
ção fiscal da mercadoria (NCM), para consultá-la junto ao tratamento administrativo, o qual vere-
mos a seguir.

Importação: Bicicletas. NCM: 8712.00.90

Fonte: http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/BuscaNCM.jsp

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O que é necessário para chegar a esta tela de consulta ao TA?

Sabendo qual a mercadoria será importada, requisitamos a classificação fiscal, (NCM), ou a obti-
vemos consultando a TEC1 (link abaixo), e a inserimos neste site de consulta para então sermos in-
formados in loco (no ato), sobre qual procedimento deve ser cumprido em relação à importação.
Veja a seguir, nesta consulta, a informação apresentada pelo sistema de consulta ao tratamento
administrativo do siscomex da Receita Federal.

Tela dos detalhes da consulta ao TA – tratamento administrativo do siscomex.

1 TEC -Tarifa Externa Comum – Tabela com os códigos da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul).

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Fonte: https://siscomex.desenvolvimento.gov.br/tratamento/private/pages/consulta_tratamento.jsf

Considerações:

Esta consulta ao tratamento administrativo do siscomex, mostrou que a classificação fiscal


870812.00, apresenta necessidade de licenciamento de importação, a ser obtido junto ao órgão
decex (departamento de comércio exterior), que é vinculado à secretaria de comércio exterior
(secex), do Ministério da Economia.

Para elaboração do licenciamento de importação, o importador deverá estar habilitado ao siste-


ma radar da Receita Federal e para ter acesso ao sistema integrado de comércio exterior (sisco-
mex). No entanto, na grande maioria esta atividade é direcionada aos prestadores de consultoria
aduaneira, a saber os despachantes aduaneiros, os quais elaboram o licenciamento de importa-
ção a partir dos documentos recebidos do importador, onde constam os dados da mercadoria,
como descrição em português, valores pesos líquido, incoterm2, forma de câmbio, quantidade co-
mercializada, dados do fabricante e fornecedor, local de desembarque e despacho aduaneiro de
importação.

Tendo então realizado a consulta ao tratamento administrativo do siscomex, o importador irá au-
torizar o embarque da mercadoria no exterior, que a depender do incoterm definido na importa-
ção, ocorrerá sob sua coordenação, ou sob a operacionalização logística definida pelo exportador,
2 Incoterm – Termos Internacionais de Comércio – definição internacional, para clareza das responsabilidades pela logísti-
ca internacional à qual a mercadoria é submetida, desde a saída do exportador, até a chegada no Importador.

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porém com acompanhamento do importador para obtenção de dados relativos à logística inter-
nacional, como data de embarque, veículo transportador (aeronave, navio, ou ainda caminhão se
prover do Mercosul).

Link para consulta à TEC (tarifa externa comum).

MERCOSUR

III. AUTORIZAÇÃO DE EMBARQUE NO EXTERIOR.

Ao obter o licenciamento de importação (despachante aduaneiro providencia esta atividade), o


importador estará ciente de que a mercadoria pode ser embarcada ao Brasil,

e a data de emissão do conhecimento de transporte, (documento a ser visto neste material), é o


que define a data de embarque no exterior, de forma que para efeito de

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fiscalização e imput de dados no sistema integrado de comércio exterior (siscomex), e posterior


elaboração da declaração de importação. Esta data será observada pela

fiscalização aduaneira (Receita Federal), para comprovação de que a mercadoria embarcou no ex-
terior, somente após a obtenção deste licenciamento de importação.

Fundamentação legal (legislação aplicável a este procedimento).

A legislação aduaneira que determina a necessidade da prática de consulta ao tratamento admi-


nistrativo do siscomex na importação, é a portaria da secex (secretaria de comércio exterior do
Ministério da Economia), n.º 23/2011, mais especificamente entre os Artigos 12º ao 15º.

Também é necessário compreender que o tratamento administrativo das importações, apresenta


mercadorias que não dependem de licença de importação previamente ao embarque no exterior,
para o que se considera os licenciamentos automáticos, conforme observados no artigo 12 da
portaria da secex, n.º 23/2011, o que reforça então a eficaz consulta ao tratamento administrati-
vo do siscomex, sempre antes de se autorizar o embarque no exterior.

Licenças de importação com deferimento pré-embarque e pós-embarque.

Há diferença entre licenciamento de importação a ser deferido antes do embarque, e após o em-
barque.

A consulta ao tratamento administrativo ao ser realizada, irá indicar o órgão a conceder o licencia-
mento, como observado no caso das bicicletas acima), e o órgão anuente, (que no exemplo acima
é o decex), vai conceder a informação de que se o licenciamento depende do deferimento para
o embarque, ou se poderá apenas autorizar o embarque, para posteriormente deferir o licencia-
mento com a chegada da carga ao Brasil, quando vai definir a necessidade ou não por este órgão,
da realização de conferência física da mercadoria.

a) Licenciamento de importação pré-embarque:

O importador requer o deferimento do licenciamento de importação, antes do embarque no


exterior.

b) Licenciamento de importação pós-embarque:

O importador requer o deferimento do licenciamento de importação, sendo que o órgão


anuente, irá autorizar o embarque via siscomex, e o deferimento do licenciamento de impor-
tação, será concedido após a vistoria da carga pós-chegada ao Brasil.

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III.I Punições para importações sem licença de importação.

Ao importador que deixar de cumprir estes requisitos inerentes às obtenções de deferimento dos
licenciamentos de importação, estará sujeito às penalizações aduaneiras, previstas no artigo 706
do decreto nº. 6759/2009 que variam entre:

Art. 706. Aplicam-se, na ocorrência das hipóteses abaixo tipificadas, por constituírem infrações
administrativas ao controle das importações, as seguintes multas (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art.
169, caput e §3 6º, com a redação dada pela Lei no 6.562, de 1978, art. 2º):

I - de trinta por cento sobre o valor aduaneiro:

a) pela importação de mercadoria sem licença de importação ou documen-


to de efeito equivalente, inclusive no caso de remessa postal internacional
e de bens conduzidos por viajante, desembaraçados no regime comum de
importação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 169, inciso I, alínea “b”, e § 6º,
com a redação dada pela Lei no 6.562, de 1978, art. 2o);

b) pelo embarque de mercadoria antes de emitida a licença de importação


ou documento de efeito equivalente (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 169,
inciso III, alínea “b”, e § 6º, com a redação dada pela Lei no 6.562, de 1978,
art. 2o);

II - de vinte por cento sobre o valor aduaneiro pelo embarque da mercado-


ria depois de vencido o prazo de validade da licença de importação respec-
tiva ou documento de efeito equivalente, de mais de vinte até quarenta
dias(Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 169, inciso III, alínea “a”, item 2, e § 6º,
com a redação dada pela Lei no 6.562, de 1978, art. 2º);

III - de dez por cento sobre o valor aduaneiro, pelo embarque da mercado-
ria, depois de vencido o prazo devalidade da licença de importação respec-
tiva ou documento de efeito

equivalente, até vinte dias (Decreto-Lei nº 37, de1966, art. 169, inciso III,
alínea “a”, item 1, e § 6º, com a redação dada pela Lei no 6.562, de 1978,
art. 2º).

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm

As multas acima descritas serão aplicadas pela Receita Federal diretamente ao CNPJ importador,
no sistema siscomex, sendo que para o desembaraço aduaneiro, (liberação da carga importada da
alfândega), o recolhimento das multas deverá ser realizado

3 § - Este símbolo significa Parágrafo, artifício utilizado nas legislações para seccionar as informações de um artigo. (defi-
nição do autor)

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Procedimentos de Importação

diretamente via débito automático pelo sistema siscomex, por meio de função específica na de-
claração de importação.

Atenção: Não é preciso alarde quanto às multas, bas-


ta consultar ao TA anteriormente ao embarque no ex-
terior, e obter os deferimentos dos licenciamentos das
importações, quando o tratamento administrativo da
NCM, assim definir.

IV. RESUMO OPERACIONAL SOBRE LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO.

A título de recapitulação das providências operacionais do analista de importação, no que se re-


fere ao assunto dos licenciamentos de importação, segue um resumo:

a) Obter a descrição e classificação fiscal (NCM) da (s) mercadoria (s).


b) Consultar ao tratamento administrativo das importações (via siscomex).
c) Requisitar ao despachante aduaneiro o registro, ou registrar o licenciamento.
d) Verificar o tipo do licenciamento, para autorizar ou não o embarque.
e) Após a constatação de deferimento pré, ou pós-embarque, autorizar o mesmo.
f) Acompanhar o embarque e transit time (tempo de trânsito internacional).

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Procedimentos de Importação

Crescendo em conhecimento.

Vamos recapitular um pouco sobre licenciamento de im-


portação?

Sim, então inicialmente consideremos que as importa-


ções são todas passíveis de autorização do Governo Fe-
deral, por questão de proteção à indústria nacional, o
que é comum em todos os países, então nada contrário
sob o ponto de vista de negócios.

Mas e para quem atua como despachante aduaneiro, ou


importador, quais as responsabilidades de cada um no
assunto licenciamento de importação?

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Procedimentos de Importação

Primeiro analisemos como:

I. ANALISTA DE IMPORTAÇÃO:

Comumente as empresas importadoras, tendem a contratar serviço técnico de consultoria atra-


vés dos despachantes aduaneiros, os quais ficam responsáveis pela elaboração do documento, no
sistema siscomex.

Mas, quais as informações e quais os documentos o analista de importação precisa disponibilizar


ao despachante aduaneiro, para que este possa elaborar o licenciamento?

1º. Descrição da mercadoria, com o máximo conteúdo possível, desde descrição técnica, co-
mercial, e científica do produto (conforme as características de cada produto obviamente),
até os dados técnicos, como modelo, tipo, ano de fabricação, número de série, voltagem, cor,
número de lote, e quaisquer outras características do produto, ou equipamento, que seja útil
para a correta classificação fiscal (NCM).

2º Fatura comercial, (comercial invoice), recebida do exportador, é o principal documento para


instrução de elaboração do licenciamento de importação, pois nele constarão as informações
de natureza comercial, cambial, e detalhamentos como especificações dos produtos, forma
de câmbio, incoterm, peso líquido e bruto, quantidade e tipo de volumes da carga, dados do
fabricante e exportação, acrescentando país de aquisição, origem e procedência (quando o
exportador for diferente do fabricante) e valores dos produtos, com os quais o licenciamento
de importação poderá ser emitido.

3º Descritivo operacional da importação, como cronograma de previsão de embarque, e in-


tensão da data prevista para que a mercadoria esteja no importador, a fim de que o despa-
chante possa se organizar e elaborar um escopo de trabalho no tempo disponibilizado.

4º Organizar canal de comunicação entre ele importador, o despachante aduaneiro, e o agen-


te de cargas, para que as informações da logísticas internacional, sejam compartilhadas em
tempo hábil para tomadas de decisão.

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Procedimentos de Importação

5 Eventualmente disponibilizar canal direto do exportador, para com o despachante adua-


neiro, em importações que dependam de análises documentais e de projeto, mais críticas
em termos de tamanho de carga, tipo de equipamento, valor de empreendimento, ou seja,
cargas consideradas como projetos especiais, demandam atenção mais notória entre todos
os envolvidos no projeto, por isso a necessidade da máxima transparência quanto a canais de
comunicações entre os participantes.

II. DESPACHANTE ADUANEIRO.

O licenciamento de importação na grande maioria das situações é elaborado pelo despachante


aduaneiro, que é o consultor técnico sob o ponto de vista aduaneiro na importação. Por isso a
necessidade de acompanhamento a todo tempo por parte deste profissional, da legislação adua-
neira, bem como contatos permanentes com importadores clientes, para verificação das neces-
sidades de elaborações de licenciamentos de importação, visando adequar os procedimentos às
exigências e práticas da legislação aduaneira.

Atividades operacionais para a elaboração do licenciamento de importação.

Com o recebimento da documentação enviada pelo analista de importação da empresa importa-


dora, conforme item visto acima, o despachante aduaneiro, pode então elaborar o licenciamento
de importação no sistema siscomex, no qual irá inserir dados relativos às características da impor-
tação, sendo eles os pontos 1º a 5º tratados no item anterior.

No sistema siscomex, o despachante aduaneiro vai, então, elaborar o licenciamento de importa-


ção, para em seguida submetê-lo ao (s) órgão (s) responsável (is) por aquele

Licenciamento. Lembrando que o que define qual (is) órgão (s) atuará (ão) na anuência/deferi-
mento da importação, será o tratamento administrativo da importação, assunto já analisado nes-
te material, e para reforço segue abaixo o link para acesso ao mesmo, bastando possuir a NCM
(classificação fiscal do produto), para saber de acordo com os Artigos 12º a 15º da Portaria da SE-
CEX (secretaria de comércio exterior do Ministério da Economia), se o produto, possui ou não a
necessidade do licenciamento, além de qual (is) órgão (ãos) estará (ão) envolvido (s) no mesmo.

Para emissão do licenciamento de importação, o des-


pachante aduaneiro irá acessar o sistema siscomex,
no perfil importador, mediante acesso via certificado
digital por link da internet, a saber: Siscomex Importa-
ção Web (fazenda.gov.br)

SISCOMEX

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Procedimentos de Importação

A seguir veremos as telas de elaboração do licenciamento de importação.

Obs.: Para acesso ao sistema portal único, é neces-


sário que o CPF possua certificado digital, e habilita-
ção no sistema RADAR da Receita Federal.

Tela de Abertura do Licenciamento de Importação.

Fonte: Siscomex Licenciamento de Importação - v4.0 05/05/2014 (fazenda.gov.br)

Inicialmente selecionará as opções:

Licenciamento de Importação>Solicitação>Licença.

Neste acesso irá iniciar a elaboração do licenciamento, seguindo à próxima tela.

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Procedimentos de Importação

Os campos a serem preenchidos na tela acima serão:

a) Identificação de solicitação de li. (usuário cria uma identificação).


b) Tipo: informa se o importador é pessoa física ou jurídica.
c) Conforme o tipo escolhido, informa CPF, ou CNPJ.
d) Informa o país de Procedência (local de procedência da mercadoria).
e) URF de despacho (unidade da Receita Federal onde o despacho aduaneiro ocorrerá).
f) URF de entrada (unidade da Receita Federal de entrada no Brasil).
Obs.: Os códigos das URF´s de despacho e entrada estão disponíveis na lupa de busca ao lado
de cada ponto a ser preenchido (tela acima).
g) Informações complementares (dados considerados importantes pelo emissor do LI).

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Procedimentos de Importação

A seguir, a segunda tela de elaboração do licenciamento de importação.

Tela de abertura/elaboração do licenciamento de importação

Os dados acima, são os que foram disponibilizados pelo Importador.

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Procedimentos de Importação

Próxima tela de elaboração de licenciamento de importação.

Os itens acima, são todos digitados pelo emissor do licenciamento de importação, a partir das in-
formações recebidas do importador, sendo que os dados, os quais se encontram na cor preta na
tela acima, são ilustrativos para melhor percepção.

A tela abaixo, será preenchida com itens específicos do que está sendo importado:

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Procedimentos de Importação

Os dados de medida estatística são definidos pela NCM (ver tela anterior, e os demais serão in-
formados durante a emissão do licenciamento, conforme as características daquela importação).

1.3 Registro do licenciamento

Chega-se à última tela de elaboração do licenciamento, nela serão informadas:

Regime de tributação do imposto de importação podendo ser:

Integral, (recolhimento normal de impostos).


Redução, (recolhimento do tributo com algum benefício fiscal).
Isenção, (tributo isento por algum ato específico da importação).
Suspensão, (recolhimento do tributo com algum benefício fiscal).

Obs.: Há outros regimes de tributação, porém estes acima


são os mais aplicáveis.

Obs.: Se houver benefício tributário, deverá preencher a la-


cuna relativa ao tipo do benefício, que será a fundamentação
legal, (legislação), o qual concede o benefício.

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Procedimentos de Importação

As informações de acordo tarifário disponíveis ao centro da tela, somente são preenchidas quan-
do a importação possuir benefício de Aladi, ou SGP (sistema geral de preferência), bem como
OMC (organização mundial do comércio), de forma muito pouco praticada, mas o usuário deverá
selecionar conforme a documentação que possuir para instrução do referido licenciamento.

Em seguida, finalizará com as informações cambiais da importação, dados que também obterá na
documentação de instrução, especialmente contido na commercial invoice (fatura comercial), re-
cebida do Importador.

Então ao finalizar esses preenchimentos, selecionará a opção “Registrar” no canto superior direi-
to da tela, e obterá o número identificador do licenciamento, para o submeter ao (s) órgão (s) res-
ponsável (is) pela anuência/deferimento do licenciamento).

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Procedimentos de Importação

Obs.: Existem sistemas de informações gerenciais (SIG),


que elaboram licenciamentos de importação e os transfe-
re para o siscomex, para que ocorra o registro no mesmo.

Após registrado, o licenciamento de importação será de-


nominado pelo siscomex, por um código numérico, com-
posto por 10 dígitos numéricos, iniciado com o final do ano
do registro, seguido por outros 8 dígitos, por exemplo:
22/0000000-0

1.4 Contato com o transportador ou agente de cargas.

Desde o momento em que a importação foi requisitada, (por qualquer departamento, ou mesmo
pelo próprio analista de importação, caso também exerça a função de Procurement, ou comprador
na empresa), já se iniciam os contatos com o prestador de serviço logístico internacional, que na
maioria dos casos se dá por meio do agente de cargas, internacionalmente denominado de freight
forwarder, o qual presta o serviço de agenciamento das cargas internacionais, adquirindo o serviço
de frete aéreo, marítimo, e rodoviário, e revendendo-o aos importadores e exportadores.

O contato inicial sempre é para requisitar ao agente de cargas, cotações de prestação de serviço,
desde a coleta da mercadoria no exportador (quanto o incoterm da importação for EXW, ou FCA
com especificação de entrega da carga em local acordado entre exportador e importador), até a
chegada da mercadoria ao destino, pois a viabilidade da importação passa pela formulação dos
custos operacionais, os quais basicamente serão:

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Procedimentos de Importação

Custo logístico internacional.

Custo da mercadoria.

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Procedimentos de Importação

Custos operacionais
(armazenagem, seguro, etc).

Custos da tributação no Brasil.

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Procedimentos de Importação

Custos extras, eventuais multas


por erros operacionais, e outros.

Custos de consultoria aduaneira


(despachante aduaneiro).

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Procedimentos de Importação

Esses custos são base para a tomada de decisão quanto à viabilidade da importação, e devem ser
sempre previstos anteriormente à realização da importação, por isso devem ser elaborados com
muito cuidado, e sobre as informações obtidas junto ao agente de cargas relativas ao frete inter-
nacional, e dos custos aduaneiros obtidos junto ao despachante aduaneiro (impostos, armazena-
gem, e outros conforme a característica da mercadoria).

Sugestão de leitura complementar:

Para melhor absorção de conteúdo relativo aos


incoterms, (international commercial terms, na
tradução literal os termos internacionais de co-
mércio, recomenda-se a leitura da publicação
oficial do Governo Brasileiro sobre o tema, a
partir dos sites apresentados abaixo:

SISCOMEX

CAMEX

I. DUIMP – DECLARAÇÃO ÚNICA DE IMPORTAÇÃO.

A importação no Brasil é disciplinada pela Instrução Normativa da Receita Federal n. 680/2006


(com suas posteriores alterações), e fundamentada no Regulamento Aduaneiro, através do de-
creto n.º 6759/2009.

Para adequar às importações aos procedimentos determinados por estas e outras legislações
aduaneiras, o importador deve, então, providenciar a apresentação da importação para o órgão
fiscalizador da Receita Federal, instância máxima do Ministério da Economia, para fiscalizar as ati-
vidades de importação, sendo que o canal de envio de informações relativos à importação, por
parte do importador para a Receita Federal, é a DUIMP – declaração única de importação, docu-
mento eletrônico muito parecido com o licenciamento de importação, visto anteriormente neste
material, porém com mais funções.

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Procedimentos de Importação

Legislação aduaneira pertinente à DUIMP.

Importante ressaltarmos que para todas as práticas de comércio exterior, sempre é necessário
obtermos respaldo na legislação, para que não venhamos a incorrer em práticas não lícitas, ou
mesmo execução de tarefas indevidas ou incorretas.

No que diz respeito à declaração única de importação – Duimp, o decreto n.º 6759/2009, prevê
no Artigo 551 a regulamentação para a criação e apresentação da declaração de importação, a
qual deve ser disponibilizada pelo importador no sistema integrado de comércio exterior – sis-
comex, também comumente elaborada pelo despachante aduaneiro, e consistirá nas seguintes
informações.

Art. 551. A declaração de importação é o documento base do despacho de


importação (Decreto-Lei nº 37, de1966, art. 44, com a redação dada pelo
Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2o).

§ 1o A declaração de importação deverá conter:

I - a identificação do importador; e

II - a identificação, a classificação, o valor aduaneiro e a origem da mercado-


ria. 02/05/2021 Decreto nº 6759 www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Decreto/D6759.htm 111/182

§ 2o A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá:

I - exigir, na declaração de importação, outras informações, inclusive as des-


tinadas a estatísticas de comércio exterior; e

II - estabelecer diferentes tipos de apresentação da declaração de importa-


ção, apropriados à natureza dos despachos, ou a situações específicas em
relação à mercadoria ou a seu tratamento tributário.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm

Fundamentação legal atual para DUIMP.

a) Portaria da Coana n.º 77/2018.

Coana é o Órgão de Coordenação Geral da Aduana Brasileira.

Esta portaria define a validade e vigor da declaração única de importação, tendo em vista que
desde 1997 vigora a DI – declaração de importação, e a DUIMP é a versão atualizada da DI, estan-
do já disponível aos importadores, porém sendo obrigatória até o presente instante, apenas a im-

29
Procedimentos de Importação

portadores certificados no programa de operador econômico autorizado (OEA), e os demais, tem


a opção de continuar a DI, ou migrar suas importações para a DUIMP, a qual está com previsão de
passar a se tornar obrigatória a todos os importadores ainda em 2022. Portanto é muito impor-
tante o acompanhamento das publicações via imprensa de economia, e site da abracomex, para
estar sempre atualizado concernente à vigência obrigatória da DUIMP.

b. Instrução Normativa da Receita Federal n.º 1833/2018.

Esta Instrução Normativa da Receita Federal, atualizou o § 2º, do Artigo 1 da IN 680/2006, criando
o § 2º, o qual especifica a prática e vigência da DUIMP a partir do novo processo de importação
da Receita Federal. Vejamos a transcrição do referido artigo abaixo, para melhor compreensão:

“Art. 1º A mercadoria que ingressar no País, importada a título definitivo ou


não, ficará sujeita ao despacho aduaneiro de importação, salvo as exceções
previstas nesta Instrução Normativa ou em normas específicas.  javascrip-
t:showHideOrigem(‘anotacaoSegmentoOrigemDIV1927275-1’);

§ 2º-A O despacho aduaneiro de importação referido no caput será


processado com base na: 

I - Declaração de Importação (DI) registrada no Sistema Integrado de Co-


mércio Exterior (Siscomex); ou 

II - Declaração Única de Importação (Duimp) registrada no Portal Único


de Comércio Exterior. 

Fonte:http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=95162&visao=anotado (com grifo do autor)

30
Procedimentos de Importação

c. Operacionalização da DUIMP (como elaborar o ducumento).

A elaboração da DUIMP, diferentemente do licenciamento de importação, e da declaração de


importação (DI), que são elaborados no sistema siscomex, perfil importador, conforme visto no
tópico de licenciamento de importação anteriormente, é elaborada no sistema portal único do
siscomex, que apesar de também ser parte do sistema siscomex, (sistema integrado de comércio
exterior), abrange outras funcionalidades a partir de um único acesso, isto é, uma única tela per-
mite abrangência de maior conteúdo das ferramentas disponíveis aos importadores por parte do
serpro (serviço de processamento de dados do Governo Federal), o qual desenvolveu todos os
sistemas vistos neste material, especialmente o siscomex.

A seguir vamos observar as telas iniciais para a elaboração da declaração única de importação
(DUIMP).

Obs.: Para acesso ao sistema portal único, é necessário


que o CPF possua certificado digital, e habilitação no sis-
tema RADAR da Receita Federal.

Tela Inicial para elaboração da DUIMP, via Siscomex pelo link: Portal Único Siscomex

Nesta primeira tela a opção escolhida será “Importador – Exportador”, para na sequência, clicar
no menu superior canto direito, e selecionar “Declaração Única de Importação - Elaborar Duimp,
(ver tela abaixo).

31
Procedimentos de Importação

Tendo selecionado esta opção, poderá então iniciar a elaboração da DUIMP, informando o CNPJ
do Importador, em seguida os dados complementares, que são relativos à carga, tais como: iden-
tificação dos documentos, local de desembaraço, datas de embarque e desembarque, dados dos
representantes legais (despachantes aduaneiros), bem como demais informações que sejam ne-
cessárias conforme as especificações da importação, como benefícios tributários, e outros a sa-
ber de acordo com a conveniência da carga, ou exigência relativa ao tipo da importação, ou ainda
da unidade da Receita Federal onde ocorrerá o desembaraço aduaneiro.

A próxima tela, também chamada de “ficha” da DUIMP, será preenchida com os dados logísticos
da carga, conforme vemos a seguir:

Cada uma das informações acima observada, é retirada dos documentos de instrução de despa-
cho, (conhecimento de carga, fatura comercial, packing list e outros conforme o tipo de carga).

Ainda sobre os dados logísticos da carga na DUIMP, vejamos tela abaixo para inserção e dados re-
lativos aos valores de frete e seguro internacional praticados na operação.

32
Procedimentos de Importação

Já próxima “ficha” da DUIMP, serão informados os dados relativos aos documentos de instrução
de despacho aduaneiro, que de acordo com os Artigos 554 a 557 do Decreto n.º 6759/2009, serão:

b) Conhecimento de
embarque.

a) Fatura comercial. c) Romaneio de carga


(packing list).

33
Procedimentos de Importação

E se houver, certificado de origem, que ateste a origem do produto, para gozo de benefício físcal
de importação no Brasil, exemplo: Carga advinda do mercosul, e que nele tenha sido produzida.

Obs.: Emissão dos documentos acima descritos, todos


por conta do exportador (fatura comercial, certificado de
origem, e romaneio de carga, enquanto o conhecimento
de carga, é de responsabilidade do transportador).

A seguir então, a ficha da Duimp, onde são inseridos os dados dos documentos de instrução de
despacho.

A partir desta ficha, passa-se então, a informar de forma discriminada, cada item importado, com
seus respectivos dados, desde quantidade, valor, descrição, fabricante, incoterm, NCM, e demais
dados necessários para a identificação da mercadoria importada.

34
Procedimentos de Importação

O sistema portal único do siscomex, permite a gravação de dados no catálogo de produtos, de


forma que ao se criar um código de produto, o mesmo poderá ser usado sempre que for importa-
do novamente pelo mesmo CNPJ.

Em tese, a DUIMP terá sido preenchida ao finalizar a tela acima, porém com particularidades ine-
rentes à importação específica, de forma que torna-se inviável o imput de mais telas neste mate-
rial, pela impossibilidade de acoplar todos os projetos de importação os quais variam conforme o
importador, mas fato é que as principais informações e telas para a elaboração da DUIMP, foram
expostas acima.

Obs.: A DUIMP ao ser finalizada, terá um código alfa numérico


criado pelo sistema portal único do siscomex, iniciando pelos
2 últimos dígitos do ano corrente, exemplo:22BR00000000-0.

d. Desembaraço aduaneiro da DUIMP

O registro da DUIMP, está condicionado à parametrização pela Receita Federal, para um dos 4 ca-
nais de conferência aduaneira, conforme o Artigo 21 da IN/RFB 680/2006:

Art. 21. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e selecionada


para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:

I - verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da mer-


cadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria;

35
Procedimentos de Importação

II - amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo


constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensa-
da a verificação da mercadoria;

III - vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após a


realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e

IV - cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da


mercadoria e a apuração de elementos indiciários de fraude. (Redação dada
pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1986, de 29 de outubro de2020) (Vide
Instrução Normativa RFB nº 1986, de 29 de outubro de 2020)

Fonte: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15618

Tendo sido cumprido o dispositivo constante neste artigo, a importação será liberada para o im-
portador retirar a mercadoria da Alfêndega.

e. Retirada da carga da Alfândega.

O desembaraço da DUIMP pela Receita Federal, permite ao importador, dar sequência aos proce-
dimentos para retirada da carga da Alfândega.

Para tal procedimento, deve-se observar o disposto no Artigo 54 da IN/RFB n.º 680/2006, o qual
determina que para a retirada da carga o importador deverá apresentar ao fiel depositário (em-
presa responsável pela administração do recinto alfandegado), os seguintes documentos:

a) Comprovante de recolhimento de ICMS, ou certificado de dispensa do recolhimento.


b) Nota fiscal de entrada.
c) Via original do conhecimento de carga.
d) Documentos de identificação da pessoa responsável pela retirada da carga.

A partir do cumprimento dos requisitos expostos acima, e contidos nas instruções normativas
mencionadas, o analista de importação, pode então coordenar a retirada da carga importada pela
empresa de transporte contratada, ou ainda pelo veículo próprio da empresa, se assim melhor
convier.

36
Procedimentos de Importação
Procedimentos de Importação

LPCO –
LICENÇAS, PERMISSÕES,
CERTIFICADOS E OUTROS DOCUMENTOS.

A licença de importação no formato do novo processo


de importação instituído pela portaria Coana 77/2018
juntamente com a IN/RFB 1788/2018, atende a neces-
sidade de apresentação das importações que conforme
imposição de tratamento administrativo das importa-
ções, exijam deferimento/anuência de licença de im-
portação, sendo então necessário a partir deste novo
processo de importação, a elaboração do LPCO (licen-
ça, permissões, certificados e outros documentos).

37
Procedimentos de Importação

A operacionalização, é via portal único do siscomex, através de uso


de certificado digital de CPF habilitado no Sistema RADAR da Re-
ceita Federal.

O que define a necessidade da anuência deferimento do licencia-


mento, anteriormente, ou após o embarque da mercadoria no ex-
terior, será o tratamento administrativo das importações, disponí-
vel no link abaixo, bem como definições específicas do (s) ógão (s)
anuente (s) da importação.

Link para consulta ao Tratamento Adminis-


trativo do Siscomex (importação).

(acesso público).

SISCOMEX

38
Procedimentos de Importação
Procedimentos de Importação

PRÁTICAS OPERACIONAIS NA

IMPORTAÇÃO AÉREA.

A modalidade de transporte aéreo, requer cuidados especiais,


tendo em vista tanto as características da mercadoria, bem
como a velocidade com que o transporte ocorre, que diferen-
temente do modal aquaviário marítimo, tem um menor tran-
sit time (tempo de viagem), o que requer por parte do analista
de importação, maior agilidade para análise e coordenação dos
documentos relativos à importação.

39
Procedimentos de Importação

3.1 Cotação do frete aéreo.

A primeira atividade para a realização da importação por meio do frete internacional aéreo, será
a obtenção de cotações comerciais de custo do serviço, salvo exceções em que o importador pos-
sua acordo comercial com uma ou mais empresa prestadora do serviço de frete internacional aé-
reo (agente de carga, ou companhia aérea).

As cotações são recomendadas, pois apresentam as condições de custo e de operação apresenta-


das pelos prestadores de serviço, de forma que abre-se ao importador, a possibilidade de análise
para tomada de decisão relativa a qual serviço contratar, de acordo com a conveniênica de seu
escopo de negócio, baseado obviamente no cronograma da importação, como disponibilidade da
carga no exportador, bem como relativamente à previsão e necessidade de chegada da carga à
empresa importadora.

Para solicitação da cotação do serviço de frete internacional aéreo, o importador precisará apre-
sentar ao prestador do serviço as informações seguintes:

b) Contato do exportador (e-mail,


número de telefone, e outros).

a) Dados do exportador,
(endereço completo).

40
Procedimentos de Importação

d) Ponto de desembarque no Brasil


(conforme a importação determinar).

c) Ponto de embarque no exterior


(a combinar conforme a operação).

41
Procedimentos de Importação

f) Outras informações relativas às parti-


cularidades e características da carga.

e) Especificação de carga (descrição,


NCM, incoterm, peso, cubagem, etc).

42
Procedimentos de Importação

O (s) prestador (es) de serviço de frete internacional, apresentará (ão), as condições para a reali-
zação do serviço, para que então o (a) analista de importação, possa apresentar a diretoria, enfim
a quem deva aprovar a contratação do serviço, ou caso seja ele (a) mesmo responsável pela con-
tratação do serviço, que o faça mediante a comparação das apresentações das propostas comer-
ciais recebidas.

Ao manifestar o aceite na proposta comercial do serviço de frete internacional, o importador


estará dando o “ok” para que o serviço seja executado, bem como apresentar ao exportador, os
dados do prestador de serviço de frete internacional, para que este providencie a retirada da
mercadoria, ou a receba em veículo transportador, conforme as regras estabelecidas no incoterm
definido para a importação.

3.2 Realização do frete internacional aéreo.

A mercadoria a ser importada, será então transportada internacionalmente, desde a origem (ex-
portador), até o aeroporto brasileiro definido pelo importador, para que seja então submetida ao
processo de despacho aduaneiro, previsto no Artigo 1º da Instrução Normativa n.º 680/2006 da
Receita Federal do Brasil, pontos vistos nos tópícos de declaração única de importação.

3.3 Agente de carga.

Antecipamos brevemente no item da realização do frete aéreo internacional, parte da atuação do


agente de carga, que vem a ser a empresa prestadora de serviço de frete internacional, a favor
dos importadares e exportadores.

As atividades desempenhadas pelos agentes de cargas, correspondem ao serviço logístico inter-


nacional, abrangendo a coleta (retirada/pick up) da mercadoria no endereço definido pelo expor-
tador no país de embarque, ou conforme o incoterm no veículo transportador, ou ainda no aero-
porto de origem (local de embarque internacional).

A empresa de agenciamento internacional de cargas, realiza a compra do serviço de frete da com-


panhia aérea, ou armador marítimo, para revender ao importador (ou exportador), de forma que
seus serviços envolvem conhecer as rotas disponíveis por estes operadores internacionais, para
que suas vendas de serviço sejam melhor geridas no mercado.

3.4 Agenciamento de cargas no modal aéreo.

As cargas aéreas são transportadas sob a emissão do conhecimento de cargas AWB (air way bill),
emitido pela companhia aérea, no qual devem constar os dados de identificação do exportador e
importador, aeroporto de embarque e desembarque, dimensões e peso da carga, composição dos
valores de frete internacional, especificações básicas da mercadoria transportada com caracterís-
ticas específicas quando for o caso, data e local de embarque.

43
Procedimentos de Importação

O Agente de Carga ao receber o AWB master da companhia aérea, irá emitir o denominado conhe-
cimento house ou filhote, no qual constarão os valores de frete, correspondentes ao serviço que
ele contratou junto à cia aérea, para que então seja possível a emissão do AWB house, (também
denominado de filhote), porém agora com o valor de venda do serviço, por exemplo:

Empresa Brasil Agenciamento de Cargas Ltda, recebe um pedido de cotação de


frete de um importador para uma carga que está em Shanghai na China.

Ao receber o pedido da cotação, com os dados carga, o agente de cargas, irá


contratar o serviço de frete internacional de uma cia aérea que percorra o tre-
cho internacional relativo à origem (onde está a mercadoria), e destino (para
onde ela deve ser enviada), e então ao receber a informação de quanto irá lhe
custar esse serviço, (valor do serviço de frete aéreo internacional cobrado pela
cia aérea), calculará um preço a ser praticado contra seu cliente importador, e
então termos uma nova terminologia, conhecida como profit, que em tradução
livre nos remete a “lucro”, que é a remuneração pelo serviço prestado.

Pense assim por gentileza.

O agente de cargas adquire o frete aéreo da companhia aérea por USD 1.500,00,
(hum mil e quinhentos dólares americanos), e calcula um preço de venda sobre
este valor.

Para vender o frete ao seu cliente importador, irá então acrescentar o seu profit
(lucro), e somando tal valor ao que pagou à companhia aérea, terá portanto o
valor de venda da prestação de serviço de agenciamento de frete aéreo a cobrar
de seu cliente.

Obs.: O valor acima descrito é citado como exemplo, pois os


valores de frete aéreo atendem determinação internacio-
nal da IATA (International Air Transport Association) - Asso-
ciação Internacional De Transporte Aéreo), organização in-
ternacional que de certa forma determina os padrões para
comercialização do serviço de frete internacional aéreo,
(dentre outras atividades).

Assim, portanto, compreendemos que o serviço de frete aéreo, é prestado pela


companhia aérea, enquanto o agente de cargas, prestará o serviço de agencia-
mento internacional de cargas).

44
Procedimentos de Importação

O conhecimento de embarque (AWB), deve ter as vias originais entregues ao importador, e esta
ação ocorrerá mediante acordo comercial entre agente de cargas e importador, pois para retira-
da da carga da alfândega após a nacionalização, o importador deverá apresentar a via original do
documento, em atendimento ao Artigo 54 da IN/RFB n.º 680/2006.

A carga transportada no modal aéreo, será informada ao sistema mantra (manifesto de trânsito
aéreo) pela companhia aérea eletronicamente, para que ao chegar no aeroporto de destino, pos-
sa ser disponibilizada pelo fiel depositário (empresa que administra o terminal de cargas do aero-
porto), ao importador, para que este realize o despacho aduaneiro de importação, determinado
pela IN/RFB 680/2006, portaria Coana n.º 77/2018, IN/RFB 1833/2018.

3.5 Agenciamento de cargas no modal aquaviário marítimo

As questões comerciais entre agente de cargas para o agenciamento de frete internacional aqua-
viário marítimo, serão basicamente as mesmas descritas no item anterior do modal aéreo, varian-
do conforme as características da importação, e considerando as questões operacionais, como
transit time (tempo de viagem), maior que o desempenhado pelo modal aéreo.

No modal aquaviário marítimo, o importador terá à sua disposição, maiores condições logísticas
no que diz respeito às dimensões de cargas, exatamente pelas condições físicas dos veículos (na-
vios), sendo necessária a análise operacional relativa ao target (alvo), de prazo, para que os prazos
estipulados por setores de engenharia, compras, produção, e outros, não fiquem comprometi-
dos, considerando o tempo maior para a realização do frete no modal aquaviário marítimo. Em-
bora as condições financeiras (custo do frete marítimo), sejam menos onerosas quando compara-
das aos frete aéreos, (há exceções a variarem conforme cada projeto de importação), por isso a
necessidade de análise muito minuciosa de toda a operação, para que não ocorra prática de frete
internacional, em modal de transporte avesso à necessidade da entrega da carga na empresa im-
portadora, no prazo previamente estipulado.

45
Procedimentos de Importação

3.6 O booking.

Ao aprovar uma cotação de frete, o importador estará permitindo ao agente de cargas, a geração
do booking, que será a reserva do frete, na prática significa dizer, a garantia do espaço no veículo
(aeronave, navio), para que o frete de fato aconteça.

Sob o ponto de vista operacional, o prestador do serviço de frete internacional, deve requerer as
garantias comerciais para a execução do serviço, mediante às apresentações de aprovações for-
mais nas condições expostas nas propostas comerciais, o que se dá via envio e recebimento de
e-mails de ambos os lados (agente de cargas X importador), onde o serviço e valores são apresen-
tados pelo prestador de serviço, e aprovados pelo importador, para que o serviço seja executa-
do, e ao final, possa ocorrer a cobrança por parte do prestador, e correspondente pagamento por
parte do importador

O booking/reserva, permite ao importador estar certo de que conforme sua aprovação comercial,
a carga estará embarcando na origem, e chegando ao ponto de destino no Brasil, entretanto há
casos em que mesmo com o booking/reserva confirmado (a) pelo prestador de serviço do frete
internacional, o embarque não ocorra, ora por questões operacionais da companhia aérea, ou na-
vio, ora por outras razões diversas, e neste caso, sempre é necessário ao importador analisar as
propostas comerciais, e cada detalhe nela constante para se resguardar de prejuízos operacio-
nais, tendo em vista a distância entre ele e a carga no exterior.

3.7 Aprovando o draft do BL

Inicialmente é ponderável que aprendamos o que é o draft do BL.

Em tradução livre, o draft seria uma espécie de esboço/projeto, mas também as definições de ras-
cunho/espelho são normalmente aceitas, e na prática significa dizer que o draft do BL, é um ras-
cunho para a emissão do BL original.

A sigla BL, é abreviatura de bill of lading, que vem a ser o conhecimento de embarque aquaviário
marítimo, o popular “BL”, sendo ele o documento que cobre o transporte marítimo internacional,
desde a saída/departure (embarque), no porto de origem, até a chegada/arrived (desembarque no
porto de destino).

Sendo emitido pelo transportador, (armador marítimo), o bill of lading, contém os dados logísti-
cos da carga. Portanto, para sua emissão, o responsável deverá obter os dados exatamente de
quem está requisitando/contratando o serviço, pois é tal indivíduo/empresa, que detém os dados
da carga, por isso o agente de cargas emite então o draft, com as informações recebidas do impor-
tador, e a ele submete o documento, via e-mail ou outra forma de comunicação, exatamente para
que o importador (ou seu representante legal despachante aduaneiro), possa conferir as informa-
ções no documento, e requisitar ajustes, ou aprovar a emissão do bill of lading original.

O draft ao orientar a emissão das vias originais do bill of lading, cumpre, digamos assim, seu pa-
pel, de forma que não mais terá utilidade, pois para transporte e retirada da carga no destino,
apeans as vias originais do bill of lading são aceitas.

46
Procedimentos de Importação
Procedimentos de Importação

O DESPACHO
ADUANEIRO NA IMPORTAÇÃO.

De acordo com a INRFB/680/2006, despacho aduaneiro de im-


portação é o procedimento pelo qual a mercadoria importada
deve ser manifestada pelo importador aos órgãos fiscalizadores,
especialmente à Receita Federal do Brasil, que é o órgão respon-
sável pela arrecadação tributária, por isso a obrigatoriedade das
importações serem verificadas pelo mesmo, para que se compro-
ve a correta tributação, mediante o recolhimento dos tributos e
taxas incidentes na importação, a saber:

47
Procedimentos de Importação

01

Tributos:

a) II - Imposto de Importação. tico em conta corrente determinada pelo im-


b) IPI - Imposto sobre Produtos Industria- portador, com crédito direto para a conta cor-
lizados. rente da Receita Federal, no ato do registro
c) Pis Pasep – Programa de Integração So- da declaração de importação, ou declaração
cial única de importação, conforme previsto no
d) Cofins – Contribuição para o Financia- Artigo 11º da IN/RFB n.º 680/2006.
mento da Seguridade Social.
e) Icms* - Imposto sobre a Circulação de Já o ICMS como é de competência dos esta-
Mercadorias, e serviços. dos. Sua arrecadação se dá por meio de guias
de recolhimento estadual, e em breve tam-
*O Icms, é administrado e recolhido pela Secretaria da Fa- bém via débito automático em conta corre-
zenda do Estado de domicílio do importador, enquanto os te determinada pelo importador, conforme
demais, pela Receita Federal do Brasil. ocorre com os impostos incidentes sobre a
importação, desde 1997, com a entrada em
A tributação incidente na importação, está vigor do siscomex, sistema integrado de co-
prevista de acordo com o Decreto n.º 8950/16 mércio exterior, sendo que a previsão para
para o IPI, e artigos 69 a 249, para os Impos- que tal mudança ocorra, é o ano de 2022, po-
tos de importação, Pis-Pasep e Cofins, sendo rém até a edição deste material, tal mudança
que estes são recolhidos via débito automá- ainda não havia sido aprovada.

48
Procedimentos de Importação

02

Taxas:

a) Taxa de utilização do sistema siscomex. a Lei n.º 14.301 de 07/01/2022, juntamen-


b) AFRMM - taxa adicional sobre o valor te com a portaria n.º 137 de 24 de março de
do frete marítimo para renovação da fro- 2022, e também ocorre via débito automático
ta da marinha mercante brasileira. de conta corrente indicada pelo Importador.

As taxas possuem caráter contribuitivo, de Dados atuais:


responsabilidade do Governo Federal, e de-
vem servir a um fim específico, como no caso A partir da publicação no Diário Oficial da
da taxa de utilização do siscomex, a legisla- União, da Lei n.º 14.301/2022, o percentual
ção determina que a mesma seja direcionada de recolhimento da taxa de AFRMM (adicio-
para a manutenção do sistema siscomex, por nal sobre o valor de frete para a renovação da
parte do serpro (serviço de processamento frota da marinha mercante), passou a ser de
de dados do Governo Federal). 8% (oito por cento), sobre o valor declarado
como de frete marítimo internacional, sen-
A taxa AFRMM, serve ao propósito de reno- do este valor até 24/03/2022, no percentual
var a frota da marinha mercante brasileira, de 25%. Portanto, uma redução muito consi-
e está prevista na portaria do Ministério dos derável para os importadores praticantes do
Transportes n.º 72/2008, em conjunto com modal aquaviário marítimo.

49
Procedimentos de Importação

4.1 RELACIONAMENTO COM O DESPACHANTE ADUANEIRO

O despachante aduaneiro é um profissional parceiro do importador, e para execução dos seus


serviços, é fundamental que ocorra um bom diálogo e um bom relacionamento entre ele e o (a)
analista de importação, para que as tratativas operacionais fluam satisfatória e corretamente, a
fim de proporcionar aos negócios de importação, uma sinergia positiva sob todos os aspectos.

A relação comercial e operacional entre importador e despachante aduaneiro, compreende a con-


tratação por parte do importador, de serviços aduaneiros, para elaborações dos licenciamentos e
declarações de importação, podendo neste escopo de negócio, constar outros serviços conexos,
porém que estejam amplamente esclarecidos em contrato de prestação de serviço, para evitar de-
sentendimentos, e subterfúgios de qualquer uma das partes, quando houver falhas operacionais.

De forma legal, o despachante pode representar o importador perante a Receita Federal, para
execução das tarefas expostas abaixo, determinadas pelo Decreto n.º 6759/2009, a saber:

Decreto 6759/2009.

“Art. 808. São atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de mercado-


rias, inclusive bagagem de viajante, na importação, na exportação ou na in-
ternação, transportadas por qualquer via, as referentes a:

I - Preparação, entrada e acompanhamento da tramitação e apresentação


de documentos relativos ao despacho aduaneiro;

II - Subscrição de documentos relativos ao despacho aduaneiro, inclusive


termos de responsabilidade;

50
Procedimentos de Importação

III - ciência e recebimento de intimações, de notificações, de autos de infra-


ção, de despachos, de decisões e de outros atos e termos processuais rela-
cionados com o procedimento de despacho aduaneiro;

IV - Acompanhamento da verificação da mercadoria na conferência adua-


neira, inclusive da retirada de amostras para assistência técnica e perícia;

V - Recebimento de mercadorias desembaraçadas;

VI - Solicitação e acompanhamento de vistoria aduaneira; e (Revogado pelo


Decreto nº 8.010, de2013)

VII - Desistência de vistoria aduaneira. (Revogado pelo Decreto nº 8.010, de


2013)

§ 1o Somente mediante cláusula expressa específica do mandato poderá


o mandatário subscrever termo de responsabilidade em garantia do
cumprimento de obrigação tributária, ou pedidos de restituição de indébito,
de compensação ou de desistência de vistoria aduaneira.

§ 1º Somente mediante cláusula expressa específica do mandato poderá


o mandatário subscrever termo de responsabilidade em garantia do
cumprimento de obrigação tributária, ou pedidos de restituição de indébito
ou de compensação. (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013)

§ 2o A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá dispor sobre outras


atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de mercadorias.

Art. 809. Poderá representar o importador, o exportador ou outro interes-


sado, no exercício das atividades referidas no art. 808, bem assim em ou-
tras operações de comércio exterior (Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 5º,
caput e § 1º):

I - O dirigente ou empregado com vínculo empregatício exclusivo com o


interessado, munido de mandato que lhe outorgue plenos poderes para o
mister, sem cláusulas excludentes da responsabilidade do outorgante me-
diante ato ou omissão do outorgado, no caso de operações efetuadas por
pessoas jurídicas de direito privado;

II - O funcionário ou servidor, especialmente designado, no caso de opera-


ções efetuadas por órgão da administração pública direta ou autárquica,
federal, estadual ou municipal, missão diplomática ou repartição consular
de país estrangeiro ou representação de órgãos internacionais;

II-A - O empresário, o sócio da sociedade empresária ou pessoa física no-


meada pelo habilitado, nos casos de importações ao amparo do regime de
que trata o art. 102-A (Lei no 11.898, de 2009, art. 7o, § 2o); (Incluído pelo
Decreto n.º 7.213, de 2010).

51
Procedimentos de Importação

III - O próprio interessado, no caso de operações efetuadas por pessoas fí-


sicas; e

III - O próprio interessado, no caso de operações efetuadas por pessoas fí-


sicas; (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013)

III-A - O mandatário de pessoa física residente no País, nos casos de remes-


sa postal internacional, ou bens de viajante; e (Incluído pelo Decreto nº
8.010, de 2013)

IV - O despachante aduaneiro, em qualquer caso.

Parágrafo único. As operações de importação e exportação dependem de


prévia habilitação do responsável legal da pessoa jurídica interessada, bem
como do credenciamento das pessoas físicas que atuarão em seu nome no
exercício dessas atividades, de conformidade com o estabelecido pela Se-
cretaria da Receita Federal do Brasil. 02/05/2021 Decreto nº 6759 www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htm 176/182

Subseção II

Do Despachante Aduaneiro

Art. 810. O exercício da profissão de despachante aduaneiro somente será


permitido à pessoa física inscrita no Registro de Despachantes Aduaneiros,
mantido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (Decreto-Lei nº 2.472,
de1988, art. 5º, § 3º).

§ 1o A inscrição no registro a que se refere o caput será feita, a pedido do


interessado, atendidos os seguintes requisitos:

Fonte:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm

Obs.: Os requisitos para a habilitação como despachante adua-


neiro, podem ser melhor visualizdos do Artigo 810 do Decreto n.º
6759/2009, para obtenção dos requisitos, visando a habilitação
junto à Receita Federal.

52
Procedimentos de Importação

4.2 ENVIO DA INSTRUÇÃO DE DESPACHO ADUANEIRO.

As instruções de serviço ao despachante aduaneiro, recomenda-se que ocorram via e-mail, pois é
uma forma de clareza nas informações a serem inseridas nas declarações únicas de importação,
bem como em licenciamentos de importação, e assim o fluxo de informações seja padrão, e pre-
ferencialmente de forma sequencial, isto é, ao se iniciar um assunto relativo a uma importação
em um e-mail. É importante que se entitule o mesmo com a denominação/referência da carga,
para que a comunicação permita uma troca de mensagens, de forma sincronizada, indo e vindo
na sequência de envio e resposta, para que o processo de importação seja conduzido cronologi-
camente, ou seja, de acordo com as ações desenvolvidas desde o incício, passando por etapas de
correções e aprovações de documentos, e culminando com o desembaraço aduaneiro.

Também é usual a troca de mensagens via sistema gerenciador, no qual ambas as empresas (im-
portador e despachante aduaneiro), tenham acesso, de modo que as mensagens fiquem arquiva-
das e de fácil acesso a qualquer tempo. Lembrando a importância de que qualquer informação
relativa às importações, sejam sempre registradas (enviada por e-mail ou outro meio de comuni-
cação convencional, como oficial por ambas as partes).

Dentre as instruções de cargas tratadas entre importador e despachante aduaneiro, podem estar:

A. O RECEBIMENTO DOS DOCUMENTOS DE EMBARQUE (CÓPIAS DIGITALIZADAS).

Ao aprovar um embarque junto ao Agente de Cargas, ou armador marítimo, ou ainda companhia


aérea, o Importador deve requerer cópia digitalizada dos documentos originais de instrução de
despacho, já observados neste material, e determinados pelos Artigos 554 a 557 do Decreto n.º
6759/2009.

Essas vias originais digitalizadas, são necessárias, pois atualmente todas as apresentações de do-
cumentos a Receita Federal, ou a algum órgão interveniente como (Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Polícia Federal, Inmetro, Ibama
e outros), se dá por via eletrônica, mediante anexação digital em função própria disponível no
portal único do siscomex, em campo específico para anexo de documentos digitais. Portanto a
importância de se requerer

sempre o recebimento dos documentos por parte do (a) analista de importação, para disponibili-
zar ao despachante aduaneiro, sempre que necessário para anuência de LPCO e DUIMP´.

B. A APROVAÇÃO DESSES DOCUMENTOS, SEGUNDO A ÓTICA ADUANEIRA.

A documentação é parte indissociável de um processo de importação coordenado com êxito.

Isto porque a documentação, é a base de toda a sistemática da importação, na qual tanto o im-
portador, quanto o despachante aduaneiro, e principalmente o fisco federal (Receita Federal),
podem averiguar as informações inerentes à respectiva importação, de forma que todos os dados
da carga, estejam inseridos nos documentos, (já observados em tópicos anteriores como docu-
mentos de instrução de despacho aduaneiro).

53
Procedimentos de Importação

Á ótica aduaneira, a aprovação dos documentos de instrução de


despacho deve seguir os parâmetros definidos na legislação aduaneira,
a qual expõem que a fatura comercial, deve vir do exportador e conter:

Dados de identificação do importador.


Dados de identificação do exportador.
País de aquisição, origem e procedência.
Incoterm.
Forma de pagamento (tipo de câmbio).
Descrição da mercadoria.
Quantidade e tipo de volumes de carga.
Peso líquido e bruto.
Data de emissão e responsável pela emissão.

54
Procedimentos de Importação

Em relação ao conhecimento de embarque, o mesmo deve conter:

Dados de identificação do importador.


Dados de identificação do exportador.
Local de embarque e desembarque.
Descrição sucinta da mercadoria.
Código de sist.harmonizado de classificação fiscal (HS CODE),
no embarque marítmo.
Quantidade e tipo de volumes de carga.
Peso bruto.
Composição do valor do frete.
Data de emissão e responsável pela emissão.

55
Procedimentos de Importação

Em relação ao romaneio de cargas, o mesmo deve conter:

Dados de identificação do importador.


Dados de identificação do exportador.
Descrição da mercadoria.
Quantidade e tipo de volumes de carga.
Peso líquido e bruto.
Data de emissão e responsável pela emissão. (recomendável).

56
Procedimentos de Importação

A documentação de instrução do despacho aduaneiro de importação, tem a necessidade de ficar


arquivada por período mínimo de cinco anos a partir da data de emissão dos documentos. É, por-
tanto, de suma importância uma coordenação documental segura.

C. A CONFERÊNCIA DO TRATAMENTO ADMINISTRATIVO.

Conforme já observado neste material, a consulta eletrônica ao tratamento administrativo do sis-


comex, deve ocorrer anteriormente ao embarque da mercadoria no exterior, mediante a inclusão
da NCM, no site de consulta, link a seguir:

SISCOMEX

D. A PREVISÃO DE CHEGADA.

A carga tendo sido embarcada no exterior, passa então a ser aguardada no Brasil, conforme a
data de previsão informada pelo responsável do frete internacional, a saber agente de cargas, ou
companhia aérea, ou armador marítimo, conforme a prática comercial definida pelo importador.

O importador poderá conferir a previsão de chegada das cargas, por meio eletrônico, via site do
prestador de serviço, ou sistema eletrônico de acompanhamento de cargas, denomidado e-tra-
cking, no qual o prestador de serviço de frete internacional, disponibiliza o link para que por meio
do número do conhecimento de embarque, ou da reserva/booking, o importador possa ter acesso
às datas de embarque no exterior e chegada da importação no Brasil.

E. A REMOÇÃO PARA UMA ZONA SECUNDÁRIA.

O procedimento de despacho aduaneiro na importação, para cumprir os requisitos do Artigo 1º


da IN/RFB n.º 680/2006, compreende a apresentação da carga pelo importador, para o fisco, o
qual através da Receita Federal confere as informações prestadas no sistema siscomex, podendo
ocorrer em zona alfandegária primária (porto, aeroporto, ou fronteira terrestre no caso de impor-
tações do Mercosul), ou ainda em zona alfandegária secundária, onde se denominam os portos
secos, atualmente conhecindos como CLIA (centro logístico integrado aduaneiro), também cha-
mado de EADI (estação aduaneira de interior).

57
Procedimentos de Importação

A definição da remoção da carga para recinto aduaneiro de zona secundária, parte do importador
conforme a melhor conveniência, para que o despacho de importação ocorra então neste recinto,
conforme acordo comercial para custos de armazenagem tratados junto à empresa administrado-
ra do recinto, o chamado fiel depositário.

A remoção/transporte, ocorrerá sob a prática de um regime especial aduaneiro, denominado


como documento de trânsito aduaneiro (DTA), sendo realizada por empresa de transporte habili-
tada junto à Receita Federal, para prestação deste tipo de serviço.

F. PREVISÃO DE CUSTOS NA IMPORTAÇÃO.

Muito recomendável na importação, é a elaboração de uma prévia, uma previsão dos custos que
poderão ocorrer, para que as análises financeiras possam determinar a realização da importação,
bem como possíveis ajustes e adequações ao longo do processo, visando a obtenção de êxito
operacional, sobretudo para quitação de todas as despesas e custos operacionais da importação,
para que ao chegar ao Brasil, a importação possa ser desembaraçada no menor tempo possível, e
assim ocorrer custo baixo para armazenagem na alfândega, assim como gerenciamento financei-
ro seguro de todo o processo de importação.

A previsão de custos, se dá via elaboração de planilha, na qual devem constar no mínimo:

Custo da mercadoria.
Custo do frete internacional.
Custos de armazenagem.
Custos relativos ao transporte nacional.
Custos relativos à tributação.
Custos relativos aos serviços de terceiros (despachante aduaneiro e outros).
Outros custos a variarem conforme as características da importação.

G. A CONFERÊNCIA DO CE MERCANTE.

O CE mercante, é o conhecimento eletrônico de embarque no modal aquaviário marítimo, o qual


é elaborado pelo prestador de serviço de frete internacional, e é elaborado com as informações
básicas da carga, sendo basicamente uma cópia do bill of lading, de forma que para sua conferên-
cia por parte do importador, basta ser feita uma comparação entre o bill of lading, e o Ce mer-
cante (elaborado pelo transportador internacional), para que na chegada da carga ao Brasil, não
ocorra a necessidade de alterações, pois se ocorrer, pode implicar em dias de carga parada no
porto, aguardando que a alteração seja deferida pela Receita Federal, o que pode aumentar os
custos de armazenagem.

O trabalho de agenciamento de carga contempla, portanto, a emissão eletrônica do conhecimen-


to de transporte, que se denomina CE (conhecimento eletrônino, o qual se subdivide em:

58
Procedimentos de Importação

CE master.

Documento eletrônico disponibilizado pelo armador marí-


timo (ou agência marítima que o represente no Brasil), no
qual devem ser informados os dados da carga, desde iden-
tificação completa do embarcador, e desconsolidador da
carga no Brasil (agente de carga), bem como: porto de em-
barque, porto de desembarque, peso bruto da carga, quan-
tidade de volumes, cubagem total da carga, harmonized sys-
tem (sistema harmonizado internacional), que é o código
composto pelos 4 primeiros dígitos da NCM e os dados rela-
tivos ao transporte especificamente com as características
do embarque.

O emissor deste documento, tem um prazo para sua elabo-


ração, sendo o máximo de até 72 horas anteriores à atra-
cação do navio em primeiro porto brasileiro, por isso a or-
ganização documetal é muito requerida nos escritórios de
prestação de serviços logísticos, dadas as responsabilida-
des relativas aos prazos.

A emissão do documento, será feita a partir do acesso ao


sistema carga da Receita Federal, em campo próprio no site,
mediante a utilização de certificado digital de CPF habilita-
do pela empresa para tal função, junto ao órgão citado.

59
Procedimentos de Importação

CE house.

Por sua vez, a empresa prestadora do serviço de agencia-


mento internacional de cargas, o (agente de cargas), pro-
moverá a emissão do conhecimento eletrônico, porém já
em nome do consignatário (importador brasileiro).

O agente de cargas receberá o número gerado para o CE


master do armador marítimo, ou de seu representante no
Brasil (como visto no item anterior), e a partir deste do-
cumento, poderá gerar o CE house, que conterá as infor-
mações já discriminadas de seu cliente importador, sendo
que tal procedimento recebe o nome de “desconsolida-
ção de carga”.

Esse é o trabalho de gerar no sistema carga (como citado no


item anterior), um conhecimento eletrônico, desta vez com
os dados mais específicos da importação, como quantida-
des de volumes, além dos dados de identificação do impor-
tador, além de todos já citados no item anterior, consideran-
do um prazo de até 48 horas anteriormente à atracação do
navio no primeiro porto brasileiro.

60
Procedimentos de Importação

H. O ACOMPANHAMENTO DA PRESENÇA DE CARGA JUNTO AO TERMINAL.

Ao chegar ao terminal de cargas, (porto, aeroporto, ou zona alfadegária, secundária/clia/eadi), a


carga passa por conferência externa de contêiner, pallet, caixa, enfim qual seja o tipo de elemen-
to de transporte, para constatação de possíveis avarias (alteração das condições normais do ele-
mento de transporte), como quebras, molhadura, rasgadura, envergadura, violação, etc.

Ao realizar a conferência no ato da chegada da carga, o terminal alfandegado vai manifestar as


informações em seu portal para que o importador através de seu despachante aduaneiro, possam
tomar a decisão de aceitar as condições da carga da forma como chegou ao terminal, ou que este
requisite ao serviço de seguro internacional de transporte, a continuidade de liberação da impor-
tação, para posterior averiguação mais minunciosa nas dependências do importador, para acionar
ou não o seguro da carga, conforme a especificação das avarias.

I. A NECESSIDADE DE VISTORIA POR PARTE DOS ÓRGÃOS ANUENTES (ANVISA, MAPA, IN-
METRO, ETC).

As anuências dos LPCO´s, vistos em tópico específico neste material, ocorrem conforme as diretri-
zes de cada órgão anuente, a saber por exemplo: Anvisa, Mapa, Polícia Federal, Exército, e outros).

As anuências/deferimentos por parte destes órgãos podem requerer a vistoria física da mercado-
ria importada, no recinto aduaneiro, para que então o LPCO possa ser deferido, e o importador
então siga com seu processo de despacho aduaneiro.

Cada órgão anuente atua mediante sua gestão de análise sobre os LPCO´s, de forma que o siste-
ma portal único do siscomex, a partir do novo processo de importação, determinado pela portaria
da Coana n.º 77/2018, juntamente com a IN/RFB n.º 1833/2018, permite que os órgãos passem a
atuar todos pelo mesmo portal, facilitando assim o imput de dados por parte do importador, para
que a documentação necessária para análise do órgão, esteja disponível a qualquer órgão envol-
vido na importação, otimizando assim tempo e apresentando agilidade nos procedimentos de de-
ferimentos/anuência de LPCO.

J. A NECESSIDADE DA DESOVA E ENTREGA DOS CONTÊINERES.

O contêiner é um equipamento de transporte alugado pelo importador, e pertencente ao arma-


dor marítimo, portanto, sua utilização compreende o tempo de carregamento no exterior, trans-
porte internacional e descarga no Brasil.

Comercialmente entre importador, e agente de cargas, (ou armador marítimo), é definido um


prazo para a utilização do contêiner, considerando alguns dias após a descarga em porto brasilei-
ro, no que se imagina ser um tempo razoável para o desembaraço aduaneiro, porém caso o prazo
acordado (exemplo, 10, 15, 20 dias), seja extrapolado, o importador estará assumindo a respon-
sabilidade de custeio de diárias do contêiner, custo este definido como demurrage, que deve ser
pago ao amador marítimo proprietário do contêiner, conforme acordado comercialmente no ato
da contratação do serviço de frete internacional.

61
Procedimentos de Importação

É possível ao importador, negociar com o armazém do recinto alfandegado, onde ocorrerá o des-
pacho. O serviço de desova imediata do contêiner ocorre após a descarga do navio, para que não
ocasionem custos extras de demurrage, bastando para tanto, negociação prévia, mediante dispo-
nibilidade de espaço por parte do armazém de cargas onde ocorrerá o despacho aduaneiro.

O trabalho de desova (descarga) do contêiner é realizado por fatores como:

a) Exigência da RFB, ou outro órgão anuente para realização de vistoria da carga.


b) Pedido do importador, para devolver o contêiner vazio ao armador.
c) Separação de cargas de várias empresas em um único contêiner.
d) Outros motivos peculiares à carga, ou à situação do momento.

Importante citar também neste tópico, que a desova do contêiner, tenderá a seguir a programa-
ção do terminal portuário, por questões de programação de espaço para desova, equipamento
para movimentação de contêiner, mão-de-obra para a realização do serviço, de forma que é ne-
cessário sempre a consulta por parte do importador, ao terminal, o qual está o contêiner, para or-
ganização do momento possível de descarga/desova.

K. A ENTREGA DE DOCUMENTOS JUNTO AO ARMADOR/AGENTE DE CARGA.

Atual e especialmente após o advento da pandemia da Covid-19, grande parte dos agentes de
cargas e armadores, passaram a aceitar a entrega de documentos, de forma eletrônica (e-mail, ou
sistema de anexação de documentos digitalizados), mediante assinatura com certificado digital,
e fotos de posse da via original do conhecimento de cargas, o que tem facilitado muito a opera-
ção diária de importadores, agentes de cargas, e despachantes aduaneiros, porém é uma prática
muito peculiar a cada empresa, cabendo então a necessidade de boa negociação e transparência
de todos os envolvidos, para que a melhor prática seja adotada.

62
Procedimentos de Importação

L. O DESBLOQUEIO DO CE JUNTO AO ARMADOR/AGENTE DE CARGA.

Ao chegar ao Brasil, as cargas marítimas apresentam bloqueio eletrônico no sistema carga da Re-
ceita Federal, o que impede a retirada da mesma dos recintos alfandegados, mesmo que porven-
tura já estejam desembaraçadas pela Receita Federal.

Este bloqueio é devido a fator comercial mantido entre importador e prestador do serviço do
frete internacional, para pagamamento dos serviços, bem como apresentação da via original do
conhecimento de transporte, confome subtópico visto acima, logo a resolução destas duas ques-
tões, condiciona o desbloqueio da carga junto ao sistema carga (siscarga), para que então o im-

portador possa, de fato, requerer a retirada da carga logo após o desembaraço aduaneiro.

M. O RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS E O REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO.

A declaração de importação será registrada no sistema siscomex, e conforme a instrução norma-


tiva da Receita Federal, n.º 680/2006 é o documento eletrônico pelo qual o Importador deverá
recolher os tributos incidentes na importação, por meio de função própria mediante o débito dos
tributos da conta corrente indicada pelo importador, com crédito imediato aos cofres públicos,
por meio da Receita Federal.

N. A SELEÇÃO PARAMETRIZADA DO DESPACHO ADUANEIRO.

O Despacho Aduaneiro é totalmente eletrônico, portanto os procedimentos de fiscalização adua-


neira, ocorrem integralmente pelo sistema siscomex, por isso as etapas de operacionalização do
despacho aduaneiro são:

1º Registro da DUIMP no portal único do siscomex.


2ª Parametrização (direcionamento para um canal de conferência).
3º Acompanhamento do despacho.
4º Desembaraço aduaneiro.
5º Retirada da carga.

A Legislação que determina os procedimentos de parametrização é concentrada na IN/RFB n.º


680/2006, especialmente no Artigo 21º, o qual determina em qual canal de conferência a impor-
tação será fiscalizada.

A parametrização é divida em cores, as analisaremos, pormenorizadamente na sequência, porém


é necessário, antes, observarmos o que diz a legislação.

IN/RFB 680/2006 – Artigo 21.

SELEÇÃO PARA CONFERÊNCIA ADUANEIRA

Art. 21. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e selecionada


para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:

63
Procedimentos de Importação

I Verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da


mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercado-
ria;

II Amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo


constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensa-
da a verificação da mercadoria;

III Vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após


a realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e

IV Cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da


mercadoria e a apuração de elementos indiciários de fraude. (Redação dada
pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1986, de 29 de outubro de 2020)   (Vide
Instrução Normativa RFB nº 1986, de 29 de outubro de 2020).

Fonte: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15618

Mas e quais as razões, quais os fundamentos, quais os critérios usados para a definição da para-
metrização?

O Importador é quem define o canal da parametrização?

A Importação parametrizada em canal amarelo, vermelho, ou cinza, tornar-se-ão verde quando fi-
nalizar o despacho aduaneiro?

Estas são algumas das questões sempre constantes em aulas e debates sobre despacho aduanei-
ro, e as respostas são:

A definição do canal de conferência, é aplicada pela Receita Federal, considerando critérios pa-
drões, estabelecidos também pela IN/RFB 680/2006, a saber:

IN/RFB 680/2006 – Artigo 21, § 1º

§ 1º A seleção de que trata este artigo será efetuada por gerenciamento


de riscos, com auxílio dos sistemas da RFB, e levará em consideração, entre
outros, os seguintes elementos: (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa
RFB nº 1759, de 13 de novembro de 2017)

I - regularidade fiscal do importador;

II - habitualidade do importador;

III - natureza, volume ou valor da importação;

IV - valor dos impostos incidentes ou que incidiriam na importação;

64
Procedimentos de Importação

V - origem, procedência e destinação da mercadoria;

VI - tratamento tributário;

VII - características da mercadoria;

VIII - capacidade organizacional, operacional e econômico-financeira do im-


portador; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1759, de 13
de novembro de 2017)

IX - ocorrências verificadas em outras operações realizadas pelo importa-


dor.
Fonte: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15618

Observamos, portanto, que é a própria legislação aduaneira que organiza a sistematização de como
se distribuir as importações para canais de conferência aduaneira, sendo que é o CNPJ com suas
condições perante à Receita Federal, que serve de parâmetro de seleção de conferência, garantin-
do de certa forma uma maneira coesa de fiscalização, pois os critérios visualizados no § 21 da IN/
RFB 680/2006, abrangem a realidade da empresa perante o fisco federal, sendo portanto o balisa-
dor das condições determinadas pela Receita Federal para o processo de fiscalização aduaneira.

Observando os critérios constantes no § 21 da IN/RFB 680/2006, é preceptível a questão da forma


adequada para se fiscalizar as importações exatamete sob a realiadade tributária e administrativa
da empresa nos aspectos inerentes ao comércio exterior, pois conforme observado na legislação
citada, quanto mais fiel e permanente forem as atividades de importação do CNPJ, maiores serão
as possibilidades de desembaraço aduaneiro em canal verde, que é o mais rápido desde a chega-
da da carga ao Brasil, até sua saída da alfândega após o desembaraço.

O. ACOMPANHAMENTO DO DESPACHO ADUANEIRO.

O Importador acompanha seus processos de despacho aduaneiro por meio de consulta eletrônica
via sistema siscomex, sendo que no dia-a-dia quem efetua o registro da DUIMP, ou DI, também é
quem realiza o acompanhamento da fiscalização, e a consulta ocorre sempre através do número
da DI, ou DUIMP, considerando que cada URF (unidade da Receita Federal) tem seus horários para
a ocorrêcia das parametrizações, exemplo: DI, ou DUIMP registrada até as 08h, serão parametri-
zadas às 08h:30min, e assim sucessivamente.

É necessário sempre considerar que por definir os horários das parametrizações, a RFB de des-
pacho (unidade da Receita Federal onde o despacho aduaneiro ocorrerá), também é responsável
por apresentar horários de liberações das cargas.

O recomendável é que sabendo dos horários das parametrizações, (podem ser obtidos através de
contato com a URF local), o usuário (importador ou despachante aduaneiro), promova consultas
constantes ao sistema siscomex, em campo específico, para acompanhar o despacho aduaneiro,
contudo, é fato que ao saber os horários de parametrização, normalmente a empresa estabelece

65
Procedimentos de Importação

seus critérios para horários de registros das declarações, e assim também pode controlar os ho-
rários para as consultas dos canais, e do acompanhamento do despacho aduaneiro, se tornando
uma prática operacional padrão na maioria das empresas, a partir das definições de procedimen-
tos e distribuições das tarefas.

4.2 Tela de visualização da consulta ao canal de parametrização.

Observemos a seguir, telas de consulta aos canais de parametrizações das importações.

Primeiramente veremos como é realizada a consulta ao canal de conferência da declaração de im-


portação, e na sequência, veremos como ocorrem as parametrizações das DUIMP´s.

Tela de consulta ao canal de parametrização de uma declaração de importação (DI).

Fonte: Siscomex Importação Web v1.5 07/08/2014 (fazenda.gov.br)

Seguindo o caminho apresentado acima, a próxima ação será digitar o número da Declaração de
Importação, (aquele que o sistema siscomex gerou no registro da DI), e então lhe aparecerá a tela
abaixo, com o resultado da consulta à parametrização, sendo que na tela abaixo a consulta refe-
re-se a uma DI parametrizada em canal verde.

66
Procedimentos de Importação

Fonte:https://www1c.siscomex.receita.fazenda.gov.br/siscomexImpweb-7/private_siscomeximpweb_inicio.do

Observemos que a consulta à parametrização informa além da situação do despacho aduaneiro,


também a URF de despacho da mercadoria.

Nos casos de canais diferentes do verde, a consulta apresentará a mesma tela acima, entretanto,
com as condições específicas do despacho, como nome do (a) Auditor Fiscal da Receita Federal,
designado (a) para executar a fiscalização, bem como as exigências fiscais que por ventura o (a)
mesmo (a) vier a impor àquela importação, ou não havendo nenhuma exigência, a fiscalização pro-
moverá o desembaraço aduaneiro e a consulta apresentará o resultado de carga liberada, atra-
vés da mensagem declaração desembaraçada, da mesma forma como aparece na tela logo acima,
para o canal verde.

67
Procedimentos de Importação

Tela de consulta ao canal de parametrização de uma declaração única de importação (DUIMP).

Fonte: https://portalunico.siscomex.gov.br/duimp/#/consultar-duimp

A tela acima apresenta o campo para digitação do número da DUIMP (obtida pelo importador ou
seu despachante aduaneiro no ato do registro da mesma), e os procedimentos de acompanha-
mento, serão semelhantes aos visualizados no subtópico acima, onde vimos a parametrização da
declaração de importação.

A. DOCUMENTOS PARA A RECEITA FEDERAL, NOS CASOS DE CANAL DE PARAMETRIZA-


ÇÃO: AMARELO, VERMELHO, VERDE E CINZA.

De acordo com os artigos 554 a 557 do Decreto n.º 6759/2009, os documentos de instrução de
despacho, e especialmente de acordo com o Artigo 18 da IN/RFB n.º 680/2006 serão:

DOCUMENTOS DE INSTRUÇÃO DA DI

Art. 18. A DI será instruída com os seguintes documentos:

I - Via original do conhecimento de carga ou documento equivalente;

II - Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador;

68
Procedimentos de Importação

III - Romaneio de carga (packing list), quando aplicável; e

IV - Outros, exigidos exclusivamente em decorrência de Acordos Interna-


cionais ou de legislação específica.

Fonte: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15618

A apresentação dos documentos dar-se-á através de anexo digital pelo portal único do siscomex,
não sendo necessária apresentação física (papel) dos documentos, entretanto, se faz necessário
que os documentos digilizados sejam os originais, e que a visualização esteja em condições ple-
nas de leitura.

A anexação será feita somente pelo acesso ao portal único do siscomex, mediante a utilização do
certificado digital do responsável, ou representante legal do importador, sendo que na maioria
das vezes, é o mesmo certificado digital que foi o responsável pelo registro da DI ou DUIMP, que
também fará a anexação dos documentos digitalizados.

A apresentação dos documentos de forma digital, permite ao fisco federal realizar os procedi-
mentos de fiscalização sobre a documentação apresentada e seguindo as orientações da legisla-
ção aduaneira já mencionada, IN/RFB n.º 680/2006.

B. A EMISSÃO DA GUIA DE EXONERAÇÃO DO ICMS / PAGAMENTO DO ICMS NA ENTRADA.

O ICMS como vimos brevemente em tópico constante neste material, é um tributo estadual, e
portanto, tem seu recolhimento realizado para o estado de domicílio fiscal do importador. Então,
é necessário compreendermos, por exemplo, que há importações desembaraçadas em URF fora
do estado do importador e mesmo assim o recolhimento do ICMS deverá ocorrer a favor do esta-
do onde o CNPJ está domiciliado, e se dará da seguinte forma:

69
Procedimentos de Importação

O fato gerador (o que define o momento do recolhimento do tributo), do ICMS, é o desembaraço


aduaneiro, e o Artigo 52 da IN/RFB 2006/2008 orienta a questão da declaração do ICMS no siste-
ma siscomex, então, vejamos na prática como deve se proceder:

Exemplo:

Importação de produtos acabados para revenda, com despacho aduaneiro ocor-


rendo no porto de Vitória no Espírito Santo.

O responsável pelo registro da DI ou DUIMP, ao acompanhar o despacho adua-


neiro (conforme observado no sub-tópico 18), percebendo que o desembaraço
aduaneiro (liberação da importação pela Receita Federal), ocorreu, deverá pro-
videnciar o recolhimento ou a exoneração4 do ICMS, da seguinte forma:

- Acesso ao portal da Secretaria de Estado da Fazenda, para emissão da Guia de


Recolhimento de Tributos Estaduais (cada estado possui uma forma de procedi-
mento), para então realizar o recolhimento/pagamento do Tributo.

- Ao realizar o recolhimento/pagamento, o usuário responsável irá acessar o sis-


tema siscomex, para no mesmo local onde registrou a DI ou DUIMP, (temas já
analisados), executar o Registro do ICMS, o qual consiste em informar ao siste-
ma siscomex que para a referida importação o ICMS foi recolhido em tal banco,
por tal agência, e com tal valor, (dados a serem extraídos da própria importação).

Mas também, há as importações que possuem benefício fiscal no estado do importador, sendo
que os benefícios podem variar desde alíquotas diferenciadas, como também a suspensão/dife-
rimento/exoneração do valor do ICMS, que na prática consiste no fato de que a Receita Estadual
(Secretaria de Estado da Fazenda), concede o benefício ao importador, (conforme convênio ou
outra forma estipulada em legislação estadual específica), de forma que ao invés de acessar ao
sistema siscomex, para realizar o registro da informação de pagamento/recolhimento do ICMS,
o usuário vai providenciar o registro da informação de exoneração/suspensão do recolhimento.

Tal procedimento é necessário para cumprir o rito definido no Artigo 52 da IN/RFB n.º 680/2006,
para que o recinto alfandegado, no qual a importação está ocorrendo, possa ter acesso à infor-
mação de que o importador cumpriu mais essa etapa do processo de desembaraço aduaneiro. No
entanto, o sistema gerenciador do fiel depositário (responsável pela alfândega onde a carga está
sendo desembaraçada), tem interface com o sistema siscomex, inclusive o próprio perfil de aces-
so de fiel depositário no siscomex, possui parâmetros de consulta para confrontar as informações
prestadas pelo importador no ato do registro do ICMS, com o que de fato é o realizável, de forma
que não há meios de “forjar” um recolhimento de ICMS, pois no fiel depositário irá constatar tal
prática, o que impedirá a saída da mercadoria do recinto aduaneiro.
4 Exoneração é o procedimento de suspensão do recolhimento do Tributo, conforme Incentivo Fiscal concedido pelo Esta-
do de Domicílio do Importador, e pode variar de Estado para Estado, bem como sobre os tipos de importação. Definição do autor.

70
Procedimentos de Importação

Após o registro das informações do ICMS no sistema siscomex, o próximo passo a ser realizado
pelo importador, (normalmente por seu Despachante Aduaneiro), será apresentar os documen-
tos requisitados para a retirada da carga da alfândega, conforme veremos logo a seguir.

C. NF DE ENTRADA PARA O TERMINAL / TRANSPORTADOR / DESPACHANTE ADUANEIRO.

O importador é o responsável pela emissão da nota fiscal (NF) de entrada da mercadoria importa-
da, sendo que a emissão varia entre as empresas, podendo ficar a cargo do (a) analista de impor-
tação, ou de outra função, como departamento contábil, ou ainda outro, variando conforme as
determinações de cada importador.

A NF ao ser emitida, será então enviada para o despachante aduaneiro, para que este providencie
a apresentação da mesma ao fiel depositário, (conforme visto no subtópico anterior), para que a
mercadoria possa ser liberada para saída do recinto alfandegado.

A entrega da NF para o transportador que irá realizar a retirada da carga do recinto alfandegado,
tanto poderá ser enviada pelo analista de importação, como pelo despachante aduaneiro, o qual
na maioria das vezes é quem coordena as atividades de retirada da carga, conforme pré-estabele-
cido com seu cliente importador, seguindo sempre as orientações do mesmo, no que diz respeito
a programação de entrada da carga, fluxo de trânsito, e outras questões peculiares a cada empre-
sa. Por isso, a necessidade de comunicação a todo o tempo, para se praticar uma gestão logística
eficaz na entrega da carga importada.

71
Procedimentos de Importação

D. A ENTREGA DOS DOCUMENTOS DE RETIRADA JUNTO AO TERMINAL ADUANEIRO.

O despachante aduaneiro é quem se responsabiliza pela entrega dos documentos ao terminal


(porto, aeroporto, EADI/CLIA), sendo estes documentos os determinados pelos Artigos 51 a 55 da
IN/RFB 2006/2006, a saber:

Nota fiscal de entrada.

Conhecimento de trans-
porte original.

72
Procedimentos de Importação

Comprovante de liberação
de ICMS.

73
Procedimentos de Importação

Comprovação de liberação da taxa da


marinha mercante p/ cargas marítimas.

Outros conforme características


específicas da carga.

74
Procedimentos de Importação

A apresentação destes documentos ocorre de forma eletrônica, considerando que os terminais


alfandegados estejam totalmente conectados ao sistema siscomex, e seus sistemas de informa-
ções gerenciais (SIG´s), capacitando as entregas documentais de forma eletrônica, sendo neces-
sário para acesso aos sistemas, o cadastro prévio do usuário, o que quando ocorre por meio de
despachante aduaneiro, há a exigência do terminal de cargas, para que seja apresentada uma Pro-
curação (documento que concede poderes de representação em nome do importador).

Dessa forma é concedido acesso ao usuário para que este providencie as entregas dos documen-
tos citados acima e acompanhe pelo próprio sistema de informações gerenciais do terminal alfan-
degado a liberação da importação ou as necessidades de correções e ajustes documentais.

4.3 Análise de documentos na importação: invoice, packing list: conhecimento de embarque,


certificado de origem, etc.

Embora já tenhamos analisado a questão documental nas práticas de importação, é conveniente


mencionarmos as tarefas operacionais de resposabilidade de quem está promovendo a coorde-
nação da importação.

A análise documental abrange procedimentos como requerer ao exportador que na emissão da fa-
tura comercial (commercial invoice), faça constar os dados do Artigo 557 do Decreto n. 6759/2009,
que são:

4.3.1 Análise da Fatura Comercial.

Art. 557.  A fatura comercial deverá conter as seguintes indicações:

I - nome e endereço, completos, do exportador;

II - nome e endereço, completos, do importador e, se for caso, do adquiren-


te ou do encomendante predeterminado;

III - especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do


Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompa-
nhada de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade aduanei-
ra, contendo as denominações próprias e comerciais, com a indicação dos
elementos indispensáveis a sua perfeita identificação;

IV - marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes;

V - quantidade e espécie dos volumes;

VI - peso bruto dos volumes;         (Redação dada pelo Decreto nº 10.550, de


2020)

75
Procedimentos de Importação

VII - peso líquido dos volumes;         (Redação dada pelo Decreto nº 10.550,


de 2020)

VIII - país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzi-
da a mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial;

IX - país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi


adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de
origem da mercadoria ou de seus insumos;

X  -  país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a


mercadoria no momento de sua aquisição;

XI  -  preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o


montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos;

XII - custo de transporte a que se refere o inciso I do art. 77 e demais despe-


sas relativas às mercadorias especificadas na fatura;

XIII - condições e moeda de pagamento; e

XIV - termo da condição de venda (INCOTERM). 

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm

A Fatura Comercial é um documento que servirá de base para toda a DI ou DUIMP, de forma que
sua exatidão é motivo para contribuir com a correta elaboração e preenchimento da DI ou DUIMP,
garantindo portanto êxito no Desembaraço Aduaneiro.

Obs.: A emissão da Fatura Comercial é de responsa-


bilidade do Exportador.

76
Procedimentos de Importação

4.3.2 Análise do packing list (romaneio de carga).

O documento packing list, deve conter as informações relaciona-


das aos aspectos logísticos da carga, sendo portanto indispensável
que nele conste:

1. Dados de identificação do exportador.


2. Dados de identificação do importador.
3. Descrição básica da mercadoria.
4. Peso líquido unitário e total (peso apenas da mercadoria).
5. Peso líquido bruto da carga (peso da mercadoria além das
embalagens).
6. Quantidade e tipo de volumes (caixas, palletes, etc).
7. Dimensões (medidas das embalagens), cubagem da carga.
8. Data e responsável pela emissão (exportador).

O Importador por meio de seu analista de impota-


ção, poderá requerer ao seu fornecedor/exportador,
que adeque a documentação conforme a determina-
ção exigida para importação no Brasil, e portanto, o
acerto dos documentos estará facilitado.

77
Procedimentos de Importação

4.1.4 Análise do conhecimento de embarque.

Conforme abordado ao longo deste material, a emissão do conhecimento de transporte é de res-


ponsabilidade do transportador, (companhia aérea, armador marítimo, ou transportador rodovo-
viário), este último no caso das importações do Mercosul, porém a participação do (a) analista de
importação na emissão, é preponderante para não ocorrer preenchimento indevido/incorreto,
senão vejamos:

Quando verificamos em tópicos anteriores, a questão de emissão do DRAFT de conhecimento de


embarque, observamos que este modelo de pré-documento, serve exatamete para que o docu-
mento original de embarque, seja emitido corretamente, com todos os dados necessários para a
correta orientação ao transporte internacional e consequente desembaraço aduaneiro.

Na prática, isto é nas coordenações de processos de importação, o (a) analista irá receber infor-
mações do agente de cargas (ou companhia aérea, ou ainda armador marítimo, caso contrate o
frete diretamente a um destes), para então embasar suas orientações de emissão do conheci-
mento de embarque original conforme os requisitos necessários a constarem neste documento,
tendo como base o conteúdo observado no item 8.4 deste material, visando a emissão de um do-
cumento que possa ser considerado seguro de acordo com a realidade da carga.

As informações constantes neste documento devem refletir a exatidão da carga amparada pelo
mesmo, sob todos os aspectos, desde exportador com seus dados de identificação exatos, até os
dados de identificação do importador, além dos dados logísticos, como peso bruto, quantidade e
tipo de volumes, local de embarque e desembarque, valor do frete internacional, data e local de
emissão, descrição sucinta da mercadoria transportada, além de código do sistema harmonizado
(4 primeiros dígitos da NCM), para os conhecimentos de embarque marítimos, (bill of lading).

Ao se tratar de transporte no modal terrestre rodoviário para cargas do Mercosul, as diferenças


em relação aos modais aéreo e aquaviário marítimo, é que o transporte rodoviário, apresentará o
conhecimento rodoviário de transporte, o CRT.

78
Procedimentos de Importação

Assim como em todos os modais a emissão do documento é de responsabilidade do transpor-


tador, e portanto, a transportadora rodoviária submeterá ao importador, ou a seu despachante
aduaneiro (conforme acordado entre as partes), um rascunho deste documento, para que sejam
feitas considerações, ajustes e assim se obtenha a emissão correta do documento, que acompa-
nhará a carga.

Nas importações advindas do Mercosul, além do CRT também constará o documento denomina-
do MIC-DTA (manifesto internacional de carga – documento de trânsito aduaneiro), no qual cons-
tam informações muito semelhantes às constantes no CRT, porém por se tratar de trânsito adua-
neiro, ou seja, um regime especial aduaneiro, faz-se necessário a presença deste documento para
a realização do trânsito desde o país vizinho até o ponto de fronteira no Brasil, seguindo para o
recinto alfandegado, onde ocorrerá o desembaraço aduaneiro, (caso este não ocorra na fronteira
por onde a mercadoria adentrar ao Brasil). lembrando que o recinto aduaneiro para realização do
despacho aduaneiro de importação é de melhor conveniência do importador.

Para acréscimo de conteúdo referente ao


MIC-DTA, segue link para visualização de
informações complementares.

RECEITA FEDERAL

Obs.: Modelos de conhecimentos de transporte, seguem em


pdf anexos ao e-mail deste material.

79
Procedimentos de Importação
Procedimentos de Importação

GESTÃO DE
RELACIONAMENTO COM O MERCADO

O profissionalismo é o melhor método para a antecipação de sucesso em


qualquer atividade, evidentemente com a convicção de que a parceria de
trabalho é sempre bem vinda e salutar para obtenção de bons resultados,
seja em qual área for.

80
Procedimentos de Importação

Esse relacionamento com o mercado, diz respeito a fatores, por exemplo, relacionados às ques-
tões comerciais, em honrar a palavra dada, cumprir prazos e na impossibilidade de cumprí-los,
sempre expor os motivos de forma idônea para que a transparência nas informações torne o am-
biente de relacionamento entre cliente e fornecedor, o mais aprazível possível, e assim se desen-
volva um próspero sistema de convivência.

Obviamente que as questões de idoneidade e aversão à corrupção são fatores indispensáveis


para qualquer modelo de empresa, principalmente em serviços que envolvam negociações com
órgãos governamentais. É inegociável a questão de isolamento total quanto a mínima aparência
de favorecimento por qualquer manifestação de corrupção de qualquer um dos lados (empre-
sa ou governo), haja vista a devassa causada em empresas brasileiras em anos passados, com a
amostragem a nível mundial de casos de corrupção nunca antes vivenciados na história, amostra
de que a corrupção é um mal que enfraquece qualquer um dos lados que a pratica.

O relacionamento com o mercado também envole questões comerciais, que são as negociações
para aquisição de serviços, junto a agentes de cargas, despachantes aduaneiros, transportadores,
corretoras de seguro, armazéns alfandegados, e outros tipos de serviço, sendo necessário a má-
xima transparência nas negociações, obedecendo as regras de política de compliance, que vem a
ser a garantia da execução das atividades da empresa, sob as mais rídigas regras de administração
e contabilidade, visando assim a obtenção da confiança dos envolvidos no negócio.

5.1 Gestão processos – fatores críticos e sucesso

Durante a carreira profissional podem ocorrer casos de insucessos, e sucessos, cada um com
suas tipicidades, e características, mas o importante é mencionarmos que a organização de pro-
cessos, é uma grande aliada na busca pela excelência na condução das atividades de importação
e exportação.

81
Procedimentos de Importação

Essa organização envolve procedimentos operacionais, horários, estudo às normas e legislações


pertinentes às atividades realizadas, busca pelo conhecimento sempre vívida, todos estes fatores
aliados à força de vontade, e determinação, propiciam um cenário positivo e determinante para
realizações de trabalhos sempre eficazes, dentro de um planejamento organizacional, sob cuida-
dos quanto às regras locais, e cumprimento às normas legais da legislação.

Como casos de sucesso, pode-se considerar embarques ocorridos com a máxima eficiência a pon-
to de cumprir-se prazos, não extrapolar previsão de custos por erros operacionais. Embora eles
possam ocorrer, mas fato é que quanto maior for a organização

documental e processual do dia-dia nas importações, maiores serão as chances de sucesso nos
procesos de comércio exterior.

Já os casos de insucessos, também podem ocorrer, especialmente quando sofrerem adversidades


externas, fatos que qualquer importação está sujeita, sendo necessária uma grande organização
em todos os aspectos de gestão da importação, para que ao sinal de qualquer deslize, erro ope-
racional, inatividade ou inação por parte de um prestador de

serviço, ou ainda, consequências causadas por motivação alheia à vontade do importador, como
condições climáticas que impeçam o transporte de uma determinada carga, ou greve no setor pú-
blico, ou outro evento, se encontre uma alternativa.

Sempre é necessário considerar que uma gestão eficaz, precisa na medida do posssível, sempre criar
situações hipotéticas que possam servir de back up (espécie de plano b), para eventuais correções
e adequações de eventos causados por situações que estejam além da condução do importador.

82
Procedimentos de Importação
Procedimentos de Importação

OPERACIONALIZAÇÃO,
OCORRÊNCIAS FRENQUENTES
O dia-a-dia na coordenação de processos de comér-
cio exterior geram algumas questões, muitas vezes,
não previstas, as quais exigem grande empenho para
definições de soluções. Então, vejamos algumas des-
tas questões.

83
Procedimentos de Importação

6.1 Contêiner com divergência de peso / lacre / avarias

As informações constantes nos documentos de instruções de despacho são obtidas a partir da


exatidão da carga, isto é, o exportador as retirou de atividades de pesagem e medição de carga,
vistoria de embarque, de forma que não deveriam constar de maneira incorreta nos documentos,
porém equívocos ocorrem e ao se manifestarem prejudicam as

tratativas operacionais para liberação de importações nas alfândegas. Por exemplo, determinado
contêiner que embarque com um peso, porém no bill of lading ou fatura comercial, ou ainda no
packing list, seja informado peso diferente com o que de fato condiz com a mercadoria, essas in-
formações desencontradas geram atividades extras de correção de documentos, podendo causar
mais custos de armazenagens e obviamente atrasos nas entregas da carga no importador.

As informações relativas a lacre são as obtidas exatamente por quem estiver responsável em ob-
ter os dados deste dispositivo junto ao armador marítimo, lembrando que o lacre de contêiner
é um dispositivo de metal, que trava a porta do contêiner (foto abaixo), e sua numeração deve
constar no bill of lading, para comprovar que o contêiner saiu da origem lacrado, e chegou no des-
tino da mesma forma, sendo que a conferência deste dispositivo tanto no embarque, quanto no
desembarque é que determinará tal condição.

Foto de Lacre (amarelo), já fixado à porta de um contêiner.

Fonte: https://www.metalacre.com.br/blog/lacre-para-container-a-importancia-de-proteger-a-sua-carga/

6.2 Análise incorreta da classificação fiscal

A responsabilidade pela correta classificação fiscal é de quem conhece a mercadoria, ou seja, em


tese deve ser do importador, o qual pelas características das mercadorias em conjunto com o fa-
bricante determina qual é a devida classificação fiscal.

84
Procedimentos de Importação

Também pode ocorrer situações em que o importador requisite ao despachante aduaneiro, a de-
finição da classificação fiscal da mercadoria ser importada, o que para acontecer, deverá ser moti-
vo de uma elaboração bem detalhada do máximo possível de informações relativas às descrições
das mercadorias, para que seja possível ao prestador de serviço, enquadrá-las na TEC (tarifa ex-
terna comum), conforme as especificações recebidas.

Quando há classificação incorreta na importação, a Receita Federal ao detectar tal situação, pro-
move a aplicação de multa para que o importador possa regularizar a questão, sendo que a multa
está definida nos artigos 711 a 749 do Decreto 6759/2009, sendo cobrada ao valor de 1% sobre
o valor aduaneiro da mercadoria, com recolhimento mínimo de R$ 500,00 quando tal percentual
for inferior a este valor, portanto, o máximo de cuidado no momento de se definir uma classifica-
ção fiscal é necessário, para evitar estes custos extras, além de atrasos na liberação da carga no
recinto alfandegado.

6.3 Falta de confirmação de chegada por parte do agente

O agente de cargas é o responsável em munir o importador e seu despachante aduaneiro de


informaçõe relativas às datas de embarque e desembarque da carga, sendo que, se em algum
momento o mesmo deixar de prestar tal informação, causará impactos de ordem relacionadas a
atraso nos procedimentos de desembaraço, por isso a necessidade de diálogo constante do im-
portador com seu agente de cargas, para evitar tal ocorrência.

Também há as situações em que o importador contrata o frete internacional diretamente junto


ao armador marítimo. Neste caso é ele quem deverá dirigir seus questionamentos relativos ao
acompanhamento da carga, porém é de “praxe” destes prestadores de serviço, disponibilizarem
ferramenta de acompanhamento em seus sites, em links denominados de “tracking”, no qual a
partir do número do bill of lading, código da reserva (booking), ou número do contêiner é possível
saber em tempo real qual a localização da carga.

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Procedimentos de Importação
Procedimentos de Importação

CREDENCIAMENTO JUNTO AOS ÓRGÃOS


(RECEITA, ANVISA, MAPA, ETC.)

Os acessos aos sistemas de informações dos Órgãos Federais, são


concedidos pelos mesmos, de acordo com a requisição por parte
do importador, por exemplo:

86
Procedimentos de Importação

Para acesso ao sistema siscomex o despachante adua-


neiro o fará em nome do cliente importador, median-
te a inclusão de seu CPF, por parte do importador no
sistema RADAR, com prazo estabelecido pelo próprio
importador. Por isso é muito importante o acompa-
nhamento dos prazos concedidos, para que não ocor-
ra de chegar uma carga de importação e o despachan-
te aduaneiro estar sem acesso ao sistema RADAR em
nome do importador, o que pode causar atrasos até
que se promova novamente a inclusão do CPF no sis-
tema RADAR, o que também pode ocorrer com os sis-
temas gerenciadores dos órgãos anuentes, como An-
visa, Ibama, Mapa, Inmetro e outros).

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Procedimentos de Importação

Referências:

h t t p : / / s i s c o m e x . g o v . b r/ w p - c o n t e n t / Portal Único Siscomex


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Siscomex Licenciamento de Importação - v4.0 ra-container-a-importancia-de-proteger-a-sua-
05/05/2014 (fazenda.gov.br) -carga/

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notado

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Procedimentos de Importação

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