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Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007
1. Introdução
A troca rápida de ferramentas (TRF) é uma metodologia para redução dos tempos de
preparação de equipamentos, possibilitando a produção econômica em pequenos lotes. As
vantagens proporcionadas pela implantação da TRF são: rapidez e facilidade nas tarefas de
setup e troca de produtos com redução de custos, aumento da capacidade produtiva, aumento
da taxa de utilização das máquinas e redução de tempos mortos, facilidade de produção de
mix variado de produtos em curto espaço de tempo, flexibilidade e rapidez nas alterações de
produtos, trabalho com lotes menores, diminuição do tempo de resposta, redução dos estoques
intermediários, redução do tempo de atravessamento, uso mais racional e efetivo do espaço do
chão de fábrica, geração de ganhos em qualidade, redução de custos pela eliminação de
retrabalho e desperdícios de materiais, entre outras (Shingo (2000)).
A redução do tempo gasto em setup é condição necessária para diminuir o custo
unitário de preparação. Tal redução é importante por três razões (Harmon & Peterson, 1991):
1) quando o custo de setup é alto, os lotes de fabricação tendem a ser grandes, aumentando o
investimento em estoques; 2) as técnicas mais rápidas e simples de troca de ferramentas
diminuem a possibilidade de erros na regulagem dos equipamentos; e 3) a redução do tempo
de setup resultará em aumento do tempo de operação do equipamento.
No trabalho de Fogliatto e Fagundes (2003), é descrita uma metodologia genérica para
implantação da TRF, em uma indústria moveleira, composta de quatro grande etapas
(estratégica, preparatória, operacional e de consolidação), elaborada a partir de revisão de
literatura e considerações de caráter prático. Assim sendo, esse trabalho tem o objetivo de
verificar a possibilidade de aplicação da metodologia desenvolvida por Fogliato e Fagundes
(2003) em uma Fabrica de Injeção plástica tendo uma injetora de plástico de médio porte
como projeto piloto.
2. Fundamentação teórica
Kannenberg (1994) conceitua setup como o intervalo de tempo que se leva desde o
término da última peça boa do lote anterior até a saída da primeira peça boa do próximo lote,
ou seja, é o tempo necessário para preparar os operadores e os equipamentos para a fabricação
de outro produto pertencente ao mix total de produção (Fogliato e Fagundes, 2003).
A TRF foi desenvolvida por Shingo primeiramente no Japão num período de 19 anos,
como resultado de análise detalhada de aspectos teóricos e práticos que envolvem as
operações de setup. Compreende quatro estágios conceituais de melhoria (Shingo, 1996 e
2000). No estágio inicial (estágio “zero”), as condições de setup interno e externo se
confundem. O setup interno, no qual as operações podem ser executadas somente quando a
máquina está parada, e o setup externo, cujas operações podem ser realizadas enquanto a
máquina ainda está em funcionamento. O primeiro estágio da TRF separa o setup interno do
externo. O segundo passo da TRF converte o setup interno em externo. O terceiro passo da
TRF racionaliza todos os aspectos da operação de setup. Leva em consideração a eliminação
de ajustes e a linearização dos métodos de fixação.
O trabalho de McIntosh et al. (2000) faz críticas ao trabalho desenvolvido por Shingo.
Afirma que na prática da indústria deve haver um certo grau de flexibilidade no uso da
metodologia, pois certas técnicas serão enfatizadas em detrimento de outras, e alguns estágios
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individuais não serão utilizados na seqüência prescrita. Por outro lado, sugere que a
metodologia contemple o projeto, realizando, por exemplo, mudanças de desenho de
equipamento de processo ou mudanças no projeto de produtos em manufatura.
Nos últimos cinco anos diversos trabalhos envolvendo TRF foram desenvolvidos e
publicados: Fogliato e Fagundes (2003), Moxham e Greatbanks (2000) e Neumann e Ribeiro
(2004).
A literatura enfatiza as vantagens da redução do tempo de setup no chão-de-fábrica em
muitos casos reais, conforme pode ser visto em Rehman e Diehl (1993), Kannenberg (1994),
Venjara (1996), Guanasekaran e Cecille (1998), Moxham e Greatbanks (2000) e Patel et al.
(2001a). Embora a prática industrial japonesa leve em conta as propostas teóricas de Shingo
(1996 e 2000), Mondem (1981) e Hay (1987), entre outros, é necessário considerar que, na
indústria brasileira, mais especificamente, em pequenos fornecedores, muitos dos conceitos
acima citados ainda são novidades.
3. Materiais e métodos
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A Fábrica alvo deste trabalho, faz parte de uma holding internacional, tem por meta
global um tempo de setup de 1,5 h, o que representa uma diminuição de 2 h da média atual da
Fabrica.
4.1.3. Seleção da equipe de implantação
Para este trabalho, propõe-se que a equipe seja assim definida: um diretor executivo,
um gerente de produção, um corpo de engenharia, dois técnicos de setup, um técnico de
automação, um técnico eletricista, um operador e dois trocadores de resina.
Nesse estágio propõe-se que o treinamento seja elaborado e ministrado pelo gerente de
produção e coordenador do projeto. O conteúdo do treinamento deve estar diretamente
voltado para setup’s rápido em injetoras de plásticos e as sugestões dos funcionários devem
ser levadas em consideração.
4.1.5. Definição da estratégia de implantação.
Esta etapa é de extrema importância, pois corresponde ao planejamento do projeto de
TRF. O planejamento é a atividade que envolve a identificação das alternativas potenciais de
ação que possam satisfazer um objetivo e a avaliação dos meios necessários para sua
implementação (Ghinato, 1996).
4.2. Etapa Preparatória
Nesta esta etapa defini-se: o produto; o processo e a operação a serem inicialmente
abordados. Os produtos foram definidos quanto ao volume de produção: Tampa A, Visor e
Régua. O processo é único, o processo de injeção. A operação definida é basicamente a
própria troca de moldes e seus respectivos ajustes como troca de resinas, ajustes de
parâmetros de máquina, etc.
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Esta atividade está focalizada na identificação e separação das operações do setup que
podem ser realizadas com o equipamento em operação, antes da parada para início de nova
operação. O Quadro 02 mostra as atividades possíveis de conversão de setup interno para
setup externo.
Nº Atividade Duração
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máquina de forma que as laterais deslizem face aos blocos guia e a base do molde encaixe nos
dois pinos guia. Após este procedimento pode-se considerar que o molde já está centralizado.
c) Fixação do molde na máquina
O ato de fixação do molde é um paradigma a ser quebrado. Quando diz-se que a
capacidade da máquina injetora é de 70 toneladas significa que a pressão da resina injetada é
de 70 toneladas e que o molde é fechado com uma força de 70 toneladas. Isso não significa
que uma força de 70 toneladas seja necessária para abrir o molde. Apenas uma pequena força
é necessária para desmoldar o produto final.
d) Arrefecimento do molde
O tempo e o esforço gasto com esta atividade podem ser perfeitamente reduzidos
fazendo com que os pontos e conexão de mangueiras existentes no molde sejam a partir de
agora consideradas como pontos fixos e a união deste deve convergir para um manifold, que é
uma conexão mecânica com inúmeras passagens que coletam o fluxo de um fluido em um
único ponto e o distribui em várias saídas. Cada molde possuirá dois manifolds, sendo um
para entrada de água fria e outro para saída de água aquecida após esta ter passado por dentro
do molde e refrigerado as cavidades.
e) Troca de resinas
Propõe-se que haja, na medida do possível, uma programação no plano diário de
operação que contemple a seqüência mais prática da troca de resinas.
f) Transporte dos moldes
Pela simplicidade que representa, a atividade de transporte dos moldes é um detalhe
que costuma ser esquecido pela equipe de setup. É comum a equipe lembrar de executar
trabalhos mais complexos e esquecer de planejar atividades simples com a idéia que estas em
caso de falha serão facilmente corrigidas.
g) Ligação elétrica
A proposta é padronizar a quantidade de pinos dos conectores machos e os conectores
fêmeas, o que não ocorre no sistema atual, evitando assim o transtorno de trocar os conectores
para que seja possível a instalação de qualquer molde em qualquer máquina.
h) Aquecimento do canhão de injeção e do molde
Para pré-aquecimento do canhão de injeção, a maneira mais prática de aquecê-lo é não
desligá-lo. Assim, verificou-se a possibilidade de baixar a temperatura das resistências
elétricas de aquecimento que originalmente ficam em torno de 320ºC para 200ºC e assim
cobri-la com uma manta isolante específica para altas temperaturas. O canhão de injeção
ficaria nesta condição até 10 minutos antes de iniciar os testes de injeção, pois a partir de
então, a temperatura das resistências de aquecimento deverá ser novamente ajustada para
320ºC ou equivalente (dependendo do produto a ser injetado) e a manta ou tela de proteção
poderá ser removida ou não, dependendo do projeto.
Para pré-aquecimento do molde, os moldes podem ser pré-aquecidos fazendo-se
circular água quente por meio dos canais refrigerantes. A fábrica em questão já dispõe de
aquecedores de água chamados “Recoplas” e isso facilitaria tal implantação onde o pré-
aquecimento do molde pode ser feito ao lado da máquina aproveitando-se o aquecedor da
própria máquina e utilizando-se extensões de mangueiras para circulação de água. Outra
opção seria um espaço separado exclusivo para este fim, onde haveriam bancadas com
disponibilidade de três aquecedores que pré-aqueceriam os moldes momentos antes de estes
entrarem em máquina.
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e provavelmente desviará a atenção das melhorias contínuas que fazem o sistema TRF exige
para uma boa continuação.
4.6. Verificação dos resultados
Com a implantação das alterações propostas por este projeto, estima-se que a nova
lista de operação de verificação de setup apresentará um total de 1,45 h, esta redução
representa a possibilidade de redução de 71% após aplicação da técnica TRF, ou seja, o tempo
inicial de 5 horas 11 minutos e 5 segundos para a troca completa de modelo, tratando-se da
mesma troca após a implementação das alterações propostas pela técnica TRF.
A validação dos novos tempos propostos contou com o apoio de especialistas da área
de injeção plástica que já trabalharam em empresas que aplicam a TRF. Estes apóiam a
implantação da técnica na referida empresa, pois, pela experiência do contato com a TRF,
percebeu-se melhoria significativa na cadeia produtiva de tais fábricas, inclusive na
otimização do uso dos ativos melhora da saúde financeira das empresas.
5. Considerações finais
6. Referências
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McINTOSH, R. I.; CULLEY, S. J.& MILEHAM, A. R. A critical evaluation of Shingo's
`SMED' methodology. Int. J. Production Research v. 38, n. 11, p. 2377-2395, 2000.
MONDEM, Y. O sistema Toyota de produção. São Paulo: IMAM, 1983.
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