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Lutero e a música
1 Do grego, sin, juntos, e pósio, que vem de potere, o que é bom para beber
(como em “potável”). Assim, “simpósio” originalmente significa “beber
juntos”, habitualmente após uma lauta refeição, quando aconteciam os
diálogos intelectuais e apresentações artísticas.
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Uma pequena canção que Lutero recorda ter ouvido a sua mãe
cantar é a única evidência que temos de música em sua casa, na
infância. Qualquer que seja a melodia, Lutero relembra com cari-
nho a pequena cantiga entoada por sua mãe: “Se as pessoas não
gostam de você e de mim, o erro é nosso, sim.”19
Nas escolas que Lutero frequentou, o contato e a sua experiên-
cia com a música – dentro e fora da igreja – começaram a formar
suas atitudes pessoais.
Na escola de Mansfeld, onde Lutero entrou antes de completar
sete anos de idade, um menino aprendia “apenas quatro coisas:
ler, escrever, cantar e latim”. Esta escola era municipal, onde era
lecionado o trivium medieval – gramática, lógica e retórica.
A música desempenhava um papel importante na vida dos alu-
nos. Era-lhes ensinada a liturgia católica por meio da participação
nas coloridas procissões e eram iniciados em todos os ofícios religio-
sos, regulares ou especiais, celebrados durante o ano eclesiástico.
Além disso, os alunos também aprendiam rudimentos de te-
oria da música, estudando a entonação dos salmos em conjunto
com elementos de iniciação musical. Em algumas escolas eram
praticados também o contraponto e o canto a várias vozes.
Grande parte da instrução musical da época era de nature-
za religiosa, liderada pelo chantre ou cantor, o qual possuía uma
sólida formação litúrgico-musical. Ele era investido da responsa-
bilidade de conduzir as atividades musicais de uma paróquia ou
comunidade eclesiástica. O cantor necessariamente dominava a
liturgia latina e era altamente versado em música.
Em Eisenach, Lutero ingressou em um dos coros da escola, o
Kurrende, composto em sua maioria de jovens sob a direção de um
monitor. Eles iam de casa em casa cantando e pedindo esmolas;
cantavam também em casamentos e funerais de ricos senhores feu-
dais mediante modesto pagamento. Essa prática garantia-lhes uma
“bolsa de estudos”, e era exercitada sem nenhum desmerecimento
ou vergonha, mesmo para os filhos de famílias respeitadas e bem
situada, caso frequentassem escolas distantes de casa.20
19 Bainto, Roland. Here I Stand: a life of Martin Luther. 1950, p. 26.
20 SHALK, Carl, 2006, p. 15.
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2. Liturgia e hinos
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Conclusão
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Referências bibliográficas
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