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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, IP

Delegação Regional do Centro


Centro de Emprego e Formação Profissional de Águeda

Ação: ________________________________________ UFCD 1 - Portugal e a Europa


Nome:________________________________________________________________
Ficha n.º__________________ Data:. __________________

Notas para um discurso no futuro próximo

Portugueses,
O Governo, preocupado com o aumento do desemprego, criou legislação que permitiria reduzir a
taxa de desemprego em 50 por cento. Era uma medida corajosa que consistia no seguinte:
executar, com um tiro na nuca, 500 mil desempregados. Mais uma vez, o tribunal rejeitou a medida
por violar aquilo a que os juízes chamam, naquele jargão jurídico impenetrável, a "lei". Como já tem
vindo a ser habitual, os tribunais ignoram a situação económica de emergência em que nos
encontramos e, alegando mariquices como a conformidade às leis fundamentais do País, impedem
que se faça aquilo que tem de ser feito. Essa atitude, como é evidente, bloqueia a acção do
Governo. Perante o que se tem visto, parece-me desnecessário sequer colocar à consideração do
Parlamento a criação do campo de concentração para reformados, ou o fuzilamento dos professores
excedentários, uma vez que é sabido, de antemão, que serão rejeitados pelos tribunais com base
num pormenor técnico qualquer.
Aquilo que aconteceu com o Orçamento Geral do Estado, que foi vítima de uma má vontade que
nenhum outro documento oficial alguma vez teve de suportar, ainda está bem presente na memória
de todos. Ao fim de 50 dias, disseram que o orçamento estava errado. Ao fim de 90, disseram que
era ilegal. Não me surpreenderia que, dentro de uma semana ou duas, alguém dissesse que o
orçamento era pedófilo. Encontramo-nos neste nível de embirração. Parem de ser picuinhas e
deixem-nos governar.
Pelo segundo ano consecutivo, o Tribunal Constitucional chumba artigos do Orçamento de Estado.
Estamos perante um vício - e um vício caro, uma vez que são artigos que custam milhares de
milhões de euros. Trata-se de um escândalo que os juízes do Tribunal Constitucional se permitam
provocar um desvio destes nas contas públicas. A única pessoa que está autorizada a provocar
desvios colossais nas contas públicas é o sr. ministro das Finanças.
Vivemos tempos difíceis. O sonho de Francisco Sá Carneiro era: um Governo, uma maioria, um
Presidente. Eu, como disse há dias Ricardo Araújo Pereira (é mesmo engraçado, aquele rapaz),
sonho um pouco mais alto: só me satisfaço se puder governar com um Governo, uma maioria, um
Presidente e a Constituição de 1933. Com a que temos neste momento, que vigora há mais de 30
anos e foi aprovada com os votos favoráveis do partido a que presido, descobri agora que é
impossível.
O ainda primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho

Ricardo Araújo Pereira, Visão, 18-04-2013


http://visao.sapo.pt/ricardo-araujo-pereira=s23462#ixzz2SoLtPAG4

LC EFA B3
Formadora: Mónica Machado
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Depois de ler com atenção o texto, resolva os exercícios seguintes:

GRUPO A – TIPOLOGIA TEXTUAL

1. Identifique o emissor e o recetor do texto:


a) Emissor: _____________________
b) Recetor: _____________________

2. De acordo com o título, de que tipo de texto se trata?


____________________________________________________________________________

GRUPO B – 1º Parágrafo

1. Faça corresponder as palavras à respetiva definição:

Antemão 1. a. Linguagem codificada de


determinados grupos,
utilizada para evitar a sua
compreensão por parte de
elementos exteriores a esse
grupo; gíria.
Mariquice 2. b. Mania; capricho.

Excedentários 3. c. Local onde se mantêm presos


de guerra ou presos políticos.

Jargão 4. d. Ato ou efeito de matar alguém


com disparos simultâneos de
várias armas de fogo.
Fuzilamento 5. e. Que existem a mais.

Campo de concentração 6. f. Antecipadamente.

2. O emissor refere uma grande preocupação. Identifique-a. __________________________

3. Qual é a solução apresentada? _______________________________________________

4. Quem se opôs a essa solução? _______________________________________________

5. Quais os motivos para essa oposição?__________________________________________

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6. Qual é o resultado dessa oposição? ____________________________________

7. O emissor tinha em mente outras hipóteses de solução para o problema. Identifique-as.

a) ___________________________________________________________________

b) ___________________________________________________________________

8. Por que motivo essas hipóteses não são postas em prática?

________________________________________________________________________

9. Indique os órgãos de soberania referidos.

_________________________________________________________________________

GRUPO C – 2º e 3º Parágrafos

1. De acordo com o emissor, o que é que foi “vítima de uma má vontade”?

_________________________________________________________________________

a. Justifique.

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

2. Qual é o “vício caro” a que o emissor se refere?

_________________________________________________________________________

3. O Ministro das Finanças tem um poder único. Indique-o.

_________________________________________________________________________

GRUPO D – 4º Parágrafo

Fancisco Sá Carneiro (1934 – 1980)


Desenvolveu diversas iniciativas
tendentes à gradual transformação da
ditadura numa democracia.
Fundador do atual PSD.
Foi primeiro-ministro de Portugal entre
03/01/1980 e 04/12/1980.

1. Indique a que se referem as expressões sublinhadas:

a. “O sonho de Sá Carneiro era: um Governo, uma maioria, um Presidente.”

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b. “Eu … só me satisfaço se puder governar com um Governo, uma maioria, um


Presidente e a Constituição de 1933”.

__________________________________________________________________

c. “Com a que temos neste momento, que vigora há mais de 30 anos e que foi
aprovada com os votos favoráveis do partido a que presido, descobri agora
que é impossível. ”

__________________________________________________________________

GRUPO E – CONCLUSÃO

1. Identifique:

a. o autor do texto: _______________________________________________

b. a publicação periódica em que foi editada: ___________________________

2. O texto foi redigido, recorrendo a uma figura de estilo. Refira qual é e explique-a.

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

3. Tendo em conta as expressões que se seguem, refira o objetivo do autor do


texto, ao publicá-lo.

 “os tribunais ignoram a situação económica de emergência”

 “Estamos perante um vício – e um vício caro, uma vez que são artigos que
custam milhares e milhões de euros.”
 “Trata-se de um escândalo que os juízes do Tribunal Constitucional se
permitam provocar um desvio destes nas contas públicas”

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Nota informativa:

Crónica - Tipo de discurso em que o autor observa, de modo subjetivo, os acontecimentos do quotidiano, tecendo
sobre estes considerações pessoais.
A crónica é, por norma, breve e surge numa página fixa de um jornal/revista (ou num espaço determinado da
rádio).
Parte de um assunto do quotidiano, sobre o qual o cronista reflete, questionando, brincando, apelando para
o olhar dos outros.
Apresenta um tom ligeiro ou polémico, irónico ou humorístico, lírico, narrativo ou reflexivo.

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