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Resumo: Existe grande precariedade de informações sobre o tijolo cerâmico do estado do Rio Grande do
Norte. O objetivo do presente trabalho foi avaliar as características físicas e mecânicas dos tijolos cerâmicos
para alvenaria fabricados em nosso estado. Para tanto, foram coletadas amostras em cidades pertencentes a
pólos ceramistas distintos. As peças foram submetidas a ensaios de absorção, sucção, resistência à compressão,
testes visuais, dimensões, planeza e desvio em relação ao esquadro. Após a realização dos ensaios verificou-se
que os produtos não atendem às normas da ABNT, o que evidencia a necessidade de melhoria da qualidade do
produto local.
Palavras-chave: cerâmica vermelha, cerâmica estrutural, qualidade.
1. Introdução
No Brasil existem cerca de 11.000 cerâmicas, gerando cerca de a 150 °C. Posteriormente medido o peso seco (Ms) posto em água
220.000 empregos e com um faturamento da ordem de 4,2 bilhões de fervente durante duas horas. Depois de retirado da água, foi medido
reais1. No Rio Grande do Norte, a indústria cerâmica é uma das mais o peso saturado (MS) e aplicada a fórmula a seguir:
importantes fontes da economia local2,3. Avaliam-se, atualmente¹,
cerca de duzentas cerâmicas cadastradas, sendo aproximadamente A = Mu – Ms/Ms x 100 (1)
cento e cinqüenta em atividade, distribuídas em 53 municípios4.
O produto cerâmico apresenta vantagens de uso e qualidade, A determinação da resistência à compressão foi feita ini-
como: constituição de unidades de pequenas dimensões; detalhamen- cialmente preparando-se pasta de cimento para aplicar na face
to estético; estrutura leve; resultando menor custo para fundações, do tijolo. Regularizou-se então a face oposta da mesma forma,
acabamento com uso aparente; abundância de matéria prima na utilizando um nível para que as faces ficassem niveladas. O tijolo
maioria das regiões do país; bom isolamento térmico e acústico; boa foi então imerso em água por 24 horas, e procedeu-se ao ensaio
resistência ao fogo5,6. de compressão.
Porém o setor carece de qualificação técnica, padronização do A determinação da taxa de sucção inicial foi feita pesando o tijolo
produto, e conhecimento das propriedades do produto6,11. Para mudar após sair da estufa (Ms) e após ser colocado em contato com a água
esse quadro é necessário um conhecimento detalhado das proprieda- por cerca de 1 minuto (Mu). Foi então aplicada a fórmula:
des do produto, com dados concisos de suas características físicas
e mecânicas, na qual se possa estabelecer modificações necessárias. Ts = Mu – Ms/Ms (2)
Verifica-se também a falta de tecnologia. O processo de fabricação
de grande parte das cerâmicas é rudimentar. 3. Resultados e Discussão
2. Materiais e Métodos 3.1. Absorção
Foram coletadas e analisadas amostras de tijolo de cerâmicas
Os valores da taxa de absorção de água dos tijolos são mostrados
localizadas em 7 cidades distintas do estado, origem dos principais
na Figura 2.
pólos ceramistas, como mostrado na Figura 1.
Cada amostra foi submetida a ensaios conforme as normas da 3.2. Teste de sucção
ABNT:
• Testes visuais – NBR 8042; Os valores da taxa de sucção inicial nos tijolos são mostrados
• Determinação da dimensão em blocos e tijolos – NBR 7171; na Figura 3.
• Ensaio de absorção de água dos blocos e tijolos – NBR 8947; 3.3. Dimensões (comprimento, largura e altura)
• Determinação da taxa de sucção inicial– BS 3921;
• Determinação da resistência a compressão– NBR 6461; e As Figuras 4, 5 e 6 mostram os dados de dimensionamento,
• Determinação do desvio em relação ao esquadro e planeza da contendo a média aritmética do comprimento, da largura e da altura
face – NBR 7171. das respectivas amostras coletadas para pesquisa. Para cada dimensão
As cerâmicas foram identificadas da seguinte forma: CERAMICA existe uma tolerância de ± 3 mm.
EB, SM, JB, X, TV, LC e CR. 3.4. Resistência à compressão
Para o ensaio de dimensões, mediu-se uma série contínua de
24 peças, em suas três dimensões, e após isso calculou-se a dimensão Neste ensaio foi medido o limite de resistência das amostras
final, em relação às ditas dimensões. coletadas (Figura 7).
A determinação do desvio em relação ao esquadro e da planeza
3.5. Desvio em relação ao esquadro e planeza de faces
de faces foi realizada com o esquadro metálico (90 ± 0,5)° e régua
metálica com precisão de 0,5 mm. De acordo com a NBR-7171 a tolerância tanto para o desvio
Para o ensaio de absorção de água, o material foi inicialmente em relação ao esquadro quanto para a planeza de face do tijolo é de
limpo com escova, e, em seguida, colocado em estufa por 24 horas 3,0 mm. Os valores encontrados são mostrados nas Figuras 8 e 9.
44 Cerâmica Industrial, 12 (4) Julho/Agosto, 2007
37° 35°
OCEANO
5° ATLÂNTICO 5°
Areia
Branca
Moçoró Macau Touros
CEARÁ
çu)
s (A
nha
e
ib
i
ar
João
od
Pira
gu
Ap
Câmara
Ja
Caicó Nova
ó
Cruz
Parelhas
PARAÍBA
0 25 50 75 mi
7° 0 50 100 km 7°
Pólo cerâmico
37° 35°
1,6
25,00
1,4
20,00 1,2
1,0
15,00
(%)
0,8
10,00 0,6
0,4
5,00
0,2
0,00 0,0
1
1
Cerâmica EB Cerâmica X Cerâmica CR
Cerâmica EB Cerâmica X Cerâmica CR
Cerâmica SM Cerâmica TV NBR 8947 MI Cerâmica ST Cerâmica TV Normas internacionais
20 0,5
0 0,0
1 1
Figura 4. Largura média dos tijolos por cerâmica. Figura 7. Resistência à compressão média dos tijolos por cerâmica.
3
210 204 205 204 203 203
201 3,0
197 2,3
200 194 2,5
190 1,7
2,0
1,28
180 172 1,5 1,02 1,02
0,89
170 1,0 0,58
160 0,5
150 0,0
1 1
Figura 5. Altura média dos tijolos por cerâmica. Figura 8. Planeza média dos tijolos por cerâmica.
7 6,29
210 202 204 202 203 201 203
195 197 6
200
5 3,9 4,08
190
4 3,1 3,1 3
2,79
180 170 3 1,87
170 2
160 1
0
150 1
1
Cerâmica EB Cerâmica X Cerâmica CR
Cerâmica EB Cerâmica X Cerâmica CR
Cerâmica ST Cerâmica TV NBR 7171
Cerâmica ST Cerâmica TV NBR 7171 MAX
Cerâmica JB Cerâmica LC
Cerâmica JB Cerâmica LC NBR 7171 MIN
Figura 6. Comprimento médio dos tijolos por cerâmica. Figura 9. Desvio em relação ao esquadro médio dos tijolos por cerâmica.
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