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aula nº7
(16/03/2022)
Produtividade primária
• É sempre um rácio entre:
uma quantidade material produzida...
• expressa em unidades de massa (kg, t) e, por vezes em
unidades de energia (Mj)
e a quantidade de fator ou recurso, usado ou em que
se baseou
• Área de terra (m2, hectare)
• trabalho (horas)
• material vegetal usado (nº de plantas, sementes, …)
• nutriente (por kg de N, …)
• Água (m3)
• energia consumida (eficiência energética)
Balanços, Fluxos e Eficiência
Balanços
Entradas - Saídas + Δ armazenamento = 0
Eficiências
E = O / I ou E = Saídas /Entradas
Intensidade/Extensividade
• Produção média atual
– produção média nacional, regional, local
• Produção máxima atual
– melhores produções alcançadas com recurso à melhor
tecnologia disponível
• Produção potencial
– produção passível de ser obtida para uma espécie em
particular, sem qualquer limitação, à parte a
climática (Produtividade líquida primária)
A Agricultura é intensiva se as produções
actuais são próximas das produções potenciais.
FAO
Yield Gap Analysis
• Yield gap is described as the difference between
actual yield and a benchmark: potential or
attainable yield.
O ecossistema Consumidores
agrícola
Interacções
bióticas
Produtores
Primários Decompositores
Clima
Componente Ambiental
Fluxos de energia
Uma cadeia trófica num
LUZERNA VACA HOMEM
sistema agrícola simples:
Produtor primário Consumidor primário Consumidor secundário
Produtor secundário
Produtores
primários
LUZERNA INFESTANTES
Consumidores
primários
AFÍDEOS GAFANHOTOS COELHOS VACAS
CARNE LEITE
DECOMPOSITORES
O processo de produção
• PROCESSO (do lat. processus):
– sucessão de ações com o intuito de atingir um
determinado resultado; série de mudanças
graduais em direção a um determinado
objetivo.
– percurso material da origem até ao produto
final.
produção agrícola
Funcionamento - Como se constrói a
produção agrícola
A maioria dos objetos, incluindo culturas e solo, estão a uma temperatura próxima de
300ºK a que corresponde um λmax≈9,6µm
ºK = ºC + 273,15
Algumas leis e conceitos importantes
Lei de Wien (estima o comprimento de onda da radiação):
λmax(µm) = 2897/T T(ºK)
Lei de Stefan-Boltzmann (estima a energia total emitida por um corpo):
E (Wm-2)= εσT4
0< ε (emissividade) <1;
σ (constante de Boltzmann) = 5,67 x 10-8 Wm-2K-4
O fluxo de energia E é a radiância por unidade de área da fonte (por vezes
designada intensidade).
A irradiância – é a quantidade de energia recebida por unidade de área, a alguma
distância da fonte.
PAR (photosynthetically active radiation): radiação de comprimento de onda
compreendido entre os 0,4 - 0,7 µm (400-700 nm)
unidade mais usual da PAR: mol m-2 s-1
Lei de Wien
Lei de Stephan-Boltzmann
Espectro de radiação eletromagnética
Wavelength
Frequency (Hz)
Energia solar: radiação
• Constante solar
– A radiância solar é de aprox. 56x1026 cal.min-1
– A energia incidente por unidade de área
numa superfície esférica de raio
1,5x1013cm (a distância média
da terra ao sol) é
π
56x1026 / 4 (1,5x1013cm)2
= 1,9806 cal.cm-2. min-1
Espaço 91
14
72 absorvida
Atmosfera
Temperatura do ar
Trocas de
CO2 e H2O
Balanço da radiação
líquida e visível
Superfície
do solo
Temperatura do solo
N, P, K, etc. H2O
Calor sensível
H + LE + G + Sp + Sc - Rn = 0
Calor latente Fluxo calor ar Radiação líquida
Fluxo calor solo Fluxo energia
fotossíntese
Balanço de energia nas culturas
Componentes de Rn (radiação líquida):
calor sensível - aumento ou diminuição da temperatura do ar (H), solo, plantas ou água (G);
calor latente (LE) - relacionado com alterações no estado da água. A passagem da água entre
estado sólido (gelo) ↔ estado líquido necessita de (ou liberta) calor latente de fusão da água (F; 334
J g-1 H2O). A passagem da água do estado líquido ↔ ao estado de vapor (evaporação e
condensação), envolve o calor latente de vaporização (L; 2442 J g-1 H2O a 25ºC).
Rn pode ser convertida em energia química na fotossíntese (P) e libertada durante a respiração (R)
como calor sensível ou radiação térmica.
Os conteúdos de calor sensível e latente do ar são transportados com o ar por convexão.
1 caloria = 4,184 J
Radiação e Fotossíntese
PAR (photosynthetically active radiation): radiação de comprimento de onda
compreendido entre os 0,4 - 0,7 µm (400-700 nm); unidade mais usual da
PAR: mol m-2 s-1
A produção fotossintética envolve a interceção de radiação pelas folhas, a
geração de transportadores de poder redutor (NADPH) e energia (ATP) ao
nível do cloroplasto e o seu uso na redução de CO2 e outros substratos (por
exemplo, NO3 e SO4).
A fotossíntese é o processo primário de produção das plantas. Fornece
carbono reduzido que serve para:
– Construção de biomassa
– Fonte de energia para o metabolismo
Elevadas taxas de fotossíntese dependem dos investimentos na construção
e manutenção de uma canópia de folhas, suportada pelos caules e raízes.
Espectro da radiação solar
45-50%
Radiação incidente
• Inclinação do ângulo de incidência
– Tempo
• hora do dia
– nascer e pôr do sol
» Movimento de rotação da terra
• dia do ano
– Estações do ano
» Inclinação da eclíptica
– Espaço
• Localização geográfica
A origem das características do ambiente
– Latitude físico aéreo, torna-o variável no tempo,
embora com uma natureza cíclica predizível.
– Declive da superfície Sobrepõe-se a esta variação uma variação de
natureza casual que dá ao clima local uma
– Exposição da encosta grande variabilidade e incerteza
Lei do cosseno
A superfície de incidência: o coberto vegetal
• Absorção da radiação incidente
– Características espectrais das folhas
• Absorção pela folha individual
– maior absorção na zona visível (400-700nm)
» maior reflexão relativa no verde
– menor absorção no infra-vermelho próximo
A superfície de incidência: o coberto vegetal
Lei de Beer:
I/Io = e -kLAI
-k = ln (I/Io)/LAI
Sistemas de condução
Sistemas de condução
Síntese do processo fotossintético central
CICLO DE
+
CALVIN & BENSON 2NADPH 2NADP
1/6 C6
2ATP 2ADP+2Pi C5
CO2 Hexose-fosfato
ADP+Pi ATP
CICLO
DE
CALVIN
CO2 MALATO MALATO CO2 TRIOSE
+ RuBP
+
ASPARTATO ASPARTATO C3
PEP
HEXOSES
C3 C3
AMIDO
SACAROSE
Grupos fotossintéticos plantas C3, C4 e
CAM
Fotossíntese em C3 versus em C4
Características das C4, quando comparadas com as C3:
As plantas do tipo C4 não revelam a existência do fenómeno da fotorrespiração, embora este, de
facto, decorra. Isto é assim, porque nas plantas em C4 a Rubisco está isolada no interior das células
das bainhas dos feixes vasculares, e o CO2 liberto internamente pela fotorrespiração, é prontamente
reciclado pela PEP carboxilase nas células do mesófilo.
Outro facto importante é o de a atividade oxigenase da Rubisco estar muito limitada, dada a baixa
concentração de O2 junto da enzima.
Como resultado final de tudo isto, as plantas em C4 apresentam maiores taxas de fotossíntese do
que as C3, especialmente em situações de altas irradiâncias e de elevadas temperaturas.
Grupos fotossintéticos plantas C3, C4 e CAM
Fotossíntese CAM
As plantas que apresentam este sistema de fixação do CO2 são normalmente carnudas.
A fixação do CO2 ocorre durante a noite (estomas abertos) em ácidos orgânicos em C4,
sendo o C reduzido durante o dia (com os estomas fechados). O ciclo do C é semelhante
ao das plantas em C4 verificando-se contudo, para além da divisão espacial, já presente
naquelas, também uma divisão temporal entre o funcionamento do ciclo de Hatch-Slake
e o de Calvin-Benson.
Plantas de interesse económico com este sistema são o ananás, o sisal e o agave (de que
se faz a tequila mexicana) e várias plantas ornamentais. Quando a H2O não é limitante,
pelo menos o ananás, mantém os estomas abertos durante o dia e funciona como uma
planta C4. O fecho dos estomas durante o dia reduz muito significativamente a
transpiração, pelo que a razão (CO2 ganho)/(perda de água) é muito maior do que nas C3
e C4.
A capacidade fotossintética total é todavia muito limitada pela capacidade de
armazenamento dos ácidos em C4.
Agricultura II
aula nº8
(17/03/2022)
Respiração
• C6H12O6 + 6 O2 -----> 6 CO2 + 6 H2O + 24 e-
50
Estimativa da Produtividade Potencial
É útil ter uma estimativa da produtividade potencial para usar como termo de comparação com as
produtividades máximas alcançadas e com as produtividades reais dos actuais sistemas de Agricultura.
Se o coberto vegetal cobrir 100% da área e não houver limitações de água ou nutrientes e se, ainda,
todas as folhas operarem à máxima eficiência quântica, então o limite teórico da produtividade pode
ser determinado pelo número de quanta na PAR disponível.
Recordemos que:
Eficiência quântica = moles de CO2 assimilado / moles de quanta absorvido
Requerimento quântico = moles de quanta absorvido / moles de CO2 assimilado
A utilização da luz no processo de fotossíntese, numa base quântica, é limitado à região do
espectro entre os 400 e os 700 nm (PAR).
Teoricamente 8 moles de quanta pareceriam suficientes para reduzir 1 mole de CO2 (de acordo com a
bioquímica das reacções luminosas da fotossíntese), donde a eficiência quântica seria de 12,5%. Na
prática observam-se valores de 12-16 moles de quanta para reduzir 1 mole de CO2, donde a eficiência
quântica anda pelos 8 a 6%.
De acordo com a teoria quântica a energia por quanta
E = h√ para uma determinada frequência
em que h= 1.58 x 10-34 cal.s (constante de Plank)
para n quanta: E = nh√
onde n se pode exprimir em moles (Einsteins) de quanta
Luz vermelha: E = nh√ = 40 kcal.mole-1 (menor frequência)
Luz azul: E = nh√ = 80 kcal.mole-1 (maior frequência)
Estimativa da Produtividade Potencial
Integrando a curva obtida a partir dos dados de Moon (retirada de Williams and Loomis, 1963), obtida para
uma atmosfera em condições médias, isto é, 20 mm de vapor de água, 2,8 mm de Ozono e 300 partículas
de poeira por cm2 e com uma espessura a atravessar pela radiação solar de 2 massas de ar, características
das atmosferas da Europa Ocidental e dos Estados Unidos da América durante a Primavera e Verão,
podemos calcular o n.º de Einsteins/caloria recebida = 8.64 µEinsteins/caloria.
A composição média nos valores extremos do espectro solar será de cerca de 28% de luz vermelha e de
14% de luz azul.
Estimativa teórica do máximo da Produtividade Agrícola
Radiação solar incidente no topo da atmosfera (medida na perpendicular aos raios incidentes)
= 2 cal.cm-2.min-1*24h*60min.h-1 2880cal.cm-2.d-1
Duração média da insolação =12h 1440cal.cm-2.d-1
Considerando 50% de perdas (reflexão para o espaço, absorção pelas
partículas e gases da atmosfera) 720 cal.cm-2.d-1
Este valor é apenas aproximado nos desertos a baixa latitude. Valores mais razoáveis para latitudes médias
durante o período de Verão situam-se á volta das 500 cal.cm-2.d-1
Considerando apenas a radiação visível (400 a 700 mµ) identificada com a PAR 40 - 45%
Radiação fotossinteticamente ativa (PAR) 222 cal.cm-2.d-1
N.º de quanta disponível = 222 cal.cm-2.d-1 x 8.64µEinstein. cal-1 = 1918 µEinstein.cm-2.d-1
Perdas por reflexão (aproximadamente 8.3%) -159 µEinstein. cm-2.d-1
Perdas por absorção passiva (10%) -192 µEinstein. cm-2.d-1
N.º de quanta absorvidos por estruturas fotossinteticamente ativas= 1567µEinstein. cm-2.d-1
Estimativa da Produtividade Potencial
Estimativa teórica do máximo da Produtividade Agrícola (continuação)
N.ºde quanta absorvidos por estruturas fotossinteticamente activas= 1567µEinstein. cm-2.d-1
Considerando um requerimento quântico (optimista) de 10µEinstein por mole de CH2O
Produção bruta de carbohidratos 157 µmoles.CH2O cm-2.d-1
Perdas por respiração (33%) -52 µmoles.CH2O cm-2.d-1
Produção líquida de carbohidratos 105 µmoles.CH2O cm-2.d-1
Produção líquida de matéria seca (30g/mole[CH2O]) 31.5 g.m-2.d-1
Conteúdo calórico médio de carbohidratos[CH2O] 3740 cal.g-1
Note-se que f toma sempre valores menores do que um, refletindo a influência de diversos fatores
como: a idade da planta, o défice hídrico, o défice nutricional, a temperatura, etc. O produto de
RGRmax por f constitui a RGRreal. Repare-se que quanto menor for o valor de f menor será a
RGRreal num dado instante e por conseguinte menor será G no instante seguinte.
Repartição de assimilados
Como é sabido a produtividade de uma planta (dW/dT) é primariamente dependente da diferença
entre a acumulação de produtos da fotossíntese líquida durante o dia ( + dFn/dT) e da respiração
durante a noite ( - dRd/dT).
Se m fôr a proporção de Fn usada na produção de novo material fotossintético e k a eficiência
média de construção de biomassa, tem-se que:
k x m x Fn representa o aumento de produção de matéria seca fotossinteticamente activa, e
k x (1-m) x Rd representa o consumo respiratório para a manutenção do material de suporte.
Se considerarmos que: n= 1- m e por integração obtém-se:
Influência hipotética de m no crescimento
de uma planta fictícia com biomassa inicial
de 1 g no tempo t considerando Fn constante
80
m = 0.5
40
m = 0.0
5 10
Tempo (semanas)
Índice de colheita
• Harvest Index (HI)
– Fracção de biomassa que constitui a produção
economicamente útil.
– Cultura: Trigo
• Grão: 3000 kg/ha
• Palha: 4500 kg/ha (folhas e caules)
• Total: 7500 kg/ha)
• HI = 3000 / (3000+4500) = 0,4
Ideótipo
Comparação entre um trigo
corrente (a) e o ideótipo de
trigo de C. M. Donald
(1968) (b) para cultura com
povoamentos densos e
recursos do solo não
limitantes:
- palha baixa e resistente, um
número reduzido de folhas
erectas e uma espiga longa
- comportamento não
competitivo, alto índice de
colheita e máximo desempenho
em comunidade.
Produção - um processo dinâmico
• Fisologia e ambiente
– As interrelações entre actividades fisiológicas e ambiente acontecem ao
longo de toda a ontogenia, com muitos aspectos comuns, apesar de
mostrarem variações de grau.
Perda de água
A compreensão da formação
Temperatura do ar
Trocas de da produção agrícola implica,
CO2 e H2O portanto, a exploração, em
Balanço da radiação cada momento, das
características das principais
líquida e visível
trocas entre a planta e o seu
ambiente, que quando
Superfície
sobrepostas à evolução da
do solo
cultura no tempo são
Temperatura do solo
grosseiramente evidenciadas
na figura.
N, P, K, etc. H2O
Fenologia
• Fenologia
– Descreve a periodicidade cíclica das transformações
(floração, maturação, etc.) por que passa uma planta
/ cultura, na medida em que são influenciadas pelo
ambiente.
– Fases fenológicas / Estádios de desenvolvimento
• Mudanças de forma ou de aspeto mais notórias, ao
longo do processo contínuo de desenvolvimento.
• Sucedem-se numa sequência pré-definida pelas características
ontogénicas da espécie. A sua duração depende entre outros
fatores, da temperatura.
• Tempo fisiológico
» A medida mais aproximada da duração das fases de
desenvolvimento
Estados fenológicos da videira I
I - Floração M - Pintor
J - Alimpa N - Maturação
K - Bago de ervilha O - Atempamento
L - Cacho fechado P - Queda das folhas
Fases do desenvolvimento de uma gramínea
Crescimento foliar
Crescimento radical
• Soma de temperaturas
– Σ (t) = t1+t2+...+tn
• Dias-grau de crescimento
– Σ (t-tb) = (t1-tb)+ (t2-tb)+... +(tn-tb)
Integral
Integral térmica
térmica e dias-grau
e dias-grau de crescimento
de crescimento
450 25
400
350 20 Integral
300 dias-grau
15
250
TºC
ºC
200
10 tmédia
150
100 5 tb
50
0 0
0 5 10 15 20 25 30
Dias
Cálculo dos dias-grau de crescimento
Σ (ti-tb) com tb=12 ºC
80
>tb
20 <=tb
dias-grau 70
18
60
Dias-grau de crescimento
16 50
T (ºC)
40
14
30
12
20
10
10
temperatura-base = 12ºC
8 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Dias
Estádios de desenvolvimento da cevada
Maturação
Calendário cronológico e de dias-grau de crescimento (base 40ºF) (89)
dos diversos estádios de crescimento. (32ºF=0ºC; 40ºF = 4,44 ºC)
Observações sobre uma variedade de cevada de ciclo médio espigamento
em St. Paul,Minnesota (USA). (58)
emergência da
folha bandeira
(38)
encanamento
afilhamento (16,31)
(13,21)
emergência
(10)
Classificação Índice FAO Ciclo americano em dias Dias grau de crescimento temp.
base = 10°C
ultra-precoce 100 70 <1307
muito precoce 200 80-85 1307-1470
precoce 300 90-95 1470-1630
semi-precoce 400 100-105 1630-1715
médio 500 105-110 1715-1800
médio 600 115-120 1800-1960
semi tardio 700 120-125 1960-2040
tardio 800 130-135 2040-2205
muito tardio 900 140-145 2205-2370
ultra tardio 1000 145-155 >2370
Calendários culturais
Calendário de sementeiras e colheitas para as principais áreas agrícolas dos Estados Unidos
Calendário de culturas em Portugal
Cultura Sementeira Duração 1998 1999
(dias) Sep Oct Nov Dec Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET
Lavoura
Mobilização superficial, adubação de fundo
Sementeira
Herbicida anti-dicotiledóneas
Encanamento
Espigamento Colheita!
Maturação
Agricultura II
aula nº9
(23/03/2022)
O controlo do desenvolvimento pela
vernalização e o fotoperíodo
Em algumas espécies, os meristemas do caule deixam de formar apenas folhas e passam a
formar flores (analogia com um interruptor) em resposta a:
– comprimento do dia (fotoperíodo)
– baixas temperaturas (vernalização)
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO
↓↓↓↓
MATURAÇÃO FLORAL
↓
Termoperíodo → INDUÇÃO FLORAL ← Fotoperíodo
↓
INICIAÇÃO FLORAL
Maturação floral - idade e desenvolvimento que a planta deve atingir antes de florir e que varia
consoante a espécie:
Indução Floral - cereais - a indução floral ocorre algumas semanas após a germinação; árvores
de fruto - só ocorre indução floral 5 a 7 anos após a germinação;
Iniciação floral - passagem visível ao nível do ápice, do estado vegetativo para o estado
reprodutivo. A iniciação floral só se dá se a planta já adquiriu maturação e indução floral.
Controlo da floração pelo fotoperíodo
A sincronização das etapas de desenvolvimento faz-se muitas vezes, nas regiões
temperadas, pelo fotoperiodismo (resposta das plantas à duração dos períodos luminosos e
de escuro) as plantas são capazes de detetar (fitocromo) o comprimento do dia e da noite.
Planta de Dias Neutros (PDN) - a floração não é afetada pelo comprimento do dia. A data de
floração é controlada pela temperatura.
Planta de Dias Curtos (PDC) - florescem em resposta a comprimentos do dia menores que um
certo valor máximo (dia crítico- em horas).
– PDC obrigatória - tem exigências exatas para a indução floral fotoperiódica e não
floresce na sua ausência
– PDC facultativa - florescem mais rapidamente ou mais vigorosamente quando
submetidas a dias curtos
Planta de Dias Longos (PDL) - florescem em resposta a comprimentos do dia maiores que um
valor crítico (dia crítico- em horas) .
– PDL obrigatória - exige que o fotoperíodo seja acima do valor crítico e não floresce
se o fotoperíodo não atingir este valor
– PDL facultativa - florescem mais rapidamente ou mais vigorosamente quando o
fotoperíodo está acima do valor crítico
Pode acontecer que a duração do dia crítico (Dc) das (PDL) < Dc (PDC)
Ex.: uma cv de grão de bico (PDL) floresce com comprimento do dia > 8 h
· uma cv. de soja (PDC) só floresce com comprimento do dia <14 h
Controlo da floração pelo fotoperíodo
Numa PDC, quando os dias são longos ela mantém-se no estado vegetativo, mas exige um
período mínimo de luz (fotoperíodo trófico) a floração ocorre quando o fotoperíodo está
compreendido entre o fotoperíodo trófico e o fotoperíodo crítico.
As PDC possuem um período de escuro crítico (período mínimo de escuro para o qual ainda
há floração) - o que significa que necessitam de um período de escuro contínuo, ou seja sem
interrupções.
Localização da fotoreceção:
A perceção do comprimento da noite (preferencialmente ao comprimento do dia) localiza-se
nas folhas jovens, com atividade fotossintética máxima, mas não tendo ainda terminado o seu
crescimento. O fotorreceptor é um pigmento chamado fitocromo. A folha transmite a
informação ao botão o que permitirá, ou não, a iniciação floral.
Duração do período de indução
As plantas não têm todas as mesmas necessidades quanto ao número de ciclos
fotoperiódicos para que haja indução floral:
– arroz e o azevém italiano necessitam apenas de um ciclo indutivo;
– para a maior parte das espécies são necessários vários ciclos de indução
(beterraba, cereais, soja,..). Esta redundância é um mecanismo de segurança para
garantir a perpetuação da espécie.
A duração da indução depende também de outros fatores ambientais, em particular da temperatura:
para muitas espécies há interação entre o fotoperíodo e a vernalização.
As plantas anuais de Inverno (ex: variedades de trigo e de centeio) e as bienais (cenoura,
couve, etc.) exigem vernalização seguida de dias longos.
Controlo da floração pelo fotoperíodo
Aplicações práticas das respostas ao fotoperíodo
Geralmente:
Há exceções:
plantas facultativas - ainda que a sua exigência não seja absoluta, as baixas
temperaturas aceleram a indução floral.
APLICAÇÕES DA VERNALIZAÇÃO
– escolha de variedades em função do clima
– as necessidades de frio determinam a data limite da sementeira das cultivares de trigo
em função do clima da região
– tratamento de vernalização artificial quando necessário
Exigências térmicas das culturas
Classificação Caracterização Culturas
Borracha natural (Hevea brasiliensis),
Palmeira démdém (Elaeis guineensis),
Culturas multianuais de clima Mandioca (Manihot esculenta), Cacau
quente, com exigências de 25- (Theobroma cacao), Coqueiro (Cocos
Megatérmicas Perenes 28ºC de Temperatura média nucifera), Cana-de-açúcar (Saccharum
anual. Problemas com officinarum), Café (Coffea arabica ou
temperaturas < 15-18ºC robusta), Chá (Camelia sinensis),
Castanha-de-cajú (Anacardium
occidentale), Sisal (Agave sisalana)
Culturas muito exigentes em Algodão (Gossypium sp.), Arroz (Oriza
temperatura mas que têm um
Megatérmicas de época ciclo vegetativo curto
sativa), Milho (Zea mays), Sorgo
(Sorghum bicolor), Soja (Glycine max),
quente (normalmente são plantas de Amendoim (Arachis hypogaea),
dias curtos) Girassol (Helianthus annuus)
Culturas medianamente
exigentes em temperatura com
Mesotérmicas de Verão um ciclo vegetativo curto
Batata (Solanum tuberosum),
Beterraba açucareira (Beta vulgaris),
fresco (normalmente são plantas de Tabaco (Nicotiana tabacum)
dias curtos)
III
Alho comum, alho porro, cebola, 13-24ºC Resistentes a tolerantes
batata tardia
IV
Abóbora, feijão verde, melão, 16-26ºC Sensíveis
Época pepino, pimento doce, tomate
quente V
Batata doce, beringela, Mais de 21º Muito sensíveis
melancia, pimento, quiabo
Crescimento
O crescimento implica biossíntese, isto é,
implica construção de nova biomassa.
Um processo produtivo, de construção, depende
da disponibilidade de factores (de produção).
Numa cultura, a partilha do mesmo espaço por
muitos indivíduos cria condições para que o
crescimento de um indivíduo interfira com o dos
seus vizinhos.
Evolução da biomassa
10000
Grão
9000 Caules
Matéria seca (kg/ha) Folhas
de cada uma das
Raízes abaixo de 15 cm
8000 fracções da planta,
Raízes 0-15cm
amostradas em
datas diferentes; 2086 2994
7000 média de 5 442
variedades de milho
Agron. J., 58:106
6000
5000
kg /ha
4581
4000 4340
3404
4039
3000
1111
2000
344
lbs/A:
libras/acre =
1libra = 0.453 kg
1acre = 0.405 ha
1lb/a = 1,121 kg/ha
Grandezas mensuráveis
Curva de crescimento: logística
120 4
Biomassa
Taxa de crescimento
y = a / (1 + be-cx )
100
Taxa de crescimento
80
Biomassa
60 2
∆y/ ∆ x =
40
= abce-cx/(1+be-cx)2
=cy(a-y)/a 1
20 ∆ y
∆ x
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Tempo (dias)
Taxas de crescimento absoluto e
relativo
CGR = δW/δt g.m-2.d-1
RGR = 1/W.δW/δt g.m-2.d-1 x 1/g.m-2 => d-1
δw/δt = µ W
W = Wo e µt
W/Wo = e µt
ln (W/ Wo) = µt
µ = ln (W/Wo) /t
ln - logaritmo natural ou neperiano
e = 2,71828
Taxa de crescimento relativo de duas
plantas de tamanhos diferentes
Quantidade Planta A Planta B
M1 (g) 5 10
M2 (g) 10 20
t2 - t1(semanas) 1 1
∆M 5 10
lnM2-lnM1 2.3-1.6 3.0-2.3
RGR (g.g .sem )
-1 -1
0.7 0.7
RGR = 1/W.δW/δt
Produção = aA . bB . cC . ...
R2 R2
Rinf R1
100 Ro
100
80
80
Biomassa
Biomassa
60
60
40
40
20
20
0
0
Tempo (dias)
Tempo (dias)
Óptimo
Óptimo
Taxa
Taxa
Taxa
Taxa
Mínimo Máximo
Mínimo Máximo
Intervalo de tolerância
Intervalo de tolerância
Temperatura Temperatura
Temperatura Temperatura
Crescimento e temperatura
Temperaturas cardiais para o feijão, obtidas a Resposta do crescimento à temperatura para (1)
partir de produções observadas em 5 herbáceas temperadas, (2) leguminosas tropicais e
localidades na Améica Latina. (3) gramíneas tropicais. Adaptado de Fitzpatrick
Adaptado de Laing et al. (1983) & Nix (1970).
A ordenada na origem: recurso /
factor – No caso dos recursos
fixos, a ordenada na
origem traduz a
quantidade de
recurso existente no
Produção
ambiente.
– É apenas
identificável quando
colocamos em
abcissas a
? quantidade de factor
/ recurso aplicado.
Nível de recurso aplicado (por ex., N) .
Lei do mínimo ou dos factores
Liebig (1843) limitantes
– “Todas as terras contêm um máximo de um ou vários elementos
nutritivos e um mínimo de um ou vários outros. É sempre do mínimo
que dependem as produções”.
luz limitante
temperatura limitante
Produção
CO 2
Lei do mínimo: Liebig
CO2
Inimigos da culturas
Factores climáticos
Acama
Lei de Mistcherlich
ou dos acréscimos decrescentes
A
A
Y = A (1 - e -cx )
Y = A (1 - e -cx )
Produção
Produção
dy/dx x=0 = cA
dy/dx x=0 = cA
Nível de recurso
Nível de recurso
Curva de saturação
Cinética enzimática (Michaelis-Menten)
Eficiência do emprego de factores de
produção
Relativamente a cada recurso
podemos avaliar a sua eficiência de Produção
uso o que é apenas possível quando o
recurso é um fator: ponto máximo da
produtividade média
Eficiência média =
Quantidade produzida curva de
------------------------------------- Produção
Quantidade total de fator aplicada y=f(x)
A eficiência média, ou
produtividade média, é igual ao Intensidade do uso de um factor x
declive da reta que parte da
origem e intersecta a curva nesse
ponto
Eficiência do emprego de factores de
produção
Eficiência marginal =
Quantidade produzida
-------------------------------------
última unidade de fator aplicada
Embora, de certo modo, seja
Produção
contraintuitivo, as maiores
eficiências obtêm-se com menores
níveis de aplicação de fator, e a
máxima produção é obtida com
eficiência zero. Eficiência decrescente
ponto de ótimo
técnico curva de ReceitaTotal = y . py = f(x) . py
Produção
y=f(x) Custo Total = x . px + k
Lucro = RT - CT
Lucro = f(x) . py - (x . px + k)
Máx Lucro = f’(x) . py – px = 0
Intensidade do uso de um factor x
1 2 3 px
Máx Lucro => Pmx =
py
1 - zona de acréscimos crescentes
2 - zona de acréscimos decrescentes
3 - zona de decréscimos
Relações fatores-produto
Superfícies de resposta
Curvas de resposta da Superfície de resposta
produção ao N e P da produção à variação de
(curvas de saturação) níveis de N e P (intersecção de
curvas de saturação)
Batata Cond 5 9 12
Batata Declive 3 10 15
Batata Esp 30 45 60
Batata GTextura 1 2 2 3 3 3
Batata Geada 0
Batata Tmax 40
Batata Tmin 7
Grupos de Textura
classe 1 2 3 4 5
Franco-argilosa Argilosa
Arenosa Franco-arenosa Franca Franco - limosa Limosa
Geoprocessamento
GeoProcessamento
geográfico
Cálculo de aptidão
de atributos
Representação
Exemplo de uma carta de aptidão cultural
para a cultura da batata