Você está na página 1de 601

POLÍCIA FEDERAL

Agente Administrativo
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior,
para que o aluno antecipe seus estudos.

JN028-N0

Cód.: 9088121380301
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Polícia Federal

Agente Administrativo

Atualizada até 05/2020

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Noção de Informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Raciocínio Lógico - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Atualidades - Profª Roberta Amorim
Noções de Direito Administrativo - Profª Bruna Pinotti
Noções de Direito Constitucional - Profª Giovana Marques
Noções de Administração Pública - Profº Fernando Zantedeschi
Noções de Administração Financeira e Orçamentária - Profª Tatiana Carvalho
Noções de Gestão de Pessoas nas Organizações - Profª Silvana Guimarães
Noções de Administração de Recursos Materiais - Profª Silvana Guimarães
Noções de Arquivologia - Profª Silvana Guimarães
Legislação Aplicada à Polícia Federal - Profº Ricardo Razaboni

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Aline Carvalho
Leandro Filho
Josiane Sarto
Roberth Kairo

DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Higor Moreira

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

EDIÇÃO MAI/2020

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
APRESENTAÇÃO
PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.

A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas.


Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público.
Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria
é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afinal corremos contra o tempo, por isso a
preparação é muito importante.
Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos
preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado.
Estar à frente é nosso objetivo, sempre.
Contamos com índice de aprovação de 87%*.
O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta.
Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos.
Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos online,
questões comentadas e treinamentos com simulados online.
Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida!
Obrigado e bons estudos!

*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.

CURSO ONLINE

PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte

PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado
no site.
O código encontra-se no verso da capa da
apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: JN001-19

PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos................................................................................................................................................. 01


Tipologia textual.............................................................................................................................................................................................. 10
Ortografia oficial.............................................................................................................................................................................................. 12
Acentuação gráfica......................................................................................................................................................................................... 15
Emprego das classes de palavras.............................................................................................................................................................. 18
Emprego/correlação de tempos e modos verbais............................................................................................................................ 18
Emprego do sinal indicativo de crase...................................................................................................................................................... 56
Sintaxe da oração e do período................................................................................................................................................................ 59
Pontuação......................................................................................................................................................................................................... 74
Concordância nominal e verbal................................................................................................................................................................... 67
Regências nominal e verbal.......................................................................................................................................................................... 78
Significação das palavras.............................................................................................................................................................................. 84
Redação de correspondências oficiais (conforme Manual de Redação da Presidência da República)..................................... 88
Adequação da linguagem ao tipo de documento............................................................................................................................. 88
Adequação do formato do texto ao gênero........................................................................................................................................... 88

NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows)..................................................................................................... 01
Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice).......................................................... 13
Redes de computadores. Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet.
Programas de navegação (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google Chrome). Programas de correio
eletrônico (Outlook Express e Mozilla Thunderbird). Sítios de busca e pesquisa na Internet. Grupos de discussão.
Redes sociais....................................................................................................................................................................................................... 38
Computação na nuvem (cloud computing)............................................................................................................................................ 51
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas............................................ 52
Segurança da informação. Procedimentos de segurança. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. Aplicativos
para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.)......................................................................................................................... 52
Procedimentos de backup............................................................................................................................................................................. 58
Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage)...................................................................................................................... 59

RACIOCÍNIO LÓGICO

Estruturas lógicas........................................................................................................................................................................ 01
Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões................................................................. 03
Lógica sentencial (ou proposicional).................................................................................................................................... 09
Proposições simples e compostas......................................................................................................................................... 09
Tabelas verdade. ........................................................................................................................................................................ 12
SUMÁRIO
Equivalências............................................................................................................................................................................... 23
Leis de De Morgan..................................................................................................................................................................... 23
Diagramas lógicos...................................................................................................................................................................... 28
Lógica de primeira ordem........................................................................................................................................................ 31
Princípios de contagem e probabilidade.............................................................................................................................. 31
Operações com conjuntos........................................................................................................................................................ 33
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais........................................................... 36

ATUALIDADES

Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade,
educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia,
suas inter-relações e suas vinculações históricas.................................................................................................................................. 01

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Noções de organização administrativa. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração............ 01


Administração direta e indireta.................................................................................................................................................................. 03
Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista........................................................................ 05
Ato administrativo. Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies.......................................................................... 09
Agentes públicos. Legislação pertinente. Lei nº 8.112/1990. Disposições constitucionais aplicáveis. Disposições
doutrinárias. Conceito. Espécies. Cargo, emprego e função pública........................................................................................... 14
Poderes administrativos. Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Uso e abuso do poder........................... 20
Licitação. Princípios. Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. Modalidades. Tipos. Procedimento...................... 27
Controle da administração pública. Controle exercido pela administração pública. Controle judicial. Controle
legislativo................................................................................................................................................................................................................ 34
Responsabilidade civil do Estado. Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. Responsabilidade
por ato comissivo do Estado. Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a demonstração da
responsabilidade do Estado. Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado................................... 42
Regime jurídico-administrativo. Conceito. Princípios expressos e implícitos da administração pública...................... 47
Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal)............... 52
Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República................................................................................... 63

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Constituição Federal. Conceito, classificações, princípios fundamentais .................................................................................. 01


Capítulo III Segurança Pública: artigo 144.............................................................................................................................................. 04
Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade,
cidadania, direitos políticos, partidos políticos..................................................................................................................................... 05
SUMÁRIO

Organização político-administrativa. União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios.Administração


pública. Disposições gerais, servidores públicos................................................................................................................................. 17
Poder executivo. Atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado.......................................................... 26
Constituição Federal........................................................................................................................................................................................ 28

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades
e critérios de departamentalização............................................................................................................................................................. 01
Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização adminis-
trativa da União; administração direta e indireta........................................................................................................................................ 23
Gestão de processos........................................................................................................................................................................................ 23
Gestão de contratos.......................................................................................................................................................................................... 28
Noções de processos licitatórios................................................................................................................................................................... 37

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Orçamento público......................................................................................................................................................................................... 01
Conceito.............................................................................................................................................................................................................. 01
Técnicas Orçamentárias................................................................................................................................................................................. 01
Princípios orçamentários............................................................................................................................................................................... 04
Ciclo Orçamentário......................................................................................................................................................................................... 07
O orçamento público no Brasil................................................................................................................................................................... 09
Plano Plurianual na Constituição Federal............................................................................................................................................... 09
Diretrizes orçamentárias na Constituição Federal............................................................................................................................... 11
Orçamento anual na Constituição Federal............................................................................................................................................ 13
Estrutura programática.................................................................................................................................................................................. 14
Créditos ordinários e adicionais................................................................................................................................................................. 16
Programação e execução orçamentária e financeira......................................................................................................................... 19
Descentralização orçamentária e financeira.......................................................................................................................................... 19
Acompanhamento da execução................................................................................................................................................................ 19
Receita pública.................................................................................................................................................................................................. 22
Conceito.............................................................................................................................................................................................................. 22
Classificação segundo a natureza............................................................................................................................................................. 22
Etapas e estágios.............................................................................................................................................................................................. 22
Despesa pública............................................................................................................................................................................................... 25
Conceito.............................................................................................................................................................................................................. 25
Classificação segundo a natureza............................................................................................................................................................. 25
SUMÁRIO
Etapas e estágios.............................................................................................................................................................................................. 25
Restos a pagar................................................................................................................................................................................................... 31
Despesas de exercícios anteriores............................................................................................................................................................. 33
Lei de Responsabilidade Fiscal................................................................................................................................................................... 34
Conceitos e objetivos..................................................................................................................................................................................... 34
Planejamento..................................................................................................................................................................................................... 34

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS

Conceitos, importância, relação com os outros sistemas de organização................................................................................... 01


A função do órgão de Gestão de Pessoas: atribuições básicas e objetivos, políticas e sistemas de informações 01
gerenciais..............................................................................................................................................................................................................
Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho........................ 07

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Classificação de materiais. Tipos de classificação................................................................................................................................. 01


Gestão de estoques......................................................................................................................................................................................... 08
Compras. Modalidades de compra. Cadastro de fornecedores..................................................................................................... 12
Compras no setor público. Edital de licitação........................................................................................................................................ 17
Recebimento e armazenagem. Entrada. Conferência. Critérios e técnicas de armazenagem............................................. 20
Gestão patrimonial. Controle de bens. Inventário. Alterações e baixa de bens........................................................................ 23

NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

Conceitos fundamentais de arquivologia............................................................................................................................... 01


O gerenciamento da informação e a gestão de documentos......................................................................................... 04
Diagnósticos, protocolos, arquivos correntes e intermediário....................................................................................... 04
Avaliação de documentos e arquivos permanentes............................................................................................................ 04
Tipologias documentais e suportes físicos......................................................................................................................... 09
Microfilmagem............................................................................................................................................................................ 09
Automação................................................................................................................................................................................... 09
Preservação, conservação e restauração de documentos................................................................................................ 09
SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição
e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá
outras providências............................................................................................................................................................................................. 01
Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente
possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência
física ou psíquica, e dá outras providências.............................................................................................................................................. 05
Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração................... 08
Lei nº 10.826/2003: Estatuto do Desarmamento..................................................................................................................................... 22
Lei nº 12.830/2013: dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia...................................................... 28
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos............................................................................................................................................................ 01


Tipologia textual.......................................................................................................................................................................................................... 10
Ortografia oficial.......................................................................................................................................................................................................... 12
Acentuação gráfica..................................................................................................................................................................................................... 15
Emprego das classes de palavras........................................................................................................................................................................... 18
Emprego/correlação de tempos e modos verbais......................................................................................................................................... 18
Emprego do sinal indicativo de crase.................................................................................................................................................................. 56
Sintaxe da oração e do período.............................................................................................................................................................................. 59
Pontuação...................................................................................................................................................................................................................... 74
Concordância nominal e verbal............................................................................................................................................................................. 67
Regências nominal e verbal.................................................................................................................................................................................... 78
Significação das palavras......................................................................................................................................................................................... 84
Redação de correspondências oficiais (conforme Manual de Redação da Presidência da República)..................................... 88
Adequação da linguagem ao tipo de documento......................................................................................................................................... 88
Adequação do formato do texto ao gênero..................................................................................................................................................... 88
Compreender significa
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
TEXTOS. O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
Interpretação Textual O narrador afirma...

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e Erros de interpretação


relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade  Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se
de codificar e decodificar). sai do contexto, acrescentando ideias que não
estão no texto, quer por conhecimento prévio
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. do tema quer pela imaginação.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com  Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa um texto é um conjunto de ideias), o que pode
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento ser insuficiente para o entendimento do tema
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada desenvolvido.
de seu contexto original e analisada separadamente,  Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
poderá ter um significado diferente daquele inicial. contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
conclusões equivocadas e, consequentemente,
Intertexto - comumente, os textos apresentam errar a questão.
referências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação em uma prova de concurso, o que deve ser levado em
de um texto é a identificação de sua ideia principal. consideração é o que o autor diz e nada mais.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou
fundamentações), as argumentações (ou explicações), Coesão e Coerência
que levam ao esclarecimento das questões apresentadas
na prova. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
 Identificar os elementos fundamentais de uma um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
argumentação, de um processo, de uma época pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, que se vai dizer e o que já foi dito.
os quais definem o tempo). São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
 Comparar as relações de semelhança ou de eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
diferenças entre as situações do texto. oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer
com uma realidade. também de que os pronomes relativos têm, cada um,
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. valor semântico, por isso a necessidade de adequação
 Parafrasear = reescrever o texto com outras ao antecedente.
palavras. Os pronomes relativos são muito importantes na
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros
Condições básicas para interpretar de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração
que existe um pronome relativo adequado a cada
Fazem-se necessários: conhecimento histórico- circunstância, a saber:
literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico mas depende das condições da frase.
(qualidades do texto) e semântico; capacidade de qual (neutro) idem ao anterior.
observação e de síntese; capacidade de raciocínio. quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
Interpretar/Compreender o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

como (modo)
Interpretar significa: onde (lugar)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. quando (tempo)
Através do texto, infere-se que... quanto (montante)
É possível deduzir que... Exemplo:
O autor permite concluir que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O).

1
Dicas para melhorar a interpretação de textos em sua dimensão plural e faz-se único em sua condição
social. Igual em sua humanidade, o homem desiguala-
• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do se, singulariza-se em sua individualidade. O direito é o
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos instrumento da fraternização racional e rigorosa.
candidatos na disputa, portanto, quanto mais in- O direito à vida é a substância em torno da qual todos
formação você absorver com a leitura, mais chan- os direitos se conjugam, se desdobram, se somam
ces terá de resolver as questões. para que o sistema fique mais e mais próximo da ideia
• Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom- concretizável de justiça social.
pa a leitura. Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas Maior a se traduzir em palavras que fossem apenas
forem necessárias. a revelação da justiça. Quando os descaminhos não
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conduzirem a isso, competirá ao homem transformar a
conclusão). lei na vida mais digna para que a convivência política seja
• Volte ao texto quantas vezes precisar. mais fecunda e humana.
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º. In: 50
do autor. anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos 1948-1998:
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor conquistas e desafios. Brasília: OAB, Comissão Nacional de Direitos
compreensão. Humanos, 1998, p. 50-1 (com adaptações).
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de
cada questão. Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. tem direito
• Observe as relações interparágrafos. Um parágra-
fo geralmente mantém com outro uma relação de a) de agir de forma autônoma, em nome da lei da
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- sobrevivência das espécies.
que muito bem essas relações. b) de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, para defender seus interesses.
a ideia mais importante. c) de demandar ao sistema judicial a concretização de
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou seus direitos.
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora d) à institucionalização do seu direito em detrimento dos
da resposta – o que vale não somente para Inter- direitos de outros.
pretação de Texto, mas para todas as demais ques- e) a uma vida plena e adequada, direito esse que está na
tões!
essência de todos os direitos.
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin-
cipal, leia com atenção a introdução e/ou a con-
Resposta: Letra E.
clusão.
Em “a”, de agir de forma autônoma, em nome da lei da
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
sobrevivência das espécies = incorreta
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos,
Em “b”, de ignorar o direito do outro se isso lhe for
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme-
necessário para defender seus interesses = incorreta
tem a outros vocábulos do texto.
Em “c”, de demandar ao sistema judicial a concretização
SITES de seus direitos = incorreta
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. Em “d”, à institucionalização do seu direito em
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> detrimento dos direitos de outros = incorreta
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09- Em “e”, a uma vida plena e adequada, direito esse que
dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- está na essência de todos os direitos.
provas> O ser humano tem direito a uma vida digna,
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. adequada, para que consiga gozar de seus direitos –
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. saúde, educação, segurança – e exercer seus deveres
html> plenamente, como prescrevem todos os direitos: (...) O
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ direito à vida é a substância em torno da qual todos os
cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm> direitos se conjugam (...).

2. (PCJ-MT - DELEGADO SUBSTITUTO – CESPE-2017)

EXERCÍCIOS COMENTADOS Texto CG1A1BBB


LÍNGUA PORTUGUESA

1. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – CESPE – 2017) Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição da
República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana do
Texto CG1A1AAA povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Em
A valorização do direito à vida digna preserva as duas virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes
faces do homem: a do indivíduo e a do ser político; a emana do povo e em seu nome é exercido. A forma de
do ser em si e a do ser com o outro. O homem é inteiro sua investidura é legitimada pela compatibilidade com as

2
regras do Estado de direito e eles são, assim, autênticos nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores,
agentes do poder popular, que o Estado polariza e exerce. é a ruína da justiça, corroborada pela ação dos homens
Na Itália, isso é constantemente lembrado, porque toda públicos. E, nesse esboroamento da justiça, a mais grave
sentença é dedicada (intestata) ao povo italiano, em de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos
nome do qual é pronunciada. confessos, é a falta de punição quando ocorre um crime
Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do processo. São de autoria incontroversa, mas ninguém tem coragem de
Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com adaptações). apontá-la à opinião pública, de modo que a justiça possa
exercer a sua ação saneadora e benfazeja.
Conforme as ideias do texto CG1A1BBB, Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. XLI. 1914.
Internet: <www.casaruibarbosa.gov.br> (com adaptações).
a) o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel
com fundamento no princípio da soberania popular. Infere-se do texto CG1A1CCC que
b) os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo
voto popular, como ocorre com os representantes dos I - a injustiça faz que as “gerações que vêm nascendo”
demais poderes. sejam mais desonestas e rudes que as gerações passadas.
c) os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros, II - a injustiça é considerada um empecilho à atuação
exercem o poder que lhes é conferido em nome de íntegra e idônea das gerações futuras.
seus nacionais. III - a injustiça é responsável pela degradação dos
d) há incompatibilidade entre o autogoverno da homens, que, desanimados, ficam à mercê do destino.
magistratura e o sistema democrático.
e) os magistrados brasileiros exercem o poder Assinale a opção correta.
constitucional que lhes é atribuído em nome do
governo federal. a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
Resposta: Letra A. c) Apenas os itens I e III estão certos.
Em “a”, o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu d) Apenas os itens II e III estão certos.
papel com fundamento no princípio da soberania e) Todos os itens estão certos.
popular.
Em “b”, os magistrados do Brasil deveriam ser Resposta: Letra B.
escolhidos pelo voto popular, como ocorre com os I - a injustiça faz que as “gerações que vêm nascendo”
representantes dos demais poderes = incorreta sejam mais desonestas e rudes que as gerações
Em “c”, os magistrados italianos, ao contrário dos passadas = incorreta
brasileiros, exercem o poder que lhes é conferido em II - a injustiça é considerada um empecilho à atuação
nome de seus nacionais = incorreta íntegra e idônea das gerações futuras.
Em “d”, há incompatibilidade entre o autogoverno da III - a injustiça é responsável pela degradação dos
magistratura e o sistema democrático = incorreta homens, que, desanimados, ficam à mercê do destino
Em “e”, os magistrados brasileiros exercem o poder = incorreta
constitucional que lhes é atribuído em nome do Com base na leitura do texto, a única afirmação correta
governo federal = incorreta é a de que a injustiça impede a atuação honesta,
A questão deve ser respondida segundo o texto: (...) idônea das gerações futuras, pois (...) semeia no
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio coração das gerações que vêm nascendo a semente
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da podridão (...).
desta Constituição.” Em virtude desse comando,
afirma-se que o poder dos juízes emana do povo e em 4. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA
seu nome é exercido (...). PENITENCIÁRIA – CESPE – 2017)

3. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – CESPE – 2017) Texto 1A1AAA

Texto CG1A1CCC Após o processo de redemocratização, com o fim da


ditadura militar, em meados da década de 80 do século
A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, passado, era de se esperar que a democratização das
o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no instituições tivesse como resultado direto a consolidação
coração das gerações que vêm nascendo a semente da da cidadania — compreendida de modo amplo,
podridão, habitua os homens a não acreditar senão na abrangendo as três categorias de direitos: civis, políticos
LÍNGUA PORTUGUESA

estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte; promove e sociais. Sobressaem, porém, problemas que configuram
a desonestidade, a venalidade, a relaxação; insufla a mais desafios para a cidadania brasileira, como a violência
cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas. urbana — que ameaça os direitos individuais — e o
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar desemprego — que ameaça os direitos sociais.
a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir de
ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o 1980, impacto do processo de modernização pelo qual o
homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a país passou. Isso sugere que o boom do consumo colocou
ter vergonha de ser honesto. E, nessa destruição geral das em circulação bens de alto valor e, consequentemente,

3
aumentou as oportunidades para o crime, inclusive 5. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMENTOS
porque a maior mobilidade de pessoas torna o espaço BÁSICOS – CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL – NÍVEL
social mais anônimo, menos supervisionado. MÉDIO – CESPE – 2017)
Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais
dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade. Texto CB3A2AAA
O objetivo em relação à criminalidade torna-se bem
menos ambicioso: o controle. A prisão ganha mais Tinha chegado o tempo da colheita, era uma manhã
importância na modernidade tardia, porque satisfaz risonha, e bela, como o rosto de um infante, entretanto eu
uma dupla necessidade dessa nova cultura: castigo e tinha um peso enorme no coração. Sim, eu estava triste,
controle do risco. Essa postura às vezes proporciona e não sabia a que atribuir minha tristeza. Era a primeira
controle, porém não segurança, pois o Estado tem o vez que me afligia tão incompreensível pesar. Minha filha
poder limitado de manter a ordem por meio da polícia, sorria para mim, era ela gentilzinha, e em sua inocência
sendo necessário dividir as tarefas de controle com semelhava um anjo. Desgraçada de mim! Deixei-a nos
organizações locais e com a comunidade. braços de minha mãe e fui-me à roça colher milho. Ah!
Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem pública Nunca mais devia eu vê-la...
e garantia dos direitos individuais: os desafios da polícia em Ainda não tinha vencido cem braças de caminho, quando
sociedades democráticas. In: Revista Brasileira de Segurança um assobio, que repercutiu nas matas, me veio orientar
Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – mar./2011, p. 84-5 (com acerca do perigo iminente que aí me aguardava. E logo
adaptações). dois homens apareceram e me amarraram com cordas.
Era uma prisioneira — era uma escrava! Foi embalde que
De acordo com o texto 1A1AAA, a restauração da supliquei, em nome de minha filha, que me restituíssem a
democracia no Brasil evidenciou liberdade: os bárbaros sorriam-se das minhas lágrimas e
me olhavam sem compaixão. Julguei enlouquecer, julguei
a) a diminuição do controle social decorrente do morrer, mas não me foi possível... a sorte me reservava
aumento da mobilidade de pessoas. ainda longos caminhos.
b) o crescimento da produção de bens de alto valor Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de
decorrente do aumento do poder de consumo. infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão de um
c) a existência de problemas sociais que dificultam a navio. Trinta dias de cruéis tormentos e de falta absoluta
consolidação da cidadania. de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa
d) a modernidade do mercado interno e das instituições sepultura, até que aportamos nas praias brasileiras. Para
públicas brasileiras. caber a mercadoria humana no porão, fomos amarrados
e) o medo nas metrópoles provocado pelo aumento da em pé e, para que não houvesse receio de revolta,
violência urbana e do desemprego. acorrentados como os animais ferozes das nossas matas,
que se levam para recreio dos potentados da Europa.
Resposta: Letra C. Davam-nos a água imunda, podre e dada com mesquinhez;
Em “a”, a diminuição do controle social decorrente do a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso
aumento da mobilidade de pessoas = incorreta lado muitos companheiros à falta de ar, de alimento e de
Em “b”, o crescimento da produção de bens de alto água. É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a
valor decorrente do aumento do poder de consumo seus semelhantes assim e que não lhes doa a consciência
= incorreta de levá-los à sepultura, asfixiados e famintos.
Em “c”, a existência de problemas sociais que Maria Firmina dos Reis. Úrsula. Florianópolis: Ed.
dificultam a consolidação da cidadania. Mulheres, 2004, p. 116-7 (com adaptações)
Em “d”, a modernidade do mercado interno e das
instituições públicas brasileiras = incorreta No texto CB3A2AAA, o trecho “como o rosto de um
Em “e”, o medo nas metrópoles provocado pelo infante” introduz uma ideia de
aumento da violência urbana e do desemprego =
incorreta a) comparação.
Ao texto: Após o processo de redemocratização, b) contraste.
com o fim da ditadura militar, em meados da c) adição.
década de 80 do século passado, era de se esperar d) compensação.
que a democratização das instituições tivesse como e) intensidade.
resultado direto a consolidação da cidadania —
compreendida de modo amplo, abrangendo as Resposta: Letra A.
três categorias de direitos: civis, políticos e sociais. (..) era uma manhã risonha, e bela, como o rosto de
Sobressaem, porém, problemas que configuram mais um infante. A conjunção estabelece uma comparação
LÍNGUA PORTUGUESA

desafios para a cidadania brasileira, como a violência – manhã risonha e bela como (igual ao) rosto de um
urbana — que ameaça os direitos individuais — e o infante.
desemprego — que ameaça os direitos sociais (...). =
problemas sociais que dificultam a consolidação da
cidadania.

4
6. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMENTOS 8. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMENTOS
BÁSICOS – CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL – NÍVEL BÁSICOS – CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL –
MÉDIO – CESPE – 2017) No texto CB3A2AAA, ao utilizar a NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2017) Depreende-se do texto
expressão “Ah! Nunca mais devia eu vê-la...”, a narradora CB3A2BBB que o avanço do processo de democratização
manifesta do sistema internacional depende da

a) uma surpresa. a) flexibilização das fronteiras dos Estados.


b) um lamento. b) eliminação de regimes autoritários.
c) um desejo. c) manutenção de mecanismos que preservem interesses
d) uma recomendação. ideológicos e materiais dos Estados.
e) uma dúvida. d) sobreposição dos direitos humanos aos interesses
individuais dos Estados.
Resposta: Letra B. e) existência, em todos os Estados, de condições mínimas
No contexto: (...) Desgraçada de mim! Deixei-a nos para a solução pacífica de conflitos.
braços de minha mãe e fui-me à roça colher milho.
Ah! Nunca mais devia eu vê-la... = representa tristeza, Resposta: Letra D.
lamento. Em “a”, flexibilização das fronteiras dos Estados =
incorreta
7. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMENTOS Em “b”, eliminação de regimes autoritários = incorreta
BÁSICOS – CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL – NÍVEL Em “c”, manutenção de mecanismos que preservem
MÉDIO – CESPE – 2017) interesses ideológicos e materiais dos Estados =
incorreta
Texto CB3A2BBB Em “d”, sobreposição dos direitos humanos aos
interesses individuais dos Estados.
O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos Em “e”, existência, em todos os Estados, de condições
estão na base das Constituições democráticas modernas. mínimas para a solução pacífica de conflitos = incorreta
A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para Texto! (...) o processo de democratização do sistema
o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos internacional, que é o caminho obrigatório para a
humanos em cada Estado e no sistema internacional. busca do ideal da paz perpétua, não pode avançar
Ao mesmo tempo, o processo de democratização do sem uma gradativa ampliação do reconhecimento
sistema internacional, que é o caminho obrigatório para e da proteção dos direitos humanos, acima de cada
a busca do ideal da paz perpétua, não pode avançar Estado.
sem uma gradativa ampliação do reconhecimento e da As questões de Interpretação/compreensão textual,
proteção dos direitos humanos, acima de cada Estado. muitas vezes, apresentam as respostas “explícitas”,
Direitos humanos, democracia e paz são três elementos bastando à (ao) candidata(o) voltar ao texto quando
fundamentais do mesmo movimento histórico: sem precisar - ou, então, destacar as ideias principais
direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há durante a leitura.
democracia; sem democracia, não existem as condições
mínimas para a solução pacífica dos conflitos. Em outras 9. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMENTOS
palavras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os BÁSICOS – CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL – NÍVEL
súditos se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos MÉDIO – CESPE – 2017)
alguns direitos fundamentais; haverá paz estável, uma
paz que não tenha a guerra como alternativa, somente Texto CB3A2CCC
quando existirem cidadãos não mais apenas deste ou
daquele Estado, mas do mundo. Fala-se, às vezes, na necessidade que tem a democracia
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. de se defender do que lhe possa ameaçar. Quase
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adaptações). sempre, porém, lamentavelmente, o que se vem
considerando como ameaças à democracia é o que na
De acordo com o texto CB3A2BBB, a condição necessária verdade a justifica como democracia: a presença atuante
para que os direitos humanos sejam reconhecidos e do povo no processo político nacional; a voz das classes
efetivamente protegidos nos Estados é a trabalhadoras que se mobilizam e se organizam na
reivindicação de seus direitos; a presença inquieta da
a) soberania. juventude brasileira cuja palavra nos é indispensável... Os
b) lei. que procuram “defender” a democracia contra o “perigo”
LÍNGUA PORTUGUESA

c) democracia. da participação dos trabalhadores e dos estudantes na


d) cidadania. reinvenção necessária da sociedade sonham com uma
e) paz. democracia sem povo.
Paulo Freire. In: Ana Maria Araújo Freire (Org.). Paulo Freire: uma
Resposta: Letra E. história de vida. Indaiatuba, SP: Villa das Letras, 2006, p. 405 (com
Ao texto: A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário adaptações)
para o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos
humanos em cada Estado e no sistema internacional.

5
Assinale a opção que apresenta a tese central do texto rigorosa, se nem nas condições atuais esses responsáveis
CB3A2CCC. estão sendo capazes de cumpri-la? O problema não está
na lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la
a) As classes trabalhadoras precisam se organizar para mais rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade
lutar pelos seus direitos. que a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade
b) A democracia é ameaçada pelas pessoas que temem do setor público de adaptar suas despesas às receitas em
a participação popular no processo político nacional. queda por causa da crise.
c) A juventude brasileira, cuja atuação é fundamental Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adaptações).
para a defesa da democracia, é passiva. De acordo com o texto, as normas da LRF dispõem
d) A democracia dispensa a participação efetiva do povo principalmente sobre gastos com pessoal, pois esse tipo
no processo político nacional. de gasto causa mais problemas para os responsáveis pela
e) As organizações estudantis representam uma ameaça gestão do dinheiro público.
para o processo democrático.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Letra B.
Em “a”, As classes trabalhadoras precisam se organizar Resposta: Errado.
para lutar pelos seus direitos = incorreta A Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe sobre gastos
Em “b”, A democracia é ameaçada pelas pessoas que em geral, não apenas com pessoal. O texto aborda
temem a participação popular no processo político apenas este, mas não afirma ser o único alvo da LRF.
nacional.
Em “c”, A juventude brasileira, cuja atuação é 11. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDITOR
fundamental para a defesa da democracia, é passiva DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA ADMINISTRATIVA –
= incorreta CESPE – 2016) Segundo o texto, o objetivo de se propor
Em “d”, A democracia dispensa a participação efetiva uma nova lei de responsabilidade fiscal, mais rígida quanto
do povo no processo político nacional = incorreta à proteção do dinheiro público, é desconfigurar a LRF.
Em “e”, As organizações estudantis representam uma
ameaça para o processo democrático = incorreta ( ) CERTO ( ) ERRADO
Segundo o texto, (...) Os que procuram “defender”
a democracia contra o “perigo” da participação Resposta: Errado.
dos trabalhadores e dos estudantes na reinvenção No texto, o objetivo apresentado é: Querem uma nova lei
necessária da sociedade sonham com uma democracia de responsabilidade fiscal para, segundo argumentam,
sem povo = o termo em destaque mostra que essas fortalecer a estrutura legal que protege o dinheiro
pessoas, sim, representam perigo à democracia. público do mau uso por gestores irresponsáveis. Para o
autor, sim, haverá desconfiguração.
10. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDITOR
DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA ADMINISTRATIVA – 12. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDITOR
CESPE – 2016) DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA ADMINISTRATIVA –
CESPE – 2016) Para o autor do texto, o descumprimento
Texto CB1A1BBB das normas da LRF em alguns estados decorreu do fato
de a própria lei ser pouco clara em relação aos gastos
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com públicos e também da incapacidade dos gestores do
o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou dinheiro público de adaptar as contas estaduais à realidade
que estouraram o limite de gastos com pessoal fixado financeira do país.
pela Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando ( ) CERTO ( ) ERRADO
sua própria legislação destinada a assegurar, como
alegam, maior rigor na gestão de suas finanças. Querem Resposta: Errado.
uma nova lei de responsabilidade fiscal para, segundo Texto: O verdadeiro problema é a dificuldade do setor
argumentam, fortalecer a estrutura legal que protege o público de adaptar suas despesas às receitas em queda
dinheiro público do mau uso por gestores irresponsáveis. por causa da crise.
Examinando-se a situação financeira dos estados que
preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal, 13. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDITOR
fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA ADMINISTRATIVA –
2000, quando entrou em vigor a LRF, esses estados, CESPE – 2016) Para o autor do texto, é um contrassenso a
como os demais, estão sujeitos a regras precisas para a proposta de tornar a LRF mais rigorosa.
LÍNGUA PORTUGUESA

gestão do dinheiro público, para a criação de despesas


e, em particular, para os gastos com pessoal. Por que, ( ) CERTO ( ) ERRADO
tendo descumprido algumas dessas regras, estariam
interessados em torná-las ainda mais rigorosas? Resposta: Certo.
Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis Resposta no texto: Por que, tendo descumprido
pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a algumas dessas regras, estariam interessados em torná-
cumpriram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais las ainda mais rigorosas?

6
14. (PC-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – AGENTE DE Resposta: Letra E.
POLÍCIA – CESPE – 2016) Em “a”, teve como objetivos a redução da criminalidade
e o controle da violência no estado de Pernambuco =
Texto CG1A01BBB incorreta
Em “b”, tratou a questão da violência como um
Não são muitas as experiências exitosas de políticas problema social complexo e inaugurou uma estratégia
públicas de redução de homicídios no Brasil nos de contenção desse problema compatível com sua
últimos vinte anos, e poucas são aquelas que tiveram complexidade = incorreta
continuidade. O Pacto pela Vida, política de segurança Em “c”, definiu, no estado de Pernambuco, um novo
pública implantada no estado de Pernambuco em 2007, paradigma de segurança pública, embasado em uma
é identificado como uma política pública exitosa. rede de ações de combate e de repressão à violência
O Pacto Pela Vida é um programa do governo do estado = incorreta
de Pernambuco que visa à redução da criminalidade e ao Em “d”, foi fruto de um plano acertado que elegeu a
controle da violência. A decisão ou vontade política de área da segurança pública como prioridade = incorreta
eleger a segurança pública como prioridade é o primeiro Em “e”, resultou em uma redução visível no número de
marco que se deve destacar quando se pensa em recuperar crimes contra a vida no estado de Pernambuco.
a memória dessa política, sobretudo quando se considera Exitosa porque obteve êxito, como comprova o
o fato de que o tema da segurança pública, no Brasil, tem resultado: diminuição de quase 40% dos homicídios
sido historicamente negligenciado. Muitas autoridades no estado entre janeiro de 2007 e junho de 2013.
públicas não só evitam associar-se ao assunto como
também o tratam de modo simplista, como uma questão 15. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE –
que diz respeito apenas à polícia. 2003) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em
O Pacto pela Vida, entendido como um grande concerto seu discurso na reabertura do Congresso que o “vírus da
de ações com o objetivo de reduzir a violência e, em inflação voltou a ser uma ameaça real”. Em sua fala de 21
especial, os crimes contra a vida, foi apresentado à minutos aos senadores e deputados, o presidente alertou
sociedade no início do mês de maio de 2007. Em seu bojo, também para a piora do cenário econômico internacional
foram estabelecidos os principais valores que orientaram e afirmou que o aperto fiscal de seu governo durará o
a construção da política de segurança, a prioridade do “tempo necessário”. Segundo Lula, “teremos tempos
combate aos crimes violentos letais intencionais e a meta difíceis pela frente. O mundo entrou em um período de
de reduzir em 12% ao ano, em Pernambuco, a taxa desses maiores incertezas”.
crimes. Folha de S. Paulo, 18 fev. /2003, capa. (Com adaptações.)
Desse modo, definiu-se, no estado, um novo paradigma
de segurança pública, que se baseou na consolidação dos Infere-se do texto que o atual governo brasileiro não
valores descritos acima (que estavam em disputa tanto acredita que uma guerra contra o Iraque de Saddam
do ponto de vista institucional quanto da sociedade), no Hussein possa acarretar dificuldades econômicas
estabelecimento de prioridades básicas (como o foco na mais acentuadas para países como o Brasil, quase
redução dos crimes contra a vida) e no intenso debate com autossuficiente em petróleo.
a sociedade civil. A implementação do Pacto Pela Vida foi
responsável pela diminuição de quase 40% dos homicídios (  ) CERTO  (  ) ERRADO
no estado entre janeiro de 2007 e junho de 2013.
José Luiz Ratton et al. O Pacto Pela Vida e a redução de homicídios Resposta: Errado.
em Pernambuco. Rio de Janeiro: Instituto Igarapé, 2014. Internet: O texto não aborda este tema.
<https://igarape.org.br> (com adaptações).
16. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
O Pacto pela Vida é caracterizado no texto CG1A01BBB 2008)
como uma política exitosa porque
Tempo livre
a) teve como objetivos a redução da criminalidade e o
controle da violência no estado de Pernambuco. A questão do tempo livre — o que as pessoas
b) tratou a questão da violência como um problema social fazem com ele, que chances eventualmente oferece o
complexo e inaugurou uma estratégia de contenção seu desenvolvimento — não pode ser formulada em
desse problema compatível com sua complexidade. generalidade abstrata. A expressão, de origem recente
c) definiu, no estado de Pernambuco, um novo paradigma — aliás, antes se dizia ócio, e este era privilégio de uma
de segurança pública, embasado em uma rede de ações vida folgada e, portanto, algo qualitativamente distinto e
LÍNGUA PORTUGUESA

de combate e de repressão à violência. muito mais grato -, opõe-se a outra: à de tempo não-livre,
d) foi fruto de um plano acertado que elegeu a área da aquele que é preenchido pelo trabalho e, poderíamos
segurança pública como prioridade. acrescentar, na verdade, determinado de fora.
e) resultou em uma redução visível no número de crimes O tempo livre é acorrentado ao seu oposto. Essa
contra a vida no estado de Pernambuco. oposição, a relação em que ela se apresenta, imprime-
lhe traços essenciais. Além do mais, muito mais
fundamentalmente, o tempo livre dependerá da situação
geral da sociedade. Mas esta, agora como antes, mantém

7
as pessoas sob um fascínio. Decerto, não se pode traçar 18. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
uma divisão tão simples entre as pessoas em si e seus 2008) Do primeiro parágrafo do texto, depreende-se que
papéis sociais. Em uma época de integração social sem a ideia de tempo livre, isto é, a de tempo não ocupado
precedentes, fica difícil estabelecer, de forma geral, o que pelo trabalho, não é nova.
resta nas pessoas, além do determinado pelas funções.
Isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. Mesmo (  ) CERTO  (  ) ERRADO
onde o encantamento se atenua e as pessoas estão
ao menos subjetivamente convictas de que agem por Resposta: Certo.
vontade própria, isso ainda significa que essa vontade é Ao texto! (...) A expressão, de origem recente, aliás;
modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do antes se dizia ócio, e este era privilégio de uma vida
horário de trabalho. folgada.
A indagação adequada ao fenômeno do tempo livre
seria, hoje, esta: “Com o aumento da produtividade 19. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
no trabalho, mas persistindo as condições de não- 2008)
liberdade, isto é, sob relações de produção em que as
pessoas nascem inseridas e que, hoje como antes, lhes Um dos indicadores de saúde comumente utilizados
prescrevem as regras de sua existência, o que ocorre com no Brasil é a esperança de vida ao nascer, que
o tempo livre?” Se se cuidasse de responder à questão corresponde ao número de anos que um indivíduo
sem asserções ideológicas, tornar-se-ia imperiosa a vai viver, considerando-se a duração média da vida
suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária dos membros da população. O valor desse índice tem
à de seu próprio conceito, tornando-se paródia deste. sofrido modificações substanciais no decorrer do tempo,
Nele se prolonga a não-liberdade, tão desconhecida da à medida que as condições sociais melhoram e as
maioria das pessoas não-livres como a sua não-liberdade conquistas da ciência e da tecnologia são colocadas a
em si mesma. serviço do homem.
A julgar por estudos procedidos em achados fósseis e
T. W. Adorno. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Maria Helena
em sítios arqueológicos, a esperança de vida do homem
Ruschel (Trad.). Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70-82. (Com adaptações.)
pré-histórico ao nascer seria extremamente baixa, em
torno de 18 anos; na Grécia e na Roma antigas, estaria
Como, de acordo com o texto, as características
entre 20 e 30 anos, pouco tendo se modificado na Idade
essenciais ao “tempo livre” se baseiam na oposição
Média e na Renascença. Mais recentemente, têm sido
entre este e o “tempo não-livre”, é correto concluir que
registrados valores progressivamente mais elevados para
as formas de uso do “tempo livre” serão as mesmas em
a esperança de vida ao nascer. Essa situação está ilustrada
qualquer época. no gráfico abaixo, que mostra a evolução da esperança
de vida do brasileiro ao nascer, de 1940 a 2000.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO

Resposta: Errado.
Segundo o texto, (...) o tempo livre dependerá da
situação geral da sociedade (...), e como esta sofre
mudanças com o passar do tempo, não podemos
afirmar que as formas de “tempo livre” serão as
mesmas em qualquer época.

17. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –


2008) Conclui-se da leitura do texto que tanto o “tempo
não-livre” quanto o “tempo livre” são condicionados pela
sociedade.

(  ) CERTO  (  ) ERRADO M. Z. Rouquayrol e N. de Almeida Filho. In: Epidemiologia e


saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003, p. 68. (Com adaptações.)
Resposta: Certo.
Busquemos no texto: (...) Além do mais, muito mais No Brasil, o fenômeno do aumento da esperança de vida
fundamentalmente, o tempo livre dependerá da ao nascer atinge de maneira uniforme todas as classes
situação geral da sociedade (...) Em uma época sociais, pois esse indicador não é influenciado pela renda
de integração social sem precedentes, fica difícil familiar.
estabelecer, de forma geral, o que resta nas pessoas,
LÍNGUA PORTUGUESA

além do determinado pelas funções. Isso pesa muito (  ) CERTO  (  ) ERRADO


sobre a questão do tempo livre.
Resposta: Errado.
Voltemos ao texto: (...) O valor desse índice tem sofrido
modificações substanciais no decorrer do tempo, à
medida que as condições sociais melhoram, influência
da renda familiar.

8
20. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – termos absolutos, como é a situação atual do Japão e
2008) de vários países europeus. Os termos destacados se
relacionam.
Texto I
Envelhecimento, pobreza e proteção social na
América Latina 21. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2008) De acordo com o desenvolvimento e a organização
O processo de envelhecimento populacional, no seu das ideias do texto I, depreende-se que “segmento
primeiro estágio, resulta em um aumento, pelo menos que demanda maiores recursos monetários e cuidados
relativo, da oferta da força de trabalho. Nas etapas humanos, afetivos e psicológicos” e “segmento com idade
posteriores, a proporção desse grupo no total da avançada” referem-se ao mesmo conjunto de indivíduos.
população diminui e, eventualmente, diminuirá em termos
absolutos, como é a situação atual do Japão e de vários (  ) CERTO  (  ) ERRADO
países europeus. Por outro lado, o segmento com idade
avançada passa a ser o que mais cresce. Esse crescimento Resposta: Certo.
acentuado do segmento que demanda maiores recursos Texto: (...) o segmento com idade avançada passa a
monetários e cuidados humanos, afetivos e psicológicos, ser o que mais cresce. Esse crescimento acentuado do
em face da redução do contingente populacional em segmento que demanda maiores recursos monetários
idade ativa, fez com que o envelhecimento populacional e cuidados humanos, afetivos e psicológicos. =
entrasse na agenda das políticas públicas pelo lado maneiras de se referir à velhice.
negativo, ou seja, ele é visto como “um problema”.
A. A. Camarano e M.T. Pasinato. Texto para discussão. Brasília: 22. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE
IPEA, 2007. – 2010)

Texto II A Revolta da Vacina


Os impactos sociais da velhice
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para
Idade Ativa — No caso da previdência, os idosos são o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e
o grande problema? sujas, saneamento precário e foco de doenças como
Ana Amélia Camarano — Eu acho que esse é outro febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios
engano. Claro que você tem mais gente idosa e gente estrangeiros faziam questão de anunciar que não
vivendo mais. Agora, o que acontece é que o nosso parariam no porto carioca e os imigrantes recém-
modelo de previdência é o mesmo da Europa Ocidental, chegados da Europa morriam às dezenas de doenças
dos EUA, modelos desenhados no pós-guerra, quando infecciosas.
havia emprego, as pessoas se aposentavam e ficavam Ao assumir a presidência da República, Francisco de
pouco tempo aposentadas porque morriam logo. Então, Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental
esse modelo está falido. Esse cenário mudou. Nós não o saneamento e reurbanização da capital da República.
estamos mais no mundo do trabalho estável, não temos Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco
mais o pleno emprego e as relações de trabalho hoje Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua
passam pela flexibilização. E a tão falada flexibilização vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a
significa informalização. A nossa política social é toda reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas
ligada ao trabalho. A Constituição de 1988 mudou um no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico
pouco, mas até então só tinha direito ao benefício da Oswaldo Cruz para o saneamento.
previdência quem trabalhava. Era uma cidadania ligada O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças,
ao trabalho e, não, ao benefício do trabalhador. E isso com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente
não é mais possível. Nós estamos caminhando para um despejo de seus moradores. A população apelidou o
movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura
mundo sem trabalho.
de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com
Internet: <www.techway.com.br>. (Com adaptações.)
prédios de cinco ou seis andares.
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de
De acordo com o texto I, é correto afirmar que há países
saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste,
europeus em que a força de trabalho, em relação ao total
ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade
da população, já se reduziu.
espalhando raticidas, mandando remover o lixo e
comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos
(  ) CERTO  (  ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

transmissores da febre amarela.


Finalmente, restava o combate à varíola.
Resposta: Certo. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação
Ao texto: O processo de envelhecimento populacional, obrigatória. A população, humilhada pelo poder público
no seu primeiro estágio, resulta em um aumento, pelo autoritário e violento, não acreditava na eficácia da
menos relativo, da oferta da força de trabalho. Nas vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das
etapas posteriores, a proporção desse grupo no total partes do corpo a agentes sanitários do governo.
da população diminui e, eventualmente, diminuirá em

9
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o O texto é uma reportagem sobre os veículos movidos a
povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” energia elétrica que estão sendo usados no Brasil.
e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma
semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até (  ) CERTO  (  ) ERRADO
ser reprimido com violência. O episódio transformou,
no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém- Resposta: Errado.
reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça Ao texto: Dois modelos de veículo de uma montadora
de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram italiana, movidos a energia elétrica, já estão prontos
confrontos generalizados. para rodar ( ainda não estão rodando, segundo o
Internet: <www.ccs.saude.gov.br>. (Com adaptações.) texto). Os protótipos foram desenvolvidos no Brasil
pela empresa Itaipu Binacional (...)
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida
no Rio de Janeiro, mostrando explicitamente o ponto de 24. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE:
vista do autor acerca do tema. ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) De acordo
com o texto, é correto inferir que a bateria dos veículos
(  ) CERTO  (  ) ERRADO elétricos só será reciclada se apresentar defeito.

Resposta: Errado. (  ) CERTO  (  ) ERRADO


O texto não apresenta o ponto de vista do autor,
apenas descreve os fatos. Resposta: Errado.
A única referência que o texto faz à bateria é (...) A
23. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE: bateria que o alimenta é totalmente reciclável e pode
ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) ser recarregada cerca de 1.500 vezes.” Não há citação
de quando deve ser reciclada.
Da tomada para a estrada
25. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE:
Dois modelos de veículo de uma montadora italiana, ENGENHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) A principal
movidos a energia elétrica, já estão prontos para rodar. vantagem dos veículos movidos a energia elétrica é o
Os protótipos foram desenvolvidos no Brasil pela fato de serem muito semelhantes aos carros tradicionais,
empresa Itaipu Binacional, com o objetivo de nacionalizar sendo que a principal distinção entre os dois tipos é o
a tecnologia de produção de carros elétricos. Basta mecanismo usado para ligar o carro.
colocá-los na tomada por um período de oito horas para
que eles estejam aptos a rodar aproximadamente 120 km. (  ) CERTO  (  ) ERRADO
Os deslocamentos podem ser velozes, já que os veículos
conseguem atingir uma velocidade de até 130 km por Resposta: Errado.
hora. O detalhe mais animador é que, para isso, se gasta Texto: (...) O coordenador do projeto destaca
de quatro a cinco vezes menos do que se forem utilizados o aspecto econômico como uma das grandes
combustíveis convencionais, como o álcool ou a gasolina. vantagens do carro elétrico, ao compará-lo com
O motorista que experimentar dirigir os protótipos um veículo movido a gasolina. “Com um litro do
não deverá estranhá-los. “É muito simples guiá-los, combustível, é possível percorrer 15 km em média.
pois as diferenças em relação aos carros tradicionais No entanto, se o mesmo valor gasto com essa
são mínimas”, explica o engenheiro eletricista Celso quantidade de gasolina for empregado na compra
Novais, coordenador geral brasileiro do projeto de energia elétrica, é possível rodar cerca de 40 km.”
Veículo Elétrico. “A principal distinção é que não existe Além de enfatizar as vantagens econômicas, Novais
partida. O veículo liga como se fosse acionado por um salienta os incontestáveis benefícios ambientais. “O
interruptor.” Segundo Novais, quando está parado - em carro elétrico não faz barulho nem polui a atmosfera,
um congestionamento, por exemplo -, o veículo não já que não emite gás carbônico ou qualquer outra
consome energia. “A bateria que o alimenta é totalmente substância química.”
reciclável e pode ser recarregada cerca de 1.500 vezes.”
O coordenador do projeto destaca o aspecto econômico
como uma das grandes vantagens do carro elétrico, ao
compará-lo com um veículo movido a gasolina. “Com um TIPOLOGIA TEXTUAL
litro do combustível, é possível percorrer 15 km em média.
No entanto, se o mesmo valor gasto com essa quantidade
de gasolina for empregado na compra de energia elétrica, TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
LÍNGUA PORTUGUESA

é possível rodar cerca de 40 km.” Além de enfatizar as


vantagens econômicas, Novais salienta os incontestáveis A todo o momento nos deparamos com vários
benefícios ambientais. “O carro elétrico não faz barulho textos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos
nem polui a atmosfera, já que não emite gás carbônico ou há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a
qualquer outra substância química.” essência daquilo que está sendo transmitido entre
Jaqueline Bartzen. Ciência hoje. Internet: <cienciahoje.uol.com. os interlocutores. Estes interlocutores são as peças
br>. (Com adaptações.) principais em um diálogo ou em um texto escrito.

10
É de fundamental importância sabermos classificar A escolha de um determinado gênero discursivo
os textos com os quais travamos convivência no nosso depende, em grande parte, da situação de produção,
dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são
textuais e gêneros textuais. os locutores e os interlocutores, o meio disponível para
Comumente relatamos sobre um acontecimento, veicular o texto, etc.
um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos Os gêneros discursivos geralmente estão ligados
nossa opinião sobre determinado assunto, descrevemos a esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
algum lugar que visitamos, fazemos um retrato exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens,
verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação
ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que científica são comuns gêneros como verbete de dicionário
classificamos os nossos textos naquela tradicional ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário,
tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. conferência.
As tipologias textuais se caracterizam pelos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
aspectos de ordem linguística Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
Os tipos textuais designam uma sequência definida São Paulo: Saraiva, 2010.
pela natureza linguística de sua composição. São Português – Literatura, Produção de Textos &
observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, Gramática – volume único / Samira Yousseff Campedelli,
relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de SITE
ação demarcados no tempo do universo narrado, http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-
como também de advérbios, como é o caso de textual.htm
antes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em
seu carro quando ele apareceu. Depois de muita
conversa, resolveram...
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica, EXERCÍCIOS COMENTADOS
descrevem características tanto físicas quanto
psicológicas acerca de um determinado indivíduo 1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNICO
ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE –
no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os 2015)
cabelos mais negros como a asa da graúna...”
C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar Ouro em Fios
um assunto ou uma determinada situação que se
almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões A natureza é capaz de produzir materiais preciosos,
de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA.
prorrogar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso.
esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício. Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT:
uma modalidade na qual as ações são prescritas de - Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a
forma sequencial, utilizando-se de verbos expressos iluminação natural.
no imperativo, infinitivo ou futuro do presente: - Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador - Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do
até criar uma massa homogênea. ambiente.
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- - Utilize o computador no modo espera.
se pelo predomínio de operadores argumentativos, Fique ligado! Evite desperdícios.
revelados por uma carga ideológica constituída de Energia elétrica.
argumentos e contra-argumentos que justificam A natureza cobra o preço do desperdício.
a posição assumida acerca de um determinado Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações)
assunto: A mulher do mundo contemporâneo
luta cada vez mais para conquistar seu espaço no Há no texto elementos característicos das tipologias
mercado de trabalho, o que significa que os gêneros expositiva e injuntiva.
estão em complementação, não em disputa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

GÊNEROS TEXTUAIS
Resposta: Certo.
São os textos materializados que encontramos em Texto injuntivo – ou instrucional – é aquele que passa
nosso cotidiano; tais textos apresentam características sócio- instruções ao leitor. O texto acima apresenta tal
comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, característica.
conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária,
e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada,
debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc.

11
Leia o texto a seguir e responda à questão..
ORTOGRAFIA OFICIAL
Como nasce uma história
(fragmento)
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da
Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som
serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma
menos o que dizia a tabuleta no alto da porta. língua são grafados segundo acordos ortográficos.
— Sétimo — pedi. A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender
A porta se fechou e começamos a subir. Minha atenção ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
se fixou num aviso que dizia: familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras
É expressamente proibido os funcionários, no ato da é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções
subida, utilizarem os elevadores para descerem. e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de
Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata etimologia (origem da palavra).
de problema complicado, este do infinito pessoal.
Prevaleciam então duas regras mestras que deveriam ser 1. Regras ortográficas
rigorosamente obedecidas. Uma afirmava que o sujeito,
sendo o mesmo, impedia que o verbo se flexionasse. Da A) O fonema S
outra infelizmente já não me lembrava. São escritas com S e não C/Ç
Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito  Palavras substantivadas derivadas de verbos com
pessoal que me intrigou no tal aviso: foi estar ele radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender
concebido de maneira chocante aos delicados ouvidos - pretensão / expandir - expansão / ascender -
de um escritor que se preza. ascensão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro, submergir - submersão / divertir - diversão / impelir
entenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois um - impulsivo / compelir - compulsório / repelir -
tijolo de burrice me baixou na compreensão, fazendo com repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
que eu ficasse revirando a frase na cabeça: descerem, no sentir - sensível / consentir – consensual.
ato da subida? Que quer dizer isto? E buscava uma forma
São escritos com SS e não C e Ç
simples e correta de formular a proibição:
 Nomes derivados dos verbos cujos radicais
É proibido subir para depois descer.
terminem em gred, ced, prim ou com verbos
É proibido subir no elevador com intenção de descer.
terminados por tir ou - meter: agredir - agressivo
É proibido ficar no elevador com intenção de descer,
/ imprimir - impressão / admitir - admissão /
quando ele estiver subindo.
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
Se quiser descer, não tome o elevador que esteja subindo. percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão
Mais simples ainda: / comprometer - compromisso / submeter –
Se quiser descer, só tome o elevador que estiver submissão.
descendo.  Quando o prefixo termina com vogal que se
De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que junta com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a +
Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a simétrico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
enunciação de algo que não quer dizer absolutamente  No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
nada: Se quiser descer, não suba. Exemplos: ficasse, falasse.
Fernando Sabino. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record,
1995, p. 137-140. (Com adaptações.) São escritos com C ou Ç e não S e SS
 Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica:
2. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique.
2008) O gênero textual apresentado permite o emprego  Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça,
da linguagem coloquial, como ocorre, por exemplo, em uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer,
“Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro” e “um carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço.
tijolo de burrice”.  Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção
/ deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO  Após ditongos: foice, coice, traição.
 Palavras derivadas de outras terminadas em
Resposta: Certo. -te, to(r): marte - marciano / infrator - infração /
O gênero é a crônica, conta fatos do dia a dia de
LÍNGUA PORTUGUESA

absorto – absorção.
maneira descontraída, o que permite a utilização de
uma linguagem mais próxima do leitor; a informalidade. B) O fonema z
São escritos com S e não Z
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical
é substantivo, ou em gentílicos e títulos
nobiliárquicos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa,
baronesa, princesa.

12
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, São escritas com CH e não X
metamorfose.  Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche,
quis, quiseste. salsicha.
 Nomes derivados de verbos com radicais
terminados em “d”: aludir - alusão / decidir - E) As letras “e” e “i”
decisão / empreender - empresa / difundir – difusão.  Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
 Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.  Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar
 Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue.
 Verbos derivados de nomes cujo radical termina Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar -air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui.
– pesquisar.

São escritos com Z e não S FIQUE ATENTO!


 Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de Há palavras que mudam de sentido quan-
adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – do substituímos a grafia “e” pela grafia “i”:
beleza. área (superfície), ária (melodia) / delatar
Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de (denunciar), dilatar (expandir) / emergir
origem não termine com s): final - finalizar / (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de
concreto – concretizar. estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
 Consoante de ligação se o radical não terminar
com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
Exceção: lápis + inho – lapisinho.
#FicaDica
C) O fonema j
São escritas com G e não J Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto
 Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, à ortografia de uma palavra, há a possibili-
gesso. dade de consultar o Vocabulário Ortográfi-
 Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, co da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado
gim. pela Academia Brasileira de Letras. É uma
 Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com obra de referência até mesmo para a criação
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, de dicionários, pois traz a grafia atualizada
bege, foge. das palavras (sem o significado). Na Internet,
Exceção: pajem. o endereço é www.academia.org.br.

 Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,


litígio, relógio, refúgio. 2. Informações importantes
 Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger,
fugir, mugir. Formas variantes são as que admitem grafias ou
 Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, pronúncias diferentes para palavras com a mesma
surgir. significação: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/
 Depois da letra “a”, desde que não seja radical quatorze, dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/
terminado com j: ágil, agente. gérmen, infarto/enfarte, louro/loiro, percentagem/
porcentagem, relampejar/relampear/relampar/
São escritas com J e não G relampadar.
 Palavras de origem latinas: jeito, majestade, Os símbolos das unidades de medida são escritos
hoje. sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar
 Palavras de origem árabe, africana ou exótica: plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
jiboia, manjerona. 20km, 120km/h.
 Palavras terminadas com aje: ultraje. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
D) O fonema ch Na indicação de horas, minutos e segundos, não
São escritas com X e não CH deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
 Palavras de origem tupi, africana ou exótica:
LÍNGUA PORTUGUESA

22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três


abacaxi, xucro. minutos e trinta e quatro segundos).
 Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, O símbolo do real antecede o número sem espaço:
lagartixa. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma
 Depois de ditongo: frouxo, feixe. barra vertical ($).
 Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
Exceção: quando a palavra de origem não derive de
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

13
ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS 3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal
1. Por que / por quê / porquê / porque não compensa.

POR QUE (separado e sem acento) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
É usado em: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. interrogações diretas (longe do ponto de Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
interrogação) = Por que você não veio ontem? Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale São Paulo: Saraiva, 2010.
a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe Português: novas palavras: literatura, gramática,
por que faltara à aula ontem. redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” = CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Ignoro o motivo por que ele se demitiu. Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo:
POR QUÊ (separado e com acento) Saraiva, 2002.

Usos: SITE
1. como pronome interrogativo, quando colocado http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
no fim da frase (perto do ponto de interrogação) ortografia
= Você faltou. Por quê?
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por 4. Hífen
quê?
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico) para ligar os elementos de palavras compostas (como ex-
presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a
Usos: verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para
1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de uma
a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/
escrita (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até nheiro).
ponto final) = Compre agora, porque há poucas
peças. A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
2. como conjunção subordinativa causal, substituível Ortográfica:
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
porque se antecipou. uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se
unem para formam um novo significado: tio-avô,
PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico) porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel,
segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris,
Usos: primeiro-ministro, azul-escuro.
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
“razão” ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer,
Geralmente é precedido por artigo = Não sei o porquê abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde.
da discussão. É uma pessoa cheia de porquês. 3. Nos compostos com elementos além, aquém,
recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-
2. ONDE / AONDE número, recém-casado.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas
Onde = empregado com verbos que não expressam algumas exceções continuam por já estarem
a ideia de movimento = Onde você está? consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha,
mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia,
Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos queima-roupa, deus-dará.
que expressam movimento = Aonde você vai? 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte
Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas
3. MAU / MAL combinações históricas ou ocasionais: Áustria-
Hungria, Angola-Brasil, etc.
Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e
como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um super- quando associados com outro termo que é
LÍNGUA PORTUGUESA

mau elemento. iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-


racional, etc.
Mal = pode ser usado como 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
mal na prova? etc.

14
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
10. Nas formações em que o prefixo tem como ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
segundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub- autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
hepático, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
semi-hospitalar, super-homem. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
termina com a mesma vogal do segundo elemento: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-
observação, etc. SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
O hífen é suprimido quando para formar outros ortografia
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

#FicaDica EXERCÍCIOS COMENTADOS

Lembrete da Zê! 1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Cespe


Ao separar palavras na translineação (mu- – 2013 – adaptada)
dança de linha), caso a última palavra a ser
escrita seja formada por hífen, repita-o na A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatenados
próxima linha. Exemplo: escreverei anti-in- são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos
flamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. de comunicação, os quais são indispensáveis para que
Na próxima linha escreverei: “-inflamatório” os sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos
(hífen em ambas as linhas). Devido à diagra- acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a
mação, pode ser que a repetição do hífen na exercer os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus
translineação não ocorra em meus conteú- que a lei lhes impõe.
dos, mas saiba que a regra é esta! Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações).

No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguintes.


B) Não se emprega o hífen:
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
texto nem para seu sentido caso o trecho “A fim de
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em
solucionar o litígio” fosse substituído por Afim de dar
“r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas
solução à demanda e o trecho “tomem conhecimento
consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom,
dos atos acontecidos no correr do procedimento” fosse,
microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
por sua vez, substituído por conheçam os atos havidos no
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo transcurso do acontecimento.
termina em vogal e o segundo termo inicia-
se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, ( ) CERTO ( ) ERRADO
coeducação, autoestrada, autoaprendizagem,
hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, Resposta: Errado. “A fim” tem o sentido de “com a
etc. intenção de”; já “afim”, “semelhança, afinidade”. Se
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos a primeira substituição fosse feita, o trecho estaria
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” incorreto gramatical e coerentemente. Portanto, nem
inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc. há a necessidade de avaliar a segunda substituição.
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo
quando o segundo elemento começar com “o”:
cooperação, coobrigação, coordenar, coocupante,
coautor, coedição, coexistir, etc. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram
noção de composição: pontapé, girassol,
paraquedas, paraquedista, etc. Quanto à acentuação, observamos que algumas
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia,
benfeito, benquerer, benquerido, etc. ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a
outra. Por isso, vamos às regras!
Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas
LÍNGUA PORTUGUESA

correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento 1. Regras básicas


seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar,
predeterminado, pressuposto, propor. A acentuação tônica está relacionada à intensidade
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti- com que são pronunciadas as sílabas das palavras.
infeccioso, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se
sobre-humano, super-realista, alto-mar. como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
com menos intensidade, são denominadas de átonas.

15
De acordo com a tonicidade, as palavras são C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona
classificadas como: quando a sua antepenúltima sílaba é tônica
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre (mais forte). Quanto à regra de acentuação:
a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – todas as proparoxítonas são acentuadas,
papel independentemente de sua terminação: árvore,
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima paralelepípedo, cárcere.
sílaba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima 2.2 Regras especiais
sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré. palavras paroxítonas.
2 Os acentos

A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” FIQUE ATENTO!


e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos aber-
letras representam as vogais tônicas de palavras tos estiverem em uma palavra oxítona (he-
como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” rói) ou monossílaba (céu) ainda são acen-
indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói – tuados: dói, escarcéu.
céu (ditongos abertos).
B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras
“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre Antes Agora
fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs.
C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a” assembléia assembleia
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles idéia ideia
D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi
totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: geléia geleia
é utilizado em palavras derivadas de nomes jibóia jiboia
próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller) apóia (verbo apoiar) apoia
E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã paranóico paranoico

2.1 Regras fundamentais 2.3 Acento Diferencial

A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas Representam os acentos gráficos que, pelas regras
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados
plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. para diferenciar classes gramaticais entre determinadas
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito
seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há perfeito do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, do Indicativo do mesmo verbo).
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
terminadas em: mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-
i, is: táxi – lápis – júri se, para que saibamos se se trata de um verbo ou
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum preposição.
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – Os demais casos de acento diferencial não são
fórceps mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou classes gramaticais são definidos pelo contexto.
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória Polícia para o trânsito para que se realize a operação
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo,
conjunção (com relação de finalidade).
LÍNGUA PORTUGUESA

#FicaDica
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
esta palavra apresenta as terminações das
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
(aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
ficará mais fácil a memorização!

16
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm
#FicaDica à tarde!
As formas verbais que possuíam o acento tônico na
Quando, na frase, der para substituir o raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“por” por “colocar”, estaremos trabalhando “e” ou “i” não serão mais acentuadas:
com um verbo, portanto: “pôr”; nos de-
mais casos, “por” é preposição: Faço isso
por você. / Posso pôr (colocar) meus livros Antes Depois
aqui? apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
2.4 Regra do Hiato
argúi (arguir) argui
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos,
segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira
haverá acento: saída – faísca – baú – país – Luís pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles
vêm (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz – eles convêm.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se
estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, São Paulo: Saraiva, 2010.
formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas
paroxítonas): SITE
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm

Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
EXERCÍCIOS COMENTADOS
feiúra feiura
Sauípe Sauipe 1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe
– 2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi conformidade com a mesma regra ortográfica.
abolido:
( ) CERTO ( ) ERRADO
Antes Agora
Resposta: Certo.
crêem creem “Série” = acentua-se a paroxítona terminada em
lêem leem ditongo / “história” - acentua-se a paroxítona
terminada em ditongo
vôo voo
Ambas são acentuadas devido à regra da paroxítona
enjôo enjoo terminada em ditongo.
Observação: nestes casos, admitem-se as
separações “sé-ri-e” e “his-tó-ri-as”, o que as tornaria
#FicaDica proparoxítonas.
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os
2. (Anatel – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
verbos que, no plural, dobram o “e”, mas
Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do
que não recebem mais acento como antes:
acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
CRER, DAR, LER e VER.
( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

Repare:
O menino crê em você. / Os meninos creem em você. Resposta: Errado.
Elza lê bem! / Todas leem bem! Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona.
Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os Ambas são acentuadas pela mesma regra
garotos deem o recado! (antepenúltima sílaba é tônica, “mais forte”).
Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!

17
3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.
acento gráfico com base na mesma regra de acentuação EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E
gráfica. MODOS VERBAIS
( ) CERTO ( ) ERRADO
CLASSES DE PALAVRAS
Resposta: Certo. Indivíduo = paroxítona terminada
em ditongo; diária = paroxítona terminada em 1. ADJETIVO
ditongo; paciência = paroxítona terminada em
ditongo. Os três vocábulos são acentuados devido à É a palavra que expressa uma qualidade ou
mesma regra. característica do ser e se relaciona com o substantivo,
concordando com este em gênero e número.
4. (Ibama – Técnico Administrativo – cespe – 2012) As praias brasileiras estão poluídas.
As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
com a mesma regra de acentuação gráfica. (plural e feminino, pois concordam com “praias”).

( ) CERTO ( ) ERRADO Locução adjetiva

Resposta: Errado. Pó = monossílaba terminada Locução = reunião de palavras. Sempre que são
em “o”; só = monossílaba terminada em “o”; céu = necessárias duas ou mais palavras para falar sobre a
monossílaba terminada em ditongo aberto “éu”. mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição
+ substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a
5. (ANATEL – Técnico Administrativo – CESPE/2012) Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. freio (paixão desenfreada).

( ) CERTO ( ) ERRADO Observe outros exemplos:

Resposta: Errado de águia aquilino


Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona.
Ambas são acentuadas pela mesma regra de aluno discente
(antepenúltima sílaba é tônica, “mais forte”). de anjo angelical
de ano anual
6. (ANCINE – Técnico Administrativo – CESPE/2012)
Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem de aranha aracnídeo
acento gráfico com base na mesma regra de acentuação de boi bovino
gráfica. de cabelo capilar
( ) CERTO ( ) ERRADO de cabra caprino
de campo campestre ou rural
Resposta: Certo de chuva pluvial
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária
= paroxítona terminada em ditongo; paciência = de criança pueril
paroxítona terminada em ditongo. Os três vocábulos de dedo digital
são acentuados devido à mesma regra.
de estômago estomacal ou gástrico
7. (IBAMA – Técnico Administrativo – CESPE/2012) de falcão falconídeo
As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo de farinha farináceo
com a mesma regra de acentuação gráfica.
de fera ferino
( ) CERTO ( ) ERRADO de ferro férreo
de fogo ígneo
Resposta: Errado
Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossílaba de garganta gutural
LÍNGUA PORTUGUESA

terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em de gelo glacial


ditongo aberto “éu”. de guerra bélico
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

18
de lago lacustre África afro- / Cultura afro-americana
de leão leonino germano- ou teuto-/Competições
Alemanha
de lebre leporino teuto-inglesas
de lua lunar ou selênico américo- / Companhia américo-
América
africana
de madeira lígneo
belgo- / Acampamentos belgo-
de mestre magistral Bélgica
franceses
de ouro áureo China sino- / Acordos sino-japoneses
de paixão passional Espanha hispano- / Mercado hispano-português
de pâncreas pancreático Europa euro- / Negociações euro-americanas
de porco suíno ou porcino franco- ou galo- / Reuniões franco-
França
dos quadris ciático italianas
de rio fluvial Grécia greco- / Filmes greco-romanos
de sonho onírico Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
de velho senil Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
de vento eólico Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
de vidro vítreo ou hialino Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
de virilha inguinal
Flexão dos adjetivos
de visão óptico ou ótico
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo Gênero dos Adjetivos
correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas
da 5ª série. / O muro de tijolos caiu. Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
referem (masculino e feminino). De forma semelhante
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática): aos substantivos, classificam-se em:

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau
atuando como adjunto adnominal ou como predicativo e má.
(do sujeito ou do objeto). Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
feminino somente o último elemento: o moço norte-
Adjetivo Pátrio (ou gentílico) americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles: B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o
masculino como para o feminino: homem feliz e
Estados e cidades brasileiras: mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável
no feminino: conflito político-social e desavença político-
Alagoas alagoano social.
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense Número dos Adjetivos
Amazonas amazonense ou baré A) Plural dos adjetivos simples
Belo Horizonte belo-horizontino Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Brasília brasiliense
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
Cabo Frio cabo-friense ruins, boa e boas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Campinas campineiro ou campinense Caso o adjetivo seja uma palavra que também
exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja,
Adjetivo Pátrio Composto se a palavra que estiver qualificando um elemento for,
originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro primitiva. Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento,
erudita. Observe alguns exemplos: funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo:
camisas cinza, ternos cinza.

19
Motos vinho (mas: motos verdes) Observe que:
Paredes musgo (mas: paredes brancas). • As formas menor e pior são comparativos de
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). superioridade, pois equivalem a mais pequeno e
mais mau, respectivamente.
B) Adjetivo Composto • Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
É aquele formado por dois ou mais elementos. (melhor, pior, maior e menor), porém, em
Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. comparações feitas entre duas qualidades de um
Apenas o último elemento concorda com o substantivo mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas
a que se refere; os demais ficam na forma masculina, mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno.
singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo Por exemplo:
composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” elementos.
é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. duas qualidades de um mesmo elemento.
Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o Inferioridade
adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: Sou menos passivo (do) que tolerante.
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro. B) Superlativo
Olhos verde-claros. O superlativo expressa qualidades num grau muito
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Observação: B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer
qualidade de um ser é intensificada, sem relação com
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre
outros seres. Apresenta-se nas formas:
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste,
• Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
vestidos cor-de-rosa.
palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois
Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
elementos flexionados: crianças surdas-mudas.
• Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
Grau do Adjetivo

Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a Observe alguns superlativos sintéticos:


intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do
adjetivo: o comparativo e o superlativo. benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo
A) Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica comum comuníssimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais cruel crudelíssimo
características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo difícil dificílimo
pode ser de igualdade, de superioridade ou de
doce dulcíssimo
inferioridade.
fácil facílimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade fiel fidelíssimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
ou quão. de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
seres. Essa relação pode ser:
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de • De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
Superioridade todas.
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de todas.
Inferioridade
LÍNGUA PORTUGUESA

O superlativo absoluto analítico é expresso por meio


Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim.
antepostos ao adjetivo.
São eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas
superior, grande/maior, baixo/inferior.
formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo

20
ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato
constituída do radical do adjetivo português + o sufixo fala melhor que João.
-íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo B) Grau Superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os O superlativo pode ser analítico ou sintético:
terminados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio:
cheio – cheíssimo. Renato fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de modo
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. altíssimo.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Observação:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
Português: novas palavras: literatura, gramática, comuns na língua popular.
redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ Classificação dos Advérbios
secoes/morf/morf32.php>
De acordo com a circunstância que exprime, o
2. ADVÉRBIO advérbio pode ser de:
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
Compare estes exemplos: atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto,
O ônibus chegou. aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
O ônibus chegou ontem. nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém,
embaixo, externamente, a distância, à distância de,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de ao lado, em volta.
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
do próprio advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
(bem) constantemente, entrementes, imediatamente,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um primeiramente, provisoriamente, sucessivamente,
adjetivo (claros) às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
vez em quando, de quando em quando, a qualquer
Quando modifica um verbo, o advérbio pode momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
acrescentar ideia de: dia.
Tempo: Ela chegou tarde. C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior,
Lugar: Ele mora aqui. depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às
Modo: Eles agiram mal. claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Negação: Ela não saiu de casa. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
Dúvida: Talvez ele volte. geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”:
Flexão do Advérbio calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente,
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não escandalosamente, bondosamente, generosamente.
apresentam variação em gênero e número. Alguns D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,
advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe: efetivamente, certo, decididamente, deveras,
indubitavelmente.
A) Grau Comparativo E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
modo que o comparativo do adjetivo: F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente,
LÍNGUA PORTUGUESA

• de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por
Renato fala tão alto quanto João. certo, quem sabe.
• de inferioridade: menos + advérbio + que (do G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em
que): Renato fala menos alto do que João. excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
• de superioridade: quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato extremamente, intensamente, grandemente, bem
fala mais alto do que João. (quando aplicado a propriedades graduáveis).

21
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, Locução Adverbial
somente, simplesmente, só, unicamente. Por
exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das Quando há duas ou mais palavras que exercem
árvores. função de advérbio, temos a locução adverbial, que
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam
também. Por exemplo: O indivíduo também ordinariamente por uma preposição. Veja:
amadurece durante a adolescência. A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por para dentro, por aqui, etc.
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
aos meus amigos por comparecerem à festa. C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
em geral, frente a frente, etc.
Saiba que: D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se hoje em dia, nunca mais, etc.
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
tarde possível. o adjetivo e outro advérbio:
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, Chegou muito cedo. (advérbio)
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu Joana é muito bela. (adjetivo)
calma e respeitosamente. De repente correram para a rua. (verbo)

Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Há palavras como muito, bastante, que podem Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
aparecer como advérbio e como pronome indefinido. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
advérbio: Cheguei primeiro.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
adverbial desempenham na oração a função de adjunto
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstâncias que
acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio. Exemplo:
#FicaDica Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto
adverbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Como saber se a palavra bastante é Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de
advérbio (não varia, não se flexiona) ou intensidade e de tempo, respectivamente.
pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se
der, na frase, para substituir o “bastante” por REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“muito”, estamos diante de um advérbio; se CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
der para substituir por “muitos” (ou muitas), Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
é um pronome. Veja: – São Paulo: Saraiva, 2010.
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
(estudei muitos capítulos) = pronome Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indefinido
SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
Advérbios Interrogativos secoes/morf/morf75.php>

São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? 3. ARTIGO


por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
se como o termo variável que serve para individualizar ou
Interrogação Direta Interrogação Indireta generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
(masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as
LÍNGUA PORTUGUESA

Onde mora? Indaguei onde morava variações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns]).
Por que choras? Não sei por que choras
Aonde vai? Perguntei aonde ia A) Artigos definidos – São usados para indicar seres
Donde vens? Pergunto donde vens determinados, expressos de forma individual: O
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
Quando voltas? Pergunto quando voltas muito.

22
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
de modo vago, impreciso: Uma candidata foi Cochar - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform.
aprovada! Umas candidatas foram aprovadas! – São Paulo: Saraiva, 2010.

Circunstâncias em que os artigos se manifestam: SITE


Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois gramatica/artigo.htm>
do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal
conteúdo. 4. CONJUNÇÃO
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Além da preposição, há outra palavra também
Janeiro, Veneza, A Bahia... invariável que, na frase, é usada como elemento de
Quando indicado no singular, o artigo definido pode ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. duas palavras de mesma função em uma oração:
No caso de nomes próprios personativos, denotando O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso São Paulo.
do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
Pedro é o xodó da família.
No caso de os nomes próprios personativos estarem Morfossintaxe da Conjunção
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
os Incas, Os Astecas... As conjunções, a exemplo das preposições, não
exercem propriamente uma função sintática: são
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) conectivos.
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”. Classificação da Conjunção
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
(qualquer classe) conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse
facultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma de sentido que cada um dos elementos possui. Já no
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
ter é uns vinte anos. conjunção depende da existência do outro. Veja:
O artigo também é usado para substantivar palavras Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o Podemos separá-las por ponto:
porquê de tudo isso. / O bem vence o mal. Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
Há casos em que o artigo definido não pode ser Temos acima um exemplo de conjunção (e,
usado:
consequentemente, orações coordenadas) coordenativa
– “mas”. Já em:
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas
Espero que eu seja aprovada no concurso!
conhecidas: O professor visitará Roma.
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
presença do artigo será obrigatória: O professor visitará
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
a bela Roma.
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria temos uma oração subordinada substantiva objetiva
sairá agora? direta (ela exerce a função de objeto direto do verbo da
Exceção: O senhor vai à festa? oração principal).

Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Conjunções Coordenativas


Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o
candidato cuja nota foi a mais alta. São aquelas que ligam orações de sentido completo
e independente ou termos da oração que têm a mesma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS função gramatical. Subdividem-se em:
LÍNGUA PORTUGUESA

CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza


Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
– São Paulo: Saraiva, 2010. ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: não), não só... mas também, não só... como também,
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. bem como, não só... mas ainda.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa A sua pesquisa é clara e objetiva.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Não só dança, mas também canta.

23
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
expressando ideia de contraste ou compensação. ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda
no entanto, não obstante. que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. mais que, posto que, conquanto, etc.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
C) Alternativas: ligam orações ou palavras,
expressando ideia de alternância ou escolha, C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
indicando fatos que se realizam separadamente. a hipótese ou a condição para ocorrência da
São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se,
seja... seja, talvez... talvez. a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. Se precisar de minha ajuda, telefone-me.

D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração


que expressa ideia de conclusão ou consequência. #FicaDica
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
Você deve ter percebido que a conjunção
conseguinte, por isso, assim.
condicional “se” também é conjunção
Marta estava bem preparada para o teste, portanto
integrante. A diferença é clara ao ler as
não ficou nervosa.
orações que são introduzidas por ela. Acima,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
ela nos dá a ideia da condição para que
recebamos um telefonema (se for preciso
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração ajuda). Já na oração: Não sei se farei o
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São concurso. = Não há ideia de condição
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração
Não demore, que o filme já vai começar. principal (sei) pede complemento (objeto
Falei muito, pois não gosto do silêncio! direto, já que “quem não sabe, não sabe
algo”). Portanto, a oração em destaque
Conjunções Subordinativas exerce a função de objeto direto da oração
principal, sendo classificada como oração
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma subordinada substantiva objetiva direta.
delas dependente da outra. A oração dependente,
introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o
nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já D) Conformativas: introduzem uma oração que
tinha começado quando ela chegou. exprime a conformidade de um fato com outro.
O baile já tinha começado: oração principal São elas: conforme, como (= conforme), segundo,
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) consoante, etc.
ela chegou: oração subordinada O passeio ocorreu como havíamos planejado.

As conjunções subordinativas subdividem-se em E) Finais: introduzem uma oração que expressa


integrantes e adverbiais: a finalidade ou o objetivo com que se realiza a
oração principal. São elas: para que, a fim de que,
Integrantes - Indicam que a oração subordinada que, porque (= para que), que, etc.
por elas introduzida completa ou integra o sentido Toque o sinal para que todos entrem no salão.
da principal. Introduzem orações que equivalem
a substantivos, ou seja, as orações subordinadas F) Proporcionais: introduzem uma oração que
substantivas. São elas: que, se. expressa um fato relacionado proporcionalmente
Quero que você volte. (Quero sua volta) à ocorrência do expresso na principal. São elas: à
medida que, à proporção que, ao passo que e as
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada combinações quanto mais... (mais), quanto menos...
exerce a função de adjunto adverbial da principal. De (menos), quanto menos... (mais), quanto menos...
acordo com a circunstância que expressam, classificam- (menos), etc.
se em: O preço fica mais caro à medida que os produtos
escasseiam.
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da
LÍNGUA PORTUGUESA

ocorrência da oração principal. São elas: porque, Observação:


que, como (= porque, no início da frase), pois que, São incorretas as locuções proporcionais à medida
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde em que, na medida que e na medida em que.
que, etc.
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. G) Temporais: introduzem uma oração que
acrescenta uma circunstância de tempo ao fato
expresso na oração principal. São elas: quando,

24
enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as Psiu!
vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora contexto: alguém pronunciando esta expressão
que, mal (= assim que), etc. na rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
A briga começou assim que saímos da festa. chamando! Ei, espere!”

H) Comparativas: introduzem uma oração que Psiu!


expressa ideia de comparação com referência à contexto: alguém pronunciando em um hospital;
oração principal. São elas: como, assim como, tal significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto silêncio!”
quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem,
que (combinado com menos ou mais), etc. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. puxa: interjeição; tom da fala: euforia

I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, puxa: interjeição; tom da fala: decepção
de modo que, sem que (= que não), de forma que, de
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
jeito que, que (tendo como antecedente na oração
A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto,
alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito
tamanho), etc.
interessante!
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
exame.
minha frente.

FIQUE ATENTO! As interjeições podem ser formadas por:


• simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
Muitas conjunções não têm classificação
• palavras: Oba! Olá! Claro!
única, imutável, devendo, portanto, ser
• grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
classificadas de acordo com o sentido que
Deus! Ora bolas!
apresentam no contexto (destaque da Zê!).
Classificação das Interjeições
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Comumente, as interjeições expressam sentido de:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Atenção! Olha! Alerta!
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
– São Paulo: Saraiva, 2010. D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. Ânimo! Adiante!
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
SITE G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih!
secoes/morf/morf84.php> Francamente! Essa não! Chega! Basta!
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá!
5. INTERJEIÇÃO Queira Deus!
J) Desculpa: Perdão!
Interjeição é a palavra invariável que exprime K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
emoções, sensações, estados de espírito. É um recurso da L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
decorrente de uma situação particular, um momento ou Puxa! Pô! Ora!
um contexto específico. Exemplos: O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
LÍNGUA PORTUGUESA

Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Deus!


hum: expressão de um pensamento súbito = Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
interjeição R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!

O significado das interjeições está vinculado à maneira Saiba que:


como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto sofrem variação em gênero, número e grau como os
em que for utilizada. Exemplos: nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto

25
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem
algumas interjeições sofrem variação em grau. Não se a ideia expressa pelos números, existem mais algumas
trata de um processo natural desta classe de palavra, mas palavras consideradas numerais porque denotam
tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. quantidade, proporção ou ordenação. São alguns
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.

Locução Interjetiva Classificação dos Numerais

Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma A) Cardinais: indicam quantidade exata ou
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem determinada de seres: um, dois, cem mil, etc.
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Alguns cardinais têm sentido coletivo, como por
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exemplo: século, par, dúzia, década, bimestre.
exclamativo torna-se uma locução interjetiva, B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
dispensando análise dos termos que a compõem: ou alguma coisa ocupa numa determinada
Macacos me mordam!, Valha-me Deus!, Quem me dera! sequência: primeiro, segundo, centésimo, etc.
1. As interjeições são como frases resumidas,
sintéticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
por essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) final e penúltimo também indicam posição dos seres,
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição mas são classificadas como adjetivos, não ordinais.
é o seu tom exclamativo; por isso, palavras de
outras classes gramaticais podem aparecer como C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
interjeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
Fora! Francamente! (Advérbios) quintos, etc.
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra- D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
frase” porque sozinha pode constituir uma dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
mensagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Silêncio! Fique quieto!
Flexão dos numerais
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou
imitativas, que exprimem ruídos e vozes. Por
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
exemplo: Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba!
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo
quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
«ó» com a sua homônima «oh!», que exprime
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa
cardinais são invariáveis.
depois do «oh!» exclamativo e não a fazemos
depois do «ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! Os numerais ordinais variam em gênero e número:
ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS primeiro segundo milésimo


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa primeira segunda milésima
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
primeiros segundos milésimos
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa
- Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática primeiras segundas milésimas
– volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
SITE atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ esforço e conseguiram o triplo de produção.
secoes/morf/morf89.php> Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
6. NUMERAL triplas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
Numeral é a palavra variável que indica quantidade número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de duas terças partes.
pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
determinada sequência. dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os numerais traduzem, em palavras, o que os É comum na linguagem coloquial a indicação de grau


números indicam em relação aos seres. Assim, quando a nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se de sentido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
trata de numerais, mas sim de algarismos.
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
segunda divisão de futebol)

26
Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma de
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço correspondente a um
ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua
utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


Um Primeiro -
Dois Segundo Dobro, Duplo Meio
Três Terceiro Triplo, Tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
LÍNGUA PORTUGUESA

Cinco Quinto Quíntuplo Quinto


Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
Nove Nono Nônuplo Nono
Dez Décimo Décuplo Décimo

27
Onze Décimo Primeiro - Onze Avos
Doze Décimo Segundo - Doze Avos
Treze Décimo Terceiro - Treze Avos
Catorze Décimo Quarto - Catorze Avos
Quinze Décimo Quinto - Quinze Avos
Dezesseis Décimo Sexto - Dezesseis Avos
Dezessete Décimo Sétimo - Dezessete Avos
Dezoito Décimo Oitavo - Dezoito Avos
Dezenove Décimo Nono - Dezenove Avos
Vinte Vigésimo - Vinte Avos
Trinta Trigésimo - Trinta Avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta Avos
Cinqüenta Quinquagésimo - Cinquenta Avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta Avos
Setenta Septuagésimo - Setenta Avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta Avos
Noventa Nonagésimo - Noventa Avos
Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo
Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo
Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo
Setecentos Septingentésimo Septingentésimo
Oitocentos Octingentésimo Octingentésimo
Nongentésimo ou
Novecentos Nongentésimo
Noningentésimo
Mil Milésimo Milésimo
Milhão Milionésimo Milionésimo
Milhão Bilionésimo Bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php>

7. PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece,
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
LÍNGUA PORTUGUESA

na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a
compreensão do texto.

Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.

28
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes Matéria = copo de cristal.
gramaticais que podem atuar como preposições, Meio = passeio de barco.
ou seja, formadas por uma derivação imprópria: Origem = Nós somos do Nordeste.
como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, Conteúdo = frascos de perfume.
segundo, senão, visto. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
valendo como uma preposição, sendo que a última
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, prepositiva por trás de.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por
cima de, por trás de. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
a = pela. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Essa concordância não é característica da preposição, AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
mas das palavras às quais ela se une. literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
Esse processo de junção de uma preposição com
outra palavra pode se dar a partir dos processos de: SITE
• Combinação: união da preposição “a” com o artigo Disponível em: <http://www.infoescola.com/
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. portugues/preposicao/>
Os vocábulos não sofrem alteração.
• Contração: união de uma preposição com outra pa-
8. PRONOME
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fone-
Pronome é a palavra variável que substitui ou
ma: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, de
acompanha um substantivo (nome), qualificando-o de
+ aquele = daquele, em + isso = nisso.
alguma forma.
• Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi-
O homem julga que é superior à natureza, por isso o
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal
homem destrói a natureza...
do pronome “aquilo”).
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é
superior à natureza, por isso ele a destrói...
O “a” pode funcionar como preposição, pronome Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” termos (homem e natureza).
seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
para determiná-lo como um substantivo singular e Grande parte dos pronomes não possuem significados
feminino: A matéria que estudei é fácil! fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois a referência exata daquilo que está sendo colocado
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com
Irei à festa sozinha. exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é demais pronomes têm por função principal apontar para
artigo; o segundo, preposição. as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-
lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o dessa característica, os pronomes apresentam uma forma
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a específica para cada pessoa do discurso.
apostila. = Nós a trouxemos. Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
por meio das preposições: [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
fala]
Destino = Irei a Salvador. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Modo = Saiu aos prantos. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Lugar = Sempre a seu lado. se fala]
LÍNGUA PORTUGUESA

Assunto = Falemos sobre futebol.


Tempo = Chegarei em instantes. Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Causa = Chorei de saudade. variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em
Fim ou finalidade = Vim para ficar. número (singular ou plural). Assim, espera-se que a
Instrumento = Escreveu a lápis. referência através do pronome seja coerente em termos
Posse = Vi as roupas da mamãe. de gênero e número (fenômeno da concordância) com
Autoria = livro de Machado de Assis o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente
Companhia = Estarei com ele amanhã. no enunciado.

29
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da Observação:
nossa escola neste ano. O pronome oblíquo é uma forma variante do
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica
adequada] a função diversa que eles desempenham na oração:
[neste: pronome que determina “ano” = concordância pronome reto marca o sujeito da oração; pronome
adequada] oblíquo marca o complemento da oração. Os pronomes
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação
concordância inadequada] tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.

Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, B.1 Pronome Oblíquo Átono
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. São chamados átonos os pronomes oblíquos que
não são precedidos de preposição. Possuem acentuação
Pronomes Pessoais tônica fraca: Ele me deu um presente.
Lista dos pronomes oblíquos átonos
São aqueles que substituem os substantivos, 1.ª pessoa do singular (eu): me
indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala 2.ª pessoa do singular (tu): te
ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a 1.ª pessoa do plural (nós): nos
quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer 2.ª pessoa do plural (vós): vos
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala. 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Os pronomes pessoais variam de acordo com as
funções que exercem nas orações, podendo ser do caso
reto ou do caso oblíquo. FIQUE ATENTO!
Os pronomes o, os, a, as assumem formas
A) Pronome Reto especiais depois de certas terminações
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na verbais:
sentença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
flores. 1. Quando o verbo termina em -z, -s ou
Os pronomes retos apresentam flexão de número, -r, o pronome assume a forma lo, los, la
gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa ou las, ao mesmo tempo que a terminação
última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do verbal é suprimida. Por exemplo:
discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é fiz + o = fi-lo
assim configurado: fazeis + o = fazei-lo
1.ª pessoa do singular: eu dizer + a = dizê-la
2.ª pessoa do singular: tu
3.ª pessoa do singular: ele, ela 2. Quando o verbo termina em som nasal,
1.ª pessoa do plural: nós o pronome assume as formas no, nos, na,
2.ª pessoa do plural: vós nas. Por exemplo:
3.ª pessoa do plural: eles, elas viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
Esses pronomes não costumam ser usados como retém + a: retém-na
complementos verbais na língua-padrão. Frases como tem + as = tem-nas
“Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem
ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na B.2 Pronome Oblíquo Tônico
língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, precedidos por preposições, em geral as preposições a,
“Trouxeram-me até aqui”. para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos
exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem
Frequentemente observamos a omissão do pronome acentuação tônica forte.
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias Lista dos pronomes oblíquos tônicos:
formas verbais marcam, através de suas desinências, as 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
boa viagem. (Nós) 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Pronome Oblíquo 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco


Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas
sentença, exerce a função de complemento verbal
(objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. Observe que as únicas formas próprias do pronome
(objeto indireto) tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa
(ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do
caso reto.

30
As preposições essenciais introduzem sempre 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o
uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados
desta forma: #FicaDica
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. O pronome é reflexivo quando se refere
Não há nenhuma acusação contra mim. à mesma pessoa do pronome subjetivo
Não vá sem mim. (sujeito): Eu me arrumei e saí.
É pronome recíproco quando indica
Há construções em que a preposição, apesar de reciprocidade de ação: Nós nos amamos. /
surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir Olhamo-nos calados.
uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, O “se” pode ser usado como palavra
o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um expletiva ou partícula de realce, sem ser
pronome, deverá ser do caso reto. rigorosamente necessária e sem função
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. sintática: Os exploradores riam-se de suas
Não vá sem eu mandar. tentativas. / Será que eles se foram?

A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”


está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”. C) Pronomes de Tratamento
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil São pronomes utilizados no tratamento formal,
para mim! cerimonioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na
A combinação da preposição “com” e alguns terceira pessoa. Alguns exemplos:
pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
consigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
tônicos frequentemente exercem a função de adjunto
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e
adverbial de companhia: Ele carregava o documento
religiosos em geral
consigo.
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores,
A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
professores de curso superior, ministros de Estado
Ela veio até mim, mas nada falou.
e de Tribunais, governadores, secretários de Estado,
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na presidente da República (sempre por extenso)
prova, até eu! (= inclusive eu) Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de
universidades
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários
próprios, todos, ambos ou algum numeral. de igual categoria
Você terá de viajar com nós todos. Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes
Estávamos com vós outros quando chegaram as más de direito
notícias. Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
Ele disse que iria com nós três. cerimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
B.3 Pronome Reflexivo
São pronomes pessoais oblíquos que, embora Também são pronomes de tratamento o senhor,
funcionem como objetos direto ou indireto, referem- a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora”
se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e são empregados no tratamento cerimonioso; “você”
recebe a ação expressa pelo verbo. e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são
largamente empregados no português do Brasil; em
Lista dos pronomes reflexivos: algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em
1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
lembro disso. à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
Observações:
LÍNGUA PORTUGUESA

3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo =


Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente. 1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes
Antônio conversou consigo mesmo. de tratamento que possuem “Vossa(s)” são
empregados em relação à pessoa com quem
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio. falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes compareça a este encontro.
com esta conquista.

31
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito Note que:
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
que Sua Excelência, o Senhor Presidente da a que se refere; o gênero e o número concordam com o
República, agiu com propriedade. objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
naquele momento difícil.
3. Os pronomes de tratamento representam uma
forma indireta de nos dirigirmos aos nossos Observações:
interlocutores. Ao tratarmos um deputado por
Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar
endereçando à excelência que esse deputado da alteração fonética da palavra senhor: Muito
supostamente tem para poder ocupar o cargo que obrigado, seu José.
ocupa.
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à posse. Podem ter outros empregos, como:
2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
possessivos e os pronomes oblíquos empregados anos.
em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa. C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem
reconhecidos. 3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos Excelência trouxe sua mensagem?
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida 4. Referindo-se a mais de um substantivo, o
inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe-
a chamar alguém de “você”, não poderemos usar me seus livros e anotações.
“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na
terceira pessoa. 5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
teus cabelos. (errado)
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu,
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos próprio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-
seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular lo, para que não ocorra redundância: Coloque tudo
nos respectivos lugares.
ou
Pronomes Demonstrativos
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular São utilizados para explicitar a posição de certa
palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação
Pronomes Possessivos pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical A) Em relação ao espaço:


(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
(coisa possuída). pessoa que fala:
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do Este material é meu.
singular)
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da
Número Pessoa Pronome pessoa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?
Singular Primeira Meu(s), minha(s)
Singular Segunda Teu(s), tua(s) Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com
Singular Terceira Seu(s), sua(s)
quem se fala:
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural Primeira Nosso(s), nossa(s) Aquele material não é nosso.


Plural Segunda Vosso(s), vossa(s) Vejam aquele prédio!
Plural Terceira Seu(s), sua(s)
B) Em relação ao tempo:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
relação à pessoa que fala:
Esta manhã farei a prova do concurso!

32
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, • tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
porém relativamente próximo à época em que se situa
a pessoa que fala: 1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
(ou então: este solteiro, aquele casado) - este se
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um refere à pessoa mencionada em último lugar;
afastamento no tempo, referido de modo vago ou como aquele, à mencionada em primeiro lugar.
tempo remoto: 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Naquele tempo, os professores eram valorizados. irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de,
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará em com pronome demonstrativo: àquele, àquela,
ou escreverá): deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer que estava vendo. (no = naquilo)
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se
falará: Pronomes Indefinidos
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática,
ortografia, concordância. São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso,
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende quantidade indeterminada.
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou: Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais plantadas.
desejamos!
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
Este e aquele são empregados quando se quer fazer de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser
termo referido em primeiro lugar e este para o referido humano que seguramente existe, mas cuja identidade é
por último: desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:

Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o


Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
[São Paulo], aquele [Palmeiras]) na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano,
ou beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Quem avisa amigo é.
Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este
[São Paulo], aquele [Palmeiras]) B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
invariáveis, observe: certa(s).
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), Cada povo tem seus costumes.
aquela(s). Certas pessoas exercem várias profissões.
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Note que:
Também aparecem como pronomes demonstrativos: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
• o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito,
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum,
aquilo. nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s),
indiquei.) vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
• mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): Alguns se contentam pouco.
variam em gênero quando têm caráter reforçativo:
LÍNGUA PORTUGUESA

Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em
Eu mesma refiz os exercícios. variáveis e invariáveis. Observe:
Elas mesmas fizeram isso. • Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco,
Eles próprios cozinharam. vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda,
Os próprios alunos resolveram o problema. muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer,
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos,
• semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas,
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.

33
• Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, (que podem ter várias classificações) são pronomes
algo, cada. relativos. Todos eles são usados com referência à
pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo determinadas preposições: Regressando de São Paulo,
querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado.
cujo plural é feito em seu interior). O uso de “que”, neste caso, geraria ambiguidade. Veja:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que
Todo e toda no singular e junto de artigo significa me deixou encantado (quem me deixou encantado: o
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: sítio ou minha tia?).
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) utiliza-se o qual / a qual)
Trabalho todo dia. (= todos os dias) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda
(que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o
qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma consequente (o ser possuído, com o qual concorda
ou outra, etc. em gênero e número); não se usa artigo depois deste
Cada um escolheu o vinho desejado. pronome; “cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais,
das quais.
Pronomes Relativos
São aqueles que representam nomes já mencionados Existem pessoas cujas ações são nobres.
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem (antecedente) (consequente)
as orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do
um grupo racial sobre outros. pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui!
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre (referiu-se a)
outros = oração subordinada adjetiva).
“Quanto” é pronome relativo quando tem por
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações)
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra e tudo:
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o Emprestei tantos quantos foram necessários.
pronome demonstrativo o, a, os, as. (antecedente)
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem Ele fez tudo quanto havia falado.
expresso. (antecedente)
Quem casa, quer casa.
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
Observe: precedido de preposição.
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os É um professor a quem muito devemos.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (preposição)
quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de
Note que: lugar: A casa onde morava foi assaltada.
O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando ou em que: Sinto saudades da época em que (quando)
seu antecedente for um substantivo. morávamos no exterior.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
a qual) palavras:
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
LÍNGUA PORTUGUESA

quais) • como (= pelo qual) – desde que precedida das


As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= palavras modo, maneira ou forma:
as quais) Não me parece correto o modo como você agiu semana
passada.
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente • quando (= em que) – desde que tenha como
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” antecedente um nome que dê ideia de tempo:

34
Bons eram os tempos quando podíamos jogar SITE
videogame. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/morf/morf42.php>
Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase. Colocação Pronominal
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste
esporte. Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. pronomes oblíquos átonos na frase.

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de #FicaDica
gente que conversava, (que) ria, observava.
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a
Pronomes Interrogativos função de complemento verbal (objeto). Por
São usados na formulação de perguntas, sejam isso, memorize:
elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes OBlíquo = OBjeto!
indefinidos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo
impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual
(e variações), quanto (e variações). Embora na linguagem falada a colocação dos
Com quem andas? pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas
Qual seu nome? normas devem ser observadas na linguagem escrita.
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem A próclise é usada:
função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso
oblíquo quando desempenha função de complemento. • Quando o verbo estiver precedido de palavras que
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
lhe ajudar. jamais, etc.: Não se desespere!
B) Advérbios: Agora se negam a depor.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” C) Conjunções subordinativas: Espero que me
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao expliquem tudo!
caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. esforçou.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta oportunidade.
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
• Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou lhe disse isso?
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, • Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
diferentemente dos segundos, que são sempre se ofendem!
precedidos de preposição. • Orações que exprimem desejo (orações optativas):
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o Que Deus o ajude.
que eu estava fazendo. • A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o
mim o que eu estava fazendo. material amanhã. / Tu sabes cantar?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa verbo. A mesóclise é usada:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Quando o verbo estiver no futuro do presente ou
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. futuro do pretérito, contanto que esses verbos não
– São Paulo: Saraiva, 2010. estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.
LÍNGUA PORTUGUESA

AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. evento em prol da paz no mundo.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Repare que o pronome está “no meio” do verbo
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta
São Paulo: Saraiva, 2002. prevaleceria. Veja: Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.

35
(com presença de palavra que justifique o uso de
próclise: Não fossem os meus compromissos, EU te #FicaDica
acompanharia nessa viagem).
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que
significa “antes”! Pronome antes do verbo!
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/
A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
(end, em Inglês – que significa “fim, final!).
forem possíveis:
Pronome depois do verbo!
• Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
verbo
• Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
era minha intenção machucá-la.
• Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
inicia período com pronome oblíquo). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Vou-me embora agora mesmo. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Levanto-me às 6h. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
• Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo Cochar - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
no concurso, mudo-me hoje mesmo! – São Paulo: Saraiva, 2010.
• Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
proposta fazendo-se de desentendida. SITE
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/
Colocação pronominal nas locuções verbais gramatica/colocacao-pronominal-.html>

• Após verbo no particípio = pronome depois do 9. SUBSTANTIVO


verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Tenho me deliciado com a leitura! Substantivo é a classe gramatical de palavras
Eu tenho me deliciado com a leitura! variáveis, as quais denominam todos os seres que existem,
Eu me tenho deliciado com a leitura! sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
fenômenos, os substantivos também nomeiam:
• lugares: Alemanha, Portugal
• Não convém usar hífen nos tempos compostos e
• sentimentos: amor, saudade
nas locuções verbais:
• estados: alegria, tristeza
Vamos nos unir!
• qualidades: honestidade, sinceridade
Iremos nos manifestar.
• ações: corrida, pescaria
• Quando há um fator para próclise nos tempos
Morfossintaxe do substantivo
compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
preocupar”). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto
ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
Emprego de o, a, os, as funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto
• Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
pronomes: o, a, os, as não se alteram. substantivos como núcleos de adjuntos adnominais
Chame-o agora. e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são
Deixei-a mais tranquila. desempenhadas por grupos de palavras.

• Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes Classificação dos Substantivos


finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. A) Substantivos Comuns e Próprios
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
• Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, Observe a definição:
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
no, na, nos, nas. Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
Chamem-no agora.
LÍNGUA PORTUGUESA

casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,


Põe-na sobre a mesa. toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
cidade (em oposição aos bairros).

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas


casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será
chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um
substantivo comum.

36
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de arquipélago ilhas
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
homem, mulher, país, cachorro. banda músicos
Estamos voando para Barcelona. desordeiros ou
bando
malfeitores
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
banca examinadores
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de batalhão soldados
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. cardume peixes
B) Substantivos Concretos e Abstratos caravana viajantes peregrinos
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa cacho frutas
o ser que existe, independentemente de outros
cancioneiro canções, poesias líricas
seres.
colmeia abelhas
Observação: concílio bispos
Os substantivos concretos designam seres do mundo
real e do mundo imaginário. congresso parlamentares, cientistas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, atores de uma peça ou
elenco
Brasília. filme
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, esquadra navios de guerra
fantasma.
enxoval roupas
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres falange soldados, anjos
que dependem de outros para se manifestarem ou
fauna animais de uma região
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si
só, não pode ser observada. Só podemos observar feixe lenha, capim
a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A flora vegetais de uma região
beleza depende de outro ser para se manifestar.
frota navios mercantes, ônibus
Portanto, a palavra beleza é um substantivo
abstrato. girândola fogos de artifício
Os substantivos abstratos designam estados, horda bandidos, invasores
qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais
podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: médicos, bois, credores,
junta
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade examinadores
(sentimento). júri jurados
legião soldados, anjos, demônios
• Substantivos Coletivos
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, leva presos, recrutas
outra abelha, mais outra abelha. malfeitores ou
malta
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. desordeiros
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. manada búfalos, bois, elefantes,
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi matilha cães de raça
necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra molho chaves, verduras
abelha, mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram- multidão pessoas em geral
se duas palavras no plural. No terceiro, empregou-se
um substantivo no singular (enxame) para designar um insetos (gafanhotos,
nuvem
conjunto de seres da mesma espécie (abelhas). mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de
seres da mesma espécie. quadrilha ladrões, bandidos
ramalhete flores
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas


assembleia pessoas reunidas peças teatrais, obras
repertório
alcateia lobos musicais
acervo livros réstia alhos ou cebolas
trechos literários romanceiro poesias narrativas
antologia
selecionados revoada pássaros

37
sínodo párocos Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes

talha lenha 1. Substantivos Biformes (= duas formas):


tropa muares, soldados apresentam uma forma para cada gênero: gato –
gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito -
turma estudantes, trabalhadores
prefeita
vara porcos 2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
forma, que serve tanto para o masculino quanto
Formação dos Substantivos para o feminino. Classificam-se em:

A) Substantivos Simples e Compostos A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo


Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a se faz mediante a utilização das palavras “macho”
terra. e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
O substantivo chuva é formado por um único macho e o jacaré fêmea.
elemento ou radical. É um substantivo simples. B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
a pessoas de ambos os sexos: a criança, a
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo,
único elemento. o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
composto. a artista.

A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por Substantivos de origem grega terminados em ema
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija- ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
flor, passatempo. sintoma, o teorema.

B) Substantivos Primitivos e Derivados • Existem certos substantivos que, variando de gênero,


B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva variam em seu significado:
de nenhuma outra palavra da própria língua o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
portuguesa. O substantivo limoeiro, por exemplo, é (líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro)
derivado, pois se originou a partir da palavra limão. e a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina (cabeleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de
de outra palavra. aumento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética;
conclusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
Flexão dos substantivos
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
O substantivo é uma classe variável. A palavra é
variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino,
Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
por exemplo, pode sofrer variações para indicar:
- aluna.
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:
• Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
meninão / Diminutivo: menininho ao masculino: freguês - freguesa
• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
A) Flexão de Gênero de três formas:
Gênero é um princípio puramente linguístico, não 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
devendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
respeito a todos os substantivos de nossa língua, quer se 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
refiram a seres animais providos de sexo, quer designem Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
apenas “coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa. sultana
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos • Substantivos terminados em -or:
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
estes títulos de filmes: troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
O velho e o mar
Um Natal inesquecível
LÍNGUA PORTUGUESA

• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:


Os reis da praia cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta
- poetisa / duque - duquesa / conde - condessa /
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: • Substantivos que formam o feminino trocando o -e
A história sem fim final por -a: elefante - elefanta
Uma cidade sem passado • Substantivos que têm radicais diferentes no
As tartarugas ninjas masculino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

38
• Substantivos que formam o feminino de maneira Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras (pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
anteriores: czar – czarina, réu - ré maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
proclama, o pernoite, o púbis.
Formação do Feminino dos Substantivos
Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
Epicenos: libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
São geralmente masculinos os substantivos de origem
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma,
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
forma para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o
para designar os dois sexos. Esses substantivos são tracoma, o hematoma.
chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
palavras macho e fêmea. Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções,
A cobra macho picou o marinheiro. nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. /
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma
Londres imensa e triste.
Sobrecomuns: Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Entregue as crianças à natureza.
Gênero e Significação
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse Muitos substantivos têm uma significação no
caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem masculino e outra no feminino. Observe:
identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
A criança chorona chamava-se João. movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
A criança chorona chamava-se Maria. frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão),
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
Outros substantivos sobrecomuns: proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma
boa criatura. (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta),
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro),
Marcela faleceu a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
Comuns de Dois Gêneros: a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. na administração da crisma e de outros sacramentos),
a crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco),
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? a cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma estepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. guia outras), a guia (documento, pena grande das asas
A distinção de gênero pode ser feita através da das aves), o grama (unidade de peso), a grama (relva),
análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor
substantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons
repórter francês - repórter francesa costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
A palavra personagem é usada indistintamente a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o
nos dois gêneros. Entre os escritores modernos nota- pala (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe,
se acentuada preferência pelo masculino: O menino anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora),
descobriu nas nuvens os personagens dos contos de o voga (remador), a voga (moda).
carochinha.
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino:
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Flexão de Número do Substantivo


O problema está nas mulheres de mais idade, que não Em português, há dois números gramaticais: o
aceitam a personagem. singular, que indica um ser ou um grupo de seres, e o
plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo característica do plural é o “s” final.
fotográfico Ana Belmonte.

39
Plural dos Substantivos Simples O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). A) Flexionam-se os dois elementos, quando
Exceção: cânon - cânones. formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-
em “ns”: homem - homens. perfeitos
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
Atenção:
O plural de caráter é caracteres. B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
quando formados de:
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, alto-falantes
cônsul e cônsules. palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de recos
duas maneiras:
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-
Observação: de-colônia e águas-de-colônia
A palavra réptil pode formar seu plural de duas substantivo + preposição oculta + substantivo =
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). cavalo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou
duas maneiras: o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses peixe-espada - peixes-espada.
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam
invariáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
de três maneiras.
saca-rolhas
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos Casos Especiais

Observação: o louva-a-deus e os louva-a-deus


Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam o bem-te-vi e os bem-te-vis
dois – e até três – plurais:
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião – o bem-me-quer e os bem-me-queres
anciões/anciães/anciãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.
charlatão – charlatões/charlatães corrimão –
corrimãos/corrimões Plural das Palavras Substantivadas
guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/
vilões/vilães As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: no plural, as flexões próprias dos substantivos.
o látex - os látex. Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
Plural dos Substantivos Compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
LÍNGUA PORTUGUESA

A formação do plural dos substantivos compostos Observação:


depende da forma como são grafados, do tipo de Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
palavras que formam o composto e da relação que não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos
estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem seis e alguns dez.
hífen comportam-se como os substantivos simples:
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/
pontapés, malmequer/malmequeres.

40
Plural dos Diminutivos Fosso Fossos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” Imposto Impostos
final e acrescenta-se o sufixo diminutivo. Olho Olhos
Osso (ô) Ossos (ó)
pãe(s) + zinhos = pãezinhos Ovo Ovos
animai(s) + zinhos = animaizinhos Poço Poços
botõe(s) + zinhos = botõezinhos Porto Portos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos Posto Postos
farói(s) + zinhos = faroizinhos Tijolo Tijolos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços,
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros,
flore(s) + zinhas = florezinhas
etc.
mão(s) + zinhas = mãozinhas
papéi(s) + zinhos = papeizinhos Observação:
Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
molho (ó) = feixe (molho de lenha).
funi(s) + zinhos = funizinhos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
pai(s) + zinhos = paizinhos
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
pé(s) + zinhos = pezinhos as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pé(s) + zitos = pezitos Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
Plural dos Nomes Próprios Personativos bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas com sentido de plural: Aqui morreu muito negro.
sempre que a terminação preste-se à flexão. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
Os Napoleões também são derrotados. improvisadas.
As Raquéis e Esteres.
C) Flexão de Grau do Substantivo
Plural dos Substantivos Estrangeiros Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
as variações de tamanho dos seres.
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” Classifica-se em:
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os 1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho
shorts, os jazz. considerado normal. Por exemplo: casa
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os do ser. Classifica-se em:
chopes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os
garçons, os réquiens. Analítico = o substantivo é acompanhado de um
Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
joga. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. indicador de aumento. Por exemplo: casarão.

Plural com Mudança de Timbre 3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho


do ser. Pode ser:
Certos substantivos formam o plural com mudança Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
LÍNGUA PORTUGUESA

indicador de diminuição. Por exemplo: casinha.


Singular Plural
Corpo (ô) Corpos (ó) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Esforço Esforços Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Fogo Fogos CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Forno Fornos Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.

41
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, amo, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – (fora do radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
São Paulo: Saraiva, 2002.
Classificação dos Verbos
SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ Classificam-se em:
secoes/morf/morf12.php>
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radical
10. VERBO inalterado durante a conjugação e desinências
idênticas às de todos os verbos regulares da
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número, mesma conjugação. Por exemplo: comparemos os
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o verbos “cantar” e “falar”, conjugados no presente
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo do Modo Indicativo:
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno Canto Falo
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
Cantas Falas
Estrutura das Formas Verbais Canta Falas
Cantamos Falamos
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
Cantais Falais
os seguintes elementos:

A) Radical: é a parte invariável, que expressa o


#FicaDica
significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei;
fal-ava; fal-am. (radical fal-) Observe que, retirando os radicais, as
desinências modo-temporal e número-
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por com outro verbo e perceberá que se repetirá
exemplo: fala-r. São três as conjugações: o fato (desde que o verbo seja da primeira
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática conjugação e regular!). Faça com o verbo
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir). “andar”, por exemplo. Substitua o radical
“cant” e coloque o “and” (radical do verbo
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que andar). Viu? Fácil!
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca
alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz,
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que farei, fizesse.
designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o
número (singular ou plural): Observação:
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
(indica a 3.ª pessoa do plural.) para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais
alterações não caracterizam irregularidade, porque o
FIQUE ATENTO! fonema permanece inalterado.
O verbo pôr, assim como seus derivados
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª C) Defectivos: são aqueles que não apresentam
conjugação, pois a forma arcaica do verbo conjugação completa. Os principais são adequar,
pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver precaver, computar, reaver, abolir, falir.
desaparecido do infinitivo, revela-se em D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito
algumas formas do verbo: põe, pões, e, normalmente, são usados na terceira pessoa do
põem, etc. singular. Os principais verbos impessoais são:
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer,


Formas Rizotônicas e Arrizotônicas realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Existiam)
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas o Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)

42
2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo) Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
Faz invernos rigorosos na Europa. vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia. F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou
mais formas equivalentes, geralmente no particípio,
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da em que, além das formas regulares terminadas em
natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, (particípio irregular).
se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado
“amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular
impessoal, empregado em sentido figurado, deixa é empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser,
de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá ficar e estar. Observe:
conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu) Particípio Particípio
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Infinitivo
Regular Irregular
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Aceitar Aceitado Aceito
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando Acender Acendido Aceso
tempo: Já passa das seis.
Anexar Anexado Anexo
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição Benzer Benzido Bento
“de”, indicando suficiência: Corrigir Corrigido Correto
Basta de tolices.
Dispersar Dispersado Disperso
Chega de promessas.
Eleger Elegido Eleito
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Envolver Envolvido Envolto
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
referência a sujeito expresso anteriormente (por Imprimir Imprimido Impresso
exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, Inserir Inserido Inserto
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, Limpar Limpado Limpo
tais verbos, pessoais.
Matar Matado Morto
7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente Misturar Misturado Misto
de “ser possível”. Por exemplo: Morrer Morrido Morto
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila? Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, Romper Rompido Roto
conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do
singular e do plural. São unipessoais os verbos Soltar Soltado Solto
constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os Suspender Suspendido Suspenso
que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
Tingir Tingido Tinto
miar, latir, piar).
Vagar Vagado Vago
Os verbos unipessoais podem ser usados como
verbos pessoais na linguagem figurada: Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o
Teu irmão amadureceu bastante. particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
O que é que aquela garota está cacarejando? dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

Principais verbos unipessoais: G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um


radical em sua conjugação. Existem apenas dois:
• Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (sou, sois, fui) e ir (fui, ia, vades).
ser (preciso, necessário):
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação
dos tempos compostos e das locuções verbais.
LÍNGUA PORTUGUESA

bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover) O verbo principal (aquele que exprime a
É preciso que chova. (Sujeito: que chova) ideia fundamental, mais importante), quando
acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa
• Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou
seguidos da conjunção que. particípio.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
à Europa)

43
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Pret. mais-que- Fut. do


Presente Pret. Perfeito Pret. Imp. Fut.do Pres.
perf. Pretérito
Sou Fui Era Fora Serei Seria
És Foste Eras Foras Serás Serias
É Foi Era Fora Será Seria
Somos Fomos Éramos Fôramos Seremos Seríamos
Sois Fostes Éreis Fôreis Sereis Seríeis
São Foram Eram Foram Serão Seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
LÍNGUA PORTUGUESA

seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

44
ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres Fut.do Preté
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR Modo Subjuntivo – Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
LÍNGUA PORTUGUESA

hajas houvesses houveres há hajas


haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

45
HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a
reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem

• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com
LÍNGUA PORTUGUESA

os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.

46
Há verbos que também são acompanhados Quando o gerúndio é vício de linguagem
de pronomes oblíquos átonos, mas que não são (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do
essencialmente pronominais - são os verbos reflexivos. gerúndio:
Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se 1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem futebol.
funções sintáticas. Por exemplo: 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no
Modos Verbais momento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que
a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas futuro em andamento, exigindo, no caso, a construção
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. “verificarei” ou “vou verificar”.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu C) Particípio: quando não é empregado na formação
estudo para o concurso. dos tempos compostos, o particípio indica,
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: geralmente, o resultado de uma ação terminada,
Talvez eu estude amanhã. flexionando-se em gênero, número e grau. Por
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: exemplo: Terminados os exames, os candidatos
Estude, colega! saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem
Formas Nominais nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda pela turma.
formas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e
função de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta) (Ziraldo)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Tempos Verbais
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por Tomando-se como referência o momento em que
exemplo: se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em
É preciso ler este livro. diversos tempos.
Era preciso ter lido este livro.
A) Tempos do Modo Indicativo
A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do colégio.
singular, não apresenta desinências, assumindo a Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona- num momento anterior ao atual, mas que não foi
se da seguinte maneira: completamente terminado: Ele estudava as lições quando
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu) foi interrompido.
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós) Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós) num momento anterior ao atual e que foi totalmente
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles) terminado: Ele estudou as lições ontem à noite.
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato
ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara
B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
adjetivo ou advérbio. Por exemplo: Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
LÍNGUA PORTUGUESA

Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
advérbio) atual: Ele estudará as lições amanhã.
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo) Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado:
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação Se ele pudesse, estudaria um pouco mais.
em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

47
B) Tempos do Modo Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
No próximo final de semana, faço a prova!
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

3.ª conjugação
1.ª conjugação 2.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S


cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

48
Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

Desinên. Pessoal Des. tem


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.poral
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS


cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

49
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Imperativo Presente do


Indicativo Afirmativo Subjuntivo
Eu canto - Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
LÍNGUA PORTUGUESA

Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

50
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo
Que eu cante -
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

• O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

• O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras: literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as
vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:


O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

51
Observação:
#FicaDica O agente não costuma vir expresso na voz passiva
sintética.
Não confundir o emprego reflexivo do verbo
com a noção de reciprocidade:
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase.

Formação da Voz Passiva O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)


Sujeito da Ativa objeto Direto
A voz passiva pode ser formada por dois processos:
analítico e sintético. A apostila foi comprada pelo concurseiro.
(Voz Passiva)
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte Sujeito da Passiva Agente da Passiva
maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
exemplo: o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
os alunos pintarão a escola) tempo.
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) Os mestres têm constantemente aconselhado os
alunos.
Observações: Os alunos têm sido constantemente aconselhados
pelos mestres.
• O agente da passiva geralmente é acompanhado Eu o acompanharei.
da preposição por, mas pode ocorrer a construção Ele será acompanhado por mim.
com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cer-
cada de soldados. Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
• Pode acontecer de o agente da passiva não estar Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
• A variação temporal é indicada pelo verbo auxi- porque o sujeito não pode ser visto como agente,
liar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a paciente ou agente paciente.
transformação das frases seguintes:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
voz ativa) char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
indicativo)
SITE
Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) secoes/morf/morf54.php>

• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as-


sume o mesmo tempo e modo do verbo principal
da voz ativa. Observe a transformação da frase se- EXERCÍCIOS COMENTADOS
guinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) 1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) CESGRANRIO-2018)
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - O ano da esperança


ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª
pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos
exemplo: desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás
Abriram-se as inscrições para o concurso. do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações
Destruiu-se o velho prédio da escola. de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o
dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava,

52
com a consciência de que era uma doação. A situação 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR –
foi piorando. Os argumentos também. No início era para CESGRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma-
pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós padrão da língua portuguesa, o pronome destacado foi
doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. utilizado na posição correta em:
Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente.
Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se
fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas para combater a disseminação de notícias falsas nas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava redes sociais.
encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos,
médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso sempre deve-se ter em mente que o problema de
gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para divulgação de notícias falsas é grave e muito atual.
a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se
consultava ou eu não ajudava mais. um sentimento generalizado de reprovação à prática
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de divulgação de inverdades.
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter Alemanha não aplica-se aos sites e redes sociais com
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o menos de 2 milhões de membros.
emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais
deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde eficaz para que adote-se a conduta correta em relação
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As à reputação das celebridades.
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. Resposta: Letra C
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. mobilizam-se = se mobilizam
Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova boatos, sempre deve-se = sempre se deve
consciência para votar. Como? Num mundo em que as Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet,
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites constata-se um sentimento = correta
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. na Alemanha não aplica-se = não se aplica
Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo
escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por mais eficaz para que adote-se = que se adote
que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei
a trama. Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era 3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO –
mentira da internet. ARQUITETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se
Duvidam. Acham que estou mentindo. substituíssemos os complementos dos verbos abaixo por
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97. pronomes pessoais oblíquos enclíticos, a única forma
Adaptado. INADEQUADA seria:

No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação a) impregna a vida cotidiana / impregna-a;


do pronome átono em destaque está de acordo com a b) entender os debates / entendê-los;
norma-padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre c) ganha destaque / ganha-o;
em: d) supõe um conhecimento / supõe-lo;
e) marcaram sua história / marcaram-na.
a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
b) Perderia-se o dinheiro e o amigo. Resposta: Letra D
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se. Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a =
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo. correta
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz. Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta
Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta
Resposta: Letra A Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o no
pronome = próclise) Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito:
LÍNGUA PORTUGUESA

perder-se-ia (mesóclise) 4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –


Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e
tinham se perdido a colocação pronominal, a expressão em destaque no
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com trecho – ... que cercam o sentido da existência humana...
pronome oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se) – está corretamente substituída pelo pronome, de
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na
pronome (próclise): que se perdeu alternativa:

53
a) ... que cercam-lo... 7. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO
b) ... que cercam-no... ESPECIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO
c)... que o cercam... TRABALHO – FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui
d) ... que lhe cercam... chegando à constatação de que todo perfil de rede
e) ... que cercam-lhe... social é um retrato ideal de nós mesmos.
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra
Resposta: Letra C alteração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser
Correções à frente: substituído por:
Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
o cercam) a) ademais.
Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está b) conquanto.
correta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a c) porquanto.
sua presença, teremos próclise, não ênclise) d) entretanto.
Em “c”: que o cercam = correta e) apesar.
Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas
o pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto = Resposta: Letra D
a ele/ela) Contudo é uma conjunção adversativa (expressa
Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam oposição). A substituição deve utilizar outra de mesma
classificação, para que se mantenha a ideia do período.
5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) A correta é entretanto.
Considerando apenas as regras de regência e de colocação
pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, a 8. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO -
expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam que ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016)
raramente ou nunca têm informações sobre o impacto ... para quem Manoel de Barros era comparável a São
Francisco de Assis...
ambiental do produto ou do comportamento da empresa.
– pode ser corretamente substituída por
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
frase acima está em:
a) ... nunca informam-se sob o impacto...
b)... nunca se informam o impacto...
a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
c) ... nunca informam-se ao impacto...
b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no
d) ... nunca se informam do impacto...
espaço...
e)... nunca informam-se no impacto... c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e
Charles Baudelaire.
Resposta: Letra D d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de
Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome, Barros na literatura...
teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora e) ... para depois casá-las...
vamos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre
algo = precisa de preposição. A alternativa que tem Resposta: Letra A
preposição presente é a D (do = de+o). Teremos: “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do
nunca se informam do impacto. Indicativo. Procuremos nos itens:
Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do
– VUNESP-2013) Considerando a substituição da Indicativo
expressão em destaque por um pronome e as normas da Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito
colocação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça do Indicativo
… – equivale, na norma-padrão da língua, a: Em “d”, Quase meio século separa = presente do
a) que abrem-a. Indicativo
b) que abrem-na. Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar elas)
c) que a abrem.
d) que lhe abrem. 9. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC-
e) que abrem-lhe. 2016)
Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
Resposta: Letra C O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo, sublinhado acima está também sublinhado em:
então teremos que + pronome. Resta-nos identificar
LÍNGUA PORTUGUESA

se o pronome é objeto direto (a) ou indireto (lhe). a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as
Voltemos ao verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre amas...
o quê? Sem preposição! Portanto: objeto direto = que b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
a abrem. c) ... país que transformou a infância numa bilionária
indústria de consumo...
d) E, mesmo que se esforcem muito...
e) Hoje há algo novo nesse cenário.

54
Resposta: Letra D e) É o que mostra também uma pesquisa recente
que nos ajude = presente do Subjuntivo conduzida pela empresa de segurança digital
Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo Kaspersky...
Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e
também mais-que-perfeito) do Indicativo Resposta: Letra D
Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo
Indicativo (expressam ordem). Vamos aos itens:
Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos
Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do fazem = presente do Indicativo
Indicativo Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do
Indicativo
10. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC- Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos
2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo = presente do Indicativo
com a norma culta na seguinte frase: Em “d”, Pense rápido: = Imperativo
Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa =
a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento presente do Indicativo
não poderia receber qualquer tipo de retificação.
b) Os documentos com assinatura digital disporam de 12. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
algoritmos de criptografia que os protegeram. VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a palavra
c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos
contar com a proteção de uma assinatura digital. (palavra que qualifica um substantivo).
d) Quem se propor a alterar um documento criptogra-
fado deve saber que comprometerá sua integridade. a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de
e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem eutanásia...
comprometer a integridade dos documentos. b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
Resposta: Letra E a morte.
Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
autenticidade, o documento não poderia receber e) E como seria a verdadeira boa morte?
qualquer tipo de retificação.
Em “b”, Os documentos com assinatura digital Resposta: Letra E
disporam (dispuseram) de algoritmos de criptografia Em “a”, Existe grande confusão = substantivo
que os protegeram. Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a
Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos morte = pronome
poderam (puderam) contar com a proteção de uma Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando
assinatura digital. distanciar a morte = substantivo
Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
um documento criptografado deve saber que Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? =
comprometerá sua integridade. adjetivo
Em “e”, Não é possível fazer as alterações que
convierem sem comprometer a integridade dos 13. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
documentos = correta DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
– SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010)
11. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO -
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere
as seguintes frases:
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!

Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos


empregados nessas frases está em destaque em:

a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem


com que o cérebro humano não considere útil gravar
LÍNGUA PORTUGUESA

esses dados...
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
número de informações.
c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm (acesso:
que morou quando era criança? 03/03/2010)

55
A palavra “oposição”, da charge, é classificada Não me esqueço da viagem a Roma.
morfologicamente como: Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos
jamais vividos.
a) Substantivo concreto. Nas situações em que o nome geográfico se
b) Substantivo abstrato. apresentar modificado por um adjunto adnominal, a
c) Substantivo coletivo. crase está confirmada.
d) Substantivo próprio. Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
e) Adjetivo. praias.

Resposta: Letra B
O termo “oposição” é classificado – morfologicamente #FicaDica
– como substantivo abstrato, pois não existe por si só
– depende de outro ser para “se concretizar”. Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)

A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais


idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” Quando o nome de lugar estiver especificado,
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente ocorrerá crase. Veja:
aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se Irei à Salvador de Jorge Amado.
demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
àquilo, à qual, às quais. aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
O uso do acento indicativo de crase está condicionado regente exigir complemento regido da preposição “a”.
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e Entregamos a encomenda àquela menina.
nominal, mais precisamente ao termo regente e termo (preposição + pronome demonstrativo)
regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
que exige complemento regido pela preposição “a”, e o Iremos àquela reunião.
termo regido é aquele que completa o sentido do termo (preposição + pronome demonstrativo)
regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
contratada recentemente. criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
Após a junção da preposição com o artigo (destacados (preposição + pronome demonstrativo)
entre parênteses), temos:
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela A letra “a” que acompanha locuções femininas
contratada recentemente. (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, acento grave:
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre  locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da pressas, à vontade...
preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo  locuções prepositivas: à frente, à espera de, à
feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela). procura de...
 locuções conjuntivas: à proporção que, à medida
Observações importantes: que.
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: Cuidado: quando as expressões acima não exercerem
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a Eu adoro a noite!
crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora. Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
Os dados foram solicitados ao diretor. objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
preposição.
 No caso de nomes próprios geográficos, substitui-
LÍNGUA PORTUGUESA

se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte Casos passíveis de nota:
na expressão “voltar da”, há a confirmação da
crase.  A crase é facultativa diante de nomes próprios
femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Faremos uma visita à Bahia.  Também é facultativa diante de pronomes
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase possessivos femininos: O diretor fez referência a
confirmada) (à) sua empresa.

56
 Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja Os livros foram entregues a mim.
ficará aberta até as (às) dezoito horas. Dei a ela a merecida recompensa.
 Constata-se o uso da crase se as locuções
prepositivas à moda de, à maneira de  Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos
apresentarem-se implícitas, mesmo diante de à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o
nomes masculinos: Tenho compulsão por comprar uso da crase está confirmado no “a” que os antecede,
sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV) no caso de o termo regente exigir a preposição.
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,  Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
observamos a queima de fogos a distância. em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos Refiro-me a conversas paralelas.
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O
pedestre foi arremessado à distância de cem metros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
-, faz-se necessário o emprego da crase. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ensino à distância. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto
Ensino a distância. Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
 Em locuções adverbiais formadas por palavras Paulo: Saraiva, 2010.
repetidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor. SITE
Eu o seguirei passo a passo. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-
crase-.html
Casos em que não se admite o emprego da crase:

Antes de vocábulos masculinos. EXERCÍCIOS COMENTADOS


As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro.
1. (TCE-PA - Conhecimentos Básicos - Cargos 1, 18,
19, 37 e 38 – Cespe-2016)
Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar.
Texto CB1A1BBB
Começou a chover.
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas
Antes de numeral. com o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou
O número de aprovados chegou a cem. que estouraram o limite de gastos com pessoal fixado
Faremos uma visita a dez países. pela Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando
Observações: sua própria legislação destinada a assegurar, como
 Nos casos em que o numeral indicar horas – alegam, maior rigor na gestão de suas finanças. Querem
funcionando como uma locução adverbial feminina uma nova lei de responsabilidade fiscal para, segundo
– ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove argumentam, fortalecer a estrutura legal que protege o
horas. dinheiro público do mau uso por gestores irresponsáveis.
 Diante de numerais ordinais femininos a crase Examinando-se a situação financeira dos estados
está confirmada, visto que estes não podem ser que preparam sua versão da lei de responsabilidade
empregados sem o artigo: As saudações foram fiscal, fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio
direcionadas à primeira aluna da classe. de 2000, quando entrou em vigor a LRF, esses estados,
 Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando como os demais, estão sujeitos a regras precisas para a
essa não se apresentar determinada: Chegamos gestão do dinheiro público, para a criação de despesas
todos exaustos a casa. e, em particular, para os gastos com pessoal. Por que,
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto tendo descumprido algumas dessas regras, estariam
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos interessados em torná-las ainda mais rigorosas?
exaustos à casa de Marcela. Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis
 Não há crase antes da palavra “terra”, quando pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a
essa indicar chão firme: Quando os navegantes cumpriram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais
LÍNGUA PORTUGUESA

regressaram a terra, já era noite. rigorosa, se nem nas condições atuais esses responsáveis
Contudo, se o termo estiver precedido por um estão sendo capazes de cumpri-la? O problema não está
determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. na lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la
Paulo viajou rumo à sua terra natal. mais rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade
O astronauta voltou à Terra. que a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade
do setor público de adaptar suas despesas às receitas em
 Não ocorre crase antes de pronomes que requerem queda por causa da crise.
o uso do artigo. Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adaptações).

57
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da 4. (Tribunal de Justiça/SE – Técnico Judiciário –
regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo de- CESPE/2014 - adaptada) No trecho “deu início à sua
finido feminino determinando o substantivo “receitas”. caminhada cósmica”, o emprego do acento grave
indicativo de crase é obrigatório.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo.
Texto: O verdadeiro problema é a dificuldade do setor Resposta: Errado
público de adaptar suas despesas às receitas em queda “deu início à sua caminhada cósmica” – o uso do
por causa da crise = quem adapta, adapta algo/alguém acento indicativo de crase, neste caso, é facultativo
A algo/alguém. (antes de pronome possessivo).

2. (FNDE – Técnico em Financiamento e Execução de 5. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDITOR


Programas e Projetos Educacionais – CESPE/2012) DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA ADMINISTRATIVA –
O emprego do sinal indicativo de crase em “adequando CESPE – 2016)
os objetivos às necessidades” justifica-se pela regência
do verbo adequar, que exige complemento regido Texto CB1A1BBB
pela preposição “a”, e pela presença de artigo definido
feminino antes de “necessidades”. Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com
o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou
( ) CERTO ( ) ERRADO que estouraram o limite de gastos com pessoal fixado
pela Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei
Resposta: Certo. de Responsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando
Adequar o quê? – os objetivos (objeto direto) – adequar sua própria legislação destinada a assegurar, como
o quê a quê? – a + as (=às) necessidades – objeto alegam, maior rigor na gestão de suas finanças. Querem
indireto. A explicação do enunciado está correta. uma nova lei de responsabilidade fiscal para, segundo
argumentam, fortalecer a estrutura legal que protege o
3. (EMPLASA/SP – Analista Jurídico – Direito – VU- dinheiro público do mau uso por gestores irresponsáveis.
NESP/2014) Examinando-se a situação financeira dos estados que
A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de traba- preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal,
lho para proceder _____ medidas necessárias _____ exuma- fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de
ção dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, se- 2000, quando entrou em vigor a LRF, esses estados,
pultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de como os demais, estão sujeitos a regras precisas para a
Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente mor-
gestão do dinheiro público, para a criação de despesas
reu de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada
e, em particular, para os gastos com pessoal. Por que,
cardíaca – que tem sido a versão considerada oficial até
tendo descumprido algumas dessas regras, estariam
hoje –, ou se sua morte se deve ______ envenenamento.
interessados em torná-las ainda mais rigorosas?
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,governo-cria-
Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis
grupo-exumar--restos-mortais-de- jango,1094178,0.htm 07.
pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a
11.2013. Adaptado)
cumpriram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as rigorosa, se nem nas condições atuais esses responsáveis
lacunas da frase devem ser completadas, correta e estão sendo capazes de cumpri-la? O problema não está
respectivamente, por na lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la
mais rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade
A. a ... à ... a ... a que a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade
B. as ... à ... a ... à do setor público de adaptar suas despesas às receitas em
C. às ... a ... à ... a queda por causa da crise.
D. à ... à ... à ... a Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adaptações).
E. a ... a ... a ... à
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre
Resposta: Letra A da regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo
A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de definido feminino determinando o substantivo “receitas”.
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural,
generalizando) necessárias à (regência nominal pede ( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

preposição) exumação dos restos mortais do ex-


presidente João Goulart, sepultado em São Borja Resposta: Certo.
(RS), em 1976. Com a exumação de Jango, o governo Texto: O verdadeiro problema é a dificuldade do setor
visa esclarecer se o ex-presidente morreu de causas público de adaptar suas despesas às receitas em
naturais, ou seja, devido a uma (artigo indefinido) queda por causa da crise = quem adapta, adapta algo/
parada cardíaca – que tem sido a versão considerada alguém A algo/alguém.
oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a (regência
verbal) envenenamento. A / à / a / a

58
6. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO –
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE –2016) SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Maria Silva é moradora do Assentamento Noroeste,


onde moram cerca de cem pessoas cuja principal forma Frase, oração e período
de renda é o trabalho com reciclagem. Ela é uma das
líderes que lutam pelos direitos daquela comunidade. 1. Sintaxe da Oração e do Período
Vinda do estado do Ceará, Maria chegou a Brasília em
2002 e conheceu o trabalho da Defensoria Pública por Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
meio do projeto Monitoramento da Política Nacional estabelecer comunicação. Normalmente é composta por
para a População em Situação de Rua, tendo seu primeiro dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obriga-
contato com a defensoria ocorrido quando ela precisou toriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trove-
de novos documentos para substituir os que haviam sido jou muito ontem à noite.
perdidos no período em que esteve nas ruas. Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
O objetivo do referido projeto é o de ir até a população verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nomi-
que normalmente não tem acesso à Defensoria Pública. nais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus
“Nós chegamos de forma humanizada até essas pessoas elementos constituintes, elas podem ser classificadas a
em situação de rua. Com esse trabalho nós estamos partir de seu sentido global:
garantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que A) frases interrogativas = o emissor da mensagem
consigam se beneficiar de outras políticas públicas”, formula uma pergunta: Que dia é hoje?
explica a coordenadora do Departamento de Atividade B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou
Psicossocial. faz um pedido: Dê-me uma luz!
A mais recente visita de participantes de outro projeto, C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um es-
o Atenção à População de Rua do Assentamento tado afetivo: Que dia abençoado!
Noroeste, levou respostas às demandas solicitadas pelos D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A
moradores. O foco foram soluções e retornos de casos prova será amanhã.
como o de um morador que tem problemas com a justiça
e que está sendo assistido por um defensor público e o Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo
de uma senhora que estava internada em um hospital (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
público e conseguiu uma cirurgia por meio dos serviços sujeito e predicado.
da defensoria. O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver-
As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior bo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara
demanda a solicitação de registro civil. “As certidões algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a
de nascimento figuram entre as demandas porque parte da frase que contém “a informação nova para o ou-
essas pessoas não as conseguiram por outros serviços, vinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema,
e a defensoria teve que intervir. Nós entramos para constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
solucionar problemas: vamos até as ruas para informar Quando o núcleo da declaração está no verbo (que
sobre o trabalho da defensoria, para que seus direitos indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo
sejam garantidos”, afirma a coordenadora. significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo
Internet: <www.defensoria.df.gov.br.> (com adaptações). estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos
um predicado nominal (os verbos deste tipo de predica-
No trecho “respostas às demandas”, o emprego do do são os que indicam estado, conhecidos como verbos
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de ligação):
do substantivo “respostas”, que exige complemento O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
antecedido da preposição a, e pela presença de artigo (predicado verbal)
feminino plural que determina “demandas”. A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
cleo é “fácil” (predicado nominal)
( ) CERTO ( ) ERRADO Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen-
Resposta: Certo. tido completo. O período pode ser simples ou composto.
No trecho “respostas às demandas”, o emprego do
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência Período simples é aquele constituído por apenas
do substantivo “respostas”, que exige complemento uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
antecedido da preposição a, e pela presença de artigo Chove.
feminino plural que determina “demandas”.
LÍNGUA PORTUGUESA

A existência é frágil.
Não há o que explicar! A afirmação faz isso! Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.

Período composto é aquele constituído por duas ou


mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.

59
1.1. Termos da Oração Abolimos todas as regras. = (nós)
Falaste o recado à sala? = (tu)
1.1.1 Termos essenciais Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri-
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se-
O sujeito e o predicado são considerados termos es- gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os
senciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis pronomes não estejam explícitos.
para a formação das orações. No entanto, existem ora- Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci-
ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que to na desinência verbal “-mos”
define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o ter- Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de-
mo que estabelece concordância com o verbo. sinência verbal “-ais”
O candidato está preparado.
Os candidatos estão preparados. Mas:
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida- Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno- Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo, O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
no singular: candidato = está). refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
A função do sujeito é basicamente desempenhada contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
por substantivos, o que a torna uma função substantiva Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermi-
da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quais- nado de duas maneiras:
quer outras palavras substantivadas (derivação impró-
pria) também podem exercer a função de sujeito. A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs- o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
tantivo) Bateram à porta;
Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
plo: substantivo) nistro.
Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen- Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo ou composto:
do sujeito. Os meninos bateram à porta. (simples)
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Um sujeito é determinado quando é facilmente
identificado pela concordância verbal. O sujeito determi- B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
nado pode ser simples ou composto. cido do pronome “se”. Esta é uma construção típi-
ca dos verbos que não apresentam complemento
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é direto:
possível identificar claramente a que se refere a concor- Precisa-se de mentes criativas.
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não Vivia-se bem naqueles tempos.
interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Trata-se de casos delicados.
Estão gritando seu nome lá fora. Sempre se está sujeito a erros.
Trabalha-se demais neste lugar.
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- de indeterminação do sujeito.
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abai- As orações sem sujeito, formadas apenas pelo pre-
xo, sublinhei os núcleos dos sujeitos: dicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A
Nós estudaremos juntos. mensagem está centrada no processo verbal. Os princi-
A humanidade é frágil. pais casos de orações sem sujeito com:
Ninguém se move.
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma  os verbos que indicam fenômenos da natureza:
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo) Amanheceu.
As crianças precisam de alimentos saudáveis. Está trovejando.

O sujeito composto é o sujeito determinado que  os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
apresenta mais de um núcleo. fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao
Alimentos e roupas custam caro. tempo em geral:
Ela e eu sabemos o conteúdo. Está tarde.
LÍNGUA PORTUGUESA

O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda. Já são dez horas.
Faz frio nesta época do ano.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a Há muitos concursos com inscrições abertas.
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
pela desinência verbal ou pelo contexto. orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia

60
um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-
é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com ex- ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No
ceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir
difere do sujeito numa oração é o seu predicado. ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto).
Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião. O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por
Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi- intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com
cado. Na segunda oração, “problemas” funciona como o termo a que se refere.
objeto direto. O dia amanheceu ensolarado;
As questões estavam fáceis! As mulheres julgam os homens inconstantes.
Sujeito simples = as questões No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
Predicado = estavam fáceis duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento. ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
Sujeito = uma ideia estranha um verbal e outro nominal.
Predicado = passou-me pelo pensamento O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o
se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se con-
siderar também se as palavras que formam o predicado 1.2 Termos integrantes da oração
referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da
oração. Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres complemento nominal são chamados termos integrantes
de opinião.
da oração.
Predicado
Os complementos verbais integram o sentido dos
O predicado acima apresenta apenas uma palavra
verbos transitivos, com eles formando unidades signifi-
que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se
cativas. Estes verbos podem se relacionar com seus com-
ligam direta ou indiretamente ao verbo.
plementos diretamente, sem a presença de preposição,
A cidade está deserta.
ou indiretamente, por intermédio de preposição.
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-
-se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
mente ao verbo.
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =
Houve muita confusão na partida final.
predicativo do sujeito).
Queremos sua ajuda.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
O objeto direto preposicionado ocorre principal-
significativo um verbo:
mente:
Chove muito nesta época do ano.
Estudei muito hoje!
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes co-
Compraste a apostila?
muns referentes a pessoas:
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam
na-se: objeto direto preposicionado)
processos.
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
O predicado nominal é aquele que tem como nú-
de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade
cansar a Vossa Senhoria.
ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a cri-
do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou-
se. (sem preposição, o sentido seria outro: O povo
tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de
prejudica a crise)
ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
LÍNGUA PORTUGUESA

Gosto de música popular brasileira.


do sujeito: Os dados parecem corretos.
Necessito de ajuda.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar,
andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como
1.2.1 Objeto Pleonástico
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
relacionadas.
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por
Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
um adjetivo ou substantivo.
pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o

61
objeto, antecipado para o início da oração; em seguida, Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem-
ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à repe- po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao
tição que se dá o nome de objeto pleonástico. termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se-
gunda-feira passei o dia mal-humorado.
“Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçal- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu
ves Dias) valor na oração, em:
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas hu-
objeto pleonástico manas, permite-nos interpretar melhor nossa rela-
ção com o mundo.
Ao traidor, nada lhe devemos. B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e so-
complemento nominal, que se liga ao nome que com- nho, tudo forma o carnaval.
pleta por intermédio de preposição: D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi-
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a pala- xaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
vra “necessária”
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo” O vocativo é um termo que serve para chamar, in-
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não
1.3 Termos acessórios da oração e vocativo mantendo relação sintática com outro termo da oração.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan-
Os termos acessórios recebem este nome por serem tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs-
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad- tantivadas esse papel na linguagem.
junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o voca- João, venha comigo!
tivo – este, sem relação sintática com outros temos da Traga-me doces, minha menina!
oração.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- 1.4 Períodos Compostos
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função 1.4.1 Período Composto por Coordenação
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã volta- O período composto se caracteriza por possuir mais
rei a pé àquela velha praça. de uma oração em sua composição. Sendo assim:
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
O adjunto adnominal é o termo acessório que de- oração)
termina, especifica ou explica um substantivo. É uma Estou comprando um protetor solar, depois irei à
função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções ad- praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas
jetivas que exercem o papel de adjunto adnominal na orações)
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
oração. Também atuam como adjuntos adnominais os
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
ções).
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
O adjunto adnominal se liga diretamente ao subs-
entre as orações de um período composto: uma relação
tantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o
de coordenação ou uma relação de subordinação.
predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um
Duas orações são coordenadas quando estão juntas
verbo.
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
O poeta português deixou uma obra originalíssima. de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
O poeta deixou-a. ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
adjunto adnominal) (Período Composto)
O poeta português deixou uma obra inacabada. Podemos dizer:
O poeta deixou-a inacabada. 1. Estou comprando um protetor solar.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo 2. Irei à praia.
do objeto)
Separando as duas, vemos que elas são independen-
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
LÍNGUA PORTUGUESA

tes. Tal período é classificado como Período Composto


substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se por Coordenação.
relaciona apenas ao substantivo. Quanto à classificação das orações coordenadas, te-
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, Sindéticas.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se-
gunda-feira, passei o dia mal-humorado.

62
A) Coordenadas Assindéticas A análise das orações continua sendo a mesma:
São orações coordenadas entre si e que não são li- “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a ora-
gadas através de nenhum conectivo. Estão apenas jus- ção subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração
tapostas. subordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser).
Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci. Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as
duas orações, desapareceu. As orações subordinadas
B) Coordenadas Sindéticas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo,
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas gerúndio ou particípio) são chamadas de orações redu-
entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção zidas ou implícitas (como no exemplo acima).
coordenativa, que dará à oração uma classificação. As
orações coordenadas sindéticas são classificadas em cin- Observação:
co tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e As orações reduzidas não são introduzidas por con-
explicativas. junções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
mente, introduzidas por preposição.
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção! A) Orações Subordinadas Substantivas
 Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
suas principais conjunções são: e, nem, não só... mas tam- tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção
bém, não só... como, assim... como. integrante (que, se).
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
Comprei o protetor solar e fui à praia. Não sei se sairemos hoje.
Oração Subordinada Substantiva
 Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
suas principais conjunções são: mas, contudo, to- Temos medo de que não sejamos aprovados.
davia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, Oração Subordinada Substantiva
senão. Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) tam-
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. bém introduzem as orações subordinadas substantivas,
Li tudo, porém não entendi! bem como os advérbios interrogativos (por que, quando,
 Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: onde, como).
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
quer...quer; seja...seja. O garoto perguntou qual seu nome.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. Oração Subordinada Substantiva

 Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: Não sabemos quando ele virá.


suas principais conjunções são: logo, portanto, por Oração Subordinada Substantiva
fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
posto ao verbo). 1.4.3 Classificação das Orações Subordinadas
Passei no concurso, portanto comemorarei! Substantivas
A situação é delicada; devemos, pois, agir.
Conforme a função que exerce no período, a oração
 Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: subordinada substantiva pode ser:
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a 1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo). verbo da oração principal:
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do- É fundamental o seu comparecimento à reunião.
mingo. Sujeito
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
É fundamental que você compareça à reunião.
1.4.2 Período Composto Por Subordinação Oração Principal Oração Subordinada Substan-
tiva Subjetiva
Quero que você seja aprovado!
Oração principal oração subordinada
Observe que na oração subordinada temos o verbo FIQUE ATENTO!
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singu- Observe que a oração subordinada subs-
lar do presente do subjuntivo, além de ser introduzida tantiva pode ser substituída pelo pronome
por conjunção. As orações subordinadas que apresen- “isso”. Assim, temos um período simples:
LÍNGUA PORTUGUESA

tam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do É fundamental isso ou Isso é fun-
modo do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são ini- damental.
ciadas por conjunção, chamam-se orações desenvolvi- Desta forma, a oração correspondente a
das ou explícitas. “isso” exercerá a função de sujeito.
Podemos modificar o período acima. Veja:
Quero ser aprovado. Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na ora-
Oração Principal Oração Subordinada ção principal:

63
 Verbos de ligação + predicativo, em constru- Sentimos orgulho de seu comportamento.
ções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Pa- Complemento Nominal
rece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa. Sentimos orgulho de que você se comportou. (=
Sentimos orgulho disso.)
 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Oração Subordinada Substantiva
Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi Completiva Nominal
anunciado, Ficou provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. As orações subordinadas substantivas objetivas in-
diretas integram o sentido de um verbo, enquanto que
 Verbos como: convir - cumprir - constar - admi- orações subordinadas substantivas completivas nomi-
rar - importar - ocorrer - acontecer nais integram o sentido de um nome. Para distinguir
Convém que não se atrase na entrevista. uma da outra, é necessário levar em conta o termo com-
Observação: plementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e
Quando a oração subordinada substantiva é subjeti- o complemento nominal: o primeiro complementa um
va, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa verbo; o segundo, um nome.
do singular.
5. Predicativa = exerce papel de predicativo do su-
2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto jeito do verbo da oração principal e vem sempre depois
do verbo da oração principal: do verbo ser.
Todos querem sua aprovação no concurso. Nosso desejo era sua desistência.
Objeto Direto Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo


Todos querem que você seja aprovado. (Todos era isso)
querem isso) Oração Subordinada Substantiva
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Predicativa
tiva Objetiva Direta
6. Apositiva = exerce função de aposto de algum ter-
As orações subordinadas substantivas objetivas dire- mo da oração principal.
tas (desenvolvidas) são iniciadas por: Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
 Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) Aposto
e “se”: A professora verificou se os alunos estavam Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
presentes. Oração subordinada
 Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às substantiva apositiva reduzida de infinitivo
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono (Fernanda tinha um grande sonho: isso)
do carro importado.
 Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso. B) Orações Subordinadas Adjetivas
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que pos-
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do sui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equiva-
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição. le. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e
exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Meu pai insiste em meu estudo. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Objeto Indireto Substantivo Adjetivo (Adjunto Ad-
nominal)
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai
insiste nisso) O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adje-
Oração Subordinada Substantiva tivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos
Objetiva Indireta outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo
Observação: papel:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na Esta foi uma redação que fez sucesso.
oração. Oração Principal Oração Subordinada
LÍNGUA PORTUGUESA

Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Adjetiva


Oração Subordinada Subs-
tantiva Objetiva Indireta Perceba que a conexão entre a oração subordinada
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
4. Completiva Nominal = completa um nome que feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
pertence à oração principal e também vem marcada por relacionar) duas orações, o pronome relativo desempe-
preposição. nha uma função sintática na oração subordinada: ocupa

64
o papel que seria exercido pelo termo que o antecede Exemplo 2:
(no caso, “redação” é sujeito, então o “que” também fun- O homem, que se considera racional, muitas vezes
ciona como sujeito). age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

FIQUE ATENTO! Agora, a oração em destaque não tem sentido restri-


tivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas
Vale lembrar um recurso didático para reco- explicita uma ideia que já sabemos estar contida no con-
nhecer o pronome relativo “que”: ele sem- ceito de “homem”.
pre pode ser substituído por: o qual - a qual
- os quais - as quais Saiba que:
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta A oração subordinada adjetiva explicativa é separa-
oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno da da oração principal por uma pausa que, na escrita,
o qual estuda. é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicati-
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas vas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Quando são introduzidas por um pronome relativo e C) Orações Subordinadas Adverbiais


apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as Uma oração subordinada adverbial é aquela que
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvol- exerce a função de adjunto adverbial do verbo da ora-
vidas. Além delas, existem as orações subordinadas ad- ção principal. Assim, pode exprimir circunstância de tem-
jetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome po, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando
relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apre- desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções
sentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, subordinativas (com exclusão das integrantes, que intro-
gerúndio ou particípio). duzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. a introduz (assim como acontece com as coordenadas
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- sindéticas).
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração su- Oração Subordinada Adverbial
bordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há prono-
me relativo e seu verbo está no infinitivo. A oração em destaque agrega uma circunstância de
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
1. Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
acessórios que indicam uma circunstância referente, via
Na relação que estabelecem com o termo que carac- de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adver-
terizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar bial depende da exata compreensão da circunstância
de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem que exprime.
ou especificam o sentido do termo a que se referem, in- Naquele momento, senti uma das maiores emoções
dividualizando-o. Nestas orações não há marcação de de minha vida.
pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restriti- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
vas. Existem também orações que realçam um detalhe ou minha vida.
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encon-
tra suficientemente definido. Estas orações denominam- No primeiro período, “naquele momento” é um ad-
-se subordinadas adjetivas explicativas. junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
“senti”. No segundo período, este papel é exercido pela
Exemplo 1: oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvol-
passava naquele momento. vida, pois é introduzida por uma conjunção subordina-
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva tiva (quando) e apresenta uma forma verbal do modo
indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria
No período acima, observe que a oração em desta- possível reduzi-la, obtendo-se:
LÍNGUA PORTUGUESA

que restringe e particulariza o sentido da palavra “ho- Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de mi-
mem”: trata-se de um homem específico, único. A oração nha vida.
limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
os homens, mas sim àquele que estava passando naque- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
le momento. é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

65
Observação: está diretamente ligada ao contraste, à quebra de
A classificação das orações subordinadas adverbiais expectativa. Principal conjunção subordinativa con-
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun- cessiva: embora. Utiliza-se também a conjunção:
tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela conquanto e as locuções ainda que, ainda quando,
oração. mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.
Só irei se ele for.
2. Classificação das Orações Subordinadas Adver- A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
biais ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Compare agora com:
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada Irei mesmo que ele não vá.
àquilo que provoca um determinado fato, ao moti-
vo do que se declara na oração principal. Principal A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei
conjunção subordinativa causal: porque. Outras de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A ora-
conjunções e locuções causais: como (sempre in- ção destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.
troduzido na oração anteposta à oração principal), Observe outros exemplos:
pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. Embora fizesse calor, levei agasalho.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
Já que você não vai, eu também não vou. bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
A diferença entre a subordinada adverbial causal e
a sindética explicativa é que esta “explica” o fato que E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais
aconteceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela comparativas estabelecem uma comparação com a
apresenta a “causa” do acontecimento expresso na ora- ação indicada pelo verbo da oração principal. Prin-
ção à qual ela se subordina. Repare: cipal conjunção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
1. Faltei à aula porque estava doente. Você age como criança. (age como uma criança age)
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) • geralmente há omissão do verbo.
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o F) Conformativa = indica ideia de conformidade,
fato de estar doente impediu-me de ir à aula. No ou seja, apresenta uma regra, um modelo adota-
exemplo 2, a oração sublinhada relata um fato que do para a execução do que se declara na oração
aconteceu depois, já que primeiro ela chorou, de- principal. Principal conjunção subordinativa con-
pois seus olhos ficaram vermelhos. formativa: conforme. Outras conjunções confor-
mativas: como, consoante e segundo (todas com o
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- mesmo valor de conforme).
cia, é efeito do que se declara na oração principal. Fiz o bolo conforme ensina a receita.
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas direitos iguais.
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) se declara na oração principal. Principal conjunção
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
concretizando-os. finais: que, porque (= para que) e a locução con-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu- juntiva para que.
zida de Infinitivo) Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe
como necessário para a realização ou não de um H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
fato. As orações subordinadas adverbiais condicio- seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que principal. Principal locução conjuntiva subordina-
se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso tiva proporcional: à proporção que. Outras locu-
na oração principal. ções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem (maior), quanto menor...(menor), quanto mais...
que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). (mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
LÍNGUA PORTUGUESA

Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, (mais), quanto menos...(menos).


certamente o melhor time será campeão. À proporção que estudávamos mais questões acertá-
Caso você saia, convide-me. vamos.
À medida que lia mais culto ficava.
D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
da oração principal, isto é, admitem uma contradi-
ção ou um fato inesperado. A ideia de concessão

66
I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao Resposta: Certo. A oração restringe o grupo que par-
fato expresso na oração principal, podendo expri- ticipará da campanha (apenas os que não têm o nome
mir noções de simultaneidade, anterioridade ou do pai na certidão de nascimento). Se colocarmos uma
posterioridade. Principal conjunção subordinativa vírgula, a oração se tornará “explicativa”, generalizando
temporal: quando. Outras conjunções subordina- a informação, o que dará a entender que TODAS as pes-
tivas temporais: enquanto, mal e locuções conjun- soas não têm o nome do pai na certidão.
tivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes
que, depois que, sempre que, desde que, etc. 2. (INSTITUTO RIO BRANCO – ADMISSÃO À CARREI-
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. RA DE DIPLOMATA – CESPE – 2014 – ADAPTADA)
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando ter-
minou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma li-
teratura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho
3. Orações Reduzidas universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas.
Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista,
As orações subordinadas podem vir expressas como por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crô-
reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas nica é um gênero menor.
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem co- “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo assim,
nectivo subordinativo que as introduza. ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto,
É preciso que se estude = oração desenvolvida (pre- mas para a literatura. Por meio dos assuntos, da compo-
sença do conectivo) sição solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia. Principal-
“desenvolvidas” – como no exemplo acima. mente porque elabora uma linguagem que fala de perto
É preciso estudar = oração subordinada substantiva ao nosso modo de ser mais natural. Na sua despretensão,
subjetiva reduzida de infinitivo humaniza; e esta humanização lhe permite, como com-
É preciso que se estude = oração subordinada subs- pensação sorrateira, recuperar com a outra mão certa
tantiva subjetiva profundidade de significado e certo acabamento de for-
ma, que de repente podem fazer dela uma inesperada,
4. Orações Intercaladas embora discreta, candidata à perfeição.
Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São Paulo:
São orações independentes encaixadas na sequência do Companhia das Letras, 1993, p. 23 (com adaptações).
período, utilizadas para um esclarecimento, um aparte, uma
citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou travessões. As formas verbais “imagina” (R.1), “atribuir” (R.4) e “servir”
Nós – continuava o relator – já abordamos este as- (R.8) foram utilizadas como verbos transitivos indiretos.
sunto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Resposta: Errado.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. imagina uma literatura = transitivo direto
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, atribuir o Prêmio Nobel a um cronista = bitransitivo
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
(transitivo direto e indireto)
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
pode servir de caminho = intransitivo
São Paulo: Saraiva, 2002.

SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra- CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
se-periodo-e-oracao
Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra
1. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2013 – na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
ADAPTADA) Jogadores de futebol de diversos times entra- sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
ram em campo em prol do programa “Pai Presente”, nos “apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
e número (plural) com o substantivo a que se refere:
LÍNGUA PORTUGUESA

jogos do Campeonato Nacional em apoio à campanha que


visa reduzir o número de pessoas que não possuem o nome concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
do pai em sua certidão de nascimento. (...) número e gênero se correspondem. A correspondência
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula ser verbal ou nominal.
porque tem natureza restritiva.

( ) CERTO ( ) ERRADO

67
1. Concordância Verbal “de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com pronome pessoal.
seu sujeito. Quais de nós são / somos capazes?
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
1.1. Sujeito Simples - Regra Geral Vários de nós propuseram / propusemos sugestões
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo inovadoras.
em número e pessoa. Veja os exemplos:
Observação:
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou
escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos”,
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo
e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
1.1.1. Casos Particulares Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver
no singular, o verbo ficará no singular.
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão Qual de nós é capaz?
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, Algum de vós fez isso.
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande
parte de...) seguida de um substantivo ou pronome E) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo
plural. deve concordar com o substantivo.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram 85% dos entrevistados não aprovam a administração do
proposta. prefeito.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 1% do eleitorado aceita a mudança.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de 1% dos alunos faltaram à prova.
vândalos destruiu / destruíram o monumento.  Quando a expressão que indica porcentagem não
é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
Observação:
com o número.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
25% querem a mudança.
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
1% conhece o assunto.
aos elementos que formam esse conjunto.
 Se o número percentual estiver determinado por artigo
B) Quando o sujeito é formado por expressão que
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles:
indica quantidade aproximada (cerca de, mais
Os 30% da produção de soja serão exportados.
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e
substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Esses 2% da prova serão questionados.
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. F) O pronome “que” não interfere na concordância; já
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
Olimpíadas. singular.
Fui eu que paguei a conta.
Observação: Fomos nós que pintamos o muro.
Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos que És tu que me fazes ver o sentido da vida.
exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais de um Sou eu quem faz a prova.
colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um ao outro) Não serão eles quem será aprovado.

C) Quando se trata de nomes que só existem no G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve
plural, a concordância deve ser feita levando-se assumir a forma plural.
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais
artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo no encantaram os poetas.
plural, o verbo deve ficar o plural. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Estados Unidos possui grandes universidades.  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
LÍNGUA PORTUGUESA

Alagoas impressiona pela beleza das praias. que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular:
As Minas Gerais são inesquecíveis. Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Nem uma das que me escreveram mora aqui.

D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou  Quando “um dos que” vem entremeada de
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, substantivo, o verbo pode:
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou

68
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que passa a existir uma nova possibilidade de concor-
faça o mesmo). dância: em vez de concordar no plural com a tota-
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão lidade do sujeito, o verbo pode estabelecer con-
poluídos (noção de que existem outros rios na cordância com o núcleo do sujeito mais próximo.
mesma condição). Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Compareceram todos os candidatos e o banca.
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Compareceu o banca e todos os candidatos.
Vossa Excelência está cansado?
Vossas Excelências renunciarão? D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordância
é feita no plural. Observe:
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de Abraçaram-se vencedor e vencido.
acordo com o numeral. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala. 1.2.1. Casos Particulares
Soam dezenove horas no relógio da praça.
Baterão doze horas daqui a pouco.  Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Observação: Descaso e desprezo marca seu comportamento.
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, A coragem e o destemor fez dele um herói.
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.  Quando o sujeito composto é formado por núcleos
Soa quinze horas o relógio da matriz. dispostos em gradação, verbo no singular:
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. me satisfaz.
São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam  Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
fenômenos da natureza. Exemplos: por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de
Havia muitas garotas na festa. acordo com o valor semântico das conjunções:
Faz dois meses que não vejo meu pai. Drummond ou Bandeira representam a essência da
Chovia ontem à tarde. poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
1.2. Sujeito Composto Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
“adição”. Já em:
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver- Juca ou Pedro será contratado.
bo, a concordância se faz no plural: Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sujeito  Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem
outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas Um ou outro compareceu à festa.
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da Nem um nem outro saiu do colégio.
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós)
prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja: no singular: Um e outro farão/fará a prova.
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)  Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. “com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos
Segunda Pessoa do Plural (Vós) recebem um mesmo grau de importância e a palavra
Pais e filhos precisam respeitar-se. “com” tem sentido muito próximo ao de “e”.
Terceira Pessoa do Plural (Eles) O pai com o filho montaram o brinquedo.
LÍNGUA PORTUGUESA

O governador com o secretariado traçaram os planos


Observação: para o próximo semestre.
Quando o sujeito é composto, formado por um elemento O professor com o aluno questionaram as regras.
da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível
empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): “Tu e Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “tomaríeis”. a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.

69
O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre. #FicaDica
O professor com o aluno questionou as regras.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
ou índice de indeterminação do sujeito, ten-
Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
te transformar a frase para a voz passiva. Se
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões
a frase construída for “compreensível”, esta-
“com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
remos diante de uma partícula apassivadora;
adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse
se não, o “se” será índice de indeterminação.
uma inversão da ordem. Veja:
Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Precisa-se de funcionários qualificados.
“O governador traçou os planos para o próximo semestre
Tentemos a voz passiva:
com o secretariado.”
Funcionários qualificados são precisados (ou
“O professor questionou as regras com o aluno.”
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
tacado é índice de indeterminação do sujeito.
Casos em que se usa o verbo no singular:
Agora:
Café com leite é uma delícia!
Vendem-se casas.
O frango com quiabo foi receita da vovó.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
Quando os núcleos do sujeito são unidos por
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
Repare em meu destaque. Percebeu seme-
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o
lhança? Agora é só memorizar!)
verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
Nordeste. O Verbo “Ser”
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
notícia.
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância
Quando os elementos de um sujeito composto são
pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
sujeito.
é feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Quando o sujeito ou o predicativo for:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
na vida das pessoas. A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo
SER concorda com a pessoa gramatical:
1.2.2 Outros Casos Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas.
O Verbo e a Palavra “SE” A esperança dos pais são eles, os filhos.
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal: B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
A) quando é índice de indeterminação do sujeito; plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
B) quando é partícula apassivadora. com o que estiver no plural:
Os livros são minha paixão!
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” Minha paixão são os livros!
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na Quando o verbo SER indicar
terceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.  horas e distâncias, concordará com a expressão
Confia-se em teses absurdas. numérica:
É uma hora.
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha São quatro horas.
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e Daqui até a escola é um quilômetro / são dois
indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. quilômetros.
Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da
oração. Exemplos:  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
Construiu-se um posto de saúde. estar expressa ou subentendida:
Construíram-se novos postos de saúde.
LÍNGUA PORTUGUESA

Aqui não se cometem equívocos Hoje é dia 26 de agosto.


Alugam-se casas. Hoje são 26 de agosto.

 Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade


e for seguido de palavras ou expressões como
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
fica no singular:

70
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.  Adjetivo anteposto aos substantivos:
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. O adjetivo concorda em gênero e número com o
Duas semanas de férias é muito para mim. substantivo mais próximo.
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
 Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) Encontramos caída a roupa e os prendedores.
for pronome pessoal do caso reto, com este Encontramos caído o prendedor e a roupa.
concordará o verbo.
No meu setor, eu sou a única mulher. Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
Aqui os adultos somos nós. parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Observação: Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo)
representados por pronomes pessoais, o verbo concorda  Adjetivo posposto aos substantivos:
com o pronome sujeito. O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
Eu não sou ela. ou com todos eles (assumindo a forma masculina
Ela não é eu. plural se houver substantivo feminino e masculino).
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
o verbo SER concordará com o predicativo. A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas. Observação:
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
O Verbo “Parecer” pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias: no plural masculino, que é o gênero predominante quando
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se há substantivos de gêneros diferentes.
flexiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
desenho. adjetivo fica no singular ou plural.
 A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo A beleza e a inteligência feminina(s).
sofre flexão: O carro e o iate novo(s).
As crianças parece gostarem do desenho. C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo
crianças) não for acompanhado de nenhum modificador:
Água é bom para saúde.
FIQUE ATENTO!
O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo:
CER fica no singular. Por exemplo: As pare-
Esta água é boa para saúde.
des parece que têm ouvidos. (Parece que as
paredes têm ouvidos = oração subordinada
D) O adjetivo concorda em gênero e número com
substantiva subjetiva).
os pronomes pessoais a que se refere: Juliana
encontrou-as muito felizes.
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
Concordância Nominal neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição
DE + adjetivo, este último geralmente é usado
A concordância nominal se baseia na relação entre no masculino singular: Os jovens tinham algo de
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se misterioso.
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: função adjetiva e concorda normalmente com o
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um nome a que se refere:
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. Cristina saiu só.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina e Débora saíram sós.
seguintes regras gerais:
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “apenas”,
denunciavam o que sentia. tem função adverbial, ficando, portanto, invariável: Eles só
desejam ganhar presentes.
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos:

71
Bastante - Caro - Barato - Longe
#FicaDica
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. advérbios. Concordam com o nome a que se referem
Se a frase ficar coerente com o primeiro, quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos,
trata-se de advérbio, portanto, invariável; se ou numerais.
houver coerência com o segundo, função de As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
adjetivo, então varia: Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo (pronome adjetivo)
Ele está só descansando. (apenas descansan- Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
do) - advérbio As casas estão caras. (adjetivo)
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula Achei barato este casaco. (advérbio)
depois de “só”, haverá, novamente, um ad- Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
jetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e Meio - Meia
descansando)
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
G) Quando um único substantivo é modificado por dois concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as meia porção de polentas.
construções: Quando empregada como advérbio permanece
 O substantivo permanece no singular e coloca-se invariável: A candidata está meio nervosa.
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
espanhola e a portuguesa.
 O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo #FicaDica
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
portuguesa.
saberei que se trata de um advérbio, não de
adjetivo: “A candidata está um pouco nervo-
1. Casos Particulares
sa”.
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
permitido Alerta - Menos

 Estas expressões, formadas por um verbo mais um Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se sempre invariáveis.
referem possuir sentido genérico (não vier precedido Os concurseiros estão sempre alerta.
de artigo). Não queira menos matéria!
É proibido entrada de crianças.
Em certos momentos, é necessário atenção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
No verão, melancia é bom. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto
É preciso cidadania. Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Não é permitido saída pelas portas laterais. Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
 Quando o sujeito destas expressões estiver Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima. SITE
A educação é necessária. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php
São precisas várias medidas na educação.

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -


Quite EXERCÍCIOS COMENTADOS

Estas palavras adjetivas concordam em gênero e 1. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMENTOS


número com o substantivo ou pronome a que se referem. BÁSICOS – CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL – NÍVEL
LÍNGUA PORTUGUESA

Seguem anexas as documentações requeridas. MÉDIO – CESPE – 2017)


A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras. Texto CB3A2BBB
Seguem inclusos os papéis solicitados. O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos
Estamos quites com nossos credores. estão na base das Constituições democráticas modernas.
A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para
o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos

72
humanos em cada Estado e no sistema internacional. Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata de pro-
Ao mesmo tempo, o processo de democratização do blema complicado, este do infinito pessoal. Prevaleciam
sistema internacional, que é o caminho obrigatório para então duas regras mestras que deveriam ser rigorosa-
a busca do ideal da paz perpétua, não pode avançar mente obedecidas. Uma afirmava que o sujeito, sendo
sem uma gradativa ampliação do reconhecimento e da o mesmo, impedia que o verbo se flexionasse. Da outra
proteção dos direitos humanos, acima de cada Estado. infelizmente já não me lembrava.
Direitos humanos, democracia e paz são três elementos Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito pessoal
fundamentais do mesmo movimento histórico: sem que me intrigou no tal aviso: foi estar ele concebido de
direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há maneira chocante aos delicados ouvidos de um escritor
democracia; sem democracia, não existem as condições que se preza.
mínimas para a solução pacífica dos conflitos. Em outras Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro, en-
palavras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os tenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois um ti-
súditos se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos jolo de burrice me baixou na compreensão, fazendo com
alguns direitos fundamentais; haverá paz estável, uma que eu ficasse revirando a frase na cabeça: descerem, no
paz que não tenha a guerra como alternativa, somente ato da subida? Que quer dizer isto? E buscava uma for-
quando existirem cidadãos não mais apenas deste ou ma simples e correta de formular a proibição:
daquele Estado, mas do mundo. É proibido subir para depois descer.
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson É proibido subir no elevador com intenção de descer.
Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adaptações). É proibido ficar no elevador com intenção de descer, quan-
do ele estiver subindo.
Preservando-se a correção gramatical do texto Se quiser descer, não tome o elevador que esteja subindo.
CB3A2BBB, os termos “não há” e “não existem” poderiam Mais simples ainda:
ser substituídos, respectivamente, por Se quiser descer, só tome o elevador que estiver descendo.
De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que
a) não existe e não têm. Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a
b) não existe e inexiste. enunciação de algo que não quer dizer absolutamente
c) inexiste e não há. nada: Se quiser descer, não suba.
Fernando Sabino. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record,
d) inexiste e não acontece.
1995, p. 137-140. (Com adaptações.)
e) não tem e não têm.
O trecho das linhas 5 e 6 pode ser reescrito, com corre-
Resposta: Letra C.
ção gramatical, da seguinte maneira: É expressamente
Busquemos o contexto:
proibido a utilização dos elevadores que tiverem subin-
- sem direitos humanos reconhecidos e protegidos,
do pelos funcionários que desejarem descer.
não há democracia = poderíamos substituir por “não
existe”, inexiste (verbo “haver” empregado com o (  ) CERTO  (  ) ERRADO
sentido de “existir”)
- sem democracia, não existem as condições mínimas Resposta: Errado.
para a solução pacífica dos conflitos = sentido de Quanto à correção gramatical haveria um erro, pois,
“existir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no devido à presença do artigo “a”, a forma correta de
plural, já que devemos concordar com “as condições escrever é: “É expressamente proibida a utilização...”
mínimas”. A única “troca” adequada seria o verbo
“haver” – que pode ser utilizado com o sentido de 3. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE
“existir”. Teríamos: sem direitos humanos reconhecidos – 2010)
e protegidos, inexiste democracia; sem democracia,
não há as condições mínimas para a solução pacífica A Revolta da Vacina
dos conflitos.
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século
2. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, sanea-
2008) mento precário e foco de doenças como febre amarela,
varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam
Como nasce uma história questão de anunciar que não parariam no porto carioca
(fragmento) e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às
dezenas de doenças infecciosas.
Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que serve Ao assumir a presidência da República, Francisco de Pau-
LÍNGUA PORTUGUESA

do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo menos o la Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o
que dizia a tabuleta no alto da porta. saneamento e reurbanização da capital da República. Para
— Sétimo — pedi. assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira
A porta se fechou e começamos a subir. Minha atenção Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, cha-
se fixou num aviso que dizia: mou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do
É expressamente proibido os funcionários, no ato da subi- porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Ro-
da, utilizarem os elevadores para descerem. drigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para
o saneamento.

73
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, Da parte de um juiz tão competente em matérias literá-
com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente rias este ato é honroso para o Sr. Oliveira.
despejo de seus moradores. A população apelidou o mo- Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos
vimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro.
grandes bulevares, largas e modernas avenidas com pré- O amigo das letras.
dios de cinco ou seis andares. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses.
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.)
de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas
sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, man- A oração introduzida pela preposição “por” remete a
dando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo uma ação anterior ao estado descrito na oração “Esta-
foram os mosquitos transmissores da febre amarela. mos ansiosos”.
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente,
foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, (  ) CERTO  (  ) ERRADO
humilhada pelo poder público autoritário e violento, não
acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeita- Resposta: Errado.
vam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários Quem está ansioso está ansioso por algo (concordância
do governo. nominal), remete a uma ação posterior (estamos
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já ansiosos por ler a peça).
profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” e insufla-
do pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, en-
frentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido PONTUAÇÃO
com violência. O episódio transformou, no período de 10
a 16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade
do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram er- Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
guidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. servem para compor a coesão e a coerência textual, além
Internet: <www.ccs.saude.gov.br>. (Com adaptações.)
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
A população do Rio fez uma revolta por causa da vacina- pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
ção obrigatória, uma vez que já estava insatisfeita com o
depende, em certos momentos, da intenção do autor do
“bota-abaixo” e insufladas pela imprensa.
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO
1. Principais funções dos sinais de pontuação
Resposta: Errado.
O termo “insufladas” deveria estar no singular, já que se
A) Ponto (.)
refere à “população”.
 Indica o término do discurso ou de parte dele,
4. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO encerrando o período.
SOCIAL – CESPE – 2016)  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia.
(Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em
Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conse- final de período, este não receberá outro ponto;
guido dormir. Vinha nascendo o Sol. neste caso, o ponto de abreviatura marca, também,
Quis ler os jornais e pediu-os. o fim de período. Exemplo: Estudei português,
Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quan- matemárica, constitucional, etc. (e não “etc..”)
do repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do  Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
Comércio. ponto, assim como após o nome do autor de uma
Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. citação:
Dizia o artigo: Haverá eleições em outubro
Temos o prazer de anunciar ao país o próximo apareci- O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
mento de uma excelente comédia, estreia de um jovem Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira.  Os números que identificam o ano não utilizam
Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai en- ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem
fim entrar nos mares da publicidade, e para isso procu- como os números de CEP: 1975, 2014, 2006,
rou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. 17600-250.
Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos
amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão B) Ponto e Vírgula (;)
LÍNGUA PORTUGUESA

Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu mui-


to e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare.  Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao pon- importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho;
to de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos
encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum
vinha possuído que o abraçou estreitamente, com gran- espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
de pasmo dos numerosos transeuntes.

74
 Separa partes de frases que já estão separadas Usa-se a vírgula:
por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor;
outros, montanhas, frio e cobertor. 1. Para marcar intercalação:
 Separa itens de uma enumeração, exposição de A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua
motivos, decreto de lei, etc. abundância, vem caindo de preço.
Ir ao supermercado; B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos.
Pegar as crianças na escola; Estão produzindo, todavia, altas quantidades de
Caminhada na praia; alimentos.
Reunião com amigos. C) das expressões explicativas ou corretivas: As
indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,
C) Dois pontos (:) isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
Coutinho trata este assunto: 2. Para marcar inversão:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agradam: A) do adjunto adverbial (colocado no início da
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. oração): Depois das sete horas, todo o comércio está
 Antes de uma explicação ou esclarecimento: de portas fechadas.
Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
vivendo a rotina de sempre. pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
 Em frases de estilo direto C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Maria perguntou: maio de 1982.
- Por que você não toma uma decisão?
3. Para separar entre si elementos coordenados
D) Ponto de Exclamação (!) (dispostos em enumeração):
 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e
casar com você! animais.
 Depois de interjeições ou vocativos 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós
Ai! Que susto! queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
João! Há quanto tempo!
5. Para isolar:
E) Ponto de Interrogação (?) A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole
 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. brasileira, possui um trânsito caótico.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Azevedo)
Observações:
F) Reticências (...) Considerando-se que “etc.” é abreviatura da
 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”,
lápis, canetas, cadernos... seria dispensável o emprego da vírgula antes dele.
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige
dizer... é verdad... Ah!” que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este política, futebol, lazer, etc.
mal... pega doutor? As perguntas que denotam surpresa podem ter
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
Deixa, depois, o coração falar... Você falou isso para ela?!

G) Vírgula (,) Temos, ainda, sinais distintivos:


 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014),
Não se usa vírgula separação de siglas (IOF/UPC);
Separando termos que, do ponto de vista sintático,  os colchetes ([ ]) = usados em transcrições
ligam-se diretamente entre si: feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como
primeira opção aos parênteses, principalmente
1. Entre sujeito e predicado: na matemática;
Todos os alunos da sala foram advertidos.  o asterisco (*) = usado para remeter o leitor
Sujeito predicado a uma nota de rodapé ou no fim do livro, para
LÍNGUA PORTUGUESA

substituir um nome que não se quer mencionar.


2. Entre o verbo e seus objetos:
O trabalho custou sacrifício aos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
realizadores. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto
V.T.D.I. O.D. O.I. Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

75
SITE 2. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ PENITENCIÁRIA – CESPE – 2017)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-
virgula.htm Texto 1A1AAA

Após o processo de redemocratização, com o fim da


ditadura militar, em meados da década de 80 do século
EXERCÍCIOS COMENTADOS passado, era de se esperar que a democratização das
instituições tivesse como resultado direto a consolidação
1. ( STJ – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O da cidadania — compreendida de modo amplo,
CARGO 1 – CESPE – 2018 – ADAPTADA ) abrangendo as três categorias de direitos: civis, políticos
e sociais. Sobressaem, porém, problemas que configuram
Texto CB1A1CCC mais desafios para a cidadania brasileira, como a violência
urbana — que ameaça os direitos individuais — e o
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes desemprego — que ameaça os direitos sociais.
revelaram o lado mais sórdido da natureza humana. No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir
Eram relatos de sofrimento, dor, angústia que se de 1980, impacto do processo de modernização pelo qual o
transportavam da cadeira das vítimas, testemunhas país passou. Isso sugere que o boom do consumo colocou
e réus para minha cadeira de juíza. A toga não me em circulação bens de alto valor e, consequentemente,
blindou daqueles relatos sofridos, aflitos. As angústias aumentou as oportunidades para o crime, inclusive porque
dos que se sentavam à minha frente, por diversas a maior mobilidade de pessoas torna o espaço social mais
vezes, me escoltaram até minha casa e passaram a ser anônimo, menos supervisionado.
companheiras de noites de insônia. Não havia outra Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez
solução a não ser escrever. Era preciso colocar no papel mais dissociada de justiça social e reconstrução da
sociedade. O objetivo em relação à criminalidade torna-
e compartilhar a dor daquelas pessoas que, mesmo ao
se bem menos ambicioso: o controle. A prisão ganha
fim do processo e com a sentença prolatada, não me
mais importância na modernidade tardia, porque
deixavam esquecê-las.
satisfaz uma dupla necessidade dessa nova cultura:
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães,
castigo e controle do risco. Essa postura às vezes
filhas, esposas, namoradas, companheiras, todas tendo
proporciona controle, porém não segurança, pois o
em comum a violência no corpo e na alma sofrida
Estado tem o poder limitado de manter a ordem por
dentro de casa. O lar, que deveria ser o lugar mais
meio da polícia, sendo necessário dividir as tarefas de
seguro para essas mulheres, havia se transformado no controle com organizações locais e com a comunidade.
pior dos mundos. Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem pública e
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se garantia dos direitos individuais: os desafios da polícia em sociedades
sentavam à minha frente, os relatos se transformavam democráticas. In: Revista Brasileira de Segurança Pública. São
em desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – mar./2011, p. 84-5 (com adaptações).
justificar e muitas vezes se culpar por terem sido
agredidas. A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos
permitido, a culpa por não ter sido boa o suficiente, a introduzem
culpa por não ter conseguido manter a família. Sempre
a culpa. a) uma enumeração das “categorias de direitos”.
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma b) resultados da “consolidação da cidadania”.
força externa como se somente nós, juízes, promotores c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
e advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele algo “amplo”.
ciclo de violência, mas também lhes dar voz para reagir d) uma generalização do termo “direitos”.
àquela violência invisível. e) objetivos do “processo de redemocratização”.
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias além
das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com adaptações). Resposta: Letra A.
Em “a”, uma enumeração das “categorias de direitos”.
O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o Em “b”, resultados da “consolidação da cidadania” =
sentido de “nós”. incorreta
Em “c”, um contra-argumento para a ideia de cidadania
( ) CERTO ( ) ERRADO como algo “amplo” = incorreta
Em “d”, uma generalização do termo “direitos” =
Resposta: Certo. incorreta
LÍNGUA PORTUGUESA

Ao trecho: (...) Aquelas mulheres chegavam à Justiça Em “e”, objetivos do “processo de redemocratização” =
buscando uma força externa como se somente nós, incorreta
juízes, promotores e advogados, pudéssemos não Recorramos ao texto (faça isso SEMPRE durante seu
apenas cessar aquele ciclo de violência (...). Os termos concurso. O texto é a base para encontrar as respostas
entre vírgulas servem para exemplificar quem são para as questões!): (...) abrangendo as três categorias
os “nós” citados pela autora (juízes, promotores, de direitos: civis, políticos e sociais = os dois-pontos
advogados). introduzem a enumeração dos direitos; apresenta-os.

76
3. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) A maioria dos trabalhadores se aposenta aos 62 anos. O
Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes valor médio do benefício mensal é de US$ 750.
monarquias jamais deixaram de possuir as suas, e cuidavam Mas o que garante uma aposentadoria tranquila não é
delas estrategicamente. Afinal, dotes de princesas foram apenas o seguro social, explica um especialista em pre-
negociados tendo livros como objetos de barganha; vidência. O norte-americano tem que ter suas próprias
tratados diplomáticos versaram sobre essas coleções. Os economias ou um fundo de pensão complementar.
monarcas portugueses, após o terremoto que dizimou Já na Inglaterra, se fosse uma trabalhadora qualquer, a
Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços, terem rainha Elizabeth II, de 76 anos de idade, poderia estar
erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. D. José aposentada há 16 anos. Em um país onde os chefes de
chamava-a de joia maior do tesouro real. D. João VI, mesmo Estado costumam permanecer no trono até a morte, as
na correria da partida para o Brasil, não se esqueceu dos súditas têm o direito de se aposentar com 60 anos de
livros. Em três diferentes levas, a Real Biblioteca aportou vida. Os súditos, com 65 anos.
nos trópicos, e foi até mesmo tema de disputa. Funcionários públicos e trabalhadores comuns recebem
Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br> (com 350 libras de pensão por mês, metade do salário mínimo
adaptações). na Inglaterra. Para ter direito a esse benefício, os britâni-
cos descontam em média 10% do que recebem.
O sinal de dois-pontos empregado imediatamente após Além disso, todos são obrigados a pagar um plano de
“biblioteca” introduz um termo de natureza explicativa. aposentadoria particular, para complementar a pensão
que o Estado garante. O desconto médio é de 8% sobre
( ) CERTO ( ) ERRADO os vencimentos. Assim fica assegurado um rendimento
de metade do salário da ativa.
Resposta: Certo. As vantagens da modernização do sistema todos os apo-
(...) terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria sentados britânicos percebem. Quem não tem onde mo-
= os dois-pontos antecedem um termo explicativo. rar ganha casa do governo. Quando as pernas fraquejam,
a condução da prefeitura leva os velhinhos para qualquer
4. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) O lugar. E, se já não der mais para sair de casa, um assisten-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso te social entrega comida na porta.
na reabertura do Congresso que o “vírus da inflação voltou Internet: <http://jornalnacional.globo.com/semana>. Acesso em
a ser uma ameaça real”. Em sua fala de 21 minutos aos 22 fev. 2003. (Com adaptações.)
senadores e deputados, o presidente alertou também para
a piora do cenário econômico internacional e afirmou que O sétimo parágrafo do texto pode ser reescrito da se-
o aperto fiscal de seu governo durará o “tempo necessário”. guinte forma, mantendo-se correta a pontuação: As van-
Segundo Lula, “teremos tempos difíceis pela frente. O tagens da modernização do sistema, todos os aposen-
mundo entrou em um período de maiores incertezas”. tados britânicos percebem: quem não tem onde morar,
Folha de S. Paulo, 18/2/2003, capa (Com adaptações.) ganha casa do governo; quando as pernas fraquejam, a
No texto, o uso de aspas serve para alertar o leitor de que condução da prefeitura leva os velhinhos para qualquer
as expressões destacadas têm duplo sentido. lugar; e, se já não der mais para sair de casa, um assistente
social entrega comida na porta.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO
(  ) CERTO  (  ) ERRADO
Resposta: Errado.
No texto, o uso de aspas serve para transcrever a fala Resposta: Certo.
do presidente, relatando o que realmente foi dito por As pontuações estão corretas.
ele O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em
seu discurso na reabertura do Congresso que o “vírus 6. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE
da inflação voltou a ser uma ameaça real”. – 2010)

5. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) A Revolta da Vacina


Há 40 anos nos Estados Unidos da América (EUA), os
gaúchos Cláudio e Lourdes aposentaram-se pelo sistema O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século
de previdência norte-americano e recebem do governo o XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, sanea-
chamado seguro social. Cláudio recebe US$ 900 por mês mento precário e foco de doenças como febre amarela,
varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam
e Lourdes, US$ 450, benefícios que garantem as necessi-
questão de anunciar que não parariam no porto carioca
dades básicas.
LÍNGUA PORTUGUESA

e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às


Assim como o casal de brasileiros, 44 milhões de apo-
dezenas de doenças infecciosas.
sentados recebem um seguro social nos EUA. Para se
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Pau-
aposentar, trabalhadores dos setores público e privado
la Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o
seguem basicamente as mesmas regras. O benefício é
saneamento e reurbanização da capital da República. Para
calculado de acordo com a contribuição do trabalhador
assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira
ao longo da vida ativa. É preciso contribuir durante 35
Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, cha-
anos, com 6,2% do salário. mou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do

77
porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Ro- A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
drigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para contentar.
o saneamento. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, agrado ou prazer”, satisfazer.
com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
despejo de seus moradores. A população apelidou o mo- “agradar a alguém”.
vimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de
grandes bulevares, largas e modernas avenidas com pré- O conhecimento do uso adequado das preposições
dios de cinco ou seis andares. é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento verbal (e também nominal). As preposições são capazes
de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou briga- de modificar completamente o sentido daquilo que está
das sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, sendo dito.
mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida Cheguei ao metrô.
o alvo foram os mosquitos transmissores da febre ama- Cheguei no metrô.
rela. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população,
humilhada pelo poder público autoritário e violento, não A voluntária distribuía leite às crianças.
acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeita- A voluntária distribuía leite com as crianças.
vam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
do governo. como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo
profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” e insufla- direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto
do pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, en- adverbial).
frentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido Para estudar a regência verbal, agruparemos os
com violência. O episódio transformou, no período de 10 verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém,
a 16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram er-
diferentes formas em frases distintas.
guidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.
Internet: <www.ccs.saude.gov.br>. (Com adaptações.)
A) Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
Mantém-se o sentido do texto e a correção gramatical
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
caso se retire a vírgula que vem logo depois de “Este”.
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO
Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos
Resposta: Errado.
Ao trecho: (...) nomeou Francisco Pereira Passos para adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições
o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os usadas para indicar destino ou direção são: a, para.
engenheiros Francisco Bicalho. “Este” se refere a Fui ao teatro.
Francisco Passos, o qual nomeou outros. O termo Adjunto Adverbial de Lugar
“por sua vez” serve para explicar o que será descrito
posteriormente, portanto deve estar entre vírgulas. Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar

Comparecer
REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
por em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação último jogo.
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
(regência nominal) e seus complementos. B) Verbos Transitivos Diretos
Os verbos transitivos diretos são complementados
1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO por objetos diretos. Isso significa que não exigem
preposição para o estabelecimento da relação de
LÍNGUA PORTUGUESA

A regência verbal estuda a relação que se estabelece regência. Ao empregar esses verbos, lembre-se de que
entre os verbos e os termos que os complementam os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos
(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo,
(adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou
de uma regência, o que corresponde à diversidade -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas
de significados que estes verbos podem adquirir em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando
dependendo do contexto em que forem empregados. complementos verbais, objetos indiretos.

78
São verbos transitivos diretos, dentre outros: Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, complementos introduzidos pela preposição “com”.
acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, Antipatizo com aquela apresentadora.
amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, Simpatizo com os que condenam os políticos que
convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, governam para uma minoria privilegiada.
ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer,
suportar, ver, visitar. D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
como o verbo amar: Os verbos transitivos diretos e indiretos são
Amo aquele rapaz. / Amo-o. acompanhados de um objeto direto e um indireto.
Amo aquela moça. / Amo-a. Merecem destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar
Amam aquele rapaz. / Amam-no. e pagar. São verbos que apresentam objeto direto
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a
pessoas.
Observação:
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Agradeço aos ouvintes a audiência.
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Objeto Indireto Objeto Direto
adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Paguei o débito ao cobrador.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua Objeto Direto Objeto Indireto
carreira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
humor) com particular cuidado:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
C) Verbos Transitivos Indiretos Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
exigem uma preposição para o estabelecimento da Paguei minhas contas. / Paguei-as.
relação de regência. Os pronomes pessoais do caso Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir Informar
pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
complementos de verbos transitivos indiretos. Com os indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
objetos indiretos que não representam pessoas, usam- Informe os novos preços aos clientes.
se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os
ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. novos preços)
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Na utilização de pronomes como complementos, veja
Consistir - Tem complemento introduzido pela as construções:
preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos
direitos iguais para todos. preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus sobre eles)
complementos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Observação:
Eles desobedeceram às leis do trânsito. A mesma regência do verbo informar é usada para os
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
Responder - Tem complemento introduzido pela
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para Comparar
indicar “a quem” ou “ao que” se responde. Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Respondi ao meu patrão. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondemos às perguntas. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondeu-lhe à altura. uma criança.

Observação: Pedir
LÍNGUA PORTUGUESA

O verbo responder, apesar de transitivo indireto Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
passiva analítica: de pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas Pedi-lhe favores.
satisfatoriamente. Objeto Indireto Objeto Direto

79
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. Assistir
Objeto Indireto Oração Subordinada Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar,
Substantiva Objetiva Direta prestar assistência a, auxiliar.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
A construção “pedir para”, muito comum na As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
na língua culta. No entanto, é considerada correta Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
quando a palavra licença estiver subentendida. presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Assistimos ao documentário.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em Não assisti às últimas sessões.
casa. Essa lei assiste ao inquilino.

Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
uma oração subordinada adverbial final reduzida de intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). de lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos
numa conturbada cidade.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto Chamar
indireto introduzido pela preposição “a”: Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. solicitar a atenção ou a presença de.
Prefiro trem a ônibus. Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá
chamá-la.
Observação: Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo predicativo preposicionado ou não.
prefixo existente no próprio verbo (pre). A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
Mudança de Transitividade - Mudança de A torcida chamou o jogador de mercenário.
Significado A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Há verbos que, de acordo com a mudança de Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
transitividade, apresentam mudança de significado. O Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
conhecimento das diferentes regências desses verbos é Custar
um recurso linguístico muito importante, pois além de
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
permitir a correta interpretação de passagens escritas,
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
oferece possibilidades expressivas a quem fala ou
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
escreve. Dentre os principais, estão:
Agradar
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer
ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
carinhos, acariciar, fazer as vontades de.
reduzida de infinitivo.
Sempre agrada o filho quando.
Aquele comerciante agrada os clientes.
Muito custa viver tão longe da família.
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar Verbo Intransitivo Oração Subordinada
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes. Custou-me (a mim) crer nisso.
O cantor não lhes agradou. Objeto Indireto Oração Subordinada
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo
indireto: O cantor desagradou à plateia. A Gramática Normativa condena as construções que
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
Aspirar pessoa: Custei para entender o problema.
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar = Forma correta: Custou-me entender o problema.
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, Implicar
LÍNGUA PORTUGUESA

ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
(Aspirávamos a ele) A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é implicavam um firme propósito.
pessoa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” B) ter como consequência, trazer como consequência,
não são utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
“a ela(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência
melhor. (= Aspiravam a ela)

80
Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
econômicas.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.

Namorar
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos.

Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto:
Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.

Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.

Proceder
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São,
portanto, transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
LÍNGUA PORTUGUESA

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

81
Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição
“a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
completiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
LÍNGUA PORTUGUESA

Contíguo a Impróprio para Semelhante a


Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

82
Advérbios Seria mantida a correção do texto caso o trecho ‘para
Longe de Perto de que seus direitos sejam garantidos’ fosse reescrito da
seguinte forma: visando à garantia de seus direitos.
Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir ( ) CERTO ( ) ERRADO
o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a. Resposta: Certo.
O verbo “visar” exige preposição, por isso o acento grave
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS indicativo de crase antes da palavra “garantia”. O trecho
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto manteria o sentido e estaria gramaticalmente correto.
Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
São Paulo: Saraiva, 2010. 2. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDE-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa RAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA)
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria
Português: novas palavras: literatura, gramática, e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das
redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e cultu-
rais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências
SITE infligem considerável prejuízo às nações do mundo intei-
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php ro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os
cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos,
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étni-
cos, independentemente de classe social e econômica ou
EXERCÍCIOS COMENTADOS mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos
efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação
1. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geral-
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE – 2016) mente de caráter transnacional — com a criminalidade e
a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e
Maria Silva é moradora do Assentamento Noroeste, afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o
onde moram cerca de cem pessoas cuja principal forma governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico
de renda é o trabalho com reciclagem. Ela é uma das de drogas, articulando-se internamente e com a socieda-
líderes que lutam pelos direitos daquela comunidade. de, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de
Vinda do estado do Ceará, Maria chegou a Brasília em prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a apro-
2002 e conheceu o trabalho da Defensoria Pública por vação dos cidadãos.
meio do projeto Monitoramento da Política Nacional Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.
para a População em Situação de Rua, tendo seu primeiro
contato com a defensoria ocorrido quando ela precisou Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em
de novos documentos para substituir os que haviam sido “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do
perdidos no período em que esteve nas ruas. vocábulo “conexos”.
O objetivo do referido projeto é o de ir até a população
que normalmente não tem acesso à Defensoria Pública. ( ) CERTO ( ) ERRADO
“Nós chegamos de forma humanizada até essas pessoas
em situação de rua. Com esse trabalho nós estamos Resposta: Errado.
garantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que Ao texto: (...) Questão de relevância na discussão dos efei-
consigam se beneficiar de outras políticas públicas”, explica tos adversos do uso indevido de drogas é a associação do
a coordenadora do Departamento de Atividade Psicossocial. tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geral-
A mais recente visita de participantes de outro projeto, o mente de caráter transnacional — com a criminalidade
Atenção à População de Rua do Assentamento Noroeste, e a violência.
levou respostas às demandas solicitadas pelos moradores. O termo está se referindo à associação – associação do
O foco foram soluções e retornos de casos como o de um tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminalida-
morador que tem problemas com a justiça e que está sendo de (2) (associação daquilo [1] com isso [2])
assistido por um defensor público e o de uma senhora que
estava internada em um hospital público e conseguiu uma
cirurgia por meio dos serviços da defensoria.
As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior
LÍNGUA PORTUGUESA

demanda a solicitação de registro civil. “As certidões


de nascimento figuram entre as demandas porque
essas pessoas não as conseguiram por outros serviços,
e a defensoria teve que intervir. Nós entramos para
solucionar problemas: vamos até as ruas para informar
sobre o trabalho da defensoria, para que seus direitos
sejam garantidos”, afirma a coordenadora.
Internet: <www.defensoria.df.gov.br.> (com adaptações).

83
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).

 Parônimos = palavras com sentidos diferentes,


Semântica é o estudo da significação das palavras e porém de formas relativamente próximas. São palavras
das suas mudanças de significação através do tempo ou parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo
em determinada época. A maior importância está em de vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso
distinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e após o almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). para ocorrer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede
(substantivo e/ou verbo “ser” no imperativo) e cede
Sinônimos (verbo), comprimento (medida) e cumprimento (saudação),
autuar (processar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena)
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - e infringir (violar), deferir (atender a) e diferir (divergir),
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. suar (transpirar) e soar (emitir som), aprender (conhecer)
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são e apreender (assimilar; apropriar-se de), tráfico (comércio
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara ilegal) e tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, (procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, superfície) e imergir (mergulhar, afundar).
em deteminado enunciado (aguadar e esperar).
Hiperonímia e Hiponímia
Observação:
A contribuição greco-latina é responsável pela Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o
antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; hiperônimo, mais abrangente.
transformação e metamorfose; oposição e antítese. O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo,
criando, assim, uma relação de dependência semântica.
Antônimos Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia
com carros, já que veículos é uma palavra de significado
São palavras que se opõem através de seu significado: genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; um hiperônimo de carros.
mal - bem. Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A
Observação: utilização correta dos hiperônimos, ao redigir um texto,
A antonímia pode se originar de um prefixo de sentido evita a repetição desnecessária de termos.
oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e
antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo Parônimos: São palavras parecidas na escrita e na
e inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista; pronúncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente,
simétrico e assimétrico. tetânico e titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cético
e séptico, prescrever e proscrever, descrição e discrição,
Homônimos e Parônimos infligir (aplicar) e infringir (transgredir), osso e ouço, sede
(vontade de beber) e cede (verbo ceder), comprimento e
 Homônimos = palavras que possuem a mesma cumprimento, deferir (conceder, dar deferimento) e diferir
grafia ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. (ser diferente, divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retificar
Podem ser (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muito grande:
soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e
diferentes na pronúncia: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
denuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo). CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
- Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e Paulo: Saraiva, 2010.
diferentes na escrita: AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
LÍNGUA PORTUGUESA

acender (atear) e ascender (subir); concertar


(harmonizar) e consertar (reparar); cela (compartimento) XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
e sela (arreio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
(palácio) e passo (andar).
SITE
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente Disponível em: <http://www.coladaweb.com/
(ou perfeitas): São palavras iguais na escrita e na portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-
pronúncia: paronimos>

84
POLISSEMIA Muitas vezes, a disposição das palavras na construção
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo,
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir comicidade. Repare na figura abaixo:
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
de seu próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo
percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade
de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
ocorrência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. (http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-cabelo-e-
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua pinto. Acesso em 15/9/2014).
sobrevivência Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras,
O passarinho foi atingido no bico. mas duas seriam:
Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em Corte e coloração capilar
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido ou
de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, Faço corte e pintura capilar
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
“jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
formato quadriculado que têm.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
Polissemia e homonímia
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários
significados, estamos na presença da polissemia. Por
SITE
outro lado, quando duas ou mais palavras com origens e
significados distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
uma homonímia. gramatica/polissemia.htm>
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é polissemia DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
porque os diferentes significados para a palavra “manga” têm
origens diferentes. “Letra” é uma palavra polissêmica: pode Exemplos de variação no significado das palavras:
significar o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido
ou a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os literal)
diferentes significados estão interligados porque remetem para Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
o mesmo conceito, o da escrita. figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
Polissemia e ambiguidade As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto (conotação) das palavras.
na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma A) Denotação
interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
colocação específica de uma palavra (por exemplo, um apresenta seu significado original, independentemente
advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase: do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada mais objetivo e comum, aquele imediatamente
frequentemente são felizes. reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
Neste caso podem existir duas interpretações diferentes: significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque


são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação A denotação tem como finalidade informar o receptor
equilibrada. da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, caráter prático. É utilizada em textos informativos, como
ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de
interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito medicamentos, textos científicos, entre outros. A palavra
importante saber qual o contexto em que a frase é “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas
proferida. um pedaço de madeira. Outros exemplos:

85
O elefante é um mamífero. Na Itália, isso é constantemente lembrado, porque toda
As estrelas deixam o céu mais bonito! sentença é dedicada (intestata) ao povo italiano, em nome
do qual é pronunciada.
B) Conotação Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do processo. São
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com adaptações).
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
interpretações, dependendo do contexto em que esteja No texto CG1A1BBB, o vocábulo ‘emana’ foi empregado
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que com o sentido de
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma a) trata.
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico. b) provém.
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido c) manifesta.
conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), d) pertence.
reprovação (tomei pau no concurso). e) cabe.
A conotação tem como finalidade provocar
sentimentos no receptor da mensagem, através da Resposta: Letra B.
expressividade e afetividade que transmite. É utilizada Dentro do contexto: (...) afirma-se que o poder dos
principalmente numa linguagem poética e na literatura, juízes emana do povo e em seu nome é exercido =
mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de “emana” tem o sentido de “provém”.
música, em anúncios publicitários, entre outros. Exemplos:
Você é o meu sol! 2. (INSS - TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016)
Minha vida é um mar de tristezas.
Você tem um coração de pedra! Texto I

Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá


#FicaDica pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não
era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a
Procure associar Denotação com Dicionário: minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um
trata-se de definição literal, quando o termo sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande
é utilizado com o sentido que consta no di- e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros.
cionário. Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro
que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre.
O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em
frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
a nota de encomenda, perguntou-me onde seria entregue
Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um
Paulo: Saraiva, 2010.
momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu,
que fica quase em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de
SITE
que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e- em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração.
denotacao/ ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim
desenhou o endereço na nota.
― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá
sua estante.
EXERCÍCIOS COMENTADOS ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse
prazo.
1. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – CESPE – 2017) ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três
semanas.
Texto CG1A1BBB Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1989 (com adaptações)
Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição da
República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana do
LÍNGUA PORTUGUESA

A expressão “armar ali a minha tenda” foi empregada no


povo, que o exerce por meio de representantes eleitos texto em sentido figurado.
ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Em
virtude desse comando, afirma-se que o poder dos juízes ( ) CERTO ( ) ERRADO
emana do povo e em seu nome é exercido. A forma de
sua investidura é legitimada pela compatibilidade com as Resposta: Certo.
regras do Estado de direito e eles são, assim, autênticos (...) mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões
agentes do poder popular, que o Estado polariza e exerce. e leitura = trecho empregado em sentido figurado.

86
3. (INSS - TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) O Resposta: Errado.
verbo dever (“deve ser 227”) foi empregado no sentido de A expressão “vitalícia” significa “para a vida toda”,
ser provável. portanto é assegurada mesmo depois da morte, e não
apenas “depois”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
5. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO
Resposta: Certo. SOCIAL – CESPE – 2016)
“Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conse-
frente, deve ser 227” = levando em conta a numeração guido dormir. Vinha nascendo o Sol.
do prédio que fica em frente ao dele, o narrador deduz Quis ler os jornais e pediu-os.
a numeração do seu, achando-a provável. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quan-
do repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do
4. (INSS – TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2003) Comércio.
Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Pri-
Há 40 anos nos Estados Unidos da América (EUA), os gaú- ma.
chos Cláudio e Lourdes aposentaram-se pelo sistema de Dizia o artigo:
previdência norte-americano e recebem do governo o Temos o prazer de anunciar ao país o próximo apareci-
chamado seguro social. Cláudio recebe US$ 900 por mês mento de uma excelente comédia, estreia de um jovem
e Lourdes, US$ 450, benefícios que garantem as necessi- literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira.
dades básicas. Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai
Assim como o casal de brasileiros, 44 milhões de apo- enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso pro-
sentados recebem um seguro social nos EUA. Para se curou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto.
aposentar, trabalhadores dos setores público e privado Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos
seguem basicamente as mesmas regras. O benefício é amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão
calculado de acordo com a contribuição do trabalhador Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu mui-
ao longo da vida ativa. É preciso contribuir durante 35 to e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare.
anos, com 6,2% do salário. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao pon-
A maioria dos trabalhadores se aposenta aos 62 anos. O to de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao
valor médio do benefício mensal é de US$ 750. encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo
Mas o que garante uma aposentadoria tranquila não é vinha possuído que o abraçou estreitamente, com gran-
apenas o seguro social, explica um especialista em pre- de pasmo dos numerosos transeuntes.
vidência. O norte-americano tem que ter suas próprias Da parte de um juiz tão competente em matérias literá-
economias ou um fundo de pensão complementar. rias este ato é honroso para o Sr. Oliveira.
Já na Inglaterra, se fosse uma trabalhadora qualquer, a Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos
rainha Elizabeth II, de 76 anos de idade, poderia estar certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro.
aposentada há 16 anos. Em um país onde os chefes de O amigo das letras.
Estado costumam permanecer no trono até a morte, as Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses.
súditas têm o direito de se aposentar com 60 anos de São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.)
vida. Os súditos, com 65 anos.
Funcionários públicos e trabalhadores comuns recebem No texto, a palavra “fortuna” pode ser interpretada tanto
350 libras de pensão por mês, metade do salário míni- como sucesso quanto como riqueza.
mo na Inglaterra. Para ter direito a esse benefício, os
britânicos descontam em média 10% do que recebem. (  ) CERTO  (  ) ERRADO
Além disso, todos são obrigados a pagar um plano de
aposentadoria particular, para complementar a pensão Resposta: Certo.
que o Estado garante. O desconto médio é de 8% sobre Texto: (...) Da parte de um juiz tão competente em
os vencimentos. Assim fica assegurado um rendimento matérias literárias este ato é honroso para o Sr.
de metade do salário da ativa. Oliveira.
As vantagens da modernização do sistema todos os Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e
aposentados britânicos percebem. Quem não tem onde ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer
morar ganha casa do governo. Quando as pernas fra- teatro. O termo “fortuna” pode ter o sentido de riqueza
quejam, a condução da prefeitura leva os velhinhos material e, também, o de literária, ambos denotarão
para qualquer lugar. E, se já não der mais para sair de sucesso ao Sr. Oliveira.
casa, um assistente social entrega comida na porta.
LÍNGUA PORTUGUESA

Internet: <http://jornalnacional.globo.com/semana>. Acesso em


22 fev. 2003. (Com adaptações.)

A expressão “vitalícia” tem o sentido de assegurada de-


pois da morte do genitor.

(  ) CERTO  (  ) ERRADO

87
6. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) Resposta: Errado.
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis (...) Permite-se a interdição de registros de época, em
pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
origem de uma série de mazelas, algumas das quais Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato
proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores
trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o sentido é o de
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde “impedido”.
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
crianças e adolescentes a participarem do processo de
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
OFICIAIS (CONFORME MANUAL
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA
foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, REPÚBLICA)ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM
ele continua sendo grave problema nos países mais AO TIPO DE DOCUMENTO. ADEQUAÇÃO
pobres. DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).

A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida Uma boa redação é aquela que permite uma leitura
social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a prazerosa, natural, de fácil compreensão. Para fazer bons
“pobreza”. textos é fundamental ter o hábito de leitura, utilizar todas
as regras da língua Portuguesa e as técnicas de redação a
( ) CERTO ( ) ERRADO seu favor.
 Organize seus argumentos sobre o tema proposto
Resposta: Errado. e os escreva de forma compreensível. Organize os
(...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra argumentos em ordem crescente, ou seja, deixe o
terreno = refere-se a “trabalho infantil”. argumento mais forte para o final;
 Nas dissertações em que é necessário defender algo,
7. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO não fique “em cima do muro”, coloque claramente
33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio – sua posição, pois muitas vezes os corretores estão
CESPE-2013) interessados em avaliar sua capacidade de opinar,
Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a refletir e argumentar;
edição de biografias à autorização do biografado ou  Escreva com clareza;
descendentes. As consequências da norma são negativas.  Seja objetivo e fiel ao tema;
Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar  Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito
para a posteridade a vida de personagens importantes + predicado);
na formação do país, em qualquer ramo de atividade.  Evite períodos e parágrafos muito longos;
Permite-se a interdição de registros de época, em prejuízo  Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do
dos historiadores e pesquisadores do futuro. texto;
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato da vida  Não use termos chulos, gírias e regionalismos;
do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário de Andrade  Esteja sempre atualizado em tudo que acontece
e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto na literatura no mundo;
não pode haver censura prévia. Publicada a reportagem  Leia muito. A leitura enriquece o vocabulário, você
(ou biografia), os que se sentirem atingidos que recorram à olha visualmente as palavras e envia para a sua
justiça. É preciso seguir o padrão existente em muitos países, memória a forma correta de escrevê-las;
em que há biografias “autorizadas” e “não autorizadas”.  Treine fazer redação com temas que poderão estar
Reclamações posteriores, quando existem, são relacionados com as provas de concursos públicos,
encaminhadas ao foro devido, os tribunais. ou então faça com temas da atualidade e notícias
O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil constantes nos meios de comunicação;
para justificar o veto a que a historiografia do país seja  Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino,
enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”;
de censura concedido a biografados e herdeiros ser um  Cronometre o tempo que é gasto nas suas
atentado à Constituição. redações de treino e tente sempre diminuir o
O Globo, 23/9/2013 (com adaptações). tempo gasto na próxima;
 Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas
LÍNGUA PORTUGUESA

A palavra “sonegado” está sendo empregada com o estabelecido na prova;


sentido de reduzido, diminuído.  Mantenha o mesmo padrão de letra do início
ao fim do texto. Não inicie com letra legível e
( ) CERTO ( ) ERRADO arredondada, por exemplo, e termine com ela
ilegível e “apressada”. Isso dará uma péssima
impressão para o examinador da banca quando
for ler;

88
 Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse C) Conclusão
sua redação; Tenha o máximo de asseio possível; A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela
 Faça as redações de provas anteriores do concurso ressalta o que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL
que você prestará; solução.
 Fique focado no enunciado que a banca está
pedindo, não redija um texto lindo, mas que está FIQUE ATENTO!
totalmente fora do tema. Nunca fuja do tema
proposto; Na dissertação NUNCA usamos: eu, nós,
 Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras; temos, devemos, podemos, iremos, sei, sa-
 Tenha seus argumentos fundamentados. Seja bemos, e palavras conjugadas da mesma
coeso e coerente; forma. Isto porque ela deve ser escrita na
 Algo comum no mundo dos concurseiros é o 3.ª pessoa do singular. O certo seria: sabe-
grande temor pela redação nas provas. Muitas -se, deve-se, importante se faz, tem-se.
vezes o candidato prepara-se para a prova objetiva “Todo mundo”, “todo o planeta”, “todas as
e deixa a redação de lado, perdendo grandes pessoas”, “todos”: tais palavras devem ser
chances de passar. A única maneira eficaz de evitadas, pois a dissertação não admite ge-
aprender a fazer uma boa redação é treinando. neralização. Logo, devemos usar “a maioria”,
Faça redações sobre diversos temas, leia e releia “grande parte”, “parcela da população”, “um
quantas vezes precisar, e lembre-se: a prática pode significativo número”, etc. “Com certeza”,
levar à perfeição; “obviamente”, “definitivamente”: são pala-
 Além dessas dicas é preciso saber, principalmente, vras que também devem ser evitadas. A dis-
as regras de acentuação gráfica, pontuação, sertação consiste numa argumentação, na
ortografia e concordância. qual se é exposto um pensamento, o qual
poderá ser refutado por outro pensamento.
Estrutura da Redação
Exemplo de uma redação. O texto trata da redução da
Um texto é composto de três partes essenciais:
maioridade no Brasil.
introdução, desenvolvimento e conclusão. O correto
é haver um elo entre as partes, como se formassem
A INTRODUÇÃO é a seguinte:
a costura do texto. Na introdução é onde o tema
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos
abordado é apresentado, não deve ser muito extensa, e
por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles
aconselha-se que tenha apenas um parágrafo de quatro aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de
a seis linhas. O desenvolvimento é o “corpo” do texto, praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo,
a parte mais importante dele. É onde se expõe o ponto SÃO de regiões periféricas e não têm o devido acesso á
de vista, e argumenta de uma forma lógica para que o educação.
leitor acompanhe seu raciocínio. Nesta parte do texto Lembra-se da regra dos assuntos (pelo menos três) da
faz-se uso de, no mínimo, dois parágrafos. A conclusão introdução? Então... vamos ver quais serão os assuntos.
é o fechamento. Mas é válido lembrar que a introdução, Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm
desenvolvimento e conclusão são ligados e dependentes sendo cometidos por infratores menores de dezoito anos
entre si para que a coesão e coerência textual sejam Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente
mantidas e o texto faça sentido. pequenas e não os inibe de praticar novos delitos
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de
A) Introdução regiões periféricas e não têm o devido acesso á educação
A introdução (dependendo do número máximo de
linhas) deve ter argumentos, dos quais você falará Agora, construamos o texto, abordando cada assunto
no desenvolvimento. Então, deixe para explicar o em um parágrafo do desenvolvimento.
assunto da introdução depois. Apenas coloque os Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos
argumentos de forma conexa e, o mais importante, por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles
apenas os coloque se tiver certeza de que falará aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de
sobre eles depois. praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo,
É de regiões periféricas e não TEM o devido acesso á
B) Desenvolvimento educação.
O desenvolvimento (dependendo do número máximo É de se notar que o crescente número de infrações
de linhas) deve ter, no mínimo, dois parágrafos. realizadas por crianças e adolescentes, aparentemente,
LÍNGUA PORTUGUESA

Cada parágrafo deve ter entre 2 a 4 linhas. O só tende a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes
ideal seria três linhas, pois quanto mais linhas, como roubo e tráfico se mostram cada vez mais presente
maiores as chances de você escrever algo confuso. nas ações destes jovens. (assunto 1)
Os parágrafos devem tratar dos argumentos Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles
apresentados na introdução. Cada parágrafo, ao aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O
menos, referente a um deles. grande problema de medidas tão brandas consiste no fato
de estas não cumprirem um de seus importantes deveres:
o de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2)

89
A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, A redação oficial deve caracterizar-se pela
certamente, é um ponto que fortalece o envolvimento impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,
com ações infratoras. Dispersos, tratados com descaso e clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
sem perspectiva, muitos jovens veem no crime a possível Fundamentalmente esses atributos decorrem da
solução para seus problemas. (assunto 3) Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração
A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dia que o país investir em educação e não em formas de dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
seja necessária qualquer pena. (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios
fundamentais de toda administração pública, claro está
Planejando a Dissertação que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e
comunicações oficiais.
Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos: Não se concebe que um ato normativo de qualquer
 Interrogue o tema; natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
 Responda-o de acordo com a sua opinião; impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido
 Apresente um argumento básico; dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são
 Apresente argumentos auxiliares; requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável
 Apresente um fato-exemplo; que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.
 Conclua. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
concisão.
Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Além de atender à disposição constitucional, a forma
Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro: dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum para sua elaboração que remontam ao período de nossa
homem vive sozinho? história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade
2. Procure responder a essa pergunta de um modo – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro
simples e claro, concordando ou discordando (ou de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o
concordando em parte e discordando em parte): número de anos transcorridos desde a Independência.
essa resposta é o seu ponto de vista. Essa prática foi mantida no período republicano.
3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta, Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza,
uma causa, um motivo, uma razão para justificar uniformidade, concisão e uso de linguagem formal)
sua posição: aí estará o seu argumento principal. aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre
4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem
permitir uma única interpretação e ser estritamente
a defender o seu ponto de vista, a fundamentar
impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível
sua posição. Estes serão os argumentos auxiliares.
de linguagem.
5. Em seguida, procure algum fato que sirva de
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações
exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-
oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre
exemplo pode vir de sua memória visual, das
um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no
um fato da vida política, econômica, social. Pode
ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) –
expressivo e coerente com o seu ponto de vista. ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de
O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à forma homogênea (o público).
argumentação. Além disso, pessoaliza o nosso Outros procedimentos rotineiros na redação de
texto, diferenciando-o dos demais. comunicações oficiais foram incorporados ao longo do
6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de tempo, como as formas de tratamento e de cortesia,
sua redação. certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes,
etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para
SITES comunicações oficiais, regulados pela Portaria n.º 1 do
Disponível em: <http://www.okconcursos.com.br/ Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937.
como-passar/dicas-para-concurso/330-como-fazer- Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
uma-boa-redacao#.Upoqg9Kfsfh> buscou fazer das características específicas da forma
Disponível em: <http://capaciteredacao.forum-livre. oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de
com/t5097-explicacao-como-fazer-uma-redacao> que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ uma forma específica de linguagem administrativa, o que
secoes/Redacao/Redacao2.php> coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês.
LÍNGUA PORTUGUESA

Este é antes uma distorção do que deve ser a redação


O que é Redação Oficial oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a de frases.
maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos A redação oficial não é, portanto, necessariamente
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade
do Poder Executivo. básica – comunicar com impessoalidade e máxima

90
clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da Fundamentalmente esses atributos decorrem da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração
jornalístico, da correspondência particular, etc. pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
As comunicações oficiais devem primar pela Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
objetividade, transparência, clareza, simplicidade e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade. impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
Nesse sentido, a redação oficial, da qual se deve (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios
extrair uma única interpretação, há de procurar ser fundamentais de toda administração pública, claro está
compreensível por todo e qualquer cidadão brasileiro. que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e
Com esses cuidados, é possível aprimorar um item comunicações oficiais.
fundamental na profissionalização do servidor, na Não se concebe que um ato normativo de qualquer
racionalização do trabalho e na redução dos custos. natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ou impossibilite sua compreensão. A transparência
maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos do sentido dos atos normativos, bem como sua
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de
do Poder Executivo. Direito: é inaceitável que um texto legal não seja
A redação oficial deve caracterizar-se pela entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois,
impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, necessariamente, clareza e concisão.
concisão, formalidade e uniformidade, clareza e Além de atender à disposição constitucional, a forma
precisão, objetividade, coesão e coerência. dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas
para sua elaboração que remontam ao período de nossa
história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade
FIQUE ATENTO! – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro
Essas quatro ultimas características foram de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o
acrescentadas no novo manual de redação número de anos transcorridos desde a Independência.
oficial. Essa prática foi mantida no período republicano.
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza,
uniformidade, concisão e uso de linguagem formal)
aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre
Vejamos:
permitir uma única interpretação e ser estritamente
Precisão: o atributo da precisão complementa a
impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível
clareza e caracteriza-se Por:
de linguagem.
- articulação da linguagem comum ou técnica para a
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações
perfeita compreensão da ideia veiculada no texto.
oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre
Mas cuidado, a linguagem técnica é permitida, des-
um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
de que usada de forma que não haja dúvidas na dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público
informação. (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro)
- manifestação do pensamento ou da ideia com as – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de
mesmas palavras, evitando o emprego de sinôni- forma homogênea (o público).
mos com proposito meramente estilístico. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
- escolha de expressão ou palavra que não confira buscou fazer das características específicas da forma
duplo sentido ao texto. oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de
que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de
Objetividade: ser objetivo é ir diretamente ao assunto uma forma específica de linguagem administrativa,
que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. o que coloquialmente e pejorativamente se chama
Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a
de antemão qual é a ideia principal e quais são as redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões
secundarias. e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de
construção de frases.
Coesão e coerência: é indispensável que o texto tenha A redação oficial não é, portanto, necessariamente
coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade
ligação, a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe- básica – comunicar com impessoalidade e máxima
se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. jornalístico, da correspondência particular, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

Apresentadas essas características fundamentais da


redação oficial, passemos à análise pormenorizada de
#FicaDica cada uma delas.
Todo o texto precisa estar conectado, para
isso, fique atento à regência nominal e verbal, - Uso do padrão culto de linguagem
usando das preposições corretas de acordo A necessidade de empregar determinado nível de
com a intenção do texto. linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre,
de um lado, do próprio caráter público desses atos

91
e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou compreensão limitada.
regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que A linguagem técnica deve ser empregada apenas
só é alcançado se em sua elaboração for empregada em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
a linguagem adequada. O mesmo se dá com os indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e
expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são
informar com clareza e objetividade. de difícil entendimento por quem não esteja com eles
As comunicações que partem dos órgãos públicos familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-
federais devem ser compreendidas por todo e los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
há que evitar o uso de uma linguagem restrita a
determinados grupos. Não há dúvida que um texto - Clareza e precisão
marcado por expressões de circulação restrita, como a
gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, Clareza
tem sua compreensão dificultada. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto
Ressalte-se que há necessariamente uma distância oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que
entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração concebe que um documento oficial ou um ato normativo
de costumes, e pode eventualmente contar com outros de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência
gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua um texto oficial ou um ato normativo não seja entendido
escrita incorpora mais lentamente as transformações, pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade
tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas não se esgota na mera publicação do texto, estendendo-
de si mesma para comunicar. se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro.
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes Para a obtenção de clareza, sugere-se:
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sen-
exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer tido comum, salvo quando o texto versar sobre
de determinado padrão de linguagem que incorpore assunto técnico, hipótese em que se utilizará no-
expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um menclatura própria da área;
parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar
vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há as orações na ordem direta e evitar intercalações
um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambi-
da língua, a finalidade com que a empregamos. guidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu oração;
caráter impessoal, por sua finalidade de informar com c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo
o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso o texto;
do padrão culto da língua. Há consenso de que o d) não utilizar regionalismos e neologismos;
padrão culto é aquele em que a) se observam as regras e) pontuar adequadamente o texto;
da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário f) explicitar o significado da sigla na primeira refe-
comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante rência a ela; e
ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto g) utilizar palavras e expressões em outro idioma
na redação oficial decorre do fato de que ele está apenas quando indispensáveis, em razão de serem
acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas designações ou expressões de uso já consagrado
regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias ou de não terem exata tradução. Nesse caso, gra-
linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a fe-as em itálico, conforme orientações do subitem
10.2 deste Manual.
pretendida compreensão por todos os cidadãos.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a
Precisão
simplicidade de expressão, desde que não seja confundida
O atributo da precisão complementa a clareza e
com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do
caracteriza-se por:
padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada,
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a
nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de
perfeita compreensão da ideia veiculada no texto;
linguagem próprios da língua literária.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) manifestação do pensamento ou da ideia com as


Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
mesmas palavras, evitando o emprego de sinoní-
um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso mia com propósito meramente estilístico; e
do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É c) escolha de expressão ou palavra que não confira
claro que haverá preferência pelo uso de determinadas duplo sentido ao texto.
expressões, ou será obedecida certa tradição no
emprego das formas sintáticas, mas isso não implica,
necessariamente, que se consagre a utilização de uma

92
É indispensável, também, a releitura de todo o texto Exemplo:
redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos Apurado, com impressionante agilidade e precisão,
obscuros provém principalmente da falta da releitura, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à população
o que tornaria possível sua correção. Na revisão de acreana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria
um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil da população daquele distante estado manifestou-se
compreensão por seu destinatário. O que nos parece pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e
que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrência indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro
de nossa experiência profissional, muitas vezes, faz com fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a
que os tomemos como de conhecimento geral, o que ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco
nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, horas a menos que em Greenwich.
precise os termos técnicos, o significado das siglas e das Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários,
abreviações e os conceitos específicos que não possam abusou-se no emprego de adjetivos (impressionante,
ser dispensados. esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que confere carga afetiva injustificável, sobretudo em texto
são elaboradas certas comunicações quase sempre oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados
compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, os excessos, o período ganha concisão, harmonia e
há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, unidade:
o atraso, com sua indesejável repercussão no texto Exemplo:
redigido. Apurado o resultado da consulta à população acreana,
A clareza e a precisão não são atributos que se verificou-se que a maioria da população se manifestou pela
atinjam por si sós: elas dependem estritamente das rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.
demais características da redação oficial, apresentadas Não satisfeita com a nova hora legal vinculada ao terceiro
a seguir. fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a
ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco
- Objetividade horas menos que em Greenwich.
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja
abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir - Coesão e coerência
isso, é fundamental que o redator saiba de antemão É indispensável que o texto tenha coesão e coerência.
qual é a ideia principal e quais são as secundárias. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto
em todo texto de alguma complexidade: as fundamentais tem coesão e coerência quando se lê um texto e se
e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão
sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
existem também ideias secundárias que não acrescentam Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a
informação alguma ao texto, nem têm maior relação com coerência de um texto são: referência, substituição, elipse
as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o e uso de conjunção.
que também proporcionará mais objetividade ao texto. A referência diz respeito aos termos que se relacionam
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto a outros necessários à sua interpretação. Esse mecanismo
com o assunto e com as informações, sem subterfúgios, pode dar-se por retomada de um termo, relação com o
sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
que é precedente no texto, ou por antecipação de um
a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou
termo cuja interpretação dependa do que se segue.
torna o texto rude e grosseiro.
Exemplos:
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção.
- Concisão
Ele aguardou a decisão do Plenário.
A concisão é antes uma qualidade do que uma
O TCU apontou estas irregularidades: falta de
característica do texto oficial. Conciso é o texto que
assinatura e de identificação no documento.
consegue transmitir o máximo de informações com
o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma A substituição é a colocação de um item lexical no
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração.
se deve eliminar passagens substanciais do texto com Exemplos:
o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder
exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias Executivo federal propôs reduzir as alíquotas.
e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. O ofício está pronto. O documento trata da
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve exoneração do servidor.
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em
LÍNGUA PORTUGUESA

evitar caracterizações e comentários supérfluos, adjetivos


e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um seguida, os prefeitos fizeram o mesmo.
exemplo1 de período mal construído, prolixo: A elipse consiste na omissão de um termo recuperável
1 O exemplo de período mal construído foi elaborado, pelo contexto.
para fins didáticos, a partir do exemplo de período Exemplo:
bem construído, por sua vez, extraído da Exposição de O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os
Motivos Interministerial no 51/MCTI/MRE/MPOG, de 21 particulares. (Na segunda oração, houve a omissão do
de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011a). verbo “regulamenta”).

93
Outra estratégia para proporcionar coesão e É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento.
coerência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer Não se trata somente do correto emprego deste ou da-
ligação entre orações, períodos ou parágrafos. quele pronome de tratamento para uma autoridade de
Exemplo: certo nível, mais do que isso: a formalidade diz respeito
O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
o interesse de seu Governo pelo assunto. cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne-
- Impessoalidade cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a adminis-
A impessoalidade decorre de princípio constitucional tração pública federal é una, é natural que as comunicações
(Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois que expeça sigam o mesmo padrão. O estabelecimento
aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se
administração pública proceda de modo a não privilegiar atente para todas as características da redação oficial e que
ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a o texto definitivo, nas exceções em que se fizer neces-
ação administrativa ser exercida por intermédio de seus sária a impressão, e a correta diagramação do texto são
servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal. indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo
A redação oficial é elaborada sempre em nome do II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas es-
serviço público e sempre em atendimento ao interesse pecíficas para cada tipo de expediente. Em razão de seu
geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e
dos expedientes oficiais não devem ser tratados de outra os expedientes oficiais requerem o uso do padrão culto
forma que não a estritamente impessoal. do idioma, que acata os preceitos da gramática formal
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos
que deve ser dado aos assuntos que constam das usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto,
comunicações oficiais decorre: imprescindível na redação oficial por estar acima das dife-
a) da ausência de impressões individuais de quem renças lexicais, morfológicas ou sintáticas, regionais; dos
comunica: embora se trate, por exemplo, de um modismos vocabulares e das particularidades linguísticas.
expediente assinado por Chefe de determinada Recomendações:
Seção, a comunicação é sempre feita em nome do - a língua culta é contra a pobreza de expressão e não
serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável contra a sua simplicidade;
padronização, que permite que as comunicações - o uso do padrão culto não significa empregar a
elaboradas em diferentes setores da administração língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
pública guardem entre si certa uniformidade; linguagem próprias do estilo literário;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunica- - a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa
ção: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre na redação de um bom texto.
concebido como público, ou a uma instituição pri-
vada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Pode-se concluir que não existe propriamente um pa-
Em todos os casos, temos um destinatário conce- drão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma
bido de forma homogênea e impessoal; e padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
se o universo temático das comunicações oficiais ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
se restringe a questões que dizem respeito ao in- sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
teresse público, é natural não caber qualquer tom consagre a utilização de uma forma de linguagem bu-
particular ou pessoal. rocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve
ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
Não há lugar na redação oficial para impressões pes-
soais, como as que, por exemplo, constam de uma carta Classificação da correspondência
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mes- • Patente
mo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta • Confidencial ou secreta
da interferência da individualidade de quem a elabora.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de A correspondência confidencial ou secreta nunca
que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais deve ser aberta, mas sim conduzida diretamente á
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária direção. É conveniente, contudo, registrar a sua entrada,
impessoalidade. de preferência em livro próprio.
LÍNGUA PORTUGUESA

A correspondência particular, como é lógico, também


- Formalidade e padronização não deve ser aberta, mas sim dirigida aos respectivos
As comunicações administrativas devem ser sem- destinatários.
pre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma A correspondência dita patente, é que vai entrar no
(BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunica- circuito de tratamento.
ções feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-mail , o
documento gerado no SEI!, o documento em html etc.),
quanto para os eventuais documentos impressos.

94
Abertura Assinatura
A abertura da correspondência é importante referir Depois de finalizada a correspondência deve ser de
a forma como se faz e os cuidados a ter para evitar a novo lida e em seguida assinada. A organização das
inutilização do conteúdo. grandes empresas implica que o correio e expedição
Antes de se abrir as cartas deve-se colocar o conteúdo esteja pronto até determinada hora, de forma a ser
para um dos cantos dos sobrescritos e em seguida levado a despacho.
abre-se pelas arestas opostas. Isto porque as cartas são
normalmente mal dobradas e quando são inseridas nos Registro de saída
subscritos ficam, por vezes, coladas no interior. O registro das saídas também é normalmente feito
em livro próprio. Devem ser tiradas cópias aos originais
Registro das entradas e encaminhadas devidamente.
Geralmente esta fase da correspondência concentra-
se num só departamento. Tiram-se cópias dos originais Expedição e Arquivo
recebidos, para um exemplar ficar no departamento e o Antes da correspondência ser inserida no sobrescrito
outro seguir para o respectivo destino. Mas a tiragem deve-se verificar se:
das cópias não pode ser feita sem antes ser colocado • A carta está datada e assinada;
o respectivo carimbo da entrada contendo a data e o • Contém o material referido em anexo;
número da entrada. Nos serviços públicos e nas empresas, • O endereço corresponde ao do sobrescrito. E por
mas tradicionalistas, utiliza-se o Livro de Registo para a fim...
correspondência recebida. • Toda a correspondência que é expedida da
empresa deve possuir em arquivo a respectiva
Distribuição cópia;
A distribuição da correspondência pode ser feita • Quando a correspondência for registrada,
de diversas formas, mas sempre de forma a poder ser juntamente com a cópia, deve ser arquivado um
controlada. E, para esse efeito utiliza-se o chamado exemplar do talão de aceitação;
livro de protocolo. Muitas vezes é utilizada uma guia • No caso do registro ser com aviso de recepção,
de remessa de documentos que os descreve e agrupa este, após ser devolvido pelo destinatário com a
por destinos, acompanhando-os até a recepção. Aí é respectiva assinatura, deve também ser arquivado
assinado um duplicado que comprova a entrega. com a cópia da correspondência.

Resposta ou Arquivo Para se redigir uma boa correspondência, é necessária


Depois de ser lida, a correspondência deve ser objetividade na exposição do pensamento, é preciso
convenientemente tratada. buscar por clareza, coerência, concisão, nas palavras
O que significa que: empregadas, e assim estabelecer uma melhor relação
• Se não for necessário dar sequência ao assunto, entre as ideias.
a correspondência vai imediatamente para o
arquivo, com a devida indicação no canto superior
esquerdo e a assinatura do ordenante; "Se escrever cartas é um sinal de boa
• Se é necessária uma resposta, devem ser feitas educação, escrever corretamente é prova de
as anotações necessárias para a sua execução boa instrução e inteligência". (Jane S. Singer)
ou, então, se for o caso, o próprio destinatário
encarregar-se-á de a escrever.
Há vários tipos de correspondência, e cada uma
Não esquecer que: possui suas características, com suas normas e técnicas.
• Toda a correspondência urgente deve ter uma O estilo e as técnicas aplicadas em correspondências
resposta imediata; se atualizaram, tornando-se muito mais complexas. O
• Não se deve adiar a resolução de assuntos estilo depende dos conhecimentos dominados pelo
pendentes, tornando-os eternamente esquecidos. redator, e este é aperfeiçoado pelas técnicas, que serão
A execução de uma carta resposta implica apresentadas ao longo do trabalho.
disponibilidade de tempo e disponibilidade Em suma, corresponder-se implica um ato de ir até
mental. outrem: seja para expor-lhe problemas, alegrias, seja
para fazer-lhe pedidos, convencer, dar-lhe boas ou más
Portanto, a redação da carta deve ser executada notícias. Da habilidade social do remetente virá seu
por uma pessoa experiente, de forma a minimizar as sucesso com o destinatário. Será preciso conhecer os
LÍNGUA PORTUGUESA

perdas de tempo e conseguir uma boa qualidade de códigos de comportamento deste para que a mensagem
comunicação. surta efeito.
A resposta pode ser executada de diversas formas:
• Ditado direto, em que o processador de texto Tipos de Correspondência
executa diretamente o texto que lhe é transmitido; Quando se fala de correspondência, pensa-se logo
• Ditado indireto, onde o processador de texto em uma simples carta, em mensagem escrita para trata-
executa o texto através de uma minuta, um registro se de assuntos íntimos entre pessoas cujas relações são
que estenografou ou um registro gravado. bastante estreitas. Contudo a carta hoje tornou outros

95
rumos, não perdendo suas características especiais. A A língua escrita, como a falada, compreende
correspondência tomou rumos diferentes, em diversas diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça.
áreas. Pode ser utilizada no estabelecimento de contatos O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
utilitários, como os de um industrial e seus compradores, impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo
ou os que dizem respeito à comunicação comercial, de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão
bancária, judicial e de tantas instituições sociais. culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
Usualmente, divide-se a correspondência em: aquele em que:
a) Particular: quando é trocada entre pessoas mais Observam-se as regras da gramática formal;
ou menos íntimas, sobre assuntos da vida priva- Emprega-se um vocabulário comum ao conjunto dos
da, tais como notícias do quotidiano, da família, usuários do idioma.
de viagens, agradecimentos, convites, pêsames. A É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso
espécie mais particular de todas é a chamada carta do padrão culto na redação oficial decorre do fato de
de amor, onde se expressam as nuanças do senti- que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas
mento mais humano de todos. ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
b) Comercial: que inclui toda espécie de cartas e do- idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão,
cumentos ligados a transações comerciais, indus- que se atinja a pretendida compreensão por todos os
triais e também financeiras, tais como assuntos cidadãos.
bancários, investimentos, empréstimos, câmbios, Lembrar-se que o padrão culto nada tem contra
etc. a simplicidade de expressão, desde que não seja
c) Oficial: quando provém de instituições do serviço confundida com pobreza de expressão. De nenhuma
público, tanto civis como militares, ou a elas se di- forma o uso do padrão culto implica emprego de
rige. Abrange atos dos poderes legislativo, execu- linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos
tivo e judiciário, requerimento dos cidadãos, avisos sintáticos e figuras de linguagem própria da língua
à população, etc. literária.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
Por vezes, é difícil distinguir o tipo de determinadas um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
cartas, quando seu assunto concerne a duas esferas sociais padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro
diversas, como uma carta de um cidadão, solicitando um que haverá preferência pelo uso de determinadas
favor comercial a um amigo pertencente a essa área de expressões, ou será obedecida certa tradição no
atividades. A distinção recomendável é utilizar nas cartas emprego das formas sintáticas, mas isso não implica,
particulares uma linguagem mais espontânea, mais rica necessariamente, que se consagre a utilização de uma
em calor humano (salvo em comunicados impressos, forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
tais como convites, participações, que serão lidos não como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
só pelos interessados, mas por outras pessoas fora do sua compreensão limitada.
círculo de amizade do remetente), deixando para as Os atos administrativos são classificados como:
cartas comerciais o estilo utilitário, direto, sem apelar para
aspectos afetivos, e para cartas ou documentos oficiais ATOS DE CORRESPONDÊNCIA
reservar uma formulação impessoal, mais distanciada e Aviso: Comunicação pela qual os titulares de órgãos,
formal, que veicule a mensagem de forma clara, mas sem entidades e presidentes de comissões da Administração
pessoalizá-la. Dessa forma, um pedido a um governador do Município comunicam ao público assunto de seu
de Estado, por exemplo, sempre se fará mencionando-se interesse e solicitam a sua participação.
o cargo e não familiarmente o “prezado fulano”. Carta: Forma de correspondência por meio da qual
os dirigentes da Administração Municipal se dirigem a
Atos Oficiais personalidades e entidades públicas e particulares para
Os atos oficiais são entendidos como atos de caráter tratar de assunto oficial.
normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos Circular: Correspondência oficial de igual teor,
cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos expedida por dirigentes de órgãos e entidades e chefes
públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração de unidades administrativas a vários destinatários.
for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá Exposição de Motivos: Correspondência por meio da
com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a qual os secretários e autoridades de nível hierárquico
de informar com clareza e objetividade. A necessidade equivalente expõem assuntos da Administração
de empregar determinado nível de linguagem nos atos Municipal para serem solucionados por atos do Prefeito.
e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio Quando a exposição de motivos tratar de assuntos
caráter público desses atos e comunicações; de outro, que envolvam mais de uma Secretaria, esta deverá ser
de sua finalidade. assinada pelos Secretários envolvidos.
Além do caráter informativo, a exposição de motivos
LÍNGUA PORTUGUESA

As comunicações que partem dos órgãos públicos


federais devem ser compreendidas por todo e qualquer pode propor medidas ou submeter projeto de ato
cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que normativo à apreciação da autoridade competente.
evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados Memorando: Correspondência utilizada pelas chefias
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por no âmbito de um mesmo órgão ou entidade para expor
expressões de circulação restrita, como a gíria, os assuntos referentes a situações administrativas em geral.
regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua Pode ser usado no mesmo nível hierárquico ou em nível
compreensão dificultada. hierárquico diferente.

96
Mensagem: Instrumento de comunicação oficial do hierárquico equivalente, determinam providências a
Prefeito para o Presidente da Câmara Municipal, expondo serem cumpridas por unidades orgânicas e/ou servidores
sobre matérias que dependem de deliberação da Câmara. subordinados.
A mensagem versa sobre os seguintes assuntos, entre Portaria: Ato pelo qual o Prefeito ou os Secretários
outros: encaminhamento de projeto de lei complementar (por delegação do Prefeito) expedem determinações
ou financeira; pedido de autorização para o Prefeito e o gerais ou especiais a seus subordinados; ou designam
Vice-Prefeito se ausentarem do Município por mais de 15 servidores para substituições eventuais e execução de
dias; encaminhamento das contas referentes ao exercício atividades.
anterior; abertura da sessão legislativa; comunicação de Resolução: Ato emanado de órgãos colegiados, tendo
sanção de veto. como característica fundamental o estabelecimento de
Ofício: Meio de comunicação utilizado entre normas, diretrizes e orientações para a consecução dos
dirigentes de órgãos e entidades e titulares de unidades objetivos.
da Prefeitura ou ainda destes para com a Administração É válida para assuntos normativos ou de
Estadual, Federal e Empresas Privadas. reconhecimento de excepcionalidade.
Telegrama: Forma de correspondência em que são Edital: Ato de caráter obrigatório, emitido pelos
transmitidas comunicações de absoluta urgência e com titulares de órgãos e entidades e presidentes de
reduzido número de palavras, uma vez que a sua principal comissões, que se destina a fixar condições e prazos
característica é a síntese. para a legitimação de ato ou fato administrativo, a ser
Requerimento – deriva-se do verbo requerer, que, de concretizado pela Administração Municipal.
acordo com seu sentido denotativo, significa solicitar, Regimento: Ato que indica a categoria e a finalidade
pedir, estar em busca de algo. E principalmente, que o dos órgãos e entidades, detalha sua estrutura em unidades
pedido seja deferido, ou seja, aprovado. organizacionais, especifica as respectivas competências,
define as atribuições de seus dirigentes e indica seus
ATOS ENUNCIATIVOS relacionamentos interno e externo. Os regimentos serão
Apostila: Documento que complementa um ato oficial, postos em vigor por decreto do Prefeito, referendado
em geral ligado à vida funcional dos servidores públicos, pelo titular da Secretaria a que diga respeito o ato.
fixando vantagens pecuniárias, retificando ou alterando Regulamento: Ato que explica a execução de uma lei
nomes ou títulos. ou provê situação ainda não disciplinada por lei. Tem sua
O ato deve ser publicado e registrado no assentamento aprovação por decreto do Prefeito.
funcional. É sempre assinado pelo titular do órgão
expedidor. ATOS DE AJUSTE
Despacho: Nota escrita pela qual uma autoridade dá Contrato: Acordo bilateral firmado por escrito entre a
solução a um pedido ou encaminha a outra autoridade administração pública e particulares, vislumbrando, de um
pedido para que decida sobre o assunto. lado, o objeto do acordo, e de outro, a contraprestação
O despacho pode ser interlocutório ou decisório: correspondente (remuneração).
O Interlocutório é breve e baseado em informações Convênio: Acordo firmado por entidades públicas, ou
ou parecer, e consta do corpo do processo (quando entre estas e organizações particulares, para realização
houver). Em geral é manuscrito e assinado pela autoridade de objetivos de interesse comum dos partícipes.
competente, podendo, contudo, ser elaborado e assinado Termo Aditivo: Ato lavrado para complementar um
por outros servidores desde que lhes seja delegada ato originário - contrato ou convênio - quando verificada
competência. Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De a necessidade de alteração de uma das condições
ordem”. ajustadas.
O decisório defere ou indefere solicitações.
Parecer: Manifestação de órgãos ou entidades sobre ATOS COMPROBATÓRIOS
assuntos submetidos à sua consideração. É um ato Alvará: Documento firmado por autoridade
administrativo usado com mais frequência por conselhos, competente, certificando, autorizando ou aprovando
comissões, assessorias e equivalentes. atos ou direitos.
Ata: Documento que registra, com o máximo de
Relatório: Documento em que se relata ao superior
fidelidade, o que se passou em uma reunião, sessão
imediato a execução de trabalhos concernentes a
pública ou privada, congresso, encontro, convenção e
determinados serviços ou a um período relativo ao
outros eventos, para comprovação, inclusive legal, das
exercício de cargo, função ou desempenho de atribuições.
discussões e resoluções havidas.
A ata é lavrada por um secretário, indicado pelos
ATOS NORMATIVOS
membros da reunião. Sua redação obedece sempre às
Decreto: Ato emanado do Poder Público, com força
LÍNGUA PORTUGUESA

mesmas normas, quer se trate de instituições oficiais ou


obrigatória, que se destina a assegurar ou promover a
entidades particulares. Escreve-se seguidamente, sem
ordem política, social, jurídica e administrativa. É por rasuras e sem entrelinhas, evitando-se os parágrafos ou
meio de decretos que o chefe do Governo determina a espaços em branco.
observância de regras legais. A linguagem utilizada na redação é bastante sumária
Ordem de Serviço: Ato pelo qual os titulares e quase sem oportunidade de inovações, exatamente por
de Coordenações, Departamentos, Presidentes de sua característica de simples resumo de fatos. Também,
Comissões, além de outras autoridades de nível em decorrência disso, os verbos são empregados sempre

97
no tempo passado e, tanto quanto possível, devem ser meio dele a administração manifesta o seu poder
evitados os adjetivos. Os números fundamentais, datas e a sua vontade ou atesta simplesmente situações
e valores, de preferência, são escritos por extenso. A pré-existentes.
redação deve ser fiel, clara e precisa com relação aos
fatos ocorridos, sem que o relator emita opinião sobre AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
eles. Registra-se, quando for o caso, na ata do dia, as
retificações feitas à anterior. Concordância com os pronomes de tratamento
Para os erros constatados no momento da redação, Os pronomes de tratamento apresentam certas
consoante o tipo de ata, emprega-se a partícula peculiaridades quanto às concordâncias verbal,
retificativa “digo”. Se forem notados erros após a nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda
redação, há o recurso da expressão “em tempo”. pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam
Atestado: Documento em que se comprova um fato a concordância para a terceira pessoa. Os pronomes
e se afirma a existência ou inexistência de uma situação Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são utilizados para
de direito da qual se tenha conhecimento em favor de se comunicar diretamente com o receptor.
alguém.
Certidão: Documento oficial onde se transcrevem #OBS.:
dados de assentamentos funcionais com absoluta Quanto às formas de tratamento não foi alterado
precisão. nessa última atualização do manual.
A certidão deve ser escrita sem abertura de
parágrafos, emendas ou rasuras. Quando houver Concordância de gênero
engano ou omissão, o certificante o corrigirá com
“digo”, colocado imediatamente após o erro. Com as formas de tratamento, faz-se a concordância
Declaração: Documento de manifestação com o sexo das pessoas a que se referem:
administrativa, declaratório da existência ou não de um • Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a
direito ou de um fato. assistir ao III Seminário da NOVA.
• Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito
Os atos administrativos são compostos pelos das conclusões do III Seminário da NOVA.
seguintes elementos:
1. Competência - É a condição primeira para a vali- Concordância de pessoa
dade do ato administrativo. Nenhum ato pode ser
realizado validamente sem que o agente disponha Embora tenham a palavra “Vossa” na expressão,
de poder legal para praticá-lo. as formas de tratamento exigem verbos e pronomes
2. Finalidade - É o objetivo de interesse público a atin- referentes a elas na terceira pessoa:
gir. Não se compreende ato administrativo sem fim • Vossa Excelência solicitou...
público. • Vossa Senhoria informou...
3. Forma - A forma em que se deve exteriorizar o • Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria e sua
ato administrativo constitui elemento vinculado equipe para... Na oportunidade, teremos a honra de
e indispensável à sua perfeição. A inexistência da ouvi-los...
forma induz à inexistência do ato administrativo.
A forma normal do ato administrativo é a escrita, A pessoa do emissor
embora atos existam consubstanciados em ordens O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo,
verbais, e até mesmo em sinais convencionais, poderá utilizar a primeira pessoa do singular ou a primeira
como ocorre com as instruções momentâneas de do plural (plural de modéstia). Não pode, no entanto,
superior a inferior hierárquico, com as determi- misturar as duas opções ao longo do texto:
nações da polícia em casos de urgência e com a • Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência...
sinalização do trânsito. No entanto, a rigor, o ato • Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência...
escrito em forma legal não se exporá à invalidade. • Cabe-me ainda esclarecer a Vossa Excelência...
4. Motivo - O motivo ou a causa é a situação de direito • Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência...
ou de fato que determina ou autoriza a realização
do ato administrativo. O motivo como elemento Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) Sua
integrante da perfeição do ato, pode vir expresso (Excelência, Senhoria, etc.)
em lei, como pode ser deixado a critério do admi- • Vossa (Excelência, Senhoria, etc.), é tratamento
nistrador. Em se tratando de motivo vinculado pela direto - usa-se para dirigir-se a pessoa com quem
lei, o agente da administração, ao praticar o ato, se fala, ou a quem se dirige a correspondência
fica na obrigação de justificar a existência do mo- (equivale a você): Na expectativa do atendimento
LÍNGUA PORTUGUESA

tivo, sem o qual o ato será inválido ou pelo menos do que acaba de ser solicitado, apresento a Vossa
invalidável por ausência da motivação. Senhoria nossas atenciosas saudações.
5. Objeto - O objeto do ato administrativo é a criação, • Sua (Excelência, Senhoria, etc.): em relação à pessoa
a modificação ou a comprovação de situações jurí- de quem se fala (equivale a ele fala): Na abertura do
dicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor da PUCRS
sujeitas à atuação do Poder Público. Neste sentido, falou sobre o Plano Estratégico.
o objeto identifica-se com o conteúdo do ato e por

98
Abreviatura das formas de tratamento Breve História dos Pronomes de Tratamento
A forma por extenso demonstra maior respeito, maior O uso de pronomes e locuções pronominais de
deferência, sendo de rigor em correspondência dirigida tratamento tem larga tradição na língua portuguesa.
ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, De acordo com Said Ali, após serem incorporados ao
que qualquer forma de tratamento pode ser escrita por português os pronomes latinos tue vos, “como tratamento
extenso, independentemente do cargo ocupado pelo direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”,
destinatário. passou-se a empregar, como expediente linguístico de
distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no
Vossa Magnificência tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue
É assim que manuais mais antigos de redação ensinam o autor:
a tratar os reitores de universidades. Uma forma muito “Outro modo de tratamento indireto consistiu em
cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e pronunciar, fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade
e em desuso. Já não existe hoje em dia distanciamento eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela
tão grande entre a pessoa do reitor e o corpo docente própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei
e discente. É, pois, perfeitamente aceita hoje em dia a com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...);
fórmula >Vossa Excelência (V. Exa.). A invocação pode ser assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e
simplesmente Senhor Reitor, Excelentíssimo Senhor Reitor. adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência,
vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
Pronomes de Tratamento A partir do final do século XVI, esse modo de
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento indireto já estava em voga também para
tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê
De acordo com Said Ali, após serem incorporados ao evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E
português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia à palavra”, tradição que provém o atual emprego de pronomes de
passou-se a empregar, como expediente linguístico de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às
distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no autoridades civis, militares e eclesiásticas.
tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue
o autor: Concordância com os Pronomes de Tratamento
“Outro modo de tratamento indireto consistiu em Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa
fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à
eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela concordância verbal, nominal e pronominal. Embora
própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com
com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação),
levam a concordância para a terceira pessoa. É que o
assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e
verbo concorda com o substantivo que integra a locução
adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência,
como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o
vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
substituto»; «Vossa Excelência conhece o assunto».
A partir do final do século XVI, esse modo de
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
tratamento indireto já estava em voga também para
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê
pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto» (e não
evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E
«Vossa ... vosso...”).
o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes,
tradição que provém o atual emprego de pronomes de o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da
tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
autoridades civis, militares e eclesiásticas. compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for
Umas das características do estilo da correspondência homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”,
oficial e empresarial é a polidez, entendida como o ajusta- “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher,
mento da expressão às normas de educação ou cortesia. “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve
A polidez se manifesta no emprego de fórmulas estar satisfeita”.
de cortesia (“Tenho a honra de encaminhar” e não,
simplesmente, “Encaminho...”; “Tomo a liberdade de Emprego dos Pronomes de Tratamento
sugerir...” em vez de, simplesmente, “Sugiro...”); no Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de
cuidado de evitar frases agressivas ou ásperas (até tratamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira
uma carta de cobrança pode ter seu tom amenizado, indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se
fazendo-se menção, por exemplo, a um possível dirige. Na redação oficial, é necessário atenção para o
LÍNGUA PORTUGUESA

esquecimento...); no emprego adequado das formas de uso dos pronomes de tratamento em três momentos
tratamento, dispensando sempre atenção respeitosa a distintos: no endereçamento, no vocativo e no corpo
superiores, colegas e subalternos. do texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário
No que diz respeito à utilização das formas de no início do documento. No corpo do texto, pode-se
tratamento e endereçamento, deve-se considerar não empregar os pronomes de tratamento em sua forma
apenas a área de atuação da autoridade (universitária, abreviada ou por extenso. O endereçamento é o texto
judiciária, religiosa, etc.), mas também a posição utilizado no envelope que contém a correspondência
hierárquica do cargo que ocupa. oficial.

99
Vocativo Senhor Governador,
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas No envelope, o endereçamento das comunicações
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência,
de vírgula. terá a seguinte forma:
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder,
utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou A Sua Excelência o Senhor
Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos Fulano de Tal
de vírgula. Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF

FIQUE ATENTO! A Sua Excelência o Senhor


Aqui temos outra mudança. Senador Fulano de Tal
O manual atualizado traz a possibilidade de se Senado Federal
utilizar o vocativo “prezado/a”, quando o oficio 70.165-900 – Brasília. DF
estiver sendo direcionado para PARTICULAR.
Senhor Governador... (para autoridades) Senhor Ministro,
Prezado fulano de tal... (para particular) Submeto a Vossa Excelência projeto (...)

Em comunicações oficiais, ESTÁ ABOLIDO O USO


Como visto, o emprego destes obedece a secular DO TRATAMENTO DIGNÍSSMO (DD), às autoridades
tradição. São de uso consagrado: arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: para que se ocupe qualquer cargo público, sendo
desnecessária sua repetida evocação.
a) do Poder Executivo; Vossa Senhoria é empregado para as demais
Presidente da República; autoridades e para particulares. O vocativo adequado
Vice-Presidente da República; e o endereçamento que deve constar no envelope são:
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Ao Senhor
Distrito Federal; Fulano de Tal
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Rua ABC, no 123
Embaixadores; 70.123 – Curitiba. PR
Secretários-Executivos de Ministérios e demais
ocupantes de cargos de natureza especial; Senhor Fulano de Tal,
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais. Escrevo a Vossa Senhoria (...)
b) do Poder Legislativo: Como se depreende do exemplo acima, FICA
Deputados Federais e Senadores; DISPENSADO O EMPREGO DO SUPERLATIVO
Ministro do Tribunal de Contas da União; ILUSTRÍSSIMO para as autoridades que recebem o
Deputados Estaduais e Distritais; tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. Acrescente-se que DOUTOR NÃO É FORMA DE
TRATAMENTO, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
c) do Poder Judiciário: indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
Ministros dos Tribunais Superiores; apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham
Membros de Tribunais; tal grau por terem concluído curso universitário de
Juízes; doutorado. É costume indevido designar por doutor
os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e
d) outros: Auditores da Justiça Militar. em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
O vocativo a ser empregado em comunicações confere a desejada formalidade às comunicações.
dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência,
seguido do cargo respectivo: empregada por força da tradição, em comunicações
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, dirigidas a reitores de universidade.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
Nacional, Corresponde-lhe o vocativo:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
LÍNGUA PORTUGUESA

Tribunal Federal. Magnífico Reitor,

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Agradeço a Vossa Magnificência por (...)
Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador, Os pronomes de tratamento e vocativos para
Senhor Juiz, religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
Senhor Ministro,

100
Em comunicações dirigidas ao Papa:

Santíssimo Padre,

Rogo a Vossa Santidade que (...)

Em comunicações aos Cardeais:


Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

Rogo a Vossa Eminência ( Reverendíssima ) que (...)

Em comunicações a Arcebispos e Bispos:


Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Arcebispo / Bispo,

Rogo a Vossa Excelência Reverendíssima que (...)

Em comunicações a Monsenhores, Côneco e superiores religiosos:


Reverendíssimo Senhor Monsenhor / Cônego / Superior religioso

Rogo a Vossa ( Senhoria ) Reverendíssima que (...)

Em comunicações a Sacerdotes, Clérigos e Demais religiosos:


Reverendo Sacerdote / Clérigo / Demais religiosos,

Rogo a Vossa Reverência que (...)

Veja o quadro a seguir, que:


• Agrupa as autoridades em universitárias, judiciárias, militares, eclesiásticas, monárquicas e civis;
• Apresenta os cargos e as respectivas fórmulas de tratamento (por extenso, abreviatura singular e plural);
• Indica o vocativo correspondente e a forma de endereçamento.

Autoridades Universitárias

Cargo ou
Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Função
Ao Magnífico Reitor
V. Mag.as ou V. Magnífico Reitor
ou
Magas.
Vossa Magnificência
V. Mag.ª ou V. Maga. ou
Reitores ou Ao Excelentíssimo
V. Exa. ou V. Ex.ª ou
Vossa Excelência Senhor Reitor
Excelentíssimo
Nome
V.Ex.as ou V.Exas. Senhor Reitor
Cargo
Endereço
Ao Excelentíssimo
Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor
Vice-Reitores Vossa Excelência V.Ex.ª, ou V.Exa. V.Ex.as ou V. Exas. Senhor Vice- Nome
Reitor Cargo
Endereço
Assessores
Ao Senhor
Pró-Reitores
V.S.ª ou Nome
Diretores Vossa Senhoria V.S.as ou V.Sas. Senhor + cargo
V.Sa. Cargo
Coord. de
Endereço
LÍNGUA PORTUGUESA

Departamento

101
Autoridades Judiciárias

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Auditores
Curadores
Defensores Públicos
Ao Excelentíssimo Senhor
Desembargadores
Vossa V.Ex.as ou V. Excelentíssimo Nome
Membros de Tribunais V.Ex.ª ou V. Exa.
Excelência Exas. Senhor + cargo Cargo
Presidentes de
Endereço
Tribunais
Procuradores
Promotores
Ao Meritíssimo Senhor Juiz
Meritíssimo
Meritíssimo Senhor Juiz ou
Juiz
M.Juiz ou V.Ex.ª, V.
Juízes de Direito ou V.Ex.as ou Ao Excelentíssimo Senhor
Exas.
Vossa Juiz
Excelência Excelentíssimo Nome
Senhor Juiz Cargo
Endereço

Autoridades Militares

Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Singular
Ao Excelentíssimo Senhor
Oficiais Generais Vossa Excelentíssimo Nome
V.Ex.ª ou V. Exa. V.Ex.as, ou V. Exas.
(até Coronéis) Excelência Senhor Cargo
Endereço
Ao Senhor
Vossa Nome
Outras Patentes V.S.ª ou V. Sa. V.S.as ou V. Sas. Senhor + patente
Senhoria Cargo
Endereço

Autoridades Eclesiásticas

Abreviatura
Cargo ou unção Por Extenso Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Singular
A Sua Excelência
Reverendíssima
Vossa Excelência V.Ex.ª Rev. ou V.
ma
V.Ex. Rev. ou V.
as mas
Excelentíssimo
Arcebispos Nome
Reverendíssima Exa. Revma. Exas. Revmas. Reverendíssimo
Cargo
Endereço
A Sua Excelência
Reverendíssima
Vossa Excelência V.Ex.ª Rev.maou V. V.Ex.asRev.mas ou V. Excelentíssimo
Bispos Nome
Reverendíssima Exa. Revma. Exas. Revmas. Reverendíssimo
Cargo
Endereço
A Sua Eminência
Vossa Eminência V.Em.ª, V. Ema. V.Em.as, V. Emas. Eminentíssimo
Reverendíssima
ou Vossa ou ou Reverendíssimo
Cardeais Nome
Eminência V.Em.ª Rev.ma, V. V.EmasRev.mas ou V. ou Eminentíssimo
Cargo
Reverendíssima Ema. Revma. Emas. Revmas. Senhor Cardeal
LÍNGUA PORTUGUESA

Endereço
Ao Reverendíssimo
Cônego
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo
Cônegos Nome
Reverendíssima ou V. Revma. V. Revmas. Cônego
Cargo
Endereço

102
Ao Reverendíssimo
Frade
Vossa V. Rev.ma
V. Rev.
mas
Reverendíssimo
Frades Nome
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Frade
Cargo
Endereço
A Reverendíssima Irmã
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo Nome
Freiras
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Irmã Cargo
Endereço
Ao Reverendíssimo
Monsenhor
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo
Monsenhores Nome
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Monsenhor
Cargo
Endereço
A Sua Santidade o
Papa Vossa Santidade V.S. - Santíssimo Padre
Papa
Ao Reverendíssimo
Padre / Pastor
ou
Sacerdotes em Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendo Padre / Ao Reverendo Padre /
geral e pastores Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Pastor Pastor
Nome
Cargo
Endereço

Autoridades Monárquicas

Cargo ou Abreviatura Abreviatura


Por Extenso Vocativo Endereçamento
Função Singular Plural
A Sua Alteza Real
Nome
Arquiduques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Alteza Real
Nome
Duques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Majestade
Vossa Nome
Imperadores V.M. VV. MM. Majestade
Majestade Cargo
Endereço
A Sua Alteza Real
Nome
Príncipes Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Majestade
Vossa Nome
Reis V.M. VV. MM. Majestade
Majestade Cargo
Endereço
LÍNGUA PORTUGUESA

103
Autoridades Civis

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Chefe da Casa Civil e da

Casa Militar

Cônsules

Deputados

Embaixadores

Governadores Ao Excelentíssimo
Senhor
Vossa V.Ex.ª ou V.Ex.
as
Excelentíssimo
Ministros de Estado Nome
Excelência V. Exa. ou V. Exas. Senhor + Cargo
Cargo
Prefeitos Endereço

Presidentes da
República

Secretários de Estado

Senadores

Vice-Presidentes de
Repúblicas
Ao Senhor
Demais autoridades
Vossa V.S.ª ou V.S.as Nome
não contempladas com Senhor + Cargo
Senhoria V. Sa. ou V. Sas. Cargo
tratamento específico
Endereço

Forma de Diagramação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:

FIQUE ATENTO!
- conforme as ultimas mudanças no manual de redação oficial, deve ser utilizada fonte do tipo Calibri ou
Carlito (antes era a Times New Roman), de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de
rodapé;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo 3,0 cm de largura;
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada
apenas para gráficos e ilustrações;
LÍNGUA PORTUGUESA

- todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7
x 21,0 cm;
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do
documento + número do documento + palavraschave do conteúdo.

104
Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário.
Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça,
de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o
emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem
trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve
ser a seguinte:

(espaço para assinatura)


Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

(espaço para assinatura)


Nome
Ministro de Estado da Justiça

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

O Padrão Ofício
Antes das ultimas alterações do Manual de Redação, tínhamos 3 tipos de expediente: Ofício, Aviso e Memorando.
A distinção básica anterior entre os três era:
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

FIQUE ATENTO!
De acordo com essas alterações, os tipos memorando e aviso foram abolidos e passou-se a utilizar o termo
ofício nas três hipóteses.

A diagramação proposta para esse expediente é denominada padrão ofício.


A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento aparece
no documento oficial.

Partes do documento no padrão ofício

Cabeçalho
O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada pela
formatação.
No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:
a) brasão de Armas da República: no topo da página. Não há necessidade de ser aplicado em cores. O uso de marca
da instituição deve ser evitado na correspondência oficial para não se sobrepor ao Brasão de Armas da República.
b) nome do órgão principal;
LÍNGUA PORTUGUESA

c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; e
d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0).

105
Exemplo:

Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial
da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados.
5.1.2 Identificação do expediente
Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como No;
c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento,
da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/); e
d) alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo:
OFÍCIO N° 652/2018/SAA/SE/MT

Local e data do documento


Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte forma:
a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a
sigla da unidade da federação depois do nome da cidade;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do
mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

Endereçamento
O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:
a) vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente;
b) nome: nome do destinatário do expediente;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas:

primeira linha: informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão,
informação do setor;
segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e
unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão,
não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da federação; e

e) alinhamento: à margem esquerda da página.


LÍNGUA PORTUGUESA

O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa
Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor”
ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”.

106
Exemplos:

A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor


[Nome] [Nome] [Nome]
Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas Chefe da Seção de Compras
Esplanada dos Ministérios Bloco T SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Material, Seção
70064-900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. DF Brasília — DF

Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta.
Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não
se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplos:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018.
Assunto: Aquisição de computadores.

Texto do documento
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I – nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte
estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho
o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.

II – quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é modificada:


a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do docu-
mento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto
de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado; e

Exemplos:
Em resposta ao Ofício n o 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril de 2018,
da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente da
Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.
b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há parágrafos de desenvol-
vimento em expediente usado para encaminhamento de documentos.

III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
- espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
- recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Não se numeram o vocativo e o fecho;


d) fonte: Calibri ou Carlito;
- corpo do texto: tamanho 12 pontos;
- citações recuadas: tamanho 11 pontos; e
- notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings;

107
Fechos para comunicações
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatário.
Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do Ministério da Justiça,
que estabelecia quinze padrões.
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos
diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição
próprios.

O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:


a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples;
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e
e) não deve ser numerado.

Identificação do signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem
informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima
do nome do signatário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposi-
ções que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Exemplo:
(espaço para assinatura)
NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
(espaço para assinatura)
NOME
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

Numeração das páginas


A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação.
Ela deve ser centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.

Formatação e apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão
colorida para gráficos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico,
LÍNGUA PORTUGUESA

sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que
afete a sobriedade e a padronização do documento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado
para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferencial-
mente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço
público, tais como DOCX, ODT ou RTF.

108
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira:
tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do con-
teúdo

Exemplo:
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

Seguem exemplos de Ofício:

LÍNGUA PORTUGUESA

109
LÍNGUA PORTUGUESA

110
LÍNGUA PORTUGUESA

111
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos de documentos

FIQUE ATENTO!
Como vimos acima, os tipos memorando e aviso foram abolidos e passou-se a utilizar o termo ofício para todos
os tipos, porém, conforme as alterações do manual, esse ofício pode apresentar algumas variações.

112
Essa variação não é obrigatória: PODE-SE acrescentar-se um “sobrenome” ao oficio. Vejamos abaixo as possíveis
variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão
receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente
para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo
expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas
ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

Exposição de Motivos

Definição e finalidade
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o
assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros envolvidos,
sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica das
exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil.

Forma e estrutura
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:
a) apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou infor-
mar ao Presidente da República algum assunto;
b) indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se solucionar
o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes sobre o assunto
informado, quando for esse o caso; e
c) na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que
permitam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a edição
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no
âmbito do Poder Executivo;
c) conferir transparência aos atos propostos;
d) resumir os principais aspectos da proposta; e
e) evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos


ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.
LÍNGUA PORTUGUESA

113
Exemplo de exposição de motivos:
LÍNGUA PORTUGUESA

114
#FicaDica
A exposição de motivos deve estar adequados ao sistema SIDOF (Sistema de Geração e Tramitação de Do-
cumentos Oficiais)
LÍNGUA PORTUGUESA

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, são substituídos pela assinatura eletrônica que
informa o nome do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico
da Pasta.

115
Mensagem O curriculum vitae do indicado, assinado, com a
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial informação do número de Cadastro de Pessoa Física,
entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente acompanha a mensagem.
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo
ao Poder Legislativo para informar sobre fato da d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vi-
administração pública; para expor o plano de governo por ce-Presidente da República se ausentarem do país
ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter por mais de 15 dias:
ao Congresso Nacional matérias que dependem de Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, art. 49, caput, inciso III e art. 83), e a autorização é
fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes da competência privativa do Congresso Nacional. O
Públicos e da Nação. Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia,
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz
ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-
caberá a redação final. lhes mensagens idênticas.

As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao e) Encaminhamento de atos de concessão e de reno-


Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: vação de concessão de emissoras de rádio e TV:
A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
a) Encaminhamento de proposta de emenda consti- Congresso Nacional consta no inciso XII do caput do
tucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de art. 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos
lei complementar e os que compreendem plano legais a outorga ou a renovação da concessão após
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art.
anuais e créditos adicionais: 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem a urgência
Os projetos de lei ordinária ou complementar são prevista na Constituição, art. 64, uma vez que o § 1o do
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato
urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o
ser encaminhado sob o regime normal e, mais tarde, ser correspondente processo administrativo.
objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício
membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada
anterior:
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil
O Presidente da República tem o prazo de 60 dias
da Presidência da República ao Primeiro-Secretário
após a abertura da sessão legislativa para enviar ao
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua
Congresso Nacional as contas referentes ao exercício
tramitação (Constituição, art. 64, caput).
anterior (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV),
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano
para exame e parecer da Comissão Mista permanente
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e
créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento (Constituição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos
dirigem-se aos membros do Congresso Nacional, e Deputados realizar a tomada de contas (Constituição,
os respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro- art. 51, caput, inciso II) em procedimento disciplinado
Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da no art. 215 do seu Regimento Interno.
Constituição impõe a deliberação congressual em sessão
conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento g) Mensagem de abertura da sessão legislativa:
comum”. E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está Deve conter o plano de governo, exposição sobre
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § a situação do País e a solicitação de providências que
5o), que comanda as sessões conjuntas. julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
b) Encaminhamento de medida provisória: Presidência da República. Esta mensagem difere das
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da demais, porque vai encadernada e é distribuída a todos
Constituição, o Presidente da República encaminha os congressistas em forma de livro.
Mensagem ao Congresso, dirigida a seus Membros, com
ofício para o Primeiro-Secretário do Senado Federal, h) Comunicação de sanção (com restituição de autó-
juntando cópia da medida provisória. grafos):
Esta mensagem é dirigida aos Membros do
c) Indicação de autoridades: Congresso Nacional, encaminhada por ofício ao
As mensagens que submetem ao Senado Federal Primeiro-Secretário da Casa onde se originaram os
a indicação de pessoas para ocuparem determinados autógrafos. Nela se informa o número que tomou a
LÍNGUA PORTUGUESA

cargos (magistrados dos tribunais superiores, ministros lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos
do Tribunal de Contas da União, presidentes e diretores recebidos, nos quais o Presidente da República terá
do Banco Central, Procurador-Geral da República, chefes aposto o despacho de sanção.
de missão diplomática, diretores e conselheiros de
agências etc.) têm em vista que a Constituição, incisos III
e IV do caput do art. 52, atribui àquela Casa do Congresso
Nacional competência privativa para aprovar a indicação.

116
i) Comunicação de veto:
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a decisão de
vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto é publicado na íntegra no Diário
Oficial da União, ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder
Legislativo.

j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo:


- Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).
- Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art.
49, caput, inciso I);
- Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação
(Constituição, art. 155, § 2o, inciso IV);
- Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, caput, inciso
VI);
- Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
- Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
- Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso XI, e art. 128,
§ 2o);
- Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
- Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
- Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
- Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
- Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
- Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5o);
- Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto,
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
- Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
188, § 1o).

Forma e estrutura
As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco
b) identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com
o recuo de parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

LÍNGUA PORTUGUESA

117
Exemplo de mensagem:

Correio eletrônico (e-mail)

#FicaDica
Correio eletrônico ainda é o meio mais célere (rápido) de envio de documentos, devendo atentar às
LÍNGUA PORTUGUESA

características de uma correspondência oficial, mesmo sendo ele digital.

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também
na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode
significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.

118
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado Exemplos:
um documento oficial, assim como o ofício. Portanto, Senhor Coordenador,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com Prezada Senhora,
uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores Fecho
públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações
extensão “.gov.br”, por exemplo. oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso
Como sistema de transmissão de mensagens de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como
eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou- “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente
se na principal forma de envio e recebimento de usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem
documentos na administração pública. ser utilizados em e-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
Valor documental uma saudação inicial e um fecho menos formais. No
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor deve ser formal, como a que se usaria em qualquer outro
documental, isto é, para que possa ser aceito como documento oficial.
documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, segundo Bloco de texto da assinatura
os parâmetros de integridade, autenticidade e validade Sugere-se que todas as instituições da administração
jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – pública adotem um padrão de texto de assinatura. A
ICP-Brasil. assinatura do e-mail deve conter o nome completo, o
O destinatário poderá reconhecer como válido o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
e-mail sem certificação digital ou com certificação digital
fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será Exemplo:
obrigatório a repetição do ato por meio documento Maria da Silva
físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela Assessora
ICP-Brasil. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor (61)XXXX-XXXX
a aceitação de documento eletrônico que não atenda os
parâmetros da ICP-Brasil. Anexos
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e
Forma e estrutura imagens de diversos formatos é uma das vantagens do
Um dos atrativos de comunicação por correio e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
padronização da mensagem comunicada. No entanto, Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é
devem-se observar algumas orientações quanto à sua realmente indispensável e se seria possível colocá-lo no
estrutura. corpo do correio eletrônico.
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o
Campo “Assunto” reencaminhamento de anexos nas mensagens de
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, resposta.
relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim,
quem irá receber a mensagem identificará rapidamente Os arquivos anexados devem estar em formatos
do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico. Quando se tratar de documento ainda em discussão,
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em
conteúdo completo da mensagem para que não pareça, formato que possa ser editado.
ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/
lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um assunto mais Recomendações
preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma - Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de
da Previdência”. confirmação de leitura. Caso não esteja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirma-
Local e data ção de recebimento;
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez - Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos
que o próprio sistema apresenta essa informação. computadores, mantêm-se a recomendação de
tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos ofi-
LÍNGUA PORTUGUESA

Saudação inicial/vocativo ciais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;


O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado - Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem
por uma saudação. Quando endereçado para outras ser utilizados, pois não são apropriados para men-
instituições, para receptores desconhecidos ou para sagens profissionais, além de sobrecarregar o ta-
particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os manho da mensagem eletrônica;
demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou - A mensagem do correio eletrônico deve ser revi-
“Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado sada com o mesmo cuidado com que se revisam
Senhor”, “Prezada Senhora”. outros documentos oficiais;

119
- O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser utilizados;
- Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das con-
versas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
- Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota agres-
sividade de parte do emissor da comunicação.
- Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de logo-
tipos do ente público junto ao texto da assinatura.
- Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do desti-
natário.

FIQUE ATENTO!
Telegrama e Fax - Foram abolidos do Manual de Redação

No Manual de Redação Oficial, temos ainda um capítulo que trata dos ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E
GRAMÁTICA.
Nesta seção aplicam-se os princípios da ortografia e de certos capítulos da gramática à redação oficial. Em sua
elaboração, levou-se em conta amplo levantamento feito das dúvidas mais frequentes com relação à ortografia, à
sintaxe e à semântica. Buscou-se, assim, dotar o Manual de uma parte eminentemente prática, à qual se possa recorrer
sempre que houver incerteza quanto à grafia de determinada palavra, à melhor forma de estruturar uma frase, ou à
adequada expressão a ser utilizada.
As noções gramaticais apresentadas neste capítulo referem-se à gramática formal, entendida como o conjunto de
regras fixado a partir do padrão culto de linguagem. Optou-se, assim, pelo emprego de certos conceitos da Gramática
dita tradicional (ou normativa). A aplicação de conceitos da Gramática gerativa implicaria, forçosamente, em discussão
de teoria linguística, o que não parece apropriado em um Manual que tem óbvia finalidade prática.
Sublinhemos, no entanto, que a Gramática tradicional, ou mesmo toda teoria gramatical, são sempre secundárias
em relação à gramática natural, ao saber intuitivo que confere competência linguística a todo falante nativo. Não há
gramática que esgote o repertório de possibilidades de uma língua, e raras são as que contemplam as regularidades
do idioma.
Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das regras gramaticais não é suficiente para que se escreva bem.
No entanto, o domínio da correção ortográfica, do vocabulário e da maneira de estruturar as frases certamente
contribui para uma melhor redação. Tenha sempre presente que só se aprende ou se melhora a escrita escrevendo.

Ao acessar o link a seguir terá acesso a todo o conteúdo do Manual, podendo assim analisar a parte gramatical
abordada pelo mesmo, sendo que, dentre os conteúdo gramaticais que sugerimos uma atenção maior é o que se refere
ao uso do hífen.
Vamos aqui fazer uma breve abordagem sobre esse assunto e segue o link para análise do conteúdo do Manual na
íntegra:
http://www.licitotus.com.br/manual-de-redacao-oficial-e-atualizado-pela-casa-civil-da-presidencia-da-republica/

Hífen
O hífen é usado em palavras compostas, com pronomes oblíquos e para separar sílabas. Exemplos: abre-alas, pós-
moderno, encantei-lhe, amai-vos, a-le-gri-a, sa-ú-de.

Prefixos e Elementos de Composição


Usa-se o hífen com diversos prefixos e elementos de composição. Veja o quadro a seguir:

Usa-se hífen com os prefixos: Quando a palavra seguinte começa por:


H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO
Exemplos com H: ante-hipófise,
anti-higiênico, anti-herói,
contra-hospitalar, entre-hostil,
extra-humano, infra-hepático,
LÍNGUA PORTUGUESA

Ante-, Anti-, Contra-, Entre-, Extra-, Infra-, Intra-,


sobre-humano, supra-hepático,
Sobre-, Supra-, Ultra-
ultra-hiperbólico.
Exemplos com vogal idêntica:
anti-inflamatório, contra-ataque,
infra-axilar, sobre-estimar,
supra-auricular, ultra-aquecido.

120
H/R
Exemplos: hiper-hidrose, hiper-raivoso, inter-humano,
Hiper-, Inter-, Super-
inter-racial,
super-homem, super-resistente.
B-H-R
Exemplos: sub-bloco, sub-hepático,
Sub- sub-humano, sub-região.
Obs.: as formas escritas sem hífen e sem “h”, como por
exemplo “subumano” e “subepático” também são aceitas.
B - R - D (Apenas com o prefixo “Ad”)
Exemplos: ab-rogar (pôr em desuso),
Ab-, Ad-, Ob-, Sob- ad-rogar (adotar)
ob-reptício (astucioso), sob-roda
ad-digital
DIANTE DE QUALQUER PALAVRA
Ex- (no sentido de estado anterior), Sota-, Soto-, Vice-,
Exemplos: ex-namorada, sota-soberania (não total), soto-
Vizo-
mestre (substituto), vice-reitor, vizo-rei.
DIANTE DE QUALQUER PALAVRA
Exemplos: pós-graduação, pré-escolar,
pró-democracia.
Pós-, Pré-, Pró- (tônicos e com significados próprios)
Obs.: se os prefixos não forem autônomos, não haverá
hífen. Exemplos: predeterminado, pressupor, pospor,
propor.
H / M / N / VOGAL
Exemplos: circum-meridiano,
Circum-, Pan- circum-navegação, circum-oral,
pan-americano, pan-mágico,
pan-negritude.
H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO
Pseudoprefixos (diferem-se dos prefixos por Exemplos com H: geo-histórico,
apresentarem elevado grau de independência e mini-hospital, neo-helênico,
possuírem uma significação mais ou menos delimitada, proto-história, semi-hospitalar.
presente à consciência dos falantes.) Exemplos com vogal idêntica:
Aero-, Agro-, Arqui-, Auto-, Bio-, Eletro-, Geo-, Hidro-, arqui-inimigo, auto-observação,
Macro-, Maxi-, Mega, Micro-, Mini-, Multi-, Neo-, Pluri-, eletro-ótica, micro-ondas,
Proto-, Pseudo-, Retro-, Semi-, Tele- micro-ônibus, neo-ortodoxia,
semi-interno, tele-educação.

#Importante

1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo ‘co-’. Ele irá se juntar ao segundo elemento, mesmo
que este se inicie por ‘o’ ou ‘h’. Neste último caso, corta-se o ‘h’. Se a palavra seguinte começar com ‘r’ ou ‘s’, dobram-
se essas letras.
Exemplos: coadministrar, coautor, coexistência, cooptar, coerdeiro corresponsável, cosseno.

2) Com os prefixos pre- e re- não se utilizará o hífen, mesmo diante de palavras começadas por ‹e›.
Exemplos: preeleger, preexistência, reescrever, reedição.

3) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por r ou
s, estas consoantes serão duplicadas e não se utilizará o hífen.
Exemplos: antirreligioso, antissemita, arquirrivalidade, autorretrato, contrarregra, contrassenso, extrasseco,
infrassom, eletrossiderurgia, neorrealismo, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

FIQUE ATENTO!
Não confunda as grafias das palavras autorretrato e porta-retrato. A primeira é composta pelo prefixo
auto-, o que justifica a ausência do hífen e a duplicação da consoante ‘r’. ‘Porta-retrato’, por outro lado,
não possui prefixo: o elemento ‘porta’ trata-se de uma forma do verbo “portar”. Assim, esse substantivo
composto deve ser sempre grafado com hífen.

121
4) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo Conheça algumas diferenças de significação que o
terminar em vogal e o segundo elemento começar por uso (ou ausência) do hífen pode provocar:
vogal diferente, não se utilizará o hífen.
Exemplos: antiaéreo, autoajuda, autoestrada, Significado com uso
agroindustrial, contraindicação, infraestrutura, Significado sem uso do hífen
do hífen
intraocular, plurianual, pseudoartista, semiembriagado,
ultraelevado, etc. Ao meio-dia = às 12h

5) Não se utilizará o hífen nas formações com os


prefixos des- e in-, nas quais o segundo elemento tiver Meio dia = metade do dia
perdido o “h” inicial.
Exemplos: desarmonia, desumano, desumidificar,
inábil, inumano, etc.

6) Não se utilizará o hífen com a palavra não, ao Pão duro = pão envelhecido
possuir função prefixal.
Exemplos: não violência, não agressão, não
comparecimento. Pão-duro = sovina

Lembre-se:
Não se utiliza o hífen em palavras que possuem os
elementos “bi”, “tri”, “tetra”, “penta”, “hexa”, etc.
Exemplos: bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, Cara suja = rosto sujo
Cara-suja = espécie de
tridimensional, trimestral, triênio, tetracampeão, periquito
tetraplégico, pentacampeão, pentágono, etc.

Observações:
- Em relação ao prefixo “hidro”, em alguns casos
pode haver duas formas de grafia.
Exemplos:
“Hidroavião” e “hidravião”;
“hidroenergia” e “hidrenergia”
Copo de leite = copo com
- No caso do elemento “socio”, o hífen será utilizado leite Copo-de-leite = flor
apenas quando houver função de substantivo (= de
associado).
Exemplos: sócio-gerente / socioeconômico

- Travessão e Hífen
Não confunda o travessão com o hífen: o travessão é
um sinal de pontuação mais longo do que o hífen.

- Hífen e translineação
Havendo coincidência de fim de linha com o hífen, Para ter acesso ao conteúdo completo da parte
deve-se, por clareza gráfica, repeti-lo no início da linha gramatical, acesse nosso site e adquira nossos materiais
seguinte. de Língua Portuguesa para complementar seus estudos.
Exemplos: ex-
- alferes
guarda-
-chuva
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Por favor, diga-
-nos logo o que aconteceu. 1. (PC-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2016)
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da
República (MRPR), o aviso e o ofício são
LÍNGUA PORTUGUESA

a) modalidades de comunicação entre unidades adminis-


trativas de um mesmo órgão.
b) instrumentos de comunicação oficial entre os chefes
dos poderes públicos.
c) documentos que compartilham a mesma diagrama-
ção, uma vez que seguem o padrão ofício.

122
d) expedientes utilizados para o tratamento de assuntos 3. (ANTAQ – Especialista em Regulação de Serviços
oficiais entre órgãos da administração pública e par- de Transportes Aquaviários – Superior - CESPE/2014)
ticulares. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das
e) correspondências usualmente remetidas por particula- correspondências oficiais, julgue os itens que se seguem,
res a órgãos do serviço público. de acordo com o Manual de Redação da Presidência da
República.
Resposta: Letra C. O tratamento Digníssimo deve ser empregado para
De acordo com o Manual: todas as autoridades do poder público, uma vez que a
O Padrão Ofício dignidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes de cargos públicos.
pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e
o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode- ( ) CERTO ( ) ERRADO
se adotar uma diagramação única, que siga o que
chamamos de padrão ofício. Resposta: Errado.
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
manual.htm forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...)
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais
2. (PC-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2016) cargos públicos sejam ocupados.
Considerando as disposições do MRPR, assinale a opção Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_
que apresenta o vocativo adequado para ser empregado oficial_publicacoes_ver.php?id=2
em um expediente cujo destinatário seja um Delegado
de Polícia Civil. 5. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO
– MÉDIO - CESPE/2014) Em toda comunicação oficial,
a) Magnífico Delegado, exceto nas direcionadas a autoridades estrangeiras,
deve-se fazer uso dos fechos Respeitosamente ou
b) Digníssimo Delegado,
Atenciosamente, de acordo com as hierarquias do
c) Senhor Delegado,
destinatário e do remetente.
d) Excelentíssimo Senhor Delegado,
e) Ilustríssimo Senhor Delegado, ( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Letra C.
Resposta: Certo.
Manual de Redação:
Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
Senhor, seguido do cargo respectivo: para todas as modalidades de comunicação oficial:
Senhor Senador, A) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
Senhor Juiz, da República: Respeitosamente,
Senhor Ministro, B) para autoridades de mesma hierarquia ou de
Senhor Governador, hierarquia inferior: Atenciosamente,
(...) Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a
tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas rito e tradição próprios, devidamente disciplinados
na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que no Manual de Redação do Ministério das Relações
se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária Exteriores.
sua repetida evocação.
(...) 4. (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS
Como se depreende do exemplo acima, fica OS CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma
dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo ata, devem-se relatar exaustivamente, com o máximo
para as autoridades que recebem o tratamento de de detalhamento possível, incluindo-se os aspectos
Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso subjetivos, as discussões, as propostas, as resoluções e
do pronome de tratamento Senhor. as deliberações ocorridas em reuniões e eventos que
Acrescente-se que doutor não é forma de exigem registro.
tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o ( ) CERTO ( ) ERRADO
apenas em comunicações dirigidas a pessoas que
tenham tal grau por terem concluído curso universitário Resposta: Errado.
LÍNGUA PORTUGUESA

de doutorado. É costume designar por doutor os Ata é um documento administrativo que tem a
bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e finalidade de registrar de modo sucinto a sequência
em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor de eventos de uma reunião ou assembleia de pessoas
confere a desejada formalidade às comunicações. com um fim específico. É característica da Ata
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ apresentar um resumo, cronologicamente disposto,
manual.htm de modo infalível, de todo o desenrolar da reunião.
(Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_
redacao_oficial_ata/)

123
6. (Tribunal de Justiça/SE – Técnico Judiciário –
CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas
direcionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer
HORA DE PRATICAR!
uso dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente,
de acordo com as hierarquias do destinatário e do 1. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR –
remetente. CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014-ADAPTADA)

( ) CERTO ( ) ERRADO A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar


mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em socie-
Resposta: Certo. dade. Ao longo da história, os mais diversos artigos foram
Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual usados com essa finalidade, como o chocolate, entre os
estabelece o emprego de somente dois fechos astecas, e o bacalhau seco, entre os noruegueses, tendo
diferentes para todas as modalidades de comunicação cabido aos gregos do século VII a.C. a criação de uma
oficial: moeda metálica com um valor padronizado pelo Estado.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente “Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o acesso das
da República: Respeitosamente, camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo de dinheiro e
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de a coleta de impostos – coisas muito difíceis de fazer quan-
hierarquia inferior: Atenciosamente, do os valores eram contados em bois ou imóveis”, afirma
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano, da Universidade
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a de São Paulo. A segunda grande revolução na história do
rito e tradição próprios, devidamente disciplinados dinheiro, o papel-moeda, teve uma origem mais confusa.
no Manual de Redação do Ministério das Relações Existiam cédulas na China do ano 960, mas elas não se
Exteriores. espalharam para outros lugares e caíram em desuso no
fim do século XIV.
7. (ANTAQ – Especialista em Regulação de Serviços de As notas só apareceram na Europa – e daí para o mundo
Transportes Aquaviários – CESPE/2014) Considerando – em 1661, na Suécia. Há quem acredite que cartões de
aspectos estruturais e linguísticos das correspondências crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma
oficiais, julgue os itens que se seguem, de acordo com o terceira revolução monetária. “Com a informática, o di-
Manual de Redação da Presidência da República. nheiro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis,
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para livres do espaço, do tempo e do controle de governos e
todas as autoridades do poder público, uma vez que a corporações”, afirma o antropólogo Jack Weatherford, da
dignidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes Faculdade Macalester, nos Estados Unidos da América.
de cargos públicos. Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações).

( ) CERTO ( ) ERRADO A expressão “essa finalidade” refere-se ao trecho “para


medir riquezas e trocar mercadorias”.

Resposta: Errado. ( ) CERTO ( ) ERRADO


Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) 2. (TRE-BA – CONHECIMENTOS GERAIS PARA TODOS
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais OS CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – CESPE-2017-ADAPTA-
cargos públicos sejam ocupados. DA)
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_
oficial_publicacoes_ver.php?id=2 Texto CG2A2AAA

Em sua definição, o voto em branco é aquele que não se di-


rige a nenhum candidato entre os que disputam as eleições.
São considerados, portanto, votos estéreis, porque não pro-
duzem frutos. Os votos nulos, por sua vez, são aqueles que,
somados aos votos em branco, compõem a categoria dos
votos estéreis, inválidos ou, como denominou o Tribunal Su-
perior Eleitoral, votos apolíticos. Logo, os votos em branco e
os nulos são votos que, a princípio, não produzem resultado
nem influenciam no resultado do pleito.
Ao comparecer às urnas no dia das eleições, o eleitor que
LÍNGUA PORTUGUESA

apresentar voto em branco ou nulo pode fazê-lo por di-


versas razões. Esses motivos podem embasar tanto a pos-
tura dos que votam em branco quanto a dos que votam
nulo, pois o resultado final é o mesmo: invalidar o voto.
Assim sendo, não é razoável diferenciar o voto em branco
do voto nulo. Deve-se considerar a essência do ato, a sua
real motivação, que é a invalidação. É evidente que não se

124
sabe, ao certo, a razão que motiva cada eleitor a votar em 4. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDICIÁRIA
branco ou nulo; entretanto, em ambos os casos, não há – IBFC-2017)
dúvida quanto à invalidade do voto por ele dado.
Renata Dias. Os votos brancos e nulos no estado democrá-
tico de direito: a legitimidade das eleições majoritárias no
Brasil. In: Estudos eleitorais, v. 8, n.º 1, jan./abr. 2013, p. 36-8
(com adaptações).
No segundo parágrafo do texto CG2A2AAA, a forma verbal
“fazê-lo” remete a

a) “o resultado final”
b) “embasar tanto a postura dos que votam em branco
quanto a dos que votam nulo”
c) “voto em branco ou nulo” O humor do texto orienta-se pela relação entre os ele-
d) “apresentar voto em branco ou nulo” mentos verbais e não-verbais. Quanto aos primeiros,
e) “comparecer às urnas no dia das eleições” destaca-se a ambiguidade, ou seja, a possibilidade de
mais de uma interpretação do seguinte termo:
3. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL E
TRANSPORTE – CESPE-2015) a) “claro”.
b) “chefe”.
TEXTO II c) “fiz”.
d) “retirada”.
A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o e) “sustentável”.
Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2) determinou
que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do 5. (MPU – Conhecimentos Básicos para os Cargos de
YouTube que disseminam o preconceito, a intolerância e a dis- 11 a 26 – CESPE-2013)
criminação a religiões de matriz africana, e fixou multa diária Recordar algo nunca ocorrido é comum e pode aconte-
de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem judi- cer com pessoas de qualquer idade. Muitos indivíduos
cial. Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos sequer percebem que determinadas lembranças foram
do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos criadas, pois as cenas e até os sons evocados pelo cé-
cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as rebro surgem com a mesma nitidez e o mesmo grau de
liberdades, mas também a obrigação de zelar para que elas detalhamento das memórias reais.
sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. De acordo com alguns neurocientistas, quando a pessoa
Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos vídeos da se recorda de uma sequência de eventos, o cérebro re-
Internet restauraria a dignidade de tratamento, que, nesse constrói o passado juntando os “tijolos” de dados, mas
caso, foi negada às religiões de matrizes africanas. Corrobo- somente o ato de acessar as lembranças já modifica e
rando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a veiculação de distorce a realidade.
vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores do ódio, Um neurocientista de uma equipe que pesquisa esse as-
da discriminação e da intolerância contra religiões de ma- sunto afirma que se busca reforçar a ideia de que a me-
trizes africanas não corresponde ao legítimo exercício do mória não pode ser considerada um papel carbono, ou
direito à liberdade de expressão. O tribunal considerou que seja, de que ela não reproduz fielmente um acontecimen-
a liberdade de expressão não se pode traduzir em desres- to. “Nossa esperança é que, ao propor uma explicação
peito às diferentes manifestações dessa mesma liberdade, neural para o processo de geração das falsas memórias,
pois ela encontra limites no próprio exercício de outros di- haja aplicações práticas nas cortes de justiça, por exem-
reitos fundamentais. plo”, diz o cientista. “Jurados e magistrados precisam de
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações). evidências de que, por mais real que aparente ser, um
fato recordado por uma testemunha pode não ser verda-
No trecho “adulterar ou destruir dados”, a palavra “adulterar” deiro. A memória humana não é como uma memória de
está sendo empregada com o sentido de alterar prejudicando. computador, não está certa o tempo todo.”
O neurocientista relatou que quase três quartos dos pri-
( ) CERTO ( ) ERRADO meiros 250 americanos que tiveram suas condenações
penais anuladas graças ao exame de DNA haviam sido
vítimas de falso testemunho ocular. Um psicólogo en-
trevistado afirmou que, dependendo de como se conduz
LÍNGUA PORTUGUESA

uma acareação, ela pode confundir a pessoa interrogada.


Correio Braziliense, 26/7/2013 (com adaptações).

O trecho “a memória não pode ser considerada um papel


carbono” poderia ser corretamente reescrita da seguinte
forma: não pode-se considerá-la papel carbono.

( ) CERTO ( ) ERRADO

125
6. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) Em “No período colonial, o Brasil foi orientado”, a vírgula
Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e após “colonial” é utilizada para isolar aposto.
traficantes que possam ser encontrados em uma rua es-
cura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os ( ) CERTO ( ) ERRADO
danos que tais criminosos causam são minúsculos quan-
do comparados com os de criminosos respeitáveis, que 9. (PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP – ASSISTENTE DE
vestem colarinho branco e trabalham para as organiza- GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS – CESPE – 2016)
ções mais poderosas. Estima-se que as perdas provoca-
das por violações das leis antitrust — apenas um item de Texto IV
uma longa lista dos principais crimes do colarinho bran-
co — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos A metrópole de São Paulo vem se tornando mais hetero-
crimes notificados à polícia em mais de uma década, e gênea econômica, social e espacialmente e menos desi-
as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime gual quanto à renda, inserção no mercado de trabalho e
apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela in- condições de vida de seus habitantes, mesmo nas áreas
dústria do asbesto (amianto), dos perigos representados mais precárias. A imagem emerge dos treze ensaios que
por seus produtos provavelmente custou tantas vidas compõem o livro A Metrópole de São Paulo no Século
quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos XXI – Espaços, Heterogeneidades e Desigualdades, os
nos Estados Unidos da América durante uma década in- quais abordam temas específicos, a partir de um diag-
teira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tam- nóstico comum, para construir um panorama atual da
bém provocam, a cada ano, mais mortes do que essas. região metropolitana. Tal retrato resulta das mudanças
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São de diversas dimensões pelas quais a metrópole passou
Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações). na última década, do perfil da pobreza às dinâmicas
migratórias e ligadas ao crescimento demográfico, dos
Não haveria prejuízo para o sentido original do texto moldes de segregação social à produção habitacional e
nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada à mobilidade urbana.
ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para A fisionomia da metrópole, central na economia do país,
imediatamente depois de “e”. reflete a conjuntura de modo especial, segundo o orga-
nizador. Assim, tiveram impactos particulares na região
( ) CERTO ( ) ERRADO metropolitana a redemocratização, na década de 80 do
século XX (com a volta das eleições regulares e com a
7. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA constituição de sistemas nacionais de políticas públicas),
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
a estabilização econômica, a abertura do mercado inter-
- SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010 - ADAP-
no da década de 90 e o crescimento econômico vigoro-
TADA) “– Mas não é minha cabeça que eles querem de-
so da primeira década do século XXI.
golar a cada jogo, François.” O uso da vírgula destacada
Internet: <www.fflch.usp.br> (com adaptações).
neste trecho tem a função de:
De acordo com o texto IV,
a) Separar o aposto.
b) Delimitar o sujeito.
c) Delimitar uma nova oração. a) a transformação da sociedade brasileira atinge a re-
d) Separar o vocativo. gião metropolitana de São Paulo com um atraso de
e) Marcar uma pausa forte. cerca de uma década.
b) a transformação urbana da metrópole de São Paulo
8. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR- está relacionada à conjuntura econômica brasileira.
GO 33 – NÍVEL MÉDIO – CESPE-2013) c) a cidade de São Paulo é especial por refletir as trans-
O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es- formações do Brasil.
tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada d) não há relação entre as transformações ocorridas na
por processos que culminaram na sua formalização insti- metrópole paulistana e as transformações ocorridas
tucional e na ampliação de sua área de atuação. no Brasil.
No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito e) a capital paulista determinou as transformações so-
lusitano. Não havia o Ministério Público como institui- ciais do Brasil, dada a sua importância política.
ção. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Orde-
nações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promoto- 10. (DPU-AGENTE ADMINISTRATIVO – CONHECI-
res de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei MENTOS BÁSICOS – CESPE – 2016)
e de promover a acusação criminal. Existiam os cargos
de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e Saúde: direito de todos e dever do Estado. É assim que
LÍNGUA PORTUGUESA

de procurador da Fazenda (defensor do fisco). a Constituição Federal de 1988 inicia a sua seção sobre
A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Minis- o tema. Uma vez que muitas ações ou omissões vão de
tério Público no capítulo Das Funções Essenciais à Justiça. encontro a essa previsão, cotidianamente é possível ob-
Define as funções institucionais, as garantias e as vedações servar graves desrespeitos à Carta Magna. A Defensoria
de seus membros. Isso deu evidência à instituição, tornan- Pública, importante instituição garantida por lei assim
do-a uma espécie de ouvidoria da sociedade brasileira. como a saúde, busca sanar o problema por meio da via
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). judicial quando a mediação não produz resultados. Re-

126
centemente, a Defensoria Pública em Foz do Iguaçu, por fensoria teve que intervir. Nós entramos para solucionar
exemplo, obteve três decisões liminares garantindo o di- problemas: vamos até as ruas para informar sobre o tra-
reito à saúde a três pessoas por ela assistidas. balho da defensoria, para que seus direitos sejam garan-
Em todos os casos, a Defensoria Pública fez intervenção tidos”, afirma a coordenadora.
judicial para suprir a negativa ou a má prestação do ser- Internet: <www.defensoria.df.gov.br.> (com adaptações).
viço público de saúde na localidade.
Em um dos casos, atendeu uma gestante com histórico Conforme o texto, a Defensoria Pública deve atuar sem-
de abortos decorrentes de doença trombofílica e que ne- pre que direitos dos cidadãos são negligenciados, por
cessitava de uma medicação diária de alto custo. A me- isso atua na defesa das pessoas em situação de rua.
dicação, única opção na manutenção da gestação, havia
sido negada pelo município e pelo estado, o que colo- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cava a gestante em sério risco de sofrer mais um aborto.
Em mais uma intervenção judiciária do defensor público, 12. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNI-
foi deferida liminar em favor da assistida, tendo o estado CO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE –
e o município sido obrigados a fornecer o medicamento 2015)
necessário durante toda a sua gestação e enquanto hou-
ver prescrição médica, sob pena de multa diária. Ouro em Fios
Internet: <www.defensoriapublica.pr.gov.br> (com
adaptações). A natureza é capaz de produzir materiais preciosos,
como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA.
Conclui-se do texto que, a despeito do que prevê a Cons- O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso.
tituição Federal, muitos cidadãos encontram dificuldades Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de
em conseguir atendimento na rede pública de saúde e energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT:
acabam por recorrer à Defensoria Pública para que seus - Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a
direitos sejam respeitados e garantidos. iluminação natural.
- Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
( ) CERTO ( ) ERRADO - Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do am-
biente.
11. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CONHECI- - Utilize o computador no modo espera.
MENTOS BÁSICOS – CESPE –2016) Fique ligado! Evite desperdícios.
Energia elétrica.
Maria Silva é moradora do Assentamento Noroeste, onde A natureza cobra o preço do desperdício.
moram cerca de cem pessoas cuja principal forma de Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações)
renda é o trabalho com reciclagem. Ela é uma das líde-
res que lutam pelos direitos daquela comunidade. Vinda A expressão “Fique ligado”, típica da oralidade, é empre-
do estado do Ceará, Maria chegou a Brasília em 2002 e gada no texto com o significado de fique atento e fun-
conheceu o trabalho da Defensoria Pública por meio do ciona como uma estratégia para estabelecer uma relação
projeto Monitoramento da Política Nacional para a Po- de proximidade com o interlocutor.
pulação em Situação de Rua, tendo seu primeiro contato
com a defensoria ocorrido quando ela precisou de novos ( ) CERTO ( ) ERRADO
documentos para substituir os que haviam sido perdidos
no período em que esteve nas ruas. Instrução: Cada um dos itens a seguir apresenta uma
O objetivo do referido projeto é o de ir até a população proposta de reescritura do período “A vacinação obri-
que normalmente não tem acesso à Defensoria Pública. gatória foi o estopim para que o povo, já profundamente
“Nós chegamos de forma humanizada até essas pessoas insatisfeito com o ‘bota-abaixo’ e insuflado pela imprensa,
em situação de rua. Com esse trabalho nós estamos ga- se revoltasse.”. Julgue-os quanto à correção gramatical e
rantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que con- à coerência com as ideias do texto.
sigam se beneficiar de outras políticas públicas”, explica
a coordenadora do Departamento de Atividade Psicos- 13. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CES-
social. PE – 2010) O fato de haver vacinação compulsória, foi
A mais recente visita de participantes de outro projeto, o apenas mais um dos elementos para que a população
Atenção à População de Rua do Assentamento Noroeste, do Rio, insatisfeita com o “bota-abaixo” e insuflada pela
levou respostas às demandas solicitadas pelos morado- imprensa, se revoltasse.
res. O foco foram soluções e retornos de casos como o de
(  ) CERTO  (  ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

um morador que tem problemas com a justiça e que está


sendo assistido por um defensor público e o de uma se-
nhora que estava internada em um hospital público e con- 14. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CES-
seguiu uma cirurgia por meio dos serviços da defensoria. PE – 2010) O povo por estar insatisfeito com o “bota-
As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior de- -abaixo” e influenciado pela imprensa se revoltou contra
manda a solicitação de registro civil. “As certidões de a vacina.
nascimento figuram entre as demandas porque essas
pessoas não as conseguiram por outros serviços, e a de- (  ) CERTO  (  ) ERRADO

127
15. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CES- fim entrar nos mares da publicidade, e para isso procu-
PE – 2010) A vacinação obrigatória foi o elemento es- rou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto.
sencial para que ocorresse a Revolta da Vacina, embora Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos
a população já estivesse muito insatisfeita com o “bota- amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão
-abaixo” e sendo insuflada pela imprensa. Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu mui-
to e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao pon-
to de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao
16. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CES- encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo
PE – 2010) O fato de a vacinação contra a varíola ser vinha possuído que o abraçou estreitamente, com gran-
obrigatória levou o povo a se revoltar, embora houvesse de pasmo dos numerosos transeuntes.
outros motivos, tais como o “bota-abaixo”, além da mo- Da parte de um juiz tão competente em matérias literá-
tivação da imprensa. rias este ato é honroso para o Sr. Oliveira.
Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos
(  ) CERTO  (  ) ERRADO certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro.
O amigo das letras.
17. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses.
Bibliotecas: Sempre deram muito o que falar. Grandes São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.)
monarquias jamais deixaram de possuir as suas, e cui-
davam delas estrategicamente. Afinal, dotes de prin- Depreende-se do texto que Antônio Carlos de Oliveira
cesas foram negociados tendo livros como objetos de vai iniciar uma atividade profissional ligada à propagan-
barganha; tratados diplomáticos versaram sobre essas da, para a qual tem muito talento.
coleções. Os monarcas portugueses, após o terremoto
que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos (  ) CERTO  (  ) ERRADO
destroços, terem erguido uma grande biblioteca: a Real
Livraria. D. José chamava-a de joia maior do tesouro real. 20. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO
D. João VI, mesmo na correria da partida para o Brasil, SOCIAL – CESPE – 2016)
não se esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a
Real Biblioteca aportou nos trópicos, e foi até mesmo Designado para fazer a crítica dos espetáculos líricos de
tema de disputa. setembro de 1846 a outubro do ano seguinte no Jornal
Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. (Com adap- do Comércio, Martins Pena se revelou um profundo co-
tações.) nhecedor da arte cênica, tanto no que se refere à prática
teatral (cenário, representação, maquinarias) quanto a
O sinal de dois-pontos empregado imediatamente após sua história, sendo não raro seus incisivos argumentos
“biblioteca” introduz um termo de natureza explicativa. a causa de grandes polêmicas no teatro representado na
corte brasileira.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO Pena ganhou evidência como comediógrafo a partir de
1838, ano em que foi encenada sua peça O Juiz de Paz
18. (INSS – ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE: ENGE- na Roça. Embora tenha produzido alguns dramas (que
NHARIA ELÉTRICA – CESPE – 2010) Entre os principais lhe renderam duras críticas), destacou-se de fato pelas
benefícios que o carro elétrico trará aos consumidores, suas comédias e farsas, nas quais retratou a cultura e os
está o financeiro, uma vez que o novo veículo será mais costumes da sociedade do seu tempo.
econômico e com valor de mercado menor que o dos Nas suas obras, Pena buscou uma tomada de consciência
automóveis convencionais. de um momento da história de nosso país, que recém
adquiria uma limitada independência, e tentou pensar
(  ) CERTO  (  ) ERRADO criticamente nossa cultura, com as restrições que o con-
texto impunha ao trabalho intelectual, desvencilhando-
19. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO -se da tradição clássica, das comédias francesas, do tea-
SOCIAL – CESPE – 2016) tro lírico e do melodrama, para criar uma nova comédia
com traços muito pessoais, o que lhe garantiu sucesso
Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conse- imediato em seu tempo e um significado ímpar na histó-
guido dormir. Vinha nascendo o Sol. ria do teatro brasileiro.
Quis ler os jornais e pediu-os. Internet: <www.questaodecritica.com.br>. (Com adaptações.)
Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quan-
do repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Depreende-se do texto que Martins Pena começou a fa-
LÍNGUA PORTUGUESA

Comércio. zer sucesso imediatamente após começar a escrever para


Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. o Jornal do Comércio.
Dizia o artigo:
Temos o prazer de anunciar ao país o próximo apareci- (  ) CERTO  (  ) ERRADO
mento de uma excelente comédia, estreia de um jovem
literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira.
Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai en-

128
21. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase
em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a
Texto I Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius
de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara
Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joa-
pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não quim, ao preencher a nota de encomenda, perguntou-
era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a -me onde seria entregue a estante, tive um momento de
minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o
sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente,
e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros. deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela pri-
Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro meira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do
que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Tor- Mário, havia uma diferença na numeração.
re. ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim
O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase desenhou o endereço na nota.
em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá
Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius sua estante.
de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse
ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joa- prazo.
quim, ao preencher a nota de encomenda, perguntou- ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três
-me onde seria entregue a estante, tive um momento de semanas.
hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Ja-
prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, neiro:
deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela pri- José Olympio, 1989. (Com adaptações.)
meira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do
Mário, havia uma diferença na numeração. De acordo com as informações do texto, Vinicius de Mo-
― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim raes passou a morar no apartamento onde antes residia
desenhou o endereço na nota. Mário Pedrosa.
― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá
sua estante. (  ) CERTO  (  ) ERRADO
― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse
prazo. 24. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016)
― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três O “momento de hesitação” vivido pelo narrador deveu-se
semanas. ao medo de informar o endereço a um desconhecido.
Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Ja-
neiro: (  ) CERTO  (  ) ERRADO
José Olympio, 1989. (Com adaptações.)
25. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016)
O trecho “dá muito trabalho” constitui uma referência de Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes
seu Joaquim à confecção da estante, tarefa que, segundo monarquias jamais deixaram de possuir as suas, e cui-
ele, seria trabalhosa. davam delas estrategicamente. Afinal, dotes de prin-
cesas foram negociados tendo livros como objetos de
(  ) CERTO  (  ) ERRADO barganha; tratados diplomáticos versaram sobre essas
coleções. Os monarcas portugueses, após o terremoto
22. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos
De acordo com as informações do texto, é correto inferir destroços, terem erguido uma grande biblioteca: a Real
que seu Joaquim era analfabeto, uma vez que ele “dese- Livraria. D. José chamava-a de joia maior do tesouro real.
nhou o endereço na nota”. D. João VI, mesmo na correria da partida para o Brasil,
não se esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a
(  ) CERTO  (  ) ERRADO Real Biblioteca aportou nos trópicos, e foi até mesmo
tema de disputa.
23. (INSS – TÉCNICO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. (Com adap-
tações.)
Texto I
A Real Livraria foi erguida com os destroços resultantes
LÍNGUA PORTUGUESA

Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá do terremoto que atingiu Lisboa, como símbolo da força
pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não de Portugal na superação da tragédia que acabava de
era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a assolar o país.
minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um
sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e (  ) CERTO  (  ) ERRADO
sonhada estante onde caberiam todos os meus livros. Tra-
tei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que
tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre.

129
26. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao pon-
SOCIAL – CESPE – 2016) to de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao
encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo
Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conse- vinha possuído que o abraçou estreitamente, com gran-
guido dormir. Vinha nascendo o Sol. de pasmo dos numerosos transeuntes.
Quis ler os jornais e pediu-os. Da parte de um juiz tão competente em matérias literá-
Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quan- rias este ato é honroso para o Sr. Oliveira.
do repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos
Comércio. certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro.
Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. O amigo das letras.
Dizia o artigo: Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses.
Temos o prazer de anunciar ao país o próximo apareci- São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.)
mento de uma excelente comédia, estreia de um jovem
literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. O vocábulo “que” classifica-se como conjunção e intro-
Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai en- duz o sujeito da oração “Consta-nos”.
fim entrar nos mares da publicidade, e para isso procu-
rou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. (  ) CERTO  (  ) ERRADO
Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos
amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão 28. (PC/GO – Delegado – CESPE – 2017)
Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu mui-
to e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. Texto CB1A1BBB
O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao pon-
to de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao A principal finalidade da investigação criminal, materia-
encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo lizada no inquérito policial (IP), é a de reunir elementos
mínimos de materialidade e autoria delitiva antes de se
vinha possuído que o abraçou estreitamente, com gran-
instaurar o processo criminal, de modo a evitarem-se,
de pasmo dos numerosos transeuntes.
assim, ações infundadas, as quais certamente implicam
Da parte de um juiz tão competente em matérias literá-
grande transtorno para quem se vê acusado por um cri-
rias este ato é honroso para o Sr. Oliveira.
me que não cometeu.
Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos
Modernamente, o IP deixou de ser o procedimento ab-
certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro.
solutamente inquisitorial e discricionário de outrora. A
O amigo das letras.
participação das partes, pessoalmente ou por seus ad-
Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses.
vogados ou defensores públicos, vem ganhando espaço
São Paulo: Globo, 1997. (Com adaptações.)
a cada dia, com o objetivo de garantir que o IP seja um
instrumento imparcial de investigação em busca da ver-
O termo introduzido pela preposição “para” em “levou dade dos fatos.
a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler Acrescente-se que o estigma provocado por uma ação penal
segunda vez” exerce a função de complemento do verbo pode perdurar por toda a vida e, por isso, para ser promovi-
“pedir”. da, a acusação deve conter fundamentos fáticos e jurídicos
suficientes, o que, em regra, se consegue por meio do IP.
(  ) CERTO  (  ) ERRADO Carlos Alberto Marchi de Queiroz (Coord.). Manual de polícia
judiciária: doutrina, modelos, legislação. 6.ª ed. São Paulo:
27. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVIÇO Delegacia Geral de Polícia, 2010 (com adaptações).
SOCIAL – CESPE – 2016)
Nas orações em que ocorrem no texto CB1A1BBB, os ele-
Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conse- mentos “assim” (R.4) e “por isso” (R.15) expressam, res-
guido dormir. Vinha nascendo o Sol. pectivamente, as ideias de
Quis ler os jornais e pediu-os.
Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quan- a) consequência e consequência.
do repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do b) finalidade e proporcionalidade.
Comércio. c) causa e consequência.
Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. d) conclusão e conclusão.
Dizia o artigo: e) restrição e conformidade.
Temos o prazer de anunciar ao país o próximo apareci-
mento de uma excelente comédia, estreia de um jovem 29. (PC/GO – DELEGADO – CESPE – 2017)
literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. No texto CB1A1BBB, uma ação que se desenvolve gra-
LÍNGUA PORTUGUESA

Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai en- dualmente é introduzida pela
fim entrar nos mares da publicidade, e para isso procu-
rou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. a) forma verbal “implicam” (R.5).
Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos b) locução “vem ganhando” (R.11).
amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão c) forma verbal “garantir” (R.12).
Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu mui- d) locução “pode perdurar” (R.15).
to e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. e) forma verbal “reunir” (R.2).

130
30. (PC/GO – DELEGADO – CESPE – 2017)

Texto CB1A2AAA

O termo nude é do inglês e vem sendo utilizado na Inter-


net por usuários de redes sociais para designar fotos ínti-
mas que retratam a pessoa sem roupa. O envio e a troca
de nudes são facilitados em aplicativos de celular, o que
torna essa prática popular entre seus usuários, incluin-
do-se menores de idade, e facilita o compartilhamento
das fotos.
Havendo vazamento de fotos íntimas, há violação do di-
reito de imagem da pessoa prejudicada, que, por isso,
terá ainda pode ser considerada branda, sendo um pou-
co mais severa quando se trata de um crime contra a
infância. “Quando se trata de crianças e adolescentes,
há um agravante, pois, no art. 241 do Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente, é qualificada como crime grave a
divulgação de fotos, gravações ou imagens de crianças
ou adolescentes, sendo prevista a pena de três a seis 16
anos de prisão, além de pagamento de multa, para os
que cometem esse crime”, diz a advogada presidente da
Comissão de Direitos Humanos da OAB/AC.
Para combater o compartilhamento de fotos íntimas por
terceiros, são necessárias ações preventivas, afirma a ad-
vogada. Jovens e adolescentes devem ser educados, de 32. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência – CES-
forma que tenham dimensão do problema que a divul- PE-2018) No trecho “para testar possíveis soluções” (R.
gação desse tipo de imagem pode acarretar. 16 e 17), o emprego da preposição “para”, além de con-
Internet: <https://jornaldosdez.wordpress.com> (com adapta- tribuir para a coesão sequencial do texto, introduz, no
ções) período, uma ideia de finalidade.

No texto CB1A2AAA, a oração “Para combater o compar- ( ) CERTO ( ) ERRADO


tilhamento de fotos íntimas por terceiros” (R. 19 e 20) ex-
pressa ideia de 33. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência – CES-
PE-2018) A vírgula logo após o termo “máquina” (R.12)
a) finalidade. poderia ser eliminada sem prejuízo para a correção gra-
b) explicação. matical do período no qual ela aparece.
c) consequência.
d) conformidade. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) causa.
34. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência – CES-
31. (PC/GO – Delegado – CESPE – 2017) Mantendo- PE-2018) A correção gramatical e o sentido do texto se-
-se a correção gramatical e o sentido original do texto riam preservados caso o período “Após quatro anos de
CB1A2AAA, a forma verbal “afirma” (R.20) poderia ser trabalho, Turing conseguiu quebrar a Enigma, ao perceber
substituída por que as mensagens alemãs criptografadas continham pa-
lavras previsíveis, como nomes e títulos dos militares” (R.
a) prescreve. 17 a 20) fosse reescrito da seguinte forma: Turing conse-
b) propõe. guiu quebrar a Enigma, depois de quatro anos de trabalho,
c) destaca. quando notou que haviam, nas mensagens alemãs cripto-
d) participa. grafadas, palavras previsíveis, tais como, nomes e títulos
e) assevera. dos militares.

( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

131
(SEDUC/AL - Professor de Português – CESPE-2018) uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma
linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua
mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que
assumira o poder havia pouco tempo, executa uma es-
pécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a
uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da
moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem
política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que
conteste as leis estruturais da sociedade que se quer de-
fender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os
leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primei-
ro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada:
“fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que
infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade
“natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e
lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de ló-
gica: a greve é escandalosa porque incomoda precisa-
mente aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão
35. (SEDUC/AL - Professor de Português – CES- que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica,
PE-2018) Infere-se do terceiro verso do poema que o eu essa causalidade é perturbada; o efeito se dispersa in-
lírico considera-se um homem incompleto. compreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que
é intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia
( ) CERTO ( ) ERRADO pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem
uma concepção tirânica, infinitamente suscetível, da cau-
(SEDUC/AL - Professor de Português – CESPE-2018) salidade: o fundamento da moral que professa não é de
modo algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente,
trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada,
por assim dizer, numa correspondência numérica entre
as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade
é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a ima-
ginação de um desdobramento longínquo dos determi-
nismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos,
que a tradição materialista sistematizou sob o nome de
totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias.
Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e Rejane Janowitzer.
Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).
36. (SEDUC/AL - Professor de Português – CES-
PE-2018) Tanto em “recebeu Camilo este bilhete de Vi- Seriam mantidos os sentidos e a correção gramatical do
lela” (R. 1 e 2) quanto em “tirou um cacho destas” (R.7), texto 1A1AAA caso se substituísse o trecho
os pronomes demonstrativos foram empregados para
retomar termos antecedentes. a) “Temendo-se” (R.11) por Se temendo.
b) “finge-se confundir” (R.12) por finge confundir-se.
( ) CERTO ( ) ERRADO c) “decreta-se” (R.13) por se decreta.
d) “que se quer defender” (R.14) por que quer defender-se.
37. (SEDUC/AL - Professor de Português – CES- e) “se poderia pensar” (R.27) por poderia-se pensar.
PE-2018) Na linha 4, o verbo advertir foi empregado
como sinônimo de concluir. 39. (TCM/BA - Auditor Estadual de Controle Externo –
CESPE-2018) Sem prejuízo para a correção gramatical e
( ) CERTO ( ) ERRADO para as informações veiculadas no texto 1A1AAA, poderia
ser suprimida a vírgula empregada imediatamente após
38. (TCM/BA - AUDITOR ESTADUAL DE CONTROLE
EXTERNO – CESPE-2018) a) ‘revoltante’ (R.5).
LÍNGUA PORTUGUESA

b) “Carlos X” (R.15).
Texto 1A1AAA c) “sim” (R.30).
d) “fundada” (R.31).
Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escân- e) “acontecimentos” (R.36).
dalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito,
mas também um crime moral, uma ação intolerável que
perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”,
“revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando

132
40. (TCM/BA - Auditor Estadual de Controle Externo – da estante onde caberiam todos os meus livros. Tratei de
CESPE-2018) Assinale a opção que apresenta trecho do encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha
texto 1A1AAA que expressa uma ideia de comparação. oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre.
O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase
a) “mas também um crime moral” (R.3) em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a
b) “mais do que infringir uma legalidade cívica” (R.18) Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius
c) “a quem ela não diz respeito” (R.23) de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara
d) “o que é intolerável e chocante” (R.26) ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joa-
e) “que a tradição materialista sistematizou sob o nome quim, ao preencher a nota de encomenda, perguntou-
de totalidade” (R. 36 e 37) -me onde seria entregue a estante, tive um momento de
hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o
41. (TCE-PA - Conhecimentos Básicos - Cargos 1, 18, prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente,
19, 37 E 38 – CESPE – 2016) deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela pri-
meira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do
Texto CB1A1BBB Mário, havia uma diferença na numeração.
― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com desenhou o endereço na nota.
o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá
estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela sua estante.
Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Res- ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse
ponsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria prazo.
legislação destinada a assegurar, como alegam, maior ri- ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três
gor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de semanas.
responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, forta- Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de
lecer a estrutura legal que protege o dinheiro público do Janeiro: José Olympio, 1989 (com adaptações)
mau uso por gestores irresponsáveis.
Examinando-se a situação financeira dos estados que A expressão “armar ali a minha tenda” foi empregada no
preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica texto em sentido figurado.
difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quan-
do entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais, ( ) CERTO ( ) ERRADO
estão sujeitos a regras precisas para a gestão do dinheiro
público, para a criação de despesas e, em particular, para 43. (DPU - Agente Administrativo - Conhecimentos
os gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido al- Básicos – CESPE-2016)
gumas dessas regras, estariam interessados em torná-las
ainda mais rigorosas? Maria Silva é moradora do Assentamento Noroeste, onde
Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo moram cerca de cem pessoas cuja principal forma de
dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpri- renda é o trabalho com reciclagem. Ela é uma das líde-
ram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, res que lutam pelos direitos daquela comunidade. Vinda
se nem nas condições atuais esses responsáveis estão do estado do Ceará, Maria chegou a Brasília em 2002 e
sendo capazes de cumpri-la? O problema não está na lei. conheceu o trabalho da Defensoria Pública por meio do
Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la mais ri- projeto Monitoramento da Política Nacional para a Po-
gorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que a pulação em Situação de Rua, tendo seu primeiro contato
desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do setor com a defensoria ocorrido quando ela precisou de novos
público de adaptar suas despesas às receitas em queda documentos para substituir os que haviam sido perdidos
por causa da crise. no período em que esteve nas ruas.
Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adaptações). O objetivo do referido projeto é o de ir até a população
que normalmente não tem acesso à Defensoria Pública.
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da “Nós chegamos de forma humanizada até essas pessoas
regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo defi- em situação de rua. Com esse trabalho nós estamos ga-
nido feminino determinando o substantivo “receitas”. rantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que con-
sigam se beneficiar de outras políticas públicas”, explica
( ) CERTO ( ) ERRADO a coordenadora do Departamento de Atividade Psicos-
social.
42. (INSS - Técnico Seguro Social – CESPE-2016) A mais recente visita de participantes de outro projeto, o
LÍNGUA PORTUGUESA

Atenção à População de Rua do Assentamento Noroeste,


Texto I levou respostas às demandas solicitadas pelos morado-
res. O foco foram soluções e retornos de casos como o
Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela de um morador que tem problemas com a justiça e que
primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um está sendo assistido por um defensor público e o de uma
cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha senhora que estava internada em um hospital público e
tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e conseguiu uma cirurgia por meio dos serviços da defen-
os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e sonha- soria.

133
As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior de-
17 CERTO
manda a solicitação de registro civil. “As certidões de
nascimento figuram entre as demandas porque essas 18 Errado
pessoas não as conseguiram por outros serviços, e a de-
fensoria teve que intervir. Nós entramos para solucionar 19 Errado
problemas: vamos até as ruas para informar sobre o tra- 20 Errado
balho da defensoria, para que seus direitos sejam garan-
tidos”, afirma a coordenadora. 21 Certo
Internet: <www.defensoria.df.gov.br.> (com adaptações). 22 Errado

Acerca dos aspectos linguísticos e das ideias do texto aci- 23 Errado


ma, julgue os itens seguintes. 24 Errado
No trecho “respostas às demandas”, o emprego do sinal
indicativo de crase justifica-se pela regência do substan- 25 Errado
tivo “respostas”, que exige complemento antecedido da 26 Errado
preposição a, e pela presença de artigo feminino plural
que determina “demandas”. 27 Certo
28 D
( ) CERTO ( ) ERRADO
29 B
44. (DPU - Agente Administrativo - Conhecimentos
Básicos – CESPE-2016) Seria mantida a correção do tex- 30 A
to caso o trecho ‘para que seus direitos sejam garantidos’ 31 E
fosse reescrito da seguinte forma: visando à garantia de
seus direitos. 32 Certo
33 Errado
( ) CERTO ( ) ERRADO
34 Errado
35 Certo
36 Errado
37 Certo
38 C
GABARITO
39 B

1 Certo 40 B

2 D 41 Certo

3 Certo 42 Certo

4 E 43 Certo

5 Errado 44 Certo

6 Certo
7 D
8 Errado
9 B
10 Certo
11 Errado
12 Certo
LÍNGUA PORTUGUESA

13 ERRADO
14 Errado
15 CERTO
16 CERTO

134
ÍNDICE

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows)............................................................................................................................ 01


Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice)................................................................................ 13
Redes de computadores. Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. Programas
de navegação (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google Chrome). Programas de correio eletrônico (Outlook
Express e Mozilla Thunderbird). Sítios de busca e pesquisa na Internet. Grupos de discussão. Redes sociais.................................. 38
Computação na nuvem (cloud computing).................................................................................................................................................................. 51
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas........................................................... 52
Segurança da informação. Procedimentos de segurança. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. Aplicativos para segurança
(antivírus, firewall, anti-spyware etc.)............................................................................................................................................................................... 52
Procedimentos de backup................................................................................................................................................................................................... 58
Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage)............................................................................................................................................. 59
/bin-Comandos utilizados durante o boot e por
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL usuários comuns.
(AMBIENTES LINUX E WINDOWS) /sbin-Como os comandos do/bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
Por esse motivo, o diretório sbin foi nomeado de
Conceitos Básicos Sobre Linux e Software Livre superusuário, pois há comandos que só podem ser
utilizados nesse diretório. Funciona como se quem
O Linux é um sistema operacional originalmente estivesse no diretório sbin fosse o administrador
fundado em comandos, mas que vem amplificando do sistema, com permissões especiais de inclusões,
ambientes gráficos de estruturas e uso similar, e são do exclusões e também de alterações.
Windows. Apesar desses ambientes gráficos serem cada
vez mais aderidos, os comandos do Linux ainda são Comandos Básicos
amplamente empregados, sendo de suma importância o
conhecer e estudar. Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux que podemos usar no Shell do Linux:
é o Kernel, que é uma parte do sistema operacional que -addgroup - Adiciona grupos
faz a ligação entre software e máquina. Ele é a camada de -adduser - Adiciona usuários
software mais próxima do hardware, considerado o núcleo -apropos - Faz pesquisa por palavra ou string
do sistema. O Linux teve início com o desenvolvimento de -cat - Mostra o conteúdo de um arquivo binário ou
um pequeno Kernel, criado por Linus Torvalds, em 1991, texto
quando era apenas um estudante finlandês. Ao Kernel, -cd - Entra num diretório (exemplo: cd docs) ou
que Linus desenvolveu, colocou o nome de Linux. Como retorna para home
o Kernel é capaz de fazer gerenciamentos primários cd<pasta> – vai para a pasta especificada. exemplo:
básicos e indispensáveis para o funcionamento da cd /usr/bin/
máquina, foi necessário desenvolver módulos específicos -chfn - altera informação relativa a um utilizador
para atender inúmeras necessidades, como por exemplo -chmod -Altera as permissões de arquivos ou
um módulo capaz de utilizar uma placa de rede ou de diretórios. É um comando para manipulação de arquivos
vídeo lançada no mercado ou até uma interface gráfica e diretórios que muda as permissões para acesso para
como a que usamos no Windows. cada pessoa. Por exemplo, um diretório que poderia
Uma forma de atender a necessidade de comunicação ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura,
entre Kernel e o aplicativo é a chamada do sistema impedindo que seu conteúdo seja alterado.
(SystemCall), que é uma interface entre um aplicativo de -chown - Altera a propriedade de arquivos e pastas
espaço de usuário e um serviço que o Kernel fornece. (dono)
-clear – Limpa a tela do terminal
Como o serviço é fornecido no Kernel, uma chamada -cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
direta não pode ser realizada; ao invés disso, você deve ao fim do arquivo (txt)
utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço -cp - Copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
do usuário/Kernel. -df - Reporta o uso do espaço em disco do sistema
No Linux também existem diferentes run levels de de arquivos
operação. O run level de uma inicialização padrão é o de -dig - Testa a configuração do servidor DNs
número 2. -dmesg - Exibe as mensagens da inicialização (log)
Como o Linux também é conhecido por ser um -du - Exibe estado de ocupação dos discos/partições
sistema operacional que ainda utiliza bastante comandos -du -msh - Mostra o tamanho do diretório em
digitados, não podemos deixar de citar o Shell, que megabytes
é exatamente o programa que possibilita o usuário -env - Mostra variáveis do sistema
digitar comandos que sejam inteligíveis pelo sistema -exit – Sair do terminal ou de uma sessão de root.
operacional e realize funções. -/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de
No MSDOS, por exemplo, o Shell era o command. configuração do sistema
com, por meio do qual era possível realizar comandos -/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de
como o dir, cd e outros. No Linux, o Shell mais usado é o arquivos para o diretório Home de novos usuários.
Bash, que, para usuários comuns, aparece como símbolo -fdisk -l – Mostra a lista de partições.
$, e para o root, aparece com o símbolo #. -find - Comando de busca ex: find ~/ -cmin -3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Há também os termos usuário e superusuário. -find – Busca arquivos no disco rígido.


Enquanto ao usuário é dada a permissão de utilização de -halt -p – Desligar o computador.
comandos simples, ao superusuário é possível configurar -head - Mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo
quais comandos os usuários podem utilizar. Se eles -history – Mostra o histórico de comandos dados no
podem apenas ver ou também alterar e gravar diretórios. terminal.
Sendo assim, ele atua como sendo o administrador do -ifconfig - Mostra as interfaces de redes ativas e as
sistema. O diretório padrão que possui os programas infor- mações relacionadas a cada uma delas
usados pelo superusuário para o gerenciamento e a -iptraf - Analisador de tráfego da rede com interface
manutenção do sistema é o /sbin. gráfica baseada em diálogos

1
-kill - Manda um sinal para um processo. Os sinais -rm - Remoção de arquivos (também remove
sIG- TErm e sIGKILL encerram o processo. diretórios)
-kill -9 xxx – Mata o processo de número xxx. -rm -rf - Exclui um diretório e todo o seu conteúdo
-killall - Manda um sinal para todos os processos. -rmdir - Exclui um diretório (se estiver vazio)
-less - Mostra o conteúdo de um arquivo de texto -route - Mostra as informações referentes às rotas
com controle -shutdown -r now – Reiniciar o computador
-ls - Listar o conteúdo do diretório -split - Divide um arquivo
-ls -alh - Mostra o conteúdo detalhado do diretório -smbpasswd - No sistema operacional Linux, na
-ls –ltr - Mostra os arquivos no formado longo (l) em versão samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua
ordem inversa (r) de data (t) senha criptografada smb que é armazenada no arquivo
-man - Mostra informações sobre um comando smbpasswd (normalmente no diretório privado sob a
-mkdir - Cria um diretório. É um comando utilizado na hierarquia de diretórios do samba). Os usuários comuns
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. só podem executar o comando, sem opções. Ele os levará
para que sua senha velha smb seja digitada e, em seguida,
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o pedir-lhes sua nova senha duas vezes, para garantir que
diretório chamado “myfolder”. a senha foi digitada corretamente. Nenhuma senha será
mostrada na tela enquanto está sendo digitada.
-su - Troca para o superusuário root (é exigida a
senha)
-su user - Troca para o usuário especificado em ‘user’
(é exigida a senha)
-tac - Semelhante ao cat, mas inverte a ordem
-tail - O comando tail mostra as últimas linhas de
um arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas
linhas. Sua sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode
ser acrescentado de alguns parâmetros como o -n que
mostra o [numero] de linhas do final do arquivo; o – c
[numero] que mostra o [numero] de bytes do final do
arquivo e o – f que exibe constantemente os dados do
Figura 15: Prompt “ftp”
final do arquivo à medida que são adicionados.
-tcpdump sniffer - Sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes
-mount – Montar partições em algum lugar do
sistema. -top – Exibe os processos do sistema e dados do
-mtr - Mostra rota até determinado IP processador.
-mv - Move ou renomeia arquivos e diretórios -touch touch foo.txt - Cria um arquivo foo.txt vazio;
-nano – Editor de textos básico. também altera data e hora de modificação para agora
-nfs - Sistema de arquivos nativo do sistema -traceroute - Define uma rota do host local até o
operacional Linux, para o compartilhamento de recursos destino mostrando os roteadores intermediários
pela rede -umount – Desmontar partições.
-netstat - Exibe as portas e protocolos abertos no -uname -a – Informações sobre o sistema operacional
sistema. -userdel - Remove usuários
-nmap - Lista as portas de sistemas remotos/locais -vi - Editor de ficheiros de texto
atrás de portas abertas. -vim - Versão melhorada do editor supracitado
-nslookup - Consultas a serviços DNs -which - Exibe qual arquivo binário está sendo
-ntsysv - Exibe e configura os processos de inicialização chamado pelo shell quando chamado via linha de
-passwd - Modifica senha (password) de usuários comando
-ps - Mostra os processos correntes -who - Informa quem está logado no sistema
-ps –aux - Mostra todos os processos correntes no
sistema Não são só comandos digitados via teclado que
-ps -e – Lista os processos abertos no sistema. podemos executar no Linux. Várias versões foram
-pwd - Exibe o local do diretório atual. o prompt expandidas e o kernel evoluiu bastante. Sobre ele
padrão do Linux mostra apenas o último nome do correm as mais diversas interfaces gráficas, baseadas
caminho do diretório atual. Para mostrar o caminho principalmente no servidor de janelas XFree.Entre as mais
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

completo do diretório atual digite o comando pwd. de vinte interfaces gráficas criadas para o Linux, vamos
Linux@fedora11 – é a versão do Linux que está sendo citar o KDE.
usada.
help pwd – é o comando que nos mostrará o conteúdo
da ajuda sobre o pwd. A informação do help nos mostra
que pwd imprime o nome do diretório atual.
-reboot – Reiniciar o computador.
-recode - Recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
15..utf8 file_to_change.txt

2
Figura 17: Linux–Fonte:OLivroOficialdoUbuntu

As principais pastas do Linux são:


Figura 16: MenuK,naversãoSuse–imagemobtidadehttp:// /etc- Contém os arquivos gerais de configuração do
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interface_ sistema e dos programas instalados.
gr%C3%A1fica_KDE /home– Cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
Um dos motivos que ainda desconvence muitas /boot arquivos de carregamento do sistema,
pessoas a adotarem o Linux como seu sistema incluindo configuração do gerenciador de boot e o
operacional, é a quantidade de programas compatíveis kernel.
com ele, o que vem sendo resolvido com o passar do /dev– Onde ficam as entradas das placas de
tempo. Sua interface familiar, semelhante ao do Windows, dispositivos como rede, som e impressoras.
tem ajudado a aumentar os adeptos ao Linux. /lib– Bibliotecas do sistema.
Distribuição Linux é um sistema operacional que utiliza /media– Contém a instalação de dispositivos como
o núcleo (Kernel) do Linux e outros softwares. Existem drive de CD, pendrives, entre outros.
várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, /opt– Utilizado por desenvolvedores de programas.
Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e /proc– Armazena informações sobre o estado atual
desvantagens. O que torna a escolha de uma distribuição do sistema.
bem pessoal. /root–Diretório do super usuário.

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou


FIQUE ATENTO! seja, copiar, mover, recortar e colar pode ser feito,
Distribuições são criadas, normalmente, considerando que estamos usando o Nautilus, da
para atender razões específicas. Por exem- seguinte forma:
plo, existem distribuições para rodar em - Copiar: Clique com o botão direito do mouse sobre
servidores, redes - onde a segurança é prio- o arquivo ou diretório. O conteúdo será deslocado
ridade - e, também, computadores pessoais. para a área de transferência, mas o original
Assim, não é possível dizer qual é a melhor continuará no local.
distribuição, já que ela depende do objetivo - Recortar: Clique com o botão direito do mouse sobre
do seu computador o arquivo ou diretório. O conteúdo será deslocado
para a área de transferência, sendo removido do
seu local de origem.
Sistema de Arquivos: Organização e Gerenciamento
- Colar: Clique com o botão direito do mouse no local
de Arquivos, Diretórios e Permissões no Linux
desejado e depois em colar. O conteúdo da área
de transferência será colado.
Dependendo da versão do Linux é possível encontrar
gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Outra alternativa é deixar a janela do local de origem
Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a do arquivo aberta e abrir outra com o local de destino.
cópia, recorte, colagem, movimentação e organização Pressionar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo
dos arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os desejado e o transferir para o destino.
dispositivos de armazenamento não são nomeados por
letras. Instalar, Remover e Atualizar Programas
Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, Para instalar ou remover um programa, considerando
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de o Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar
um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas. /Remover Aplicações, que viabiliza a busca de drives
pela Internet. Esta ferramenta é encontrada no menu
Aplicações, Adicionar/Remover.
Na parte superior da janela encontramos uma linha
de busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo
que desejamos. Ao lado da linha de pesquisa temos a
configuração de mostrar apenas os itens suportados
pelo Ubuntu.

3
O lado esquerdo lista todas as categorias de Permissões no Linux
programas, e quando uma categoria é selecionada,
sua descrição é mostrada na parte inferior da janela. Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
Alguns exemplos de categorias podemos mencionar são: acesso ilimitado aos conteúdos do sistema. Os outros
Acessórios, Educacionais, Jogos, Gráficos, Internet, entre estão sujeitos à sua permissão para realizar comandos. As
outros. permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões
do proprietário, permissões do grupo e permissões para
Manipulação de Hardware e Dispositivos os outros usuários.
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
A manipulação de hardware e dispositivos é possível comuns com o ‘-‘.
ser realizada no menu Locais, Computador, através o Alguns dos comandos utilizados em permissões são:
qual acessamos a lista de dispositivos em execução. A ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões
do proprietário do grupo
maioria dos dispositivos de hardware instalados no
r- Permissões do grupo ao qual o usuário pertence
Linux Ubuntu são meramente instalados. Quando se
r- -Permissão para os outros usuários
trata de um pendrive, após sua conexão física, aparecerá
As permissões do Linux são: Leitura, escrita e execução.
uma janela do gerenciador de arquivos exibindo o - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
conteúdo do dispositivo. É importante, porém, lembrar- veja, ou seja, leia o arquivo.
se de desmontar corretamente os dispositivos de - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
armazenamento e outros antes de encerrar seu uso. No criar e alterar arquivos.
caso do pendrive, é possível clicar com o botão direito do - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
mouse sobre o ícone localizado na área de trabalho e em arquivos.
seguida, clicar em Desmontar.
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘,
Agendamento de Tarefas significa que ela não é atribuída ao usuário.

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é feito Compactação e Descompactação de Arquivos


por meio do agendador de tarefas chamado cron, que Comandos básicos para compactação e
permite determinar horários e intervalos para que tarefas descompactação de arquivos:
sejam executadas. Ele possibilita detalhar comandos, gunzip[opções][arquivos]Descompacta arquivos
data e hora que ficam em um arquivo chamado crontab compactados com gzip.
- arquivo de texto que armazena a lista de comandos gzexe[opções][arquivos]compacta executáveis.
a serem acionados no horário e data que foram gunzip[opções][arquivos]descompacta arquivos.
determinados. zcat[opções][arquivos]descompacta arquivos.

Administração de Usuários e Grupos no Linux Comandos básicos para backups


tar Agrupa vários arquivos em apenas um.
Antes de iniciarmos, é preciso ter entendimento de compress Faz a compressão de arquivos padrão do
ambos termos: Unix.
- Superusuário: É o administrador do sistema. Ele uncompress Descomprime arquivos compactados
pelo compress.
tem acesso e permissão para executar todos os
zcat Possibilita visualizar arquivos compactados pelo
comandos.
compress.
-Usuário Comum: Tem as permissões configuradas
pelo superusuário para o grupo em que se
encontra.

Um usuário pode fazer parte de vários grupos e


um grupo pode ter vários usuários. Assim, podemos
conceder permissões aos grupos e colocar o usuário que
queremos que tenha determinada permissão no grupo
correspondente.

Comandos Básicos para Grupos


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Para criar grupos: sudo groupadd nome grupo


- Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nome grupo nomeusuario
- Definir senha para o usuário: sudo password
nomeusuario
- Remover usuário do sistema: sudo userdel Figura 18: Centro de Controle do KDE
nomeusuario imagemobtidadehttp://
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interface_
gr%C3%A1fica_KDE

4
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
#FicaDica você precisará de um processador capaz de executar
uma versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um
Como no Painel de controle do Windows, sistema operacional de 64 bits ficam mais claros quando
temos o centro de controle do KDE, onde você tem uma grande quantidade de RAM (memória de
é possível personalizar toda a parte gráfica, acesso aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou
fontes, temas, ícones, estilos, área de traba- mais. Nesses casos, como um sistema operacional de 64
lho, além da Internet, periféricos, acessibili- bits pode processar grandes quantidades de memória
dade, segurança e privacidade, som e con- com mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de
figurações para o administrador do sistema. 64 bits poderá responder melhor ao executar vários
programas ao mesmo tempo e alternar entre eles com
frequência”.
Windows Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
caso, é possível instalar:
O Windows assim como tudo que envolve a
informática passa por uma atualização constante, os
- Sobre o Windows XP;
concursos públicos em seus editais acabam variando em
- Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira
(Win Vista), também 32 bits;
geral tanto as versões do Windows quanto do Linux.
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um
- Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
software, um programa de computador desenvolvido por
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
programadores através de códigos de programação. Os
- Win 7 em um computador e formatar o HD durante
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares,
a instalação;
são considerados como a parte lógica do computador,
- Win 7 em um computador sem SO;
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada
apenas quando o computador está em funcionamento. O
Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é
tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
o primeiro a ser instalado na máquina.
chave do produto, que é um código que será solicitado
Quando montamos um computador e o ligamos
durante a instalação.
pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas
Vamos adotar a opção de instalação com formatação
algumas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para
de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft
utilizarmos todos os recursos do computador, com toda
Corporation:
a qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos
a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
hardware, temos que instalar o SO.
seja inicializado normalmente, insira do disco de
Após sua instalação é possível configurar as placas
instalação do Windows 7 ou a unidade flash USB e
para que alcancem seu melhor desempenho e instalar
desligue o seu computador.
os demais programas, como os softwares aplicativos e
- Reinicie o computador.
utilitários.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e
isso, e siga as instruções exibidas.
gerencia os demais programas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
A diferença entre os Sistemas Operacionais de
ou outras preferências e clique em avançar.
32 bits e 64 bits está na forma em que o processador
- Se a página de Instalação Windows não aparecer
do computador trabalha as informações. O Sistema
e o programa não solicitar que você pressione al-
Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um
guma tecla, talvez seja necessário alterar algumas
computador que tenha o processador de 32 bits,
configurações do sistema. Para obter mais infor-
assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um
mações sobre como fazer isso, consulte. Inicie o
computador de 64 bits.
seu computador usando um disco de instalação do
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows,
Windows 7 ou um pen drive USB.
segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
mais memória que as versões de 32 bits do Windows.
os termos de licença, clique em aceito os termos
“Isso ajuda a reduzir o tempo despendido na permuta
de licença e em avançar.
de processos para dentro e para fora da memória, pelo
- Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
armazenamento de um número maior desses processos
que em Personalizada.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

na memória de acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-


- Na página onde deseja instalar Windows? clique em
lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o
opções da unidade (avançada).
desempenho geral do programa”.
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na
opção de formatação desejada e siga as instruções.
WINDOWS 7
- Quando a formatação terminar, clique em avançar.
- Siga as instruções para concluir a instalação do
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito Windows 7, inclusive a nomenclatura do compu-
em computador e clique em Propriedades. tador e a configuração de uma conta do usuário
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema. inicial.

5
Conceitos de organização e de gerenciamento de
informações; arquivos, pastas e programas.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a
salvamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a
programas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Criação de pastas (diretórios)


Figura 66: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la


e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

Área de trabalho:

Figura 64: Criação de pastas

#FicaDica
Figura 67: Área de Trabalho
Clicando com o botão direito do mouse em
um espaço vazio da área de trabalho ou ou- A figura acima mostra a primeira tela que vemos
tro apropriado, podemos encontrar a opção
quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
pasta.
de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sirva
Clicando nesta opção com o botão esquer-
como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e
do do mouse, temos então uma forma prá-
documentos para dar início ou continuidade ao trabalho.
tica de criar uma pasta.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 68: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato


com todos os outros programas instalados, programas
Figura 65: Criamos aqui uma pasta que fazem parte do sistema operacional e ambientes
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

chamada “Trabalho”. de configuração e trabalho. Com um clique nesse


botão, abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que
contém opções que nos permitem ver os programas
mais acessados, todos os outros programas instalados
e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como
uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.

6
Por meio do botão Iniciar, também podemos:

- desligar o computador, procedimento que encerra


o Sistema Operacional corretamente, e desliga
efetivamente a máquina;
- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina
estiver ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos
casos em que vamos nos ausentar por um breve
período de tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga
automaticamente o sistema. Usado após a
instalação de alguns programas que precisam
da reinicialização do sistema para efetivarem sua
instalação, durante congelamento de telas ou
travamentos da máquina.
Figura 70: Propriedades de data e hora
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,
ambiente com características diferentes para cada
usuário do mesmo computador. determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que
vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um
horário diferente do que realmente deveria mostrar, na
maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe deve
precisar ser trocada. Esse horário também é sincronizado
com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas,
podemos clicar com o botão direito do mouse sobre
eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar
uma vez sobre o objeto desejado e depois pressionar
o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos
enviarão para lixeira o que foi excluído, sendo possível
a restauração, caso haja necessidade. Para restaurar, por
exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, podemos,
após abri-la, restaurar o que desejarmos.

Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.

2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados


como atalhos na barra de tarefas para serem Figura 71: Restauração de arquivos
acessados com facilidade. enviados para a lixeira
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
idioma que está sendo usada pelo teclado. A restauração de objetos enviados para a lixeira
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones pode ser feita com um clique com o botão direito do
são configurados para entrar em ação quando mouse sobre o item desejado e depois, outro clique
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

o computador é iniciado. Muitos deles ficam em com o esquerdo em “Restaurar”. Isso devolverá,
execução o tempo todo no sistema, como é o caso automaticamente o arquivo para seu local de origem.
de ícones de programas antivírus que monitoram
constantemente o sistema para verificar se não há #FicaDica
invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o Outra forma de restaurar é usar a opção
relógio constantemente na sua tela, clicando duas “Restaurar este item”, após selecionar o ob-
vezes, com o botão esquerdo do mouse nesse jeto.
ícone, acessamos as Propriedades de data e hora.

7
Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
muito grande, são excluídos sem irem antes para a - Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
Lixeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
enviar aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que esquerdo do mouse pressionado.
foi selecionado será permanentemente excluído. Outra - Ocultar automaticamente a barra de tarefas –
forma de excluir documentos ou pastas sem que eles oculta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar
fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho maior aproveitamento da área da tela pelos programas
Shift+Delete.
abertos, e a exibe quando o mouse é posicionado no
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro
canto inferior do monitor.
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.

Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu


Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a


aparência e comportamento de links e menus do menu
Iniciar.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas


Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:
Por meio do clique com o botão direito do mouse na
barra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”,
podemos acessar a janela “Propriedades da barra de Figura 21: Barra de Ferramentas
tarefas e do menu iniciar”.
Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alterar


configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sistema e da segurança”, permite a realização


de backups e restauração das configurações do
sistema e de arquivos. Possui ferramentas que
permitem a atualização do Sistema Operacional,
que exibem a quantidade de memória RAM
instalada no computador e a velocidade do
processador. Oferece ainda, possibilidades de
Figura 73: Propriedades da barra de configuração de Firewall para tornar o computador
tarefas e do menu iniciar mais protegido.

8
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibilita Windows 8
configurações de rede e Internet. É possível também
definir preferências para compartilhamento de É o sistema operacional da Microsoft que
arquivos e computadores. substituiu o Windows 7 em tablets, computadores,
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover notebooks, celulares, etc. Ele trouxe diversas mudanças,
hardwares como impressoras, por exemplo. principalmente no layout, que acabou surpreendendo
Também permite alterar sons do sistema, milhares de usuários acostumados com o antigo visual
reproduzir CDs automaticamente, configurar desse sistema.
modo de economia de energia e atualizar drives de A tela inicial completamente alterada foi a mudança
dispositivos instalados. que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas
- Programas: através desta opção, podemos realizar as aplicações do computador que ficavam no Menu
a desinstalação de programas ou recursos do Iniciar e também é possível visualizar previsão do tempo,
Windows. cotação da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui pequenas miniaturas que aparecem em sua tela inicial
alteramos senhas, criamos contas de usuários, para ter acesso aos programas que mais utiliza.
determinamos configurações de acesso. Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro
- Aparência: permite a configuração da aparência da de uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, um painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando
menu iniciar e barra de tarefas. uma das pastas e não encontre algum comando, clique
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para com o botão direito do mouse para que esse painel
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação apareça.
de números e moedas. A organização de tela do Windows 8 funciona
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o como o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico
computador às necessidades visuais, auditivas e com imagens animadas. Cada mosaico representa um
motoras do usuário. aplicativo que está instalado no computador. Os atalhos
dessa área de trabalho, que representam aplicativos de
Computador versões anteriores, ficam com o nome na parte de cima
e um pequeno ícone na parte inferior. Novos mosaicos
possuem tamanhos diferentes, cores diferentes e são
#FicaDica atualizados automaticamente.
A tela pode ser customizada conforme a conveniência
Através do “Computador” podemos consul- do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela,
tar e acessar unidades de disco e outros dis- mas podem ser encontrados clicando com o botão direito
positivos conectados ao nosso computador. do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um
desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com
o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Tela Inicial.
Computador. A janela a seguir será aberta:
Charms Bar

O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e


esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode
ser acessada colocando o mouse no canto direito e
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows +
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente
no sistema e configurada de acordo com a página em
que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na busca
em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também
pode selecionar desenhos durante a personalização do
papel de parede.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 76: Computador Redimensionar as tiles

Observe que é possível visualizarmos as unidades Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os
de disco, sua capacidade de armazenamento livre e outros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão
usada. Vemos também informações como o nome do direito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
computador, a quantidade de memória e o processador Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser
instalado na máquina. destacar no computador.

9
Grupos de Aplicativos Internet Explorer no Windows 8

Pode-se criar divisões e grupos para unir programas Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da
parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos página inicial, você terá acesso ao software sem a barra
podem ser renomeados. de ferramentas e menus.

Visualizar as pastas Windows 10

A interface do programas no computador podem ser O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no
a lado. Para passar de um painel para outro é necessário mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões
usar a barra de rolagem que fica no rodapé. é ficar com um visual mais de smart e touch.

Compartilhar e Receber

Comando utilizado para compartilhar conteúdo,


enviar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na
opção Compartilhar e depois escolha qual meio vai
usar. Há também a opção Dispositivo que é usada para
receber e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao
computador.

Alternar Tarefas

Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os


Figura 77: Tela do Windows 10
programas abertos no desktop e os aplicativos novos
do SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões
uma lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos
(com destaque para as duas primeiras):
modernos.
Telas Lado a Lado
Windows 10
Esse sistema operacional não trabalha com o conceito É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
de janelas, mas o usuário pode usar dois programas maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops
ao mesmo tempo. É indicado para quem precisa e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
acompanhar o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da
tela do computador.
Windows 10 Pro
Visualizar Imagens Além dos recursos da versão de entrada, fornece
proteção de dados avançada e criptografada com o
O sistema operacional agora faz com que cada vez BitLocker, permite a hospedagem de uma Conexão de
que você clica em uma figura, um programa específico Área de Trabalho Remota em um computador, trabalhar
abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em um
isso é preciso ir em Programas – Programas Default – domínio para realizar conexões a uma rede corporativa.
Selecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set
this Program as Default. Windows 10 Enterprise

Imagem e Senha Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio


do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, Windows 10 Education
acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo
em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender
Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com as necessidades do meio educacional. Também tem
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você seu método de distribuição baseado através da versão
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um acadêmica de licenciamento de volume.
pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto.
Escolha uma imagem no seu computador e verifique se Windows 10 Mobile
a imagem está correta clicando em “Use this Picture”.
Você terá que desenhar três formas em touch ou com o Embora o Windows 10 tente vender seu nome fantasia
mouse: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, como um sistema operacional único, os smartphones
finalize o processo e sua senha estará pronta. Na próxima com o Windows 10 possuem uma versão específica do
vez, repita os movimentos para acessar seu computador. sistema operacional compatível com tais dispositivos.

10
Windows 10 Mobile Enterprise 2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e
a atualização de programas na plataforma Linux a serem
Projetado para smartphones e tablets do setor efetuadas com o comando aptget, podem ser acionadas
corporativo. Também estará disponível através do por meio das opções install e upgrade, respectivamente.
Licenciamento por Volume, oferecendo as mesmas Em ambos os casos, é indispensável o uso do comando
vantagens do Windows 10 Mobile com funcionalidades sudo, ou equivalente, se o usuário não for administrador
direcionadas para o mercado corporativo. do sistema.

Windows 10 IoT Core ( ) CERTO ( ) ERRADO

IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet Resposta: Errado. O comando para a atualização é
of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do “sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo
terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento realmente permite a usuários comuns obter privilégios
de outro usuário como o administrador
para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core
será destinada para dispositivos pequenos e de baixo
3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em compu-
custo.
tadores com sistema operacional Linux ou Windows, o
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Microsoft
aumento da memória virtual possibilita a redução do
indica como requisitos básicos dos computadores: consumo de memória RAM em uso, o que permite exe-
• Processador de 1 Ghz ou superior; cutar, de forma paralela e distribuída, no computador,
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para uma quantidade maior de programas.
64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido; ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior.

Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais


eficaz é o uso da memória em um dispositivo alterna-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tivo (para o PC não “travar”), e não uma redução de
consumo de memória RAM em uso, visto que esta op-
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere ção foi projetada para ajudar quando a memória RAM
que o usuário de um computador com sistema opera- do PC for insuficiente para a execução de demasiados
cional Windows 7 tenha permissão de administrador e programas.
deseje fazer o controle mais preciso da segurança das
conexões de rede estabelecidas no e com o seu compu- 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no
tador. Nessa situação, ele poderá usar o modo de segu- sistema operacional Windows quanto no Linux, cada
rança avançado do firewall do Windows para especificar arquivo, diretório ou pasta encontra-se em um caminho,
precisamente quais aplicativos podem e não podem fa- podendo cada pasta ou diretório conter diversos
zer acesso à rede, bem como quais serviços residentes arquivos que são gravados nas unidades de disco nas
podem, ou não, ser externamente acessados. quais permanecem até serem apagados. Em uma mesma
rede é possível haver comunicação e escrita de pastas,
( ) CERTO ( ) ERRADO diretórios e arquivos entre máquinas com Windows e
máquinas com Linux.
Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede de
fogo) é um dispositivo de uma rede de computadores ( ) CERTO ( ) ERRADO
que tem por objetivo aplicar uma política de segurança
a um determinado ponto da rede. O firewall pode ser Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windo-
do tipo filtros de pacotes, proxy de aplicações, etc. Os ws conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si
firewalls são geralmente associados a redes TCP/IP. pois utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS.
Este dispositivo de segurança existe na forma
5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de software e de hardware, a combinação de


ambos é chamada tecnicamente de “appliance”. A Windows, não há possibilidade de o usuário interagir
com o sistema operacional por meio de uma tela de
complexidade de instalação depende do tamanho
computador sensível ao toque.
da rede, da política de segurança, da quantidade de
regras que controlam o fluxo de entrada e saída de
( ) CERTO ( ) ERRADO
informações e do grau de segurança desejado.
Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win-
dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade
de que a tela seja sensível ao toque.

11
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a computadores com outros sistemas operacionais, computadores
com o sistema Linux apresentam a vantagem de não perderem dados caso as máquinas sejam desligadas por meio de
interrupção do fornecimento de energia elétrica.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional possui a vantagem de não perder dados caso a máquina seja des-
ligada por meio de interrupção do fornecimento de energia elétrica.

7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, podem
ser acessadas por uma interface de linha de comando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de inicialização GRUB e LILO para realizar a sua configuração, assim
como é possível alterar as opções de inicialização do Windows (em Win+Pause, Configurações Avançadas do Siste-
ma, Propriedades do Sistema, Inicialização e Recuperação).

8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere que um usuário de login joao_jose esteja usando o Windows
Explorer para navegar no sistema de arquivos de um computador com ambiente Windows 7. Considere ainda que,
enquanto um conjunto de arquivos e pastas é apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do Windows
Explorer, as seguintes informações: Bibliotecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável que tais ar-
quivos e pastas estejam contidos no diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\Users\joao_jose\
Documents\Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem em


outro diretório, se forem feitas configurações customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em português o
diretório dos documentos do usuário continua sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a afirmação de
que o diretório seria “C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta. O item considera o comportamento
padrão do sistema operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta, devido à flexibilidade
inerente a este sistema software. A premissa de que a informação fosse apresentada na barra de ferramentas não
compromete o entendimento da questão.”

9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar
arquivos de um diretório para um pen drive.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a execução de vários comandos por meio de um console. O
comando “cp” é utilizado para copiar arquivos entre diretórios e arquivos para dispositivos.

10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da
qual se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces.
Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo
estão as opções: tamanho e os seus atributos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

12
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE E
BROFFICE)

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de
cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um co-
mando ou exibem um menu de comandos.

13
Existem guias que vão aparecer apenas quando um A cada clique será localizada a próxima palavra digi-
determinado objeto aparecer para ser formatado. No tada no texto. Temos também como realçar a palavra que
exemplo da imagem, foi selecionada uma figura que desejamos localizar para facilitar a visualizar da palavra
pode ser editada com as opções que estiverem nessa localizada.
guia. Na janela também temos o botão “Mais”. Neste bo-
tão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra
digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada
em minúscula, será localizada apenas a palavra minúscu-
la e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas
e palavra maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra
exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentar-
mos localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra ca-
Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo saco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se
essa opção não estiver marcada. Marcando essa opção,
Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em al- apenas a palavra casa, completa, será localizada.
guns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de - Usar caracteres curinga: com esta opção marcada,
diálogo do grupo, contendo mais opções de formatação. usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar
As réguas orientam na criação de tabulações e no o caractere curinga asterisco (*) para procurar uma se-
ajuste de parágrafos, por exemplo. quência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tris-
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de tonho” e “término”).
deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações Veja a lista de caracteres que são considerados curin-
esquerda, direita, centralizada, decimal e barra. ga, retirada do site do Microsoft Office:
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar
o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pres- Para localizar digite exemplo
sionar o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da Qualquer caractere s?o localiza salvo e
primeira linha” e arrastá-lo pela régua. ?
único sonho.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta
selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a li- Qualquer sequência t*o localiza tristonho
*
nha desejada, pressionar o botão esquerdo do mouse no de caracteres e término.
“Recuo à direita” e arrastá-lo na régua. <(org) localiza
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da es- organizar e
O início de uma
querda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na ré- < organização,
palavra
gua, como explicado anteriormente, o “Recuo desloca- mas não localiza
do”. desorganizado.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, (do)> localiza medo
que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto O final de uma
> e cedo, mas não
o restante do parágrafo selecionado. palavra
localiza domínio.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, de-
terminar onde o cursor do mouse vai parar quando pres- Um dos caracteres
[] v[ie]r localiza vir e ver
sionarmos a tecla Tab. especificados
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere Os intervalos devem
[-]
único neste intervalo estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere
único, exceto F[!a-m]rro localiza
os caracteres no [!x-z] forro, mas não
intervalo entre localiza ferro.
colchetes
Figura 9: Réguas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exatamente n
ca{2}tinga localiza
4. Grupo edição ocorrências do
{n} caatinga, mas não
caractere ou
catinga.
Permite localizar palavras em um documento, subs- expressão anterior
tituir palavras localizadas por outras ou aplicar formata- Pelo menos n
ções e selecionar textos e objetos no documento. ocorrências do ca{1,}tinga localiza
{n,}
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no caractere ou catinga e caatinga.
ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e expressão anterior
clicar no botão Localizar Próxima.

14
De n a m ocorrências - Visualização: através desse recurso, podemos defi-
do 10{1,3} localiza 10, nir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por
{n,m} exemplo, podemos escolher um estilo e, em visu-
caractere ou 100 e 1000.
expressão anterior alização, clicar na borda superior; escolher outro
estilo e clicar na borda inferior; e assim colocar em
Uma ou mais cada borda um tipo diferente de estilo, com cores
ocorrências do ca@tinga localiza e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
@
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-
cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
O grupo tabela é muito utilizado em editores de tex- ferença é que se trata de criar bordas na página de um
to, como por exemplo a definição de estilos da tabela. documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que
envolve vários tipos de desenhos.
Alguns desses desenhos podem ser formatados
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per-
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página
Figura 10: Estilos de Tabela no documento todo ou apenas nas sessões que desejar-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas
Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata- em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo
ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes bordas de página diferentes em um mesmo documento.
e demais itens presentes na mesma. Além de escolher
um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do 5. Grupo Ilustrações:
sombreamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda,
a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes
de uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda,
clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para
exibir a seguinte tela:

Figura 12: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em ou-
tra mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
Figura 11: Bordas e sombreamento
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar
dados.
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defi-
nição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela: 6. Grupo Links:
- Nenhuma: retira a borda; Inserir hyperlink: cria um link para uma página da
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; Web, uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indi-
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela cador para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse
iguais, conforme a seleção que fizermos nos de- indicador pode se tornar um link dentro do próprio do-
mais campos de opção; cumento.
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções Referência cruzada: referência tabelas.
da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da Grupo cabeçalho e rodapé:
tabela e as bordas internas permanecem iguais. Insere cabeçal
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas hos, rodapés e números de páginas.
da tabela, uma cor e uma largura.

15
Grupo texto: 5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
rar a palavra selecionada por outra de significado
igual ou semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
outro idioma.
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica
e gramatical do documento. Assim que clicamos
na opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela
será aberta:

Figura 13: Grupo Texto

1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-


das. As caixas de texto são espaços próprios para inser-
ção de textos que podem ser direcionados exatamente
onde precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”,
os números ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adi-
cionados através de caixas de texto.
2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
lizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-for-
mado.
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de formatação
decorativa, muito usada principalmente, em livros e re-
vistas. Para inserir a letra capitular, basta clicar no pará- Figura 15: Verificar ortografia e gramática
grafo desejado e depois na opção “Letra Capitular”. Veja
o exemplo: A verificação ortográfica e gramatical do Word, já
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua-
Neste parágrafo foi inserida a letra capitular drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar orto-
7. Guia revisão grafia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
7.1. Grupo revisão de texto sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos
em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto-
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho,
indicando que o Word a considera incorreta, podemos
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra.
Figura 14: Grupo revisão de texto

1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando #FicaDica


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

pesquisas em materiais de referência como jornais,


enciclopédias e serviços de tradução. Por exemplo, a palavra informática. Se
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre clicarmos com o botão direito do mouse
algumas palavras é possível realizar sua tradução sobre ela, um menu suspenso nos será
para outro idioma. mostrado, nos dando a opção de escolher
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar a palavra informática. Clicando sobre ela, a
a correção de ortografia e gramática. palavra do texto será substituída e o texto
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os ficará correto.
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.

16
8. Grupo comentário: - Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
ra, o número de cópias e outras opções de confi-
Novo comentário: adiciona um pequeno texto que guração antes de imprimir.
serve como comentário do texto selecionado, onde é - Impressão Rápida – envia o documento diretamente
possível realizar exclusão e navegação entre os comen- para a impressora configurada como padrão e não
tários. abre opções de configuração.
- Visualização da Impressão – promove a exibição do
9. Grupo controle: documento na forma como ficará impresso, para
que possamos realizar alterações, caso necessário.

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no
próprio documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documen-
to.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
Figura 18: Imprimir
10. Grupo alterações:
As opções que temos antes de imprimir um arqui-
vo estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher
a impressora, caso haja mais de uma instalada no com-
putador ou na rede, configurar as propriedades da im-
pressora, podendo estipular se a impressão será em alta
qualidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, en-
tre outras opções.
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
Figura 17: Grupo alterações de cópias e a forma como as páginas sairão na impres-
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois
próxima alteração proposta. as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da
seja aceita ou rejeitada. primeira forem impressas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que


possa ser rejeitada ou aceita.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- #FicaDica
gação para aceitação ou rejeição.
Perguntas de intervalos de impressão são
Para imprimir nosso documento, basta clicar no bo- constantes em questões de concurso!
tão do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Im-
primir”. Este procedimento nos dará as seguintes opções:

17
Word 2013

Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na plataforma Word 2013:


Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação. Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas
telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre
uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado, facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando
com o botão direito do mouse sobre uma palavra desconhecida, é possível ver sua definição através do dicionário
integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos
PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é
possível responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de
leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões
à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar o
arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e
edição de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a
ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda
esta relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para
seus aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 19: Versões Office 365

18
14. LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:

• Writer - editor de texto;


• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

-  O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Appli-
cations (ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress
utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer
→ .odt (Open Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presen-
tations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades
do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
Writer.

Figura 20: Tela do Libreoffice Writer


 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

19
Figura 21: Atalhos Word x Writer

Excel 2010, 2013 e detalhes gerais


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

20
Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

21
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.

Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 29: Planilha de Cálculo

22
Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeça-
lho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra,
toda a coluna é selecionada.

Figura 31: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações en-
tre linha e colunas. Por exemplo, na coluna
A, linha 1, temos a célula A1. Na Caixa de
Nome, aparecerá a célula onde se encontra
Figura 30: Seleção de Coluna o cursor.

Ao dar um clique com o botão direito do mouse so-


bre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop- Sendo assim, as células são representadas como mos-
-up, onde as opções deste menu são as seguintes: tra a tabela:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida
permite escolher a formatação de fonte e formato
de dados, bem como mesclagem das células (será
abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de trans-
ferência, para que possa ser colada em outro local
determinado e, após colada, essa coluna é excluída
do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transfe-
rência, para que possa ser colada em outro local
determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de
itens que estão na área de transferência e que te- Figura 32: Representação das Células
nham sido recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
na colagem de dados, sobretudo copiados de ou- o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou,
tros aplicativos. ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digi-
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente tar o endereço da célula em que deseja posicionar o cur-
antes da coluna selecionada. sor. Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os posicionado na célula desejada.
dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel,
coluna, mantendo a formatação das células. ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três pla-
-Formatar células: permite escolher entre diversas op- nilhas já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta ver-
ções para fazer a formatação das células (tal proce- são, somente uma planilha é criada, e você poderá criar
dimento será visto detalhadamente adiante). outras, se necessitar. Para criar nova planilha dentro da
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da co- pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para
luna selecionada. alternar entre as planilhas, basta clicar sobre a guia, na
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes planilha que deseja trabalhar.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

uma coluna é utilizada para fazer determinados Você verá, no decorrer desta lição, como podemos
cálculos, necessários para a totalização geral, mas cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas
desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza- de trabalho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
-se esse recurso. Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das pla-
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas. nilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá
um menu pop up.
Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um ca-
beçalho, que contém o número que a identifica. Clicando
no cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

23
Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita-


das as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente
que, para qualquer fórmula que será inserida em uma
Figura 33: Menu Planilhas célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal,
oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos
As funções deste menu são as seguintes: ou números comuns de uma fórmula.
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes
da planilha selecionada. Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéri-
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que cos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
ela contém. formas de fazê-lo:
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha
com todos os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou
deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua da-
dos importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você
pode proteger determinados elementos da planilha (pla-
nilha: o principal documento usado no Excel para arma- Figura 35: Soma simples
zenar e trabalhar com dados, também chamado planilha
eletrônica. Uma planilha consiste em células organizadas Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.
em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células,
pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência
senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma até o último valor.
pasta de trabalho, planilha ou parte de uma planilha. As Após a sequência de células a serem somadas, clicar
senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espa- no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
ços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúsculas A última forma que veremos é a função soma digi-
e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é
É possível remover a proteção da planilha, quando ne- fundamental:
cessário. = nome da função (
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação
em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias
de planilhas (trata-se de tópico de programação avança-
da, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será
abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas. 1 - Sinal de igual.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha. 2 – Nome da função.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em 3 – Abrir parênteses.


todas as planilhas para que possam ser configuradas e
impressas juntamente. Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possí-
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo
tudo, todas as células da planilha ativa serão seleciona- a seguir, a função = soma(B2:B4).
das. Lembre-se, basta colocar a célula que contém o pri-
meiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a
célula que contém o último valor.

24
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
seguir a fórmula = B2-B3. com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.

Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- Arredondar para cima: Com essa função, é possível
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no arredondar um número com casas decimais para o nú-
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, mero mais distante de zero.
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. dígitos)
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Onde:
seguinte função: Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va- dar.
lor da célula C2. Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
deseja arredondar núm.
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de
forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.

Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de


células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular Figura 37: Início da função arredondar para cima
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5). Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) –
nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10.
dígitos para a qual queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in-
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
tervalo de células selecionadas.
na coluna C:
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
mínimo (A2:A5). mesmo conceito.
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – Resto: Com essa função podemos obter o resto de
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. = mod (núm;divisor)
Onde:
Média: A função da média soma os valores de uma Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo- o resto.
res dessa sequência. divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas número.
de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
do, recalculam o valor final.
Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

planilha. Os valores do exemplo a cima serão, respectivamen-


te: 1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o
valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja
obter.

25
Figura 39: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.

No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial
o dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta

26
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for Intervalo para soma: D3:D10
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a res- Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
posta da pergunta for falsa, define o resultado. =SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ MULHERES:
queremos colocar uma mensagem se o funcionário rece- SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
be um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 NO, ENTÃO
ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00. SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
Assim, temos a condição: TERVALO D3 ATÉ D10
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O Traduzindo a condição em variáveis teremos:
RESULTADO NA CÉLULA E3 Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
Traduzindo a condição em variáveis teremos: onde devemos digitar a fórmula
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é Intervalo para análise: C3:C10
onde devemos digitar a fórmula Critério: “FEMININO”
Teste lógico: C3>=724 Intervalo para soma: D3:D10
Valor_se_verdadeiro: “Acima” Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
Valor_se_falso: “Abaixo” =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e taxe desta função é a seguinte:
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”) = : significa a chamada para uma fórmula/função
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) dos dados
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”) “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) “intervalo”
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) Usando a planilha acima como exemplo, queremos
saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina- abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) R$ 1.200,00 ou MAIS:
=Significa a chamada para uma fórmula/função SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
SomaSe: função SOMASE OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
dos dados MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava-
liados a fim de chegar à condição verdadeira Traduzindo a condição em variáveis teremos:
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
cada a condição para soma dos valores onde devemos digitar a fórmula
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar Intervalo para análise: C3:C10
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar Critério: >=1200
o resultado na célula D16. E também queremos somar Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul- =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte MENOS DE R$ 1.200,00:
condição: SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
HOMENS: NOR QUE 1200, ENTÃO
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCU- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
LINO, ENTÃO MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO


INTERVALO D3 ATÉ D10 Traduzindo a condição em variáveis teremos:
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Intervalo para análise: C3:C10
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é Critério: <1200
onde devemos digitar a fórmula Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
Intervalo para análise: C3:C10 =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Critério: “MASCULINO”

27
Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200)
não entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 42: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as for-
matações.

28
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção
FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas
da nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção
dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos fil-
trar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou
então somente os gastos com contas de consumo, por
exemplo.

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2) Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célu-
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C la do Excel em colunas separadas.
para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode - Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma
ser realizado vários outros tipos de formatação, como, planilha - Validação de dados: permite especificar valo-
porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dro- res inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos
pbox onde está escrito geral e escolher. especificar que a planilha não aceitará receber valores
menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em
um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fór-
mula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os


dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos
rapidamente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de
Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3) Opções, temos diversas opções de gráficos que podem
ser utilizados.
O resultado final nos traz uma planilha muito mais
agradável e de fácil entendimento:

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova,


teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados


em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta
muito útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classi-
ficar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decres-
cente) ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula
da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

crescente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecio-


nar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel,
você irá classificar os dados dessa coluna, mas vai manter
os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus
dados ficarão alterados. Nas versões mais novas, ele fará
a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma,
fazer a classificação dos dados junto com a coluna de ori-
gem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente
a coluna selecionada.

29
Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do
Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

30
Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_pla-
nilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito
usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, plani-
lhas, gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

31
Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
os antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresenta-
ção. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado
o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe
como começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa
iniciar a criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por
temas (é necessário estar conectado à internet).

32
Figura 56: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA
APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor
como funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação,
assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de
Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

33
Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções,
no menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.

#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela,
ou utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a
construção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides
pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estrutura-
ção de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos
de animação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

34
Figura 60: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:
O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O
PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral
para visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando
cores e fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse
sobre cada tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o
mouse para aplicá-la à apresentação.

Figura 61: Variantes de Temas de Design

Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e
imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente
a aparência dos objetos.

Layout de Texto:
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da
palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação.
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa
em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior.
Isso acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim suces-
sivamente para a criação da sua apresentação.

35
Layouts de Conteúdo:
Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia
(que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a
utilização dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide
possui diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar
apresentações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteú-
do. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é
uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na
utilização dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo,
ao invés de dar foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar foco para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre
diversas transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação
e clique nesta opção.
Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.
Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar
com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresen-
tação você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te
agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

36
Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bas-
tando que você clique no parágrafo desejado e faça a
opção de animação desejada. O parágrafo pode aparecer EXERCÍCIOS COMENTADOS
somente quando você clicar com o mouse, ou juntamen-
te com o anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquan- 1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, as-
to outros estão fechados, etc. sunto, palavras-chave e comentários de um documen-
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: to são metadados típicos presentes em um documento
produzido por processadores de texto como o BrOffice e
os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão apare-
o Microsoft Office.
cer juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito
permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois pa-
( ) CERTO ( ) ERRADO
rágrafos aparecerão ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo: Resposta: CERTO. Quando um determinado documen-
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, to de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo
clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Microsoft Office ele fica armazenado em forma de ar-
Painel de Animações; quivo em uma memória especificada no momento da
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com an- gravação deste. Ao clicar como botão direito do mouse
terior’; no arquivo de texto armazenado e clicar em proprieda-
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique des é possível por meio da guia Detalhes perceber os
uma animação; metadados “Título, assunto, palavras-chave e comen-
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no tários”.
1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione 2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que
‘Iniciar com anterior’. um usuário disponha de um computador apenas com Li-
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse
Impress computador realize a leitura de um arquivo em formato
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em
formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document um pendrive formatado com a opção NTFS, será neces-
Presentations). sária a conversão batch do arquivo, antes de sua leitura
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Im- com o aplicativo instalado, dispensando-se a montagem
press de duas formas: do sistema de arquivos presente no pendrive.
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Sli-
des -> Iniciar do primeiro slide. ( ) CERTO ( ) ERRADO
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação
de Slides -> Iniciar do slide atual. Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o
sistema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo
Linux, sem necessidade de conversão de qualquer natu-
- Menu do Impress:
reza. E o fato do suposto arquivo estar em formato Excel
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao (xls ou xlsx) é indiferente também, já que o BrOffice é
documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar capaz de abrir ambos os formatos.
como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo 3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3,
documento como, por exemplo, Desfazer, Locali- que reúne, entre outros softwares livres de escritório, o
zar e Substituir, Cortar, Copiar e Colar; editor de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o edi-
• Exibir - contém comandos para controlar a exibi- tor de apresentação Impress, é compatível com as pla-
ção de um documento tais como Zoom, Apresen- taformas computacionais Microsoft Windows, Linux e
tação de Slides, Estrutura de tópicos e Navegador; MacOS-X
• Inserir - contém comandos para inserção de novos
slides e elementos no documento como figuras, ( ) CERTO ( ) ERRADO
tabelas e hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o la- Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um con-
yout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos junto de aplicativos para escritório livre multiplatafor-
de slides, Layout de slide, Estilos e Formatação, Pa- ma chamado OpenOffice.org.
rágrafo e Caractere; Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Li-
• Ferramentas - contém ferramentas como Orto- nux e Mac OS X, mantida pela Apache Software Fou-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

grafia, Compactar apresentação e Player de mídia; ndation.


• Apresentação de Slides - contém comandos para
controlar a apresentação de slides e adicionar efei- 4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir
tos em objetos e na transição de slides. de opção disponível no menu Inserir, é possível inserir
em um documento uma imagem localizada no próprio
computador ou em outros computadores a que o usuá-
rio esteja conectado, seja em rede local, seja na Web.

( ) CERTO ( ) ERRADO

37
Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem Atualmente, existe uma interligação entre computa-
possibilita a inserção de imagens no documento, sejam dores espalhados pelo mundo que permite a comunica-
elas armazenadas no computador, na rede ou na Inter- ção entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam
net (no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessá-
2010 não). rio utilizar recursos como impressoras para imprimir do-
cumentos, reuniões através de videoconferência, trocar
5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento e-mails, acessar às redes sociais ou se entreter por meio
no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário de jogos, etc.
deve clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, sele- Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails,
cionar a opção Iniciar Mala Direta. basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter-
net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens,
( ) CERTO ( ) ERRADO o crescimento das redes de computadores também tem
seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que
Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata-
correspondências em massa que podem ser personali- ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun-
zadas para cada destinatário. É possível adicionar ele- tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo
mentos individuais a qualquer parte de uma etiqueta, destacados com mais exaltação, entre outros problemas.
carta, envelope, ou e-mail, desde a saudação até o con- Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida-
teúdo do documento, inclusive imagens. O Word preen- de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações
che automaticamente os campos com as informações com pessoas a distância. Na década de 1960, durante
do destinatário e gera todos os documentos individuais. a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com
Contudo, não envia um arquivo a outros usuários como objetivos militares: interconectar os centros de comando
diz a questão. dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados.
6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se se- Alguns tipos de Redes de Computadores
lecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito
do mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção Antigamente, os computadores eram conectados
definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas to-
em distâncias curtas, sendo conhecidas como redes lo-
das as configurações exigidas, um dicionário contendo
cais. Mas, com a evolução das redes de computadores,
significados da palavra selecionada.
foi necessário aumentar a distância da troca de infor-
mações entre as pessoas. As redes podem ser classifi-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cadas de acordo com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet,
DSL, Token ring, etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN,
Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão
MAN, WLAN, etc.), a topologia (anel, barramento, estrela,
direito na versão Word 2013 é novidade, mas já é an-
tiga no Word pelo comando Shift + F7(dicionário de ponto-a-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por
sinônimos). cabo de fibra óptica, trançado, via rádio, etc.).

Veja alguns tipos de redes:


Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se
REDES DE COMPUTADORES. comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em
APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala,
INTERNET E INTRANET. PROGRAMAS um prédio ou um campus de universidade;
DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
INTERNET EXPLORER, MOZILLA MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
FIREFOX E GOOGLE CHROME). tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
PROGRAMAS DE CORREIO ELETRÔNICO 10km. Ex.: TV à cabo;
(OUTLOOK EXPRESS E MOZILLA Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network –
THUNDERBIRD). SÍTIOS DE BUSCA E WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área
PESQUISA NA INTERNET. GRUPOS DE geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
DISCUSSÃO. REDES SOCIAIS. Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem


REDES DE COMPUTADORES maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).

38
Topologia de Redes Sistema de Cabeamento Estruturado

Astopologias das redes de computadores são as es- Para que essa conexão não prejudique o ambiente de
truturas físicas dos cabos, computadores e componen- trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias
tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen-
mostram a localização de cada componente da rede que to estruturado.
serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem-
modo que os dados trafegam na rede: po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção
Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es- da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos-
tão interconectadas por pares através de um roteamento sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em
de dados; um único local, sem a necessidade de serem conectados
Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon- diretamente no hub.
to central (concentrador) para a conexão, geralmente um Além disso, o sistema de cabeamento estruturado
hub ou switch; possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os
Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
automação industrial e na década de 1980 pelas redes concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção
Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores das redes. Eles são adaptados e construídos para serem
são entreligados formando um anel e os dados são pro- inseridos em um rack.
pagados de computador a computador até a máquina Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto
de origem; do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri- pensada de forma a realizar a sua expansão.
meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea-
a computadores conectados em formato linear, cujo ca- mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi-
beamento é feito sequencialmente; dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas serem transmissores de informações para outros pontos,
estão interligadas por um mesmo canal através de paco- eles também diminuem o desempenho da rede, poden-
tes endereçados (unicast, broadcast e multicast). do haver colisões entre os dados à medida que são ane-
xas outras máquinas. Esse equipamento, normalmente,
Cabos
encontra-se dentro do hub.
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar
Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras
física utilizada para conectar computadores em rede, es-
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra
tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans-
máquina consegue enviar um determinado sinal até que
missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des-
os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti-
vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento.
lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32
Os mais utilizados são:
portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os
Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua
Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis.
velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em
lojas de informática ou produzidos pelo usuário; Bridges: É um repetidor inteligente que funciona
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis, de relacionar diferentes arquiteturas.
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA, Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,
suporte não encontrado em computadores mais novos; mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de portas de entrada e melhor performance, podendo ser
difícil instalação. São velozes e imunes a interferências utilizado para redes maiores.
eletromagnéticas.
Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
#FicaDica como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
Após montar o cabeamento de rede é neces- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sário realizar um teste através dos testadores diferentes fabricantes), identificando e determinando um
de cabos, adquirido em lojas especializadas. IP para cada computador que se conecta com a rede.
Apesar de testar o funcionamento, ele não Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da-
detecta se existem ligações incorretas. É pre- dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os
ciso que um técnico veja se os fios dos cabos roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor cami-
estão na posição certa. nho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver con-
gestionada; e os roteadores dinâmicos que encontram
caminhos mais rápidos e menos congestionados para o
tráfego.

39
Modem: Dispositivo responsável por transformar a Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo
onda analógica que será transmitida por meio da linha de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível
telefônica, transformando-a em sinal digital original. tanto a conexão entre os computadores, quanto ao en-
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes tendimento da informação trocada entre eles.
de computadores, como por exemplo, envio de arquivos A internet funciona o tempo todo enviando e rece-
ou e-mail. Os computadores que acessam determinado bendo informações, por isso o periférico que permite a
servidor são conhecidos como clientes. conexão com a internet chama MODEM, porque que ele
Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunica- MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po-
ção entre os computadores da rede. Cada arquitetura de dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
rede depende de um tipo de placa específica. As mais
utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em Protocolos Web
anel).
Já que estamos falando em protocolos, citaremos
Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e outros que são largamente usados na Internet:
Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de - HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
busca na Web. transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
trocar informações na Internet. Quando digitamos um
O objetivo inicial da Internet era atender necessida- site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
des militares, facilitando a comunicação. A agência nor- Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO-
JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, Onde:
na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec- http:// → Faz a solicitação de um arquivo de
tar os computadores de departamentos de pesquisas e hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode
bases militares, para que, caso um desses pontos sofres- conter texto, som, imagem, filmes e links.
se algum tipo de ataque, as informações e comunicação - URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão
não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em de recursos, serve para endereçar um recurso na
outros pontos estratégicos.
web, é como se fosse um apelido, uma maneira
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
mais fácil de acessar um determinado site.
nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:
fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
informação poderia ser realizado por várias rotas, assim, Faz a solicitação de um arquivo de
http://
caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados hiper mídia para a Internet.
poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre- Estipula que esse recurso está na
ga da informação, é importante mencionar que a maior rede mundial de computadores
distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme- www
(veremos mais sobre www em um
tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as próximo tópico).
barreiras de distância, passando a interligar e favorecer
a troca de informações de computadores de universi- É o endereço de domínio. Um
dades dos EUA e de outros países, criando assim uma endereço de domínio representará
novaconcursos
rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu sua empresa ou seu espaço na
nome passa a ser, INTERNET. Internet.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras Indica que o servidor onde esse site
continentais, os computadores pessoais evoluíam em está
forte escala alcançando forte potencial comercial, a Inter- .com
hospedado é de finalidades
net deixou de conectar apenas computadores de univer- comerciais.
sidades, passou a conectar empresas e, enfim, usuários
.br Indica queo servidor está no Brasil.
domésticos. Na década de 90, o Ministério das Comu-
nicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil
trouxeram a Internet para os centros acadêmicos e co- Encontramos, ainda, variações na URL de um site,
merciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta que demonstram a finalidade e organização que o criou,
de todos os setores sociais até atingir a amplitude de sua como:
difusão nos tempos atuais.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Um marco que é importante frisar é o surgimento do .gov - Organização governamental


WWW que foi a possibilidade da criação da interface grá- .edu - Organização educacional
fica deixando a internet ainda mais interessante e vanta- .org - Organização
josa, pois até então, só era possível a existência de textos. .ind - Organização Industrial
Para garantir a comunicação entre o remetente e o .net - Organização telecomunicações
destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido .mil - Organização militar
como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que .pro - Organização de profissões
são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS- .eng – Organização de engenheiros
SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de

40
E também, do país de origem: Provedor
.it – Itália
.pt – Portugal O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.ar – Argentina que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
.cl – Chile necessário conectar-se com um computador que já esteja
.gr – Grécia na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
deve permitir que seus usuários também tenham acesso
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos a Internet.
que se trata de um site hospedado em um servidor dos No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
Estados Unidos. à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
Semelhante ao HTTP, porém permite que os com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
dados sejam transmitidos através de uma conexão backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no
criptografada e que se verifique a autenticidade do Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma
servidor e do cliente através de certificados digitais. avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link como
transferência de arquivo, é o protocolo utilizado o backbone possui uma velocidade de transmissão, ou
para poder subir os arquivos para um servidor de seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
internet, seus programas mais conhecidos são, o
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar um site, o
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
profissional utiliza um desses programas FTP ou
e um endereço eletrônico na Internet.
similares e executa a transferência dos arquivos
criados, o manuseio é semelhante à utilização Home Page
de gerenciadores de arquivo, como o Windows
Explorer, por exemplo. Pela definição técnica temos que uma Home Page
- POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto é um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de
dos Correios permite, como o seu nome o indica, computadores rodando um Navegador (Browser), que
recuperar o seu correio num servidor distante (o permite o acesso às informações em um ambiente gráfico
servidor POP). É necessário para as pessoas não e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
ligadas permanentemente à Internet, para poderem informações dentro das Home Pages.
consultar os mails recebidos offline. Existem duas
versões principais deste protocolo, o POP2 e o
POP3, aos quais são atribuídas respectivamente #FicaDica
as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio
de comandos textuais radicalmente diferentes, na O endereço de Home Pages tem o seguinte
troca de e-mails ele é o protocolo de entrada. formato:
- IMAP (Internet Message Access Protocol): É um http://www.endereço.com/página.html
protocolo alternativo ao protocolo POP3, que Por exemplo, a página principal do meu pro-
oferece muitas mais possibilidades, como, gerir jeto de mestrado:
vários acessos simultâneos e várias caixas de http://www.youtube.com/canaldoovidio
correio, além de poder criar mais critérios de
triagem.
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo Plug-ins
padrão para envio de e-mails através da Internet.
Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele Os plug-ins são programas que expandem a
capacidade do Browser em recursos específicos -
que verifica se o endereço de e-mail do destinatário
permitindo, por exemplo, que você toque arquivos de
está corretamente digitado, se é um endereço
som ou veja filmes em vídeo dentro de uma Home Page.
existente, se a caixa de mensagens do destinatário
As empresas de software vêm desenvolvendo plug-ins
está cheia ou se recebeu sua mensagem, na troca
a uma velocidade impressionante. Maiores informações
de e-mails ele é o protocolo de saída. e endereços sobre plug-ins são encontradas na página:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/


na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
Permite que a aplicação escreva um datagrama Indices/
encapsulado num pacote IP e transportado ao
destino. É muito comum lermos que se trata Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
de um protocolo não confiável, isso porque ele temos uma relação de alguns deles:
não é implementado com regras que garantam - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
tratamento de erros ou entrega. etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).

41
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, Objetivo de construir uma Intranet
PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários. Organizações constroem uma intranet porque ela é
- Apresentações. uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da
INTRANET distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de
capital com conhecimentos das operações e produtos da
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de empresa.
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes Aplicações da Intranet
de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
na Internet. Como um jornal editado internamente, e Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de
que pode ser acessado apenas pelos funcionários da comunicações corporativas em uma intranet dá para
empresa. simplificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos
A intranet cumpre o papel de conectar entre si na mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
filiais e departamentos, mesclando (com segurança) as onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido
suas informações particulares dentro da estrutura de operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
comunicações da empresa. Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por
O grande sucesso da Internet, é particularmente da exemplo:
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na - Marketing e Vendas - Informações sobre produ-
evolução da informática nos últimos anos. tos, listas de preços, promoções, planejamento de
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos eventos;
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
facilidade de se criar, interligar e disponibilizar Trabalho), planejamentos, listas de responsabilida-
des de membros das equipes, situações de proje-
documentos multimídia (texto, gráficos, animações,
tos;
etc.), democratizaram o acesso à informação através
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste-
de redes de computadores. Em segundo lugar, criou-se
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões),
uma gigantesca base de usuários, já familiarizados com
manuais de qualidade;
conhecimentos básicos de informática e de navegação
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
na Internet. Finalmente, surgiram muitas ferramentas
tilas, políticas da companhia, organograma, opor-
de software de custo zero ou pequeno, que permitem
tunidades de trabalho, programas de desenvolvi-
a qualquer organização ou empresa, sem muito esforço,
mento pessoal, benefícios.
“entrar na rede” e começar a acessar e colocar informação.
O resultado inevitável foi a impressionante explosão na Para acessar as informações disponíveis na Web
informação disponível na Internet, que segundo consta, corporativa, o funcionário praticamente não precisa ser
está dobrando de tamanho a cada mês. treinado. Afinal, o esforço de operação desses programas
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, se resume quase somente em clicar nos links que
que tem interessado um número cada vez maior de remetem às novas páginas. No entanto, a simplicidade
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações de uma intranet termina aí. Projetar e implantar uma rede
interessadas em integrar informações e usuários: a desse tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de
intranet. Seu advento e disseminação promete operar profissionais especializados. Essa dificuldade aumenta
uma revolução tão profunda para a vida organizacional com o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e
quanto o aparecimento das primeiras redes locais de a quantidade de informações nela armazenadas.
computadores, no final da década de 80.
A intranet é baseada em quatro conceitos:
O que é Intranet?
- Conectividade - A base de conexão dos computa-
O termo “intranet” começou a ser usado em meados dores ligados por meio de uma rede, e que podem
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para transferir qualquer tipo de informação digital entre
se referirem ao uso dentro das empresas privadas si;
de tecnologias projetadas para a comunicação por - Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado-
computador entre empresas. Em outras palavras, uma res e sistemas operacionais podem ser conectados
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

intranet consiste em uma rede privativa de computadores de forma transparente;


que se baseia nos padrões de comunicação de dados - Navegação - É possível passar de um documento
da Internet pública, baseadas na tecnologia usada na a outro por meio de referências ou vínculos de
Internet (páginas HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, hipertexto, que facilitam o acesso não linear aos
atualmente fazendo muito sucesso. Entre as razões para documentos;
este sucesso, estão o custo de implantação relativamente - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
baixo e a facilidade de uso propiciada pelos programas acesso ou manipulação na intranet só podem ocor-
de navegação na Web, os browsers. rer graças à execução de programas aplicativos,
que podem estar no servidor, ou nos microcompu-

42
tadores que acessam a rede (também chamados selecionar um por um. Além disso, é possível cortar,
de clientes, daí surgiu à expressão que caracteriza endireitar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
a arquitetura da intranet: cliente-servidor). Um dos grandes destaques do Picasa é sua
- A vantagem da intranet é que esses programas poderosa biblioteca de imagens. Ele possui um sistema
são ativados através da WWW, permitindo grande inteligente de armazenamento capaz de filtrar imagens
flexibilidade. Determinadas linguagens, como Java, que contenham apenas rostos. Assim você consegue
assumiram grande importância no desenvolvimen- visualizar apenas as fotos que contém pessoas.
to de softwares aplicativos que obedeçam aos três Depois de tudo organizado em seu computador,
conceitos anteriores. você pode escolher diversas opções para salvar e/
ou compartilhar suas fotos e imagens com amigos e
Áudio e Vídeo parentes. Isso pode ser feito gravando um CD/DVD ou
enviando via Web. O programa possui integração com
A popularização da banda larga e dos serviços de o PicasaWeb, o qual possibilita enviar um álbum inteiro
e-mail com grande capacidade de armazenamento pela internet em poucos segundos.
está aumentando a circulação de vídeos na Internet. O O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve
problema é que a profusão de formatos de arquivos e com uma interface gráfica simples porém otimizada e
pode tornar a experiência decepcionante. fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade
A maioria deles depende de um único programa com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns
para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você recursos simples de editor. Com ele é possível fazer
vai necessitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de operações como copiar e deletar imagens até o efeito
um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. de remoção de olhos vermelhos em fotos. O programa
Acrônimo de “COder/DECoder”, codec é uma espécie oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e
de complemento que descomprime - e comprime - o alteração de cores em sua imagem por meio de apenas
arquivo. É o caso do MPEG, que roda no Windows Media um clique.
Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a Além disso sempre é possível a visualização de
instalação é automática. imagens pelo próprio gerenciador do Windows.
Com os três players de multimídia mais populares -
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você Transferência de arquivos pela internet
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos,
tanto offline como por streaming (neste caso, o download FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência
e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra). de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
Atualmente, devido à evolução da internet com os na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
há uma grande demanda por programas para trabalhar como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos
a isso, também há no mercado uma ampla gama não texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença
de ferramentas existentes que fazem algum tipo de interessante entre enviar uma mensagem de correio
tratamento ou conversão de imagens. eletrônico e realizar transferência de um arquivo. A
Porém, muitos destes programas não são o que se mensagem é sempre transferida como uma informação
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão textual, enquanto a transferência de um arquivo pode
em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. ser caracterizada como textual (ASCII) ou não-textual
Caso o que você precise seja apenas um programa (binário).
para visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos Um servidor FTP é um computador que roda um
simples ou montar apresentações de slides, é sempre programa que chamamos de servidor de FTP e, portanto,
bom dar uma conferida em alguns aplicativos mais leves é capaz de se comunicar com outro computador na Rede
e com recursos mais enxutos como os visualizadores de que o esteja acessando através de um cliente FTP.
imagens. FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada,
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir
de se utilizar dos editores, para você que não precisa um username ou password (senha) no servidor de
de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um FTP, bastando apenas identificar-se como anonymous
tratamento especial para as suas mais variadas imagens. (anônimo). Neste caso, o que acontece é que, em geral,
O Picasa está com uma versão cheia de inovações a árvore de diretório que se enxerga é uma sub-árvore
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

que faz dele um aplicativo completo para visualização da árvore do sistema. Isto é muito importante, porque
de fotos e imagens. Além disso, ele possui diversas garante um nível de segurança adequado, evitando que
ferramentas úteis para editar, organizar e gerenciar estranhos tenham acesso a todas as informações da
arquivos de imagem do computador. empresa. Quando se estabelece uma conexão de “FTP
As ferramentas de edição possuem os métodos mais anônimo”, o que acontece em geral é que a conexão
avançados para automatizar o processo de correção de é posicionada no diretório raiz da árvore de diretórios.
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
o programa consegue identificar e corrigir todos os incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma
olhos vermelhos da foto automaticamente sem precisar autenticação, e portanto, é indispensável que o usuário

43
possua um username e uma password que sejam E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
reconhecidas pelo sistema, quer dizer, ter uma conta Facebook, surgem o Orkut e o Flickr.
nesse servidor. Neste caso, ao estabelecer uma conexão, Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
o posicionamento é no diretório criado para a conta do entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
usuário – diretório home, e dali ele poderá percorrer toda
a árvore do sistema, mas só escrever e ler arquivos nos • Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
quais ele possua. amizade ou namoro).
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas • Networking: partilha e busca de conhecimentos
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no profissionais e procura emprego ou preenchimento
sistema operacional UNIX, que foi o grande percursor e de vagas.
responsável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet. • Partilha e busca de imagens e vídeos.
• Partilha e busca de informações sobre temas
Algumas dicas variados.
• Divulgação para compra e venda de produtos e
serviços.
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam
• Jogos, entre outros.
o número de conexões simultâneas para evitar
uma sobrecarga na máquina. Uma outra limitação
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci-
possível é a faixa de horário de acesso, que muitas das, destacamos:
vezes é considerada nobre em horário comercial,
e portanto, o FTP anônimo é temporariamente • Facebook: interação e expansão de contatos.
desativado. • Youtube: partilha de vídeos.
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites • Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site chamadas de voz.
sendo acessado. • Instagram: partilha de fotos e vídeos.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer • Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
arquivo verifique se você está usando o modo são conhecidas como “tweets”.
correto, isto é, no caso de arquivos-texto, o modo • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
é ASCII, e no caso de arquivos binários (.exe, .com, • Skype: telechamada.
.zip, .wav, etc.), o modo é binário. Esta prevenção • LinkedIn: interação e expansão de contatos
pode evitar perda de tempo. profissionais.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um • Badoo: relacionamentos amorosos.
servidor de FTP em seu computador. Isto pode • Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
permitir que um amigo seu consiga acessar o seu • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
computador como um servidor remoto de FTP, • Flickr: partilha de imagens.
bastando que ele tenha acesso ao número IP, que • Google+: partilha de conteúdos.
lhe é atribuído dinamicamente. • Tumblr: partilha de pequenas publicações,
semelhante ao Twitter.
Grupos de Discussão e Redes Sociais
Vantagens e Desvantagens
São espaços de convivências virtuais em que grupos
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en- Existem várias vantagens em fazer parte de redes
sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo,
crescimento tão significativo ao longo dos anos.
entre outras ações.
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo-
soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi- lações e o contato com quem está distante, propiciando,
lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu: assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni- As redes também facilitam a relação com quem está
dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas nem sempre há tempo para que as pessoas se encon-
para que elas próprias criassem suas páginas na internet. trem fisicamente.
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá-
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas. pida e eficaz de comunicar algo para um grande número
No mesmo ano, também surge uma plataforma que de pessoas ao mesmo tempo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

permite a interação com antigos colegas da escola, o Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
Classmates. um acontecimento, a preparação de uma manifestação
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma ou a mobilização de um grupo para um protesto.
que, desta vez, tinha como foco a publicação de foto- No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
grafias. des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda- é a falta de privacidade.
deira rede social, o Friendster. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
social de caráter profissional do mundo. para algumas precauções.

44
Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol)
#FicaDica é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que
permite ao seu computador trocar informações com
Por ser algo muito atual, tem caído muitas um servidor que abriga um site. Isso significa que, uma
questões de redes sociais nos concursos vez conectados sob esse protocolo, as máquinas po-
atualmente.
dem receber e enviar qualquer conteúdo textual – os
códigos que resultam na página acessada pelo nave-
gador.
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou
EXERCÍCIOS COMENTADOS
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrô-
nica) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma atravessar o caminho e interceptar os dados transmiti-
impressora estiver compartilhada em uma intranet por dos com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em
meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar- HTTP é insegura.
quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro-
de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar
tocol Secure), que insere uma camada de proteção na
no navegador web a seguinte url:
transmissão de dados entre seu computador e o ser-
, em
vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação
que deve estar acessível via rede e
é criptografada, aumentando significativamente a se-
deve ser do tipo PDF. gurança dos dados. É como se cliente e servidor con-
versassem uma língua que só as duas entendessem,
dificultando a interceptação das informações.
( ) CERTO ( ) ERRADO Para saber se está navegando em um site com crip-
tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual
Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente,
afirma que somente arquivos no formato PDF, um símbolo de cadeado que denota segurança. Além
poderiam ser impressos, o que torna o item errado, disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome
o comando para impressão não verifica o formato do do site, já que a conexão segura também identifica pá-
arquivo, tão somente o local onde está o arquivo a ser ginas na Internet por meio de seu certificado.
impresso.
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o ser-
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em vidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar
uma intranet, for disponibilizado um portal de informa- por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir
ções acessível por meio de um navegador, será possível conexões de saída da estação do usuário com a porta 80
acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP de destino no endereço do proxy.
ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja
configurado o servidor do portal. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-


xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/
virtuais separados. Para que uma estação de usuário
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80.

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção


de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE
solicite autenticação em toda conexão de Internet que
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

for realizada.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Com base na figura acima, que ilustra as configurações
da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica-
9, julgue os próximos itens. ção se o servidor assim estiver configurado, do con-
trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de-
( ) CERTO ( ) ERRADO finido para a rede Interna e não para acesso à Internet.

45
5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um
um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos com- serviço online que o Internet Explorer usa para
putacionais, permanentemente conectados à Internet, recomendar sítios de que o usuário possa gostar, com
que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o Ou- base nos sítios visitados com frequência. Para acessá-
tlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o lo, basta clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites
usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter- Sugeridos.
net message access protocol), em detrimento do POP3
(post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o Considere que um delegado de polícia federal, em uma
conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa- sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a janela
mente, fazer o download das mensagens para o compu- ilustrada acima, que mostra uma página web do sítio do
DPF, cujo endereço eletrônico está indicado no campo
tador em uso.
. A partir dessas informações, julgue os itens de
09 a 12.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O conteúdo
padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a da página acessada pelo delegado, por conter dados
função de baixar as mensagens do servidor de e-mail importantes à ação do DPF, é constantemente atualizado
para o computador que o programa foi configurado. por seu webmaster. Após o acesso mencionado acima,
Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men- o delegado desejou verificar se houve alteração desse
sagens são baixadas para o computador do usuário conteúdo.
só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá
as mensagens originais; quando o acesso é feito por condições de verificar se houve ou não a alteração
outro computador essas mensagens que estão no ser- mencionada, independentemente da configuração do
vidor são baixadas para este outro computador, dei- IE6, mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6
xando sempre a original no servidor. esteja em modo online.

6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut, ( ) CERTO ( ) ERRADO


Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma
utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste
mento de arquivos entre seus usuários modo o arquivo novamente, se houver alterações,
estas serão exibidas, caso contrário o arquivo será
( ) CERTO ( ) ERRADO reexibido sem alterações.

Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004)
principal é enviar mensagens e não o compartilha- O armazenamento de informações em arquivos
mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi- denominados cookies pode constituir uma
tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o vulnerabilidade de um sistema de segurança instalado
objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem em um computador. Para reduzir essa vulnerabilidade,
todas as redes citadas na questão permitem. o IE6 disponibiliza recursos para impedir que cookies
sejam armazenados no computador. Caso o delegado
7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas deseje configurar tratamentos referentes a cookies, ele
versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que encontrará recursos a partir do uso do menu .
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual
são mostrados detalhes como a data da instalação e o ( ) CERTO ( ) ERRADO
usuário que executou a operação.
Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a
seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer
( ) CERTO ( ) ERRADO
o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver- e, em Configurações, mover o controle deslizante
sões do Firefox, contudo o histórico não contém o até em cima para bloquear todos os cookies e, em
usuário que executou a operação. Este recurso está seguida, clicar em OK.
disponível no menu Firefox – Opções – Avançado –
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Atualizações – Histórico de atualizações. 11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o


acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No um provedor de Internet acessível por meio de uma
Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, conexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o
o usuário pode registrar os sítios que considera mais im- computador do delegado, é correto concluir que as
portantes e recomendá-los aos seus amigos. informações obtidas pelo delegado transitaram na LAN
de modo criptografado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO

46
Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica
que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma #FicaDica
se conclui que não há uma criptografia, se fosse o Ultimamente tem caído perguntas relacio-
protocolo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum nadas a guia anônima que não deixa rastro
tipo de criptografia do tipo SSL. (senhas, auto completar, entre outros), e é
acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N
12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por
meio do botão , o delegado poderá obter, desde
que disponíveis, informações a respeito das páginas Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente
previamente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de
e de outras sessões de uso desse aplicativo, em seu não ter uma interface tão amigável, porém é um dos
computador. Outro recurso disponibilizado ao se clicar navegadores mais rápidas e com maior segurança contra
nesse botão permite ao delegado realizar pesquisa de hackers.
conteúdo nas páginas contidas no diretório histórico do
IE6.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. É possível através do botão descrito,


o botão de histórico, que se encontre informações das Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox
páginas acessadas anteriormente, e também permite
que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande
contidas no diretório do IE6. desempenho, porém especialistas em segurança o
considera o navegador com menos segurança.

NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATI-


VOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO.

Um browser ou navegador é um aplicativo que opera


Figura 3: Símbolo do Opera
através da internet, interpretando arquivos e sites web
desenvolvidos com frequência em código HTML que
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas
navegador considerado pelos especialistas e possui uma
as partes do mundo.
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
Apple existem versões para Windows.
são programas de computador especializados em
visualizar e dar acesso às informações disponibilizadas
na web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o
Internet Explorer e o Netscape, hoje temos uma série
de navegadores no mercado, iremos fazer uma breve
descrição de cada um deles, e depois faremos toda a
exemplificação utilizando o Internet Explorer por ser o
mais utilizado em todo o mundo, porém o conceito e Figura 4: Símbolo do Safari
usabilidade dos outros navegadores seguem os mesmos
princípios lógicos. Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e navegador padrão do Windows. Como o próprio nome
consequentemente um dos melhores navegadores diz, é um programa preparado para explorar a Internet
existentes. Outra vantagem devido ser o navegador da dando acesso a suas informações. Representado pelo
Google é o mais utilizado no meio, tem uma interface símbolo do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um
simples muito fácil de utilizar. duplo clique em seu símbolo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 1: Símbolo do Google Chrome


Figura 5: Símbolo do Internet Explorer

47
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de conexão
#FicaDica recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou
Glossário interessante que abordam internet apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou
e correio eletrônico apenas na década de 90. É na internet que é executada
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de a World Wide Web (www), sistema que contém milhares
mensagens indesejadas. de informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que
Browser: Programa utilizado para navegar também ficou conhecido como rede mundial.
na Web, também chamado de navegador. Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
Exemplo: Mozilla Firefox. projeto que pode ser considerado o princípio da World
Cliente de e-mail: Software destinado a ge- Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elaborado
renciar contas de correio eletrônico, possi- uma nova proposta para o que ficaria conhecido como
bilitando a composição, envio, recebimen- WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir
to, leitura e arquivamento de mensagens. A disso surgiu o “http” (em português significa protocolo
seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail de transferência de hipertexto). Vinton Cerf também é
(em negrito os mais conhecidos e utilizados um personagem importante e inclusive é conhecido por
atualmente): muitos como o pai da internet.
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Li- #FicaDica
nux) e Windows Mail. URL: Tudo que é disponível na Web tem seu
próprio endereço, chamado URL, ele facilita
a navegação e possui características especí-
Outros pontos importantes de conceitos que podem
ficas como a falta de  acentuação gráfica  e
ser abordado no seu concurso são:
palavras maiúsculas. Uma url possui o http
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions –
(protocolo), www (World Wide Web), o nome
Extensões multiuso do correio da Internet): Provê
da empresa que representa o site, .com (ex:
mecanismos para o envio de outros tipo sde informações
se for um site governamental o final será
por e-mail, como imagens, sons, filmes, entre outros.
.gov) e a sigla do país de origem daquele site
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência
(no Brasil é usado o BR).
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores
de Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de
Correio): Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Mecanismos de Buscas
Thunderbird, Microsoft Outlook Express etc.
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para exatamente o que você queria pode trazer algumas
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere horas de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
para o computador as mensagens armazenada sem sua algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
caixa postal no servidor. de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
envio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um acesso a resultados mais relevantes.
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. Os mecanismos de buscas contam com operadores
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
Spam: Mensagens de correio eletrônico não entanto, pode não interessar e você, caso não seja um
autorizadas ou não solicitadas pelo destinatário, praticante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e
geralmente de conotação publicitária ou obscena, estão listados abaixo. Realize uma busca simples e depois
enviadas em larga escala para uma lista de e-mails,
aplique os filtros para poder ver o quanto os resultados
fóruns ou grupos de discussão.
podem sem mais especializados em relação ao que você
procura.
Um pouco de história
-palavra_chave
A internet é uma rede de computadores que liga os
Retorna um busca excluindo aquelas em que a
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela


palavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores
e a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No busca por computação, provavelmente encontrarei
fim da década de 60, o Departamento de Defesa norte- na relação dos resultados informaçõe sobre “Ciência
americano resolveu criar um sistema interligado para da  computação“. Contudo, se eu fizer uma busca
trocar informações sobre pesquisas e armamentos que por  computação -ciência  , os resultados que tem a
não pudesse chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo palavra chave ciência serão omitidos.
assim, foi criado o  projeto Arpanet  pela Agência para
Projeto de Pesquisa Avançados do Departamento de
Defesa dos EUA.

48
+palavra_chave
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada #FicaDica
de uma palavra chave nos resultados. De maneira Um e-mail hoje é um dos principais meios de
análoga ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do comunicação, por exemplo:
tipo computação, terei como retorna uma gama mista de canaldoovidio@gmail.com
resultados. Caso eu queira filtrar somente os casos em Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba
que ciências aparece, e também no estado de SP, realizo quer dizer na, o gmail é o servidor e o .com
uma busca do tipo computação + ciência SP. é a tipagem.

“frase_chave”
Retorna uma busca em que existam as ocorrências Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia em um único computador, sem necessariamente
exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma estarmos conectados à Internet no momento da criação
busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de
da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica correio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos,
foi empregada. como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vários
palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
outros que servem à mesma finalidade, têm recursos
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
similares. Apresentaremos os recursos dos programas
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
de correio eletrônico através do Outlook Express que
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
caso, como as duas palavras chaves são populares, os dois Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
resultados são apresentados em posição de destaque. com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos
de teclado para a realização de diversas funções dentro
filetype:tipo do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote
Retorna as buscas em que o resultado tem o alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta
tipo de extensão especificada. Por exemplo, em uma apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada
busca filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso
palavra chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os em consideração inclua os atalhos de teclado na sua
tipos de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, rotina de estudos e vá preparado para o concurso com
PPT, DOC os principais na cabeça.
Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
palavra_chave_01 * palavra_chave_02 profissionais que compartilham uma mesma área é o
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * compartilhamento de calendário entre membros de uma
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados mesma equipe.
em que os termos inicial e final aparecem, independente Por isso mesmo é importante que você tenha o
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do
conhecimento da técnica na hora de fazer uma prova
tipo facebook * msn e veja o resultado na prática.
de concurso que exige os conhecimentos básicos de
CORREIOS ELETRÔNICOS informática, pois por ser uma função bastante utilizada
tem maiores chances de aparecer em uma ou mais
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: questões.
os agentes de usuários e os agentes de transferência de O calendário é uma ferramenta bastante interessante
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo do Outlook que permite que o usuário organize de forma
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
transferência realizam um processo de envio dos agentes compromissos e reuniões de maneira organizada por
usuários e servidores de e-mail. dia, de forma a ter um maior controle das atividades que
Os agentes de transferência usam três devem ser realizadas durante o seu dia a dia.
protocolos: SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
Office Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
O SMTP é usado para transferir mensagens eletrônicas parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
entre os computadores. O POP é muito usado para que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

verificar mensagens de servidores de e-mail quando ele o que pode ser uma ótima pedida para profissionais
se conecta ao servidor suas mensagens são levadas do dentro de uma mesma equipe, principalmente quando
servidor para o computador local. Pode ser usado por um determinado membro entra de férias.
quem usa conexão discada.
Para conseguir utilizar essa função basta que você
Já o IMAP também é um protocolo padrão que
entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial.
permite acesso a mensagens nos servidores de e-mail.
Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário
Ele possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não
permite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta
quem acessa o e-mail de vários locais diferentes. no seu Outlook.

49
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as Assunto: campo onde será inserida uma breve
informações que vão ser compartilhadas com quem você descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calendário frase sobre o conteúdo da mensagem. É um campo
de forma simples e detalhada de fácil visualização para opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu
quem você deseja enviar uma mensagem. preenchimento pode levar o destinatário a não dar
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que a devida importância à mensagem ou até mesmo
trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura desconsiderá-la.
própria para deixar os comunicados enviados por e-mail Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é
com uma aparência mais profissional. equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico A mensagem, após digitada, pode passar pelas
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que formatações existentes na barra de formatação do
este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão Outlook:
dentro de um concurso público. Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
seus estudos do conteúdo básico de informática para (mesma criadora do Mozilla Firefox).
a sua preparação para concurso. Ao contrário do que Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que
muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de não necessita de instalação no computador do usuário, já
criar uma assinatura é bastante simples, de forma que que funciona como uma página de internet, bastando o
perder pontos por conta dessa questão em específico é usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com
perder pontos à toa. seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta mobilidade já que não necessita estar na máquina em
que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu
de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail e-mail.
e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde
você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicionar
as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem #FicaDica
maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma Segmentos do Outlook Express
mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado Painel de Pastas: permite que o usuário sal-
na figura acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela ve seus e-mails em pastas específicas e dá a
a seguir: possibilidade de criar novas pastas;
Painel das Mensagens: onde se concentra a
lista de mensagens de determinada pasta e
quando se clica em um dos e-mails o con-
teúdo é disponibilizado no painel de conte-
údo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá
aparecer o conteúdo das mensagens envia-
das.
Painel de Contatos: nesse local se concen-
tram as pessoas que foram cadastradas em
sua lista de endereço.

GRUPOS DE DISCUSSÃO E REDES SOCIAIS

Figura 6: Tela de Envio de E-mail São espaços de convivência virtuais onde grupos de
pessoas ou empresas se relacionam através do envio de
mensagens, do compartilhamento de conteúdo, entre
#FicaDica outras ações.
As redes sociais tiveram grande avanço devido a
Para: deve ser digitado o endereço eletrôni- evolução da internet, cujo boom aconteceu no início do
co ou o contato registrado no Outlook do milênio. Vejamos como esse percurso aconteceu:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

destinatário da mensagem. Campo obriga- Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira


tório. comunidade que se assemelha a uma rede social.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico O GeoCities que, no entanto, não existe mais, orientava
ou o contato registrado no Outlook do des- as pessoas para que elas próprias criassem suas páginas
tinatário que servirá para ter ciência desse na internet.
e-mail. Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários fi- a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
cam ocultos. No mesmo ano, também surge uma plataforma que
permite a interação com antigos colegas da escola,

50
o Classmates. Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma um acontecimento, a preparação de uma manifestação
que, desta vez, tinha como foco a publicação de ou a mobilização de um grupo para um protesto.
fotografias.
Em 2002 surge o que é considerada a primeira No entanto, em decorrência de alguns perigos, as
verdadeira rede social, o Friendster. redes sociais apresentam as suas desvantagens. Uma
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede delas é a falta de privacidade.
social de caráter profissional do mundo. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
o Facebook, surgem o Orkut e o Flickr. para algumas precauções.

Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença


entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser: #FicaDica
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
amizade ou namoro) Por ser algo muito atual, tem caído muitas
• Networking: partilha e busca de conhecimentos questões de redes sociais nos concursos atu-
profissionais e procura emprego ou preenchimento almente.
de vagas
• Partilha e busca de imagens e vídeos
• Partilha e busca de informações sobre temas
variados EXERCÍCIO COMENTADO
• Divulgação para compra e venda de produtos e
serviços 1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011)
• Jogos, entre outros UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais estejam longe de seu computador pessoal. A partir de
conhecidas, destacamos: qualquer outro computador no mundo, o usuário pode,
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no
• Facebook: interação e expansão de contatos. próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais
• Youtube: partilha de vídeos. novas mensagens.
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e
chamadas de voz. ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Instagram: partilha de fotos vídeos.
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar
são conhecidas como “tweets”. o servidor de e-mail, e não a máquina dousuário
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados. (computador cliente remoto).
• Skype: telechamada.
• LinkedIn: interação e expansão de contatos
profissionais.
• Badoo: relacionamentos amorosos. COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. COMPUTING)
• Messenger: envio de mensagens instantâneas.
• Flickr: partilha de imagens.
• Google+: partilha de conteúdos. Computação na nuvem (cloud computing)
• Tumbrl: partilha de pequenas publicações,
semelhante ao Twitter. Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela
internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
Vantagens e Desvantagens tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli-
Existem várias vantagens em fazer parte de redes cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
crescimento tão significativo ao longo dos anos. os dados não se encontram em um computador específi-
Isso porque as redes sociais podem aproximar as co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o
pessoas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

relações e o contato com quem está distante, propiciando, aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
assim, a possibilidade de interagir em tempo real. como o One Drive.
As redes também facilitam a relação com quem está Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é
mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia, possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra-
nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer
fisicamente. lugar — é justamente por isso que o seu computador
Além disso, as redes sociais oferecem uma forma estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati-
rápida e eficaz de comunicar algo para um grande vos a partir de qualquer computador que tenha acesso
número de pessoas ao mesmo tempo. à internet.

51
informação todo conteúdo ou dado que tenha valor para
#FicaDica alguma organização ou pessoa. Ela pode estar guardada
Basta pensar que, a partir de uma conexão para uso restrito ou exibida ao público para consulta ou
com a internet, você pode acessar um servi- aquisição.
dor capaz de executar o aplicativo desejado, Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou
que pode ser desde um processador de tex- não de ferramentas) para definir o nível de segurança
tos até mesmo um jogo ou um pesado editor que há e, com isto, estabelecer as bases para análise de
de vídeos. Enquanto os servidores executam melhorias ou pioras de situações reais de segurança. A
um programa ou acessam uma determinada segurança de certa informação pode ser influenciada por
informação, o seu computador precisa ape- fatores comportamentais e de uso de quem se utiliza
nas do monitor e dos periféricos para que dela, pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por
você interaja. pessoas mal-intencionadas que têm o objetivo de furtar,
destruir ou modificar tal informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availability)
— Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade —
representa as principais características que, atualmente,
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE orientam a análise, o planejamento e a implementação
GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, da segurança para um certo grupo de informações que
ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS. se almeja proteger. Outros fatores importantes são a
irrevogabilidade e a autenticidade. Com a evolução do
comércio eletrônico e da sociedade da informação, a
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado na privacidade é também uma grande preocupação.
íntegra em: Noções de sistema operacional (ambientes Portanto as características básicas, de acordo com
Linux e Windows).” os padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as
seguintes:

- Confidencialidade – especificidade que limita


SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO. o acesso a informação somente às entidades
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA. autênticas, ou seja, àquelas autorizadas pelo
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS proprietário da informação.
VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA - Integridade – especificidade que assegura que
SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, a informação manipulada mantenha todas as
ANTI-SPYWARE ETC.). características autênticas estabelecidas pelo
proprietário da informação, incluindo controle
de mudanças e garantia do seu ciclo de vida
(nascimento, manutenção e destruição).
Segurança da informação: procedimentos de segu- - Disponibilidade – especificidade que assegura que
rança a informação esteja sempre disponível para o uso
legítimo, ou seja, por aqueles usuários que têm
A Segurança da Informação refere-se às proteções autorização pelo proprietário da informação.
existentes em relação às informações de uma determinada - Autenticidade – especificidade que assegura que
empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou seja, a informação é proveniente da fonte anunciada
aplica-se tanto às informações corporativas quanto às e que não foi alvo de mutações ao longo de um
pessoais. processo.
Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo - Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade
ou dado que tenha valor para alguma corporação ou que assegura a incapacidade de negar a autoria
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou em relação a uma transação feita anteriormente.
exposta ao público para consulta ou aquisição.
Mecanismos de segurança

#FicaDica O suporte para as orientações de segurança pode ser


Antes de proteger, devemos saber: encontrado em:
- O que proteger; Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- De quem proteger; ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que


- Pontos frágeis; assegura a existência da informação) que a suporta.
- Normas a serem seguidas. Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou
limitam o acesso à informação, que está em ambiente
controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo,
A Segurança da Informação se refere à proteção ficaria exibida a alteração não autorizada por elemento
existente sobre as informações de uma determinada mal-intencionado.
empresa ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informa- Existem mecanismos de segurança que sustentam os
ções corporativas quanto aos pessoais. Entende-se por controles lógicos:

52
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para
a modificação da informação de forma a torná- ‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não
la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o
algoritmos determinados e uma chave secreta emissor e receptor original possui.
para, a partir de um conjunto de dados não Hoje, a criptografia pode ser considerada um método
criptografados, produzir uma sequência de dados 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
criptografados. A operação contrária é a decifração. proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes
- Assinatura digital: Um conjunto de dados e tentativas de invasão.
criptografados, agregados a um documento Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’
do qual são função, garantindo a integridade e são usados para expressar o tamanho da chave, ou seja,
autenticidade do documento associado, mas não quanto mais bits forem utilizados, mais segura será essa
ao resguardo das informações. criptografia.
- Mecanismos de garantia da integridade da Um exemplo disso é se um algoritmo usa uma chave
informação: Usando funções de “Hashing” ou de de 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para
checagem, é garantida a integridade através de decodificar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a
comparação do resultado do teste local com o 256. Assim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas
divulgado pelo autor. de combinações e decodificar a mensagem, que mesmo
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, sendo uma tarefa difícil, não é impossível. Portanto,
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. quanto maior o número de bits, maior segurança terá a
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de criptografia.
um documento. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Integridade: Medida em que um serviço/informação simétricas e as chaves assimétricas
é autêntico, ou seja, está protegido contra a Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que
entrada por intrusos. é usada para a codificação e decodificação. Entre os
algoritmos que usam essa chave, estão:
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função
proposital de simular falhas de segurança de - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves
um sistema e obter informações sobre o invasor de 56 bits, que corresponde à aproximadamente
72 quatrilhões de combinações. Mesmo sendo
enganando-o, e fazendo-o pensar que esteja de
um número extremamente elevado, em 1997,
fato explorando uma fraqueza daquele sistema.
quebraram esse algoritmo através do método de
É uma espécie de armadilha para invasores. O
‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
HoneyPot não oferece forma alguma de proteção.
- RC (Ron’s Code ou RivestCipher): É um algoritmo
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que
muito utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a
garantem um grau de segurança e usam alguns
1024 bits. Além disso, ele tem várias versões que
dos mecanismos citados.
diferenciam uma das outras pelo tamanho das
chaves.
Mecanismos de encriptação - EAS (Advanced Encryption Standard): Atualmente é
um dos melhores e mais populares algoritmos de
#FicaDica criptografia. É possível definir o tamanho da chave
como sendo de 128 bits, 192 bits ou 256 bits.
A criptografia vem, originalmente, da fusão - IDEA (International Data Encryption Algorithm): É
entre duas palavras gregas: um algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido
• CRIPTO = ocultar, esconder. com o DES. Seu ponto forte é a fácil execução de
• GRAFIA= escrever software.

As chaves simétricas não são absolutamente seguras


Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em quando referem-se às informações extremamente
códigos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam valiosas, principalmente pelo emissor e o receptor
uma mensagem ininteligível, e permite apenas que o precisarem ter o conhecimento da mesma chave. Dessa
destinatário que saiba a chave de encriptação possa forma, a transmissão pode não ser segura e o conteúdo
decriptar e ler a mensagem com clareza. pode chegar a terceiros.
Permitem a transformação reversível da informação Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a
de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se pública. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

para isso, algoritmos determinados e uma chave secreta pública para codificar e a chave privada para decodificar,
para, a partir de um conjunto de dados não encriptados, considerando-se que a chave privada é secreta. Entre os
produzir uma continuação de dados encriptados. A algoritmos utilizados, estão:
operação inversa é a desencriptação.
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave - RSA (Rivest, Shmirand Adleman): É um dos
privada. algoritmos de chave assimétrica mais usados,
A chave pública é usada para codificar as informações, em que dois números primos (aqueles que só
e a chave privada é usada para decodificar. podem ser divididos por 1 e por eles mesmos) são
multiplicados para obter um terceiro valor. Assim,

53
é preciso fazer fatoração, que significa descobrir os O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias
dois primeiros números a partir do terceiro, sendo formas. O que define uma metodologia ou outra são fa-
um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es-
utilizados, será praticamente impossível descobrir pecíficas do que será protegido, características do siste-
o código. A chave privada do RSA são os números ma operacional que o mantém, estrutura da rede e assim
que são multiplicados e a chave pública é o valor por diante. É por isso que podemos encontrar mais de
que será obtido. um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos.
- El Gamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras
um problema matemático que o torna mais seguro. soluções de firewall surgiram na década de 1980 basean-
É muito usado em assinaturas digitais. do-se em filtragem de pacotes de dados (packetfiltering),
uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada,
NOÇÕES DE VÍRUS embora ofereça um nível de segurança significativo.
Para compreender, é importante saber que cada pa-
Firewall é uma solução de segurança fundamentada cote possui um cabeçalho com diversas informações a
em hardware ou software (mais comum) que, a partir de
seu respeito, como endereço IP de origem, endereço IP
um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego
do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Fi-
de rede para determinar quais operações de transmissão
rewall então analisa estas informações de acordo com as
ou recepção de dados podem ser realizadas. “Parede de
fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja
firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defe- para sair ou para entrar na máquina/rede), podendo tam-
sa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear trá- bém executar alguma tarefa relacionada, como registrar
fego de dados indesejados e liberar acessos desejados. o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de log.
Para melhor compreensão, imagine um firewall como O firewall de aplicação, também conhecido como
sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces- proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma
sário obedecer a determinadas regras, como se identifi- solução de segurança que atua como intermediário entre
car, ser esperado por um morador e não portar qualquer um computador ou uma rede interna e outra rede, exter-
objeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não na normalmente, a internet. Geralmente instalados em
se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a servidores potentes por precisarem lidar com um grande
devida autorização. número de solicitações, firewalls deste tipo são opções
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de interessantes de segurança porque não permitem a co-
ações maliciosas: um malware que utiliza determinada municação direta entre origem e destino.
porta para se instalar em um computador sem o usuário A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito.
saber, um programa que envia dados sigilosos para a in- Perceba que em vez de a rede interna se comunicar
ternet, uma tentativa de acesso à rede a partir de compu- diretamente com a internet, há um equipamento entre
tadores externos não autorizados, entre outros. ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie entre o proxy e a internet. Observe:
de barreira que verifica quais dados podem passar ou
não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabele-
cimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
computador ou na rede. O problema é que esta condi-
ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
aguarde autorização do usuário ou administrador para
ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusive
ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes se-
rão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
figurado para permitir automaticamente o tráfego de de-
terminados tipos de dados, como requisições HTTP (veja Figura 91: Proxy
mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras,
como conexões a serviços de e-mail. Perceba que todo o fluxo de dados necessita
Perceba, como estes exemplos, tem políticas de um passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

firewall que são baseadas, inicialmente, em dois princí- exemplo, estabelecer regras que impeçam o acesso
pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli- de determinados endereços externos, assim como que
citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o proíbam a comunicação entre computadores internos e
que está explicitamente bloqueado. determinados serviços remotos.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando Este controle amplo também possibilita o uso do
determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança proxy para tarefas complementares: o equipamento
internos mais específicos ou oferecendo um reforço pode registrar o tráfego de dados em um arquivo de log;
extraem procedimentos de autenticação de usuários, por conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma
exemplo. espécie de cache (uma página Web muito acessada fica

54
guardada temporariamente no proxy, fazendo com que - Um firewall pode não ser capaz de impedir uma
não seja necessário requisitá-la no endereço original a atividade maliciosa que se origina e se destina à
todo instante, por exemplo); determinados recursos rede interna;
podem ser liberados apenas mediante autenticação do - Um firewall pode não ser capaz de identificar uma
usuário; entre outros. atividade maliciosa que acontece por descuido do
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja usuário - quando este acessa um site falso de um
visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis- banco ao clicar em um link de uma mensagem de
tentes na internet, fazendo com que, dependendo das e-mail, por exemplo;
circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija - Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou
muito trabalho de configuração para bloquear ou autori- atacantes experientes podem tentar descobrir ou
zar determinados acessos. explorar brechas de segurança em soluções do
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, tipo;
é conveniente mencionar uma solução chamada de pro- - Um firewall não pode interceptar uma conexão que
xy transparente. O proxy “tradicional”, não raramente, não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário
exige que determinadas configurações sejam feitas nas acessar a internet em seu computador a partir
ferramentas que utilizam a rede (por exemplo, um na- de uma conexão 3G (justamente para burlar as
vegador de internet) para que a comunicação aconteça restrições da rede, talvez), o firewall não conseguirá
interferir.
sem erros. O problema é, dependendo da aplicação, este
trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
Sistema antivírus
O proxy transparente surge como uma alternativa
para estes casos porque as máquinas que fazem parte Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus,
da rede não precisam saber de sua existência, dispensan- spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca
do qualquer configuração específica. Todo acesso é feito precisou formatar seu computador?
normalmente do cliente para a rede externa e vice-ver- Os vírus representam um dos maiores problemas
sa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e para usuários de computador. Para poder resolver esses
responder adequadamente, como se a comunicação, de problemas, as principais desenvolvedoras de softwares
fato, fosse direta. criaram o principal utilitário para o computador, os an-
É válido ressaltar que o proxy transparente também tivírus, que são programas com o propósito de detectar
tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou
«normal» é capaz de barrar uma atividade maliciosa, depois de ingressar no sistema.
como um malware enviando dados de uma máquina Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de pro-
para a internet; o proxy transparente, por sua vez, pode gramas de software que são implementados sem o con-
não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para sentimento (e inclusive conhecimento) do usuário ou
conseguir se comunicar externamente, o malware teria proprietário de um computador e que cumprem diver-
que ser configurado para usar o proxy «normal» e sas funções nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e
isso geralmente não acontece; no proxy transparente perda de dados, alteração de funcionamento, interrup-
não há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria ção do sistema e propagação para outros computadores.
normalmente. Os antivírus são aplicações de software projetadas
como medida de proteção e segurança para resguardar
Limitações dos firewalls os dados e o funcionamento de sistemas informáticos
caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas
comumente como vírus ou malware que tem a função de
#FicaDica alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos
computadores.
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que Um programa de proteção de vírus tem um funcio-
estas variam conforme o tipo de solução e namento comum que com frequência compara o código
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são
recursos de segurança bastante importantes, de cada arquivo que revisa com uma base de dados de
mas não são perfeitos em todos os sentidos. códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode
determinar se trata de um elemento prejudicial para o
sistema. Também pode reconhecer um comportamento
ou padrão de conduta típica de um vírus. Os antivírus
Seguem abaixo algumas dessas limitações: podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro
- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, do sistema como aqueles que procuram ingressar ou in-
mas comprometer o desempenho da rede (ou teragir com o mesmo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mesmo de um computador). Esta situação pode Como novos vírus são criados de maneira quase
gerar mais gastos para uma ampliação de infraes- constante, sempre é preciso manter atualizado o pro-
trutura capaz de superar o problema; grama antivírus de maneira de que possa reconhecer as
- A verificação de políticas tem que ser revista perio- novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode perma-
dicamente para não prejudicar o funcionamento necer em execução durante todo tempo que o sistema
de novos serviços; informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devi- ou série de arquivos cada vez que o usuário exija. Nor-
damente tratados por proxies já implementados; malmente, o antivírus também pode verificar e-mails e
sites de entrada e saída visitados.

55
Um antivírus pode ser complementado por outros
aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywa-
res que cumprem funções auxiliares para evitar a entrada
de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para man-
ter seu computador seguro, protegendo-o de programas
maliciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar
dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers es-
tão usando este mercado para enganar pessoas com fal-
sos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa
seu computador vulnerável aos ataques. Figura 92: Principais antivírus do mercado atual
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado
ao baixar programas de segurança em sites desconheci- Tipos de Vírus
dos, e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta
de informação. Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia”
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permi-
todos os arquivos que estão sendo ou e serão execu- tem a invasão de um computador alheio com espanto-
tados. Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo sa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso
tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um artefato militar fabricado pelos gregos espartanos. Um
espaço considerável (que é sempre muito precioso) em “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de
seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre grego”, que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo
os espaços do programa original, para não dar a menor o executa, o programa atua de forma diferente do que
pista de sua existência. era esperado.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque Ao contrário do que é erroneamente informado na
propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa- mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele
gados, o micro começa a travar, documentos que não não se reproduz e não tem nenhuma comparação com
são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mos- vírus de computador, sendo que seu objetivo é total-
tram mensagens chatas, outros mais elaborados fazem mente diverso. Deve-se levar em consideração, também,
estragos muito grandes. que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classi-
Existe uma variedade enorme de softwares antivírus ficam como tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, ex-
no mercado. Independente de qual você usa, mantenha- clusivamente, como definição para programas que cap-
-o sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos turam dados sem o conhecimento do usuário. O Cavalo
todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência de Tróia é um programa que se aloca como um arquivo
deles para proteger seu sistema operacional. no computador da vítima. Ele tem o intuito de roubar
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços informações como passwords, logins e quaisquer dados,
de atualização automática. Abaixo há uma lista com os sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando
antivírus mais conhecidos: a máquina contaminada por um Trojan conectar-se à In-
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br ternet, poderá ter todas as informações contidas no HD
- Possui versão de teste. visualizadas e capturadas por um intruso qualquer. Estas
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Pos- visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve
sui versão de teste. dentro de um computador alheio sabe as possibilidades
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga oferecidas.
e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun- Worms (vermes) podem ser interpretados como um
cionalidades). tipo de vírus mais inteligente que os demais. A princi-
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoft- pal diferença entre eles está na forma de propagação:
ware.com.br - Possui versão de teste. os worms podem se propagar rapidamente para outros
É importante frisar que a maioria destes desenvolve- computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma
dores possuem ferramentas gratuitas destinadas a re- rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de ma-
mover vírus específicos. Geralmente, tais softwares são neira discreta e o usuário só nota o problema quando o
criados para combater vírus perigosos ou com alto grau computador apresenta alguma anormalidade. O que faz
de propagação. destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail


em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema
de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio
que permita a contaminação de computadores (normal-
mente milhares) em pouco tempo.
Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não
serem necessariamente vírus, estes três nomes também
representam perigo. Spywares são programas que ficam
«espionando» as atividades dos internautas ou capturam

56
informações sobre eles. Para contaminar um computa- dem ser encontradas as melhores práticas para iniciar,
dor, os spywares podem vir embutidos em softwares implementar, manter e melhorar a gestão de segurança
desconhecidos ou serem baixados automaticamente da informação em uma organização.
quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso. Importante mencionar que conforme a ISO/IEC
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem 27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, que representa um ponto de vista, um dado processado
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. é o que gera uma informação. Um dado não tem valor
O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas. antes de ser processado, a partir do seu processamento,
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» ele passa a ser considerado uma informação, que pode
navegadores de Internet, principalmente o Internet Ex- gerar conhecimento, logo, a informação é o conheci-
plorer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página ini- mento produzido como resultado do processamento de
cial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe dados.
propagandas em pop-ups ou janelas novas, instala bar- De fato, com o aumento da concorrência de mercado,
ras de ferramentas no navegador e podem impedir aces- tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em to-
so a determinados sites (como sites de software antivírus, dos os níveis. Como resultado deste significante aumen-
por exemplo). to da interconectividade, a informação está agora expos-
Os spywares e os keyloggers podem ser identifica- ta a um crescente número e a uma grande variedade de
dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des- ameaças e vulnerabilidades.
tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix),
ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. “segurança da informação é a proteção da informação de
No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do
ferramenta desenvolvida especialmente para combater negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o re-
aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar torno sobre os investimentos e as oportunidades de ne-
no sistema operacional de uma forma que nem antivírus gócio, para isso é muito importante a confidencialidade,
nem anti-spywares conseguem “pegar”. integridade e a disponibilidade, onde:
Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de
A confidencialidade é a garantia de que a informa-
correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de
ção é acessível somente por pessoas autorizadas a terem
computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um
acesso (NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação
novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na
seja acessada por uma pessoa não autorizada, intencio-
rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a
nalmente ou não, ocorre a quebra da confidencialidade.
mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar
A quebra desse sigilo pode acarretar danos inestimáveis
em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem
para a empresa ou até mesmo para uma pessoa física.
hoax normalmente costuma dizer que a informação par-
Um exemplo simples seria o furto do número e da senha
tiu de uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e
que tal vírus poderá danificar a máquina do usuário. Des- do cartão de crédito, ou até mesmo, dados da conta ban-
considere a mensagem. cária de uma pessoa.
A integridade é a garantia da exatidão e completeza
Política de segurança da Informação da informação e dos métodos de processamento (NBR
ISO/IEC 27002:2005) quando a informação é alterada,
Hoje as informações são bens ativos da empresa, falsificada ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A
imagine uma Universidade perdendo todos os dados integridade é garantida quando se mantém a informação
dos seus alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com no seu formato original.
isso pode-se dizer que a informação se tornou o ativo A disponibilidade é a garantia de que os usuários
mais valioso das organizações, podendo ser alvo de uma autorizados obtenham acesso à informação e aos ati-
série de ameaças com a finalidade de explorar as vulne- vos correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/
rabilidades e causar prejuízos consideráveis. A informa- IEC 27002:2005). Quando a informação está indisponível
ção é encarada, atualmente, como um dos recursos mais para o acesso, ou seja, quando os servidores estão inope-
importantes de uma organização, contribuindo decisiva- rantes por conta de ataques e invasões, considera-se um
mente para a uma maior ou menor competitividade, por incidente de segurança da informação por quebra de
isso é necessária a implementação de políticas de segu- disponibilidade. Mesmo as interrupções involuntárias de
rança da informação que busquem reduzir as chances de sistemas, ou seja, não intencionais, configuram quebra
fraudes ou perda de informações. de disponibilidade.
A Política de Segurança da Informação é um docu-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mento que contém um conjunto de normas, métodos e


procedimentos, que obrigatoriamente precisam ser co-
municados a todos os funcionários, bem como analisado
e revisado criticamente, em intervalos regulares ou quan-
do mudanças se fizerem necessárias.
Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor-
mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC
27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas
para a gestão de segurança da informação, na qual po-

57
100 gigabytes de dados todas as noites quando talvez
PROCEDIMENTOS DE BACKUP 10 gigabytes de dados foram alterados não é uma boa
prática; por este motivo os backups incrementais foram
criados.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
Procedimentos de backup horário de alteração de um arquivo é mais recente que o
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão uma Instituição, onde todos os backups eram programa-
acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dos para a quarta-feira.
dados originais do disco rígido forem apagados ou subs- A vantagem principal em usar backups incrementais
tituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido é que rodam mais rápido que os backups completos. A
a um defeito do disco rígido, você poderá restaurar facil- principal desvantagem dos backups incrementais é que
mente os dados usando a cópia arquivada. para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces-
sário procurar em um ou mais backups incrementais até
Tipos de Backup encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de ar-
Fazer um backup é simples. Basta copiar os arqui- quivo completo, é necessário restaurar o último backup
vos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o completo e todos os backups incrementais subsequen-
backup. Mas e se eu alterar um arquivo? E se eu excluir tes. Numa tentativa de diminuir a necessidade de procu-
rar em todos os backups incrementais, foi implementada
acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrom-
uma tática ligeiramente diferente. Esta é conhecida como
peu? Bem, é aí que a coisa começa a ficar mais legal. É
backup diferencial.
nessa hora que entram as estratégias de backup.
Os backups diferenciais, também só copiam arquivos
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado
alterados desde o último backup, mas existe uma dife-
com backups, a maioria pensará que um backup é so- rença, eles mapeiam as alterações em relação ao último
mente uma cópia idêntica de todos os dados do com- backup completo, importante mencionar que essa téc-
putador. Em outras palavras, se um backup foi criado na nica ocasiona o aumento progressivo do tamanho do
noite de terça-feira, e nada mudou no computador du- arquivo.
rante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite Os backups delta sempre armazenam a diferença en-
de quarta seria idêntico àquele criado na terça. Apesar tre as versões correntes e anteriores dos arquivos, co-
de ser possível configurar backups desta maneira, é mais meçando a partir de um backup completo e, a partir daí,
provável que você não o faça. Para entender mais sobre a cada novo backup são copiados somente os arquivos
este assunto, devemos primeiro entender os tipos dife- que foram alterados enquanto são criados hardlinks para
rentes de backup que podem ser criados. Estes são: os arquivos que não foram alterados desde o último
backup. Esta é a técnica utilizada pela Time Machine da
• Backups completos; Apple e por ferramentas como o rsync.
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais; Mídias
• Backups delta; A fita foi o primeiro meio de armazenamento de da-
dos removível amplamente utilizado. Tem os benefícios
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de de custo baixo e uma capacidade razoavelmente boa de
todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os armazenamento. Entretanto, a fita tem algumas desvan-
dispositivos de backup correspondentes), independente tagens. Ela está sujeita ao desgaste e o acesso aos dados
de versões anteriores ou de alterações nos arquivos des- na fita é sequencial por natureza. Estes fatores significam
de o último backup. Este tipo de backup é o tradicional que é necessário manter o registro do uso das fitas (apo-
e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quan- sentá-las ao atingirem o fim de suas vidas úteis) e tam-
do pensam em backup: guardar TODAS as informações. bém que a procura por um arquivo específico nas fitas
pode ser uma tarefa longa.
Outra característica do backup completo é que ele é o
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados
ponto de início dos outros métodos citados abaixo. To-
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar-
dos usam este backup para assinalar as alterações que
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos,
deverão ser salvas em cada um dos métodos.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos sentido. A razão principal para usar drives de disco como
para a mídia de backup. Conforme mencionado anterior- um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de
mente, se os dados sendo copiados nunca mudam, cada armazenamento em massa mais rápido. A velocidade
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

backup completo será igual aos outros. Esta similaridade pode ser um fator crítico quando a janela de backup do
ocorre devido ao fato que um backup completo não ve- seu centro de dados é curta e a quantidade de dados a
rifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; serem copiados é grande.
copia tudo indiscriminadamente para a mídia de backup, O armazenamento deve ser sempre levado em con-
tendo modificações ou não. Esta é a razão pela qual os sideração, onde o administrador desses backups deve se
backups completos não são feitos o tempo todo. Todos preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda ade-
os arquivos seriam gravados na mídia de backup. Isto sig- quadamente às necessidades de todos, e também asse-
nifica que uma grande parte da mídia de backup é usada gurar que os backups estejam disponíveis para a pior das
mesmo que nada tenha sido alterado. Fazer backup de situações.

58
Após todas as técnicas de backups estarem efetivadas Computação na nuvem (cloud computing)
deve-se garantir os testes para que com o passar do tem- Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela
po não fiquem ilegíveis. internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli-
Recomendações para proteger seus backups cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
Fazer backups é uma excelente prática de seguran- diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que os dados não se encontram em um computador específi-
você esteja a salvo no dia em que precisar deles: co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o
Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
e, se for possível, em algum recipiente à prova de como o One Drive.
incêndios, como os cofres onde você guarda seus Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é
documentos e valores importantes. possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra-
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer
mantenha em lugares separados. lugar — é justamente por isso que o seu computador
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati-
é melhor comprimir os arquivos que já sejam mui- vos a partir de qualquer computador que tenha acesso
to antigos (quase todos os programas de backup à internet.
contam com essa opção), assim você não desper-
diça espaço útil. #FicaDica
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira Basta pensar que, a partir de uma conexão
que sua informação fique criptografada o suficien- com a internet, você pode acessar um servi-
te para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua dor capaz de executar o aplicativo desejado,
informação é importante para seus entes queridos, que pode ser desde um processador de tex-
implemente alguma forma para que eles possam tos até mesmo um jogo ou um pesado editor
saber a senha se você não estiver presente. de vídeos. Enquanto os servidores executam
um programa ou acessam uma determinada
VPN informação, o seu computador precisa ape-
É o acrônimo de (Virtual Private Network), que signifi- nas do monitor e dos periféricos para que
ca Rede Particular Virtual, que define-se como a conexão você interaja.
de dois computadores utilizando uma rede pública (In-
ternet), imagine uma empresa que quer ligar suas filiais,
esse é um caso clássico, ou também pensando na mo-
dalidade de trabalho homeoffice, em que o funcionário
pode, da casa dele, acessar todos seus arquivos e softwa- ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM
res específicos da empresa. (CLOUD STORAGE)
A palavra tunelamento é algo normal ao se trabalhar
com VPNs, é como se criasse um túnel para que os dados
possam ser enviados sem que outros usuários tenham “Prezado candidato, o tópico acima foi abordado na
acesso. íntegra em: Computação na nuvem (cloud computing)”
Para criar uma rede VPN não é preciso mais do que
dois (ou mais) computadores conectados à Internet e um
programa de VPN instalado em cada máquina. O proces-
so para o envio dos dados é o seguinte:

• Os dados são criptografados e encapsulados.


• Algumas informações extras, como o número de IP
da máquina remetente, são adicionadas aos da-
dos que serão enviados para que o computador
receptor possa identificar quem mandou o pacote
de dados.
• O pacote contendo todos os dados é enviado por
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

meio do “túnel” criado até o computador de des-


tino.
• A máquina receptora irá identificar o computador
remetente por meio das informações anexadas ao
pacote de dados.
• Os dados são recebidos e desencapsulados.
• Finalmente os dados são descriptografados e arma-
zenados no computador de destino

59
7. (TRE-BA – CONHECIMENTOS GERAIS – NÍVEL MÉ-
DIO – CESPE – 2017) Tendo como referência a imagem
HORA DE PRATICAR! precedente, que ilustra uma tela do Windows Explorer,
assinale a opção correspondente ao local apropriado
1. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - para o usuário criar atalhos ou armazenar livremente ar-
ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema quivos de uso corrente ou a que deseje ter acesso mais
operacional (ambientes Linux e Windows) e de redes de facilmente.
computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema ope-
racional aberto, o Linux, comparativamente aos demais
sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de
armazenamento de dados em nuvem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acer-


ca de organização e gerenciamento de informações, ar-
quivos, pastas e programas, de segurança da informação
e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens
subsequentes.1Um arquivo é organizado logicamente
em uma sequência de registros, que são mapeados em
blocos de discos. Embora esses blocos tenham um ta- a)
manho fixo determinado pelas propriedades físicas do b)
disco e pelo sistema operacional, o tamanho do registro c)
pode variar. d)
e)
( ) CERTO ( ) ERRADO
8. ((PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – TÉCNICO MUNI-
3. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO- CIPAL – NÍVEL MÉDIO/NÍVEL VII-A – TRANSCRITOR E
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ADAPTADOR DE SISTEMA BRAILLE – CESPE – 2017)
ordenar, por data, os registros inseridos na planilha, é Uma escola recebeu uma impressora braille nova. No
suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no momento de sua instalação, verificou-se que a esco-
menu Dados e, na lista disponibilizada, clicar ordenar la dispunha de apenas um notebook com as seguintes
data. conexões: duas entradas USB 2.0, entrada USB 3.0, uma
entrada HDMI, entrada VGA, uma entrada para cartão de
( ) CERTO ( ) ERRADO memória. Para que a impressora funcione corretamente
com esse notebook, é necessário:
4. (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA-
LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com a) conectar a impressora ao computador por meio de um
relação a redes de computadores, julgue os próximos cabo USB 2.0 ou um cabo conversor de porta paralela
itens.5Uma rede local (LAN — local area network) é ca- serial para USB 2.0.
racterizada por abranger uma área geográfica, em teoria, b) instalar um hardware conversor de impressão em tinta
ilimitada. O alcance físico dessa rede permite que os da- em impressão em braille, conectado ao notebook via
dos trafeguem com taxas acima de 100 Mbps. cartão de memória.
c) conectar a impressora pela entrada VGA, liberando-se
( ) CERTO ( ) ERRADO as entradas USB para outros dispositivos
d) usar um cabo HDMI Full HD com blindagem, tendo em
5. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - vista uma melhor qualidade na passagem de dados e
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifi- a maior durabilidade do cabo.
cação digital, julgue os itens que se seguem.O certificado e) um cabo de impressora que converta a entrada USB
digital revogado deve constar da lista de certificados re- 2.0 para MiniUSB, pois a impressora braille tem uma
vogados, publicada na página de Internet da autoridade conexão analógica.
certificadora que o emitiu.
9. (SEDF - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA - IN-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRADO FORMÁTICA - CESPE /2017) Acerca dos sistemas de en-


trada, saída e armazenamento em arquiteturas de com-
6. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - putadores, julgue o item que se segue.
ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação, CD-ROM, pendrive e impressora são exemplos de dispo-
julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim sitivos de entrada e saída do tipo bloco.
denominado em virtude de diversas analogias poderem
ser feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO

60
10. (TRE-BA – CONHECIMENTOS GERAIS – NÍVEL MÉ- 15. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMEN-
DIO – CESPE – 2017) O procedimento utilizado para TOS BÁSICOS – TÉCNICO MUNICIPAL – NÍVEL SUPE-
atribuir integridade e confidencialidade à informação, de RIOR – CESPE – 2017) A humanidade vem passando por
modo que mensagens e arquivos trocados entre dois ou um processo de revolução tecnológica sem precedentes
mais destinatários sejam descaracterizados, sendo impe- em sua história cujo maior exemplo é o advento da Inter-
didos leitura ou acesso ao seu conteúdo por outras pes- net. A respeito da Internet e dos aspectos a ela relaciona-
soas, é denominado: dos, assinale a opção correta.
a) criptografia
a) As informações pessoais disponibilizadas na Internet
b) engenharia social
são de domínio privado e seu acesso por aplicativos é
c) antivírus
d) firewall proibido.
e) becape b) A Internet, embora tenha impactado as relações
sociais, manteve inalteradas as formas de consumo.
11. (TRE-BA – CONHECIMENTOS GERAIS – NÍVEL SU- c) A utilidade da Internet à pesquisa é restrita, por causa
PERIOR – CESPE – 2017) Assinale a opção que apresenta da quantidade de informações falsas disponibilizadas
a solução que permite filtrar tentativas de acessos não na rede.
autorizados oriundos de outros ambientes e redes exter- d) Com a Internet, uma nova modalidade de contravenção
nas, contribuindo para a melhora do estado de seguran- surgiu: o cybercrime, que se manifesta nas ações dos
ça da informação de ambientes computacionais. hackers.
e) A Internet é acessível às diferentes classes sociais dos
a) certificado digital mais diversos países.
b) chave de criptografia
c) rootkits 16. (SEDF – TÉCNICO DE GESTÃO EDUCACIONAL –
d) firewall APOIO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2017) Com re-
e) antivírus lação aos conceitos básicos e modos de utilização de
tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
12. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN- associados à Internet e à intranet, julgue o próximo item.
CIÁRIA – CESPE – 2017) Praga virtual que informa, por Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na
meio de mensagem, que o usuário está impossibilitado Internet para diversas finalidades, ainda não é possível
de acessar arquivos de determinado equipamento por- extrair apenas o áudio de um vídeo armazenado na In-
que tais arquivos foram criptografados e somente po-
ternet, como, por exemplo, no Youtube <http://www.
derão ser recuperados mediante pagamento de resgate
youtube.com>.
denomina-se:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) ransomware.
b) trojan.
c) spyware. 17. (SEDF – TÉCNICO DE GESTÃO EDUCACIONAL –
d) backdoor. APOIO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2017) Com re-
e) vírus. lação aos conceitos básicos e modos de utilização de
tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
13. (FUB – CONHECIMENTOS BÁSICOS – APOIO AD- associados à Internet e à intranet, julgue o próximo item.
MINISTRATIVO – CESPE – 2016) Com relação a geren- É correto conceituar intranet como uma rede de informa-
ciamento de arquivos e segurança da informação, julgue ções internas de uma organização, que tem como obje-
o seguinte item. tivo compartilhar dados e informações para os seus co-
Enquanto estiver conectado à Internet, um computador laboradores, usuários devidamente autorizados a acessar
não será infectado por worms, pois este tipo de praga essa rede.
virtual não é transmitido pela rede de computadores.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
18. (SEDF – TÉCNICO DE GESTÃO EDUCACIONAL –
14. (TRE-BA – CONHECIMENTOS GERAIS – NÍVEL SU- APOIO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2017) Com re-
PERIOR – CESPE – 2017) Para responder uma mensagem lação aos conceitos básicos e modos de utilização de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de correio eletrônico e, simultaneamente, encaminhá-la tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos


para todos os endereços de email constantes no campo associados à Internet e à intranet, julgue o próximo item.
Para: (ou To) e no campo Cópia: (ou Copy) no cabeçalho Cookies são arquivos enviados por alguns sítios da In-
da mensagem recebida, o usuário deve utilizar a opção: ternet aos computadores dos usuários com o objetivo
de obter informações sobre as visitas a esses sítios; no
a) encaminhar mensagem. entanto, o usuário pode impedir que os cookies sejam
b) encaminhar mensagem para todos os destinatários. armazenados em seu computador.
c) responder para todos.
d) responder para o remetente. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) responder com cópia oculta.

61
19 (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCI- 21. (SEDF – TÉCNICO DE GESTÃO EDUCACIONAL –
ÁRIA – CESPE – 2017) Determinado usuário, que dis- APOIO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2017) Julgue o
põe de um arquivo Excel com as planilhas Plan1, Plan2 e próximo item, relativo aos aplicativos para edição de
Plan3, deseja realizar, na Plan1, um cálculo na célula A1, textos, planilhas e apresentações do ambiente Microsoft
cujo resultado deve ser a soma dos valores presentes na Office 2013.
célula A1, da Plan2, e na célula A1, da Plan3. O usuário: Uma apresentação criada no PowerPoint 2013 não po-
derá ser salva em uma versão anterior a esta, visto que a
a) poderá realizar o cálculo desejado com a digitação versão de 2013 contém elementos mais complexos que
da fórmula =Soma(Plan2.A1,Plan3.A1) na célula A1 da as anteriores.
Plan1. Caso os valores na célula A1 da Plan2 e(ou) na
célula A1 da Plan3 sejam alterados, será atualizado o ( ) CERTO ( ) ERRADO
valor na célula A1 da Plan1.
b) poderá realizar o cálculo desejado com a digitação da 22. (SEDF – TÉCNICO DE GESTÃO EDUCACIONAL –
fórmula =Plan2! A1+Plan3! A1 na célula A1 da Plan1. APOIO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2017) Julgue o
Caso os valores na célula A1 da Plan2 e(ou) na célula próximo item, relativo aos aplicativos para edição de
A1 da Plan3 sejam alterados, será atualizado o valor na textos, planilhas e apresentações do ambiente Microsoft
célula A1 da Plan1. Office 2013.
c) poderá realizar o cálculo desejado com a digitação da No Word 2013, ao se clicar, com o botão esquerdo do
fórmula =A1(Plan2)+A1(Plan3) na célula A1 da Plan1. mouse, a seta no botão , localizado na guia Página
Caso os valores na célula A1 da Plan2 e(ou) na célula Inicial, grupo Fonte, serão mostradas opções para subli-
A1 da Plan3 sejam alterados, o valor na célula A1 da nhar um texto, tais como sublinhado duplo e sublinhado
Plan1 será atualizado. tracejado.
d) não poderá realizar o cálculo desejado, já que, por
questão de segurança, é vedada a referência entre ( ) CERTO ( ) ERRADO
planilhas. Ademais, no Excel, alterações de valores em
células de origem não permitem que os valores sejam 23. (SEDF – TÉCNICO DE GESTÃO EDUCACIONAL –
atualizados na célula que contém a fórmula. APOIO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2017) Julgue o
e) não poderá realizar o cálculo desejado, uma vez que, próximo item, relativo aos aplicativos para edição de
no Excel, é vedado o uso de endereços de outras textos, planilhas e apresentações do ambiente Microsoft
planilhas em fórmulas. Para solucionar o problema, o Office 2013.
usuário deverá copiar os dados das planilhas Plan2 e Uma forma de realçar uma palavra, em um documento
Plan3 para a planilha Plan1 e, em seguida, realizar o no Word 2013, é adicionar um sombreamento a ela; no
cálculo. entanto, esse recurso não está disponível para aplicação
a um parágrafo selecionado.
20. (TRE-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – APOIO AD-
( ) CERTO ( ) ERRADO
MINISTRATIVO – CESPE – 2017) Com referência aos
ícones da interface de edição do MS Word disponíveis
24. (SEDF – TÉCNICO DE GESTÃO EDUCACIONAL –
na guia Página Inicial, assinale a opção que apresenta,
APOIO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2017) Julgue o
na respectiva ordem, os ícones que devem ser acionados
próximo item, relativo aos aplicativos para edição de
para se realizarem as seguintes ações: aumentar em um
textos, planilhas e apresentações do ambiente Microsoft
ponto o tamanho da fonte; ativar estrutura de tópicos;
Office 2013.
alinhar texto à direita; alterar o espaçamento entre linhas
No canto esquerdo superior da janela inicial do Excel
de texto.
2013, consta a informação acerca do último arquivo
acessado bem como do local onde ele está armazenado.
a) ( ) CERTO ( ) ERRADO

25. (TRT/MT - 2015 - CESPE - Analista Judiciário)


b) Serviços de cloud storage (armazenagem na nuvem)

a) aumentam a capacidade de processamento de


c) computadores remotamente.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

b) aumentam a capacidade de memória RAM de


computadores remotamente.
d) c) suportam o aumento da capacidade de processamento
e armazenamento remotamente.
d) suportam o aumento da capacidade dos recursos da
e) rede de computadores localmente.
e) suportam cópia de segurança remota de arquivos.

62
26. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes
de computadores, julgue os itens subsequentes. Lista de GABARITO
discussão é uma ferramenta de comunicação limitada a
uma intranet, ao passo que grupo de discussão é uma 1 Errado
ferramenta gerenciável pela Internet que permite a um 2 Certo
grupo de pessoas a troca de mensagens via email entre 3 Errado
todos os membros do grupo. 4 Errado
5 Certo
6 Certo
( ) CERTO ( ) ERRADO
7 B
8 A
9 Errado
10 A
11 D
12 A
13 Errado
14 C
15 D
16 Errado
17 Certo
18 Certo
19 B
20 A
21 Errado
22 Certo
23 Errado
24 Certo
25 E
26 Errado

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

63
ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

64
ÍNDICE

RACIOCÍNIO LÓGICO

Estruturas lógicas........................................................................................................................................................................ 01
Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões................................................................. 03
Lógica sentencial (ou proposicional).................................................................................................................................... 09
Proposições simples e compostas......................................................................................................................................... 09
Tabelas verdade. ........................................................................................................................................................................ 12
Equivalências............................................................................................................................................................................... 23
Leis de De Morgan..................................................................................................................................................................... 23
Diagramas lógicos...................................................................................................................................................................... 28
Lógica de primeira ordem........................................................................................................................................................ 31
Princípios de contagem e probabilidade.............................................................................................................................. 31
Operações com conjuntos........................................................................................................................................................ 33
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais........................................................... 36
Sabendo disso, uma questão importante tem que ser
ESTRUTURAS LÓGICAS respondida: como realmente podemos identificar uma
proposição? A única técnica direta que temos é verifi-
car se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso a
elas. Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita
CONCEITO FUNDAMENTAL muito o trabalho de identificação de uma proposição e é
frequentemente cobrada em concursos públicos.
A Preposição A técnica consiste em sabermos o que não é pro-
posição e por eliminação, achar a proposição. A seguir,
No ensino fundamental, nos ensinam que os seres seguem exemplos do que não é proposição e a reco-
humanos são diferentes dos outros animais e a justifica- mendação é que se memorizem esses tipos para facilitar
tiva é que os humanos pensam e os animais não pensam. na hora da prova:
Porém, temos animais com inteligência suficiente para i.) Sentenças Imperativas:  Todas as declarações que
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés remeterem a uma ordem não são proposições.
e os golfinhos. Assim, qual é o real motivo que nos dife- Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não
renciam de todos os outros seres vivos? faça isso”.
A resposta envolve não somente o ato se pensar
como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi-
a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré- nidas como proposições:
-História e História. Os registros por escrito guardaram Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”,
os pensamentos de nossos antepassados, proporcionan- “Onde está minha carteira?”
do as gerações futuras, dados importantíssimos para se
ir além daquilo que já foi feito. iii.) Sentenças Exclamativas:
Porém, acabou surgindo o grande desafio que nor- Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”,
teou a disciplina de lógica: Como interpretar esses re- “Não concordo com isto!”
gistros?
A grande diferença do ser humano em relação aos iv.) Sentenças que não tem verbo: 
outros seres vivos está nesse ponto, pois tão importante Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”.
é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar
a mesma. Assim, nossa mente é capaz de receber dados v.) Sentenças abertas:  Este tipo de sentença possui
e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está dire- uma grande quantidade de exemplos e os exem-
tamente ligada ao raciocínio lógico. plos são importantes para sabermos identifica-las:
Muitos pensam que essa disciplina está voltada ape- Ex: “x é menor que 7 ou x < 7” – Essa expressão por
si só é genérica pois não temos informações de x
nas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para
para saber se ele é ou não menor que 7.Entretanto,
o público em geral e aqui seguem alguns exemplos que
caso seja atribuído um valor a x, essa sentença se
provam nosso conceito:
tornará uma proposição, pois será possível atribuir
VERDADEIRO ou FALSO a sentença original. Assim,
- Um advogado reúne todas as informações dos au-
a expressão “Para x=5, tem-se que: 5 é menor que
tos do processo e através do Raciocínio Lógico,
7” é uma proposição e é VERDADEIRA. Por outro
elabora sua tese de acusação ou defesa;
lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é menor que 7” é
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a
uma proposição mas é FALSA.
partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico
Ex: “z é a capital da França” – As sentenças abertas
e propor um tratamento;
não necessariamente são números, como mostra
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios
o exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a
mensais consegue definir o plano de ação para es-
sentença virará proposição e será FALSA. Se z = Pa-
timular o crescimento da companhia.
ris, a proposição será VERDADEIRA.
Todos os exemplos acima mostram como será o estu-
Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensa-
do da disciplina, onde receberemos informações e delas
mento
extrairemos respostas ou em outras palavras, conclusões.
No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma
Definido o que é preposição, podemos aprofundar
particularidade: Elas sempre serão declarações onde po-
o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
deremos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA
que norteiam a lógica:
ou FALSA. Essas declarações serão chamadas de PRO-
RACIOCÍNIO LÓGICO

POSIÇÕES.
1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição
As proposições são a base do pensamento lógico. ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sem-
Este pensamento pode ser composto por uma ou mais pre um destes casos e nunca um terceiro”.
sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa.
É importante ressaltar que objetivo fundamental de uma Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con-
proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou fundem em questões de concursos públicos quando
juízos que formamos a respeito das coisas.

1
aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FALSO” ou As sentenças compostas dos exemplos acima não são
“NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer proposição ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas
lógica será verdadeira ou falsa, não existe uma terceira por outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem
opção. alguns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próxi-
mo capítulo:
2) Principio da identidade: “Se uma proposição é T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro.
verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam- U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro.
bém será verdadeiro”.

Esse principio coloca que se duas proposições que FIQUE ATENTO!


apresentam a mesma informação mas são escritas de As proposições compostas irão nortear seus
maneiras distintas, devem possuir o mesmo valor lógico. estudos nos próximos capítulos, então aten-
Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho que João” e te-se a saber como dividir as proposições
“João é 5 anos mais novo que Bruno”. As duas propo- compostas em duas ou mais proposições
sições dizem a mesma coisa mas de maneira diferente. simples!
Portanto se uma delas é verdadeira, a outra deve ser.

3) Princípio da não contradição: “Uma proposição


não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tem- EXERCÍCIO COMENTADO
po”
1. (SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTA-
Esse axioma é importante, pois a partir do momento DUAIS – FCC – 2006) Das cinco frases abaixo, quatro
em uma proposição recebe um valor lógico, ele deve ser delas têm uma mesma característica lógica em comum,
carregado em toda a análise para evitar contradições. enquanto uma delas não tem essa característica. 

Tipos de proposições I. Que belo dia! 


II. Um excelente livro de raciocínio lógico. 
Existem dois tipos de proposições: Simples e Compostas III. O jogo terminou empatado? 
As proposições simples são aquelas que não con- IV. Existe vida em outros planetas do universo. 
têm nenhuma outra proposição como parte de si mes- V. Escreva uma poesia. 
ma. São, geralmente, designadas por letras minúsculas
do alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de A frase que não possui essa característica comum é a
uma proposição que não se consegue dividi-la em partes
menores, de tal maneira que as partes divididas gerem a) I
novas proposições. Exemplos: b) II
p – O rato comeu o queijo; c) III
q – Astolfo é advogado; d) IV
r – Hermenegildo gosta de pizza; e) V
s – Raimunda adora samba.
Resposta: Letra D. Podemos interpretar do exercício
Já as proposições compostas são formadas por uma que o mesmo quer a identificação da proposição. As
ou mais proposições que podem ser divididas, formando alternativas A,B,C e E são respectivamente sentenças
proposições simples. São, geralmente, designadas por exclamativas, sem verbo, interrogativa e imperativa, o
letras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos: que não as caracterizam como proposições. Já a al-
P – O rato é branco e comeu o queijo; ternativa D é uma sentença que pode ser classificada
Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol; como verdadeira ou falsa, caracterizando uma propo-
R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva; sição.
S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho.

Veja que as proposições acima podem ser divididas 2. (NOVA CONCURSOS – 2018) Assinale a alternativa
em duas partes. Observe: que representa um não cumprimento das 3 leis de pen-
samento da lógica 

a) Se Abelardo é mais alto que Hormindo, pelo princípio


RACIOCÍNIO LÓGICO

da identidade posso dizer que Hormindo é mais baixo


que Abelardo.
b) A proposição “Choveu está manhã na cidade” pode
ser considerada “meia verdade” se apenas uma leve
garoa atingir a cidade.
c) O réu no processo afirmou que não estava dirigindo
embriagado, porém o mesmo foi encontrado sentado

2
no banco do motorista durante a abordagem policial, é a estrutura particular dele. Quanto tivermos um argu-
caracterizando uma contradição. mento composto por 2 (duas) premissas e a conclusão,
d) Eu sou milionário pois tenho patrimônio acima de 1 ele será considerado um caso particular e terá o nome
milhão de reais. Josevaldo possui menos que 1 milhão de silogismo.
e não pode ser considerado um milionário. Ambos os argumentos foram conclusões verdadei-
e) Não estava presente para afirmar que foi o gato que ras das premissas que consideramos. Neste caso, iremos
derrubou o vaso. classifica-los como argumentos válidos, ou seja, as pre-
missas levam a esta conclusão.
Resposta: Letra B. Não existe “meia verdade” dentro A oposição disso é justamente uma ou mais premis-
da lógica. As proposições receberão apenas dois valo- sas falharem na conclusão, e isso tornará o argumento
res lógicos: Verdadeiro ou Falso. inválido, pois não atende integralmente todas as premis-
sas.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, IN- Outro caso de argumentos que podem ser cobrados
FERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES são aqueles que envolvem conectivos lógicos, como por
exemplo, neste exercício que caiu em um concurso:

LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

Tanto o argumento, quanto a proposição, formam as


bases para o estudo da lógica. Todavia, a proposição ain-
da continua sendo o elemento fundamental, pois a partir
dela que são construídos os argumentos. Mas afinal de Se considerarmos as proposições:
contas, o que é um Argumento? Essa definição é impor-
tante para o seguimento do capítulo e será apresentada
a seguir.
Um argumento é feito de uma composição de duas
ou mais proposições. Diferentemente de uma proposi-
ção composta, o argumento apresenta as proposições
de maneira separada, classificando-as em dois tipos: Ou seja, toda a argumentação é montada sob propo-
Premissas e Conclusão. As premissas são as bases e as sições compostas ligadas pelos conectivos lógicos. Nos
informações que irão nortear a Conclusão (que é única, concursos públicos, isso pode aparecer diretamente, ou
apenas 1 proposição pode ser a conclusão). Assim, a es- em forma de frases onde o leitor deverá convertê-la para
trutura básica de um argumento é: Premissas Conclusão. expressões lógicas. Para verificar se o argumento é válido
Normalmente, os argumentos são apresentados na ou não, usaremos as técnicas apresentadas a seguir.
forma vertical, separando as premissas e a conclusão por
um traço, desta maneira: ANÁLISE DA VALIDADE DOS ARGUMENTOS

Normalmente quando os argumentos são analisados,


a primeira estratégia pensada é o uso dos diagramas de
conjuntos, ou conhecidos também como diagramas de
Euler. Essa estratégia será a primeira a ser apresentada
nesta seção, porém, é importante que fique claro que
As três premissas informam que há uma caracterís- ela funciona em alguns casos específicos e que em casos
tica genética de olhos azuis na família, onde seu pai e onde o argumento foi construído sob conectivos lógicos
você possuem olhos azuis. Dadas essas informações, (exemplo anterior), sua praticidade não é encontrada.
concluiu-se que seu filho terá a mesma característica, ou Logo, serão apresentadas 4 estratégias definitivas para
seja, olho azul. se resolver qualquer problema de argumentação.
Como este argumento é mais genérico, vamos a um
mais direto que vocês irão lidar em seus concursos:
FIQUE ATENTO!
Vocês encontrarão exercícios onde mais de
uma técnica pode ser usada para sua reso-
lução. Esta apostila será uma referência para
RACIOCÍNIO LÓGICO

sugestão de qual técnica utilizar. Caso con-


siga resolver por outra técnica, é um ponto
A argumentação apresenta que o grupo denominado a mais no seu aprendizado.
“brasileiros” pertence em sua integralidade ao conjunto
“devedores”. Assim, se eu pertenço ao grupo dos “brasi-
leiros”, naturalmente estarei no grupo “devedores”.
Um ponto importante a se ressaltar neste exemplo

3
Diagramas de Conjuntos (Euler) portante frisar que sabemos que parte das mulheres não
são morenas mas isso não pode interferir na validade do
A análise de argumentos usando os diagramas de argumento. A única coisa que devemos ver sob o ponto
conjuntos só é efetivamente vantajosa se os argumentos de vista lógico é que se as premissas forem verdadeiras,
forem montados com proposições categóricas (capítulo temos que ter a conclusão verdadeira.
5). Ou seja, as premissas devem conter as expressões que Vamos agora com um exemplo de argumento inváli-
designam este tipo, como todo, nenhum, algum e al- do. Observem:
gum não. Algumas variações podem existir, como pelo
menos um e cada um, mas sempre serão remetidas as
proposições que aprendemos no capítulo anterior.
Este método prevê que desenharemos as premissas
dentro de cada conjunto correspondente, procurando as
interseções entre eles. Após a construção do diagrama, Repetindo a estratégia do exemplo anterior, temos
verifica-se a validade do argumento. que a primeira premissa nos mostra que o conjunto
Exemplo: “convidados” está dentro ou é coincidente ao conjunto
“parentes”:

O ponto chave da lógica da argumentação é verificar


se a conclusão é uma consequência lógica das premissas.
Isso será feito neste caso usando os conjuntos. A primei-
ra proposição diz que todas as mulheres são morenas,
assim o conjunto “mulheres” está dentro ou é coinciden-
te ao conjunto “morenas”:

ou

A segunda proposição diz que nenhuma morena can-


ta, ou seja, não há intersecção entre esses conjuntos:

A segunda premissa nos mostra que Roberto não é


um convidado. Neste caso, veja que temos três possi-
bilidades, duas no primeiro caso da premissa e um no
segundo caso. A posição de Roberto está indicada com
um “X”:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Assim, a conclusão torna-se válida pois o conjunto


mulheres também não possui intersecção com o conjun-
tos “cantoras”, tornando assim o argumento válido. É im-

4
ou lógicos e temos uma proposição simples no terceiro ar-
gumento. Assim, vamos adotar a estratégia de premissas
verdadeiras, ou seja:

Na terceira proposição, temos que R é verdadeiro e


a partir disso, para a segunda premissa ser verdadeira,
ou temos que ter ~Q=V, ou seja Q=F.
Esse resultado implica na primeira premissa, pois se
Q=F, para a condicional ser verdadeira, precisaremos ter
que P seja falso, ou seja, P=F .
Com os três valores lógicos, podemos avaliar a con-
clusão, onde se P=F, temos ~P=V, tornando a conclusão
verdadeira e o argumento válido.
Se após essas associações tivéssemos encontrado
~P=F, teríamos uma contradição, o que tornaria o argu-
mento inválido.

Tabela verdade
A conclusão nos fala que Roberto não é parente, o
O método de resolução do argumento por tabela ver-
que é verdade na segunda e na terceira possibilidade.
dade é utilizado quando não se consegue resolver pe-
Na primeira, ambas as premissas são atendidas mas a
los dois métodos anteriores, ou seja, quando não temos
conclusão é falsa, já que Roberto está dentro do conjunto
proposições categóricas ou quando não temos premis-
parentes.
sas sob a forma de proposições simples ou uma delas
Quando uma ou mais das possibilidades falha, não
sendo uma conjunção. Entretanto, mesmo para o caso
temos garantia integral do argumento, tornando-o invá-
onde o método de premissas verdadeiras é aplicável, a
lido.
tabela verdade pode ser utilizada, tornando um método
mais genérico.
Premissas verdadeiras
A resolução se baseia na construção da tabela verda-
de e temos que olhar as linhas correspondentes a todas
A segunda estratégia já envolve premissas que não
as premissas possuírem o valor VERDADEIRO. Se nessa
tenham as proposições categóricas. Ela é eficiente quan-
linha, a conclusão também for VERDADEIRA, temos um
do ao menos uma das proposições é simples, ou seja,
argumento válido, caso contrário, ele será inválido.
não há nenhum conectivo lógico com ela ou se temos
uma das premissas com uma conjunção, pois assim con-
seguimos valorar logicamente as proposições simples FIQUE ATENTO!
que a compõe. Lembre-se que a quantidade de linhas da ta-
Para avaliar a validade do argumento, basta adotar bela-verdade é calculada em função da quan-
que todas as premissas são verdadeiras e a partir da pro- tidade de proposições simples que formam
posição simples, verificar se a conclusão mantém-se ver- as premissas. Quanto maior o problema, mais
dadeira. trabalhoso será a sua resolução!
Se o resultado da conclusão for verdadeiro, o argu-
mento é válido, caso contrário, se a conclusão for falsa
ou se você não conseguir definir seu valor lógico, ele será Vamos analisar um exemplo passo a passo:
inválido. Analise o argumento a seguir e verifique se ele é vá-
Vamos a um exemplo: lido
Se Pablo é ator e Irene é médica, então João é carpin-
RACIOCÍNIO LÓGICO

teiro.
João não é carpinteiro ou Irene é médica.
Logo, Pablo não é ator ou Irene não é médica.
Passando para a linguagem lógica, temos que:

Esse argumento está montado apenas com os valores

5
Observe que este argumento possui duas premissas e uma conclusão, porém é formado por três proposições sim-
ples. Assim, a tabela-verdade terá 8 linhas e não 4. Construindo a base da tabela:

p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

As próximas duas colunas serão correspondentes à primeira premissa:

p q r

V V V V V
V V F V F
V F V F V
V F F F V
F V V F V
F V F F V
F F V F V
F F F F V

As duas colunas seguintes são correspondentes à segunda premissa:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒓 ∨ 𝒒

V V V V V F V
V V F V F V V
V F V F V F F
V F F F V V V
F V V F V F V
F V F F V V V
F F V F V F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F F F V V V

6
Agora, as próximas três colunas se referem a conclusão:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒
~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Com a tabela construída, temos que identificar as linhas que possuem ambas as premissas verdadeiras, ou seja, te-
mos que analisar a quinta e sétima colunas, procurando as linhas em que ambas são V. Se observarmos, encontraremos
a primeira, quarta, quinta, sexta e oitava linhas nesta configuração:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Observando essas cinco linhas, temos que a conclusão (última coluna) é VERDADEIRA em quatro delas, excetuan-
do-se apenas a primeira linha, onde a conclusão, assim, como nem todos os casos foram atendidos, o argumento é
inválido. Vale lembrar que basta 1 caso FALSO para o argumento não ser válido.

Conclusão Falsa

Para os casos onde temos um número de proposições simples maior (acima de 3), uma alternativa ao invés de se
aplicar uma tabela verdade que terá muitas linhas será o método da conclusão Falsa, ou seja, considera-se o valor ló-
gico FALSO na conclusão além de considerar as premissas VERDADEIRAS. Se este caso existir, teremos um argumento
inválido, caso contrário, ele será válido. Este método funciona bem quando a conclusão é uma condicional ou uma
conjunção, pois conseguiremos atribuir valores lógicos a todas as proposições simples que a compõe.
Observe o exemplo a seguir, extraído do livro Raciocínio Lógico Simplificado, de Sérgio Carvalho e Weber Campos,
um dos livros que usamos como referência para montar esta apostila:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Temos 4 proposições simples formando o argumento, o que faria a tabela-verdade ter 16 linhas. Se tentarmos pelo
método de premissas verdadeiras, teríamos muitos casos a analisar, uma vez que as mesmas são condicionais. Para
facilitar, vamos então adotar também a conclusão FALSA, o que para a condicional, tem-se apenas um caso, que é a
proposição da esquerda VERDADEIRA e da direita FALSA, assim temos que 𝑨 = 𝑽 e ~𝑫 = 𝑭 ⟹ 𝑫 = 𝑽.

Com esses valores lógicos definidos, podemos ir para a segunda premissa, onde sabemos o valor de ~𝑨 = 𝑭 . Para
essa premissa ser verdadeira, teremos que ter 𝑩 = 𝑭. Na primeira premissa, a condicional será verdadeira, dado que

7
𝑨 = 𝑽 se 𝑩 ∨ 𝑪 = 𝐕. Como 𝑩 = 𝑭., temos que fica indefinida sob o ponto de vista lógico, uma vez
ter 𝑪 = 𝑽 para atender a primeira premissa. Finalmen- que não temos informações suficientes para determi-
te, como 𝑫 = 𝑽 , temos que ter ~𝑪 = 𝑽 ⟹ 𝑪 = 𝑭 , mas nar se Adriano é ou não vice-presidente do TCE, mas
isso contradiz a primeira premissa que determinou que isto não afeta a escolha da alternativa correta.
𝑪=𝑽.
Como houve falha em provar que a conclusão é FAL- 3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). A sequência de pro-
SA com as premissas VERDADEIRAS, temos que a conclu- posições a seguir constitui uma dedução correta:
são é VERDADEIRA o que faz o argumento VÁLIDO!
Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova
de Física.
Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.
EXERCÍCIO COMENTADO Carlos não fracassou na prova de Física
Carlos não jogou futebol
1. (TCE-RS – ENGENHEIRO – CESPE, 2004). A seguinte
afirmação é válida: ( ) CERTO ( ) ERRADO

Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos de- Resposta: Certo. Considerando as três primeiras li-
vidos nhas como premissas e a última como conclusão, cha-
Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos maremos de a: Carlos estudou, b: Carlos fracassou na
Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta prova de Física e c: Carlos jogou futebol. Construindo
a tabela-verdade com a ordem estudada nesta apos-
( ) CERTO ( ) ERRADO tila, teremos que apenas a linha 4 terá as 3 premissas
VERDADEIRAS simultaneamente e nesta linha temos
Resposta: Errado. Montando as premissas dentro do também a conclusão VERDADEIRA. Logo, este argu-
diagrama de Euler, se o conjunto “pagam impostos” mento é válido.
e “honestos” não forem coincidentes, não há como
garantir que Carlos está necessariamente dentro do 4. (SEGER-ES – TODOS OS CARGOS – CESPE, 2011).
conjunto “honestos”. Portanto, o argumento torna-se
inválido. - Começo do mês é tempo de receber salário.
- Se as contas chegam, o dinheiro (salário) sai.
2. (TCE/AC – ANALISTA – CESPE, 2008). Considere que - Se o dinheiro (salário) sai, a conta fica no vermelho
as seguintes proposições são premissas de um argu- muito rapidamente.
mento: - Se a conta fica no vermelho muito rapidamente, en-
tão a alegria dura pouco
1. César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um - As contas chegam.
conselheiro
2. César não é o presidente do tribunal de contas ou Pressupondo que as premissas apresentadas acima
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei sejam verdadeiras e considerando as propriedades gerais
3. Se Adriano é vice-presidente do tribunal de contas, en- dos argumentos, julgue os itens subsequentes:
tão Tito não é o corregedor. A afirmação: “Começo do mês é tempo de receber
salário, porém a alegria dura pouco”, é uma conclusão
Com base nas definições apresentadas no texto aci- válida a partir das premissas apresentadas acima.
ma, assinale a opção em que a proposição apresentada,
junto com essas premissas, forma um argumento válido: ( ) CERTO ( ) ERRADO

a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas A afirmação: “Se as contas chegam, então a alegria
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então dura pouco” é uma conclusão válida a partir das premis-
Adriano não é o corregedor. sas apresentadas acima.
c) Se Tito é o corregedor, então Adriano é o vice-presi-
dente do tribunal de contas. ( ) CERTO ( ) ERRADO
d) Tito não é o corregedor
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei Resposta: Certo e Certo. Chamando de p: Começo
do mês é tempo de receber salário, q: As contas che-
Resposta: Letra E. Utilizando o método de premissas gam; r: O dinheiro (salário) sai, s: A conta fica no ver-
RACIOCÍNIO LÓGICO

verdadeiras, a primeira premissa já nos garante que melho muito rapidamente e t: A alegria dura pouco,
César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um vamos resolver a primeira afirmação (𝑝 ∧ 𝑡) utilizan-
conselheiro. Na segunda, como temos uma disjunção do apenas premissas verdadeiras: Como q=V na quin-
e a primeira proposição é falsa, já que César é o pre- ta premissa, a segunda premissa só será VERDADEI-
sidente do tribunal, temos que ter que Adriano impõe RA se r=V. Isso vale para a terceira premissa, fazendo
penas disciplinares na forma da lei, o que é exatamen- s=V e na quarta premissa, fazendo t=V. Assim, como
te a alternativa E. Para completar, a terceira premissa a primeira premissa é o valor lógico de p=V, temos

8
que 𝑝 ∧ 𝑡 = 𝑉 . Na segunda afirmação, vamos usar a intersecção:
conclusão FALSA, ou seja, 𝑞 → 𝑡 = 𝐹 . Como a quinta
premissa é q=V, temos que ter t=F, mas isso contradiz
justamente a quarta premissa, onde t=V, mostrando
que há contradição na conclusão FALSA, tornando-a
VERDADEIRA ou um argumento válido.

LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL)


PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS

Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer


PROPOSIÇÕES LÓGICAS
que “Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer
que “Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos
As proposições categóricas são formadas basicamente
conjuntos sem prejudicar o raciocínio.
por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta
última, deriva-se também o “Algum Não” para completar
Algum A é B
as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos
interpretar e representar as seguintes expressões:
As próximas duas proposições também são
categóricas, mas não casos extremos como as anteriores
Todo A é B
em que ou temos todos os elementos de A pertencente
a B ou não temos nenhum. A expressão “Algum A é
A primeira proposição categórica é bem conhecida
B” estabelece que ao menos um elemento pertence
e facilmente interpretada. Ela afirma que todos os
também ao conjunto B. Ela não fala quantos elementos
elementos que pertencem ao grupo (ou na nossa
de A pertencem a B (podem ser todos inclusive), o que ela
linguagem, conjunto) A também pertencem ao conjunto
descarta é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B,
B. Para este caso, temos duas representações possíveis:
e essa consideração será importante quando estudarmos
a negação das proposições categóricas.
Além disso, são quatro diagramas possíveis para
interpretar essa proposição:

O primeiro caso talvez seja o que a maioria das


pessoas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja, o
conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entretanto,
quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou sejam,
são exatamente iguais, a proposição ainda é válida, com
todos os elementos do conjunto A pertencentes também
ao conjunto B.

FIQUE ATENTO!
Observe que quando falamos que “Todo A é Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser
B” não é necessariamente verdade que “Todo subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos conseguimos
B é A” pois o primeiro caso da figura acima afirmar que existe ao menos um elemento de A que
justifica que nem todos os elementos de B pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é B”
podem pertencer ao conjunto A.”. pois, como dissemos, essa proposição afirma que temos
no mínimo um elemento de A que está em B, então
RACIOCÍNIO LÓGICO

logicamente todos os elementos de A pertencerem a


Nenhum A é B
B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
A segunda proposição categórica é a mais simples
de interseção onde há elementos pertencentes aos dois
de se observar através do diagrama de conjuntos pois
conjuntos, satisfazendo a proposição.
quando falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que
Além disso, é possível inverter os conjuntos de
nenhum elemento do conjunto A pertence ao conjunto
posição e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos
B, ou seja, são dois conjuntos distintos sem nenhuma

9
que “Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A” Proposição Particular Afirmativa

Algum A não é B A proposição particular afirmativa é equivalente a


expressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o
Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum universo do conjunto A pertence a B.
A não é B” estabelece que há ao menos um elemento de
A que não pertence ao conjunto B. Novamente não se Proposição Particular Negativa
estipula quantos elementos de A não são de B (e podem
ser todos eles inclusive), mas sim que não temos todos os A proposição particular negativa é equivalente a
elementos de A pertencendo a B, algum necessariamente expressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de
não será. São três diagramas para representar essa todo o universo do conjunto A não pertence a B.
proposição categórica:
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

As proposições categóricas possuem relações entre si


para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com
as definições apresentadas abaixo:

As proposições que são contraditórias entre si, ou


No primeiro caso, como temos elementos exclusivos
seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a
justamente as negações lógicas da proposição categórica
proposição. No segundo caso, temos B como subconjunto
considerada, ou seja:
de A sem serem coincidentes, o que também deixam
alguns elementos de A não pertencendo a B. Finalmente
- A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”
o terceiro caso, onde A e B não possuem intersecção
- A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B”
(coincidente com “Nenhum A é B”), temos que os - A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B”
elementos de A não pertencem a B, bastava apenas 1 - A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”
mas nesse caso foram todos.
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRI- proposição universal é transformá-la em uma proposição
CAS
particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso reforça
o que foi dito no início do capítulo que a negação de
As quatro proposições categóricas também
“Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
possuem nomes formalizados que são de importante
de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
conhecimento para se interpretar enunciados de
apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
concursos que utilizarem essas definições. Vamos a elas
caracteriza a proposição “Algum A não é B”.
Proposição Universal Afirmativa
No caso das relações “subalternas”, quando temos o
valor lógico definido da proposição universal, podemos
A proposição universal afirmativa é equivalente
expandi-lo para a sua correspondente proposição
a expressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do
particular, ou seja:
RACIOCÍNIO LÓGICO

conjunto A pertence a B.
- O valor lógico da proposição particular afirmativa
será o mesmo que o da proposição universal afirmativa.
Proposição Universal Negativa
- O valor lógico da proposição particular negativa
será o mesmo que o da proposição universal negativa.
A proposição universal negativa é equivalente a
expressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do
conjunto A não pertence a B.

10
ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO CA-
TEGÓRICA ENVOLVIDA

Os problemas envolvendo proposições categóricas


podem ser simples de se revolver como visto no
exercício comentado acima, porém, existem casos mais
elaborados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para
serem analisados. Observe esse exemplo extraído de
uma banca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
- A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G
Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
pois nenhum R é G;
é R”. então é necessariamente verdadeiro que:

a) Algum A não é G
b) Algum A é G
c) Nenhum A é G
d) Algum G é A
e) Nenhum G é A.

Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R


e G e eles estão relacionados através de proposições
categóricas. Para resolver esse tipo de problema, temos
que utilizar dos diagramas de conjuntos para entende- - A e R possuem intersecção com elementos
lo. A ordem de aplicação das proposições determina seu exclusivos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não
êxito no exercício, onde recomenda-se começar pelas de A em G:
proposições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito


isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
considerar ambos os casos:

- A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A


não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual
R é G: alternativa atende todos simultaneamente:

a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, sem-


pre há ao menos um todos os elementos de A que
não pertencem a G, ou seja, não há nenhum caso
onde todos os elementos de A estão dentro de G.
Logo esta alternativa aparenta ser a correta.
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto


casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
esta alternativa não é a correta.
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos, há ele-
mentos de A que estão em G, logo esta alternativa
- R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, não é a correta.
podemos ter A intersectando G ou não: d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam

11
eliminam esta alternativa da mesma forma que na
alternativa b
TABELAS VERDADE.
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção
são suficientes para eliminar esta alternativa.
TABELAS VERDADE
Logo, encontramos a alternativa correta. O que é
importante observar é que problemas envolvendo mais A tabela-verdade é um dispositivo prático muito
de uma proposição categórica podem ser complicados e usado para a organizar os valores lógicos de proposições
requererem uma análise aprofundada de todos os casos. compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores
lógicos da estrutura composta, correspondentes a todas
as possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
simples.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Para se construir uma tabela verdade, são necessárias
três informações iniciais: O número de proposições que
1. (PC-ES – PERITO CRIMINAL – FUNCAB, 2013). A ne- compõem a proposição composta, o número de linhas
gação de “Todos os padeiros dessa cidade são talen- que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores
tosos” é: lógicos.
A primeira informação é puramente visual, basta olhar
a) Todos os padeiros dessa cidade não são talentosos. a proposição composta e verificar quantas proposições
b) Somente um padeiro dessa cidade é talentoso. simples a compõem, contando a quantidade de letras
c) Não já padeiro talentoso nessa cidade. distintas que existem nela, vejam os exemplos:
d) Existe algum padeiro dessa cidade que não é talen- 𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a
toso.
proposição composta possui duas proposições;
e) Não há padeiros nessa cidade. (𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas
proposições simples também, p e q. Não se deve
Resposta: Letra D. A negação de uma proposição uni-
considerar a repetição das proposições que no caso de p
versal afirmativa será uma proposição particular ne-
gativa, ou seja “Algum A não é B” que nesse caso é e q, repetiram duas vezes;
𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da
“Algum padeiro dessa cidade não é talentoso”.
proposição r, temos três proposições simples distintas,
2. (SERPRO – ANALISTA – ESAF, 2001). Todos os alu- p,q e r.
nos de Matemática são, também, alunos de Inglês, mas A segunda informação, que é o número de linhas
nenhum aluno de inglês é aluno de História. Todos os da tabela verdade, deriva do número de proposições
alunos de Português são também alunos de informática, simples que a estrutura composta possui. Usando essa
e alguns alunos de informática são também alunos de conta simples:
história. Como nenhum aluno de informática é aluno de
inglês, e como nenhum aluno de Português e aluno de 𝐿 = 2𝑛
História, então:
Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n
a) pelo menos um aluno de Português é aluno de Inglês é o número de proposições simples que ela possui. Ou
b) pelo menos um aluno de Matemática é aluno de His- seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na
tória
tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas
c) nenhum aluno de Português é aluno de Matemática
na tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui
d) todos os alunos de Informática são alunos de Mate-
16 linhas. Além disso, para o caso de uma proposição
mática
simples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos
e) todos os alunos de Informática são alunos de Portu-
guês duas linhas na tabela-verdade.
Esses valores são derivados da organização da tabela,
Resposta: Letra C. São muitos diagramas para se para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados.
montar, porém quase todos são proposições univer- Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso
sais de fácil entendimento. Unificando todas as infor- será apresentado caso a caso nas seções seguintes.
mações, monta-se o diagrama e se observa que ne-
nhum aluno de Português é aluno de Matemática. TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES:
NEGAÇÃO
RACIOCÍNIO LÓGICO

Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e


apresentar a montagem das tabelas-verdade para os
operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
tabela-verdade:

12
p ~p V
V F V
F V F
F
Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira
contém os valores possíveis para a proposição simples, ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo procedi-
que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V) mento dentro de cada valor lógico atribuído para
e o FALSO (F). a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas duas
Já a segunda coluna possui o operador lógico primeiras linhas de p, vamos colocar V na primeira
negação. O operador foi aplicado em casa linha da linha e F na segunda. Da mesma forma, vamos fa-
tabela, gerando o resultado correspondente. Ou seja, se zer o mesmo procedimento para as duas linhas de
a proposição p é V, sua negação será F e vice-versa. p que contém F:
É importante frisar que as operações da tabela-
verdade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na
p q
primeira linha temos que a proposição p é V, esse valor
permanecerá assim até que todas as operações daquela V V
linha correspondente tenham terminado. V F
F V
TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES SIM-
PLES F F

Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi
sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas. organizada e agora podemos passar para as proposições
Iniciando com uma estrutura de duas proposições compostas.
simples, vamos primeiramente explicar a organização
destas proposições. Tabela Verdade da Conjunção (“e”)
Como já sabemos que são duas proposições simples,
que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o
terá quatro linhas: operador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores
lógicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na
p q tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica
iremos tratar, desta maneira:

p q 𝒑∧𝒒

V V
V F
F V
FIQUE ATENTO!
F F
Observe que além das linhas corresponden-
tes da tabela-verdade, nós inserimos uma li-
nha inicial indicando qual a proposição que No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA
estamos atribuindo o valor lógico. Isso é de apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem
suma importância para se dominar esse con- VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando
teúdo. essa informação, vamos preencher a tabela:
Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e
q é VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será
Agora temos que combinar os dois valores lógicos VERDADEIRA por definição:
possíveis entre as proposições, formando as quatro
linhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes p q 𝒑∧𝒒
passos:
V V V
RACIOCÍNIO LÓGICO

i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor V F


de V para a primeira metade das linhas e F para a
segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas F V
são V e as duas últimas são F: F F

p q A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjunção

13
é necessário que as duas proposições sejam V para ela p q
ser V, logo, ela será FALSA:
𝒑∨𝒒
V V V
p q 𝒑∧𝒒
V F V
V V V F V V
V F F F F
F V
Já a última linha, possui ambas proposições simples
F F com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser
FALSA também:
Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:
p q 𝒑∨𝒒
p q 𝒑∧𝒒 V V V
V V V V F V
V F F F V V
F V F F F F
F F
Esta é a tabela da disjunção é também deve ser
memorizada.
Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção
Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
ser FALSA também:
O próximo conector lógico é a condicional (“Se...
p q 𝒑∧𝒒 então”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
que os anteriores:
V V V
V F F p q 𝒑→𝒒
F V F
F F F V V
V F
Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser F V
memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de
tabelas maiores. F F

Tabela Verdade da Disjunção (“ou”) O princípio deste operador lógico está na relação
entre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será
Passando agora para o próximo conectivo, que é FALSO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na
a disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição segunda linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO.
contrária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso Em caso de dúvidas deste operador, recomenda-se a
de as duas proposições simples serem FALSAS, caso releitura do capítulo 2.
contrário, será sempre VERDADEIRO.
Montando a tabela: p q 𝒑→𝒒

p q V V V
𝒑∨𝒒
V F F
V V F V V
V F F F V
F V
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)

A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao O último operador é o Bicondicional (“Se e somente
menos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição se”) e a tabela será montada da mesma forma:
suficiente para o operador lógico ser VERDADEIRO:

14
p q terceira coluna a partir da primeira e da segunda:
𝒑↔𝒒

V V p q 𝒑∧𝒒
V F
V V V
F V
V F F
F F
F V F
Montaremos a tabela usando sua lógica simples: F F F
Ele será VERDADEIRO se as duas proposições simples
tiverem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
diferentes: isso, precisaremos da negação de p para fazer uma
disjunção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna
da negação e depois faremos a disjunção:
p q 𝒑↔𝒒

V V V p q 𝒑∧𝒒 ~p

V F F
V V V F
F V F
V F F F
F F V
F V F V
Com essas informações memorizadas é possível F F F V
montar QUALQUER tabela-verdade.
Observe que esta quarta coluna é a negação da
Montagem de tabelas usando mais de um opera- primeira, como deve ser, já que estamos negando a
dor lógico proposição p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde
faremos a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda
Obviamente que as seções acima introduziram as coluna):
tabelas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na
montagem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar p q ~p ~𝒑 ∨ 𝒒
𝒑∧𝒒
um exemplo onde isso será aplicado. Considere a
seguinte proposição composta: V V V F
V F F F
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒
F V F V
Observe que a proposição possui duas proposições F F F V
simples mas possui três operações lógicas. Para montar
a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta
combinações dos resultados fundamentais vistos e segunda colunas em cada linha correspondente da
anteriormente. tabela. É aqui que muitos candidatos se confundem e
Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as acabam usando colunas diferentes. Na primeira linha,
colunas de p e q: temos que a quarta coluna tem valor F e a segunda
coluna tem valor V, assim a disjunção entre elas será V:
p q
V V p q 𝒑∧𝒒 ~p ~𝒑 ∨ 𝒒
V F
V V V F V
F V
V F F F
F F
F V F V
Agora, vamos analisar a expressão: temos dois F F F V
RACIOCÍNIO LÓGICO

parênteses separados por uma bicondicional, portanto,


teremos que saber os valores lógicos de cada parêntese Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:
criar colunas específicas na tabela para cada informação
e depois agrupá-las.
Começando com a conjunção no primeiro parêntese
e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma

15
p q 𝒑∧𝒒 ~p ~𝒑 ∨ 𝒒

V V V F V
V F F F F
F V F V
F F F V

Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que faz a disjunção VERDADEIRA:

p q 𝒑∧𝒒 ~p

V V V F V
V F F F F
F V F V V
F F F V

E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEIRA e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
VERDADEIRA:

p q 𝒑∧𝒒 ~p ~𝒑 ∨ 𝒒

V V V F V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

FIQUE ATENTO!
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso da disjunção, se fi-
zéssemos invertido, não haveria problemas, mas nem sempre isso acontece. A recomendação é que se
mantenha a ordem da operação lógica.

Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a bicondicional da terceira e quinta colunas:

p q 𝒑∧𝒒 ~p ~𝒑 ∨ 𝒒 𝒑 ∧ 𝒒) ↔ (~𝒑 ∨ 𝒒

V V V F V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEIRA e a quinta também, que pela bicondicional, gera um valor
VERDADEIRO:

p q 𝒑∧𝒒 ~p ~𝒑 ∨ 𝒒 𝒑 ∧ 𝒒) ↔ (~𝒑 ∨ 𝒒
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V V F V V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

16
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS, que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO:

p q 𝒑∧𝒒 ~p ~𝒑 ∨ 𝒒 𝒑 ∧ 𝒒) ↔ (~𝒑 ∨ 𝒒

V V V F V V
V F F F F V
F V F V V
F F F V V

Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que gera
um valor FALSO na bicondicional:

p q 𝒑∧𝒒 ~p ~𝒑 ∨ 𝒒 𝒑 ∧ 𝒒) ↔ (~𝒑 ∨ 𝒒

V V V F V V
V F F F F V
F V F V V F
F F F V V F

Pronto, esses são os resultados possíveis da proposição composta 𝒑 ∧ 𝒒) ↔ (~𝒑 ∨ 𝒒 , variando os valores lógicos
das proposições simples p e q que a compõem.

TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Vamos agora aumentar a complexidade do problema inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de r. Pela
relação de número de linhas da tabela, teremos então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma:

p q r

Para organizar todas as combinações possíveis dos valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na tabela
com duas proposições simples. Primeiro, vamos dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde o primeiro
bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO:

p q r
V
V
V
RACIOCÍNIO LÓGICO

V
F
F
F
F

17
Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em
primeira coluna em dois novamente, colocando VERDADEIRO função da primeira:
na primeira parte e FALSO na segunda, desta maneira:
p q r ~p
p q r V V V F
V V V V F F
V V V F V F
V F V F F F
V F F V V V
F F V F V
F F F V V
F F F F V
F
Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r
Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é no primeiro parênteses para poder combinar com a
VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas negação de p. Montando a quinta coluna com 𝒒 ∧ 𝒓 ,
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas que é a combinação entre a segunda e a terceira coluna,
outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o temos que:
bloco seguinte:
p q r ~p 𝒒∧𝒓
p q r
V V V F V
V V
V V F F F
V V
V F V F F
V F
V F F F F
V F
F V V V V
F V
F V F V F
F V
F F V V F
F F
F F F V F
F F
Interessante observar que ficamos apenas com duas
A terceira coluna é mais simples, basta subdividir
linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é nenhum
cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando
problema, pois quando se realiza operações lógicas não
V e F intercalado, montando assim todas as combinações
teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e 50%
possíveis:
FALSO. Combinando a quarta e quinta colunas, podemos
formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :
p q r
V V V p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓
V V F
V V V F V V
V F V
V V F F F V
V F F
V F V F F V
F V V
V F F F F V
F V F
F V V V V V
F F V
F V F V F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F F
F F V V F F
Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da F F F V F F
seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 .
Com a tabela acima, vamos organizar quais informações Antes de montarmos a bicondicional entre os
precisamos para montar a expressão final. Observando o dois parênteses, precisamos montar a coluna relativa
primeiro parênteses, precisaremos da negação de p, ou ao segundo parênteses da expressão. Colocando a

18
conjunção a partir da primeira e terceira colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓

V V V F V V V
V V F F F V V
V F V F F V V
V F F F F V V
F V V V V V V
F V F V F F F
F F V V F F V
F F F V F F F

Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da combinação entre a sexta e a sétima colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
F F F V F F F V

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Os problemas envolvendo 4 proposições simples são mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. Entretanto,
a resolução é a mesma dos problemas de duas ou três proposições simples. Considerando as proposições p, q, r e s, a
tabela fica da seguinte maneira:

p q r s RACIOCÍNIO LÓGICO

19
A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito p q r s
linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo.
V V V
p q r s V V V
V V V F
V V V F
V V F V
V V F V
V V F F
V V F F
V F V V
V F V V
F F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F
F
A quarta coluna basta intercalar V e F:
F
p q r s
A segunda coluna subdivide a primeira novamente
em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando V V V V
os valores V e F: V V V F
V V F V
p q r s
V V F F
V V
V F V V
V V V F V F
V V V F F V
V V V F F F
V F F V V V
V F F V V F
V F F V F V
V F F V F F
F V F F V V
F V F F V F
F V F F F V
F V F F F F
F F
F F CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO
F F A TABELA-VERDADE
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F
Após a montagem de qualquer proposição composta
na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de
A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de três maneiras:
duas linhas, intercalando V e F:

20
Tautologia Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞)..

A tautologia ocorre quando todas as linhas da coluna Antes de montarmos a proposição composta,
correspondente a proposição composta seja VERDADEIRA. precisaremos montar a negação de q, a bicondicional do
Ou seja, não importa os valores lógicos das proposições primeiro parênteses e a disjunção do segundo, assim:
simples, a proposição composta terá sempre o valor lógico
V. Observe o exemplo:
p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 .
V V F F V
São duas proposições simples, o que formará quatro V F V V F
linhas na tabela: F V F V F
F F V F F
p q
V V Combinando a quarta e quinta colunas para montar a
V F disjunção entre os dois parênteses:
F V
p q ~q 𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).
F F
V V F F V F
Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta colunas:
V F V V F F

p q F V F V F F
𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞
F F V F F F
V V V V
V F F V Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,
temos uma contradição.
F V F V
F F F F Contingência

Aplicando a condicional entre a terceira e quarta colunas: A contingência é o caso mais simples de todos
pois são as tabelas-verdade que não são tautologia ou
p q contradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e
𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞
F) no resultado final.
V V V V V
V F F V V
EXERCÍCIOS COMENTADOS
F V F V V
F F F F V 1. (EMATER, MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
GESTÃO CONCURSO, 2018) Para Alencar (2002, p.14),
O resultado da proposição composta mostra que todas “na tabela verdade figuram todos os possíveis valores
as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO. Assim, lógicos da proposição composta, correspondentes a to-
podemos classificar essa proposição composta como das as possíveis atribuições de valores lógicos às pro-
Tautologia. posições simples correspondentes.” Considerando duas
proposições identificadas como p e q, deseja-se construir
a tabela verdade da proposição composta ~ (p ᴧ ~ q),
FIQUE ATENTO!
conforme descrito na tabela a seguir.
O exemplo de tautologia foi com duas pro-
posições simples mas considere que a clas-
sificação é válida também para três ou mais
proposições simples.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Contradição

A contradição é exatamente o contrário da tautologia, Os valores lógicos da proposição composta ~ (p ᴧ


onde todos os resultados lógicos da operação da ~ q), descritos de cima para baixo na última coluna da
proposição composta devem ser FALSOS. Observe o tabela, serão, respectivamente,
exemplo:

21
a) (F);(F);(F);(F)
b) (F);(V);(F);(F)
c) (V);(V);(V);(V)
d) (V);(F);(V);(V)

Resposta: Letra D. O exercício já auxiliou deixando a tabela com todas as colunas organizado. A “pegadinha” é se
você esquecer de fazer a negação final, que faria você marcar a alternativa B e não a D.

p q ~q 𝒑 ∧ ~𝒒 ~(𝒑 ∧ ~𝒒)

V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V

2. (EMATER, MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO CONCURSO, 2018) Considere que temos três proposições, iden-
tificadas como p, q e r. Objetiva-se construir uma tabela-verdade para avaliar os valores lógicos que a proposição
composta 𝑝 𝑣 ~ 𝑟 → 𝑞 ᴧ ~ 𝑟 .A esse respeito, avalie as afirmações a seguir.

I. A tabela-verdade, nesse caso, terá seis linhas.


II. A tabela-verdade, nesse caso, terá oito linhas.
III. Haverá apenas três linhas da tabela-verdade na coluna correspondente à proposição composta p v ~ r → q ᴧ ~ r, que as-
sumirá o valor verdadeiro.

Está correto apenas o que se afirma em 

a) II
b) III
c) I e III
d) II e III

Resposta: Letra A. Antes de montarmos a tabela-verdade, já podemos verificar que a afirmação I está errada e a II está
certa pois está relacionado com o número de linhas da tabela, que é uma função apenas da quantidade de proposições
simples, neste caso 3. Montando a tabela verdade e respeitando a ordem de resolução dos operadores lógicos, pois não
temos parênteses (negação primeiro, depois as conjunções e disjunções e por fim a condicional), você verificará que a li-
nhas 2,5,6 e 7 são VERDADEIRAS, tornando a afirmação III incorreta pois ela afirma que são 3 linhas que são VERDADEIRAS.

3. (CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC, 2017) De acordo com o raciocínio ló-
gico proposicional a proposição composta [𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] → ~𝑝 é uma: 

a) Contingência
b) Tautologia
c) Contradição
d) Equivalência

Resposta: Letra A. Construindo a tabela verdade:

p q r ~p ~q[𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] →𝒑 ∨~𝑝


(~𝒒 ↔ 𝒓) 𝒑 ∨ ~𝒒 ↔ 𝒓 → ~𝒑

V V V F F F V F
V V F F F V V F
V F V F V V V F
RACIOCÍNIO LÓGICO

V F F F V F V F
F V V V F F F V
F V F V F V V V
F F V V V V V V
F F F V V F F V

22
Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção,
EQUIVALÊNCIAS LEIS DE DE MORGAN quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re-
sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o
resultado da proposição composta é FALSO.
Usando frases nas proposições, essa propriedade nos
EQUIVALÊNCIA LÓGICA permite dizer que se p = “João é professor”, temos que:
João é professor e João é professor = João é professor
A equivalência lógica é a relação entre duas proposi- João é professor ou João é professor = João é pro-
ções lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao se fessor
montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos
valores lógicos será a mesma. Comutação
O domínio desta teoria passará ao candidato a se-
gurança de se manipular expressões lógicas, buscando A propriedade comutativa da equivalência lógica é
a equivalência correta nas alternativas da questão. Na análoga a propriedade de mesmo nome da matemática.
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi- Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo-
valência lógica, usando frases simples como: “A negação sições simples sem afetar o resultado final. Existem três
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente casos:
equivalente a ... é:”.
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re- 𝑝𝑝 ∧∧𝑝𝑞𝑞∧=
= 𝑞 ∧∧𝑞𝑝𝑝∧ 𝑝
𝑞 𝑞=
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções 𝑝𝑝 ∨∨𝑝𝑞𝑞∨=
=
𝑞𝑞𝑞 ∨∨𝑞𝑝𝑝∨ 𝑝
=
a seguir.
𝑝𝑝 ↔

𝑝↔𝑞𝑞 =
=
𝑞𝑞𝑞↔
= ↔
𝑞↔𝑝𝑝 𝑝
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é
Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen- possível inverter a ordem das proposições simples, man-
taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas: tendo o resultado final da proposição composta. Usando
novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
Dupla Negação dei 5km” e q = “Tomei um suco”:
Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei 5 km
A dupla negação já foi introduzida quando se definiu Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou andei 5 km
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores um suco se e somente se andei 5 km
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir:
FIQUE ATENTO!
~ ~𝑝 = 𝑝
O leitor mais atento percebeu uma poten-
cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados, não vale para o operador “Se...então” que é a
restando apenas a proposição simples. condicional. Muita atenção quando for utili-
zar essa propriedade!
Idempotência

A idempotência trata de duas relações, uma com o Associação


operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou”
(disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli- A propriedade associativa também tem a mesma ca-
ca esses operadores na mesma proposição simples, o re- racterística encontrada na matemática, onde você pode
sultado é a própria proposição. Vejam os casos: inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser
feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas
𝑝∧𝑝=𝑝 operações, observe:
𝑝∨𝑝=𝑝
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝 𝑞∧ 𝑞∧ 𝑟∧ 𝑟
RACIOCÍNIO LÓGICO

Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade: 𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∨𝑞 𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∨ 𝑟∨ 𝑟

p 𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝 O que a propriedade nos mostrou é que podemos


fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação
V V V entre q e r.
F F F

23
Distribuição Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
A propriedade distributiva também segue a analogia equivalência.
da propriedade vista na matemática, sendo conhecida Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir “Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta
de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a de “Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou
distribuição nos elementos internos, desta forma: não sei correr”

Negação da disjunção – Regra de De Morgan


𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∨𝑞𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝𝑞∧ 𝑞∨ (𝑝
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
∧ 𝑟) A negação da disjunção também é conhecida como
Regra de De Morgan:
𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∧ (𝑝
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
∨ 𝑟)
∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞
Observe novamente que essa propriedade também é
válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con- A regra nos diz que ao negar uma disjunção, pode-
junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na mos negar individualmente cada proposição simples
bicondicional. Usando frases como exemplo, considere trocando o operador “ou” por um operador “e”. A prova
que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:
= “Arlequina é bandida”, assim:
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ~p
~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 ∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, e Jo-
𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
seval é médico ou Arlequina é bandida” é equivalente
V V V F F F F
à proposição: “Almir é biólogo e Joseval é escritor, ou
𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
Almir é biólogo e Arlequina é bandida” V F V F F V F
Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos F V V F V F F
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo- F F F V V V V
seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à
proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Al- Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
mir é biólogo ou Arlequina é bandida” mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
equivalência.
NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
“Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação
Este tópico provavelmente é o mais importante deste correta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será
capítulo pois apresentará as negações das proposições “Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.
lógicas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condi-
cional” e “Bicondicional” Negação da Condicional

Negação da conjunção – Regra de De Morgan A negação da condicional é uma expressão que vem
derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de
As negações da conjunção e da disjunção são conhe- De Morgan e Implicação material (apresentada nos tópi-
cidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memo- cos seguintes). Como a idéia não é apresentar deduções,
rizar pela sua estrutura simples: vamos mostrar a equivalência e prova-la através da ta-
bela-verdade:
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞
A regra nos diz que ao negar uma conjunção, po-
demos negar individualmente cada proposição simples
Montando a tabela-verdade:
trocando o operador “e” por um operador “ou”. A prova
desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:
p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒
p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼
∧ 𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
V V V F F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V V F F F F V F F V V V
V F F V F V V F V V F F F
F V F V V F V F F V F V F
F F F V V V V
Comparando a quarta e sexta colunas, podemos ob-

24
servar que todas as linhas possuem os mesmos valores lógicos, comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação correta
de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

Negação da Bicondicional

Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica. Ela
não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expressão
e provar com a tabela-verdade:

∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

Montando a tabela-verdade:

p q∼ 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q𝑞)
∧∧∼
~𝑝) =∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova e
não passei de ano”.

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS DA CONDICIONAL E BICONDICIONAL

Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas impor-
tantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a seguir:

Implicação Material

A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞
Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞

V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são, por-
tanto, proposições equivalentes.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

Transposição

A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equivalên-

25
cia é a seguinte:

𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q ~p →𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 →~q𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material

A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:

𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:

𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒
RACIOCÍNIO LÓGICO

Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:

26
p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 𝒑
→∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (EMSERH – PSICÓLOGO – FUNCAB, 2016). Dizer que não é verdade que Francisco é dentista e Tânia é enfermeira,
é logicamente equivalente a dizer que é verdade que:

a) Se Francisco não é dentista, então Tânia não é enfermeira.


b) Francisco não é dentista e Tânia não é enfermeira.
c) Se Francisco não é dentista, então Tânia é enfermeira.
d) Francisco não é dentista ou Tânia não é enfermeira.
e) Francisco é dentista ou Tânia não é enfermeira.

Resposta: Letra D. Aplicando a regra de De Morgan, a negação da conjunção será a disjunção das negações, então
nega-se ambas as proposições e aplica-se o operador “ou”.

2. (TJ-SP – ESCREVENTE – VUNESP, 2017). Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:

a) Se João é rico, então Maria é pobre


b) João não é rico, e Maria não é pobre
c) João é rico, e Maria não e pobre
d) Se João não é rico, então Maria não é pobre
e) João não é rico, ou Maria não é pobre

Resposta: Letra B. Aplicando a regra de De Morgan, a negação da disjunção será a conjunção das negações.

3. (PREFEITURA DE MARILÂNDIA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IDECAN, 2016). A negação da proposição com-


posta “Se goleia o rival, então é campeão” é equivalente a:

a) Não goleia o rival e é campeão.


b) Goleia o rival e não é campeão.
c) Não goleia o rival ou é campeão.
d) Nem goleia o rival, nem é campeão.

Resposta: Letra B. A negação da condicional é uma conjunção da primeira proposição com a negação da segunda,
o que aparece na alternativa B.

4. (TJ-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – PUC-PR, 2017). Arno, especialista em lógica, perguntou: qual a negação de “hoje
é carnaval se, e somente se, for 8 ou 9 de fevereiro”?

A resposta CORRETA é: 
RACIOCÍNIO LÓGICO

a) Hoje não é Carnaval se, e somente se, não for 8 ou 9 de fevereiro


b) Hoje não é Carnaval e não é 8 nem 9 de fevereiro
c) Hoje não é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje é Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro
d) Hoje é Carnaval e é 8 de fevereiro
e) Hoje é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje não é Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro

27
Resposta: Letra C. Questão trabalhosa mas possível. c) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis
Considere p = “Hoje é Carnaval” e q = “É 8 ou 9 de e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite natural
fevereiro”. Aplicando a negação da bicondicional, te- d) Se a Lua não é um satélite natural, então Saturno não
mos que: = Hoje é carnaval e não é nem 8 e nem 9 tem anéis e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um sa-
de fevereiro ou é 8 ou 9 de fevereiro e não é carnaval. télite natural
Usando a propriedade comutativa onde podemos in-
verter a ordem das proposições, conseguimos montar Resposta: Letra C. Aplicando a equivalência material
a alternativa C. que transforma a bicondicional em duas condicionais,
temos que “Se a Lua é um satélite natural, então sa-
5. (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF, 2016). turno tem anéis e se Saturno tem anéis, então a Lua é
A proposição “se o voo está atrasado, então o aero- um satélite natural”.
porto está fechado para decolagens” é logicamente
equivalente à proposição:
DIAGRAMAS LÓGICOS
a) o voo está atrasado e o aeroporto está fechado para
decolagens.
b) o voo não está atrasado e o aeroporto não está fecha-
do para decolagens. Diagramas Lógicos
c) o voo está atrasado, se e somente se, o aeroporto está
fechado para decolagens. As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
d) se o voo não está atrasado, então o aeroporto não posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solu-
está fechado para decolagens. ção requer que desenhemos figuras, os chamados dia-
e) o voo não está atrasado ou o aeroporto está fechado gramas.
para decolagens. Quantificadores são elementos que, quando asso-
ciados às sentenças abertas, permitem que as mesmas
Resposta: Letra E. Como a questão envolve condicio- sejam avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, pas-
nal, devemos pensar em aplicar a implicação material sam a ser qualificadas como sentenças fechadas.
ou a transposição. Olhando as alternativas, temos ape- O quantificador universal
nas uma delas que é condicional, então provavelmen- O quantificador universal, usado para transformar
te será melhor aplicar a implicação material primeiro, sentenças (proposições) abertas em proposições fecha-
que gera o seguinte resultado: “O voo não está atra- das, é indicado pelo símbolo “”, que se lê: “qualquer que
sado ou o aeroporto está fechado para decolagens”. seja”, “para todo”, “para cada”.

6. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). Uma Exemplo:


proposição logicamente equivalente a “se eu não pos- (x)(x + 2 = 6)
so pagar um táxi, então vou de ônibus” é a seguinte:  Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6”
(falsa).
a) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi  É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a
b) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus afirmação ser verdadeira.
c) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi O quantificador existencial
d) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar um O quantificador existencial é indicado pelo símbolo
táxi “” que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe
um”.
Resposta: Letra A. Como todas as alternativas são
condicionais, provavelmente o exercício se resolve
Exemplos:
aplicando a transposição. Negando as duas proposi-
(x)(x + 5 = 9)
ções e invertendo a ordem, temos que “Se eu não vou
de ônibus, então posso pagar um taxi”. Observe que Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (ver-
já temos uma negação na frase original e na hora de dadeira).
negarmos, faremos uma dupla negação, eliminando
os dois “não”. Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro
que existe algum número que essa afirmação será ver-
7. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). A propo- dadeira.
sição equivalente para “A lua é um satélite natural se e
somente se Saturno ter anéis” é: Ok??Sem maiores problemas, certo?
RACIOCÍNIO LÓGICO

a) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis Representação de uma proposição quantificada
ou Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite na-
tural (x)(x N)(x + 3 > 15)
b) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno não tem Quantificador:
anéis e Se Saturno não tem anéis, então a Lua é um sa- Condição de existência da variável: x N .
télite natural Predicado: x + 3 > 15.

28
(x)[(x + 1 = 4) (7 + x = 10)] Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver
Quantificador: ∃ como ficam os valores lógicos das outras?
Condição de existência da variável: não há.
Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”. Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
Negações de proposições quantificadas ou funcionais trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)
Seja uma sentença (x)(A(x)).
Negação: (∃x)(~A(x)) Todo A é B é necessariamente falsa
Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
Exemplo
(x)(2x-1=3) Algum A é B é necessariamente falsa
Negação: (∃x)(2x-1≠3) Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.

Seja uma sentença (x)(Q(x)). Algum A não é B necessariamente verdadeira.


Negação: (x)(~Q(x)). Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
(∃x)(2x-1=3) não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.
Negação: (x)(2x-1≠3)
Algum A é B.
Definição das proposições
Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
Todo A é B. comum com o conjunto B

O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo Temos 4 representações possíveis


elemento de A também é elemento de B.
a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
Podemos representar de duas maneiras: tos em comum

Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como fi-


cam os valores lógicos das outras?

Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.


b) Todos os elementos de A estão em B.
Nenhum A é B é necessariamente falsa
Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar que
TODA criança é linda? Por isso é falsa.

Algum A é B é necessariamente verdadeira


Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
lindas

Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está con-


tido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
sível, pois todas são.

Nenhum A é B.

A e B não terão elementos em comum


RACIOCÍNIO LÓGICO

c) Todos os elementos de B estão em A

29
d) O conjunto A é igual ao conjunto B.
b) Todos os elementos de B estão em A.

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Algum copo é de vidro.
c) Não há elementos em comum entre os dois con-
juntos
Nenhum A é B é necessariamente falsa
Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei
de falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo
menos 1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, poden-


do ser verdadeira ou falsa (podemos analisar também os
diagramas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.

Algum A não é B não conseguimos determinar, po-


Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
dendo ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras
como ficam os valores lógicos das outras?
b e d)
Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se
Frase: Algum copo não é de vidro.
todos os copos são de vidros, pode ser verdadeira.
Nenhum A é B é indeterminada( contradição com as
Algum A não é B.
figuras a e b)
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
pertence ao conjunto B.
todos não são de vidro.
Todo A é B , é necessariamente falsa
Aqui teremos 3 modos de representar
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
RACIOCÍNIO LÓGICO

não era.
a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum
Algum A é B é indeterminada
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se
tem algum de vidro ou não.

30
3. (SEPOG/RO - Técnico em Tecnologia da Informação
e Comunicação - FGV/2017) Considere a afirmação:
EXERCÍCIOS COMENTADOS “Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”.
De acordo com essa afirmação é correto concluir que
1. (PC/RS - Escrivão - FUNDATEC/2018) Supondo a
verdade da sentença aberta: Alguns investigados são ad- A. se uma pessoa tem pressão alta então não faz exer-
vogados mas nem todos os investigados têm domicílio cícios.
conhecido. Podemos deduzir a verdade da alternativa: B. se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão
alta.
A. Todos investigados são advogados e têm domicílio C. se uma pessoa não tem pressão alta então faz exer-
conhecido. cícios.
B. Todos investigados são advogados e não têm domicí- D. existem pessoas que fazem exercícios e que têm pres-
lio conhecido. são alta.
C. Alguns investigados são advogados e têm domicílio E. não existe pessoa que não tenha pressão alta e não
conhecido. faça exercícios.
D. Alguns investigados são advogados e alguns investi-
gados têm domicílio conhecido. Resposta: A.
E. Alguns investigados são advogados e alguns investiga- Se toda pessoa que faz exercício não tem pressão alta,
dos não têm domicílio conhecido. ora, se a pessoa tem pressão alta, então não faz exer-
cício.
Resposta: E,
Nem todos os investigados têm domicilio=Existem in- REFERÊNCIAS
vestigados que não têm domicilio.
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
2. (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017) vas e Concursos, 2010.
Em um determinado grupo de pessoas,

• todas as pessoas que praticam futebol também prati-


cam natação,
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM.
futebol,
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam na-
tação. Prezado candidato, este material já foi abordado ante-
riormente.
É CORRETO afirmar que no grupo

A. todas as pessoas que praticam natação também pra- PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE
ticam tênis.
B. todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam tênis.
C. algumas pessoas que praticam natação não praticam Análise Combinatória
futebol.
D. algumas pessoas que praticam natação não praticam A Análise Combinatória é a área da Matemática que
tênis. trata dos problemas de contagem.
E. algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu-
tebol. Princípio Fundamental da Contagem

Resposta: E. Estabelece o número de maneiras distintas de ocor-


rência de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o núme-
ro de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Exemplo
RACIOCÍNIO LÓGICO

31
evento com n(A) amostras.

Eventos complementares

Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A


um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-
-se por , o evento formado por todos os elementos de
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal- E que não pertencem a A.
ças). 3(blusas)=6 maneiras

Probabilidade

Experimento Aleatório

Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-


previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.

Espaço Amostral

Num experimento aleatório, o conjunto de todos os


resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se Note que
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta-
da para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6} Exemplo
No lançamento de uma moeda, observando a face Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
voltada para cima: coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido reti-
E={Ca,Co}
rada uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de
ter sido retirada uma bola que não seja vermelha.
Evento
Solução
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento são complementares.
{5}:Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda. Adição de probabilidades
a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
b) Descreva o espaço amostral. Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
finito e não vazio. Tem-se:
Solução
a)O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
çamento, há duas possibilidades.
Exemplo
2x2x2=8 No lançamento de um dado, qual é a probabilidade
de se obter um número par ou menor que 5, na face
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R superior?


,R),(R,R,R)} Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
Probabilidade Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
Considere um experimento aleatório de espaço B={1,2,3,4} n(B)=4
amostral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um

32
Se são 6 agentes e o coordenador, assistente e in-
filtrado já estão definidos, então só há uma maneira de
formar a equipe.

02. A quantidade de maneiras distintas de formar a equi-


pe, de modo que André, Bruno e Caio sejam os agen-
tes que prestarão apoio ao infiltrado, é inferior a 10.

Probabilidade Condicional Resposta: certo.


COmo os três que sabemos o nome serão o apoio,
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que então os três restantes serão coordenador, assistente
ocorreu o evento B, definido por: e infiltrado.
__ __ __
3 2 1 =6

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3 OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
A={2}

Representação

-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1,


2, 3, 4, 5}
-Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando es-
ses elementos temos:
Eventos Simultâneos B={3,4,5,6,7}

Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo es- - por meio de diagrama:


paço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada
por:

EXERCÍCIO COMENTADO

(PM/MA - Soldado do Quadro de Praça Policial - CES-


PE/2017) Uma operação policial será realizada com uma
equipe de seis agentes, que têm prenomes distintos, en-
tre eles André, Bruno e Caio. Um agente será o coorde-
nador da operação e outro, o assistente deste; ambos
ficarão na base móvel de operações nas proximidades
Quando um conjunto não possuir elementos chama-
do local de realização da operação. Nessa operação,um
agente se infiltrará, disfarçado, entre os suspeitos, em res de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.
reunião por estes marcada em uma casa noturna, e ou-
tros três agentes, também disfarçados, entrarão na casa Igualdade
noturna para prestar apoio ao infiltrado, caso seja ne-
cessário. Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem
exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens
seguintes.
RACIOCÍNIO LÓGICO

1. A quantidade de maneiras distintas de formar a equi- Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisa-
pe, de modo que André, Bruno e Caio sejam os agen- mos saber apenas quais são os elementos.
tes que ocuparão, respectivamente, as vagas de coor- Não importa ordem:
denador, assistente e infiltrado, é superior a 5. A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
Resposta: Errado. A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

33
Relação de Pertinência A∩B={d,e}

Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação Diferença


que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5} Uma outra operação entre conjuntos é a diferença,
0∈A que a cada par A, B de conjuntos faz corresponder o con-
2∉A junto definido por:
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o
Relações de Inclusão complementar de B em relação a A.
Relacionam um conjunto com outro conjunto. A este conjunto pertencem os elementos de A que
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), não pertencem a B.
⊃(contém), (não contém)
A Relação de inclusão possui 3 propriedades: A\B = {x : x∈A e x∉B}.
Exemplo:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}

Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina,


boca aberta para o maior conjunto

Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento
de A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}
B-A = {x : x∈B e x∉A}.
Operações

União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um tercei-
ro formado pelos elementos que pertencem pelo menos
um dos conjuntos a que chamamos conjunto união e re-
presentamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6} Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do
conjunto A menos os elementos que pertencerem ao
conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Complementar
Interseção
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto for-
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto forma- mado pelos elementos do conjunto universo que não
do pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de pertencem a A.
B, e é representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x B}
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}

34
Fórmulas da união

n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao in-


vés de fazer todo o digrama, se colocarmos nessa fórmu-
la, o resultado é mais rápido, o que na prova de concurso
é interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você
entender melhor e perceber que, dependendo do exercí-
cio é melhor fazer de uma forma ou outra.

(MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e
Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são bar- não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 ho-
bados e 16 são carecas. Homens altos e barbados que mens que são carecas e não são altos e nem barbados
não são carecas são seis. Todos homens altos que são
carecas, são também barbados. Sabe-se que existem 5
homens que são altos e não são barbados nem carecas.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não
são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens
que são carecas e não são altos e nem barbados. Dentre
todos esses homens, o número de barbados que não são
altos, mas são carecas é igual a

(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começa-


mos pela interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e
por fim, cada um
Sabemos que 18 são altos

Se todo homem careca é barbado, não teremos ape-


nas homens carecas e altos.
Homens altos e barbados são 6 Quando somarmos 5+x+6=18
RACIOCÍNIO LÓGICO

X=18-11=7
Carecas são 16

35
elemento.

( ) Certo ( ) Errado

Resposta: Errado
A diferença entre conjuntos, não basta diminuir o nú-
mero de elementos, temos que analisar o que há em
um conjunto e não há no outro, nesse caso como são
pessoas, não será apenas 1.

03. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016) Na


zona rural de um município, 50% dos agricultores cul-
tivam soja; 30%, arroz; 40%, milho; e 10% não cultivam
nenhum desses grãos. Os agricultores que produzem mi-
lho não cultivam arroz e 15% deles cultivam milho e soja.
7+y+5=16
Y=16-12 Considerando essa situação, julgue o item que se segue.
Em exatamente 30% das propriedades, cultiva-se apenas
Y=4
milho.
Então o número de barbados que não são altos, mas
( ) Certo ( ) Errado
são carecas são 4.
Resposta: errado
O número de pacientes que apresentaram pelo menos
EXERCÍCIO COMENTADO dois desses sintomas é:
Pois pode ter 2 sintomas ou três.
1. (ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) 6+14+26+32=78

REFERÊNCIAS

YOUSSEF, Antonio Nicolau (et al.). Matemática: ensino


médio, volume único. – São Paulo: Scipione, 2005.
As três figuras precedentes, cada uma com diversos CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado, volume
símbolos, foram desenhadas na parede de um suposto 1, 2010
esconderijo inimigo. O serviço de inteligência descobriu
que cada um dos símbolos representa um algarismo do
conjunto {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}. RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PRO-
Com referência a essas figuras, julgue o item seguinte. BLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E
Se o significado da figura I for “ano do século pas- MATRICIAIS
sado”, existem pelo menos dois anos que podem estar
representados nessa figura.
Números Naturais
( ) Certo ( ) Errado
Os números naturais são o modelo matemático ne-
Resposta: Errado. cessário para efetuar uma contagem.
Para ser ano do século passado, tem que estar entre Começando por zero e acrescentando sempre uma
1901 e 2000, portanto para ter números iguas(no lu- unidade, obtemos o conjunto infinito dos números na-
gar das bolas), só pode ser 1909 turais

02. (TRF 1 ª REGIÃO - Analista Judiciário - CES-


PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos - Todo número natural dado tem um sucessor
a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte a) O sucessor de 0 é 1.
afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão b) O sucessor de 1000 é 1001.
RACIOCÍNIO LÓGICO

será totalmente modificada.” c) O sucessor de 19 é 20.

Considerando a situação apresentada e a proposição Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
Se A for o conjunto dos presentes que votaram a fa-
vor e B for o conjunto dos presentes que votaram con-
tra, então o conjunto diferença A\B terá exatamente um

36
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um -2,333...
antecessor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente As dízimas periódicas podem ser representadas por
de zero. fração, portanto são consideradas números racionais.
a) O antecessor do número m é m-1. Como representar esses números?
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55. Representação Decimal das Frações
d) O antecessor de 10 é 9.
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
Expressões Numéricas decimais

Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações po- número decimal terá um número finito de algaris-
dem acontecer em uma única expressão. Para resolver as mos após a vírgula.
expressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divi-
são primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e
somente depois a adição e a subtração, também na or-
dem em que aparecerem e os parênteses são resolvidos
primeiro.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír-
23 gula, mas lembrando que a dízima deve ser perió-
dica para ser número racional
Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23 OBS: período da dízima são os números que se repe-
40 – 36 + 23 tem, se não repetir não é dízima periódica e assim núme-
4 + 23 ros irracionais, que trataremos mais a frente.
27
Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros

 Podemos dizer que este conjunto é composto pelos


números naturais, o conjunto dos opostos dos números
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado
por:
Representação Fracionária dos Números Decimais
Z-{...,-3,-2,-1,0,1,2,3...}
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transfor-
Subconjuntos do conjunto  :
mar com o denominador seguido de zeros.
1)Z*={...-3,-2,-1, 1, 1, 2, 3...}
2) Z+={0,1,2,3,...}
O número de zeros depende da casa decimal. Para
3) Z-={...,-3,-2,-1}
uma casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100)
e assim por diante.
Números Racionais

Chama-se de número racional a todo número que


RACIOCÍNIO LÓGICO

pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros


quaisquer, com b≠0

São exemplos de números racionais:


-12/51
-3
-(-3)

37
- O produto de dois números irracionais, pode ser um
número racional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, Exemplo:  .  =  = 7 é um número racional.


então como podemos transformar em fração?
Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1
mero natural, se não inteira, é irracional.
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Números Reais
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dí-
zima dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multipli-
camos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de Fonte: www.estudokids.com.br


período. Representação na reta

Exemplo 2

Seja a dízima 1,1212...


Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212... INTERVALOS LIMITADOS
99x=111
X=111/99 Intervalo fechado – Números reais maiores do que a
ou iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Números Irracionais

Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais. Intervalo:[a,b]


- Todos os números inteiros são racionais. Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra- Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
cionais. nores que b.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número
irracional é sempre um número irracional.
- A diferença de dois números irracionais, pode ser
um número racional. Intervalo:]a,b[
-Os números irracionais não podem ser expressos na Conjunto:{x∈R|a<x<b}
forma , com a e b inteiros e b≠0.
Intervalo fechado à esquerda – números reais maio-
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional. res que a ou iguais a a e menores do que b.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional. Intervalo:{a,b[

38
Conjunto {x∈R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores


2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio
que a e menores ou iguais a b.
número.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}

INTERVALOS IIMITADOS
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números resulta em um número positivo.
reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números par, resulta em um número negativo.
reais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
Semirreta direita, fechada de origem a – números
sar o sinal para positivo e inverter o número que
reais maiores ou iguais a a.
está na base. 

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


maiores que a.
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa
o valor do expoente, o resultado será igual a zero. 

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}

Potenciação
Multiplicação de fatores iguais Propriedades
2³=2.2.2=8
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências
RACIOCÍNIO LÓGICO

Casos de mesma base, repete-se a base e  soma os ex-


poentes.
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

39
64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “ti-


ra-se” um e multiplica.
2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes-
ma base. Conserva-se a base e subtraem os expo-
entes.
Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94 1 1 1
Observe: 3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:


3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-
tiplica-se os expoentes.
Exemplos:
n
a.b = n a .n b
(52)3 = 52.3 = 56
O radical de índice inteiro e positivo de um produto
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índi-
ce dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias


4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores ele-
vados a um expoente, podemos elevar cada um a
1
esse mesmo expoente. 1
2 2 2 2 2
2
Observe: =  = 1 =
(4.3)²=4².3² 3 3 3
32
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo ín-
dice dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo

A determinação da raiz quadrada de um número tor-


na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja: 
Operações

Multiplicação
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo

40
Divisão Ângulos

Denominamos ângulo a região do plano limitada por


duas semirretas de mesma origem. As semirretas rece-
bem o nome de lados do ângulo e a origem delas, de
vértice do ângulo.
Exemplo

Adição e subtração

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Caso tenha:

Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.


Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do
Racionalização de Denominadores que 90º.

Normalmente não se apresentam números irracionais


com radicais no denominador. Ao processo que leva à
eliminação dos radicais do denominador chama-se ra-
cionalização do denominador.

1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.


RACIOCÍNIO LÓGICO

Ângulo Reto:
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
rença de quadrados no denominador: - É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares.

41
Mediatriz de um segmento de reta é a reta per-
pendicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Triângulo

Elementos

Mediana

Mediana de um triângulo é um segmento de reta


que liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas. Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do
triângulo que é mediatriz de um dos lados desse triân-
gulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo


intercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


Classificação
bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
- Quanto aos lados
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.
vértice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é
perpendicular a esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.


RACIOCÍNIO LÓGICO

Triângulo equilátero: três lados iguais.

42
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

- Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são con-
gruentes (iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são per-
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são
bissetrizes dos ângulos internos (dividem os ângu-
Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso
los ao meio).

Áreas

1) Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida
da altura.

2) Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base


e h é a medida da altura.

3) Retângulo: A = b.h
Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos
4) Losango: , onde D é a medida da diagonal
Num triângulo o comprimento de qualquer lado é maior e d é a medida da diagonal menor.
menor que a soma dos outros dois. Em qualquer triân-
gulo, ao maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa. 5) Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.
RACIOCÍNIO LÓGICO

QUADRILÁTEROS Polígono

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro- Chama-se polígono a união de segmentos que são
priedades: chamados lados do polígono, enquanto os pontos são
chamados vértices do polígono.
- Tem 4 lados.

43
Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre- Teorema de Tales
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma
transversal é igual à razão dos segmentos corresponden-
tes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

Exemplo:
Número de Diagonais

Ângulos Internos

A soma das medidas dos ângulos internos de um po-


lígono convexo de n lados é (n-2).180
Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenien-
temente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma
das medidas dos ângulos internos do polígono é igual
à soma das medidas dos ângulos internos dos n-2 triân-
gulos.

Semelhança de Triângulos

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os


seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mes-
mas medidas, e os lados correspondentes forem propor-
cionais.
Ângulos Externos
Casos de Semelhança

1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos
são congruentes.
RACIOCÍNIO LÓGICO

A soma dos ângulos externos=360°

44
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado) Temos:
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre
eles congruentes, então esses dois triângulos são
semelhantes.

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são seme-
lhantes. Fórmulas Trigonométricas

Relação Fundamental

Existe uma outra importante relação entre seno e


cosseno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo
ABC.

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²

Dividindo os membros por c²


RACIOCÍNIO LÓGICO

Como

45
Retas Coplanares

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

-Duas retas concorrentes podem ser:

b) Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hi-
potenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo

Chamamos relações métricas as relações existentes


entre os diversos segmentos desse triângulo. Assim: c) Oblíquas: r e s não são perpendiculares.

1) O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hi-
potenusa.

c) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são


2) O produto dos catetos é igual ao produto da hipo- coincidentes.
tenusa pela altura relativa à hipotenusa.

3) O quadrado da altura é igual ao produto das proje-


ções dos catetos sobre a hipotenusa.

4) O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos qua-


drados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


RACIOCÍNIO LÓGICO

Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo


plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Po-
Cilindros
dem também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são
denominadas retas reversas.
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente
com os dois.

46
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reu-
nião de todos os segmentos paralelos a s, com extremi-
dades no círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;

Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retân-


gulo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone
reto é também chamado de cone de revolução.
Classificação Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro
é equilátero.

Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Área

Área da base: Sb=πr²

Área

Área lateral:

Volume Área da base:

Área total:

Cones Volume
RACIOCÍNIO LÓGICO

Na figura, temos um plano α, um círculo contido em


α, um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos
os segmentos de reta que tem uma extremidade no pon- Pirâmides
to V e a outra num ponto do círculo denomina-se cone
circular. As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

47
duas faces paralelas.

Classificação

Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares


às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Área e Volume

Área lateral:

Onde n= quantidade de lados

Prismas
Classificação pelo polígono da base
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois. -Triangular

-Quadrangular

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades
no polígono R e no plano β.

E assim por diante...

Paralelepípedos
RACIOCÍNIO LÓGICO

Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-


nam-se paralelepípedos.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogra-
mos obtidos ligando-se os vértices correspondentes das

48
EXERCÍCIOS COMENTADOS

01. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciá-


ria – CESPE/2017) A figura a seguir mostra o esquema
utilizado por um indivíduo na travessia de um rio — de
margens paralelas e com forte correnteza —, saindo do
ponto A, na margem inferior, e indo ao ponto B, na mar-
gem superior.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

Prisma Regular Ele nadava por 4 m na direção perpendicular às mar-


gens e, enquanto descansava, a correnteza o levava por
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu- 4 m rio abaixo na direção paralela às margens. Fez esse
lares, o prisma é dito regular. esquema por três vezes e, na quarta vez que nadou per-
As faces laterais são retângulos congruentes e as são pendicularmente às margens, ele atingiu a margem su-
congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...) perior, no ponto B. Nessa situação, a distância do ponto
A ao ponto B é igual a
Área
A 12 m.
B 16 m.
Área cubo: C 20 m.
D 28 m.
Área paralelepípedo: E 32 m.

A área de um prisma: Resposta: C.


Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces la-
terais.

Volume

Paralelepípedo:V=a.b.c

Cubo:V=a³

Demais:
RACIOCÍNIO LÓGICO

AB²=12²+16²
AB²=144+256
AB²=400
AB=20

49
(PM/MA – Soldado – CESPE/2017) Na preparação de ponto C precisará se deslocar por, pelo menos, 26 m.
uma ação policial, um agente fez algumas medições em
uma casa noturna, mostradas na figura a seguir. O agen- ( ) Certo ( ) Errado
te, em pé no ponto A, de frente para a casa noturna, es-
tava a 10 m de distância do ponto C, correspondente à Resposta: Certo
porta de entrada da casa noturna. Do ponto B, posição No texto fala que a base fica perpendicular a AC.
dos olhos do agente, ele visualizava uma câmera de se- CE²=AC²+AE²
gurança no ponto D, no prédio da casa noturna, segundo CE²=10²+24²
um ângulo de visão de 30º com a horizontal. Perpendicu- CE²=100+576
larmente a AC, e a 24 m de A, ficava localizada uma base CE²=676
móvel para apoio à operação, no ponto E. CE=26

HORA DE PRATICAR!

1. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI-


NISTRATIVO – IBGP – 2018) Analise o trecho e assina-
le a alternativa que completa CORRETAMENTE a lacuna: 
“___________ são declarações às quais pode ser atribuído
ou valor verdadeiro ou valor falso.” 

a) Proposições
b) Conjunções
Com referência às informações contidas na situação c) Permutações
hipotética e na figura anteriormente apresentadas, jul- d) Afirmações
gue os próximos itens.
2. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI-
2. Considerando que AB seja igual a 1,70 m, que essa NISTRATIVO – IBGP – 2018) Acerca das proposições,
seja a altura dos olhos do agente e que 0,58 seja o valor analise. 
aproximado para tg30°, então a câmera estava a uma al-
tura inferior a 7 m. I. A árvore é vermelha. Pode-se dizer que essa afirmação
ou é falsa ou é verdadeira. Portanto, trata-se de uma
( ) Certo ( ) Errado proposição.
II. Bom dia! Trata-se de uma saudação. Não podemos di-
Resposta: Errado zer que a frase é falsa, nem mesmo que é verdadeira.
Portanto, a frase não é uma proposição.
III. As informações das proposições possuem valor lógico
totalmente verdadeiro ou totalmente falso. Nunca uma
proposição será verdadeira e falsa ao mesmo tempo. 

Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s).

a) I apenas
b) III apenas
c) I e II apenas
d) I, II, III

3. (EMATER-MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO


CONCURSO – 2018) Avalie as afirmações a seguir a res-
peito das proposições e de seus valores lógicos.

I. A frase “2 + 3 > 7” é uma proposição verdadeira.


II. A frase “Josimar é alto e Cleiton é magro” é uma pro-
posição composta.
RACIOCÍNIO LÓGICO

X=5,8m III. A frase “Belo Horizonte é a capital do estado de São


Paulo” é uma proposição.
5,8+1,70=7,5m
Está correto apenas o que se afirma em:
3. No dia da operação, caso precise evadir-se do es-
tabelecimento pela porta de entrada e chegar ao ponto a) I
correspondente à base móvel, um agente que esteja no b) II

50
c) I e II de moqueca;
d) II e III c) Algum capixaba é torcedor do Vasco e não gosta de
moqueca;
4. (EMATER-MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – d) Algum capixaba não é torcedor do Vasco ou gosta de
GESTÃO CONCURSO – 2018) Das frases abaixo, a única moqueca;
que representa uma proposição é: e) Algum capixaba não é torcedor do Vasco ou não gosta
de moqueca;
a) Que frio!
b) Você foi a aula ontem? 10. (TCU – ANALISTA – ESAF – 1999) Se é verdade que
c) Carlos é um menino alto. “Alguns escritores são poetas” e que “Nenhum músico é
poeta”, então, também é necessariamente verdade que:
5. (PREFEITURA DE NITERÓI – ANALISTA – FGV –
2018) A negação de “Nenhum analista é magro” é: a) nenhum músico é escritor
b) algum escritor é músico
a) “Há pelo menos um analista magro”. c) algum músico é escritor
b) “Alguns magros são analistas”. d) algum escritor não é músico
c) “Todos os analistas são magros”. e) nenhum escritor é músico
d) “Todos os magros são analistas”.
e) “Todos os analistas não são magros”. 11. (MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL – FCC – 2006)
Considere verdadeiras todas as três afirmações:
6. (PBH ATIVOS S.A. – ANALISTA JURÍDICO – IBGP –
2018) A negação da frase “Toda gestão imobiliária preci- I. Todas as pessoas que estão no grupo de Alice são tam-
sa de regulação cadastral” é equivalente a: bém as que estão no grupo de Benedito.
II. Benedito não está no grupo de Celina.
a) “Existe alguma gestão imobiliária que não precisa de III. Dirceu está no grupo de Emília.
regularização cadastral”.
b) “Nenhuma gestão imobiliária precisa da regularização Se Emília está no grupo de Celina, então
cadastral”.
c) “Toda gestão imobiliária independe da regularização a) Alice está no grupo de Celina.
cadastral”. b) Dirceu não está no grupo de Celina.
d) “Alguma gestão imobiliária precisa da regularização c) Benedito está no grupo de Emília.
cadastral”. d) Dirceu não está no grupo de Alice.
e) Alice está no grupo de Emília.
7. (PC-SP – AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2018) Leia
a frase a seguir: “Qualquer pessoa sabe andar de bicicle- 12. (PC-PE – PERITO – IPAD – 2006) Sabe-se que algum
ta”. A afirmação que corresponde à negação lógica dessa B não é A e que algum C é A. Podemos afirmar com cer-
frase é: teza que:

a) Todos que andam de bicicleta também andam de mo- a) algum A não é B


tocicleta. b) algum A não é C
b) Apenas uma pessoa sabe andar de bicicleta c) nenhum B é C
c) Pelo menos uma pessoa não sabe andar de bicicleta. d) algum B é C
d) As crianças não sabem andar de bicicleta e) algum A é C
e) Ninguém sabe andar de bicicleta
1 3. (PC-BA – INVESTIGADOR DE POLICIA – VUNESP
8. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICÁRIO AUXILIAR – FGV – – 2018)Considere a seguinte afirmação:  “Todo homem
2018) Considere a afirmação: “Nenhum médico é cego”. é bípede e mamífero”. A alternativa que apresenta uma
A negação dessa afirmação é: negação lógica para essa afirmação é:

a) Há, pelo menos, um médico cego. a) nenhum homem é bípede e mamífero


b) Nenhum cego é médico. b) nenhum homem é bípede ou mamífero
c) Todos os médicos são cegos. c) Existe homem que não é bípede ou não é mamífero
d) Todos os cegos são médicos. d) Existe homem que não é bípede e não é mamífero
e) Todos os médicos não são cegos. e) Alguns homens são bípedes e mamíferos
RACIOCÍNIO LÓGICO

9. (BANESTES – ANALISTA – FGV – 2018) A negação 14. (UNIPAMPA – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –


lógica da sentença “Todo capixaba é torcedor do Vasco e FUNDATEC – 2016) A negação da sentença “algum fun-
gosta de moqueca” é cionário está com férias vencidas” é equivalente a:

a) Todo capixaba não é torcedor do Vasco e não gosta a) algum funcionário não está com férias vencidas.
de moqueca; b) Pelo menos um funcionário está com férias vencidas.
b) Todo capixaba não é torcedor do Vasco ou não gosta c) Todos os funcionários não estão com férias vencidas.

51
d) Nem todos os funcionários estão com férias vencidas.
e) Qualquer funcionário está com férias vencidas. Considerando os argumentos I,II e III, é CORRETO afir-
mar que:
15. (TRT 15° REGIÃO – ANALISTA – FCC – 2018) Consi-
dere os dois argumentos a seguir:  a) apenas I é válido
b) apenas I e III são válidos
I.  Se Ana Maria nunca escreve petições, então ela não c) apenas II e III são válidos
sabe escrever petições. Ana Maria nunca escreve peti- d) I, II e III são válidos
ções. Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições. 
II. Se Ana Maria não sabe escrever petições, então ela 18. (STJ – TODOS OS CARGOS – CESPE – 2018) Consi-
nunca escreve petições. Ana Maria nunca escreve peti- dere as proposições P e Q a seguir.
ções. Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições. 
Comparando a validade formal dos dois argumentos e P: Todo processo que tramita no tribunal A ou é enviado
a plausibilidade das primeiras premissas de cada um, para tramitar no tribunal B ou no tribunal C. 
é correto concluir que Q: Todo processo que tramita no tribunal C é enviado
para tramitar no tribunal B.
a) o argumento I é inválido e o argumento II é válido,
mesmo que a primeira premissa de I seja mais plausí- A partir dessas proposições, julgue o item seguinte.
vel que a de II. Se um processo for iniciado no tribunal A, então, com
b) ambos os argumentos são válidos, a despeito das pri- certeza, ele tramitará no tribunal B.
meiras premissas de ambos serem ou não plausíveis.
c) ambos os argumentos são inválidos, a despeito das ( ) CERTO ( ) ERRADO
primeiras premissas de ambos serem ou não plausí-
veis. 19. (PETROBRAS – ANALISTA – CESGRANRIO – 2018)
d) o argumento I é inválido e o II é válido, pois a primeira Considere o seguinte argumento, no qual a conclusão
premissa de II é mais plausível que a de I. foi omitida:
e) o argumento I é válido e o II é inválido, mesmo que a
primeira premissa de II seja mais plausível que a de I. Premissa 1: 𝑝 → [(~𝑟) ˅ (~𝑠)]
Premissa 2: 𝑝 ˅ (~𝑞)] ˄ [𝑞 ˅ (~𝑝)
16. (PC-SP – ESCRIVÃO – VUNESP – 2018) De um argu- Premissa 3: 𝑟 ˄ 𝑠
mento válido, sabe-se que suas premissas são: Conclusão: XXXXXXXXXX

I. Se a investigação é feita adequadamente e as provas são Uma conclusão que torna o argumento acima válido é
consistentes, então é certo que o réu será condenado.
II. O réu não foi condenado. a) ~(𝑝 ∨ 𝑞)
b) (~𝑞) ∧ 𝑝
Dessa forma, uma conclusão para esse argumento está c) (~𝑝) ∧ 𝑞
contida na alternativa: d) 𝑝 ∧ 𝑞
e) 𝑝 ∨ 𝑞
a) A investigação não foi feita adequadamente e as pro-
vas não foram consistentes. 20. (UPE – ANALISTA – UPENET/IAUPE – 2017) Con-
b) A investigação foi feita adequadamente ou as provas siderando que a declaração  “Todo gato é pardo”  seja
foram consistentes. verdadeira, assinale a alternativa que corresponde a uma
c) A investigação não foi feita adequadamente, mas as argumentação CORRETA.
provas foram consistentes.
d) A investigação não foi feita adequadamente ou as pro- a) Azrael é pardo, portanto é gato.
vas não foram consistentes. b) Frajola é pardo, portanto não é gato.
e) A investigação foi feita adequadamente mas as provas c) Manda-Chuva não é pardo, portanto não é gato.
não foram consistentes. d) Garfield não é gato, portanto é pardo.
e) Tom não é gato, portanto não é pardo.
17. (CEMIG – ANALISTA – FUMARC – 2018) Analise os
seguintes argumentos: 21. (IGP-SC – PERITO – IESES – 2017) Ou Nestor compra
uma casa ou sua esposa, Lívia, vai viajar. Se Lívia vai via-
I. Se estudasse todo o conteúdo, então seria aprovado jar então seu filho Henrique compra um videogame. Se
em Estatística. Fui reprovado em Estatística. Concluí- Henrique compra um videogame então seu irmão Celso
RACIOCÍNIO LÓGICO

mos que não estudei todo o conteúdo.II. Todo estu- não trabalha. Ora, sabe-se que Celso trabalha. Logo:
dante gosta de Geometria. Nenhum atleta é estudan-
te. Concluímos que ninguém que goste de Geometria a) Nestor compra uma casa
é atleta. b) Nestor não compra uma casa
III.Toda estrela possui luz própria. Nenhum planeta do c) Nestor compra uma casa e Lívia vai viajar
sistema solar possui luz própria. Concluímos que ne- d) Lívia vai viajar
nhuma estrela é um planeta.

52
22. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – UFES
– 2017) Em um determinado grupo de pessoas,
GABARITO
• todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam natação, 1 A
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam 2 D
futebol, 3 D
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam na- 4 C
tação. 5 A
6 A
É CORRETO afirmar que no grupo 7 C
8 A
a) todas as pessoas que praticam natação também pra- 9 E
ticam tênis. 10 D
b) todas as pessoas que praticam futebol também pra- 11 D
ticam tênis. 12 E
c) algumas pessoas que praticam natação não praticam 13 C
futebol. 14 C
d) algumas pessoas que praticam natação não praticam 15 E
tênis. 16 D
e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu- 17 B
tebol. 18 CERTO
19 A
23. (PREFEITURA DE SALVADOR/BA – TÉCNICO NÍVEL 20 C
SUPERIOR – FGV – 2017) Carlos fez quatro afirmações 21 A
verdadeiras sobre algumas de suas atividades diárias: 22 E
23 B
▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda. 24 C
▪ Almoço, ou vou à academia.
▪ Vou ao restaurante, ou não almoço.
▪ Visto bermuda, ou não vou à academia.
Certo dia, Carlos vestiu uma calça pela manhã.

É correto concluir que Carlos:

a) almoçou e foi a academia


b) foi ao restaurante e não foi à academia
c) não foi a academia e não almoçou
d) almoçou e não foi ao restaurante
e) não foi a academia e não almoçou

24. (PREFEITURA DE SALVADOR/BA – TÉCNICO NÍVEL


SUPERIOR – FGV – 2017) Sobre a lógica de argumenta-
ção, analise os três argumentos abaixo:

I - Um número natural é par ou ímpar. O número 10 é


natural e não é ímpar. Logo, 10 é um número par.
II - Se Maria é irmã de Pedro, então Mônica é tia de Ma-
ria. Maria não é irmã de Pedro. Logo, Mônica não é tia
de Maria.
III - Alguns Kox são inteligentes. Alguns inteligentes são
bons em matemática. Logo, alguns Kox são bons em
matemática.

Após a análise dos argumentos acima, é correto afirmar que: 


RACIOCÍNIO LÓGICO

a) o argumento I não é válido e o II é válido


b) os argumentos I e II são válidos, porém o argumento
III não é válido.
c) apenas os argumentos II e III não são válidos.
d) todos os argumentos são válidos
e) todos os argumentos não são válidos

53
ANOTAÇÕES

______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
RACIOCÍNIO LÓGICO

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

54
ÍNDICE

ATUALIDADES

Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade,
educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia,
suas inter-relações e suas vinculações históricas.................................................................................................................................. 01
do presidente. A Presidência também conta com dois ór-
QUESTÕES RELACIONADAS A gãos de consulta: o Conselho da República e o Conselho
FATOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS, de Defesa Nacional.
SOCIAIS E CULTURAIS, NACIONAIS Os ministérios são 16: Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento; Cidadania; Ciência, Tecnologia, Inovações e
E INTERNACIONAIS, DIVULGADOS
Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Regional; Eco-
NA MÍDIA LOCAL E/OU NACIONAL,
nomia; Educação; Infraestrutura; Justiça e Segurança Pú-
VEICULADOS NOS ÚLTIMOS SEIS MESES blica; Meio Ambiente; Minas e Energia; Mulher, Família e
ANTERIORES À DATA DA PROVA Direitos Humanos; Relações Exteriores; Saúde; Turismo; e
a Controladoria-Geral da União. De acordo com a nova
organização, também possuem o status de ministros de
Estado o chefe da Casa Civil da Presidência da Repúbli-
POLÍTICA
ca; o chefe da Secretaria de Governo da Presidência da
República; o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
Posse de Jair Messias Bolsonaro
República; o chefe do Gabinete de Segurança Institucio-
nal da Presidência da República; o advogado-geral da
Jair Messias Bolsonaro (PSL), 63, tomou posse como
o 38º presidente do Brasil às 15h15 desta terça-feira União; e o presidente do Banco Central.
(1º/01/19), em cerimônia no Congresso Nacional, para
o mandato entre 2019 e 2022. Emocionado, ele acom- Fonte:
panhou a execução do Hino Nacional antes de fazer o https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noti-
juramento constitucional e assinar o termo de posse. cias/2019/01/01/bolsonaro-moro-guedes-ministerio-
Em seguida, fez seu primeiro discurso no novo cargo. Às -governo-medida-provisoria-primeiro-ato.htm
16h35, teve início o cerimonial rumo ao Palácio do Pla-
nalto. Após descer a rampa do Congresso ao lado dos Flávio Bolsonaro: entenda as suspeitas e o que o
presidentes do Senado, Eunicio Oliveira (MDB-CE), e da senador eleito diz sobre elas
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro ouviu nova-
mente o Hino e passou as tropas em revista. Às 17h01, Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o se-
após subir a rampa do Planalto acompanhado da primei- nador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se tornou o cen-
ra-dama, Michelle, do vice, Hamilton Mourão e da mu- tro das atenções da família depois que veio à tona, em
lher dele, Paula, Bolsonaro recebeu a faixa presidencial dezembro de 2018, um relatório do Coaf (Conselho de
das mãos do agora ex-presidente Michel Temer (MDB). Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério
da Fazenda, sobre movimentação financeiras atípicas fei-
Fonte: tas por seu então assessor parlamentar, Fabricio Queiroz.
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/01/bol- Além disso, Flávio também é investigado por ter ocu-
sonaro-posse-presidente.htm pado um cargo comissionado na Câmara dos Deputados
enquanto fazia estágio e faculdade no Rio.
MP de Bolsonaro reorganiza ministério e dá supe- Já no dia 22 de janeiro, uma nova operação do MP
restrutura a Moro e Guedes contra 13 suspeitos de envolvimento com milícias trou-
xe novamente o nome o nome do primogênito de Jair
Nas primeiras horas de seu governo, o presidente Bolsonaro aos holofotes: Flávio Bolsonaro empregou em
Jair Bolsonaro (PSL) publicou três atos nesta terça-feira seu gabinete parentes do ex-capitão da PM Adriano Ma-
(01/01/19): uma medida provisória que determina a es- galhães da Nóbrega, acusado de comandar milícias no
trutura do novo governo e um decreto que estabelece o Rio de Janeiro.
novo valor do salário mínimo (R$ 998) e a nomeação de
21 dos 22 ministros do novo governo. A medida provi- Caso Queiroz
sória publicada em edição extraordinária do Diário Oficial
“estabelece a organização básica dos órgãos da Presi- O Conselho de Controle de Atividades Financeiras
dência da República e dos Ministérios”, oficializando fu- (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que atua
sões, extinções e transferências de órgãos e a criação da na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, pro-
superestrutura das pastas comandadas por Sergio Moro duziu um relatório de inteligência financeira que sinali-
(Justiça e Segurança Pública) e Paulo Guedes (Economia). za movimentações atípicas de diversas pessoas ligadas
De acordo com a medida, os seguintes órgãos inte- à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Entre
gram a Presidência da República: Casa Civil, secretaria de elas, Fabricio Queiroz, um policial militar aposentado que
Governo, secretaria-geral, o gabinete pessoal do presi- foi motorista e segurança de Flávio Bolsonaro e é amigo
dente, o gabinete de Segurança Institucional e a Autori- do presidente Jair Bolsonaro desde os anos 1980.
dade Nacional de Proteção de Dados Pessoais. Também A investigação do Ministério Público Federal, um des-
ATUALIDADES

integram a Presidência da República, mas como órgãos dobramento da Operação Lava Jato, buscava identificar
de assessoramento, o Conselho de Governo, o Conselho movimentações suspeitas que poderiam estar relaciona-
Nacional de Política Energética, o Conselho do Programa das a pagamento de propina a deputados em troca de
de Parcerias de Investimentos da Presidência da Repú- apoio ao governo de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro.
blica, o Advogado-Geral da União e a assessoria especial

1
Fonte: “Queremos reformar a União Europeia (UE) e o Par-
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/25/ lamento Europeu, sem destruí-los. Queremos trazer mu-
flavio-bolsonaro-entenda-quais-sao-as-suspeitas-e-o- danças radicais”, disse Meuthen.
-que-o-senador-eleito-diz-sobre-elas.htm Líderes dos direitistas Partido Popular Dinamarquês
e Finns, da Finlândia, também participaram do encon-
Presidência divulga balanço de ações do primeiro tro organizado por Salvini. A Rassemblement National
mês de governo (Agrupamento ou Comício Nacional, a antiga Frente Na-
cional), de Marine Le Pen, e o Partido da Liberdade da
O governo federal divulgou hoje (31/1/19) o balanço Áustria também devem se juntar à EAPN, embora não
de um mês de trabalho. Em uma nota, divulgada pela tenham participado da reunião desta segunda-feira.
assessoria da Presidência da República, foram destaca- “A ideia é deixar de ter uma Europa centralizada e co-
das 15 ações. Dentre elas, a proposta de reforma da Pre- mum para todos, mas devolver o poder aos parlamentos
vidência que, segundo integrantes do governo federal, nacionais para criar uma cooperação honesta entre Es-
tados iguais e abandonar a perigosa utopia dos Estados
está em fase final de elaboração e será apresentada no
unidos da Europa”, disse Marco Zanni, porta-voz de as-
Congresso em fevereiro.
suntos estrangeiros da Liga, à agência de notícias alemã
A reforma da Previdência será destaque também da
DPA.
mensagem do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso
Meuthen defendeu uma “proteção poderosa” das
Nacional, que será lida no próximo dia 4/2/19. Nela, o fronteiras externas da UE e a supressão da “migração ile-
presidente ressaltará a necessidade de mudar o sistema gal”.
atual. Na Itália, o discurso de Salvini contra a imigração ile-
A nota do Palácio do Planalto lembra que em janeiro gal e o lema de “primeiro os italianos” seduziu eleitores.
foi assinada a medida provisória para combater fraudes Agora, ele quer conquistar com a suas ideias também as
na Previdência. O texto altera regras de concessão de instituições europeias.
benefícios, como auxílio-reclusão, pensão por morte e “Fazemos parte de famílias políticas distintas, mas o
aposentadoria rural. Além disso, prevê a revisão de uma importante é que estamos promovendo alianças, esta-
série de benefícios e “processos com suspeitas de irregu- mos trabalhando para tornar realidade um novo sonho
laridades” concedidos pelo Instituto Nacional de Seguri- europeu, ainda que para alguns em Bruxelas isso seja um
dade Social (INSS). Segundo o governo federal, a MP vai pesadelo”, afirmou Salvini.
gerar uma economia de R$ 9,8 bilhões nos primeiros 12 Atualmente, há três grupos de extrema direita e eu-
meses de vigência. rocéticos no Parlamento Europeu: o Europa da Liberdade
e da Democracia Direta, da AfD; os Conservadores e Re-
Fonte: formadores Europeus, que incluem o Partido Lei e Justiça
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noti- (PiS), da Polônia; e o Europa das Nações e da Liberdade,
cia/2019-01/presidencia-divulga-balanco-de-acoes-do- da Liga e de Le Pen.
-primeiro-mes-de-governo (Fonte:https://www.dw.com/pt-br/populistas-
-anunciam-alian%C3%A7a-europeia-de-extrema-direi-
Populistas anunciam aliança europeia de extrema ta/a-48253448)
direita
STF proíbe privatização de estatais sem aval do
Os partidos populistas de direita Alternativa para a Congresso, mas permite venda de subsidiárias
Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anunciaram nesta se- O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quin-
ta-feira (6/6/19) que o governo federal não pode vender
gunda-feira (08/04/19) que pretendem formar um novo
estatais sem aval do Congresso Nacional e sem licitação
bloco no Parlamento Europeu junto com outras legendas
quando a transação implicar perda de controle acionário.
eurocéticas e de extrema direita.
Na terceira sessão de julgamento do tema, a maioria
O novo grupo deve se chamar Aliança Europeia de
dos magistrados da Suprema Corte permitiu vendas sem
Pessoas e Nações (EAPN), afirmou Jörg Meuthen, um dos autorização do parlamento somente para as empresas
líderes da AfD, em coletiva de imprensa ao lado do líder estatais subsidiárias. A decisão também vale para gover-
da Liga, o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro nos estaduais e prefeituras.
italiano, Matteo Salvini, em Milão. Uma empresa subsidiária é uma espécie de subdivi-
Meuthen, que também é o principal candidato da AfD são de uma companhia, encarregada de tarefas especí-
para as eleições europeias de maio deste ano, afirmou ficas no mesmo ramo de atividades da “empresa-mãe”.
que o encontro em Milão foi um “sinal de partida para A Petrobras, por exemplo, tem 36 subsidiárias, como a
algo novo”. Ele viajou à Itália a convite de Salvini, que Transpetro e a BR Distribuidora; a Eletrobras, 30; e o Ban-
também lançou sua campanha para o Parlamento Euro- co do Brasil, 16.
peu. O governo federal tem, segundo o Ministério da Eco-
ATUALIDADES

Meuthen enfatizou que, no futuro, os nacionalistas de nomia, 134 estatais, das quais 88 são subsidiárias.
direita não estariam mais fragmentados, mas unidos. O
desejo do grupo é promover a concessão de mais pode- Fonte:
res aos Estados-membros e reduzir a influência de Bru- https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/st-
xelas. f-julgamento-privatizacao-estatais.ghtml

2
ECONOMIA Agora, o Ministério da Economia tem 3.612 cargos
comissionados distribuídos da seguinte forma: 1.569
Renault-Nissan-Mitsubishi: conheça a aliança cria- cargos de DAS e 2.043 Funções Comissionadas do Poder
da pelo brasileiro Carlos Ghosn Executivo (FCPE). Essas últimas só podem ser ocupadas
por servidores concursados.
A repercussão mundial da prisão do brasileiro Carlos Ao todo, sete Secretarias Especiais compõem o pri-
Ghosn está muito ligada ao fato de ele ser o homem de meiro escalão do ministério: Fazenda; Receita Federal;
frente não só da Nissan, onde é membro do conselho, Previdência e Trabalho; Comércio Exterior e Assuntos
mas de 3 grandes montadoras, comandando a chamada Internacionais; Desestatização e Desinvestimento; Pro-
Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. dutividade, Emprego e Competitividade; e Desburocra-
Juntas, elas venderam 10,6 milhões de carros no mun- tização, Gestão e Governo Digital, além da Procuradoria-
do em 2017, reivindicando o posto de número 1 sobre o -Geral da Fazenda Nacional.
grupo Volkswagen. Cada uma das Secretarias Especiais tem pelo menos
Ghosn foi preso sob suspeita de sonegação e fraude duas secretarias, como a Secretaria de Previdência e a
fiscal. O executivo não declarou mais de 5 bilhões de ie- Secretaria de Trabalho, que integram da Secretaria Espe-
nes (o equivalente a R$ 167,4 milhões) de seu pagamento cial de Previdência e Trabalho. Responsável por herdar as
como presidente na Nissan. As fraudes fiscais ocorreram atividades do antigo Ministério da Fazenda e parte das
entre 2010 e 2015. atividades dos antigos Ministérios do Planejamento e do
A Nissan não é dona da Renault, nem vice-versa. Po- Trabalho, a Secretaria Especial de Fazenda tornou-se a
rém, são mais do que parceiras: as duas montadoras têm divisão com mais órgãos, com quatro secretarias, cinco
parte das ações uma da outra, mas nunca houve uma subsecretarias e dois departamentos.
fusão. (...) Entre as atribuições do Ministério da Economia, estão
Na prática, elas dividem conhecimentos em engenha- a administração financeira e a contabilidade pública, a
ria, pesquisa e desenvolvimento, partes da produção e desburocratização, a gestão e o governo digital, a fiscali-
têm investimentos comuns. Isso resulta em menos gas- zação e o controle do comércio exterior, a previdência e
tos para ambas, uma bandeira de Ghosn, que chegou a as negociações econômicas e financeiras com governos,
ser apelidado de “cost-killer” (“cortador de custos”) na organismos multilaterais e agências governamentais.
Nissan.
Fonte:
Fonte http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
:https://g1.globo.com/carros/noticia/2018/11/21/re- cia/2019-01/ministerio-da-economia-reduziu-29-mil-
nault-nissan-mitsubishi-conheca-a-alianca-criada-pelo- -cargos-em-comissao
-brasileiro-carlos-ghosn.ghtml
Governo informa que neste ano não haverá horá-
Ministério da Economia reduziu 2,9 mil cargos em rio de verão
comissão
O porta-voz da Presidência da República, Otávio
A fusão de quatro antigos ministérios – Fazenda; Pla- Rêgo Barros, informou nesta sexta-feira (5/4/19) que não
nejamento; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e par- haverá horário de verão neste ano.
te da estrutura do Trabalho – gerou a redução de 2,9 mil Inicialmente, Rêgo Barros disse que o governo havia
cargos. O novo quadro dos cargos em comissão e das decidido acabar com o horário de verão. De acordo com
funções de confiança entrou em vigor hoje (30/01/19). o porta-voz, o Ministério de Minas e Energia fez uma
A economia em dinheiro não foi informada. Os fun- pesquisa segundo a qual 53% dos entrevistados pediram
cionários serão dispensados amanhã (31/01/19). De o fim do horário de verão.
acordo com a pasta, foi necessário um período de transi- Pouco depois de Otávio Rêgo Barros informar a de-
ção em janeiro para não demitir todos os comissionados cisão do governo, Bolsonaro publicou uma mensagem
de uma vez e afetar a continuidade do ministério. sobre o assunto em uma rede social:
Nos últimos 28 dias, o Ministério da Economia ado- “Após estudos técnicos que apontam para a elimina-
tou medidas para alocar os servidores dentro da nova ção dos benefícios por conta de fatores como iluminação
estrutura, publicar os atos de nomeação e definir a cor- mais eficiente, evolução das posses, aumento do consu-
respondência entre as funções dos órgãos extintos e do mo de energia e mudança de hábitos da população, de-
novo ministério. cidimos que não haverá Horário de Verão na temporada
A adequação dos espaços físicos está em andamento 2019/2020.”
e levará vários meses. Segundo o Ministério da Econo- De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o
mia, os servidores deverão permanecer no local onde Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010
desempenham suas funções. Pela nova estrutura, a pasta por adotar o horário de verão. Segundo os números já
funciona em cinco prédios da Esplanada dos Ministérios. divulgados, entre 2010 e 2014, o aproveitamento da luz
ATUALIDADES

Segundo o Ministério da Economia, a fusão permitiu do sol resultou em economia de R$ 835 milhões para os
a redução de 243 cargos de Direção e Assessoramento consumidores.
Superior (DAS), 389 funções comissionadas do Poder
Executivo (FCPE) e mais 2.355 funções gratificadas, tota-
lizando 2.987 cargos extintos.

3
negociados na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Os
acionistas da Avon terão opção de receber ADRs nego-
ciados na NYSE ou ações listadas na B3.
Em comunicado, a Natura informa que a transação
permanece “sujeita às condições finais habituais, incluin-
do a aprovação tanto pelos acionistas da Natura quanto
da Avon, assim como das autoridades antitruste do Brasil
e outras jurisdições”. A conclusão da operação é espera-
da para o início de 2020.

Fonte:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/
natura-anuncia-compra-da-avon.ghtml

Brasil fica isolado no Brics por posições sobre Ve-


nezuela e comércio

A situação na Venezuela e a reforma da Organização


Mundial do Comércio estão aprofundando o racha den-
tro dos Brics e ameaçam a reunião do grupo que se reali-
zará em Brasília, nos dias 13 e 14 de novembro.
O placar entre os Brics é de 4 a 1 no tema Venezuela:
Fonte:
China, Rússia, África do Sul e Índia têm posição oposta à
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/04/05/ do Brasil, que se alinhou aos EUA.
governo-anuncia-fim-do-horario-de-verao.ghtml Nenhum dos quatro países reconhece como legítimo
o governo do autodeclarado presidente interino Juan
Desemprego cresce em 14 das 27 unidades da fe- Guaidó, ao contrário do Brasil, e todos se opõem a qual-
deração no 1º trimestre, diz IBGE quer tipo de intervenção externa.

O desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da fe- Fonte:


deração no 1º trimestre, na comparação com o trimestre https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essen-
anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira cial/brasil-fica-isolado-no-brics-por-posicoes-sobre-ve-
(16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nezuela-e-comercio/
(IBGE). Nos demais estados, houve estabilidade.
A taxa de desemprego média no país nos 3 primeiros Guerra comercial entre EUA e China se agrava
meses do ano subiu para 12,7%, conforme já divulgado
anteriormente pelo órgão. Pequim, 24 Ago 2019 (AFP) - O presidente dos Es-
Segundo o IBGE, as maiores taxas de desemprego fo- tados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta sexta-feira às
ram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre novas tarifas anunciadas por Pequim contra produtos
(18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Gran- americanos elevando a taxação sobre bens chineses,
de do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). ampliando a guerra comercial que ameaça a economia
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em global. Trump criticou a “relação comercial injusta” e dis-
13,5% e 15,3%, respectivamente. se que “a China não deveria ter colocado novas tarifas
(Fonte:https://g1.globo.com/economia/noti- sobre 75 bilhões de dólares de produtos americanos” por
cia/2019/05/16/desemprego-cresce-em-14-das-27-uni- motivação política. O presidente decidiu elevar a tarifa de
dades-da-federacao-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml) 25% sobre 250 bilhões em produtos chineses para 30%,
a partir de 1º de outubro. E as tarifas sobre 300 bilhões
de dólares em produtos que devem entrar em vigor em
Natura anuncia compra da Avon
1º de setembro e que eram de 10%, agora serão fixadas
em 15%.
A fabricante de cosméticos Natura anunciou nesta
Acusando a China de “tirar proveito dos Estados Uni-
quarta-feira (22) a aquisição da Avon, em uma operação dos em comércio, roubo de propriedade intelectual e
de troca de ações. Segundo a companhia, a operação cria muito mais”, Trump disse que, “devemos equilibrar essa
o quarto maior grupo exclusivo de beleza do mundo. relação comercial muito... Injusta”.
A partir da transação, será criada uma nova holding O conflito acelerado preocupa as empresas america-
brasileira, Natura Holding. Os atuais acionistas da Natura nas, muitas das quais dependem da China para fornecer
ficarão com 76% da nova companhia, enquanto os atuais insumos, produtos e até para a fabricação.
ATUALIDADES

detentores da Avon terão os demais cerca de 24%.


No negócio, o valor da Avon é estimado em US$ 3,7 Fonte
bilhões, e o da nova companhia combinada em US$ 11 :https://economia.uol.com.br/noticias/
bilhões. Os papéis da Natura Holding serão listados na afp/2019/08/24/guerra-comercial-entre-eua-e-china-se-
B3, a bolsa brasileira, e terão certificados de ações (ADRs) -agrava.htm

4
Plano de Ação cios do País. A Sepec reconhece todos os desafios diag-
nosticados nesse ranking, mas traz uma visão de futuro
O secretário especial de Produtividade e Competitivi- e um plano de trabalho que vão transformar a produtivi-
dade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, reforça dade e a competitividade do Brasil.
que, desde que assumiu a Secretaria, trabalha para colo-
car em prática um plano de ataque aos problemas que Fonte:
impedem o crescimento econômico do Brasil. http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra-
“Nosso planejamento estratégico inclui metas ambi- sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco-
ciosas, baseadas em indicadores globais de desempenho nomico-mundial
ancorados no GCI e desdobradas em planos alinhados
com os desafios que temos a enfrentar”, afirma. A meta Número de empresas abertas no país cresce 30,8%
para 2022 é chegar ao 50º lugar, por meio de ações que em outubro
estão sendo desenvolvidas.
Para Da Costa, o Brasil ainda tem muito a melhorar. O número de empresas abertas em outubro deste
“Em relação aos Estados Unidos, nossa produtividade ano aumentou 30,8%, ante o mesmo período de 2018,
vem caindo desde 1980 e hoje representa aproximada- com o surgimento de 307.443 novos empreendimentos,
mente 25% da americana. O baixo progresso na produ- quase 10 mil por dia, segundo levantamento da Serasa
tividade brasileira levou à queda do país nos rankings Experian.
de competitividade global. Ainda estamos distantes dos O acumulado de janeiro a outubro foi de 2,6 milhões,
países da OCDE (Organização para Cooperação e Desen- 23,1% a mais do que a soma de janeiro a dezembro de
volvimento Econômico). Os estudos internacionais con- 2018, quando o volume foi de 2,5 milhões.
vergem sobre os principais gargalos da produtividade no Segundo os dados, as empresas do setor de serviços
Brasil, e estamos trabalhando para atacá-los um a um”, apresentaram variação de 26,6%, seguidas por indústrias
complementa. (18,2%) e comércio (13,1%). Até outubro, os microem-
preendedores individuais representavam 81,5% do total,
enquanto 7,2% eram sociedades limitadas e 5,4%, em-
Fonte:
presas individuais.
http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra-
“Os novos empreendedores se formalizam para ter
sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco-
mais opções de trabalho em um contexto de geração
nomico-mundial
de emprego formal ainda bastante lento. Adicionalmen-
te, alguns setores da economia, como a construção civil
Brasil sobe no ranking de competitividade do Fó-
residencial, estão se tornando mais dinâmicos e podem
rum Econômico Mundial
buscar profissionais que sejam formalizados para ter
mais facilidade na contratação”, disse o economista da
O Brasil subiu um degrau no ranking do Fórum Eco-
Serasa Experian Luiz Rabi..
nômico Mundial que avalia a competitividade de 141 Segundo Rabi, outro fator que pode ter impulsiona-
países. Avançamos da 72ª posição (2018) para a 71ª co- do é o aquecimento do mercado típico de fim do ano,
locação na lista de 2019. O Global Competitiveness Index quando as pessoas buscam alternativas para aumentar a
(GCI) foi divulgado, nesta quarta-feira (9/10/19), pelo Fó- renda familiar e acabam abrindo novos negócios.
rum Econômico Mundial. Singapura foi apontado como
o país mais competitivo do mundo, à frente dos Estados Fonte:
Unidos e de Hong Kong. Os últimos lugares ficaram com http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
República Democrática do Congo, Yemen e Chade. cia/2019-12/numero-de-empresas-abertas-no-pais-
Os melhores resultados do Brasil foram nos pilares -cresce-308-em-outubro
de infraestrutura, dinamismo de negócios e mercado de
trabalho. Em infraestrutura, o país passou para o 78º lu- Mercado vê ritmo ainda fraco de crescimento no
gar, avançando três pontos em relação a 2018; em dina- 3º trimestre, mas projeta PIB melhor em 2020
mismo de negócios, subimos da 108ª posição para a 67ª,
principalmente, por causa da redução do tempo para A economia brasileira manteve a trajetória de recu-
abrir um negócio. Outra melhora foi registrada no pilar peração no 3º trimestre, mas em ritmo ainda fraco, com
mercado de trabalho: estávamos em 114º lugar em 2018 o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sendo sus-
e passamos para a 105ª posição em 2019. tentado por um maior consumo das famílias, em meio a
Em capacidade de inovação, permanecemos na 40ª um cenário de juros mais baixos, inflação controlada e
posição, mesmo desempenho do ano passado. E em expansão do volume das operações de crédito.
qualificação, caímos do 94º para o 96º lugar. Já em mer- Levantamento do G1 aponta para uma expectativa
cado de produtos, passamos da 117ª para 124ª coloca- de alta entre 0,3% e 0,66% do Produto Interno Bruto
ATUALIDADES

ção. Segundo a Secretaria Especial de Produtividade e (PIB) no 3º trimestre, frente aos 3 meses anteriores. Das
Competitividade do Ministério da Economia (Sepec), os 14 consultorias e instituições financeiras consultadas, 9
números refletem principalmente dados até 2018, e são esperam uma alta entre 0,4% e 0,5%. Os dados oficiais
fruto das políticas praticadas por governos anteriores, serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
que produziram diversos entraves no ambiente de negó- Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3/12/19).

5
Para o resultado de 2019, 7 das 14 ainda estimam um Fundadora de site pornô que divulgava vídeos de
avanço abaixo 1%, e outras 7 preveem uma alta de 1% ou câmera escondida é presa na Coreia do Sul
1,1%. Portanto, provavelmente abaixo do desempenho
registrado nos 2 anos anteriores. Já para 2012, 12 delas Cofundadora de um dos maiores sites de pornografia
projetam um crescimento de, no mínimo, 2%. da Coreia do Sul, Soranet Song, de 46 anos, foi senten-
Por conta das possíveis revisões dos resultados an- ciada a quatro anos de prisão, em Seul, por incentivar a
teriores, ainda há dúvidas se o resultado do PIB do 3º ajudar na distribuição de material pornográfico.
trimestre será maior ou menor que o do 2º trimestre. Song tinha mais de um milhão de usuários em seu
Para o economista Thiago Xavier, da consultoria Ten- site e hospedava milhares de vídeos ilegais, muitos fil-
dências, a economia apresentou ritmo de crescimento mados com câmeras escondidas e compartilhados sem o
semelhante ao registrado no 2° trimestre. “A nossa análi- consentimento das mulheres retratadas.
se é calcada nas projeções para o período tanto na métri- Mulheres organizaram enormes protestos de rua na
ca interanual [0,9% no 3º trimestre ante 1% no 2º trimes- Coreia do Sul, pedindo para que o governo tomasse me-
tre] como margem dessazonalizada [0,3% no 3º trimestre didas mais sérias contra a pornografia ilegal.
ante 0,4% no 2º trimestre]”, afirma.
Segundo o economista da Austin Rating, Alex Agosti- Fonte:
ni, os dados preliminares do 3º trimestre indicam que as https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/09/fun-
bases de comparação já estão se recompondo. “Não dá dadora-de-site-porno-que-divulgava-videos-de-came-
para soltar rojões, mas é possível comemorar. Portanto, ra-escondida-e-presa-na-coreia-do-sul.htm
o crescimento daqui em diante, ainda que em nível baixo
para um país emergente, já é um sinal muito positivo”, Por que o Brasil decidiu isentar de visto turistas de
afirma. EUA, Japão, Austrália e Canadá
A avaliação geral é que, independentemente do per-
centual de crescimento no período de julho a setembro, O governo brasileiro anunciou nesta segunda-feira
a economia brasileira chega na reta final do ano com que cidadãos de EUA, Japão, Austrália e Canadá não pre-
perspectivas melhores que as que se tinha nos primei- cisarão mais de vistos para viajar ao Brasil como turistas.
ros meses do ano, quando parte do mercado chegou a A decisão - que rompe o princípio de reciprocidade
temer inclusive o risco de uma recessão técnica, caracte- adotado historicamente pela diplomacia brasileira - não
implica qualquer contrapartida dos países contemplados,
rizada por duas retrações trimestrais seguidas.
que continuarão a exigir vistos para turistas brasileiros.
O decreto que detalha a medida, publicado em uma
Fonte:
edição extraordinária do Diário Oficial da União, é assi-
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/
nado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros Er-
mercado-ve-ritmo-ainda-fraco-de-crescimento-no-3o-
nesto Araújo (Relações Exteriores), Sérgio Moro (Justiça e
-trimestre-mas-projeta-pib-melhor-em-2020.ghtml
Segurança Pública) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
A isenção se aplica a turistas que visitem o Brasil por
até 90 dias e pode ser prorrogada por outros 90, desde
SOCIEDADE que a estadia não ultrapasse 180 dias por ano a partir da
primeira entrada no país.
Ministra de Bolsonaro, Damares aparece vestindo
azul em loja e é questionada por vendedor Princípio de reciprocidade
Uma declaração da ministra Damares Alves - de que Em janeiro, a BBC News Brasil publicou que o Minis-
meninos devem vestir azul e meninas, a cor rosa - gerou tério das Relações Exteriores - historicamente contrário à
bastante repercussão e resultou em cenas de constran- liberação unilateral de vistos - havia revisto sua posição
gimento para a própria ministra da Família, Mulher e Di- sob o comando de Araújo.
reitos Humanos. Damares foi questionada por um ven-
dedor ao entrar vestida de azul em uma loja do Brasília Fonte:
Shopping. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47605005
A cena repercutiu e também foi compartilhada pela
deputada federal Erika Kokay. “Flagrante! Ministra Dama- Sarampo causou 142 mil mortes no mundo em
res usa azul e se revolta com vendedor que pergunta se 2018, diz OMS
ela é menino ou menina! #cornãotemgênero”, escreveu
a parlamentar. Depois de décadas de grandes progressos, a luta
contra o sarampo está estagnando e o número de mor-
Fonte: tes voltou a aumentar em 2018, de acordo com alerta da
ATUALIDADES

https://www.bol.uol.com.br/entretenimen- Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta


to/2019/01/04/ministra-de-bolsonaro-damares-apare- quinta-feira (5). No total, 142 mil pessoas morreram de
ce-vestindo-azul-em-loja-e-e-questionada-por-vende- sarampo no mundo em 2018. A cifra é quatro vezes me-
dor.htm nor do que em 2000, mas 15% maior do que em 2017. As
crianças representam a maior parte das mortes.

6
O sarampo é um vírus muito contagioso, que pode Mudança no topo
permanecer em uma área até duas horas depois de que
uma pessoa infectada tenha falecido. Ressurgiu com epi- Além da queda do Brasil, outras mudanças devem
demias nos cinco continentes desde 2018, sobretudo, em acontecer na parte de cima do ranking populacional. De
cidades ou vizinhanças com baixos níveis de vacinação. acordo com as estimativas da ONU, por volta de 2027 a
Em 2019, quase 12 mil pessoas tiveram sarampo no Índia deve superar a China no primeiro lugar, graças às
Brasil, principalmente jovens. Antes considerado um país medidas de controle de natalidade de Pequim.
livre do sarampo, o Brasil perdeu o certificado de elimi- Os países da África Subsaariana também aumentarão
nação da doença concedido pela Organização Pan-Ame- suas taxas de natalidade nos próximos anos e a popu-
ricana da Saúde (OPAS) em fevereiro deste ano, após re- lação na região, uma das mais pobres do mundo, deve
gistrar mais de 10 mil casos em 2018. O surto aconteceu dobrar até 2050.
principalmente nos estados de Amazonas e Roraima. Já no Brasil, a população passará a encolher a partir
de 2049, quando atingirá o ápice de 229.196.000 brasi-
Surtos pelo mundo leiros. A redução se dará de maneira gradual ao longo da
segunda metade do século e, em 2100, o Brasil deve ter
As pequenas ilhas da Samoa, no Pacífico Sul, atual- 180,6 milhões de habitantes — voltando ao patamar do
mente lutam contra uma epidemia de sarampo. Foram 62 início dos anos 2000.
mortes desde outubro, quase todas entre crianças meno- O país era o quinto mais populoso do mundo desde
res de quatro anos. As autoridades cortaram o acesso o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Em oitenta
ao arquipélago e lançaram uma campanha de vacinação anos, deve despencar para a 12ª posição, sendo ultra-
nesta quinta-feira (05/12/19). passado por Nigéria, Etiópia, República Democrática do
Cinco países concentraram quase metade dos casos Congo, Tanzânia, Egito e Angola.
em 2018: República Democrática do Congo (RDC), Libé- Hoje, a taxa de natalidade brasileira é de 1,73 nasci-
ria, Madagascar, Somália e Ucrânia, segundo um informe mentos por mulher, valor mais aproximado ao de países
publicado pelos Centros para o Controle e a Prevenção desenvolvidos, como o Japão, com média de 1,3 filhos.
de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A taxa paquistanesa, por exemplo, é de 3,48 nasci-
Nos países ricos, o sarampo mata pouco, ou nada. Na mentos, e a da Índia, apesar da megapopulação, conti-
RDC, porém, esse vírus matou o dobro do que o do pe- nua em 2,33 filhos por mulher.
rigoso vírus ebola, com mais de 5 mil mortes neste ano.
O vírus se propaga com facilidade. Israel importou Fonte:
uma centena de casos de outros países, como Filipinas e https://veja.abril.com.br/mundo/paquistao-ultra-
Ucrânia. De lá, alguns viajantes infectados transmitiram a passa-o-brasil-em-lista-de-paises-mais-populosos-do-
doença aos bairros judeus de Nova York e contribuíram -mundo
para a maior epidemia dos Estados Unidos desde 1992.
Guia Alimentar Brasileiro poderá ser adaptado
Fonte: para outros países
https://g1.globo.com/bemestar/sarampo/noti-
cia/2019/12/05/sarampo-causou-140-mil-mortes-no- Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de
-mundo-em-2018-diz-oms.ghtml 2 Anos, publicação feita pelo Ministério da Saúde com
o intuito de combater a obesidade infantil, poderá ser
Paquistão ultrapassa o Brasil em lista de países adaptado e usado por outros países que têm o portu-
mais populosos do mundo guês como língua oficial. A sugestão foi apresentada
hoje (13/12/19) pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique
Com uma população de 216 milhões de pessoas, o Mandetta, durante a V Reunião de Ministros da Saúde
Paquistão ultrapassou o Brasil e conquistou a posição de – encontro que reúne autoridades da Comunidade dos
quinto país mais populoso do mundo. Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, Portugal.
Segundo a Projeção de População Mundial da Orga- Lançado este ano, o guia apresenta recomendações e
nização das Nações Unidas (ONU), atualmente o Brasil informações sobre alimentação de crianças nos dois pri-
tem 211 milhões de pessoas. A perspectiva é de que em meiros anos de vida.
um ano o país ganhe “apenas” um milhão de pessoas, Além de promover saúde, crescimento e desenvolvi-
enquanto o Paquistão deve chegar a 220 milhões de ha- mento a esse público, o guia subsidia família e profissio-
bitantes, consolidando-se no top 5 do ranking. nais de saúde em ações de educação alimentar e nutri-
Nas primeiras posições estão China, Índia, Estados cional. Ao mesmo tempo, é um instrumento que ajuda
Unidos e Indonésia. Juntas, as cinco nações somam me- na orientação de políticas públicas que visam a apoiar,
tade de toda a população global, de 7,7 bilhões de pes- proteger e promover a saúde das crianças.
ATUALIDADES

soas. Ainda de acordo com o relatório, mais 2 bilhões No encontro da Comunidade dos Países de Língua
de indivíduos devem nascer nos próximos vinte anos, Portuguesa, Mandetta compartilhou a experiência brasi-
apesar da tendência à redução populacional em diversas leira e ofereceu ajuda aos demais países integrantes do
regiões. grupo, no sentido de elaborar e adaptar guias alimenta-
res às realidades locais de cada um deles.

7
A ideia é promover, já no primeiro trimestre de 2020, EDUCAÇÃO
oficinas técnicas para apresentar a metodologia adotada
pelo Brasil na elaboração do guia. Análise de dados pode ajudar a melhorar educa-
Instituída em julho de 1996, a CPLP reúne nove Esta- ção, dizem especialistas
dos membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e A coleta e a análise de dados se tornaram uma rea-
Príncipe e Timor-Leste. Juntos, esses países têm 230 mi- lidade não somente na economia, mas em diversas
lhões de habitantes distribuídos por quatro continentes. áreas. Para especialistas, também na educação, esse tipo
(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti- de prática pode contribuir para identificar problemas e
cia/2019-12/guia-alimentar-brasileiro-podera-ser-adap- orientar a ação de gestores, profissionais e governantes
tado-para-outros-paises) tanto na administração escolar quanto na elaboração de
políticas públicas.
Anvisa decide banir gordura trans até 2023 O tema foi discutido no evento Data Meeting Brazil,
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizado em Brasília hoje (26/11/19). A professora de ad-
aprovou hoje (17/12/19), por votação unânime, um novo ministração da Universidade de São Paulo (USP) Alessan-
conjunto de regras que visa banir o uso e o consumo de dra Montini destacou que, atualmente, há muitos dados
gorduras trans até 2023. disponíveis e o desafio é extrair deles valor para institui-
A nova norma será dividida em 3 etapas. A primeira ções e benefícios para a sociedade.
será a limitação da gordura na produção industrial de Na avaliação do gerente de políticas do movimento
óleos refinados. O índice de gordura trans nessa cate- Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, o trabalho orienta-
goria de produtos será de, no máximo, 2%. Essa etapa do por dados pode ajudar de diversas formas no setor.
tem um prazo de 18 meses de adaptação, e deverá ser A primeira é reconhecendo o que funciona. Entre 2007 e
totalmente aplicada até 1º de julho de 2021. 2017, por exemplo, os percentuais de alunos do 5o ano
A data também marca o início da segunda etapa, com aprendizagem satisfatória em língua portuguesa e
mais rigorosa, que limita a 2% a presença de gorduras
matemática mais que dobraram, saindo, respectivamen-
trans em todos os gêneros alimentícios. De acordo com
te, de 28% para 60,7% e de 23,7% para 48,9%.
nota publicada pela Anvisa, a medida deverá “ampliar a
proteção à saúde, alcançando todos os produtos desti-
Fonte:
nados à venda direta aos consumidores”.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
A restrição da segunda fase será aplicada até 1º de
cia/2019-11/analise-de-dados-pode-ajudar-melhorar-e-
janeiro de 2023 - período que marca o início da terceira
ducacao-dizem-especialistas
fase e o banimento total do ingrediente para fins de con-
sumo. A gordura trans ainda poderá ser usada para fins
industriais, mas não como ingrediente final em receitas Videoprova em Libras do Enem está disponível na
para o consumidor. internet

Ácidos graxos trans A videoprova em Libras do Exame Nacional do Ensino


Médio (Enem) deste ano está disponível na internet, na
Presente principalmente em produtos industrializa- página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-
dos, a gordura trans - ou ácido graxo trans, na nomen- cacionais Anísio Teixeira (Inep). Com o material, o partici-
clatura técnica - é usada para eliminar odores desagra- pante que já fez o Enem pode assistir à prova, comparar
dáveis e indesejáveis nos produtos finais. A gordura trans os resultados das respostas e conferir o gabarito. Para
está associada ao aumento do colesterol ruim (LDL) e de- quem ainda não fez a prova, o material servirá de suporte
gradação do colesterol bom (HDL). para os estudos.
Segundo informa a Anvisa, há provas concretas de O Inep passou a oferecer a videoprova em Libras em
que o consumo de gordura trans acima de 1% do va- 2017 como parte da política de inclusão do instituto. Em
lor energético total dos alimentos aumenta o risco de 2018, foi lançado o selo Enem em Libras, com todo o
doenças cardiovasculares. A agência informou ainda que, conteúdo disponível em Língua Brasileira de Sinais. No
em 2010, a média de consumo de gorduras trans pelos mesmo ano foi lançada a Plataforma Enem em Libras, na
brasileiros em alimentos industrializados girava em torno qual a videoprova pode ser acessada em plataforma si-
de 1,8% - valor considerado perigoso. Segundo a Orga- milar à adotada na aplicação da prova.
nização Mundial de Saúde (OMS), a gordura trans foi res- (Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/no-
ponsável por 11,5% das mortes por doenças coronárias ticia/2019-12/videoprova-em-libras-do-enem-esta-dis-
no Brasil naquele ano, o equivalente a 18.576 óbitos em ponivel-na-internet)
decorrência do consumo excessivo do óleo.
BNCC é “instrumento poderoso” para ensino de
Fonte: qualidade, diz educadora
ATUALIDADES

http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti-
cia/2019-12/anvisa-decide-banir-gordura-trans-a- A diretora do Instituto Reúna, Kátia Smole, disse hoje
te-2023 (11) que a implementação integral da Base Nacional Co-
mum Curricular (BNCC) vai permitir, pela primeira vez, a
criação de um sistema coerente de educação no país.

8
Na avaliação da educadora, o ensino de qualidade Violência contra professores e alunos cresce na
homogênea compreenderia um alinhamento entre currí- rede pública paulista
culo, material didático, formações inicial e continuada de
professores e avaliação, independentemente da esfera Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Locomotiva
de gestão da escola, ou seja, se é de âmbito municipal, e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Es-
estadual ou federal. tado de São Paulo (Apeoesp) revela que 54% dos pro-
“Nós não vamos ter revolução 4.0, 5.0 se os alunos fessores já sofreram algum tipo de violência nas escolas.
não aprenderem o que é certo, na idade certa”, afirmou Em 2017, o percentual era 51% e, em 2014, 44%. Entre
Kátia, que participou hoje do 1º Encontro da Organiza- os estudantes, 37% declararam ter sofrido violência (em
ção dos Estados Ibero-Americanos (OEI) de Políticas Pú- 2014 eram 38%, e 2017, 39%).
blicas de Educação e Cultura, realizado em São Paulo. Em 2019, 81% dos estudantes e 90% dos professores
Na opinião da diretora, de nada adianta investir em souberam de casos de violência em suas escolas esta-
ações de aceleração de aprendizagem se ainda houver duais no último ano. Ocorrências mais frequentes de vio-
distorções na assimilação de conteúdos. lência nas escolas estaduais envolveram bullying, agres-
“A base [BNCC] tem, para mim, um valor importan- são verbal, agressão física e vandalismo.
te porque diz claramente, corajosamente, ainda que nós Entre os estudantes, há mais casos de bullying, cita-
possamos ter muitas sugestões de melhoria: há uma dos por 62% deles e, entre os professores, as ocorrências
progressão de aprendizagem. É necessário que eu passe mais frequentes são de agressão verbal, citada por 83%
pela escola e aprenda na escola o que é certo, na idade dos docentes. “O bullying é o ponto de partida para di-
certa, não por sorte, não porque eu peguei um professor versas violências”, disse a presidente do sindicato.
bom, não porque deu certo de eu estar em uma esco- Outro ponto da pesquisa mostra que 95% da popu-
la privilegiada, mas porque é direito. É direito. Eu posso lação de SP, 98% dos estudantes e 99% dos professores
saber mais do que está aí [previsto na BNCC], mas eu afirmam que o governo estadual deveria dar mais condi-
não posso saber menos”, disse Katia, que foi secretária ções de segurança às escolas.
de Educação Básica do Ministério da Educação, durante
Opinião semelhante tem a população do país: 93%
o governo Michel Temer.
dos brasileiros acreditam que o governo estadual deveria
“Por sorte, eu tive professores que fizeram a diferen-
dar mais condições de segurança as escolas, revelou o
ça. Eu não queria que dependesse da sorte”, destacou.
estudo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada
A percepção da violência pelos professores aumen-
pelo Brasil em 2017 para o ensino infantil e fundamental
tou nos últimos anos: 71% dos estudantes e 71% dos
e, em 2018, para o ensino médio, define o mínimo que
professores perceberam o aumento este ano. Em 2017,
os estudantes devem aprender a cada etapa de ensino. A
BNCC prevê ainda que, em todo o período escolar, além a percepção era de 72% para os estudantes e 61% para
de capacidades acadêmicas, sejam desenvolvidas habili- os professores. Em 2014, a taxa era menor: 70% e 57%
dades socioemocionais. A partir da Base, as redes públi- respectivamente.
cas de ensino e as escolas privadas devem elaborar os Entre a população, a grande maioria (77%) soube de
currículos que serão implementados nas salas de aula. Os algum caso recente de violência em escolas públicas. No
novos currículos estão em fase de elaboração. estado de São Paulo, essa percepção atinge 79% da po-
pulação. “A violência passa a fazer parte do território da
Obstáculos da carreira docente aprendizagem, é essa a realidade das escolas”, lamentou
Meirelles.
O secretário de Educação do estado de São Paulo,
Rossieli Soares, destacou a importância da valorização Crise e cortes na educação
dos professores da rede pública de ensino.
Um dos problemas, segundo ele, é a forma como a Para a população, saúde e educação são áreas que
progressão salarial da categoria está estruturada, além deveriam ser poupadas de cortes mesmo em períodos
da remuneração inicial baixa. Para o educador, porém, a de crise. Para 45% dos entrevistados, a saúde vem em
questão transcende tal aspecto, passando também pela primeiro lugar e não deveria sofrer cortes. Em seguida,
condição de trabalho a que são submetidos, que estaria figuram educação, criminalidade, violência e geração de
fazendo com que percam “o brilho no olhar” quanto à empregos.
profissão.
Um levantamento sistematizado pelo Interdisciplina- Fonte:
ridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
base nos dados do Programa Internacional de Avaliação cia/2019-12/violencia-contra-professores-e-alunos-
de Alunos (Pisa) de 2015, revelou que apenas 3,3% dos -cresce-na-rede-publica-paulista
estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professo-
res. Se a opção for pela docência na educação básica, o Cursos à distância superam presenciais em nota
percentual cai para 2,4%. máxima
ATUALIDADES

O percentual de cursos de ensino a distância (EaD)


Fonte: com nota máxima superou o de presenciais em avaliação
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti- do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
cia/2019-12/bncc-e-instrumento-poderoso-para-ensi- nais Anísio Teixeira (Inep), que mede a qualidade do en-
no-de-qualidade-diz-educadora sino superior.

9
Os dados são do indicador ao Conceito Preliminar de BNCC
Curso (CPC), referentes a 2018, e foram divulgados hoje A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um
(12/12/19) pelo Inep, vinculado ao Ministério da Educa- documento de caráter normativo que define o conjun-
ção (MEC). to orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais
Ao todo, 2,7% dos cursos EaD obtiveram conceito que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
5, enquanto apenas 1,6% dos presenciais alcançaram etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a
o mesmo patamar. O CPC classifica os cursos em uma que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem
escala de 1 a 5. O conceito 3 reúne a maior parte dos e desenvolvimento, em conformidade com o que precei-
cursos. Aqueles que tiveram um desempenho menor que tua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento
a maioria recebe conceitos 1 ou 2. Já os que tiveram de- normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar,
sempenho superior à maioria, recebem 4 ou 5. tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes
Ainda considerando as modalidades de ensino, mais e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996),
cursos distância (94,5%) obtiveram conceito superior a e está orientado pelos princípios éticos, políticos e esté-
3: 94,5%. Entre os cursos presenciais, 86,7% obtiveram ticos que visam à formação humana integral e à cons-
conceitos entre 3 e 5. Na relação de cursos com pior de- trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva,
sempenho, o CPC 2018 apurou uma maior participação como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacio-
da modalidade presencial. Enquanto 0,4% de cursos pre- nais da Educação Básica (DCN).
senciais conseguiram conceito 1, o percentual do EaD foi Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essen-
de 0%. Já os cursos com nota 2 representam 5,5% na ciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar
aos estudantes o desenvolvimento de dez competências
modalidade EaD e 9,5% entre os presenciais.
gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os
direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Fonte:
Na BNCC, competência é definida como a mobiliza-
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
ção de conhecimentos (conceitos e procedimentos), ha-
cia/2019-12/cursos-distancia-superam-presenciais-em- bilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitu-
-nota-maxima des e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
Mais quatro universidades portuguesas vão usar do trabalho.
Enem para selecionar alunos
Fonte:
Quatro novas instituições de ensino superior de Por- http://basenacionalcomum.mec.gov.br
tugal assinaram acordo para usar as notas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de se- TECNOLOGIA
lecionar estudantes para seus cursos de graduação. As
Universidades de Coimbra e do Algarve, que foram as DNA de fósseis do Brasil desafia teorias de ‘desco-
primeiras a firmar parceria para usar o exame, também berta’ da América
renovaram os convênios com o Instituto Nacional de Es-
tudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Todos os indígenas que vivem ou já viveram nas Amé-
Ministério da Educação (MEC). ricas descendem de uma única população que chegou ao
Ao todo são 41 instituições portuguesas que usam o Novo Mundo vinda do leste asiático, através do estreito
Enem. Entre as quatro novas, três têm sede em Lisboa – de Bering, há cerca de 20 mil anos. A conclusão, de um
Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), a Universidade trabalho de uma equipe internacional de 72 arqueólogos
Autônoma de Lisboa (UAL) e o Instituto Politécnico da e geneticistas - entre os quais 17 brasileiros -, refuta as
Lusofonia (Ipluso). A quarta nova instituição conveniada teorias mais discutidas ou aceitas até hoje sobre o po-
é a Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha voamento do continente posteriormente “descoberto”
Portuguesa, em Oliveira de Azeméis. por Cristóvão Colombo.
O programa de convênio com as instituições portu- Assinado por pesquisadores das universidades de São
guesas completou cinco anos em maio de 2019. As duas Paulo (USP) e Harvard, dos Estados Unidos, e do Instituto
Max Planck, da Alemanha, o artigo científico foi publica-
primeiras instituições a assinar o acordo, em 2014, a Uni-
do nesta quinta-feira na prestigiosa revista científica Cell.
versidade de Coimbra e a Universidade do Algarve, reno-
Para chegar às conclusões, os autores se basearam
varam o convênio.
na análise do DNA fóssil de 49 esqueletos provenientes
Ao celebrar o acordo, a instituição passa a ter acesso
de 15 sítios arqueológicos, dos quais dois na Argentina
facilitado, junto ao Inep, aos resultados dos estudantes (11 esqueletos com idades entre 8,9 mil e 6,6 mil anos),
que buscam vaga em seus cursos. Cada instituição define um em Belize (três, de 9,4 mil a 7,3 mil anos), quatro no
as regras e os pesos para uso das notas. Brasil (15, de 10,1 mil a 1 mil anos), três no Chile (cinco,
de 11,1 mil a 540 anos) e sete no Peru (15, de 10,1 mil a
ATUALIDADES

Fonte: 730 anos).


https://exame.abril.com.br/mundo/mais-quatro-uni- Dos esqueletos brasileiros, sete, com cerca de 9,6 mil
versidades-portuguesas-vao-usar-enem-para-selecio- anos, foram escavados no sítio arqueológicos Lapa do
nar-alunos/ Santo, na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais; cinco,
com idade em torno de 2 mil anos, no sambaqui Jabu-

10
ticabeira 2, em Santa Catarina; e dois, de 6,7 mil anos, e Engineering Fair) 2019, realizada no dia 17 de maio, nos
um, com 5,8 mil anos, nos sambaquis fluviais Laranjal e Estados Unidos. A jovem, que é de Osório, no Rio Grande
Moraes, respectivamente, localizados no Vale do Ribeira do Sul, também poderá batizar um asteroide com seu
no estado de São Paulo. nome por conta do resultado.
Em seu projeto, Juliana utiliza casca da macadâmia
Fonte: para alimentar microorganismos responsáveis por pro-
https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/dna-de- duzir membranas que podem ser utilizadas em várias si-
-fosseis-do-brasil-desafia-teorias-de-descoberta-da- tuações, como para fabricar embalagens biodegradáveis.
-america,d35d470f5700c8d641e78af6bba8c4b7cjdn- Ela também está investigando como aplicar essa pesqui-
b19b.html sa na área de saúde, utilizando a membrana como cura-
tivos após a realização de cirurgias.
Foto de um buraco negro é revelada pela primeira O projeto foi apresentado na Feira Brasileira de Ciên-
vez na história cias e Engenharia (FEBRACE), organizada pela Universida-
de de São Paulo (USP), em março de 2019, quando foi se-
A primeira imagem de um buraco negro foi revelada lecionado para a Intel ISEF. Nos Estados Unidos, a jovem
nesta quarta-feira, 10/04/19, pela Fundação Nacional de teve a oportunidade de conhecer o trabalho científicos
Ciências (National Science Foundation, em inglês). A sur- de 1,8 mil jovens pesquisadores de 80 países.
preendente foto é resultado do trabalho de uma rede de Realizada desde 1950, a Intel ISELF é considerada a
telescópios, o projeto Event Horizon Telescope. maior feira de ciências do mundo para os estudantes que
A imagem disponibilizada mostra um buraco negro ainda estão no Ensino Médio. Além do prêmio de US$ 3
no centro da enorme galáxia Messier 87, localizada no mil, Estradioto terá a honra de batizar um asteroide com
aglomerado vizinho de Virgem, a 5 milhões de anos-luz o seu sobrenome.
da Terra. A região escura da foto é, na realidade, a som- Juliana pretende ingressar na graduação na área de
bra do buraco negro. O buraco negro fotografado é 6,5 Biologia — e, um dia, trazer um Prêmio Nobel para o
bilhões de vezes mais massivo que o Sol. Brasil. Além disso, ela afirma que deseja ajudar na divul-
gação científica e trabalhar com outros jovens. “Um dos
Até então, os astrônomos não tinham conseguido
maiores ensinamentos que aprendi é espalhar essa lição
captar precisamente a imagem de um buraco negro.
de fazer a ciência”.
Eram conhecidas apenas ilustrações, concepções artísti-
cas e simulações. Mas por que levou-se tanto tempo? A
Fonte:
razão principal é que eles são fenômenos invisíveis —
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noti-
com a força da gravidade exercendo uma pressão que
cia/2019/05/brasileira-ganha-1-lugar-na-feira-de-cien-
nada escapa ao seu redor: incluindo a radiação eletro-
cias-da-intel-maior-do-mundo.html
magnética.
“Se você quiser tirar uma foto de algo que se recusa Cientista brasileira cria “caneta” que detecta cân-
a ser fotografado, como um buraco negro, você precisa cer durante cirurgia
construir um tipo especial de telescópio. Então, conec-
tamos radiotelescópios ao redor do globo, os sincroni- Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma
zamos com relógios atômicos e todos eles olham para o espécie de caneta capaz de detectar células tumorais em
mesmo buraco negro ao mesmo tempo”, explicou She- poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin é formada em
perd Doeleman, diretor assistente para observação na Química pela Universidade Estadual de Campinas (Uni-
Black Hole Initiative. camp) e, apesar da pouca idade, já é chefe de um labo-
A importância do anúncio foi explicada na conferên- ratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin,
cia internacional, acompanhada ao vivo por diversos paí- nos Estados Unidos.
ses. Segundo um dos porta-vozes, a imagem do buraco Foi lá que, há quatro anos, ela iniciou os estudos de
negro é resultado do trabalho em equipe de centenas de um dispositivo capaz de extrair moléculas de tecido hu-
cientistas e pesquisadores ao redor do mundo — envol- mano e apontar, no material analisado, a presença de
veram-se no projeto oito telescópios e profissionais de células cancerosas. A tecnologia está em estudo, mas já
20 países —, além de ter sido fruto do sonho de Albert teve resultados promissores ao ser usada na análise de
Einstein, há 100 anos. 800 amostras de tecido humano.
A pesquisadora, que já mora há dez anos nos EUA,
Fonte: para onde se mudou para fazer doutorado, está no Brasil
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/no- nesta semana para apresentar os achados de sua pes-
ticia/2019/04/foto-de-um-buraco-negro-e-revelada-pe- quisa no congresso Next Frontiers to Cure Cancer, pro-
la-primeira-vez-na-historia.html movido anualmente pelo A.C. Camargo Cancer Center na
cidade de São Paulo.
Brasileira ganha 1º lugar na feira de ciências da Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comu-
Intel, a maior do mundo nidade científica ao ser uma das personalidades selecio-
ATUALIDADES

nadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fun-


Com apenas 18 anos, Juliana Estradioto já conta com dação MacArthur, conhecida como “bolsa dos gênios” e
um currículo acadêmico de dar orgulho. Agora, ela ga- destinada a profissionais com atuação destacada e criati-
nhou o primeiro lugar na categoria Ciência dos Materiais va em sua área. O prêmio, no valor de U$ 625 mil (cerca
na premiação da Intel ISELF (International Science and de R$ 2,5 milhões), é de uso livre pelo bolsista.

11
A caneta desenvolvida por ela e sua equipe de pes- “Nós nos acostumamos a receber cartas que eram
quisadores usa uma técnica de análise química para dar para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan-
essa mesma resposta que um patologista daria. “A cane- do para motoristas de entrega.”
ta tem um reservatório preenchido com água. Quando Dez anos trabalhando na indústria da música, que en-
a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dis- volviam também a tentativa de fazer com que as bandas
solvem em água e são transportadas para um espectrô- se encontrassem em entradas específicas dos locais de
metro de massa, equipamento que caracteriza a amostra apresentação, também alimentaram sua frustração.
como cancerosa ou não”, explica a cientista. “Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e
Essa caracterização da amostra em maligna ou não latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick.
pode ser feita porque a tecnologia usa, além dos equi- “Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo
pamentos de análise química, técnicas de inteligência ar- muito mais amigável? Eu estava falando com um mate-
tificial para que a máquina “responda” se as células são mático e descobrimos que havia combinações suficientes
tumorais.
de três palavras para cada local do mundo.”
Para isso, foram usadas, na criação do modelo, cen-
Na verdade, 40 mil palavras foram suficientes.
tenas de amostras de tecidos cancerosos que, por meio
A empresa começou em 2013 e agora emprega mais
de suas características, “ensinam” a máquina a identificar
de cem pessoas em sua base em Royal Oak, oeste de
tecido tumoral.
Londres.
Fonte:
https://exame.abril.com.br/ciencia/cientista-brasilei- Serviços de emergência e guias de viagem
ra-cria-caneta-que-detecta-cancer-durante-cirurgia
A Mongólia adotou as palavras-chave para seu ser-
What3words: como um aplicativo usa três pala- viço postal, e o guia de viagens Lonely Planet sobre o
vras para salvar vidas país fornece endereços de três palavras para pontos tu-
rísticos.
A polícia britânica pediu a todos que façam o down- A Mercedes Benz também incluiu o sistema em seus
load do aplicativo what3words para celular porque, se- carros, e o what3words está sendo usado agora em 35
gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa idiomas. O Airbnb também usa as três palavras para lo-
disponível também no Brasil. Mas como ele funciona? calizar imóveis oferecidos na plataforma.
“Chutado. Convergido. Futebol” Segundo Lee Wilkes, gerente do Cornwall Fire and
Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo Rescue Service, um dos 35 serviços de emergência ingle-
aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando ses e galeses que assinaram o sistema, o aplicativo “eli-
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi- mina toda a ambiguidade sobre onde precisamos estar”.
da na Inglaterra. O grupo havia planejado uma trilha cir- O sistema pode ajudar também a combater incêndios
cular de 8 km na Hamsterley Forest, de quase 20 km², em grandes extensões rurais, por exemplo, disse Wilkes.
no condado de Durham, na noite de domingo, mas os “Em vez de dizer ‘encontrem-se no portão e depois
amigos se perderam depois de três horas. sejam orientados de lá’, podemos ser absolutamente es-
“Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de pecíficos sobre onde a nossa equipe precisa chegar”, dis-
onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível. se Wilkes. “Eu simplesmente não consigo ver uma des-
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir vantagem (no sistema).”
para não chorar.” Caso as pessoas perdidas não tenham o aplicativo
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com
instalado, os serviços de emergência poderão enviar uma
sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência.
mensagem de texto contendo um link da web para seus
“Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis-
telefones.
se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual
Essa alternativa exigiria um sinal de celular. No Bra-
nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley.
Quando o CEP ou o GPS não dão conta sil, a operadora com maior cobertura 3G do país, a Vivo,
O aplicativo what3words, essencialmente, aponta atende a 4.471 dos 4.635 municípios do país, seguida por
para um local muito específico. Tim (3.195), Claro (3.966) e Oi (1.644), segundo dados da
Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri- consultoria Teleco.
lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com Mas o what3words não precisa dessa conexão de da-
um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea- dos para determinar a localização de três palavras.
toriamente. “Digamos que um membro de um grupo se feriu em
A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por uma montanha e não pode se locomover. Eles não têm
exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode sinal de celular para pedir ajuda, mas podem anotar as
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le- três palavras e avisar as equipes de resgate assim que
var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”. conseguirem sinal e determinar exatamente onde está a
ATUALIDADES

O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres- pessoa ferida”, disse Sheldrick.


pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick, Foi o caso da polícia do Condado inglês de South
que cresceu na zona rural de Hertfordshire. Yorkshire, que usou as três palavras para encontrar um
“Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”, homem de 65 anos que ficou preso depois de cair em um
disse ele. aterro em Sheffield.

12
O Serviço de Bombeiros e Resgate de outro condado, Produção de energia eólica no Brasil se equipara
North Yorkshire, encontrou uma mulher que havia batido a de Itaipu
o carro, mas não sabia onde estava.
E a polícia do Condado inglês de Humberside con- A produção de energia eólica no Brasil atingiu a mar-
seguiu resolver rapidamente um crime em curso envol- ca de 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Os
vendo reféns depois que uma vítima conseguiu dizer aos dados referentes à medição de setembro foram divulga-
policiais exatamente onde ela estava detida. dos nesta segunda-feira, 5, pela Associação Brasileira de
“Essa foi uma situação crítica e ser capaz de usar um Energia Eólica (Abeeólica) e mostram que o total da pro-
endereço de três palavras significava que os policiais po- dução dessa matriz energética é equivalente a mesma
deriam chegar lá muito mais rápido, resgatar o refém e capacidade instalada de Itaipu, a maior usina hidrelétrica
prender um homem”, disse Sheldrick. do Brasil.
No total, são 14,34 GW de capacidade instalada em
Fonte: 568 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em
https://www.bbc.com/portuguese/geral-49353306 12 estados. Os estados da Região Nordeste agregam a
maior parte da produção. O Rio Grande do Norte apare-
ENERGIA ce em primeiro lugar com 146 parques e 3.949,3 mega-
watts (MW) de potência. Em seguida vem a Bahia, com
Brasil ocupa oitavo lugar no ranking mundial de 133 parques e potência de 3.525 MW; o Ceará vem em
produção de energia eólica terceiro lugar, com 2.049,9 MW de potência e 80 parques
instalados.
e vento em popa. Este é o ritmo do crescimento da “A fonte eólica tem mostrado um crescimento con-
energia eólica no Brasil. Os investimentos no setor co- sistente, passando de menos de 1 GW em 2011 para os
meçaram por volta de 2005 e, menos de 10 anos após 14 GW de agora, completamente conectados à rede de
o primeiro leilão da energia dos ventos no país (realiza- transmissão. Em média, a energia gerada por estas eóli-
do em 2009), o Brasil atingiu na semana passada a po-
cas equivale atualmente ao consumo residencial médio
tência instalada 13 gigawatts (GW), quase a mesma da
de cerca de 26 milhões de habitações [80 milhões de
Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Segundo dia da série do
pessoas]”, informou a associação.
Estado de Minas sobre energias limpas mostra como o
De acordo com a Abeeólica, a energia produzida com
Brasil passou a ocupar o oitavo lugar no ranking mundial
ventos está chegando a atender quase 14% do Sistema
da produção de energia, divulgado pelo Global World
Interligado Nacional (SIN). No caso específico do Nor-
Energy Council (GWEC), superando países desenvolvidos
deste, os recordes de atendimentos a carga ultrapassam
como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos cinco
70% da energia produzida na região.
anos, pois, até 2012, estava em 15º.
Com mais 500 parques eólicos em operação, o país “O dado mais recente de recorde da região é do dia
tem uma produtividade bem acima da média mundial, se- 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da
gundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeo- demanda foi atendida pela energia eólica, com geração
lica). O crescimento sustentável e os sucessivos recordes média diária de 7.839,65 MWmed [megawatts médios] e
de geração levaram esse tipo de energia a abastecer 11% fator de capacidade de 76,58%. Nesta data, houve uma
do país, em setembro de 2017. Sua importância é maior máxima às 8h, com 82,34% de atendimento da demanda
no Nordeste, onde, em alguns meses do ano, ela garan- e 85,98% de fator de capacidade. Vale mencionar tam-
te 60% do abastecimento. Lá estão os três estados que bém que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador
lideram o ranking da produção eólica nacional: Rio Gran- de energia durante todo dia, uma realidade totalmente
de do Norte (3,7GW); Bahia (2,5GW) e Ceará (1,9GW). O oposta ao histórico do submercado que é por natureza
quarto colocado é o Rio Grande do Sul, com 1,8GW. importador de energia”, disse a Abeeólica.
Os avanços do país no setor se devem diretamente (Fonte: https://www.fiern.org.br/producao-de-ener-
à boa qualidade dos ventos do Nordeste e do Rio Gran- gia-eolica-no-brasil-se-equipara-de-itaipu/)
de do Sul, segundo a presidente da Abeeólica. “O Bra-
sil conseguiu trazer novas tecnologias desenvolvidas lá Governo seguirá com privatização da Eletrobras e
fora para serem aplicadas aqui. Ao trazer a tecnologia da reformas em energia, diz ministro
energia eólica, percebemos que o Brasil tem uma grande
particularidade: o país tem os melhores ventos do mun- O novo ministro de Minas e Energia, almirante Bento
do para gerar energia. Os aerogeradores no Brasil –prin- Albuquerque, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro
cipalmente no Nordeste e no Sul do país – têm uma pro- levará adiante propostas de desestatização da Eletro-
dutividade que costuma ser o dobro da produtividade do brase de reformas no setor de energia apresentadas no
restante do mundo”, explica Elbia. governo de Michel Temer, ao falar durante cerimônia de
transmissão do cargo em Brasília.
Fonte: O projeto de Temer para a Eletrobras previa a priva-
ATUALIDADES

https://www.em.com.br/app/noticia/econo- tização da companhia por meio de uma oferta bilionária


mia/2018/02/26/internas_economia,940112/brasil-ocu- de novas ações que diluiria a participação do governo na
pa-8-lugar-no-ranking-mundial-de-producao-de-ener- elétrica a uma posição minoritária.
gia-eolica.shtml As ações ordinárias da estatal dispararam após a fala
de Albuquerque, e subiam quase de 16% às 13h26.

13
“Sempre levando em consideração o interesse pú- nou ao país. Ele foi capturado no sábado (12/01/19) por
blico, se dará prosseguimento ao processo em curso de agentes bolivianos em parceria com italianos após fugir
capitalização da Eletrobras”, afirmou o ministro em seu do Brasil, onde era buscado pela PF (Polícia Federal).
discurso, sem detalhar. Considerado terrorista pelas autoridades brasileiras e
Ele também disse que pretende avançar com uma re- italianas, Battisti foi condenado pelo assassinato de qua-
forma da regulamentação do setor elétrico que chegou tro pessoas na década de 1970, quando integrava o gru-
a ser apoiada por Temer e continuar com mudanças nas po Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das
regras para exploração de campos de petróleo, incluindo Brigadas Vermelhas.Em 1991, a sentença foi confirmada
na região do pré-sal. pela Corte Suprema italiana (Cassazione).
“Modernizaremos o modelo do setor elétrico, preser- Após fugir da Itália na década de 1980, Battisti se es-
vando a segurança energética e priorizando a racionali- condeu em Paris e logo depois foi para o México. Depois
dade econômica”, apontou Albuquerque. de 10 anos em território mexicano, ele voltou a fugir para
“No setor de óleo e gás, aprimoraremos a Lei da Parti- a França onde viveu por 15 anos sob proteção do Eliseu,
lha da Produção, de modo a proporcionar maior compe- mas teve que deixar o país com a mudança de governo.
titividade no ambiente de exploração e produção, maior Em 2004 fugiu para o Brasil e viveu foragido até ser pre-
pluralidade de investidores, menor custo de transação so em Copacabana, em 2007. Foi solto em 2011, após o
para a União e, consequentemente, mais investimentos e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negar a extra-
retornos econômicos e sociais”, acrescentou. dição e conceder-lhe o status de refugiado político. Em
2017 voltou a ser preso, desta vez na Bolívia, mas três
Fonte: dias depois estava livre novamente. Após o ex-presiden-
https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noti- te Michel Temer autorizar a extradição no final do ano
cia/2019/01/governo-seguira-com-privatizacao-da-ele- passado, voltou a ficar foragido em dezembro do ano
trobras-e-reformas-em-energia-diz-ministro.html passado até ser preso neste sábado, em Santa Cruz de
la Sierra.
Sirius: primeira volta de elétrons no acelerador
Fonte:
principal demonstra funcionalidade de laboratório
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/14/bat-
tisti-italia-37-anos-fuga.htm
Principal projeto de pesquisa científica do governo
federal, o Sirius, em Campinas (SP), registrou um impor-
Trump firma acordo que acaba com ‘shutdown’
tante avanço nesta sexta-feira (22/11/19). Pesquisadores
concluíram com sucesso a 1ª volta de elétrons no tercei-
O presidente Donald Trump firmou nesta sexta-feira
ro e principal acelerador, demonstrando a funcionalidade (25/01/19) um acordo com a oposição democrata para
do equipamento. reabrir temporariamente o governo federal, paralisado
Diretor do projeto, Antônio José Roque da Silva clas- há um recorde de cinco semanas devido à disputa so-
sificou o teste como um “grande marco” e projetou que bre o financiamento do muro na fronteira entre Estados
as primeiras linhas de luz da estrutura possam realizar Unidos e México. Trump assinou a lei que prevê o finan-
experimentos no segundo semestre de 2020 - o atraso ciamento de parte das agências federais até 15 de fe-
no orçamento, no entanto, impede a conclusão das 13 vereiro, informou o Executivo. “Alcançamos um acordo
linhas de pesquisa previstas para o ano que vem. para encerrar o ‘shutdown’ e reabrir o governo federal
O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª ge- (...) por três semanas, até 15 de fevereiro”, havia declara-
ração, que atua como uma espécie de “raio X superpo- do o presidente. O projeto foi aprovado por unanimida-
tente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de no Senado.
de átomos e moléculas. Atualmente, há apenas um la- Legisladores e a Casa Branca estavam sob intensa
boratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no pressão para resolver o impasse, enquanto centenas de
mundo: o MAX-IV, na Suécia. milhares de trabalhadores federais entravam em um se-
No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equi- gundo mês sem pagamentos, e o impasse político come-
pamentos de 2ª geração, em funcionamento há 30 anos. çou a atrapalhar alguns dos aeroportos mais movimen-
(Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/ tados do país.
noticia/2019/11/22/sirius-primeira-volta-de-eletrons-
-no-acelerador-principal-demonstra-funcionalidade-de- Fonte:
-laboratorio.ghtml) www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/26/trump-fir-
ma-acordo-que-acaba-com-hutdown.htm
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Incêndio consome catedral de Notre-Dame de Pa-
Battisti chega à Itália após 37 anos de fuga ris
O terrorista italiano Cesare Battisti, 64, desembarcou
por volta das 11h30, do horário local, (8h30 no horário Na noite desta segunda-feira (15/04/19), os bombei-
ATUALIDADES

de Brasília) desta segunda-feira (14/01/19) no aeroporto ros já haviam controlado quase todo o fogo na catedral
de Ciampino, em Roma, após ser entregue na tarde de mais conhecida e visitada de todo o planeta. Mas os
ontem às autoridades italianas no aeroporto de Viru Viru, danos na Notre-Dame, em Paris, são incalculáveis. Um
em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Battisti deixou a desastre de proporções gigantescas para o patrimônio
Itália após fugir da prisão, em 1981, e nunca mais retor- cultural e arquitetônico da humanidade.

14
Os parisienses e turistas testemunharam atônitos a Modi enfrentou críticas no início da campanha por ter
queda do ponto mais alto da catedral, conhecido como falhado em criar mais empregos e pelos baixos preços
flecha. O incêndio começou uma hora antes, perto das agrícolas, e tanto analistas quanto políticos disseram que
19h no horário local – 14h no Brasil. a disputa eleitoral estava ficando acirrada, com o prin-
Fiéis que participavam de uma missa abandonaram cipal partido de oposição, Congresso Nacional Indiano,
a catedral. Rapidamente, as chamas no prédio de mais ganhando território.
de 850 anos podiam ser vistas de quase toda a capital O primeiro-ministro fez campanha entre sua base na-
francesa. As imagens se espalharam pelas redes sociais. cionalista hindu e transformou a disputa em uma briga
A polícia disse que a estrutura principal foi salva. As por segurança nacional após uma escalada nas tensões
estátuas de bronze foram removidas na semana passada
com o Paquistão. Ele atacou seu principal adversário por
para as obras.
ser “frouxo” com relação ao arqui-inimigo do país.
O Ministério Público já abriu uma investigação para
apurar as causas do incêndio. O presidente francês can- O partido de Modi deve conquistar entre 339 e 365
celou um pronunciamento que faria na TV e foi até o cadeiras da câmara baixa do Parlamento, composta por
local conversar com bombeiros. 545 membros, seguido por 77 a 108 cadeiras para a alian-
ça de oposição liderada pelo Congresso Nacional India-
Fonte: no, mostrou a pesquisa boca de urna India Today Axis.
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti- Na Índia, uma força política precisa somar o apoio de
cia/2019/04/15/incendio-consome-catedral-de-notre- uma maioria simples, ou seja, pelo menos 272 parlamen-
-dame-de-paris.ghtml tares, para poder formar governo.
Pesquisas boca de urna, no entanto, têm um histórico
Maduro rompe com EUA, pede lealdade a milita- controverso em um país com 900 milhões de eleitores
res e diz que não sai do poder --dos quais cerca de dois terços votaram na eleição de
sete etapas. As pesquisas frequentemente erraram o nú-
O aumento da pobreza e a repressão do governo de mero de cadeiras, mas o resultado, em geral, tem sido
Nicolás Maduro propiciou uma onda de manifestações acertado, disseram analistas.
na Venezuela pedindo a queda do ditador. O país agora Com as pesquisas indicando uma vitória da aliança
vive a instalação de um governo paralelo, liderado pelo
de Modi, os mercados acionários indianos devem subir
deputado de oposição, Juan Guaidó.
com força na segunda-feira, enquanto também se espera
Maduro afirma que não deixará a presidência da Ve-
nezuela e culpa os Estados Unidos por “uma tentativa de que a rupia indiana se fortaleça contra o dólar, de acordo
golpe”. Maduro rompeu relações com os EUA e está se com analistas do mercado financeiro.
apoiando na força dos militares do país. Uma vitória clara significaria que Modi poderá realizar
as reformas que investidores esperam o que tornará a
Guaidó desmente maduro Índia um lugar mais fácil para negócios, disseram eco-
nomistas.
Após o anúncio de Maduro, Juan Guaidó publicou (Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/
um documento em suas redes sociais dirigido a todas noticia/2019-05/india-encerra-eleicao-que-deve-reele-
embaixadas presentes na Venezuela afirmando que as ger-narendra-modi)
relações diplomáticas com todos os países do mundo
estão mantidas. “Peço que vocês desconheçam qualquer Brexit
ordem ou disposição que contradiga o firme propósito
do poder legislativo da Venezuela”, afirmou. Relatos da Brexit é o processo de saída do Reino Unido da União
imprensa afirmam que há uma ordem de prisão contra Europeia iniciado em 2017 e com previsão para terminar
Guaidó, que já foi preso brevemente há cerca de duas em 2020.
semanas. Em 24 de novembro de 2018, após dois anos de ne-
gociação, a União Europeia aceitou os termos de retirada
Fonte:
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/23/ma- apresentado pela então primeira-ministra Theresa May.
duro-rompe-com-os-eua-e-diz-que-nao-deixara-presi- No entanto, sem conseguir que seu projeto fosse
dencia-da-venezuela.html aprovado no Parlamento, May demitiu-se e foi substituí-
da pelo deputado Boris Johnson.
Índia encerra eleição que deve reeleger Narendra O Brexit está previsto para 31 de janeiro de 2020.
Modi
Aprovação do acordo do Brexit
Indianos foram às urnas neste domingo (19/05) para
a sétima e última fase das eleições gerais no país. Pesqui- Após intensas negociações com os 27 países inte-
sas de boca de urna indicam vitória do Partido do Povo grantes da União Europeia, o Reino Unido conseguiu um
Indiano (BJP), legenda nacionalista hindu do primeiro- acordo para a saída desse bloco econômico, em 16 de
-ministro Narendra Modi. outubro de 2019.
ATUALIDADES

O pleito, o maior do mundo com um eleitorado de Desta vez, estão garantidas a livre circulação de pes-
902 milhões de pessoas, teve início em 11 de abril. A con- soas e mercadorias entre a fronteira da República da Ir-
tagem de votos das sete fases das eleições está prevista landa e da Irlanda do Norte. No entanto, o novo acordo
para a próxima quinta-feira, 23 de maio, e os resultados prevê o fim do status especial para o Reino Unido e o
só devem ser conhecidos na quinta ou na sexta-feira. torna um rival.

15
O projeto foi aprovado no Parlamento britânico no Economia
mesmo mês. Porém, os parlamentares não concederam
debater o texto em apenas dois dias e obrigaram ao pri- Em relação à situação econômica e social, a alta co-
meiro-ministro pedir um adiamento de três meses. missária da ONU afirmou que a crise continua afetando
Como consequência, Johnson teve que pedir novo os direitos dos venezuelanos. De acordo com a Comis-
adiamento à União Europeia. Desta vez, a data para um são Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal),
possível Brexit será 31 de janeiro de 2020. em 2019, a economia do país sofrerá uma contração de
25,5%, atingindo uma perda acumulada do Produto In-
Referendo sobre o Brexit terno Bruto (PIB) de 62,2% desde 2013.
“Embora nos últimos meses tenha havido melhora
O Brexit tem origem no governo do primeiro-ministro no suprimento de alimentos, apenas a minoria da po-
conservador David Cameron. pulação com acesso a divisas estrangeiras pode cobrir
Para disputar a reeleição, Cameron se aliou ao partido regularmente os altos preços dos alimentos devido à hi-
nacionalista, Partido da Independência do Reino Unido perinflação e à dolarização de fato da economia”, relata
(UKIP, na sigla em inglês). Bachellet, acrescentando que o salário mínimo no país
Em troca do seu apoio, este partido exigiu a convoca- cobre apenas 3,5% da cesta básica.
ção de um referendo onde os eleitores pudessem esco- Na apresentação, feita hoje em Bruxelas, Bachelet dis-
lher entre seguir ou sair da União Europeia. se que sua equipe visitou a cidade de Maracaibo, onde
O UKIP argumentava que a União Europeia retirava a verificou longas filas para comprar combustível, em meio
soberania do Reino Unido em assuntos econômicos e de a prolongados e repetidos cortes de eletricidade, que
imigração. Por isso, pedia que fosse feito uma consulta à também afetam o abastecimento de água. “Os direitos
população sobre a permanência neste bloco econômico. à saúde e educação também foram afetados, principal-
(Fonte: https://www.todamateria.com.br/brexit/) mente devido à falta de pessoal, infraestrutura precária
e falta de insumos”.
ONU alerta para incorporação de milícia às Forças Segundo Bachelet, durante o mês de novembro, a
Armadas venezuelanas Cáritas informou que, nas paróquias mais pobres de 19
estados do país, 11,9% das crianças apresentam sinais de
A alta comissária da Organização das Nações Uni-
desnutrição aguda – um aumento de 56% em relação a
das para os Direitos Humanos (ONU), Michelle Bachelet,
2018 – e que 32,6% têm atrasos de crescimento. A Cári-
apresentou hoje (18/12/19) um novo relatório sobre a
tas também relatou que 48,5% das gestantes atendidas
situação na Venezuela. Entre os temas abordados estão a
apresentam deficiências nutricionais.
liberação de presos políticos, a falha no acesso à saúde e
educação, os altos índices de violência e a preocupação
Violência
com uma possível incorporação das milícias às Forças Ar-
madas nacionais.
A alta comissária da ONU, em sua apresentação hoje, Diante da ausência de dados oficiais atualizados e pú-
em Bruxelas, demonstrou preocupação com apelos de blicos, o Observatório Venezuelano da Violência estimou
altas autoridades venezuelanas para que continuem a ar- uma taxa de 60,3 homicídios violentos por 100 mil ha-
mar as milícias, bem como a apresentação, no Congres- bitantes de janeiro a novembro de 2019. Embora tenha
so, de um projeto de lei que fortalece e incorpora esses havido uma redução em relação a 2018, o número segue
grupos às Forças Armadas Nacionais da Bolívia. sendo um dos mais altos da região.
Bachelet afirmou ainda que membros de sua equi- “Reitero minha preocupação com os níveis de violên-
pe fizeram visitas a nove centros de detenção e entre- cia que nos últimos meses também impactaram os líde-
vistaram, de maneira confidencial, mais de 70 pessoas res políticos locais, como ilustrado pelos assassinatos do
privadas de liberdade. Foram detectados 118 casos (109 ex-vereador da oposição Edmundo “Pipo” Rada Angulo
homens e nove mulheres) que requerem uma resposta e do ex-governador oficialista Johnny Yáñez Rangel. De
urgente por motivos de saúde, atrasos em processos ju- agosto até hoje, meu escritório documentou alegações
diciais e demora na liberação de pessoas que já cumpri- de supostas execuções extrajudiciais por membros das
ram suas penas. Forças de Ações Especiais (Faes), principalmente contra
“Destaco a liberação em setembro e outubro de 28 jovens, no contexto de operações de segurança em fa-
pessoas (24 homens e quatro mulheres) privadas de li- velas.”
berdade por motivos políticos e exorto as autoridades a Bachelet afirmou ainda que vê com preocupação al-
liberar incondicionalmente todas as pessoas detidas por tos índices de violência e a presença de grupos armados
motivos políticos, incluso militares. Reitero meu pedido irregulares envolvidos em exploração ilegal de recursos
para que se continue dando cumprimento às orientações naturais.
do grupo de trabalho sobre detenções arbitrárias”, afir-
mou Bachelet. Migrações
ATUALIDADES

Bachelet relatou atos de assédio, ameaças e deten-


ções pelos serviços de inteligência e forças de segurança, A Plataforma de Coordenação das Nações Unidas
além de outros casos de restrição das liberdades públicas para Refugiados e Migrantes da Venezuela estima que
que “limitam o espaço cívico-democrático”, como a de- 4,7 milhões de venezuelanos deixaram o país e projeta
tenção de jornalistas. que esse número chegará a 6,5 ​​milhões no final de 2020.

16
“Estou preocupada com o aumento da migração ir- A comunidade internacional deve “impedir que a
regular devido, por um lado, às maiores exigências de península volte à tensão e ao confronto”, argumentou
entrada em alguns países de trânsito e destino, mas tam- o porta-voz chinês, em entrevista coletiva, em que justifi-
bém pelas dificuldades que o povo venezuelano enfrenta cou o pedido apresentado à ONU.
na obtenção de sua documentação de viagem. Recente- Entre outras medidas, o documento sugere a suspen-
mente, as autoridades venezuelanas aumentaram o custo são da proibição de importação de carvão, de ferro, de
da emissão de passaportes em 70%, um custo equivalen- minério de ferro e de têxteis da Coreia do Norte.
te a 54 salários mínimos. O uso de rotas mais perigosas e China e Rússia pedem ainda o fim de uma medida
a exposição ao tráfico de pessoas aumentaram”, afirmou. que exige que os países recusem trabalhadores norte-
-coreanos que procurem emigrar.
Ano eleitoral O documento pede também a Pyongyang que inicie
um processo de desnuclearização. O pedido tem sido re-
cusado por Kim Jong-un, alegando que as armas nuclea-
Michelle Bachelet demonstrou preocupação com o
res são a única forma de garantir a segurança nacional
processo eleitoral de 2020. “É crucial garantir as liberda- contra ataques externos.
des públicas que são fundamentais para criar as condi-
ções necessárias para eleições livres, imparciais, credíveis, Fonte:
transparentes e pacíficas. A esse respeito, estou preocu- http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti-
pada com a retirada da imunidade de cinco deputados cia/2019-12/china-e-russia-pedem-onu-reducao-de-
da oposição, aumentando o total para 30 deputados -sancoes-contra-coreia-do-norte)
privados de imunidade, bem como com atos de assédio
contra representantes da oposição, incluindo o presiden- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
te da Assembleia Nacional”, afirmou a alta comissária da
ONU. Mais da metade da população mundial não tem
acesso à água potável, diz ONU
Fonte:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti- Considerado um direito humano pela Organização
cia/2019-12/onu-alerta-para-incorporacao-de-milicia- das Nações Unidas (ONU), o acesso à água potável e
-forcas-armadas-venezuelanas ao saneamento básico está longe de ser uma realidade
para mais da metade da população mundial. Segundo o
Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos
China e Rússia pedem à ONU redução de sanções
Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Genebra, fal-
contra Coreia do Norte
ta água limpa e segura para 2,1 bilhões de pessoas, en-
quanto 4,5 bilhões carecem de serviços sanitários. Com o
A China pediu hoje (17/12/19) ao Conselho de Se- alerta de que a expectativa é de que a situação se agrave,
gurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que devido às mudanças climáticas, o documento, intitulado
apoie uma proposta sino-russa de reduzir as sanções Não deixar ninguém para trás, destaca a necessidade de
contra a Coreia do Norte, desde que o país aceite um políticas públicas comprometidas a mudar essa situação.
plano de desnuclearização. “Os números falam por eles mesmos. Como o rela-
Nas últimas semanas, o governo norte-coreano tem tório mostra, se a degradação do ambiente natural e a
pedido aos Estados Unidos (EUA) que suspenda as san- pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais
ções impostas e fez um ultimato, ameaçando com um continuarem nas taxas atuais, 45% do Produto Interno
“presente de Natal” se Washington não fizer concessões Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão
em sua posição. em risco em 2050”, disse, em comunicado de imprensa,
O presidente norte-americano, Donald Trump, res- Gilbert F. Houngbo, presidente da ONU Água e do Fun-
pondeu ao ultimato da Coreia do Norte, afirmando que do Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). “Os
ficaria “decepcionado se alguma coisa estivesse sendo pobres e as populações marginalizadas serão afetados
preparada”, referindo-se à possibilidade de qualquer re- desproporcionalmente, exacerbando mais as desigualda-
des já crescentes. O relatório de 2019 fornece evidências
taliação militar por parte de Pyongyang.
da necessidade de adaptar abordagens, tanto nas políti-
A proposta apresentada por Pequim e Moscou à ONU
cas quanto na prática, e de adereçar às causas da exclu-
busca uma solução para o impasse, sugerindo que os são e da desigualdade.”
EUA ajustem as suas sanções contra a Coreia do Norte Na semana em que se comemora o Dia da Água, cele-
“de acordo com os passos dados por esse país em dire- brado na sexta-feira, o trabalho da ONU detalha as múlti-
ção à desnuclearização”. plas faces da disparidade ao acesso aos recursos hídricos.
A proposta chega em um momento de tensão entre Por exemplo, em países mais pobres, as mulheres estão
Washington e Pyongyang, com as negociações travadas em desvantagem dentro do grupo dos mais desfavore-
desde o fracasso da cúpula entre Donald Trump e o pre- cidos — nesses locais, geralmente cabe a elas andar qui-
sidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em fevereiro lômetros para coletar água. O relatório mostra que, em
ATUALIDADES

passado. uma escala global, metade das pessoas que toma água
“A península coreana atravessa um período impor- de fontes não seguras vive na África. Na região subsaa-
tante e sensível. A urgência de um acordo político au- riana do continente, somente 24% da população têm
mentou ainda mais”, disse o porta-voz do Ministério dos água potável e apenas 28% contam com saneamento
Negócios Estrangeiros da China. não compartilhado com outras pessoas.

17
Dentro das cidades, a desigualdade também está ma dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para
presente. “Na África subsaariana, a maioria da popula- limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos ní-
ção tem acesso nas cidades, mas, na periferia urbana, veis pré-industriais.
não acessam nem água nem saneamento”, exemplifica Para que comece a vigorar, necessita da ratificação de
Massimo Lombardo, oficial de Meio Ambiente da Orga- pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emis-
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e sões de GEE. O secretário-geral da ONU, numa cerimônia
a Cultura (Unesco) no Brasil. Ele esclarece que o relató- em Nova York, no dia 22 de abril de 2016, abriu o período
rio não traz informações destacadas por países, mas diz para assinatura oficial do acordo, pelos países signatá-
que alguns dos problemas descritos, como desigualda-
rios. Este período se encerrou em 21 de abril de 2017.
des regionais, territoriais e socioeconômicas associadas
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os gover-
ao acesso à água de qualidade, também são realidade
nos se envolveram na construção de seus próprios com-
brasileira.
promissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribui-
Fonte: ções Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ inglês). Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua
ciencia-e- saude/2019/03/19/interna_ciencia_saude, contribuição de redução de emissões dos gases de efeito
743808/mais-da-metade-da-populacao-mundial-nao- estufa, seguindo o que cada governo considera viável a
-tem-acesso-a-agua-potavel.shtml partir do cenário social e econômico local.
Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o Brasil
Queimadas e desmatamento na Amazônia aumen- concluiu, em 12 de setembro de 2016, o processo de ra-
tam após saída do Exército tificação do Acordo de Paris. No dia 21 de setembro, o
instrumento foi entregue às Nações Unidas. Com isso,
Na Amazônia, as queimadas e o desmatamento vol- as metas brasileiras deixaram de ser pretendidas e tor-
taram a crescer em novembro, com o fim da atuação das naram-se compromissos oficiais. Agora, portanto, a sigla
Forças Armadas na região. perdeu a letra “i” (do inglês, intended) e passou a ser
A operação de garantia da lei e da ordem, a GLO, na chamada apenas de NDC.
região amazônica durou dois meses. Terminou no fim de A NDC do Brasil comprometeu-se a reduzir as emis-
outubro. Dez mil soldados combateram quase dois mil sões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos ní-
focos de queimadas na floresta
veis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa
Em agosto, o Inpe registrou quase 31 mil focos de
subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito
queimada. Em setembro e outubro, com a GLO, os nú-
meros caíram para 19.900 e depois para 7.800. Agora em estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para
novembro, depois da saída dos militares, os focos au- isso, o país se comprometeu a aumentar a participação
mentaram de novo: 10.200. de bioenergia sustentável na sua matriz energética para
O mesmo movimento foi registrado com o desmata- aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar
mento. Aumento em agosto, 223%a mais que em agosto 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar
de 2018. E com a entrada da GLO o ritmo de crescimento uma participação estimada de 45% de energias renová-
do desmatamento diminui em setembro e em outubro, veis na composição da matriz energética em 2030. Con-
mas voltou a aumentar em novembro 40% em relação ao fira os fundamentos para NDC brasileira.
mesmo mês de 2018. A NDC do Brasil corresponde a uma redução estima-
O ministro do Meio Ambiente disse que, para comba- da em 66% em termos de emissões de gases efeito de
ter o desmatamento, o governo vai investir no desenvol- estufa por unidade do PIB (intensidade de emissões) em
vimento sustentável. 2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões
em 2030, ambas em relação a 2005. O Brasil, portanto,
Fonte: reduzirá emissões de gases de efeito estufa no contexto
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti- de um aumento contínuo da população e do PIB, bem
cia/2019/11/29/numero-de-queimadas-na-amazonia- como da renda per capita, o que confere ambição a essas
-aumenta-apos-saida-do-exercito.ghtml
metas.
No que diz respeito ao financiamento climático, o
Acordo de Paris
Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos
Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em me-
em Paris, foi adotado um novo acordo com o objetivo didas de combate à mudança do clima e adaptação, em
central de fortalecer a resposta global à ameaça da mu- países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito
dança do clima e de reforçar a capacidade dos países do apoio financeiro é a possibilidade de financiamento
para lidar com os impactos decorrentes dessas mudan- entre países em desenvolvimento, chamada “cooperação
ças. Sul-Sul”, o que amplia a base de financiadores dos pro-
ATUALIDADES

O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte jetos.


da UNFCCC para reduzir emissões de gases de efeito es- Esse mecanismo exige que os países atualizem con-
tufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. tinuamente seus compromissos, permitindo que am-
O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento pliem suas ambições e aumentem as metas de redução
da temperatura média global em bem menos de 2°C aci- de emissões, evitando qualquer retrocesso. Para tanto, a

18
partir do início da vigência do acordo, acontecerão ciclos com o outro, o que condiciona e modela nosso compor-
de revisão desses objetivos de redução de gases de efei- tamento. Existem, pelo menos, duas pessoas que partici-
to estufa a cada cinco anos. pam dessa interação: o agressor e a vítima.
De fato, é inconcebível uma conduta violenta sem a
Fonte: presença do outro. Não há violência sem vítima. Ela en-
https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-na- contra sua origem imediata e se explica com referência
coes-unidas/acordo-de-paris à palavra e aos atos de outrem. Mas, também não existe
violência sem um contexto. Um comportamento social
SEGURANÇA não é um ato de indivíduos isolados, porém de pessoas
que têm os mesmos valores, expectativas, papéis e re-
Jovem é assassinado ao defender mãe durante as- gras que definem as relações entre si.
salto a mercado no Rio Sobre a violência contemporânea, vale destacar o
acentuado processo de banalização da vida humana pro-
O estudante de psicologia Matheus dos Santos Lessa, vocado pela nossa intensa exposição a cenas televisivas
22, morreu na noite do dia 15 ao tentar defender a mãe violentas. O intenso contato com este tipo de programa-
ção de TV, associado ao irreversível processo de urba-
durante um assalto ao mercado da família, no bairro de
nização e desenvolvimento tecnológico que nos afasta
Guaratiba, na zona oeste do Rio.
cada vez mais dos relacionamentos sociais direitos, tem
Segundo a PM, dois homens chegaram ao local em
provocado nas pessoas, em geral, reações de total indife-
uma moto e anunciaram o assalto à mãe de Matheus,
rença em relação às ações violentas alheias.
Carla Rodrigues Santos, que estava no caixa do merca-
Hoje em dia, somos capazes de viver dez, quinze ou
do. Ao ver a abordagem, o jovem reagiu, colocou-se na
vinte anos no mesmo edifício de apartamentos e, ainda
frente da mãe e acabou baleado no pescoço e no braço.
assim, não sabermos o nome do nosso vizinho de porta.
Tudo o que sabemos sobre o mundo e as pessoas nos
Fonte: chega através da TV, da Rede mundial de computado-
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/16/jo- res ou do telefone. Este processo social que nos torna
vem-morre-ao-defender-mae-durante-assalto-a-merca- próximos do ponto de vista físico e distantes do ponto
do-no-rio.htm de vista dos relacionamentos sociais, faz com que não
esbocemos mais nenhuma reação emocional quando
Mídia, violência e segurança pública: Novos as- nos deparamos com a violência praticada contra pessoas
pectos da violência e da criminalidade no Brasil que não conhecemos. Somente nos chocamos com a
violência sofrida por seres humanos que compartilham
Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças do nosso, cada vez mais restrito, rol de relacionamentos
no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens, pessoais.
que não fazem parte do mundo da pobreza e da dis- Destacando o mesmo problema na sociedade dos
criminação racial, têm tido participação constante nas Estados Unidos da América, recentemente um famoso
ações de violência. No Brasil, são cada vez mais frequen- cineasta, produziu dois filmes de curta duração que fo-
tes as informações que nos chegam sobre atos de violên- ram exibidos em diversas vias públicas dos centros ur-
cia envolvendo jovens da alta classe média que agridem, banos do seu país. O primeiro vídeo mostrava a técnica
por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais de retirar pele de coelhos desenvolvida por uma artesã
do sexo, negros, nordestinos e indígenas, entre outros do interior de um dos estados tradicionais dos EUA. A
seguimentos que integram um extenso leque de mino- retirada da pele ocorria sem os coelhos serem abatidos
rias sociais. preliminarmente e, a população que assistia a cena, em
Há muitos questionamentos sobre os elementos que total perplexidade, dava as costas à tela que exibia o ima-
motivam os jovens que receberam carinho dos pais, edu- ginável ritual de dor ao qual estavam sendo submetidos
cação escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de os animais, recusava-se a continuar vendo as imagens. O
consumo, a praticar ações de violência. segundo mostrava um homem negro sendo baleado – à
Para tentar responder este questionamento, uma coi- queima roupa – por um policial após roubar uma cartei-
sa é certa, não podemos deixar de levar em considera- ra. As pessoas que assistiam um ser humano perdendo
ção os novos elementos que passaram a atuar no nosso a vida de forma brutal não esboçavam nenhuma reação
processo de socialização dos anos 80 do século passado emotiva. Alguns justificavam sua frieza afirmando que o
para cá. Há pelo menos três décadas, crianças e jovens coelho não havia roubado ninguém.
do Brasil estão em contato diário com uma série de infor- Sobre este enfoque, torna-se interessante investigar
mações que incentivam e banalizam a violência. os atos de violência associados a pessoas ou grupos so-
De modo geral, a violência, traduz-se na época atual ciais que não habitam o espaço social violento, mas que
por um evento cujas implicações e desdobramentos atin- estão frequentemente expostos aos seus efeitos através
gem, sem distinção, todos os segmentos sociais. dos instrumentos de mídia.
ATUALIDADES

Conforme relata Moser (1991), a violência é, concei- Inúmeras pesquisas no campo da psicologia têm
tualmente, um comportamento social, já que pressupõe mostrado, de maneira repetida, que há correlação positi-
uma relação que envolve pelo menos duas pessoas, va em a assistência a filmes violentos e o comportamento
como a maioria das condutas humanas. É uma intera- agressivo dos pacientes. Na realidade, a carga de violên-
ção, na medida em que se origina e se efetiva na relação cia a que as crianças estão expostas na televisão está po-

19
sitivamente correlacionada com certos comportamentos ‘Coletes amarelos’ protestam na França mesmo
agressivos como discutir, entrar em conflitos com os pais, após medidas anunciadas por Emmanuel Macron
ou, mesmo, cometer atos delituosos. (MOSER, 1991).
Não resta dúvida que o resultado de tanta exposição Vários milhares de “coletes amarelos” mobilizaram-se
aos cenários de violência influencia diretamente o nosso pela 24ª vez neste sábado (27/04/19) em diversas cida-
comportamento social. A escalada da violência no Brasil des da França, apesar do recente anúncio do presidente
se banaliza cada vez mais porque ela está ganhando con-
Emmanuel Macron de medidas em resposta à crise social
tornos culturais. Geertz (1989), por exemplo, afirma que
a tentativa de compreender tanto a organização da ati- no país.
vidade social como a natureza de suas relações, nos im- O Ministério do Interior registrou 23.600 manifestan-
põe a difícil tarefa científica de interpretar a cultura. Para tes em todo o país, 2.600 dos quais em Paris, onde duas
interpretar a cultura é preciso voltar-se para o “universo marchas, também convocadas pela Confederação Geral
das idéias”: conjunto de experiências, crenças e senti- do Trabalho, começaram pouco depois das 11h. Um de
mentos que dão ordem e significado ao comportamento seus alvos foram os canais de televisão, tachados de “mí-
social dos seres humanos. dia mentirosa” por sua cobertura dos protestos.
Não é nenhuma novidade que os heróis de nossos Cerca de 2 mil “coletes amarelos” desfilaram em Es-
filhos são personagens de desenhos animados que se trasburgo, cidade-sede do Parlamento Europeu, cujas
relacionam de forma violenta e intolerante com seus ad-
eleições estão marcadas para dentro de um mês. A mani-
versários. Qualquer pai que passa uma manhã acompa-
nhando a programação infantil de TV que seu filho assis- festação, inicialmente calma, cresceu em tensão quando
te semanalmente veria porque que mesmo nunca tendo as forças de segurança impediram a massa de seguir em
comprado uma arma de brinquedo para o garoto, ainda direção às instituições europeias e responderam com gás
sim, ele vive transformando seus brinquedos de encaixe lacrimogêneo ao lançamento de pedras e garrafas.
em poderosas metralhadoras e emitindo sons de rajadas Em resposta à série de manifestações, numa confe-
de balas pelos corredores da casa. rência de imprensa na quinta-feira o presidente francês
Os modernos jogos de videogame, com suas cenas apresentara um conjunto de medidas visando aumentar
que tentam imitar uma suposta realidade, são tão vio- o poder aquisitivo das classes média e baixa, com corte
lentos que o governo brasileiro estuda a possibilidade de impostos, redução dos gastos públicos e reforma da
de proibir alguns deles: acredita-se que eles incitam a
previdência social.
violência e o crime.
Se no passado a violência estava presente no ambien- Macron anunciou ainda uma indexação das pequenas
te sócio-cultural das populações marginalizadas pela po- correções da inflação, redução no imposto sobre o ren-
breza e, por isso, não era passível de escolha; hoje, os dimento para 15 milhões de famílias até 2020, e garantiu
jogos virtuais tornaram a violência, inclusive, opcional: que até 2022 não haverá fechamento de escolas ou hos-
compra-se um DVD com jogos violentos, e a violência pitais sem acordo das autoridades locais.
– virtual – vai até você. Você pode levar a violência para Há mais de cinco meses os “coletes amarelos” saem à
casa e oferecê-la para seus filhos, parentes e amigos. rua todos os sábados sob o pretexto de pedir mais justiça
Na verdade, a violência ganhou sentido mercadológi- social e fiscal, em passeatas em parte entremeadas de
co. Os produtores de jogos e programas de TV violentos violência, com prédios incendiados, vitrines, estilhaçadas
argumentam que, nos dias de hoje, as pessoas já apren- e lojas saqueadas.
deram a distinguir a fantasia do real. Contudo, o que não
se pode esquecer é que as pessoas são produtos do seu
meio: seja ele real ou virtual. Fonte:
De todo modo, percebe-se que muito mais que um https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/27/
efeito do velho comércio de drogas alimentado pelo coletes-amarelos-protestam-na-franca-mesmo-apos-
consumo das classes médias urbanas, a violência hoje -medidas-anunciadas-por-emmanuel-macron.ghtml
também gera lucros como instrumento de diversão. Ela
pode ser percebida nas rinhas clandestinas de cães ou
de seres humanos que lutam para gerar diversão a um ECOLOGIA
público sedento para poder acompanhar a banalização
da vida: banalização da vida que produz lucro.
Isso é um problema para o Brasil, principalmente Rio São Francisco está contaminado com rejeitos
quando os efeitos deste novo tipo de violência se somam da barragem de Brumadinho
aos da violência tradicional, ligada ao ambiente social da
pobreza. De acordo com dados fornecidos por Cerqueira Quase três meses após a tragédia do rompimento da
(2005), nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), que
Horizonte, o custo da violência e da criminalidade, entre matou 210 pessoas e deixou outras 96 ainda considera-
os anos de 1995 e 1999, somou mais de 70 bilhões de
das desaparecidas, um relatório da Fundação SOS Mata
reais. As estimativas para os anos posteriores acresciam a
este total cerca de 5% ao ano. Atlântica revela que os danos ambientais provocados por
mais um crime da empresa são ainda piores do que os
ATUALIDADES

Fonte: divulgados até o momento.


https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-74/mi- Segundo a entidade, o rio São Francisco está conta-
dia-violencia-e-seguranca-publica-novos-aspectos-da- minado com rejeitos de minério. Entre os dias 8 e 14 de
-violencia-e-da-criminalidade-no-brasil março, a equipe da SOS Mata Atlântica revisitou a região

20
até o Alto São Francisco para monitorar sua água. A notificação exigiu também a licença para operação
Dos 12 pontos analisados, nove estavam com con- do terminal da Guaíba, que não foi apresentada. Nova
dição ruim e três regular, o que torna o trecho a partir notificação foi feita no dia 21 de janeiro, também com
do Reservatório de Retiro Baixo, entre os municípios de a mesma resposta de que as licenças não seriam neces-
Felixlândia e Pompéu até o Reservatório de Três Marias, sárias. Segundo a prefeitura, a operação no finger não
no Alto São Francisco, com água imprópria para uso da precisa de licença, mas ela é necessária para o armaze-
população. namento temporário do minério no local, atividade com
A análise apontou que, em alguns trechos, as con- grande capacidade poluidora.
centrações de ferro, manganês, cromo e cobre, assim O prefeito Alan Costa afirmou que o Executivo mu-
como o nível de turbidez da água, estavam acima do re- nicipal pesquisou a legislação ambiental para embasar a
comendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente interdição. “Fizemos um grande estudo, baseado na le-
(Conama). gislação ambiental e com fundamentação jurídica para
A turbidez é avaliada pela quantidade de partícula não errarmos. Temos toda a capacidade de avaliar as ati-
sólida em suspensão, o que impede a passagem da luz vidades de disposição de minério, que são de competên-
e a fotossíntese, causando a morte da vida aquática (em cia da prefeitura”.
relatório divulgado pelo Portal do Meio Ambiente de Mi- A Secretaria de Meio Ambiente destaca também a ne-
nas Gerais, datado do dia 20/02, a Vale teria informado cessidade de outorga para a captação de água e a licença
que já teriam sido encontrados mais de 1.500 peixes na- de operação das atividades de gestão do terminal aqua-
tivos mortos no Paraopeba). viário e informa que é possível que as praias ao redor da
Ilha da Guaíba estejam poluídas por resíduos de minério
Fonte: de ferro.
http://conexaoplaneta.com.br/blog/rio-sao-francis- O prefeito informou que a Vale tem grande importân-
co-esta-contaminado-com-rejeitos-da-barragem-de- cia para o município, em geração de emprego e arreca-
-brumadinho dação, e que a intenção não é paralisar as atividades, que
poderão ser retomadas após a apresentação das licenças
Sobe o número de mortos por tsunami na Indoné- ou assinatura de um Termo de Compromisso Ambiental.
sia; vulcão ainda está em erupção A Vale tem 20 dias para recorrer da multa.
Localizado na parte leste da Baía da Ilha Grande, o
O balanço de vítimas do tsunami que atingiu a Indo- terminal foi construído em 1973 e recebe cerca de 40 mi-
nésia no último sábado subiu para 373 mortos e mais lhões toneladas de minério de ferro por ano, que chegam
de 1.400 feridos, anunciou a Agência Nacional de Gestão de trem e são levados de navio ao Porto de Sepetiba,
de Desastres nesta segunda-feira (24/12/18). Outras 128 para exportação. A Vale foi procurada pela reportagem
pessoas seguem desaparecidas. O tsunami foi provocado para se posicionar, mas ainda não deu retorno.
pela erupção do vulcão Anak Krakatoa, que segundo a
agência ainda está em erupção e pode provocar novos Fonte:
tsunamis. http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noti-
cia/2019-01/mangaratiba-interdita-terminal-da-vale-e-
Fonte: -aplica-multa-de-r-20-milhoes
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/12/24/
sobe-o-numero-de-mortos-por-tsunami-na-indonesia- Crianças e jovens lideram greve global pelo clima
-vulcao-ainda-esta-em-erupcao.ghtml Mais 1 milhão de crianças e jovens foram às ruas em
120 países para pressionar líderes políticos e empresa-
Mangaratiba interdita terminal da Vale e aplica riais a agirem para evitar que as mudanças climáticas afe-
multa de R$ 20 milhões tem gravemente o futuro deles. A greve global de estu-
dantes pelo clima mobilizou também pais e professores
A prefeitura de Mangaratiba interditou o terminal da nesta sexta-feira (15/03/19). No Rio de Janeiro, a greve
mineradora Vale localizado na Ilha de Guaíba e multou foi na frente da Assembleia Legislativa (Alerj).
a empresa em R$ 20 milhões. A interdição ocorreu após O movimento de greve escolar é liderado pela jovem
uma vistoria feita na manhã de hoje (31/01/19) pela Se- sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que em uma sexta-
cretaria Municipal de Meio Ambiente do município. -feira de agosto do ano passado começou a protestar so-
A ação contou com engenheiros ambientais, enge- zinha em frente ao parlamento sueco, em Estocolmo. Na-
nheiros químicos, técnicos do trabalho, biólogos, Polícia quele dia, ela faltou à aula e levou seu cartaz explicativo
Militar, Guarda Municipal, além do prefeito, Alan Costa. “em greve escolar pelo clima”, deflagrando o movimento
Foram inspecionados cerca de 15 itens e encontradas di- chamado de Fridays for Future [Sextas pelo Futuro], que
versas irregularidades. culminou nesta sexta-feira em greves em mais de 120
Segundo a prefeitura, a Secretaria de Meio Ambiente países. O número de quantas pessoas participaram ainda
solicitou da empresa as licenças ambientais no dia 18 de está sendo apurado.
ATUALIDADES

dezembro de 2018, mas a Vale teria respondido que “as A greve escolar no Rio foi articulada pela Priscilla
atividades de terminal marítimo no finger pier, que rece- Gouvas, Milena Batista, Nayara Almeida e pelo Carlos
be navios e o transporte de passageiros (funcionários), Victor Dourado e contou com o apoio da ONG de jo-
estavam corretas, já que não há necessidade de licencia- vens Engajamundo. Cerca de 40 estudantes do ensino
mento”. médio e superior participaram do evento. Priscilla, de 22

21
anos, explicou que resolveu organizar a greve depois de O que representa Trump cumprir promessa e tirar
ler uma matéria com críticas por não ter mobilização da EUA do Acordo de Paris
juventude no Brasil. A estudante, que terminou ensino
médio no tradicional Colégio Pedro II em 2018 e se pre- A exatamente um ano de enfrentar a disputa eleito-
para para o vestibular, abriu um evento no Facebook e ral que poderá reconduzi-lo à Casa Branca ou retirá-lo
começou daí a organizar a greve. da presidência, o presidente americano Donald Trump
cumpriu uma promessa de campanha e notificou a Or-
De acordo com a Embaixada da Suécia, até a véspera
ganização das Nações Unidas (ONU) sobre a retirada dos
da greve global, estavam programadas 19 greves no Bra- Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris. O envio da
sil. Já para os mobilizadores do Rio, estavam confirmadas carta de saída, divulgada pelo secretário do departamen-
18 greves no país: Juazeiro do Norte (CE), Belo Horizonte, to de Estado Mike Pompeo, via Twitter, foi confirmado
Florianópolis, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Santa Maria à BBC News Brasil pela ONU. “Recebemos o pedido de
(RS), Imbé (RS), São Paulo, Brasília, Confresa (MT), Fran- retirada dos Estados Unidos do Acordo do Clima hoje e
cisco Beltrão (PR), Alta Floresta (MT), Natal, Pato Branco vamos iniciar as medidas para efetivar esse pedido uni-
(PR), Aracaju, Jundiaí e Mogi das Cruzes. lateral. Mas a retirada efetivamente só acontecerá daqui
um ano”, afirmou o porta-voz da ONU Farah Haq.
Fonte:
https://www.oeco.org.br/reportagens/criancas-e-jo- Promessa nos EUA, promessa no Brasil
vens-lideram-greve-global-pelo-clima
Alinhado ideologicamente a Trump, o presidente bra-
sileiro Jair Bolsonaro também chegou a fazer promessas
Balanços oficiais de desmatamento da Amazônia de retirar o Brasil do Acordo de Paris ainda durante sua
confirmam dados de sistema de alerta; entenda campanha eleitoral, em 2018. “O que está em jogo é a
soberania nacional, porque são 136 milhões de hectares
A série com dados oficiais de desmatamento da Ama- que perdemos ingerência sobre eles”, afirmou, em refe-
zônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto rência à dimensão da área que deveria ser protegida de
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que os desmatamento pelo governo federal. “Eu saio do Acordo
alertas preliminares de áreas com sinais de devastação de Paris se isso continuar sendo objeto. Se nossa parte
na floresta vêm sendo confirmados ano a ano, e com for para entregar 136 milhões de hectares da Amazônia,
estou fora sim.”
margem.
Além da retirada do acordo de Paris, Bolsonaro havia
A divulgação destes alertas gerou críticas do presi- prometido acabar com o Ministério do Meio Ambiente e
dente Jair Bolsonaro, que afirmou que os números preju- rever as medidas de proteção ambiental do Código Flo-
dicam a imagem do país. O episódio levou à exoneração restal. O presidente também resolveu que o Brasil já não
do então diretor do instituto, Ricardo Galvão. Tanto a mais seria anfitrião de um acordo global do clima, mar-
taxa oficial quanto os alertas diários preliminares são do cado para acontecer no país no final de 2019. O encontro
Inpe, que é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. foi transferido para o Chile que, diante das intensas ma-
De agosto de 2018 a julho deste ano, os alertas indi- nifestações de rua que enfrenta, redirecionou o evento
caram que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate. O para Madri, na Espanha.
balanço do período que se encerrou em julho de 2019 Os posicionamentos políticos de Bolsonaro caíram
mal na opinião pública internacional. A possibilidade de
ainda não foi divulgado.
que produtos agrícolas brasileiros sofressem boicote in-
Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018 ternacional levou o governo a rever seu posicionamento
os alertas sinalizaram desmate em 4,5 mil km ² e a taxa antes mesmo que as queimadas na Amazônia ganhas-
oficial ficou em 7,5 mil km² – 64,8% maior. sem manchetes em jornais do mundo todo. Em junho
Os alertas diários são emitidos pelo Sistema de Detec- desse ano, no encontro dos líderes dos países do G-20,
ção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e servem em Osaka, Japão, o presidente sinalizou à comunidade
para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro internacional a intenção de manter o compromisso esta-
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis belecido no acordo do clima.
(Ibama). Historicamente, Brasil e Estados Unidos ocupam po-
Já os dados oficiais são do Programa de Monitora- sição muito distintas no debate internacional sobre meio
mento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Pro- ambiente. Enquanto o primeiro assumiu protagonismo
no tema ainda na década de 1990, o segundo reluta em
des), que tem índice de confiança próximo a 95%.
se posicionar de modo efetivo em relação ao assunto.
Especialistas dizem que a falta de fiscalização e puni- Um exemplo disso é o fato de os americanos não terem
ção está levando ao crescimento do desmatamento na ratificado o acordo anterior ao de Paris, o Protocolo de
região amazônica. Kyoto. Assim, politicamente, tomar uma medida como
essa teria um impacto negativo muito maior no públi-
Fonte: co brasileiro do que potencialmente terá no eleitorado
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/18/ americano no geral.
ATUALIDADES

balancos-oficiais-de-desmatamento-da-amazonia-con-
firmam-dados-de-sistema-de-alerta-entenda.ghtml Fonte:
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bb-
c/2019/11/04/o-que-representa-trump-cumprir-pro-
messa-e-tirar-eua-do-acordo-de-paris.htm

22
Manchas de óleo no litoral atingem mais de 500 As principais características das florestas tropicais são:
locais no Nordeste e Sudeste a presença de árvores altas, o clima quente e a elevada
precipitação. A temperatura média atinge 20 ºC e chove
Chegou a 527 o número de locais afetados pelas cerca de 1.200 milímetros anuais.
manchas de óleo que desde o final de agosto poluem a Apesar de suportar uma enorme variedade de plan-
costa brasileira. O dado é do último balanço do Instituto tas, os solos das florestas tropicais são pobres. A sua
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re- produtividade é garantida pela grande disponibilidade
nováveis (Ibama), divulgado na manhã desta quarta-feira de água e temperatura elevada. Além disso, os nutrientes
(13/11/19) com dados compilados até terça (12/11/19). necessários encontram-se em sua maior parte na bio-
Ao todo, 68% dos municípios do litoral nordestino fo- massa das próprias árvores vivas do que no solo.
ram contaminados desde o início do desastre ambiental. O processo de decomposição da matéria orgânica é
Das 111 cidades afetadas, 107 estão no Nordeste e 4 no extremamente rápido nas florestas tropicais, garantindo
Espírito Santo, primeiro estado do Sudeste atingido pe- a ciclagem dos nutrientes, que é uma condição funda-
mental para manter o funcionamento desse complexo
las manchas. Segundo o IBGE, existem 156 municípios no
ecossistema.
litoral nordestino.
As florestas tropicais úmidas são encontradas na Áfri-
Ainda de acordo com o Ibama, 97 animais já morre-
ca, Ásia e na América Central e do Sul. Ocorrem princi-
ram por conta da contaminação e pelo menos 134 foram
palmente em quatro regiões, que são chamadas de do-
encontrados com manchas de óleo. Desses, apenas 37 mínios biogeográficos, a saber:
foram localizados vivos. As tartarugas marinhas são as Afrotropical: localizado no continente africano, em
mais atingidas: 90 tartarugas, de diferentes espécies, fo- Madagascar e em ilhas dispersas;
ram contaminadas. Austrália: localizado na Austrália, Nova Guiné e nas
Ilhas do Pacífico;
Investigação federal Indomalásio: localizado na Índia, Sri Lanka, continente
asiático e Sudeste da Ásia;
Segundo órgãos federais, a substância é a mesma em Neotropical: localizado na América do Sul, América
todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a Central e nas ilhas do Caribe.
vida de animais marinhos e causado impactos nas cida- As maiores regiões de florestais tropicais concen-
des litorâneas. tram-se na América do Sul com a Amazônia e nas regiões
Uma investigação da Polícia Federal aponta que o africanas e do sudeste da Ásia.
navio grego Bouboulina é o principal suspeito pelo va- A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Ama-
zamento. A embarcação carregou 1 milhão de barris de zônica. Esse bioma abriga enorme diversidade de formas
petróleo Merey 16 cru no Porto José, na Venezuela, no de vida e a maior disponibilidade de água doce do mun-
dia 15 de julho e zarpou em direção à Malásia, passando do.
pelo litoral da Paraíba no dia 28 de julho. Cerca de um
mês depois as primeiras manchas foram registradas em Fonte:
praias do estado. https://www.todamateria.com.br/floresta-tropical
A empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afir-
ma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com
o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira
junto com responsáveis por outras quatro embarcações EXERCÍCIO COMENTADO
de bandeira grega.
Dentre os cinco navios gregos notificados pela Mari-
01. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Combate a
nha do Brasil na investigação sobre o vazamento de óleo,
Endemias - VUNESP - 2019) Nesta terça-feira (22.jan.),
dois não transportaram petróleo da Venezuela no perío-
o presidente Jair Bolsonaro, em encontro com executi-
do de julho até setembro. A Petrobras disse, no último
vos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça,
dia 25, que o material encontrado nas praias nordestinas afirmou que “nossa missão agora é avançar na compa-
é petróleo bruto originário de três diferentes campos da tibilização entre a preservação do meio ambiente e da
Venezuela. biodiversidade com o necessário desenvolvimento eco-
nômico, lembrando que são interdependentes e indisso-
Fonte: ciáveis”.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/08/ (Último Segundo – IG - https://bit.ly/2GhajfX. Acesso em
lista-de-praias-atingidas-pelas-manchas-de-oleo-no- 27.01.2019. Adaptado)
-nordeste.ghtml
Além da afirmação, o presidente esclareceu que o Brasil
Floresta Tropical
ATUALIDADES

a) deverá criar novas reservas ambientais no Nordeste.


As florestas tropicais ou pluviais ou úmidas são bio- b) permanecerá no Acordo de Paris sobre o clima.
mas com maior produtividade e variedade de espécies c) impedirá o avanço da agricultura na mata atlântica.
do planeta, com alto índice pluviométrico. Estão localiza- d) protegerá as terras indígenas de desmatamentos.
das entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. e) incentivará a criação de centros de pesquisa climáticas.

23
Resposta: B. Inicialmente com o objetivo e sair do em inglês). A surpreendente foto é resultado do tra-
acordo de Paris em uma política ambiental similar à balho de uma rede de telescópios, o projeto Event
do governo Donald Trump, Bolsonaro mudou seu po- Horizon Telescope. 
sicionamento devido acordos econômicos entre Brasil
/ América do Sul e Europa que exigiu a permanência
04. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC -
do Brasil no acordo.
2019) A estudante gaúcha Juliana Estradioto, de 18 anos,
batizará um asteroide com seu nome. A oportunidade é
02. (TJ-SP - Contador Judiciário - VUNESP - 2019) Mi-
dada para os vencedores que ficam em primeiro e se-
lhares de pessoas foram às ruas para manifestarem- -se
gundo lugar de cada categoria da maior feira de ciências
contra o aumento de combustíveis. São chamados de
do mundo. A jovem conquistou a premiação máxima na
“coletes amarelos”.
categoria de Ciências Materiais.
As forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo e
(Disponível em: https://jovempan.uol.com.br. Adaptado)
usaram um canhão de água para conter o avanço dos
manifestantes que tentavam ultrapassar o perímetro de
A pesquisa da brasileira é sobre
segurança determinado pela polícia. Os manifestantes
gritam palavras de ordem e carregam cartazes pedindo a
a) a utilização da folha da mandioca.
renúncia do presidente.
b) o aproveitamento da casca da macadâmia.
Para as autoridades, facções de extrema-direita podem
c) o reaproveitamento de canudos plásticos.
ter se infiltrado entre os manifestantes para radicalizar o
d) a reciclagem de peças de computadores.
movimento.
e) o uso de materiais orgânicos em tecidos.
Os protestos mantêm os bloqueios de centros logísticos
e estradas iniciados há uma semana, mas com menos in-
Resposta: B. Em seu projeto, Juliana utiliza casca da
tensidade que no sábado passado, quando eram estima-
macadâmia para alimentar microorganismos respon-
dos quase 300 mil manifestantes.
sáveis por produzir membranas que podem ser utili-
(http://agenciabrasil.ebc.com.br, 24.11.2018.
zadas em várias situações, como para fabricar emba-
Adaptado)
lagens biodegradáveis. Ela também está investigando
A notícia refere-se a acontecimento como aplicar essa pesquisa na área de saúde, utilizan-
do a membrana como curativos após a realização de
a) na Hungria. cirurgias.
b) no Peru.
c) na Índia. 05. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da
d) na França. Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019)
e) no México. Uma cientista brasileira de 33 anos, formada em Química
pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de-
Resposta: D. A onda de protestos do movimento cha- senvolveu um equipamento que poderá revolucionar o
mado de “coletes amarelos” ocorreu na França. tratamento de uma moléstia que, não raro, necessita de
intervenção cirúrgica. Apesar da pouca idade, a cientista
é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade
03. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
do Texas, em Austin (EUA).
- 2019) A notícia abaixo relata uma recente imagem cap-
(Disponível em: https://bit.ly/2WaaiPh. Acesso em
tada por telescópio e recebida como um grande avanço
31.05.2019)
para os estudos astronômicos:
Até então, os astrônomos não tinham conseguido captar O equipamento criado pela brasileira assemelha-se a
precisamente a imagem. Eram conhecidas apenas ilustra- uma caneta capaz de
ções, concepções artísticas e simulações. A razão princi-
pal é que eles são fenômenos invisíveis − com a força da a) detectar células tumorais.
gravidade exercendo uma pressão que nada escapa ao b) extrair tumores do cérebro de forma pouca invasiva.
seu redor: incluindo a radiação eletromagnética. c) executar filmagens em órgãos com células canceríge-
(Disponível em: https://revistagalileu.globo.com. Adap- nas.
tado) d) injetar medicamentos direta e somente nas células
malignas.
A imagem captada é e) possibilitar a aplicação quimioterápica na residência
do doente.
a) da Órbita de Plutão.
b) da Via Láctea. Resposta: A. Uma cientista brasileira de 33 anos de-
c) da Galáxia de Andrômeda. senvolveu uma espécie de caneta capaz de detectar
d) da Camada de Ozônio. células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavi-
ATUALIDADES

e) do Buraco Negro. nato Eberlin é formada em Química pela Universidade


Estadual de Campinas (Unicamp) e, apesar da pouca
Resposta: E. A primeira imagem de um buraco ne- idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da
gro foi revelada nesta quarta-feira, 10, pela Fundação Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.
Nacional de Ciências (National Science Foundation,

24
06. (Câmara de Orlândia - SP – Contador - VUNESP d) A privacidade geralmente é pensada no contexto das
- 2019) Pesquisadores da Universidade de São Paulo e ações ou pensamentos privados de uma pessoa ou em
Harvard divulgaram nesta quinta-feira (8 de novembro) relação à interação dela com outras, mas a questão
uma importante descoberta arqueológica. Com ajuda é muito mais complexa envolvendo a inviolabilidade
da extração de DNA de fósseis enterrados por mais de da intimidade e a autodeterminação informativa, por
dez mil anos, eles puderam avaliar o código genético dos exemplo.
fósseis. e) A privacidade não está morta uma vez que sempre
(G1, 8 nov. 18. Disponível em:<https://goo.gl/ vamos querer maneiras de manter certas coisas priva-
vpdksa>. Adaptado) das, mas ficará mais difícil. As sociedades precisarão
A descoberta arqueológica mencionada na notícia con- reconsiderar o que a privacidade significa de diversas
tradiz maneiras.

a) a explicação consagrada para a sedentarização huma- Resposta: C. Esta Lei dispõe sobre o tratamento de
na, relacionada à agricultura. dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pes-
b) a teoria de que os primeiros habitantes da América soa natural ou por pessoa jurídica de direito público
tiveram diferentes origens. ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
c) a tese que explicava a religiosidade ameríndia, funda- fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre
da na crença em uma só divindade. desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
d) as ideias de “igualdade nativa” e “comunidades hori-
zontais” oriundas da antropologia. 08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
e) a oposição entre povos “primitivos” e “avançados”, vis- - 2019) A taxa cresceu em 14 das 27 unidades da Fede-
tos respectivamente como selvagens e civilizados. ração no primeiro trimestre deste ano (2019), na compa-
ração com o último trimestre do ano passado, segundo o
Resposta: B. Todos os indígenas que vivem ou já Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas
viveram nas Américas descendem de uma única po- outras 13 unidades, a taxa manteve-se estável. No final
pulação que chegou ao Novo Mundo vinda do leste de abril, o IBGE informou a taxa no Brasil no primeiro se-
asiático, através do estreito de Bering, há cerca de 20 mestre: 12,7%. (Disponível em: https://www.cartacapital.
mil anos. A conclusão, de um trabalho de uma equipe com.br. Adaptado)
internacional de 72 arqueólogos e geneticistas - entre
os quais 17 brasileiros -, refuta as teorias mais discuti- De acordo com os seus conhecimentos sobre o panora-
das ou aceitas até hoje sobre o povoamento do con- ma da economia nacional contemporânea, a taxa men-
tinente posteriormente “descoberto” por Cristóvão cionada na notícia é a de
Colombo.
a) juros.
b) inflação.
07. (IF-PR - Professor – Sociologia - FAU - 2019) “Temo
c) desemprego.
o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa huma-
d) subutilização da mão de obra.
nidade. O mundo só terá uma geração de idiotas”. (Al-
e) aposentadoria por invalidez.
bert Einstein). Considerando que a internet e os apare-
lhos móveis mudaram para sempre nosso modo de viver
e imprimiram um novo ritmo de vida, produzindo novas Resposta: C. O desemprego cresceu em 14 das 27
realidades e moldando definitivamente o futuro da natu- unidades da federação no 1º trimestre, na compara-
reza humana, colocando-nos uma grande indagação no ção com o trimestre anterior, segundo dados divul-
tempo presente, a saber: “A tecnologia moldará o futuro gados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro
da política, da sociedade e dos direitos humanos?”, ava- de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados,
lie os enunciados abaixo mencionados e marque a única houve estabilidade. A taxa de desemprego média no
questão considerada INCORRETA: país nos 3 primeiros meses do ano subiu para 12,7%,
conforme já divulgado anteriormente pelo órgão.
a) Compreendemos como um dos maiores problemas da
tecnologia em relação aos direitos humanos o fim da 09. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária
privacidade, uma vez que precisaremos de sistemas - FCC - 2019) Os analistas do mercado financeiro ana-
robustos de proteção dos dados como leis, criptogra- lisaram pela 20a semana consecutiva a previsão de cres-
fia, cibersegurança e supervisão. cimento da economia em 2019, segundo dados divulga-
b) Sobre a questão da privacidade e sua relação com a dos pelo Banco Central (BC) em julho/2019.
tecnologia, as pessoas precisarão ter um debate públi-
co e aberto sobre o que é privacidade além dos limites Na previsão dos analistas, haverá
estreitos de segurança nacional e o que esperam que
seus governos protejam e as empresas respeitem. a) aumento dos impostos para obter recursos e incenti-
ATUALIDADES

c) Infelizmente o Brasil ainda não se atentou para a peri- var a produção.


culosidade da tecnologia de ponta e suas implicações b) redução da inflação anual que deverá atingir de 10 a
sobre os direitos humanos, não dispondo ainda de Le- 12%.
gislação sobre a proteção de dados pessoais. c) estabilização da taxa de juros entre 8 e 9%.

25
d) equiparação entre o dólar e o euro no mercado cam- 12. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidrome-
bial. cânica - Torneiro Mecânico - FCC - 2019) Um recente
e) fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). relatório publicado pela Organização das Nações Unidas
(ONU), denominado “Perspectivas do Meio Ambiente
Resposta: E. A projeção do mercado financeiro para Mundial”, apresenta um quadro sombrio sobre as con-
o PIB de 2019 é de 0,87%, segundo o Boletim Focus sequências para a sociedade da degradação da qualida-
do Banco Central. O governo prevê um crescimento de ambiental planetária. Com relação à água, o relatório
ligeiramente menor, de 0,85%. mostra que uma em cada três pessoas no mundo, cerca
de 2,3 bilhões de habitantes, não têm acesso ao sanea-
10. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC mento.
- 2019) O vice-primeiro-ministro italiano conduziu uma (Disponível em: https://www.ecodebate.com.br.Acesso
reunião de seus aliados europeus na frente da catedral em 26.mai.2019)
gótica de Milão no sábado 18/05/2019. Ele prometeu
mudar a história depois das eleições para o Parlamen- Sobre os recursos hídricos do Brasil e do mundo são fei-
to Europeu e fazer da aliança populista um dos maiores tas as seguintes proposições:
agrupamentos no Parlamento Europeu.
(Disponível em: https://www.cartacapital.com.br. Adap- I. As questões ambientais que envolvem os recursos hí-
tado) dricos devem ser tratadas de forma integrada, ou seja,
escassez ou abundância de água devem ser relaciona-
De acordo com a notícia e de seus conhecimentos so- das ao clima, à vegetação e às ações humanas.
bre a política internacional, os aliados europeus do vice- II. A gestão de recursos hídricos, elemento fundamental
-primeiro-ministro italiano representam uma orientação para a sobrevivência da humanidade, deve estar em-
política de basada em políticas de sustentabilidade.
III. Os problemas de segurança hídrica devem fazer par-
a) centro-direita. te das políticas públicas e, portanto, independem de
b) extrema-esquerda. ações da sociedade civil.
c) centro-esquerda.
d) extrema-direita.
Está correto o que consta APENAS de
e) centro.
a) II e III.
Resposta: D. Os partidos populistas de direita Alter- b) I e III.
nativa para a Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anun- c) II.
ciaram nesta segunda-feira (08/04/19) que pretendem d) I e II.
formar um novo bloco no Parlamento Europeu junto e) III.
com outras legendas eurocéticas e de extrema direita.
Resposta: D. A alternativa se torna incorreta, pois o
11. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Comba- problema de segurança hídrica DEPENDE das ações da
te a Endemias - VUNESP - 2019) O balanço de vítimas sociedade civil.
do tsunami que atingiu o país no último sábado [22.dez]
subiu para cerca de 400 mortos e mais de 1400 feridos,
anunciou a Agência Nacional de Gestão de Desastres 13. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da
nesta segunda-feira (24.dez). Outras 128 pessoas seguem Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019)
desaparecidas. O tsunami foi provocado pela erupção de Segundo o Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvi-
um vulcão que, segundo a agência, ainda está em erup- mento dos Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Ge-
ção e pode provocar novos tsunamis. nebra (19.03.2019), que trata do acesso da população à
(G1. https://glo.bo/2SkoF5K. Acesso em 29.01.2019. água potável e saneamento básico,
Adaptado) (Disponível em: https://bit.ly/2WaPp6q.Acesso em
02/06/2019)
É correto apontar como sendo o país atingido pelo tsu-
nami a que se refere a notícia: a) três bilhões de pessoas, aproximadamente, não têm
acesso a serviços sanitários.
a) as Filipinas. b) há sensível melhora dos índices de saneamento básico
b) a Índia. em países africanos.
c) a Malásia. c) somente cerca de 50% dos países da União Europeia
d) a Tailândia. oferecem água potável a toda população.
e) a Indonésia. d) cerca de 80% das águas residuais dos países ricos são
ATUALIDADES

tratadas antes de serem lançadas nos rios.


Resposta: E. O Referido país é a Indonésia.
e) falta água limpa e segura para mais de dois bilhões de
pessoas.

26
Resposta: E. Segundo o Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2019, lançado
hoje em Genebra, falta água limpa e segura para 2,1 bilhões de pessoas, enquanto 4,5 bilhões carecem de serviços
sanitários. Com o alerta de que a expectativa é de que a situação se agrave, devido às mudanças climáticas, o do-
cumento, intitulado Não deixar ninguém para trás, destaca a necessidade de políticas públicas comprometidas a
mudar essa situação.

14. (Prefeitura de Várzea - PB - Auxiliar de Serviços Gerais - EDUCA - 2019) As Florestas Pluviais Tropicais são
encontradas nas regiões de clima quente e úmido. Essas florestas possuem o bioma mais complexo e rico em biodiver-
sidade da Terra, cobrem apenas 6% da superfície do planeta, mas possuem mais de 60% de todas as espécies animais
e vegetais. Essas formações se estendem por áreas nas Américas Central e do Sul, na África, na Ásia e na Oceania, em
torno da linha do equador.

A maior e mais importante Floresta Pluvial Tropical é a

a) Floresta de Taiga, no Hemisfério Norte.


b) Floresta do Congo, na África Central.
c) Floresta Amazônica, na América Latina.
d) Selva Valdiviana, no Chile.
e) Florestas Nubladas, no Equador.

Resposta: C. A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Amazônica. Esse bioma abriga enorme diversidade de
formas de vida e a maior disponibilidade de água doce do mundo.

15. (Prefeitura de Resende - RJ - Agente Comunitário de Saúde - CONSULPAM - 2019) Yasodora Córdova, pes-
quisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News, de Harvard, destaca alguns fatores sociais para a difusão
de desinformação no Brasil, que são:
Fonte: Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil45978191. Acessado em 01 mar de 2019. (Adaptado)

a) A nova safra de militantes de direita, mais massificados e organizados em rede.


b) O despreparo dos órgãos públicos, a conivência da imprensa oficial e a crise econômica.
c) A falta de veículos de imprensa locais, a falta de bibliotecas e o acesso limitado à internet.
d) O sentimento de antipetismo, a rejeição aos candidatos e o baixo nível intelectual do eleitor.

Resposta: C. Yasodora Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News, de Harvard, elenca
outros fatores sociais para a difusão de desinformação no Brasil: a falta de veículos de imprensa locais, a falta de
bibliotecas e o acesso limitado à internet no Brasil.

16. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente Social - MS CONCURSOS - 2019) Leia, a seguir, o trecho da notícia pu-
blicada pelo G1 em 11 de agosto de 2019 e responda à próxima questão.
Brasil fecha Pan com recorde de medalhas e vice-liderança no quadro que não vinha há 56 anos

Mesmo com menos atletas que nas últimas três edições, delegação conquista o maior número de medalhas na história,
quebra o recorde de ouros, e termina atrás apenas dos Estados Unidos
ATUALIDADES

27
Barba, cabelo e bigode. A delegação brasileira conquis- c) Os prédios das Universidades Federais.
tou, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, en- d) Os templos religiosos.
cerrados neste domingo, os três maiores objetivos que
poderiam ser atingidos: quebrou o recorde de medalhas Resposta: D. A redação original, proposta pelo sena-
de ouro, levando 55, três a mais que no Pan de 2007, no dor Weverton Rocha (PDT-MA), previa punição para
Rio de Janeiro, foi ao pódio como jamais havia feito, 171, aquele que “praticar, induzir ou incitar a discriminção
14 vezes a mais do que a marca anterior, e encerrou o ou preconceito de ‘raça, cor, etnia, religião, proce-
evento em segundo no quadro geral, atrás apenas dos dência nacional, identidade de gênero e/ou orienta-
Estados Unidos, repetindo o ocorrido em 1963, no Pan ção sexual”, dentre outras ações – tais como impedir
de São Paulo. Portanto, o Brasil fechou com 55 ouros, 45 o acesso a locais públicos e o desempenho da ativi-
pratas e 71 bronzes. dade profissional em razão do preconceito. O relator
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) não tinha colocado acrescentou ao texto um trecho que prevê punição a
uma meta em número de medalhas ou de pódios, nem quem “impedir ou restringir a manifestação razoável
posição no quadro. Para a entidade que comanda o es-
de afetividade de qualquer pessoa em local público
porte no país, o importante era a conquista de vagas
ou privado aberto ao público, ressalvados os templos
olímpicas e a melhora do desempenho da maioria dos
religiosos”.
esportes com relação a Toronto 2015. O país garantiu,
pelo Pan, um lugar na Olimpíada no handebol, hipismo,
tiro com arco, tênis de mesa, tênis, pentatlo e vela, mas 18. (Prefeitura de Acaraú - CE - Procurador Adminis-
acabou sucumbindo no handebol masculino e no tiro es- trativo - CETREDE - 2019) Gestos e atitudes como um
portivo. olhar, um sorriso, uma postura corporal e um aperto de
Outro recorde interessante atingido pelo Brasil foi o de mão constituem formas
número de modalidades que foi ao pódio. O Brasil con-
quistou medalha em 41, mais que os 40 do Rio 2007. Nos a) de interação virtual.
títulos, foram 22 modalidades com ouros, repetindo as b) de não interação.
22 de 2007. Com menos de 500 atletas, delegação foi a c) verbais de interação.
menor desde 2003, o Brasil se destacou muito mais em d) não verbais de interação.
esportes individuais do que nos coletivos. [...] e) não usuais de interação.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/jogos-pan-ame-
ricanos/noticia/brasil-fecha-pan-de-lima-com-recorde-
Resposta: D. A linguagem verbal é aquela expressa
-de-medalhas-e-vice-lideranca-que-nao-vinha-ha-56-
por meio de palavras escritas ou falada, ou seja, a lin-
-anos.ghtml, acesso em 11/08/2019.
guagem verbalizada, já a linguagem não- verbal, utili-
As próximas Olímpiadas acontecerão no ano de: za dos signos visuais para ser efetivada, por exemplo,
as imagens nas placas e as cores na sinalização de
a) 2020. trânsito.
b) 2021.
c) 2022. 19. (PGE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2, 3
d) 2023. e 4 - CESPE - 2019) Acerca de temas da atualidade que
envolvem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
Resposta: A. As Olimpíadas acontecem de 4 em 4 As práticas sociais na atualidade são totalmente dire-
anos, a última foi realizada em 2016, já a próxima será cionadas pela comunicação nas redes sociais, que pro-
em 2020 serão realizadas em Tóquio, no Japão, de 24 porcionam amplo debate e favorecem o consenso sobre
de julho a 9 de agosto de 2020. temas relevantes à maioria da população.

17. (SCGás – Advogado - IESES - 2019) A Comissão de ( ) CERTO ( ) ERRADO


Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado apro-
vou no dia 22 de maio projeto de criminalização da ho- Resposta: Errado. As práticas sociais na atualidade
mofobia no Brasil. O texto (PL 672/2019) iguala as penas [NÃO] são totalmente direcionadas pela comunica-
para crimes motivados por preconceitos de gênero ou ção nas redes sociais, que [NÃO] proporcionam amplo
orientação sexual àquelas previstas para quem comete debate e [NÃO] favorecem o consenso sobre temas
crimes de discriminação racial. A redação original previa relevantes à maioria da população.
punição para aquele que “praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, 20. (Prefeitura de Arujá - SP - Escriturário - Oficial
procedência nacional, identidade de gênero e/ou orien- Administrativo - VUNESP - 2019) Um importante e in-
tação sexual. O relator acrescentou ao texto um trecho fluente líder religiosa em atividade no país morreu nesta
que prevê punição a quem impedir ou restringir a mani-
quinta-feira (27 de dezembro) em Santo Antônio de Je-
ATUALIDADES

festação razoável de afetividade de qualquer pessoa em


sus (108 km de Salvador), aos 93 anos. Ela dedicou 80
local público ou privado aberto ao público, ressalvados:
anos da vida à religião.
(Folha de S.Paulo, 27 dez.18. Disponível em: <ht-
a) Os prédios públicos federais.
b) Os ambientes públicos de grande circulação. tps://goo.gl/6A1BRP>. Adaptado)

28
A notícia trata do falecimento de uma importante lide-
rança religiosa ligada
HORA DE PRATICAR!
a) ao espiritismo.
b) ao islamismo. 01. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Ad-
c) ao judaísmo. ministração - MS CONCURSOS - 2019) Para responder
d) ao candomblé. à questão, leia o trecho, a seguir, da notícia publicada
e) ao catolicismo. pela BBC News Brasil, em 15 de agosto de 2019.

Resposta: D. Mãe Stella é referência no combate ao What3words: como um aplicativo usa três pala-
racismo e à intolerância religiosa, sendo a primeira a vras para salvar vidas
receber o título de “imortal” pela Academia de Letras
da Bahia (ALB), com nove livros publicados. A ialorixá, A polícia britânica pediu a todos que façam o down-
inclusive, já recebeu o título de Doutora Honoris Cau- load do aplicativo what3words para celular porque, se-
sa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa
disponível também no Brasil. Mas como ele funciona?
“Chutado. Convergido. Futebol”
Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo
aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi-
da na Inglaterra.
O grupo havia planejado uma trilha circular de 8 km
na Hamsterley Forest, de quase 20 km², no condado de
Durham, na noite de domingo, mas os amigos se perde-
ram depois de três horas.
“Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de
onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível.
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir
para não chorar.”
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com
sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência.
“Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis-
se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual
nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley.
Um minuto depois do download, a polícia conseguiu
descobrir onde o grupo estava. Eles foram resgatados
pouco tempo depois.
Quando o CEP ou o GPS não dão conta
O aplicativo what3words, essencialmente, aponta
para um local muito específico.
Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri-
lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com
um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea-
toriamente.
A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por
exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le-
var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”.
O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres-
pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick,
que cresceu na zona rural de Hertfordshire.
“Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”,
disse ele.
“Nós nos acostumamos a receber cartas que eram
para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan-
do para motoristas de entrega.”
Dez anos trabalhando na indústria da música, que en-
ATUALIDADES

volviam também a tentativa de fazer com que as bandas


se encontrassem em entradas específicas dos locais de
apresentação, também alimentaram sua frustração.
“Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e
latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick.

29
“Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo muito mais amigável? Eu estava falando com um matemático e
descobrimos que havia combinações suficientes de três palavras para cada local do mundo.”
[...]

Assinale a alternativa correta.

a) O what3words não precisa de conexão de dados (sinal de celular) para determinar a localização de três palavras.
b) O objetivo futuro de Chris Sheldrick é que seja abolido o modelo de endereçamento com CEP, como conhecemos.
c) O aplicativo conseguiu mapear o mundo todo, porém não há registros de que seja funcional em países como a
Mongólia e Senegal.
d) A polícia de alguns condados ingleses repudiou a nova forma de tratar as emergências, já que consideram ineficaz
a inovação trazida pelo what3words para socorro de vítimas.

02. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Administração - MS CONCURSOS - 2019) Ainda relacionado ao


texto acima. Na íntegra da notícia, são citados nomes de empresas/marcas que já estão usando o what3words. São elas:

a) Motorola e Jaguar.
b) Mercedes-Benz e Airbnb.
c) Apple e Nike.
d) Fiat e Walmart.

03. (Prefeitura de Porto Velho - RO - Especialista em Educação - Supervisão Educacional - IBADE - 2019) A Nova
Face da Criminalidade

Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens, que não
fazem parte do mundo da pobreza e da discriminação racial, têm tido participação constante nas ações de violência.
No Brasil, são cada vez mais frequentes as informações que nos chegam sobre atos de violência envolvendo jovens da
alta classe média que agridem, por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais do sexo, negros, nordestinos
e indígenas, entre outros seguimentos que integram um extenso leque de minorias sociais.
Há muitos questionamentos sobre os elementos que motivam os jovens que receberam carinho dos pais, educação
escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de consumo, a praticar ações de violência.
Para tentar responder este questionamento, uma coisa é certa, não podemos deixar de levar em consideração os
novos elementos que passaram a atuar no nosso processo de socialização dos anos 80 do século passado para cá.
Há pelo menos três décadas, crianças e jovens do Brasil estão em contato diário com uma série de informações que
incentivam e banalizam a violência.
Adaptação http://ambitojuridico.com.br/site/index.php?artigo_id=7319&n_ link=revista_artigos_le
Acerca do texto acima, podem ser feitas as seguintes afirmações:

I. A violência, traduz-se na época atual por um evento cujas implicações e desdobramentos atingem, sem distinção,
ATUALIDADES

todos os segmentos sociais.


II. A violência tem mostrado que ultrapassou os limites da pobreza, sendo praticada, também, por jovens de diferentes
classes sociais.
III. Informações que incentivam e banalizam a violência podem estar por trás do aumento e da prática indiscriminada.

30
IV. A prática da violência gerada pelo ódio à “diferenças” III As revoluções tecnológicas demandam capacidade de
tem sido mais presente no cotidiano dos jovens da inovação para estimular a competitividade, aspecto
alta classe média. que tem sido explorado por políticas públicas brasilei-
V. A violência no Brasil ocorre somente dentro das comu- ras que elevaram a posição do Brasil no ranking inter-
nidades mais pobres. nacional de competitividade.
IV Devido aos impactos resultantes da tecnologia no
Dos itens acima descritos, estão corretos: mercado de trabalho, a maioria das escolas brasileiras
da rede privada e pública já tem em seus currículos
a) I, II e III, somente. disciplinas relacionadas a programação e robótica.
b) II, III, IV e V, somente.
Estão certos apenas os itens
c) I, III, IV e V, somente.
d) I, II, III e IV, somente.
a) I e II.
e) I, II, III, IV e V. b) I e IV.
c) III e IV.
04. (Prefeitura de Itapevi - SP - Médico – Psiquiatria - d) I, II e III.
VUNESP - 2019) “Este é o melhor acordo possível.” e) II, III e IV.

A premiê britânica, Theresa May, tem repetido há sema- 06. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidro-
nas essa frase na tentativa de convencer o Parlamento mecânica – Mecânico - FCC - 2019) É forte o ritmo do
de seu país a aprovar o acordo que ela negociou com a crescimento desta fonte de energia no Brasil. Os investi-
União Europeia, estabelecendo os termos do Brexit - o mentos no setor começaram por volta de 2005 e, menos
processo de saída do Reino Unido do bloco. de 10 anos após o primeiro leilão deste tipo de energia
Mas, na segunda-feira [17.dez], a premiê adiou indefini- no país (realizado em 2009), o Brasil atingiu no início de
damente a votação do acordo no Parlamento, reconhe- 2018 a potência instalada de 13 gigawatts (GW), quase a
cendo que ele seria rejeitado pela maioria dos parlamen- mesma da Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Atualmente, o
tares britânicos Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial da pro-
G1. https://glo.bo/2FTOmUF. Acesso em 24.jan.2019. dução deste tipo de energia, superando países desenvol-
vidos como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos
Adaptado
cinco anos, pois, até 2012, estava em 15° lugar.
(Disponível:https://www.em.com.br. Acesso em
Tem sido considerado como o ponto mais delicado do 26.mai.2019)
acordo para viabilizar o Brexit
O texto descreve o avanço da energia
a) o retorno imediato dos cidadãos europeus que vivem
no Reino Unido para os seus países de origem, fato a) solar.
que provocaria forte déficit de mão de obra no Reino b) eólica.
Unido. c) de biogás.
b) a rápida desvalorização da libra nos mercados euro- d) de biocombustível
peu e mundial, fato que provocaria forte abalo econô- e) de biomassa.
mico-financeiro para todo o Reino Unido.
c) o fechamento da fronteira entre a Irlanda do Norte 07. (SEE-MG - Especialista em Educação Básica - FU-
(parte do Reino Unido) e a Irlanda, fato que retomaria MARC - 2018) A Base Nacional Comum Curricular é um
antigas tensões entre norte-irlandeses e irlandeses. documento de caráter que define um conjunto de apren-
d) a perda do prestígio político do Reino Unido frente dizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
à Europa, o que inviabilizaria a permanência do país volver ao longo das etapas de um período da educação.
na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O debate sobre a Base Nacional vem sendo ampliada em
2018 e é referente ao seguinte período da escolarização:
e) a obrigação do governo britânico em continuar rece-
bendo grupos de refugiados do Oriente Médio e Áfri-
ca mesmo após a saída do bloco econômico europeu. a) Mestrados em todas as universidades.
b) Especializações em universidades públicas.
05. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Re- c) Doutorado em universidades públicas.
gistros – Remoção - CESPE - 2019) Acerca de aspectos d) Cursos pré-vestibulares.
relacionados ao impacto da tecnologia no mercado de e) Educação básica.
trabalho, julgue os itens que se seguem.
08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
I Os impactos da tecnologia no mundo do trabalho não - 2019) Em março de 2019, mais de 1 milhão de crian-
são necessariamente imediatos, mas, a longo prazo, ças e jovens foram às ruas em 120 países para pressionar
líderes políticos e empresariais a agirem para evitar que
ATUALIDADES

podem implicar no desaparecimento de determinadas


profissões. os problemas afetem gravemente o futuro deles. A greve
II Projeções sobre o futuro do mercado de trabalho dão global de estudantes mobilizou também pais e professo-
destaque às profissões de índole criativa no mercado res no Brasil.
de trabalho dominado pela tecnologia. (Disponível em: http://www.bit.ly. Adaptado)

31
Os protestos tiveram como alvo os problemas relacio-
nados
GABARITO
a) às mudanças climáticas.
b) à violência no trânsito. 1 A
c) à poluição dos aquíferos. 2 B
d) ao desmatamento de regiões temperadas 3 D
e) aos resíduos sólidos sem destinação adequada. 4 C
5 A
09. (Prefeitura de Sorocaba - SP - Conselheiro Tute- 6 A
lar - VUNESP - 2019) O presidente americano Donald 7 E
Trump prometeu, na sexta-feira, 10 de maio de 2019, 8 A
mais que dobrar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em 9 C
mercadorias e introduzir novas taxas “em breve”. Segun- 10 D
do ele, o governo local está tentando recuar nos termos
do acordo que teria sido costurado entre os negociado-
res dos dois países.
BBC.https://www.bbc.com/portuguese/internacio-
nal-48228954. 13.05.2019. Adaptado

O excerto faz alusão

a) à guerra comercial contra o México devido ao aumen-


to de suas exportações.
b) às sanções comerciais impostas ao Irã devido ao seu
programa nuclear.
c) à guerra comercial em curso com a China devido ao
protecionismo norte-americano.
d) às sanções econômicas impostas à Coreia do Norte
devido ao seu programa balístico.

10. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária -


FCC - 2019) A série com dados oficiais de desmatamento
da Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Ins-
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que
os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação
na floresta vêm sendo confirmados ano a ano. (Adaptado
de: https://glo.bo/2Z5KAAY)
A respeito do desmatamento da Amazônia considere as
seguintes afirmações. I. Vários estudos já mostram que
uma das causas do aumento do desmatamento é a re-
dução da fiscalização. II. Em vários locais da região ob-
servam-se queimadas ilegais para abertura de pastagens
para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para a
cultura de soja). III. Embora expressivas, as áreas amazô-
nicas desmatadas têm menor extensão do que as áreas
em desmatamento no cerrado e na caatinga. Está correto
o que consta APENAS em

a) II e III.
b) I e III.
c) II.
d) I e II.
e) III.
ATUALIDADES

32
ÍNDICE

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Noções de organização administrativa. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração......................... 01


Administração direta e indireta............................................................................................................................................................................... 03
Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista...................................................................................... 05
Ato administrativo. Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies........................................................................................ 09
Agentes públicos. Legislação pertinente. Lei nº 8.112/1990. Disposições constitucionais aplicáveis. Disposições doutriná-
rias. Conceito. Espécies. Cargo, emprego e função pública.......................................................................................................................... 14
Poderes administrativos. Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Uso e abuso do poder....................................... 20
Licitação. Princípios. Contratação direta: dispensa e inexigibilidade. Modalidades. Tipos. Procedimento.............................. 27
Controle da administração pública. Controle exercido pela administração pública. Controle judicial. Controle legislativo............ 34
Responsabilidade civil do Estado. Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. Responsabilidade por ato comis-
sivo do Estado. Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Esta-
do. Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado.................................................................................................... 42
Regime jurídico-administrativo. Conceito. Princípios expressos e implícitos da administração pública................................... 47
Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal)......................... 52
Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República................................................................................... 63
Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente
NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRA- da República:
TIVA. CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZA- I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
ÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRA- II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a
ÇÃO direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
Em linhas gerais, descentralização significa transferir a como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução de um serviço público para terceiros que não execução;
se confundem com a Administração direta; centralização V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
significa situar na Administração direta atividades que, VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
em tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora a) organização e funcionamento da administração fe-
dela; desconcentração significa transferir a execução de deral, quando não implicar aumento de despesa nem
um serviço público de um órgão para o outro dentro da criação ou extinção de órgãos públicos; 
própria Administração; concentração significa manter a
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va-
execução central ao chefe do Executivo em vez de atri-
gos; 
bui-la a outra autoridade da Administração direta.
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acre-
ditar seus representantes diplomáticos;
Passemos a esmiuçar estes conceitos:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio-
nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
Executivo, do poder de delegar certas atribuições que
X - decretar e executar a intervenção federal;
são de sua competência privativa. Neste sentido, o pre-
visto na CF: XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con-
Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Re- gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão le-
pública poderá delegar as atribuições mencionadas gislativa, expondo a situação do País e solicitando as
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros providências que julgar necessárias;
de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên-
Advogado-Geral da União, que observarão os limites cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
traçados nas respectivas delegações. XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma-
Neste sentido: das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército
Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre:  e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e
a) organização e funcionamento da administração fe- nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
deral, quando não implicar aumento de despesa nem XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
criação ou extinção de órgãos públicos;  Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- Superiores, os Governadores de Territórios, o Procura-
gos;  dor-Geral da República, o presidente e os diretores do
Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas, banco central e outros servidores, quando determina-
com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos do em lei;
em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Mi-
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos públi- nistros do Tribunal de Contas da União;
cos federais, na forma da lei; (apenas o provimento é XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nes-
delegável, não a extinção) ta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem XVII - nomear membros do Conselho da República,
opções de delegar parte de suas atribuições privativas nos termos do art. 89, VII;
para os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da Re- XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
pública ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá Conselho de Defesa Nacional;
delegar com relação de hierarquia cada uma destas es- XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sencialidades dentro da estrutura organizada do Estado. autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado
Reforça-se, desconcentrar significa delegar com hie- por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões le-
rarquia, pois há uma relação de subordinação dentro de gislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
uma estrutura centralizada, isto é, os Ministros de Estado, parcialmente, a mobilização nacional;
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
União respondem diretamente ao Presidente da Repúbli- Congresso Nacional;
ca e, por isso, não possuem plena discricionariedade na XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
prática dos atos administrativos que lhe foram delegados. XXII - permitir, nos casos previstos em lei complemen-
Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições tar, que forças estrangeiras transitem pelo território
privativas da Administração pública direta no âmbito nacional ou nele permaneçam temporariamente;
mais central possível, isto é, diretamente pelo chefe do XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-
Poder Executivo, seja porque não são atribuições delegá- nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
veis, seja porque se optou por não delegar. propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

1
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão le- #FicaDica
gislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, Todos envolvem transferência na execução
na forma da lei; de serviços:
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos • Descentralização – da Administração para
termos do art. 62; terceiros;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta • Centralização – de terceiros para a Admi-
Constituição. nistração;
Descentralizar envolve a delegação de interesses es- • Desconcentração – de um órgão central
tatais para fora da estrutura da Administração direta, o para outro na Administração;
que é possível porque não se refere a essencialidades, • Concentração – de um órgão na Adminis-
ou seja, a atos administrativos que somente possam ser tração para o órgão central.
praticados pela Administração direta porque se referem Descentralização e centralização são movi-
a interesses estatais diversos previstos ou não na CF. mentos externos, desconcentração e con-
Descentralizar é uma delegação sem relação de hie- centração são movimentos internos.
rarquia, pois é uma delegação de um ente para outro
(não há subordinação nem mesmo quanto ao chefe do
Executivo, há apenas uma espécie de tutela ou supervi-
são por parte dos Ministérios – se trata de vínculo e não EXERCÍCIOS COMENTADOS
de subordinação).
Basicamente, se está diante de um conjunto de pes- 1. (PGM-AM - PROCURADOR DO MUNICÍPIO – CESPE
soas jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para – 2018) Acerca dos instrumentos jurídicos que podem
prestarem serviços de interesse do Estado. Possuem pa- ser celebrados pela administração pública para a realiza-
trimônio próprio e são unidades orçamentárias autôno- ção de serviços públicos, julgue o item a seguir.
mas. Ainda, exercem em nome próprio direitos e obriga- A União poderá celebrar convênio com consórcio público
ções, respondendo pessoalmente por seus atos e danos. constituído por municípios para viabilizar a descentrali-
Existem duas formas pelas quais o Estado pode efe- zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
tuar a descentralização administrativa: outorga e dele- quadas na área da educação fundamental.
gação.
A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade ( ) CERTO ( ) ERRADO
e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado
serviço público e é conferida, em regra, por prazo inde- Resposta: Certo. Pelo instrumento utilizado – convê-
terminado. Isso é o que acontece quanto às entidades da nio ou consórcio público – já cabe determinar que se
Administração Indireta prestadoras de serviços públicos. trata de um movimento externo (descentralização ou
Neste sentido, o Estado descentraliza a prestação dos centralização). Se for de dentro da Administração para
serviços, outorgando-os a outras entidades criadas para fora, é descentralização, pois sai da autoridade central
prestá-los, as quais podem tomar a forma de autarquias, da Administração para um terceiro. Assim, o exemplo
empresas públicas, sociedades de economia mista e fun- descreve corretamente a descentralização.
dações públicas.
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por 2. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito dos princípios da
para que o ente delegado o preste ao público em seu administração pública, de noções de organização admi-
próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do nistrativa e da administração direta e indireta, julgue o
Estado. A delegação é geralmente efetivada por prazo item que se segue.
determinado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de A descentralização administrativa consiste na distribui-
concessão ou nos atos de permissão, pelos quais o Es- ção interna de competências agrupadas em unidades
tado transfere aos concessionários e aos permissionários individualizadas.
apenas a execução temporária de determinado serviço.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis- ( ) CERTO ( ) ERRADO


tração direta o desempenho de funções administrativas
de interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser Resposta: Errado. Quando a distribuição se dá de
atribuídos a entes de fora da Administração por outorga forma interna, fala-se em concentração (de um órgão
ou delegação. fragmentário para o central) ou em desconcentração
(de um órgão central para unidades individualizadas,
como é o caso do exemplo). A descentralização é um
movimento externo, de dentro da Administração para
terceiro, externo à estrutura administrativa.

2
3. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – CONHECIMENTOS Órgãos Públicos: teorias
BÁSICOS – CARGOS: 1, 2 E 3 – CESPE – 2018) A respeito
da organização e dos poderes da administração pública, “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
julgue o próximo item. Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do
A criação de secretaria municipal de defesa do meio am- mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí-
biente por prefeito municipal configura caso de descon- dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado,
centração administrativa. que não tem vontade própria, pode outorgar o manda-
to”1. A origem desta teoria está no direito privado, não
( ) CERTO ( ) ERRADO tendo como prosperar porque o Estado não pode outor-
gar mandato a alguém, afinal, não tem vontade própria.
Resposta: Certo. A secretaria municipal seria um ór- Num momento seguinte, adotou-se a teoria da re-
gão interno que desempenharia atribuições que po- presentação: “Posteriormente houve a substituição des-
deriam ser exercidas pelo órgão central, a prefeitura. sa concepção pela teoria da representação, pela qual
No caso, para melhor desempenhar as funções, a Pre- a vontade dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a
feitura transferiu o exercício de funções para a Secre- vontade do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela,
taria, um movimento interno, caracterizando descon- figuras jurídicas que apontam para representantes dos
centração. incapazes. Ocorre que essa teoria, além de equiparar o
Estado, pessoa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado
é pessoa jurídica dotada de capacidade plena), não foi
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
suficiente para alicerçar um regime de responsabilização
da pessoa jurídica perante terceiros prejudicados nas cir-
cunstâncias em que o agente ultrapassasse os poderes
Administração direta da representação”2. Criticou-se a teoria porque o Esta-
do estaria sendo visto como um sujeito incapaz, ou seja,
Administração Pública direta é aquela formada pelos uma pessoa que não tem condições plenas de manifes-
entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. tar, de falar, de resolver pendências; bem como porque
Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Fe- se o representante estatal exorbitasse seus poderes, o
deral e os Municípios. À exceção da União, que é dotada Estado não poderia ser responsabilizado.
de soberania, todos os demais são dotados de autonomia. Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto
Dispõe o Decreto nº 200/1967: Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos
Art. 4° A Administração Federal compreende: administrativos criados e extintos exclusivamente por lei,
I - A Administração Direta, que se constitui dos servi- mas que podem ser organizados por decretos autôno-
ços integrados na estrutura administrativa da Presi- mos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de
dência da República e dos Ministérios.
personalidade jurídica própria. Com efeito, o Estado bra-
sileiro responde pelos atos que seus agentes praticam,
A administração direta é formada por um conjunto
mesmo se estes atos extrapolam das atribuições estatais
de núcleos de competências administrativas, os quais
conferidas, sendo-lhe assegurado o direito de regresso.
já foram tidos como representantes do poder central
A teoria da imputação objetiva, derivada da teoria
(teoria da representação) e como mandatários do poder
do órgão, também de Otto Giërke, impõe que o órgão
central (teoria do mandato).
central da Administração, por ser o único dotado de per-
Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke,
segundo a qual os órgãos e agentes são apenas núcleos sonalidade jurídica, responderá por danos praticados em
administrativos criados e extintos exclusivamente por seus órgãos despersonalizados e por seus agentes. Não
lei, mas que podem ser organizados por decretos autô- significa que os agentes ficarão impunes, mas caberá à
nomos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos Administração buscar contra ele o direito de regresso,
de personalidade jurídica própria. retomando o que foi obrigada a indenizar. Ex.: se uma
Assim, os órgãos da Administração direta não pos- pessoa é vítima de dano numa delegacia estadual por
suem patrimônio próprio; e não assumem obrigações parte de um delegado da polícia civil, ajuizará deman-
em nome próprio e nem direitos em nome próprio (não da indenizatória contra a Fazenda Pública do Estado, a
podem ser autor nem réu em ações judiciais, exceto para qual poderá exercer direito de regresso contra o agente
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

fins de mandado de segurança – tanto como impetrante público, delegado causador do dano. Repare que a Ad-
como quanto impetrado). ministração não se exime de indenizar mesmo que seu
Já que não possuem personalidade, atuam apenas no agente seja culpado.
cumprimento da lei, não atuando por vontade própria.
Logo, órgãos são impessoais quando agem no estrito
cumprimento de seus deveres, não respondendo dire-
tamente por seus atos e danos – o órgão central, com
personalidade, que responderá.
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a
responsabilidade a agentes ou órgãos públicos que es-
tejam exercendo atribuições da Administração direta é 1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23. ed. São
denominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giër- Paulo: Atlas, 2010.
ke, que institui o princípio da impessoalidade. 2 NOHARA, Irene Patrícia. Direito administrativo. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2013.

3
se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, por-
#FicaDica que além da pessoa jurídica central existem outras inter-
nas que compõem o sistema político. Sendo uma pessoa
Teoria do mandato e teoria da representa- jurídica, o Estado manifesta sua vontade através de seus
ção: ultrapassadas. agentes, ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus
Teoria do órgão: adotada. quadros. Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, com-
A teoria da imputação objetiva deriva da põe o Estado um grande número de repartições internas,
teoria do órgão. Ambas são de autoria de necessárias à sua organização, tão grande é a extensão
Otto Giërke. que alcança e tamanha as atividades a seu cargo. Tais
repartições é que constituem os órgãos públicos”.
Órgãos Públicos: classificações
Apresenta-se, detalhes, a classificação dos órgãos:
Quanto se faz desconcentração da autoridade central
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara • Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis-
com diversos níveis de órgãos, que podem ser classifi- tritais e municipais.
cados em simples ou complexos (simples se possuem • Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
apenas uma estrutura administrativa, complexos se pos- aqueles que detêm condição de comando e de di-
suem uma rede de estruturas administrativas) e em uni- reção, e os subordinados, incumbidos das funções
tários ou colegiados (unitário se o poder de decisão se rotineiras de execução.
concentra em uma pessoa, colegiado se as decisões são • Quanto à composição: singulares, quando integra-
tomadas em conjunto e prevalece a vontade da maioria): dos em um só agente, e os coletivos, quando com-
postos por vários agentes.
• Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es- • Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri-
trutura do Estado, gozando de independência para buições em todo o território nacional, estadual,
agir e não se submetendo a outros órgãos. Cabe a distrital e municipal, e os locais, que atuam em
eles definir as políticas que serão implementadas. É parte do território.
o caso da Presidência da República, órgão comple- • Quanto à posição estatal: são os que representam
xo composto pelo gabinete, pela Advocacia-Geral os poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo
da União, pelo Conselho da República, pelo Con- e o Judiciário.
selho de Defesa, e unitário (pois o Presidente da • Quanto à estrutura: simples ou unitários e compos-
República é o único que toma as decisões). tos. Os órgãos compostos são constituídos por vá-
• Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do rios outros órgãos.
poder, com autonomia funcional, porém subordi-
nados politicamente aos independentes. É o caso 2. Administração Indireta
de todos os ministérios de Estado.
• Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia A Administração Pública indireta pode ser definida
ou independência, sendo plenamente vinculados como um grupo de pessoas jurídicas de direito público
aos órgãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional ou privado, criadas ou instituídas a partir de lei específi-
do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho ca, que atuam paralelamente à Administração direta na
e Emprego; Departamento da Polícia Federal, vin- prestação de serviços públicos ou na exploração de ativi-
culado ao Ministério da Justiça. dades econômicas.
• Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima “Enquanto a Administração Direta é composta de
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos internos do Estado, a Administração Indireta se
órgãos que executam trabalho de campo, policiais compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de
federais, fiscais do MTE. entidades”4. Em que pese haver entendimento diverso
registrado em nossa doutrina, integram a Administração
indireta do Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a
FIQUE ATENTO! saber: as Autarquias, as Fundações, as Sociedades de Eco-
O Ministério Público, os Tribunais de Contas nomia Mista e as Empresas Públicas.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e as Defensorias Públicas não se encaixam


nesta estrutura, sendo órgãos independentes Dispõe o Decreto nº 200/1967:
constitucionais. Em verdade, para Canotilho Art. 4° A Administração Federal compreende:
e outros constitucionalistas, estes órgãos não II - A Administração Indireta, que compreende as se-
pertencem nem mesmo aos três poderes. guintes categorias de entidades, dotadas de personali-
dade jurídica própria:
a) Autarquias;
Conforme Carvalho Filho3, “a noção de Estado, como b) Empresas Públicas;
visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Es- c) Sociedades de Economia Mista.
tado, na verdade, é considerado um ente personalizado, d) fundações públicas.
seja no âmbito internacional, seja internamente. Quando
3 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. 4 Ibid.

4
Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que Resposta: Errado. Vigora no Direito Administrativo
prestam serviços públicos por delegação, embora não brasileiro a teoria do órgão, de Otto Giërke. Quando
integrem os quadros da Administração, quais sejam, os um agente público atua, é como se o próprio Esta-
permissionários, os concessionários e os autorizados. do atuasse, então não há problemas com o fato de a
Essas quatro pessoas integrantes da Administração advocacia pública defender o ocupante de um cargo
indireta serão criadas para a prestação de serviços públi- público, não importando se o cargo é efetivo ou em
cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômi- comissão.
cas, como no caso das empresas públicas e sociedades
de economia mista, e atuam com o objetivo de aumentar 2. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA AD-
o grau de especialidade e eficiência da prestação do ser- MINISTRATIVA – CESPE – 2017) No que diz respeito a
viço público ou, quando exploradoras de atividades eco- organização administrativa, julgue o item que se segue.
nômicas, visando atender a relevante interesse coletivo e Órgão público é ente despersonalizado, razão por que
imperativos da segurança nacional. lhe é defeso, em qualquer hipótese, ser parte em proces-
Com efeito, de acordo com as regras constantes do so judicial, ainda que a sua atuação seja indispensável à
artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só defesa de suas prerrogativas institucionais.
poderá explorar atividade econômica a título de exceção,
em duas situações, conforme se colhe do caput do refe- ( ) CERTO ( ) ERRADO
rido artigo, a seguir reproduzido:
Resposta: Errado. Caso a atuação direta do órgão pú-
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons- blico seja indispensável às suas prerrogativas institu-
tituição, a exploração direta de atividade econômica cionais, protegendo suas atividades, sua autonomia e
pelo Estado só será permitida quando necessária aos sua independência, poderá atuar como parte em pro-
imperativos de segurança nacional ou a relevante in- cesso judicial. O entendimento é firmado pelo próprio
teresse coletivo, conforme definidos em lei. STJ (5a Turma; RO em MS: 21.813/AP; Rel. Min. FELIX
Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras FISCHER; Data de Julgamento: 13/12/2007).
constitucionais e em razão dos fins desejados pelo Es-
tado, ao Poder Público não cumpre produzir lucro, tare- 3. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL
fa esta deferida ao setor privado. Assim, apenas explora DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL – CESPE – 2017) A
atividades econômicas nas situações indicadas no artigo respeito da organização do Estado e da administração
173 do Texto Constitucional. Quando atuar na econo- pública, julgue o item a seguir.
mia, concorre em grau de igualdade com os particulares, O principal critério de distinção entre empresa pública e
e sob o regime do artigo 170 da Constituição, inclusi- sociedade de economia mista é que esta integra a admi-
ve quanto à livre concorrência, submetendo-se ainda a nistração indireta, enquanto aquela integra a administra-
todas as obrigações constantes do regime jurídico de ção direta.
direito privado, inclusive no tocante às obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributárias. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O artigo 4o, II, Decreto nº 200/1967


#FicaDica enumera as sociedades de economia mista e as em-
presas públicas, ambas, como integrantes da adminis-
Administração indireta: autarquias (inclui tração indireta, ao lado das autarquias e das funda-
agências reguladoras e agências executi- ções públicas.
vas), fundações públicas, empresas públi-
cas e sociedades de economia mista.
Não compõem a Administração indireta: AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS
concessionárias, permissionárias e entida- PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA
des paraestatais (terceiro setor). MISTA.

Autarquias
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

EXERCÍCIO COMENTADO Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:


I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com
1. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CES- personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,
PE – 2018) Tendo como referência a jurisprudência dos para executar atividades típicas da Administração Pú-
tribunais superiores a respeito da organização adminis- blica, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
trativa e dos agentes públicos, julgue o item a seguir. gestão administrativa e financeira descentralizada.
O fato de a advocacia pública, no âmbito judicial, defen- As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,
der ocupante de cargo comissionado pela prática de ato de natureza administrativa, criadas para a execução de
no exercício de suas atribuições amolda-se à teoria da serviços tipicamente públicos, antes prestados pelas
representação. entidades estatais que as criam. Por serviços tipicamente
públicos entenda-se aqueles sem fins lucrativos criados
( ) CERTO ( ) ERRADO por lei e comum monopólio do Estado.

5
“O termo autarquia significa autogoverno ou gover- Carvalho Filho6 classifica quanto ao regime jurídi-
no próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção co:
semântica para ter o sentido de pessoa jurídica adminis-
trativa com relativa capacidade de gestão dos interesses a) autarquias comuns (ou de regime comum);
a seu cargo, embora sob controle do Estado, de onde b) autarquias especiais (ou de regime especial).
se originou. Na verdade, até mesmo em relação a esse
sentido, o termo está ultrapassado e não mais reflete Segundo a própria terminologia, é fácil distingui-las:
uma noção exata do instituto. [...] Pode-se conceituar au- as primeiras estariam sujeitas a uma disciplina jurídica
tarquia como a pessoa jurídica de direito público, inte- sem qualquer especificidade, ao passo que as últimas se-
grante da Administração Indireta, criada por lei para de- riam regidas por disciplina específica, cuja característica
sempenhar funções que, despidas de caráter econômico, seria a de atribuir prerrogativas especiais e diferenciadas
sejam próprias e típicas do Estado”5. a certas autarquias”. São exemplos de autarquias espe-
Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo ciais aquelas criadas para serviços especiais, como au-
regime jurídico de direito público, podendo, tão-somen- tarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de fiscalização
te, ser prestadoras de serviços públicos, contando com (ex.: CRM e CREA).
capital oriundo da Administração direta. O Código Civil,
em seu artigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias:
direito público, embora exista controvérsia na doutrina. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Contam com patrimônio próprio, constituído a partir (Incra), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), De-
de transferência pela entidade estatal a que se vinculam, partamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER),
portanto, capital exclusivamente público. Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE),
São dotadas, ainda, de autonomia financeira, plane- Departamento nacional de Registro do Comércio (DNRC),
jando seus gastos e compromissos a cada exercício. A Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Insti-
proposta orçamentária é encaminhada anualmente ao tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
chefe do Executivo, que a inclui no orçamento fiscal da rais Renováveis (Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen).
lei orçamentária anual. A própria autarquia presta contas
diretamente ao Tribunal de Contas. Agências reguladoras
Podem pagar aos seus credores por meio de precató-
rios e requisição de pequeno valor, tal como a Adminis- São figuras muito recentes em nosso ordenamento
tração direta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida jurídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de re-
ativa de seus devedores. gime especial, são pessoas jurídicas de Direito Público
Gozam de imunidade tributária recíproca em relação com capacidade administrativa, aplicando-se a elas todas
a todas unidades da federação. as regras das autarquias.
A elas se conferem as mesmas prerrogativas proces- O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas
suais que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro a nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que
para contestar e recorrer, além de reexame necessário se baseia nos critérios de conhecimento. Uma vez no-
da causa em situações de condenação acima de certos meado, o dirigente passa a gozar de mandato com prazo
valores. determinado e só pode ser destituído por processo com
Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e decisão motivada.
extintas por lei, que podem ser complementadas por Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execu-
atos do Executivo, notadamente Decretos. ção de serviços públicos. Elas não executam o serviço
As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais propriamente, elas o fiscalizam. Logo, são entidades com
e municipais, contudo não podem ser interestaduais ou típica função de controle da prestação dos serviços pú-
intermunicipais (não é permitida a associação de unida- blicos e do exercício de atividades econômicas, evitando
des federativas para a criação de autarquias). a prática de abusos por parte de entidades do setor pri-
Devem executar atividades típicas do direito público vado.
e, notadamente, serviços públicos de natureza social e São titulares da matéria técnica que regulam, de
atividades administrativas, com a exclusão dos serviços e modo que somente elas podem disciplinar as regras e
atividades de cunho econômico e mercantil. padrões técnicos desta determinada seara.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O patrimônio da autarquia é formado por bens públi- No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscali-
cos, razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas zar o cumprimento de contratos de concessões e o atin-
regras aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no gimento de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o
que se refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de atendimento a consumidores e usuários (inclusive rece-
oneração e de usucapião. bendo e processando denúncias e reclamações, aplican-
Os agentes públicos das autarquias são concursados do penas administrativas e multas, bem como rescindin-
e estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não do contratos), definir política tarifária e reajustá-la.
à CLT. Já os dirigentes não precisam ser concursados e Entre as agências reguladoras inseridas no ordena-
são nomeados e destituídos livremente pelo chefe do mento brasileiro, destacam-se: Agência Nacional de
Executivo. Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional de Teleco-
municações (ANATEL) e a Agência Nacional do Petróleo
(ANP).
5 Ibid. 6 Ibid.

6
Agências executivas criar e organizar a fundação. As fundações públicas são
regulamentadas por lei complementar. Sendo fundações
Agência executiva é a qualificação conferida a autar- públicas que adotam regime jurídico de direito público,
quia, fundação pública ou órgão da administração direta se equiparam às autarquias e se sujeitam às mesmas re-
que celebra contrato de gestão com o próprio ente po- gras que elas.
lítico com o qual está vinculado. As agências executivas Entretanto, é possível que a lei autorize (não crie)
se distinguem das agências reguladoras por não terem uma fundação pública que adote regime jurídico de di-
como objetivo principal o de exercer controle sobre par- reito privado, ou então um regime misto, caso em que
ticulares que prestam serviços públicos, que é o objetivo seus servidores poderão se sujeitar à CLT e seu patrimô-
fundamental das agências reguladoras. Assim, a expres- nio não será exclusivamente oriundo de verbas estatais.
são “agências executivas” corresponde a um título ou A lei autorizadora deve ser expressa neste sentido.
qualificação atribuída à autarquia ou a fundações públi-
cas cujo objetivo seja exercer atividade estatal. Empresas públicas
Para uma agência executiva ser constituída é preci-
so que o Ministério da área reconheça a autarquia ou a Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
fundação como tal. São requisitos a celebração de con- II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali-
trato de gestão com este Ministério e a adoção de pla- dade jurídica de direito privado, com patrimônio pró-
no estratégico de reestruturação e de desenvolvimento prio e capital exclusivo da União, criado por lei para
institucional, voltado para a melhoria da qualidade da a exploração de atividade econômica que o Governo
gestão e para a redução de custos, já concluído ou em seja levado a exercer por força de contingência ou de
andamento. conveniência administrativa podendo revestir-se de
qualquer das formas admitidas em direito.
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito
#FicaDica Privado, criadas para a prestação de serviços públicos ou
As agências reguladoras sempre serão au- para a exploração de atividades econômicas, que contam
tarquias, embora sujeitas a regime especial. com capital exclusivamente público, e são constituídas
As agências executivas podem ser autar- por qualquer modalidade empresarial, após autorização
quia, fundação pública ou órgão da ad- legislativa do ente federativo criador.
ministração direta que firme contrato de Sendo a empresa pública uma prestadora de servi-
gestão. ços públicos, estará submetida a regime jurídico público,
ainda que constituída segundo o modelo imposto pelo
Direito Privado. Se a empresa pública é exploradora de
Fundações públicas atividade econômica, estará submetida a regime jurídi-
co denominado pela doutrina como semipúblico, ante a
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: necessidade de observância, ao menos em suas relações
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de perso- com os administrados, das regras atinentes ao regime da
nalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrati- Administração, a exemplo dos princípios expressos no
vos, criada em virtude de autorização legislativa, para “caput” do artigo 37 da Constituição Federal.
o desenvolvimento de atividades que não exijam exe- Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre-
cução por órgãos ou entidades de direito público, com sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-
pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento cial (BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de
custeado por recursos da União e de outras fontes. São Paulo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e
As Fundações são pessoas jurídicas compostas por Telégrafos (ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).
um patrimônio personalizado, destacado pelo seu insti- Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen-
tuidor para atingir uma finalidade específica, denomina- ciam das sociedades de economia mista por: não possuí-
das, em latim, universitas bonorum. Entre estas finalida- rem fins lucrativos (o capital excedente não se transforma
des, destacam-se as de escopo religioso, moral, cultural em lucro, é reinvestido na própria empresa), podem ado-
ou de assistência. tar perfis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Essa definição serve para qualquer fundação, inclu- coletivo, S/A), o capital social é formado por recursos pú-
sive para aquelas que não integram a Administração blicos e só admite sócios públicos (pode ter apenas um
indireta (não-governamentais). No caso das fundações sócio – unipessoalidade originária ou inicial).
que integram a Administração indireta (governamentais),
quando forem dotadas de personalidade de direito pú- Sociedades de economia mista
blico, serão regidas integralmente por regras de direito
público. Quando forem dotadas de personalidade de di- Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
reito privado, serão regidas por regras de direito público III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dota-
e direito privado. da de personalidade jurídica de direito privado, criada
Quando as fundações são criadas pelo Estado são por lei para a exploração de atividade econômica, sob
conhecidas como fundações públicas, ou autarquias a forma de sociedade anônima, cujas ações com di-
fundacionais ou fundações autárquicas. O estatuto da reito a voto pertençam em sua maioria à União ou a
fundação, no caso, terá a forma de lei, cujo escopo será entidade da Administração Indireta.

7
As sociedades de economia mista são pessoas jurídi- Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório
cas de Direito Privado criadas para a prestação de servi- mínimo: licitar (exceto no que tange à prestação da ati-
ços públicos ou para a exploração de atividade econômi- vidade-fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime
ca, contando com capital misto e constituídas somente da CLT, são celetistas e não estatutários, mas são contra-
sob a forma empresarial de S/A. tados mediante concurso público de provas ou provas e
Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Es- títulos), prestar contas ao Tribunal de Contas e obedecer
tado que participa dela, existem acionistas a ela vincu- ao teto de remuneração (exceto no caso de sociedade
lados. Entretanto, o Estado deve ser o acionista contro- de economia mista que subsista sem qualquer auxílio do
lador do direito a voto, mesmo que não seja o acionista governo, apenas com seus lucros).
majoritário (se o Estado for sócio, mas não for controla-
dor, trata-se de empresa comum, não sociedade de eco- Em relação aos pontos distintivos, vale o reforço, con-
nomia mista). forme a tabela abaixo:
Alguns exemplos de sociedade mista: Banco do Brasil
e Banespa, como exploradoras de atividade econômica;
Petrobrás, Sabesp, Metrô e Companhia de Desenvolvi- Empresa Pública Sociedade de Economia
mento Habitacional Urbano (CDHU), como prestadoras Mista
de serviços públicos. Não possuem fins Possuem fins lucrativos
Estas sociedades de economia mista se caracterizam lucrativos
e se diferenciam das empresas públicas por: possuírem Adotam perfis empresariais Adotam o perfil de
fins lucrativos (os lucros são distribuídos entre os acionis- diversos (inclusive pode sociedade anônima S/A
tas), adotam o perfil de sociedade anônima S/A, o capital ser S/A)
social é formado por recursos públicos e privados, os só-
cios são privados e públicos (Estado). Capital social de recursos Capital social de recursos
públicos públicos e privados
Pontos comuns e distintivos entre empresas públi- Apenas sócios públicos Sócios públicos e
cas e sociedades de economia mista privados

Embora a Constituição Federal reserve a atividade


econômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado
os papéis de integração (integrar o Brasil na economia EXERCÍCIOS COMENTADOS
global), regulação (definindo regras e limites na explora-
ção da atividade econômica por particulares) e interven- 1. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CESPE
ção (fixação de regras e normas para combater o abuso – 2018) Em relação ao direito administrativo, julgue o
do poder econômico) (conforme artigos 173 e seguintes, item seguinte.
CF), autoriza-se excepcionalmente que o Estado explo- Somente por decreto específico poderá ser criada autar-
re diretamente atividades econômicas se houver um quia e autorizada a instituição de empresa pública, de
relevante interesse em matérias (serviços públicos em
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
geral) ou atividades de soberania.
lei complementar definir as áreas de atuação.
Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por
meio de sociedades de economia mista e empresas
( ) CERTO ( ) ERRADO
públicas. Tais empresas são regidas por regime jurídi-
co de direito privado, o que evita que o próprio Estado
Resposta: Errado. Disciplina o artigo 37, XIX, CF: “so-
possa abusar do poder econômico. Logo, o Estado não
pode dar às suas próprias empresas benefícios previden- mente por lei específica poderá ser criada autarquia
ciários, tributários e trabalhistas. Além disso, em termos e autorizada a instituição de empresa pública, de so-
processuais, não gozam das prerrogativas que as autar- ciedade de economia mista e de fundação, cabendo à
quias gozam. lei complementar, neste último caso, definir as áreas
Este impedimento de prerrogativas somente se aplica de sua atuação”. Somente fundação pública tem suas
quando o Estado está explorando atividade econômica áreas de atuação determinadas por lei federal. Basta
propriamente dita, não quando está ofertando serviços lei ordinária para criar autarquia e autorizar a institui-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

públicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado ção de empresa pública ou sociedade de economia
pode sobre ele exercer monopólio, o que afasta a neces- mista – Decreto é insuficiente para tanto.
sidade de regras que impeçam o abuso do poder econô-
mico. Por exemplo, os Correios são uma empresa pública 2. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
e possuem isenção fiscal e impenhorabilidade de bens. TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito dos princípios da
Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de administração pública, de noções de organização admi-
economia mista são criadas por lei e a existência delas nistrativa e da administração direta e indireta, julgue o
deve ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se su- item que se segue.
jeitam, ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclu- As autarquias são pessoas jurídicas criadas por lei e pos-
sive, seus bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for suem liberdade administrativa, não sendo subordinadas
prestadora de serviço público e não exploradora de ativi- a órgãos estatais.
dade econômica). No entanto, não se sujeitam à falência
ou à recuperação judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005). ( ) CERTO ( ) ERRADO

8
Resposta: Certo. O artigo 5o, I, Decreto-Lei nº administrativos naturais são aqueles que se originam de
200/1967 descreve a autarquia como serviço autôno- fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na ór-
mo, ou seja, estas possuem independência em relação bita administrativa. Assim, quando se fizer referência a
aos órgãos da Administração direta; e também diz que fato administrativo, deverá estar presente unicamente a
estas são criadas por lei. noção de que ocorreu um evento dinâmico da Adminis-
tração”7.
3. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA Já “a expressão atos da Administração traduz sen-
– CESPE – 2018) Considerando a doutrina majoritária, tido amplo e indica todo e qualquer ato que se origine
julgue o próximo item, referente ao poder administrati- dos inúmeros órgãos que compõem o sistema adminis-
vo, à organização administrativa federal e aos princípios trativo em qualquer dos Poderes. [...] Na verdade, entre
básicos da administração pública. os atos da Administração se enquadram atos que não
Quando criadas como autarquias de regime especial, as se caracterizam propriamente como atos administra-
agências reguladoras integram a administração direta. tivos, como é o caso dos atos privados da Administração.
Exemplo: os contratos regidos pelo direito privado, como
( ) CERTO ( ) ERRADO a compra e venda, a locação etc. No mesmo plano estão
os atos materiais, que correspondem aos fatos adminis-
Resposta: Errado. Como autarquias de regime espe- trativos, noção vista acima: são eles atos da Administra-
cial, as agências reguladoras fazem parte da Adminis- ção, mas não configuram atos administrativos típicos.
tração Indireta. Alguns autores aludem também aos atos políticos ou de
governo”8.
4. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – PROGRAMAÇÃO DE Com efeito, a expressão atos da Administração é mais
SISTEMAS – CESPE – 2018) Em relação à organização ampla. Envolve, também, os atos privados da Adminis-
administrativa e à licitação administrativa, julgue o item tração, referentes às ações da Administração no atendi-
a seguir. mento de seus interesses e necessidades operacionais
Por ser dotada de personalidade jurídica de direito públi- e instrumentais agindo no mesmo plano de direitos e
co e integrar a administração pública indireta, a empresa obrigações que os particulares. O regime jurídico será o
pública não pode explorar atividade econômica. de direito privado. Ex.: contrato de aluguel de imóveis,
compra de bens de consumo, contratação de água/luz/
( ) CERTO ( ) ERRADO internet.
Basicamente, envolve os interesses particulares da
Resposta: Errado. A empresa pública é integrante da Administração, que são secundários, para que ela pos-
Administração Indireta e possui personalidade jurídica sa atender aos interesses primários – no âmbito destes
de direito privado. Pode ser criada para exploração de interesses primários (interesses públicos, difusos e coleti-
atividades econômicas ou para prestação de serviços vos) é que surgem os atos administrativos, que são atos
públicos (artigo 5o, II, Decreto-Lei nº 200/1967). públicos da Administração, sujeitos a regime jurídico de
direito público.

ATO ADMINISTRATIVO ; CONCEITO, RE- Conceito e pressupostos


QUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO E
ESPÉCIES. O ato administrativo é uma espécie de fato adminis-
trativo e é em torno dele que se estrutura a base teórica
do direito administrativo.
Fato administrativo, ato da administração e ato Os atos administrativos se situam num plano supe-
administrativo rior de direitos e obrigações, eis que visam atender aos
interesses públicos primários, denominados difusos e
Os fatos administrativos são todos os eventos que coletivos. Logo, são atos de regime público, sujeitos a
repercutem na esfera administrativa. Se dividem em: pressupostos de existência e validade diversos dos es-
naturais, que se originam de fenômenos da nature- tabelecidos para os atos jurídicos no Código Civil, e sim
za; e voluntários, atos administrativos, que formalizam previstos na Lei de Ação Popular e na Lei de Processo
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a providência desejada pelo administrador através da Administrativo Federal. Ao invés de autonomia da von-
manifestação da vontade, e atos da administração, que tade, haverá a obrigatoriedade do cumprimento da lei e,
são condutas administrativas, que refletem os compor- portanto, a administração só poderá agir nestas hipóte-
tamentos e as ações administrativas, sem um ato admi- ses desde que esteja expressa e previamente autorizada
nistrativo formal. por lei9.
Noutras palavras, “os fatos administrativos podem
ser voluntários e naturais. Os fatos administrativos vo-
luntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por atos
administrativos, que formalizam a providência dese-
jada pelo administrador através da manifestação da
vontade; 2ª) por condutas administrativas, que refletem 7 Ibid.
os comportamentos e as ações administrativas, sejam ou 8 Ibid.
9 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São Paulo: Pri-
não precedidas de ato administrativo formal. Já os fatos
ma Cursos Preparatórios, 2004.

9
c) Quanto ao lugar: abrange a descentralização ter-
#FicaDica ritorial de atividades.
d) Quanto ao tempo: abrange a atribuição de com-
Atos da Administração ≠ Atos administra- petência por tempo determinado, notadamente
tivos. diante de algum evento específico, como de cala-
Atos privados da Administração = atos da midade pública.
Administração → regime jurídico de direito
privado. 1.2 Avocação e delegação
Atos públicos da Administração = atos ad-
ministrativos → regime jurídico de direito Nos termos do artigo 11 da Lei nº 9.784/1999, “a
público. competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo
os casos de delegação e avocação legalmente admi-
Requisitos tidos”.
Delegar é atribuir uma competência que seria sua a
1. Competência outro órgão/agente (pode ser vertical, quando houver
subordinação; ou horizontal, quando não houver subor-
A Constituição Federal fixa atribuições para as diver- dinação). A delegação é parcial e temporária e pode ser
sas esferas do Poder Executivo. Entretanto, seria impos- revogada a qualquer tempo. Não podem ser delegados
sível impor que um único órgão as exercesse por com- os seguintes atos: Competência Exclusiva, Edição de Ato
pleto. Por isso, tais atribuições são distribuídas entre os de Caráter Normativo, Decisão de Recursos Administra-
diversos órgãos que compõem a Administração Pública. tivos.
Esta divisão das atribuições entre os órgãos da Ad- Avocar é solicitar o que seria de competência de
ministração Pública é conhecida como competência. outro para sua esfera de competência. Basicamente, é o
Basicamente, competência é o poder-dever atribuído oposto de delegar. Na avocação, o chefe/órgão superior
a determinado agente público para praticar certo ato ad- pega para si as atribuições do subordinado/órgão infe-
ministrativo. A pessoa jurídica, o órgão e o agente públi- rior. Como exige subordinação, toda avocação é vertical.
co devem estar revestidos de competência.
Conceitua Carvalho Filho10 que “competência é o cír- 2. Finalidade
culo definido por lei dentro do qual podem os agentes
exercer legitimamente sua atividade”, afirmando ainda É a razão jurídica pela qual um ato administrativo foi
que a competência administrativa pode ser colocada em abstratamente criado pela ordem jurídica. A lei estabe-
plano diverso da competência legislativa e jurisdicional. lece que os atos administrativos devem ser praticados
A competência é pressuposto essencial do ato admi- visando a um fim, notadamente, a satisfação do interesse
nistrativo, devendo sempre ser fixada por lei ou pela público. Contudo, embora os atos administrativos sem-
Constituição Federal. Vale ressaltar, no entanto, que a pre tenham por objeto a satisfação do interesse público,
lei e a CF fixam as competências primárias, que abran- esse interesse é variável de acordo com a situação. Se a
gem o órgão como um todo; podendo existir atos inter- autoridade administrativa praticar um ato fora da fina-
nos de organização que fixam as divisões de competên- lidade genérica ou fora da finalidade específica, estará
cias dentro dos órgãos, em seus diversos segmentos. praticando um ato viciado que é chamado “desvio de
A competência se reveste de dois atributos essenciais: poder ou desvio de finalidade”.
inderrogabilidade, pois não se transfere de um órgão a
outro por mera vontade entre as partes ou por consen- 3. Forma
timento do agente público; e improrrogabilidade, pois
um órgão competente não se transmuta em incompetente É a maneira pela qual o ato se revela no mundo jurídi-
mesmo diante de alteração da lei superveniente ao fato. co. Usualmente, adota-se a forma escrita. Eventualmente,
O ato praticado por sujeito incompetente prescin- pode ser praticado por sinais ou gestos (ex.: trânsito). A
de de pressuposto essencial para o ato administrativo, forma é sempre fixada por lei.
sendo ele considerado inexistente e incapaz de produzir Relacionada à questão da forma do ato administrati-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

efeitos. vo, surge a discussão sobre o silêncio do ato adminis-


trativo, se esse poderia ou não caracterizar a prática de
1.1 Critérios de competência um ato válido. Neste sentido: “Uma questão interessante
que merece ser analisada no tocante ao ato administrati-
É possível fixar os critérios de competência nos se- vo é a omissão da Administração Pública ou, o chamado
guintes moldes: silêncio administrativo. Essa omissão é verificada quando
a) Quanto à matéria: abrange a especificidade da a administração deveria expressar uma pronuncia quan-
função, por exemplo, entre Ministérios e Secreta- do provocada por administrado, ou para fins de controle
rias de diversas especialidades. de outro órgão e, não o faz. Para Celso Antônio Bandeira
b) Quanto à hierarquia: abrange a atribuição de de Mello11, o silêncio da administração não é um ato ju-
atividades mais complexas a agentes/órgãos de rídico, mas quando produz efeitos jurídicos, pode ser um
graus superiores dentro dos órgãos.
11 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administra-
10 CARVALHO FILHO, José dos Santos... Op. Cit. tivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.

10
fato jurídico administrativo. [...] Denota-se que o silêncio
pode consistir em omissão, ausência de manifestação de #FicaDica
vontade, ou não. Em determinadas situações poderá a lei
determinar a Administração Pública manifestar-se obri- Para memorizar, note que os requisitos do
gatoriamente, qualificando o silêncio como manifestação ato administrativo se apresentam sob o
de vontade. Nesses casos, é possível afirmar que estare- mnemônico ComFiFoMOb:
mos diante de um ato administrativo. [...] Desta forma, Competência
quando o silêncio é uma forma de manifestação de von- Finalidade
tade, produz efeitos de ato administrativo. Isto porque a Forma
lei pode atribuir ao silêncio determinado efeito jurídico, Motivo
após o decurso de certo prazo. Entretanto, na ausência Objeto
de lei que atribua determinado efeito jurídico ao silêncio,
estaremos diante de um fato jurídico administrativo”12.
Classificação
4. Motivo/Vontade
1. Classificação quanto ao seu alcance
Vontade é o querer do ato administrativo e dela se • Atos internos: praticados no âmbito interno da
extrai o motivo, que é o acontecimento real que auto- Administração, incidindo sobre órgãos e agentes
riza/determina a prática do ato administrativo. É o ato administrativos.
baseado em fatos e circunstâncias, que o administrador • Atos externos: praticados no âmbito externo da
por escolher, mas deve respeitar os limites e intenções da Administração, atingindo administrados e contra-
lei. Nem sempre os atos administrativos possuem motivo tados. São obrigatórios a partir da publicação.
legal. Nos casos em que o motivo legal não está descrito
na norma, a lei deu competência discricionária para que 2. Classificação quanto ao seu objeto
o sujeito escolha o motivo legal (o motivo deve ser opor- • Atos de império: praticados com supremacia em
tuno e conveniente). relação ao particular e servidor, impondo o seu
A Teoria dos Motivos Determinantes afirma que os obrigatório cumprimento.
motivos alegados para a prática de um ato administrati- • Atos de gestão: praticados em igualdade de con-
vo ficam a ele vinculados de tal modo que a prática de dição com o particular, ou seja, sem usar de suas
um ato administrativo mediante a alegação de motivos prerrogativas sobre o destinatário.
falsos ou inexistentes determina a sua invalidade. Assim, • Atos de expediente: praticados para dar andamen-
to a processos e papéis que tramitam internamen-
“[...] está relacionada a prática de atos administrativos
te na administração pública. São atos de rotina
e impõe que, uma vez declarado o motivo do ato, este
administrativa.
deve ser respeitado. Esta teoria vincula o administrador
ao motivo declarado. Para que haja obediência ao que
3. Classificação quanto à formação
prescreve a teoria, no entanto, o motivo há de ser legal,
• Ato simples: nasce por meio da manifestação de
verdadeiro e compatível com o resultado. Vale dizer, a
vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou
teoria dos motivos determinantes não condiciona a exis-
agente da Administração.
tência do ato, mas sim sua validade”13. • Ato complexo: nasce da manifestação de vontade
de mais de um órgão ou agente administrativo.
5. Objeto/Conteúdo • Ato composto: nasce da manifestação de vontade
de um órgão ou agente, mas depende de outra
É o que o ato afirma ou declara, manifestando a von- vontade que o ratifique para produzir efeitos e tor-
tade do Estado. A lei não fixa qual deve ser o conteúdo nar-se exequível.
ou objeto de um ato administrativo, restando ao admi-
nistrador preencher o vazio nestas situações. O ato é 4. Classificação quanto à manifestação da vontade
branco/indefinido. • Atos unilaterais: São aqueles formados pela ma-
No entanto, deve se demonstrar que a prática do ato nifestação de vontade de uma única pessoa. Ex.:
é oportuna e conveniente (escolha discricionária do ob- Demissão - Para Hely Lopes Meirelles, só existem
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

jeto). Quando se diz que a escolha do objeto do ato é os atos administrativos unilaterais.
discricionária não significa que seja arbitrária, pois deve • Atos bilaterais: São aqueles formados pela mani-
se demonstrar a oportunidade e a conveniência. festação de vontade de duas pessoas.
• Atos multilaterais: São aqueles formados pela von-
tade de mais de duas pessoas. Ex.: Contrato admi-
nistrativo.

5. Classificação quanto ao destinatário


• Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com
12 SCHUTA, Andréia. Breves considerações acerca do silêncio admi- finalidade normativa, atingindo uma gama de pes-
nistrativo. Migalhas, 24 jul. 2008. soas que estejam na mesma situação jurídica nele
13 SOUZA, Áurea Maria Ferraz de. Em que consiste a teoria dos mo- estabelecida. O particular não pode impugnar, pois
tivos determinantes? Disponível em: <https://lfg.jusbrasil.com.br>.
Acesso em: 01 ago. 2019.
os efeitos são para todos.

11
• Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e deter-
minada, criando situações jurídicas individuais. O FIQUE ATENTO!
particular atingido pode impugnar. Cabe controle judicial dos atos administra-
tivos discricionários? Não quanto ao mérito,
6. Classificação quanto ao seu regramento porém sim no caso de violação de parâme-
• Atos vinculados: são os que possuem todos os tros gerais do Direito Administrativo, como
pressupostos e elementos necessários para sua os princípios da administração pública.
prática e perfeição previamente estabelecidos em
lei que autoriza a prática daquele ato. O adminis-
trador é um “mero cumpridor de leis”. Também se Atributos
denomina ato de exercício obrigatório.
• Atos discricionários: são os atos que possuem par- 1. Imperatividade
te de seus pressupostos e elementos previamente
fixados pela lei autorizadora. No mínimo, a com- Em regra, a Administração decreta e executa unilate-
petência, a finalidade e a forma estão previamen- ralmente seus atos, não dependendo da participação e
te fixados na lei – são os pressupostos vinculados. nem da concordância do particular. Do poder de império
Aquilo que está em branco ou indefinido na lei será ou extroverso, que regula a forma unilateral e coercitiva
preenchido pelo administrador. Tal preenchimento de agir da Administração, se extrai a imperatividade dos
deve ser feito motivadamente com base em fatos e atos administrativos.
circunstâncias que somente o administrador pode
escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os fatos 2. Autoexecutoriedade
e circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e
proporcionais) aos limites e intenções da lei. Em regra, a Administração pode concretamente exe-
cutar seus atos independente da manifestação do Poder
Quanto ao grau de subordinação à norma, os atos Judiciário, mesmo quando estes afetam diretamente a
administrativos se classificam em vinculados ou discri- esfera jurídica de particulares.
cionários. “Os atos vinculados são aqueles que tem o
procedimento quase que plenamente delineados em lei, 3. Presunção de veracidade
enquanto os discricionários são aqueles em que o dispo-
sitivo normativo permite certa margem de liberdade para Todo ato editado ou publicado pela Administração é
a atividade pessoal do agente público, especialmente no presumivelmente verdadeiro, seja na forma, seja no con-
que tange à conveniência e oportunidade, elementos teúdo, o que se denomina “fé pública”. Evidente que tal
do chamado mérito administrativo. A discricionariedade
presunção é relativa (juris tantum), mas é muito difícil de
como poder da Administração deve ser exercida con-
ser ilidida. Só pode ser quebrada mediante ação decla-
soante determinados limites, não se constituindo em op-
ratória de falsidade, que irá argumentar que houve uma
ção arbitrária para o gestor público, razão porque, desde
falsidade material (violação física do documento que traz
há muito, doutrina e jurisprudência repetem que os atos
o ato) ou uma falsidade ideológica (documento que ex-
de tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos,
pressa uma inverdade).
tais como a competência, forma e fim”14.

Dentre as classificações, merece destaque aquela que 4. Presunção de legitimidade


recai sobre o caráter vinculado ou discricionário de um Sempre que a Administração agir se presume que o
ato administrativo. fez conforme a lei. Tal presunção é relativa (juris tantum),
Ato vinculado – Obrigatório podendo, contudo, ser ilidida por qualquer meio de pro-
• Não há margem para a Administração cumprir de va.
outra forma
• A lei fixa requisitos e pressupostos de forma expres-
sa e clara, rejeitando margem de interpretação. #FicaDica
Ato discricionário – Facultativo
• O administrador decidirá caso a caso conforme cri- Todo ato administrativo tem presunção
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

térios de oportunidade e conveniência (o denomi- de veracidade e de legitimidade, mas nem


nado mérito do ato administrativo) todo ato administrativo é imperativo (pode
• Há margem de interpretação que a própria lei dei- precisar da concordância do particular, a
xa, afinal, a lei não pode tudo regular e impedir por exemplo dos atos negociais).
completo a atuação do administrador porque se ca-
racterizaria ingerência do Legislativo no Executivo.
• Não significa que o administrador pode agir de for- Atos administrativos em espécie
ma arbitrária, se seu ato discricionário não atender
a parâmetros de razoabilidade e proporcionalida- 1. Atos normativos
de poderá ser questionado.
São atos gerais e abstratos visando a correta aplica-
14 CAVALCANTI, Rodrigo. Ato administrativo: discricionariedade x ção da lei. São exemplos: decretos, regulamentos, regi-
vinculação. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br>. mentos, resoluções, deliberações, entre outros.
Acesso em: 01 ago. 2019.

12
A Administração, por intermédio da autoridade que São exemplos: atestados, certidões, pareceres.
tem o poder de editá-los, elabora normativas buscando
explicar e especificar um comando já contido em lei. Não 5. Atos punitivos
cabe inovar nestas normativas, pois não cabe ao Executi-
vo legislar. Caso o Executivo transcenda seus poderes, o São aqueles que emanam punições aos servidores. Se
Legislativo poderá sustar o ato. insere no campo do poder disciplinar. São exemplos: ad-
Surge neste ponto a discussão sobre Decretos autô- vertências, suspensões, cassações e destituições.
nomos. A Constituição Federal prevê a competência do
Presidente da República para dispor sobre a organiza-
ção e o funcionamento da administração pública federal,
conforme art. 84, IV e VI da Constituição Federal: “IV -
EXERCÍCIOS COMENTADOS
sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; 1. (STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA –
[...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização CESPE – 2018) Julgue o item que se segue, a respeito
e funcionamento da administração federal, quando não dos atos da administração pública.
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de Todos os fatos alegados pela administração pública são
órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públi- considerados verdadeiros, bem como todos os atos ad-
cos, quando vagos”. Assim o Executivo desempenha seu ministrativos são considerados emitidos conforme a lei,
poder regulamentar: regulando para buscar a fiel execu- em decorrência das presunções de veracidade e de legi-
ção de uma lei específica ou para organizar a adminis- timidade, respectivamente.
tração sem ônus (no último caso, estaríamos diante dos
chamados decretos autônomos15). ( ) CERTO ( ) ERRADO
2. Atos ordinatórios Resposta: Certo. Conforme a presunção de veraci-
dade, todo ato editado ou publicado pela Adminis-
Disciplinam o funcionamento da Administração e a
tração é presumivelmente verdadeiro, seja na forma,
conduta de seus agentes. Possuem, assim, um caráter in-
seja no conteúdo, o que se denomina “fé pública”. Já
terno.
de acordo com a presunção de legitimidade, sem-
Se ligam ao aspecto do poder hierárquico, notada-
pre que a Administração agir se presume que o fez
mente, os poderes de ordenar, comandar, fiscalizar e
conforme a lei. Ambas presunções são relativas (juris
corrigir as condutas. Tais atos envolvem delegação de
tantum).
competência, avocação de competência, expedição de
ordem de serviço e instruções específicas (de caráter não
normativo). 2. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – CO-
São exemplos: instruções, circulares, avisos, portarias, NHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2018) No que se re-
ofícios, despachos administrativos, decisões administra- fere a atos administrativos, julgue o item que se segue.
tivas. Na classificação dos atos administrativos, um critério co-
mum é a formação da vontade, segundo o qual, o ato
3. Atos negociais pode ser simples, complexo ou composto. O ato comple-
xo se apresenta como a conjugação de vontade de dois
São aqueles estabelecidos entre Administração e ad- ou mais órgãos, que se juntam para formar um único ato
ministrado em consenso. Em suma, o particular solicita e com um só conteúdo e finalidade.
a Administração responde – daí haver uma certa bilatera-
lidade, que, contudo, se difere da típica bilateralidade de ( ) CERTO ( ) ERRADO
negócios jurídicos de natureza civil, pois não existe uma
relação de contraprestação usual nos contratos. Resposta: Certo. Conceitua-se ato simples como o
Como são solicitados pelo particular, estes atos não que nasce por meio da manifestação de vontade de
são dotados do atributo da imperatividade. Geralmente, um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente da
o poder público terá discricionariedade em atender ou Administração. Já o ato complexo é aquele que nas-
não a solicitação (mas a negativa deve ser razoável). ce da manifestação de vontade de mais de um órgão
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

São exemplos: licenças, autorizações, permissões, ou agente administrativo (o ato é uno, mas ocorrerá a
aprovações, vistos, dispensa, homologação, renúncia. manifestação de mais de um agente, todas igualmen-
te relevantes). Já o ato composto nasce da manifesta-
4. Atos enunciativos ção de vontade de um órgão ou agente, mas depende
de outra vontade que o ratifique para produzir efeitos
São aqueles em que a Administração certifica ou e tornar-se exequível.
atesta um fato sem vincular ao seu conteúdo. São atos
administrativos apenas no sentido formal, pois não ma-
nifestam uma vontade da Administração, mas sim ape-
nas declaram certa informação. Não possuem conteúdo
decisório.
15 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São
Paulo: Saraiva, 2011.

13
3. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – CESPE – 2018) A respeito do direito administrativo, AGENTES PÚBLICOS ; LEGISLAÇÃO PERTI-
dos atos administrativos e dos agentes públicos e seu NENTE ; LEI Nº 8.112/1990 ; DISPOSIÇÕES
regime, julgue o item a seguir. CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS ; DIS-
A licença consiste em um ato administrativo unilateral e POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS. CONCEITO ;
discricionário. ESPÉCIES ; CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO
PÚBLICA.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Licença é o ato administrativo uni- 1. Conceito de agente públicos


lateral e vinculado pelo qual a Administração faculta
àquele que preencha os requisitos legais o exercício Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, são
de uma atividade. agentes públicos as pessoas que exercem uma função
pública, ainda que em caráter temporário ou sem remu-
4. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CESPE neração. Trata-se de uma expressão ampla e genérica,
– 2018) Julgue o item a seguir, relativo aos atos admi- uma vez que engloba todos aqueles que, dentro da or-
nistrativos. ganização da Administração Pública, exercem determi-
São exemplos de atos administrativos normativos os de- nada função pública.
cretos, as resoluções e as circulares. Assim, podemos dizer que agente público é gênero, o
qual comporta diversas espécies, como os agentes polí-
( ) CERTO ( ) ERRADO ticos, os agentes militares, os servidores públicos estatu-
tários, os empregados públicos, os agentes honoríficos,
Resposta: Errado. Os atos normativos são aqueles entre outros. Por isso, vamos especificar cada um deles
que tem por objetivo definir os parâmetros de exe- com maiores detalhes.
cução da lei e, como ela, possuem generalidade e
abstração. Consideram-se atos normativos os decre- 1.1 Agentes políticos
tos e as resoluções. Contudo, as circulares, cujo pro-
pósito é circular uma informação interna importante Os agentes políticos possuem como característica
ao desempenho das funções do órgão, orientando principal o fato de exercerem uma função pública de alta
seus servidores, carecem de generalidade e abstração, direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante elei-
inserindo-se na categoria de atos ordinatórios, cujo ções, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o con-
propósito é viabilizar o exercício do poder hierárqui- dão de extinguir a relação destes com o Estado de modo
co, disciplinando o funcionamento da administração e automático pelo simples decurso do tempo. Percebe-se,
a atuação dos agentes. dessa forma, que a sua vinculação com o Estado não é
profissional, mas estatutária ou institucional. São agentes
5. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – CONHECIMENTOS políticos os parlamentares, o Presidente da República, o
BÁSICOS – CARGOS: 1, 2 E 3 – CESPE 2018) Julgue o prefeitos, os governadores, bem como seus respectivos
item a seguir, relativo a atributos, espécies e anulação vices, ministros e Estado e secretários.
dos atos administrativos.
Regulamento e ordem de serviço são exemplos, respec- 1.2 Agentes Militares
tivamente, de ato administrativo normativo e de ato ad-
ministrativo ordinatório. Os agentes militares constituem uma categoria a par-
te dos demais agentes políticos, uma vez que as institui-
( ) CERTO ( ) ERRADO ções militares possuem fortes bases fundamentadas na
hierarquia e na disciplina. Apesar de também apresenta-
Resposta: Certo. Regulamento tem por fim disciplinar rem vinculação estatutária, seu regime jurídico é discipli-
o cumprimento de uma lei, possuindo generalidade e nado por legislação especial, e não àquela aplicável aos
abstração, sendo assim um ato normativo. Já a ordem servidores civis. São agentes militares os membros das
de serviço visa determinar a um servidor que exerça Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros militares
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

determinada atividade de sua alçada, caracterizando- dos Estados, Distrito Federal e Territórios, bem como os
-se por sua especificidade e pela relevância no exer- demais militares ligados ao Exército, Marinha, e Aeronáu-
cício do poder hierárquico pela Administração, sendo tica. Algumas características que merecem destaque são:
assim um ato ordinatório. a proibição de sindicalização dos militares, a proibição
do direito de greve, e a proibição à filiação partidária.

1.3 Servidores Públicos

De modo geral, podemos dizer que a Constituição


Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para os
agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos pú-
blicos, e o regime celetista ou de empregos públicos. Os
servidores públicos são contratados pelo regime estatu-

14
tário, enquanto os empregados públicos são contratados admitindo-se contraditório e a ampla defesa. Importante
pelo regime celetista, que muito se assemelha com as lembrar que, para a Administração Pública, a motivação
regras contidas na CLT. de seus atos, bem como o tratamento impessoal, e a fi-
Assim, denomina-se servidor público o agente con- nalidade pública são princípio norteadores de sua atua-
tratado pela Administração Pública, direta ou indireta, ção. Uma demissão imotivada de um empregado público
sob o regime estatutário, sendo selecionado mediante seria absolutamente inadmissível nessas condições.
concurso público, para ocupar cargos públicos, possuin-
do vinculação com o Estado de natureza estatutária e 2. Regime dos Servidores Públicos Federais: Lei nº
não-contratual. 8.112/1990
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela Lei
Federal nº 8.112/1990, também conhecida como Estatu- O regime dos servidores públicos possui ampla
to do Servidor Público. Um grande destaque do regime previsão normativa. Além do renomado artigo 37 da
de cargos públicos é a aquisição de estabilidade, após Constituição Federal, no âmbito infraconstitucional temos
o período de estágio probatório. A estabilidade permite a Lei nº 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
que o servidor não possa ser desligado de suas funções, Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurídico
a não ser pelas hipóteses previstas constitucionalmente, dos servidores públicos da União, autarquias, fundações,
como a sentença judicial transitada em julgado, processo agências reguladoras e associações, todas em âmbito
administrativo disciplinar, ou a não aprovação em avalia- federal. Bastante exigida em concursos públicos, convém
ção periódica de desempenho (art. 41, § 1º, da CF/1988). salientar as principais características a respeito do regime
A estabilidade dos cargos públicos se configura em uma dos servidores públicos.
maior vantagem para o servidor público em geral, em
relação aos empregados públicos. 2.1 Cargos Públicos: conceito e provimento
Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que são
vitalícios, que trazem ainda mais vantajosos pelo fato Para todos os efeitos legais, o servidor público está
de seu estágio probatório ser menor (2 anos, sendo de intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con-
3 anos para os cargos não-vitalícios), bem como a sua forme dispõe o art. 3º do Estatuto dos Servidores, cargo
perda se dar apenas mediante sentença condenatória público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
transitada em julgado. São vitalícios os cargos de Magis- previstas na estrutura organizacional que devem ser co-
tratura, do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros metidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis a
do Ministério Público. todos os brasileiros, são criados por lei, com denomina-
Além da estabilidade, é também assegurado aos ção própria e vencimento pago pelos cofres públicos,
servidores estatutários alguns direitos trabalhistas (art. para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
39, § 3º, da CF/1988), como: A criação, transformação, e extinção de cargos, em-
a) salário mínimo, pregos ou funções públicas depende sempre de uma lei
b) remuneração de trabalho noturno superior ao instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo um car-
diurno, go ou função vago, a sua extinção pode se dar mediante
c) repouso semanal remunerado, expedição de decreto pelo Poder Executivo.
d) férias remuneradas, Para ocupar um cargo público, é necessário haver o
e) licença à gestante, etc. seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato admi-
nistrativo constitutivo e hábil para a investidura do servi-
1.4 Empregado Público dor no respectivo cargo. Com relação a requisitos para a
investidura em cargo público, dispõe o art. 5º da Lei nº
Diferentemente do que ocorre com os servidores, os 8.112/1990: “São requisitos básicos para investidura em
empregados públicos são contratados mediante regime cargo público:
celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na I - a nacionalidade brasileira;
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de uma II - o gozo dos direitos políticos;
vinculação contratual. A contratação de empregados III - a quitação com as obrigações militares e eleito-
públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de direito rais;
privado integrantes da Administração Indireta (empresas IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

públicas, sociedades de economia mista, consórcios, etc). do cargo;


Além disso, o ingresso de tais pessoas também depende V - a idade mínima de dezoito anos;
da sua aprovação em concurso público. VI - aptidão física e mental.”
O regime dos empregados públicos é menos protetivo
do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de que Há diversas formas de provimento dos cargos
os empregados públicos não gozam da estabilidade públicos, podendo ser classificados em dois grupos:
que os servidores possuem. Ao serem empossados, os 1) Quanto à durabilidade: O provimento pode ser
empregados passam por um período de experiência a) de caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade
de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os e até mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou
empregados públicos podem ser dispensados. b) em comissão, quando o referido cargo não goza
A diferença dos empregados públicos para com os de estabilidade, podendo o servidor ser destituído
demais consiste no fato de que a sua demissão será ad nutum.
sempre motivada, após regular processo administrativo,

15
2) Quanto à preexistência de vínculo: temos o pro- compatíveis com os do anteriormente ocupados
vimento (art. 30 da Lei nº 8.112/1990). Será tornado sem
a) originário, que não depende de vinculação jurídi- efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade
ca anterior com o Estado (nomeação); ou se o servidor não entrar em exercício no prazo
b) derivado, se o referido servidor já possuía algum legal, salvo comprovada doença por junta médica
vínculo com o Estado (promoção, remoção, rea- oficial (art. 32, idem).
daptação). F) Reintegração: é a forma de provimento derivado
que ocorre pela reinvestidura do servidor estável
O art. 8º da Lei nº 8.112/1990 dispõe sobre as formas no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
de provimento em cargos públicos: resultante de sua transformação, na hipótese de
A) Nomeação: trata-se da única forma de provimento sua demissão ser invalidada por decisão judicial
originário, uma vez que não exige uma relação ou administrativa, tendo direito também ao
jurídica prévia do servidor para com o Estado. A ressarcimento de todas as vantagens (art. 28,
nomeação depende sempre de prévia habilitação caput, Lei nº 8.112/1990). Encontrando-se provido
em concurso público de provas, ou de provas o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido
e títulos. Além disso, a nomeação poderá ser ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
promovida não somente em caráter efetivo, como aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em
também para os cargos de confiança ou em disponibilidade (art. 28, § 2º, idem).
comissão (art. 9º, I e II, da Lei nº 8.112/1990) G) Recondução: por fim, a recondução é a forma de
B) Promoção: é uma forma de provimento derivado, provimento derivado consistente no retorno do
haja vista que ela beneficia somente os servidores servidor público estável ao cargo anteriormente
que já ingressaram em cargos públicos em caráter ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio
efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante reintegração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as Lei nº 8.112/1990). Uma situação excepcional é a
diretrizes do sistema de carreira na Administração da extinção do cargo durante o período de estágio
Pública Federal e seus regulamentos (art. 10, probatório. Nessas condições, segundo a Súmula
parágrafo único, da Lei nº 8.112/1990). nº 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o
C) Readaptação: é, também, uma forma de servidor será exonerado.
provimento derivado, pois trata-se de hipótese de
atribuição ao servidor para um cargo com funções 2.2 Acumulação de cargo, emprego, e função
e responsabilidades distintas e compatíveis com pública
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções
física ou mental, verificada em inspeção médica.
públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídico
Assim, por exemplo, um motorista de ônibus que
brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de cargos e
sofre acidente e acaba perdendo algum membro
empregos públicos. Tal proibição se estende, inclusive,
essencial para dirigir poderá ser readaptado para
para as entidades da Administração Indireta. O caput do
executar uma função similar, mas não idêntica a
art. 118 da Lei nº 8.112/1990 dispõe no mesmo sentido:
anterior. Na hipótese do servidor readaptando
“Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada
se mostrar completamente inválido para exercer
a acumulação remunerada de cargos públicos”. Apesar do
qualquer cargo, ele será compulsoriamente referido texto legal dispor sobre agentes públicos no âmbito
aposentado. federal, entendemos que também possa ser aplicado aos
D) Reversão: outra forma de provimento derivado, agente públicos dos Estados, Municípios, e Distrito Federal.
em que temos o retorno à atividade de um servidor Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria
aposentado por invalidez, ou por puro e simples Constituição Federal dispõe de um rol de casos
interesse da Administração, desde que a) tenha excepcionais em que é permitida a acumulação dessas
solicitado a reversão; b) a aposentadoria tenha funções. Há entendimento praticamente unânime de que
sido voluntária; c) estável quando na atividade; trata-se de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos aquelas hipóteses de acumulação de cargos.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

anteriores à solicitação; e) haja cargo vago (art. 25 Assim, as hipóteses de acumulação de cargos
do Estatuto dos Servidores Públicos). A reversão constitucionalmente autorizadas são:
far-se-á para o mesmo cargo ou para o cargo A) Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
resultante de sua transformação. Em termos de B) Um cargo de professor com outro técnico ou
remuneração, o servidor que retornar à atividade científico (art. 37, XVI, b);
por interesse da Administração perceberá a C) Dois cargos ou empregos privativos de profissionais
remuneração do cargo que voltar a exercer, em na área da saúde (art. 37, XVI, c);
substituição da aposentadoria que recebia (art. 25, D) Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
§ 4º, idem). ou função pública (art. 38, III);
E) Aproveitamento: mais uma forma de provimento E) Um cargo de magistrado e outro de magistério
derivado consistente no retorno de servidor em (art. 95, par. único, I);
disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório F) Um cargo de membro do Ministério Público e
para cargo de atribuições e vencimentos outro de magistério (art. 128, § 5º, II, d).

16
2.3 Direitos e vantagens dos servidores públicos VII - adicional de férias;
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do tra-
A Lei nº 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elenca balho;
diversos direitos e gratificações aos servidores públicos, IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
os quais são de grande importância conhecer. Vejamos
as principais gratificações: Em relação as férias, o servidor fará jus a trinta dias
1) Vencimentos: consiste na retribuição pecuniária de férias para cada 12 meses de serviço, que podem ser
pelo exercício do cargo público, cujo valor é acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso
previamente fixado em lei. Os vencimentos de de necessidade do serviço (art. 77, Lei nº 8.112/1990).
cargos efetivos são, em regra, irredutíveis. Poderão ser parceladas em até três períodos, desde
2) Remuneração: mais abrangente, é o vencimento do que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da
cargo, somado a todas as outras vantagens pecuniárias administração pública, na forma do § 3º do mesmo
estabelecidas em lei. O menor valor pago ao servidor dispositivo legal.
público, independentemente de sua vinculação, é o valor As licenças estão dispostas nos artigos 81 e seguintes
do salário mínimo vigente (art. 39, § 3º, da CF/1988). da Lei dos Servidores Públicos Federais. Conceder-se-á
3) Regime de subsídios: trata-se de uma forma licença ao servidor:
especial de remuneração, feita em uma única I - por motivo de doença em pessoa da família;
parcela. O regime de subsídios, previsto no II - por motivo de afastamento do cônjuge ou com-
art. 39, § 4º, da CF/1988, foi introduzido com a panheiro;
finalidade de coibir os “supersalários” comumente III - para o serviço militar;
existentes no regime de servidores públicos IV - para atividade política;
brasileiros. Importante ressaltar que recebem por V - para capacitação;
subsídios somente os Chefes do Poder Executivo, VI - para tratar de interesses particulares;
parlamentares, magistrados, ministros de Estado, VII - para desempenho de mandato classista.
secretários estaduais, membros do Ministério
Público e da Advocacia Pública, entre outros. Apesar de haver previsão para concessão de licença
4) Indenizações: são valores pagos aos servidores, por prêmio por assiduidade, tal hipótese acabou sendo
mas que não integram seus vencimentos. O revogada pela Lei nº 9.527/1997. As licenças, como se
Estatuto prevê algumas hipóteses de recebimento depreende, são hipóteses de desligamento temporário
de indenizações: do servidor com o seu respectivo cargo, havendo uma
4.a) Ajuda de custo por mudança, devida como expectativa para o seu retorno. As licenças poderão ser
forma de compensar as despesas de instalação de concedidas com ou sem remuneração, a depender de
servidor que tiver exercício em nova sede, ocorren- cada situação.
do mudança de seu domicílio; Os afastamentos, que não se confundem com as
4.b) Ajuda de custo por falecimento: devido à fa- licenças, são hipóteses em que há um desligamento
mília do servidor que vier a falecer na nova sede, permanente do servidor com o seu cargo, e em regra,
sendo devido para custear o transporte para a lo- não há um prazo determinado para o seu retorno. Estão
calidade de origem; previstos nos artigos 93 e seguintes da Lei nº 8.666/1990.
4.c) Diárias por deslocamento: devida ao servidor São quatro hipóteses:
que se afastar, por motivos de serviço, da sede em I – para servir a outro órgão ou entidade;
caráter transitório, para outro local dentro ou fora II – para exercício de mandato eletivo;
do país, receberá tal indenização como forma de III – para estudos ou missões no exterior;
ajuda no custeio do processo de mudança; IV – para participação em programa de pós-gradua-
4.d) Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento das ção stricto sensu dentro do País.
despesas comprovadamente realizadas pelo servi-
dor com aluguel de moradia ou com hospedagem Sobre o afastamento para exercício de mandato ele-
tivo (art. 94, Lei nº 8.666/1990), importante frisar que,
realizado por algum hotel, dependendo do preen-
tratando-se de mandato de Prefeito, o servidor deve ser
chimento de alguns requisitos, como não ter um
afastado, mas poderá optar, dentre as duas remunera-
imóvel funcional disponível para uso, seu cônjuge
ções, àquela que lhe for mais vantajosa, (valores maiores,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

não ser ocupante de imóvel funcional, ou que ne-


mais benefícios, etc). Essa é a única exceção: para todos
nhuma outra pessoa que resida com o servidor re-
os outros tipos de mandatos, na esfera federal, estadual
ceba a mesma indenização, etc.
e municipal, não há essa possibilidade de escolha de re-
5) Gratificações, Adicionais e Retribuições: O art.
muneração.
61 do Estatuto dos Servidores Públicos também
prevê o pagamento das seguintes gratificações: 2.4 Deveres e responsabilidades dos servidores
I - retribuição pelo exercício de função de direção,
chefia e assessoramento; Apesar da grande quantidade de direitos e vanta-
II - gratificação natalina; gens, o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, aos mesmos diversos deveres, com base no regime dis-
perigosas ou penosas; ciplinar o qual, se não for atendido, enseja a instauração
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; de processo disciplinar para a apuração de infrações fun-
VI - adicional noturno; cionais.

17
Nos termos do artigo 116 da Lei nº 8.112/1990: XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
Art. 116. São deveres do servidor: repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do car- cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
go segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
II - ser leal às instituições a que servir; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
III - observar as normas legais e regulamentares; de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando ma- XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
nifestamente ilegais; estrangeiro;
V - atender com presteza; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
a) ao público em geral, prestando as informações re- XV - proceder de forma desidiosa;
queridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-
b) à expedição de certidões requeridas para defesa ção em serviços ou atividades particulares;
de direito ou esclarecimento de situações de interesse XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
pessoal; ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergên-
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; cia e transitórias;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom-
razão do cargo ao conhecimento da autoridade supe- patíveis com o exercício do cargo ou função e com o
rior ou, quando houver suspeita de envolvimento des- horário de trabalho;
ta, ao conhecimento de outra autoridade competente XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
para apuração; quando solicitado.
VII - zelar pela economia do material e a conservação Por fim, em relação à responsabilidade dos servido-
do patrimônio público; res públicos, o art. 121 da Lei nº 8.112/1990 é bastante
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; claro ao dispor que “O servidor responde civil, penal e
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativamente pelo exercício irregular de suas atri-
administrativa; buições”. Vemos, então, que de uma única conduta pra-
X - ser assíduo e pontual ao serviço; ticada pelo referido servidor, pode ensejar em responsa-
XI - tratar com urbanidade as pessoas; bilização em três esferas distintas. A responsabilidade
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso civil do servidor público decorre da prática de atos co-
de poder. missivos ou omissivos, que sejam capaz de causar danos
Ao mesmo tempo, o artigo 117 da mesma Lei impõe materiais ao erário (patrimônio público), ou a terceiros.
aos servidores públicos diversas proibições. Trata-se de A responsabilidade penal do servidor tem seu fun-
uma matéria que exige grande capacidade de memori- damento na apuração de uma conduta criminal, isso é, a
zação, mas que não necessita se alongar com diversos hipótese em que o servidor público possa praticar um ilí-
detalhes. cito penal, ou crime. A responsabilidade penal é, definiti-
vamente, a mais grave e perigosa, uma vez que ela pode
Art. 117. Ao servidor é proibido: repercutir nas demais esferas, tanto pela condenação do
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem servidor condenado, como pela sua absolvição pela falta
prévia autorização do chefe imediato; de provas materiais ou pela negação de sua autoria, sen-
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade com- do essas últimas hipóteses apenas exceções.
petente, qualquer documento ou objeto da repartição; A responsabilidade administrativa, por outro lado,
III - recusar fé a documentos públicos; consiste na instauração de processo disciplinar (art. 116
IV - opor resistência injustificada ao andamento de e seguintes, Lei nº 8.112/1990), pelo qual haverá a ve-
documento e processo ou execução de serviço; rificação da conduta delituosa do agente, bem como a
V - promover manifestação de apreço ou desapreço aplicação da pena mais adequada. Imprescindível refor-
no recinto da repartição; çar que a aplicação de qualquer pena ao servidor público
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos pressupõe um processo administrativo, sendo assegura-
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição do ao acusado direito ao contraditório e a ampla defesa,
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi- sendo obrigatória, inclusive, a presença do advogado em
nado; todas as fases do referido processo (Súmula nº 343 do
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de fi- STJ). Todavia, tal entendimento vem sofrendo alteração,
liarem-se a associação profissional ou sindical, ou a pois o STF já reconheceu em Súmula Vinculante nº 5 en-
partido político; tendimento de que a falta de defesa técnica no processo
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou administrativo disciplinar não é inconstitucional.
função de confiança, cônjuge, companheiro ou paren- Em relação às penalidades administrativas aplicáveis
te até o segundo grau civil; aos servidores públicos, a Lei nº 8.112/1990 (art. 127)
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou prevê aplicação das seguintes sanções:
de outrem, em detrimento da dignidade da função pú- A) Advertência: é a sanção mais branda, aplicável
blica; por escrito para o servidor que cometer atos
X - participar de gerência ou administração de so- como: ausentar-se do serviço injustificadamente;
ciedade privada, personificada ou não personificada, recusar fé a documento público; retirar qualquer
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, documento da repartição sem a devida autorização;
cotista ou comanditário; manter sob sua chefia cônjuge, companheiro ou

18
parente até o segundo grau; entre outros.
B) Suspensão: aplicável somente quando o servidor
é reincidente nas faltas puníveis por advertência, EXERCÍCIOS COMENTADOS
desde que não tipifiquem infrações sujeitas a
demissão do cargo. A suspensão não poderá ser 1. (CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
aplicada por prazo maior a noventa dias. – AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA – FCC – 2018)
C) Demissão: trata-se da penalidade mais grave Jaime exerce o cargo remunerado de professor público
atribuída ao servidor público, uma vez que tem o em determinada instituição de ensino, no período
condão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão matutino e, após aprovação em concurso público, nos
será aplicada nos casos em que o servidor: termos da lei, pretende exercer também o mesmo cargo
cometer crime contra a administração pública; remunerado em uma outra instituição pública de ensino,
abandonar seu cargo; improbidade administrativa; no período noturno. Sua esposa, Rosa, exerce cargo
praticar conduta escandalosa na repartição; público científico remunerado no período vespertino e
ofender fisicamente, em serviço, outro servidor; tem interesse em prestar concurso para exercer também
revelar segredo o qual obteve devido a sua função; cargo remunerado de professora em uma instituição
corrupção; receber propina, comissão, ou outra pública de ensino superior no período noturno. Com
vantagem de qualquer espécie em razão de suas base apenas nas informações fornecidas e de acordo
atribuições; etc. Muitas dessas hipóteses impedem com a Constituição Federal, obedecidos os limites
que o infrator retorne ao serviço público federal, remuneratórios eventualmente aplicáveis, a acumulação
por isso tratar-se de uma das penalidades mais de cargos pretendida é:
gravosas.
D) Cassação de Aposentadoria ou da a) vedada ao Jaime e à Rosa.
Disponibilidade: o servidor inativo que houver b) permitida apenas ao Jaime.
praticado falta punível com a demissão, terá a sua c) permitida apenas à Rosa.
aposentadoria, ou sua disponibilidade cassada. d) permitida ao Jaime e à Rosa.
E) Destituição de Cargo ou Função Comissionada: e) permitida ao Jaime e à Rosa, desde que se trate de
caso o servidor ocupante de cargo não efetivo cargos integrantes de Administrações de diferentes
cometa uma das faltas passíveis da pena de esferas da federação.
suspensão e demissão, poderá perder o seu cargo
de confiança ou função comissionada. Resposta: Letra D. O caso de Jaime é permitido pelo
ordenamento jurídico, uma vez que estamos diante
Por fim, importante ressaltar que ao servidor é confe- da hipótese de acumulação de dois cargos de profes-
rido direito de petição, na forma do artigo 104 e seguin- sor, com compatibilidade de horários (art. 37, XVI, a,
tes da Lei nº 8.666/1990, para requerer direitos e interes- CF/1988). O caso de Rosa também é permitido. Assu-
ses próprios em face do Poder Público. O requerimento mindo que seja aprovada em concurso, é permitido
será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e a Rosa acumular um cargo de professor, com outro
encaminhado por intermédio daquela a que o servidor cargo de natureza técnica ou científica (art. 37, XVI, b,
estiver imediatamente subordinado. Deve ser respeitado CF/1988), havendo compatibilidade de horários (pe-
o princípio do contraditório e da ampla defesa, dando ríodo vespertino = à tarde).
espaço para que tanto o servidor público como o Esta-
do possam impugnar todos os pontos do requerimento, 2. (TRT 2ª REGIÃO-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO ÁREA
apresentar sua defesa técnica escrita, e interpor recursos ADMINISTRATIVA – FCC – 2018) Suponha que deter-
(art. 107, Lei nº 8.666/1990) das decisões que lhe preju- minado servidor público federal tenha solicitado licença
dicarem. para tratar de interesses particulares, a qual, contudo,
O direito de requerer decaí: em 5 (cinco) anos, quanto restou negada pela Administração. Entre os possíveis
aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria motivos legalmente previstos para negativa, nos termos
ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial disciplinados pela Lei n° 8.112/1990, se insere(m):
e créditos resultantes das relações de trabalho; ou em
120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando I. Estar o servidor no curso de estágio probatório.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

outro prazo for fixado em lei. II. Ser o servidor ocupante exclusivamente de cargo em
comissão.
III. Razões de conveniência da Administração.

Está correto o que se afirma em:

a) I, II e III.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I e II, apenas.

19
Resposta: Letra A. A licença para tratar de assun- incidindo em ilegalidade. Neste caso, o Poder Judiciário
tos pessoais consta no caput do art. 91 da Lei nº poderá efetuar controle dos atos administrativos que im-
8.112/1993. Em I, o fato do servidor estar em estágio pliquem em excesso ou abuso de poder.
probatório faz com que ele não possa ter concedida li- Quanto aos poderes administrativos, eles podem ser
cença para tratar de assuntos pessoais, Em II, somente colocados como prerrogativas de direito público conferi-
pode ser concedida a referida licença para os servido- das aos agentes públicos, com vistas a permitir que o Es-
res ocupantes de cargo efetivo, não se estende para os tado alcance os seus fins. Evidentemente, em contrapar-
servidores ocupantes de cargo em comissão. Em III, se tida a estes poderes, surgem deveres ao administrador.
a Administração entender que, por razões de conve- “O poder administrativo representa uma prerrogativa
niência, a licença poderia lhe trazer grandes prejuízos, especial de direito público outorgada aos agentes do Es-
ela pode não concedê-la ao servidor. tado. Cada um desses terá a seu cargo a execução de cer-
tas funções. Ora, se tais funções foram por lei cometidas
3. (TRT 2ª REGIÃO-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC aos agentes, devem eles exercê-las, pois que seu exercí-
– 2018) De acordo com a Lei no 8.112/1990, como cio é voltado para beneficiar a coletividade. Ao fazê-lo,
medida cautelar e a fim de que o servidor não venha dentro dos limites que a lei traçou, pode dizer-se que
a influir na apuração da irregularidade, a autoridade usaram normalmente os seus poderes. Uso do poder,
instauradora do processo disciplinar poderá determinar portanto, é a utilização normal, pelos agentes públicos,
o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de das prerrogativas que a lei lhes confere”16.
até 60 dias, sem prejuízo da remuneração. Ocorrendo o Neste sentido, “os poderes administrativos são outor-
término desses 60 dias, gados aos agentes do Poder Público para lhes permitir
atuação voltada aos interesses da coletividade. Sendo
a) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, assim, deles emanam duas ordens de consequência: 1ª)
ainda que não concluído o processo. são eles irrenunciáveis; e 2ª) devem ser obrigatoriamente
b) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, exercidos pelos titulares. Desse modo, as prerrogativas
findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não públicas, ao mesmo tempo em que constituem poderes
para o administrador público, impõem-lhe o seu exer-
concluído o processo.
cício e lhe vedam a inércia, porque o reflexo desta atin-
c) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo,
ge, em última instância, a coletividade, esta a real desti-
findo o qual cessarão os seus efeitos, exceto se o pro-
natária de tais poderes. Esse aspecto dúplice do poder
cesso não tiver sido concluído, hipótese em que po-
administrativo é que se denomina de poder-dever de
derá ser prorrogado pelo prazo máximo de 180 dias.
agir”17. Percebe-se que, diferentemente dos particulares
d) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente,
aos quais, quando conferido um poder, podem optar por
exceto se o processo não tiver sido concluído, hipóte-
exercê-lo ou não, a Administração não tem faculdade de
se em que o afastamento poderá ser prorrogado pelo agir, afinal, sua atuação se dá dentro de objetos de in-
prazo máximo de trinta dias. teresse público. Logo, a abstenção não pode ser aceita,
e) o afastamento poderá ser prorrogado por mais 180 o que transforma o poder de agir também num dever
dias, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que de fazê-lo: daí se afirmar um poder-dever. Com efeito, o
não concluído o processo. agente omisso poderá ser responsabilizado.
Os poderes da Administração se dividem em: vincu-
Resposta: Letra B. As letras A e D estão incorretas, pois lado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar
é permitido prorrogação do afastamento por igual pra- e de polícia.
zo, na forma do parágrafo único do art. 147 da Lei nº
8.112/1990. A letra C e E estão incorretas, pois não há Formas de exercício; uso e abuso do poder
previsão legal de prorrogação do prazo para 180 dias.
Forma vinculada

PODERES ADMINISTRATIVOS. HIERÁRQUI- Quando o poder se manifesta numa forma vinculada


CO, DISCIPLINAR, REGULAMENTAR E DE não há qualquer liberdade quanto à atividade que deva
POLÍCIA ; USO E ABUSO DO PODER. ser praticada, cabendo ao administrador se sujeitar por
completo ao mandamento da lei. Nos atos vinculados,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

o agente apenas reproduz os elementos da lei. Afinal, o


O Estado possui papel central de disciplinar a socie- administrador se encontra diante de situações que com-
dade. Como não pode fazê-lo sozinho, constitui agentes portam solução única anteriormente prevista por lei. Por-
que exercerão tal papel. No exercício de suas atribuições, tanto, não há espaço para que o administrador faça um
são conferidas prerrogativas aos agentes, indispensáveis juízo discricionário, de conveniência e oportunidade. Ele
à consecução dos fins públicos, que são os poderes ad- é obrigado a praticar o ato daquela forma, porque a lei
ministrativos. Em contrapartida, surgirão deveres especí- assim prevê. Ex.: pedido de aposentadoria compulsória
ficos, que são deveres administrativos. por servidor que já completou 70 anos; pedido de licença
Os poderes conferidos à administração surgem como para prestar serviço militar obrigatório.
instrumentos para a preservação dos interesses da co-
letividade. Caso a administração se utilize destes pode- 16 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
res para fins diversos de preservação dos interesses da trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
sociedade, estará cometendo abuso de poder, ou seja,
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

20
Forma discricionária Uso do poder e deveres da administração

Existem situações em que o próprio agente tem a Conforme Carvalho Filho, uso do poder “é a utilização
possibilidade de valorar a sua conduta. Logo, quando o normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas que a
exercício do poder se manifesta na forma discricionária o lei lhes confere”20. Significa que se um agente toma suas
administrador não está diante de situações que compor- atitudes dentro dos limites dos poderes administrativos,
tam solução única. Possui, assim, um espaço para exercer está agindo conforme a lei. Um dos principais guias para
um juízo de valores de conveniência e oportunidade. determinar se a ação está ou não em conformidade é o
A discricionariedade pode ser exercida tanto quando dos deveres administrativos.
o ato é praticado quanto, num momento futuro, na cir- Assim, além de poderes, os agentes administrativos,
cunstância de sua revogação. obviamente, detêm deveres, em razão das atribuições
Uma das principais limitações à discricionariedade que exercem. Dentre os principais, podem ser citados os
é a adequação, correspondente à adequação da con- seguintes, conforme aponta doutrina a respeito do as-
duta escolhida pelo agente à finalidade expressa em sunto:
lei. O segundo limite é o da verificação dos motivos18. - Dever de probidade: trata-se de um dos deveres
Neste sentido, discricionariedade não pode se confundir mais relevantes, correspondendo à obrigação do
com arbitrariedade – a última é uma conduta ilegítima agente público de agir de forma honesta e reta,
e quanto a ela caberá controle de legalidade perante o respeitando a moralidade administrativa e o inte-
Poder Judiciário. resse público. A violação deste dever caracteriza
ato de improbidade, punível, conforme artigo 37,
“O controle judicial, entretanto, não pode ir ao extre- §4º, CF e Lei nº 8.429/92, que se sujeita a diversas
mo de admitir que o juiz se substituta ao administrador. penas, como suspensão de direitos políticos, perda
Vale dizer: não pode o juiz entrar no terreno que a lei da função pública, proibição de contratar com o
reservou aos agentes da Administração, perquirindo os poder público, multa, além de restituição ao erário
critérios de conveniência e oportunidade que lhe inspi- por enriquecimento ilícito e/ou reparação de da-
raram a conduta. A razão é simples: se o juiz se atém nos causados ao erário.
ao exame da legalidade dos atos, não poderá questio- - Dever de prestar contas: como o que é gerido pelo
nar critérios que a própria lei defere ao administrador. administrador não lhe pertence, é seu dever pres-
[...] Modernamente, os doutrinadores têm considerado tar contas do que realizou à coletividade, isto é, in-
os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade formar em detalhes qual o destino dado às verbas
como valores que podem ensejar o controle da discri- e aos bens sob sua gestão. Este dever abrange não
cionariedade, enfrentando situações que, embora com só aqueles que são agentes públicos, mas a todos
aparência de legalidade, retratam verdadeiro abuso de que tenham sob sua responsabilidade dinheiros,
poder. [...] A exacerbação ilegítima desse tipo de controle bens ou interesses públicos, independentemente
reflete ofensa ao princípio republicano da separação dos de serem ou não administradores públicos.
poderes”19.
Há quem diga que, por haver tal liberdade, não existe “A prestação de contas de administradores pode ser
o dever de motivação, mas isso não está correto: aqui, realizada internamente através dos órgãos escalonados
mais que nunca, o dever de motivar se faz presente, de- em graus hierárquicos, ou externamente. Neste caso, o
monstrando que não houve arbítrio na decisão tomada controle de contas é feito pelo Poder Legislativo por ser
pelo administrador. Basicamente, não é porque o ad- ele o órgão de representação popular. No Legislativo se
ministrador tem liberdade para decidir de outra forma situa, organicamente, o Tribunal de Contas, que, por sua
que o fará sem cometer arbitrariedades e, caso o faça, especialização, auxilia o Congresso Nacional na verifica-
incidirá em ilicitude. O ato discricionário que ofenda os ção de contas dos administradores”21.
parâmetros da razoabilidade é atentatório à lei. Afinal, - Dever de eficiência: a atividade administrativa deve
não obstante a discricionariedade seja uma prerrogativa ser célere e técnica, mesclando qualidade e quan-
da administração, o seu maior objetivo é o atendimento tidade. Para tanto, é necessário atribuir competên-
aos interesses da coletividade. cias aos cargos conforme a qualificação exigida
para ocupá-los; bem como desempenhar ativida-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

des com perfeição, coordenação, celeridade e téc-


#FicaDica nica. Não significa que perfeccionismo em excesso
Conveniência = condições em que irá agir seja valorizado, pois ele afeta o elemento quantita-
Oportunidade = momento em que irá agir tivo do serviço, que também é essencial para que
Discricionariedade = oportunidade + conveni- ele seja eficiente.
ência - Dever de agir: o administrador possui um poder-
-dever de agir. Não se trata de mero poder, por-
que priorizam atender ao interesse da coletividade
e, em razão disso, o poder de agir é também um

18 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 20 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 21 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

21
dever, que é irrenunciável e obrigatório. Ao ad- sa compatibilizar-se com a legalidade. É certo que nem
ministrador é vedada a inércia. Logo, poderá ser toda ilegalidade decorre de conduta abusiva; mas todo
responsabilizado por omissão ou silêncio, abrindo abuso se reveste de ilegalidade e, como tal, sujeita-se à
possibilidade de obter o ato não realizado: pela via revisão administrativa ou judicial”23.
extrajudicial, notadamente ao exercer o direito de Se é possível o excesso ou o abuso de poder, é claro
petição; ou por via judicial, por intermédio de man- que a legislação não apenas confere poderes ao adminis-
dado de segurança, quando ferir direito líquido e trador, mas também estabelece deveres.
certo do interessado comprovado de plano, ou por
ação de obrigação de fazer.
#FicaDica
Excesso De Poder = Incompetência / Além Do
FIQUE ATENTO! Permitido Na Legislação
Nem toda omissão do poder público é ilegal. Abuso De Poder = Competência = Desvio De
As denominadas omissões genéricas, que Finalidade / Motivos Diversos Dos Legalmente
envolvem prerrogativas de ação do adminis- Previstos
trador de caráter geral e sem prazo determi-
nado para atendimento, inseridas em seu po-
der discricionário, não autorizam a alegação
de ilegalidade por violação do poder-dever EXERCÍCIOS COMENTADOS
de agir. Insere-se aqui a denominada reserva
do possível – por óbvio sempre existirão al- 1. (STJ - CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGOS: 10
gumas omissões tendo em vista a escassez de E 12 - CESPE/2018) Julgue o item a seguir, relativos aos
recursos financeiros. Ex.: deixar de reformar a poderes da administração pública.
entrada de um edifício, não construir um esta- O desvio de poder ocorre quando o ato é realizado por
belecimento de ensino. São ilegais, com efeito, agente público sem competência para a sua prática.
as omissões específicas, que são omissões
do poder público mesmo diante de imposição ( ) CERTO ( ) ERRADO
expressa legal e prazo fixado em lei para aten-
dimento. Nestas situações, caberá até mesmo Resposta: Errado. O excesso de poder ocorre quando
responsabilização civil, penal ou administrativa o ato é realizado por agente público sem competência
do agente omisso. para a sua prática, não o desvio de poder.

2. (STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATI-


Abuso de poder VA - CESPE/2018) No que se refere aos poderes admi-
nistrativos, julgue o item que se segue.
Havendo poderes, naturalmente será possível o abu- Não configurará excesso de poder a atuação do servidor
so deles. Abuso de poder é a utilização inadequada por público fora da competência legalmente estabelecida
parte dos administradores das prerrogativas a eles con- quando houver relevante interesse social.
feridas no âmbito dos poderes da administração, por vio-
lação expressa ou tácita da lei. ( ) CERTO ( ) ERRADO
“A conduta abusiva dos administradores pode decor-
rer de duas causas: 1ª) o agente atua fora dos limites de Resposta: Errado. Caracteriza-se excesso de poder jus-
sua competência; e 2ª) o agente, embora dentro de sua tamente quando o servidor atua fora dos limites da lei e
competência, afasta-se do interesse público que deve ingressa na esfera de competência de outrem, indepen-
nortear todo o desempenho administrativo. No primeiro dentemente de justificativa com base em interesse social.
caso, diz-se que o agente atuou com ‘excesso de poder’
e no segundo, com ‘desvio de poder’”22. Basicamente, 3. (STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATI-
havendo abuso de poder é possível que se caracterize VA - CESPE/2018) No que se refere aos poderes admi-
excesso de poder ou desvio de poder. No excesso de po- nistrativos, julgue o item que se segue.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

der, o agente nem teria competência para agir naquela O abuso de poder pode ocorrer tanto na forma comissiva
questão e o faz. No abuso de poder, o agente possui quanto na omissiva, uma vez que, em ambas as hipóte-
competência para agir naquela questão, mas não o faz ses, é possível afrontar a lei e causar lesão a direito indi-
em respeito ao interesse público, ou seja, desvirtua-se vidual do administrado.
do fim que deveria atingir o seu ato, por isso o desvio
de poder também é denominado desvio de finalidade. A ( ) CERTO ( ) ERRADO
conduta abusiva é passível de controle, inclusive judicial.
“Pela própria natureza do fato em si, todo abuso de Resposta: Certo. O abuso de poder pode acontecer
poder se configura como ilegalidade. Não se pode con- tanto por ação quanto por omissão. A omissão pode
ceber que a conduta de um agente, fora dos limites de se caracterizar por inércia da administração ou recusa
sua competência ou despida da finalidade da lei, pos- injustificada.
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 23 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

22
vados de lei, tal como será cabível mandado de injunção.
PODER REGULAMENTAR Em se tratando de decreto autônomo, o parâmetro de
controle sempre será a Constituição Federal, possuindo o
Em linhas gerais, poder regulamentar é o poder con- decreto a mesma posição hierárquica das demais leis in-
ferido à administração de elaborar decretos e regulamen- fraconstitucionais, ocorrendo genuíno controle de cons-
tos. Percebe-se que o Poder Executivo, nestas situações, titucionalidade no caso concreto, por qualquer das vias.
exerce força normativa, expedindo normas que se reves- Outra observação que merece ser feita se refere ao
tem, como qualquer outra, de abstração e generalidade. conceito de deslegalização. O fenômeno tem origem na
Quando o Poder Legislativo edita suas leis nem sem- França e corresponde à transferência de certas matérias
pre possibilita que elas sejam executadas. A aplicação de caráter estritamente técnico da lei ou ato congênere
prática fica a cargo do Poder Executivo, que irá editar de- para outras fontes normativas, com autorização do pró-
cretos e regulamentos com capacidade de dar execução prio legislador. Na verdade, o legislador efetuará uma
às leis editadas pelo Poder Legislativo. Trata-se de prer- espécie de delegação, que não será completa e integral,
rogativa complementar à lei, não podendo em hipótese pois ainda caberá ao Legislativo elaborar o regramento
alguma o Executivo alterar o seu conteúdo. Entretanto, básico, ocorrendo a transferência estritamente do aspec-
poderá o Executivo criar obrigações subsidiárias, que se to técnico (denomina-se delegação com parâmetros). Há
impõem ao administrado ao lado das obrigações primá- quem diga que nestes casos não há poder regulamentar,
rias fixadas na própria lei. mas sim poder regulador. É exemplo do que ocorre com
Caso ocorra abuso ao poder regulamentar, caberá ao as agências reguladoras, como ANATEL, ANEEL, entre ou-
Congresso Nacional sustar o ato: “Art. 49, CF. É da com- tras.
petência exclusiva do Congresso Nacional: [...] V - sustar
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação le-
gislativa”. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Segundo entendimento majoritário, tanto os decre-
tos quanto os regulamentos podem ser autônomos (atos 1. (EBSERH - ADVOGADO - CESPE/2018) Julgue o
de natureza originária ou primária) ou de execução (atos seguinte item, a respeito dos poderes da administração
de natureza derivada ou secundária), embora a essência pública.
do poder regulamentar seja composta pelos decretos e No exercício do poder regulamentar, a administração pú-
regulamentos de execução. O regulamento autônomo blica não poderá contrariar a lei.
pode ser editado independentemente da existência de lei
anterior, se encontrando no mesmo patamar hierárquico ( ) CERTO ( ) ERRADO
que a lei – por isso, é passível de controle de constitucio-
nalidade. Os regulamentos de execução dependem da Resposta: Certo. O poder regulamentar tem por cará-
existência de lei anterior para que possam ser editados ter exclusivo regular aquilo que a legislação prevê. Ou
e devem obedecer aos seus limites, sob pena de ilegali- seja, o Executivo dá normas específicas às normas cria-
dade – deste modo, se sujeitam a controle de legalidade. das pelo Legislativo. Se o Executivo se exceder em seu
Nos termos do artigo 84, IV, CF, compete privativa- poder, estará infringindo a Separação dos Poderes.
mente ao Presidente da República expedir decretos e re-
gulamentos para a fiel execução da lei, atividade que não 2. (STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ-
pode ser delegada, nos termos do parágrafo único. Em RIA - CESPE/2018) Considerando a doutrina majoritária,
que pese o teor do dispositivo que poderia dar a enten- julgue o próximo item, referente ao poder administrati-
der que a existência de decretos autônomos é impedida, vo, à organização administrativa federal e aos princípios
o próprio STF já reconheceu decretos autônomos como básicos da administração pública.
válidos em situações excepcionais. Carvalho Filho24, a No exercício do poder regulamentar, o Poder Executivo
respeito, afirma que somente são decretos e regulamen- pode editar regulamentos autônomos de organização
tos que tipicamente caracterizam o poder regulamentar administrativa, desde que esses não impliquem aumento
aqueles que são de natureza derivada – o autor admite de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
que existem decretos e regulamentos autônomos, mas
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

diz que não são atos do poder regulamentar. ( ) CERTO ( ) ERRADO


A classificação dos decretos e regulamentos em au-
tônomos e de execução é bastante relevante para fins de Resposta: Certo. Em que pese o teor do artigo 84,
controle judicial. Em se tratando de decreto de execução, IV, CF que poderia dar a entender que a existência
o parâmetro de controle será a lei a qual o decreto está de decretos autônomos é impedida, o próprio STF já
vinculado, ocorrendo mero controle de legalidade como reconheceu decretos autônomos como válidos em si-
regra – não caberá controle de constitucionalidade por tuações excepcionais, nos termos do artigo 84, VI, CF:
ações diretas de inconstitucionalidade ou de constitucio- “VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e
nalidade, mas caberá por arguição de descumprimento funcionamento da administração federal, quando não
de preceito fundamental – ADPF, cujo caráter é mais am- implicar aumento de despesa nem criação ou extinção
plo e permite o controle sobre atos regulamentares deri- de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos
públicos, quando vagos”.
24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

23
PODER HIERÁRQUICO contraditório e a ampla defesa (obs.: existem cargos que
somente são passíveis de demissão por sentença judicial,
“Hierarquia é o escalonamento em plano vertical que são os vitalícios, como os de magistrado e promotor
dos órgãos e agentes da Administração que tem como de justiça).
objetivo a organização da função administrativa. E não
poderia ser de outro modo. Tantas são as atividades a
cargo da Administração Pública que não se poderia con-
ceber sua normal realização sem a organização, em esca- EXERCÍCIOS COMENTADOS
las, dos agentes e dos órgãos públicos. Em razão desse
escalonamento firma-se uma relação jurídica entre os 1. (STJ - Técnico Judiciário - Administrativa -
agentes, que se denomina relação hierárquica”25. Nesta CESPE/2018) Acerca dos poderes da administração
relação hierárquica, surge para a autoridade superior o pública e da responsabilidade civil do Estado, julgue o
poder de comando e para o seu subalterno o dever de item a seguir.
obediência. O poder disciplinar, decorrente da hierarquia, tem sua
Com efeito, poder hierárquico é o poder conferido à discricionariedade limitada, tendo em vista que a admi-
administração de fixar campos de competência quanto nistração pública se vincula ao dever de punir.
às figuras que compõem sua estrutura. É um poder de
auto-organização. É exercido tanto na distribuição de ( ) CERTO ( ) ERRADO
competências entre os órgãos quanto na divisão de de-
veres entre os servidores que o compõem. Se o ato for Resposta: Certo. O poder disciplinar em regra é dis-
praticado por órgão incompetente, é inválido. Da mesma cricionário, mas pode sofrer algumas limitações. Entre
forma, se o for praticado por servidor que não tinha tal elas, o dever de investigar é vinculado, bem como a
atribuição. aplicação da penalidade. Afinal, não é uma mera ques-
Por fim, ressalta-se que do poder hierárquico deriva o tão interna, mas verdadeira questão de ilegalidade – e
poder de revisão, consistente no poder das autoridades o poder público se vincula ao princípio da legalidade.
superiores de revisar os atos praticados por seus subor-
De outro lado, existe margem de discricionariedade
dinados.
ao determinar a gravidade e o enquadramento da in-
fração.

EXERCÍCIO COMENTADO 2. (TCE-PE - Analista de Gestão - Administração - CES-


PE/2017) Uma aluna de um colégio estadual, maior de
dezoito anos de idade, foi flagrada depredando o mo-
1. (EBSERH - ADVOGADO - CESPE/2018) Julgue o
seguinte item, a respeito dos poderes da administração biliário da escola. Em razão disso, o diretor do colégio
pública. aplicou a ela uma penalidade de suspensão por três dias,
O poder hierárquico se manifesta no controle exercido pela na forma do regimento da instituição.
administração pública direta sobre as empresas públicas. A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se
segue, considerando os poderes da administração públi-
( ) CERTO ( ) ERRADO ca e os princípios de direito administrativo.
O ato do diretor do colégio é exemplo de exercício do
Resposta: Errado. O poder hierárquico é um poder in- poder disciplinar pela administração pública.
terno de organização, sendo assim, não existe hierar-
quia entre administração direta e indireta. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. O poder disciplinar é aplicado a


PODER DISCIPLINAR quem tenha um vínculo com a Administração Pública,
não necessariamente servidor público. No caso acima,
Trata-se de decorrência do poder hierárquico, pois é trata-se de escola pública e seus alunos matriculados
a hierarquia que permite aos agentes de nível superior são sim vinculados à Administração. Sendo assim, o
fiscalizar as ações dos subordinados. Assim, poder dis- diretor exerce sim poder disciplinar quando pune uma
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ciplinar é o poder conferido à administração para apli- aluna matriculada.


car sanções aos seus servidores que pratiquem infrações
disciplinares.
Estas sanções aplicadas são apenas as que possuem PODER DE POLÍCIA
natureza administrativa, não envolvendo sanções civis
ou penais. Entre as penas que podem ser aplicadas, des- É o poder conferido à administração para limitar,
tacam-se a de advertência, suspensão, demissão e cassa- disciplinar, restringir e condicionar direitos e atividades
ção de aposentadoria. particulares para a preservação dos interesses da coleti-
Evidentemente que tais punições não podem ser vidade. É ainda, fato gerador de tributo, notadamente, a
aplicadas sem alguns requisitos, como a abertura de taxa (artigo 145, II, CF), não podendo ser gerador de tari-
sindicância ou processo disciplinar em que se garanta o fa que se caracteriza como preço público e não podendo
ser cobrada sem o exercício efetivo do poder de polícia.
25 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

24
“A expressão poder de polícia comporta dois senti- Delegação e transferência
dos, um amplo e um estrito. Em sentido amplo, poder
de polícia significa toda e qualquer ação restritiva do Es- O poder de polícia pode ser exercido de forma ori-
tado em relação aos direitos individuais. [...] Em sentido ginária, pelo próprio órgão ao qual se confere a compe-
estrito, o poder de polícia se configura como atividade tência de atuação, ou de forma delegada, mediante lei
administrativa, que consubstancia, como vimos, verda- que transfira a mera prática de atos de natureza fiscali-
deira prerrogativa conferida aos agentes da Administra- zatória (poder de polícia seria de caráter executório, não
ção, consistente no poder de restringir e condicionar a inovador) a pessoas jurídicas que tenham vinculação ofi-
liberdade e a propriedade”26. cial com entes públicos.
No sentido amplo, é possível incluir até mesmo a ati- Obs.: A transferência de tarefas de operacionaliza-
vidade do Poder Legislativo, considerando que ninguém ção, no âmbito de simples constatação, não é conside-
é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo se a lei não rada delegação do poder de polícia. Delegação ocorre
impuser (artigo 5º, II, CF). No sentido estrito, tem-se a quando a atividade fiscalizatória em si é transferida. Por
atividade da polícia administrativa, envolvendo apenas as exemplo, uma empresa contratada para operar radares
prerrogativas dos agentes da Administração. não recebeu delegação do poder de polícia, mas uma
Em destaque, coloca-se o conceito que o próprio le- guarda municipal instituída na forma de empresa públi-
gislador estabelece no Código Tributário Nacional: “Con- ca com poder de aplicar multas recebeu tal delegação.
sidera-se poder de polícia a atividade da administração
pública que, limitando o disciplinando direito, interesse Polícia judiciária e polícia administrativa
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público [...]” (art. 78, primeira Uma das mais importantes classificações doutriná-
parte, CTN). A atividade de polícia é tipicamente admi- rias corresponde à distinção entre polícia administrativa
nistrativa, razão pela qual é estudada no ramo do direito e polícia judiciária, assim explanada por Carvalho Filho:
administrativo. “ambos se enquadram no âmbito da função administra-
tiva, vale dizer, representam atividades de gestão de in-
Vale ressaltar, por fim, um dos principais atributos do teresses públicos. A Polícia Administrativa é atividade da
poder de polícia: a autoexecutoriedade. Neste sentido, a Administração que se exaure em si mesma, ou seja, ini-
administração não precisa de manifestação do Poder Ju- cia e se completa no âmbito da função administrativa. O
diciário para colocar seus atos em prática, efetivando-os. mesmo não ocorre com a Polícia Judiciária, que, embora
seja atividade administrativa, prepara a atuação da fun-
Polícia-função e polícia-corporação ção jurisdicional penal, o que a faz regulada pelo Código
de Processo Penal (arts. 4º ss) e executada por órgãos de
“Apenas com o intuito de evitar possíveis dúvidas segurança (polícia civil ou militar), ao passo que a Polícia
em decorrência da identidade de vocábulos, vale a pena Administrativa o é por órgãos administrativos de caráter
realçar que não há como confundir polícia-função com mais fiscalizador. Outra diferença reside na circunstância
polícia-corporação: aquela é a função estatal propria- de que a Polícia Administrativa incide basicamente sobre
mente dita e deve ser interpretada sob o aspecto ma- atividades dos indivíduos, enquanto a Polícia Judiciária
terial, indicando atividade administrativa; esta, contudo, preordena-se ao indivíduo em si, ou seja, aquele a quem
corresponde à ideia de órgão administrativo, integrado se atribui o cometimento de ilícito penal”28. Além dis-
nos sistemas de segurança pública e incumbido de pre- so, essencialmente, a Polícia Administrativa tem caráter
venir os delitos e as condutas ofensivas à ordem pública, preventivo (busca evitar o dano social), enquanto que a
razão por que deve ser vista sob o aspecto subjetivo (ou Polícia Judiciária tem caráter repressivo (busca a punição
formal). A polícia-corporação executa frequentemente daquele que causou o dano social).
funções de polícia administrativa, mas a polícia-função,
ou seja, a atividade oriunda do poder de polícia, é exer- Liberdades públicas e poder de polícia
cida por outros órgãos administrativos além da corpora-
ção policial”27. Evidentemente, abusos no exercício do poder de po-
lícia não podem ser tolerados. Por mais que todo direito
Competência individual seja relativo perante o interesse público, exis-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tem núcleos mínimos de direitos que devem ser preser-


A competência para exercer o poder de polícia é, a vados, mesmo no exercício do poder de polícia. Neste
princípio, da pessoa administrativa que foi dotada de sentido, a faculdade repressiva deve respeitar os direitos
competência no âmbito do poder regulamentar. Se a do cidadão, as prerrogativas individuais e as liberdades
competência for concorrente, também o poder de polícia públicas que são consagrados no texto constitucional.
será exercido de forma concorrente. Para compreender a questão, interessante suscitar
qual o caráter do poder de polícia, se discricionário ou
vinculado. A doutrina de Meirelles29 e Carvalho Filho30
28 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.
26 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 29 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. Paulo: Malheiros, 1993.
27 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 30 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.

25
recomenda que quando o poder de polícia vai ter os
seus limites fixados há discricionariedade (por exem- #FicaDica
plo, quando o poder público vai decidir se pode ou não
ocorrer pesca num determinado rio), mas quando já Poder disciplinar – É aquele que a Admi-
existem os limites o ato se torna vinculado (no mesmo nistração possui para punir seus próprios
exemplo, não se pode decidir por multar um pescador e servidores, bem como aplicar sanções a
não multar o outro por pescarem no rio em que a pesca particulares a ela vinculados por ato ou
é proibida, devendo ambos serem multados). Tal racio- contrato.
cínio é relevante para verificar, num caso concreto, se - Poder hierárquico – É aquele que a Admi-
houve ou não abuso do poder de polícia. Vamos supor nistração possui para ordenar, coordenar,
que a lei fixe os limites para o ato, mas que na prática controlar e revisar os atos de seus subor-
tais limites tenham sido ignorados: não haverá discricio- dinados, podendo ainda avocar e delegar
nariedade, então. competências.
- Poder regulamentar – É aquele que a Ad-
Com efeito, os principais limites do Poder de Polícia são: ministração possui para, por meio da chefia
“- Necessidade – a medida de polícia só deve ser do Executivo, de editar atos normativos ge-
adotada para evitar ameaças reais ou prováveis de rais e abstratos.
perturbações ao interesse público; - Poder de polícia – É aquele que a Admi-
- Proporcionalidade/razoabilidade – é a relação entre nistração possui para limitar o exercício de
a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser direitos individuais em prol da coletividade.
evitado;
- Eficácia – a medida deve ser adequada para impedir
o dano a interesse público. Para ser eficaz a Admi-
nistração não precisa recorrer ao Poder Judiciário EXERCÍCIOS COMENTADOS
para executar as suas decisões, é o que se chama
de autoexecutoriedade”31.
1. (EBSERH - Advogado - CESPE/2018) Julgue o se-
Importante colocar, como limite, ainda, a necessi- guinte item, a respeito dos poderes da administração
dade de garantia de contraditório e ampla defesa ao pública.
administrado. Neste sentido, a súmula nº 312, STJ: “no A coercibilidade é um atributo que torna obrigatório o
processo administrativo para imposição de multa de ato praticado no exercício do poder de polícia, indepen-
trânsito, são necessárias as notificações da atuação e da dentemente da vontade do administrado.
aplicação da pena decorrentes da infração”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Principais setores de atuação da polícia adminis-
trativa Resposta: Certo. A coercibilidade é o poder do Es-
tado de fazer com que o administrado cumpra com
Considerando que todos os direitos individuais são li- as obrigações, podendo, se necessário, fazer o uso da
mitados pelo interesse da coletividade, já se pode deduzir força, obrigando o particular a cumprir a vontade do
que o âmbito de atuação do poder de polícia é o mais Estado.
amplo possível. Entre eles, cabe mencionar, polícia sanitá-
ria, polícia ambiental, polícia de trânsito e tráfego, polícia 2. (STJ - Analista Judiciário - Administrativa - CES-
de profissões (OAB, CRM, etc.), polícia de construções, etc. PE/2018) No que se refere aos poderes administrativos,
Neste sentido, será possível atuar tanto por atos nor- julgue o item que se segue.
mativos (atos genéricos, abstratos e impessoais, como O poder de polícia consiste na atividade da administra-
decretos, regulamentos, portarias, instruções, resoluções, ção pública de limitar ou condicionar, por meio de atos
entre outros) e por atos concretos (voltados a um indivíduo normativos ou concretos, a liberdade e a propriedade
específico e isolado, que podem ser determinações, como dos indivíduos conforme o interesse público.
a multa, ou atos de consentimento, como a concessão ou
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

revogação de licença ou autorização por alvará). ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Conceitua-se poder de polícia como


aquele conferido à administração para limitar, discipli-
nar, restringir e condicionar direitos e atividades parti-
culares para a preservação dos interesses da coletivi-
dade. É ainda, fato gerador de tributo, notadamente, a
taxa (artigo 145, II, CF).

31 http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/direito-adminis-
trativo/conceito-de-direito-administrativo

26
3. (CGM DE JOÃO PESSOA/PB - CONHECIMENTOS c) a promoção do desenvolvimento nacional sus-
BÁSICOS - CARGOS: 1, 2 E 3 - CESPE/2018) No que se tentável, introduzido posteriormente pela Lei nº
refere às características do poder de polícia e ao regime 12.349/2010, envolvendo aspectos econômicos,
jurídico dos agentes administrativos, julgue o item que sociais e ambientais. Infere-se, com isso, que as
se segue. licitações atualmente pode apresentar outros ob-
As multas de trânsito, como expressão do exercício do jetivos, como o cumprimento de uma função so-
poder de polícia, são dotadas de autoexecutoriedade. cial, impedir o desmatamento desnecessário, entre
outros.
( ) CERTO ( ) ERRADO
#FicaDica
Resposta: Errado. A cobrança da multa, como sanção
resultante do exercício do poder de polícia adminis- A finalidade do desenvolvimento nacio-
trativa, não possui a característica da autoexecutorie- nal sustentável foi primeiramente deno-
dade. Significa que o poder público deverá inscrever tada pela doutrina. Porém, podemos per-
a multa na dívida ativa e cobrá-la, se devido. Já a apli- ceber várias medidas novas na legislação
cação/autuação da multa é dotada de autoexecutorie- adotadas no procedimento licitatório que
dade, assim, por exemplo, presenciando um policial a evidenciam essa nova faceta do mesmo.
ilicitude poderá autuá-la. Dentre essas medidas, destaca-se a prefe-
rência para os produtos manufaturados
pela indústria nacional (art. 6º, XVII, Lei
LICITAÇÃO ; PRINCÍPIOS ; CONTRATAÇÃO nº 8.666/1993) e a produção interna;
DIRETA: DISPENSA E INEXIGIBILIDADE ; bem como os produtos manufaturados
MODALIDADE ; TIPOS ; PROCEDIMENTO. e serviços nacionais (art. 6º, XVIII, Lei
nº 8.666/1993) resultantes de desenvol-
vimento e realização tecnológica reali-
Prezado candidato, depois de estudadas as noções zados no País. Pode haver, inclusive, uma
que se seguem, não deixe de conferir a lei na íntegra equiparação entre os produtos e serviço
para completar seus estudos específicos sobre o as- nacional com aqueles prestados pelo Mer-
sunto. cado Comum do Sul (Mercosul).

1. Noções gerais de licitação


Sobre a natureza jurídica, a doutrina classifica, de
forma quase unânime, a licitação como um procedimen-
A Administração tem a faculdade de realizar contra-
to administrativo. É um procedimento, uma vez que se
tos com particulares. Porém, ao contrário do que ocorre
manifesta por uma sequência ordenada de atos. Não
na esfera privada, o Poder Público não pode escolher li-
vremente quem deve contratar, seja para a compra e for- pode ser considerado um processo, pela inexistência de
necimento de materiais ou para a prestação de um ser- partes litigantes. A ênfase em dizer que a licitação é um
viço com relevante interesse público. Por ser uma pessoa procedimento administrativo advém do fato de que, por
jurídica de direito público, os imperativos da isonomia, muito tempo, houve quem sustentasse ser a licitação um
da impessoalidade, e da indisponibilidade do interesse instituto de Direito Financeiro, e não de Direito Admi-
público, obrigam a Administração à realização de um nistrativo. Essa diferença no enquadramento do instituto
processo público para a seleção mais imparcial possível implicava em uma alteração dos princípios aplicáveis e
da melhor proposta, garantindo igualdade de condições a mudança da competência para editar leis sobre a ma-
a todos que queiram concorrer para a eventual celebra- téria.
ção do contrato. Esse é o processo denominado licitação, Sobre a competência legislativa do instituto, o art.
previsto no artigo 37, XXI, da Constituição Federal. 22, XXVII, da CF/1988 atribui como competência priva-
Assim, podemos conceituar a licitação como o pro- tiva da União legislar sobre normas gerais de licitação
cedimento administrativo em que ocorre a seleção da e contratações, em todas as modalidades, para as ad-
melhor proposta, de modo imparcial a todos os interes- ministrações públicas diretas, indiretas, autárquicas e
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sados. fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Mu-


As finalidades das licitações são diversas, algumas nicípios. Todavia, a doutrina denota que, em se tratando
dispostas no art. 3º da Lei nº 8.666/1993. Segundo o re- de competência da União para editar “normas gerais”,
ferido dispositivo legal, a licitação tem por finalidade: cumpre aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Fede-
a) buscar a melhor proposta, promovendo maior ral a edição de regras específicas para suplementar essas
competitividade entre os potenciais contratados, normas gerais. Por isso, a doutrina crê que a competência
com a finalidade de almejar o negócio mais van- para legislar sobre licitações, na verdade, é concorrente,
tajoso; e referido dispositivo deveria estar expresso no artigo 24
b) oferecer uma igualdade de condições aos interes- da CF/1988.
sados em contratar com o Poder Público, em aten- Por ser um tema bastante técnico e preciso, o conheci-
dimento à isonomia e a impessoalidade, desde que mento da lei seca é essencial para qualquer concursando.
atendam as condições previamente fixadas no ins- A matéria legislativa sobre o procedimento licitatório, na
trumento convocatório; e realidade, é bastante vasta. Procuramos dar maior des-

27
taque à Lei nº 8.666/1993, que dispõe sobre as normas de recursos orçamentários que assegurem o pa-
gerais de licitação, e à Lei nº 10.520/2002, que introduziu gamento das obrigações decorrentes de obras
o pregão, como uma nova modalidade de licitação a to- ou serviços a serem executadas no exercício fi-
dos os entes federativos. Todavia, também gostaríamos nanceiro em curso, de acordo com o respectivo
de destacar outros instrumentos legais, como a Lei nº cronograma; bem como quando o produto dela
8883/1994, a Lei nº 11.079/2004, que institui as Parcerias esperado estiver contemplado nas metas estabe-
Público-Privadas ou PPPs, a Lei nº 9.472/1997 que insti- lecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165
tui duas modalidades de licitação exclusivas da ANATEL, da Constituição Federal, quando for o caso. Vale
o pregão e a consulta; e o Decreto nº 9.412/2018, que destacar, também, o texto do artigo 14 da mesma
atribui novos valores quanto a preço de algumas formas Lei, que dispõe nenhuma compra será feita sem a
licitatórias. adequada caracterização de seu objeto e indicação
dos recursos orçamentários para seu pagamento,
2. A Lei nº 8.666/1993 sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de
quem lhe tiver dado causa.
Como forma de regulamentar o inciso XXI do artigo
37 da CF/1988, a Lei de Licitações (Lei nº 8.666/1993) é 2.2 O dever de licitar
uma lei nacional que institui normas gerais sobre licita-
ções e contratações feitas pela Administração Pública, A quem incumbe o a obrigatoriedade de licitar? Essa
sendo aplicável a todos os entes da Federação. Impor- é uma questão que apresenta diversos desdobramen-
tante, por isso, conhecer os seus principais dispositivos, tos na doutrina, e por isso, precisa ser melhor detalha-
bastante exigidos em concursos públicos. da. Segundo o parágrafo único do artigo 1º da Lei nº
8.666/1993, que apresenta um rol muito mais extenso do
2.1 Pressupostos da licitação que o disposto no art. 37, XXI, da Constituição Federal,
Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da
Ressalvadas as hipóteses de contratação direta defini- administração direta, os fundos especiais, as autarquias,
as fundações públicas, as empresas públicas, as socieda-
das na legislação, a celebração de contratos administrati-
des de economia mista e demais entidades controladas
vos exige a prévia realização de procedimento licitatório.
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Fe-
Considerando ser uma disputa que visa a obtenção da
deral e Municípios.
melhor proposta à luz do interesse público, a licitação
Assim, de modo geral, pode-se dizer que todos os
só pode instaurada mediante o preenchimento de certos
entes públicos tem um dever de licitar, compreendendo:
pressupostos, que podem ser definidos como:
a) os entes da Administração Pública Direta, União,
A) Pressuposto lógico: para ocorrer um procedi-
Estados, Municípios, Distrito Federa;
mento licitatório, faz parte da sua lógica a existên- b) as autarquias, fundações, e agências reguladoras,
cia de pluralidade de objetos e de ofertantes, sem enfim, as pessoas jurídicas de direito público da
os quais torna inviável a competitividade inerente Administração Indireta;
da licitação. Ausente o pressuposto lógico, a licita- c) as empresas públicas e as sociedades de economia
ção torna-se inexigível. É o caso, por exemplo, da mista;
compra de equipamentos fornecidos por produtor d) o Poder Legislativo;
exclusivo (art. 25, I, Lei nº 8.666/1993). e) o Poder Judiciário;
B) Pressuposto Jurídico: caracteriza-se pela conve- f) o Ministério Público;
niência e oportunidade do procedimento licitató- g) o Tribunal de Contas;
rio. A licitação deve ser útil e trazer vantagem para h) as fundações de apoio;
a Administração, bem como atender ao interesse i) as organizações do sistema S; etc.
público. Caso contrário, é preferível uma contra-
tação direta. A ausência desse pressuposto torna Todos esses entes, de certa forma, fazem parte da ad-
a licitação inexigível ou dispensável. É o caso, por ministração pública, seja porque integram o se quadro
exemplo, da compra de bens de valor inferior a R$ de pessoas, seja porque prestam serviços de relevante
330.000,00 (trezentos e trinta mil reais). interesse público.
C) Pressuposto Fático: por razões óbvias, é também Todavia, alguns desses entes públicos apresentam
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

imprescindível o comparecimento dos interessa- certas particularidades que os dispensam do dever de


dos em participar da licitação. Se ninguém com- licitar. No caso das Organizações Sociais (OS), o art.
parecer com uma proposta válida (que atenda aos 24, XXIV da Lei nº 8.666/1993 prevê expressamente a
requisitos exigidos no edital), a licitação é conside- dispensa de licitação para a celebração de contratos de
rada deserta ou fracassada. A ausência do pressu- gestão com as OS, pois apesar de serem entidades priva-
posto fático implica em dispensa da licitação, na das, o tipo de atividade que exercem entende-se não ser
forma do artigo 24, V, da Lei nº 8.666/1993. exigível a licitação. No caso das Organizações da Socie-
D) Pressuposto Orçamentário: alguns autores tam- dade Civil de Interesse Público (OSCIPs), apesar de não
bém elencam a obediência ao orçamento público haver previsão expressa, por ser instituto similar à OS,
como um pressuposto essencial do procedimento entende-se também que não há o dever de licitar, exceto
licitatório. Nos termos do artigo 7º, § 2º, III e IV, da para obras, compras, serviços e alienações contratados
Lei de Licitações, As obras e os serviços somen- por entidades com recursos ou bens repassados volun-
te poderão ser licitados quando houver previsão tariamente pela União (art. 1º, Decreto nº 5.504/2006).

28
III) Princípio da vinculação ao instrumento con-
FIQUE ATENTO! vocatório: a Administração não pode descumprir
As autarquias profissionais possuem o dever as normas e condições do edital, ao qual se acha
de licitar. Contudo, isso não se aplica para a estritamente vinculada. Edital mal elaborado causa
OAB. O STF pacificou entendimento de que a diversos problemas (art. 41, Lei nº 8.666/1993).
OAB não é uma autarquia, mas uma entidade IV) Princípio do julgamento objetivo: deve-se evi-
sui generis. Por isso, a OAB não é obrigada tar a subjetividade o máximo possível. Apesar de
a licitar. inexistir a possibilidade de um julgamento total-
mente objetivo, os aspectos subjetivos e pessoais
devem ser mínimos, a fim de pouco interferir no
Outro ponto que merece destaque é a questão das resultado do instrumento licitatório.
empresas públicas e sociedades de economia mis- V) Princípio da vedação de oferta de vantagens: é
ta. Pelo texto constitucional (art. 173, § 1º, CF/1988), as absolutamente vedado ao Estado fazer subsídios
empresas estatais possuem o dever de licitar. Porém, ou vantagens baseadas nas ofertas dos demais li-
uma corrente na doutrina, defendida por Celso Antônio citantes (art. 44, § 2º, Lei nº 8.666/1993).
Bandeira de Mello, surge com a questão das empresas VI) Princípio do sigilo das propostas: nos termos
estatais que realizam uma atividade econômica. A obri- do art. 43, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, os envelopes
gatoriedade de licitar, nesses casos, traria uma grande contendo as propostas dos licitantes não podem
desvantagem dessas empresas estatais, comparado com ser abertos, e seu conteúdo não pode ser divulga-
as demais empresas privadas. Por isso, tal corrente de- do antes do momento adequado.
fende que as empresas estatais que exercem atividade
econômica não devem licitar. O próprio artigo 173, in- 2.4 Tipos de Licitação
clusive, faz menção apenas as empresas prestadoras de
serviço público. Os tipos de licitação variam, de acordo com a for-
Para efeitos didáticos, as empresas estatais não pre- ma do julgamento das propostas e os critérios diferentes
cisam licitar durante o exercício de sua atividade fim, adotados. Trata-se de um rol taxativo, previsto no art. 45,
envolvendo a exploração de atividades econômicas. § 1º, da Lei nº 8.666/1993. Com isso, pode-se afirmar que
Contudo, para as suas atividades meio (contratação de são tipos de licitação:
funcionários de limpeza, vigilância, etc), é preciso licitar. A) Tipo menor preço: envolve o julgamento de valores
Sobre o objeto da licitação, o artigo 2º da Lei nº econômicos de cada proposta. A proposta vencedo-
8.666/1993 determina que a licitação será utilizada para a ra deve ser aquela que apresentar preço menor.
compra de bens móveis e imóveis; a contratação de ser- B) Tipo melhor técnica: geralmente utilizada para as
viços, incluindo serviços de publicidade e seguro; a rea- propostas envolvendo trabalhos intelectuais ou ar-
lização de obras; locação e alienação de bens públicos; a tísticos, que requerem alta expertise.
outorga de concessão de serviços públicos; e a outorga C) Tipo técnica e preço: é apenas uma junção dos
de permissão de serviços públicos. tipos de licitação anteriores. Aqui há uma ponde-
ração entre as propostas que apresentam maior
2.3 Princípios da Licitação qualidade técnico-profissional, com o seu valor
econômico-financeiro.
Por ser a licitação um instituto de Direito Adminis- D) Tipo maior lance ou oferta: é utilizado nas licita-
trativo, deve obrigatoriamente obedecer aos princípios ções na modalidade leilão de bens. O vencedor do
inerentes daquele ramo de direito público, dispostos no certame será aquele que apresentar o maior lan-
caput do art. 37 da CF/1988. Contudo, a licitação per si ce. Há também a licitação por tipo menor lance ou
apresenta alguns princípios específicos, que fundamen- oferta, utilizado principalmente no pregão (Lei nº
tam a sua forma de ser. Esses princípios são: 10.520/2002).
I) Princípio da isonomia: é o princípio que defen-
de a igualdade entre todos os competidores, pois O tema não se exaure apenas na Lei de Licitações. A
se encontram na mesma situação. Em decorrência Lei nº 8.987/1995, que dispõe sobre as concessões e per-
disso, o art. 3º, § 1º, da Lei nº 8.666/1993 proíbe missões de serviço público, elenca outros tipos de licita-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

preferências ou distinções dos competidores em ção, isso é, outros critérios de julgamento de propostas.
razão da naturalidade, domicílio, ou qualquer outra Entra eles, destaca-se:
circunstância irrelevante para o objeto do contrato. a) de menor valor da tarifa;
II) Princípio da competitividade: como a licitação b) de maior oferta;
serve para buscar a melhor proposta dentre várias c) de melhor pagamento de outorga após a qualifica-
apresentadas, a adoção de medidas que ferem ção das propostas;
com o caráter competitivo do certame são veda- d) melhor proposta técnica (utilizada em casos cujo
das. Assim, as exigências de qualificação técnica e edital apresenta um preço fixo);
econômica devem se restringir a aquilo considera- e) menor tarifa com melhor técnica; e
do indispensável para a garantia do cumprimento f) maior oferta pela outorga com melhor técnica.
das obrigações advindas da licitação.

29
2.5 Modalidades de licitação

Atualmente, há sete modalidades de licitação no ordenamento jurídico brasileiro. A Lei nº 8.666/1993 faz menção
expressa de cinco. São eles:

2.5.1 Concorrência

A concorrência é a espécie de licitação em que qualquer pessoa pode participar, desde que preencham os requisi-
tos básicos e mínimos exigidos no edital na especificação do objeto licitatório. Tem o seu fundamento no art. 22, § 1º
da Lei nº 8.666/1993. É um procedimento que envolve uma grande quantidade de competidores, em atendimento ao
princípio da isonomia.
A concorrência, de modo geral, é utilizada para projetos de grande vulto, envolvendo grandes valores econômicos.
Podemos, inclusive, realizar uma diferenciação entre a concorrência, a tomada de preços e o convite justamente pe-
los seus valores limites. O estudo desses valores-limite merece maior destaque, considerando uma atualização recen-
temente da matéria. Em 2018, o então presidente Michel Temer editou o Decreto nº 9.412/2018, alterando os valores
dispostos nos incisos I e II do artigo 23 da Lei nº 8.666/1993.
Com isso, podemos afirmar que, a concorrência possui um valor piso, isso é, um valor mínimo que deve constar nas
propostas apresentadas. Esses limites são:
a) para as obras e serviços de engenharia, acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais);
b) para as compras e serviços não relacionados com a engenharia; o valor deve ser acima de R$ 1.430.000,00 (um
milhão, quatrocentos e trinta mil reais).

Mas a concorrência também deve ser utilizada, obrigatoriamente, independentemente de valores econômicos,
para a compra e venda de bens imóveis, para concessão de direito real de uso, para as licitações feitas em âmbito in-
ternacional, nos contratos de empreitada, e para as concessões de serviços públicos.
Por envolver diversos objetos licitatórios, a concorrência apresenta um prazo bem grande, entre a publicação do edital
e a entrega dos envelopes com as propostas, em comparação com as outras modalidades. Há um prazo mínimo de 45
dias para a maioria das técnicas, sendo de 30 dias apenas para a técnica de menor preço, pois entende-se que a proposta
é mais simples de se elaborar.

2.5.2 Tomada de preços

Com fundamento no artigo 22, § 2º, da Lei nº 8.666/1993, a tomada de preços é a modalidade realizada entre
interessados já devidamente cadastrados, ou que atendem as condições específicas do edital e requeiram seu cadas-
tramento em até três dias úteis antes do recebimento das propostas. Percebe-se, com isso, que o número de competi-
dores é menor, se comparado com o da concorrência.
A tomada de preços geralmente envolve projetos de vulto médio. Os valores limites para a tomada de preços são:
a) para obras e serviços de engenharia; os valores das propostas serão de até R$ 3.300.000,00 (três milhões e tre-
zentos mil reais); e
b) para os demais serviços em geral; até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais).

O prazo de intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega dos envelopes é de trinta dias corridos para a
melhor técnica ou melhor técnica e preço, sendo de 15 dias corridos para a de menor preço.

2.5.3 Convite

O convite (art. 22, § 3º, Lei nº 8.666/1993) é a modalidade de licitação entre os interessados que atuam no ramo do
referido projeto. Como o próprio nome aduz, a Administração convida, no mínimo, três prestadores de serviços para
participarem do procedimento. Essa é a modalidade em que possui os critérios mais variados para o chamamento,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sendo muitas vezes utilizado a confiança do ente público em relação com o interessado. O ente público deve, todavia,
publicar o edital do convite, abrindo-o para os demais cadastrados, desde que façam requerimento em participar do
pleito em até 24 horas da publicação do edital.
Seu procedimento também é muito mais simples, justamente por ter poucos competidores. Não há aqui um edital,
mas uma carta-convite, que apresenta o projeto de modo mais simples e sem muitas especificações.
O convite apresenta-se como o exato oposto da concorrência, sendo utilizado para projetos de pequeno vulto.
Assim, seus valores limites são:
a) para obras e serviços de engenharia, até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais); e
b) para as demais serviços em geral; até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais).

O intervalo mínimo entre a expedição da carta-convite e a entrega dos envelopes é de 5 dias úteis. Esquematica-
mente, temos:

30
Valores limite (segundo Concorrência Tomada de Preços Convite
Decreto nº 9.412/2018)
Para obras e serviços de Acima de 3.300.000,00 Até 3.300.000,00 Até 330.000,00
engenharia
Para os demais serviços Acima de 1.430.000,00 Até 1.430.000,00 Até 176.000,00

2.5.4 Concurso

Concurso é a modalidade de licitação realizada entre quaisquer interessados para a escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme os critérios dispos-
tos no edital. Tem seu fundamento disposto no art. 22, § 4º, da Lei de Licitações. Não confundir com o concurso público,
instrumento utilizado para o provimento de cargos públicos na Administração.
Importante destacar que não há a utilização de valores como critério de diferenciação, pois trata-se de uma moda-
lidade de licitação em que os valores econômicos são irrelevantes ao objeto do mesmo.
O prazo mínimo é um dos maiores das modalidades licitatórias: de 45 (quarenta e cinco) dias. Por envolver um tra-
balho bastante técnico (confecção de obra de arte, trabalhos de natureza científica), entende-se que os competidores
devem ter um prazo maior para elaborá-lo nos moldes do edital.
A Comissão Julgadora das propostas pode ser composta por pessoas que não possuem vínculo com a Administra-
ção Pública. É o caso de uma comissão composta por professores ou cientistas, enfim, pessoas com um conhecimento
técnico profissional alto e relevante para o objeto do concurso.

2.5.5 Leilão

O leilão é utilizado, de modo geral, entre quaisquer interessados, para a alienação de bens móveis inservíveis, bem
como para os bens imóveis oriundos de procedimento judicial ou dação, e para a alienação de produtos apreendidos.
Seu fundamento jurídico encontra-se disposto no art. 22, § 5º da Lei nº 8.666/1993. O vencedor será escolhido quando
o lance dado for igual ou superior ao da avaliação do referido bem.

Assim como no concurso, não há limitação de valores, pois o leilão é sempre analisado segundo o critério do maior
lance ou oferta. O intervalo mínimo entre o instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é de 15 (quinze) dias.

2.5.6 Consulta

A consulta é uma modalidade prevista exclusivamente para a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL),
sendo utilizada justamente para o fornecimento de bens e serviços. Todavia, a consulta sofreu ampliação, podendo ser
utilizada por todas as agências reguladores. Tem previsão na Lei nº 9.472/1997, sendo realizada mediante procedimen-
tos próprios e determinado por atos normativos expedidos pela própria agência.

2.5.7 Registro de Preços

Previsto no art. 15 da Lei nº 8.666/1993, sendo regulamentado pelos Decretos nº 3.931/2001 e 4.342/2002, é uma
espécie utilizada para compras, obras ou serviços que sejam frequentes. É o caso, por exemplo, da compra de passa-
gens aéreas para os membros do Executivo realizar as constantes viagens internacionais. Ao invés de várias licitações,
é realizada uma concorrência e o posterior registro da proposta vencedora para ser utilizada sempre que necessária
para uma contratação.
A contratação, per si, não é obrigatória, embora seja necessário, sempre, fazer uma pesquisa de preços de mercado
antes da contratação pelo registro de preços.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

3. Fases da Licitação

É certo que cada modalidade licitatória apresenta um procedimento próprio. Todavia, a sequência de fases de cada
licitação observa a mesma estrutura e padrão da concorrência. As fases da concorrência, desse modo, são iguais para
todas as outras modalidades.
A concorrência é dividida em duas grandes etapas: fase interna e fase externa. A fase interna é aquela em que
temos todos os atos anteriores a publicação do edital, envolvendo etapas como:
a) elaboração de projeto básico para serviços de engenharia,
b) detalhamento do orçamento,
c) compatibilidade com o Plano Plurianual (PPA),
d) criação da Comissão de Licitação, e
e) a publicação do instrumento convocatório.

31
A Comissão de Licitação será composta por 3 mem- Com a divulgação dos resultados, abre-se o prazo
bros, sendo 2 deles obrigatoriamente servidores inte- para recurso de efeito suspensivo (em 5 dias).
grantes dos quadros da Administração Pública (art. 51, Importante lembrar que alguns diplomas específicos,
Lei nº 8.666/1993). como o de pregão e o da Lei nº 8.987/1995, trazem a
O edital é o instrumento utilizado para a convocação inversão de fases de julgamento e habilitação. Primeiro
dos interessados no procedimento licitatório. Seu con- se faz o julgamento das propostas, e depois abre-se o
teúdo é pormenorizado, devendo constar detalhes como envelope da proposta já julgada.
o tipo de licitação, o nome da repartição interessada na A homologação é a etapa em que todos os autos
licitação, os critérios de julgamento, as condições de pa- sobem para a autoridade superior, que procederá a ava-
gamento, entre outras disposições. O conteúdo do edital é liação de todo o procedimento. Essa é uma hipótese de
previsto nos incisos do artigo 40 da Lei nº 8.666/1993. É lí- controle interno da licitação, haja vista que é realizada
cito à Administração introduzir alterações no Edital, deven- por ente público dentro da própria Administração. Essa
do, em tal caso, renovar a publicação do Aviso por prazo forma de controle é possível, devido ao poder de autotu-
igual ao original, sob pena de frustrar a garantia da publici- tela que Administração Pública tem para rever seus pró-
dade e o princípio formal da vinculação ao procedimento. prios atos. Assim, a licitação poderá ser anulada, havendo
A fase externa, por sua vez, tem o seu início com algum vício que torna algum de seus atos defeituoso, ou
a publicação do edital. É possível impugnar o edital, no revogada, por alguma causa superveniente (mudanças
prazo de 5 dias úteis, devendo a Administração respon- no cenário econômica) que não torna a licitação mais
der a impugnação em prazo não superior a 3 dias úteis vantajosa.
(art. 41, § 1º, Lei nº 8.666/1993). Após isso, temos a etapa Novamente importante frisar que não existe direito
da habilitação, com o recebimento e abertura de enve- subjetivo à contratação, mas uma mera expectativa de
lopes. Os envelopes são recebidos sigilosamente, em ex- direito de realizar contrato com o Poder Público. Não há,
ceção ao princípio da publicidade disposto no caput do nesse caso, uma responsabilidade do Estado de indenizar
art. 37 da CF/1988. o participante vencedor, não havendo a eventual contra-
A etapa da habilitação envolve quatro verificações tação do mesmo.
de cada competidor: A última etapa da fase externa é a adjudicação. Con-
a) a habilitação jurídica, envolvendo os documentos siste na elaboração de ato administrativo declaratório e
da pessoa física ou da pessoa jurídica; vinculado, de atribuição jurídica do objeto da licitação ao
b) a regularidade fiscal, isso é, a verificação do paga- vencedor do certame. Adjudicatário é o vencedor do cer-
mento devido e correto dos tributos do competi- tame, e tal ato é apenas declaratório, pois não gera um
dor;
direito de contratar com a Administração. A adjudicação
c) a qualificação técnica (art. 30, Lei nº 8.666/1993),
produz dois efeitos:
envolvendo a aptidão do competidor para desem-
a) garantir o direito de que o vencedor não tenha seu
penho da atividade pertinente e compatível com o
direito preterido na elaboração do contrato; e
disposto no edital; e
b) a liberação jurídica dos demais competidores.
d) a qualificação econômico-financeira (art. 31, idem),
envolvendo o balanço patrimonial e as demons-
4. Contratação Direta
trações contábeis do último exercício social, por
exemplo.
A regra geral é a obrigatoriedade da licitação para
Para preservar a competitividade, as exigências de as pessoas que integram a Administração, ou que mes-
qualificação técnica e econômica devem ser compatí- mo não integrando a mesma, realizam a prestação de
veis e proporcionais ao objeto licitado, restringindo-se um serviço de relevante interesse público. Ocorre que,
ao que for estritamente indispensável para garantir o em alguns casos, a legislação autoriza o Poder Público a
cumprimento do futuro contrato. O não atendimento às realizar a contratação direta, sem a necessidade do pro-
exigências da habilitação implica a exclusão da empresa cedimento licitatório. O direito brasileiro prevê quatro
no certame. possibilidades de contratação direta:
A classificação é a etapa de análise e julgamento das
propostas apresentadas pelos concorrentes habilitados. 4.1 Dispensa de licitação
Aqui temos efetivamente a abertura dos envelopes, ca-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

bendo a comissão a tarefa de analisar se cada uma das A dispensa de licitação apresenta hipóteses em que
propostas se adequa com os requisitos específicos do o procedimento licitatório, apesar de ser possível, não
edital, bem como com os preços de mercado. é viável, dada razões de conveniência e oportunidade
A desclassificação das propostas pode se dar: (discricionariedade). É o caso, por exemplo, de procedi-
a) por inexequibilidade, quando os preços forem mui- mento licitatório cujo valor seja irrisório, cujo objeto seja
to abaixo do preço de mercado; bens ou serviços de pequeno valor. O legislador, nessas
b) que contrariam cláusula do edital, como ocorre hipóteses, atribui uma liberdade a Administração para
quando há uma qualificação técnica que não tem escolher outra alternativa além da licitação.
relevância alguma para o objeto da licitação; ou As hipóteses de dispensa de licitação estão previstas
c) por condições relativas a propostas de outros lici- primordialmente no art. 24 da Lei nº 8.666/1998. Dos in-
tantes, sendo absolutamente vedado elaborar uma cisos, destaca-se: a) para obras e serviços de engenharia
proposta cujo preço, por exemplo, é “10% inferior de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto a lici-
ao preço do competidor X”. tação tipo convite, para outros serviços e compras de va-

32
lor até 10% (dez por cento) do limite previsto para com- 5. Sanções administrativas nas licitações
pras e serviços em geral do convite e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a Também denominadas como crimes contra licitação,
parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de são hipóteses em que tanto o particular como o próprio
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; c) nos Poder Público podem praticar atos que ferem e ofendem
casos de guerra ou grave perturbação da ordem; d) nos os princípios gerais da Administração Pública e os princí-
casos de emergência ou calamidade pública; e) quando pios das licitações.
a União tiver que intervir no domínio econômico para É certo que, de modo geral, o Código Penal regula-
regular preços ou normalizar o abastecimento; f) cele- menta as condutas praticadas pelos agentes públicos
bração de contrato de gestão com entidades do terceiro consideradas delituosas. Ocorre que, devido ao aumento
setor (OS e OSCIPs); g) Contratação realizada por Institui- do número de interessados em participar dos procedi-
ção Científica e Tecnológica ou agência de fomento para mentos licitatórios, passou-se a exigir maior correção na
a transferência de tecnologia; etc. condução desses processos de contratação. O Código
Penal já não mais conseguia tutelar, de modo satisfató-
4.2 Inexigibilidade de licitação rio, os interesses que se almejava resguardar com a reali-
zação dos processos licitatórios.
No caso da inexigibilidade da licitação, o procedi- Os crimes de licitação estão previstos na seção III, nos
mento é absolutamente impossível de se realizar, em artigos 89 a 98 da Lei nº 8.666/93 e o art. 99 que a eles
razão da inviabilidade da competição. Trata-se, por isso, é correlato:
de ato vinculado. É o caso, por exemplo, da licitação cujo A) Ilegalidade nas contratações dispensadas, dis-
objeto seja produto ou serviço oferecido exclusivamente pensáveis e nas inexigibilidades: O ato de dis-
por um único fornecedor. Envolve hipóteses em que seria pensar uma licitação, ou torna-la inexigível, fora
ilógico realizar uma licitação. das hipóteses legalmente previstas, é considerado
As hipóteses de inexigibilidade estão previstas nos in- um crime contra a licitação, cuja pena é a detenção
cisos do art. 25 da Lei nº 8.666/1993. São três: de 3 (três) a 5 (cinco) anos e multa, na forma do
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gê- art. 89 da Lei nº 8.666/1993. No caso, temos como
neros que só possam ser fornecidos por produtor, sujeitos ativos o servidor público responsável pela
empresa ou representante comercial exclusivo, ve- processo e/ou terceiro que tenha participado na
dada a preferência de marca, devendo a compro- prática da ilegalidade e se beneficiado com ela.
vação de exclusividade ser feita através de atestado B) Frustrar ou fraudar a competição: com previsão
fornecido pelo órgão de registro do comércio do no art. 90 da Lei nº 8.666/1993, este crime está
local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o diretamente ligado com a violação dos princípios
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação da licitação, isso é, igualdade, competitividade, jul-
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; gamento objetivo, dentre outros. Esses princípios
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no
favorecem a oportunidade de competição entre os
art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais
licitantes, para que eles possam celebrar contratos
ou empresas de notória especialização, vedada a ine-
com a Administração Pública, evitando apadrinha-
xigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
mentos, favoritismos e perseguições dos licitantes.
III - para contratação de profissional de qualquer se-
A pena é de detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos
tor artístico, diretamente ou através de empresário
e multa.
exclusivo, desde que consagrado pela crítica espe-
C) Patrocínio direto ou indireto de interesse pri-
cializada ou pela opinião pública.
vado: este crime está disposto no art. 91 da Lei
4.3. Vedação à licitação de Licitações. Patrocinar, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a Administração, dando
Trata-se de hipóteses de extrema urgência, não pre- causa à instauração de licitação ou à celebração de
vistas em lei, sendo de forte discussão doutrinária. A rea- contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo
lização de licitação, nessas hipóteses, é vedada uma vez Poder Judiciário, é crime cuja pena será de deten-
que ela feriria o próprio interesse público, o que significa ção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. Para
que há a falta de um dos pressupostos essenciais à lici- que se configure o crime apresentado no referi-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tação. Parte da doutrina acredita que, na verdade, é caso do dispositivo, há necessidade da invalidação do
de inexigibilidade de licitação. procedimento licitatório ou do contrato adminis-
trativo pelo Poder Judiciário, o que torna bastante
4.4 Licitação dispensada difícil a cominação desta pena.
D) Devassar o sigilo das propostas apresentadas:
São hipóteses descritas no art. 17 da Lei nº 8.666/1993. segundo o artigo 84 da Lei nº 8.666/1993, Devassar
São os casos de alienação de bens imóveis para progra- o sigilo de proposta apresentada em procedimen-
mas habitacionais do governo, e bens móveis para uma to licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo
finalidade pública específica. de devassá-lo é crime punível com pena de deten-
Não confundir com a dispensa de licitação. Primeira- ção, de 2 (dois) a 3 (três) anos e multa. Lembre-se
mente, as hipóteses de licitação dispensada são vincu- que o sigilo das propostas é algo inerente ao pro-
ladas, ao contrário da dispensa, em que as decisões são cedimento licitatório, e configura-se em uma rara
discricionárias. Além disso, suas hipóteses são taxativas. exceção ao princípio constitucional da publicidade.

33
E) Fraudar a licitação: suas hipóteses estão contidas do-o a particulares. Exemplos: a construção de linha
nos incisos do art. 96 da Lei nº 8.666/1993. São ferroviária ou metrô para transporte de passageiros,
atos que envolvem a aquisição ou venda de bens transmissão áudio sonora (rádio) ou por imagens e sons
e mercadorias (troca de um bem por outro, vender (televisão), etc. Possui previsão legal na Lei nº 8.987/1995
mercadoria falsificada, etc). Essas hipóteses são cri- (Lei de Concessões dos Serviços Públicos), bem como
mes cuja pena é de 3 (três) a 5 (cinco) anos e multa. previsão constitucional no art. 175 da CF/1988:

A pena de multa, presente em praticamente todos Constituição Federal de 1988


os crimes contra a licitação consiste no pagamento de
quantia fixada na sentença e calculada em índices per- Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei,
centuais, cuja base deve corresponder ao valor da van- diretamente ou sob regime de concessão ou permis-
tagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível são, sempre através de licitação, a prestação de ser-
pelo agente (art. 99, Lei nº 8.666/1993). viços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
6. Convênios Administrativos I - o regime das empresas concessionárias e permis-
sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
O Poder Público, no exercício de suas funções admi- seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
nistrativas, muitas vezes tende a estabelecer diversas re- dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con-
lações jurídicas com particulares, criando vínculos espe- cessão ou permissão;
ciais de colaboração com a esfera privada. Tais conexões
podem ser instrumentalizadas mediante um contrato. Se
tal contrato estiver subordinado às regras de Direito Ad- CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLI-
ministrativo, então estamos diante de um contrato ad- CA; CONTROLE EXERCIDO PELA ADMINIS-
ministrativo. TRAÇÃO PÚBLICA ; CONTROLE JUDICIAL ;
Contrato administrativo, assim, é um pacto bilateral CONTROLE LEGISLATIVO.
estabelecido entre a Administração Pública, agindo nessa
qualidade, e terceiros, ou entre ela e suas entidades, sub-
metido ao regime jurídico administrativo, cuja finalidade Controle da Administração Pública
é a consecução de objetivos de interesse público. Deste
conceito, podemos destacar alguns aspectos específicos Controle da Administração Pública é o exercício de vi-
dos contratos administrativos. gilância, orientação e revisão sobre a conduta funcional,
exercido por um poder, órgão ou autoridade pública com
A legislação brasileira contempla várias espécies de relação a outro.
contratos administrativos. Importante destacar as moda- “O controle do Estado pode ser exercido através de
lidades que tem forte relação com o procedimento lici- duas formas distintas, que merecem ser desde logo dife-
tatório. São os convênios, as concessões e as permissões renciadas. De um lado, temos o controle político, aquele
administrativas. que tem por base a necessidade de equilíbrio entre os
Poderes estruturais da República – o Executivo, o Legisla-
6.1 Convênios tivo e o Judiciário. Nesse controle, cujo delineamento se
encontra na Constituição, pontifica o sistema de freios e
Convênio é o acordo celebrado entre entidades pú- contrapesos, nele se estabelecendo normas que inibem
blicas de qualquer tipo, ou ainda entre eles e alguma o crescimento de qualquer um deles em detrimento de
entidade particular, a fim de promover uma cooperação outro e que permitem a compensação de eventuais pon-
entre os conveniados para almejarem um objetivo de in- tos de debilidade de um para não deixá-lo sucumbir à
teresse comum a todos. força de outro. São realmente freios e contrapesos dos
Embora similar ao consórcio, não são o mesmo con- Poderes políticos. [...] O que ressalta de todos esses casos
trato. Os consórcios devem obrigatoriamente serem ce- é a demonstração do caráter que tem o controle político:
lebrados por entidades da Federação, ou seja, não cabe seu objetivo é a preservação e o equilíbrio das instituições
a iniciativa privada nos consórcios públicos, o que não democráticas do país. O controle administrativo tem li-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ocorre com os convênios. Além disso, dos consórcios re- nhas diversas. Nele não se procede a nenhuma medida
sultam a criação de uma pessoa jurídica nova e autôno- para estabilizar poderes políticos, mas, ao contrário, se
ma, nos termos da Lei nº 11.107/2004, o que não ocorre pretende alvejar os órgãos incumbidos de exercer uma
com os convênios. das funções do Estado – a função administrativa. Enquan-
to o controle político se relaciona com as instituições po-
6.2 Contrato de concessão líticas, o controle administrativo é direcionado às institui-
ções administrativas. [...] Podemos denominar de controle
O termo “concessão” é empregado para designar a da Administração Pública o conjunto de mecanismos ju-
atividade da Administração Pública de delegar ao parti- rídicos e administrativos por meio dos quais se exerce
cular a prestação de um serviço, ou a execução de obra o poder de fiscalização e de revisão da atividade ad-
pública, ou ainda o uso de bem público. Concessão de ministrativa em qualquer das esferas de Poder”32.
serviço público é o contrato pelo qual a Administração
32 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-
promove a prestação indireta de um serviço, delegan-
trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

34
O princípio da legalidade e o princípio das políticas b) Por vinculação: exercido por uma pessoa a qual
administrativas, juntos, fundamentam o Controle da Ad- são atribuídos poderes de fiscalização e revisão em
ministração Pública. Neste sentido, “mais precisamente, relação a pessoa diversa. Trata-se de controle tipi-
a ideia central, quando se fala em controle da Adminis- camente externo.
tração Pública, reside no fato de que o titular do patri-
mônio público (material e imaterial) é o povo, e não a - Conforme a iniciativa
Administração, razão pela qual ela se sujeita, em toda a a) De ofício: executado pela própria Administração
sua atuação, sem qualquer exceção, ao princípio da in- quando está regularmente exercendo as suas fun-
disponibilidade do interesse público”33. ções. Afinal, a Administração tem a prerrogativa
da autotutela, que a permite invalidar ou revogar
suas condutas de ofício (súmulas 346 e 473, STF).
#FicaDica b) Provocado: ocorre mediante provocação de ter-
Controle da Administração é: ceiro, postulando a revisão do ato administrativo
- Faculdade de vigilância, orientação e corre- dito ilegal ou inconveniente.
ção que um poder, órgão ou autoridade exer-
ce sobre a conduta funcional de outro; - Conforme a origem ou a extensão do controle
- Regulamentado por diversos atos norma- a) Controle interno: é aquele realizado pelas auto-
tivos, os quais trazem regras, modalidades e ridades no âmbito do próprio órgão ou entida-
instrumentos para sua organização; de em que atuam no âmbito da administração.
- O que assegura que a Administração vá atuar Exemplo: chefe que na repartição controla os seus
de acordo com princípios jurídicos, previstos subordinados; corregedoria que faz inspeção em
no artigo 37, caput, CF – legalidade, impesso- um fórum.
alidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Basicamente, sempre se está diante de controle in-
terno quando um Poder exerce controle sobre ele mes-
Elementos e natureza jurídica do controle mo, isto é, Judiciário fiscalizando Judiciário, Legislativo
fiscalizando Legislativo e Executivo fiscalizando Execu-
Segundo Carvalho Filho34, dois são os elementos bási- tivo.
cos do controle: a fiscalização e a revisão. “A fiscalização e Quando, no exercício do controle interno, uma au-
a revisão são os elementos básicos do controle. A fiscali- toridade ocultar uma irregularidade ou ilegalidade da
zação consiste no poder de verificação que se faz sobre a entidade responsável pelo controle externo, notada-
atividade dos órgãos e dos agentes administrativos, bem mente um Tribunal de Contas, haverá responsabilidade
como em relação à finalidade pública que deve servir de solidária entre a autoridade que praticou a ocultação e
objetivo para a Administração. A revisão é o poder de a autoridade que praticou o ilícito.
corrigir as condutas administrativas, seja porque tenham
vulnerado normas legais, seja porque haja necessidade b) Controle externo: é aquele realizado por um Po-
de alterar alguma linha das políticas administrativas para der que é diferente do Poder fiscalizado, exterio-
que melhor seja atendido o interesse coletivo”. rizando um sistema de freios e contrapesos. É o
Para o autor, a natureza jurídica do controle é de caso do controle de atos do Executivo por deci-
princípio fundamental da administração pública, con- sões do Poder Judiciário, ou mesmo da sustação
forme teor do próprio Decreto-lei nº 200/1967, que asse- de ato normativo do Executivo pelo Legislativo,
gura também que o controle deve ser exercido em todos além do julgamento de contas do Presidente da
níveis e em todos órgãos. República pelo Congresso Nacional, e de audito-
rias do Tribunal de Contas da União quanto ao
Classificação das formas de controle Executivo federal.
c) Controle externo popular: realizado pelo contri-
“O poder-dever de controle é exercitável por todos os Po- buinte pelo acesso das contas públicas (artigo 31,
deres da República, estendendo-se a toda a atividade adminis- §3º, CF; artigo 74, §2º, CF).
trativa (vale lembrar, há atividade administrativa em todos os
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Poderes) e abrangendo todos os seus agentes. Por esse mo- - Conforme o momento a ser exercido
tivo, diversas são as formas pelas quais o controle se exercita, a) Controle prévio ou preventivo: exercido antes
sendo, destarte, inúmeras as denominações adotadas” 35. do início da prática ou antes da conclusão do ato
- Conforme o âmbito da administração administrativo.
a) Por subordinação: exercido por meio dos pata- b) Controle concomitante: exercido durante a rea-
mares de hierarquia dentro da mesma Administra- lização do ato, verificando a sua validade enquan-
ção. Trata-se de controle tipicamente interno. to ele é praticado.
c) Controle posterior ou corretivo: busca rever
33 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo os atos já praticados, corrigindo, desfazendo ou
Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008. confirmando. Envolve atos como os de aprova-
34 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis- ção, homologação, anulação, revogação ou con-
trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015. validação.
35 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo
Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.

35
- Conforme a amplitude ou a natureza do controle CF). Pode ser exercido por diversas vias, como re-
a) Controle de legalidade: verifica se o ato foi prati- presentação (denúncia de irregularidade perante a
cado em conformidade com a lei. O controle pode Administração, Tribunal de Contas ou outro órgão
ser interno ou externo. O resultado final é a confir- de controle), reclamação administrativa (oposição
mação ou a rejeição do ato, anulando-o. expressa a ato administrativo que ofenda direito ou
b) Controle de mérito: visa verificar a oportunidade interesse legítimo, podendo ser interposta perante
e a conveniência administrativas do ato controla- o Supremo Tribunal Federal se o ato administrativo
do. Trata-se do controle sobre a atuação discricio- contrariar súmula vinculante), pedido de reconsi-
nária da Administração Pública, mantendo-o ou deração (solicitação de mudança da decisão pela
revogando-o. Diz-se que o Judiciário não pode própria autoridade que praticou um ato), recurso
fazer este controle, o que é verdade, em termos: hierárquico próprio (solicitação de mudança da deci-
o Judiciário não pode controlar a atividade discri- são por autoridade hierarquicamente superior àque-
cionária que é legítima, mas se ela exceder parâ- la que praticou o ato), recurso hierárquico impróprio
metros de razoabilidade e proporcionalidade pode (solicitação de mudança da decisão por autoridade
fazê-lo. Nesta questão se insere a polêmica sobre diversa, com competência especificada em lei, porém
o controle judicial de políticas públicas. não hierarquicamente superior àquela que praticou
o ato), revisão (solicitação de alteração em punição
aplicada pela Administração no exercício do poder
#FicaDica disciplinar diante do surgimento de fatos novos).
- Quanto ao órgão que o exerce - Controle social: é aquele exercido pela própria so-
Executivo ciedade, em demanda emanada de grupos sociais,
Legislativo no exercício da atividade democrática que tem
Judiciário amparo constitucional notadamente na garantia
- Quanto ao fundamento pelo artigo 37, §3º, CF de edição de lei que regule
Hierárquico
formas de devolutivo irá continuar correndo.
Finalístico
- Conforme a origem
Súmula 429, STF. A existência de recurso administra-
Interno
tivo com efeito suspensivo não impede o uso do man-
Externo
dado de segurança contra omissão da autoridade.
Popular
- Quanto à atividade administrativa
Ressalta-se, complementando o teor da súmula, que
Legalidade
nada impede o uso simultâneo das esferas administrativa e
Mérito
- Quanto ao momento de exercício judicial, considerando que são independentes entre si. Aliás,
Preventivo apenas existem duas hipóteses em que o esgotamento dos
Concomitante recursos administrativos é imposto: trata-se de demanda
Corretivo perante a justiça desportiva, conforme o artigo 217, §1º,
CF; se ocorre contrariedade de súmula vinculante na via ad-
ministrativa e o administrado pretende invoca-la mediante
Controle exercido pela administração pública reclamação, conforme artigo 7º, §1º, Lei nº 11.417/2006. Em
todos os demais casos, tal exigência é proibida.
É o controle exercido pela Administração quanto Outra questão que merece ser abordada no campo
aos seus próprios atos. Ou seja, é o exercido pelo Poder dos recursos administrativos é a da reformatio in pejus,
Executivo, pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciá- ou seja, da reforma da decisão tomada pela administra-
rio quanto aos seus próprios atos, tanto no que tange à ção de modo a agravar a situação do administrado. De-
legalidade quanto em relação à conveniência. É sempre vido a previsão expressa na Lei nº 9.784/1999, a refor-
um controle interno, que deriva do poder-dever de au- matio in pejus em recurso administrativo modificando
totutela. a decisão recorrida é permitida, mas o recorrente deverá
Entre os meios de controle, destacam-se: ter oportunidade de manifestar-se antes dele ocorrer; já
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

- Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é em se tratando de reformatio in pejus em processo de


inerente ao poder hierárquico, ocorrendo o exer- revisão, há vedação. Quanto à possibilidade de gravame
cício dos órgãos superiores em relação aos infe- na primeira hipótese, a doutrina afirma que apenas é per-
riores; mitida a reformatio in pejus caso o ato inferior tenha sido
- Controle ou Supervisão Ministerial: aplicável nas en- praticado em desconformidade com a lei, considerados
tidades de administração indireta vinculadas a um critérios objetivos, sendo assim proibida a reformatio in
Ministério, não havendo subordinação; pejus caso seja feita apenas nova avaliação subjetiva.
- Recursos Administrativos: serve para provocar o ree- Último ponto que se coloca tange à coisa julgada
xame do ato administrativo pela própria Adminis- administrativa, que basicamente é uma “situação jurídi-
tração Pública. ca pela qual determinada decisão firmada pela Adminis-
- Direito de petição: é um direito fundamental con- tração não mais pode ser modificada na via administrati-
ferido a toda pessoa de defender seus direitos e va”36, embora o possa na via judicial; diferenciando-se da
noticiar ilegalidades e abusos (artigo 5º, XXXIV,
36 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-

36
coisa julgada jurisdicional, cujo caráter definitivo impede recursos extraordinário ou especial repetitivos, quan-
a rediscussão da matéria em qualquer via. do não esgotadas as instâncias ordinárias.
- Reclamação § 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso
Segundo Di Pietro37, “a reclamação administrativa é o interposto contra a decisão proferida pelo órgão recla-
ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor pú- mado não prejudica a reclamação.
blico, deduz uma pretensão perante a Administração Públi- Art. 989.  Ao despachar a reclamação, o relator:
ca, visando obter o reconhecimento de um direito ou a cor- I - requisitará informações da autoridade a quem for
reção de um erro que lhe cause lesão ou ameaça de lesão”. imputada a prática do ato impugnado, que as presta-
A primeira referência à reclamação no ordenamento rá no prazo de 10 (dez) dias;
está no Decreto nº 20.910/1932, que fixa o prazo de 1 II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou
ano para que ocorra a prescrição: do ato impugnado para evitar dano irreparável;
III - determinará a citação do beneficiário da decisão
Art. 5º Não tem efeito de suspender a prescrição a impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para
demora do titular do direito ou do crédito ou do seu apresentar a sua contestação.
representante em prestar os esclarecimentos que lhe Art. 990.  Qualquer interessado poderá impugnar o
forem reclamados ou o fato de não promover o anda- pedido do reclamante.
mento do feito judicial ou do processo administrativo Art. 991.  Na reclamação que não houver formulado,
durante os prazos respectivamente estabelecidos para o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cin-
extinção do seu direito à ação ou reclamação. co) dias, após o decurso do prazo para informações e
Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que para o oferecimento da contestação pelo beneficiário
não tiver prazo fixado em disposição de lei para ser do ato impugnado.
formulada, prescreve em um ano a contar da data do Art. 992.  Julgando procedente a reclamação, o tribu-
ato ou fato do qual a mesma se originar. nal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou
Entretanto, a reclamação se torna um instrumento determinará medida adequada à solução da contro-
mais usual com a fixação em lei da possibilidade de sua vérsia.
apresentação ao Supremo Tribunal Federal se o ato ad- Art. 993.  O presidente do tribunal determinará o ime-
ministrativo contrariar súmula vinculante. As hipóteses diato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão
de reclamação são ampliadas pelo Código de Processo posteriormente.
Civil de 2015: Logo, a reclamação é uma forma bastante diferen-
ciada de controle da administração porque é exercido
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou tipicamente por órgão externo sem superioridade hie-
do Ministério Público para: rárquica, notadamente, tribunal que componha o Poder
I - preservar a competência do tribunal; Judiciário. Por isso, autores como Carvalho Filho38 afir-
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; mam que se trata mais de controle jurisdicional do que
III – garantir a observância de enunciado de súmula de controle administrativo.
vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal
em controle concentrado de constitucionalidade; - Pedido de reconsideração e recurso hierárquico
IV – garantir a observância de acórdão proferido em próprio e impróprio
julgamento de incidente de resolução de demandas Todos são espécies do gênero direito de petição,
repetitivas ou de incidente de assunção de competên- que confere o direito fundamental de toda pessoa buscar
cia; perante a administração a alteração de um ato adminis-
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer trativo ou representar a prática de ato ilegal ou abusivo.
tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdi-
cional cuja competência se busca preservar ou cuja Art. 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen-
autoridade se pretenda garantir. dentemente do pagamento de taxas: a) o direito de
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova do- petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
cumental e dirigida ao presidente do tribunal. contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada de certidões em repartições públicas, para defesa de
e distribuída ao relator do processo principal, sempre
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

direitos e esclarecimento de situações de interesse


que possível. pessoal.
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a O direito de petição deve resultar em uma manifesta-
aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplica-
ção do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) uma
ção aos casos que a ela correspondam.
questão proposta, em um verdadeiro exercício contínuo
§ 5º É inadmissível a reclamação:
de delimitação dos direitos e obrigações que regulam
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão
a vida social e, desta maneira, quando “dificulta a apre-
reclamada;
ciação de um pedido que um cidadão quer apresentar”
II – proposta para garantir a observância de acórdão
(muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); “de-
de recurso extraordinário com repercussão geral re-
mora para responder aos pedidos formulados” (adminis-
conhecida ou de acórdão proferido em julgamento de
trativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe restri-
trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
37 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. 38 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
São Paulo: Atlas editora, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

37
ções e/ou condições para a formulação de petição”, traz - Representação e reclamação administrativas
a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e As representações e as reclamações administrativas
faz proliferar as desigualdades e as injustiças. são ambas formas de se exercer o direito de petição (art.
Dentro do espectro do direito de petição se insere, 5º, XXXIV, CF). Em sentido genérico são, ao lado dos re-
por exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de cursos hierárquicos e do pedido de representação, espé-
solicitar cópias reprográficas e certidões, bem como de cies de recursos administrativos, mas que se diferenciam
ofertar denúncias de irregularidades. Contudo, o consti- daqueles por serem autônomos e não incidentais.
tuinte, talvez na intenção de deixar clara a obrigação dos Assim, trata-se de exercício deste direito de forma
Poderes Públicos em fornecer certidões, trouxe a letra b) originária (recurso deflagrador), isto é, o ato administrati-
do inciso, o que gera confusões conceituais no sentido vo ilegal ou abusivo foi praticado e será denunciado pelo
do direito de obter certidões ser dissociado do direito administrado. Será a primeira vez que a estão será levada
de petição. à administração para a devida apreciação.
Nas hipóteses de pedido de reconsideração, recur-
so hierárquico próprio e recurso hierárquico impróprio Na representação é feita uma denúncia de irregula-
denota-se que o processo administrativo ainda está em ridade, ilegalidade ou abuso de poder perante a Admi-
curso, pois uma autoridade tomou uma decisão adminis- nistração, Tribunal de Contas ou outro órgão de controle,
trativa da qual se pretende recorrer (logo, trata-se de re- como o Ministério Público.
curso incidental). A diferença entre as três modalidades Na reclamação administrativa se dá uma oposição
está na autoridade que apreciará o pedido de alteração expressa a ato administrativo que ofenda direito ou inte-
da decisão administrativa. resse legítimo.
No pedido de reconsideração, será a própria auto-
ridade que praticou um ato, reconsiderando nestes mol- - Sistemas de controle jurisdicional da administra-
des a decisão que foi tomada. ção pública: contencioso administrativo e sistema da
No recurso hierárquico próprio, será a autoridade jurisdição una
hierarquicamente superior àquela que praticou o ato, Sistema administrativo é o regime que um Estado
tratando-se de clássico exercício do poder hierárquico adota para controlar os atos administrativos ilegais ou
inerente à estrutura escalonada da administração. Esta ilegítimos praticados pela Administração em seus di-
é a forma típica de se recorrer da decisão administrativa. versos níveis, podendo ser de duas espécies: francês,
No recurso hierárquico impróprio, será autoridade também conhecido como sistema do contencioso ad-
diversa, com competência especificada em lei, porém ministrativo; e inglês, também denominado sistema do
não hierarquicamente superior àquela que praticou o controle judicial, judiciário ou da jurisdição una.
ato. Na verdade, a reclamação administrativa perante o O sistema francês se caracteriza por excluir os atos
STF pode ser enquadrada nesta categoria. administrativos da apreciação judicial, sujeitando-os a
uma jurisdição especial do contencioso administrativo
- Prescrição administrativa que é composta por tribunais de caráter administrativo.
Significa perda de prazo para apresentar uma preten- Neste sistema, se evidencia a dualidade de jurisdição,
são perante a Administração. No caso, o administrado havendo a jurisdição comum composta pelos órgãos do
não perde o direito, o que ocorre na decadência, mas Poder Judiciário que resolve os litígios não abrangidos
sim a pretensão de postulá-lo. Pode ocorrer nos casos pelo contencioso administrativo e a jurisdição especial
de perda de prazo para recorrer de decisão tomada ou composta apenas por tribunais de natureza administrativa.
revisá-la (prescrição correndo contra o administrado e a Já o sistema inglês se caracteriza pela intervenção
favor da administração, convalidando seus atos), caso em do Poder Judiciário no controle dos atos administrativos.
que se segue a regra da prescrição quinquenal (5 anos) Deste modo, a jurisdição é una e apenas o Judiciário
prevista no artigo 1º do Decreto nº 20.910; ou na hipóte- possui competência para resolver todos os litígios, tan-
se de perda do prazo para o exercício do poder punitivo to os administrativos quanto os estritamente privados.
(prescrição correndo a favor do administrado e contra a As decisões do Judiciário, por sua vez, são protegidas
administração, que não mais poderá aplicar a punição), pela força da coisa julgada, que impede a rediscussão de
que é a típica prescrição administrativa, e de perda de matérias já decididas em juízo em seu mérito.
prazo para que seja adotada determinada providência
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

administrativa (prescrição correndo a favor do adminis- No Brasil adota-se o sistema inglês.


trado e contra a administração, que não mais poderá
anular seus próprios atos dos quais decorram efeitos be- - Advocacia pública administrativa
néficos aos administrados, salvo prova de má-fé). No âmbito federal, as atividades de advocacia pública
- Poder punitivo de polícia – 5 anos (Lei nº 9.873/1999); consultiva são prestadas pela Advocacia-Geral da União,
- Poder disciplinar funcional – no âmbito federal, 5 conforme artigo 3º da Lei Complementar nº 73/93. Ele irá
anos (infração grave), 2 anos (infração média) ou assessorar o chefe do Executivo federal em assuntos de
180 dias (infração leve), a contar do conhecimento natureza jurídica, elaborando pareceres e estudos, sendo
de sua prática (Lei nº 8.112/1990); tal vinculação de caráter exclusivo. Logo, a AGU presta
- Adoção de providência administrativa – 5 anos (Lei consultoria apenas para o Presidente da República. Os
nº 9.784/1999). Ministérios, Secretarias e Forças Armadas solicitam con-
sultoria para as Consultorias Jurídicas:

38
Art. 11. Às Consultorias Jurídicas, órgãos administrati- dizer, a ele é interditado o poder de reavaliar os crité-
vamente subordinados aos Ministros de Estado, ao Se- rios de conveniência e oportunidade dos atos, que são
cretário-Geral e aos demais titulares de Secretarias da privativos do administrador público”, sob pena de se violar
Presidência da República e ao Chefe do Estado-Maior a cláusula fundamental da separação dos Poderes39.
das Forças Armadas, compete, especialmente: Quanto ao momento em que o controle judicial de-
I - assessorar as autoridades indicadas no caput deste artigo; verá ocorrer, a regra impõe que seja feito de forma pos-
II - exercer a coordenação dos órgãos jurídicos dos res- terior, quando os atos administrativos já estão produzin-
pectivos órgãos autônomos e entidades vinculadas; do efeitos no mundo jurídico. Em situações excepcionais
III - fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos o controle pode ser prévio, por exemplo, quando a lei
tratados e dos demais atos normativos a ser unifor- autoriza a concessão de liminar diante de fumus boni iu-
memente seguida em suas áreas de atuação e coor- ris e periculum in mora.
denação quando não houver orientação normativa do Existem atos que se sujeitam a controle especial,
Advogado-Geral da União; são eles:
IV - elaborar estudos e preparar informações, por soli- a) Atos políticos: não são atos tipicamente adminis-
citação de autoridade indicada no caput deste artigo; trativos, mas verdadeiros atos de governo, ema-
V - assistir a autoridade assessorada no controle inter- nados da cúpula política do país, no exercício de
no da legalidade administrativa dos atos a serem por competências organizacionais-administrativas
ela praticados ou já efetivados, e daqueles oriundos de constitucionais. A peculiaridade é que o Judiciário
órgão ou entidade sob sua coordenação jurídica; não pode controlar os critérios governamentais
VI - examinar, prévia e conclusivamente, no âmbito que direcionam a edição de atos políticos. Contu-
do Ministério, Secretaria e Estado-Maior das Forças do, o controle de legalidade e o controle de cons-
Armadas: titucionalidade são possíveis.
a) os textos de edital de licitação, como os dos respec- b) Atos legislativos típicos: todos os atos que ema-
tivos contratos ou instrumentos congêneres, a serem nam do Poder Legislativo com caráter genérico,
publicados e celebrados; abstrato e geral são passíveis de controle. Entre-
b) os atos pelos quais se vá reconhecer a inexigibilida- tanto, se trata de controle de constitucionalidade,
de, ou decidir a dispensa, de licitação. que se sujeita a regras específicas. O sistema brasi-
leiro adota duas vias de realização de tal controle,
a via da exceção, com caráter difuso, exercida inci-
#FicaDica dentalmente sem ação específica; e a via da ação,
Controle administrativo é o controle que o com caráter concentrado, exercida por meio de
Executivo e os órgãos internos do Legislativo ações específicas – ação direta de inconstituciona-
e do Judiciário exercem sobre suas próprias lidade, ação direta de constitucionalidade, argui-
atividades, buscando mantê-las conforme a lei. ção de descumprimento de preceito fundamental.
Se exerce por: c) Atos interna corporis: são os atos praticados den-
Fiscalização hierárquica – Dos órgãos supe- tro da competência interna e exclusiva dos diversos
riores em relação aos inferiores, corrigindo as órgãos do Legislativo e do Judiciário; por exemplo,
atividades dos agentes; as competências de elaboração de regimentos in-
Recursos administrativos – Meios que permi- ternos. Como os atos são internos e exclusivos, não
tem que os administrados provoquem o ree- é possível fazer o controle sobre as razões que le-
xame de decisões internas. varam à elaboração. Contudo, o controle de vícios
de ilegalidade e de inconstitucionalidade é plena-
mente válido.
Controle judicial
Conforme prevê o próprio artigo 5º, XXXV, CF, “a lei
O controle judicial é exercido pelo Judiciário sobre não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, ameaça a direito”. Logo, toda ofensa ou ameaça de ofen-
pelo Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciá- sa a direitos dos administrados é passível de controle
rio, quando realiza atividades administrativas. Por ele, é judicial. Ciente disso, o legislador cria inúmeros meca-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

possível se decretar a anulação de um ato. Não cabe a nismos específicos para que tal controle seja realizado,
revogação, porque significaria análise de mérito, que o como mandado de segurança, ação popular, ação civil
Judiciário não pode fazer. pública, mandado de injunção, habeas data, habeas cor-
“O controle judicial sobre atos da Administração é pus e as próprias ações do controle de constitucionali-
exclusivamente de legalidade. Significa dizer que o Ju- dade. Entretanto, não se trata de rol taxativo de formas
diciário tem o poder de confrontar qualquer ato adminis- pelas quais é possível exercer tais pretensões contra a
trativo com a lei ou com a Constituição e verificar se há Administração, porque em tese é possível utilizar qual-
ou não compatibilidade normativa. Se o ato for contrário quer tipo de ação judicial que venha a socorrer adequa-
à lei ou à Constituição, o Judiciário declarará a sua inva- damente à inibição de violação ou ameaça a direito pela
lidação de modo a não permitir que continue produzindo Administração. Sobre os meios específicos, aponta-se:
efeitos ilícitos. [...] O que é vedado ao Judiciário, como cor-
rentemente têm decidido os Tribunais, é apreciar o que
39 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
se denomina normalmente de mérito administrativo, vale
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

39
a) Ação popular (artigo 5º, LXXIII, CF): é instrumento e) Mandado de segurança individual (artigo 5º,
de exercício direto da democracia, permitindo ao ci- LXIX, CF): Trata-se de remédio constitucional com
dadão que busque a proteção da coisa pública, ou natureza subsidiária pelo qual se busca a invalida-
seja, que vise assegurar a preservação dos interes- ção de atos de autoridade ou a suspensão dos efei-
ses transindividuais. Trata-se de ação constitucional, tos da omissão administrativa, geradores de lesão a
que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou direito líquido e certo, por ilegalidade ou abuso de
de entidade de que o Estado participe, à moralidade poder. São protegidos todos os direitos líquidos e
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio certos à exceção da proteção de direitos humanos à
histórico e cultural. O legitimado ativo deve ser ci- liberdade de locomoção e ao acesso ou retificação
dadão, ou seja, aquele nacional que esteja no pleno de informações relativas à pessoa do impetrante,
gozo dos direitos políticos. O legitimado passivo é constantes de registros ou bancos de dados de en-
o ente da Administração Pública, direta ou indire- tidades governamentais ou de caráter público, am-
ta, ou então a pessoa jurídica que de algum modo bos sujeitos a instrumentos específicos. A natureza
lide com a coisa pública. A regulação está na Lei nº é de ação constitucional de natureza civil, indepen-
4.717/65. dente da natureza do ato impugnado (administra-
b) Ação civil pública (artigo 129, III, CF): Busca prote- tivo, jurisdicional, eleitoral, criminal, trabalhista).
ger o patrimônio público e social, o meio ambiente Pode ser preventivo, quando se estiver na iminência
e outros direitos difusos e coletivos. A legitimidade de violação a direito líquido e certo, ou reparatório,
ativa é do Ministério Público, da Defensoria Pública, quando já consumado o abuso/ilegalidade. Funda-
das pessoas jurídicas da administração direta e in- menta-se na existência de direito líquido e certo,
direta e de associação constituída há pelo menos 1 que é aquele que pode ser demonstrado de plano
ano em área de pertinência temática. A legitimidade mediante prova pré-constituída, sem a necessidade
passiva é de qualquer pessoa, física ou jurídica, que de dilação probatória, isto devido à natureza célere
tenha cometido dano ou tenha colocado sob amea- e sumária do procedimento. A legitimidade ativa é
ça o patrimônio público e social, o meio ambiente e a mais ampla possível, abrangendo não só a pessoa
outros direitos difusos e coletivos. A regulação está física como a jurídica, nacional ou estrangeira, re-
na Lei nº 7.437/85. sidente ou não no Brasil, bem como órgãos públi-
c) Habeas corpus (artigo 5º, LXXVII, CF): ação que ser- cos despersonalizados e universalidades/pessoas
ve para proteger a liberdade de locomoção. Apenas formais reconhecidas por lei. Legitimado passivo
serve à lesão ou ameaça de lesão ao direito de ir e é a autoridade coatora deve ser autoridade pú-
vir. Trata-se de ação constitucional de cunho pre- blica ou agente de pessoa jurídica no exercício de
dominantemente penal, pois protege o direito de ir atribuições do Poder Público. Neste viés, o art. 6º,
e vir e vai contra a restrição arbitrária da liberdade. §3º, Lei nº 12.016/09, preceitua que “considera-se
Pode ser preventivo, para os casos de ameaça de autoridade coatora aquela que tenha praticado o
violação ao direito de ir e vir, conferindo-se um “sal-
ato impugnado ou da qual emane a ordem para a
vo conduto”, ou repressivo, para quando ameaça já
sua prática”. Encontra-se regulamentada pela Lei nº
tiver se materializado. Legitimado ativo é qualquer
12.016, de 07 de agosto de 2009.
pessoa pode manejá-lo, em próprio nome ou de
f) Mandado de segurança coletivo (artigo 5º, LXX,
terceiro, bem como o Ministério Público (artigo 654,
CF): Visa a preservação ou reparação de direito lí-
CPP). Impetrante é o que ingressa com a ação e pa-
quido e certo relacionado a interesses transindivi-
ciente é aquele que está sendo vítima da restrição à
duais (individuais homogêneos ou coletivos), e de-
liberdade de locomoção. As duas figuras podem se
concentrar numa mesma pessoa. Legitimado passi- vido à questão da legitimidade ativa, pertencente
vo é pessoa física, agente público ou privado. Está a partidos políticos e determinadas associações.
regulamentado nos artigos 647 a 667 do Código de Trata-se de ação constitucional de natureza civil, in-
Processo Penal. dependente da natureza do ato, de caráter coletivo.
d) Habeas data (artigo 5º, LXXII, CF): serve para pro- A legitimidade ativa é de partido político com re-
teção do acesso a informações pessoais constantes presentação no Congresso Nacional, bem como de
de registros ou bancos de dados de entidades go- organização sindical, entidade de classe ou asso-
vernamentais ou de caráter público, para o conhe- ciação legalmente constituída e em funcionamento
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

cimento ou retificação (correção). Trata-se de ação há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos
constitucional que tutela o acesso a informações líquidos e certos que atinjam diretamente seus in-
pessoais. Legitimado ativo é pessoa física, brasilei- teresses ou de seus membros. Encontra-se regula-
ra ou estrangeira, ou por pessoa jurídica, de direito mentado pelo artigo 22 da Lei nº 12.016/09, que
público ou privado, tratando-se de ação persona- regulamenta o mandado de segurança individual.
líssima – os dados devem ser a respeito da pessoa g) Mandado de injunção (artigo 5º, LXXI, CF): os dois
que a propõe. Legitimados passivos são entidades requisitos constitucionais para que seja proposto
governamentais da Administração Pública Direta e o mandado de injunção são a existência de norma
Indireta nas três esferas, bem como instituições, ór- constitucional de eficácia limitada que prescreva
gãos, entidades e pessoas jurídicas privadas presta- direitos, liberdades constitucionais e prerrogativas
dores de serviços de interesse público que possuam inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
dados relativos à pessoa do impetrante. Está regu- dania; além da falta de norma regulamentadores,
lado pela Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997. impossibilitando o exercício dos direitos, liberda-

40
des e prerrogativas em questão. Assim, visa curar Quanto às áreas fiscalizadas, enquadram-se: contábil,
o hábito que se incutiu no legislador brasileiro de financeira, orçamentária, operacional e patrimonial no
não regulamentar as normas de eficácia limitada que se refere a legalidade, legitimidade, economicidade,
para que elas não sejam aplicáveis. Trata-se de subvenções e renúncia de receitas.
ação constitucional que objetiva a regulamenta-
ção de normas constitucionais de eficácia limita- - Tribunal de Contas da União
da. Legitimado ativo é qualquer pessoa, nacional O Tribunal de Contas da União é órgão integrante
ou estrangeira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, do Congresso Nacional que tem a função de auxiliá-lo
que titularize direito fundamental não materializá- no controle financeiro externo da Administração Públi-
vel por omissão legislativa do Poder público, bem ca. No âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que
como o Ministério Público na defesa de seus inte- couber, aos respectivos Tribunais e Conselhos de Con-
resses institucionais. Não se aceita a legitimidade tas, as normas sobre fiscalização contábil, financeira e
ativa de pessoas jurídicas de direito público. Regu- orçamentária.
lamentado pela Lei nº 13.300/2016. As atribuições de controle do Tribunal de Contas da
União encontram-se descritas no artigo 71 da Constitui-
ção, envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso
#FicaDica Nacional no controle externo (tanto é assim que o Tribu-
Controle judiciário é o controle exercido pe- nal não susta diretamente os atos ilegais, mas solicita ao
los órgãos do Poder Judiciário sobre os atos Congresso Nacional que o faça):
administrativos dos Três Poderes (inclusive do Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congres-
próprio Judiciário) no que tange a atividades so Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
administrativas. de Contas da União, ao qual compete:
Verifica-se a legalidade e a legitimidade do ato I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Pre-
impugnado. sidente da República, mediante parecer prévio que de-
Abrange ações específicas constitucionalmen- verá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
te previstas, denominadas remédios constitu- recebimento;
cionais. II - julgar as contas dos administradores e demais res-
ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações
Controle legislativo e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Públi-
co federal, e as contas daqueles que derem causa a
Controle parlamentar ou legislativo é a prerrogativa perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar a Administra- prejuízo ao erário público;
ção Pública sob os critérios político e financeiro. Deve
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
se ater às hipóteses previstas na Constituição. Pode ser
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na ad-
exercido quanto ao Executivo e ao Judiciário.
ministração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas
Entre os meios de controle, destacam-se:
as nomeações para cargo de provimento em comis-
- Controle Político: tem por base a possibilidade de
são, bem como a das concessões de aposentadorias,
fiscalização sobre atos ligados à função adminis-
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias pos-
trativa e organizacional. Conforme artigo 49, X, CF,
compete exclusivamente ao Congresso Nacional teriores que não alterem o fundamento legal do ato
“fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qual- concessório;
quer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos
incluídos os da administração indireta”. Do poder Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica
genérico de controle podem ser depreendidos ou- ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza
tros poderes, como o poder convocatório, que contábil, financeira, orçamentária, operacional e pa-
permite à Câmara ou Senado convocar Ministro trimonial, nas unidades administrativas dos Poderes
de Estado ou autoridade relacionada ao Presidente Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
(artigo 50, CF); o poder de sustação, que permite referidas no inciso II;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ao Congresso Nacional “sustar os atos normativos V - fiscalizar as contas nacionais das empresas suprana-
do Poder Executivo que exorbitem do poder regu- cionais de cujo capital social a União participe, de forma
lamentar ou dos limites de delegação legislativa” direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
(artigo 49, V, CF); e o controle das Comissões Par- VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas-
lamentares de Inquérito – CPI (artigo 58, §3º, CF). sados pela União mediante convênio, acordo, ajuste
- Controle Financeiro: a fiscalização contábil, finan- ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Dis-
ceira, orçamentária, operacional e patrimonial da trito Federal ou a Município;
União e das entidades da administração direta e VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, econo- Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qual-
micidade, aplicação das subvenções e renúncia de quer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, contábil, financeira, orçamentária, operacional e pa-
mediante controle externo, e pelo sistema de con- trimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
trole interno de cada Poder. realizadas;

41
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalida-
de de despesa ou irregularidade de contas, as san- #FicaDica
ções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras Controle legislativo é aquele exercido pelo
cominações, multa proporcional ao dano causado ao Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de
erário; Contas, com relação às atividades administra-
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote tivas do Executivo e do Judiciário.
as providências necessárias ao exato cumprimento da Classifica-se em controle político ou financei-
lei, se verificada ilegalidade; ro.
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impug-
nado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputa-
dos e ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregula- RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ;
ridades ou abusos apurados. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado DIREITO BRASILEIRO ; RESPONSABILIDADE
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de POR ATO COMISSIVO DO ESTADO.; RES-
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. PONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTA-
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no DO ; REQUISITOS PARA A DEMONSTRAÇÃO
prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previs- DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO ;
tas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação RESPONSABILIDADE DO ESTADO.
de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Responsabilidade Civil do Estado

- Controle da atividade financeira do Estado A responsabilidade civil do Estado acompanha o ra-


O controle financeiro é uma das espécies de controle ciocínio de que a principal consequência da prática de
parlamentar ou legislativo, ao lado do controle político. um ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de
No controle financeiro o objeto se relaciona às recei- reparar o dano, mediante o pagamento de indenização
tas, às despesas e à gestão dos recursos públicos, enfim, que se refere às perdas e danos. Afinal, quem pratica um
toda matéria que abranja finanças públicas. ato ou incorre em omissão que gere dano deve suportar
Quanto às formas de controle, pode se dar em con- as consequências jurídicas decorrentes, restaurando-se o
trole interno, sendo que cada Poder possui órgãos in- equilíbrio social. Todos os cidadãos se sujeitam às regras
ternos destinados à verificação dos recursos do erário; da responsabilidade civil, tanto podendo buscar o res-
ou em controle externo, sendo o tipo de controle no sarcimento do dano que sofreu quanto respondendo por
âmbito federal feito pelo Congresso Nacional e pelo Tri- aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado
bunal de Contas da União. tem o dever de indenizar os membros da sociedade pe-
As áreas fiscalizadas são: contábil (registro de receitas los danos que seus agentes causem durante a prestação
e despesas), financeira (depósitos bancários, empenhos, do serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma
pagamentos e recebimento de valores), orçamentário violação aos direitos humanos reconhecidos.
(orçamento e fiscalização dos registros), operacional
(atividades administrativas em geral) e patrimonial (bens Histórico
públicos).
“Na metade do século XIX, a ideia que prevaleceu
Em relação à natureza do controle, cabe fixar: no mundo ocidental era a de que o Estado não tinha
a) Quanto à legalidade: verificação do cumprimento qualquer responsabilidade pelos atos praticados por
da lei; seus agentes. A solução era muito rigorosa para com os
b) Quanto à legitimidade: trata-se de controle exter- particulares em geral, mas obedecia às reais condições
no de mérito, consistente em verificação ao respei- políticas da época. O denominado Estado Liberal tinha li-
to aos princípios jurídicos da boa administração; mitada atuação, raramente intervindo nas relações entre
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

c) Quanto à economicidade: verificação do custo- particulares, de modo que a doutrina de sua irresponsa-
-benefício dos gastos da administração; bilidade constituía mero corolário da figuração política
d) Quanto à aplicação de subvenções: verificação de afastamento e da equivocada isenção que o Poder
sobre a correta destinação das verbas previstas no Público assumia àquela época. A ideia anterior, da intan-
orçamento; gibilidade do Estado, decorria da irresponsabilidade do
e) Quanto à renúncia de receitas: verificação da valida- monarca, traduzida nos postulados ‘the king can do no
de da postura de renúncia a receitas que o governo wrong’ e ‘le roi ne peut mal faire’”40.
deveria receber, devendo sempre ser justificada.

40 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-


trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

42
concomitante do Código Civil (artigos 186, 187 e 927)
#FicaDica com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
- Teoria da irresponsabilidade – O rei não É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola
pode fazer nada errado – Estados não podem os direitos, porque o Estado é uma ficção formada por
ser responsabilizados. um grupo de pessoas que desempenham as atividades
- Teorias civilistas – Uma delas era a teoria da cul- estatais diversas. Assim, viola direitos o agente que o re-
pa comum do Estado, que equiparava o Estado presenta, fazendo com que o próprio Estado seja respon-
a um indivíduo qualquer, logo, deveria ser anali- sabilizado por isso civilmente, pagando pela indenização
sado na conduta do Estado ação/omissão, nexo (reparação dos danos materiais e morais). Sem prejuízo,
causal e dano; outra delas é a teoria da respon- com relação a eles, caberá ação de regresso se agiram
sabilidade subjetiva do agente público, pela qual com dolo ou culpa.
apenas o agente público deveria responder pelo Genericamente, os elementos da responsabilidade ci-
dano causado por sua ação/omissão com dolo vil se encontram no art. 186 do Código Civil:
ou culpa, mas o Estado ficaria isento. Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo-
- Teoria da culpa administrativa – É a primeira luntária, negligência ou imprudência, violar direito e
teoria a reconhecer a responsabilidade do Es- causar dano a outrem, ainda que exclusivamente mo-
tado de indenizar, ultrapassada a concepção ral, comete ato ilícito.
de culpa do agente público. O Estado seria
responsabilizado desde que demonstrada a Este é o artigo central do instituto da responsabili-
falta do serviço e o dano gerado por esta falta. dade civil, que tem como elementos: ação ou omissão
- Teoria do risco administrativo – É a mais voluntária (agir como não se deve ou deixar de agir como
atual e adotada no ordenamento brasileiro. O se deve), culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de
Estado tem obrigação de indenizar indepen- cometer uma violação de direito e culpa é a falta de di-
dentemente da falta do serviço ou da culpa ligência), nexo causal (relação de causa e efeito entre a
do agente público. ação/omissão e o dano causado) e dano (dano é o pre-
juízo sofrido pelo agente, que pode ser individual ou co-
letivo, moral ou material, econômico e não econômico).
Responsabilidade civil do Estado no direito
Conforme o caso, a culpa será ou não considerada
brasileiro
necessária para reparar o dano. Pela teoria clássica, a cul-
pa é fundamento da responsabilidade, tanto que a teoria
O instituto da responsabilidade civil é parte inte-
é conhecida como teoria da culpa ou subjetiva, pela qual
grante do direito obrigacional, uma vez que a principal
não havendo culpa, não há responsabilidade.
consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação
que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o
A lei impõe, no entanto, a certas pessoas, em deter-
pagamento de indenização que se refere às perdas e da- minadas situações, a reparação de um dano cometido
nos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre em omissão sem culpa. Sempre que isso acontece, entende-se que
que gere dano deve suportar as consequências jurídicas a responsabilidade é legal ou objetiva, não dependendo
decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.41 de culpa, bastando o dano e o nexo de causalidade (a
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, culpa pode ou não existir, mas nem é avaliada).
podendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até Na responsabilidade subjetiva, provar a culpa é pres-
os limites da herança, embora existam reflexos na ação suposto do dano indenizável; enquanto que na respon-
que apure a responsabilidade civil conforme o resultado sabilidade objetiva o elemento culpa é excluído (restam
na esfera penal (por exemplo, uma absolvição por nega- apenas ação ou omissão, dano e nexo causal), sendo
tiva de autoria impede a condenação na esfera cível, ao substituído pelo risco.
passo que uma absolvição por falta de provas não o faz). Mesmo na responsabilidade objetiva, não se pode
A responsabilidade civil do Estado acompanha o ra- responsabilizar quem não tenha dado causa ao evento,
ciocínio de que a principal consequência da prática de um sendo imprescindível a demonstração do nexo causal.
ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de repa- Teorias da responsabilidade objetiva surgem por se
rar o dano, mediante o pagamento de indenização que se
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

entender que a culpa é insuficiente para regular todas as


refere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam situações de responsabilidade civil. A responsabilidade
às regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar objetiva não substitui a responsabilidade subjetiva, mas
o ressarcimento do dano que sofreu quanto responden- fica circunscrita aos seus próprios limites, notadamente,
do por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Es- quando a atividade – por sua natureza – representar risco
tado tem o dever de indenizar os membros da sociedade para os direitos de outrem.
pelos danos que seus agentes causem durante a presta- Logo, uma das teorias que justificam a responsabili-
ção do serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma dade objetiva é a teoria do risco, pela qual toda pessoa
violação aos direitos humanos reconhecidos. Trata-se de que exerce alguma atividade cria um risco de dano para
responsabilidade extracontratual porque não depende terceiros e deve repará-lo caso ocorra (desloca-se a no-
de ajuste prévio, basta a caracterização de elementos ção de culpa para a noção de risco).
genéricos pré-determinados, que perpassam pela leitura
41 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.

43
O Código Civil brasileiro filia-se à teoria subjetiva: São casos nos quais se reconheceu a responsabilida-
Art. 186, CC. Aquele, que por ação ou omissão volun- de omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
tária, negligência ou imprudência, violar direito e cau- municipal, buracos não sinalizados na via pública, ten-
sar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, tativa de assalto a um usuário do metrô resultando em
comete ato ilícito”. Coloca-se no artigo a culpa lato morte, danos provocados por enchentes e escoamento
sensu (sentido amplo), que envolve tanto o dolo quan- de águas pluviais quando o Estado sabia da problemática
do a culpa stricto sensu (sentido estrito, de negligên- e não tomou providência para evitá-las, morte de deten-
cia, imprudência ou imperícia). to em prisão, incêndio em casa de shows fiscalizada com
negligência, etc.
Entretanto, em diversos dispositivos esparsos e legis-
lações específicas estabelecem casos em que não se apli- Requisitos para a demonstração da responsabili-
cará a responsabilidade subjetiva, mas a objetiva: dade do Estado
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, es-
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, pecial e anormal. Certo é o dano real, existente.
independentemente de culpa, nos casos especificados Especial é o dano específico, individualizado, que
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvol- atinge determinada ou determinadas pessoas.
vida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, Anormal é o dano que ultrapassa os problemas
risco para os direitos de outrem. comuns da vida em sociedade (por exemplo, infeliz-
mente os assaltos são comuns e o Estado não res-
ponde por todo assalto que ocorra, a não ser que na
#FicaDica circunstância específica possuía o dever de impedir
O ordenamento jurídico brasileiro adota a te- o assalto, como no caso de uma viatura presente no
oria do risco administrativo, a qual reconhece local - muito embora o direito à segurança pessoal
a obrigação de reparar o dano independen- seja um direito humano reconhecido).
temente da falta do serviço ou da culpa do 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe
agente público. Basicamente, a teoria do risco dentro da administração pública, tenha ingressado
administrativo reconhece a existência de res- ou não por concurso, possua cargo, emprego ou
ponsabilidade civil objetiva do Estado. função. Envolve os agentes políticos, os servido-
res públicos em geral (funcionários, empregados
ou temporários) e os particulares em colaboração
Responsabilidade por ato comissivo do Estado; (por exemplo, jurado ou mesário).
Responsabilidade por omissão do Estado 3) Dano causado quando o agente estava agindo
nesta qualidade - é preciso que o agente esteja
No caso da responsabilidade civil do Estado, o cons- lançando mão das prerrogativas do cargo, não
tituinte viu por bem adotar como regra geral a teoria da agindo como um particular.
responsabilidade objetiva:
Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito pú- Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
blico e as de direito privado prestadoras de serviços mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atin-
públicos responderão pelos danos que seus agentes, gida. Assim, não é qualquer caminho que permite a res-
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o ponsabilização civil do Estado, mas somente aquele que
direito de regresso contra o responsável nos casos de é causado por um agente público no exercício de suas
dolo ou culpa. funções e que exceda as expectativas do lesado quanto
Logo, para que se caracterize a responsabilidade à atuação do Estado.
do Estado basta a comprovação dos elementos ação,
nexo causal e dano, como regra geral. Contudo, toma-
das as exigências de características dos danos acima co- #FicaDica
lacionadas, notadamente a anormalidade, considera-se Tomada a teoria da responsabilidade objetiva,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

que para o Estado ser responsabilizado por um dano, que exige ação, nexo causal e dano, pode-se
ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não dizer que são requisitos da responsabilidade
cabe exigir do Estado uma excepcional vigilância da so- do Estado:
ciedade e a plena cobertura de todas as fatalidades que Fato do serviço – A ação foi praticada por um
possam acontecer em território nacional. agente público;
Diante de tal premissa, entende-se que a responsabi- Nexo de causalidade – Entre o fato do serviço
lidade civil do Estado será objetiva apenas no caso de e o dano;
ações, mas subjetiva no caso de omissões. Em outras Dano – Causado pelo agente público no exer-
palavras, verifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas cício da função.
condições de não ter se omitido, isto é, ter deixado de
agir quando tinha plenas condições de fazê-lo, acarre-
tando em prejuízo dentro de sua previsibilidade.

44
Causas excludentes e atenuantes da responsabili- direito moderno, o dever de reparação se consolida pela
dade do Estado obrigação de indenizar (tanto pelo dano material quanto
Não é sempre que o Estado será responsabilizado. pelo dano moral).
Há excludentes da responsabilidade estatal, aprofun- Por um só fato pode caber dano patrimonial e dano
dadas abaixo, notadamente: a) caso fortuito (fato de ter- moral, se esta lesão gerar os 2 tipos de consequências –
ceiro) ou força maior (fato da natureza) fora dos alcances súmula 37, STJ – pelo dano patrimonial busca-se a inde-
da previsibilidade do dano; b) culpa exclusiva da vítima. nização (eliminar o dano) ou ressarcimento (pagamento
Todas estas excludentes geram a exclusão do ele- da coisa), o que coloca a vítima na situação financeira que
mento nexo causal, que é o liame subjetivo entre a ação/ tinha antes do dano (retorno ao status quo ante); pelo
omissão e o dano, não do elemento culpa, que envolve o dano extrapatrimonial, como não há preço que repare a
aspecto volitivo da ação/omissão. Afinal, em regra, a res- ofensa à dignidade, o que se busca é uma compensação
ponsabilidade civil do Estado é objetiva, de modo que a ou satisfação (compensa-se pois o valor é uma resposta
ausência de culpa ainda caracteriza a responsabilidade. do Judiciário no sentido de que a ofensa não ficará im-
Logo, caso se esteja diante de uma hipótese de responsa- pune; satisfação é a postura do Estado de responder pela
bilidade civil do Estado subjetiva por omissão, também a ofensa à dignidade). A palavra adequada para designar
ausência de culpa excluirá o dever de indenizar. ambos é REPARAÇÃO (vide caput do artigo 948, que fala
em outras reparações, trazendo lucro cessante e dano
a) Fortuito emergente nos incisos).
Hoje, fortuito e força maior são sinônimos. Trata-se O artigo 5º, X, CF constitucionalizou como direito fun-
de fato externo à conduta do agente de natureza inevi- damental a reparação do dano moral. Hoje, não há dú-
tável (externabilidade + inevitabilidade), conforme artigo vida de que cabe ação pleiteando exclusivamente dano
393, parágrafo único, CC. Imprevisibilidade não é atribu- moral – é o dano moral puro, presente na expressão “ain-
to de caso fortuito (ex.: terremoto no Japão é previsível, da que exclusivamente moral” do artigo 186, CC.
mas é externo e inevitável, logo, o caso é fortuito).
Fortuito interno é diferente de fortuito externo. For- Direito de regresso
tuito interno se relaciona com a atividade ordinária do
causador do dano – há responsabilidade, por exemplo, Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
falha dos freios gerando acidente de ônibus. O fortuito
externo não é introduzido pelo agente, por exemplo, as- Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito pú-
salto, infarto, chuva forte. No fortuito interno o risco é de blico e as de direito privado prestadoras de serviços
dentro pra fora, no fortuito externo é de fora pra dentro. públicos responderão pelos danos que seus agentes,
Apenas no primeiro há dever de indenizar, isto é, mostra- nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
-se necessário o vínculo com a atividade. direito de regresso contra o responsável nos casos de
Ex.: Para o STF, o banco tem o dever de dar segurança, dolo ou culpa.
tudo o que ocorre nele é fortuito interno. Inclusive, o STJ Este artigo deixa clara a formação de uma relação ju-
diz que fazem parte do risco da instituição financeira os rídica autônoma entre o Estado e o agente público que
golpes que possa sofrer, por exemplo, subtração fraudu- causou o dano no desempenho de suas funções. Nesta
lenta dos cofres em sua guarda (Informativo nº 468, STJ). relação, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja,
caberá ao Estado provar a culpa do agente pelo dano
b) Fato exclusivo da vítima causado, ao qual foi anteriormente condenado a reparar.
Quem provocou o dano foi a própria vítima. Direito de regresso é justamente o direito de acionar o
Fato concorrente – Fenômeno da causalidade múltipla causador direto do dano para obter de volta aquilo que
ou autoria plural – 2 condutas concorrentes para produzir pagou à vítima, considerada a existência de uma relação
um único dano. Somente reduz o montante de danos. obrigacional que se forma entre a vítima e a instituição
que o agente compõe.
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen-
c) Fato de terceiro
te causar aos membros da sociedade, mas se este agente
São casos em que a causa necessária para o dano não
agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que
foi nem o comportamento do agente e nem o da vítima.
foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O agente, na contestação, fará nomeação à autoria – ge-


condutas incompatíveis com o comportamento ético
rando exclusão, não o futuro regresso da denunciação
dele esperado.42
da lide.
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro-
Terceiro não identificado – o agente não se responsa-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado
biliza, pois não teve um comportamento – act of God (do
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabili-
inglês, ato de Deus) – fortuito externo. dade civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou
omissão com culpa do servidor que gere dano ao erário
Reparação do dano (Administração) ou a terceiro (administrado), o servidor
terá o dever de indenizar. Não obstante, agentes públi-
Não é de hoje que o Direito é pacífico ao afirmar o cos que pratiquem atos violadores de direitos humanos
fato de que a prática de um ato ilícito gera um dever se sujeitam à responsabilidade penal e à responsabi-
de reparação. Há muito, o dever de reparação se dava
42 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
pela causação de dano igual ao ofensor; nos ditames do
Método, 2011.

45
lidade administrativa, todas autônomas uma com re- constituem ônus generalizados impostos a toda coletivi-
lação à outra e à já mencionada responsabilidade civil. dade. Nesse particular, o que já se viu foi a declaração de
Neste sentido, o artigo 125 da Lei nº 8.112/90: responsabilidade patrimonial do Estado por ato baseado
em lei declarada, posteriormente, como inconstitucional.
Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais Assim, a edição de lei inconstitucional pode obrigar o Es-
e administrativas poderão cumular-se, sendo indepen- tado a reparar os prejuízos dela decorrentes. Fora dessa
dentes entre si. hipótese, o que se tem é a não-obrigação de indenizar.
Com efeito, no caso da responsabilidade civil, o Es- A sentença não pode propiciar qualquer ressarcimen-
tado é diretamente acionado e responde pelos atos de to por eventuais danos que possa acarretar às partes ou
seus servidores que violem direitos, cabendo eventual- a terceiros. Devem ser ressalvadas as hipóteses de con-
mente ação de regresso contra ele. Contudo, nos casos denações pessoais injustas, cuja absolvição é obtida em
da responsabilidade penal e da responsabilidade admi- revisão criminal (CF, art. 5º, LXXV). Observe-se, que nos
nistrativa aciona-se o agente público que praticou o ato. casos em que o Juiz, a exemplo do que prevê o art. 133
Destaca-se a independência entre as esferas civil, penal do Código de Processo Civil, responde, pessoalmente,
e administrativa no que tange à responsabilização do por dolo, fraude, recusa, omissão ou retardamento injus-
agente público que cometa ato ilícito. tificado de atos ou providências de seu ofício, não se tem
responsabilidade patrimonial do Estado. A responsabili-
dade é do Juiz, não se transmitindo ao Estado”43.
#FicaDica
O fato de o agente público ter agido com
culpa apenas é relevante para os fins de re-
gresso, ou seja, o Estado poderá retomar do EXERCÍCIOS COMENTADOS
agente o valor da indenização se ele agiu
com culpa ou dolo. Se o agente não tiver agi- 1. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO (ÁREA JUDICIÁRIA)
do com dolo ou culpa, ainda assim o Estado – FGV – 2018) Miro, quando passava na calçada lateral
terá que indenizar (devido à adoção da teo- do edifício da Câmara de Vereadores do Município de
ria do risco administrativo para fins de res- São Paulo, é atingido por parte da janela que caiu do
ponsabilidade objetiva do Estado), mas não Gabinete da Presidência da Casa Legislativa. Nessa hi-
terá direito de regresso. pótese, a pessoa jurídica que responderá por eventual
indenização será:

Responsabilidade primária e subsidiária a) a Câmara de Vereadores;


b) a Casa Legislativa;
O Estado responde diretamente pelos danos causa- c) a Prefeitura;
dos por seus agentes públicos, ou seja, por aqueles que d) o Município;
estão vinculados a qualquer dos órgãos da administra- e) a Presidência da Câmara de Vereadores.
ção direta ou indireta: trata-se de responsabilidade pri-
mária, embora exista o direito de regresso. Resposta; Letra D.
Contudo, existem situações em que o Estado apenas Em “a”, “b”, “c” e “e”, nenhum dos órgãos enumera-
irá responder se o verdadeiro responsável pelo dano não dos possui personalidade jurídica (artigo 41, CC). Ain-
puder repará-lo, por exemplo, no caso de suas conces- da, nos moldes da súmula nº 525, STJ: “a Câmara de
sionárias e delegatárias de serviços públicos. No caso, Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
tem-se responsabilidade subsidiária. personalidade judiciária, somente podendo demandar
em juízo para defender os seus direitos institucionais”.
Responsabilidade do Estado por atos legislativos Em “d”, conforme o artigo 41, III, CC: “são pessoas jurí-
e judiciais dicas de direito público interno: [...] III - os Municípios;
[...]”. Ainda, prevê o artigo 43, CC, “as pessoas jurídicas
“Por atos (permissão, licença) ou fatos (atos materiais, de direito público interno são civilmente responsáveis
a exemplo da construção de obras públicas) administra- por atos dos seus agentes que nessa qualidade cau-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tivos que causem danos a terceiros a regra é a respon- sem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
sabilidade civil do Estado, mas por atos legislativos (leis) contra os causadores do dano, se houver, por parte
e judiciais (sentenças) a regra é a irresponsabilidade. Em destes, culpa ou dolo”. No mesmo sentido, o artigo
princípio, o Estado não responde por prejuízos decorren- 37, § 6o, CF: “As pessoas jurídicas de direito público
tes de sentença ou de lei, salvo se expressamente impos- e as de direito privado prestadoras de serviços públi-
ta tal obrigação por lei ou oriunda de culpa manifesta no cos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
desempenho das funções de julgar e legislar. qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
A lei e a sentença, atos típicos, respectivamente, do de regresso contra o responsável nos casos de dolo
Poder Legislativo e do Poder Judiciário, dificilmente po- ou culpa”. Não cabe a responsabilização direta dos
derão causar dano reparável (certo, especial, anormal, órgãos da administração, a qual recai sobre a pessoa
referente a uma situação protegida pelo Direito e de va- jurídica, no caso, o Município.
lor economicamente apreciável). Com efeito, a lei age de
43 http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/903/Responsabili-
forma geral, abstrata e impessoal e suas determinações
dade-Civil-do-Estado

46
2. (TJ-SC – ANALISTA JURÍDICO – FGV – 2018) Imagine
duas hipóteses em que um cidadão é vítima de roubo em REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO.
via pública. O primeiro crime ocorre em uma rua deserta CONCEITO ; PRINCÍPIOS EXPRESSOS E IM-
de madrugada, e o segundo, em rua movimentada, na PLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
parte da tarde, em frente à delegacia, onde havia policiais
na entrada, que nada fizeram. De acordo com jurispru-
dência e doutrina modernas, em tese, incide a responsa- Regime jurídico é uma expressão que designa o trata-
bilidade civil: mento normativo que o ordenamento confere a determi-
nado assunto. Com efeito, o regime jurídico administra-
a) objetiva em ambas as hipóteses, e a omissão estatal tivo corresponde ao conjunto de regras e princípios que
acarreta o dever de indenizar o cidadão, sem neces- estruturam o Direito Administrativo, atribuindo-lhe auto-
sidade de comprovação do elemento subjetivo do nomia enquanto um ramo autônomo da ciência jurídica.
agente público; No mais, coloca-se o Estado numa posição verticalizada
b) subjetiva em ambas as hipóteses, e a omissão esta- em relação ao administrado.
tal acarreta o dever de indenizar o cidadão, com ne- Logo, regime jurídico-administrativo é o conjunto de
cessidade de comprovação do elemento subjetivo do princípios e regras que compõem o Direito Administra-
agente público; tivo, conferindo prerrogativas e fixando restrições à Ad-
c) objetiva na segunda hipótese, e a omissão específica ministração Pública peculiares, não presentes no direito
estatal acarreta o dever de indenizar o cidadão, sem privado, bem como a colocando em uma posição de su-
necessidade de comprovação do elemento subjetivo premacia quanto aos administrados.
do agente público; Os objetivos do regime jurídico-administrativo são o
d) subjetiva na primeira hipótese, e a omissão genérica de proteção dos direitos individuais frente ao Estado e de
estatal acarreta o dever de indenizar o cidadão, sem satisfação de interesses coletivos.
necessidade de comprovação do elemento subjetivo Os princípios e regras que o compõem se encontram
do agente público; espalhados pela Constituição e por legislações infracons-
e) objetiva na primeira hipótese, e a omissão específica titucionais. A base do regime jurídico administrativo está
estatal acarreta o dever de indenizar o cidadão, sem nos princípios que regem a Administração Pública.
necessidade de comprovação do elemento subjetivo
do agente público. #FicaDica
Resposta; Letra C. Regime jurídico administrativo = regras +
Em “a”, “b”, “d” e “e”, é objetiva no segundo caso e sub- princípios = normas que compõem o Direi-
jetiva no primeiro, conforme se explana na explicação to Administrativo
da assertiva correta.
Em “c”, a responsabilidade do Estado por omissão, em
regra, é subjetiva. O Estado não poderia se responsa- Princípios constitucionais expressos
bilizar por toda falha da segurança pública, da saúde
ou de outras áreas, pois é impossível ao Estado coibir São princípios da administração pública, nesta ordem: le-
toda violação de direitos em seu âmbito. No primeiro galidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
caso, de um assalto numa rua deserta, a responsabili- Art. 37, Constituição Federal. A administração pública
dade é subjetiva, pois o Estado não tem recursos para direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
assegurar o policiamento total. Contudo, em casos de dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe-
omissões do Estado que ocorram em contexto em que decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
se esperaria um melhor desempenho de suas funções, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
entende-se que a omissão é específica. É o que ocor- seguinte: [...]
re no caso do assalto em frente de a uma delegacia,
em plena luz do dia. Seria de se esperar que o Estado
exercesse uma adequada prestação dos serviços de FIQUE ATENTO!
segurança neste cenário. Por isso, a responsabilidade Concursos públicos diversos no país já cobra-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

é objetiva. ram não apenas do candidato saber quais são


os princípios constitucionalmente expressos
que regem a Administração, mas também em
qual ordem o artigo 37, caput os elenca. Para
memorizar: veja que as iniciais das palavras
formam o vocábulo LIMPE, que remete à lim-
peza esperada da Administração Pública.
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

47
É de fundamental importância um olhar atento ao 4. Princípio da publicidade
significado de cada um destes princípios, posto que eles
estruturam todas as regras éticas prescritas no Código de A administração pública é obrigada a manter trans-
Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, tomando parência em relação a todos seus atos e a todas infor-
como base os ensinamentos de Carvalho Filho44 e Spit- mações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a
zcovsky45: publicação em órgãos da imprensa e a afixação de por-
tarias. Por exemplo, a própria expressão concurso público
1. Princípio da legalidade (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que todos devem
tomar conhecimento do processo seletivo de servidores
Para o particular, legalidade significa a permissão de do Estado. Diante disso, como será visto, se negar indevi-
fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo, como a ad- damente a fornecer informações ao administrado carac-
ministração pública representa os interesses da coletivi- teriza ato de improbidade administrativa.
dade, ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
qual só poderá fazer o que a lei expressamente deter- princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
mina (assim, na esfera estatal, é preciso lei anterior edi- político-eleitoral:
tando a matéria para que seja preservado o princípio da
legalidade). A origem deste princípio está na criação do Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
Estado de Direito, no sentido de que o próprio Estado obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos de-
deve respeitar as leis que dita. verá ter caráter educativo, informativo ou de orienta-
ção social, dela não podendo constar nomes, símbolos
2. Princípio da impessoalidade ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
Por força dos interesses que representa, a adminis- Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
tração pública está proibida de promover discriminações a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
gratuitas. Discriminar é tratar alguém de forma diferente instrumentos para proteção são o direito de petição e
dos demais, privilegiando ou prejudicando. Segundo este as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e -
princípio, a administração pública deve tratar igualmente residualmente - do mandado de segurança. Neste viés,
todos aqueles que se encontrem na mesma situação ju- ainda, prevê o artigo 37, CF em seu §3º: 
rídica (princípio da isonomia ou igualdade). Por exemplo,
a licitação reflete a impessoalidade no que tange à con- Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
tratação de serviços. O princípio da impessoalidade cor- ticipação do usuário na administração pública direta
relaciona-se ao princípio da finalidade, pelo qual o alvo e indireta, regulando especialmente:
a ser alcançado pela administração pública é somente o I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços
interesse público. Com efeito, o interesse particular não públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-
pode influenciar no tratamento das pessoas, já que deve- viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió-
-se buscar somente a preservação do interesse coletivo. dica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II -  o acesso dos usuários a registros administrativos
3. Princípio da moralidade e a informações sobre atos de governo, observado o
disposto no art. 5º, X e XXXIII;
A posição deste princípio no artigo 37 da CF repre- III -  a disciplina da representação contra o exercício
senta o reconhecimento de uma espécie de moralidade negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
administrativa, intimamente relacionada ao poder públi- na administração pública.
co. A administração pública não atua como um particular,
de modo que enquanto o descumprimento dos preceitos 5. Princípio da eficiência
morais por parte deste particular não é punido pelo Di-
reito (a priori), o ordenamento jurídico adota tratamento A administração pública deve manter o ampliar a qua-
rigoroso do comportamento imoral por parte dos repre- lidade de seus serviços com controle de gastos. Isso en-
sentantes do Estado. O princípio da moralidade deve se volve eficiência ao contratar pessoas (o concurso público
fazer presente não só para com os administrados, mas seleciona os mais qualificados ao exercício do cargo), ao
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

também no âmbito interno. Está indissociavelmente li- manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exo-
gado à noção de bom administrador, que não somente nerar um servidor público por ineficiência) e ao controlar
deve ser conhecedor da lei, mas também dos princípios gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo.
éticos regentes da função administrativa. TODO ATO O núcleo deste princípio é a procura por produtividade e
IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS IM- economicidade. Alcança os serviços públicos e os servi-
PESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios ços administrativos internos, se referindo diretamente à
anteriores. conduta dos agentes.

44 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-


trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
45 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Método, 2011.

48
Resposta: Errado. O enunciado descreve o princípio
da moralidade administrativa. É ele que determina
EXERCÍCIOS COMENTADOS que o administrador atenda a princípios éticos em sua
conduta, não se limitando a critérios de legalidade
1.(STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avalia- (embora estes sejam de fato indispensáveis).
dor Federal - CESPE/2018) Acerca dos princípios e dos
poderes da administração pública, da organização admi-
nistrativa, dos atos e do controle administrativo, julgue o Princípios administrativos implícitos
item a seguir, considerando a legislação, a doutrina e a
jurisprudência dos tribunais superiores. Além destes cinco princípios administrativo-constitu-
Situação hipotética: O prefeito de determinado município cionais diretamente selecionados pelo constituinte, po-
promoveu campanha publicitária para combate ao mos- dem ser apontados outros princípios que regem a função
quito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, pública, esparsos na legislação infraconstitucional e im-
além do símbolo da sua campanha eleitoral. Assertiva: plícitos na norma constitucional:
No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.
1. Princípio da legitimidade
( ) CERTO ( ) ERRADO
Todo ato administrativo praticado pela Administra-
Resposta: Errado. Embora seja lícito o gasto com ção Pública é presumido legítimo. Maria Sylvia Zanella
propaganda governamental, esta deverá respeitar os Di Pietro entende que, “há cinco fundamentos para jus-
princípios da administração. Neste sentido, a publici- tificar a presunção de legitimidade: a) o procedimento e
dade não pode ter caráter propagandista partidário, as formalidades que antecedem sua edição, constituindo
visando promover o governante que nada mais fez garantia de observância da lei; b) o fato de expressar a
que o seu trabalho – investir o dinheiro público em soberania do poder estatal, de modo que a autoridade
gastos de interesse coletivo. A conduta descrita na que expede o ato; c) a necessidade de assegurar celeri-
situação hipotética corresponde a uma situação de dade no cumprimento das decisões administrativas; d)
pessoalidade na publicidade, o que é proibido pelo os mecanismos de controle sobre a legalidade do ato; e)
princípio da impessoalidade. a sujeição da Administração ao princípio da legalidade,
presumindo-se que seus atos foram praticados em con-
2. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Conheci- formidade com a lei”.
mentos Gerais -CESPE/2018) Julgue o item que se se-
gue, a respeito de aspectos diversos relacionados ao di- 2. Princípio da participação
reito administrativo.
O núcleo do princípio da eficiência no direito administra- Quem deve participar é quem vive na sociedade, é
tivo é a procura da produtividade e economicidade, sen- o cidadão, aquele que pode ter direitos. Participar é ao
do este um dever constitucional da administração, que mesmo tempo um direito e um dever. O cidadão deve
não poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos, participar, esta é uma obrigação de todo aquele que vive
sob pena de responsabilização pelos seus atos. em sociedade. E o cidadão deve ter espaço para parti-
cipar. Com a ampliação do conceito de soberania e ci-
( ) CERTO ( ) ERRADO dadania e, consequentemente, da responsabilidade do
cidadão, se torna ainda mais evidente esta necessidade
Resposta: Certo. O princípio da eficiência se concen- de participar. A democracia brasileira adota a modalida-
tra na soma de dois fatores: qualidade e economia, de semidireta, porque possibilita a participação popu-
ou seja, produtividade e economicidade. Não basta lar direta no poder por intermédio de processos como
conseguir um produto mais barato se ele não atender o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (art. 14,
a padrões mínimos para ser utilizado; não basta que CF). No entanto, reconhece-se que as hipóteses de par-
o funcionário público trabalhe rápido se o seu serviço ticipação constitucionalmente expressas não esgotam o
for executado de forma falha. Caso ocorra desrespeito rol de possibilidades de exercício da participação pelo
ao princípio da eficiência, o funcionário poderá sim ser povo. Por exemplo, o próprio exercício de liberdade de
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

responsabilizado, civil, penal e administrativamente, manifestação se encaixa como participação, tal como a
conforme o caso concreto. participação em audiências públicas, etc.

3. (STM - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 3. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade


CESPE/2018) A respeito dos princípios da administração
pública, de noções de organização administrativa e da ad- Razoabilidade e proporcionalidade são fundamentos
ministração direta e indireta, julgue o item que se segue. de caráter instrumental na solução de conflitos que se
O princípio da impessoalidade está diretamente relacio- estabeleçam entre direitos, notadamente quando não há
nado à obrigação de que a autoridade pública não dis- legislação infraconstitucional específica abordando a te-
pense os preceitos éticos, os quais devem estar presen- mática objeto de conflito. Neste sentido, quando o poder
tes em sua conduta. público toma determinada decisão administrativa deve
se utilizar destes vetores para determinar se o ato é cor-
( ) CERTO ( ) ERRADO reto ou não, se está atingindo indevidamente uma esfera

49
de direitos ou se é regular. Tanto a razoabilidade quanto nários (aqueles que a lei, dentro dos limites nela previs-
a proporcionalidade servem para evitar interpretações tos, aponta um ou mais comportamentos possíveis, de
esdrúxulas manifestamente contrárias às finalidades do acordo com um juízo de conveniência e oportunidade), a
texto declaratório. doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade
Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a de motivação com relação aos atos administrativos vin-
mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos. culados; todavia, diverge quanto à referida necessidade
Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no di- quanto aos atos discricionários.
reito anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade Meirelles46 entende que o ato discricionário, editado
se origina do direito germânico (muito mais metódico, sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar-
objetivo e organizado), muito embora uma tenha bus- gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e
cado inspiração na outra certas vezes. Por conta de sua oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en-
origem, a proporcionalidade tem parâmetros mais claros tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi-
nos quais pode ser trabalhada, enquanto a razoabilidade cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância
permite um processo interpretativo mais livre. Evidencia- da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento
-se o maior sentido jurídico e o evidente caráter delimi- majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato
tado da proporcionalidade pela adoção em doutrina de discricionário, é necessária a motivação para que se saiba
sua divisão clássica em 3 sentidos: qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini47,
• adequação, pertinência ou idoneidade: significa que com respaldo no art. 50 da Lei nº 9.784/98, aponta inclu-
o meio escolhido é de fato capaz de atingir o ob- sive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o
jetivo pretendido; referido artigo exige a motivação para todos os atos nele
• necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos
restritiva de um direito humano ou fundamental discricionários quanto os vinculados.
somente é legítima se indispensável na situação
em concreto e se não for possível outra solução 6. Princípio da probidade
menos gravosa;
Um princípio constitucional incluído dentro dos prin-
• proporcionalidade em sentido estrito: tem o sen-
cípios específicos da licitação, é o dever de todo o admi-
tido de máxima efetividade e mínima restrição a
nistrador público, o dever de honestidade e fidelidade
ser guardado com relação a cada ato jurídico que
com o Estado, com a população, no desempenho de suas
recaia sobre um direito humano ou fundamental,
funções. Possui contornos mais definidos do que a mo-
notadamente verificando se há uma proporção
ralidade. Diógenes Gasparini48 alerta que alguns autores
adequada entre os meios utilizados e os fins de-
tratam veem como distintos os princípios da moralidade
sejados.
e da probidade administrativa, mas não há características
que permitam tratar os mesmos como procedimentos
4. Princípio da economicidade distintos, sendo no máximo possível afirmar que a pro-
bidade administrativa é um aspecto particular da morali-
Deve ser buscado sempre o menor custo para atingir dade administrativa.
ao fim pretendido pela Administração. Afinal, o dinheiro
que é gasto pelo governo pertence ao povo, que contri- 7. Princípio da continuidade dos serviços públicos
bui por meio de impostos, e deve ser adequadamente
gerido para ampliar o bem-estar social. O Estado assumiu a prestação de determinados ser-
viços, por considerar que estes são fundamentais à cole-
5. Princípio da motivação tividade. Apesar de os prestar de forma descentralizada
ou mesmo delegada, deve a Administração, até por uma
É a obrigação conferida ao administrador de motivar questão de coerência, oferecê-los de forma contínua e
todos os atos que edita, gerais ou de efeitos concretos. ininterrupta. Pelo princípio da continuidade dos serviços
É considerado, entre os demais princípios, um dos mais públicos, o Estado é obrigado a não interromper a pres-
importantes, uma vez que sem a motivação não há o de- tação dos serviços que disponibiliza. A respeito, tem-se o
vido processo legal, uma vez que a fundamentação surge artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor:
como meio interpretativo da decisão que levou à prática Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de viabiliza- concessionárias, permissionárias ou sob qualquer ou-
ção do controle da legalidade dos atos da Administração. tra forma de empreendimento, são obrigados a forne-
Motivar significa mencionar o dispositivo legal apli- cer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto
cável ao caso concreto e relacionar os fatos que concre- aos essenciais, contínuos.
tamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total
Todos os atos administrativos devem ser motivados para ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão
que o Judiciário possa controlar o mérito do ato admi- as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa-
nistrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse con- rar os danos causados, na forma prevista neste código.
trole, devem ser observados os motivos dos atos admi- 46 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
nistrativos. Paulo: Malheiros, 1993.
Em relação à necessidade de motivação dos atos ad- 47 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo:
ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta Saraiva, 2004.
48 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo:
um único comportamento possível) e dos atos discricio-
Saraiva, 2004.

50
8. Princípio da tutela e da autotutela da Adminis- aos particulares, numa relação de verticalidade, e para
tração Pública isto se utiliza do princípio da supremacia, conjugado ao
princípio da indisponibilidade, pois, tecnicamente, tal
A Administração possui a faculdade de rever os seus prerrogativa é irrenunciável, por não haver faculdade de
atos, de forma a possibilitar a adequação destes à reali- atuação ou não do Poder Público, mas sim “dever” de
dade fática em que atua, e declarar nulos os efeitos dos atuação.
atos eivados de vícios quanto à legalidade. O sistema de Sempre que houver conflito entre um interesse indi-
controle dos atos da Administração adotado no Brasil é o vidual e um interesse público coletivo, deve prevalecer o
jurisdicional. Esse sistema possibilita, de forma inexorável, interesse público. São as prerrogativas conferidas à Ad-
ao Judiciário, a revisão das decisões tomadas no âmbito ministração Pública, porque esta atua por conta de tal
da Administração, no tocante à sua legalidade. É, portanto, interesse. Com efeito, o exame do princípio é predomi-
denominado controle finalístico, ou de legalidade. nantemente feito no caso concreto, analisando a situa-
À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anu- ção de conflito entre o particular e o interesse público e
lação dos atos ilegais como a revogação de atos váli- mensurando qual deve prevalecer.
dos e eficazes, quando considerados inconvenientes ou
inoportunos aos fins buscados pela Administração. Essa 11. Princípio da indisponibilidade do interesse pú-
forma de controle endógeno da Administração denomi- blico
na-se princípio da autotutela. Ao Poder Judiciário cabe
somente a anulação de atos reputados ilegais. O emba- A Administração não possui livre disposição dos bens
samento de tais condutas é pautado nas Súmulas 346 e e interesses públicos, uma vez que atua em nome de ter-
473 do Supremo Tribunal Federal. ceiros, a coletividade. O interesse público é indisponível,
o que implica em afirmar que todo o patrimônio público
Súmula 346. A administração pública pode declarar a deve ser preservado e gerido de maneira adequada. Por
nulidade dos seus próprios atos. isso, confere-se ao agente administrador da coisa públi-
Súmula 473. A administração pode anular seus pró- ca o dever de prestar contas sobre o patrimônio por ele
prios atos, quando eivados de vícios que os tornam controlado, evitando que a coisa se perca ou se deteriore
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo- de maneira indevida.
gá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
Os atos administrativos podem ser extintos por re- EXERCÍCIOS COMENTADOS
vogação ou anulação. A Administração tem o poder de
rever seus próprios atos, não apenas pela via da anula- 1. (STJ - Analista Judiciário - Administrativa – CES-
ção, mas também pela da revogação. Aliás, não é possí- PE/2018) Em relação aos princípios aplicáveis à adminis-
vel revogar atos vinculados, mas apenas discricionários. tração pública, julgue o próximo item.
A revogação se aplica nas situações de conveniência e O princípio da proporcionalidade, que determina a ade-
oportunidade, quanto que a anulação serve para as si- quação entre os meios e os fins, deve ser obrigatoria-
tuações de vício de legalidade. mente observado no processo administrativo, sendo
vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções
8. Princípio da segurança jurídica em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público.
Segurança jurídica é a garantia social de que as leis
serão respeitadas e cobrirão o mais vasto possível rol ( ) CERTO ( ) ERRADO
relações socialmente relevantes. Em termos objetivos,
versa sobre a irretroatividade de nova interpretação de Resposta: Certo. O princípio da proporcionalidade na
lei no âmbito da Administração Pública. Em termos sub- conduta administrativa é de aplicação geral, inclusive
jetivos, versa sobre a confiança da sociedade nos atos, no âmbito do processo administrativo. As obrigações,
procedimentos e condutas proferidas pelo Estado. restrições e sanções devem encontrar arcabouço le-
gal correspondente e serem estritamente necessárias,
9. Princípio da finalidade
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

atendendo ao exclusivo propósito de respeito ao inte-


resse público.
O princípio da finalidade imprime à autoridade ad-
ministrativa o dever de praticar o ato administrativo com
2. (STM - Técnico Judiciário - Área Administrativa -
vistas à realização da finalidade perseguida pela lei. A
CESPE/2018) A respeito dos princípios da administração
finalidade sempre envolverá a preservação do interesse
pública, de noções de organização administrativa e da ad-
público.
ministração direta e indireta, julgue o item que se segue.
10. Princípio da supremacia do interesse público Embora não estejam previstos expressamente na Cons-
sobre o privado tituição vigente, os princípios da indisponibilidade, da
razoabilidade e da segurança jurídica devem orientar a
Na maioria das vezes, a Administração, para buscar atividade da administração pública.
de maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se
colocar em um patamar de superioridade em relação ( ) CERTO ( ) ERRADO

51
Resposta: Certo. Embora a Constituição colacione A respeito dos motivos que ensejam a criação de um
apenas cinco princípios de forma expressa – legalida- Código de Ética, tem-se que “as relações de valor que
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên- existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos
cia, existem diversos princípios que também devem ser da conduta humana podem ser reunidas em um instru-
seguidos e respeitados por parte da Administração, os mento regulador. Tal conjunto racional, com o propósi-
quais são considerados implícitos. Todos eles buscam to de estabelecer linhas ideais éticas, já é uma aplicação
fazer com que a atividade administrativa cumpra sua desta ciência que se consubstancia em uma peça magna,
finalidade de contrabalancear interesses coletivos e li- como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupa-
berdades individuais, sempre priorizando o interesse mentos sociais. Uma espécie de contrato de classe gera
público, porém sem violar direitos dos cidadãos. Entre o Código de Ética Profissional e os órgãos de fiscalização
eles, estão a indisponibilidade, a razoabilidade e a se- do exercício passam a controlar a execução de tal peça
gurança jurídica. magna. Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um
indivíduo perante seu grupo e o todo social. O interesse
3. (CGM de João Pessoa/PB - Conhecimentos Básicos no cumprimento do aludido código passa, entretanto, a
- Cargos: 1, 2 e 3 - CESPE/2018) Com relação aos prin- ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória tor-
cípios aplicáveis à administração pública e ao enriqueci- na-se exigível de cada profissional [...], mas com proveito
mento ilícito por agente público, julgue o item a seguir. geral. Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética
Decorre do princípio de autotutela o poder da adminis- e de uma educação pertinente que conduza à vontade
tração pública de rever os seus atos ilegais, independen- de agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina
temente de provocação. da atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas
mais remotas, e é uma tendência natural na vida das co-
( ) CERTO ( ) ERRADO munidades. É inequívoco que o ser tenha sua individuali-
dade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o
Resposta: Certo. A Administração Pública pode rever é que uma norma comportamental deva reger a prática
de ofício seus próprios atos, não necessitando de pro- profissional no que concerne a sua conduta, em relação
vocação, o que se denomina princípio da autotutela. a seus semelhantes” 49. Logo, embora se reconheça que o
O entendimento é sumulado pelo STF: “Súmula 346. indivíduo tem particularidades no desempenho de suas
A administração pública pode declarar a nulidade dos funções, isto é, que emprega algo de sua personalida-
seus próprios atos. Súmula 473. A administração pode de no exercício delas, cabe o estabelecimento de um rol
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios de condutas padronizadas genericamente, as quais cor-
que os tornam ilegais, porque deles não se originam respondem ao melhor desempenho profissional que se
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência pode ter, um desempenho ético.
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, “Para que um Código de Ética Profissional seja organi-
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. zado, é preciso, preliminarmente, que se trace a sua base
filosófica. Tal base deve estribar-se nas virtudes exigíveis
a serem respeitadas no exercício da profissão, e em geral
DECRETO Nº 1.171/ 1994 (CÓDIGO DE ÉTICA abrange as relações com os utentes dos serviços, os co-
PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CI- legas, a classe e a nação. As virtudes básicas são comuns
VIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL). a todos os códigos. As virtudes específicas de cada pro-
fissão representam as variações entre os diversos estatu-
tos éticos. O zelo, por exemplo, é exigível em qualquer
DECRETO N° 1.171 DE 22 DE JUNHO DE 1994 profissão, pois representa uma qualidade imprescindível
a qualquer execução de trabalho, em qualquer lugar. O
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Pú- sigilo, todavia, deixa de ser necessário em profissões que
blico Civil do Poder Executivo Federal. não lidam com confidências e resguardos de direitos” 50.
Por exemplo, o servidor público tem o dever de zelo, ge-
Consolidando um padrão de comportamento ético, nérico, e o dever de sigilo, específico, já que tem acesso a
merece destaque o Decreto nº 1.171/1994 (Código de informações privilegiadas no exercício do cargo.
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Exe- Tomadas estas premissas, vale lembrar que o Código
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

cutivo Federal), o qual será estudado a partir deste ponto. de Ética foi expedido pelo Presidente da República, con-
Considerados os princípios administrativos basilares siderada a atribuição da Constituição Federal para dispor
do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma sobre a organização e o funcionamento da administra-
específico que estabelece a ação ética esperada dos ser- ção pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Consti-
vidores públicos, qual seja o Decreto n° 1.171/94. Trata- tuição Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publicar
-se do chamado Código de Ética do Servidor Público, o as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
qual disciplina normas éticas aplicáveis a esta categoria sua fiel execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, so-
de profissionais, assemelhando-se no formato aos Có- bre: a) organização e funcionamento da administração
digos de Ética que costumam ser adotados para varia- federal, quando não implicar aumento de despesa nem
das categorias profissionais (médicos, contadores...), mas
diferenciando-se destes por possuir o caráter jurídico, 49 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
logo, coativo. 2010.
50 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.

52
criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de que encontra bases em normas primárias, quais sejam
funções ou cargos públicos, quando vagos”. Exatamen- a Lei nº 8.112/90 e a Lei nº 8.429/92: na prática, todas
te por causa desta atribuição que o Código de Ética em as diretrizes estabelecidas no Código de Ética são repe-
estudo adota a forma de decreto e não de lei, já que tidas em leis federais e decorrem diretamente do texto
as leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso constitucional. Assim, a adoção da forma de decreto não
Nacional). significa, de forma alguma, que suas diretrizes não sejam
O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado obrigatórias: o servidor público federal que desobede-
exercício de poder regulamentar inerente ao Executivo, cê-las estará sujeito à apuração de sua conduta perante
que se perfaz em decretos regulamentares. Embora se- a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações
jam factíveis decretos autônomos51, não é o caso do de- ao processo administrativo disciplinar, podendo gerar
creto em estudo, o qual encontra conexão com diplomas até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de cen-
como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos servidores sura nos casos menos graves. Não obstante, o respeito
públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade ao Código gera reconhecimento e é verificado para fins
administrativa), além da Constituição Federal. Assim, o de promoção. Isso sem falar na total efetividade das re-
Decreto nº 1.171/94 não é autônomo! gras determinantes da instituição de Comissões de Ética.
Ainda assim, inegável que o decreto impõe normas
de conduta, o que gera controvérsias sobre o nível de
obrigatoriedade dele. Autores como Azevedo52 se posi- #FicaDica
cionam pela inconstitucionalidade do Decreto: “O Decre- O Decreto nº 1.171/1994 não é autôno-
to 1171 é inconstitucional, na medida em que impõe re- mo e se vincula às disciplinas da Lei nº
gras de condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima 8.112/1990 – Regime Jurídico dos Servi-
diz, no seu art. 5º, diz que ‘ninguém será obrigado a fazer dores Públicos Civis Federais e da Lei nº
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’ 8.429/1992 – Lei de Improbidade Adminis-
e que ‘não há crime sem lei anterior que o defina, nem trativa.
pena sem prévia cominação legal’. Esta lei citada pelo art.
5º é a norma primária, não podendo ser confundida com
a possibilidade de ser imposta normas de conduta pela
norma secundária. Assim, não poderia ser imposta ne- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
nhuma norma de conduta a alguém via Decreto, que é que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo
uma norma secundária, porque só a norma primária tem em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como
esta capacidade constitucional. Atualmente, com a nova nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro
redação do art. 84, inciso VI, dada pela Emenda Consti- de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de
tucional nº 32, de 11 de setembro de 2001, é possível junho de 1992,
falar em Decreto Autônomo. Isto é: é possível falar em
Decreto como norma primária, para fins de dispor sobre DECRETA:
organização e funcionamento da Administração Pública
Federal, quando não houver aumento de despesa nem Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do
criação ou extinção de órgãos públicos, e também para Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que
extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. So- com este baixa.
mente uma grande força de interpretação, que chegaria
a ultrapassar os limites constitucionais do art. 84, VI, da Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública
CF/88, poderia aceitar que a criação de normas de con- Federal direta e indireta implementarão, em sessenta
duta para servidores públicos estaria inserta na organiza- dias, as providências necessárias à plena vigência do
ção e funcionamento da Administração Pública Federal. Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da
Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só apare- respectiva Comissão de Ética, integrada por três ser-
ceu verdadeiramente no ordenamento jurídico nacional vidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
em 11 de setembro de 2001, e o Decreto nº 1.171 é de emprego permanente.
22 de junho de 1994, quando não havia no ordenamen- Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética
to jurídico o Decreto como norma primária. Por isso, o será comunicada à Secretaria da Administração Fede-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Decreto nº 1.171 não impõe coerção quanto às normas ral da Presidência da República, com a indicação dos
materiais nele indicadas; impõe tão somente em relação respectivos membros titulares e suplentes.
às normas processuais, como a obrigação de criação de Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua pu-
Comissão de Ética por todas as entidades e órgãos pú- blicação.
blicos federais”.
Não se corrobora, em parte, o entendimento. O fato Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência
de os decretos autônomos terem surgido após o De- e 106° da República.
creto nº 1.171/94 não o transforma em norma primária,
realmente. Contudo, trata-se de uma norma secundária Os principais elementos que podem ser extraídos do
51 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. preâmbulo do Código de Ética são:
São Paulo: Saraiva, 2011. Trata-se de um diploma expedido pelo Presidente
52 AZEVEDO, Márcio. Ética no serviço público federal. Disponível da República à época e, como tal, permanece válido até
em: <http://portal.damasio.com.br/Arquivos/Material/AulasOnli-
que seja revogado, isto é, até sobrevir outro de conteú-
ne_MarcioAzevedo1.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2013.

53
do incompatível (revogação tácita) ou até outro decre- regras e princípios que regem a conduta de um profis-
to ser expedido para substituí-lo (revogação expressa). sional, uma ciência que estuda os deveres de uma de-
O decreto aceita, ainda, reformas e revogações parciais: terminada profissão. O profissional brasileiro está sujeito
no caso, destaca-se o Decreto n° 6.029/07, que revogou a uma deontologia própria a regular o exercício de sua
alguns incisos do Código e que será estudado oportu- profissão conforme o Código de Ética de sua classe. O
namente. Direito é o mínimo de moral para que o homem viva em
Parâmetros para o conteúdo do decreto: os incisos do sociedade e a deontologia dele decorre posto que trata
artigo 84, já citados anteriormente, remetem ao poder de direitos e deveres dos profissionais que estejam sujei-
regulamentar o Executivo; os artigos da Lei n° 8.112/90 tos a especificidade destas normas.
referem-se aos deveres e proibições do servidor público O Código de Ética cria regras deontológicas de ética,
federal; os artigos da Lei n° 8.429/92 tratam dos atos de isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos da
improbidade administrativa. moral, daí porque não se preocupa com a previsão de
A partir da aprovação do Código de Ética, ele se tor- punição e processo disciplinar contra o servidor antiéti-
nou obrigatório a todas as esferas da atividade pública. co, apesar de, na maioria das vezes, haver coincidência
Daí a obrigação de instituir o aparato próprio ao seu entre a conduta antiética e a necessidade de punição ad-
cumprimento, inclusive mediante criação das Comissões ministrativa. A verdadeira intenção do Código de Ética
de Ética, as quais não podem ser compostas por servido- foi estimular os órgãos e entidades públicas federais a
res temporários. promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as
O decreto conferiu um prazo para cada uma das en- discussões que dela se extrai, permeie amiúde as reparti-
tidades da administração pública federal direta ou in- ções, até com naturalidade.
direta para constituir em seu âmbito uma Comissão de “Muitas são as virtudes que um profissional precisa ter
Ética que irá apurar as infrações ao Código de Ética. Com para que desenvolva com eficácia seu trabalho. Em ver-
efeito, não há nenhuma facultatividade quanto ao dever dade, múltiplas exigências existem, mas entre elas, des-
de respeito ao Código de Ética, pois ele se aplica tanto tacam-se algumas, básicas, sem as quais se impossibilita
na administração direta quanto na indireta. A Comissão a consecução do êxito moral. Quase sempre, na maioria
de Ética será composta por: três servidores ou empre- dos casos, o sucesso profissional se az acompanhar de
gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanen- condutas fundamentais corretas. Tais virtudes básicas são
te. A constituição (quando foi criada) e a composição comuns a quase todas as profissões [...]. Virtudes básicas
(quem a compõe) da Comissão deverão ser informadas profissionais são aquelas indispensáveis, sem as quais
à Secretaria da Administração Federal da Presidência da não se consegue a realização de um exercício ético com-
República. petente, seja qual for a natureza do serviço prestado. Tais
virtudes devem formar a consciência ética estrutural, os
ANEXO alicerces do caráter e, em conjunto, habilitarem o profis-
sional ao êxito em seu desempenho” 54.
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil Para bem compreender o conteúdo dos incisos que
do Poder Executivo Federal se seguem, é importante pensar: se eu fosse a pessoa
buscando atendimento no órgão público em questão,
CAPÍTULO I como eu gostaria de ser tratado? Qual o tipo de funcio-
Seção I nário que eu gostaria que fosse responsável pela solução
Das Regras Deontológicas do meu problema? Enfim, basta lembrar da regra de ouro
da moralidade, pela qual eu somente devo fazer algo se
O Direito como valor do justo é estudado pela Filoso- racionalmente desejar que todas as pessoas ajam da
fia do Direito na parte denominada Deontologia Jurídica, mesma forma - inclusive em relação a mim, ou seja, “age
ou, no plano empírico e pragmático, pela Política do Di- de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer-te
reito53. Deontologia é uma das teorias normativas se- sempre como princípio de uma legislação universal”55.
gundo as quais as escolhas são moralmente necessá- I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciên-
rias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre cia dos princípios morais são primados maiores que devem
as teorias morais que orientam nossas escolhas sobre nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou
o que deve ser feito, considerada a moral vigente. Por função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sua vez, a deontologia jurídica é a ciência que cuida dos do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e ati-
deveres e dos direitos dos operadores do Direito, bem tudes serão direcionados para a preservação da honra e da
como de seus fundamentos éticos e legais, consolidan- tradição dos serviços públicos.
do o valor do justo. Por isso, os incisos que se seguem
traduzem o comportamento moral esperado do servidor Primeiramente, vale compreender o sentido de algu-
público não só enquanto desempenha suas funções, mas mas palavras do inciso: por dignidade, deve-se entender
também em sua vida social. autoridade moral; por decoro, compostura e decência;
Deontologia é, assim, a teoria do dever no que diz por zelo, cuidado e atenção; por eficácia, a produção do
respeito à moral; conjunto de deveres que impõe a cer- efeito esperado.
tos profissionais o cumprimento da sua função. Pode-se
dizer ainda que a deontologia consiste no conjunto de 54 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
53 REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 55 KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução Paulo Bar-
2002. rera. São Paulo: Ícone, 2005, p. 32.

54
Na verdade, tudo isto abrange o que o inciso chama § 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
de consciência dos princípios morais: sei que devo agir tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
de modo que inspire os demais que me rodeiam, isto função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
é, exatamente como o melhor cidadão de bem; no de- sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
sempenho das minhas funções, devo me manter sério e em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
comprometido, desempenhando cada uma das atribui-
ções recebidas com o maior cuidado e atenção possível, Nota-se que o inciso faz referência ao §4°, que traz as
evitando erros, de modo que o serviço que eu preste seja consequências dos atos de improbidade administra-
o melhor que eu puder prestar. tiva, que poderão variar conforme o grau de gravidade
Não basta que o funcionário aja desta forma no exer- (uma das sanções possíveis é a de obrigar o servidor a
cício de suas funções, porque ele participa da sociedade devolver o dinheiro aos cofres públicos, o que se enten-
e fica conhecido nela. O desempenho de cargo público, de por ressarcir o erário).
por sua vez, faz com que ele seja visto de outra forma
pela sociedade, que espera dele uma conduta ilibada, III - A moralidade da Administração Pública não se
ou seja, livre de vícios e compulsões. Discrição é a pa- limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
lavra-chave para a vida particular do servidor público, acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem co-
preservando a instituição da qual faz parte. Por exemplo, mum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade,
quem se sentiria bem em ser atendido por um funcioná- na conduta do servidor público, é que poderá consoli-
rio que é sempre visto embriagado em bares ou provo- dar a moralidade do ato administrativo.
cando confusões familiares, por mais que os serviços por Bem e mal são conceitos que transcendem a esfera
ele desempenhados sejam de qualidade? particular. O servidor público não deve pensar por uma
O comportamento ético do servidor público na sua pessoa, mas por toda a sociedade. Assim, não se deve
vida particular só é exigível se, pela natureza do cargo, agir de uma forma para beneficiar um particular - ainda
houver uma razoável exigência do servidor se comportar que isso possa ser um bem para ele, é injusto para com
moralmente, como invariavelmente ocorre nas carreiras a sociedade que uma pessoa seja tratada melhor que a
típicas de Estado. O que dizer então do Decreto nº 1.171, outra. O fim da atitude do servidor é o bem comum, ou
de 1994, que impõe o comportamento ético e moral de seja, o bem da coletividade. O coletivo sempre deve pre-
todo e qualquer servidor, na sua vida particular, indepen- valecer sobre o particular.
dentemente da natureza do seu cargo? Quando tal Código Por isso, o servidor deve equilibrar a legalidade, que
estabelece, logo no Capítulo I do Anexo, algumas “Regras é o respeito ao que a lei determina, e a finalidade, que
Deontológicas”, quer dizer que o servidor público está en- é a busca do fim da preservação do bem comum. Assim,
volto em um sistema onde a moral tem forte influência no o respeito à lei é fundamental, mas a atitude do servidor
desenvolvimento da sua carreira pública. Assim, quem passa não pode cair numa burocratização sem sentido, ou seja,
pelo serviço público sabe ou deveria saber que a promoção o respeito às minúcias da lei não pode prejudicar o bem
profissional e o adequado cumprimento das atribuições do comum, sob pena de violar a moralidade.
cargo estão condicionados também pela ética e, assim, pelo
comportamento particular do servidor. IV - A remuneração do servidor público é custeada pe-
los tributos pagos direta ou indiretamente por todos,
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o até por ele próprio, e por isso se exige, como contra-
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que partida, que a moralidade administrativa se integre no
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o Direito, como elemento indissociável de sua aplicação
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência,
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
em fator de legalidade.
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
O servidor público deve colocar de lado seus inte-
caput, e § 4°, da Constituição Federal.
resses egoísticos e buscar a aplicação da moralidade no
Este inciso traz alguns binômios abrangidos pelo con-
Direito, lembrando que quem paga pelos seus serviços
ceito de ética que se contrapõem. Com efeito, o servi-
é a sociedade como um todo. “Parece ser uma tendên-
dor deve sempre escolher o conveniente, o oportuno,
cia do ser humano, como tem sido objeto de referência
o justo e o honesto. No caso, parte-se das escolhas de
menor relevância para aquelas fundamentais, que envol- de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

vem a opção pelo justo e honesto. Estes são os principais seus interesses próprios, quando, entretanto, esses são
valores morais exigidos pelo inciso. Quando se fala que é de natureza pouco recomendável, ocorrem seriíssimos
preciso escolher acima de tudo entre honesto e desones- problemas. Quando o trabalho é executado só para au-
to, evidencia-se que o Código busca mais do que o res- ferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro
peito à lei, e sim a efetiva ação conforme a moralidade. lado, nos serviços realizados com amor, visando ao be-
Vale destacar o artigo 37 da Constituição Federal, ao nefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com
qual o inciso em estudo faz remissão. consciência do bem comum, passa a existir a expressão
social do mesmo. O valor ético do esforço é, pois, variá-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de vel de acordo com seu alcance em face da comunidade.
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente,
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocor-
de e eficiência e, também, ao seguinte: [...] re com a sua comunidade e muito menos com a socieda-

55
de. [...] O egoísmo desenfreado pode atingir um número processo previamente declarado sigiloso, nos termos
expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
destino de nações, partindo da ausência de conduta vir- constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
tuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas com sua omissão comprometimento ético contra o bem co-
seus lucros. [...] Sabemos que a conduta do ser humano mum, imputável a quem a negar.
tende ao egoísmo, repetimos, mas, para os interesses Como visto, a publicidade é um princípio basilar da
de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se administração pública, ao lado da moralidade. Como tal,
acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas caminha lado a lado com ela. Não cabe ao servidor pú-
em princípios de virtude. Como só a atitude virtuosa tem blico negar o acesso à informação por parte do cidadão,
condições de garantir o bem comum, a Ética tem sido o salvo em situações especiais. Nota-se que “quando be-
caminho justo, adequado, para o benefício geral” 56. nefícios morais se fazem exigíveis, especificamente, para
um desempenho de labor, forçoso é cumpri-los; só po-
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe- demos justificar o não cumprimento quando fatores de
rante a comunidade deve ser entendido como acrés- ordem muito superior possam-no impedir, pois o des-
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, cumprimento será sempre uma lesão à consciência ética”
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode 57
.
ser considerado como seu maior patrimônio.
O cidadão paga impostos e demais tributos apenas
para que o Estado garanta a ele a prestação do melhor FIQUE ATENTO!
serviço público possível, isto é, a manutenção de uma so- O dispositivo autoriza que os atos adminis-
ciedade justa e bem estruturada. O mesmo dinheiro que trativos não sejam públicos em situações ex-
sai dos bolsos do cidadão, inclusive do próprio servidor cepcionais, quais sejam segurança nacional,
público, é o que remunera os serviços por ele prestados. investigações policiais e interesse superior
Por isso, agir contra a moral é insultante, mais que um do Estado e da Administração Pública.
aproveitamento da máquina estatal, é um desrespeito
ao cidadão honesto que paga parte do que recebe ao
Estado.
Assim, para bem aplicar o Direito é preciso agir con- VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor
forme a moralidade administrativa, sob pena de mais que não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
violar a lei, também desrespeitar o bem comum e preju- aos interesses da própria pessoa interessada ou da Ad-
dicar a sociedade como um todo - inclusive a si próprio. ministração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou
No mais, chama-se atenção à vedação de que o ser- estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
vidor receba do particular qualquer verba extra: sua erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniqui-
remuneração já é paga pelo particular, por meio dos im- lam até mesmo a dignidade humana quanto mais a
postos, não devendo pretender mais do que aquilo. Isto de uma Nação.
não significa que o patrimônio do servidor seja apenas o Mentir é uma atitude contrária à moralidade espe-
seu salário - há um patrimônio inerente à boa prestação rada do servidor público, ainda mais se tal mentira se
do serviço, proporcionando a melhoria da sociedade em referir à função desempenhada, por exemplo, negando
que vive. a prática de um ato ou informando erroneamente um ci-
dadão. Não existe uma hipótese em que mentir é aceito:
VI - A função pública deve ser tida como exercício não importa se dizer a verdade implicará em prejuízo
profissional e, portanto, se integra na vida particular à Administração Pública.
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos veri- Se o Estado errar, e isso pode acontecer, não deverá
ficados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada se eximir de seu erro com base em uma mentira, pois isto
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na ofende a integridade dos cidadãos e da própria Nação.
vida funcional. Para ser um bom país, não é preciso se fundar em erros
Reiterando o que foi dito no inciso I, o Código de Éti- ou mentiras, mas sim se esforçar ao máximo para evitá-
ca lembra que um funcionário público carrega consigo a -los e corrigi-los.
imagem da administração pública, ou seja, não é servi-
dor público apenas quando está desempenhando suas
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo


funções, mas o tempo todo. Por isso, não importa ser o
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
melhor funcionário público da repartição se a vida parti-
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus
cular estiver devassada, isto é, se não agir com discrição,
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe
coerência, compostura e moralidade também na vida
particular. Isso implica em ser um bom pai/mãe, uma dano moral. Da mesma forma, causar dano a qual-
pessoa livre de vícios, um cidadão reservado e cumpridor quer bem pertencente ao patrimônio público, deterio-
de seus deveres sociais. rando-o, por descuido ou má vontade, não constitui
apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves- ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade
tigações policiais ou interesse superior do Estado e que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas espe-
da Administração Pública, a serem preservados em ranças e seus esforços para construí-los.

56 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 57 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 2010.

56
Quem nunca chegou a uma repartição pública ou A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro-
cartório e recebeu um tratamento ruim por parte de um cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado
funcionário? Infelizmente, esta é uma atitude comum no contraditório e ampla defesa.
serviço público. Contudo, o esperado do servidor é que Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com
ele atenda aos cidadãos com atenção e boa vontade, fa- culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor
zendo tudo o que for possível para ajudá-lo, despenden- que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro
do o tempo necessário e tomando as devidas cautelas. (administrado), o servidor terá o dever de indenizar.
O instituto da responsabilidade civil é parte inte- Mais do que incômodo, maltratar um cidadão que
grante do direito obrigacional, uma vez que a principal busca atendimento pode caracterizar dano moral, isto
consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação é, gerar tamanho abalo emocional e psicológico que im-
que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o plique num dano. Apesar deste dano não ser econômico,
pagamento de indenização que se refere às perdas e da- isto é, de a dor causada não ter meio de compensação
nos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre em omissão financeiro que a repare, o juiz estabelecerá um valor que
que gere dano deve suportar as consequências jurídicas a compense razoavelmente.
decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.58 Por sua vez, deteriorar o patrimônio público caracteri-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, za dano material. No caso, há um correspondente finan-
podendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até ceiro direto, de modo que a condenação será no sentido
os limites da herança, embora existam reflexos na ação de pagar ao Estado o equivalente ao bem destruído ou
que apure a responsabilidade civil conforme o resultado deteriorado.
na esfera penal (por exemplo, uma absolvição por nega-
tiva de autoria impede a condenação na esfera cível, ao X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à es-
passo que uma absolvição por falta de provas não o faz). pera de solução que compete ao setor em que exerça
Genericamente, os elementos da responsabilidade suas funções, permitindo a formação de longas filas,
civil se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do
que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im- serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda ou ato de desumanidade, mas principalmente grave
que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Este é o dano moral aos usuários dos serviços públicos.
artigo central do instituto da responsabilidade civil, que Este inciso é um desdobramento do inciso anterior,
tem como elementos: ação ou omissão voluntária (agir descrevendo um tipo específico de conduta imoral com
como não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa relação ao usuário do serviço público, qual seja a de dei-
ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma xá-lo esperando por atendimento que seja de sua com-
violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo petência. Claro, a espera é algo natural, notadamente
causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e quando o atendimento estiver sobrecarregado. O que o
o dano causado) e dano (prejuízo sofrido pelo agente, inciso pretende vetar é que as filas se alonguem quando
que pode ser individual ou coletivo, moral ou material, o servidor enrola no atendimento, enfim, age com pre-
econômico e não econômico). guiça e desânimo.
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: “As
pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva- XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
do prestadoras de serviços públicos responderão pelos ordens legais de seus superiores, velando atentamen-
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a te por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res- negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
ponsável nos casos de dolo ou culpa”. Este artigo deixa de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
clara a formação de uma relação jurídica autônoma en- caracterizam até mesmo imprudência no desempenho
tre o Estado e o agente público que causou o dano no da função pública.
desempenho de suas funções. Nesta relação, a respon- Dentro do serviço público há uma hierarquia, que
sabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado deve ser obedecida para a boa execução das atividades.
provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual foi Seria uma desordem se todos mandassem e se cada qual
anteriormente condenado a reparar. Direito de regresso decidisse que função iria desempenhar. Por isso, cabe
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

é justamente o direito de acionar o causador direto do o respeito ao que o superior determina, executando as
dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, con- funções da melhor forma possível.
siderada a existência de uma relação obrigacional que se “A razão pela qual se exige uma disciplina do homem
forma entre a vítima e a instituição que o agente compõe. em seu grupo repousa no fato de que as associações
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- possuem, por suas naturezas, uma necessidade de equi-
te causar aos membros da sociedade, mas se este agente líbrio que só se encontra quando a autonomia dos seres
agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que se coordena na finalidade do todo. É a lei dos sistemas
foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar que se torna imperiosa, do átomo às galáxias, de cada in-
condutas incompatíveis com o comportamento ético divíduo até sua sociedade. [...] Cada ser, assim como a so-
dele esperado.59 matória deles em classe profissional, tem seu comporta-
58 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São mento específico, guiado pela característica do trabalho
Paulo: Saraiva, 2005. executado. Cada conjunto de profissionais deve seguir
59 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: uma ordem que permita a evolução harmônica do traba-
Método, 2011.

57
lho de todos, a partir da conduta de cada um, através de “Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para
uma tutela no trabalho que conduza a regularização do o desempenho eficaz da profissão são deveres éticos.
individualismo perante o coletivo” 60. Sendo o propósito do exercício profissional a prestação
Negligência é a omissão no agir como se deve, isto é, de uma utilidade a terceiros, todas as qualidades perti-
é deixar de fazer aquilo que lhe foi atribuído. As condutas nentes à satisfação da necessidade, de quem requer a
negligentes devem ser evitadas, de modo que os erros tarefa, passam a ser uma obrigação perante o desempe-
sejam minimizados, a atenção seja uma marca do serviço nho. Logo, um complexo de deveres envolve a vida pro-
e a retidão algo sempre presente. Imprudência, por sua fissional, sob os ângulos da conduta a ser seguida para a
vez, é o agir sem cuidado, sem zelo, causando prejuízo execução de um trabalho” 62.
ao serviço público. a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
função ou emprego público de que seja titular;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu lo-
cal de trabalho é fator de desmoralização do serviço Cabe ao servidor público desempenhar todas as atri-
público, o que quase sempre conduz à desordem nas buições inerentes à posição de que seja titular.
relações humanas. b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
O servidor público tem obrigação de comparecer reli- rendimento, pondo fim ou procurando prioritaria-
giosamente em seu local de trabalho no horário determi- mente resolver situações procrastinatórias, prin-
nado. Todas as ausências devem ser evitadas e, quando cipalmente diante de filas ou de qualquer outra
inevitáveis, devem ser justificadas. espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
Os demais funcionários e a sociedade sempre ficam setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
atentos às atitudes do servidor público e qualquer percep- evitar dano moral ao usuário;
ção de relaxo no desempenho das funções será observada,
notadamente no que tange a ausências frequentes. O desempenho de funções deve se dar de forma
eficiente. Situações procrastinatórias são aquelas que
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a adiam a prestação do serviço público. Procrastinar signi-
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e fica enrolar, adiar, fugir ao dever de prestar o serviço, ler-
cada concidadão, colabora e de todos pode receber dear. Cabe ao servidor público não deixar para amanhã o
colaboração, pois sua atividade pública é a grande que pode fazer no dia e agilizar ainda mais o seu serviço
oportunidade para o crescimento e o engrandecimen- quando houver acúmulo de trabalho ou de filas, inclusive
to da Nação. para evitar dano moral ao cidadão.
O bom desempenho das funções ao agir conforme o c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a
esperado pela sociedade implica numa boa imagem do integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
servidor público, o que permite que ele receba apoio dos quando estiver diante de duas opções, a melhor e
demais quando realmente precisar. a mais vantajosa para o bem comum;
“É inequívoco que o trabalho individual influencia
e recebe influências do meio onde é praticado. Não é, Honestidade, retidão, lealdade e justiça são valores
pois, somente em seu grupo que o profissional dá sua
morais consolidados na sociedade, refletindo o caráter
contribuição ou a sonega. Quando adquire a consciência
da pessoa. O servidor público deve erigir tais valores,
do valor social de sua ação, da vontade volvida ao geral,
sempre fazendo a melhor escolha para a coletividade.
pode realizar importantes feitos que alcançam repercus-
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-
são ampla” 61.
dição essencial da gestão dos bens, direitos e ser-
viços da coletividade a seu cargo;
#FicaDica
Prestar contas é uma atitude obrigatória por parte de
As regras deontológicas do Código de Ética todos aqueles que cuidam de algo que não lhe perten-
trazem uma concepção abrangente de de- ce. No caso, o servidor público cuida do patrimônio do
veres comportamentais do servidor públi- Estado. Por isso, sempre deverá prestar contas a respeito
co, que adiante são aprofundadas de forma deste patrimônio, relatando a sua situação e garantindo
mais específica no inciso XIV. que ele seja preservado.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços


aperfeiçoando o processo de comunicação e con-
Seção II tato com o público;
Dos Principais Deveres do Servidor Público
A atitude ética esperada do servidor público consis-
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: te em exercer suas funções de forma adequada, sempre
Embora se trate de outra seção do Código de Ética, há atendendo da melhor forma possível os usuários.
continuidade no tratamento do agir moral esperado do f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
servidor público. No caso, são elencados alguns deveres princípios éticos que se materializam na adequada
essenciais que devem ser obedecidos. prestação dos serviços públicos;
60 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
61 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 62 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 2010.

58
Os funcionários públicos nunca podem perder de vis- m) comunicar imediatamente a seus superiores todo
ta o dever ético que eles possuem com relação à socie- e qualquer ato ou fato contrário ao interesse públi-
dade como um todo, que é o de respeito à moralidade co, exigindo as providências cabíveis;
insculpida no texto constitucional. “A consciência ética n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra-
busca ser cidadã e, por isso, faz da honestidade pessoal balho, seguindo os métodos mais adequados à sua
um caminho certo para a ética pública. Vivendo numa organização e distribuição;
República, estamos tratando da ‘coisa pública’, do que é
de todos; isso requer vida administrativa e política trans- Os três incisos acima reiteram deveres constantemen-
parente, numa disposição a colocar-se a serviço de toda te enumerados pelo Código de Ética como o de com-
a coletividade”63. parecimento assíduo e pontual no local de trabalho, o
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten- de comunicação de atos contrários ao interesse públi-
ção, respeitando a capacidade e as limitações in- co (inclusive os praticados por seus superiores) e o de
dividuais de todos os usuários do serviço público, preservação do local de trabalho (mantendo-o limpo e
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção organizado).
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, o) participar dos movimentos e estudos que se rela-
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa cionem com a melhoria do exercício de suas fun-
forma, de causar-lhes dano moral; ções, tendo por escopo a realização do bem co-
mum;
Para bem atender os usuários, é preciso tratá-los com
igualdade, sem preconceitos de qualquer natureza. Vale Frequentemente, são promovidos cursos de aperfei-
lembrar que o tratamento preconceituoso e mal-educa- çoamento pela própria instituição, sem contar aqueles
do caracteriza dano moral, cabendo reparação. disponibilizados por faculdades e cursos técnicos. Cabe
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum te- ao servidor público participar sempre que for benéfico à
mor de representar contra qualquer comprometi- melhoria de suas funções.
mento indevido da estrutura em que se funda o “O valor do exercício profissional tende a aumentar à
Poder Estatal; medida que o profissional também aumentar sua cultu-
i) resistir a todas as pressões de superiores hierár- ra, especialmente em ramos do saber aplicáveis a todos
quicos, de contratantes, interessados e outros que os demais, como são os relativos às culturas filosóficas,
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- matemáticas e históricas. Uma classe que se sustenta em
gens indevidas em decorrência de ações imorais, elites cultas te garantida sua posição social, porque se
ilegais ou aéticas e denunciá-las; habilita às lideranças e aos postos de comando no po-
der. A especialização tem sua utilidade, seu valor, sendo
O respeito à hierarquia é algo necessário ao setor pú- impossível negar tal evidência [...]”64.
blico, pois se ele não existisse as atividades seriam de- p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
sempenhadas de forma desorganizada, logo, ineficiente. quadas ao exercício da função;
Isso não significa, contudo, que o servidor deva obede-
cer a todas as ordens sem questioná-las, notadamente A roupa vestida pelo servidor público também refle-
quando perceber que a atitude de seu superior contraria te sua autoridade moral no exercício das funções. Por
os interesses do bem comum, nem que deva ter medo exemplo, é absurdo chegar ao local de trabalho utilizan-
de denunciar atitudes antiéticas de seus superiores ou do bermuda e chinelo, refletindo uma imagem de des-
colegas. caso do serviço público. As roupas devem ser sóbrias,
São atitudes que não podem ser aceitas por parte dos compatíveis com a seriedade esperada da Administração
superiores ou de pessoas que contratem ou busquem Pública e de seus funcionários.
serviços do poder público: obtenção de favores, benefí- q) manter-se atualizado com as instruções, as nor-
cios ou vantagens indevidas, imorais, ilegais ou antiéticas. mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
Ao se deparar com estas atitudes, deverá denunciá-las. onde exerce suas funções;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigên-
cias específicas da defesa da vida e da segurança A regulamentação das funções exercidas pelos ór-
coletiva; gãos administrativos está sempre mudando, cabendo ao
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

servidor público se manter atualizado.


O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as
públicos possuem o direito de greve, devendo se aten- instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou
tar pela preservação da sociedade quando exercê-lo. En- função, tanto quanto possível, com critério, segu-
quanto não for elaborada uma legislação específica para rança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
os funcionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral ordem.
de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n°
7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20). A alínea reflete uma síntese do agir moral esperado
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de do servidor público, refletindo a prestação do serviço
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde- com eficiência e respeito à lei, atendendo ao bem co-
nado, refletindo negativamente em todo o sistema; mum.
63 AGOSTINI, Frei Nilo. Ética: diálogo e compromisso. São Paulo: 64 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
FTD, 2010. 2010.

59
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por O cargo público é para a sociedade, não para o indi-
quem de direito; víduo. Por isso, ele não pode se beneficiar dele indevi-
damente. A esta descrição corresponde o tipo criminal
As atividades de fiscalização são usuais no serviço da corrupção passiva, prescrito no Código Penal em seu
público e, por isso, os ficais devem ser bem atendidos, artigo 317 nos seguintes termos:
cabendo ao servidor demonstrar que as atividades atri-
buídas estão sendo prestadas conforme a lei determina. Corrupção passiva
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
dos usuários do serviço público e dos jurisdiciona- antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
dos administrativos; devida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Prerrogativas funcionais são garantias atribuídas pela
lei ao servidor público para que ele possa bem desempe- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
nhar suas funções. Não cabe exercê-las a torto e direito, servidores ou de cidadãos que deles dependam;
é preciso ter razoabilidade, moderação. Assim, quando
invocá-las, o servidor público será levado a sério. Causar intrigas no trabalho, fazer fofocas e se negar a
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun- ajudar os demais cidadãos que busquem atendimento é
ção, poder ou autoridade com finalidade estranha uma clara violação ao dever ético.
ao interesse público, mesmo que observando as c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
formalidades legais e não cometendo qualquer conivente com erro ou infração a este Código de
violação expressa à lei; Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

O servidor público deve agir conforme a lei determi- Como visto, é dever do servidor público denunciar
na, observando-a estritamente, preservando assim os in- aqueles que desrespeitem o Código de Ética, bem como
teresses da sociedade. obedecê-lo estritamente. Não deve pensar que cobrir
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua o erro do outro é algo solidário, porque todos os erros
classe sobre a existência deste Código de Ética, esti- cometidos numa função pública são prejudiciais à socie-
mulando o seu integral cumprimento. dade.
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
O Código de Ética é o principal instrumento jurídico exercício regular de direito por qualquer pessoa,
que trata das atitudes do servidor público esperadas e causando-lhe dano moral ou material;
vedadas. É preciso obedecer a suas diretrizes e aconse-
lhar a sua leitura àqueles que o desconheçam. O trabalho não deve ser adiado, mas sim prestado de
forma rápida e eficaz, sob pena de causar dano moral ou
Seção III material aos usuários e ao Estado.
Das Vedações ao Servidor Público Na esfera penal, pode incidir no crime de prevarica-
ção (art. 319, CP):
XV - É vedado ao servidor público;
Nesta seção, são descritas algumas atitudes que con- Prevaricação
trariam as diretrizes do Código de Ética. Trata-se de um
rol exemplificativo, ou seja, que pode ser ampliado por Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamen-
um juízo de interpretação das regras éticas até então es- te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição ex-
tudadas. pressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
#FicaDica
Não será necessário gravar todas estas re- e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

gras se o candidato se atentar ao fato de ao seu alcance ou do seu conhecimento para aten-
que elas se contrapõem às atitudes corre- dimento do seu mister;
tas até então estudadas. Por óbvio, não agir
da forma estabelecida caracteriza violação A incorporação da tecnologia aos serviços públicos,
dos deveres éticos, o que é proibido. aproximando-o da sociedade, é chamada de governança
eletrônica. Cabe ao servidor público saber lidar bem com
tais tecnologias, pois elas melhoram a qualidade do ser-
viço prestado.
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
tempo, posição e influências, para obter qualquer caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
favorecimento, para si ou para outrem; interfiram no trato com o público, com os jurisdi-
cionados administrativos ou com colegas hierar-
quicamente superiores ou inferiores;

60
O funcionário público deve agir com impessoalidade § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário pú-
na prestação do serviço, tratando todas as pessoas igual- blico, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou
mente, tanto os usuários quanto os colegas de trabalho. bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual- em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facili-
quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, dade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
comissão, doação ou vantagem de qualquer es- Peculato caracteriza-se pela subtração ou desvio, por
pécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para abuso de confiança, de dinheiro ou de coisa móvel apre-
o cumprimento da sua missão ou para influenciar ciável economicamente, para proveito próprio ou alheio,
outro servidor para o mesmo fim; por servidor público que o administra ou guarda.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
A remuneração do servidor público já é paga pelo âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
Estado, fomentada pelos tributos do contribuinte. Não prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
cabe ao servidor buscar bônus indevidos pela prestação
de seus serviços, seja solicitando (caso que caracteriza As informações que são acessadas pelo funcionário
crime de corrupção - art. 317, CP), seja exigindo (restan- público somente devem ser aproveitadas para o bom
do presente o crime de concussão - art. 316, CP). Caso o desempenho das funções. Não cabe fazer fofocas, ainda
faça, se sujeitará às penas cíveis, penais e administrativas. que sem nenhum interesse de obter privilégio econômi-
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva co, ou seja, apenas para aparentar importância por mera
encaminhar para providências; vaidade pessoal. É possível que caracterize crime de vio-
lação de sigilo funcional pois utilizar-se de informações
Caso o faça, além das sanções cíveis e administrativas, obtidas no âmbito interno da administração, nos casos
incorre na prática do crime de alterar ou deturpar (mo- em que deva ser guardado sigilo pode caracterizar crime,
dificar, alterar para pior; desfigurar; corromper; adulterar) previsto no artigo 325, do Código Penal:
dados de documentos.
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite Violação de sigilo funcional
do atendimento em serviços públicos; Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-
Como visto, o funcionário público deve atender com -lhe a revelação:
eficiência o usuário do serviço, prestando todas as infor- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
mações da maneira mais correta e verdadeira possível, se o fato não constitui crime mais grave.
sem mentiras ou ilusões.
j) desviar servidor público para atendimento a inte- n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
resse particular; habitualmente;

Todos os servidores públicos são contratados pelo Esta- Trata-se de ato típico de falta de decoro e retidão, va-
do, devendo prestar serviços que atendam ao seu interesse. lore morais inerentes à boa prestação do serviço público.
Por isso, um servidor não pode pedir ao seu subordinado que o) dar o seu concurso a qualquer instituição que aten-
lhe preste serviços particulares, por exemplo, pagar uma con- te contra a moral, a honestidade ou a dignidade da
ta pessoal em agência bancária, telefonar para consultórios pessoa humana;
para agendar consultas, fazer compras num supermercado. p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu
nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
te autorizado, qualquer documento, livro ou bem O servidor público, seja na vida privada, seja no exer-
pertencente ao patrimônio público; cício das funções, não deve se filiar a instituições que
contrariem a moral, por exemplo, que incitem o precon-
Os bens que se encontram no local de trabalho per- ceito e a desordem pública. Afinal, o servidor público é
tencem à máquina estatal e devem ser utilizados exclu- um espelho para a sociedade, devendo refletir seus valo-
sivamente para a prestação do serviço público, não po- res tradicionais.
dendo o funcionário retirá-los de lá. Se o fizer, responde
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

civil e administrativamente, bem como criminalmente CAPÍTULO II


por peculato (art. 312, CP). DAS COMISSÕES DE ÉTICA
Peculato XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública Federal direta, indireta autárquica e
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di- fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou exerça atribuições delegadas pelo poder público, de-
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou verá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. servidor, no tratamento com as pessoas e com o pa-
trimônio público, competindo-lhe conhecer concreta-
mente de imputação ou de procedimento suscetível de
censura.

61
“Estabelecido um código de ética, para uma classe, Censura é o poder do Estado de interditar ou restrin-
cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de gir a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito,
incorrer em transgressão, punível pelo órgão competen- quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pú-
te, incumbido de fiscalizar o exercício profissional. [...] A blica vigente.
fiscalização do exercício da profissão pelos órgãos de
classe compreende as fases preventiva (ou educacional)
e executiva (ou de direta verificação da qualidade das #FicaDica
práticas). Grande parte dos erros cometidos derivam-se - Todas entidades da administração pública
em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou federal direta ou indireta devem constituir
seja, da educação insuficiente, e outra parte, bem menor, em seu âmbito uma Comissão de Ética que
deriva-se de atos propositadamente praticados. Os ór- irá apurar as infrações ao Código de Ética.
gãos de fiscalização assumem, por conseguinte, um pa- - A Comissão será composta por três ser-
pel relevante de garantia sobre a qualidade dos serviços vidores ou empregados titulares de cargo
prestados e da conduta humana dos profissionais” 65. efetivo ou emprego permanente.
Com efeito, as Comissões de Ética possuem função - A constituição (quando foi criada) e a
de orientação e aconselhamento, devendo se fazer composição (quem a compõe) da Comis-
presentes em todo órgão ou entidade da administração são deverão ser informadas à Secretaria da
direta ou indireta. Administração Federal da Presidência da
A Comissão de Ética não tem por finalidade aplicar República.
sanções disciplinares contra os servidores Civis. Muito
pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar
a instauração desses processos, mediante trabalho de XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
orientação e aconselhamento. A finalidade do código de ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
ética consiste em produzir na pessoa do servidor público por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
a consciência de sua adesão às normas ético-profissio- preste serviços de natureza permanente, temporária
nais preexistentes à luz de um espírito crítico, para efeito ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
por parte de cada um e, em consequência, o resgate do órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda-
respeito ao serviço público e à dignidade social de cada ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas
servidor. O objetivo deste código é a divulgação ampla públicas e as sociedades de economia mista, ou em
dos deveres e das vedações previstas, através de um tra- qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
balho de cunho educativo com os servidores públicos
federais. Este último inciso do Código de Ética é de fundamen-
tal importância para fins de concurso público, pois define
XVII - Revogado pelo Decreto n° 6.029/07 (art. 25). quem é o servidor público que se sujeita a ele.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos or- “Uma classe profissional caracteriza-se pela homoge-
ganismos encarregados da execução do quadro de neidade do trabalho executado, pela natureza do conhe-
carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta cimento exigido preferencialmente para tal execução e
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo- pela identidade de habilitação para o exercício da mes-
ções e para todos os demais procedimentos próprios ma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da
da carreira do servidor público. sociedade, específico, definido por sua especialidade de
Além de orientar e aconselhar, a Comissão de Ética desempenho de tarefa” 66.
fornecerá as informações sobre os funcionários a ela Elementos do conceito de servidor público:
submetidos, tanto para instruir promoções, quanto para a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por
alimentar processo administrativo disciplinar. exemplo, prestação de serviços como jurado ou
mesário), contrato (contratação direta, sem con-
XIX a XXI - Revogados pelo Decreto n° 6.029/07 (art. curso público, para atender a uma urgência ou
25). emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Co- caso da nomeação por aprovação em concurso
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

missão de Ética é a de censura e sua fundamentação público) - enfim, não importa o instrumento da
constará do respectivo parecer, assinado por todos os vinculação à administração pública, desde que es-
seus integrantes, com ciência do faltoso. teja realmente vinculado;
A única sanção que pode ser aplicada diretamente b) Serviço prestado: permanente, temporário ou ex-
pela Comissão de Ética é a de censura, que é a pena cepcional - isto é, ainda que preste o serviço só
mais branda pela prática de uma conduta inadequada por um dia, como no caso do mesário de eleição, é
que seja praticada no exercício das funções. Nos demais servidor público, da mesma forma que aquele que
casos, caberá sindicância ou processo administrativo dis- foi aprovado em concurso público e tomou posse;
ciplinar, sendo que a Comissão de Ética fornecerá ele- com ou sem retribuição financeira - por exem-
mentos para instrução. plo, o jurado não recebe por seus serviços, mas
não deixa de ser servidor público;
65 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 66 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 2010.

62
c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à adminis- Resposta: Errado. Preconiza o Decreto nº 1.171/1994
tração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão em seu inciso XIV, “p”: “São deveres fundamentais do
que tenha algum vínculo com o poder estatal. servidor público: [...] p) apresentar-se ao trabalho com
O conceito é o mais amplo possível, abrangendo vestimentas adequadas ao exercício da função”.
autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
sociedades de economia mista, enfim, qualquer
entidade ou setor que vise atender o interesse do RESOLUÇÕES 1 A 10 DA COMISSÃO DE ÉTICA
Estado. PÚBLICA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

Resolução nº 01, 13 de setembro de 2000


EXERCÍCIOS COMENTADOS
Estabelece procedimentos para apresentação de
1. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ADMI- informações, sobre situação patrimonial, pelas au-
NISTRAÇÃO – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, toridades submetidas ao Código de Conduta da Alta
relativo ao regime dos servidores públicos federais e à Administração Federal.
ética no serviço público. A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atri-
Comissões de ética são obrigatórias para todos os ór- buições, e tendo em vista o disposto no art. 4o do Códi-
gãos da administração pública federal direta, sendo fa- go de Conduta da Alta Administração Federal,
cultativas para entidades da administração indireta.
RESOLVE:
( ) CERTO ( ) ERRADO  
Art. 1º O cumprimento do disposto no art. 4o do Có-
Resposta: Errado. A previsão de obrigatoriedade está digo de Conduta da Alta Administração Federal, que
expressa no Decreto nº 1.171/1994 em seu inciso XVI: trata da apresentação de informações sobre a situa-
“Em todos os órgãos e entidades da Administração ção patrimonial das autoridades a ele submetidas,
Pública Federal direta, indireta autárquica e funda- será atendido mediante o envio à Comissão de Ética
cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça Pública - CEP de:
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser I - lista dos bens, com identificação dos respectivos va-
criada uma Comissão de Ética [...]”. lores estimados ou de aquisição, que poderá ser subs-
tituída pela remessa de cópia da última declaração de
2. (STJ – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE – 2018) bens apresentada à Secretaria da Receita Federal do
Considerando os conceitos, princípios e valores da ética Ministério da Fazenda;
e da moral, bem como o disposto na Lei nº 8.429/1992, II - informação sobre situação patrimonial específica
julgue o item a seguir. que, a juízo da autoridade, suscite ou possa eventual-
A consciência moral deve nortear o comportamento do mente suscitar conflito com o interesse público e, se for
servidor público, que deve sempre apresentar conduta o caso, o modo pelo qual pretende evitá-lo.
ética, ainda que receba ordem hierárquica superior que Art. 2º As informações prestadas na forma do artigo
lhe imponha conduta imoral e antiética. anterior são de caráter sigiloso e, uma vez conferidas
por pessoa designada pela CEP, serão encerradas em
( ) CERTO ( ) ERRADO envelope lacrado.
Art. 3º A autoridade deverá também comunicar à CEP
Resposta: Certo. O funcionário está subordinado em as participações de que for titular em sociedades de
sua conduta às leis e ao Código de Ética e não pode economia mista, de instituição financeira ou de em-
desobedecê-los mesmo diante de ordens superiores. presa que negocie com o Poder Público, conforme de-
A previsão decorre ainda do dever previsto no Decreto termina o art. 6o do Código de Conduta.
nº 1.171/1994 em seu inciso XIV, “i”: “resistir a todas as Art. 4º O prazo de apresentação de informações será
pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, de dez dias, contados:
interessados e outros que visem obter quaisquer favo- I - da data de publicação desta Resolução, para as au-
res, benesses ou vantagens indevidas em decorrência toridades que já se encontram no exercício do cargo;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las”. II - da data da posse, para as autoridades que vierem
a ser doravante nomeadas.
3. (SEDF – ANALISTA DE GESTÃO EDUCACIONAL – Art. 5º As seguintes autoridades estão obrigadas a
ADMINISTRAÇÃO – CESPE – 2017) À luz da legislação prestar informações (art. 2º do Código de Conduta):
que rege os atos administrativos, a requisição dos ser- I - Ministros e Secretários de Estado;
vidores distritais e a ética no serviço público, julgue o II - titulares de cargos de natureza especial, secretá-
seguinte item. rios-executivos, secretários ou autoridades equivalen-
Servidor público apresentar-se ao trabalho com vesti- tes ocupantes de cargo do Grupo-Direção e Assessora-
mentas inadequadas ao exercício do cargo não constitui mento Superiores - DAS, nível seis;
vedação relativa a comportamento profissional e atitu- III - presidentes e diretores de agências nacionais, au-
des éticas no serviço. tarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas
pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de
( ) CERTO ( ) ERRADO economia mista.

63
Art. 6º As informações prestadas serão mantidas em 5. A publicidade da remuneração e das despesas de
sigilo, como determina o § 2º do art. 5º do referido transporte e estada será assegurada mediante regis-
Código. tro do compromisso na respectiva agenda de trabalho
Art. 7º As informações de que trata esta Resolução da autoridade, com explicitação das condições de sua
deverão ser remetidas à CEP, em envelope lacrado, lo- participação, a qual ficará disponível para consulta
calizada no Anexo II do Palácio do Planalto, sala 250 pelos interessados.
- Brasília-DF.
6. A autoridade não poderá aceitar o pagamento ou
João Geraldo Piquet Carneiro reembolso de despesa de transporte e estada, referen-
Presidente tes à sua participação em evento de interesse institu-
cional ou pessoal, por pessoa física ou jurídica com a
Resolução nº 02, 24 de outubro de 2000 qual o órgão a que pertença mantenha relação de ne-
gócio, salvo se o pagamento ou reembolso decorrer de
Regula a participação de autoridade pública abrangi- obrigação contratual previamente assumida perante
da pelo Código de Conduta da Alta Administração Fede- aquele órgão.
ral em seminários e outros eventos
A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. João Geraldo Piquet Carneiro
2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota Presidente da Comissão de Ética Pública
a presente resolução interpretativa do parágrafo único  
do art.7º do Código de Conduta da Alta Administração Nota Explicativa 
Federal. Participação de autoridades submetidas ao Código
1. A participação de autoridade pública abrangida de Conduta da Alta Administração Federal em seminá-
pelo Código de Conduta da Alta Administração Fe- rios, congressos e eventos semelhantes
deral em atividades externas, tais como seminários, O Código de Conduta da Alta Administração Federal
estabeleceu os limites que devem ser observados para a
congressos, palestras e eventos semelhantes, no Brasil
participação de autoridades a ele submetidas em semi-
ou no exterior, pode ser de interesse institucional ou
nários, congressos e eventos semelhantes (art. 7º, pará-
pessoal.
grafo único).
 
A experiência anterior ao Código de Conduta revela
2. Quando se tratar de participação em evento de in-
um tratamento não uniforme nas condições relativas à
teresse institucional, as despesas de transporte e esta-
participação das autoridades da alta administração fe-
da, bem como as taxas de inscrição, se devidas, corre-
deral nesses eventos. Com efeito, diante das conhecidas
rão por conta do órgão a que pertença a autoridade, restrições de natureza orçamentária e financeira, passou-
observado o seguinte: -se a admitir que as despesas de viagem e estada da au-
I - excepcionalmente, as despesas de transporte e es- toridade fossem custeadas pelo promotor do seminário
tada, bem como as taxas de inscrição, poderão ser cus- ou congresso.
teadas pelo patrocinador do evento, se este for: Tal prática, porém, não se coaduna com a necessi-
a) organismo internacional do qual o Brasil faça parte; dade de prevenir situações que possam comprometer a
b) governo estrangeiro e suas instituições; imagem do governo ou, até mesmo, colocar a autorida-
c) instituição acadêmica, científica e cultural; de em situação de constrangimento. É o que ocorre, por
d) empresa, entidade ou associação de classe que não exemplo, quando o patrocinador tem interesse em deci-
esteja sob a jurisdição regulatória do órgão a que per- são específica daquela autoridade.
tença a autoridade, nem que possa ser beneficiária de Após o advento do Código de Conduta, diversas
decisão da qual participe a referida autoridade, seja consultas sobre o tema chegaram à Comissão de Ética
individualmente, seja em caráter coletivo. Pública, o que demonstrou a inequívoca necessidade de
II - a autoridade poderá aceitar descontos de trans- tornar mais clara e detalhada a aplicação da norma cons-
porte, hospedagem e refeição, bem como de taxas de tante do Código de Conduta.
inscrição, desde que não se refira a benefício pessoal. A presente Resolução, de caráter interpretativo, visa
justamente afastar dúvidas sobre a maneira pela qual a
3. Quando se tratar de evento de interesse pessoal da autoridade pública poderá participar de determinados
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

autoridade, as despesas de remuneração, transporte e eventos externos, dentro dos limites éticos constantes
estada poderão ser custeadas pelo patrocinador, desde do Código de Conduta. Os dois princípios básicos que
que: orientam a resolução ora adotada são a transparência,
I - a autoridade torne públicas as condições aplicáveis assegurada pela publicidade, e a inexistência de interes-
à sua participação, inclusive o valor da remuneração, se do patrocinador dos referidos eventos em decisão da
se for o caso; autoridade pública convidada.
II - o promotor do evento não tenha interesse em de- A Resolução, para fins práticos, distinguiu a partici-
cisão que possa ser tomada pela autoridade, seja indi- pação da autoridade em dois tipos: a de interesse ins-
vidualmente, seja de caráter coletivo. titucional e a de interesse pessoal. Entende-se por par-
ticipação de interesse institucional aquela que resulte
4. As atividades externas de interesse pessoal não po- de necessidade e conveniência identificada do órgão ao
derão ser exercidas em prejuízo das atividades nor- qual pertença a autoridade e que possa concorrer para o
mais inerentes ao cargo. cumprimento de suas atribuições legais.

64
Quando a participação for de interesse pessoal, a co- Resolve adotar a presente Resolução de caráter inter-
bertura de custos pelos promotores do evento somente pretativo:
será admissível se:
1) a autoridade tornar públicas as condições aplicá- Presentes
veis à sua participação; 1. A proibição de que trata o Código de Conduta se
2) o promotor do evento não tiver interesse em deci- refere ao recebimento de presentes de qualquer valor,
são da esfera de competência da autoridade; em razão do cargo que ocupa a autoridade, quando o
3) a participação não resulte em prejuízo das ativida- ofertante for pessoa, empresa ou entidade que:
des normais inerentes ao seu cargo. I – esteja sujeita à jurisdição regulatória do órgão a
que pertença a autoridade;
Em se tratando de participação de autoridade em II – tenha interesse pessoal, profissional ou empresa-
evento de interesse institucional, não é permitida a co- rial em decisão que possa ser tomada pela autoridade,
bertura das despesas de transporte e estada pelo promo- individualmente ou de caráter coletivo, em razão do
tor do evento, exceto quando este for: cargo;
1) organismo internacional do qual o Brasil faça parte; III – mantenha relação comercial com o órgão a que
2) governo estrangeiro e suas instituições; pertença a autoridade; ou
3) instituição acadêmica, científica ou cultural; IV – represente interesse de terceiros, como procurador
4) empresa, entidade ou associação de classe que não ou preposto, de pessoas, empresas ou entidades com-
tenha interesse em decisão da autoridade. preendidas nos incisos I, II e III.

Da mesma forma, as despesas poderão ser cobertas 2. É permitida a aceitação de presentes:


pelo promotor do evento quando decorrente de obriga- I – em razão de laços de parentesco ou amizade, desde
ção contratual de empresa perante a instituição da au- que o seu custo seja arcado pelo próprio ofertante, e
toridade. não por pessoa, empresa ou entidade que se enquadre
Não será permitida, tampouco, a aceitação do paga- em qualquer das hipóteses previstas no item anterior;
mento ou reembolso de despesa de transporte e esta- II – quando ofertados por autoridades estrangeiras,
da por empresa com a qual o órgão a que pertença a nos casos protocolares em que houver reciprocidade
autoridade mantenha relação de negócio. É o caso, por ou em razão do exercício de funções diplomáticas.
exemplo, de empresa que forneça bens ou serviços ao
referido órgão, a menos que tal pagamento ou reem- 3. Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata
bolso decorra de obrigação contratual por ela assumida. de presente cuja aceitação é vedada, a autoridade de-
A publicidade relativa à participação das autoridades verá adotar uma das seguintes providências, em razão
em eventos externos será assegurada mediante registro da natureza do bem:
na agenda de trabalho da autoridade das condições de I – tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou
sua participação, inclusive remuneração, se for o caso. A artístico, destiná-lo ao acervo do Instituto do Patri-
agenda de trabalho ficará disponível para consulta por mônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN para que
qualquer interessado. O acesso público à agenda deve este lhe dê o destino legal adequado;
ser facilitado. II – promover a sua doação a entidade de caráter as-
Em síntese, por meio desta resolução interpretativa, a sistencial ou filantrópico reconhecida como de utilida-
Comissão procurou fixar os balizamentos mínimos a se- de pública, desde que, tratando-se de bem não perecí-
rem observados pelas autoridades abrangidas pelo Códi- vel, esta se comprometa a aplicar o bem ou o produto
go de Conduta, sem prejuízo de que cada órgão detalhe da sua alienação em suas atividades fim; ou
suas próprias normas internas sobre a participação de III - determinar a incorporação ao patrimônio da enti-
seus servidores em eventos externos dade ou do órgão público onde exerce a função.

Resolução nº 03, 23 de novembro de 2000 4. Não caracteriza presente, para os fins desta Reso-
lução:
Regras sobre o tratamento de presentes e brindes I – prêmio em dinheiro ou bens concedido à autori-
aplicáveis às autoridades públicas abrangidas pelo Códi- dade por entidade acadêmica, científica ou cultural,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

go de Conduta da Alta Administração Federal em reconhecimento por sua contribuição de caráter


A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. intelectual;
2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, e consi- II – prêmio concedido em razão de concurso de acesso
derando que: público a trabalho de natureza acadêmica, científica,
a) de acordo com o art. 9º do Código de Conduta da tecnológica ou cultural;
Alta Administração Federal, é vedada a aceitação III – bolsa de estudos vinculada ao aperfeiçoamento
de presentes por autoridades públicas a ele sub- profissional ou técnico da autoridade, desde que o pa-
metidas; trocinador não tenha interesse em decisão que possa
 b) a aplicação da mencionada norma e de suas exce- ser tomada pela autoridade, em razão do cargo que
ções requer orientação de caráter prático às referi- ocupa.
das autoridades,

65
Brindes CAPÍTULO I
5. É permitida a aceitação de brindes, como tal enten- DA COMPETÊNCIA
didos aqueles:
I –que não tenham valor comercial ou sejam distribuí- Art. 2º Compete à Comissão de Ética Pública (CEP):
dos por entidade de qualquer natureza a título de cor- I - assegurar a observância do Código de Conduta da
tesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião Alta Administração Federal, aprovado pelo Presidente
de eventos ou datas comemorativas de caráter histó- da República em 21 de agosto de 2000, pelas autori-
rico ou cultural, desde que não ultrapassem o valor dades públicas federais por ele abrangidas;
unitário de R$ 100,00 (cem reais); II - submeter ao Presidente da República sugestões de
II – cuja periodicidade de distribuição não seja inferio- aprimoramento do Código de Conduta e resoluções de
ra 12 (doze) meses; e caráter interpretativo de suas normas;
III –. que sejam de caráter geral e, portanto, não se III - dar subsídios ao Presidente da República e aos Mi-
destinem a agraciar exclusivamente uma determina- nistros de Estado na tomada de decisão concernente
da autoridade. a atos de autoridade que possam implicar descumpri-
mento das normas do Código de Conduta;
6. Se o valor do brinde ultrapassar a R$ 100,00 (cem IV - apurar, de ofício ou em razão de denúncia, con-
reais), será ele tratado como presente, aplicando-se- dutas que possam configurar violação do Código de
-lhe a norma prevista no item 3 acima. Conduta, e, se for o caso, adotar as providências nele
previstas;
7. Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial de V - dirimir dúvidas a respeito da aplicação do Código
até R$ 100,00 (cem reais), a autoridade determinará de Conduta e deliberar sobre os casos omissos;
sua avaliação junto ao comércio , podendo ainda, se VI - colaborar, quando solicitado, com órgãos e enti-
julgar conveniente, dar-lhe desde logo o tratamento dades da administração federal, estadual e municipal,
de presente ou dos Poderes Legislativo e Judiciário; e
VII - dar ampla divulgação ao Código de Conduta.
Divulgação e solução de dúvidas
8. A autoridade deverá transmitir a seus subordinados
CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO
as normas constantes desta Resolução, de modo a que
tenham ampla divulgação no ambiente de trabalho.
Art. 3o A CEP é composta por sete membros desig-
nados pelo Presidente da República, com mandato de
9. A incorporação de presentes ao patrimônio histórico
três anos, podendo ser reconduzidos.
cultural e artístico, assim como a sua doação a entida-
§ 1º Os membros da CEP não terão remuneração e
de de caráter assistencial ou filantrópico reconhecida
os trabalhos por eles desenvolvidos são considerados
como de utilidade pública, deverá constar da respec- prestação de relevante serviço público.
tiva agenda de trabalho ou de registro específico da § 2º As despesas com viagens e estada dos membros
autoridade, para fins de eventual controle. da CEP serão custeadas pela Presidência da República,
quando relacionadas com suas atividades.
10. Dúvidas específicas a respeito da implementação
das normas sobre presentes e brindes poderão ser sub- CAPÍTULO III
metidas à Comissão de Ética Pública, conforme o pre- DO FUNCIONAMENTO
visto no art. 19 do Código de Conduta.
Art. 4º Os membros da CEP escolherão o seu presi-
Brasília, 23 de novembro de 2000 dente, que terá mandato de um ano, permitida a re-
condução.
João Geraldo Piquet Carneiro Art. 5º As deliberações da CEP serão tomadas por voto
Presidente da Comissão de Ética Pública da maioria de seus membros, cabendo ao presidente o
voto de qualidade.
Resolução nº 04, 07 de junho de 2001 Art. 6º A CEP terá um Secretário-Executivo, vinculado
à Casa Civil da Presidência da República, que lhe pres-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Aprova o Regimento Interno da Comissão de Ética Pú- tará apoio técnico e administrativo.
blica A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento § 1º O Secretário-Executivo submeterá anualmente à
no art. 2o, inciso VII, do Decreto de 26 de maio de 1999 CEP plano de trabalho que contemple suas principais
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento no atividades e proponha metas, indicadores e dimensio-
art. 2º, inciso VII, do Decreto de 26 de maio de 1999 ne os recursos necessários.
§ 2º Nas reuniões ordinárias da CEP, o Secretário-Exe-
RESOLVE: cutivo prestará informações sobre o estágio de execu-
ção das atividades contempladas no plano de traba-
Art. 1º Fica aprovado na forma desta Resolução o Re- lho e seus resultados, ainda que parciais.
gimento Interno da Comissão de Ética Pública. Art. 7º As reuniões da CEP ocorrerão, em caráter or-
dinário, mensalmente, e, extraordinariamente, sem-
pre que necessário, por iniciativa de qualquer de seus
membros.

66
§ 1º A pauta das reuniões da CEP será composta a IX - tomar as providências necessárias ao cumprimen-
partir de sugestões de qualquer de seus membros ou to do disposto nos arts. 8o, inciso VII, e 12 deste Regi-
por iniciativa do Secretário-Executivo, admitindo-se mento, bem como outras determinadas pelo Presidente
no início de cada reunião a inclusão de novos assun- da Comissão, no exercício de suas atribuições.
tos na pauta.
§ 2º Assuntos específicos e urgentes poderão ser ob- CAPÍTULO V
jeto de deliberação mediante comunicação entre os DAS DELIBERAÇÕES
membros da CEP.
Art. 11. As deliberações da CEP relativas ao Código de
CAPÍTULO IV Conduta compreenderão:
DAS ATRIBUIÇÕES I - homologação das informações prestadas em cum-
primento às obrigações nele previstas;
Art. 8º Ao Presidente da CEP compete: II - adoção de orientações complementares:
I - convocar e presidir as reuniões; a) mediante resposta a consultas formuladas por au-
II - orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os de- toridade a ele submetidas;
bates, iniciar e concluir as deliberações; b) de ofício, em caráter geral ou particular, median-
III - orientar e supervisionar os trabalhos da Secreta- te comunicação às autoridades abrangidas, por meio
ria-Executiva; de resolução, ou, ainda, pela divulgação periódica de
IV - tomar os votos e proclamar os resultados; relação de perguntas e respostas aprovada pela CEP;
V - autorizar a presença nas reuniões de pessoas que, III - elaboração de sugestões ao Presidente da Repú-
por si ou por entidades que representem, possam con- blica de atos normativos complementares ao Código
tribuir para os trabalhos da CEP; de Conduta, além de propostas para sua eventual al-
VI - proferir voto de qualidade; teração;
VII - determinar o registro de seus atos enquanto IV - instauração de procedimento para apuração de
membro da Comissão, inclusive reuniões com autori- ato que possa configurar descumprimento ao Código
dades submetidas ao Código de Conduta; de Conduta; e
VIII - determinar ao Secretário-Executivo, ouvida a V - adoção de uma das seguintes providências em
CEP, a instauração de processos de apuração de práti- caso de infração:
ca de ato em desrespeito ao preceituado no Código de a) advertência, quando se tratar de autoridade no
Conduta da Alta Administração Federal, a execução exercício do cargo;
de diligências e a expedição de comunicados à autori- b) censura ética, na hipótese de autoridade que já tiver
dade pública para que se manifeste na forma prevista deixado o cargo; e
no art. 12 deste Regimento; e c) encaminhamento de sugestão de exoneração à au-
IX - decidir os casos de urgência, ad referendum da toridade hierarquicamente superior, quando se tratar
CEP. de infração grave ou de reincidência.
Art. 9º Aos membros da CEP compete:
I - examinar as matérias que lhes forem submetidas, CAPÍTULO VI
emitindo pareceres; DAS NORMAS DE PROCEDIMENTO
II - pedir vista de matéria em deliberação pela CEP;
III - solicitar informações a respeito de matérias sob Art. 12. O procedimento de apuração de infração ao
exame da Comissão; e Código de Conduta será instaurado pela CEP, de ofício
IV - representar a CEP em atos públicos, por delegação ou em razão de denúncia fundamentada, desde que
de seu Presidente. haja indícios suficientes, observado o seguinte:
Art. 10. Ao Secretário-Executivo compete: I - a autoridade será oficiada para manifestar-se por
I - organizar a agenda das reuniões e assegurar o escrito no prazo de cinco dias;
apoio logístico à CEP; II - o eventual denunciante, a própria autoridade pú-
II - secretariar as reuniões; blica, bem assim a CEP, de ofício, poderão produzir
III - proceder ao registro das reuniões e à elaboração prova documental;
de suas atas; III - a CEP poderá promover as diligências que con-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

IV - dar apoio à CEP e aos seus integrantes no cumpri- siderar necessárias, assim como solicitar parecer de
mento das atividades que lhes sejam próprias; especialista quando julgar imprescindível;
V - instruir as matérias submetidas à deliberação; IV - concluídas as diligências mencionadas no inciso
VI - providenciar, previamente à instrução de matéria anterior, a CEP oficiará à autoridade para nova mani-
para deliberação pela CEP, nos casos em que houver festação, no prazo de três dias;
necessidade, parecer sobre a legalidade de ato a ser V - se a CEP concluir pela procedência da denúncia,
por ela baixado; adotará uma das providências previstas no inciso V
VII - desenvolver ou supervisionar a elaboração de es- do art. 11, com comunicação ao denunciado e ao seu
tudos e pareceres como subsídios ao processo de to- superior hierárquico.
mada de decisão da CEP;
VIII - solicitar às autoridades submetidas ao Código de
Conduta informações e subsídios para instruir assunto
sob apreciação da CEP; e

67
CAPÍTULO VII em 21 de agosto de 2000, encaminhará à Comissão de
DOS DEVERES E RESPONSABILIDADE DOS MEM- Ética Pública, no prazo de dez dias da data de nomea-
BROS DA COMISSÃO ção, Declaração Confidencial de Informações - DCI,
conforme modelo anexo.
 Art. 13. Os membros da CEP obrigam-se a apresentar Art. 2º Estão obrigados à apresentação da DCI minis-
e manter arquivadas na Secretaria-Executiva declara- tros, secretários de estado, titulares de cargos de na-
ções prestadas nos termos do art. 4o do Código de tureza especial, secretários executivos, secretários ou
Conduta. autoridade equivalentes ocupantes de cargos do Gru-
Art. 14. Eventuais conflitos de interesse, efetivos ou po-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível
potenciais, que possam surgir em função do exercício seis, presidentes e diretores de agências nacionais,
das atividades profissionais de membro da Comissão, autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas
deverão ser informados aos demais membros. pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de
Parágrafo único. O membro da CEP que, em razão de economia mista.
sua atividade profissional, tiver relacionamento espe- Art. 3º A autoridade pública comunicará à CEP, no
cífico em matéria que envolva autoridade submetida mesmo prazo, quaisquer alterações relevantes nas
ao Código de Conduta da Alta Administração, deverá informações prestadas, podendo, para esse fim, apre-
abster-se de participar de deliberação que, de qual- sentar nova DCI.
quer modo, a afete. Art. 4º Dúvidas específicas relativas ao preenchimento
Art. 15. As matérias examinadas nas reuniões da CEP da DCI, assim como sobre situação patrimonial que,
são consideradas de caráter sigiloso até sua delibera- real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o
ção final, quando a Comissão deverá decidir sua for- interesse público, serão submetidas à CEP e esclareci-
ma de encaminhamento. das por sua Secretaria Executiva.
Art. 16. Os membros da CEP não poderão se manifes-
tar publicamente sobre situação específica que possa João Geraldo Piquet Carneiro
vir a ser objeto de deliberação formal do Colegiado. Presidente da Comissão
Art. 17. Os membros da CEP deverão justificar even-
tual impossibilidade de comparecer às reuniões. Resolução nº 06, 25 de julho de 2001

CAPÍTULO VIII Dá nova redação ao item III da Resolução nº 3, de 23


DAS DISPOSIÇÕES GERAIS de novembro de 2000.
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atri-
Art. 18. O Presidente da CEP, em suas ausências, será buições, e tendo em vista o disposto no art. 2º, inciso
V, do Decreto de 26 de maio de 1999, que a instituiu,
substituído pelo membro mais antigo da Comissão.
adotou a seguinte
Art. 19. Caberá à CEP dirimir qualquer dúvida relacio-
nada a este Regimento Interno, bem como promover
RESOLUÇÃO:
as modificações que julgar necessárias.
Art. 1º O item 3 da Resolução nº 3, de 23 de novembro
Parágrafo único. Os casos omissos serão resolvidos
de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
pelo colegiado.
« 3. Não sendo viável a recusa ou a devolução imedia-
Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
ta de presente cuja aceitação é vedada, a autoridade
publicação. deverá adotar uma das seguintes providências:
I - ......................................................
João Geraldo Piquet Carneiro II - promover a sua doação a entidade de caráter assis-
Presidente da Comissão tencial ou filantrópico reconhecida como de utilidade
pública, desde que, tratando-se de bem não perecível,
se comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua
Resolução nº 05, 07 de junho de 2001 alienação em suas atividades fim; ou
III - determinar a incorporação ao patrimônio da enti-
Aprova o modelo de Declaração Confidencial de In- dade ou do órgão público onde exerce a função.»
formações a ser apresentada por autoridade submetida Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ao Código de Conduta da Alta Administração Federal, e publicação.


dispõe sobre a atualização de informações patrimoniais
para os fins do art. 4o do Código de Conduta da Alta João Geraldo Piquet Carneiro
Administração Federal Presidente da Comissão
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento no
art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, e nos Resolução nº 07, 14 de fevereiro de 2002
termos do art. 4o do Código de Conduta da Alta Admi-
nistração Federal, Regula a participação de autoridade pública submeti-
da ao Código de Conduta da Alta Administração Federal
RESOLVE: em atividades de natureza político-eleitoral
Art. 1º A autoridade pública nomeada para cargo A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art.
abrangido pelo Código de Conduta da Alta Adminis- 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota
tração Federal, aprovado pelo Presidente da República a presente resolução interpretativa do Código de Con-

68
duta da Alta Administração Federal, no que se refere à A Resolução CEP Nº 7, publicada no Diário Ofícial da
participação de autoridades públicas em eventos políti- União de 25.2.2002, é interpretativa das normas do Códi-
co-eleitorais. go de Conduta da Alta Administração Federal e tem du-
Art. 1º A autoridade pública vinculada ao Código plo objetivo. Primeiro, reconhecer o direito de qualquer
de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF) autoridade, na condição de cidadão-eleitor, de participar
poderá participar, na condição de cidadão-eleitor, de em atividades e eventos políticos e eleitorais; segundo,
eventos de natureza político-eleitoral, tais como con- mediante explicitação de normas de conduta, permitir
venções e reuniões de partidos políticos, comícios e que as autoridades exerçam esse direito a salvo de críti-
manifestações públicas autorizadas em lei. cas, desde que as cumpram adequadamente.
Art. 2º A atividade político-eleitoral da autoridade não Para facilitar a compreensão do cumprimento das
poderá resultar em prejuízo do exercício da função pú- referidas normas, são prestados os esclarecimentos que
blica, nem implicar o uso de recursos, bens públicos de seguem.
qualquer espécie ou de servidores a ela subordinados.
Art. 3º A autoridade deverá abster-se de: Art. 1ºO dispositivo enfatiza o direito da autoridade de
I – se valer de viagens de trabalho para participar de participar de eventos eleitorais, tais como convenções
eventos político-eleitorais; partidárias, reuniões políticas e outras manifestações
II – expor publicamente divergências com outra auto- públicas que não contrariem a lei. O importante é que
ridade administrativa federal ou criticar-lhe a hono- essa participação se enquadre nos princípios éticos
rabilidade e o desempenho funcional (artigos 11 e 12, inerentes ao cargo ou função da autoridade.
inciso I, do CCAAF); Art. 2ºA norma reproduz dispositivo legal existente,
III – exercer, formal ou informalmente, função de ad- aplicando-o de maneira específica à atividade polí-
ministrador de campanha eleitoral. tico-eleitoral. Assim, a autoridade pública, que pre-
Art. 4º Nos eventos político-eleitorais de que partici- tenda ou não candidatar a cargo eletivo, não poderá
par, a autoridade não poderá fazer promessa, ainda exercer tal atividade em prejuízo da função pública,
que de forma implícita, cujo cumprimento dependa do como, por exemplo, durante o honorário normal de
cargo público que esteja exercendo, tais como realiza- expediente ou em detrimento de qualquer de suas
ção de obras, liberação de recursos e nomeação para obrigações funcionais.
cargos ou empregos.
Da mesma forma, não poderá utilizar bens e serviços
Art. 5º A autoridade, a partir do momento em que ma-
públicos de qualquer espécie, assim como servidores a
nifestar de forma pública a intenção de candidatar-se
ela subordinados. É o caso do uso de veículos, recursos
a cargo eletivo, não poderá praticar ato de gestão do
de informática, serviços de reprodução ou de publicação
qual resulte privilégio para pessoa física ou entidade,
de documentos, material de escritório, entre outros. Es-
pública ou privada, situada em sua base eleitoral ou
pecial atenção deve ser dada à vedação ao uso de fun-
de seus familiares.
cionários subordinados, dentro ou fora do expediente
Art. 6º Para prevenir-se de situação que possa suscitar
dúvidas quanto à sua conduta ética e ao cumprimento oficial, em atividades político-eleitorais de interesse da
das normas estabelecidas pelo CCAAF, a autoridade autoridade. Cumpre esclarecer que esta norma não res-
deverá consignar em agenda de trabalho de acesso tringe a atividade político-eleitoral de interesse do pró-
público: prio funcionário, nos limites da lei.
I – audiências concedidas, com informações sobre seus
objetivos, participantes e resultados, as quais deverão Art. 3º, I
ser registradas por servidor do órgão ou entidade por O dispositivo recomenda que a autoridade não se va-
ela designado para acompanhar a reunião; lha de viagem de trabalho para participar de eventos
II–eventos político-eleitorais de que participe, infor- político-eleitorais. Trata-se de norma de ordem práti-
mando as condições de logística e financeiras da sua ca, pois seria muito difícil exercer algum controle so-
participação. bre a segregação entre tais atividades e as inerentes
Art. 7º Havendo possibilidade de conflito de interesse ao cargo público.
entre a atividade político-eleitoral e a função pública, Esta norma não impede que a autoridade que viajou
a autoridade deverá abster-se de participar daquela por seus próprios meios para participar de evento polí-
atividade ou requerer seu afastamento do cargo. tico-eleitoral cumpra outros compromissos inerentes ao
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 8º Em caso de dúvida, a autoridade poderá con- seu cargo ou função.


sultar a Comissão de Ética Pública.
Art. 3º, II
Brasília, 14 de fevereiro de 2002 A autoridade não deve expor publicamente suas di-
João Geraldo Piquet Carneiro vergências com outra autoridade administrativa fede-
Presidente da Comissão de Ética Pública ral, ou criticar-lhe a honorabilidade ou o desempenho
funcional. Não se trata de censurar o direito de crítica,
COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA de modo geral, mas de adequá-lo ao fato de que, afi-
nal, a autoridade exerce um cargo de livre nomeação
O Presidente da República aprovou recomendação no na administração e está vinculada a deveres de fideli-
sentido de que se regule a participação de autoridades dade e confiança.
submetidas ao Código de Conduta da Alta Administra-
ção Federal em atividades de natureza político-eleitoral.

69
Art. 3º, III 1. Suscita conflito de interesses o exercício de atividade
A autoridade não poderá aceitar encargo de adminis- que:
trador de campanha eleitoral, diante da dificuldade a) em razão da sua natureza, seja incompatível com
de compatibilizar essa atividade com suas atribui- as atribuições do cargo ou função pública da autori-
ções funcionais. Não haverá restrição se a autoridade dade, como tal considerada, inclusive, a atividade de-
se licenciar do cargo, sem vencimentos. senvolvida em áreas ou matérias afins à competência
 Art. 4º É fundamental que a autoridade não faça funcional;
promessa, de forma explícita ou implícita, cujo cum- b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocu-
primento dependa do uso do cargo público, como re- pante de cargo em comissão ou função de confiança,
alização de obras, liberação de recursos e nomeação que exige a precedência das atribuições do cargo ou
para cargo ou emprego. Essa restrição decorre da ne- função pública sobre quaisquer outras atividades;
cessidade de se manter a dignidade da função pública c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou
e de se demonstrar respeito à sociedade e ao eleitor. jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio com
 Art. 5º A lei já determina que a autoridade que pre- pessoa física ou jurídica que tenha interesse em deci-
tenda se candidatar a cargo eletivo peça exoneração são individual ou coletiva da autoridade;
até seis meses antes da respectiva eleição. Porém, se d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de infor-
ela antes disso manifestar publicamente sua preten- mação à qual a autoridade tenha acesso em razão do
são eleitoral, não poderá mais praticar ato de gestão cargo e não seja de conhecimento público;
que resulte em algum tipo de privilégio para qualquer e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito
pessoa ou entidade que esteja em sua base eleitoral. da integridade, moralidade, clareza de posições e de-
É importante enfatizar que se trata apenas de ato que coro da autoridade.
gere privilégio, e não atos normais de gestão.
 Art. 6º Durante o período pré-eleitoral, a autoridade 2. A ocorrência de conflito de interesses independe do
deve tomar cautelas específicas para que seus conta- recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela
tos funcionais com terceiros não se confundam com autoridade.
suas atividades político-eleitorais. A forma adequada 3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de con-
é fazer-se acompanhar de outro servidor em audiên- flito de interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou
cias, o qual fará o registro dos participantes e dos as- mais das seguintes providências:
suntos tratados na agenda de trabalho da autoridade. a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, en-
O mesmo procedimento de registro em agenda deve quanto perdurar a situação passível de suscitar confli-
ser adotado com relação aos compromissos político- to de interesses;
-eleitorais da autoridade. E, ambos os casos os registros b) alienar bens e direitos que integram o seu patri-
são de acesso público, sendo recomendável também que mônio e cuja manutenção possa suscitar conflito de
a agenda seja divulgada pela internet. interesses;
c) transferir a administração dos bens e direitos que
Art. 7ºSe por qualquer motivo se verificar a possibili- possam suscitar conflito de interesses a instituição fi-
dade de conflito de interesse entre a atividade políti- nanceira ou a administradora de carteira de valores
co-eleitoral e a função pública, a autoridade deverá mobiliários autorizada a funcionar pelo Banco Central
escolher entre abster-se de participar daquela ativida- ou pela Comissão de Valores Mobiliários, conforme o
de ou requerer o seu afastamento do cargo. caso, mediante instrumento contratual que contenha
Art. 8ºA Comissão de Ética Pública esclarecerá as dú- cláusula que vede a participação da autoridade em
vidas que eventualmente surjam na efetiva aplicação qualquer decisão de investimento assim como o seu
das normas. prévio conhecimento de decisões da instituição admi-
nistradora quanto à gestão dos bens e direitos;
João Geral Piquet Carneiro – Presidente d) na hipótese de conflito de interesses específico e
Adhemar Palladini Ghisi transitório, comunicar sua ocorrência ao superior hie-
Celina Vargas do Amaral Peixoto rárquico ou aos demais membros de órgão colegiado
João Camilo Pena de que faça parte a autoridade, em se tratando de de-
Lourdes Sola cisão coletiva, abstendo-se de votar ou participar da
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Miguel Reale Júnior discussão do assunto;


e) divulgar publicamente sua agenda de compromis-
Resolução nº 08, 25 de setembro de 2003 sos, com identificação das atividades que não sejam
decorrência do cargo ou função pública.
Identifica situações que suscitam conflito de interes-
ses e dispõe sobre o modo de preveni-los 4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informa-
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de da pela autoridade e opinará, em cada caso concreto,
orientar as autoridades submetidas ao Código de Con- sobre a suficiência da medida adotada para prevenir
duta da Alta Administração Federal na identificação de situação que possa suscitar conflito de interesses.
situações que possam suscitar conflito de interesses, es-
clarece o seguinte: 5. A participação de autoridade em conselhos de ad-
ministração e fiscal de empresa privada, da qual a
União seja acionista, somente será permitida quan-

70
do resultar de indicação institucional da autoridade CAPÍTULO I
pública competente. Nestes casos, é-lhe vedado par- DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES
ticipar de deliberação que possa suscitar conflito de
interesses com o Poder Público. Art. 2º Compete às Comissões de Ética:
I - atuar como instância consultiva do dirigente má-
6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro ximo e dos respectivos servidores de órgão ou de en-
setor, sem finalidade de lucro, também deverá ser ob- tidade federal;
servado o disposto nesta Resolução. II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado
7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública pelo Decreto nº 1.171, de 1994, devendo:
deverão estar acompanhadas dos elementos pertinen- a) submeter à Comissão de Ética Pública - CEP pro-
tes à legalidade da situação exposta. postas de aperfeiçoamento do Código de Ética Pro-
fissional;
Brasília, 25 de setembro de 2003 b) apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato ou con-
duta em desacordo com as normas éticas pertinentes;
João Geraldo Piquet Carneiro c) recomendar, acompanhar e avaliar o desenvolvi-
Presidente mento de ações objetivando a disseminação, capaci-
tação e treinamento sobre as normas de ética e dis-
Resolução nº 9, de 20 de maio de 2005 ciplina;
III - representar o órgão ou a entidade na Rede de Éti-
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no ca do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9º
uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no do Decreto nº 6.029, de 2007;
art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, que IV - supervisionar a observância do Código de Condu-
cria a Comissão de Ética Pública, e nos termos do art. 4º ta da Alta Administração Federal e comunicar à CEP
do Código de Conduta da Alta Administração Federal, situações que possam configurar descumprimento de
suas normas;
RESOLVE: V - aplicar o código de ética ou de conduta próprio,
Art. 1º Fica aprovado o modelo anexo da Declaração se couber;
Confidencial de Informações de que trata a Resolução VI - orientar e aconselhar sobre a conduta ética do
no 5, de 7 de junho de 2001. servidor, inclusive no relacionamento com o cidadão e
Art. 2º A autoridade ocupante de cargo público vin-
no resguardo do patrimônio público;
culado ao Código de Conduta da Alta Administração
VII - responder consultas que lhes forem dirigidas;
Federal deverá apresentar a Declaração Confidencial
VIII - receber denúncias e representações contra servi-
de Informações, devidamente preenchida:
I - pela primeira vez, até dez dias após a posse; e dores por suposto descumprimento às normas éticas,
II - sempre que ocorrer alteração relevante nas infor- procedendo à apuração;
mações prestadas, até trinta dias da ocorrência. IX - instaurar processo para apuração de fato ou con-
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua duta que possa configurar descumprimento ao padrão
publicação. ético recomendado aos agentes públicos;
Art. 4º Fica revogado o Anexo à Resolução no 5, de 7 X - convocar servidor e convidar outras pessoas a pres-
de junho de 2001. tar informação;
XI - requisitar às partes, aos agentes públicos e aos ór-
FERNANDO NEVES DA SILVA gãos e entidades federais informações e documentos
Presidente da Comissão de Ética Pública necessários à instrução de expedientes;
XII - requerer informações e documentos necessários à
Resolução nº 10, de 29 de setembro de 2008 instrução de expedientes a agentes públicos e a órgãos
e entidades de outros entes da federação ou de outros
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atri- Poderes da República;
buições conferidas pelo art. 1º do Decreto de 26 de maio XIII - realizar diligências e solicitar pareceres de espe-
de 1999 e pelos arts. 1º, inciso III, e 4º, inciso IV, do De- cialistas;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

creto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, nos termos XIV - esclarecer e julgar comportamentos com indícios
dos Decretos nos 1.171, de 22 de junho de 1994, Decreto de desvios éticos;
nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002 e tendo em vista a XV - aplicar a penalidade de censura ética ao servidor
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e encaminhar cópia do ato à unidade de gestão de
pessoal, podendo também:
RESOLVE a) sugerir ao dirigente máximo a exoneração de ocu-
Art. 1º Ficam aprovadas, na forma desta Resolução, pante de cargo ou função de confiança;
as normas de funcionamento e de rito processual, de- b) sugerir ao dirigente máximo o retorno do servidor
limitando competências, atribuições, procedimentos e
ao órgão ou entidade de origem;
outras providências no âmbito das Comissões de Ética
c) sugerir ao dirigente máximo a remessa de expe-
instituídas pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho de
diente ao setor competente para exame de eventuais
1994, com as alterações estabelecidas pelo Decreto nº
6.029, de 1º de fevereiro de 2007. transgressões de naturezas diversas;

71
d) adotar outras medidas para evitar ou sanar desvios § 7º Cessará a investidura de membros das Comissões
éticos, lavrando, se for o caso, o Acordo de Conduta de Ética com a extinção do mandato, a renúncia ou
Pessoal e Profissional - ACPP; por desvio disciplinar ou ético reconhecido pela Co-
XVI - arquivar os processos ou remetê-los ao órgão missão de Ética Pública.
competente quando, respectivamente, não seja com-
provado o desvio ético ou configurada infração cuja Art. 4º A Comissão de Ética contará com uma Secre-
apuração seja da competência de órgão distinto; taria-Executiva, que terá como finalidade contribuir
XVII - notificar as partes sobre suas decisões; para a elaboração e o cumprimento do plano de tra-
XVIII - submeter ao dirigente máximo do órgão ou balho da gestão da ética e prover apoio técnico e ma-
entidade sugestões de aprimoramento ao código de terial necessário ao cumprimento das atribuições.
conduta ética da instituição; § 1º O encargo de secretário-executivo recairá em de-
XIX - dirimir dúvidas a respeito da interpretação das tentor de cargo efetivo ou emprego permanente na
normas de conduta ética e deliberar sobre os casos administração pública, indicado pelos membros da
omissos, observando as normas e orientações da CEP; Comissão de Ética e designado pelo dirigente máximo
XX - elaborar e propor alterações ao código de ética do órgão ou da entidade.
ou de conduta próprio e ao regimento interno da res- § 2º Fica vedado ao Secretário-Executivo ser membro
pectiva Comissão de Ética; da Comissão de Ética.
XXI - dar ampla divulgação ao regramento ético; § 3º A Comissão de Ética poderá designar represen-
XXII - dar publicidade de seus atos, observada a restri- tantes locais que auxiliarão nos trabalhos de educação
ção do art. 14 desta Resolução; e de comunicação.
§ 4º Outros servidores do órgão ou da entidade po-
XXIII - requisitar agente público para prestar serviços
derão ser requisitados, em caráter transitório, para
transitórios técnicos ou administrativos à Comissão de
realização de atividades administrativas junto à Se-
Ética, mediante prévia autorização do dirigente máxi-
cretaria-Executiva.
mo do órgão ou entidade;
XXIV - elaborar e executar o plano de trabalho de ges- CAPÍTULO III
tão da ética; e DO FUNCIONAMENTO
XXV - indicar por meio de ato interno, representantes
locais da Comissão de Ética, que serão designados pe- Art. 5º As deliberações da Comissão de Ética serão to-
los dirigentes máximos dos órgãos ou entidades, para madas por votos da maioria de seus membros.
contribuir nos trabalhos de educação e de comunica- Art. 6º As Comissões de Ética se reunirão ordinaria-
ção. mente pelo menos uma vez por mês e, em caráter
extraordinário por iniciativa do Presidente, dos seus
CAPÍTULO II membros ou do Secretário-Executivo.
DA COMPOSIÇÃO Art. 7º A pauta das reuniões da Comissão de Ética
será composta a partir de sugestões do presidente, dos
Art. 3º A Comissão de Ética do órgão ou entidade será membros ou do Secretário-Executivo, sendo admitida
composta por três membros titulares e respectivos su- a inclusão de novos assuntos no início da reunião.
plentes, servidores públicos ocupantes de cargo efetivo
ou emprego do seu quadro permanente, designados CAPÍTULO IV
por ato do dirigente máximo do correspondente órgão DAS ATRIBUIÇÕES
ou entidade.
§ 1º Não havendo servidores públicos no órgão ou na Art. 8º Compete ao presidente da Comissão de Ética:
entidade em número suficiente para instituir a Comis- I - convocar e presidir as reuniões;
são de Ética, poderão ser escolhidos servidores públi- II - determinar a instauração de processos para a apu-
cos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do quadro ração de prática contrária ao código de ética ou de
permanente da Administração Pública. conduta do órgão ou entidade, bem como as diligên-
§ 2º A atuação na Comissão de Ética é considerada cias e convocações;
prestação de relevante serviço público e não enseja III - designar relator para os processos;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

qualquer remuneração, devendo ser registrada nos as- IV - orientar os trabalhos da Comissão de Ética, orde-
nar os debates e concluir as deliberações;r\V - tomar
sentamentos funcionais do servidor.
os votos, proferindo voto de qualidade, e proclamar
§ 3º O dirigente máximo de órgão ou entidade não
os resultados; er\VI - delegar competências para ta-
poderá ser membro da Comissão de Ética.
refas específicas aos demais integrantes da Comissão
§ 4º O Presidente da Comissão será substituído pelo
de Ética.
membro mais antigo, em caso de impedimento ou va- Parágrafo único. O voto de qualidade de que trata o
cância. inciso V somente será adotado em caso de desempate.
§ 5º No caso de vacância, o cargo de Presidente da Art. 9º Compete aos membros da Comissão de Ética:
Comissão será preenchido mediante nova escolha efe- I - examinar matérias, emitindo parecer e voto;
tuada pelos seus membros. II - pedir vista de matéria em deliberação;
§ 6º Na ausência de membro titular, o respectivo su- III - fazer relatórios; e
plente deve imediatamente assumir suas atribuições. IV - solicitar informações a respeito de matérias sob
exame da Comissão de Ética.

72
Art. 10. Compete ao Secretário-Executivo: f) decisão preliminar determinando o arquivamento
I - organizar a agenda e a pauta das reuniões; ou a conversão em Processo de Apuração Ética;
II - proceder ao registro das reuniões e à elaboração II - Processo de Apuração Ética, subdividindo-se em:
de suas atas; a) instauração;
III - instruir as matérias submetidas à deliberação da b) instrução complementar, compreendendo:
Comissão de Ética; 1. a realização de diligências;
IV - desenvolver ou supervisionar a elaboração de es- 2. a manifestação do investigado; e
tudos e subsídios ao processo de tomada de decisão da 3. a produção de provas;
Comissão de Ética; c) relatório; e
V - coordenar o trabalho da Secretaria-Executiva, bem d) deliberação e decisão, que declarará improcedên-
como dos representantes locais; cia, conterá sanção, recomendação a ser aplicada ou
VI - fornecer apoio técnico e administrativo à Comis- proposta de ACPP.
são de Ética; Art. 13. A apuração de infração ética será formaliza-
VII - executar e dar publicidade aos atos de competên- da por procedimento preliminar, que deverá observar
cia da Secretaria-Executiva; as regras de autuação, compreendendo numeração,
VIII - coordenar o desenvolvimento de ações objeti- rubrica da paginação, juntada de documentos em
vando a disseminação, capacitação e treinamento so- ordem cronológica e demais atos de expediente ad-
bre ética no órgão ou entidade; e ministrativo.
IX - executar outras atividades determinadas pela Co- Art. 14. Até a conclusão final, todos os expedientes de
missão de Ética. apuração de infração ética terão a chancela de “re-
§ 1º Compete aos demais integrantes da Secretaria- servado”, nos termos do Decreto nº 4.553, de 27 de
-Executiva fornecer o suporte administrativo necessá- dezembro 2002, após, estarão acessíveis aos interes-
rio ao desenvolvimento ou exercício de suas funções. sados conforme disposto na Lei nº 9.784, de 29 de ja-
§ 2º Aos representantes locais compete contribuir com neiro de 1999.
as atividades de educação e de comunicação. Art. 15. Ao denunciado é assegurado o direito de co-
nhecer o teor da acusação e ter vista dos autos no re-
CAPÍTULO V cinto da Comissão de Ética, bem como de obter cópias
DOS MANDATOS de documentos.
Parágrafo único. As cópias deverão ser solicitadas for-
Art. 11. Os membros da Comissão de Ética cumprirão malmente à Comissão de Ética.
mandatos, não coincidentes, de três anos, permitida Art. 16. As Comissões de Ética, sempre que constata-
uma única recondução. rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
§ 1º Os mandatos dos primeiros membros e dos res- improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
pectivos suplentes serão de um, dois e três anos, esta- encaminhará cópia dos autos às autoridades compe-
belecidos em portaria designatória. tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo da
§ 2º Poderá ser reconduzido uma única vez ao car- adoção das demais medidas de sua competência.
go de membro da Comissão de ética o servidor pú-
blico que for designado para cumprir o mandato Art. 17. A decisão final sobre investigação de conduta
complementar, caso o mesmo tenha se iniciado antes ética que resultar em sanção, em recomendação ou
do transcurso da metade do período estabelecido no em Acordo de Conduta Pessoal e Profissional será re-
mandato originário. sumida e publicada em ementa, com a omissão dos
§ 3º Na hipótese de o mandato complementar ser nomes dos envolvidos e de quaisquer outros dados
que permitam a identificação.
exercido após o transcurso da metade do período es-
Parágrafo único. A decisão final contendo nome e
tabelecido no mandato originário, o membro da Co-
identificação do agente público deverá ser remetida à
missão de Ética que o exercer poderá ser conduzido
Comissão de Ética Pública para formação de banco de
imediatamente ao posterior mandato regular de 3
dados de sanções, para fins de consulta pelos órgãos
(três) anos, permitindo-lhe uma única recondução ao
ou entidades da administração pública federal, em ca-
mandado regular.
sos de nomeação para cargo em comissão ou de alta
relevância pública.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO VI Art. 18. Os setores competentes do órgão ou entidade da-


DAS NORMAS GERAIS DO PROCEDIMENTO rão tratamento prioritário às solicitações de documentos
e informações necessárias à instrução dos procedimen-
Art. 12. As fases processuais no âmbito das Comissões tos de investigação instaurados pela Comissão de Ética,
de Ética serão as seguintes: conforme determina o Decreto nº 6.029, de 2007.
I - Procedimento Preliminar, compreendendo: § 1º A inobservância da prioridade determinada neste
a) juízo de admissibilidade; artigo implicará a responsabilidade de quem lhe der
b) instauração; causa.
c) provas documentais e, excepcionalmente, manifes- § 2º No âmbito do órgão ou da entidade e em relação
tação do investigado e realização de diligências ur- aos respectivos agentes públicos a Comissão de Éti-
gentes e necessárias; ca terá acesso a todos os documentos necessários aos
d) relatório; trabalhos, dando tratamento específico àqueles prote-
e) proposta de ACPP; gidos por sigilo legal.

73
CAPÍTULO VII Art. 23. Oferecida a representação ou denúncia, a Co-
DO RITO PROCESSUAL missão de Ética deliberará sobre sua admissibilidade,
verificando o cumprimento dos requisitos previstos
Art. 19. Qualquer cidadão, agente público, pessoa ju- nos incisos do art. 21.
rídica de direito privado, associação ou entidade de § 1º A Comissão de Ética poderá determinar a colheita
classe poderá provocar a atuação da Comissão de Éti- de informações complementares ou de outros elemen-
ca, visando a apuração de transgressão ética imputa- tos de prova que julgar necessários.
da ao agente público ou ocorrida em setores compe- § 2º A Comissão de Ética, mediante decisão fundamen-
tentes do órgão ou entidade federal. tada, arquivará representação ou denúncia manifesta-
Parágrafo único. Entende-se por agente público todo mente improcedente, cientificando o denunciante.
aquele que por força de lei, contrato ou qualquer ato § 3º É facultado ao denunciado a interposição de pe-
jurídico, preste serviços de natureza permanente, tem- dido de reconsideração dirigido à própria Comissão de
porária, excepcional ou eventual, ainda que sem retri- Ética, no prazo de dez dias, contados da ciência da
buição financeira, a órgão ou entidade da Administra- decisão, com a competente fundamentação.
ção Pública Federal direta e indireta. § 4º A juízo da Comissão de Ética e mediante consen-
Art. 20. O Procedimento Preliminar para apuração de timento do denunciado, poderá ser lavrado Acordo de
conduta que, em tese, configure infração ao padrão ético Conduta Pessoal e Profissional.
será instaurado pela Comissão de Ética, de ofício ou me- § 5º Lavrado o Acordo de Conduta Pessoal e Profissio-
diante representação ou denúncia formulada por quais- nal, o Procedimento Preliminar será sobrestado, por
quer das pessoas mencionadas no caput do art. 19. até dois anos, a critério da Comissão de Ética, confor-
§ 1º A instauração, de ofício, de expediente de investiga- me o caso.
ção deve ser fundamentada pelos integrantes da Comis- § 6º Se, até o final do prazo de sobrestamento, o Acor-
são de Ética e apoiada em notícia pública de conduta ou do de Conduta Pessoal e Profissional for cumprido,
em indícios capazes de lhe dar sustentação. será determinado o arquivamento do feito.
§ 2º Se houver indícios de que a conduta configure, a § 7º Se o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional for
um só tempo, falta ética e infração de outra natureza, descumprido, a Comissão de Ética dará seguimento ao
inclusive disciplinar, a cópia dos autos deverá ser en- feito, convertendo o Procedimento Preliminar em Pro-
caminhada imediatamente ao órgão competente. cesso de Apuração Ética.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, o denunciado deverá ser no- § 8º Não será objeto de Acordo de Conduta Pessoal e
tificado sobre a remessa do expediente ao órgão competente. Profissional o descumprimento ao disposto no inciso
§ 4º Havendo dúvida quanto ao enquadramento da XV do Anexo ao Decreto nº 1.171, de 1994.
conduta, se desvio ético, infração disciplinar, ato de Art. 24. Ao final do Procedimento Preliminar, será
improbidade, crime de responsabilidade ou infração proferida decisão pela Comissão de Ética do órgão ou
de natureza diversa, a Comissão de Ética, em caráter entidade determinando o arquivamento ou sua con-
excepcional, poderá solicitar parecer reservado junto à versão em Processo de Apuração Ética.
unidade responsável pelo assessoramento jurídico do Art. 25. Instaurado o Processo de Apuração Ética, a
órgão ou da entidade. Comissão de Ética notificará o investigado para, no
Art. 21. A representação, a denúncia ou qualquer ou- prazo de dez dias, apresentar defesa prévia, por escri-
tra demanda deve conter os seguintes requisitos: to, listando eventuais testemunhas, até o número de
I - descrição da conduta; quatro, e apresentando ou indicando as provas que
II - indicação da autoria, caso seja possível; e pretende produzir.
III - apresentação dos elementos de prova ou indica- Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá
ção de onde podem ser encontrados. ser prorrogado por igual período, a juízo da Comissão de
Parágrafo único. Quando o autor da demanda não Ética, mediante requerimento justificado do investigado.
se identificar, a Comissão de Ética poderá acolher os Art. 26. O pedido de inquirição de testemunhas deverá
fatos narrados para fins de instauração, de ofício, de ser justificado.
procedimento investigatório, desde que contenha indí- § 1º Será indeferido o pedido de inquirição, quando:
cios suficientes da ocorrência da infração ou, em caso I - formulado em desacordo com este artigo;
contrário, determinar o arquivamento sumário. II - o fato já estiver suficientemente provado por do-
Art. 22. A representação, denúncia ou qualquer outra cumento ou confissão do investigado ou quaisquer
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

demanda será dirigida à Comissão de Ética, podendo outros meios de prova compatíveis com o rito descrito
ser protocolada diretamente na sede da Comissão ou nesta Resolução; ou
encaminhadas pela via postal, correio eletrônico ou fax. III - o fato não possa ser provado por testemunha.
§ 1º A Comissão de Ética expedirá comunicação oficial § 2º As testemunhas poderão ser substituídas desde que o
divulgando os endereços físico e eletrônico para aten- investigado formalize pedido à Comissão de Ética em tem-
dimento e apresentação de demandas. po hábil e em momento anterior à audiência de inquirição.
§ 2º Caso a pessoa interessada em denunciar ou repre- Art. 27. O pedido de prova pericial deverá ser justifi-
sentar compareça perante a Comissão de Ética, esta po- cado, sendo lícito à Comissão de Ética indeferi-lo nas
derá reduzir a termo as declarações e colher a assinatu- seguintes hipóteses:
ra do denunciante, bem como receber eventuais provas. I - a comprovação do fato não depender de conheci-
§ 3º Será assegurada ao denunciante a comprovação mento especial de perito; ou
do recebimento da denúncia ou representação por ele II - revelar-se meramente protelatório ou de nenhum
encaminhada. interesse para o esclarecimento do fato.

74
Art. 28. Na hipótese de o investigado não requerer I - preservar a honra e a imagem da pessoa investi-
a produção de outras provas, além dos documentos gada;
apresentados com a defesa prévia, a Comissão de Éti- II - proteger a identidade do denunciante;
ca, salvo se entender necessária a inquirição de tes- III - atuar de forma independente e imparcial;
temunhas, a realização de diligências ou de exame IV - comparecer às reuniões da Comissão de Ética, jus-
pericial, elaborará o relatório. tificando ao presidente da Comissão, por escrito, even-
Parágrafo único. Na hipótese de o investigado, com- tuais ausências e afastamentos;
provadamente notificado ou citado por edital público, V - em eventual ausência ou afastamento, instruir o
não se apresentar, nem enviar procurador legalmente substituto sobre os trabalhos em curso;
constituído para exercer o direito ao contraditório e VI - declarar aos demais membros o impedimento ou
à ampla defesa, a Comissão de Ética designará um a suspeição nos trabalhos da Comissão de Ética; e
defensor dativo preferencialmente escolhido dentre os VII - eximir-se de atuar em procedimento no qual te-
servidores do quadro permanente para acompanhar nha sido identificado seu impedimento ou suspeição.
o processo, sendo-lhe vedada conduta contrária aos Art. 33. Dá-se o impedimento do membro da Comis-
interesses do investigado. são de Ética quando:
Art. 29. Concluída a instrução processual e elaborado I - tenha interesse direto ou indireto no feito;
o relatório, o investigado será notificado para apre- II - tenha participado ou venha a participar, em outro
sentar as alegações finais no prazo de dez dias. processo administrativo ou judicial, como perito, tes-
Art. 30. Apresentadas ou não as alegações finais, a temunha ou representante legal do denunciante, de-
Comissão de Ética proferirá decisão. nunciado ou investigado, ou de seus respectivos côn-
§ 1º Se a conclusão for pela culpabilidade do investi- juges, companheiros ou parentes até o terceiro grau;
gado, a Comissão de Ética poderá aplicar a penalida- III - esteja litigando judicial ou administrativamente
de de censura ética prevista no Decreto nº 1.171, de com o denunciante, denunciado ou investigado, ou
1994, e, cumulativamente, fazer recomendações, bem com os respectivos cônjuges, companheiros ou paren-
como lavrar o Acordo de Conduta Pessoal e Profissio- tes até o terceiro grau; ou
nal, sem prejuízo de outras medidas a seu cargo. IV - for seu cônjuge, companheiro ou parente até o ter-
§ 2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional ceiro grau o denunciante, denunciado ou investigado.
Art. 34. Ocorre a suspeição do membro quando:
seja descumprido, a Comissão de Ética dará segui-
I - for amigo íntimo ou notório desafeto do denun-
mento ao Processo de Apuração Ética.
ciante, denunciado ou investigado, ou de seus respec-
§ 3º É facultada ao investigado pedir a reconsideração
tivos cônjuges, companheiros ou parentes até o tercei-
acompanhada de fundamentação à própria Comissão
ro grau; ou
de Ética, no prazo de dez dias, contado da ciência da
II - for credor ou devedor do denunciante, denunciado
respectiva decisão.
ou investigado, ou de seus respectivos cônjuges, com-
Art. 31. Cópia da decisão definitiva que resultar em
panheiros ou parentes até o terceiro grau.
penalidade a detentor de cargo efetivo ou de emprego
permanente na Administração Pública, bem como a CAPÍTULO IX
ocupante de cargo em comissão ou função de confian- DISPOSIÇÕES FINAIS
ça, será encaminhada à unidade de gestão de pessoal,
para constar dos assentamentos do agente público, Art. 35. As situações omissas serão resolvidas por de-
para fins exclusivamente éticos. liberação da Comissão de Ética, de acordo com o pre-
§ 1º O registro referido neste artigo será cancelado visto no Código de Ética próprio, no Código de Ética
após o decurso do prazo de três anos de efetivo exercí- Profissional do Servidor Público Civil do Poder Execu-
cio, contados da data em que a decisão se tornou de- tivo Federal, no Código de Conduta da Alta Adminis-
finitiva, desde que o servidor, nesse período, não tenha tração Federal, bem como em outros atos normativos
praticado nova infração ética. pertinentes.
§ 2º Em se tratando de prestador de serviços sem vín- Art. 36. O Regimento Interno de cada Comissão de Éti-
culo direto ou formal com o órgão ou entidade, a cópia ca poderá estabelecer normas complementares a esta
da decisão definitiva deverá ser remetida ao dirigente Resolução.
máximo, a quem competirá a adoção das providências Art. 37. Fica estabelecido o prazo de seis meses para
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

cabíveis. que as Comissões de Ética dos órgãos e entidades do


§ 3º Em relação aos agentes públicos listados no § Poder Executivo Federal possam se adequar ao disposto
2º, a Comissão de Ética expedirá decisão definitiva nesta Resolução.
elencando as condutas infracionais, eximindo-se de  Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo poderá
aplicar ou de propor penalidades, recomendações ou ser prorrogado, mediante envio de justificativas, nos
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional. trinta dias que antecedem o termo final, para aprecia-
ção e autorização da Comissão de Ética Pública.
CAPÍTULO VIII  Art. 38. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
DOS DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS INTE- publicação.
GRANTES DA COMISSÃO  
JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE
Art. 32. São princípios fundamentais no trabalho de- Presidente da Comissão de Ética Pública
senvolvido pelos membros da Comissão de Ética:

75
7. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA AD-
MINISTRATIVA – CESPE – 2017) Com relação à admi-
HORA DE PRATICAR! nistração direta e indireta, centralizada e descentralizada,
julgue o item a seguir.
1. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – CONHECIMENTOS Administração direta remete à ideia de administração
BÁSICOS – CARGOS: 1, 2 E 3 – CESPE – 2018) No tocan- centralizada, ao passo que administração indireta se re-
te às organizações da sociedade civil de interesse público laciona à noção de administração descentralizada.
e aos consórcios públicos, julgue o item subsequente.
O instrumento que estabelece o vínculo entre o poder ( ) CERTO ( ) ERRADO
público e as organizações da sociedade civil de interesse
público é o termo de parceria. 8. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – CO-
NHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2018) No que se re-
( ) CERTO ( ) ERRADO fere a atos administrativos, julgue o item que se segue.
Na discricionariedade administrativa, o agente possui al-
2. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB - TÉCNICO MUNICIPAL guns limites à ação voluntária, tais como: o ordenamento
DE CONTROLE INTERNO - GERAL – CESPE – 2018) jurídico estabelecido para o caso concreto, a competên-
Acerca da organização da administração direta e indire- cia do agente ou do órgão. Qualquer ato promovido fora
ta, centralizada e descentralizada, julgue o item a seguir. desses limites será considerado arbitrariedade na ativida-
Autarquia é pessoa jurídica criada por lei específica, com de administrativa.
personalidade jurídica de direito público.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
9. (ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA – CESPE – 2018) No
3. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB - TÉCNICO MUNICIPAL que tange aos atos administrativos, julgue o item seguinte.
DE CONTROLE INTERNO - GERAL – CESPE – 2018) Uma diferença entre a revogação e a anulação de um
ato administrativo é a de que a revogação é medida pri-
Acerca da organização da administração direta e indire-
vativa da administração, enquanto a anulação pode ser
ta, centralizada e descentralizada, julgue o item a seguir.
determinada pela administração ou pelo Poder Judiciá-
As sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime
rio, não sendo, nesse caso, necessária a provocação do
trabalhista próprio das empresas privadas.
interessado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
4. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNICIPAL 10. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ÁREA2
DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE – 2018) – CESPE – 2018) Com relação aos atos administrativos dis-
Acerca da organização da administração direta e indire- cricionários e vinculados, julgue o item que se segue.
ta, centralizada e descentralizada, julgue o item a seguir. Em decorrência da própria natureza dos atos administra-
Define-se desconcentração como o fenômeno admi- tivos discricionários, não se permite que eles sejam apre-
nistrativo que consiste na distribuição de competências ciados pelo Poder Judiciário.
de determinada pessoa jurídica da administração direta
para outra pessoa jurídica, seja ela pública ou privada. ( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO 11. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – CESPE – 2018) A respeito do direito administrativo,
5. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB - TÉCNICO MUNICIPAL dos atos administrativos e dos agentes públicos e seu
DE CONTROLE INTERNO - GERAL – CESPE – 2018) regime, julgue o item a seguir.
Acerca da organização da administração direta e indire- A imperatividade é o atributo pelo qual o ato administra-
ta, centralizada e descentralizada, julgue o item a seguir. tivo é presumido verídico até que haja prova contrária à
A empresa pública, entidade da administração indireta, sua veracidade.
possui personalidade jurídica de direito público.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
12. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA –
6. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB - TÉCNICO MUNICIPAL CESPE – 2018) Considerando a doutrina majoritária, jul-
DE CONTROLE INTERNO - GERAL – CESPE – 2018) gue o próximo item, referente ao poder administrativo, à
Acerca da organização da administração direta e indire- organização administrativa federal e aos princípios bási-
ta, centralizada e descentralizada, julgue o item a seguir. cos da administração pública.
É possível a constituição de fundação pública de direito De acordo com o princípio da autoexecutoriedade, os
público ou de direito privado para a exploração direta de atos administrativos podem ser aplicados pela própria
atividade econômica pelo Estado, quando relevante ao administração pública, de forma coativa, sem a necessi-
interesse público. dade de prévio consentimento do Poder Judiciário.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

76
13. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- 19. (FUB – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESPE –
TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito do direito adminis- 2016) Em conformidade com a Lei nº 8.112/1990 e suas
trativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos e alterações, julgue o item que se segue.
seu regime, julgue o item a seguir. É lícito ao servidor público requerer licença por motivo
Após ser empossado, o servidor que não entrar em exer- de doença do seu enteado, desde que este conste de
cício no prazo legal será exonerado. seu assentamento funcional, mediante comprovação por
perícia médica oficial.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
14. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREAJUDICIÁRIA
– CESPE – 2018) Acerca das regras aplicáveis aos servi- 20. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
dores públicos do Poder Judiciário, e considerando o que TRATIVA – CESPE – 2018) Acerca do direito adminis-
dispõe a Lei nº 8.112/1990 e a Lei nº 11.416/2006, julgue trativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos,
o item a seguir. julgue o item a seguir.
Provimento é o ato emanado da pessoa física designada Os empregados das empresas públicas submetem-se ao regi-
para ocupar um cargo público, por meio do qual ela ini- me celetista e, por isso, estão fora do rol de agentes públicos.
cia o exercício da função a que fora nomeada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
21. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – CONHECIMENTOS
15. (TRF 1ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS BÁSICOS – CARGOS: 1, 2 E 3 – CESPE – 2018) No que se
– CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2017) Tendo refere às características do poder de polícia e ao regime
como referência o Código de Conduta da Justiça Federal jurídico dos agentes administrativos, julgue o item que
de Primeiro e Segundo Graus, as regras para provimen- se segue.
to e vacância de CARGOS públicos, direitos e vantagens A garantia constitucional de permanecer no cargo pú-
bem como o regime disciplinar dos servidores públicos, blico após três anos de efetivo exercício denomina-se
julgue o item a seguir. efetividade.
Não há vedação para que servidor público que esteja em
gozo de licença para tratar de interesse particular parti- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cipe da gerência ou administração de sociedade privada.
22. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
( ) CERTO ( ) ERRADO JUDICIÁRIA – CESPE – 2017) Considerando o disposto
nas Leis n° 8.112/1990 e n° 8.429/1992, julgue o item que
16. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ADMI- se segue, acerca dos agentes públicos.
NISTRAÇÃO – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, Servidor público estável poderá perder o seu cargo em
relativo ao regime dos servidores públicos federais e à virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de
ética no serviço público. processo administrativo disciplinar no qual lhe seja asse-
É dever do servidor público facilitar a fiscalização de ser- gurada ampla defesa.
viço público cuja prestação esteja sob sua responsabili
dade. ( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO 23. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFI-
CIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL – CESPE –
17. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI- 2017) Com base na Lei nº 8.112/1990 e no regime jurídi-
VA – CESPE – 2018) Com base no disposto na Lei nº co aplicável aos agentes públicos, julgue o item a seguir.
8.112/1990, julgue o item seguinte. A destituição de servidor de cargo em comissão ou de
Apesar de as instâncias administrativa e penal serem in- função comissionada não pode ser aplicada como pena-
dependentes entre si, a eventual responsabilidade admi- lidade disciplinar.
nistrativa do servidor será afastada se, na esfera criminal,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ele for beneficiado por absolvição que negue a existência ( ) CERTO ( ) ERRADO
do fato ou a sua autoria.
24. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
( ) CERTO ( ) ERRADO ADMINISTRATIVA – CESPE – 2017) A respeito dos
agentes públicos, julgue o item seguinte.
18. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI- Para que pessoas físicas que colaboram com o poder pú-
VA – CESPE – 2018) Com base no disposto na Lei nº blico sejam consideradas agentes públicos é necessário
8.112/1990, julgue o item seguinte. que elas, obrigatoriamente, tenham vínculo empregatí-
Será cassada a aposentadoria voluntária do servidor inati- cio com a administração pública e sejam por esta remu-
vo que for condenado pela prática de ato de improbidade neradas, como ocorre, por exemplo, com os leiloeiros,
administrativa à época em que ainda estava na atividade. tradutores e intérpretes públicos.
( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

77
25. (STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA 30. (SEDF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CARGOS 1,
– CESPE – 2018) Acerca dos poderes da administração 3 A 26 – CESPE – 2017) No que se refere aos poderes
pública e da responsabilidade civil do Estado, julgue o administrativos, aos atos administrativos e ao controle da
item a seguir. administração, julgue o item seguinte.
Em razão da discricionariedade do poder hierárquico, A avocação se verifica quando o superior chama para si
não são considerados abuso de poder eventuais exces- a competência de um órgão ou agente público que lhe
sos que o agente público, em exercício, sem dolo, venha seja subordinado. Esse movimento, que é excepcional e
a cometer. temporário, decorre do poder administrativo hierárquico.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

26. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – PROCURADOR 31. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
DO MUNICÍPIO – CESPE – 2017) Com relação a pro- TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito dos poderes admi-
cesso administrativo, poderes da administração e servi- nistrativos, de licitações e contratos e do processo admi-
ços públicos, julgue o item subsecutivo. nistrativo, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Um secretário municipal removeu Embora o poder de polícia da administração seja coer-
determinado assessor em razão de desentendimentos citivo, o uso da força para o cumprimento de seus atos
pessoais motivados por ideologia partidária. Assertiva: demanda decisão judicial.
Nessa situação, o secretário agiu com abuso de poder, na
modalidade excesso de poder, já que atos de remoção ( ) CERTO ( ) ERRADO
de servidor não podem ter caráter punitivo.
32. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – PROCURADOR
( ) CERTO ( ) ERRADO DO MUNICÍPIO – CESPE – 2017) Acerca do direito ad-
ministrativo, julgue o item que se segue.
27. (SEDF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CARGO 2 O exercício do poder de polícia reflete o sentido objetivo
– CESPE – 2017) Acerca de administração pública, or- da administração pública, o qual se refere à própria ativi-
ganização do Estado e agentes públicos, julgue o item dade administrativa exercida pelo Estado.
a seguir.
O abuso de poder pelos agentes públicos pode ocorrer ( ) CERTO ( ) ERRADO
tanto nos atos comissivos quanto nos omissivos.
33. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
( ) CERTO ( ) ERRADO PE – 2018) Julgue o item subsequente de acordo com a
orientação traçada pela Lei nº 8.666/1993.
28. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA Quando da aquisição de bens e serviços de informática
ADMINISTRATIVA – CESPE – 2017) Alguns meses após e automação por parte dos órgãos e das entidades da
a assinatura de contrato de concessão de geração e administração pública federal, direta ou indireta, das fun-
transmissão de energia elétrica, a falta de chuvas com- dações instituídas e mantidas pelo poder público e das
prometeu o nível dos reservatórios, o que deteriorou as demais organizações sob o controle direto ou indireto
condições de geração de energia, elevando os custos da da União, a preferência pelos bens e serviços com tecno-
concessionária. A agência reguladora promoveu, então, logia desenvolvida no Brasil é uma exceção legal à regra
alterações tarifárias visando restabelecer o equilíbrio estabelecida na lei em questão.
econômico-financeiro firmado no contrato. Todavia, sem
que houvesse culpa ou dolo da concessionária, o forneci- ( ) CERTO ( ) ERRADO
mento do serviço passou a ser intermitente, o que provo-
cou danos em eletrodomésticos de usuários de energia 34. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
elétrica. PE – 2018) Julgue o item subsequente de acordo com a
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que orientação traçada pela Lei nº 8.666/1993.
se segue. Em toda licitação, é indispensável a celebração de contrato,
A alteração tarifária promovida pela agência reguladora sendo esse instrumento insubstituível, porque, no direito ad-
é exemplo de exercício do poder hierárquico da agência ministrativo, prevalece a formalização do processo licitatório.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sobre as concessionárias.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
35. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
29. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA PE – 2018) Julgue o próximo item, relativo às modalida-
ADMINISTRATIVA – CESPE – 2017) Com referência aos des de licitação.
poderes administrativos, julgue o item subsecutivo. Convite é a modalidade de licitação entre interessados
Em regra, o poder regulamentar é dotado de originarie- devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
dade e, por conseguinte, cria situações jurídicas novas, condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
não se restringindo apenas a explicitar ou complementar anterior à data do recebimento das propostas, observada
o sentido de leis já existentes. a necessária qualificação.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

78
36. (EBSERH – ENGENHEIRO CLÍNICO – CESPE – 2018) 41. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
Acerca dos princípios do processo licitatório, julgue o TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito dos poderes admi-
item que se segue. nistrativos, da contratação com a administração pública e
Durante a execução de um contrato, a fim de garantir do processo administrativo – Lei nº 9.784/1999 –, julgue
o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o item seguinte.
para qualquer alteração contratual que modifique con- Será inexigível a licitação, caso os agentes administrati-
dições previstas inicialmente no edital de licitação, é vos com competência técnica para tanto concluam que
necessário consultar os licitantes à época da licitação a a característica de determinado objeto atende melhor ao
respeito dessas alterações. interesse público.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

37. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA 42. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-
– CESPE – 2018) Considerando a legislação pertinente a RIA – CESPE – 2018) Considerando o disposto na Lei nº
licitação e contratos administrativos, julgue o item sub- 8.666/1993, julgue o seguinte item, a respeito da licita-
sequente. ção e dos contratos administrativos.
A garantia da observância do princípio da isonomia, a É possível que a administração pública autorize o início
seleção da proposta mais vantajosa para a administração da execução de obra contratada antes da aprovação do
pública e a promoção do desenvolvimento nacional sus- respectivo projeto executivo, desde que o projeto básico
tentável são objetivos da licitação. já tenha sido aprovado.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

38. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA 43. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
– CESPE – 2018) Considerando a legislação pertinente a TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito dos poderes admi-
licitação e contratos administrativos, julgue o item sub- nistrativos, da contratação com a administração pública e
sequente. do processo administrativo – Lei nº 9.784/1999 –, julgue
É possível estabelecer margem de preferência adicional o item seguinte.
no caso de produtos manufaturados nacionais resultan- Situação hipotética: O Poder Legislativo sustou decreto
tes de desenvolvimento e inovação tecnológica realiza- editado pelo presidente da República, sob o entendi-
dos no país. mento de que houve exorbitância do poder regulamen-
tar. Assertiva: Nesse caso, o Poder Legislativo agiu errado,
( ) CERTO ( ) ERRADO haja vista que a competência para sustar atos do Poder
Executivo é exercida pelo Poder Judiciário, mediante pro-
39. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – vocação.
ÁREA 2 – CESPE – 2018) Considerando que a ABIN es-
colha a modalidade licitatória convite para contratar em- ( ) CERTO ( ) ERRADO
presa de engenharia para modernizar suas instalações,
julgue o item que se segue, com base nas disposições da 44. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – CONHECIMENTOS
Lei nº 8.666/1993. BÁSICOS – CARGOS: 1, 2 E 3 – CESPE – 2018) No que
A comissão de licitação poderá ser substituída por um se refere a tipos e formas de controle, julgue o item a
servidor formalmente designado para essa finalidade. seguir.
Quanto ao órgão que o exerce, o controle pode ser ad-
( ) CERTO ( ) ERRADO ministrativo, legislativo ou judicial.

40. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ( ) CERTO ( ) ERRADO


ÁREA 2 – CESPE – 2018) Considerando que a ABIN es-
colha a modalidade licitatória convite para contratar em- 45. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – CONHECIMENTOS
presa de engenharia para modernizar suas instalações, BÁSICOS – CARGOS: 1, 2 E 3 – CESPE – 2018) Com re-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

julgue o item que se segue, com base nas disposições da lação ao controle no âmbito da administração pública,
Lei nº 8.666/1993. julgue o item seguinte.
Se não for alcançado o número mínimo legalmente exi- A competência do Congresso Nacional para sustar atos
gido de empresas qualificadas no certame, estará confi- normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
gurada hipótese de dispensa de licitação. regulamentar constitui hipótese de controle parlamentar.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

79
46. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB - TÉCNICO MUNICI- 52. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-
PAL DE CONTROLE INTERNO - GERAL – CESPE – 2018) RIA – CESPE – 2018) João, servidor público civil, mo-
Julgue o item a seguir, referente a conceitos, tipos e for- torista do Exército brasileiro, enquanto conduzia veículo
mas de controle na administração pública. oficial, no exercício da sua função, colidiu com o auto-
Quanto ao aspecto controlado, o controle classifica-se móvel de Maria, que não possui qualquer vínculo com
em controle de legalidade ou de correção. o poder público. Após a devida apuração, ficou provado
que os dois condutores agiram com culpa.
( ) CERTO ( ) ERRADO A partir dessa situação hipotética e considerando a dou-
trina majoritária referente à responsabilidade civil do Es-
47. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB - TÉCNICO MUNICIPAL tado, julgue o item que se segue.
DE CONTROLE INTERNO - GERAL – CESPE – 2018) Jul- A União tem direito de regresso em face de João, con-
gue o item a seguir, referente a conceitos, tipos e formas siderando que, no caso, a responsabilidade do agente
de controle na administração pública. público é subjetiva.
A administração pública, no exercício de suas funções,
controla seus próprios atos e se sujeita ao controle dos ( ) CERTO ( ) ERRADO
Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo.
53. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA
( ) CERTO ( ) ERRADO – CESPE – 2018) Em relação aos princípios aplicáveis à
administração pública, julgue o próximo item.
48. (EBSERH - TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA – Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é
CESPE – 2018) No que concerne a direitos, deveres e res- proibido que nova interpretação de norma administra-
ponsabilidades dos servidores públicos, julgue o próximo tiva tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der
item. para atender o interesse público.
Em caso de dano causado a terceiros, responderá o servi-
dor perante a fazenda pública, em ação regressiva. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO 54. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – CO-


NHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2018) Julgue o item
49. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- que se segue, a respeito de aspectos diversos relaciona-
TRATIVA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir, relativo dos ao direito administrativo.
à responsabilidade civil do Estado. São considerados princípios informativos da atividade
As empresas prestadoras de serviços públicos responde- administrativa a legalidade e a supremacia do interesse
rão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau- público, sendo o primeiro mencionado na Constituição
sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra vigente, e o segundo, fundamentado nas próprias ideias
o responsável exclusivamente no caso de dolo. do Estado em favor da defesa, da segurança e do desen-
volvimento da sociedade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
50. (STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir, relativo 55. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – CONHECIMENTOS
à responsabilidade civil do Estado. BÁSICOS – CARGOS: 1, 2 E 3 – CESPE – 2018) Com re-
A responsabilidade civil do Estado por atos comissivos lação ao controle no âmbito da administração pública,
abrange os danos morais e materiais. julgue o item seguinte.
O controle administrativo deriva do poder-dever de au-
( ) CERTO ( ) ERRADO totutela que a administração pública tem sobre seus pró-
prios atos e agentes.
51. (STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – CESPE – 2018) A respeito do direito adminis- ( ) CERTO ( ) ERRADO
trativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos e
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

seu regime, julgue o item a seguir. 56. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – TÉCNICO MUNICI-
No direito brasileiro, constitui objeto do direito adminis- PAL DE CONTROLE INTERNO – GERAL – CESPE – 2018)
trativo a responsabilidade civil das pessoas jurídicas que Acerca da administração pública e da organização dos
causam danos à administração. poderes, julgue o item subsequente à luz da CF.
O princípio da eficiência determina que a administração
( ) CERTO ( ) ERRADO pública direta e indireta adote critérios necessários para
a melhor utilização possível dos recursos públicos, evi-
tando desperdícios e garantindo a maior rentabilidade
social.

( ) CERTO ( ) ERRADO

80
57. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
JUDICIÁRIA – CESPE – 2018) No que se refere à teoria
do direito administrativo, julgue o item a seguir, conside- GABARITO
rando o posicionamento majoritário da doutrina.
A autotutela é entendida como a possibilidade de a ad- 1 CERTO
ministração pública revogar atos ilegais e anular atos in- 2 CERTO
convenientes e inoportunos sem a necessidade de inter- 3 CERTO
venção do Poder Judiciário. 4 ERRADO
5 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO 6 ERRADO
7 CERTO
8 CERTO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 ERRADO
12 ERRADO
13 CERTO
14 ERRADO
15 CERTO
16 CERTO
17 CERTO
18 CERTO
19 CERTO
20 ERRADO
21 ERRADO
22 CERTO
23 ERRADO
24 ERRADO
25 ERRADO
26 ERRADO
27 CERTO
28 ERRADO
29 ERRADO
30 CERTO
31 ERRADO
32 CERTO
33 CERTO
34 ERRADO
35 ERRADO
36 ERRADO
37 CERTO
38 CERTO
39 CERTO
40 ERRADO
41 ERRADO
42 CERTO
43 ERRADO
44 CERTO
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

45 CERTO
46 ERRADO
47 CERTO
48 CERTO
49 ERRADO
50 CERTO
51 CERTO
52 CERTO
53 ERRADO
54 CERTO
55 CERTO
56 CERTO
57 ERRADO

81
ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

82
ÍNDICE
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Constituição Federal. Conceito, classificações, princípios fundamentais ........................................................................................ 01
Capítulo III Segurança Pública: artigo 144.................................................................................................................................................... 04
Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade,
cidadania, direitos políticos, partidos políticos........................................................................................................................................... 05
Organização político-administrativa. União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios.Administração pública.
Disposições gerais, servidores públicos......................................................................................................................................................... 17
Poder executivo. Atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado................................................................ 26
Constituição Federal.............................................................................................................................................................................................. 28
classificação ser mais acertada que outra, mas sim, mais
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CONCEITO, adequada à sua finalidade didática. Segundo Alexandre
CLASSIFICAÇÕES, PRINCÍPIOS de Moraes (2018) a tipologia ou a classificação das cons-
FUNDAMENTAIS tituições pode ser basicamente delimitada:

Quanto ao conteúdo:
O CONSTITUCIONALISMO • Material: conjunto de regras materialmente cons-
titucionais, ou seja, que contiver as normas funda-
O Constitucionalismo é um movimento político-so- mentais e estruturais do Estado, a organização de
cial, surgido no século XVIII e motivado por ideias ilumi- seus órgãos, os direitos e garantias fundamentais,
nistas para conter o absolutismo e fomentar a adoção de independentemente da forma em que estejam or-
constituições escritas pelas nações, com a finalidade de ganizadas tais disposições.
limitar o poder dos governantes. O ideal do constitucio- • Formal: consubstanciada em um documento sole-
nalismo é, portanto, defender um regime político no qual ne estabelecido pelo poder constituinte originário.
há a necessidade de uma Constituição para reger a vida É levado em consideração o processo de sua for-
de um país, limitando os atos do Executivo, numa forma mação, e não necessariamente a materialidade de
de organizar o poder. suas normas ou conteúdo.
O NEOCONSTITUCIONALISMO Quanto à forma:
Diante das novas tendências e necessidades do uni- • Escrita: expressa num único texto. “A Constituição
verso jurídico constitucional na contemporaneidade, a escrita é o mais alto estatuto jurídico de determi-
preocupação do chamado constitucionalismo pós-mo- nada comunidade, caracterizando-se por ser a lei
derno, pós-positivismo ou neoconstitucionalismo não fundamental de uma sociedade” (MORAES, 2018,
mais consiste na ideia de limitação do poder político, p. 43).
mas sim na eficácia e aplicabilidade das normas cons- • Não escrita: não estabelecida em um documento
titucionais, e na consequente concretização dos direitos único e solene, mas é costumeira, baseada e con-
fundamentais. substanciada nos costumes, convenções, jurispru-
dências e práticas sociais preestabelecidas.
DIREITO CONSTITUCIONAL

O jurista Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2005) en- #FicaDica


sina que o Direito Constitucional, como a própria deno-
minação revela, é correlativo à ideia de Constituição e o Arábia Saudita, Líbia, Nova Zelândia e Reino
conceito de Constituição é um fato cultural e, portanto, Unido são exemplos de países que não tem
histórico. uma Constituição escrita.
Como ciência, o Direito Constitucional é o conheci-
mento sistematizado da organização jurídica fundamen-
tal de Estado. Isto é, conhecimento sistematizado das Quanto ao modo de elaboração:
regras jurídicas relativas à forma do Estado, à forma do
governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao • Dogmática: também chamada de sistemática, é
estabelecimento de seus órgãos e aos limites de sua ação sempre escrita e estrutural e surge a partir de dog-
(FERREIRA FILHO, 2005, p. 16). mas políticos ou sistemas ideológicos prévios.
• Histórica: fruto da lenta e contínua síntese da his-
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO tória e tradições de um povo, como é o caso da
Constituição inglesa.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A Constituição é a lei máxima e fundamental de um


país, que geralmente determina a sua organização social, Quanto à origem:
política, jurídica e econômica.
Conjunto de normas jurídicas, normalmente escritas • Promulgada: também chamada de democrática,
em um texto unitário, que regulam a organização e atua- votada ou popular, é fruto do trabalho de uma As-
ção do Estado nas relações sociais. sembleia Nacional Constituinte, eleita direta e legi-
timamente pelo povo, para, em nome dele atuar.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES • Outorgada: é a Constituição imposta de manei-
ra unilateral por governante que não recebeu do
Toda tipologia ou classificação depende dos crité- povo a legitimidade para em nome dele atuar
rios adotados por seus estudiosos. É importante escla- (LENZA, 2019).
recer que existem diferentes classificações entre os ju-
ristas mais renomeados. Não se trata, portanto, de uma

1
Quanto à estabilidade ou alterabilidade: Portanto, as normas constitucionais podem ser: de eficá-
cia plena, de eficácia contida e de eficácia limitada.
• Imutável: é vedada qualquer alteração. Segundo Lenza (2019), as normas constitucionais de
• Rígida: exige para a sua alteração um processo le- eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral
gislativo solene, mais complexo e árduo do que o são aquelas normas da Constituição que, no momento
empregado para a modificação das normas infra- que esta entra em vigor, estão aptas a produzir todos
constitucionais. Para Alexandre de Moraes (2018), os seus efeitos, independentemente de norma integra-
a Constituição Federal de 1988 pode ser conside- tiva infraconstitucional. Já as normas constitucionais de
rada super-rígida, porque em regra pode ser al- eficácia contida ou prospectiva têm aplicabilidade dire-
terada por um processo legislativo diferenciado, ta e imediata, mas possivelmente não integral. Embora
mas, excepcionalmente é imutável quanto às suas tenham força de produzir todos os seus efeitos quando
cláusulas pétreas, previstas em seu art. 60, § 4º. da promulgação da nova Constituição, ou da entrada em
Esta classificação, contudo, não tem sido adotada vigor ou introdução de novos preceitos por emendas à
pelo STF. Constituição, poderá haver a redução de sua abrangência
• Semirrígida: algumas regras poderão ser alteradas e limitação ou restrição à eficácia e à aplicabilidade que
pelo processo legislativo ordinário, enquanto ou- pode se dar por decretação do estado de defesa ou de
tras somente por um processo legislativo especial sítio, além de outras situações, por motivo de ordem pú-
e complexo. blica, bons costumes e paz social. Por sua vez, as normas
• Flexível: não exige um processo legislativo de alte- constitucionais de eficácia limitada são aquelas normas
ração mais dificultoso do que as normas infracons- que, de imediato, não têm o poder e a força de produzir
titucionais. Logo, pode ser alterada por processo todos os seus efeitos, precisando de norma regulamenta-
legislativo ordinário. dora infraconstitucional a ser editada pelo poder, órgão
ou autoridade competente, ou até mesmo de integração
Quanto à extensão e finalidade: por meio de emenda constitucional. São, portanto, con-
sideradas normas de aplicabilidade indireta, mediata e
• Analítica: também chamada de dirigente, é ampla reduzida, ou ainda, diferida.
e detalhada, trazendo todos os assuntos que po-
dem ser considerados fundamentais e relevantes à NORMAS PROGRAMÁTICAS
formação, destinação e funcionamento do Estado.
É minuciosa e normalmente estabelece regras que De modo geral, pode-se dizer que a Constituição de
poderiam ser matéria de leis infraconstitucionais. 1988 é programática. Isso porque grande parte de suas
• Sintética: é concisa, breve e sucinta, tratando ape- normas traçam, na verdade, princípios para serem cum-
nas de princípios fundamentais e estruturais do Es- pridos pelos seus órgãos em longo prazo. São verdadei-
tado. Geralmente são mais duradouras, um exem- ras metas a serem atingidas pelo Estado e seus progra-
plo é a Constituição dos Estados Unidos. mas de governo na realização de seus fins sociais.

Além desta classificação básica, alguns doutrinadores PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIÇÃO


as dividem em outros tipos, de acordo com o que acre- FEDERAL DE 1988
ditam ser mais adequado para os seus estudos. Existem
ainda as constituições normativas, nominalistas e semân- Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
ticas, as dualistas ou pactuadas, as principiológicas e pre- união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis-
ceituais, provisórias e definitivas, as heterônomas e autô- trito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
nomas, as constituições garantia, balanço e dirigente, as Direito e tem como fundamentos:
liberais (negativas) e sociais (dirigentes) e, as expansivas. I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
FIQUE ATENTO! IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A Constituição da República Federativa do (Vide Lei nº 13.874, de 2019).


Brasil de 1988 é formal, escrita, dogmática, V - o pluralismo político.
promulgada, rígida (ou super-rígida) e ana- Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
lítica. E ainda, normativa, principiológica, exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
definitiva, autônoma, de garantia, dirigente, mente, nos termos desta Constituição.
social e expansiva. São, portanto, princípios fundamentais da
Constituição:
A soberania, que consiste num poder político supre-
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS mo, independente na ordem internacional e não limitado
CONSTITUCIONAIS a nenhum outro na esfera interna. É a capacidade do país
editar e reger suas próprias normas e seu ordenamento
A positivação de uma norma constitucional não im- jurídico.
plica automaticamente em sua eficácia e aplicabilidade. A cidadania, condição da pessoa pertencente a um

2
Estado, dotada de direitos e deveres. É o status de cida- damentais têm aplicação diferida, e não aplicação ou
dão inerente a todo jurisdicionado que tem direito de execução imediata como as normas programáticas.
votar e ser votado. c) As normas constitucionais de eficácia limitada não são
A dignidade da pessoa humana, valor moral persona- providas de aplicabilidade direta e imediata, vez que ca-
líssimo, inerente à própria condição humana. Fundamen- recem de regulamentação para tornarem-se aplicáveis.
to consistente no respeito pela vida e integridade do ser d) As normas constitucionais de eficácia contida não são
humano e a garantia de condições mínimas de existência dotadas de aplicabilidade integral, já que há a possi-
com liberdade, autonomia e igualdade de direitos. bilidade de o alcance do preceito ser reduzido pela
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pois legislação ordinária.
é através do trabalho que o homem garante sua subsis-
tência e o crescimento do país. Por isso, a necessidade de Resposta: Letra B. Incorreta. Conforme art. 5º, § 1º,
se estabelecer a proteção deste importante direito social. CF/88: as normas definidoras dos direitos e garantias
Por sua vez, a livre iniciativa consiste numa doutrina que fundamentais têm aplicação imediata.
defende a total liberdade para o exercício de atividades
econômicas, sem qualquer interferência do Estado. 2. (TJSC – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE-
Muito importante mencionar que os fundamentos ou GISTROS – PROVIMENTO – IESES – 2019) Marque a al-
princípios fundamentais são diferentes dos objetivos da ternativa INCORRETA sobre os princípios fundamentais
Constituição, previstos no art. 3º, CF: da Constituição Federal de 1988:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú- a) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
blica Federativa do Brasil: de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; da Constituição Federativa da República do Brasil de
II - garantir o desenvolvimento nacional; 1988.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir b) A República Federativa do Brasil, formada pela união
as desigualdades sociais e regionais; indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe-
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de deral, constitui-se em Estado democrático de direito.
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- c) São Poderes da União, independentes e harmônicos
mas de discriminação. entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Mi-
nistério Público.
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO d) A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da
O Estado brasileiro é democrático porque é regido América Latina, visando à formação de uma comuni-
por normas democráticas, pela soberania da vontade dade latino-americana de nações.
popular, com eleições livres, periódicas e pelo povo, e Resposta: Letra C. Incorreta. Conforme art. 2º, CF: São
de direito porque pauta-se pelo respeito das autoridades Poderes da União, independentes e harmônicos entre
públicas aos direitos e garantias fundamentais, refletindo si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. O MP não
a afirmação dos direitos humanos. é um poder reconhecido na Constituição, mas sim um
órgão autônomo e independente.
TRIPARTIÇÃO DE PODERES
3. (PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
Art. 2º São poderes da União, independentes e harmô- – ASSISTENTE JURÍDICO – VUNESP – 2018) De acordo
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. com a doutrina existente sobre eficácia e aplicabilidade
das normas constitucionais, são normas constitucionais
Assim, o Estado brasileiro é marcado pela união in- de eficácia contida aquelas que:
dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal a) no momento da sua entrada em vigor já estão aptas a
e separação dos poderes estatais, de modo que o legis- produzir todos os seus efeitos.
lativo, executivo e judiciário possam atuar em harmonia.  b) geralmente determinam a criação de órgãos ou atri-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

buem competências aos entes federativos.


c) por si só não são capazes de produzir todos os seus
EXERCÍCIOS COMENTADOS efeitos, necessitam de uma lei infraconstitucional.
d) têm aplicabilidade indireta, mediata e reduzida ou di-
ferida, e vinculam o legislador infraconstitucional.
1. (TJMG – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE RE- e) possuem aplicabilidade direta, imediata e possivel-
GISTROS – PROVIMENTO – CONSULPLAN – 2018) Em mente não integral, com limitação da sua eficácia e
relação à eficácia e aplicabilidade das normas constitu- aplicabilidade.
cionais, assinale a alternativa INCORRETA:
Resposta: Letra E. Correta. As normas constitucionais
a) As normas constitucionais de eficácia plena são susce- de eficácia contida têm aplicabilidade direta e imedia-
tíveis de aplicação sem solução de continuidade. ta, mas possivelmente não integral. Embora tenham
b) As normas definidoras dos direitos e garantias fun- força de produzir todos os seus efeitos quando da

3
promulgação poderá haver a redução de sua abran- § 1º - A polícia federal, instituída por lei como órgão
gência e limitação ou restrição à eficácia e à aplica- permanente, estruturado em carreira, destina-se a:
bilidade que pode se dar por decretação do estado § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
de defesa ou de sítio, além de outras situações, por permanente, organizado e mantido pela União e es-
motivo de ordem pública, bons costumes e paz social. truturado em carreira, destina-se a: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
4. (CÂMARA MUNICIPAL DE CAIEIRAS-SP – ASSIS- I - apurar infrações penais contra a ordem política e
TENTE LEGISLATIVO VUNESP – 2015) A atual Consti- social ou em detrimento de bens, serviços e interesses
tuição Federal adota o Sistema de Tripartição de Poderes. da União ou de suas entidades autárquicas e empre-
A respeito desse tema, assinale a alternativa correta. sas públicas, assim como outras infrações cuja prática
tenha repercussão interestadual ou internacional e
a) Os Poderes da União são entre si independentes e har- exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
mônicos. II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes
b) Os Poderes da União são interdependentes e harmô- e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
nicos entre si. prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públi-
c) Os Poderes da União são: o Executivo, o Legislativo e cos nas respectivas áreas de competência;
o Moderador. III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de
d) Os Poderes Executivo e Judiciário são autônomos e fronteiras;
dependentes entre si. III - exercer as funções de polícia marítima, aeropor-
e) O Poder Executivo centraliza as decisões políticas e ad- tuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
ministrativas dos demais poderes. Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
Resposta: Letra A. O art. 2º, CF estabelece que: São judiciária da União.
Poderes da União, independentes e harmônicos entre § 2º - A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei,
ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
5. (CÂMARA DE CACOAL-RO – TÉCNICO EM INFOR- § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
MÁTICA – IBADE – 2018) A Constituição da República organizado e mantido pela União e estruturado em
Federativa do Brasil de1988 pode ser classificada como: carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamen-
to ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela
a) escrita e histórica. Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) sintética e semântica. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
c) liberal e preceitual. estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei,
d) promulgada e dogmática. ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais .
e) rígida e pretende ser nominal. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em
Resposta: Letra D. A CF/88 é promulgada e dogmá- carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamen-
tica, criada democraticamente a partir de um sistema to ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela
ideológico prévio e fruto do trabalho de uma Assem- Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
bleia Nacional Constituinte. § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia
de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
CAPÍTULO III SEGURANÇA PÚBLICA: União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
ARTIGO 144 infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e
a preservação da ordem pública; aos corpos de bom-
CAPÍTULO III beiros militares, além das atribuições definidas em lei,
DA SEGURANÇA PÚBLICA incumbe a execução de atividades de defesa civil.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão admi-


Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito nistrador do sistema penal da unidade federativa a
e responsabilidade de todos, é exercida para a preser- que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimen-
vação da ordem pública e da incolumidade das pes- tos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
soas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: nal nº 104, de 2019)
I - polícia federal; § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros mi-
II - polícia rodoviária federal; litares, forças auxiliares e reserva do Exército, su-
III - polícia ferroviária federal; bordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
IV - polícias civis; Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. Territórios.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Re- § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros mi-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de litares, forças auxiliares e reserva do Exército subordi-
2019) nam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias

4
penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Es- Vedação de práticas de tortura física e moral, tra-
tados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação tamento desumano e degradante:
dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamen- III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
to dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de mento desumano ou degradante;
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas muni- Liberdade de manifestação do pensamento e ve-
cipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e dação do anonimato, visando coibir abusos e não
instalações, conforme dispuser a lei. responsabilização pela veiculação de ideias e práticas
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integran- prejudiciais:
tes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada
na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
Constitucional nº 19, de 1998) dado o anonimato;
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do Direito de resposta e indenização:
seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emen- V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
da Constitucional nº 82, de 2014) ao agravo, além da indenização por dano material,
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização moral ou à imagem;
de trânsito, além de outras atividades previstas em lei,
que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade ur- Liberdade religiosa e de consciência:
bana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 82, de 2014) VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fede- sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
ral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entida- e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
des executivos e seus agentes de trânsito, estruturados culto e a suas liturgias;
em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
Constitucional nº 82, de 2014) assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
E COLETIVOS, DIREITOS SOCIAIS, nativa, fixada em lei;
NACIONALIDADE, CIDADANIA, DIREITOS
POLÍTICOS, PARTIDOS POLÍTICOS
Liberdade de expressão e proibição de censura:

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís-


DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
tica, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;
Os direitos e deveres individuais e coletivos encon-
tram-se elencados no art. 5º da Constituição.
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa
humana:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon-
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-
ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
denização pelo dano material ou moral decorrente de
propriedade, nos termos seguintes:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

sua violação;
Princípio da igualdade entre homens e mulheres:
Proteção do domicílio do indivíduo:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
ções, nos termos desta Constituição;
nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
Princípio da legalidade e liberdade de ação:
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determina-
ção judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei;
Proteção do sigilo das comunicações:

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das

5
comunicações telegráficas, de dados e das comuni- em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem Constituição;
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
para fins de investigação criminal ou instrução pro- de competente poderá usar de propriedade particular,
cessual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996). assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
Liberdade de profissão:
Pequena propriedade rural:
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida
a lei estabelecer; em lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de débitos decor-
Acesso à informação: rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao Direitos autorais:
exercício profissional;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir: utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XV - é livre a locomoção no território nacional em XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos a) a proteção às participações individuais em obras
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
bens; inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
Direito de reunião: mico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar- sentações sindicais e associativas;
mas, em locais abertos ao público, independentemente XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus-
de autorização, desde que não frustrem outra reunião triais privilégio temporário para sua utilização, bem
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo como proteção às criações industriais, à propriedade
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
Liberdade de associação: volvimento tecnológico e econômico do País;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci- Direito de herança:


tos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, XXX - é garantido o direito de herança;
a de cooperativas independem de autorização, sendo XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; País será regulada pela lei brasileira em benefício do
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci- seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;
são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado; Direito do consumidor:
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
XXI - as entidades associativas, quando expressamen- do consumidor;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

te autorizadas, têm legitimidade para representar seus


filiados judicial ou extrajudicialmente; Direito de informação, petição e obtenção de cer-
tidão junto aos órgãos públicos:
Direito de propriedade e sua função social:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos pú-
XXII - é garantido o direito de propriedade; blicos informações de seu interesse particular, ou de
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalva-
Intervenção do Estado na propriedade: das aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapro- 12.527, de 2011).
priação por necessidade ou utilidade pública, ou por XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
interesse social, mediante justa e prévia indenização do pagamento de taxas:

6
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal;

Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do controle jurisdicional:

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Segurança jurídica:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico de seu titular, cujo começo do exercício tenha ter-
mo pré-fixado ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem, nos termos do § 2º, do art. 6º, da Lei de
Introdução às normas do Direito Brasileiro.
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e definitivamente exercido, sem quaisquer vícios ou nuli-
dades, segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sentença proferida transitou em julgado e não cabe mais
recurso, não podendo, portanto, ser modificada.

Tribunal de exceção:

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;


O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusivamente para o julgamento de um fato específico já acon-
tecido, onde os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda tal prática, pois todos os casos devem
se submeter a julgamento dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências pré-fixadas.

Tribunal do Júri:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade da lei penal:

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Princípio da não discriminação:

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça e anistia:

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem cons-
titucional e o Estado Democrático.

7
Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
Crimes inafiançáveis e imprescritíveis
graça e anistia

Racismo Prática de Tortura


Tráfico de drogas e entorpecentes
Ação de grupos armados contra a ordem
Terrorismo
constitucional e o Estado Democrático.
Crimes hediondos

Princípio da intranscendência da pena:

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Individualização da pena:

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

Proibição de penas:

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.

Estabelecimentos para cumprimento de pena:

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do
apenado;

Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos:

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presidiária mulher:

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Extradição:

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturali-
zação, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Direito ao julgamento pela autoridade competente:

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

8
Devido Processo Legal: Identificação dos responsáveis pela prisão:

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon-
bens sem o devido processo legal; sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

Contraditório e a ampla defesa: Relaxamento da prisão ilegal:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis- LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
trativo, e aos acusados em geral são assegurados o pela autoridade judiciária;
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes; Garantia da liberdade provisória:

Provas ilícitas: LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,


quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas sem fiança;
por meios ilícitos;
Prisão civil:
Presunção de inocência:
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito responsável pelo inadimplemento voluntário e ines-
em julgado de sentença penal condenatória; cusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel;
Identificação criminal:
Habeas corpus:
LVIII - o civilmente identificado não será submetido
a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
em lei; (Regulamento). guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
Ação Privada Subsidiária da Pública: lidade ou abuso de poder;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação Mandado de Segurança:
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
A publicidade dos atos processuais e o segredo de proteger direito líquido e certo, não amparado por
Justiça: habeas corpus ou habeas data, quando o responsá-
vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte- atribuições do Poder Público;
resse social o exigirem; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im-
petrado por:
Legalidade da prisão: a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi- ção legalmente constituída e em funcionamento há
ciária competente, salvo nos casos de transgressão mi- pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
litar ou crime propriamente militar, definidos em lei; membros ou associados;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Comunicabilidade da prisão: Mandado de Injunção:

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz que a falta de norma regulamentadora torne inviável
competente e à família do preso ou à pessoa por ele o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
indicada; das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
nia e à cidadania;
Informação ao preso:
Habeas data:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada LXXII - conceder-se-á habeas data:
a assistência da família e de advogado; a) para assegurar o conhecimento de informações re-
lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros

9
ou bancos de dados de entidades governamentais ou O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é
de caráter público; taxativo, mas sim exemplificativo. Os direitos e garan-
b) para a retificação de dados, quando não se prefira tias ali expressos não excluem outros de caráter cons-
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; titucional, decorrentes de princípios constitucionais,
do regime democrático, ou de tratados internacionais.
Ação Popular:
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor Humanos
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
nio público ou de entidade de que o Estado participe, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di-
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, sal- do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
vo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do tos dos votos dos respectivos membros, serão equi-
ônus da sucumbência; valentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprova-
Assistência Judiciária: dos na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008,
DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica inte- 2018).
gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos; Sanando discussões sobre a hierarquia desses dispo-
sitivos, com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as
Indenização por erro judiciário: normas de tratados internacionais sobre direitos huma-
nos passam a ser reconhecidas como normas de hierar-
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju- quia constitucional, porém, somente se aprovadas pelas
diciário, assim como o que ficar preso além do tempo duas casas do Congresso por 3/5 de seus membros em
fixado na sentença; dois turnos de votação.

Gratuidade de serviços públicos: Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Interna-


cional
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
bres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
a) o registro civil de nascimento; Internacional a cuja criação tenha manifestado ade-
b) a certidão de óbito; são. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e 2004).
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania (Regulamento). O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do
Tribunal Penal Internacional, também conhecido por Cor-
Princípio da Celeridade Processual: te ou Tribunal de Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e
ratificado em 20 de junho de 2002 pelo Brasil. A Emenda
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, Constitucional n° 45/2004, deu a esta adesão força cons-
são assegurados a razoável duração do processo e os titucional. O objetivo do TPI é identificar e punir autores
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. de crimes contra a humanidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
DIREITOS SOCIAIS
Aplicabilidade das normas de direitos e garantias
fundamentais Os chamados direitos sociais são aqueles que visam
garantir qualidade de vida ou pelo menos, a melhoria de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias suas condições através do bem-estar social e o pleno de-
fundamentais têm aplicação imediata. senvolvimento da personalidade. São meios de se aten-
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garan- der ao princípio basilar da dignidade humana.
tias fundamentais são autoaplicáveis.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali-
Rol é exemplificativo mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à ma-
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui- ternidade e à infância, a assistência aos desampara-
ção não excluem outros decorrentes do regime e dos dos, na forma desta Constituição (Redação dada pela
princípios por ela adotados, ou dos tratados interna- Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
cionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.

10
Do direito ao trabalho Proteção aos que percebem remuneração variável:

Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
duas ordens: para os que percebem remuneração variável;
• Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF;
• Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina:
arts. 9º a 11, CF.
VIII - décimo terceiro salário com base na remunera-
Os direitos individuais dos trabalhadores são aque- ção integral ou no valor da aposentadoria;
les destinados a proteger a relação de trabalho contra
uma profunda desigualdade, que resultaria da não-ob- Remuneração superior por trabalho noturno:
servância de preceitos mínimos destinados a compati-
bilizar a função laboral com a dignidade e o bem-estar IX - remuneração do trabalho noturno superior à do
do trabalhador, este, parte hipossuficiente da relação diurno;
trabalhista.
Proteção do salário contra retenção dolosa:
Art. º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
social: crime sua retenção dolosa;

Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa Participação nos lucros:


causa:
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincu-
I - relação de emprego protegida contra despedida lada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei com- ção na gestão da empresa, conforme definido em lei;
plementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos; Salário-família:

Seguro-Desemprego: XII - salário-família pago em razão do dependente do


trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Reda-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego in- ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
voluntário;
Jornada de Trabalho:
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS):
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
III - fundo de garantia do tempo de serviço; horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada,
Salário mínimo: mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
(Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente uni-
ficado, capaz de atender a suas necessidades vitais bá- Jornada especial para turnos ininterruptos de
sicas e às de sua família com moradia, alimentação, revezamento:
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte
e previdência social, com reajustes periódicos que lhe XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vin- em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego-
culação para qualquer fim; ciação coletiva;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Piso salarial: Repouso (ou descanso) semanal remunerado


(DSR):
V - piso salarial proporcional à extensão e à comple-
xidade do trabalho; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
aos domingos;
Irredutibilidadade do salário:
Pagamentos de horas extras:
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo; XVI - remuneração do serviço extraordinário supe-
rior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
(Vide Del 5.452, art. 59 § 1º).

11
Férias remuneradas: Seguro contra acidentes de trabalho:

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
menos, um terço a mais do que o salário normal; do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Licença à gestante:
Ação trabalhista nos prazos prescricionais:
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
do salário, com a duração de cento e vinte dias; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das re-
lações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
Licença-paternidade: anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o li-
mite de dois anos após a extinção do contrato de tra-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; balho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
28, de 2000).
Proteção da mulher no mercado de trabalho:
Não discriminação:
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, me-
diante incentivos específicos, nos termos da lei; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
de funções e de critério de admissão por motivo de
Aviso Prévio: sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, a salário e critérios de admissão do trabalhador porta-
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; dor de deficiência;

Redução dos riscos do trabalho: Proibição de distinção do trabalho:

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por XXXII - proibição de distinção entre trabalho ma-
meio de normas de saúde, higiene e segurança; nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
Adicional por atividades penosas, insalubres ou
perigosas: Trabalho do menor:

XXIII - adicional de remuneração para as atividades XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
Aposentadoria: aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
XXIV - aposentadoria;
De 14 a 16 Só pode trabalhar na condição de
Assistência aos filhos pequenos: anos aprendiz.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes De 16 a 18 É vedado o exercício de trabalho
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em anos noturno, perigoso ou insalubre.
creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006). A partir de 18
Trabalho normal.
anos
Reconhecimento das convenções e acordos coleti-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

vos de trabalho: Igualdade ao trabalhador avulso:


XXVI - reconhecimento das convenções e acordos co- XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
letivos de trabalho; vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso
Proteção em face da automação:
Empregados domésticos:
XXVII - proteção em face da automação, na forma da
lei; Parágrafo único. São assegurados à categoria dos tra-
balhadores domésticos os direitos previstos nos inci-
sos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as

12
condições estabelecidas em lei e observada a simpli- c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
ficação do cumprimento das obrigações tributárias, mãe brasileira, desde que sejam registrados em re-
principais e acessórias, decorrentes da relação de tra- partição brasileira competente ou venham a residir
balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, na República Federativa do Brasil e optem, em qual-
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integra- quer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
ção à previdência social (Redação dada pela Emenda nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013). Constitucional nº 54, de 2007).
II - naturalizados:
Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aque- a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
les exercidos pelos trabalhadores, coletivamente ou no brasileira, exigidas aos originários de países de língua
interesse de uma coletividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e portuguesa apenas residência por um ano ininterrup-
compreendem: to e idoneidade moral;
Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerro- b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residen-
gativa dos trabalhadores para defesa de seus interesses tes na República Federativa do Brasil há mais de quin-
profissionais e econômicos. ze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde
Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e si- que requeiram a nacionalidade brasileira (Redação
multânea do trabalho, de modo organizado para defesa dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
de interesses dos trabalhadores. Importante mencionar 1994).
que serviços considerados essenciais e inadiáveis à so-
ciedade não podem ser paralisados totalmente para o Cargos privativos do brasileiro nato:
exercício do direito de greve. Ademais, o STF (2017) en-
tende que servidores que atuam diretamente na área de § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
segurança pública não podem entrar em greve em ne- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
nhuma hipótese, por desempenharem atividade essen- II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
cial à manutenção da ordem pública, e a manutenção da III - de Presidente do Senado Federal;
segurança e da paz social deve estar acima dos interesses IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
de determinadas categorias de servidores públicos. V - da carreira diplomática;
Direito de Participação Laboral: assegura a participa- VI - de oficial das Forças Armadas.
ção dos trabalhadores e empregadores nos colegiados VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela
dos órgãos públicos em que interesses profissionais ou Emenda Constitucional nº 23, de 1999).
previdenciários sejam objeto de discussão.
Direito de Representação na Empresa: Nos termos do Naturalização
art. 11, CF: nas empresas de mais de duzentos emprega-
dos, é assegurada a eleição de um representante destes A naturalização é um meio derivado de aquisição da
com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendi- nacionalidade. É o modo de aquisição secundária da na-
mento direto com os empregadores. cionalidade brasileira, permitida ao estrangeiro ou apá-
trida que preencher os requisitos.
DA NACIONALIDADE Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele
que não possui nenhuma nacionalidade, já o polipátrida
A nacionalidade é a condição de sujeito natural do é aquele que tem mais de uma nacionalidade.
Estado, que pode participar dos atos pertinentes à nação. A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração
A atribuição da nacionalidade se dá por dois critérios: trata de diversas questões acerca da nacionalidade e do
Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em ter- processo de naturalização.
ritório nacional; É vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros
Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, natos e naturalizados.
mesmo nascido no exterior. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi-
O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitiga- leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

do por critérios do jus sanguinis. O art. 12 da Constitui- nesta Constituição.


ção Federal elenca os direitos da nacionalidade, dividin-
do os brasileiros em dois grandes grupos: os brasileiros Portugueses:
natos e os naturalizados.
Aos portugueses com residência permanente no país
Art. 12. São brasileiros: serão atribuídos os mesmos direitos dos brasileiros, des-
I - natos: de que haja reciprocidade.
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam Art. 12
a serviço de seu país; § 1º Aos portugueses com residência permanente no
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro,
República Federativa do Brasil; salvo os casos previstos nesta Constituição (Redação

13
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de seu próprio Estado, garantindo-lhe a possibilidade de
1994). acesso à condução da coisa pública e participação na
vida política. Abrangem o poder que qualquer cidadão
Perda da Nacionalidade: tem na condução dos destinos de sua coletividade, de
uma forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do bra- elegendo representantes junto aos poderes públicos.
sileiro que: Cidadania e Nacionalidade: Nacional é diferente de
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença cidadão. A condição de nacional é um pressuposto para
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status
nacional; de nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, poder
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos participar do processo governamental, sobretudo pelo
casos:(Redação dada pela Emenda Constitucional de voto. Assim, a nacionalidade é condição necessária, mas
Revisão nº 3, de 1994). não suficiente da cidadania.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária Democracia Semidireta: Nos termos do art. 14 da
pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitu- Constituição Federal a soberania popular é exercida pelo
cional de Revisão nº 3, de 1994). sufrágio universal, direto e secreto, com valor igual para
b) de imposição de naturalização, pela norma estran- todos. Ademais, estabelece também os instrumentos de
geira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, participação semidireta pelo povo.
como condição para permanência em seu território ou Plebiscito: manifestação popular do eleitorado decide
para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emen- acerca de uma determinada questão. Assim, em termos
da Constitucional de Revisão nº 3, de 1994). práticos, é feita uma pergunta à qual responde o eleitor.
É uma consulta prévia à elaboração da lei.
Extradição, repatriação, deportação e expulsão Referendo: manifestação popular, em que o eleitor
aprova ou rejeita uma atitude governamental, normal-
Todas essas medidas são instrumentos do Estado so- mente uma lei ou projeto de lei já existente.
berano para enviar uma pessoa que se encontra refugia- Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da popu-
da em seu território a outro Estado estrangeiro. lação (1% do eleitorado) apresentar ao Poder Legislativo
Segundo o Ministério da Justiça (2020), a extradição um projeto de lei que deverá ser examinado e votado.
é um ato de cooperação internacional que consiste na Os eleitores também podem usar deste instrumento em
entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um nível estadual e municipal.
ou mais crimes, ao país que a reclama. Não haverá extra-
dição de brasileiro nato. Também não será concedida ex- Direitos Políticos Ativos: alistamento eleitoral
tradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada Consiste na capacidade de votar, participar de ple-
ou estada irregular de estrangeiros no território nacional biscito e referendo, subscrever projeto de lei de inicia-
e a repatriação ocorre quando o clandestino é impedi- tiva popular e de propor ação popular e se dá através
do de ingressar em território nacional pela fiscalização do alistamento eleitoral, obrigatório para os maiores de
fronteiriça e aeroportuária brasileira. A expulsão consis- dezoito anos e facultativo para os maiores de dezesseis e
te em medida administrativa de retirada compulsória de menores de dezoito, para os analfabetos e para os maio-
migrante ou visitante do território nacional, conjugada res de setenta anos.
com o impedimento de reingresso por prazo determi- São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos duran-
nado, configurado pela prática de crimes em território te serviço militar obrigatório, ou seja, aqueles que se alis-
brasileiro. taram no exército e foram convocados a prestar serviço
O banimento, que é a entrega de um brasileiro para militar.
julgamento no exterior, prática comum na época da dita-
dura militar, é vedado pela Constituição. Direitos Políticos Passivos: elegibilidade eleitoral
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Idioma e símbolos nacionais: Os direitos políticos passivos consistem na possibi-


lidade de ser votado, ou seja, na elegibilidade que é a
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Re- capacidade eleitoral passiva consistente na possibilidade
pública Federativa do Brasil. de o cidadão pleitear determinados mandatos políticos,
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a mediante eleição popular, desde que preenchidos os de-
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. vidos requisitos.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão ter símbolos próprios. § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
DIREITOS POLÍTICOS II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
Os Direitos Políticos são medidas assecuratórias da IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
participação do indivíduo na vida política e estrutural de V - a filiação partidária; Regulamento.

14
VI - a idade mínima de: subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitu-
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presiden- cional nº 16, de 1997).
te da República e Senador; § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Estado e do Distrito Federal; Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado mandatos até seis meses antes do pleito.
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz; Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns
d) dezoito anos para Vereador. requisitos:

Inelegibilidades: § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguin-


tes condições:
A Constituição não menciona exaustivamente todas I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
hipóteses de inelegibilidade, apenas fixa algumas dei- afastar-se da atividade;
xando à lei complementar o desdobramento dos casos. II - se contar mais de dez anos de serviço, será agre-
As hipóteses a serem previstas pela lei complementar re- gado pela autoridade superior e, se eleito, passa-
lacionam-se à proteção da “normalidade e legitimidade rá automaticamente, no ato da diplomação, para a
das eleições contra a influência do poder econômico ou inatividade.
abuso do exercício de função, cargo, ou emprego na ad-
ministração direta ou indireta”, devendo, outrossim, fixar O Mandato Eletivo pode ser impugnado:
os prazos de cessação das inelegibilidades.
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
proteger a probidade administrativa, a moralidade poder econômico, corrupção ou fraude;
para exercício de mandato considerada vida pregres- § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em
sa do candidato, e a normalidade e legitimidade das segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da
eleições contra a influência do poder econômico ou o lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta (Redação dada pela Suspensão e Perda dos Direitos Políticos
Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994).
Em regra: A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. dar, respectivamente de forma definitiva ou temporária.
Há também a inelegibilidade derivada do casamento Ocorrerá a perda quando: houver cancelamento da
ou do parentesco com o Presidente da República, com naturalização por sentença transitada em julgado e no
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e com caso de recusa de cumprir obrigação a todos impos-
os Prefeitos, ou com quem os haja substituído dentro ta ou prestação alternativa (é o caso do serviço militar
dos seis meses anteriores ao pleito. obrigatório). Por sua vez, A suspensão dos direitos po-
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do ti- líticos se dá enquanto persistirem os motivos desta, ou
tular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, seja, enquanto não retoma a capacidade civil, o indivíduo
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da terá seus direitos políticos suspensos; readquirindo-a,
República, de Governador de Estado ou Território, alcançará, novamente o status de cidadão. Também são
do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja passíveis de suspensão os condenados criminalmente
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, (com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à readquirem os direitos políticos; no caso de improbida-
reeleição. de administrativa, a suspensão será, da mesma forma,
temporária.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Quanto à Reeleição e desincompatibilização, a


Emenda Constitucional nº 16 trouxe a possibilidade de Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
reeleição para o chefe dos Poderes Executivos federal, perda ou suspensão só se dará nos casos de:
estadual, distrital e municipal. Ao contrário do sistema I - cancelamento da naturalização por sentença tran-
americano de reeleição, que permite apenas a recondu- sitada em julgado;
ção por um período somente, no Brasil, após o período II - incapacidade civil absoluta;
de um mandato, o governante pode voltar a se candida- III - condenação criminal transitada em julgado, en-
tar para o posto. quanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
houver sucedido, ou substituído no curso dos man- § 4º.
datos poderão ser reeleitos para um único período

15
3. (ANCINE – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO ATIVI-
EXERCÍCIOS COMENTADOS DADE CINEMATOGRÁFICA E AUDIOVISUAL – CESPE
– 2013) Considerando os direitos sociais e os direitos e
garantias fundamentais, julgue o item seguinte:
1. (TRF 2ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC –
Tanto os direitos sociais quanto os direitos e garantias
2012) Considere os seguintes cargos:
individuais impõem ao Estado uma obrigação de não fa-
zer, ou seja, uma postura deliberadamente omissiva que
I. Presidente da Câmara dos Deputados.
visa resguardar a esfera de liberdade individual e coletiva
II. Presidente do Senado Federal.
dos cidadãos.
III. Membro de Tribunal Regional Federal.
IV. Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
São, dentre outros, cargos privativos de brasileiro nato os
Resposta: Errado. os Direitos Socias impõem ao Esta-
indicados APENAS em:
do uma obrigação de fazer (positiva).
a) I, II e III.
4. (TSE – PROGRAMADOR DE COMPUTADOR – CON-
b) II e III.
SULPLAN – 2012) É vedada a cassação de direitos polí-
c) I e II.
ticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
d) I e IV.
e) II e IV.
I. cancelamento da naturalização por sentença transitada
em julgado.
Resposta: Letra C. Nos termos do art. 12, § 3º, II e III
II. incapacidade civil relativa.
são privativos de brasileiro nato os cargos de Presi-
III. condenação criminal transitada em julgado, enquanto
dente da Câmara dos Deputados e de Presidente do
durarem seus efeitos.
Senado Federal.
Assinale:
2. (CNMP – ANALISTA DO CNMP – FCC – 2015) Em
conformidade com a disciplina constitucional dos direi-
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
tos e deveres individuais e coletivos,
b) se apenas as afirmativas I, III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
a) o direito de acesso à informação é assegurado a todos,
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
sendo vedado o anonimato da fonte.
b) a lei estabelecerá o procedimento para desapropria-
Resposta: Letra B. Nos termos do art. 15, CF é vedada
ção por necessidade ou utilidade pública, ou por in-
a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspen-
teresse social, mediante prévia indenização, em títulos
são só se dará nos casos de:
da dívida pública, ressalvados os casos previstos na
I - cancelamento da naturalização por sentença tran-
Constituição Federal.
sitada em julgado;
c) a livre expressão da atividade intelectual, artística,
II - incapacidade civil absoluta;
científica e de comunicação, independentemente de
III - condenação criminal transitada em julgado, en-
censura ou licença, não dispensa posterior responsa-
quanto durarem seus efeitos;
bilização em caso de exercício abusivo.
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
d) ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
a lei admitir a liberdade provisória, desde que median-
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
te pagamento de fiança.
§ 4º.
e) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de au-
5. (CÂMARA DE PALMAS -TO – ASSISTENTE ADMI-
torização e de prévio aviso, desde que não frustrem
NISTRATIVO – COPESE-UFT – 2018) João, brasileiro
outra reunião anteriormente convocada para o mes-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

nato, pretende se candidatar a Vereador do Município de


mo local.
Palmas. Nesse sentido, são condições de elegibilidade: I.
pleno exercício dos direitos políticos. II. domicílio eleito-
Resposta: Letra C. Nos termos do art. 5º, IX, CF a livre
ral na circunscrição. III. estar filiado a um partido político.
expressão da atividade intelectual, artística, científica e
IV. ter a idade mínima de 30 anos.
de comunicação, independentemente de censura ou
licença, não dispensa posterior responsabilização em
Assinale a alternativa CORRETA.
caso de exercício abusivo.
a) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.

16
Resposta: Letra A. nos termos do art. 14, § 3°, CF. (...) UNIÃO
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presiden- A União é o ente federativo com dupla personalidade.
te da República e Senador; Internamente, é uma pessoa jurídica de direito público
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de interno, com autonomia autonomia financeira, adminis-
Estado e do Distrito Federal; trativa e política e capacidade de auto-organização, au-
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado togoverno, autolegislação e autoadministração. Interna-
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de cionalmente, a União representa a República Federativa
paz; do Brasil a quem cabe exercer as prerrogativas da sobe-
d) dezoito anos para Vereador. rania do Estado brasileiro.

Bens da União:
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
São bens da União os previstos no art. 20, CF:
ADMINISTRATIVA. UNIÃO, ESTADOS,
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie-
DISTRITO FEDERAL, MUNICÍPIOS E
rem a ser atribuídos;
TERRITÓRIOS.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
DISPOSIÇÕES GERAIS, SERVIDORES fronteiras, das fortificações e construções militares,
PÚBLICOS das vias federais de comunicação e à preservação am-
biental, definidas em lei;
FEDERAÇÃO III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
São elementos do Estado a soberania, a finalidade, o Estado, sirvam de limites com outros países, ou se es-
povo e o território. Assim, Dalmo de Abreu Dallari (apud tendam a território estrangeiro ou dele provenham,
Lenza, 2019, p. 719) define Estado como “a ordem jurídi- bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
ca soberana que tem por fim o bem comum de um povo IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
situado em determinado território”. outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
A Constituição de 1988 adotou a forma republicana e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham
de governo, o sistema presidencialista de governo e a a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
forma federativa de Estado. Note tratar-se de três defi- ao serviço público e a unidade ambiental federal, e
nições distintas. O federalismo é marcado pela união in- as referidas no art. 26, II; Redação dada pela Emenda
dissolúvel de estados com autonomia política. São entes Constitucional nº 46, de 2005).
da federação brasileira: a União; os Estados-Membros; o V - os recursos naturais da plataforma continental e
Distrito Federal e os Municípios. da zona econômica exclusiva;
Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro é con- VI - o mar territorial;
siderado laico, mantendo uma posição de neutralidade VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
em matéria religiosa, admitindo o culto de todas as reli- VIII - os potenciais de energia hidráulica;
giões, sem qualquer intervenção. IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar-
COMPETÊNCIAS queológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
As competências dos entes federativos podem ser:
Materiais ou administrativas, que se dividem em ex- Competências da União
clusivas e comuns;
Legislativas, que compreedem as exclusivas, as priva- Competência administrativa exclusiva da União:
tivas e as concorrentes complementares e suplementares;
Competência exclusiva é aquela conferida a um dos Art. 21. Compete à União:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Mu- I - manter relações com Estados estrangeiros e partici-
nicípios) com exclusão dos demais. A competência priva- par de organizações internacionais;
tiva é aquela enumerada como própria de um ente, com II - declarar a guerra e celebrar a paz;
possibilidade, entretanto, de delegação para outro. Con- III - assegurar a defesa nacional;
corrente é a competência conferida em comum a mais de IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
um ente federativo. Na complementar, o ente federativo que forças estrangeiras transitem pelo território na-
tem competência naquilo que a norma federal (superior) cional ou nele permaneçam temporariamente;
lhe dê condição de atuar e na suplementar, por sua vez, V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
o ente federativo supre a competência federal não exer- intervenção federal;
cida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com base na VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
competência suplementar perde a eficácia. material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fis-

17
calizar as operações de natureza financeira, espe- portuária e de fronteiras (Redação dada pela Emenda
cialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem Constitucional nº 19, de 1998);
como as de seguros e de previdência privada; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
de ordenação do território e de desenvolvimento eco- pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamen-
nômico e social; to, a industrialização e o comércio de minérios nuclea-
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; res e seus derivados, atendidos os seguintes princípios
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, e condições:
concessão ou permissão, os serviços de telecomunica- a) toda atividade nuclear em território nacional so-
ções, nos termos da lei, que disporá sobre a organi- mente será admitida para fins pacíficos e mediante
zação dos serviços, a criação de um órgão regulador aprovação do Congresso Nacional;
e outros aspectos institucionais (Redação dada pela b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer-
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95); cialização e a utilização de radioisótopos para a pes-
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, quisa e usos médicos, agrícolas e industriais (Redação
concessão ou permissão: dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006);
c) sob regime de permissão, são autorizadas a pro-
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e ima- dução, comercialização e utilização de radioisótopos
gens (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de meia-vida igual ou inferior a duas horas (Redação
de 15/08/95); dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006);
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o d) a responsabilidade civil por danos nucleares in-
aproveitamento energético dos cursos de água, em ar- depende da existência de culpa; (Redação dada pela
ticulação com os Estados onde se situam os potenciais Emenda Constitucional nº 49, de 2006);
hidroenergéticos; XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura trabalho;
aeroportuária; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário exercício da atividade de garimpagem, em forma
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que associativa.
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e Competências administrativas comuns da União,
internacional de passageiros; Estados, Distrito Federal e Municípios:
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis- Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,
tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a do Distrito Federal e dos Municípios:
Defensoria Pública dos Territórios (Redação dada pela I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de instituições democráticas e conservar o patrimônio
efeito); público;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção
a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Dis- e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
trito Federal, bem como prestar assistência financeira III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
ao Distrito Federal para a execução de serviços públi- valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
cos, por meio de fundo próprio (Redação dada pela paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
Emenda Constitucional nº 104, de 2019); IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracteriza-
XV - organizar e manter os serviços oficiais de esta- ção de obras de arte e de outros bens de valor históri-
tística, geografia, geologia e cartografia de âmbito co, artístico ou cultural;
nacional; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu-
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de cação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação
diversões públicas e de programas de rádio e televisão; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XVII - conceder anistia; 2015);


XVIII - planejar e promover a defesa permanente con- VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
tra as calamidades públicas, especialmente as secas e em qualquer de suas formas;
as inundações; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
recursos hídricos e definir critérios de outorga de direi- abastecimento alimentar;
tos de seu uso (Regulamento); IX - promover programas de construção de moradias
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urba- e a melhoria das condições habitacionais e de sanea-
no, inclusive habitação, saneamento básico e trans- mento básico;
portes urbanos; X - combater as causas da pobreza e os fatores de
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema marginalização, promovendo a integração social dos
nacional de viação; setores desfavorecidos;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero- XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de

18
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
e minerais em seus territórios; XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em
XII - estabelecer e implantar política de educação para todas as modalidades, para as administrações públi-
a segurança do trânsito. cas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Es-
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas tados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o dis-
para a cooperação entre a União e os Estados, o Dis- posto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
trito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilí- sociedades de economia mista, nos termos do art. 173,
brio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
nacional (Redação dada pela Emenda Constitucional 19, de 1998);
nº 53, de 2006). XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
marítima, defesa civil e mobilização nacional;
Competência Legislativa Privativa da União: XXIX - propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
Art. 22. Compete privativamente à União legislar os Estados a legislar sobre questões específicas das
sobre: matérias relacionadas neste artigo.
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Competência Legislativa concorrente da União,
II - desapropriação; Estados e Distrito Federal:
III - requisições civis e militares, em caso de iminente
perigo e em tempo de guerra; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e Federal legislar concorrentemente sobre:
radiodifusão; I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econô-
V - serviço postal; mico e urbanístico (Vide Lei nº 13.874, de 2019);
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garan- II - orçamento;
tias dos metais; III - juntas comerciais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferên- IV - custas dos serviços forenses;
cia de valores; V - produção e consumo;
VIII - comércio exterior e interestadual; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natu-
IX - diretrizes da política nacional de transportes; reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, ma- do meio ambiente e controle da poluição;
rítima, aérea e aeroespacial; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artísti-
XI - trânsito e transporte; co, turístico e paisagístico;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
metalurgia; consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estéti-
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; co, histórico, turístico e paisagístico;
XIV - populações indígenas; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tec-
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e ex- nologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação (Reda-
pulsão de estrangeiros; ção dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015);
XVI - organização do sistema nacional de emprego e X - criação, funcionamento e processo do juizado de
condições para o exercício de profissões; pequenas causas;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público XI - procedimentos em matéria processual;
do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
Pública dos Territórios, bem como organização admi- XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
nistrativa destes (Redação dada pela Emenda Consti- XIV - proteção e integração social das pessoas porta-
tucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito); doras de deficiência;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de XV - proteção à infância e à juventude;
geologia nacionais; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da polícias civis.


poupança popular; § 1º No âmbito da legislação concorrente, a compe-
XX - sistemas de consórcios e sorteios; tência da União limitar-se-á a estabelecer normas ge-
XXI - normas gerais de organização, efetivos, mate- rais (Vide Lei nº 13.874, de 2019);
rial bélico, garantias, convocação, mobilização, inati- § 2º A competência da União para legislar sobre nor-
vidades e pensões das polícias militares e dos corpos mas gerais não exclui a competência suplementar dos
de bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda Estados (Vide Lei nº 13.874, de 2019);
Constitucional nº 103, de 2019); § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es-
XXII - competência da polícia federal e das polícias tados exercerão a competência legislativa plena, para
rodoviária e ferroviária federais; atender a suas peculiaridades (Vide Lei nº 13.874, de
XXIII - seguridade social; 2019);
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;

19
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas ge- É regido por lei orgânica, nos termos do art. 29, CF. A
rais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for Constituição prevê ainda a composição das Câmaras Mu-
contrário (Vide Lei nº 13.874, de 2019). nicipais e o subsídio dos vereadores, de acordo com a
quantidade de habitantes do município.
ESTADOS
Competência:
O Brasil é composto de estados federados que gozam
de uma autonomia, consubstancianda na capacidade de A competência dos municípios está elencada no art.
auto-organização, auto-legislação, auto-governo e auto- 30, CF.
-administração. Os Estados podem se formar a partir de
fusão, cisão ou desmembramento. Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
Competências Estaduais: II - suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber;
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên-
Constituições e leis que adotarem, observados os prin- cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
cípios desta Constituição. obrigatoriedade de prestar contas e publicar balance-
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que tes nos prazos fixados em lei;
não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me- IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
diante concessão, os serviços locais de gás canalizado, legislação estadual;
na forma da lei, vedada a edição de medida provisó- V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
ria para a sua regulamentação. (Redação dada pela concessão ou permissão, os serviços públicos de inte-
Emenda Constitucional nº 5, de 1995). resse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, caráter essencial;
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urba- VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
nas e microrregiões, constituídas por agrupamentos União e do Estado, programas de educação infantil e
de municípios limítrofes, para integrar a organização, de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda
o planejamento e a execução de funções públicas de Constitucional nº 53, de 2006)
interesse comum. VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde
Bens dos Estados-Membros: da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen-
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: to territorial, mediante planejamento e controle do
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul-
forma da lei, as decorrentes de obras da União; tural local, observada a legislação e a ação fiscaliza-
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que esti- dora federal e estadual.
verem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio
da União, Municípios ou terceiros; Fiscalização financeira e orçamentária
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
União; A fiscalização financeira e orçamentária dos Municí-
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as pios se dá sob duas modalidades: controle externo, exer-
da União. cido pela Câmara Municipal e o controle interno, exerci-
do pelo próprio executivo municipal, nos termos do art.
MUNICÍPIOS 31, CF.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O Município, que também é um ente federado que DISTRITO FEDERAL


possui autonomia administrativa (autoadministração) e
política (auto-organização, autogoverno e capacidade O Distrito Federal é reconhecido como ente integran-
normativa própria). E, vinculado ao Estado onde se lo- te da Federação e goza de autonomia política, embora
caliza, depende na sua criação, incorporação, fusão ou não se enquadre nem como estado-membro ou municí-
desmembramento, de lei estadual dentro do período de- pio. Sua principal função é servir como sede do Governo
terminado por lei complementar federal, além da realiza- Federal e não pode haver divisões em municípios.
ção de plebiscito.
Sua capacidade de auto-organização consiste na pos- Organização do Distrito Federal:
sibilidade da elaboração da lei orgânica própria. O mu-
nicípio possui o Poder Executivo, exercido pelo Prefeito O Distrito Federal não possui constituição, mas lei or-
e o Poder Legislativo, exercido pela Câmara Municipal. gânica própria, que define os princípios básicos de sua
Entretanto, não há Poder Judiciário na esfera municipal. organização, suas competências e a organização de seus

20
poderes governamentais, nos termos do art. 32, CF. nº 19, de 1998);
III - o prazo de validade do concurso público será de
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Mu- até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
nicípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprova- de convocação, aquele aprovado em concurso público
da por dois terços da Câmara Legislativa, que a pro- de provas ou de provas e títulos será convocado com
mulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta prioridade sobre novos concursados para assumir car-
Constituição. go ou emprego, na carreira;
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competên- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
cias legislativas reservadas aos Estados e Municípios. por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, em comissão, a serem preenchidos por servidores de
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Dis- carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
tritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
Estaduais, para mandato de igual duração. direção, chefia e assessoramento (Redação dada pela
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
aplica-se o disposto no art. 27. VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Gover- livre associação sindical;
no do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia pe- VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
nal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar limites definidos em lei específica (Redação dada pela
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
2019). VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
Hoje, não existe no Brasil nenhum Território. Com o públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
advento da CF/88 Roraima e Amapá foram transforma- definirá os critérios de sua admissão;
dos em Estados e Fernando de Noronha foi incorporado IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
ao Estado de Pernambuco. tempo determinado para atender a necessidade tem-
porária de excepcional interesse público;
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X - a remuneração dos servidores públicos e o sub-
sídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
A administração pública consiste no conjunto de ser fixados ou alterados por lei específica, observada a
meios institucionais, materiais, financeiros e humanos do iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
Estado, preordenado à realização de seus serviços, visan- geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
do a satisfação das necessidades coletivas. de índices (Redação dada pela Emenda Constitucional
A administração pública pode ser definida objetiva- nº 19, de 1998) (Regulamento);
mente como a atividade concreta e imediata que o Es- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
tado desenvolve para a consecução dos interesses co- cargos, funções e empregos públicos da administra-
letivos e subjetivamente como o conjunto de órgãos e ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
função administrativa do Estado (MORAES, 2018, p. 476). Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
A função administrativa é institucionalmente impu- mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
tada a diversas entidades governamentais autônomas, proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
expressas no art. 37 da Constituição Federal. percebidos cumulativamente ou não, incluídas as van-
tagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
Art. 37. A administração pública direta e indireta de poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
de e eficiência e, também, ao seguinte (Redação dada Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po-
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessí- der Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
veis aos brasileiros que preencham os requisitos esta- Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
belecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na for- e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em
ma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
nº 19, de 1998) no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
II - a investidura em cargo ou emprego público depen- aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
de de aprovação prévia em concurso público de provas e aos Defensores Públicos (Redação dada pela Emen-
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a da Constitucional nº 41, 19.12.2003);
complexidade do cargo ou emprego, na forma previs- XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
ta em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
comissão declarado em lei de livre nomeação e exo- pagos pelo Poder Executivo;
neração (Redação dada pela Emenda Constitucional XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais-

21
quer espécies remuneratórias para o efeito de remu- servidores de carreiras específicas, terão recursos prio-
neração de pessoal do serviço público (Redação dada ritários para a realização de suas atividades e atuarão
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); de forma integrada, inclusive com o compartilhamen-
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por ser- to de cadastros e de informações fiscais, na forma da
vidor público não serão computados nem acumula- lei ou convênio (Incluído pela Emenda Constitucional
dos para fins de concessão de acréscimos ulteriores; nº 42, de 19.12.2003).
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
1998); e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de educativo, informativo ou de orientação social, dela
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalva- não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
do o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos que caracterizem promoção pessoal de autoridades
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação ou servidores públicos.
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de responsável, nos termos da lei.
horários, observado em qualquer caso o disposto no § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
inciso XI (Redação dada pela Emenda Constitucional usuário na administração pública direta e indireta, re-
nº 19, de 1998): gulando especialmente (Redação dada pela Emenda
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Constitucional nº 19, de 1998):
Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
científico (Redação dada pela Emenda Constitucional públicos em geral, asseguradas a manutenção de
nº 19, de 1998); serviços de atendimento ao usuário e a avaliação pe-
c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro- riódica, externa e interna, da qualidade dos serviços
fissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de II - o acesso dos usuários a registros administrativos
2001); e a informações sobre atos de governo, observado o
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda
e funções e abrange autarquias, fundações, empresas Constitucional nº 19, de 1998);
públicas, sociedades de economia mista, suas subsi- III - a disciplina da representação contra o exercício
diárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun-
mente, pelo poder público (Redação dada pela Emen- ção na administração pública (Incluído pela Emenda
da Constitucional nº 19, de 1998); Constitucional nº 19, de 1998);
XVIII - a administração fazendária e seus servidores § 4º - Os atos de improbidade administrativa impor-
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
jurisdição, precedência sobre os demais setores admi- função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
nistrativos, na forma da lei; sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
XIX – somente por lei específica poderá ser criada au- em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
tarquia e autorizada a instituição de empresa pública, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
de sociedade de economia mista e de fundação, ca- ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
bendo à lei complementar, neste último caso, definir não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda respectivas ações de ressarcimento.
Constitucional nº 19, de 1998); § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
XX - depende de autorização legislativa, em cada reito privado prestadoras de serviços públicos respon-
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio- derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
nadas no inciso anterior, assim como a participação causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
de qualquer delas em empresa privada; contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
as obras, serviços, compras e alienações serão con- ao ocupante de cargo ou emprego da administração
tratados mediante processo de licitação pública que direta e indireta que possibilite o acesso a informações
assegure igualdade de condições a todos os concor- privilegiadas (Incluído pela Emenda Constitucional nº
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de 19, de 1998).
pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as dos órgãos e entidades da administração direta e in-
exigências de qualificação técnica e econômica indis- direta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações firmado entre seus administradores e o poder público,
(Regulamento). que tenha por objeto a fixação de metas de desempe-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Es- nho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades sobre (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por 1998):

22
I - o prazo de duração do contrato; Administração Pública Direta e Indireta:
II - os controles e critérios de avaliação de desempe-
nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos diri- A administração direta é a administração centraliza-
gentes; da, definida como o conjunto de órgãos administrativos
III - a remuneração do pessoal. subordinados diretamente ao Poder Executivo de cada
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas entidade. Por sua vez, a administração indireta é a des-
públicas e às sociedades de economia mista, e suas centralizada, composta por entidades personalizadas de
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos prestação de serviço ou exploração de atividades econô-
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para micas, mas vinculadas aos Poderes Executivos da entida-
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em de pública.
geral (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998). Princípios Específicos da Administração Pública:
§ 10 É vedada a percepção simultânea de proventos
de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. Legalidade: todo o ato administrativo deve ser ante-
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou cedido de lei;
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na Impessoalidade: todos atos e provimentos adminis-
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car- trativos não são imputáveis ao agente político que o rea-
gos em comissão declarados em lei de livre nomeação liza, mas sim ao órgão ou entidade pública em nome da
e exoneração (Incluído pela Emenda Constitucional nº qual atuou.
20, de 1998). Moralidade: impõe a obediência à lei, não só no que
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites ela tem de formal, mas como na sua teleologia. Não bas-
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste tará ao administrador o estrito cumprimento da legali-
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas dade, devendo ele, no exercício de sua função pública,
em lei (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça.
2005). Publicidade: todos os atos administrativos devem ser
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput des- públicos, vedado o sigilo e o segredo, salvo em hipóteses
te artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Fede- restritas que envolvam a segurança nacional.
ral fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respec- Eficiência: trazido pela Emenda Constitucional nº 19,
tivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, este princípio estabelece que os atos administrativos de-
o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo vem cumprir os seus propósitos de forma eficaz.
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Improbidade Administrativa:
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
cando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos A improbidade administrativa é espécie de ilegalida-
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores (In- de praticada pelo servidor, qualificada pela finalidade de
cluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005). atribuir situação de vantagem a si ou a outrem. A Lei n°
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo pode- 8.429/92, chamada de Lei de Improbidade Administrati-
rá ser readaptado para exercício de cargo cujas atri- va, disciplina este dispositivo constitucional, previsto no
buições e responsabilidades sejam compatíveis com a art. 37, §4º.
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física
ou mental, enquanto permanecer nesta condição, des- Servidores públicos civis e militares
de que possua a habilitação e o nível de escolaridade
exigidos para o cargo de destino, mantida a remu- Concurso Público:
neração do cargo de origem (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019). A investidura em cargo ou emprego público só se
§ 14 A aposentadoria concedida com a utilização de pode dar por meio de concurso público.
tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ou função pública, inclusive do Regime Geral de Pre-


vidência Social, acarretará o rompimento do vínculo #FicaDica
que gerou o referido tempo de contribuição (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). Enquanto não há a posse, os aprovados têm
§ 15 É vedada a complementação de aposentadorias apenas uma expectativa de direito. Não há
de servidores públicos e de pensões por morte a seus direito adquirido em relação ao cargo pela
dependentes que não seja decorrente do disposto nos simples aprovação em concurso público.
§§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei
que extinga regime próprio de previdência social (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). Regime Jurídico dos Servidores Públicos

A Constituição Federal prevê todo o regime jurídico


dos Servidores Públicos, com sistema remuneratório,

23
regime previdenciário e regra geral de aposentadoria, em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º;
nos termos do art. 40, CF. e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual espe-
A estabilidade é uma das garantias do serviço públi- cífica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inci-
co, prevista constitucionalmente. É adquirida pelo fun- so X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos
cionário concursado após três anos de efetivo exercício respectivos governadores (Redação dada pela Emenda
da função pública e impede que ele seja desvinculado Constitucional nº 20, de 15/12/98).
do serviço público arbitrariamente, a não ser por senten- § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Dis-
ça transitada em julgado ou decisão administrativa em trito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado
que lhe foi dado amplo direito de defesa, aposentadoria em lei específica do respectivo ente estatal (Redação
compulsória, exoneração a pedido ou morte: dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí- Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inci-
cio os servidores nomeados para cargo de provimento so XVI, com prevalência da atividade militar (Incluído
efetivo em virtude de concurso público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019).
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de EXERCÍCIOS COMENTADOS
1998):
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- 1. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO FUNÇÃO ADMINIS-
gado (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de TRATIVA – IBFC – 2017) A organização político-admi-
1998); nistrativa do Brasil é tema central no texto da Constitui-
II - mediante processo administrativo em que lhe ção da República. Sobre esse tema, assinale a alternativa
seja assegurada ampla defesa (Incluído pela Emenda correta.
Constitucional nº 19, de 1998);
a) É de competência exclusiva da União legislar sobre
III - mediante procedimento de avaliação periódica de matérias referentes ao acesso à cultura, educação, ci-
desempenho, na forma de lei complementar, assegu- ência, tecnologia, pesquisa e inovação;
rada ampla defesa (Incluído pela Emenda Constitucio- b) Os Estados são organizados por meio de Lei Orgâ-
nal nº 19, de 1998); nica aprovada em suas respectivas Assembleias
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do Legislativas;
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual c) O número de vereadores é variável de acordo com o
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo número de habitantes do Município. Nas cidades com
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em até 300.000 (trezentos mil) habitantes esse número
outro cargo ou posto em disponibilidade com remu- está limitado a 22 (vinte e dois) vereadores;
neração proporcional ao tempo de serviço (Redação d) O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); responderá ao triplo da representação do Estado na
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida- Câmara dos Deputados;
de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com e) Compete aos Estados legislarem sobre trânsito e
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até transporte.
seu adequado aproveitamento em outro cargo (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); Resposta: Letra D. Nos termos do art. 27, CF o núme-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, ro de Deputados à Assembleia Legislativa correspon-
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por derá ao triplo da representação do Estado na Câmara
comissão instituída para essa finalidade (Incluído pela dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis,
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
São militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Territórios, os membros das polícias militares e corpos de 2. (MPE-BA – ANALISTA TÉCNICO – INSTITUTO AOCP
bombeiros militares, instituições organizadas com base – 2014) De acordo com a Constituição Federal, analise as
na hierarquia e disciplina, nos termos do art. 42, CF. Aos assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
militares são proibidas a sindicalização e a greve, em face É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
das funções por eles desempenhadas. Federal e dos Municípios:

Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos I. cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
de Bombeiros Militares, instituições organizadas com garantia das pessoas portadoras de deficiência.
base na hierarquia e disciplina, são militares dos Es- II. proteger os documentos, as obras e outros bens de
tados, do Distrito Federal e dos Territórios (Redação valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998). paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito III. proteger o meio ambiente e combater a poluição em
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado qualquer de suas formas.

24
IV. preservar as florestas, a fauna e a flora. c) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre educação, cultura,
a) Apenas I, II e III. ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desen-
b) Apenas I, II e IV. volvimento e inovação.
c) Apenas II e III. d) Compete privativamente à União legislar sobre direi-
d) Apenas I e IV. to civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
e) I, II, III e IV. marítimo, aeronáutico, espacial e tributário.

Resposta: Letra E. Nos termos do art. 23, CF é com- Resposta: Letra C. Nos termos do art. 24, IX, CF: Com-
petência comum da União, dos Estados, do Distrito pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
Federal e dos Municípios: concorrentemente sobre:
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tec-
garantia das pessoas portadoras de deficiência; nologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação.

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de 5. (MPE-RS – PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE-RS –
valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 2017) Em relação ao tratamento constitucional dado aos
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; Municípios, é correto afirmar que:
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
em qualquer de suas formas; a) o Município reger-se-á por lei orgânica, votada em
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora. dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara
3. (IGP-RS – PERITO MÉDICO-LEGISTA – FUNDATEC – Municipal, sendo após promulgada e publicada pelo
2017) Sobre a organização do Estado, prevista na Cons- Prefeito Municipal.
tituição da República Federativa do Brasil, assinale a al- b) o subsídio dos Prefeitos e Secretários Municipais será
ternativa correta. fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada
legislatura para a subsequente, observado o que dis-
a) As terras devolutas indispensáveis à defesa das fron- põe a Constituição Federal, respeitados os critérios es-
teiras, das fortificações e construções militares, das tabelecidos na respectiva Lei Orgânica.
vias federais de comunicação e à preservação am- c) a Câmara Municipal não gastará mais de cinquenta por
biental, definidas em lei, são bens pertencentes aos cento de sua receita com folha de pagamento, inclu-
Estados-Membros. ído o gasto com o subsídio de seus Vereadores, nos
b) Os potenciais de energia hidráulica são bens perten- municípios que tenham mais de 300.000 (trezentos
centes aos Municípios. mil) habitantes.
c) Compete privativamente aos Estados-Membros legis- d) o controle externo da Câmara Municipal será exerci-
lar sobre trânsito e transporte. do com o auxílio exclusivo dos Tribunais de Contas do
d) Compete privativamente à União proteger os docu- Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas
mentos, as obras e outros bens de valor histórico, ar- dos Municípios, onde houver.
tístico e cultural, os monumentos, as paisagens natu- e) as proibições e incompatibilidades, no exercício da ve-
rais notáveis e os sítios arqueológicos. reança, são similares, no que couber, ao disposto na
e) A competência da União para legislar sobre normas Constituição Federal para os membros do Congresso
gerais não exclui a competência suplementar dos Nacional e na Constituição do respectivo Estado para
Estados. os membros da Assembleia Legislativa.

Resposta: Letra E. Nos termos do art. 24, § 2º, CF: Resposta: Letra E. Nos termos do art. 29, IX, CF: O
A competência da União para legislar sobre normas Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
gerais não exclui a competência suplementar dos turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e apro-
Estados. vada por dois terços dos membros da Câmara Mu-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

nicipal, que a promulgará, atendidos os princípios


4. (PREFEITURA DE PENALVA-MA – PROCURADOR estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
MUNICIPAL – IMA – 2017) Acerca das atribuições cons- respectivo Estado e os seguintes preceitos:
titucionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
dos Municípios, é CORRETO afirmar que: vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congresso Nacional
a) É competência comum da União, dos Estados, do Dis- e na Constituição do respectivo Estado para os mem-
trito Federal e dos Municípios, planejar e promover a bros da Assembleia Legislativa.
defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações.
b) Compete à União permitir, nos casos previstos em lei
especial, que forças estrangeiras transitem pelo terri-
tório nacional ou nele permaneçam temporariamente.

25
último domingo de outubro, em segundo turno, se
PODER EXECUTIVO. ATRIBUIÇÕES DO houver, do ano anterior ao do término do mandato
PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DOS presidencial vigente  (Redação dada pela Emenda
MINISTROS DE ESTADO Constitucional nº 16, de 1997).
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a
do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato
PODER EXECUTIVO que, registrado por partido político, obtiver a maioria
absoluta de votos, não computados os em branco e
O Poder Executivo é o órgão constitucional cuja fun- os nulos.
ção principal é a prática dos atos de chefia de estado, § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta
de governo e de administração, mas de forma atípica, na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vin-
também legisla através da edição de Medidas Provisórias te dias após a proclamação do resultado, concorrendo
e julga contenciosos administrativos. os dois candidatos mais votados e considerando-se
eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer
da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. morte, desistência ou impedimento legal de candi-
dato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de
Chefe de Estado e Chefe de Governo maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, rema-
O Brasil adota o presidencialismo, que tem unificadas nescer, em segundo lugar, mais de um candidato com
na figura do Presidente da República as funções do Chefe a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
de Estado e Chefe de Governo. Portanto, o Poder Executi- Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da Repúbli-
vo brasileiro é monocrático. ca tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
Como chefe de Estado, o presidente representa o país prestando o compromisso de manter, defender e cum-
nas suas relações internacionais e como chefe de gover- prir a Constituição, observar as leis, promover o bem
no exerce a liderança nacional, gerindo o país política e geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integri-
administrativamente. dade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada
Eleição do Presidente e Vice-presidente da Repú-
para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo
blica
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo,
este será declarado vago.
O presidente será eleito por maioria absoluta de vo-
tos, não computados os em branco e os nulos. Entende-
Ordem de sucessão presidencial no caso de impe-
-se por maioria absoluta, mais que a metade, o número
dimento ou vacância:
subsequente à metade, ou a metade +1 do número total
de votantes. Quando o candidato mais votado não alcan-
Em caso de impedimento ou vacância do cargo de
ça a maioria absoluta, realiza-se segundo turno entre os
Presidente, este será substituído pelo: Vice-presidente,
dois mais votados.
Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Se-
nado Federal e Presidente do Supremo Tribunal Federal,
#FicaDica nesta ordem.

A maioria absoluta é diferente da maioria Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedi
simples, que consiste no maior resultado da mento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
votação, independentemente de exigência Parágrafo único. O Vice-Presidente da República,
de quórum percentual relacionado à quanti- além de outras atribuições que lhe forem conferidas
dade total de votantes. por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

que por ele convocado para missões especiais.


Requisitos de elegibilidade do Presidente e Vice- Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do
-Presidente: Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
serão sucessivamente chamados ao exercício da Pre-
• Ser brasileiro nato; sidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do
• Estar no gozo dos direitos políticos; Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
• Ter mais de trinta e cinco anos; Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presi-
• Não ser inelegível; dente da República, far-se-á eleição noventa dias de-
• Possuir filiação partidária. pois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente período presidencial, a eleição para ambos os cargos
da República realizar-se-á, simultaneamente, no pri- será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Con-
meiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no gresso Nacional, na forma da lei.

26
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão com- banco central e outros servidores, quando determina-
pletar o período de seus antecessores. do em lei;
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Mi-
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do nistros do Tribunal de Contas da União;
ano seguinte ao da sua eleição (Redação dada pela XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nes-
Emenda Constitucional nº 16, de 1997). ta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da Repúbli- XVII - nomear membros do Conselho da República,
ca não poderão, sem licença do Congresso Nacional, nos termos do art. 89, VII;
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
sob pena de perda do cargo. Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
Atribuições do Presidente da República autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado
por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões le-
Como chefe de Governo e Estado, compete ao Pre- gislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
sidente da República as atribuições e responsabilidades parcialmente, a mobilização nacional;
trazidas nos artigos 84, 85 e 86, CF: XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
Congresso Nacional;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Re- XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
pública: XXII - permitir, nos casos previstos em lei complemen-
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; tar, que forças estrangeiras transitem pelo território
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a nacional ou nele permaneçam temporariamente;
direção superior da administração federal; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
previstos nesta Constituição; propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel dentro de sessenta dias após a abertura da sessão le-
execução; gislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada na forma da lei;
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
a) organização e funcionamento da administração fe- termos do art. 62;
deral, quando não implicar aumento de despesa nem XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Constituição.
Emenda Constitucional nº 32, de 2001). Parágrafo único. O Presidente da República poderá
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,
gos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
2001). Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acre- da União, que observarão os limites traçados nas res-
ditar seus representantes diplomáticos; pectivas delegações.
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio-
nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Responsabilidade do Presidente da República
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal; Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Pre-
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con- sidente da República que atentem contra a Constitui-
gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão le- ção Federal e, especialmente, contra:
gislativa, expondo a situação do País e solicitando as I - a existência da União;
providências que julgar necessárias; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Ju-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên- diciário, do Ministério Público e dos Poderes constitu-
cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; cionais das unidades da Federação;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma- III - o exercício dos direitos políticos, individuais e
das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exérci- sociais;
to e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais IV - a segurança interna do País;
e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; V - a probidade na administração;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de VI - a lei orçamentária;
02/09/99) VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais especial, que estabelecerá as normas de processo e
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procura- julgamento.
dor-Geral da República, o presidente e os diretores do

27
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente Do Conselho da República e do Conselho de Defe-
da República, por dois terços da Câmara dos Depu- sa Nacional
tados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais co- O Conselho da Repúbica é órgão consultivo do Pre-
muns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de sidente sobre intervenção federal, estado de defesa, es-
responsabilidade. tado de sítio e questões relevantes para a estabilidade
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: das instituições democráticas. O Presidente não poderá
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denún- tomar qualquer decisão sobre tais questões sem a au-
cia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; diência do Conselho da República. Entretanto, sua função
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração é apenas consultiva e não deliberativa, e não vincula ne-
do processo pelo Senado Federal. cessariamente a atuação presidencial.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o jul- O Conselho de Defesa Nacional é o órgão destinado
gamento não estiver concluído, cessará o afastamento a assessorar o Presidente da República nas questões re-
do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimen- lativas à defesa do território nacional.
to do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória,
nas infrações comuns, o Presidente da República não
estará sujeito a prisão. CONSTITUIÇÃO FEDERAL
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu
mandato, não pode ser responsabilizado por atos es-
tranhos ao exercício de suas funções.
Prezado candidato, o tópico acima já foi abordado
Os Ministros de Estado anteriormente!
São membros auxiliares do Executivo livremente
nomeados pelo Presidente. Competem aos Ministros a
direção do Ministério ou seção administrativa que lhe
houver sido confiada. Podem também referendar atos
presidenciais, expedir instruções para a boa execução
das leis, decretos e regulamentos e inclusive, receber de-
legação do Presidente da República para a realização de
atos próprios da chefia do Poder Executivo.

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre


brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício
dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além
de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição
e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos


órgãos e entidades da administração federal na área
de sua competência e referendar os atos e decretos
assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decre-
tos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

anual de sua gestão no Ministério;


IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Mi-


nistérios e órgãos da administração pública (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001).

28
6.Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefei-
tura de Campo Grande - MS Prova: CESPE - 2019 - Pre-
HORA DE PRATICAR! feitura de Campo Grande - MS - Procurador Municipal
Com relação à organização do Estado e às funções es-
1.Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ- senciais à justiça, julgue o item subsecutivo.
BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Conciliador. É com- Por ser competência privativa da União legislar sobre
petência privativa do presidente da República telecomunicações, é inconstitucional lei municipal que
discipline o uso e a ocupação do solo urbano para ins-
a) convocar plebiscito. talação de torres de telefonia celular no respectivo mu-
b) referendar tratados, convenções e atos internacionais. nicípio.
c) permitir a permanência temporária de forças es-
trangeiras em território nacional. ( ) CERTO ( ) ERRADO
d) autorizar a deflagração de guerra.
e) iniciar o processo legislativo.

2.Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-
BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Conciliador
Considerando-se a aplicabilidade e a eficácia das normas
constitucionais, é correto afirmar que aquelas que preve-
em políticas públicas são classificadas como normas

a) contidas.
b) plenamente eficazes.
c) absolutas.
d) programáticas.
e) intangíveis.

3.Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SE-
FAZ-AL Prova: CESPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor de
Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda Estadual
Quanto à organização dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, julgue o item a seguir.
Tanto em caso de infrações penais comuns quanto de
crimes de responsabilidade, compete à Câmara dos De-
putados o juízo de admissibilidade da acusação apresen-
tada contra o presidente da República.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4.Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SE-
FAZ-AL Prova: CESPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor Fiscal
da Receita Estadual
Quanto à organização dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, julgue o item a seguir.
Tanto em caso de infrações penais comuns quanto de
crimes de responsabilidade, compete à Câmara dos Dep-
utados o juízo de admissibilidade da acusação apresen-
tada contra o presidente da República.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

( ) CERTO ( ) ERRADO

5.Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SE-
FAZ-AL Provas: CESPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor de
Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda Estadual 
Com relação à aplicabilidade das normas constitucionais
e aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item a
seguir.
Em se tratando de norma constitucional contida, enquan-
to não sobrevier condição que reduza sua aplicabilidade,
considera-se plena sua eficácia.

( ) CERTO ( ) ERRADO

29
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 E ___________________________________________________________
2 D
____________________________________________________________
3 E
4 C ____________________________________________________________
5 C
6 E ____________________________________________________________

___________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

___________________________________________________________
___________________________________________________________

30
ÍNDICE

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e
critérios de departamentalização............................................................................................................................................................................. 01
Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização administra-
tiva da União; administração direta e indireta..................................................................................................................................................... 23
Gestão de processos..................................................................................................................................................................................................... 23
Gestão de contratos...................................................................................................................................................................................................... 28
Noções de processos licitatórios.............................................................................................................................................................................. 37
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS: TIPOS DE ESTRU-
TURA ORGANIZACIONAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE DEPARTAMENTALI-
ZAÇÃO.

Organizações são instituições, sejam elas de personalidade jurídica ou física, privada ou pública, onde, pessoas que
compartilham de objetivos em comum, conseguem, através da execução de diversos procedimentos, embasados em
processos decisórios, atingir um resultado dentro da proposta que originou a criação dessa organização.
São vários os modelos de organização, porém, independente do modelo que possua, todas elas possuem três dife-
rentes níveis de gestão, conforme veremos na figura a seguir, conforme nos ensina Idalberto Chiavenato.

1.Habilidades gerenciais

Como já sabemos, a organização existe em função de um objetivo e, para que esse objetivo seja desenvolvido de
fato, precisamos nos ater à questão dos níveis de hierarquia e às competências e habilidades gerencias, de que forma
isso é representado na teoria, na prática e no comportamento individual de cada profissional envolvido na administra-
ção.

Para compreender a habilidade ideal para cada situação a dividimos em três classes:

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.1. Níveis Hierárquicos

Conforme a figura acima nos mostra, existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de uma organização, que
são divididos em:

1
Essa divisão precisa ser o mais clara e definida possível dentro da organização, de forma que cada um tenha pleno
conhecimento do seu papel e responsabilidade, desenvolvendo suas competências de forma eficaz e alinhada
Com base nos três níveis acima citados, veremos a seguir um quadro demonstrativo descritivo e relacional desses
níveis.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
 Unidade,
Abrangência  Instituição  Setor, Equipe
Departamento
 Presidência,  Diretoria,  Coordenação, Líder
Área
Alto Comitê Gerência Técnico
 Experiência,
Perfil  Visão, Liderança  Técnica, Iniciativa
Eficácia
Horizonte  Longo Prazo  Médio Prazo  Curto Prazo
Foco  Destino  Caminho  Passos
 Planos de ação,
Diretrizes  Visão, Objetivo  Processos, atividades
projetos
 Abrangente,  Amplo, mas
Conteúdo  Específico, Analítico
Genérico sintético
 Determinar,  Projetar,  Executar, manter,
Ações
Definir, orientar Gerenciar Controlar, analisar
 Painel de
Software  Planilha  Aplicações específicas
Controle
Fonte: Marcio D’Ávila

1.1.1. As Principais Habilidades Gerenciais são:


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias ativi-
dades e as do seu grupo, estabelecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia.
• Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências dispo-
níveis.
• Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar verbalmente com bons resultados em situações indivi-
duais e grupais, apresentando suas ideias e fatos de forma clara e convincente.
• Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber expressar suas ideias clara e objetivamente por escrito.
• Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir seus
ouvintes a aceitá-las.
• Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar informações relevantes, a partir das comunicações orais
de seus colaboradores e superiores.
• Motivação: Importância do trabalho na satisfação pessoal e desejo de realização no trabalho.

2
• Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa Habilidades (Saber como Fazer)
impressão, captar atenção e respeito, adquirir con- Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma,
fiança e conseguir reconhecimento pessoal. ele se torna uma habilidade. O conceito de habilidade é
• Energia: É a capacidade gerencial de atingir um variado. De acordo com alguns autores, para que um ad-
alto nível de atividade (Garra). ministrador possa conquistar uma posição de destaque,
• Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o bem como saber administrar, defini-se a existência das
grupo a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um seguintes habilidades:
objetivo específico. » Técnicas - funções especializadas e ligadas ao traba-
lho operacional;
Para alguns autores, podemos resumir as habilidades » Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter
necessárias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na visão da empresa como um todo;
administração em: » Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo
um líder eficaz e eficiente.
1. Conhecimento – Estar a par das informações ne-
cessárias para poder desempenhar com eficácia as 1.2 Estrutura organizacional
suas funções.
Falar em estrutura organizacional é falar da forma
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: como as atividades e os recursos (de todos os tipos) se-
rão organizados para atingir o objetivo da organização,
• Técnicas (Funções especializadas) ou seja, a forma como serão alocados os recursos finan-
• Administrativas (compreender os objetivos organi- ceiros, materiais, humanos e todos os demais, dentro da
zacionais) divisão de tarefas, departamentos e cargos.
• Conceituais (compreender a totalidade) De acordo com Chiavenato a estrutura garante a to-
• Humanas (Relações Humanas), Políticas (Negocia- talidade de um sistema e permite sua integridade, assim
ção). são as organizações, diversos órgãos agrupados hierar-
quicamente, os sistemas de responsabilidade, sistemas
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário de autoridade e os sistemas de comunicações são com-
e colocar em prática, fazer acontecer. Maneira de ponentes estruturais.
agir, ponto de referência para a compreensão da
realidade. Existem vários modelos de organização e, essas, vá-
rios níveis de influência, podendo esses níveis ser estraté-
1.2. As três dimensões da competência gicos ou táticos, sendo ambos deveramente importantes
para a manutenção do controle organizacional.
As competências são formadas por três dimensões: As Organizações formais possuem uma estrutura hie-
atitude, conhecimento e habilidade. Cada dimensão é rárquica com suas regras e seus padrões, onde, através
independente, mas ambas estão interligadas. Ele afirma de seus organogramas, apresentam uma estrutura de-
ainda que o desenvolvimento das competências está na finida e dimensionada, facilitando a autonomia interna,
aprendizagem individual e coletiva. (Tommas Durand) agilizando o processo de desenvolvimento de produtos e
serviços. Elas apresentam cinco características básicas, a
Atitude (Querer Fazer) saber: divisão do trabalho, especialização, hierarquia,
Ter atitude e ações é fazer acontecer. São competên- amplitude administrativa e racionalismo da organi-
cias que permitem as pessoas interpretarem e julgarem a zação formal. Para atender a essas características que
realidade e a si próprias. Na área gerencial veja algumas mudam de acordo com as organizações, a organização
atitudes que se destacam: formal pode ser estruturada por meio de três tipos: li-
• » Saber ouvir; near, funcional e linha-staff, de acordo com os autores
• » Auto motivação; clássicos e neoclássicos”.
• » Auto controle; As organizações fazem uso do organograma que me-
• » Dar e receber feedback; lhor representa sua realidade e, dentro de qualquer or-
• » Resolução de problemas; ganograma, considerar as diversidades de informações
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• » Determinação; é muito importante, é preciso estar atento para sua re-


• » Proatividade; levância na tomada de decisões. É necessário avaliar a
• » Honestidade e ética nos negócios, etc. qualidade da informação e saber aplicar em momentos
oportunos.
Conhecimento (Saber Fazer) Para o desenvolvimento de sistemas de informação,
O conhecimento é essencial para a realização dos há que se definir qual informação e como ela vai ser man-
processos da organização. De acordo com o nível de tida no sistema, deve haver um estudo no organograma
conhecimento de um gerente, existe o essencial, aquele da empresa verificando assim quais os dados e quais os
que todo profissional deve saber, como dominar os pro- campos vão ser necessários para essa implantação.  Cada
cedimentos, conceitos, informações necessários ao fun-
empresa tem suas características e suas necessidades, e
cionamento da empresa. E, aquele mais específico, em
o sistema de informação se adéqua a organização e aos
que é necessário analisar os indivíduos e o contexto de
seus propósitos.
trabalho.

3
Outro aspecto relevante na estrutura organizacional são as pessoas, tanto que, ao analisar a teoria das necessidades
de Maslow, observamos que as pessoas são sujeitos presentes em todos os níveis; conforme demonstrado na teoria, em
primeiro na base da pirâmide vem às necessidades fisiológicas, como: fome, sede sono, sexo, depois ele nomeia segurança
como o segundo item mais importante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois necessidades afetivo sociais,
como pertencer a um grupo, ter amigos, família; necessidades de status e estima, aqui podemos dar como exemplo a
necessidade das pessoas em ter reconhecimento, por seu trabalho por seu empenho, no topo Maslow colocou as neces-
sidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades.
O raciocínio de Viktor Frankl “vontade de sentido”  também é  coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a
pirâmide de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequencial, de acordo com ele, o que nos move é aquilo que
faz com que nossa vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma aleatória, são nossas motivações que nos
levam a agir. Os colaboradores são estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam mais tempo nas atividades em
que estão motivados. Sendo assim um funcionário trabalhando em uma determinada tarefa, pode sentir autorrealização sem
necessariamente ter passado por todas as escalas da piramide. Mas o que é realização para um, não é realização para todas as
pessoas. O ser humano é insaciável, quando realiza algo que desejou intensamente, logo cobiçara outras coisas.
Posto isto, concluímos que o comportamento das pessoas nas organizações afetam diretamente na imagem, no
sucesso ou insucesso da mesma, o comportamento dos colaboradores refletem seu desempenho.
Outro elemento presente na estrutura organizacional é o líder.
Esses são importantes no processo de sobrevivência no mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de
exercer, função, tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo grupo.
Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir conquistar e conhecer as pessoas, ter habilidades e intercalar
objetivos pessoais e organizacionais.
A definição de como será a relação entre as linhas diretivas e a equipe pode causar impactos nos resultados obtidos
pela organização, por exemplo, no processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os colabora-
dores travados, sem poder de opinião, enquanto no processo de descentralização existe maior estimulo por parte dos
funcionários, podendo opinar eles se sentem parte ativa da empresa.
Como vimos, a estrutura organizacional é uma composição de vários elementos e aspectos que, ao serem colocados em
prática, pode proporcionar um processo mais adequado de administração, através de resultados como vemos abaixo:
- Clareza na identificação de tarefas
- Melhor gestão do tempo e de recursos
- Alinhamento entre objetivos e desempenho
- Melhor clima organizacional

Benefícios de uma estrutura adequada.


- Identificação das tarefas necessárias;
- Organização das funções e responsabilidades;
- Informações, recursos, e feedback aos empregados;
- Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
- Condições motivadoras.

1.3 Estrutura formal e informal

Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal.


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

4
1.3.1. Elaboração da estrutura organizacional
- Não é estática.
- É representada graficamente pelo organograma.
- É dinâmica.
- Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais.
- (Delinear = Criar, aprimorar).
- Deve ser planejada.
O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos:
- Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas.
- Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou
grupos.
- Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
- Informação.
- Recursos para o trabalho
- Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas
- Motivação

1.3.2. Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura organizacional.

1.3.3. Componentes da estrutura organizacional

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

5
1.3.4. Condicionantes da estrutura organizacional

Destacamos ainda, sobre a implantação da estrutura organizacional, que três aspectos devem ser considerados,
quais sejam:
- A mudança na estrutura organizacional.
- O processo de implantação; e
- As resistências que podem ocorrer.

Para atender as características do mundo moderno, as tendências organizacionais atuais se caracterizam por: 
- Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierárquicos).
- Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe está sendo substituída pelo relacionamento horizontal em
direção ao cliente).
- Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
- Ênfase nas equipes de trabalho.
- Organizações estruturadas sobre unidades autônomas e autossuficientes, com metas e resultados a alcançar.
- Info-estrutura (permite uma organização integrada sem necessariamente estar concentrada em um único local).
- Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas do que com o comportamento variado das pessoas.
- Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e terceirização visando reorientar a organização para aquilo
que ela foi criada).
- As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra para serem fornecedoras de conhecimentos capazes de
agregar valor ao negócio.

1.4 Tipos de organização

Podemos classificar organizações em tradicionais e contemporâneas e veremos abaixo os principais modelos.


Dentre as Estruturas Tradicionais temos as Organizações Linear, Funcional e Linha Staff conforme veremos abaixo.

ORGANIZAÇÃO LINEAR: A denominação “linear” indica que entre o superior e os subordinados existem linhas
diretas e únicas de autoridade e de responsabilidade
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

6
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL: nesse tipo de organização aplica-se o princípio funcional ou princípio da especiali-
zação das funções para cada tarefa.
Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do staff

ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF: resulta da combinação dos tipos linear e funcional, objetivando equilibrar o melhor
dos dois e corrigir desvantagens apresentadas por eles.
É hoje o tipo organizacional mais adotado.
Na organização linha-staff temos dois órgãos distintos: órgão de execução (linha) e órgão de apoio (staff).

Principais Funções do Staff


- Serviços: atividades especializadas como: compras, pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabilidade, etc.
- Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organização e métodos etc.
- Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada atividade ou processo.
- Planejamento e controle: planejamento e controle orçamentário, controle de qualidade etc.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Já no conceito de Estruturas Contemporâneas temos as estruturas matriciais e as estruturas com base em projetos.

ESTRUTURA COM BASE EM PROJETOS - advém de desenvolvimento de projeto com um grupo de atividades com
tempo de duração pré-definido e profissional contratados especificamente para cada projeto.
Utilizado quando:
- Existem muitas pessoas/organizações interdependentes;
- Planos sujeitos a mudanças;

7
- Dificuldade de prognósticos;
- Exigência do cliente e
- Estrutura organizacional rígida.
- Para montar uma estrutura com base em projetos, a empresa precisa:
- Definir as funções do projeto;
- Montar a estrutura organizacional (organograma do projeto);
- Definir as atribuições das funções (responsabilidades e autoridades) e
- Alocar pessoal.

ORGANIZAÇÃO MATRICIAL: tipo de estrutura mista, indicada para organizações que desenvolvem projetos mas
que também adotam as estruturas divisional, funcional, staff entre outras, fazendo uso de diversas tecnologias.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.5 Tipos de departamentalização

Departamentalização: Trata-se da divisão do trabalho por especialização dentro da estrutura organizacional da


empresa.

8
É o agrupamento de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondente recur-
sos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais.
A forma de departamentalizar deve corresponder à configuração que a organização pretende trabalhar, podendo
esta adotar mais de uma forma de departamentalização.

1.5.1. Departamentalização por funções

1.5.2. Departamentalização por produto

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

9
1.5.3. Departamentalização territorial

Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exige coordenação e
controle da administração de cúpula em cada região.

1.5.4. Departamentalização por cliente


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

10
1.5.5. Departamentalização por processo ou equipamento

1.5.6. Departamentalização por projeto

1.5.7. Departamentalização de matriz

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

11
1.5.8. Departamentalização mista No Brasil, a organização administrativa se dá através
da Administração Direta e da Administração Indireta, po-
É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve dendo realizar sua função de forma centralizada, descen-
ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade orga- tralizada, concentrada ou desconcentrada.
nizacional. Veremos agora como se dá a organização adminis-
trativa no âmbito da União e, na sequencia, as formas de
A melhor forma de departamentalizar realizar a função administrativa.

Para evitar problemas na hora de decidir como depar- ADM DIRETA: composta de órgãos públicos desper-
tamentalizar, pode-se seguir certos princípios: sonalizados
- Princípio do maior uso – o departamento que faz ADM INDIRETA: composta de entidades jurídicas
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua ju- dotadas de personalidade jurídica própria.
risdição.
- Principio do maior interesse – o departamento que a) Administração Direta
tem maior interesse pela atividade deve supervi- A Administração Pública, não é propriamente cons-
siona-la. tituída de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço
- Principio da separação e do controle – As atividades do Estado, na gestão de bens e interesses qualifi-
do controle devem estar separadas das atividades cados da comunidade, o que nos permite concluir
controladas. que no âmbito federal, a Administração direta é
- Principio da supressão da concorrência – Eliminar a o conjunto dos órgãos integrados na estrutura
concorrência entre departamentos, agrupando ati- administrativa da União.
vidades correlatas no mesmo departamento.
Administração Direta possui poderes políticos e
Outro critério básico para departamentalização está administrativos, eis que é responsável pela formula-
baseado na diferenciação e na integração, são:
ção de políticas públicas.
a.1) Órgãos Públicos.
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ati-
Órgãos Públicos são centros de competência instituí-
vidades diferentes devem ficar em departamentos sepa-
dos para o desempenho de funções estatais atra-
rados.
vés de seus agentes, cuja atuação é imputada à
A diferenciação ocorre quando:
pessoa jurídica a que pertencem.
Características dos Órgãos:
O fator humano é diferente
• não tem personalidade jurídica;
A tecnologia e a natureza das atividades são dife-
rentes • expressa a vontade da entidade a que pertence
Os ambientes externos são diferentes, (União, Estado, Município);
Os objetivos e as estratégias são diferentes. • é meio instrumento de ação destas pessoas ju-
rídicas;
Integração – Quanto mais atividades trabalham in- • dotado de competência, que é distribuída por seus
tegradas, maior razão para ficarem no mesmo departa- cargos.
mento.
O Fator de integração é: Necessidade de coordena- a.2) Administração Direta Federal
ção. A Administração direta Federal é dirigida por um ór-
gão independente, supremo e unipessoal, que é a
1.6 - Organização administrativa: Presidência da República, e por órgãos autônomos
também, unipessoais, que são os Ministérios, aos
A compreensão da administração pública se faz em quais se subordinam ou se vinculam os demais ór-
dois aspectos: gãos e entidades descentralizadas.

Sentido subjetivo: inclui as atividades destinadas à a.3) Administração Direta Estadual


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

satisfação do interesse público (exceto as legislativas e A Administração direta Estadual acha-se estruturada
judiciais): serviços públicos, poder de polícia, fomento e em simetria com a Administração Federal, atenta
intervenção direta na economia ao mandamento constitucional de observância aos
Sentido Objetivo: conjunto de unidades administra- princípios estabelecidos na mesma, pelos Estados-
tivas, dotadas ou não de personalidade jurídica que têm -membros, e às normas complementares, relativa-
por finalidade executar as atividades acima referidas. mente ao atendimento dos princípios fundamen-
tais adotados pela Reforma Administrativa.
O Estado, para realizar a sua função administrati-
va, pode organizar-se administrativamente da forma e a.4) Administração Direta Municipal
modo que melhor lhe aprouver, sujeito apenas às limita- A administração direta municipal é dirigida pelo
ções e princípios constitucionais. Prefeito, que, unipessoalmente, comanda,
supervisiona e coordena os serviços de peculiar
interesse do Município, auxiliado por Secretários

12
municipais, sendo permitida, ainda, a criação São todas criadas através de Lei.
de autarquias e entidades estatais visando à
descentralização administrativa. b.1) Pessoas Jurídicas de Direito Público
b.1.1) Autarquias
a.5) Administração Direta do Distrito Federal. Entidades autárquicas são pessoas jurídicas de Direi-
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências to Público, de natureza meramente administrati-
legislativas reservadas aos Estados e Municípios; va, criadas por lei específica, para a realização de
entretanto, não é nenhum nem outro, constituindo atividades, obras ou serviços descentralizados da
uma entidade estatal anômala, ainda que, se as- entidade estatal que as criou (desempenham ati-
semelhe mais ao Estado, pois tem Poderes Legis- vidade típica da entidade estatal que a criou).
lativo, Judiciário e Executivo próprios. Pode ainda, As autarquias são criadas para desempenharem ativi-
organizar seu sistema de ensino, instituir o regime dades típicas da administração pública e não ativi-
jurídico único e planos de carreira de seus servido- dades econômicas. O nosso direito positivo limitou
res, arrecadar seus tributos e realizar os serviços o seu desempenho desde o Decreto-Lei 200.
públicos de sua competência. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei
instituidora e nos termos de seu regulamento. As
b) Administração Indireta autarquias podem desempenhar atividades eco-
A Administração indireta é o conjunto de entes nômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer
(personalizados) que, vinculados a um Ministério, outras outorgadas pela entidade estatal-matriz,
prestam serviços públicos ou de interesse público. mas sem subordinação hierárquica, sujeitas apenas
A Administração Indireta, via de regra, possui, so- ao controle finalístico de sua administração e da
mente, poderes administrativos, eis que não lhe cabe, em conduta de seus dirigentes.
tese, formular políticas públicas. O Banco Central é uma
exceção a essa regra. b.1.2) Fundações Públicas
São pessoas jurídicas de direito público, com caracte-
rísticas patrimoniais, criadas mediante autorização
FIQUE ATENTO! legal para desenvolver atividades que não sejam,
A expressão “Administração Indireta”, que obrigatoriamente, típicas do Estado.
doutrinariamente deveria coincidir com
“Administração Descentralizada”, dela se Características:
afasta parcialmente. Por isto, ficaram fora da - Equiparam-se às autarquias;
categorização como Administração indireta - Têm persona lida de jurídica de direito público;
os casos em que a atividade administrativa - Base patrimonial.
é prestada por particulares, “concessioná-
rios de serviços públicos”, ou por “delega- O posicionamento das Fundações Públicas sempre
dos de função ou ofício público”. foi variado. Hoje, com o advento da CF/88, foi encerrada
essa dubiedade de posicionamento quando determina
Em síntese, a administração federal compreende: que a Fundação Pública é submetida ao regime da ad-
I – a administração direta, que se constitui dos servi- ministração indireta.
ços integrados na estrutura administrativa da Pre- As Fundações Públicas foram equiparadas às Autar-
sidência da República e dos Ministérios; quias. Possuem personalidade jurídica de direito público.
II – a administração indireta, que compreende as se- Hoje, não mais existe justificativa para se manter a
guintes categorias de entidades, dotadas de per- diferença entre as Fundações e as Autarquias.
sonalidade jurídica própria:
a) autarquias; b.1.3) Agências Reguladoras
b) fundações públicas; São autarquias especiais, assim consideradas por se-
c) agências reguladoras; rem destinadas a realizar regulação e fiscalização
d) agências executivas; sobre as atividades das concessionárias de serviços
e) empresas públicas; e públicos. Ex: ANATEL, ANEEL, ANA, etc.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

f) sociedades de economia mista.


b.1.4) Agências Executivas
Todas as entidades da administração indireta estão São pessoas jurídicas de direito público, galgadas a
sujeitas: essa qualificação por apresentarem um planeja-
- à necessidade da lei, para a sua criação; mento estratégico para melhora na prestação de
aos princípios da administração pública; serviços públicos e no emprego de recursos pú-
- à exigência de concurso público para admissão do blicos.
seu pessoal; e
- à licitação para suas contratações. Firmam com o Estado um contrato de gestão, pelo
- A autarquia qual se comprometem a atingir metas pré-estabeleci-
- As Empresas Públicas, as Sociedades de economia das. Caso não as atinja, podem vir a perder a qualificação
mista e as Fundações conseguida.
- Subsidiárias das referidas entidades

13
As Agências Executivas são autarquias que vão desempenhar atividades de execução na administração pública,
desfrutando de autonomia decorrente de contrato de gestão. É necessário um decreto do Presidente da República,
reconhecendo a autarquia como Agência Executiva. Ex.: INMETRO.
b.2) Pessoas Jurídicas de direito privado criadas pelo Estado
b.2.1) Empresas Públicas
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas por lei específica, com capital exclusivamente
público, para realizar atividades de interesse da Administração instituidora nos moldes da iniciativa particular,
podendo revestir qualquer forma e organização empresarial. Ex: ECT, CEF, CAESB, etc.

O que caracteriza a empresa pública é seu capital exclusivamente público, de uma só ou de várias entidades, mas
sempre capital público. Sua personalidade é de Direito Privado e suas atividades se regem pelos preceitos comerciais.
É uma empresa, mas uma empresa estatal por excelência, constituída, organizada e controlada pelo Poder Público.
Difere da autarquia e da fundação pública por ser de personalidade privada e não ostentar qualquer parcela de
poder público; distingue-se da sociedade de economia mista por não admitir a participação do capital particular.
Qualquer das entidades políticas pode criar empresa pública, desde que o faça por lei específica (CF, art. 37, IX); a
empresa pública pode ter forma societária econômica convencional ou especial; tanto é apta para realizar atividade
econômica como qualquer outra da competência da entidade estatal instituidora; quando explorar atividade econô-
mica, deverá operar sob as normas aplicáveis às empresas privadas, sem privilégios estatais; em qualquer hipótese, o
regime de seu pessoal é o da legislação do trabalho.
O patrimônio da empresa pública, embora público por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na forma re-
gulamentar ou estatutária, independentemente de autorização legislativa especial, porque tal autorização está implícita
na lei instituidora da entidade. Daí decorre que todo o seu patrimônio bens e rendas - serve para garantir empréstimos
e obrigações resultantes de suas atividades, sujeitando-se a execução pelos débitos da empresa, no mesmo plano dos
negócios da iniciativa privada, pois, sem essa igualdade obrigacional e executiva, seus contratos e títulos de crédito
não teriam aceitação e liquidez na área empresarial, nem cumpririam o preceito igualizador do § 1º do art. 173 da CF.

b.2.1) Sociedades de Economia Mista


As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, com participação do Poder Público e
de particulares no seu capital e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de
interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. EX: BB, PETROBRÁS, etc.
O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço público ou de utilidade pública como uma
atividade econômica empresarial.
A forma usual de sociedade de economia mista tem sido a anônima, obrigatória para a União mas não para as de-
mais entidades estatais.
Na extinção da sociedade, seu patrimônio, por ser público, reincorpora-se no da entidade estatal que a instituíra.
A sociedade de economia mista não está sujeita a falência, mas seus bens são penhoráveis e executáveis e a enti-
dade pública que a instituiu responde, subsidiariamente, pelas suas obrigações.

b.2.2) Fundações de Direito Privado criadas pelo Estado


São pessoas jurídicas governamentais de direito privado, sem fins lucrativos, com características patrimoniais, des-
tinadas, não obrigatoriamente a desenvolver atividades ti picas do Estado. Ex: Fundação Getúlio Vargas; IBGE.

Vejamos agora as formas de realização da função administrativa: “descentralização”, “centralização”, “concentração”


e “desconcentração
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

14
Analisemos: Ambas representam formas de distribuição de competências, porém, com aspectos distintos:

Processo administrativo

Como vimos acima, a Administração é o ato de administrar ou gerenciar negócios,  pessoas ou recursos, com o
objetivo de alcançar metas definidas.
A gestão de uma empresa ou organização se faz de forma que as atividades sejam administradas com planejamen-
to, organização, direção, e controle.
Segundo alguns autores (Montana e Charnov) o ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras
pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem como de seus membros.
O processo administrativo apresenta-se como uma sucessão de atos, juridicamente ordenados, destinados todos
à obtenção de um resultado final. O procedimento é, pois, composto de um conjunto de atos, interligados e progres-
sivamente ordenados em vista da produção desse resultado.
O devido processo legal simboliza a obediência às normas processuais estipuladas em lei; é uma garantia constitu-
cional concedida a todos os administrados, assegurando um julgamento justo e igualitário, assegurando a expedição
de atos administrativos devidamente motivados bem como a aplicação de sanções em que se tenha oferecido a diale-
ticidade necessária para caracterização da justiça. Decisões proferidas pelos tribunais já tem demonstrado essa posição
no sistema brasileiro, qual seja, de defesa das garantias constitucionais processuais no sentido de conceder ao cidadão
a efetividade de seus direitos.

Seria insuficiente se a Constituição garantisse aos cidadãos inúmeros direitos se não garantisse a eficácia destes.
Nesse desiderato, o princípio do devido processo legal ou, também, princípio do processo justo, garante a regularidade
do processo, a forma pela qual o processo deverá tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados os atos processuais
e administrativos.
Cabe ressaltar que o princípio do devido processo legal resguarda as partes de atos arbitrários das autoridades
jurisdicionais e executivas.
O processo é composto de fases e atos processuais rigorosamente seguidos, viabilizando as partes a efetividade do
processo, não somente em seu aspecto jurídico-procedimental, mas também em seu escopo social, ético e econômico,
assegurando o cumprimento dos princípios constitucionais processuais, somente aí, ter-se-á a efetivação de um Estado
Democrático de Direito.
Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do público, mediante processo justo, e mediante a segurança
dos trâmites legais do processo.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle

A administração assim como suas funções sofreram constantes mudanças, muito visíveis no último século. Com a
chegada de novas tecnologias, novas formas de produção, vendas, logística e mudanças na parte contábil e financeira
as teorias assim como a prática precisaram adaptar-se a uma nova realidade administrativa.

Das funções da administração de Henri Fayol (precursor dessa teoria), podemos encontrar as seguintes que são
demonstradas como PO3C: A primeira delas é:
Planejar, isso significa que você terá que criar planos para o futuro de sua organização. Nesse momento começa-
mos a programar o que estava no planejamento com o objetivo, claro, de colocar em prática o que está no papel, e é
durante esse passo da programação que vemos a estrutura organizacional, a situação da empresa e das pessoas que
compõe ela.

15
A segunda função da administração é Organizar. Afinal, qual o sentido de ser uma pessoa organizada? é aquela
que sabe onde, fisicamente, se encontra o que é necessário no momento certo, que transforma o ambiente/local de
trabalho dela em um ambiente de fácil entendimento para qualquer um encontrar o que precisa? Também, mas no
sentido que Fayol define é que as empresas são feitas de pessoas e estrutura física, essa função administrativa utiliza
da parte material e social da empresa.

A terceira função é Comandar. Essa função serve para orientar a organização, dirigir também. Se a empresa está
rumo a um caminho e encontra obstáculos, caberá ao administrador dirigir, se for preciso, ou orientar a organização
para traçar o objetivo, às vezes é preciso intervir e tomar as rédeas da organização e orientá-la e dirigi-la.
A quarta função é Coordenar. Sem dúvidas, essa é uma função primordial para motivar as pessoas que estão em um
ambiente de trabalho, tanto para aprender cada vez mais quanto ao que tem relação em se esforçarem com o objetivo
de cumprirem metas e, de forma coletiva, alcançar objetivos traçados pelo administrador da empresa.
E por último, a quinta função administrativa é Controlar. Uma organização sem normas e regras, certamente, terá
menos desempenho que uma. Segundo Fayol, essas cinco funções administrativas conduzem a uma administração
eficaz das atividades da organização. Mas, com o passar do tempo, as funções Comando e Coordenação formaram
uma só função, a de Direção. Então as funções de POCCC passaram para PODC (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar).
Em síntese, dentro do modelo atual temos:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Fonte e texto adaptado de: www.al.sp.gov.br/www.escoladegoverno.pr.gov.br/Fernando Coelho/ Carlos Alberto


Bonezzi/Luci Léia De Oliveira Pedraça/ Paulo Roberto Motta/Carlos Ramos

16
1. Planejamento Estratégico - É responsabilidade da cúpula da organização;
- Envolve a organização como um todo;
O conceito de estratégia é realmente amplo, e seu - Planejamento de longo prazo;
uso corrente permite associá-lo desde a um curso de - Outros níveis do planejamento (tático e operacional)
ação bastante preciso até ao posicionamento organiza- serão desdobrados dele.
cional, em última análise, a toda razão de ser da empresa.
Um bom planejamento estratégico deve, em seu iní-
A estratégia pode ser considerada um instrumento: cio, incluir a definição do referencial estratégico da or-
o planejamento estratégico. Essa parte do planejamen- ganização. Este referencial é o grande guia das organi-
to estratégico corresponderia aos caminhos seleciona- zações, são as diretrizes que norteiam a sua atuação e o
dos para serem trilhados primeiro pela identificação dos seu posicionamento frente ao mercado. Representam o
pontos fortes e fracos da organização, e das empresas planejamento estratégico no seu nível mais amplo e são
e oportunidades diagnosticadas em seu ambiente de as bases para que a organização possua uma estratégia
atuação. Da porta para fora, o planejamento cumpriria a sólida e sustentável.
função de orientar as ações da organização para que ela
possa buscar oportunidades e a própria sobrevivência. Esse referencial inclui o negócio, a missão, a visão de
Assim, a estratégia é fruto de processos racionais de futuro e os valores organizacionais.
reflexão, aprendizagem, elaboração, pensamento e inter-
venção, além de processos não racionais e simbólicos, - Missão: pode ser entendida como o papel que a
construídos a partir da “vivência” cotidiana da organiza- empresa terá perante a sociedade, enfim, quais são
ção em seus embates internos e com o ambiente. os benefícios que a sua atividade produtiva - seja
ela industrial, comercial ou prestação de serviços -
2. Planejamento Estratégico - Conceitos, métodos trará para a coletividade ou, pelo menos, aos seus
e técnicas clientes. Missão é, portanto, a função social da ati-
vidade da empresa dentro de um contexto global.
O planejamento estratégico poderia ser definido Vejamos quatro exemplos de missão organizacional:
como um processo de gestão que apresenta, de maneira Receita Federal do Brasil: “Exercer a administração
integrada, o aspecto futuro das decisões institucionais, tributária e o controle aduaneiro, com justiça fiscal e res-
a partir da formulação da filosofia, da instituição, sua peito ao cidadão, em benefício da sociedade”.
missão, sua orientação, seus objetivos, suas metas, seus
programas e as estratégias a serem utilizadas para as- MPOG – “Promover o planejamento participativo e a
segurar sua implementação. É a identificação de fatores
melhoria da gestão pública para o desenvolvimento sus-
competitivos de mercado e potencial interno, para atin-
tentável e socialmente includente do País”.
gir metas e planos de ação que resultem em vantagem
TCU – “Assegurar a efetiva e regular gestão dos recur-
competitiva, com base na análise sistemática de mudan-
sos públicos, em benefício da sociedade”.
ças ambientais previstas para um determinado período.
Petrobrás – “Atuar de forma segura e rentável nas ati-
Portanto, o planejamento estratégico não deve ser con-
vidades de indústria de óleo, gás e energia, nos mercados
siderado apenas como uma afirmação das aspirações de
nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços
uma empresa, pois inclui também o que deve ser feito
para transformar essas aspirações em realidade. Quan- de qualidade, respeitando o meio ambiente, consideran-
do se considera a metodologia para o desenvolvimento do os interesses dos seus acionistas e contribuindo para
do planejamento estratégico nas empresas, têm-se duas o desenvolvimento do país”.
possibilidades, que se definem:
• em termos da empresa como um todo, “aonde se - Negócio: É o ramo de atuação da organização, de-
quer chegar e depois se estabelece “como a em- limita o campo em que ela estará desenvolvendo
presa está para se chegar à situação desejada”; ou suas atividades. Está muito ligado ao tipo de pro-
• em termos da empresa como um todo “como se duto ou serviço que a organização oferece e nem
está” e depois se estabelece “aonde se quer che- sempre é tão óbvio. Por exemplo, o negócio da Co-
gar”. Pode-se considerar uma terceira possibilidade penhagen não é chocolates e sim presentes finos.
que é definir “aonde se quer chegar” juntamente Para exemplificar com uma organização pública, o
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

com “como se está para chegar lá”. Cada uma des- negócio do TCU é o “controle externo da adminis-
sas possibilidades tem a sua principal vantagem. tração pública e da gestão dos recursos públicos
No primeiro caso, é a possibilidade de maior criati- federais”.
vidade no processo pela não existência de grandes
restrições. A segunda possibilidade apresenta a - Visão de futuro: É considerada como os limites
grande vantagem de colocar o executivo com o pé que os principais responsáveis pela empresa conseguem
no chão quando inicia o processo de planejamento enxergar dentro de um período de tempo mais longo e
estratégico. uma abordagem mais ampla. Representa o que a empre-
sa quer ser em um futuro próximo ou distante
O planejamento estratégico é o processo por meio do
qual a estratégia organizacional será explicitada. A visão deve ser:
Podemos identificar, como características do planeja- • Compartilhada e apoiada por todos na organiza-
mento estratégico: ção

17
• Abrangente e detalhada responder à pergunta básica: “Aonde se quer chegar com
• Positiva e inovadora a empresa?” “Na realidade, a missão da empresa repre-
• Desafiadora mas viável senta um horizonte no qual a empresa decide atuar e
• Transmitir uma promessa de novos tempos vai realmente entrar em cada um dos negócios que apa-
• Agregar um aspecto emocional recem neste horizonte, desde que seja viável sobre os
vários aspectos considerados”.
Exemplos de visão:
Receita Federal: “Ser uma instituição de excelência em Esses negócios identificados no horizonte, uma vez
administração tributária e aduaneira, referência nacional considerados viáveis e interessantes para a empresa,
e internacional”. passam a ser denominados propósitos da empresa.
TCU: “Ser instituição de excelência no controle e con-
tribuir para o aperfeiçoamento da administração públi- Os objetivos correspondem à explicitação dos seto-
ca”. res de atuação dentro da missão que a empresa já atua
ou está analisando a possibilidade de entrada no setor,
- Valores: Representam o conjunto dos princípios, ainda que esteja numa situação de possibilidade reduzi-
crenças e questões éticas fundamentais de uma da. As empresas precisam de objetivos estratégicos e ob-
empresa, bem como fornecem sustentação a todas jetivos financeiros. Os objetivos estratégicos referem-se
as suas principais decisões. à competitividade da empresa e as perspectivas de longo
Influencia na qualidade do desenvolvimento e opera- prazo do negócio. Os objetivos financeiros relacionam-se
cionalização do planejamento estratégico. com medidas como o crescimento das receitas, retorno
Os valores da empresa devem ter forte interação com sobre o investimento, poder de empréstimo, fluxo de cai-
as questões éticas e morais da empresa xa e retorno dos acionistas.

2.2. Elaborar uma estratégia para atingir os obje-


#FicaDica tivos.
Por mais simples que pareçam estes concei- Estabelecer estratégia significa definir de que maneira
tos, comumente são cobrados de forma que pode se atingir os objetivos de desempenho da empre-
gerem dúvidas, portanto, é muito importan- sa. A estratégia é concebida como uma combinação de
te que consiga identificar não só o concei- ações planejadas e reações adaptáveis para a indústria
to, mas como diferenciá-lo em uma situação em desenvolvimento e eventos competitivos. Raramente
prática. a estratégia da empresa resiste ao tempo sem ser alte-
A empresa bem-sucedida tem uma visão do rada. Há necessidade de adaptação de acordo com as
que pretende, e esta visão trabalhada em variáveis do mercado, necessidades e preferências do
consonância com seus valores, tendo como consumidor, manobras estratégias de empresas concor-
base em seu modelo de gestão a missão que rentes.
fornece à empresa o seu impulso e sua di-
reção. 2.3. Analisar fatores externos da empresa

2.1. Desenvolver a visão estratégica e a missão do • considerações políticas, legais de cidadania da co-
negócio. munidade;
• atratividade da indústria, mudanças da indústria e
- Através da visão é possível identificar quais são as condições competitivas;
expectativas e os desejos dos acionistas, conselhei- • oportunidades e ameaças da empresa. A tarefa de
ros e elementos da alta administração da empresa, fazer com que a estratégia de uma empresa seja
tendo em vista que esses aspectos proporcionam socialmente responsável, significa conduzir as
o grande delineamento do planejamento estraté- atividades organizacionais eticamente e no inte-
gico a ser desenvolvido e implementado. A gerên- resse público geral, responder positivamente às
cia deve definir: “quem são”, “o que fazem” e “para prioridades e expectativas sociais emergentes, de-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

onde estão direcionados”, estabelecendo um curso monstrar boa vontade de executar as ações antes
para a organização. que ocorra um confronto legal, equilibrar os in-
teresses dos acionistas com os interesses da so-
A visão pode ser considerada como os limites que os ciedade como um todo e comportar-se como um
principais responsáveis pela empresa conseguem enxer- bom cidadão na comunidade. A estratégia de uma
gar dentro de um período de tempo mais longo e uma empresa deve fazer uma combinação perfeita da
abordagem mais ampla. Ela deve ser resultante do con- indústria com as condições competitivas e ainda
senso e do bom senso de um grupo de líderes e não da precisa ser direcionada para conquistar oportuni-
vontade de uma pessoa. dades de crescimento. Do mesmo modo a estra-
A missão é a razão de ser da empresa. Neste ponto tégia deve ser equipada para proporcionar defesa
procura-se determinar qual o negócio da empresa, por do bem-estar da empresa e do seu desempenho
que ela existe, ou ainda em que tipos de atividades a futuro contra ameaças externas.
empresa deverá concentrar-se no futuro. Aqui se procura

18
2.4. Analisar fatores internos da empresa e ameaças) relevantes para a organização. As variáveis
do ambiente interno normalmente são controláveis, en-
• pontos fortes e pontos fracos da empresa e capaci- quanto as variáveis do ambiente externo estão fora da
dades competitivas; governabilidade da organização.
• ambições pessoais, filosofia de negócio e princípios
éticos dos executivos; Segundo Djalma de Oliveira o Planejamento Estratégi-
co apresenta estas etapas:
• valores compartilhados e cultura da empresa. A es- a) Diagnóstico estratégico: abrange a definição da vi-
tratégia deve ser muito bem combinada com os são, a análise externa, análise interna e análise dos
pontos fortes, os pontos fracos e com as capaci- concorrentes;
dades competitivas da empresa, ou seja, deve ser b) Definição da missão: esta nós já vimos: é a defini-
baseada naquilo que ela faz bem e deve evitar ção da razão de ser da empresa e as consequências
aquilo que ela não faz bem. Os pontos fortes bá- de tal definição;
sicos de uma organização constituem uma impor- c) Definição dos instrumentos prescritivos e quantitati-
tante consideração estratégia pelas habilidades e vos: instrumentos prescritivos são aqueles que irão
capacidades que fornecem para aproveitar deter- dizer como a organização deve atuar para alcançar
minada oportunidade, aonde podem proporcionar os objetivos definidos. Instrumentos quantitativos,
vantagem competitiva para a empresa no merca- basicamente, são aqueles ligados ao planejamento
do e potencialidade que tem para se tornar a base orçamentário;
da estratégia. As ambições, valores, filosofias de d) Controle e avaliação: são verificações, etapas em
negócio, atitudes perante o risco e crenças éticas que se avalia se o que está sendo feito correspon-
dos gerentes têm influências importantes sobre a de ao que foi planejado
estratégia e são impregnadas nas estratégias que .
eles elaboram. Os valores gerenciais também mo- 3. Modelo ou matriz de Ansoff
delam a qualidade ética da estratégia de uma em-
presa, quando os gerentes têm fortes convicções
éticas, exigem que sua empresa observe um estrito
código de ética em todos os aspectos do negócio,
como por exemplo, falar mal dos produtos rivais.
As políticas, práticas, tradições e crenças filosóficas
da organização são combinadas para estabelecer
uma cultura distinta. Em alguns casos as crenças e
cultura da empresa chegam a dominar a escolha
das mudanças estratégicas.

O planejamento estratégico deve estar alinhado a


este referencial.

Etapas do Planejamento Estratégico: vamos abaixo


analisar alguns dos apontamentos sobre essas etapas
conforme seus autores. Temos dois componentes principais no modelo: Mer-
cados e Produtos. Cada um deles pode ser classificado
Segundo Maximiano, o planejamento estratégico com- quando a existentes e novos, gerando quatro estratégias
preende quatro etapas principais: empresariais possíveis:
Penetração no mercado: Esta estratégia consiste em
A) Análise da situação estratégica presente. Esta eta- explorar produtos tradicionais em um mercado tradicio-
pa busca compreender a situação atual da empre- nal.
sa, e as decisões que foram tomadas e levaram a Desenvolvimento de mercado: “É a estratégia de ex-
tal posição. Deve considerar o referencial estraté- plorar um mercado novo com produtos tradicionais. Por
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

gico, os produtos e mercados atuais ou potenciais exemplo: uma operadora de cartões de crédito que lança
da organização, as vantagens competitivas (ele- o produto para um público específico, como os torcedo-
mentos capazes de diferenciar a organização de res de um time”.
outras no mercado), o desempenho atual e o uso Desenvolvimento de produto: consiste em oferecer
de recursos. produtos novos a mercados tradicionais.
B) Análise do ambiente. Na classificação do Maximia- Diversificação: É uma estratégia mais arrojada, que
no, esta etapa abrange apenas o ambiente externo. consiste em explorar novos produtos em novos merca-
C) Análise interna. É a análise do ambiente interno. dos. Por exemplo, uma empresa de produção de alimen-
D) Elaboração do plano estratégico. tos que lança um refrigerante está adotando uma estra-
tégia de diversificação.
A análise de ambiente corresponde à avaliação de
variáveis do ambiente interno (pontos fortes e pontos Segundo classificação de Porter temos no Planejamen-
fracos) e variáveis do ambiente externo (oportunidades to estratégico, 3 grupos:

19
- Diferenciação: Consiste em “procurar projetar uma Os principais pressupostos teóricos do método PES
forte identidade própria para o serviço ou produto, são resumidos em quatro perguntas, segundo Matus,
que o torne nitidamente distinto dos produtos e que apontam as diferenças entre o PES e os demais mé-
serviços dos concorrentes. Isso significa enfatizar todos de planejamento estratégico:
uma ou mais vantagens competitivas, como qua- 1) como explicar a realidade?
lidade, serviço, prestígio para o consumidor, estilo 2) como conceber um plano?
do produto ou aspecto das instalações. 3) como tornar viável o plano necessário?
- Liderança de custo: consiste em oferecer produtos 4) como agir a cada dia de forma planejada?
ou serviços mais baratos do que os concorrentes.
- Estratégias de foco: concentração ou nicho: Consiste 5. Planejamento Tático
em escolher um segmento do mercado e concen-
trar-se nele. Por exemplo, produtores de alimentos Planejamento é a primeira das funções administrati-
orgânicos oferecem um alimento mais caro, mas vas, e está relacionada com tudo aquilo que a organiza-
concentrado em um nicho específico de clientes. ção pretende fazer, executar, alcançar.
Podemos considerar o planejamento como “o ato de de-
4. Planejamento Estratégico Situacional (PES) terminar as metas da organização e os meios para alcançá-las”.

O PES foi sintetizado pelo economista chileno Car- Na prática temos três tipos de planejamentos:
los Matus, para pensar a arte de governar. Este méto-
do “pressupõe constante adaptação do planejamento a
cada situação concreta onde é aplicado”. Além disso, o
PES leva em consideração, em suas formulações teóricas,
as interferências dos campos político, econômico e social
nos planos de governo.
Definição de planejamento segundo Matus: “Planejar
significa pensar antes de agir, pensar sistematicamen-
te, com método; explicar cada uma das possibilidades e
analisar suas respectivas vantagens e desvantagens; pro-
por-se objetivos”.
Outro ponto importante deste conteúdo são os mo-
mentos do PES:
• Momento explicativo: compreende-se a realida-
de, identificando-se os problemas que os atores
sociais declaram. Abandona o conceito de setor,
utilizado no planejamento tradicional, e passa a
trabalhar com o conceito de problemas. “Na expli-
cação da realidade temos que admitir e processar
informação relativa a outras explicações de outros Planejamento Tático – relaciona-se a objetivos de mé-
atores sobre os mesmos problemas, isto é, a abor- dio prazo, e com maneiras e ações que, geralmente, afe-
dagem deve ser sempre situacional, posicionada tam somente uma parte da empresa.
no contexto”. Tem como eixo central otimizar determinadas áreas
• Momento normativo: como se formula o plano. de resultados, e não a empresa como um todo. Portanto,
Produzir as respostas de ação em um contexto de trabalha com decomposição dos objetivos e políticas es-
incerteza. Definir a situação ideal. “O central neste tabelecidas no planejamento estratégico.
modelo de planejamento é discutir a eficácia de O planejamento tático é desenvolvido em níveis or-
cada ação e qual a situação objetivo que sua rea- ganizacionais inferiores, ou seja, é realizado no nível ge-
lização objetiva, cada projeto e isso só pode ser rencial ou departamental, tendo como principal finalida-
feito relacionando os resultados desejados com os de a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a
recursos necessários e os produtos de cada ação” consecução de objetivos previamente fixados, segundo
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• Momento estratégico: examinar a viabilidade po- uma estratégia predeterminada, bem como as políticas
lítica do plano e do processo de construção de orientadoras para o processo decisório organizacional.
viabilidade política das operações não viáveis na Características Principais:
situação inicial. Adequa o “deve ser” ao “pode ser”. - Processo permanente e contínuo;
Busca desenhar as melhores estratégias para viabi- - Aproxima o estratégico do operacional;
lizar a máxima eficácia do plano. - Aproxima os aspectos incertos da realidade;
• Momento tático-operacional: o momento do fazer. - É executado pelos níveis intermediários da organização;
“Neste momento é importante debater o sistema - Pode ser considerado uma forma de alocação de
de gestão da organização e até que ponto ele está recursos;
pronto para sustentar o plano e executar as estra- - Tem alcance mais limitado do que o planejamento
tégias propostas”. estratégico, ou seja, é de médio prazo;
- Produz planos mais bem direcionados às atividades
organizacionais.

20
Questões essenciais:

- O quê fazer?
- Dá para fazer?
- Vale a pena fazer?
- Quem faz?
- Como fazer bem?
- Funciona?
- Quando fazer?

6. Desenvolvimento de planejamentos táticos

6.1. Planejamento Operacional

Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escrito das metodologias de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

desenvolvimento e implantações estabelecidas.


Portanto, nesta situação, tem-se basicamente os planos de ação, ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, e
devem conter com detalhes: os recursos necessários a seu desenvolvimento e implantação; os procedimentos básicos
a serem adotados; os produtos ou resultados finais esperados; os prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua
execução e implantação.

21
Ciclo básico dos três tipos de planejamento

#FicaDica
O planejamento estratégico é o ponto de partida da organização e tem como função antecipar o que a
organização deverá fazer e quais objetivos deverão ser atingidos, enquanto quem formaliza as metodo-
logias de desenvolvimento é o planejamento tático e quem executa é o operacional.

Fonte e textos adaptados de: www periodicos.uniformg.edu.b/Jussara Maria Silva Rodrigues Oliveira/Denise Grzybovs-
ki/Ricardo de Souza Sette/Jaime Crozatti/Carlos Xavier

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TCE/PB – 2018 - CESPE) Entre as características das organizações formais modernas destacam-se a

a) resistência às mudanças, o individualismo e a relação de antagonismo.


b) flexibilidade nas atribuições e responsabilidades, o racionalismo e a amplitude administrativa.
c) relação de coesão, a especialização e a colaboração espontânea.
d) divisão do trabalho, a especialização e as regras implícitas.
e) hierarquia, o racionalismo e a especialização.

Resposta: “Letra E” Como visto em nosso conteúdo, as organizações formais (organizações clássicas ou neoclássicas),
apresentam cinco características básicas, quais sejam: divisão do trabalho, especialização, hierarquia, amplitude admi-
nistrativa e racionalismo.

2. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características das organizações formais modernas; tipos de estrutura organi-
zacional; natureza, finalidades e critérios de departamentalização, julgue o próximo item.
A estrutura organizacional é a configuração vertical e horizontal de tarefas, autoridade e cargos, e sua representação é
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

feita por meio da departamentalização.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Errado” As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica com suas regras e seus padrões,
onde, através de seus ORGANOGRAMAS, apresentam uma estrutura definida e dimensionada.
A departamentalização não é representação e sim um aspecto da estrutura horizontal.

3. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características das organizações formais modernas; tipos de estrutura organi-
zacional; natureza, finalidades e critérios de departamentalização, julgue o próximo item.
A estrutura matricial prejudica a coordenação porque dificulta a comunicação e diminui a flexibilidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

22
Resposta: “Errado” Como vimos em nosso conteúdo, Afinal, cada tipo de processo tem características es-
a estrutura matricial apresenta como vantagem : “De- pecíficas e deve ser gerenciado de maneira específica.
senvolvimentos de um forte e coeso trabalho de equipe A visão de processos é uma maneira de identificar e
e metas de projetos”, o que só é possível se existir um aperfeiçoar as interfaces funcionais, que são os pontos
canal de comunicação positivo e eficiente. nos quais o trabalho que está sendo realizado é transfe-
rido de um setor para o seguinte. Nessas transferências é
4. (TRT/7ª Região/ CE – 2017 - CESPE) Ao transferir, que normalmente ocorrem os erros e a perda de tempo.
por contrato, a execução de atividade administrativa para Todo trabalho realizado numa organização faz par-
uma pessoa jurídica de direito privado, a União se utiliza te de um processo. Não existe um produto ou serviço
do instituto da oferecido sem um processo. A Gestão por Processos é a
forma estruturada de visualização do trabalho.
a) desconcentração.
b) outorga.
c) descentralização. #FicaDica
d) concentração.
O objetivo central da Gestão por Processos
Resposta: “Letra C” Alternativa A – ERRADO – a des- é torná-los mais eficazes, eficientes e adap-
concentração ocorre âmbito interno de cada entidade táveis.
(política ou administrativa), porém por mais de um ór- Eficazes: de forma a viabilizar os resultados
gão público, que divide competências. desejados, a eliminação de erros e a mini-
Alternativa B – ERRADO – a outorga transfere titulari- mização de atrasos;
dade, porem, o exercício se refere à transferência de Eficientes: otimização do uso dos recursos;
execução da atividade apenas. Adaptáveis: capacidade de adaptação às
Alternativa C – CORRETO necessidades variáveis do usuário e orga-
Alternativa D – ERRADO – na concentração a função nização.
administrativa é exercida no âmbito interno de cada
entidade (política ou administrativa), por apenas um Deve-se ter em mente que, quando os indivíduos es-
órgão público, sem qualquer divisão. tiverem realizando o trabalho através dos processos, eles
estarão contribuindo para que a organização atinja os
seus objetivos. Esta relação deve ser refletida pela equipe
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: CEN- de trabalho, através da consideração de três variáveis de
TRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CON- processo:
CENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO; OR- * Objetivos do processo: derivados dos objetivos da
GANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO; organização, das necessidades dos clientes e das
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA. informações de benchmarking disponíveis;
* Design do processo: deve-se responder a pergunta:
“Esta é melhor forma de realizar este processo?”
* Administração do processo: deve-se responder as
seguintes perguntas: “Vocês entendem os seus
Prezado candidato, este mateial já foi abordado processos? Os subobjetivos dos processos foram
anteriormente, em noções de direito administrativo. determinados corretamente? O desempenho dos
processos é gerenciado? Existem recursos suficien-
tes alocados em cada processo? As interfaces entre
GESTÃO DE PROCESSOS. os processos estão sendo gerenciadas?”

Realizando estas considerações, a equipe estabelece-


Ao analisar um processo, a equipe de projeto deve rá a existência da ligação principal entre o desempenho
partir sempre da perspectiva do cliente (interno ou ex- da organização e o individual no desenvolvimento de
terno), de forma a atender às suas necessidades e prefe- uma estrutura mais competitiva, além de levantar infor-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

rências, ou seja, o processo começa e termina no cliente, mações que servem para comparar as situações atuais
como sugerido na abordagem derivada da filosofia do e desejadas da organização, de forma a impulsionar a
Gerenciamento da Qualidade Total (TQM). Dentro dessa mudança.
linha, cada etapa do processo deve agregar valor para
o cliente, caso contrário será considerado desperdício, Falar em processos é quase sinônimo de falar em
gasto, excesso ou perda; o que representaria redução de eficiência, redução de custos e qualidade, por isso é re-
competitividade e justificaria uma abordagem de mu- corrente na agenda de qualquer executivo. O atual dina-
dança. mismo das organizações, aliado ao peso cada vez maior
Entender como funcionam os processos e quais são que a tecnologia exerce nos negócios, vem fazendo com
os tipos existentes é importante para determinar como que o tema processos e, mais recentemente, gestão por
eles devem ser gerenciados para obtenção de melhores processos (Business Process Management, ou BPM) seja
resultados. discutido e estudado com crescente interesse pelas em-
presas.

23
Os principais fatores que tem contribuído para essa possível. De forma complementar são identifica-
tendência são: dos os atributos dos processos, o que permite, por
- Aumento da demanda de mercado vem exigindo exemplo, realizar estudos de custeio das atividades
desenvolvimento e lançamento de novos produtos que compõe o processo, ou ainda dimensionar o
e serviços de forma mais ágil e rápida. tamanho da equipe que deverá realizá-lo.
- Com a implantação de Sistemas Integrados de Ges- 3. Definição de indicadores de desempenho: O ob-
tão, os chamados ERPs, existe a necessidade prévia jetivo do BPM é permitir a gestão dos processos,
de mapeamento dos processos. Entretanto é mui- o que significa medir, atuar e melhorar! Assim, tão
to comum a falta de alinhamento entre processos, importante quanto mapear os processos é definir
mesmo depois da implantação sistema. os indicadores de desempenho, além dos modelos
- As regras e procedimentos organizacionais se mos- de controle a serem utilizados.
tram cada vez mais desatualizados devido ao 4. Gerando oportunidades de melhoria: A intenção
ambiente de constante mudança. Em tal situação é garantir um modelo de operação que não leve
erros são cometidos ou decisões são postergadas a retrabalho, perda de esforço e de eficiência, ou
por falta de uma orientação clara. que gere altos custos ou ofereça riscos ao negó-
- Maior frequência de entrada e saída de profissio- cio. Para tal é necessário identificar as oportunida-
nais (turnover) tem dificultado a gestão de conhe- des de melhoria, que por sua vez seguem quatro
cimento e a documentação das regras de negócio, alternativas básicas: incrementar, simplificar, au-
gerando como resultado maior dificuldade como tomatizar ou eliminar. Enquanto que na primeira
na integração e treinamento de novos colabora- busca-se o ganho de escala, na última busca-se a
dores. simples exclusão da atividade ou transferência da
mesma para terceiros.
Os efeitos destas e outras situações têm levado um 5. Implantando um novo modelo de gestão: O
número crescente de empresas a buscar uma nova forma BPM não deve ser entendido como uma revisão
de gerenciar seus processos. Muitas começam pelo de- de processos. A preocupação maior é assegurar
melhores resultados e nesse caminho trata-se de
senvolvimento e revisão das normas da organização ou
uma mudança cultural. É necessária maior percep-
ainda pelo mapeamento de processos. Entretanto, fazer
ção das relações entre processos. Nesse sentido,
isso de imediato é colocar o “carro na frente dos bois”.
não basta controlar os resultados dos processos, é
Em vez disso, o ponto de partida inicial é identificar
preciso treinar e integrar as pessoas visando gerar
os processos relevantes e como devem ser operacionali-
fluxo de atividades mais equilibrado e de controles
zados com eficiência. Questões que podem ajudar nesta
mais robustos.
análise são:
- Qual o dimensionamento de equipe ideal para a É por causa desse último passo que a implantação de
execução e o controle dos processos? BPM deve ser tratada de forma planejada e orientada em
- Qual o suporte adequado de ferramentas tecnoló- resultados de curto, médio e longo prazo.
gicas? O BPM representa uma visão bem mais abrangen-
- Quais os métodos de monitoramento e controle do te, onde a busca por ganhos está vinculada a um novo
desempenho a serem utilizados? modelo de gestão. Colocar tal modelo em prática requer
- Qual é o nível de integração e interdependência en- uma nova forma de analisar e decidir como será o dia-
tre processos? -a-dia da organização de hoje, amanhã, na semana que
vem, no próximo ano e assim por diante.
A resposta a essas questões representa a adoção de
uma visão abrangente por parte da organização sobre Podemos classificar processos de negócio em três
os seus processos e de como estão relacionados. Essa tipos diferentes:
“visão” é o que chama de uma abordagem de BPM. Sua - Processos primários (ou processos essenciais)
implantação deve considerar no mínimo cinco 5 diferen- - Processos de suporte
tes passos fundamentais: - Processos de gerenciamento

1. Tradução do negócio em processos: É importante  Processos primários


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

definir quais são os processos mais relevantes para


a organização e aqueles que os suportam. Isso é Processos primários são ponta a ponta, interfuncio-
possível a partir do entendimento da Visão Estra- nais e entregam valor aos clientes. São frequentemente
tégica, como se pretende atuar e quais os diferen- chamados de processos essenciais, pois representam as
ciais atuais e desejados para o futuro. Com isso, é atividades essenciais que uma organização desempenha
possível construir o Mapa Geral de Processos da para cumprir sua missão. Esses processos formam a ca-
Organização. deia de valor onde cada passo agrega valor ao passo an-
2. Mapeamento e detalhando os processos: A par- terior conforme medido por sua contribuição na criação
tir da definição do Mapa Geral de Processos inicia- ou entrega de um produto ou serviço, em última instân-
-se a priorização dos processos que serão detalha- cia, gerando valor aos clientes.
dos. O mapeamento estruturado com a definição Michael Porter descreveu cadeias de valor como com-
de padrões de documentação permite uma análise postas de atividades “primárias” e atividades “de supor-
de todo o potencial de integração e automação te”. A cadeia de valor do processo de negócio descreve

24
a forma de contemplar a cadeia de atividades (proces- ficos, os gráficos de atividades múltiplas e os gráficos de
sos) que fornecem valor ao cliente. Cada uma dessas processo podem ser atribuídas a Taylor e a seus estudos
atividades tem seus próprios objetivos de desempenho de melhores métodos de se realizar tarefas e organiza-
vinculados a seu processo de negócio principal. Proces- ção racional do trabalho na Midvale Steel Works.
sos primários podem mover-se através de organizações O mapeamento do processo serve para indicar a se-
funcionais, departamentos ou até entre organizações e quência de atividades desenvolvidas dentro de um pro-
prover uma visão completa ponta-a-ponta de criação de cesso. Deve ser feito de forma gráfica, utilizando-se a
valor. ferramenta fluxograma, para representá-lo.
Atividades primárias são aquelas envolvidas com Uma grande quantidade de aprendizado e melhoria
a criação física de um produto ou serviço, marketing e nos processos pode resultar da documentação e exame
transferência ao comprador, e suporte pós-venda, referi- dos relacionamentos input output representados em
dos como agregação de valor.
um mapa de processos. Afinal, a realização deste mapa
 
possibilita a identificação das interfaces críticas, a defi-
 Processos de suporte
nição de oportunidades para simulações de processos,
Esses processos são desenhados para prover suporte a implantação de métodos de contabilidade baseados
a processos primários, frequentemente pelo gerencia- em atividades e a identificação de pontos desconexos
mento de recursos e ou infraestrutura requerida pelos ou ilógicos nos processos. Desta forma, o mapeamento
processos primários. O principal diferenciador entre pro- desempenha o papel essencial de desafiar os processos
cessos primários e de suporte, é que processos de supor- existentes, ajudando a formular uma variedade de per-
te não geram valor direto aos clientes, ao passo que os guntas críticas, como por exemplo:
processos primários sim. Como exemplos de processos
de suporte têm-se: gerenciamento de tecnologia da in- Esta complexidade é necessária?
formação, de infraestrutura ou capacidade, e de recursos São possíveis simplificações?
humanos. Existe excesso de transferências interdepartamentais?
Cada um desses processos de suporte pode envol- As pessoas estão preparadas para as suas funções?
ver um ciclo de vida de recursos e estão frequentemen- O processo é eficaz?
te associados a áreas funcionais. Contudo, processos de O trabalho é eficiente?
suporte podem e geralmente atravessam fronteiras fun- Os custos são adequados?
cionais.
O fato de processos de suporte não gerarem direta- Em um mapa de processos consideram-se atividades,
mente valor aos clientes não significa que não sejam im- informações e restrições de interface de forma simultâ-
portantes para a organização. Os processos de suporte
nea. A sua representação inicia-se do sistema inteiro de
podem ser fundamentais e estratégicos à organização na
processos como uma única unidade modular, que será
medida em que aumentam sua capacidade de efetiva-
expandida em diversas outras unidades mais detalhadas,
mente realizar os processos primários.
   que, conectadas por setas e linhas, serão decompostas
Processos de gerenciamento em maiores detalhes de forma sucessiva. Esta decompo-
sição é que garantirá a validade dos mapas finais. Assim
São utilizados para medir, monitorar e controlar ati- sendo, o mapa de processos deve ser apresentado em
vidades de negócios. Tais processos asseguram que um forma de uma linguagem gráfica que permita:
processo primário, ou de suporte, atinja metas opera-
cionais, financeiras,  regulatórias e legais. Os processos - Expor os detalhes do processo de modo gradual e
de gerenciamento não agregam diretamente valor aos controlado;
clientes, mas são necessários a fim de assegurar que a - Encorajar concisão e precisão na descrição do pro-
organização opere de maneira efetiva e eficiente. cesso;
  - Focar a atenção nas interfaces do mapa do proces-
 Mapeamento de Processos so;
- Fornecer uma análise de processos poderosa e con-
O mapeamento de processos é uma ferramenta ge- sistente com o vocabulário do design.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

rencial analítica e de comunicação que têm a intenção


de ajudar a melhorar os processos existentes ou de im- Conhecendo os processos
plantar uma nova estrutura voltada para processos. A sua O primeiro passo para uma organização adotar a Ges-
análise estruturada permite, ainda, a redução de custos tão por Processos é conhecer os seus principais proces-
no desenvolvimento de produtos e serviços, a redução sos organizacionais. A identificação dos processos deve
nas falhas de integração entre sistemas e melhora do de- ser realizada seguindo os seguintes passos:
sempenho da organização, além de ser uma excelente - A identificação dos processos consiste em relacionar
ferramenta para possibilitar o melhor entendimento dos os processos da organização ou área funcional;
processos atuais e eliminar ou simplificar aqueles que - Essa enumeração deve ser feita de forma ampla,
necessitam de mudanças. posteriormente o processo será detalhado até se
O mapeamento do processo teve suas origens em
chegar ao nível de detalhamento desejado;
uma variedade de áreas, sendo que, a origem da maioria
- O nível de detalhamento que importa é aquele mais
das técnicas como o diagrama de fluxo, o diagrama de
adequado para a análise que se pretende realizar;
cadeia, o diagrama de movimento, os registros fotográ-

25
- A abordagem de processo adota o conceito de hie- A simbologia apresentada traz apenas os símbolos
rarquia de processos e do detalhamento em níveis mais comumente utilizados. Outros símbolos poderão
sucessivos. Dessa forma, os processos podem ser ser empregados para mapeamento dos processos.
subdivididos em subprocessos e agrupados em O fluxo do processo desenhado deve retratar com
macroprocessos. clareza as relações entre as áreas funcionais da organiza-
ção. O maior potencial de melhoria, muitas vezes, é en-
Dependendo do problema e da oportunidade, um contrado nas interfaces das áreas funcionais.
processo pode ser aperfeiçoado através de mudanças Enfatiza-se a documentação dos processos, seguin-
realizadas no processo em si, ou dentro do sistema o do a premissa de que, para realizar alguma melhoria no
qual esteja inserido. Mas o primeiro passo para a melho- processo, é preciso primeiro conhecê-lo e entendê-lo e
ria do processo é conhecê-lo. que a qualidade de um produto ou serviço é reflexo da
qualidade e gerenciamento do processo utilizado em seu
Mapeando os Processos desenvolvimento.
A partir do momento em que um fluxograma foi cria-
O mapeamento do processo serve para indicar a se- do para um processo crítico, é uma boa ideia mantê-lo
quência de atividades desenvolvidas dentro de um pro- atualizado com todas as mudanças de procedimento no
cesso. Tal etapa inicia-se determinando as seguintes in- trabalho. Se isso for feito, sempre haverá uma referência
formações: rápida de como o trabalho deve ser realizado.

- Nome do processo; Elaborando Fluxogramas


- Objetivos do processo;
- Entradas do processo (fornecedores e insumos); Utiliza-se o fluxograma com dois objetivos: garantir
- Necessidades dos clientes (quem são, requisitos, a qualidade; e aumentar a produtividade. É o início da
normas de orientação); padronização. Todos os gerentes devem estabelecer os
- Recursos necessários; fluxogramas dos processos sob sua autoridade.
- Formas de controle; Tenha em mãos o mapeamento do processo realizado
- Saídas do processo (produtos e resultados espera- para iniciar o desenho do fluxograma. Explicite as tarefas
dos). conduzidas em cada processo. Quantas tarefas existem
em sua área de trabalho? Quantas pessoas trabalham em
Comece pelo seu produto prioritário (produto críti- cada uma das tarefas?
co). Não queira fazer tudo perfeito da primeira vez. Não O fluxograma é o instrumento mais eficiente para fa-
tenha medo de errar. O mapeamento inicial deve refletir zer a própria análise. Os fluxogramas mostram claramen-
a situação real e não aquela que se imagina que seja a te o que está acontecendo e oferecem um método fácil
ideal. de localização de fraquezas no sistema ou áreas onde
O mapeamento deve conter as tarefas prioritárias poderiam ser introduzidas melhorias.
para a sua execução. A forma de determinar as tarefas
prioritárias é por intermédio de reunião com os respon- Quando o fluxograma estiver pronto, critique-o. Con-
sáveis pelo processo. voque um grupo de pessoas e por meio de um brainstor-
ming pergunte:
As tarefas prioritárias são aquelas que:
- Este processo é necessário?
- Se houver um pequeno erro, afetam fortemente a - Cada etapa do processo é necessária?
qualidade do processo; - É possível simplificar?
- Já ocorreram acidentes no passado; - É possível adotar novas tecnologias (em todo ou em
- Ocorrem “problemas” na visão dos supervisores e parte)?
responsáveis. - O que é possível centralizar/descentralizar?

Fluxograma Para a elaboração do fluxograma é necessário utili-


O fluxograma é uma ferramenta de baixo custo e de zar algumas figuras que padronizam as tarefas que estão
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

alto impacto, utilizada para analisar fluxos de trabalho sendo realizadas. Existe uma série de figuras e, até certo
e identificar oportunidades de melhoria. São diagramas ponto, uma divergência entre diferentes autores. O im-
da forma como o trabalho acontece, através de um pro- portante é que cada organização defina os seus padrões
cesso. e os sigam, podendo criar novos símbolos que forem ne-
O fluxograma permite uma ampla visualização do cessários.
processo e facilita a participação das pessoas. Serve,
ainda, para documentar um órgão ou seção específica
envolvida em cada etapa do processo, permitindo identi-
ficar as interfaces do mesmo. O seu estudo permite aper-
feiçoar os fluxos para maximizar as etapas que agregam
valor e minimizar os custos, além de garantir a realização
de tarefas indispensáveis para a segurança de um siste-
ma específico.

26
O quadro abaixo apresenta os principais símbolos uti- - Os fluxogramas podem e devem ser modificados,
lizados na elaboração dos fluxogramas. quando necessário;
- Todas as palavras que apareçam no fluxograma de-
vem ser escritas em letras claras e legíveis;
- Faça o fluxograma o mais simples e o mais direto
possível. Evite disposições que levem o leitor atra-
vés de uma floresta de traços e setas;
- Evite o cruzamento de linhas. Um semicírculo, indi-
cando a independência das linhas ao se cruzarem
é um recurso imperfeito. Evite o problema logo de
início. Isto normalmente pode ser obtido com uma
nova disposição das informações no papel;
- Coloque os funcionários ou departamentos que
tenham grande troca de documentos ou informa-
ções entre si, em colunas adjacentes. Evite o apa-
recimento de longas setas que cruzem o papel de
um lado para outro, sobre colunas não utilizadas;
- Assegure-se de que o início e o término de um fluxo
são claramente visíveis, de forma que o leitor saiba
para onde ir antes de descer aos detalhes;
- Evite detalhes excessivos, mas assegure-se de cobrir
todos os pontos importantes de controle.

Monitorando os Processos
O que se pode medir, se pode gerenciar. Gerenciar
significa ter o controle sobre os processos, tendo infor-
mações sobre o seu desempenho, que levarão a tomada
consciente de decisão. Isso não quer dizer que todas as
tarefas e atividades de um processo deverão ser moni-
toradas. Mas aquelas que podem causar problemas sim.
Mesmo que isso signifique monitorar um item de cada
vez. Uma forma de monitorar um processo é utilizando
indicadores de desempenho. Os indicadores são formas
Recomendações para a elaboração de fluxogramas: de representações quantificáveis das características de
um processo e de seus produtos ou serviços. Utilizamos
- Faça os fluxogramas finais em formulários próprios, indicadores para controlar e melhorar a qualidade e o
usando o gabarito padrão, desempenho destes produtos ou serviços ao longo do
- Baseando-se nos rascunhos já verificados ou mo- tempo.
dificados; Muitas organizações têm dificuldades em criar indica-
- Os fluxogramas devem ser legíveis para terceiros. dores de desempenho, devido ao fato de que eles enfa-
O fato de os fluxogramas serem exatos não é o tizam os indicadores de resultado, aqueles relacionados
bastante. Eles devem ser inteligíveis para um revi- ao produto final da organização, e não a maneira como
sor ou para um novo membro da equipe nos anos os processos estão sendo desempenhados.
posteriores. Os fluxogramas devem ser claros, con-
cisos, logicamente dispostos e sem ambiguidades; Basicamente podemos ter dois tipos de indicadores.
- Assegure-se que os fluxogramas respondem às Os indicadores resultantes (outcomes) e os indicado-
questões básicas de controle interno. res direcionadores (drivers).
- Lembre-se que a avaliação do controle interno terá
que ser demonstrada nos fluxogramas pelo assis- Os indicadores resultantes:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

tente ao encarregado e por este ao gerente. Os - Permitem saber se o efeito desejado foi obtido;
fluxogramas devem, por conseguinte, fornecer - Ligados ao resultado final do processo;
o suporte necessário para as conclusões sobre o - Baixa frequência de análise (longo prazo);
controle interno; - Mostram o passado;
- O bom senso, naturalmente, deverá ser utilizado na - Mais comparáveis.
aplicação destas técnicas.
- Inovações pessoais e variações do método adotado Os indicadores direcionadores:
são admitidas, mas com ressalvas. Os fluxogramas - Permitem analisar as causas presumidas do efeito,
serão úteis se forem padronizados e se puderem de forma proativa;
ser lidos por qualquer pessoa. Símbolos muito es- - Ligados às tarefas intermediárias do processo;
peciais poderão eliminar as vantagens de uma lin- - Alta frequência de análise (curto prazo);
guagem padrão; - Antecipam o futuro;
- Menos comparáveis.

27
Os indicadores direcionadores medem as causas, os
fatores que levam aos efeitos. Estes por sua vez, são mo-
nitorados pelos indicadores resultados. Entre eles existe EXERCÍCIO COMENTADO
uma relação de causa e efeito, que se tomada partido,
auxilia no gerenciamento do processo e na tomada de 1. (TRT - 15ª Região/SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC
decisão. -2018) Constitui ferramenta utilizada no âmbito da etapa
Os indicadores direcionadores também chamados de mapeamento dos processos de uma organização:
de indicadores de controle dos processos são utilizados
como instrumentos de observação para identificar situa- a) a)Matriz SWOT, que indica a inter-relação de áreas e
ções ou tendências antes que elas se tornem perigosas atividades com produtos e insumos envolvidos nos
e como garantia de que o processo está funcionando da processos da organização.
maneira correta. Eles são usados como sensores do sis- b)b) organograma, que indica, de forma detalhada, as
tema de mensuração para conduzir o trabalho e medir principais atividades da organização, ou seja, seus
os resultados. macroprocessos.
Ao se criar indicadores de desempenho, podemos ter c)c) fluxograma, que representa graficamente o fluxo de
em mente outro tipo de classificação, quanto ao tipo dos atividades, com todas as entradas e saídas para conse-
indicadores. Dependendo do tipo de processo, podemos cução do produto ou serviço. 
criar indicadores que reflitam a Economicidade, a Eficiên- d) d) Diagrama de Pareto, que possui como quadrantes:
cia, a Eficácia e a Efetividade dos esforços despendidos clientes; fornecedores; insumos e produtos.
pela organização. e) e) Curva ABC, que divide os processos da organiza-
ção em três eixos principais: planejamento, execução
- Indicadores de Economicidade são aqueles que refle- e entrega. 
tem a minimização dos custos de aquisição dos re-
cursos necessários para a realização das tarefas do Resposta: Letra C.
processo, sem comprometer a qualidade desejada. Em “a”, Errado – essa matriz trabalha as variáveis inter-
- Indicadores de Eficiência são aqueles que buscam nas e externas da organização (Força, Fraqueza, Amea-
uma relação entre os recursos efetivamente utili- ça e Oportunidade).
zados para a realização de determinada atividade, Em “b”, Errado – serve para descrever a hierarquia dos
frente aos padrões estabelecidos. cargos na organização.
- Indicadores de Eficácia são aqueles que medem o Em “c”, Certo - O fluxograma serve para compreender
grau de cumprimento das metas fixadas para de- e melhorar o processo de trabalho, criar um procedi-
terminada atividade mento padrão de operação e mostrar como o trabalho
- Indicadores de Efetividade são aqueles que medem deve ser feito.
o grau de alcance dos objetivos de determinada Em “d”, Errado - ferramenta que permite uma fácil vi-
ação ou atividade. Tem como referência os impac- sualização e identificação das causas ou problemas
tos na sociedade mais importantes, possibilitando a concentração de es-
Para monitorar as etapas do processo e s eu resultado forços para saná-los.
final, pode-se seguir a seguinte sequência de atividades: Em “e”, Errado - método de classificação e agrupamento
de itens, cujo objetivo é determinar quais são os produ-
- Estabeleça o i tem de controle. Determine a tarefa tos mais importantes de uma empresa.
crítica do processo e crie um indicador;
- Levante as informações sobre o indicador e cons-
trua um gráfico; GESTÃO DE CONTRATOS.
- O gráfico deverá conter a denominação do indica-
dor, a unidade de medida, uma escala bem dimen-
sionada, resultados médios dos anos anteriores
como referência; CONCEITO DE CONTRATO ADMINISTRATIVO
- Estabeleça um a meta para este indicador (valor a
ser atingido e prazo no qual este valor deve ser O Poder Público, no exercício de suas funções admi-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

conseguido); nistrativas, muitas vezes tende a estabelecer diversas re-


- Disponha os principais gráficos em locais de fácil lações jurídicas com particulares, criando vínculos espe-
acesso de toda a equipe de trabalho. A utilização ciais de colaboração com a esfera privada. Tais conexões
de comentários e explicações é bem vinda.1 podem ser instrumentalizadas mediante um contrato. Se
tal contrato estiver subordinado às regras de Direito Ad-
ministrativo, então estamos diante de um contrato ad-
ministrativo.
O contrato administrativo não corresponde aos con-
tratos elaborados pelas pessoas na esfera privada. Isso
significa que seu regime apresenta características espe-
ciais, que a distinguem do resto dos contratos de Direito
Privado.
1 Fonte: Marcelo Raducziner/www.administradores.com.br/Luís
Maurício Bessa Scartezini

28
Contrato administrativo, assim, é um pacto bilateral
estabelecido entre a Administração Pública, agindo nessa EXERCÍCIO COMENTADO
qualidade, e terceiros, ou entre ela e suas entidades, sub-
metido ao regime jurídico administrativo, cuja finalidade 1. (UNIFAP – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
é a consecução de objetivos de interesse público. Deste DEPSEC – 2018)
conceito, podemos destacar alguns aspectos específicos Marque a alternativa que corresponde ao conceito de
dos contratos administrativos. contrato administrativo:
Ao dizermos que contrato administrativo é o pacto
bilateral ajustado pela Administração Pública, agindo a) Contrato administrativo é uma modalidade inexisten-
nessa qualidade, significa que, em pelo menos um dos te tendo em vista que renomados doutrinadores lhes
polos da relação jurídica deve haver a figura do Estado negam a existência.
(contratante), como pessoa jurídica de Direito Público, b) É o ajuste celebrado entre Administração Pública
que se apresenta em relação de superioridade em face e pessoas jurídicas de direito privado objetivando a
dos particulares. Os terceiros, dessa forma, são as pessoas prestação de serviços não essenciais à população.
físicas (contratados) que não integram a Administração c) É o ajuste que a Administração celebra com pessoas
Pública. Todavia, há alguns casos em que tal avença pode físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a con-
ser estabelecida com outras entidades administrativas, secução de fins públicos, segundo regime jurídico de
visando a cooperação mútua e a persecução de objeti- direito público.
vos comuns entre os órgãos e entidades da Administra- d) É o ajuste celebrado em Administração Pública e em-
ção, como é o caso dos consórcios estabelecidos entre a presas privadas com o objetivo de prestar serviços que
União e um Estado, ou Município, por exemplo. não podem ser supridos diretamente pela administra-
A submissão ao regime jurídico administrativo sig- ção.
nifica dizer que, para os contratos administrativos vigo- e) Contrato administrativo é uma modalidade dos con-
ram os princípios e regras de Direito Administrativo. Não tratos em geral destinado a prover emprego e renda
basta apenas a Administração Pública estar em um dos a pessoas desempregadas e que tem vinculação com
polos contratuais, pois a mesma pode realizar ajustes de determinados grupos políticos.
natureza não-administrativa, podendo celebrar contra-
to de locação sobre determinado imóvel, por exemplo. Resposta: Letra C. Lembre-se dos aspectos essenciais
Tal hipótese é de contrato da Administração, que não se do conceito de contrato administrativo apresentado:
confunde com o contrato administrativo. Contratos da A) pacto bilateral; B) presença da Administração Públi-
ca; C) regime jurídico de Direito Público; D) finalidade
Administração é gênero, do qual o contrato administra-
de atender o interesse público; e E) exigência de prévia
tivo é espécie.
licitação.
Outra característica que o diferencia dos demais
contratos de Direito Privado é a sua finalidade, que é a
consecução de objetivos de interesse público. Os con-
ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
tratos da esfera privada, geralmente, tendem a apenas
buscar os melhores resultados e trazer lucros para as A legislação brasileira contempla várias espécies de
partes. Essa finalidade econômica é incompatível com os contratos administrativos. Importante destacar aqueles
contratos administrativos, que rege-se pelas normas de que aparecem com maior frequência nas questões de
Direito Público, que apresenta como um de seus princí- concursos.
pios sistêmicos a primazia do interesse público sobre o
privado. 1. Contrato de prestação de serviço
Em relação a competência para legislar sobre a maté-
ria, o art. 22, XXVII da CF/1988 prescreve ser competência É o contrato que tem por objeto a prestação de uma
exclusiva da União legislar sobre normas gerais de licita- atividade, a fim de promover uma determinada utilidade,
ções e contratos administrativos. Isso, no entanto, não de interesse para a Administração Pública, ou para a co-
impede que outras entidades federativas possam legislar letividade. Trata-se de uma avença com uma obrigação
sobre contratos administrativos, ainda que em caráter de fazer, podendo ser dividida em:
suplementar, editando regras mais específicas. Assim, o a) Serviços comuns: são os serviços que podem ser
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

correto seria dizer que a competência para legislar sobre realizados por qualquer pessoa, não se exige co-
contratos administrativos é concorrente entre a União, os nhecimentos específicos.
Estados, Munícipios e Distrito Federal. A lei que dispõe b) Serviços técnicos profissionais generalizados:
sobre normas gerais dos contratos administrativos é a Lei são aqueles que, para a execução do serviço, é ne-
Federal nº 8.666/1993. cessária alguma habilitação específica, como ser-
Por fim, importante salientar a exigência de prévia viço de construção imposto a algum engenheiro.
licitação para a celebração do contrato administrativo. c) Serviços técnicos profissionais especializados:
Trata-se de um pressuposto que, estando ausente, pode são os que exigem conhecimentos mais apurados
macular a existência, validade e a eficácia do contrato. A e específicos para a execução do serviço, como na
exigência de prévia licitação é somente para os contratos elaboração de um parecer técnico.
administrativos. d) Trabalhos artísticos: que tem relação com ati-
vidades artísticas, como escultura, pintura, música,
etc.

29
São exemplos de contratos administrativos: coleta de Constituição Federal de 1988
lixo, instalação, operação, reparação, manutenção, trans- Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei,
porte de bens, trabalhos técnico-profissionais, etc. diretamente ou sob regime de concessão ou permis-
são, sempre através de licitação, a prestação de ser-
2. Contrato de fornecimento viços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
É o contrato pelo qual a Administração adquire bem I - o regime das empresas concessionárias e permis-
móvel para sua utilização nas repartições públicas ou em sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
estabelecimentos públicos. Exemplos: contrato de forne- seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
cimento de alimentos para escolas de rede pública. Apre- dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con-
sentam-se em três vertentes: cessão ou permissão;
a) Fornecimento integral: a entrega do bem é reali-
zada tudo de uma vez só. Lei nº 8.987/1995
b) Fornecimento parcelado: a entrega é feita em fra- Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
ções, obedecendo uma programação previamente (...)
estabelecida. O fornecimento é considerado encer- II - concessão de serviço público: a delegação de sua
rado somente com a entrega da última “parcela”. prestação, feita pelo poder concedente, mediante lici-
c) Fornecimento contínuo: não há um prazo fixo tação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurí-
para se encerrar, o fornecimento se estende ao dica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-
longo do tempo. dade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
prazo determinado;
3. Contrato de obra pública
Dessa forma, podemos concluir que a prestação do
Consiste no ajuste em que a Administração escolhe serviço público pode ocorrer diretamente pela Adminis-
uma empresa privada com o objetivo de realizar a cons- tração Pública, ou indiretamente, mediante delegação
trução, ampliação, ou reforma de bem imóvel destinado do serviço a concessionários e permissionários que, por
ao público, ou em prol do interesse público. As obras pú- expressa determinação legal, necessita de prévio proce-
blicas poderão ser: de equipamento urbano; equipamen- dimento de licitação.
to administrativo; empreendimento de utilidade pública; A concessão de serviço público é contrato adminis-
ou ainda um edifício público. Obra não se confunde com trativo bilateral, o que significa que depende, para a sua
prestação de serviço, pois as obras podem ser remune- formação, além dos requisitos essenciais a todo negócio
radas mediante contribuição de melhoria junto aos con- jurídico dispostos no art. 104 do Código Civil (agente ca-
tribuintes, enquanto que o serviço só pode ser cobrado paz, objeto lícito, forma prescrita ou não defesa em lei), a
mediante arrecadação de taxas. convergência de vontades distintas. Temos de um lado o
Uma característica importante é o regime pelo qual o poder concedente, que tem por objetivo a execução do
contrato de obra pública pode adotar: serviço público em prol da coletividade; e do outro, a en-
tidade concessionária que deve executar o serviço, com o
a) Regime de empreitada: a Administração põe a objetivo de lucrar mediante a arrecadação de tarifas dos
execução da obra por conta e risco do contratado, usuários beneficiados com aquele serviço. O contrato
mediante uma remuneração previamente ajustada. deve ser obrigatoriamente por escrito, e rege-se pelas
As obras são de grande porte. regras de Direito Administrativo.
b) Regime de tarefa: nessa modalidade, as obras são Ao mencionar a transferência para pessoa jurídica
de pequeno porte, o pagamento pelo serviço é pe- privada, quis o legislador que a delegação do serviço
riódico, e realizado após um processo de avaliação não pudesse, em regra, ser feita a pessoas físicas, mas
por um fiscal do órgão contratante. somente à empresa ou a um consórcio de empresas. É o
caso, por exemplo, da Sabesp, que é sociedade de eco-
4. Contrato de concessão de serviço público nomia mista, na prestação do serviço de abastecimento
de água no Estado de São Paulo.
O termo “concessão” é empregado para designar a Essa modalidade de contrato tem por objeto a pres-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

atividade da Administração Pública de delegar ao parti- tação de serviço público. A delegação ocorre apenas
cular a prestação de um serviço, ou a execução de obra sobre a execução do serviço, nunca sobre sua titularida-
pública, ou ainda o uso de bem público. Contrato de de, que continua sendo do poder concedente.
concessão de serviço público é aquele pelo qual a Além dessas características gerais, convém analisar
Administração promove a prestação indireta de um outros aspectos típicos dos contratos de concessão de
serviço, delegando-o a particulares. Exemplos: a cons- serviço:
trução de linha ferroviária ou metrô para transporte de a) Procedimento de licitação: antes da concessão
passageiros, transmissão áudio sonora (rádio) ou por do serviço público, é obrigatório o procedimento
imagens e sons (televisão), etc. Possui previsão legal na licitatório na modalidade de concorrência (art. 2º,
Lei nº 8.987/1995 (Lei de Concessões dos Serviços Pú- II, da Lei nº 8.987/1995). É possível, também, que
blicos), bem como previsão constitucional no art. 175 da haja a inversão das fases de habilitação e julga-
CF/1988: mento das propostas, assimilando-se mais com a
modalidade de pregão (art. 18-A, idem).

30
b) Exigência de lei específica: o legislador é quem V) Atender as reclamações e outras queixas advindas
decide a forma específica para a prestação do ser- dos usuários, zelando pela boa qualidade do serviço.
viço público. Deve haver a promulgação de lei cuja VI) Declarar os bens necessários à execução do serviço
matéria seja unicamente o regramento da conces- de necessidade ou utilidade pública.
são do referido serviço.
c) Concessionário assume à prestação do serviço 4.2 Obrigações da concessionária
por sua conta: significa dizer que, quaisquer danos
decorrentes da execução do serviço público são de Incumbe à concessionária do serviço público (art. 31
responsabilidade da empresa concessionária. da Lei nº 8.987/1995):

I) Prestar o serviço de maneira adequada, utilizando-


FIQUE ATENTO!
-se de técnicas específicas de seu conhecimento,
O STF, no julgamento do RE nº 591.874/ nos casos previstos na lei ou no contrato.
MS, em agosto de 2009, adotou o entendi- II) Prestar contas da gestão do serviço ao poder con-
mento de que a concessionária prestadora cedente e aos usuários.
do serviço público tem responsabilidade III) Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e
objetiva e direta de indenizar os danos as cláusulas contratuais, havendo possibilidade de
causados tanto pelos usuários, quanto pedir indenização pela inexecução do contrato.
por terceiros não-usuários do referido IV) Promover desapropriações e construir servidões
serviço. Responsabilidade objetiva é aquela administrativas, mediante autorização do poder
em que não incumbe à vítima a necessidade concedente.
de comprovar a existência de dolo ou culpa V) Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros ne-
do agente infrator. Responsabilidade dire- cessários à prestação do serviço.
ta significa admitir, no caso, que o Estado,
como poder concedente, está indiretamen- 4.3 Formas de extinção da concessão
te obrigado a reparar os danos causados
na execução de serviço público, possuindo Por fim, o art. 35 da Lei nº 8.987/1995 dispõe sobre as
responsabilidade subsidiária. Isso significa modalidades de extinção da concessão do serviço públi-
que a Administração só será obrigada a in- co. São seis ao todo:
denizar caso a entidade concessionária não
a) Advento do termo contratual: trata-se da extin-
possua condições e patrimônio suficientes
ção do contrato pelo encerramento de seu prazo
para arcar com as despesas da indenização
de vigência. É a extinção natural do contrato, haja
por conta própria.
vista que nosso direito não admite contrato de
concessão por prazo indeterminado.
b) Encampação ou resgate: nos termos do art. 37 da
a) Prazo determinado: o contrato de concessão deve
Lei nº 8.987/1995, é “a retomada do serviço pelo
possuir um termo final, sendo inadmissível sua ce-
poder concedente durante o prazo da concessão,
lebração por prazo indeterminado. Há a possibili-
por motivo de interesse público, mediante lei auto-
dade de prorrogação do contrato.
rizativa específica e após prévio pagamento da in-
b) Cobrança de tarifas aos usuários: essa é a forma
denização (...)”. Como o encerramento do contrato
pela qual a concessionária deve ser remunerada na
não se deu por infração, é incabível a aplicação de
concessão do serviço público. As tarifas não pos-
sanções ao contratado.
suem natureza tributária: são uma contraprestação
c) Caducidade: é a modalidade em que a execução
contratual, devida a todas as pessoas que utiliza-
do serviço não é realizada, no todo ou em parte,
rem o serviço prestado. A legislação impõe que as
ou pelo descumprimento de encargos atribuídos à
tarifas a serem cobradas devem ser módicas, sen-
concessionária. A caducidade deve ser declarada,
do um dos critérios de julgamento da fase de lici-
havendo a ocorrência de um dos eventos descritos
tação (art. 15, I, da Lei nº 8.987/1995).
no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.987/1995, tais como:
a concessionária paralisar o serviço, descumprir
4.1 Obrigações do poder concedente
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cláusula contratual, não cumprir as penalidades


impostas, etc.
Apesar da execução do serviço público não ser fei-
d) Rescisão por culpa do poder concedente: Caso
ta pelo poder concedente, a legislação (art. 29 da Lei nº
o poder concedente descumpra com alguma regra
8.987/1995) prevê outras obrigações para o Estado. São
estabelecida no instrumento contratual, a conces-
deveres do poder concedente:
sionária tem direito a ingressar em juízo, objetivan-
I) Regulamentar e fiscalizar a execução do serviço con-
do à indenização dos danos decorrentes da extin-
cedido.
ção contratual. A indenização, neste caso, abrange
II) Intervir na execução do serviço, nos casos previstos
somente os danos emergentes (o que efetivamen-
em lei.
te perdeu), e não os lucros cessantes (o que ele
II) Aplicar as penalidades previstas na lei e/ou no con-
poderia ter ganhado).
trato.
e) Anulação: é a modalidade de extinção em que
IV) Possibilitar reajustes e a revisão das tarifas cobra-
consta-se vício de legalidade no contrato. O con-
das.
trato perde sua eficácia desde a sua concepção (ex

31
tunc), o que significa que a concessionária não faz d) Quanto à licitação: a concessão deve ser prece-
jus à indenização, exceto quanto a parte já execu- dida de licitação na modalidade de concorrência.
tada do contrato. Não há essa exigência para a permissão.
f) Decretação de falência: como a concessão é con- e) Quanto à forma da outorga: a concessão se dá
trato personalíssimo, ou seja, as partes contra- mediante promulgação de lei específica. A permis-
tantes têm grande relevância para a execução do são necessita apenas de autorização legislativa.
serviço, havendo o desaparecimento da empresa
concessionária mediante falência, ou o falecimento 6. Contrato de gerenciamento
de empresário individual, o vínculo contratual tam-
bém desaparece. Contrato de gerenciamento é aquele em que a Ad-
ministração transfere a um particular (gerenciador) a
5. Permissão de serviço público condução de um empreendimento, havendo reserva de
competência decisória final. O que difere essa modalida-
A permissão é outra forma da Administração Pública de de contrato de construção de obra, ou da prestação
de delegar a execução de serviço público para os particu- de serviço, é o fato do gerenciador possuir maior auto-
lares, também possui previsão no art. 175 da CF/1988. A nomia executória para o desenvolvimento de suas tare-
permissão é unilateral, discricionária, precária, e intui- fas. O Estado apenas atuará no controle dos resultados
tu personae (personalíssima), promove a delegação do almejados pelo gerenciador. O gerenciador deve exercer
serviço público mediante prévia licitação para um parti- uma atividade especializada, atuando em nome próprio
cular denominado permissionário. e por sua conta na execução das obrigações contratuais.
Questão controvertida é a natureza jurídica da per-
missão. Após a Constituição de 1988, o direito brasileiro 7. Contrato de gestão
passou a tratar a permissão como se fosse um contrato
de adesão, como se depreende da leitura do inciso I do Contrato de gestão é termo utilizado para desig-
parágrafo único do artigo 175 da Carta Magna: “I - o re- nar, de modo amplo e genérico, qualquer acordo entre
gime das empresas concessionárias e permissionárias de o Poder Público e as organizações sociais ou agências
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de executivas, a fim de fixar metas de desempenho, com-
sua prorrogação, bem como as condições de caducida- prometendo-se a assegurar maior autonomia e liberda-
de, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão”. de gerencial para tais associações, promovendo maior
Todavia, contrato de adesão é remetente aos contratos controle na produção dos resultados (art. 5º da Lei nº
de Direito Privado, principalmente nas relações de con- 9.637/1998). Tal modalidade contratual foi introduzida
sumo. Tal modalidade de contrato é elaborada unilate- no ordenamento jurídico brasileiro, primeiro, pela EC nº
ralmente pelo fornecedor, obrigando a parte aderente 19/1998, possuindo características típicas do modelo de
apenas manifestar o seu aceite. Trata-se de uma carac- administração gerencial.
terística presente também nos contratos administrativos: A finalidade do contrato de gestão é, nos termos do
as regras enclausuradas no contrato administrativo são art. 5º da Lei nº 9.637/1998, promover fomento e a exe-
unilateralmente elaboradas pelo poder concedente, an- cução de atividades relativas ao ensino, à pesquisa cientí-
tes mesmo do processo de licitação. A possibilidade de fica, à preservação do meio ambiente; à saúde, à cultura,
alteração dessas regras é inexistente. etc. No contrato de gestão deve constar, além das obri-
Apesar das semelhanças, não parece correto admitir gações e encargos do Poder Público e das organizações
que a permissão seja uma espécie de contrato regulado sociais, a especificação do programa de trabalho, bem
por normas de Direito Privado, com princípios completa- como os limites e critérios a título de remuneração dos
mente distintos dos princípios administrativos. Todavia, dirigentes e membros das organizações (art. 7º, I e II, da
Lei nº 9.637/1998).
há diversos autores que admitem tal possibilidade, inclu-
sive o próprio Supremo Tribunal Federal, no julgamento
8. Termo de parceria
da ADI nº 1.491/1990. Por isso, para todos os efeitos, é
melhor afirmar que trata-se de uma modalidade contra-
Trata-se de acordo firmado entre a Administração e
tual sui generis. Assim, permissão de serviço público é
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

as organizações da sociedade civil de interesse público


contrato administrativo por adesão.
(OSCIPs), estabelecendo um vínculo de cooperação, fo-
Importante destacar as diferenças entre permissão e
mento e execução de atividades consideradas de interes-
a concessão de serviço público, que podem determina-
se público (art. 9º da Lei nº 9.790/1999). Seus objetivos e
das com base nos seguintes requisitos: modo de operação são bastante similares aos contratos
de gestão celebrado com as organizações sociais, pois
a) Quanto à natureza jurídica: a permissão é uni- no termo de parceria também há a busca por um con-
lateral, enquanto a concessão é contrato bilateral. trole de resultados, característica essencial do modelo de
b) Quanto aos beneficiários: qualquer pessoa pode administração gerencial.
ser permissionária, mas somente as pessoas jurídi-
cas (empresas) podem ser concessionárias.
c) Quanto ao aporte de capital: a concessão exige
maior aporte de capital, a permissão admite inves-
timentos de pequeno ou médio porte.

32
há um processo de criação de uma nova pessoa jurídica
#FicaDica que pode ser de direito público (associação pública), ou
de direito privado, atendendo os requisitos da legislação
O termo “OSCIP” não se refere a uma pes- civil, nos termos do art. 6º da Lei nº 11.107/2005.
soa jurídica própria. Trata-se, na verdade, de Possui fundamento legal no art. 241 da CF/1988:
uma qualificação jurídica especial atribuída
a diferentes tipos de entidades privadas A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
atuando em áreas típicas do setor público disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e
com interesse social. Essas entidades po- os convênios de cooperação entre os entes federados,
dem ser financiadas pelo próprio Estado ou autorizando a gestão associada de serviços públicos,
pela iniciativa privada, porém jamais apre- bem como a transferência total ou parcial de encar-
sentam finalidade lucrativa. É o caso das gos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade
ONGs e outras entidades do Terceiro Setor. dos serviços transferidos.

Com a finalidade de regulamentar o referido disposi-


9. Parceria Público-Privada tivo constitucional, a Lei nº 11.107/2005 dispõe sobre a
celebração dos consórcios públicos.
As parcerias público-privadas (PPPs) são contratos A Lei dos Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/2004) es-
administrativos de concessão, podendo apresentar-se tabelece alguns requisitos essenciais que devem constar
na modalidade de concessão patrocinada ou concessão como cláusulas obrigatórias do consórcio público. En-
administrativa, na forma do caput do art. 2º da Lei nº contram-se dispostas no art. 4º da referida Lei. Devem
11079/2004. constar em todo contrato de consórcio público dados
Há, também, uma faixa de valores mínima para a sua relevantes como a identificação dos entes da Federação,
realização. A Lei nº 13.529/2017 altera o texto do art. 2º, § a área de atuação do consórcio, as normas de funciona-
4º, I, da Lei nº 11.079/2004, que passa a impor a vedação mento da assembleia geral, o número e as formas de re-
da celebração de PPP “cujo valor do contrato seja inferior muneração dos empregados públicos, as condições em
a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)”. que o consórcio deve celebrar convênios, contratos de
As Parcerias Público-Privadas comportam duas espé- gestão e termos de parceria, entre outros.
cies:
11. Contrato de convênio
a) Parcerias administrativas: na maioria dos casos,
a concessão patrocinada é utilizada quando a Ad- Convênio é o acordo celebrado entre entidades pú-
ministração é usuária direta ou indireta do serviço blicas de qualquer tipo, ou ainda entre eles e alguma
prestado pelo investidor privado. Por ser autossu- entidade particular, a fim de promover uma cooperação
ficiente na geração de recursos, ou uti universi, é entre os conveniados para almejarem um objetivo de in-
incabível a cobrança de contraprestação pelo par- teresse comum a todos.
ceiro público (art. 2º, § 2º, da Lei nº 11.079/2004). Embora similar ao consórcio, não são o mesmo con-
b) Parcerias patrocinadas: é aquela em que o servi- trato. Os consórcios devem obrigatoriamente serem ce-
ço prestado pelo investidor privado não é autos- lebrados por entidades da Federação, ou seja, não cabe
suficiente, não sendo financeiramente sustentável a iniciativa privada nos consórcios públicos, o que não
por si próprio, ou uti singuli. Para tanto, o parcei- ocorre com os convênios. Além disso, dos consórcios re-
ro público deverá remunerar o parceiro privado sultam a criação de uma pessoa jurídica nova e autôno-
em pecúnia (art. 2º, § 1º, da Lei nº 11.079/2004). ma, nos termos da Lei nº 11.107/2004, o que não ocorre
Isso significa que há duas fontes de receita para com os convênios.
o investidor privado: uma é a tarifa cobrada pelo
usuário, e a outra advém de contraprestação pelo
parceiro público. EXERCÍCIO COMENTADO
Em relação a vedações, o art. 2º, § 4º, da Lei nº 1. (CEMIG-MG – TÉCNICO DE GESTÃO ADMINIS-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

11.079/2004 determina três hipóteses em que não é pos- TRATIVA – FUMARC – 2018)
sível a celebração de parceria público-privada: quando Para efeitos da Lei 8.666/93, considera-se contrato:
o valor contratual for inferior a vinte milhões de reais;
quando o período da prestação do serviço for inferior a a) todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da
cinco anos; ou nas hipóteses de fornecimento de mão de Administração Pública e particulares, em que haja um
obra, instalação de equipamentos, e construção de obra acordo de vontades para a formação de vínculo e a
pública. estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.
10. Consórcio Público b) todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da
Administração Pública e particulares, em que haja uma
Consórcio público é o contrato administrativo mul- adesão de vontades para a formação de ação e a esti-
tilateral, firmado entre as entidades federativas, com a pulação de obrigações recíprocas, seja qual for a de-
finalidade de perseguir objetivos comuns. Do consórcio, nominação utilizada no propósito de serviços.

33
c) todo e qualquer reajuste entre órgãos ou entidades Administração poder: rescindir o negócio unilate-
da Administração Pública, em que haja um acordo de ralmente, alterar o objeto unilateralmente, aplicar
vontades para a formação de vínculo e a estipulação sanções administrativas, entre outras hipóteses.
de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação f) Formalismo: Em regra, os contratos de Direito Ad-
utilizada no ato comercial. ministrativo são solenes, o que significa que não
d) todo e qualquer reajuste entre órgãos ou entidades podem ter forma livre como alguns contratos par-
particulares, em que haja um acordo de ações para ticulares. Em regra, os contratos administrativos
a formação de vínculo e a estipulação de obrigações devem ser feitos por escrito.
individuais, seja qual for a denominação utilizada. g) Confiança recíproca entre as partes: os contratos
administrativos também são personalíssimos (ou
Resposta: Letra A. A alternativa transcreve o texto intuitu personae), pois a escolha do contratado se
disposto no art. 2º, par. único, da Lei nº 8.666/1993: dá pela análise de requisitos subjetivos e objetivos,
“Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e mediante procedimento de licitação. Dessa forma,
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Ad- a subcontratação, isso é, a transferência total ou
ministração Pública e particulares, em que haja um parcial da responsabilidade pela execução do ser-
acordo de vontade para a formação de vínculo e a viço para outra pessoa, somente será possível se
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a estiver prevista no edital de licitação.
denominação utilizada”.

EXERCÍCIO COMENTADO
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINIS-
TRATIVOS 1. (TRT6-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2018)
Constatada pela Administração a inexecução do contrato
Sobre os contratos administrativos em geral, impor- pela empresa contratada, a Lei nº 8.666/1993 autoriza:
tante estabelecer suas principais características, que os
distinguem dos demais contratos privados. São elas: a) rescisão do ajuste na hipótese de descumprimento to-
tal e a aplicação de sanções, previstas na lei e no ins-
a) Submissão ao Direito Administrativo: enquanto trumento convocatório, no descumprimento parcial,
os contratos privados regem-se pelas regras de este que, no entanto, não autoriza a sua rescisão.
Direito Civil e Empresarial, os contratos adminis- b) rescisão do contrato tanto na hipótese de descumpri-
trativos são regidos por normas de Direito Público, mento total como na de descumprimento parcial do
cujo sistema é elaborado para que o conjunto de ajuste.
normas e princípios possam viabilizar a defesa do c) aplicação de sanções, previstas na lei e no instrumento
interesse público. Somente as cláusulas referentes convocatório, não sendo possível a rescisão do ajuste,
à remuneração do contratado são regidas pelas em razão do princípio da continuidade da prestação
normas privadas. do serviço público.
b) Presença da Administração Pública: ao menos d) anulação do contrato e o pagamento de indenização
em um dos polos contratuais a Administração deve ao contratado pela parte executada do ajuste.
estar presente. É considerado elemento necessário, e) anulação do contrato e o levantamento da garantia
mas não suficiente para caracterizar o contrato ad- prestada, esta como forma de indenização pela parte
ministrativo. não executada do ajuste.
c) Relação de desigualdade entre as partes: ao
contrário do que ocorre nos contratos de nature- Resposta: Letra B. Pela leitura do art. 77 da referida
za privada, as partes não se encontram em pé de Lei nº 8.666/1993, a rescisão do contrato administra-
igualdade nos contratos administrativos. tivo se dá pelo seu descumprimento total ou parcial.
d) Mutabilidade das cláusulas: no ramo de Direito Não confundir rescisão com anulação, que verifica um
Privado, vigora o princípio do pacta sunt servanda, vício de ordem legal no presente ato. Lembre-se que
que se traduz no fiel cumprimento das cláusulas todos os atos administrativos presumem-se legais e
do contrato. O contrato tem “força de lei” entre legítimos até a apresentação de prova em sentido
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

particulares. Todavia, no Direito Administrativo, contrário (presunção juris tantum).


esse princípio não é aplicável com a mesma abran-
gência, uma vez que a Administração Pública pode
alterar unilateralmente as referidas cláusulas, cau- EXECUÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
sando instabilidades na relação contratual. Essa
mutabilidade, porém, não pode ocorrer nas cláu- Importante também fazer uma breve análise sobre o
sulas que dizem respeito à remuneração do con- processo de formalização dos contratos administrativos.
tratado sem a sua anuência. Quanto ao modo de celebração, os contratos adminis-
e) Cláusulas exorbitantes: são as disposições contra- trativos só podem ser celebrados por escrito, pois são
tuais que conferem privilégios e poderes especiais contratos solenes, com forma prevista em lei (art. 60, par.
à Administração Pública, que se apresenta em po- único, da Lei nº 8.666/1993). O contrato administrativo
sição de superioridade em relação ao contratado. só será verbal, excepcionalmente, nas pequenas compras
As cláusulas exorbitantes conferem poderes para a de pronto pagamento, feitas em regime de adiantamen-

34
to. Outro requisito importante para que o contrato admi- Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser
nistrativo possa produzir seus efeitos é a sua publicação alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes
com os aditivos na imprensa oficial. casos:
II - por acordo das partes:
1. Cláusulas Exorbitantes (...)
d) para restabelecer a relação que as partes pactua-
Uma das características fundamentais dos contratos ram inicialmente entre os encargos do contratado e
administrativos é a presença de cláusulas atípicas e espe- a retribuição da administração para a justa remune-
ciais. As cláusulas exorbitantes conferem à Administração ração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando
Pública poderes para agir dentro do contrato, podendo a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
desequilibrar a relação jurídica pactuada. Isso porque a inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
própria Administração encontra-se em posição de supe- imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
rioridade, na relação contratual estabelecida com o par- incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execu-
ticular. ção do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
As cláusulas exorbitantes possuem respaldo legal na caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
Lei nº 8.666/1993 e, portanto, não podem ser conside- econômica extraordinária e extracontratual”.
radas abusivas. Exemplificando, a Administração Públi-
ca poderá: exigir garantias, alterar o objeto do contrato A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
unilateralmente, exigir a manutenção do equilíbrio eco- poderá ser obtida mediante reajuste ou revisão. Reajus-
nômico-financeiro, aplicar penalidades, rescindir unilate- te é a terminologia que designa a atualização dos valores
ralmente o negócio. remuneratórios ante as perdas econômicas ou majoração
de insumos. As regras de reajuste devem estar previstas
2. Equilíbrio econômico-financeiro contratual no próprio instrumento contratual.
A revisão, por sua vez, corresponde a alterações no
Também denominada equação econômico-financei- valor efetivo da tarifa, geralmente sem previsão contra-
ra, consiste em uma garantia estabelecida, no momento tual, utilizado em circunstâncias em que a recomposição
da celebração do contrato, para a manutenção do equilí- por reajuste se torna impossível. Há, nesse caso, um au-
brio dos encargos assumidos e da remuneração percebi- mento real do valor pago ao contratado, ao contrário do
da pelo particular, garantindo a este uma certa margem reajuste, que apenas atualiza o aspecto pecuniário da
de lucro pela execução do negócio. remuneração.
As hipóteses mais comuns para a autorização da re-
#FicaDica composição econômico-financeira do contrato são:
a) Alteração unilateral do contrato: qualquer modi-
Para compreender a manutenção do equi- ficação, pela Administração Pública, seja quantita-
líbrio econômico-financeiro nos contratos tiva ou qualitativa, do objeto principal do contrato,
administrativos, importante salientar a Teo- enseja a recomposição do equilíbrio econômico-fi-
ria da Imprevisão. Trata-se de uma corrente, nanceiro. Trata-se de uma circunstância interna do
com aplicação também nos ramos de Di- contrato. Exemplo: aumento do número de esta-
reito Privado, que admite que as condições ções de linha ferroviária a serem construídas.
das partes podem sofrer alterações desde o b) Fato do príncipe: é evento externo ao contrato,
início da sua celebração. Pela ocorrência de de natureza geral, provocado pelo Poder Público.
algum evento imprevisto pelas partes, pode Ocorre quando o próprio Estado, mediante ato le-
ocorrer um grande desequilíbrio na rela- gal, modifica as condições do contrato, provocan-
ção contratual, fazendo com que uma das do prejuízo ao contratado. Tal interferência gera
partes tenha lucros excessivos, e a outra se indenização para o particular prejudicado com a
prejudique ainda mais com a execução do alteração unilateral do Estado. Exemplo: aumento
contrato. Por isso, admite-se a possibilidade da carga tributária elaborado pelo próprio contra-
de revisão de algumas cláusulas. Diz-se que tante.
os contratos que admitem revisão regem- c) Fato da Administração: traduz-se em uma con-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

-se pelo vernáculo do rebus sic stantibus duta irregular praticada pelo Poder Público, que
(“enquanto as coisas se mantiverem nesse não necessariamente impede, mas pode retardar
estado”), em oposição ao pacta sunt servan- a execução do contrato. Trata-se de ato com cará-
da (“os pactos devem ser cumpridos”). Nos ter específico, relacionado com o próprio contra-
contratos administrativos aplica-se com to, o que distingue do fato do príncipe. Exemplo:
maior frequência a rebus sic stantibus. a construção de estrada em local residencial em
que a Administração não providencia mecanismos
essenciais a desapropriação daqueles imóveis.
Possui previsão constitucional (art. 37, XXI, da d) Álea econômica extraordinária: é o evento ex-
CF/1988), que estabelece, no procedimento licitatório, a terno ao contrato e estranho à vontade das partes.
manutenção das condições efetivas da proposta. O art. Por ser fato imprevisível e inevitável capaz de cau-
65, II, d, da Lei nº 8.666/1990, seguindo esse raciocínio, sar desequilíbrio contratual, enseja a revisão tari-
dispõe que: fária, desde que comprovada a imprevisibilidade

35
e estranheza do fato, bem como o desequilíbrio amigável, feita de comum acordo entre ambas as partes,
anormal na equação econômico-financeira. Exem- geralmente não enseja indenização; e a rescisão judicial,
plo: aumento da carga tributária por entidade dis- hipótese em que há a interferência do Poder Judiciário
tinta do contratante. em razão do inadimplemento pelo Poder Público ou pelo
e) Interferências imprevistas: são eventos ocorridos contratado.
durante a execução do contrato, de ordem mate- Para que o contratado tenha o direito de ser indeniza-
rial, que causem dificuldades no cumprimento das do, provocado pela extinção do contrato administrativo,
tarefas pactuadas, tornando insuportavelmente precisa preencher alguns requisitos. Primeiramente, a ex-
onerosos para uma das partes. Exemplo: desaba- tinção contratual deve ser antecipada, pois seria ilógico
mento de terras em área destinada a construção pedir reparação de danos em hipóteses em que o contra-
de imóvel público, devido a fortes chuvas. to se extinguiu naturalmente pelo regular adimplemento
do negócio. Além disso, sua relação jurídica com o Poder
3. Da execução dos contratos administrativos Público não pode ser precária, pois atos precários são re-
vogáveis pelo Poder Público, a qualquer tempo. Por fim,
Segundo o art. 57 da Lei nº 8.666/1993, o prazo dos o contratado deve ter agido de boa-fé durante a exe-
contratos administrativos fica adstrito à vigência dos cução contratual, pois se o particular tivesse agido com
respectivos créditos orçamentários, sendo impossível a intenção de extinguir o negócio (agir de má-fé), não lhe
celebração de contrato administrativo por tempo inde- seria cabível o dever de indenizar, haja vista que ninguém
terminado. Mas o mesmo dispositivo comporta três ex- pode beneficiar-se da própria torpeza.
ceções: Nos casos de anulação, o dever de indenizar persiste
ainda que o contrato apresente vício legal, devendo a
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei Administração indenizar o contratado pelo que este hou-
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orça- ver executado até a data em que ela for declarada e por
mentários, exceto quanto aos relativos: outros prejuízos regularmente comprovados, contanto
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsa-
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais bilidade de quem lhe deu causa (art. 59, par. único, da Lei
poderão ser prorrogados se houver interesse da Admi- nº 8.666/1993).
nistração e desde que isso tenha sido previsto no ato O art. 87 da Lei nº 8.666/1993 apresenta o rol de san-
convocatório; ções aplicáveis ao contratado pela inexecução, total ou
II - à prestação de serviços a serem executados de parcial, do contrato administrativo, in verbis:
forma contínua, que poderão ter a sua duração pror-
rogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato
obtenção de preços e condições mais vantajosas para a Administração poderá, garantida a prévia defesa,
a administração, limitada a sessenta meses; aplicar ao contratado as seguintes sanções:
III - VETADO I - advertência;
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro- II - multa, na forma prevista no instrumento convoca-
gramas de informática, podendo a duração estender- tório ou no contrato;
-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após III - suspensão temporária de participação em licita-
o início da vigência do contrato. ção e impedimento de contratar com a Administração,
por prazo não superior a 2 (dois) anos;
Dessa forma, pode-se afirmar que é possível a pror- IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra-
rogação do contrato administrativo, ocorrendo um au- tar com a Administração Pública enquanto perdura-
mento no seu prazo de vigência, com a manutenção das rem os motivos determinantes da punição ou até que
condições anteriores e em relação a mesma pessoa do seja promovida a reabilitação perante a própria auto-
contratado, desde que justificada por escrito e autoriza- ridade que aplicou a penalidade, que será concedida
da pela esfera competente. sempre que o contratado ressarcir a Administração
pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo
DA INEXECUÇÃO E RESCISÃO DOS CONTRATOS da sanção aplicada com base no inciso anterior.
ADMINISTRATIVOS
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Se os contratos administrativos são celebrados por


prazo determinado, isso significa que, eventualmente,
eles devem se extinguir. Assim, o contrato administrativo
admite as seguintes hipóteses de extinção: pela execução
e conclusão do seu objeto, pelo término de seu prazo,
por anulação motivada por defeito que o macule, ou ain-
da por rescisão.
Sobre a rescisão, o art. 79 da Lei nº 8.666/1993 admi-
te três tipos de rescisão contratual: a rescisão unilateral,
decretada pela Administração Pública sem a necessida-
de de autorização judicial, ensejando indenização do
contratado, exceto se deu causa à rescisão; a rescisão

36
EXERCÍCIO COMENTADO HORA DE PRATICAR
1. (SABESP-SP – ANALISTA DE GESTÃO – FCC – 2018)
Suponha que a SABESP tenha contratado, mediante pré- 1. (CESPE/2018 – STJ) Com relação a características das
vio procedimento licitatório, um consórcio de empresas organizações formais modernas; tipos de estrutura orga-
para a construção de uma adutora. Ocorre que, no curso nizacional; natureza, finalidades e critérios de departa-
da execução do contrato, houve majoração de alíquota mentalização, julgue o próximo item.
de imposto incidente sobre o faturamento da empresa, A estrutura matricial prejudica a coordenação porque di-
ensejando alegação da mesma de alteração das con- ficulta a comunicação e diminui a flexibilidade.
dições econômicas em que se pautou no momento da
celebração do contrato. De acordo com as disposições ( ) CERTO ( ) ERRADO
da Constituição Federal e da Lei nº 8.666/1993, referida
empresa: 2. (CESPE/2018 – PGE/PE) Acerca dos contratos admi-
nistrativos, julgue os itens a seguir.
a) somente fará jus ao reequilíbrio econômico-financeiro
do contrato se a majoração envolver imposto estadu- I. No caso de atrasos dos pagamentos devidos pela ad-
al, caracterizando, assim, fato da administração. ministração contratante, superiores a noventa dias, é
b) terá direito ao reequilíbrio da equação econômico- possível a aplicação, pelo contratado, da exceção do con-
-financeira do contrato, se comprovada a repercussão trato não cumprido, salvo em casos excepcionais, como
da majoração em relação ao preço ofertado, operan- calamidade pública ou guerra.
do-se a correspondente recomposição mediante adi- II. A modificação do regime de execução da obra para
tivo contratual. melhor adequação técnica constitui hipótese de altera-
c) não fará jus ao reequilíbrio econômico-financeiro do ção unilateral do contrato.
contrato, eis que a avença, pela sua natureza, pressu- III. Aos contratos administrativos de prestação de servi-
põe a assunção de todos os riscos pelo contratado, ços contínuos com dedicação exclusiva de mão de obra
salvo os decorrentes de caso fortuito ou força maior. aplica-se o reajuste por índices.
d) poderá fazer jus ao reequilíbrio econômico financeiro IV. É cláusula necessária dos contratos administrativos a
do contrato, desde que o risco de criação ou majora- que estabelece as penalidades cabíveis para as situações
ção de impostos tenha sido alocado ao poder público, de sua inexecução parcial ou total.
havendo, em tal tipo de contrato, ampla margem para
tal alocação em face da omissão legislativa. Assinale a opção correta.
e) terá direito à adequação do preço ofertado às con-
dições econômicas existentes no momento da entre- a) Apenas os itens I e II estão certos.
ga do objeto, incluindo alterações supervenientes de b) Apenas os itens I e IV estão certos. 
preços de seus insumos, que sempre representa álea c) Apenas os itens II e III estão certos.
econômica extraordinária. d) Apenas os itens III e IV estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Resposta: Letra B. Pela leitura do enunciado percebe-
-se que estamos diante da hipótese de recomposição 3. (CESPE/2017 – TCE/PE) Acerca da gestão de proces-
do equilíbrio econômico-financeiro por álea econô- sos, julgue o item a seguir.
mica (a majoração de impostos sobre faturamento da Processos de suporte são aqueles que têm o objetivo
empresa). A “pegadinha” da questão encontra-se na de medir, monitorar, controlar atividades e administrar
alternativa E. As alterações supervenientes do preço o presente e o futuro do negócio, não agregando valor
de insumos representam álea ordinária, é um even- diretamente para o cliente.
to previsível no mundo empresarial, pois decorre da
própria flutuação de preços no mercado. Por isso, não ( ) CERTO ( )ERRADO
configura hipótese de reajuste.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NOÇÕES DE PROCESSOS LICITATÓRIOS.

Prezado candidato, o tópico indicado já foi abor-


dado anteriormente, não deixe de conferir!

37
ANOTAÇÕES
GABARITO

________________________________________________
1 ERRADO
_________________________________________________
2 B
3 ERRADO
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

38
ÍNDICE

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Orçamento público........................................................................................................................................................................................................... 01
Conceito............................................................................................................................................................................................................................... 01
Técnicas Orçamentárias.................................................................................................................................................................................................. 01
Princípios orçamentários................................................................................................................................................................................................ 04
Ciclo Orçamentário........................................................................................................................................................................................................... 07
O orçamento público no Brasil..................................................................................................................................................................................... 09
Plano Plurianual na Constituição Federal.................................................................................................................................................................. 09
Diretrizes orçamentárias na Constituição Federal................................................................................................................................................. 11
Orçamento anual na Constituição Federal................................................................................................................................................................ 13
Estrutura programática................................................................................................................................................................................................... 14
Créditos ordinários e adicionais................................................................................................................................................................................... 16
Programação e execução orçamentária e financeira......................................................................................................................................... 19
Descentralização orçamentária e financeira........................................................................................................................................................... 19
Acompanhamento da execução.................................................................................................................................................................................. 19
Receita pública.................................................................................................................................................................................................................. 22
Conceito............................................................................................................................................................................................................................... 22
Classificação segundo a natureza............................................................................................................................................................................... 22
Etapas e estágios............................................................................................................................................................................................................... 22
Despesa pública................................................................................................................................................................................................................. 25
Conceito............................................................................................................................................................................................................................... 25
Classificação segundo a natureza............................................................................................................................................................................... 25
Etapas e estágios............................................................................................................................................................................................................... 25
Restos a pagar..................................................................................................................................................................................................................... 31
Despesas de exercícios anteriores............................................................................................................................................................................. 33
Lei de Responsabilidade Fiscal.................................................................................................................................................................................... 34
Conceitos e objetivos...................................................................................................................................................................................................... 34
Planejamento..................................................................................................................................................................................................................... 34
É fundamental que a peça orçamentária seja converti-
ORÇAMENTO PÚBLICO. CONCEITO. da em valores constantes, permitindo avaliar o montante
TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS real de recursos envolvidos.
Como sabemos a realidade não é estática, portanto,
vezes se torna necessária alguma alteração na progra-
mação existente, exigindo assim alteração dos recursos
A compreensão que durante muito tempo foi acei- e finalidades de seu uso, para isso, existe as margens de
ta para orçamento público, de que esse era apenas uma suplementação, que permitirão essa flexibilidade na exe-
peça que continha previsão de receitas e fixação de des- cução do orçamento quando as prioridades estabeleci-
pesas para um período determinado, ou seja, meramente das exigirem alguma modificação.
peça contábil, hoje não tem mais espaço na compreen- Com a indexação orçamentária mensal à inflação real,
são atual. consegue-se o grau necessário de flexibilidade na exe-
Isso porque é impossível imaginar um orçamento cução orçamentária, sem permitir burlar o orçamento
público que não esteja alinhado aos planos de governo, através de elevadas margens de suplementação. Pode-se
sendo assim, a compreensão atual que temos para orça- restringir a margem a um máximo de 3%.
mento é que este é um instrumento de planejamento da Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É
ação governamental, possuindo um aspecto dinâmico, preciso apresentar as condições que permitiram os níveis
ao contrário do orçamento tradicional já superado, que previstos de entrada e dispêndio de recursos.
possuía caráter eminentemente estático. No caso da receita, é importante destacar o nível de
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato evolução econômica, as melhorias realizadas no sistema
pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislati- arrecadador, o nível de inadimplência, as alterações rea-
vo autoriza, por certo período de tempo, a execução das lizadas na legislação, os mecanismos de cobrança ado-
despesas destinadas ao funcionamento dos serviços pú- tados.
blicos e outros fins adotados pela política econômica ou No caso da despesa, é importante destacar os princi-
geral do país, assim como a arrecadação das receitas já pais custos unitários de serviços e obras, as taxas de juros
criadas em lei”. e demais encargos financeiros, a evolução do quadro de
Através desse instrumento é possível a sociedade pessoal, a política salarial e a política de pagamento de
acompanhar o fluxo de recursos do Estado, fluxo esse empréstimos e de atrasados.
que é traduzido em lei orçamentária, que é elaborada Os resultados que a simplificação do orçamento ge-
pelo Executivo e aprovada pelo Legislativo, sendo assim, ram são, fundamentalmente, de natureza política. Ela
é saudável uma relação harmoniosa entre os dois pode- permite transformar um processo nebuloso e de difícil
res, para que ambos trabalhem juntos para que a saúde compreensão em um conjunto de atividades caracteriza-
financeira do Estado seja promovida em paralelo aos in- das pela transparência.
vestimentos em projetos necessários à sociedade, sendo Como o orçamento passa a ser apresentado de for-
esses, limitados ao previsto e fixado no orçamento. ma mais simples e acessível, mais gente pode entender
Como dissemos, esse é um instrumento que permite seu significado. A sociedade passa a ter mais condições
que a sociedade possa acompanhar o fluxo de recursos de fiscalizar a execução orçamentária e, por extensão,
do Estado, porém, não se trata de um instrumento tão as próprias ações do governo municipal. Se, juntamen-
facilmente compreendido devido a algumas complexi- te com esta simplificação, forem adotados instrumentos
dades envolvidas, porém, através da técnica chamada efetivos de intervenção da população na sua elaboração
análise vertical, agrupando as receitas e despesas em e controle, a participação popular terá maior eficácia.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


conjuntos (atividade, grupo, função), destacando-se in-
dividualmente aqueles que tenham participação signifi- Outra importante mudança ocorrida no cenário do
cativa, essa compreensão se torna facilitada, através de orçamento público foi a redefinição das funções dos ato-
uma apresentação da participação percentual dos va- res envolvidos na gestão pública financeira, onde o Le-
lores destinados a cada item no total das despesas ou gislativo passou a ter mais prerrogativas na condução do
receitas, por exemplo, o governo aplicará 15% de seus processo decisório no tocante à priorização do gasto e à
recursos em saneamento básico, ou seja, o cidadão fica alocação da despesa, ficando ainda mais claro isso com
sabendo do montante disponível, qual o percentual para a unificação dos orçamentos do Governo Federal, com a
cada área ou projeto está previsto no orçamento. criação da Secretaria do Tesouro Nacional, que redefiniu
Temos também a análise horizontal do orçamento, as funções do Banco do Brasil, do Banco Central e do
que retrata uma comparação entre os valores do orça- Tesouro Nacional.
mento atual com os valores correspondentes nos orça- Com essas redefinições todas o planejamento orça-
mentos anteriores (expressos em valores reais, atualiza- mentário consolidou-se no formato de um Plano Pluria-
dos monetariamente, ou em moeda forte). nual (PPA) e, a cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamen-
Essas técnicas e princípios de simplificação devem ser tárias (LDO) que por sua vez deve preceder a elaboração
aplicados na apresentação dos resultados da execução da Lei Orçamentária Anual (LOA).
orçamentária (ou seja, do cumprimento do orçamento), Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal,
confrontando o previsto com o realizado em cada perío- reconhecendo-se que os resultados fiscais e, por con-
do e para cada rubrica. Deve-se apresentar, também, qual sequência, os níveis de endividamento do Estado, não
a porcentagem já recebida das receitas e a porcentagem podem ficar ao sabor do acaso, mas devem decorrer de
já realizada das despesas. atividade planejada, consubstanciada na fixação de me-

1
tas fiscais. Os processos orçamentário e de planejamento, seguindo a tendência mundial, evoluíram das bases do or-
çamento-programa para a incorporação do conceito de resultados finalísticos, em que os recursos arrecadados devem
retornar à sociedade na forma de bens e serviços que transformem positivamente sua realidade.
E o principal a ser destacado nesse processo evolutivo todo que envolve o orçamento publico, é o nível de trans-
parência que se alcançou com todas essas medidas e que foi potencializada com o uso de recursos tecnológicos que
permitem confiança nos registros contábeis e controle, o uso de sistemas com finalidades específicas como vimos em
tópico anterior e outros demais instrumentos de ferramentas de gestão.

TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS

Quando falamos em orçamento público, ao pontuarmos que ele é decorrente da necessidade de regular a discri-
cionariedade dos governos na destinação dos recursos públicos, automaticamente nosso pensamento é levado à ideia
de controle.
Embora alguns aspectos do orçamento público tenham evoluído, percebe-se muito daquele modelo tradicional nas
técnicas atuais.
E são essas que vamos agora analisar.

• Orçamento Clássico ou Tradicional


No Brasil a prática orçamentária federal – antecedente à Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964 –, baseava-se na
técnica tradicional de orçamento. Essa técnica clássica produz um orçamento que se restringe à previsão da receita e à
autorização de despesas.
Sua principal característica é a ênfase no controle contábil do gasto em si, isto é, nos valores que serão gastos. Esse
tipo de orçamento deixa de lado a preocupação com os objetivos econômicos ou sociais que o governo busca com
tais despesas.
Não se verifica uma preocupação primária com o atendimento das necessidades bem formuladas da coletividade
ou da própria Administração Púbica.

• Orçamento de Desempenho ou de Realizações


A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque na elaboração da peça orçamentária.
Passa a considerar não somente os valores das despesas do governo, mas sim suas ações, o que ele faz com tais
verbas, além de avaliar a relação entre o que se pretendia fazer e o que realmente foi feito.
Evidenciar as “coisas que o governo compra” passa a ser menos importante em relação as “coisas que o governo faz
O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-
-programa, visto que lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamento.

• Orçamento-Programa
Surge da recente e crescente preocupação em fortalecer a vinculação existente entre planejamento e orçamento.
Trata-se do mais moderno tipo de Orçamento, que além de focar nas ações e realizações do governo, é uma ferra-
menta que permite operacionalizar tudo isso por meio do planejamento.
Ao contrário do que ocorria em períodos de altos índices inflacionários, hoje é possível planejar (pelo menos a curto
e médio prazo) ações voltadas à realização eficiente de políticas públicas de bem-estar. É a programação orçamentá-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

ria voltada não só para o controle de gastos, mas também para a avaliação de resultados.
Essa técnica apresenta elementos bem definidos, como vemos a seguir:
a) Objetivos e propósitos perseguidos pelo ente público, e para cuja execução são empregados os recursos orça-
mentários;
b) Programas - instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos obje-
tivos pretendidos;
c) Custos dos programas, quantificados através da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material de con-
sumo, equipamentos, serviços de terceiros, etc) essenciais para a obtenção dos resultados;
d) Medidas de desempenho com a finalidade de permitir a avaliação das realizações (produto final obtido) e os
esforços despendidos na execução dos diversos programas de governo;
e) A integração com o planejamento das atividades, na medida em que o orçamento deixa de ser apenas um
controle contábil e passa a funcionar também como instrumento de gestão.

Destaca-se que, essa técnica tem como principal critério classificatório o funcional e o programático

ATENÇÃO: com certa frequência percebemos que as diferenças entre as técnicas Tradicional e Orçamento-Progra-
ma são cobradas em concursos, então segue abaixo um quadro ilustrativo dessas diferenças.

2
• Orçamento Base Zero
Tende assegurar a sobrevivência das organizações em períodos críticos e criar uma diretriz de investimento seguro
e eficiente.
Sua ideia é a de que todas as despesas devem ser justificadas a cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário,
ou seja, tudo tem que começar do zero novamente, de forma que sua realização contempla planejamento de curto
prazo.
Usado como ferramenta de estratégia, ele visa ajustar os orçamentos, conhecer os custos envolvidos no negócio e
reduzi-los, definindo prioridades e elaborando planos de ação.

• Orçamento Participativo

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


Falar de processos participativos é falar da participação da sociedade nos processos de tomada de decisão, estimu-
lando o exercício da cidadania.
A legislação através da CF assegura várias formas desses processos participativos ocorrerem, tais como, conselhos
de politicas publicas, conferencias, audiências, consultas publicas, entre outros.

IMPORTANTE: Sua aplicação se restringe ao âmbito municipal.

3
O Conselho Gestor é uma dessas formas da socieda- A única técnica orçamentária que não considera um
de participar da gestão publica, desempenhando seu pa- valor orçamentário inicial é o orçamento base zero,
pel regulamentando as ações dos órgãos aos quais estão onde as despesas devem ser justificadas a cada vez que
vinculados, onde ali deliberam ou não as reivindicações se inicia um novo ciclo orçamentário, ou seja, tudo tem
feitas pela sociedade, com caráter deliberativo e co-ges- que começar do zero novamente.
tor, funcionando como um canal de comunicação entre a RESPOSTA: “A”
sociedade civil e o poder publico.
Conforme afirmado pela CGU, “os conselhos são ins- 03. (CESPE/2017 – TER/PE) Relativamente ao orça-
tâncias de exercício da cidadania, que abrem espaço para mento público brasileiro, assinale a opção correta.
a participação popular na gestão pública. Nesse sentido,
os conselhos podem ser classificados conforme as funções a) O orçamento anual deve incorporar os orçamentos fis-
que exercem. Assim, os conselhos podem desempenhar cal, de investimentos, da seguridade social e das em-
conforme o caso, funções de fiscalização, de mobiliza- presas nas quais o poder público tenha participação.
ção, de deliberação ou de consultoria.” b) Na classificação orçamentária segundo a fonte dos re-
Como função fiscalizadora, o conselho realiza o con- cursos, os resultados obtidos pelo Banco Central do
trole e acompanha ações do governo. Brasil são considerados outras fontes.
Como função mobilizadora, o conselho estimula a so- c)Os programas contidos no orçamento público dividem-
ciedade à participar, demonstrando a importância desse -se em temáticos; de gestão, manutenção e serviços
envolvimento. ao Estado; e operações especiais, incluindo-se nesta
Como função deliberativa, o conselho participa efeti- última categoria os serviços da dívida externa.
vamente na tomada de decisões sobre as estratégias que d)Enquanto o crédito especial é incorporado ao orça-
a administração publica fará uso. mento, por adição da importância autorizada à dota-
Como função consultiva, o conselho participa com ção orçamentária, a despesa com crédito suplementar
sugestões e opiniões sobre politicas publicas junto aos apresenta-se separadamente do orçamento.
gestores. e)O plano plurianual estabelece diretrizes nacionais para
O orçamento participativo, segundo Boaventura de as despesas de capital e para os programas de dura-
Souza Santos, é uma estrutura e um processo de parti- ção continuada.
cipação da comunidade, onde um conjunto de institui-
ções funciona como canal para garantir a participação Alternativa A – ERRADA – os orçamentos incorporados
no processo decisório do governo, tem como base três são o fiscal, investimento e seguridade social.
princípios, como vemos abaixo. Alternativa B – ERRADA – os resultados obtidos consti-
I- Abertura a todos os cidadãos tui receita do Tesouro Nacional
II- Combinar democracia direta e representativa Alternativa C – CERTA
III- Combinar critérios gerais e técnicos para alocar Alternativa D – ERRADA - os créditos especiais aten-
recursos destinados a investimentos. dem despesas não dotadas no orçamento enquanto os
suplementares tem por finalidade reforçar a dotação
orçamentária. Na afirmativa os conceitos estão inver-
tidos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Alternativa E – ERRADA – as diretrizes são regionais, e
não nacionais.
01. (CESPE/2018 – ABIN) Acerca do orçamento públi- RESPOSTA: “C”
co, julgue o item a seguir.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

São reservadas à lei de diretrizes orçamentárias disposi-


ções sobre exercício financeiro, vigência, prazos, elabora- PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS.
ção e organização do plano plurianual.

( ) Certo ( ) Errado O orçamento público está embasado em princípios


regidos pela CF/88 e pela Lei 4.320/64, que apresenta
Compete à lei complementar faze as disposições cons- normas para a elaboração, execução e controle desse or-
tantes na afirmativa e não ao LDO. çamento.
RESPOSTA: “A”
Na concepção de CELSO BASTOS:
02. (CESPE/2018 – TCM/BA) “Os princípios constituem ideias gerais e abstratas,
A sistemática de elaboração orçamentária que exige a que expressam em menor ou maior escala todas as nor-
justificativa de cada recurso solicitado, sem fixar de an- mas que compõem a seara do direito. Poderíamos mes-
temão um valor orçamentário inicial e sem considerar os mo dizer que cada área do direito não é senão a concre-
valores previstos no orçamento anterior, denomina-se tização de certo número de princípios, que constituem o
seu núcleo central. Eles possuem uma força que permeia
a) orçamento base zero. todo o campo sob seu alcance.”
b) orçamento participativo.  Os princípios e as regras constituem a base, o alicerce
c) orçamento-programa. de um sistema jurídico, são consideradas normas jurídi-
d) orçamento tradicional. cas. São verdadeiras proposições lógicas que fundamen-
e) orçamento de desempenho. tam e sustentam um sistema., porém, diferentemente das

4
normas, os princípios possuem um papel mais generali- Princípio da Totalidade
zado que as regras, estas, possuem claramente a função O principio da totalidade nasceu da necessidade de
de regular as relações jurídicas, enquanto os princípios, se possibilitar a coexistência de diversos orçamentos,
representa um limite de atuação do jurista, ou seja, esta- que, entretanto, devem ser consolidados.
belecem balizamentos dentro dos quais o jurista exerci- Surgiu após uma remodelação pela doutrina do prin-
tará sua criatividade, seu senso do razoável e sua capaci- cípio da unidade, de forma que abrangesse as novas si-
dade de fazer a justiça do caso concreto. tuações. A CF/88 determinou um modelo que segue o
De acordo com Silva (2002, p. 45), para que possam princípio da totalidade, já que a composição do orçamen-
assegurar os fins a que se destinam, podem ser sintetiza- to anual deve ser: orçamento fiscal, orçamento da segu-
dos em dois aspectos: gerais e específicos. Os aspectos ridade social e orçamento de investimentos das estatais.
gerais (receitas e despesas) subdividem-se em: a) subs- Na visão de José Afonso da Silva, o princípio da uni-
tanciais: anualidade; unidade; universalidade; equilíbrio; dade orçamentária, na concepção de orçamento-progra-
e, exclusividade; b) formais ou de apresentação: especi- ma, não se preocupa com a unidade documental; ao con-
ficação; publicidade; clareza; uniformidade; precedência.
trário, desdenhando-a, postula que tais documentos se
Nos aspectos específicos (só das receitas): não-afetação;
subordinem a uma unidade de orientação política, numa
e, legalidade da tributação.
hierarquização dos objetivos a serem atingidos e na uni-
formidade de estrutura do sistema integrado.
A seguir os principais princípios orçamentários:

Princípio da Universalidade Princípio Periodicidade ou da Anualidade


Segundo esse principio, o orçamento deverá conter De acordo com esse principio, o orçamento deve ser
todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da elaborado e autorizado para um período de um ano. É o
União, seus fundos, órgãos e entidades da administração que dispõe a CF/88:
direta e indireta. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
A lei 4320/64 dispõe no mesmo sentido: lecerão:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação I - o plano plurianual;
da receita e despesa de forma a evidenciar a política eco- II - as diretrizes orçamentárias;
nômica financeira e o programa de trabalho do Governo, III - os orçamentos anuais.
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e Segundo a Lei 4320/64, o orçamento deve ter vigên-
anualidade. cia limitada a um exercício financeiro, que coincide com
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as o ano civil.
receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas
em lei.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as FIQUE ATENTO!
despesas próprias dos órgãos do Governo e da adminis- Parte da doutrina especializada entende que a
tração centralizada, ou que, por intermédio deles se de- há exceções ao principio da anualidade.
vam realizar, observado o disposto no art. 2°. Caso haja abertura de créditos especiais ou
§ 5° A lei orçamentária anual compreenderá: extraordinários nos últimos 4 meses do ano,
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, tais valores serão incorporados ao orçamento
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta do ano seguinte
e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público;

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


II - o orçamento de investimento das empresas em que
Princípio da Unidade de Tesouraria (ou de Caixa):
a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
A Lei 4320/64 consagra o principio da unidade de te-
capital social com direito a voto;
souraria:
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo to-
das as entidades e órgãos a ela vinculados, da administra- Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á
ção direta ou indireta, bem como os fundos e fundações em estrita observância ao princípio de unidade de tesoura-
instituídos e mantidos pelo Poder Público. ria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas
especiais.
Princípio da Unidade Assim, todas as receitas devem ser recolhidas em uma
De acordo com o principio da unidade, o orçamento conta única com o objetivo de confrontar os totais e apu-
deve ser uno, ou seja, somente deve existir um único or- rar o resultado deficitário, superavitário ou nulo.
çamento para cada ente da Federação em cada exercí- Também, a CF/88 determina qual o destino deva ser
cio financeiro. dado as disponibilidades:
Segundo a doutrina especializada, o objetivo princi- § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão de-
pal desse princípio é evitar a existência de orçamentos positadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Fe-
paralelos e está amparado pelo disposto na Lei 4320/64: deral, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação Público e das empresas por ele controladas, em instituições
da receita e despesa de forma a evidenciar a política eco- financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
nômica financeira e o programa de trabalho do Gover- A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complemen-
no, obedecidos os princípios de unidade, universalidade tar 101, de 04 de maio de 2000, estabelece normas de fi-
e anualidade. nanças públicas voltadas para a gestão fiscal. Em seu texto,

5
mais especificamente no artigo 43, estabelece que as dispo-
nibilidades de caixa relativas à Previdência Social deverão ser FIQUE ATENTO!
separadas das demais disponibilidades do ente público: As exceções são as autorizações para aberturas
§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previ- de créditos suplementares e contratações de
dência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda operações de crédito, as quais também podem
que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. constar no orçamento.
249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta se-
parada das demais disponibilidades de cada ente e aplica-
das nas condições de mercado, com observância dos limites Princípio da Publicidade
e condições de proteção e prudência financeira. O princípio da Publicidade consta do artigo 37 da
CF/88, como principio geral que deve ser seguido pela
Princípio do Orçamento Bruto Administração Pública, juntamente com os princípios da
Para o Ente Publico, existem despesas que, ao serem Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Eficiência.
realizadas, geram receitas. De outro lado, há receitas que, De acordo com esse principio que também é orça-
quando de sua arrecadação, geram despesas. Exemplo mentário, garante-se o acesso a qualquer interessados
prático é o pagamento de salários. Quando ocorre o pa- às informações necessárias ao exercício da fiscalização
gamento, o Estado realiza despesas. Porem, a partir de um sobre a utilização dos recursos públicos. Também, deter-
determinado valor, há a incidência do imposto de renda mina que é condição de eficácia do ato sua divulgação
sobre a remuneração paga. Esse valor de imposto de renda em veículos oficiais de comunicação.
torna-se uma receita para o Ente Publico. Pelo principio do
orçamento publico, é vedado que as despesas ou receitas Princípio da não-vinculação ou não-afetação das
sejam incluídas no orçamento nos seus montantes líquidos. receitas
É nesse sentido a previsão da Lei 4320/64: De acordo com esse principio nenhuma receita de im-
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de postos poderá ser ou comprometida para atender a cer-
Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. tos e determinados gastos conforme disposto na CF/88:
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva
Art. 167. São vedados:
transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo
da entidade obrigada a transferência e, como receita, no or-
ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arre-
çamento da que as deva receber.
cadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159,
a destinação de recursos para as ações e serviços públicos
Princípio do Equilíbrio Orçamentário
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino
Tem como objetivo principal assegurar que as despesas
autorizadas não serão superiores à previsão das receitas. e para realização de atividades da administração tributá-
A própria Lei de Responsabilidade Fiscal determina que ria, como determinado respectivamente, pelos arts. 198, §
a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) trate do equilibrio 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
entre receitas e despesas, nos seguintes termos: de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165,
Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o dis- § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.
posto no § 2o do art. 165 da Constituição e: O objetivo principal é inibir que as vinculações redu-
I - disporá também sobre: zam a liberdade do planejamento por parte do adminis-
a) equilíbrio entre receitas e despesas. trador publico.
A CF/88 prevê possibilidade de ocorrência de déficit or-
çamentário, caso em que as receitas são inferiores às des- FIQUE ATENTO!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

pesas. Assim, contabilmente, o orçamento estará sempre


em equilíbrio pois o déficit aparece normalmente nas ope- Existem algumas exceções a este princípio.
rações de crédito que, pelo art. 3º da Lei 4320/64, também Primeiramente, somente as receitas
devem constar do orçamento. provenientes de impostos é que não podem
ser vinculadas, ou seja, aquelas provenientes
Princípio da Exclusividade de taxas e contribuições de melhoria podem.
O principio da exclusividade tem como objetivo prin- Além disso, tal regra não abrange os
cipal evitar que o orçamento seja utilizado para aprovação fundos constitucionais em geral (fundos de
de materiais que não tenham qualquer pertinência com o manutenção e desenvolvimento do ensino,
conteúdo orçamentário. Tal preocupação deve-se ao fato fundos de participação dos Estados, etc).
da maior celeridade do processo orçamentário.
Assim, a lei orçamentária não deve conter matéria por
exemplo, de direito penal. Princípio da Legalidade
A vedação encontra-se insculpida na CF/88: O principio da legalidade impõe ao Poder Publico,
Art. 165 (...) em matéria orçamentária, subordinação às prescrições
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo legais.
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se Dessa forma, as leis orçamentárias, LOA, LDO e PPA
incluindo na proibição a autorização para abertura de cré- assim como os créditos adicionais serão encaminhados
ditos suplementares e contratação de operações de crédito, pelo Poder Executivo para discussão e aprovação pelo
ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Congresso Nacional. Portanto, a aprovação do orçamen-
Assim, a lei orçamentária deve, em regra, conter apenas to deve observar o processo legislativo, conforme pre-
a previsão de receitas e a fixação de despesas. ceitua a CF/88:

6
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe- A publicação em diário oficial é decorrente do princi-
lecerão: pio da publicidade. O princípio da clareza garante que
I – o plano plurianual; o orçamento se apresente com facilidade de compre-
II – as diretrizes orçamentárias; ensão, ou seja, clareza para facilitar o entendimento.
III – os orçamentos anuais. RESPOSTA: “ERRADO”
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano pluria-
nual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e 03. (CESPE/2018 – STM) Com relação a técnicas e
aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas princípios orçamentários, julgue o item seguinte. 
do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. O princípio da não afetação das receitas veda a
vinculação de tributos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas as exceções estabelecidas pela Constitui-
ção Federal de 1988.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
( ) Certo ( ) Errado
01. (CESPE/2018 – TCE/PB) Com relação aos prin-
cípios que regem a atividade financeira do Estado, ATENÇÃO
assinale a opção correta. Imposto é um tipo de tributo, existem outros (taxa, con-
tribuição de melhoria, contribuições sociais e emprésti-
a) De acordo com o princípio da unidade, os programas mos compulsórios).
e projetos devem ser estabelecidos em um único sis- O enunciado se refere a vinculação de TRIBUTOS, por-
tema ou método orçamentário, ainda que não haja tanto, está errada, visto que o princípio não engloba
unidade documental. todos os tipos de tributos, e sim os impostos.
b) A vedação à inclusão das chamadas caudas orçamen- RESPOSTA: “ERRADA”
tárias na lei que fixa as receitas e despesas decorre do
princípio da universalidade.
c) Os programas de duração continuada devem constar CICLO ORÇAMENTÁRIO.
do plano plurianual e são regidos pelo princípio da
programação, embora, quanto à liberação de recursos,
A CF 88 determina a elaboração do orçamento com
contemple a possibilidade de que a despesa não este-
base em três leis ordinárias:
ja antecipadamente prevista.
• Plano Plurianual (PPA), a cada 4 anos;
d) Segundo o princípio da não vinculação da receita deri-
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), anual-
vada dos impostos, lei específica não poderá tratar de
mente;
várias espécies de incentivos fiscais relativas a tributos
• Lei Orçamentária Anual (LOA).
diversos e ao mesmo tempo cuidar de matérias afins.
e) A anualidade orçamentária exige que o orçamento
Visando fortalecer a interligação dos processos de
deva ser aprovado antes do início do exercício finan- planejamento e orçamento (alocação de recursos), a CF
ceiro, evitando que a lei nova possa atingir fatos pas- 88 exigiu que o PPA, a LDO e a LOA fossem articulados,
sados. interdependentes e compatíveis.
A LDO recebeu a função unir o PPA e a LOA. Por isso,
Alternativa A – CORRETA a LDO pode ser considerada um “esqueleto” da lei orça-
Alternativa B – trata-se do princípio da exclusividade mentária anual: estabelece, anualmente, a estrutura para

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


Alternativa C – deve constar na LOA a elaboração do orçamento. Por sua vez, a própria elabo-
Alternativa D – a não ser que esteja elencado nas res- ração da LDO deve obedecer aos princípios do PPA.
salvas apontadas pela Constituição Federal, não é per- Enfim, a Constituição determina que a elaboração da
mitido vinculação da receita de impostos. LDO ocorra à luz das diretrizes fixadas no PPA (CF, art.
Alternativa E – o período para aprovação deve ser de 166, § 4°). Esta mesma orientação vale para a elaboração
um ano ou um exercício financeiro. da LOA (CF, art. 165, § 7°; CF, art. 166, § 3°, inciso I).
RESPOSTA: “A” O ciclo orçamentário tem início com a elaboração da
ATENÇÃO: para efeito de esclarecimento ( já que muita proposta do Plano Plurianual (PPA) pelo poder Executivo,
gente mencionou não saber do que se trata), caudas sendo que isso acontece no primeiro ano de governo do
orçamentárias são os dispositivos alheios à receita e presidente, governador ou prefeito recém-empossado
despesa constante no orçamento. ou reeleito.
O ciclo orçamentário é o conjunto de fases que com-
02. (CESPE/2018 – STJ) A respeito das técnicas, dos preendem atividades típicas do orçamento público, des-
princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item a de sua elaboração até etapas posteriores a sua execução.
seguir. Para a realização desse processo devem ser cumpri-
A publicação do orçamento em diário oficial é o ato das as seguintes etapas:
que garante o cumprimento do princípio orçamentá- a) Elaboração
rio da clareza. b) Apreciação, aprovação, sanção e publicação
c) Execução
( ) Certo ( ) Errado d) Controle e
e) Avaliação

7
a) Elaboração d) Controle e Avaliação
Fase que compete ao Poder Executivo, que realiza es- Trata-se da aferição e o acompanhamento, por parte
tudos para preparação dos projetos das leis orçamentá- dos órgãos dos sistemas de controle interno (Controla-
rias que são: PPA, LDO e LOA. doria Geral da União (CGU)) e externo Congresso Nacio-
Dentre os parâmetros que se deve utilizar nessa fase, nal, auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (TCU)), da
também conhecida como pré-proposta, destacamos: execução das despesas, verificando se os prazos estão
- análise histórica da execução do orçamento (saber o sendo cumpridos e os padrões e normas estão sendo
que, como e quanto se gastou); respeitados.
- quantificação dos gastos, recursos e estabelecimen- Durante essa fase, devem ser observados os seguin-
to de limites (verificar a LRF); tes princípios:
- compatibilização dos programas e ajustes dos gas- • a legalidade;
tos (adequação do planejamento aos gastos). • a economicidade;
• a correta aplicação das receitas e,
IMPORTANTE: Quando falamos em ciclo orçamen- • suas renúncias.
tário, precisamos nos lembrar que este é maior que o
exercício financeiro em si, pois, o ciclo contém uma fase, O controle aqui estudado pode ser realizado nos se-
exatamente essa que estamos analisando nesse momen- guintes momentos:
to, que ocorre antes que se inicie o exercício financeiro e, I – a priori ou prévio: antes da execução do orçamento.
após o exercício, temos as fases de controle e avaliação. II – concomitante: durante a execução do orçamento.
III – a posteriori ou subsequente: após o encerramen-
b) Apreciação, aprovação, sanção e publicação to do exercício financeiro.
Considerando que o orçamento, em sentido formal, Ademais, cabe ao gestor público a apresentação da
é uma lei, essa fase trata do próprio processo legislativo. prestação de contas, que tem como finalidade apresentar
os fatos ocorridos na sua gestão.
 Inicialmente, a proposta é recebida pela Comis-
são Mista Permanente de Orçamento, a qual cabe emitir A avaliação permite a revisão e a melhora do plane-
um parecer sobre o mesmo; jamento orçamentário pelo Governo, onde são observadas
 A proposta é apreciada pelas duas Casas do as metas atingidas comparadas aos recursos utilizados.
Congresso Nacional. Nesta fase ocorrem discussões, Esse papel atualmente é exercido pela SPI/MP.
emendas e, finalmente, a votação;
 Caso aprovado, o projeto é enviado ao Presi-
dente da República para a sanção e publicação no Diário FIQUE ATENTO!
Oficial da União. Embora NORMALMENTE, os concursos
Observa-se que o Presidente da República poderá cobrem o ciclo orçamentário considerando
propor alterações aos projetos, desde que não tenha sido QUATRO FASES (conforme vimos acima),
iniciada a votação pela comissão mista, da parte proposta. pode acontecer (segue exemplo de questão
Por fim, ressalta-se que mesmo depois de votado o abaixo) desse tema ser cobrado tendo por
orçamento e já se tendo iniciada a sua execução, o pro- base o CICLO ORÇAMENTÁRIO AMPLIADO,
cesso legislativo poderá novamente ser desencadeado que é o ciclo que tem início com a elaboração
em virtude projeto de lei destinado a solicitar autoriza- do plano plurianual, passando pela lei de
ções para a abertura de créditos adicionais. diretrizes orçamentárias e culminando com
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

a lei orçamentária anual, constituindo assim,


c) Execução OITO FASES, como descritas abaixo
Após a publicação da lei orçamentária, temos inicio 1) Formulação do planejamento plurianual,
à fase de execução, que é o próprio processamento das pelo Executivo;
despesas previstas; 2) Apreciação e adequação do plano, pelo
Ademais, nos termos da LRF, art. 8º, o Poder Executivo Legislativo;
deverá no prazo de 30 dias, publicar o decreto de progra- 3) Proposição de metas e prioridades para a
mação financeira e o cronograma de execução mensal de administração e da política de alocação de
desembolso, que tem por objetivos: recursos pelo Executivo;
I – assegurar as unidades orçamentárias, em tempo 4) Apreciação e adequação da LDO, pelo
hábil, a soma de recursos necessários para a melhor exe- Legislativo;
cução do programa de trabalho; 5) Elaboração da proposta de orçamento, pelo
II – manter durante o exercício financeiro o equilíbrio Executivo;
entre receita arrecadada e despesa realizada, visando re- 6) Apreciação, adequação e autorização
duzir eventuais insuficiências de recursos. legislativa;
A Secretaria de Orçamento Federal descentraliza as 7) Execução dos orçamentos aprovados;
dotações orçamentárias, distribuindo-as às unidades or- 8) Avaliação da execução e julgamento das
çamentárias. contas.
A fase de execução tem a exata duração do ano civil.

8
EXEMPLO DE COMO PODE SER COBRADO: O ciclo orçamentário tem início com a elaboração da
(FUNRIO – Administrador – INSS – 2013 – Prova anulada) proposta do Plano Plurianual (PPA) pelo poder Executi-
De acordo com fluxograma do Ciclo Orçamentário a seguir: vo, sendo que isso acontece no primeiro ano de governo
Formulação e apresentação do PPA pelo Executi- do presidente, governador ou prefeito recém-empossado
vo > Apreciação e adequação do PPA pelo Legislativo ou reeleito.
> __________________________  > Apreciação e adequação da RESPOSTA: “ERRADA”
LDO pelo Legislativo > Elaboração e apresentação da LOA
pelo Executivo > ________________________________ > __________ 03. (CESPE/2017 – TRE/BA) O ciclo orçamentário é o
____________> _______________________. período de tempo em que se processam as atividades
Assinale a resposta que melhor corresponde às ativida- típicas do orçamento público. Em sua concepção am-
des que estão faltando. pliada — adotada pela Constituição Federal de 1988
a) Apresentação da LDO com as metas pelo Executivo, —, tal ciclo desdobra-se em oito fases. Uma dessas
Apreciação e adequação da LOA pelo Legislativo, Execução fases corresponde à elaboração da proposta de orça-
do orçamento aprovado pelo Legislativo, Controle pela ava- mento pelo Poder Executivo e a sua submissão ao Po-
liação da execução e controle de contas. der Legislativo. Essa fase ocorre
b) Apresentação da LDO com as metas pelo Executivo,
Execução do orçamento aprovado pelo Legislativo, Contro- a) juntamente com a proposição de metas e prioridades
le pela avaliação da execução e controle de contas, Avalia- para a administração pelo Poder Executivo.
ção e correção do orçamento pelo Legislativo. b) logo após a aprovação pelo Poder Legislativo da política
c) Apresentação da LDO com as metas pelo Executivo, de alocação de recursos proposta pelo Poder Executivo.
Execução do orçamento aprovado pelo Legislativo, Contro- c) logo após a apreciação e a adequação da lei de diretri-
le pela avaliação da execução e controle de contas, Avalia- zes orçamentárias pelo Poder Legislativo.
ção e correção do orçamento pelo Executivo. d) imediatamente antes da execução do orçamento pelo
d) Apresentação da LDO com as metas pelo Executivo, Poder Executivo.
Apreciação e adequação da LOA pelo Executivo, Execução e) imediatamente após a apreciação e a aprovação do pla-
do orçamento aprovado pelo Legislativo, Controle pela ava- no plurianual pelo Poder Legislativo.
liação da execução e controle de contas.
Mais um exemplo de questão que aborda uma aspecto
e) Apresentação da LDO com as metas pelo Executivo,
que destacamos no conteúdo para chamar atenção, que
Execução do orçamento aprovado pelo Legislativo, Contro-
é o CICLO ORÇAMENTÁRIO AMPLIADO, ciclo esse que
le e avaliação da execução e controle de contas, Correção e
tem início com a elaboração do plano plurianual, pas-
encaminhamento para apreciação do Legislativo.
sando pela lei de diretrizes orçamentárias e culminando
com a lei orçamentária anual, constituindo assim, OITO
FASES, como descritas abaixo
EXERCÍCIOS COMENTADOS 1) Formulação do planejamento plurianual, pelo Exe-
cutivo;
2) Apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
01. (CESPE/2018 – STJ) A respeito das técnicas, dos prin- 3) Proposição de metas e prioridades para a administra-
cípios e do ciclo orçamentários, julgue o item a seguir. ção e da política de alocação de recursos pelo Executivo;
O ciclo orçamentário tem início com a preparação da 4) Apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
proposta orçamentária e termina com o encerramento 5) Elaboração da proposta de orçamento, pelo Execu-
do exercício financeiro. tivo;

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


6) Apreciação, adequação e autorização legislativa;
( ) Certo ( ) Errado 7) Execução dos orçamentos aprovados;
8) Avaliação da execução e julgamento das contas.
No conteúdo trabalhado acima colocamos como desta- Portanto,
que uma observação que repito aqui, pois, é exatamente RESPOSTA: “C”
o aspecto analisado nessa questão. Vejamos a observação:
IMPORTANTE: Quando falamos em ciclo orçamentário,
precisamos nos lembrar que este é maior que o exercício O ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL. PLANO
financeiro em si, pois, o ciclo contém uma fase que ocorre PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
antes que se inicie o exercício financeiro e, após o exercí-
cio, temos as fases de controle e avaliação.
RESPOSTA: “ERRADA” No Brasil (Orçamento Geral da União) inicia-se com um
texto elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao Poder
02. (CESPE/2018 – STJ) Acerca dos fundamentos de ad- Legislativo para discussão, aprovação e conversão em lei,
ministração financeira e orçamentária, julgue o item a estando neste documento estimada a arrecadação das re-
seguir. ceitas federais para o ano seguinte e a autorização para a
O ciclo orçamentário começa a partir da mensagem realização de despesas do Governo.
presidencial que encaminha o projeto de lei orçamen- O Orçamento Geral da União é constituído de três pe-
tária ao Congresso Nacional. ças em sua composição: o Orçamento Fiscal, o Orçamen-
to da Seguridade Social e o Orçamento de Investimento
( ) Certo ( ) Errado das Empresas Estatais Federais.

9
A administração financeira e orçamentária do Brasil orçamentária. A União reuniu no orçamento anual os or-
é descentralizada em quatro grandes sistemas federais, çamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos
amparados em instrumentos legais bem definidos que das empresas estatais.
proporcionam um processo orçamentário e financeiro III – resgate da competência do Poder Legis-
transparente e organizado, objetivando aliar o planeja- lativo para tratar de matéria orçamentária. A participação
mento ao Orçamento de forma responsável na gestão do Legislativo passou a abranger todo o ciclo orçamen-
dos recursos públicos: tário, desde a aprovação do plano plurianual, as orienta-
 Sistema Federal de Planejamento e Orçamento, ções na lei de diretrizes orçamentárias, até a autorização
administrado pelo Ministério do Planejamento, Orça- das despesas na Lei Orçamentário Anual.
mento e Gestão (MPOG) – tem como principal função
coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da Lei Dois pontos merecem destaque:
de Diretrizes Orçamentárias e da Proposta Orçamentária 1 – na parte técnica, a Secretaria de Orçamento Fe-
da União, compreendendo o Orçamento Fiscal e da Se- deral do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento
guridade Social, em articulação com a Secretaria de Pla- e Gestão) vem aprimorando conceitos e classificações,
nejamento e Investimentos Estratégicos (SPI). Tem como além da instituição de meios de gestão eletrônica do
órgão central a Secretaria de Orçamento Federal (SOF). processo de captação da proposta orçamentária (SIOP),
 Sistema Federal de Administração Financeira, acompanhamento da execução e dos pedidos de crédi-
administrado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) tos adicionais através do SIDOR – Sistema Integrado de
– visa ao equilíbrio econômico-financeiro do governo Dados Orçamentários que atua integrado com o sistema
federal, dentro dos limites da receita e da despesa pú- SIGPLAN – Sistema de Informações Gerenciais e de Pla-
blicas. Compreende atividades de programação financei- nejamento do Plano Plurianual.
ra da União, de administração de direitos e haveres, de 2 – na parte legal, a Lei de Responsabilidade Fiscal
garantias e obrigações de responsabilidade do Tesouro trouxe uma mudança cultural para os gestores públicos
Nacional e de orientação técnico-normativa referente à ao exigir gestão responsável, equilibrada e transparente,
execução orçamentária e financeira. visando identificar e corrigir desvios capazes de afetar as
 Sistema Federal de Contabilidade, administrado contas públicas e primando pelo equilíbrio entre receitas
pela STN – visa a evidenciar a situação orçamentária, fi- e despesas de forma a garantir o cumprimento da meta
nanceira e patrimonial da União. Define também que “as de superávit primário estabelecido na Lei de Diretrizes
atividades de contabilidade compreendem a formulação Orçamentárias.
de diretrizes para orientação adequada, mediante o esta-
belecimento de normas e procedimentos que assegurem PLANO PLURIANUAL
consistência e padronização das informações produzidas
pelas unidades gestoras”. No Brasil, o Orçamento é definido na Constituição
 Sistema Federal de Controle Interno, administra- Federal de 1988 do Brasil e se dá através de três instru-
do pela Secretaria Federal de Controle (SFC) – compreen- mentos: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Or-
de o conjunto das atividades relacionadas à avaliação do çamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA.
cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, da Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
execução dos programas de governo e dos orçamentos lecerão:
da União e à avaliação da gestão dos administradores I - o plano plurianual;
públicos federais, bem como o controle das operações II - as diretrizes orçamentárias;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

de crédito, avais, garantias, direitos e haveres da União. III - os orçamentos anuais.


A SFC reporta-se ao presidente da República. Além des-
ta secretaria, a União também conta com o Tribunal de Nesse mesmo artigo, no § 7º, temos que os orçamen-
Contas da União (TCU), instituição de auditoria externa tos previstos no § 5º, I e II,( I - o orçamento fiscal referen-
que se reporta ao Congresso Nacional. te aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações
A Constituição Federal atual relaciona dois pontos im- instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamen-
portantes na questão orçamentária. O primeiro é a devo- to de investimento das empresas em que a União, dire-
lução ao Legislativo da prerrogativa de propor emendas ta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
ao Projeto de Lei Orçamentária nas questões de despe- com direito a voto;) deste artigo, compatibilizados com
sas. O segundo é a obrigatoriedade que tem o Executivo o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir
de encaminhar ao Legislativo Projeto de Lei das Diretrizes desigualdades inter-regionais, segundo critério popula-
Orçamentárias. cional.
A Constituição Federal de 1988 reorganizou a distri- O plano plurianual – PPA é instrumento de planeja-
buição de competências no processo orçamentário, que mento de médio prazo, que estabelece as diretrizes, ob-
podem ser analisadas em três aspectos: jetivos e metas do governo para os projetos e programas
I – inciativa de recuperar o planejamento na de longa duração, para um período de quatro anos. Ne-
administração pública brasileira, através da integração nhuma obra de grande vulto ou cuja execução ultrapasse
entre planejamento e orçamento, mediante a criação do um exercício financeiro pode ser iniciada sem prévia in-
Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. clusão no plano plurianual.
II – consolidação do processo de unificação

10
O PLANO PLURIANUAL, com vigência de quatro anos 03. (CESPE/ 2018 – SEFAZ/RS) As políticas públicas
(do segundo ano de um mandato até o final do primeiro do governo federal são estabelecidas no plano plu-
ano do mandato seguinte), tem como função estabelecer rianual (PPA), um instrumento de planejamento es-
as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da admi- tratégico das ações governamentais cujo período de
nistração pública. vigência
A regulamentação do PPA no art. 165 da Constituição
representa peça fundamental da Gestão e a partir da vi- a) é prorrogável por mais quatro anos, em caso de reelei-
gência da LRF, toda despesa deve estar contemplada no ção do presidente da República.
PPA, caso contrário será despesa não autorizada. b) coincide com os quatro anos do mandato do presi-
O PPA deverá ser elaborado no primeiro ano de go- dente da República eleito.
verno e encaminhado até 31 de agosto, contemplando c) tem início no segundo ano de um mandato governa-
as ações governamentais, desdobradas em programas e mental e se encerra no final do primeiro ano do man-
metas. dato seguinte.
Com a adoção deste plano, tornou-se obrigatório o d) coincide com a vigência da lei de diretrizes orçamen-
Governo planejar todas as suas ações e também seu or- tárias (LDO).
çamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas, e) está condicionado ao cumprimento das metas ante-
somente devendo efetuar investimentos em programas riormente aprovadas.
estratégicos previstos na redação do PPA para o período
vigente. Conforme a Constituição, também é sugerido Cuidado, muita gente confunde a vigência do PPA com
que a iniciativa privada volte suas ações de desenvolvi- o período de vigência do mandato, porem, o PLANO
mento para as áreas abordadas pelo plano vigente.1 PLURIANUAL, com vigência de quatro anos (do segun-
do ano de um mandato até o final do primeiro ano do
mandato seguinte), tendo como função estabelecer as
diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da admi-
EXERCÍCIOS COMENTADOS nistração pública.
RESPOSTA: “C”
01. (CESPE/2017 – TCE/PE) Com relação ao orçamento
público brasileiro, julgue o item que se segue.
A previsão de arrecadação na lei orçamentária anual é DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA
obrigatória e constitui condição para que uma receita CONSTITUIÇÃO FEDERAL
seja classificada como orçamentária.

( ) Certo ( ) Errado Art. 165, § 2º -  A lei de diretrizes orçamentárias


compreenderá as metas e prioridades da administração
Atendendo o princípio da universalidade, a LOA pre- pública federal, incluindo as despesas de capital para o
vê as receitas orçamentárias, porém, a ausência nessa exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração
previsão de uma determinada receita, não tira dessa, da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
o caráter orçamentário, com exceção as operações de legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação
crédito por antecipação de receita (ARO), as emissões das agências financeiras oficiais de fomento.
de papel moeda e outras entradas compensatórias no
ativo e passivo financeiros.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


RESPOSTA: “ERRADO” Memorize: LDO =

02. (CESPE/2017 – TCE/PE) A respeito de orçamento


público, julgue o item a seguir. • Define as metas e prioridades do governo para
Além de apresentar harmonia com o plano plurianual o ano seguinte;
e estar voltado para a redução de desigualdades en- • Orienta a elaboração da lei orçamentária anual;
tre as diversas regiões brasileiras, o orçamento fede- • Dispõe sobre alterações na legislação tributária;
ral de investimento deve conter as previsões de recei- • Estabelece a política das agências de desenvol-
tas e despesas de todas as empresas nas quais a União vimento (Banco do Nordeste, Banco do Brasil, BNDES,
detenha participação societária. Banco da Amazônia, etc.);
• Fixa limites para os orçamentos dos Poderes
( ) Certo ( ) Errado Legislativo e Judiciário e do Ministério Público e dispõe
sobre os gastos com pessoal.
O ponto a se observar na afirmativa é quanto à partici-
pação societária, pois, no art. 165, § 5º, I e II, a coloca- Um dos objetivos constitucionais da LDO é o de apre-
ção é que o orçamento de investimento das empresas sentar metas e prioridades da administração pública fe-
em que a União, direta ou indiretamente, detenha a deral para o exercício financeiro subseqüente, de acordo
maioria do capital social com direito a voto. com as orientações do PPA.
Portanto, Com o advento da Lei Complementar nº 101, de 4
RESPOSTA: “ERRADO” de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF),
a LDO recebeu novas atribuições, tendi sido integrados
1 Adaptado de Silvia Rabello/Edmilson de Paula

11
à ela o Anexo de Metas Fiscais, que contém os valores 04) RELATÓRIO: O relator deve analisar o projeto de
dos resultados fiscais e o montante da dívida pública, en- diretrizes orçamentárias e as emendas apresentadas,
tre outras informações; o Anexo de Riscos Fiscais, que tendo como orientação as regras estabelecidas no Pare-
apresenta a avaliação de possíveis dívidas (passivos con- cer Preliminar, e formalizar, em relatório, as razões pelas
tingentes) que poderão afetar as contas públicas quais acolhe ou rejeita as emendas. Deve também justi-
A Lei de Responsabilidade Fiscal remeteu à LDO diver- ficar quaisquer outras alterações que tenham sido intro-
sos outros temas, como política fiscal, contingenciamento duzidas no texto do projeto de lei. O produto final desse
dos gastos, transferências de recursos para entidades pú- trabalho, contendo as alterações propostas ao texto do
blicas e privadas e política monetária. PLDO, decorrentes das emendas acolhidas pelo relator e
das por ele apresentadas, constitui a proposta de subs-
01) PROJETO DE LEI: O projeto de LDO (PLDO) é elabo- titutivo. O relatório e a proposta de substitutivo são dis-
rado pela Secretaria de Orçamento Federal e encaminhado cutidos e votados no Plenário da CMO, sendo necessário
ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, que para aprová-los a manifestação favorável da maioria dos
possui exclusividade na iniciativa das leis orçamentárias. membros de cada uma das Casas, que integram a CMO.
Composto pelo texto da lei e diversos anexos, o proje- A Constituição Federal não estabelece prazo final para
to de lei deve ser encaminhado ao Congresso Nacional a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
até 15 de abril de cada ano. No entanto, determina que o Congresso Nacional não
Recebido pelo Congresso Nacional, o projeto inicia a tenha direito a recesso a partir de 17 de julho enquanto
tramitação legislativa, observadas as normas constantes o PLDO não for aprovado.
da Resolução nº. 01, de 2006 – CN. O projeto de lei é pu- O relatório aprovado em definitivo pela Comissão
blicado e encaminhado à Comissão Mista de Planos, Orça- constitui o parecer da CMO, o qual será encaminhado à
mentos Públicos e Fiscalização – CMO. Secretaria-Geral da Mesa do Congresso Nacional, para
ser submetido à deliberação das duas Casas, em sessão
02) PARECER PRELIMINAR: O parlamentar designado conjunta.
para ser o relator do projeto de diretrizes orçamentárias
(PLDO) deve, primeiramente, elaborar Relatório Preliminar 05) AUTÓGRAFOS E LEIS: Após aprovado, o parecer da
sobre o projeto, o qual, aprovado pela CMO, passa a de- CMO é submetido à discussão e votação no Plenário do
nominar-se Parecer Preliminar. Esse parecer estabelece re-
Congresso Nacional. Os Congressistas podem solicitar
gras e parâmetros a serem observados quando da análise
destaque para a votação em separado de emendas, com
e apreciação do projeto, tais como:
o objetivo de modificar os pareceres aprovados na CMO.
I) condições para o cancelamento de metas constantes
Esse requerimento deve ser assinado por um décimo dos
do projeto;
congressistas e apresentado à Mesa do Congresso Na-
II) critérios para o acolhimento de emendas; e
cional até o dia anterior ao estabelecido para discussão
III) disposições sobre apresentação e apreciação de
da matéria no Plenário do Congresso Nacional.
emendas individuais e coletivas.
Além disso, o parecer preliminar avalia os cenários Concluída a votação, a matéria é devolvida à CMO
econômico-fiscal e social, bem como os parâmetros ma- para a redação final. Recebe o nome de Autógrafo o
croeconômicos utilizados na elaboração do projeto e as texto do projeto ou do substitutivo aprovado definitiva-
informações constantes de seus anexos, com o objetivo mente em sua redação final assinado pelo Presidente do
de promover análises prévias ao conteúdo apresentado. Congresso, que será enviado à Casa Civil da Presidência
Como complemento à análise inicial, a CMO realiza au- da República para sanção.
diência pública com o Ministro do Planejamento, Orça- O Presidente da República pode vetar o autógrafo,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

mento e Gestão, antes da apresentação do Relatório Pre- total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, con-
liminar. tados da data do recebimento. Nesse caso, comunicará
Ao relatório preliminar podem ser apresentadas emen- ao Presidente do Senado os motivos do veto. A parte não
das por parlamentares e pelas Comissões Permanentes da vetada é publicada no Diário Oficial da União como lei. O
Câmara e do Senado. veto deve ser apreciado pelo Congresso Nacional.2

03) EMENDAS: Após aprovado o parecer preliminar,


abre-se prazo para a apresentação de emendas ao projeto
de lei de diretrizes orçamentárias, com vistas a inserir, su- EXERCÍCIO COMENTADO
primir, substituir ou modificar dispositivos constantes do
projeto. 01. (CESPE/2018 – TCE/BA) O envio de projeto de
Cada parlamentar, Comissão Permanente do Senado LDO compete ao 
Federal e da Câmara dos Deputados e Bancada Estadual
do Congresso Nacional pode apresentar até cinco emen- a) TCU, que o encaminha ao Congresso Nacional.
das ao anexo de metas e prioridades. Não se incluem nes- b) presidente da República, que o encaminha ao TCU.
se limite as emendas ao texto do projeto de lei. Para essa c) presidente da República, que o encaminha ao Con-
finalidade, as emendas são ilimitadas. gresso Nacional.
As emendas são apresentadas perante a CMO, que so- d) TCU, que o encaminha ao presidente da República.
bre elas emite parecer conclusivo e final, que somente po- e) ministro da Fazenda, que o encaminha ao presidente
derá ser modificado mediante a aprovação de destaque da República.
no Plenário do Congresso Nacional.
2 Adaptado de www.senado.gov.br

12
O projeto de LDO (PLDO) é elaborado pela Secretaria
de Orçamento Federal e encaminhado ao Congresso ORÇAMENTO ANUAL NA CONSTITUIÇÃO
Nacional pelo Presidente da República, que possui ex- FEDERAL
clusividade na iniciativa das leis orçamentárias.
RESPOSTA: “C”

02. (CESPE/2017 - Prefeitura de Belo Horizonte/MG) A LOA é elaborada anualmente pelo poder Executivo
Com relação aos princípios orçamentários, às leis or- em atendimento à Constituição Federal e a Lei Federal
çamentárias e às vedações orçamentárias, assinale a 4.320/64, que estabelece as normas gerais para elabora-
opção correta. ção, execução e controle orçamentário.
A esfera orçamentária da LOA contém três orçamen-
a) Crédito especial aberto nos últimos quatro meses do tos, previstos na Constituição Federal: o orçamento fiscal,
exercício incorporado ao orçamento do exercício sub- o orçamento da seguridade social (previdência, assistên-
sequente pode ser remanejado para categoria de pro- cia e saúde) e o orçamento de investimentos das empre-
gramação diversa, a critério do ordenador de despesa. sas estatais;
b) É discricionária a execução orçamentária e financeira • Orçamento fiscal, incluindo todas as receitas e
de programações decorrentes de emendas individuais despesas, referentes aos Poderes do Estado, seus fundos,
ao projeto de lei orçamentária, assegurada a execução órgãos da administração direta, autarquias, fundações
equitativa de despesas destinadas a ações e serviços instituídas e mantidas pelo Poder Público;
públicos de saúde. • Orçamento de investimento das empresas em
c) Admite-se proposta de alteração do projeto de lei or- que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria
çamentária anual de iniciativa do chefe do Poder Exe- do capital com direito a voto;
cutivo até a deliberação final pela Câmara dos Depu- • Orçamento da seguridade social, abrangendo
tados, após a aprovação plenária do Senado Federal. todos os órgãos e entidades da administração direta ou
d) O orçamento pressupõe a realização dos planos de autárquica, bem como os fundos e fundações instituídas
ação governamental estipulados no PPA, na LDO e pelo Poder Público, vinculados à saúde, previdência e as-
na LOA. sistência social.

Alternativa A – ERRADA – o remanejamento de recurso Sua elaboração permite concretizar o planejamento


só é possível com autorização legislativa. apresentado no PPA e, conforme prevê a LDO, estabelece
Alternativa B – ERRADA – trata-se de execução obriga- a programação das ações a serem executadas para alcan-
tória e não de execução discricionária a destinação à çar os objetivos determinados e que terão seu cumpri-
ações e serviços públicos de saúde a metade do limite mento durante o exercício financeiro.
aprovado de 1.2% da receita líquida para emendas in- Conforme determina a Constituição, o Governo é obri-
dividuais. gado a encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária Anual
Alternativa C – ERRADA – alterações no PPA, LDO, LOA ao Congresso nacional até o dia 31 de agosto de cada ano
e créditos adicionais serão possíveis enquanto não ini- (4 meses antes do encerramento da sessão legislativa).
ciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alte- A Constituição determina que o Orçamento deva ser
ração é proposta. votado e aprovado até o final de cada legislatura. Depois
Alternativa D – CERTO de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo
RESPOSTA: “D” Presidente da República, transformando-se na Lei Orça-
mentária Anual.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


03. (CESPE/2018 - CGM de João Pessoa/PB)Com rela- Constitui matéria exclusiva da lei orçamentária a pre-
ção às técnicas e aos instrumentos utilizados na ela- visão da receita e a fixação da despesa, podendo conter,
boração e na aprovação do orçamento, julgue o item ainda segundo a norma constitucional:
que se segue.  • Autorização para abertura de créditos suple-
O anexo de metas fiscais deve ser obrigatoriamente mentares;
incluído na lei de diretrizes orçamentárias, mas a in- • Autorização para contratação de operações de
clusão do anexo de riscos fiscais é facultativa.  crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária
(ARO) na forma da lei.
( ) Certo ( ) Errado
Os orçamentos fiscais e de investimentos serão com-
Com o advento da Lei Complementar nº 101, de 4 de patibilizados com o PPA; terão a função de reduzir as de-
maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF), a sigualdades inter-regionais, segundo critérios de popula-
LDO recebeu novas atribuições, tendi sido integrados ção e renda per capita.
à ela o Anexo de Metas Fiscais, que contém os valores As emendas ao projeto de LOA ou aos projetos que o
dos resultados fiscais e o montante da dívida pública, modifiquem terão que ser compatíveis com o PPA e com
entre outras informações e o Anexo de Riscos Fiscais, a LDO, para serem aprovadas.
que apresenta a avaliação de possíveis dívidas (passivos O prazo para envio do projeto da LOA ao Poder Legis-
contingentes) que poderão afetar as contas públicas. lativo é até 31 de agosto.
Ambos foram integrados à LDO, portanto, não é facul- No prazo de trinta dias após o encerramento de cada
tativo a inclusão, e sim obrigatório. bimestre, o Poder Executivo publicará relatório resumido
RESPOSTA: “ERRADO” da execução orçamentária.

13
Ciclo do Orçamento Anual
Uma vez que a cada exercício será preciso uma nova
Lei Orçamentária Anual, verifica-se que o processo or- EXERCÍCIOS COMENTADOS
çamentário se dá na forma de um verdadeiro ciclo, com
quatro fases bem distintas: 01. (CESPE/2017 –TCE/PE) A respeito do ciclo, do
processo e dos princípios do orçamento público, jul-
1. Elaboração da Proposta Orçamentária gue o item subsequente.
Trata-se do momento em que cada um dos diversos As metas e os riscos fiscais são gerados na etapa de
órgãos e entidades que compõem a Administração Pú- planejamento do processo de elaboração do orça-
blica faz o levantamento das suas necessidades de e cur- mento anual.
sos para o exercício seguinte, levando em consideração
os programas do Governo e os objetivos de desenvolvi- ( ) Certo ( ) Errado
mento econômico e social do país.
O órgão central de planejamento recebe todas estas A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF integrou à LDO
demandas e as consolida num único documento, com- esses dois anexos e não à LOA.
patibilizando-o com a estimativa das receitas esperadas RESPOSTA: “ERRADO”
para o próximo ano.
Em seguida, redistribui a previsão de gastos de acor- 02. (CESPE/2018 – SEFAZ/RS) A lei orçamentária
do com os parâmetros macroeconômicos, estabelecendo anual (LOA), emanada do Poder Executivo, estabele-
as quotas finais de recursos para cada órgão. ce as receitas e as despesas projetadas para o exercí-
Finalmente, é produzido o texto do projeto da Lei Or- cio seguinte. No que se refere à classificação, a esfera
çamentária Anual, juntamente com os diversos anexos orçamentária da LOA tem como finalidade identificar
que irão detalhar todas as receitas e despesas, de acordo se a despesa pertence ao
com classificação orçamentária própria.
O projeto da LOA é então remetido ao Poder Legisla- a) nível de atividade, de projeto ou de operação especial.
tivo, junto com mensagem do chefe do Poder Executivo, b) nível geral, específico ou de encargos especiais.
para aprovação. c) orçamento fiscal, da seguridade social ou de investi-
mento.
2. Discussão e Aprovação da Lei Orçamentária d) orçamento federal, estadual ou municipal.
Ao chegar no Poder Legislativo, o projeto da LOA e) orçamento originário, administrativo ou organizacional.
será apreciado pelos congressistas, que poderão propor
emendas ao texto inicial, dando origem a um texto subs- Conforme vimos no conteúdo acima, a esfera orça-
titutivo. mentária da LOA contém três orçamentos, previstos na
O projeto da LOA cumprirá um rito semelhante ao das Constituição Federal: o orçamento fiscal, o orçamento
demais leis que tramitam pelo Congresso Nacional, sen- da seguridade social (previdência, assistência e saúde)
do exigido apenas maioria simples para sua aprovação. e o orçamento de investimentos das empresas estatais.
Após a devida aprovação da LOA, com ou sem emen- Como se trata de esfera orçamentária já eliminamos
das, o Poder Legislativo devolve para o Poder Executivo, as alternativas A e B, restando-nos portanto, conforme
para sanção ou veto. citado acima, a alternativa C como assertiva.
Sendo sancionada pelo Presidente da República, a RESPOSTA: “C”
LOA agora será promulgada, e com sua publicação no
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Diário Oficial da União, estará produzindo os seus devi-


dos efeitos legais. ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

3. Execução Orçamentária
Esta fase transcorre durante todo o exercício finan- Através da classificação funcional programática o sis-
ceiro, pois consiste na efetiva arrecadação, por parte do tema orçamentário teve um grande avanço.
Governo, das diversas receitas previstas, bem como a Essa classificação permite vincular as dotações orça-
realização das despesas programadas para o período. mentárias aos objetivos de governo e, estes, por sua vez,
são viabilizados pelos Programas de Governo.
4. Controle e Avaliação Como já vimos acima, quando falamos sobre as téc-
O controle se inicia junto com a execução do orça- nicas orçamentárias, esse enfoque permite uma visão de
mento, uma vez que o próprio Governo, através dos seus “o que o governo faz”, o que tem um significado bastan-
órgãos de controle interno ou de controle externo, ini- te diferenciado do enfoque tradicional, que visualiza “o
ciam a fiscalização sobre os gestores públicos, com rela- que o governo compra”.
ção à legalidade dos procedimentos executados. No Brasil, o Orçamento-Programa está estruturado
No tocante à avaliação, trata-se de preocupação es- em diversas categorias programáticas, ou níveis de pro-
pecífica com os resultados efetivos dos programas reali- gramação, que representam objetivos da ação governa-
zados durante o ano, em termos de benefícios gerados mental em diversos níveis decisórios. Assim, a classifica-
para a população. ção funcional programática apresenta:

14
 Função  Programas de Gestão de Políticas Públicas
Representando o maior nível de agregação das diver- Os programas de gestão de políticas públicas assu-
sas áreas de despesa que competem ao setor público. mirão denominação específica de acordo com a missão
institucional de cada órgão. Portanto, haverá apenas um
 Subfunção programa dessa natureza por órgão. Exemplo: “Gestão
A subfunção representa uma partição da função, da Política de Saúde”.
visando agregar determinado subconjunto de despe- Seus atributos básicos são: denominação, objetivo,
sas do setor público. Na nova classificação a subfunção órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável
identifica a natureza básica das ações que se aglutinam pelo programa
em torno das funções. Na Presidência da República e nos Ministérios que
constituam órgãos centrais de sistemas (Orçamento e
Como acima colocado, os programas deixam de ter Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um programa
o caráter de classificador e cada nível de governo pas- desse tipo.
sará a ter a sua estrutura própria, adequada à solução Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abran-
dos seus problemas, e originária do processo de plane- gem as ações de gestão de Governo e serão compostos
jamento desenvolvido durante a formulação do Plano de atividades de planejamento, orçamento, controle in-
Plurianual – PPA, ora em fase de elaboração. terno, sistemas de informação e diagnóstico de supor-
Haverá convergência entre as estruturas do plano te à formulação, coordenação, supervisão, avaliação e
plurianual e do orçamento anual a partir do programa, divulgação de políticas públicas. As atividades deverão
“módulo” comum integrador do PPA com o Orçamento. assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial.
Em termos de estruturação, o plano termina no progra-
ma e o orçamento começa no programa, o que confere a  Programas de Serviços ao Estado
esses documentos uma integração desde a origem, sem Programas de Serviços ao Estado são os que resultam
a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibili- em bens e serviços ofertados diretamente ao Estado, por
zação entre módulos diversificados. O programa, como instituições criadas para esse fim específico. Seus atribu-
único módulo integrador, e os projetos e as atividades, tos básicos são: denominação, objetivo, indicador(es),
como instrumento de realização dos programas. órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável
Cada programa deverá conter, no mínimo, objetivo, pelo programa.
indicador que quantifique a situação que o programa
tenha por fim modificar e os produtos (bens e serviços)  Programa de Apoio Administrativo
necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos pro- O programa de Apoio Administrativo corresponde ao
gramas darão origem aos projetos e atividades. A cada conjunto de despesas de natureza tipicamente adminis-
projeto ou atividade só poderá estar associado um pro- trativa e outras que, embora colaborem para a consecu-
duto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará ção dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão
origem à meta. de políticas públicas, não são passíveis de apropriação a
Os programas serão compostos por atividades, pro- esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de pro-
jetos e uma nova categoria de programação denomi- ver os órgãos da União dos meios administrativos para a
nada operações especiais. Essas últimas poderão fazer implementação e gestão de seus programas finalísticos.
parte dos programas quando entendido que efetiva-
mente contribuem para a consecução de seus objetivos. Ações
Quando não, as operações especiais não se vincularão a Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


programas. identificadas em termos de funções, subfunções, progra-
A estruturação de programas e respectivos produtos, mas, atividades, projetos e operações especiais.
consubstanciados em projetos e em atividades, está sen- São de três naturezas diferentes as ações de governo
do definida no atual momento, na etapa de validação que podem ser classificadas como categorias de progra-
SOF/SPI e Setoriais, e seu resultado será disponibilizado mação orçamentária: atividade, projeto e operação es-
para que os órgãos setoriais e as unidades orçamentá- pecial.
rias apresentem as suas propostas orçamentárias. Os projetos e atividades são os instrumentos orça-
mentários de viabilização dos programas. Estão assim
São quatro os tipos de programas previstos: conceituados:
Atividade: é um instrumento de programação para al-
 Programas Finalísticos cançar o objetivo de um programa, envolvendo um con-
São programas que resultam em bens e serviços junto de operações que se realizam de modo contínuo e
ofertados diretamente à sociedade. Seus atributos bá- permanente, das quais resulta um produto necessário à
sicos são: denominação, objetivo, público-alvo, indica- manutenção da ação de governo.
dor(es), fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unida- Projeto: é um instrumento de programação para al-
des orçamentárias e unidade responsável pelo programa cançar o objetivo de um programa, envolvendo um con-
O indicador quantifica a situação que o programa te- junto de operações, que se realizam num período limita-
nha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto do de tempo, das quais resulta um produto que concorre
das ações sobre o público alvo. para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de go-
verno.

15
Operação Especial: são ações que não contribuem para 02. (CESPE/2018 – STJ) Acerca do plano plurianual,
a manutenção das ações de governo, das quais não resul- das classificações orçamentárias e da estrutura pro-
ta um produto e não geram contraprestação direta sob a gramática, julgue o item a seguir.
forma de bens ou serviços. Representam, basicamente, o Ações orçamentárias definidas como operações espe-
detalhamento da função “Encargos Especiais”. Porém um ciais são aquelas despesas que não contribuem para
grupo importante de ações com a natureza de operações a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das
especiais quando associadas a programas finalísticos po- ações de governo.
dem apresentar produtos associados.
São despesas passíveis de enquadramento nesta ação: ( ) Certo ( ) Errado
amortizações e encargos, aquisição de títulos, pagamento
de sentenças judiciais, transferências a qualquer título (não Operação Especial são ações que não contribuem para
confundir com descentralização), fundos de participação, a manutenção das ações de governo, das quais não re-
operações de financiamento (concessão de empréstimos), sulta um produto e não geram contraprestação direta
ressarcimentos de toda a ordem, indenizações, pagamento sob a forma de bens ou serviços. Representam, basica-
de inativos, participações acionárias, contribuição a organis- mente, o detalhamento da função “Encargos Especiais”.
mos nacionais e internacionais, compensações financeiras. RESPOSTA: “CERTO”
Com exceção do pagamento de inativos, que integra
uma função específica, as demais operações serão classifi- 03. (CESPE/2017 – EBSERH) Com relação à Classifica-
cadas na função “encargos especiais”. ção por Estrutura Programática, assinale a alternativa
que completa correta e respectivamente as lacunas.
Localização de Gasto “Toda ação do Governo está estruturada em progra-
As atividades, projetos e operações especiais serão mas orientados para a realização dos objetivos estra-
detalhados em subtítulos e desdobradas para especificar tégicos definidos _____ para o período de ____________”.
a localização geográfica integral ou parcial das respecti-
vas atividades, projetos e operações especiais, não po-
a) na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – dois anos
dendo haver, por conseguinte, alteração da finalidade e
b) no Plano Plurianual (PPA) – quatro anos
da denominação do produto.
c) na Lei Orçamentária Anual (LOA) – dois anos
A localização do gasto é o menor nível de detalhamen-
d) na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – quatro anos 
to na lei, e na fase da elaboração, é onde o órgão setorial
e) na Lei Orçamentária Anual (LOA) – quatro anos
apropria o valor financeiro da sua proposta orçamentária.
O somatório das quantidades das metas regionalizadas
Para responder essa questão podemos usar dois cami-
constituirá a meta consolidada da atividade ou projeto, e
o somatório dos seus valores será o valor consolidado da nhos diferentes de análise, um, nos atentando ao perío-
atividade ou projeto, no programa de trabalho da Unidade do de vigência dos três instrumentos em questão.
Orçamentária na Lei Orçamentária Anual. O PPA tem vigência de 04 anos; a LDO tem vigência de
A regionalização é um detalhamento baseado no có- 01 ano e a LOA também de 01 ano. O que excluiria as
digo do IBGE, dispondo de um campo para a indicação da alternativas A e C, nos levando portanto a afirmar que
Região, Estado e Município. Não havendo regionalização, a resposta é a alternativa B.
a ação será nacional., tendo o detalhamento correspon- A outra analise é em relação ao nível de atuação de
dente replicado no subtítulo.3 cada instrumento, sendo:
PPA – atua no nível estratégico
LDO – atua no nível tático
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

LOA – atua no nível operacional


EXERCÍCIOS COMENTADOS Sendo assim, visto que o enunciado se refere à reali-
zação dos objetivos estratégicos, nos restaria res-
01. (CESPE/2018 – STJ) A respeito dos principais me- ponder PPA.
canismos no planejamento e execução do orçamento Portanto,
público, julgue o item que se segue.  RESPOSTA: “B”
A identificação da localização do gasto público na es-
trutura programática é feita por meio do subtítulo. 
CRÉDITOS ORDINÁRIOS E ADICIONAIS.
( ) Certo ( ) Errado

As atividades, projetos e operações especiais serão de- CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS


talhados em subtítulos e desdobradas para especificar Expressão utilizada para designar o montante de re-
a localização geográfica integral ou parcial das respec- cursos disponíveis numa dotação orçamentária seja ela
tivas atividades, projetos e operações especiais, não po- consignada na Lei Orçamentária ou num crédito adicio-
dendo haver, por conseguinte, alteração da finalidade e nal, para aplicação por uma unidade orçamentária na fi-
da denominação do produto. nalidade e natureza das despesas indicadas através das
Altamente recomendável a leitura do MANUAL TÉCNI- respectivas classificações.
CO DE ORÇAMENTO. O crédito orçamentário é portador de uma dotação, e
RESPOSTA: “CERTO” essa representa a quantia monetária que limita o recurso
financeiro autorizado.
3 Adaptado de Paulo de Matos F. Diniz

16
Desse modo, em virtude do princípio da eficiência, que orienta toda a atividade estatal, inclusive a financeira, pode
haver gastos menores, assim como, dentro da discricionariedade e normatividade mínima do orçamento, fatores de-
vidamente motivados podem levar a gastos menores, isso porque, o gestor público precisa de alguma flexibilidade, já
que medeia prazo entre a elaboração e a execução do orçamento. Pode-se constatar que despesas não são mais ne-
cessárias e mesmo o surgimento de situações imprevisíveis e urgentes, de modo que os créditos orçamentários iniciais
podem sofrer alterações qualitativa e quantitativa por meio de créditos adicionais.
O orçamento anual é resultado de um processo de planejamento, sendo que, durante a execução da LOA é possível
que haja situações que não foram apontadas na fase de elaboração, o que leva a se criar mecanismos que retifiquem
o orçamento.

CRÉDITOS ORDINÁRIO

Aprovado pela lei orçamentária anual

Consta dos orçamentos fiscal, da seguridade social e do investimento das empresas estatais.

CRÉDITOS ADICIONAIS

Créditos Adicionais são as autorizações para despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orça-
mentária Anual, visando atender:

Insuficiência de dotações ou recursos alocados nos orçamentos;

Necessidade de atender a situações que não foram previstas, inclusive por serem imprevisíveis,
nos orçamentos.

Os créditos adicionais, portanto, constituem-se em procedimentos previstos na Constituição e na Lei 4.320/64 para
corrigir ou amenizar situações que surgem, durante a execução orçamentária, por razões de fatos de ordem econômica
ou imprevisíveis. Os créditos adicionais são incorporados aos orçamentos em execução.

Modalidades de Créditos Adicionais

Créditos Suplementares
• destinados ao reforço de dotações orçamentárias existentes, aumentando assim as despesas fixadas
no orçamento.
• são autorizados previamente por lei, podendo essa autorização legislativa constar da própria lei
orçamentária, e aberta por decreto do Poder Executivo.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


• sua vigência é restrita ao exercício financeiro referente ao orçamento em execução.
• deve indicar a fonte de recursos

Créditos Especiais
• destinados a autorização de despesas não previstas ou fixadas nos orçamentos aprovados.
• cria um novo projeto ou atividade, ou uma categoria econômica ou grupo de despesa inexistente em
projeto ou atividade integrante do orçamento vigente.
• sempre autorizados por lei específica e abertos por decreto do Executivo, com indicação de fonte de
recursos
• tem vigência durante o exercício em que forem autorizados, salvo se o ato autorizativo for
promulgado nos últimos quatro meses (setembro a dezembro) , sendo então facultada sua reabertura
no exercício subsequente, nos limites dos respectivos saldos, sendo incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente (CF, art. 167, § 2°).
Créditos Extraordinários
• destinados para atender a despesas imprevisíveis e urgentes (CF. art. 167, § 3).
• são abertos por Decreto do Poder Executivo, que encaminha para conhecimento do Poder
Legislativo, devendo ser convertido em lei no prazo de trinta dias, sem necessidade de indicação de
recursos
• sua vigência vigora dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato da
autorização ocorrer nos meses (setembro a dezembro) daquele exercício, hipótese pela qual poderão
ser reabertos, nos limites dos seus saldos, incorporando-se ao orçamento do exercício seguinte.

17
Recursos para financiamento dos Créditos Adicionais
Os recursos financeiros disponíveis para abertura de créditos suplementares e especiais estão listados no art. 43 da
Lei n° 4.320/64, no art. 91 do Decreto-Lei n°200/67 e no § 8° do art. 166 da Constituição Federal:
• O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, sendo a diferença positiva entre
o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais reaberto sou transfe-
ridos, no exercício da apuração, e as operações de créditos a eles vinculadas.
• O excesso de arrecadação, constituído pelo saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a ar-
recadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Do referido saldo será deduzida a
importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.
• A anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais autorizados em lei, adicionan-
do àquelas consideradas insuficientes.
• Neste tipo, inclui-se a anulação da reserva de contingência, conceituada como a dotação global não destinada
especificamente a órgão, unidade orçamentária ou categoria econômica e natureza da despesa;
• O produto das operações de crédito, desde que haja condições jurídicas para sua realização pelo Poder Exe-
cutivo.
• Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares,
com prévia e específica autorização legislativa. (CF, art. 166, §8°).

O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a sua espécie e a classificação da despesa.4

EXERCÍCIOS COMENTADOS

01. (CESPE/2017 – TCE/PE) Acerca dos mecanismos necessários à execução do orçamento, julgue o item que se
segue.
Crédito adicional aberto com base em autorização dada pela lei orçamentária anual corresponde a um crédito
suplementar.

( ) Certo ( ) Errado

Dentre as três modalidade de credito adicional existente, o único que pode constar da própria lei orçamentaria é o
suplementar. (vide quadro demonstrativo das modalidades de credito adicional acima no conteúdo)
RESPOSTA: “CERTO”

02. (CESPE/2018 – ABIN) Acerca do orçamento público, julgue o item a seguir.


É vedada a prorrogação de vigência de créditos especiais para exercício financeiro diverso daquele em que os referidos
créditos foram autorizados.

( ) Certo ( ) Errado
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Tem vigência durante o exercício em que forem autorizados, salvo se o ato autorizativo for promulgado nos últimos
quatro meses (setembro a dezembro), sendo então facultada sua reabertura no exercício subsequente, nos limites dos
respectivos saldos, sendo incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente (CF, art. 167, § 2°). 
RESPOSTA: “ERRADO”

03. (CESPE/2018 – STM) Julgue o item que se segue, relativo ao Sistema de Planejamento e de Orçamento Fe-
deral (SPOF) e aos créditos orçamentários adicionais.
Embora seja admitida para atender despesas imprevisíveis, a abertura de créditos extraordinários depende da
indicação dos recursos correspondentes.

( ) Certo ( ) Errado

Dentre as três modalidades, essa é a única para a qual não se exige indicação de recursos correspondentes.
RESPOSTA: “ERRADO”

4 Adaptado de Daniel Giotti

18
PROGRAMAÇÃO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA. DESCENTRALIZAÇÃO
ORÇAMENTÁRIA FINANCEIRA. ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO

A PROGRAMAÇÃO compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de execução do orça-
mento ao fluxo provável de recursos financeiros, assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados
por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação vigente.
Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante
decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos,
observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos:

S ubsecretarias de
Planejamento,
Secretaria do Tesouro Orçamento e Unidades Gestoras
Nacional - órgão Administração (ou Executoras (UGE) -
central equivalentes os órgãos órgão de apoio
setoriais - OS PF) - órgão
de apoio

Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira
mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução.
Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados
(UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras ca-
bem a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento.

EXECUÇÃO
A execução financeira representa o fluxo de recursos financeiros necessários à realização efetiva dos gastos dos
recursos públicos para a realização dos programas de trabalho definidos.

RECURSO ≠ CRÉDITO
RECURSO é dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária (enfoque da execução financeira)
CRÉDITO é dotação ou autorização de gasto ou sua descentralização (enfoque da execução
orçamentária).

A execução orçamentária e financeira estão atreladas pois havendo orçamento e não existindo o financeiro, não
poderá ocorrer a despesa e por outro lado, pode haver recurso financeiro que não poderá ser gasto, caso não haja
disponibilidade orçamentária.
De acordo com a Lei 4.320/64 o exercício financeiro no Brasil é o espaço de tempo compreendido entre 1º de janeiro

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


e 31 de dezembro de cada ano, no qual a administração promove a execução orçamentária e demais fatos relacionados
com as variações qualitativas e quantitativas que tocam os elementos patrimoniais da entidade ou órgão público.
De acordo com a Lei 4.320/64 o exercício financeiro no Brasil é o espaço de tempo compreendido entre 1º de janeiro
e 31 de dezembro de cada ano, no qual a administração promove a execução orçamentária e demais fatos relacionados
com as variações qualitativas e quantitativas que tocam os elementos patrimoniais da entidade ou órgão público.
O dispêndio de recursos financeiros oriundos do Orçamento Geral da União se faz exclusivamente por meio de
Ordem Bancária - OB e da Conta Única do Governo Federal e se destina ao pagamento de compromissos, bem como
a transferência de recursos entre as Unidades Gestoras, tais como liberação de recursos para fins de adiantamento,
suprimento de fundos, cota, repasse, sub-repasse e afins.

A Ordem Bancária é portanto o ÚNICO documento de transferência de recursos financeiros.


O ingresso de recursos se dá quando o contribuinte efetua o pagamento de seus tributos por meio de DARF, junto à
rede bancária, que deve efetuar o recolhimento dos recursos arrecadados, ao BACEN, no prazo de um dia. Com o DARF
Eletrônico e a GRPS Eletrônica, os usuários do sistema podem efetuar o recolhimento dos tributos federais e contri-
buições previdenciárias diretamente à Conta Única, sem trânsito pela rede bancária. Ao mesmo tempo, a Secretaria da
Receita Federal recebe informações da receita bruta arrecadada, que é classificada decendialmente (ou seja, a cada 10
dias) no SIAFI. Esse valor classificado deve corresponder ao montante registrado no BACEN no período. 
Uma vez tendo recursos em caixa, começa a fase de saída desses recursos, para pagamentos diversos. O pagamento
entre Unidades Gestoras ocorre mediante a transferência de limite de saque, que é a disponibilidade financeira da UG
on-line, existente na Conta Única.5
5 Fonte: www.tesouro.fazenda.gov.br

19
DESCENTRALIZAÇÃO São consideradas Unidades de Origem (SECEX, ISC,
A descentralização orçamentária é o mecanismo de SETEC, SEGEDAM, SECOF, DICON, SPR).
transferência de créditos orçamentários para as unidades A Unidade do Tribunal responsável pela descentrali-
gestoras cuja execução da despesa (empenho, liquidação zação orçamentária é a Secretaria de Orçamento, Finan-
e pagamento) ocorre de forma descentralizada, de acor- ças e Contabilidade - SECOF, por subdelegação de com-
do com delegação de competência. petência da SEGEDAM.
A descentralização se dá no âmbito orçamentário e
no âmbito financeiro. ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO
No âmbito orçamentário temos: Com as alterações apresentadas nas estruturas do
 Dotação: Quando a descentralização ocorre na PPAs, que apresentam Programas Temáticos, Objetivos,
unidade central de programação orçamentária para ór- Metas e Iniciativas, além dos Programas de Gestão, Ma-
gãos setoriais contemplados diretamente no orçamento. nutenção e Serviços ao Estado, buscou-se evitar a sobre-
 Descentralização Interna de Crédito ou Provi- posição entre o Plano e o Orçamento, verificada anterior-
são: é a transferência de créditos entre unidades gestoras mente entre os dois instrumentos, e priorizar a relação de
de um mesmo órgão ou entidade; e complementaridade existente entre eles.
 Descentralização Externa de Crédito ou Des- O SIGPlan foi criado a partir do Plano Plurianual – PPA
taque: é a transferência de créditos entre unidades ges- 2000-2003 para ser um instrumento de acompanhamen-
toras de órgãos de estruturas administrativas diferentes, to e controle da execução física dos gastos orçamentá-
de um órgão para outro. rios do Governo Federal.
Esse sistema, no entanto, foi desativado e substituí-
No âmbito financeiro temos: do pelo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamen-
Descentralização Financeira consiste na movimenta- to – SIOP, que é um sistema informatizado que suporta
ção dos recursos financeiros do órgão central de progra- processos de planejamento e orçamento do Governo
mação financeira para as Unidades Gestoras tendo como Federal, tendo sido desenvolvido em softwares livres e
finalidade o pagamento das despesas orçamentárias le- composto por vários subsistemas: PPA, LDO, LOA, de re-
galmente empenhadas e liquidadas. ceitas e de alterações orçamentárias.
Ocorre em três etapas: A partir de 2012, a SOF implementou um processo de
 Cota: transferência de recursos do órgão central acompanhamento físico-financeiro das ações orçamen-
de programação financeira para os órgãos setoriais do tárias, apoiado por uma solução em Tecnologia de In-
sistema. formação - TI, implementada em outro modulo no SIOP.
 Repasse: transferência de recursos financeiros Para que o acompanhamento seja bem-sucedido, é ne-
entre órgãos de estruturas administrativas diferentes, ou cessária a participação dos Órgãos Setoriais de Orçamento
seja, entre Secretarias, destinados a atender o pagamen- (OS) e das Unidades Orçamentárias (UO). Assim, é de fun-
to dos gastos orçamentários. É a movimentação externa damental importância a capacitação das pessoas envolvi-
de recursos financeiros. das no preenchimento do módulo do SIOP correspondente.
Pode ocorrer entre órgãos da administração direta, Esse trabalho de acompanhamento também servirá
ou desta para uma entidade da administração indireta, para o Órgão de Controle, cujo interesse é verificar se o
ou entre estas entidades, bem como de uma entidade da que realmente foi previsto foi efetivamente realizado, ou
administração indireta para um órgão da administração seja, poderá acompanhar a execução da lei orçamentária
direta. Normalmente acompanha o destaque. (e suas alterações).
 Sub-repasse: movimentação interna de recursos A fiscalização do Orçamento Público é realizada atra-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

financeiros destinados ao pagamento das despesas orça- vés de:


mentárias. Normalmente acompanha a provisão.  Controle Interno: realizado pelos órgãos do
próprio Poder Executivo, especialmente pela Controlado-
O lançamento é feito por intermédio de documento ria-Geral da União (CGU) e, ainda, cada Ministério possui
do SIAFI denominado Nota de Crédito, podendo se pro- um Assessor de Controle Interno, vinculado tecnicamen-
cessar da seguinte maneira: te à CGU.
a) Programação anual com descentralização se-  Controle Externo: exercido pelo Poder Legisla-
mestral realizada de acordo com o planejamento reali- tivo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU).
zado pelas Secretaria localizadas nos estados e pelo ISC;  Controle Social: realizado pela sociedade, tanto
b) em processos específicos de autorização de des- nos espaços institucionais de participação, como Conse-
pesas (ressarcimento, dívida de exercícios anteriores); lhos e Conferências, quanto nos espaços de articulação
c) mensagens via SIAFI das Unidades Gestoras (SE- da própria sociedade, como nas Redes e Fóruns.
CEXs e ISC) para complementação das dotações;
d) autorização do ISC para a descentralização orça- DIFERENÇA ENTRE ACOMPANHAMENTO E MONITO-
mentária relativo às despesas com a execução de cursos RAMENTO
nos estados PTRES (039667); Em um contexto de limitação de recursos e de foco
e) autorização da SETEC para envio de recursos de em resultados, a importância do acompanhamento e do
“Ações de Informática” (PTRES 811050). monitoramento se maximiza.
Para auxiliar a compreensão dos dois conceitos, po-
der-se-ia comparar o acompanhamento a uma foto e o
monitoramento a uma filmagem.

20
 O acompanhamento retrata uma situação passada que pode, portanto, não ser mais
verdadeira no presente, mas que é de grande valia quando o recorte temporal se aproxima do
período em que recursos são utilizados (ao final de um exercício financeiro, por exemplo).
 Já o monitoramento busca detectar as dificuldades que ocorrem durante a programação
para corrigi-las oportunamente.

Quando se considera a amplitude, o foco está na extensão proporcionada por cada um dos conceitos.
Assim, o acompanhamento das ações orçamentárias pressupõe uma visão geral do que está sendo acompanhado
e o monitoramento, por sua vez, busca a Especificidade.
Com relação à aplicação, o acompanhamento permite a obtenção de subsídios úteis para prestação de contas e
transparência exigida pela sociedade, tal qual como previsto na Constituição. Como os dados fornecidos pelo acom-
panhamento são de conformidade para controle, eles são estáticos. O monitoramento traz subsídios para a tomada de
decisão. Ao se identificar tempestivamente os pontos frágeis e as restrições, os dados são importantes para proporcio-
nar intervenções corretivas por meio de uma ação proativa do gestor. Essa é uma atividade gerencial que maximiza os
resultados. Os dados, por conseguinte, são dinâmicos.
Para fazer o acompanhamento orçamentário, que considera os valores físicos e financeiros das ações, são utilizados,
como forma de medição, indicadores de eficiência e eficácia.
O monitoramento, por sua vez, faz uso de indicadores de eficácia e os instrumentaliza para uma análise posterior
na busca de sinais para efetividade, resultados e impactos, que são comumente buscados quando da avaliação de uma
política pública.
A informação proporcionada pelo acompanhamento é perene e contribui para realização de monitoramento e
avaliação. Por sua vez, as informações do monitoramento são transitórias (dinâmicas) e servem como subsídio para a
avaliação.
Em relação à responsabilidade por executar o acompanhamento, esta recai legalmente sobre os administradores e
demais responsáveis por bens, dinheiro e valores públicos. No caso do monitoramento, é atribuída aos administradores
que precisam priorizar os projetos da sua pasta para garantir a efetiva realização.
O quadro abaixo apresenta o resumo das diferenças entre acompanhamento e monitoramento.6

DIMENSÕES ACOMPANHAMENTO MONITORAMENTO


Amplitude  Pressupõe Visão Geral  Pressupõe Especificidade
 Dados de Conformidade –  Dados para intervenções corretivas/
Controle (Estático) proativas – Gerencial (Dinâmico)
Aplicação
 Subsídios para Prestação de
 Subsídios para a tomada de decisão
Contas e Transparência
 Indicadores de eficiência e  Indicadores de eficácia e sinais para
Forma de Medição
eficácia a efetividade, resultados impactos
 Perene: contribui para o
Informação  Transitória: subsídios para avaliação
Monitoramento e Avaliação

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


 Atribuída legalmente aos  Atribuída aos administradores que
Responsabilidade administradores e demais responsáveis precisam priorizar os projetos para garantir
por bens, dinheiro e valores públicos. a efetiva realização

EXERCÍCIOS COMENTADOS

01. (CESPE/2017 – TCE/PE) Julgue o item seguinte, relativo à programação e à execução orçamentária e financeira. 
A dotação caracteriza-se pela descentralização orçamentária entre a unidade central de programação orçamen-
tária e um órgão setorial contemplado diretamente no orçamento.

( ) Certo ( ) Errado

A descentralização no âmbito orçamentário se dá de três formas, como vimos acima, sendo sim, a dotação o tipo de
a descentralização que ocorre na unidade central de programação orçamentária para órgãos setoriais contemplados
diretamente no orçamento.
Veja acima no conteúdo os outros dois tipos, além da descentralização no âmbito financeiro.
RESPOSTA: “CERTO”

6 Adaptado de Leila Barbieri de Matos Frossard/Marcio Luiz de Albuquerque Oliveira

21
02. (CESPE/2017 – TRE/PE) A respeito da programa-
ção e da execução orçamentária e financeira, assinale RECEITA PÚBLICA. CONCEITO.
a opção correta. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA.
ETAPAS E ESTÁGIOS.
a) O Sistema Integrado de Administração Financeira do
governo federal permite o acompanhamento orça-
mentário, por meio de dados físicos e financeiros dos
subtítulos das ações. No contexto orçamentário, receita pública é todo o
b) As alterações orçamentárias são realizadas por meio recebimento ou ingresso de recursos arrecadados pela
de créditos suplementares, especiais ou extraordiná- entidade com o fim de ser aplicado em gastos opera-
rios, sendo vedada a alteração na modalidade de apli- cionais e de administração, ou seja, todo recurso ob-
cação. tido pelo Estado para atender as despesas públicas.
c) Compete ao órgão descentralizador do crédito a pro- (Jund/2008)
gramação financeira das dotações descentralizadas Não importa se derivam de atividade impositiva do
relativas a termo de convênio. Estado ou através de contratos firmados pela administra-
d) A execução dos créditos orçamentários por unidade ção, com caráter de bilateralidade.
gestora pertencente a órgão de estrutura diferente da Uns e outros devem ser tidos como receitas públicas,
prevista na lei do orçamento constitui-se por meio de cujo estudo amplo, pertence ao campo do Direito Finan-
descentralização interna. ceiro, e mais remotamente, ao da Ciência das Finanças.
e) O acompanhamento orçamentário externo é atribui- Entrada ou ingresso é todo dinheiro recolhido aos co-
ção dos tribunais de contas dos estados ou da União. fres públicos, mesmo sujeito à restituição.
A noção compreende as importâncias e valores reali-
Alternativa A – ERRADA – processo de acompanhamen- zados a qualquer título. Assim, os tributos (impostos, ta-
to físico-financeiro das ações orçamentárias foi imple- xas, e contribuição de melhoria) e as rendas da atividade
mentado do SIOP e não no SIAF econômica do Estado (preços), não restituíveis, são in-
Alternativa B – ERRADA – a alteração da programação gressos ou entradas. À semelhança, as fianças, cauções,
qualitativa da despesa é permitido nos créditos espe- empréstimos públicos, posto que restituíveis.
ciais e extraordinários. Receita é a quantia recolhida aos cofres públicos não
Alternativa C – CERTA sujeita a restituição, ou, por outra, a importância que in-
Alternativa D – ERRADA - trata-se de descentralização tegra o patrimônio do Estado em caráter definitivo.
externa Na lição de Aliomar Baleeiro receita pública é a entra-
Alternativa E – ERRADA – esse controle será feito pelo da que, integrando-se no patrimônio público sem quais-
Poder Legislativo. quer reservas, condições ou correspondência no passivo
RESPOSTA: “C” vem acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo.

03. (CESPE/2017 – TCE/PE) Julgue o item seguinte,


relativo à programação e à execução orçamentária e Vale destacar, portanto, esses aspectos:
financeira. 
O acompanhamento da execução orçamentária 1. Receita para a contabilidade pública, para fins
federal é competência privativa da Secretaria de Or- de registro das transações, ocorre quando há ingresso de
çamento Federal. recurso financeiro, qualquer que seja;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

2. Receita sob enfoque Patrimonial, ou seja, para


( ) Certo ( ) Errado fins de análise e estudo do patrimônio, ocorre quando o
fato administrativo provoca acréscimo de valor no patri-
Como vimos no conteúdo acima, fiscalizar o orçamento mônio líquido, excluídos os que sejam provenientes de
público, através de acompanhamento da execução, se aporte dos proprietários da entidade;
dá através de:Controle Interno: realizado pelos órgãos 3. Receita pelo enfoque Orçamentário, ou seja,
do próprio Poder Executivo, especialmente pela Contro- para fins de controle e execução do orçamento público,
ladoria-Geral da União (CGU) e, ainda, cada Ministé- são todos os ingressos disponíveis para cobertura das
rio possui um Assessor de Controle Interno, vinculado despesas orçamentárias e operações que, mesmo não
tecnicamente à CGU. Controle Externo: exercido pelo havendo ingresso de recursos, financiam despesas orça-
Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas mentárias.
da União (TCU). Controle Social: realizado pela socie-
dade, tanto nos espaços institucionais de participação, CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS
como Conselhos e Conferências, quanto nos espaços
de articulação da própria sociedade, como nas Redes a) Quanto à Origem: Originárias X Derivadas
e Fóruns.  Receitas Originárias são aquelas provenientes
Portanto, além da SOF, temos a participação do Poder da exploração do patrimônio da pessoa jurídica de direi-
Executivo, da CGU, do Poder Legislalivo, do TCU, e até to público, ou seja, o Estado coloca parte do seu patri-
mesmo pela sociedade. mônio a disposição de pessoas físicas ou jurídicas, que
RESPOSTA: “ERRADO” poderão se beneficiar de bens ou de serviços, mediante
pagamento de um preço estipulado.

22
Elas independem de autorização legal e pode ocorrer  Receitas Extraordinárias são aquelas incons-
a qualquer momento, e são oriundas da exploração do tantes, esporádicas, às vezes excepcionais, e que, por
patrimônio mobiliário ou imobiliário, ou do exercício de isso, não se renovam de ano a ano na peça orçamentária.
atividade econômica, industrial, comercial ou de serviços, Como exemplo mais típico, costuma-se citar o imposto
pelo Estado ou suas entidades. Exemplos: Rendas obtidas extraordinário, previsto no art. 76 do Código Tributário
sobre os bens sujeitos à sua propriedade (aluguéis, divi- Nacional, e decretado, em circunstâncias anormais, nos
dendos, aplicações financeiras). casos de guerra ou sua iminência. As receitas patrimo-
 Receitas Derivadas são aquelas cobradas pelo niais devem, também, ser consideradas como extraordi-
Estado, por força do seu poder de império, sobre as re- nárias, sob o aspecto orçamentário.
lações econômicas praticadas pelos particulares, pessoas
físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens. Na atualidade, e) Quanto à forma de sua realização: Receitas Pró-
constitui-se na instituição de tributos, que serão exigidos prias, de Transferência se de Financiamentos.
da população, para financiar os gastos da administração  Receitas Próprias se dão quando seu ingres-
pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos so é promovido pela própria entidade, diretamente, ou
específicos prestados ou colocados a disposição da co- através de agentes arrecadadores autorizados. Exemplo:
munidade. Exemplos: Taxas, Impostos e Contribuições de tributos, aluguéis, rendimento de aplicações financeiras,
Melhoria. multas e juros de mora, alienação de bens, etc.
 Transferências se dão quando a sua arrecada-
b) Quanto à Natureza: Receitas Orçamentárias X ção se processa através de outras entidades, em virtude
Receitas Extra Orçamentárias de dispositivos constitucionais e/ou legais, ou ainda, me-
 Receitas Orçamentárias são todos os ingressos diante celebração de acordos e/ou convênios. Exemplo:
financeiros de caráter não devolutivo auferidos pelo Po- cota parte de Tributos Federais aos Estados e Municípios
der Público. A receita orçamentária se subdivide ainda (FPE e FPM), Cota parte de Tributos Estaduais aos Muni-
nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes cípios (ICMS e IPV A), convênios, etc.
e receitas de capital.  Financiamentos são as operações de crédito
 Receita Extra Orçamentária correspondem aos realizadas com destinação específica, vinculadas à com-
valores provenientes de toda e qualquer arrecadação que provação da aplicação dos recursos. São exemplos os fi-
não figurem no orçamento público e, consequentemen- nanciamentos para implantação de parques industriais,
te, que não lhe pertencem. O Governo fica como mero aquisição de bens de consumo durável, obras de sanea-
depositário dos valores recebidos. Exemplos: Depósitos mento básico, etc.
recebidos, Cauções em dinheiro recebidas, Consignações
retidas a pagar, etc. f) Segundo a Categoria Econômica: Receitas Cor-
rentes X Receitas de Capital
c) Quanto à Repercussão Patrimonial: Efetivas X
Não efetivas Receitas Correntes
 Receitas Públicas Efetivas são aquelas em que São destinadas a financiar as Despesas Correntes.
os ingressos de disponibilidades de recursos não foram Classificam-se em:
precedidos de registro de reconhecimento do direito e  Receitas Correntes são destinadas a financiar
não constituem obrigações correspondentes: Por isso, as Despesas Correntes. Classificam-se em:
aumentam a situação liquida do patrimônio financeiro e  Receitas Tributárias que são provenientes da
a situação líquida patrimonial. Exemplos: Receita Tributá- cobrança de impostos, taxas e contribuições de melhoria.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


ria, Receita Patrimonial, Receita de Serviços, etc.  Receitas de Contribuições que são provenien-
 Receitas Públicas Não efetivas são aquelas em tes da arrecadação de contribuições sociais e econômi-
que os ingressos de disponibilidades de recursos foram cas; por exemplo: contribuições para o PIS/PASEP, contri-
precedidos de registro de reconhecimento do direito. buições para fundo de saúde de servidores públicos, etc.
Por isso, aumentam a situação líquida do patrimônio fi-  Receita Patrimonial são proveniente do resul-
nanceiro, mas não altera a situação líquida patrimonial. tado financeiro da fruição do patrimônio, decorrente
São exemplos: Alienação de bens; Operações de crédito; da propriedade de bens mobiliários ou imobiliários; por
Amortização de empréstimo concedido; Cobrança de dí- exemplo: Aluguéis, dividendos, receita oriunda de aplica-
vida ativa. ção financeira, etc.
 Receita Agropecuária decorre da exploração
d) Quanto à Regularidade: Ordinárias X Extraor- das atividades agropecuárias; por exemplo: receita da
dinárias produção vegetal, receita da produção animal e deri-
 Receitas Ordinárias são aquelas que repre- vados.
sentam certa regularidade na sua arrecadação, sendo  Receita Industrial obtida com atividades liga-
normatizadas pela Constituição ou por leis específicas. das à indústria de transformação. Exemplos: indústria
Exemplos: Arrecadação de Impostos (Federais, Estaduais editorial e gráfica, reciclagem de lixo, etc.
ou Municipais), Transferências do Fundo de Participação  Receitas de Serviços são provenientes de ativi-
dos Estados e do Distrito Federal, do Fundo de Participa- dades caracterizadas pela prestação se serviços por ór-
ção dos Municípios, Cota parte do ICMS destinado aos gãos do Estado; por exemplo: serviços comerciais (com-
Municípios, etc. pra e venda de mercadorias), etc.

23
 Transferências Correntes são recursos recebi- c) Arrecadação
dos de outras pessoas de direito público ou privado, desti- É o ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas
nados ao atendimento de despesas correntes. e demais créditos, sendo distinguida em;
 Outras Receitas Correntes são o grupo que com- •Direta, a que é realizada pelo próprio Estado ou seus
preende as Receitas de Multas e Juros de Mora, Indeniza- servidores e;
ções e Restituições, Receita da Dívida Ativa, etc. •Indireta, a que é efetuada sob a responsabilidade de
terceiros credenciados pelo Estado.
Receitas de Capital Os agentes da arrecadação são devidamente autori-
São aquelas provenientes de realização de recursos zados para receberem os recursos e entregarem ao Te-
oriundos da contratação de dívidas; da conversão em es- souro Público, sendo divididos em dois grupos:
pécie de bens (alienação de bens móveis e imóveis); dos •Agentes públicos (coletorias, tesourarias, delegacias,
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou postos fiscais, etc);
privados destinados a atender despesas classificáveis em •Agentes privados (bancos autorizados).
Despesas de Capital. São destinadas ao atendimento das
Despesas de Capital e classificam-se em: d) Recolhimento
 Operações de Crédito são os financiamentos ob- Consiste na entrega do numerário, pelos agentes ar-
tidos dentro e fora do País; trata-se de recursos captados recadadores, públicos ou privados, diretamente ao Te-
de terceiros para obras e serviços públicos. Exemplos: co- souro Público ou ao banco oficial.
locação de títulos públicos, contratação de empréstimos e O recolhimento de todas as receitas deve ser feito
financiamentos, etc.; com a observância do princípio de unidade de tesouraria,
 Alienação de Bens são receitas provenientes da vedada qualquer fragmentação para a criação de caixas
venda de bens móveis e imóveis; especiais. (art.56 da Lei 4.320/64).
 Amortização de Empréstimos são receitas pro- Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serão man-
venientes do recebimento do principal mais correção mo- tidos no Banco do Brasil S/A, somente sendo permitidos
netária, de empréstimos efetuados a terceiros; saques para o pagamento de despesas formalmente pro-
 Transferências de Capital são recursos recebidos
cessadas e dentro dos limites estabelecidos na progra-
de outras entidades; aplicação desses recursos deverá ser
mação financeira; A conta única do Tesouro Nacional é
em despesas de capital. O recebimento desses recursos não
mantida no Banco Central, mas o agente financeiro é o
gera nenhuma contraprestação direta em bens e serviços;
Banco do Brasil, que deve receber as importâncias prove-
 Outras Receitas de Capital são as que envolvem
nientes da arrecadação de tributos ou rendas federais e
as receitas de capital não classificáveis nas anteriores.
realizar os pagamentos e suprimentos necessários à exe-
cução do Orçamento Geral da União.
ESTÁGIOS OU FASES DA RECEITA PÚBLICA
A realização da receita pública se dá mediante uma se-
quencia de atividades, cujo resultado é o recebimento de
recursos financeiros pelos cofres públicos. Os estágios são EXERCÍCIOS COMENTADOS
os seguintes:

a) Previsão 01. (CESPE/2017 – TRF/ 1ª REGIÃO)A respeito dos es-


Compreende a estimativa das receitas para compor a tágios e da classificação da receita pública, julgue o
proposta orçamentária e aprovação do orçamento público próximo item.
pelo legislativo, transformando-o em Lei Orçamentária. Os dividendos recebidos por determinada entidade
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Na previsão de receita devem ser observadas as normas pública são classificados como receita corrente patri-
técnicas e legais, considerados os efeitos das alterações na monial.
legislação, da variação do índice de preços, do crescimen-
to econômico ou de qualquer outro fator relevante, sendo ( ) Certo ( ) Errado
acompanhada de demonstrativo de sua evolução nos três
últimos anos, da projeção para os dois seguintes àquele a Conforme vimos acima, segundo a Categoria Econômi-
que se referir a estimativa, e da metodologia de cálculo e ca, temos as Receitas Correntes e as Receitas de Capital.
premissas utilizadas, segundo dispõe o art. 12 da LRF. Receitas Correntes
São destinadas a financiar as Despesas Correntes. Clas-
b) Lançamento (aplicável às receitas tributárias) sificam-se em:
É o ato da repartição competente que verifica a proce-  Receitas Tributárias que são provenientes da co-
dência do crédito fiscal, identifica a pessoa que é devedora brança de impostos, taxas e contribuições de melhoria.
e inscreve o débito desta.  Receitas de Contribuições que são provenientes
Compreende os procedimentos determinação da ma- da arrecadação de contribuições sociais e econômicas;
téria tributável, cálculo do imposto, identificação do sujeito por exemplo: contribuições para o PIS/PASEP, contribui-
passivo e notificação. ções para fundo de saúde de servidores públicos, etc.
As importâncias relativas a tributos, multas e outros  Receita Patrimonial são proveniente do resultado
créditos da Fazenda Pública, lançadas mas não cobradas financeiro da fruição do patrimônio, decorrente da pro-
ou não recolhidas no exercício de origem, constituem Dí- priedade de bens mobiliários ou imobiliários; por exem-
vida Ativa a partir da sua inscrição pela repartição com- plo: Aluguéis, dividendos, receita oriunda de aplicação
petente. financeira, etc.

24
 Receita Agropecuária decorre da exploração das c) A classificação da receita pública por fonte de recursos
atividades agropecuárias; por exemplo: receita da pro- indica a origem do recurso segundo o seu fato gera-
dução vegetal, receita da produção animal e derivados. dor, quer seja recurso do Tesouro Nacional, quer de
 Receita Industrial obtida com atividades ligadas à outras fontes.
indústria de transformação. Exemplos: indústria edito- d) As dívidas da União dividem-se em dívidas ativas e
rial e gráfica, reciclagem de lixo, etc. dívidas passivas, conforme a etapa da execução orça-
 Receitas de Serviços são provenientes de ativida- mentária em que se encontre o pagamento da obriga-
des caracterizadas pela prestação se serviços por órgãos ção da União.
do Estado; por exemplo: serviços comerciais (compra e e) A receita pública origina-se tanto da exploração de pa-
venda de mercadorias), etc. trimônio de pessoa jurídica de direito público quanto
 Transferências Correntes são recursos recebidos do poder do Estado de exigir prestações pecuniárias
de outras pessoas de direito público ou privado, desti- dos cidadãos.
nados ao atendimento de despesas correntes.
 Outras Receitas Correntes são o grupo que com- Alternativa A – ERRADA – trata-se de receita corrente.
preende as Receitas de Multas e Juros de Mora, Indeni- Alternativa B – ERRADA – trata-se de arrecadação
zações e Restituições, Receita da Dívida Ativa, etc. Alternativa C – ERRADA – A classificação da receita por
RESPOSTA: “CERTO” natureza deve ser utilizada por todos os
entes da federação e visa identificar a origem do re-
02. (CESPE/2017 – TER/TO) A receita pública passa curso segundo o fato gerador: acontecimento real que
por diversos estágios desde seu planejamento até o ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos.
seu ingresso nos cofres públicos. Ao longo desse pro- Alternativa D – ERRADA – Dívida ativa corresponde a
cesso, ocorre a constituição do crédito tributário, que uma RECEITA, o que justifica ser chamada de ATIVA,
se dá no estágio de portanto, é um direito e não uma obrigação.
Alternativa E- CERTA.
a) planejamento. RESPOSTA: “E”
b) previsão.
c) lançamento.
d) arrecadação. DESPESA PÚBLICA. CONCEITO.
e) recolhimento. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA.
ETAPAS E ESTÁGIOS.
Para responder essa questão vamos analisar rapida-
mente os quatro estágios (lembrando que planejamen-
to não está inserido) da receita, sendo esses:
Despesa pública é o conjunto de dispêndios do Es-
Previsão - Compreende a estimativa das receitas para
tado ou de outra pessoa de direito público a qualquer
compor a proposta orçamentária e aprovação do orça- título, a fim de saldar gastos fixados na lei do orçamento
mento público pelo legislativo, transformando-o em Lei ou em lei especial, visando à realização e ao funciona-
Orçamentária. mento dos serviços públicos. Nesse sentido, a despesa
Lançamento (aplicável às receitas tributárias) - É o ato é parte do orçamento, ou seja, aquela em que se encon-
da repartição competente que verifica a procedência do tram classificadas todas as autorizações para gastos com
crédito fiscal, identifica a pessoa que é devedora e ins- as várias atribuições e funções governamentais. Em ou-
creve o débito desta.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


tras palavras, as despesas públicas formam o complexo
Arrecadação - É o ato pelo qual o Estado recebe os da distribuição e emprego das receitas das receitas para
tributos, multas e demais créditos . custeio e investimento em diferentes setores da adminis-
Recolhimento - Consiste na entrega do numerário, pe- tração governamental.
los agentes arrecadadores, públicos ou privados, direta-
mente ao Tesouro Público ou ao banco oficial. Quanto à sua natureza, classificam-se em:
Portanto, conforme conceitos acima descritos, a cons-  Despesa Orçamentária: é aquela que depende
tituição do crédito tributário ocorre no estágio do lan- de autorização legislativa para ser realizada e que não
çamento. pode ser efetivada sem a existência de crédito orçamen-
RESPOSTA: “C” tário que a corresponda suficientemente.
 Despesa Extra-orçamentária: trata-se dos paga-
03. (CESPE/2017 – TER/PE) Com relação à receita pú- mentos que não dependem de autorização legislativa,
blica, assinale a opção correta. ou seja, não integram o orçamento público. Correspon-
dem à restituição ou entrega de valores arrecadados sob
a) São receitas de capital os recursos financeiros rece- o titulo de receita extra-orçamentária. Ex.: devolução de
bidos por ente público para custear despesas com fianças e cauções; recolhimento de imposto de renda re-
pessoal, com serviços de terceiros ou com material de tido na fonte, etc.
consumo.
b) Um dos estágios da receita pública é o recolhimento,
que consiste na entrega dos recursos devidos pelos
contribuintes ou devedores ao Tesouro Nacional.

25
A despesa Orçamentária se divide ainda conforme figura abaixo:

A despesa pública é executada em três estágios: empenho, liquidação e pagamento.


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

1º ESTÁGIO – EMPENHO DE DESPESA


Ordinário – despesas normais
Estimativa – despesas variáveis
Global – despesas contratuais e sujeitas a parcelamentos

Empenho é o primeiro estágio da despesa e “é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. O empenho é prévio, ou seja, precede a
realização da despesa e está restrito ao limite de crédito orçamentário (art. 59). É vedada a realização da despesa sem
prévio empenho (art. 60). A formalização do empenho se dá com a emissão do pedido de empenho, pelos setores com-
petentes, e devidamente autorizados, no Módulo Financeiro. A emissão da Nota de Empenho representa uma garantia
para o fornecedor ou para o prestador de serviço contratado pela Administração Pública de que a parcela referente a
seu contrato foi bloqueada para honrar os compromissos assumidos. Pode-se deduzir, portanto, que o orçamento é
compromissado através do empenho. O empenho da despesa é o instrumento de utilização de créditos orçamentários.
Entende-se por nota de empenho o documento utilizado para fins de registro da operação de empenho de uma
despesa. Para cada empenho será extraída uma nota de empenho, que indicará o nome do credor (beneficiário do
empenho), a especificação e a importância da despesa.

26
O empenho para compras, obras e serviços só pode ser emitido após a conclusão da licitação, salvo nos casos de
dispensa ou inexigibilidade, desde que haja amparo legal na legislação que regulamenta as licitações (Lei nº 8.666/93).
As despesas só podem ser empenhadas até o limite dos créditos orçamentários iniciais e adicionais, e de acordo com
o cronograma de desembolso da unidade gestora, devidamente aprovado.

O empenho deverá ser anulado:


 no decorrer do exercício:
– parcialmente, quando seu valor exceder o montante da despesa realizada; ou – totalmente, quando o serviço
contratado não tiver sido prestado, quando o material encomendado não tiver sido entregue ou quando o empenho
tiver sido emitido incorretamente.
 no encerramento do exercício
- quando o empenho referir-se a despesas não liquidadas, salvo aquelas que se enquadrarem nas condições previs-
tas para a inscrição em restos a pagar.
O valor correspondente ao empenho anulado reverte ao crédito, tornando-se disponível para novo empenho ou
descentralização, respeitado o regime de exercício.

2º ESTÁGIO – LIQUIDAÇÃO

A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito.

A liquidação tem por fim apurar:

 a origem e o objeto do que se deve pagar;


 a importância exata a ser paga e
 a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação

O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferência, desde a entrada
do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa.
A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou por serviços prestados terá por base:
 Contrato, ajuste ou acordo respectivo;
 A nota de empenho;
 Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

3º ESTÁGIO – PAGAMENTO

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


A ordem de pagamento é o despacho exarado pela autoridade competente determinando que a despesa seja paga.

A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade.

O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituído por estabelecimentos
bancários credenciados, ou em casos excepcionais, por meio de adiantamento.

FIQUE ATENTO!
Não confundir ordem de pagamento com ordem bancária. A ordem de pagamento é despacho exarado
pela autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. Ordem bancária é o documento
emitido através do Siaf, que transfere o recurso financeiro para a conta do credor.
Vale ressaltar que, a Secretaria do Tesouro Nacional considera, durante o exercício financeiro, a despesa
pela sua liquidação, entretanto, para fins de encerramento do exercício financeiro, toda a despesa
empenhada e não anulada até 31 de dezembro, será considerada despesa nas demonstrações contábeis.

27
O exame da despesa pública deve anteceder ao estudo Quanto ao aspecto econômico em geral
da receita pública, pois não pode mais ser compreendida a) Despesa real ou de serviço é a efetivamente rea-
apenas vinculada ao conceito econômico privado, isto é, de lizada pelo Estado em razão da utilização de bens e ser-
que a despesa deva ser realizada após o cálculo da receita, viços particulares na satisfação de necessidades públicas,
como ocorre normalmente com as empresas particulares. havendo uma amputação desses bens ou serviços do se-
Aliás, hoje em dia, os particulares recorrem ao emprés- tor privado em proveito do setor público; corresponde,
timo sempre que a receita se apresenta deficiente em re- pois, à vida dos serviços públicos e à atividade das admi-
lação à despesa. nistrações, caracterizando-se pela contraprestação que é
O Estado tem como objetivo, no exercício de sua ativi- feita em favor do Estado; 
dade financeira, a realização de seus fins, pelo que procura b) Despesa de transferência, que é aquela que é
ajustar a receita à programação de sua política, ou seja, a efetivada pelo Estado sem que receba diretamente qual-
despesa precede a esta. Tal ocorre porque o Estado cui- quer contraprestação a seu favor, tendo o propósito
da primeiro de conhecer as necessidades públicas ditadas meramente redistributivo, já que o dinheiro de uns se
pelos reclamos da comunidade social, ao contrário do que transfere para outros, como, por exemplo, no pagamen-
acontece com o particular, que regula as suas despesas em to de pensões e de subvenções a atividades ou empresas
face de sua receita. privadas;
Deve-se conceituar a despesa pública sob os pontos
de vista orçamentário e científico. Quanto ao ambiente
Aliomar Baleeiro ensina que a despesa pública, sob o a) Despesa interna é a feita para atender às neces-
enfoque orçamentário, é “a aplicação de certa quantia em sidades de ordem interna do país e se realiza em moeda
dinheiro, por parte da autoridade ou agente público com- nacional e dentro do território nacional; 
petente, entro de uma autorização legislativa, para execu- b) Despesa externa, que se realiza fora do país, em
ção de um fim a cargo do governo”. moeda estrangeira e visa a liquidar dívidas externas;
Assim a despesa pública é a soma de gastos realizados
pelo Estado para a realização de obras e para a prestação Quanto à duração
de serviços públicos. a) Despesa ordinária, que visa a atender às necessi-
Por outro lado, há o entendimento que, por despesa dades públicas estáveis, permanentes e periodicamente
pública deve-se entender a inversão ou distribuição de previstas no orçamento, constituindo mesmo uma rotina
riqueza que as entidades públicas realizam, objetivando no serviço público, como, por exemplo, a despesa relati-
a produção dos serviços reclamados para satisfação das va ao pagamento do funcionalismo público; 
necessidades públicas e para fazer em face de outras exi- b) Despesa extraordinária, que objetiva satisfazer
gências da vida pública, as quais não são chamadas pro- necessidades públicas acidentais, imprevisíveis e, por-
priamente serviços. tanto, não constantes do orçamento, não apresentando,
por outro lado, regularidade em sua verificação, e es-
Elementos da Despesa Pública tão mencionadas na Constituição Federal (art. 167, §3º)
Os elementos da despesa pública são os seguintes: como sendo as despesas decorrentes de guerra, como-
a) De natureza econômica: o dispêndio, incidente ção interna ou calamidade pública, que por serem urgen-
em um gasto para os cofres do Estado e em consumo para tes e inadiáveis não podem esperar o processo prévio da
os beneficiados; a riqueza pública, bem econômico, repre- autorização legal;
sentada pelo acervo originário das rendas do domínio pri- c) Despesa especial, que tem por finalidade permi-
vado do Estado e da arrecadação dos tributos;  tir o atendimento de necessidades públicas novas, surgi-
b) De natureza jurídica: a autorização legal dada das no decorrer do exercício financeiro e, portanto, após
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

pelo poder competente para a efetivação da despesa; a aprovação do orçamento, embora não apresentem as
c) De natureza política: a finalidade de satisfação da características de imprevisibilidade e urgência; assim, de-
necessidade pública pelo Estado, o que é feita pelo processo pendem de prévia lei para a sua efetivação, sendo de se
do serviço público, como medida de sua política financeira. citar, como exemplo, a despesa que o Estado é obrigado
É universal o princípio de que a escolha do objetivo a fazer em decorrência de sentença judicial;
da despesa pública envolve um ato político, referente à
determinação das necessidades públicas que deverão ser Quanto à importância de que se revestem
satisfeitas pelo processo do serviço público. a) Despesa necessária é aquela intransferível em
face da necessidade pública, sendo sua efetivação pro-
Espécies de Despesa Pública vocada pela coletividade; 
b) Despesa útil é aquela que, embora não seja re-
Quanto à forma clamada pela coletividade e não vise a atender necessida-
a) Despesa em espécie, que constitui hoje a forma des públicas prementes,é feita pelo Estado para produzir
usual de sua execução, embora, como já se disse ante- uma utilidade à comunidade social, como as despesas
riormente, ainda existam alguns serviços públicos que não de assistência social; portanto, à luz deste critério, não
são remunerados pelo Estado;  se pode falar em despesa inútil, e mesmo as despesas de
b) Despesa em natureza, forma que predominava guerra podem produzir uma utilidade, como a indepen-
na antiguidade mas que hoje está praticamente abolida, dência nacional e a realização de unidade nacional, po-
embora ainda ocorra, como no caso de indenização pela dendo, inclusive; esta utilidade ser de caráter econômico,
desapropriação de imóvel rural mediante títulos da dívida pois o Estado quando evita ou limita uma invasão ao seu
pública com cláusula de correção monetária (CF, art.184);2) território, impede ou diminui um prejuízo econômico.

28
Quanto aos efeitos econômicos I) Despesas correntes são aquelas que não enrique-
a) Despesa produtiva, que, além de satisfazer ne- cem o patrimônio público e são necessárias à execução
cessidades públicas, enriquece o patrimônio do Estado dos serviços públicos e à vida do Estado, sendo, assim,
ou aumenta a capacidade econômica do contribuinte, verdadeiras despesas operacionais e economicamente
como as despesas referentes à construção de portos, es- improdutivas:
tradas de ferro, etc.;  a) Despesas de custeio são aquelas que são feitas ob-
b) Despesa improdutiva é aquela que não gera um jetivando assegurar o funcionamento dos serviços públi-
benefício de ordem econômica em favor da coletividade; cos, inclusive às destinadas a atender a obras de conser-
vação e adaptação de bens imóveis, recebendo o Estado,
Quanto à mobilidade em contraprestação, bens e serviços (art. 12, §12, e art.
a) Despesa fixa é aquela que consta do orçamento 13): Pessoal civil - Pessoal militar - Material de consumo
e é obrigatória pela Constituição, não podendo ser alte- - Serviços de terceiros - Encargos diversos.
rada a não ser por uma lei anterior, e não pode deixar de b) Despesas de transferências correntes são as que se
ser efetivada pelo Estado;  limitam a criar rendimentos para os indivíduos, sem qual-
b) Despesa variável é aquela que não é obrigató- quer contraprestação direta em bens ou serviços, inclusi-
ria pela Constituição, sendo limitativa, isto é, o Poder ve para contribuições e subvenções destinadas a atender
Executivo fica obrigado a respeitar seu limite, mas não à manifestação de outras entidades de direito público ou
imperativa; daí o Estado ter a faculdade de realizá-la ou privado, compreendendo todos os gastos sem aplicação
não, dependendo de seus critérios administrativo e de governamental direta dos recursos de produção nacional
oportunidade, sendo de se citar, como exemplo, um au- de bens e serviços (art. 12, § 2º, Ebert. 13): Subvenções
xílio pecuniário em favor de uma instituição de caridade, sociais - Subvenções econômicas – Inativos – Pensionis-
não gerando, por outro lado, direito subjetivo em favor tas - Salário-família e Abono familiar - Juros da dívida
do beneficiário; pública - Contribuições de Previdência Social - Diversas
transferências correntes.
Quanto à competência
a) Despesa federal, que visa a atender a fins e ser- II) Despesas de capital são as que determinam uma
viços da União Federal, em cujo orçamento está consig- modificação do patrimônio público através de seu cresci-
nada;  mento,sendo, pois, economicamente produtivas, e assim
b) Despesa estadual, que objetiva atender a fins e se dividem:
serviços do Estado, estando fixada em seu orçamento; a) Despesas de investimentos são as que não revelam
c) Despesa municipal, que tem por finalidade aten- fins reprodutivos (art. 12, § 42, e art. 13): Obras públicas
der a fins e serviços do Município, sendo consignada no - Serviços em regime de programação especial - Equipa-
orçamento municipal; mentos e instalações - Material permanente - Participa-
ção em constituição ou aumento de capital de empresas
Quanto ao fim ou entidades industriais ou agrícolas.
a) Despesa de governo é a despesa pública própria b) Despesas de inversões financeiras são as que cor-
e verdadeira, pois se destina à produção e à manuten- respondem a aplicações feitas pelo Estado e suscetíveis
ção do serviço público, estando enquadrados nesta ca- de lhe produzir rendas (art. 12, § 5º, e art. 13): - Aquisição
tegoria os gastos com os pagamentos dos funcionários, de imóveis - Participação em constituição ou aumento de
militares, magistrados, etc., à aplicação de riquezas na capital de empresas ou entidades comerciais ou financei-
realização de obras públicas e emprego de materiais de ras - Aquisição de títulos representativos de capital de

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


serviçoe à conservação do domínio público; empresas em funcionamento - Constituição de fundos
b) Despesa de exercício é a que se destina à obten- rotativos - Concessão de empréstimos - Diversas inver-
ção e utilização da receita, como a despesa para a ad- sões financeiras.
ministração do domínio fiscal (fiscalização de terras, de c) Despesas de transferências de capital são as que
bosques, das minas, manutenção de fábricas, etc.) e para correspondem a dotações para investimentos ou inver-
a administração financeira (arrecadação e fiscalização sões financeiras a serem realizadas por outras pessoas
de receitas tributárias, serviço de dívida pública, com o jurídicas de direito público ou de direito privado, inde-
pagamento dos juros e amortização dos empréstimos pendentemente de contraprestação direta em bens ou
contraídos). serviços, constituindo essas transferências auxílios ou
contribuições, segundo derivem diretamente da lei de
Classificação Da Lei Nº4.320/64 orçamento ou de lei especial anterior, bem como dota-
ções para amortização da dívida pública (art. 12, § 6º, e
Finalmente, deve ser mencionada a classificação ado- art. 13):
tada pela Lei nº 4.320, de 17/03/64,que estatui normas
de direito financeiro para a elaboração e controle dos - Amortização da dívida pública
orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e - Auxílios para obras públicas
Distrito Federal, tendo a referida lei procedido à classifi- - Auxílios para equipamentos e instalações
cação com base nas diversas categorias econômicas da - Auxílios para inversões financeiras
despesa pública: - Outras contribuições.

29
Princípios da Legalidade da Despesa Pública Alternativa A – ERRADA – restos a pagar são despesas
Noções Gerais empenhadas e não pagas no exercício financeiro.
A despesa pública somente pode ser realizada me- Alternativa B – CERTA
diante prévia autorização legal, conforme prescrevem os Alternativa C – ERRADA - art. 92 da Lei nº 4.320/64:  Art.
arts. 165, § 8º, e 167, I, II, V, VI e VII da Constituição Federal. 92. A dívida flutuante compreende:  I - os restos a pagar,
Tal regra aplica-se inclusive às despesas que são objeto excluídos os serviços da dívida; II - os serviços da dívida
de créditos adicionais e visam a atender a necessidades a pagar; III - os depósitos; IV - os débitos de tesouraria.
novas, não previstas (créditos especiais), ou insuficiente- Alternativa D – ERRADA – trata-se de despesas cor-
mente previstas no orçamento (créditos suplementares), rentes.
em razão do disposto no art. 167, V, da CF. Alternativa E – ERRADA - empenho não é ato contábil e
sim um ato emanado de autoridade competente.
As Despesas Ordinárias RESPOSTA: “B” 
São aquelas que visam a atender a necessidades pú-
blicas estáveis, permanentes, que têm um caráter de pe- 02. (CESPE/2018 – TCE/PB) A respeito do ato de limi-
riodicidade, e sejam previstas e autorizadas no orçamento, tação de empenho decorrente do acompanhamento
como o pagamento do funcionalismo público. da execução orçamentária, assinale a opção correta.
Daí, se tais despesas não foram previstas, ou foram in-
suficientemente previstas, a sua execução dependerá tam- a) Cabe ao Poder Executivo definir os critérios de limita-
bém da prévia autorização do Poder Legislativo. ção de empenho.
Tal exigência justifica-se plenamente, pois caso o Poder b) A recomposição das dotações, objeto do ato de limita-
Executivo pudesse livremente aumentar as despesas a vota- ção, depende do restabelecimento integral da receita.
ção do orçamento pelo Poder Legislativo não passaria, segun- c) A limitação de empenho implica a desvinculação dos
do Gaston Jèze, de uma formalidade meramente ilusória. recursos previamente vinculados a finalidade especí-
fica.
As Despesas Extraordinárias d) É vedada a limitação de despesas que constituam obri-
A exigência da prévia autorização legal não se aplica gações constitucionais e legais do ente.
a estas, porque sendo urgentes e imprevisíveis, não admi- e) O referido ato pode ser publicado em qualquer mo-
tem delongas na sua satisfação, como as decorrentes de mento da execução, a critério do Poder Executivo.
calamidade pública, comoção interna e guerra externa (CF,
art. 167, § 3º). Alternativa A – ERRADA – a LDO que define os critérios
Nestes casos, a autoridade realizará a despesa, caben- de limitação de emprenho
do ao Poder Legislativo ratificá-la ou não (Lei nº 4.320/64, Alternativa B – ERRADA - o restabelecimento pode ser
art. 44). parcial
Observe-se que a autoridade pública deve ter muito Alternativa C – ERRADA – os recursos devem ser uti-
cuidado na efetivação de tais despesas, uma vez que ficará lizados exclusivamente para atender ao objeto vincu-
sujeita a sanções, caso realize uma despesa consideran- lado.
do-a como extraordinária, sem que a necessidade pública Alternativa D – CERTO
atendida se revista das características exigidas. Alternativa E – ERRADO - Se verificado, ao final de um
Como um corolário do princípio da legalidade da des- bimestre, os Poderes e o Ministério Público promoverão,
pesa pública, a autoridade somente pode efetivar a des- por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
pesa se for competente para tal e se cinja ao limite e fim dias subseqüentes, limitação de empenho e movimen-
previstos na lei. tação financeira.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

RESPOSTA: “D”

03. (CESPE/2017 – TRT/7ª Região -CE) - Em um con-


EXERCÍCIOS COMENTADOS trato de prestação de serviços firmado entre empre-
sa privada e órgão da administração pública direta,
01. (CESPE/2017 – TER/PE) A respeito de despesa pú- a autoridade competente, após as verificações per-
blica, assinale a opção correta. tinentes, certificou, na nota fiscal apresentada pela
empresa, a prestação do serviço, mediante ateste.
a) Restos a pagar são despesas pendentes de empenho e As informações apresentadas nessa situação hipotéti-
pagamento quando do encerramento do exercício fi- ca se referem ao estágio de execução da despesa or-
nanceiro. çamentária denominado
b) A despesa com inscrição em restos a pagar cancelada
constitui uma despesa de exercício anterior se o direito a) empenho.
do credor ainda estiver em vigor. b) liquidação.
c) Os restos a pagar e os serviços da dívida são exemplos c) pagamento.
de dívida fundada. d) dotação.
d) Obras públicas, subvenções econômicas e juros da dívi-
da pública são despesas de capital. Alternativa A – ERRADA - trata-se de ato emanado de
e) Empenho é ato contábil que registra a obrigação do autoridade competente que cria para o Estado obriga-
Estado de efetuar pagamento a terceiro, pendente ou ção de pagamento
não de implemento de condições. Alternativa B – CERTA

30
Alternativa C – ERRADA – trata-se de despacho exarado Observando-se o Princípio da Anualidade Orçamen-
pela autoridade competente determinando que a des- tária, as parcelas dos contratos e convênios somente de-
pesa seja paga verão ser empenhadas e contabilizadas no exercício fi-
Alternativa D – ERRADA – não corresponde a um es- nanceiro se a execução for realizada até 31 de dezembro
tágio da despesa. São valores monetários autorizados, ou se o prazo para cumprimento da obrigação assumida
consignados na Lei Orçamentária Anual (LOA) para pelo credor estiver vigente.
atender a uma determinada programação orçamentá- As parcelas remanescentes deverão ser registradas
ria nas Contas de Compensação e incluídas na previsão or-
RESPOSTA: “B” çamentária para o exercício financeiro em que estiver
prevista a competência da despesa.
A inscrição de despesa em Restos a Pagar não pro-
cessados é procedida após a depuração das despesas
RESTOS A PAGAR. pela anulação de empenhos, no exercício financeiro de
sua emissão, ou seja, verificam-se quais despesas devem
ser inscritas em Restos a Pagar, anulam-se as demais e
Conforme rege a Lei nº 4.320/64, a despesa pública inscrevem-se os Restos a Pagar não processados do exer-
na sua execução passa por três estágios: empenho, liqui- cício.
dação e pagamento. No momento do pagamento de Restos a Pagar refe-
No final do exercício, as despesas orçamentárias em- rente à despesa empenhada pelo valor estimado, verifi-
penhadas e não pagas, ou seja, não cumpriu o terceiro ca-se se existe diferença entre o valor da despesa inscrita
estágio da despesa publica, serão inscritas em Restos a e o valor real a ser pago; se existir diferença, procede-se
Pagar e constituirão a Dívida Flutuante. da seguinte forma:
Podem-se distinguir dois tipos de Restos a Pagar:  Se o valor real a ser pago for superior ao valor
inscrito, a diferença deverá ser empenhada a conta de
despesas de exercícios anteriores;
Processados – decorrem das despesas  Se o valor real for inferior ao valor inscrito, o sal-
empenhadas e liquidadas, mas que, do existente deverá ser cancelado.
até 31 de dezembro, não foram pagas.
A inscrição de Restos a Pagar deve observar aos li-
Não processados - referem-se a
mites e condições de modo a prevenir riscos e corrigir
despesas empenhadas que não
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públi-
alcançaram o estágio da liquidação.
cas, conforme estabelecido na Lei de Responsabilidade
Fiscal – LRF.
o alcançaram o estágio da liquidação. A LRF determina ainda, em seu artigo 42, que qual-
quer despesa empenhada nos últimos oito meses do
Os restos a pagar são dívida passiva e segundo o De- mandato deve ser totalmente paga no exercício, acaban-
creto 20.910/32, a dívida passiva da União, dos estados e do por vetar sua inscrição ou parte dela em Restos a Pa-
dos municípios prescreve em cinco anos. gar, a não ser que haja suficiente disponibilidade de caixa
Sob o aspecto legal, na esfera federal, a inscrição de para viabilizar seu correspondente pagamento.
despesas em restos a pagar depende das condições es- Observa-se que, embora a Lei de Responsabilidade
tabelecidas no Decreto nº 93.872/96. Fiscal não aborde o mérito do que pode ou não ser ins-
Os Restos a Pagar Processados não podem ser cance- crito em Restos a Pagar, veda contrair obrigação no úl-

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


lados, tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços timo ano do mandato do governante sem que exista a
cumpriu com a obrigação de fazer e a administração não respectiva cobertura financeira, eliminando desta forma
poderá deixar de cumprir coma obrigação de pagar sob as heranças fiscais,conforme disposto no seu artigo 42:
pena de estar deixando de cumprir os Princípios da Mo- “Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão re-
ralidade que rege a Administração Pública e está previsto ferido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do
no artigo 37 da Constituição Federal, abaixo transcrito. seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
O cancelamento caracteriza, inclusive, forma de en- possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
riquecimento ilícito, conforme Parecer nº 401/2000 da tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para
Somente poderão ser inscritas em Restos a Pagar as este efeito.
despesas de competência do exercício financeiro, con- Parágrafo único. Na determinação da disponibili-
siderando-se como despesa liquidada aquela em que o dade de caixa serão considerados os encargos e des-
serviço, obra ou material contratado tenha sido prestado pesas compromissadas a pagar até o final do exercí-
ou entregue e aceito pelo contratante, e não liquidada, cio.”
mas de competência do exercício, aquela em que o ser- É prudente que a inscrição de despesas orçamentá-
viço ou material contratado tenha sido prestado ou en- rias em Restos a Pagar não processados observe a dispo-
tregue e que se encontre, em 31 de dezembro de cada nibilidade de caixa e a competência da despesa.
exercício financeiro, em fase de verificação do direito ad- Reconhecimento da despesa orçamentária inscrita
quirido pelo credor ou quando o prazo para cumprimen- em restos a pagar não processados no encerramento do
to da obrigação assumida pelo credor estiver vigente. exercício.

31
A norma legal estabeleceu que, no encerramento do
exercício, a parcela da despesa orçamentária que se en-
contrar em qualquer fase de execução posterior à emis- EXERCÍCIOS COMENTADOS
são do Empenho e anterior ao Pagamento será conside-
rada restos a pagar. 01. (CESPE/2017 – TRT/ 7ª Região -CE) Determinada
O raciocínio implícito na lei é de que a receita orça- despesa orçamentária empenhada e liquidada não foi
mentária a ser utilizada para pagamento da despesa em- paga até o dia trinta e um de dezembro de determi-
penhada em determinado exercício já foi arrecadada ou nado ano. Se inscrita em restos a pagar, essa despesa
ainda será arrecadada no mesmo ano e estará disponível
no caixa do governo ainda neste exercício. a) continuará vigente, independentemente de qualquer
Logo, como a receita orçamentária que ampara o em- ato das unidades gestoras, após trinta de junho do se-
penho pertence ao exercício e serviu de base, dentro do gundo ano subsequente ao da sua inscrição.
princípio orçamentário do equilíbrio, para a fixação da b) será automaticamente cancelada, independentemente
despesa orçamentária autorizada pelo congresso, a des- de qualquer ato das unidades gestoras, após encerra-
pesa que for empenhada com base nesse crédito orça- do o primeiro exercício financeiro subsequente ao da
mentário também deverá pertencer ao exercício. sua primeira renovação.
Supondo que determinada receita tenha sido arreca- c) será automaticamente cancelada após trinta de junho
dada e permaneça no caixa, portanto, integrando o ativo do segundo ano subsequente ao da sua inscrição.
financeiro do ente público no final do exercício. d) continuará vigente após trinta de junho do segundo
Existindo concomitantemente uma despesa empe- ano subsequente ao da sua inscrição, desde que reali-
nhada, que criou para o estado uma obrigação pendente zado o respectivo processamento.
do cumprimento do programo de condição, terá que ser
registrada também numa conta de passivo financeiro, Como a despesa foi empenha da e liquidada, cons-
senão o ente público estará apresentando em seu balan- tituirá restos a pagar processados, ou seja, não po-
ço patrimonial, ao final do exercício, superávit financeiro dem ser cancelados, o que já nos permite excluir as
(ativo financeiro – passivo financeiro), que poderia ser alternativas B e C.
A alternativa D coloca uma condição: “desde que”,
objeto de abertura de crédito adicional no ano seguinte
que caracterizaria uma possibilidade desse can-
na forma prevista na lei.
celamento. (Não ocorre, salvo motivo previsto na
No entanto, a receita que permaneceu no caixa na vi-
legislação pertinente)
rada do exercício já está comprometida com o empenho
RESPOSTA: “A”
que foi inscrito em restos a pagar e, portanto, não pode-
ria ser utilizada para abertura de novo crédito.
02. (CESPE/2017 – TER/PE) A respeito de despesa pú-
Dessa forma, o registro do passivo financeiro é inevi- blica, assinale a opção correta.
tável, mesmo não se tratando de um passivo consumado,
pois falta o cumprimento do programo de condição, mas a) Restos a pagar são despesas pendentes de empenho
por força do artigo 35 da Lei 4.320/1964 e da apuração e pagamento quando do encerramento do exercício fi-
do superávit financeiro tem que ser registrado. nanceiro.
Ao determinar que, no final do exercício, fosse reco- b) A despesa com inscrição em restos a pagar cancelada
nhecida como despesa orçamentária aquela empenha- constitui uma despesa de exercício anterior se o direito
da, independentemente de sua liquidação, observa-se do credor ainda estiver em vigor.
claramente que o legislador deu mais importância ao c) Os restos a pagar e os serviços da dívida são exemplos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

princípio da legalidade da despesa e da anualidade do de dívida fundada.


Orçamento, em detrimento do registro da despesa sob o d) Obras públicas, subvenções econômicas e juros da dí-
regime da competência restrita. vida pública são despesas de capital.
Porém, para atender ao Princípio da Competência e e) Empenho é ato contábil que registra a obrigação do
aos Princípios da Legalidade da Despesa e da Anualidade Estado de efetuar pagamento a terceiro, pendente ou
do Orçamento, é necessário fazer alguns ajustes no en- não de implemento de condições.
cerramento do exercício, a saber:
Com o objetivo de evitar demonstrar um superávit Alternativa A – ERRADA – restos a pagar são despesas
financeiro inexistente, que pode ser utilizado para aber- empenhadas e não pagas. Se, além de empenhadas,
tura de créditos adicionais sem lastro, comprometendo a forem liquidadas, constitui restos a pagar processa-
situação financeira do ente, é recomendável que se pro- dos, caso não sejam liquidadas, constitui restos a pa-
ceda a execução da despesa orçamentária mesmo faltan- gar não processados.
do o cumprimento do implemento de condição. Alternativa B – CERTO
Tal procedimento é concebido mediante o registro da Alternativa C – ERRADA - as despesas orçamentárias
despesa orçamentária em contrapartida com uma con- empenhadas e não pagas, ou seja, não cumpriu o ter-
ta de passivo no sistema financeiro. Observa-se que tal ceiro estágio da despesa publica, serão inscritas em
registro criou um passivo “fictício” e, portanto, deve-se Restos a Pagar e constituirão a Dívida Flutuante.
registrar, simultaneamente, uma conta redutora deste Alternativa D – trata-se de despesas de capital
passivo, no sistema patrimonial.7 Alternativa E -  empenho não é ato contábil e sim um
ato emanado de autoridade competente.
7 Adaptado de www.professor.pucgoias.edu.br RESPOSTA: “B”

32
03. (CESPE/2018 – STM) Com relação a restos a pagar e Prescrição
a suprimento de fundos, julgue o item a seguir.  As dívidas de exercícios anteriores, que dependam
O servidor declarado em alcance para suprimento de de requerimento do favorecido, prescrevem em 05 (cin-
fundos é aquele cujas contas foram prestadas no prazo co) anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado
regulamentar e, em seguida, aprovadas.  origem ao respectivo direito.
O início do período da dívida corresponde à data
( ) Certo ( ) Errado constante do fato gerador do direito, não devendo ser
considerado, para fins de prescrição quinquenal, o tem-
Por servidor em alcance entende-se aquele que não po de tramitação burocrática e o de providências admi-
prestou contas no prazo regulamentar ou o que teve suas nistrativas a que estiver sujeito o processo.
contas recusadas ou impugnadas. Destacando-se que a
esses não será efetuado restos a pagar.
RESPOSTA: “ERRADO”
EXERCÍCIOS COMENTADOS

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES. 01. (CESPE/2018 - CGM de João Pessoa/PB) No que se


refere às despesas públicas, julgue o próximo item.
A obrigação de pagamento criada em função de lei
São despesas fixadas, no orçamento vigente, decorren- e reconhecida como direito do reclamante somente
tes de compromissos assumidos em exercícios anteriores em exercício posterior constitui despesa de exercí-
àquele em que deva ocorrer o pagamento. Não se confun- cios anteriores.
dem com restos a pagar, tendo em vista que sequer foram
empenhadas ou, se foram, tiveram seus empenhos anula- ( ) Certo ( ) Errado
dos ou cancelados.
O assunto está regulado pelo art. 37 da Lei nº 4.320/64, Por despesa de exercícios anteriores entende-se aque-
regulamentada pelo Decreto nº 93.872, de 23/12/86, que las despesas fixadas, no orçamento vigente, decorren-
incorporou os conceitos do Decreto nº 62.115, de 15/01/68. tes de compromissos assumidos em exercícios anterio-
O regime de competência exige que as despesas sejam res àquele em que deva ocorrer o pagamento.
contabilizadas conforme o exercício a que pertençam, ou Essa questão nos traz uma confusão recorrente para
seja, em que foram geradas. alguns alunos, entre restos a pagar e despesas de exer-
O reconhecimento da obrigação de pagamento das cícios anteriores, então vejamos a diferença entre eles.
despesas com exercícios anteriores cabe à autoridade Restos a pagar são despesas empenhadas e não pa-
competente para empenhar a despesa. gas dentro do exercício.
Poderão ser pagas à conta de despesas de exercício an- Já as despesas de exercícios anteriores são despesas
teriores, mediante autorização do ordenador de despesa, empenhadas, liquidadas e pagas no exercício, porem,
respeitada a categoria econômica própria: o fato gerador dessa despesa ocorreu em exercício an-
a) as despesas de exercícios encerrados, para as terior.
quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio
RESPOSTA: “CERTO”
com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria; assim entendidas aquelas
02. (CESPE/2016 – TCE/PR) No que se refere à des-

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anu-
pesa pública, especialmente suprimento de fundos,
lado no encerramento do exercício correspondente, mas
que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumpri- restos a pagar e despesas de exercícios anteriores,
do sua obrigação; assinale a opção correta.
b) os restos a pagar com prescrição interrompida são
aqueles cancelados, mas ainda vigente o direito do credor a) A imprevisibilidade de valores que serão necessários
c) Os compromissos reconhecidos após o encer- ao pagamento de despesas de exercícios anteriores
ramento do exercício são aqueles cuja obrigação de pa- não permite incluí-los na lei orçamentária anual; a li-
gamento foi criada em virtude de lei, mas somente reco- quidação dessas despesas será realizada por meio de
nhecido o direito do reclamante após o encerramento do créditos adicionais.
exercício correspondente. b) Servidor que recebe numerário para pagar despesa
Pode-se citar como exemplo dessa última situação: o do tribunal ao qual pertence, despesa esta que não
caso de um servidor, cujo filho tenha nascido em setem- possa se enquadrar no processo normal de aplicação,
bro e somente requereu o benefício do salário-família em o receberá na forma de suprimento de fundos, po-
março do ano seguinte. As despesas referentes aos me- dendo ser responsável, ao mesmo tempo, por até três
ses de setembro a dezembro irão à conta de despesas de suprimentos distintos.
exercícios anteriores, classificados, como de transferências c) No caso de valores destinados a suprimento de fun-
correntes; as dos demais meses no elemento de despesa dos, os estágios da despesa acontecem de forma in-
próprio. A promoção de um funcionário com data retroa- vertida: primeiro o pagamento da despesa, seguido
tiva e que alcance anos anteriores ao exercício financeiro, da liquidação e do empenho no momento da presta-
também é caso de despesa de exercícios anteriores. ção de contas.

33
d) Os valores inscritos em restos a pagar de tribunal, referentes a despesas não liquidadas, se caracterizam como dívi-
das flutuantes, uma vez que sua previsão de pagamento é de curto prazo.
e) Se o fato gerador de despesa de tribunal tiver ocorrido em determinado ano e, por alguma razão, a despesa ficar
para ser paga somente no ano seguinte, considerando a mudança de exercício, essa despesa, para que possa ser
paga, deverá ser inscrita, ao final do primeiro ano, como despesa de exercícios anteriores.

Alternativa A – ERRADA – será sim incluído na lei orçamentária anual, via empenho estimativo, que é aquele utilizado
para as despesas cujo montante não se pode determinar previamente .
Alternativa B –ERRADA – não se concederá suprimento de fundos a responsável por dois suprimentos.
Alternativa C – ERRADO – os estágios da despesa não sofrem alteração através do suprimento de fundos.
Alternativa D – CERTO
Alternativa E – ERRADO – atenção para o trecho: “por alguma razão, a despesa ficar para ser paga somente no ano
seguinte”, significa que a despesa foi empenhada e não paga no exercício, constituindo assim restos a pagar.
RESPOSTA: “D”

03. (CESPE/2018 – STJ) Julgue o próximo item, relativo a receita e despesa públicas. 
Uma despesa que for regularmente inscrita em restos a pagar ao final do exercício financeiro terá de ser
contabilizada como despesas de exercícios anteriores no exercício em que ocorrer o pagamento.

( ) Certo ( ) Errado

Por despesa de exercícios anteriores entende-se aquelas despesas fixadas, no orçamento vigente, decorrentes de com-
promissos assumidos em exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o pagamento.
Essa questão nos traz uma confusão recorrente para alguns alunos, entre restos a pagar e despesas de exercícios ante-
riores, então vejamos a diferença entre eles.
Restos a pagar são despesas empenhadas e não pagas dentro do exercício.
Já as despesas de exercícios anteriores são despesas empenhadas, liquidadas e pagas no exercício, porem, o fato
gerador dessa despesa ocorreu em exercício anterior.
Aquela despesa orçamentária que foi empenhada e não paga, constituindo-se assim resto a pagar, no exercício posterior en-
trará como despesa extraorçamentária. Já o pagamento de despesa de exercício anterior, entra como despesa orçamentária.
RESPOSTA: “ERRADO”

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. CONCEITOS E OBJETIVOS. PLANEJAMENTO

Estamos aqui falando da Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê um mecanismo para melhor controlar as contas
publicas, impondo mais rigor nas ações do governo no tocante à contrair empréstimos ou dividas, proporcionando
mais fiscalização e transparência.
Quanto aos seus princípios, o quadro abaixo mostra cada um deles com sua respectiva descrição.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

34
Abaixo os aspectos mais cobrados em concursos so-  declaração do ordenador de despesas sobre a
bre a LRF adequação financeira/orçamentária com a LOA, LDO, PPA.
 o atendimento a estes requisitos constitui condi-
Planejamento ção prévia para empenho/licitação e para a desapropria-
Outro ponto importante da Lei é sobre o planejamento. ção de imóveis urbanos (art. 16, §4°)
Ela busca enfatizar o papel dessa função, vinculando inclu-
sive o planejamento à execução do gasto publico, e para Transferências Voluntárias (art. 25)
isso, aponta alguns instrumentos que permitem o planeja- Entrega de recursos de um ente federado a outro a
mento do gasto publico, dentre eles o PPA, a LDO e LOA. título de cooperação, auxílio ou assistência financeira que
não seja decorrente de determinação constitucional, legal
LDO (art. 4°) - Requisitos/Funções da LDO além do ou do SUS.
disposto no art. 165, §2°, CF/88 Exigências para a realização de transferências voluntá-
 Equilíbrio entre receitas e despesas rias (art. 25, §1°)
 Critérios e Forma da Limitação de Empenho (art. a) existência de dotação específica;
9°,II, “ b” e art. 31, §1°, II) b) atendimento às condições específicas da LDO;
 Condições/Exigências para transferências de re- c) não podem ser destinadas ao pagamento de des-
cursos a entidades públicas e privadas, além das contidas pesas de pessoal;
na CF/88 e na LRF (vide art. 25, §1° - transferências volun- d) contrapartida;
tárias e art. 26, caput, - destinação de recursos para o setor e) comprovação, pelo beneficiário de atendimento
privado). de determinadas condições como: prestação de contas
 Anexo de Metas Fiscais (art. 4°, §1° - exercício de dos recursos já recebidos; atendimento aos limites cons-
referência + 2 seguintes) titucionais de educação e saúde; atendimento aos limites
 Anexo de Riscos Fiscais (art. 4°, §3°) - Riscos capa- da dívida, das despesas de pessoal e com restos a pagar.
zes de afetar as contas públicas
 Definição da forma de utilização e do montante, Destinação de recursos públicos para o setor priva-
em percentual da RCL, da Reserva de Contingência, com do (art. 26)
base na análise dos riscos fiscais. a) autorização em lei específica;
 Condições para renúncia de receitas (art. 14, caput) b) condições previstas na LDO;
 Autorização para os municípios contribuírem para c) previsão na LOA e nos créditos adicionais;
o custeio de despesas de competência de outros entes fe-
derados (art. 62) Dívida e endividamento
Dívida consolidada ou fundada: prazo de amortização
LOA (art. 5°) superior a 12 meses (art. 29, I) (REGRA)
 compatibilidade com o PPA e da LDO (art. 5°,  No caso da União, os títulos de responsabilidade
caput) do BACEN estão incluídos (art. 29, §2°)
 reserva de contingência (art. 5°, III)  Op. Crédito com prazo inferior a 12 meses cujas
 vedação à consignação na LOA de crédito com fi- receitas tenham constado do orçamento (art. 29, §3°)
nalidade imprecisa ou dotação ilimitada (art. 5°, §4°)  Precatórios não pagos durante a execução do or-
çamento em que houverem sido incluídos integram a dívida
Receita Pública consolidada, para fins de aplicação dos limites (art. 30, §7°)
 Dever de instituir, prever e arrecadas os tributos da Dívida flutuante (art. 92, Lei n° 4.320/64): obrigações
competência constitucional do ente federado (art. 11) - San- como prazo inferior a 12 meses

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


ção institucional: vedação às transferências voluntárias para a) restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
o ente que não observe este dever, no tocante aos impostos. b) serviços da dívida;
 Renúncia de Receitas: a lei não veda, mas impõe c) depósitos;
condições (art. 14): d) débitos em tesouraria.
 estimativa de impacto financeiro-orçamentário
(exercício ref. + 2 seguintes) Gestão Patrimonial e Contábil (art. 43)
 atendimento das condições/requisitos da LDO Atendimento ao art. 164, §3°, CF/88
 atendimento a uma das condições: Disponibilidades financeiras dos Estados/Municípios
deverão ser depositadas em Instituições Financeiras Ofi-
§ demonstração de que a renúncia de receitas foi consi- ciais, ressalvados os casos previstos em lei nacional.
derada na LOA e de que não afetará as metas fiscais (art. 14, I) Disponibilidades de Caixa dos Regimes de Previdência
§ medidas de compensação com o aumento de recei- a) conta separada das demais disponibilidades de
ta (art. 14, II) - a adoção destas medidas de compensação cada ente;
constitui condição para que a renúncia de receita entre em b) aplicação nas condições de mercado com a ob-
vigor. servância dos limites e condições de proteção e prudên-
cia financeira.
Despesa Pública - Geração de despesa (art. 16) c) vedada a aplicação em títulos da dívida pública
 condições para criação, expansão e aperfeiçoa- dos estados/municípios e em ações/papeis de empresas
mento da ação governamental: controladas ou em empréstimos aos segurados, ao po-
 estimativa de impacto financeiro-orçamentário der público e empresas controladas.8
(exercício ref. + 2 seguintes)
8 Adaptado de www.direito-administrativo.blogspot.

35
EXERCÍCIOS COMENTADOS HORA DE PRATICAR!

01. (CESPE/2017 – TRE/PE) Acerca de transparência,


controle e fiscalização das contas públicas, conforme 01. (CESPE/2018 – STJ) Acerca dos fundamentos de
estabelece a Lei Complementar n.º 101/2000 — Lei de administração financeira e orçamentária, julgue o
Responsabilidade Fiscal (LRF) —, assinale a opção correta. item a seguir.
Os princípios da unidade e da universalidade são váli-
a) As contas do Poder Judiciário serão apresentadas, no dos, ainda que haja orçamentos diferentes no âmbito de
âmbito da União, pelos presidentes dos tribunais de justiça. cada ente da Federação.
b) O orçamento público é instrumento de transparência
da gestão fiscal. ( ) Certo ( ) Errado
c) A despesa pública e o resultado dos fluxos financeiros
devem obedecer ao regime de competência. 02. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) A respeito dos es-
d) O balanço orçamentário deve conter as receitas por tágios e da classificação da receita pública, julgue o
grupo de natureza e as despesas, por fonte. próximo item.
e) O relatório de gestão fiscal deve conter o total da des- A etapa em que determinado banco privado transfe-
pesa com pessoal, excluídos os pensionistas. re à conta específica do Tesouro os valores pagos pelos
contribuintes referentes a certo tributo federal corres-
Alternativa A – ERRADA – quem apresenta as contas ponde ao estágio de arrecadação da receita pública.
ao Poder Judiciário são os Presidentes do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores ( ) Certo ( ) Errado
Alternativa B – CERTA
Alternativa C – ERRADA – os resultados dos fluxos são 03. (CESPE/2018 – ABIN) Com relação aos mecanis-
registrados conforme regime de caixa. mos de administração, programação, execução e con-
Alternativa D – é o inverso. trole dos recursos orçamentários, julgue o item sub-
Alternativa E – os pensionistas, assim como os inativos sequente.
estão incluídos. Alguns tipos de utilização no código da tabela de
RESPOSTA: “B” eventos do SIAFI são acionados automaticamente pelo
sistema.
02. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) De acordo com a
Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabili- ( ) Certo ( ) Errado
dade Fiscal – LRF), julgue o item a seguir.
Se, na elaboração da lei de diretrizes orçamentárias, 04. (CESPE/2018 – STM) Julgue o item que se segue,
forem constatados fatores que possam afetar o equilíbrio relativo às receitas e despesas públicas.
das finanças públicas, a administração pública deverá in- Do ponto de vista orçamentário, as despesas públicas
cluir não somente as informações acerca desses possíveis correspondem aos decréscimos nos benefícios econômi-
fatores, mas também as medidas que serão adotadas cos durante o período contábil, sob a forma de saída de
caso as previsões se concretizem. recursos, redução de ativos ou incremento em passivos,
que resultem em decréscimo do patrimônio líquido.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
A LRF integrou anexos à LDO, entre eles, o Anexo de
Riscos Fiscais, que apresenta a avaliação de possíveis 05. (CESPE/2018 - CGM de João Pessoa/PB) No que
dívidas (passivos contingentes) que poderão afetar as se refere às despesas públicas, julgue o próximo item.
contas públicas. Uma despesa empenhada e não paga no exercício so-
RESPOSTA: “CERTO” cial em que havia sido prevista integra os restos a pagar
e será classificada como despesa extraorçamentária do
03. (CESPE/2018 – STM) Com base na Lei de Respon- exercício em que se der o seu efetivo pagamento.
sabilidade Fiscal, julgue o item a seguir.
Os objetivos das políticas monetária, creditícia e cam- ( ) Certo ( ) Errado
bial devem ser apresentados no projeto da lei orçamen-
tária anual.

( ) Certo ( ) Errado

À LDO cabe apresentar as políticas públicas e respectivas


prioridades para o exercício seguinte. A LOA tem como
principais objetivos estimar a receita e fixar a despesa.
RESPOSTA: “ERRADO”
com.br

36
06. (CESPE/2018 – STJ) Com relação à programação
e à execução orçamentária e financeira e ao acompa- ANOTAÇÕES
nhamento da execução, julgue o item que se segue.
Uma alteração orçamentária qualitativa para a aber-
tura de créditos especiais pode resultar na criação de um ________________________________________________
programa de trabalho, de uma ação com todos os seus
atributos e de um novo subtítulo de uma ação já exis- _________________________________________________
tente.
_________________________________________________
( ) Certo ( ) Errado _________________________________________________
07. (CESPE/2017 – TCE/PE) Com relação ao orçamento _________________________________________________
participativo e à gestão por resultados na administra-
ção pública, julgue o próximo item. _________________________________________________
O orçamento participativo é fundamentado na dis-
_________________________________________________
cussão de prioridades com a população organizada, por
isso se contrapõe ao orçamento-programa, que é cons- _________________________________________________
truído com base em preceitos racionais-legais que não
contemplam a participação popular. _________________________________________________

( ) Certo ( ) Errado _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
GABARITO _________________________________________________

_________________________________________________
1 Certo
2 Errado _________________________________________________
3 Certo
4 Errado _________________________________________________
5 Certo _________________________________________________
6 Certo
7 Errado _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
_________________________________________________

37
ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

38
ÍNDICE

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Conceitos, importância, relação com os outros sistemas de organização....................................................................................................... 01


A função do órgão de Gestão de Pessoas: atribuições básicas e objetivos, políticas e sistemas de informações gerenciais........ 01
Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho.......................................... 07
CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, RELAÇÃO COM OS OUTROS SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO. A
FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS: ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E OBJETIVOS, POLÍTICAS
E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS.

Quando nos deparamos com um cenário globalizado e com competição cada vez mais acirrada, a Gestão de Pes-
soas se torna fundamentalmente um instrumento diferenciado para as organizações alcançarem sucesso.
Segundo (CHIAVENATO, 2005, p 9).

Gestão de pessoas “é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam
a eficácia dos funcionários e das organizações. Assim, todos os gerentes são, em certo sentido, gerentes
de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e
treinamento”

Exatamente por ser esse diferencial , essa área tem passado por mudanças e transformações, afim de acompanhar
a evolução natural das coisas e permitir que o patrimônio intelectual e humano das organizações esteja sempre em
desenvolvimento, não apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos, mas, principalmente, nos aspectos conceituais
e intangíveis.
A área de Gestão de Pessoas é uma área muito sensível aos aspectos contingenciais e situacionais da organização,
considerando fatores como cultura e estrutura organizacional adotada, clima e ambiente, negócio da organização,
tecnologia utilizada, dos processos internos, entre vários outros fatores.
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas tem como definição, o ato de trabalhar com e através de pes-
soas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros.

Alguns aspectos estão envolvidos na gestão de pessoas, conforme descritos abaixo:

 Comportamento
 Processo de decisão
 Ação e execução
 Relacionamento interpessoal
 Comprometimento interpessoal e organizacional
 Perspectiva de futuro
 Envolvimento com processos
 Desenvolvimento de habilidades
 Identificação de capacidades intelectuais – Construindo um patrimônio intelectual

Essa evolução natural percebida pelas organizações trouxe mudanças também na denominação e na forma como
se enxerga essa área.
Enquanto por muito tempo as organizações consideravam a pessoas como um dos recursos necessários para a
existência da organização, hoje essa compreensão envolve um conceito diferenciado, onde as pessoas não são vistas
como um recurso e, sim, como parceiro e colaborador na busca pelos resultados desejados.
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na organização também o subsistema técnico. A intera- NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
ção da gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais
e individuais.

1
A seguir, temos três aspectos que dão sustentação à essa colocação do papel das pessoas hoje nas organizações:

As pessoas como seres humanos


• O indivíduo é visto como um ser dotados de personalidade própria , diferentes uns dos outros,
possuidores de conhecimentos, habilidades, e capacidades indispensáveis à adequada gestão
dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da
organização.

As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais


• O indivíduo passa a colaborar como elemento impulsionadoreda organização, que aplica à esta
sua inteligência, talento e conhecimento , garantindo a renovação e competitividade no
mercado. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como
agentes passivos, inertes e estáticos

As pessoas como parceiras da organização


• Nesse ponto, o índivíduo é visto como o responsável e capaz de conduzir a organização à um
nível de excelência e, alcançando assim o sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem
investimentos na organização — como esforço, dedicação, responsabilidade,
comprometimento, riscos etc. — na expectativa de colher retornos desses investimentos —
como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Daí o caráter de
reciprocidade na interação entre pessoas e organizações, que provoca na prática uma postura
de atividade e autonomia e não mais de passividade e inércia das pessoas. Pessoas como
parceiros ativos da organização e não como meros sujeitos passivos.

Como vimos acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e
pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da
Informação e do Conhecimento.
Como pudemos perceber, existe um processo evolutivo na forma como se trata as pessoas dentro da organização,
saindo de um conceito onde pessoas eram consideradas recursos até chegar no conceito de pessoas como parceiros,
sendo nessa transição, as mudanças práticas são bem claras, conforme vemos a seguir;

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


Colaboradores agrupados em equipes
Horário rigidamente estabelecido Metas negociadas e compartilhadas
Preocupação com normas e regras Preocupação com resultados
Subordinação ao chefe Satisfação do cliente
Fidelidade à organização Vinculação à missão e à visão
Dependência da chefia Interdependência entre colegas
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Alienação em relação à organização Participação e comprometimento


Ênfase na especialização Ênfase na ética e responsabilidade
Executoras de tarefas Fornecedores de atividade
Ênfase nas destrezas manuais Ênfase no conhecimento
Valorização da mão de obra Inteligência e talento
Valorização do intelecto

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas, sendo que
nesse contexto, a Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social.
Dentre os demais sistemas organizacionais, destacamos o subsistema técnico e, é essa interação entre Gestão de
pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, que trabalho para o alinhamento entre os objetivos organi-
zacionais e os objetivos individuais.
Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre motivação, mais especialmente sobre as analises de comportamento
que produzem a cooperação por parte dos indivíduos.
Essa teoria resume a relação entre pessoas e organização como sendo um sistema onde a organização recebe
cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação ou de trabalho e em troca oferece vantagens e incentivos,
dentre os quais podemos citar os salários, prêmios de produção, gratificações, elogios, oportunidades, etc.
Essa troca mútua cria uma harmonia no ambiente organizacional, permitindo assim que se alcance o equilíbrio or-
ganizacional.

2
Características e funções

A Gestão de Pessoas é caracterizada pela: participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento do capital


humano da organização, que é formado pelas pessoas que a compõem.
Cabe à área de gestão de pessoas a função de humanizar as empresas.
Atualmente nas relações de trabalho vem ocorrendo mudanças conforme as exigências que o mercado impõe ou
na forma de gerir pessoas.

Analisemos agora as características e funções dessa área:

Participação Capacitação
Envolvimento Desenvolvimento

• As pessoas são • Pessoas com • A pessoa que agrega • Construir e proteger


capazes de conduzir a competências inteligência ao o mais valioso
organização ao essenciais ao sucesso negócio da patrimônio da
sucesso. Com a organizacional. A organização a torna organização é
participação as construção de uma competitiva, isto preparar e capacitar
pessoas fazem competência é significa, saber criar, de forma contínua as
investimentos como extremamente difícil, desenvolver e aplicar pessoas. O trabalho
esforço, dedicação e leva tempo para o as habilidades e deve estar adequado
responsabilidade, na aprendizado e competências na às suas competências
esperança de retorno maturação. força de trabalho. de forma balanceada.
por meio de
incentivos
financeiros, carreira,
etc.

Atribuições e objetivos da Gestão de Pessoas

Como objetivos destacamos alguns aspectos bem claros da área de gestão de pessoas:
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão.
• Proporcionar competitividade à organização.
• Proporcionar à organização talentos bem treinados e motivados.
• Aumentar a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho.
• Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho.
• Administrar a mudança.
• Manter política ética e comportamento socialmente responsável.

Assim como também compete à área de gestão de pessoas lidar com alguns desafios e atribuições bem relevantes,
como vemos a seguir.
 Retenção de talentos – antes de mais nada é necessário que a organização consiga identificar os potenciais
existentes ali dentro e, a partir daí, criar condições de reter esse talento. Para que essa retenção seja possível, a orga-
nização precisa criar uma contrapartida para o colaborador, considerando aqui, não apenas o aspecto financeiro, mas NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
os demais aspectos que a geração atual anseio conquistar, como liberdade de tempo, valorização e reconhecimento,
oportunidade de crescimento, espaço para participar de forma mais ativa, entre outros.
 Choque de gerações – Dentro de uma organização, costumeiramente nos deparamos com várias gerações
trabalhando juntas e, nesse cenário temos diversidade de características, experiências, expectativas e competências,
cabendo à área de gestão de pessoas identificar e equilibrar essas diferenças, evitando assim que um choque de gera-
ções impeça que talentos possam ser descobertos e que trabalhem em conjunto, contribuindo e potencializando assim
o patrimônio intelectual da organização.
 Ambiente – Como falamos acima, os anseios da geração atual vão muito além do aspecto financeiro, passando
sim pelo ambiente em que estão inseridos, portanto, cabe à área de gestão de pessoas, dentro do possível, estimular
a criação de ambientes mais próximos desses anseios, propiciando mais liberdade, criatividade e estímulos outros que
impulsionem esses jovens no processo produtivo.
 Papel do Gestor de Pessoas - A área de gestão de pessoas precisa sair do operacional para assumir uma
cadeira nas decisões estratégicas. Deve participar opinando e mostrando alternativas de preparação dos profissionais.
Antes disso, é preciso estar mais próximo dos clientes internos para acompanhar mudanças, expectativas e identificar
quem pode fazer parte de um plano de carreira e de desenvolvimento. Esse gestor deve ser atual, versátil e flexível para
atender às necessidades internas e as de mercado. O desafio das empresas é a estruturação de um processo de carreira,
tanto horizontal quanto vertical. As pessoas devem começar a ser valorizadas pelas entregas, inovações e projetos que
fazem e não mais só pela posição que ocupam.

3
Já há algum tempo, a sociedade tem vivido uma tran- Teoria das Relações Humanas preocupou-se intensa-
sição denominada “Era da Informação e Conhecimento”, mente com o esmagamento do homem pelo desenfreado
no qual as pessoas precisam ser consideradas parte es- desenvolvimento da civilização industrializada, salientando
sencial desse processo para que as organizações obte- que, enquanto a eficiência material aumentou poderosa-
nham êxito em suas operações. No âmbito empresarial mente nos últimos duzentos anos, a capacidade humana
são fundamentais que todos os colaboradores engajados para o trabalho coletivo não manteve o mesmo ritmo de
nos processos assimilem a missão e os objetivos da orga- desenvolvimento.
nização, como elementos norteadores na formulação e Mayo afirma que a solução do problema da cooperação
planejamento de estratégias. Por outro lado, os gerentes não pode ser resolvido apenas através do retorno as formas
devem desenvolver uma atuação que possibilite a ênfase tradicionais de organização. O que deve haver é uma nova
nos focos de aprendizagem da organização. concepção das relações humanas no trabalho. Como resul-
Nessa 3ª fase da globalização em que vivemos, é viável tado de suas experiências dentro das próprias empresas, ve-
que as organizações que almejam crescimento e melhoria rificou que a colaboração na sociedade industrializada não
contínua invistam em treinamento e qualificação e requa- pode ser entregue ao acaso, enquanto se cuida apenas dos
lificação de seu pessoal gerando assim uma significativa aspectos materiais e tecnológicos do progresso humano.
vantagem competitiva num mercado aonde as inovações A tarefa básica da Administração é formar uma elite
tecnológicas chegam já com data prevista de saída para capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes
novos critérios. Todavia, as empresas que entenderem democráticos, persuasivos e simpáticos a todo pessoal: Ao
essa interdependência alcançarão gradualmente soluções invés de se tentar fazer os empregados compreenderem a
compensatórias em seus trâmites e processos. lógica da administração da empresa, a nova elite de admi-
Conduzir pessoas numa organização significa dispo- nistradores deve compreender as limitações dessa lógica e
nibilizar o capital (materiais, equipamentos, fatores de ser capaz de entender a lógica dos trabalhadores.
produção, treinamento), para que todos os envolvidos A pessoa humana é motivada essencialmente pela ne-
no processo (funcionários e parceiros) sintam sua impor- cessidade de “estar junto”, de “ser reconhecida”, de receber
tância para a organização e se renovem dia após dia no adequada comunicação: Mayo se opunha à afirmação de
alcance de suas competências profissionais e pessoais Taylor de que a motivação básica do empregado era mera-
em busca de suas eficiências e eficácias. mente salarial (homo economicus)
O desempenho das pessoas no processo de tomada Para Mayo o conflito social deve ser evitado a todo cus-
de decisão nas instituições quando entendido o que é to através de uma administração humanizada que faça um
eficiência (defeito zero e qualidade total) e eficácia (al- tratamento preventivo e profilático. As relações humanas e
cance das metas empresariais) faz com que as empresas a cooperação constituem a chave para evitar o conflito so-
entrem no eixo da maturidade mercadológica (posição cial. Para ele, o conflito social é o germe da destruição da
no qual o produto ou serviço da empresa já é conhecido própria sociedade. “O conflito é uma chaga social, a coope-
pelos clientes, mas que pode trazer eventuais problemas ração é o bem estar social”1
caso não se identifique a necessidade de constantes me- Esse processo todo que veio acompanhando o cenário
lhorias nos processos que serão sentidos pela clientela). organizacional, justifica a importância da gestão de pes-
Isso tudo traz a área de gestão de pessoas, junto com soas, a espinha dorsal, a viga, a estrutura desse todo.
todos os demais setores organizacionais, para um impor- Segundo Davel e Vergara (2001, p.31),
tante papel estratégico, tanto para despertar e desenvol- As pessoas não fazem somente parte da vida produtiva
ver talentos organizacionais, como para potencializar a das organizações. Elas constituem o princípio essencial de
elaboração e a execução de planos estratégicos que a sua dinâmica, conferem vitalidade às atividades e processos,
organização adote para alcançar seus objetivos. inovam, criam, recriam contextos e situações que podem le-
Ao longo da história, tivemos muitas teorias pertinen- var a organização a posicionarem-se de maneira competiti-
tes à Administração, podemos citar: va, cooperativa e diferenciada com os clientes, outras organi-
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

 Frederick Taylor, que trouxe os princípios da zações e no ambiente de negócios em geral.


administração científica, contribuindo para a racionaliza-
ção do trabalho industrial e na divisão de autoridade e Segundo Barçante e Castro (1995, p. 20),
supervisão ao nível de linha (autoridade vertical). Ao ouvir a voz do cliente interno, ou seja, dos funcioná-
 Temos também Henry Fayol, nos apresentou rios, a empresa estará tratando-o como um aliado e não só
uma teoria mais global da ação administrativa, ao con- como um mero cumpridor de ordens, estará vendo que dele
trário de Taylor que se dedicou mais as questões relativas dependem os seus resultados.
à linha de produção. Mas para obter bons resultados, a organização precisa
 Citamos ainda Henry Ford, que se ocupou do abrir mão de alguns paradigmas e criar um cenário onde
sistema de produção empresarial como um todo, visando o colaborador possa por em prática toda uma experiência
a sua maior eficiência, introduzindo conceitos modernos profissional já vivenciada ou praticada em outras ocasiões
de produção em série e de linhas de montagem, con- e, nesse momento, o gestor de pessoas (liderança), precisa
cebendo um ritmo de trabalho em cadeia, para poupar atuar no sentido de capacitar, estimular e principalmente
tempo e custos. motivar as pessoas a adquirirem cada vez mais habilidades
 Até que chegamos àquela que começa a tra- e atitudes vencedoras para que toda a proposta de negó-
balhar a visão diferente em relação ao indivíduo. Alton cios atinja grandes resultados e com isso tudo que ficou
Mayo, que nos apresentou uma teoria que tratava exata- determinado pelas organizações sejam cumpridos.
mente das relações humanas.
1 Adaptado de Wagner Ramos de Oliveira

4
A Gestão Estratégica de Pessoas nas organizações é um elo entre metas organizacionais e individuais permitindo
a colaboração e participação eficaz de todas as pessoas envolvidas. Para isso as etapas Planejar, Organizar, Dirigir e
Controlar deve ser bem trabalhado pelas lideranças e gerencias da empresa conduzindo todos num único objetivo.
Nessa abordagem, faz-se necessário a compreensão e o entendimento sobre Planejamento Estratégico e conse-
guintemente o papel potencial das pessoas.
É primordial nas organizações estabelecerem alguns critérios para que a gestão de pessoas tenha importância sig-
nificativa, tais como:
 Motivar e Reconhecer os esforços de todos os envolvidos;
 As lideranças precisam transmitir suas ideias e saber exercer suas influências;
 Transformar Grupos em Equipes;
 Pensar, Agir e Solucionar problemas;
 Gerar Ambiente Sinérgico;
 Ter nos conflitos gerados uma oportunidade de fonte de aprendizagem;
 Saber gerenciar o estresse;
 Saber delegar;
 Desenvolver Culturas;
 Preparar as Pessoas para a Avaliação de Desempenho;
 Elaborar Planos Individuais de Capacitação por Competências;
 Fornecer Opinião sobre as competências individuais;
 Identificar segundo o perfil traçado pela empresa, as pessoas que estão acima, na média ou aquém das ex-
pectativas;
 Agregar Pessoas (Valorizar o Capital Intelectual);
 Desenvolver Pessoas (Integrar e Motivar os Colaboradores);
 Adotar Administração Horizontal (Faz com que as lideranças estejam em maior proximidade dos liderados,
privilegiando o acesso a informação e reduzindo os níveis organizacionais);
 Aplicar Benchmarking para obtenção de vantagem competitiva;
 Desenvolver políticas de parcerias;
 Manter e Recompensar pessoas;
 Monitorar as atividades realizadas diariamente;
 Criar um Canal de Reclamações e Sugestões visando através de críticas construtivas agregarem valores à organização;
 Divulgar na Intranet da empresa ou divulgar internamente o desempenho mensal das equipes de trabalho em
comparação a evolução alcançada com relação às metas estipuladas pela organização.

Podemos compilar esses, e outros critérios, dentro de um processo atual de gestão de pessoas, que comporta seis
aspectos básicos, como veremos agora:

Processos de Agregar Pessoas


•são os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos
de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas.
Processos de Aplicar Pessoas
•são os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar
e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e
descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Processos de Recompensar Pessoas
•são os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais
elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais
Processos de Desenvolver Pessoas
•são os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal.
Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças e desenvolvimento de
carreiras e programas de comunicação e consonância.

Processos de Manter Pessoas


•são os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as
atividades das pessoas. Incluem administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e
manutenção de relações sindicais.

Processos de Monitorar Pessoas


•são os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados.
Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais

5
Todos esses processos estão intimamente relacio-
nados entre si, de tal maneira que se interpenetram e
se influenciam reciprocamente. Cada processo tende a EXERCÍCIOS COMENTADOS
favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal
utilizados. Um processo de agregar pessoas malfeito 01. (CESPE/2018 – ABIN) Julgue o próximo item, re-
passa a exigir um processo de desenvolver pessoas mais ferente ao conceito de gestão de pessoas e à função
intenso para compensar as suas falhas. Se o processo de do órgão responsável pela gestão de pessoas nas or-
recompensar pessoas é falho, ele exige um processo de ganizações.
manter pessoas mais intenso. Além do mais, todos esses Do ponto de vista de gestão de pessoas, os emprega-
processos são desenhados de acordo com as exigências dos vinculados à organização compõem o patrimônio
das influências ambientais externas e das influências or- físico da organização.
ganizacionais internas para obter a melhor compatibili-
zação entre si. Trata-se, pois, de um modelo de diagnós- ( ) Certo ( ) Errado
tico de RH.
Uma das ferramentas utilizadas pela área de gestão Como vimos em nosso conteúdo acima, a Gestão de
de pessoas para facilitar a administração das informações Pessoas tem sido a responsável pela excelência das
pertinentes às pessoas envolvidas nos processos orga- organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital
nizacionais é o Sistema de Informação Gerencial, onde, intelectual que simboliza, mais do que tudo, a impor-
através de um banco de dados, é possível se fazer o re- tância do fator humano em plena Era da Informação e
gistro de informações que possam auxiliar o gestor e os do Conhecimento.
lideres nos processos decisórios. As pessoas deixar de ser vistas como recursos (valoriza-
Os aspectos administrados através do SIG podem ser ção da mão de obra) e passam a ser vistos como parcei-
analisados numa visão geral ou focada, na visão geral, o ros (valorização do intelecto).
sistema permite uma análise de todos os processos or- RESPOSTA: “ERRADO”
ganizacionais, já os de visão focada, fornece dados se-
torizados, referentes aos departamentos que se deseja 02. (CESPE/2018 – ABIN) Julgue o próximo item,
analisar em especifico, sendo que, em ambos constam referente ao conceito de gestão de pessoas e à fun-
informações como objetivos, estratégias e políticas da ção do órgão responsável pela gestão de pessoas nas
empresa, fatores ambientais da empresa, qualidade dos organizações.
profissionais, das informações, dos processos, tecnologia É recomendado que os órgãos responsáveis pela ges-
da empresa, a relação dos custos versus benefícios bem tão de pessoas implementem políticas para aumentar
como os riscos envolvidos e aceitos, entre outros. a qualidade de vida no trabalho e garantir que as con-
No entanto, dados coletados por si só não contribuem dições de trabalho sejam excelentes para os empre-
para esse processo, portanto, necessário se faz que haja gados.
uma análise e classificação desses dados, relacionando
entre si as informações e suas possíveis aplicabilidades. ( ) Certo ( ) Errado
No subsistema gestão de pessoas, para facilitar essa
classificação e interação de dados, o sistema deve regis- Como vimos no conteúdo acima, é primordial que as
trar dados diversos sobre o colaborador e sua relação organizações estabeleçam alguns critérios para que a
com a organização, tais como: gestão de pessoas tenha importância significativa, sen-
 Dados pessoais do que esses critérios foram organizados em seis pro-
 Dados sobre cargos e os encarregados dessas cessos de gestão de pessoas (vide quadro demonstrativo
funções acima).
 Dados sobre os setores e departamentos exis- A afirmativa dessa questão se enquadra no processo de
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

tentes na organização manter pessoas, que são os processos utilizados para


 Dados sobre remuneração e beneficios criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias
 Dados sobre processos de treinamento e capaci- para as atividades das pessoas. Incluem administração
tação desenvolvidos e/ou necessários da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e
 Dados sobre aspectos relacionados à saúde manutenção de relações sindicais.
ocupacional, entre outros. RESPOSTA: “CERTO”

Cabe à administração decidir, diante do investimento 03. (CESPE/2016 – DPU) Acerca da gestão de pessoas,
envolvido, qual o melhor e mais indicado sistema a ser função da área de gestão de pessoas, políticas e sis-
implantado, considerando os processos envolvidos e as temas de informações gerenciais, gestão de pessoas
expectativas da organização, lembrando também que, o baseada em competências e aprendizagem organiza-
sistema só será eficaz se as informações por ele forneci- cional, julgue o item a seguir.
das forem constantemente atualizadas e revistas, confor- Os processos, as políticas e as práticas de gestão de
me o desenvolvimento dos processos em andamento na pessoas alicerçam as decisões de organizações con-
organização. temporâneas no desenvolvimento da aprendizagem
contínua das pessoas a fim de contribuir para o alcan-
ce da estratégia organizacional.
( ) Certo ( ) Errado

6
Mas para obter bons resultados, a organização precisa
abrir mão de alguns paradigmas e criar um cenário COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL:
onde o colaborador possa por em prática toda uma RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO,
experiência profissional já vivenciada ou praticada em MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA E DESEMPENHO.
outras ocasiões e, nesse momento, o gestor de pes-
soas (liderança), precisa atuar no sentido de capaci-
tar, estimular e principalmente motivar as pessoas a
adquirirem cada vez mais habilidades e atitudes ven- Comportamento Organizacional “é um campo de es-
cedoras para que toda a proposta de negócios atinja tudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a
grandes resultados e com isso tudo que ficou determi- estrutura têm sobre o comportamento dentro das organi-
nado pelas organizações sejam cumpridos. zações com o propósito de aplicar este conhecimento em
Aliado à essa liderança e politica de valorização, tam- prol do aprimoramento da eficácia de uma organização.”
bém temos, como ferramenta utilizada pela área de Tem por finalidade compreender os “espaços vazios”
gestão de pessoas para facilitar a administração das da organização de forma que estes não prejudiquem o de-
informações pertinentes às pessoas envolvidas nos pro- senvolvimento da organização, possibilitando assim, reter
cessos organizacionais, o Sistema de Informação Ge- talentos, evitar o turnover e promover engajamento e har-
rencial, onde, através de um banco de dados, é possível monia entre os stakeholders.
se fazer o registro de informações que possam auxiliar Tem uma compreensão quanto ao comportamento
o gestor e os lideres nos processos decisórios. organizacional é extremamente importante para que as li-
Como podemos ver, a gestão de pessoas e demais seto- deranças possam prever, e especialmente evitar problemas
res das organizações representam um elo entre metas individuais ou coletivos entre os colaboradores.
organizacionais e individuais, permitindo a colabora- Comportamento organizacional refere-se a comporta-
ção e participação eficaz de todas as pessoas envolvidas mentos relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, rota-
no alcance do objetivo da organização. tividade no emprego, produtividade, desempenho humano
RESPOSTA: “CERTO” e gerenciamento.
Refere-se ainda à motivação, liderança, poder, comuni-
04. (CESPE/2017 – SEDF) Com relação a equilíbrio cação interpessoal, estrutura e processos de grupo, apren-
organizacional, liderança, motivação e objetivos da dizagem, desenvolvimento e percepção de atitude, proces-
gestão de pessoas, julgue o seguinte item. so de mudanças, conflitos.
A área de recursos humanos (RH) deve articular-se Considerando que, diferentemente das organizações,
que possuem uma certa formalidade em sua essência, as
com as demais áreas da organização para a elabora-
pessoas são mais complexas, mais influenciáveis por variá-
ção de planos estratégicos.
veis diversas e, muitas vezes, são pouco previsíveis.
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valo-
( ) Certo ( ) Errado
res, rituais, normas, rotinas e tabus da organização, o que
se pretende é buscar a sua identificação com os padrões
Algumas pessoas consideram que a área de recursos
a serem seguidos na empresa. Dessa forma, se fornece um
humanos faça parte no nível tático de planejamento,
senso de direção para todas as pessoas que compartilham
por se tratar de um departamento, no entanto, com a desse meio. As definições do que é desejável e indesejá-
leitura do conteúdo acima percebemos que a evolução vel são introjetadas pelos indivíduos atuantes no sistema,
da área de RH trouxe algumas características menos orientando suas ações nas diversas interações que execu-
setorizadas quanto ao papel das pessoas na organiza- tam no cotidiano.
ção, consequentemente, da área que trabalha com es- Reconhecer os significados e a própria razão de ser da
sas pessoas, passando a ter um papel mais dinâmico e empresa, bem como se familiarizar com as percepções e
integrado às outras áreas. comportamentos mais aceitos e valorizados na organização, NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Quando falamos em RH com o função mais ligada à conduz os funcionários a uma uniformidade de atitudes, o
departamento pessoal, até podemos considerar ali um que é positivo no sentido de possibilitar maior coesão. No
papel tático, mas quando o RH assume, dentro da nova entanto pode levar a uma perda de individualidade, pois o
postura de Gestão de Pessoa, uma função de apoio, de comportamento dos indivíduos passa a ser uma extensão
staff, ela passa a se relacionar com os outros departa- do grupo, muitas vezes se estendendo para ambientes ex-
mentos a fim de alinhar os objetivos organizacionais ternos da organização, quando passam a adotar comporta-
com os objetivos pessoais, potencializando assim os re- mentos padronizados nas mais diversas situações.
cursos existentes, inclusive o recurso intelectual agora
visto nas pessoas. Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos Organi-
Isso tudo traz a área de gestão de pessoas, junto com zacionais, destacamos:
todos os demais setores organizacionais, para um im-
portante papel estratégico, tanto para despertar e  Nível Individual – Estuda as expectativas, motiva-
desenvolver talentos organizacionais, como para po- ções, as habilidades e competências que cada colaborador
tencializar a elaboração e a execução de planos estra- demonstra individualmente através de seu trabalho.
tégicos que a organização adote para alcançar seus  Nível Grupal – Estuda a formação das equipes,
objetivos. grupos, as funções desempenhadas por estes, a comuni-
RESPOSTA: “CERTO” cação e interação uns com os outros, além da influência
e o poder do líder neste contexto.

7
Ao ingressar em uma organização, indivíduos com características diversas se unem para atuar dentro de um mesmo
sistema sociocultural na busca de objetivos determinados. Essa união provoca um compartilhamento de crenças, va-
lores, hábitos, entre outros, que irão orientar suas ações dentro de um contexto preexistente, definindo assim as suas
identidades.
Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por meio de suas ações, contribuem para a construção de sua socie-
dade. Entretanto os indivíduos agem sempre dentro de contextos que lhes são preexistentes e orientam o sentido de
suas ações. A construção do mundo social é assim mais a reprodução e a transformação do mundo existente do que
sua reconstrução total. Para Berger e Luckmann (1983) a vida cotidiana se apresenta para os homens como realidade
ordenada. Os fenômenos estão pré-arranjados em padrões que parecem ser independentes da apreensão que cada
pessoa faz deles, individualmente.
Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível do indivíduo e do grupo, mediada pelos processos cognitivos,
e interdependente do contexto, varia conforme a inserção ambiental e o tipo de organização, tanto quanto também
varia internamente em suas subunidades. É importante salientar que o universo simbólico integra um conjunto de sig-
nificados, atribuindo-lhes consistência, justificativa e legitimidade. Em outras palavras, o universo simbólico possibilita
aos membros integrantes de um grupo uma forma consensual de apreender a realidade, integrando os significados e
viabilizando a comunicação.
É por meio desse compartilhar da realidade que as identidades dos indivíduos nas organizações são construídas,
ao se comunicar aos membros, de forma tangível, um conjunto de normas, valores e concepções que são tidas como
certas no contexto organizacional. Ao definir a identidade social dos indivíduos, o que se pretende é garantir a produ-
tividade, pela harmonia e manutenção do que foi aprendido na convivência. É importante ressaltar que muitas vezes
essas identidades precisam ser reconstruídas, quando a empresa se vê diante de situações que exigem mudanças.
 Daí vem o papel principal da analise do comportamento organizacional, que é o de permitir fazer uma leitura da
dinâmica existente na organização e como essa interfere e influencia o comportamento das pessoas envolvidas.
Considerando que nas relações entre indivíduo e organização existe uma troca de interesses, de conteúdo, de apor-
te, entre tantos outros aspectos, e gerir essa troca é papel da área de gestão de pessoa, que garante que nessa troca,
ambas as partes fiquem satisfeitas.

Motivação
Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que a impulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual
como pelo contexto em que essa pessoa se encontre. Indivíduos motivados tendem a ter um melhor desempenho, o
que faz com que a organização invista em estímulos para promover essa motivação.
A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem dúvida, a solução inovadora para que se pudesse compreen-
der melhor o comportamento humano na sua variedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos que atendem
a uma necessidade, ora busca satisfazer outras. Tudo depende da sua carência naquele momento. Duas pessoas não
perseguem necessariamente o mesmo objetivo no mesmo momento. O problema das diferenças individuais assume
importância preponderante quando falamos de motivação.

Razões da Motivação

Razões empresariais 
• concorrência 
• produtos e preços
• fidelização
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Razões Pessoais
• empregabilidade
• motivos p/ servir

* (ordem material = cliente =lucro)


* (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
* (ordem espiritual = crescimento pessoal)

O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se e alcançar seus objetivos.

Podemos identificar os seguintes tipos de motivação:

8
Motivação Externa

• a pessoa realiza determinadas tarefas por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determinações para
que essa pessoa cumpra. É a forma mais “primitiva” de motivação, baseada na hierarquia e
normalmente utilizando as punições como fator principal de motivação. Trata-se de “fazer o
ordenado para não ser punido”, “cumprir ordens”.

Pressão Social

• a pessoa cumpre as atividades porque outras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas sim,
para acompanhar um grupo e cumprir as expectativas de outras pessoas. Aqui, estamos falando de
“fazer o que os outros fazem para ser aceito, fazer parte do grupo”.

Automotivação

• a pessoa automotivada age por iniciativa própria, em função de objetivos que escolheu. A
automotivação é a convicção que a pessoa tem de que deseja os frutos das suas ações. É “fazer o
que creio ser adequado aos meus objetivos”.
• Não existe motivação “certa”. Em situações de emergência, por exemplo, provavelmente a simples
obediência seja a ação mais indicada. O sucesso de uma ação coletiva pode depender da
conformidade das ações individuais à orientação do grupo. Por outro lado, uma pessoa pode ser
fortemente auto motivada a objetivos destrutivos, como uma ambição excessiva.

O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de motivação; pessoas auto motivadas atuando em
grupos coesos, com orientação clara, sólida e coerente.

Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é superar
obstáculos, é ser persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? 
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicoló-
gicos, conscientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de conduta em
alguém. Sendo assim Motivação está intimamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário é fato que leva uma
pessoa a algum estado ou atividade. 
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida , e seus motivos são pessoais
, intransferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus motivos são abstratos e só têm signi-
ficado pra você , por isso motivação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro.
A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica
os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro
de cada pessoa de forma particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de
fazê-lo. Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que a motivação
é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego desse prefixo deve ser descartado.
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas necessidades são todas supridas de forma hierárquica.
Maslow organiza tais necessidades da seguinte forma: NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

9
- Autorrealização
- Autoestima
- Sociais
- Segurança
- Fisiológicas

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades
fisiológicas são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das que
está executando ou abaixo, o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motivação é alcançada através de dois fatores:
 Fatores higiênicos que são estímulos externos que melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que
não consegue motivá-los.
 Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do
reconhecimento e da autorrealização gerada através de seus atos.

Já David McClelland identificou três necessidades que seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e
realização.
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio,
status e outras sensações que o ser humano gosta de sentir.
Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de
Processo, onde, em cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas: necessidades fisiológicas, necessidades de
segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de autorrealização.

 Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisio-
lógicas e de segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima (social) e o
componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente externo
da estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

10
 Teoria dos dois fatores de Herzberg:
Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e
os fatores motivacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para
Herzberg, eles podem causar a insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente
causarão a motivação. Exemplos: segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, su-
pervisão, política e administração da empresa. Os fatores motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho.
Estes fatores podem causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso, responsabilidade, o próprio
trabalho, o reconhecimento e a realização.

 Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas
(construção conjunta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

 Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção
de igualdade e justiça existente no ambiente profissional.

 Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes
a um determinado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se
traduzi-la como a preferência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento
em sua direção, valência zero é indiferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa
é o grau de probabilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação entre o esforço que vai
ser despendido no evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de
energia que o indivíduo irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

 Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apre-
sentava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não
gostam de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y
é o oposto: diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir
criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e
necessidades de auto realização.

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

11
Quanto às implicações dessas teorias:

Implicações aos Administradores:


As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma como motivar os subordinados:
 Devem determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem ser
adequadas aos indivíduos observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas
desejam;
 Determinar o desempenho que você deseja - determinar qual o nível de desempenho que os subordinados
têm que ter para serem recompensados;
 Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados
acharem que o que foi determinado é difícil ou impossível;
 Ligar as recompensas ao desempenho;
 Certificar se a recompensa e adequada - recompensas pequenas significam motivações fracas.

Implicações para a Organização:


A expectativa da motivação também traz várias implicações para a organização:
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a recompensa e não o que desejam - o sistema de recompen-
sas devem ser projetados para motivar os comportamentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção.
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensador - se forem projetados para atender as necessidades
mais elevadas dos empregados, como ex.: independência, criatividade, o trabalho pode ser motivador por si mesmo.
Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e organizações é garantir que os subordinados tenham
os recursos necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da organização.
Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional.

12
O Ciclo Motivacional Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da
necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a
O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: sua liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão
represada no organismo procura um meio indireto de saída,
seja por via psicológica (agressividade, descontentamento,
tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fisio-
lógica (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou
Necessidade
digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é satisfeita
nem frustrada, mas é transferida ou compensada. Isto se dá
quando a satisfação de outra necessidade reduz ou aplaca a
intensidade de uma necessidade que não pode ser satisfeita.
S atisfação Equilíbrio A satisfação de alguma necessidade é temporal e pas-
sageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada
pelas diferentes necessidades. O comportamento é quase
um processo de resolução de problemas, de satisfação de
necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz
ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os
seres humanos estão continuamente engajados no ajusta-
Comporta- mento a uma variedade de situações, no sentido de satis-
mento ou Tensão
ação fazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional.
Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. Tal
ajustamento não se refere somente à satisfação das neces-
sidades de pertencer a um grupo social de estima e de auto
Tensão realização. É a frustração dessas necessidades que causa
muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação
dessas necessidades superiores depende muito de outras
pessoas, particularmente daquelas que estão em posições
de autoridade, torna-se importante para a administração
uma necessidade rompe o estado de equilíbrio do
compreender a natureza do ajustamento e do desajusta-
organismo,
mento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti-
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo
indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um
continuum e pode ser definido em vários graus. Um bom
causando um estado de tensão, insatisfação, des- ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de
conforto e desequilíbrio. se definir saúde mental é descrever as características de pes-
soas mentalmente sadias. As características básicas de saúde
mental são:
 As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
esse estado de tensão leva o indivíduo a um com-  As pessoas sentem-se bem em relação às outras
portamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou pessoas;
livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio.  As pessoas são capazes de enfrentar por si as de-
mandas da vida.
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Diante disso tudo, importante é a postura da área de
gestão de pessoas frente à esses aspectos, devendo estar
Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo encontra- sempre atenta, oferecendo ferramentas que proporcionem
rá a satisfação da necessidade e, satisfeita essa necessi- a motivação constante dos colaboradores e equipes no dia
dade, o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior a dia de trabalho.
e à sua forma de ajustamento ao ambiente.
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo Liderança
contrario, são forças dinâmicas e persistentes que provo- Uma característica essencial das organizações é que elas
cam comportamentos. são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra
Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo), o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um
os comportamentos tornam-se gradativamente mais efi- modelo geral de como as organizações se relacionam com
cazes na satisfação, de certas necessidades. E quando uma as pessoas.
necessidade é satisfeita ela não é mais motivadora de com- Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e in-
portamento já que não causa tensão ou desconforto. fluência sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de re- organizações. É uma atividade que, se bem feita, mantém
solução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, a saúde das relações entre os indivíduos. Por isso, é muito
frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada) importante essa atenção dada aos fundamentos da psi-
ou compensada (a satisfação é transferida para objeto). cologia.

13
Segundo Chiavenato,
Liderança é uma influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida por meio do processo de comu-
nicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que caracterizam são, portanto,
quatro: a influência, a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar.
A liderança não deve ser confundida com direção nem com gerência. Um bom administrador deve ser necessaria-
mente um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um administrador. Na verdade, os líderes devem estar pre-
sentes no nível institucional, intermediário e operacional das organizações. Todas as organizações precisam de líderes
em todos os seus níveis e em todas as suas áreas de atuação.
A liderança envolve o uso da influência e todas as relações interpessoais podem envolver liderança. Todas as rela-
ções dentro de uma organização envolvem líderes e liderados: as comissões, os grupos de trabalho, as relações entre
linha e assessoria, supervisores e subordinados etc. Outro elemento importante no conceito de liderança é a comunica-
ção. A clareza e a exatidão da comunicação afetam o comportamento e o desempenho dos liderados. A dificuldade de
comunicar é uma deficiência que prejudica a liderança. O terceiro elemento é a consecução de metas. O líder eficaz terá
de lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é geralmente considerada em termos de grau de realização
de uma meta ou combinação de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem considerar o líder como eficaz ou
ineficaz, em termos de satisfação decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a aceitação das diretrizes e co-
mandos de um líder apoia-se muito nas expectativas dos liderados de que suas respostas favoráveis os levarão a bons
resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como um instrumento para ajudar a alcançar objetivos.

Papel do líder
Alcançar eficiência concreta e constante para a organização, através de métodos avaliativos, controle e mensuração
dos resultados.

Estilo de Liderança

Autocrático

• O líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões, tomando-as por conta própria, sem
justifica-las
• É dominador, emite ordens e espera a obediência.
• Embora atinja bons resultados produtivos, o clima na equipe é tomado por tensão e frustração,
prevalecendo autoritarismo e não liderança.

Democrático

• Descentralizam a autoridade.
• O líder e seus subordinados atuam como uma unidade social. Os empregados são informados
sobre as condições que afetam seu trabalho e encorajados a expressar suas ideias, bem como a
fazer sugestões.
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

• A tendência geral é no sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois elas são
consistentes com os modelos de apoio colegiado do comportamento organizacional.
• o líder trabalha e toma decisões em conjunto com os subordinados, ouvindo, orientando e
impulsionando os membros.

Liberal

• Ocupa o papel de passividade, permitindo total liberdade para a tomada de decisões


individuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado pelo grupo.
• São os membros do grupo que treinam a si mesmos e promovem suas próprias motivações. O
líder tem apenas um papel secundário.

14
Teorias sobre Liderança

Teoria dos Traços

• – Defendia que a liderança era algo nato nas pessoas, ou seja, a liderança é prerrogativa das pessoas que detêm uma
série de traços – características de personalidade – necessárias para liderar.

Teorias Comportamentais

• Essa teoria enfatiza que comportamentos podem ser aprendidos e, portanto, as pessoas treinadas nos
comportamentos de liderança apropriados, poderiam liderar eficazmente.

Teoria Situacional

• – Essa teoria defende que a liderança se ajusta a cada situação, devendo o líder deve se adaptar ao ambiente, aos
liderados e à situação em questão.

Teoria dos Estilos de Decisão dos Líderes

• Essa teoria divide os líderes em três tipos: o liberal, o democrático e o autocrático, conforme vimos acima.

Teoria do Carisma

• Prevalece o carisma do líder que, pela empatia que este consegue gerar na equipe, esses passam naturalmente a
receber sua influencia.

Teoria da Atribuição

• Essa teoria busca o lado mais democrático, onde o grupo de pessoas acaba escolhendo e elegendo o seu próprio
líder.

É claro que o teoria e o estilo de liderança tem sua importância no contexto, mas o que vale mesmo é que as orga-
nizações compreendam definitivamente o papel do líder, a relevância que esse elemento tem na gestão organizacional,
instigando a equipe a ser melhor a cada dia.
Compete à organização dar o suporte que esse agente motivador precisa para potencializar o desenvolvimento
humano, através dos desafios colocados à equipe, provocando alto desempenho, estimulando-os a assumir cada vez
mais o compromisso de atingirem um nível de competência de excelência.
E ao líder compete compreender como fazer isso tudo, através de críticas construtivas que visam melhorar o desem-
penho, através de decisões que resolvam os conflitos existentes, através de um olhar atento para descobrir talentos, e
a esses dar e receber feedback, estando disposto a aprender, assim como ensina.
O papel do líder é o de criar vínculos de confiança, através de relações éticas, de postura comprometida com os
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
liderados em harmonia com os objetivos da organização.
Quando esse papel é notado dentro das organizações, a pessoas nela envolvidas se sentem respeitadas e valori-
zadas, o clima organizacional é de harmonia e sinergia e, com isso, as organizações atingem não apenas um nível de
competitividade no mercado, mas conseguem firmar seu diferencial de maturidade organizacional.

Desempenho
O gerenciamento do desempenho organizacional tem por objetivo direcionar todos os esforços da organização em
prol dos objetivos desta.
Dessa forma, busca-se a efetividade de todas as atividades da empresa alinhada com o objetivo macro da organi-
zação.
Dentro dessa perspectiva, observa-se a importância dos indicadores. Os indicadores de desempenho, conhecidos
também por KPI (Key Performance Indicator), facilitam a transmissão da missão e visão da empresa para funcionários
que não ocupam cargos mais estratégicos, e direcionam seus esforços para objetivos estratégicos da empresa. 
É comum, porém não saudável, que no ambiente de trabalho diversos colaboradores não saibam a importância de
suas atividades e não enxerguem o impacto de suas atividades no resultado final da empresa. Assim, os indicadores
orientam todos os esforços destes em busca de metas que gerem um alto desempenho competitivo da organização.
Os KPIs se caracterizam como uma ferramenta de medição de desempenho dos setores, de forma quantificáveis,
buscando entender se os objetivos estão sendo atingidos e a necessidade de adotar medidas corretivas.

15
Estudiosos sobre desempenho organizacional des- • Comparação de pares: também conhecida
tacam algumas características que um bom indicador de como comparação binária, faz uma comparação entre o
desempenho deve ter, sendo: desempenho de dois colaboradores ou entre o desem-
• Relevante e de alto impacto: o indicador deve penho de um colaborador e sua equipe, podendo fazer
ter relevância direta para o negocio; o uso de fatores para isso. É um processo muito simples
• Compreensível e simples: o entendimento do e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de ser
indicador deve ser simples, para que todos os colabora- realizado quanto maior for o número de pessoas ava-
dores sejam capazes de compreende-lo e entender sua liadas.
importância; • Auto avaliação: é a avaliação feita pelo próprio
• Equilibrado: o KPI deve buscar o equilíbrio para avaliado com relação a sua performance. O ideal é que
atender as necessidades de curto e longo prazo; esse sistema seja utilizado conjuntamente a outros sis-
• Temporal: sua medição deve possibilitar o acom- temas para minimizar o forte viés e falta de sinceridade
panhamento e a ação corretiva, sendo assim, é interessan- que podem ocorrer.
te que seja medido diariamente, semanalmente, mensal- • Relatório de performance: também chama-
mente, variando com a necessidade; da de avaliação por escrito ou avaliação da experiência,
O desenvolvimento de bons KPIs permite a empre- trata-se de uma descrição mais livre acerca das caracte-
sa medir seu desempenho e identificar onde estão seus rísticas do avaliado, seus pontos fortes, fracos, poten-
problemas internos, possibilitando o aperfeiçoamento de cialidades e dimensões de comportamento, entre outros
suas operações. Quando se tem indicadores de desem- aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se
penho efetivos, aumenta-se a eficiência dos setores, au- combinar ou comparar as classificações atribuídas e por
xilia na tomada de decisão, impulsionam as vendas e até isso exige a suplementação de um outro método, mais
reduzem custos, entre outros benefícios. Dessa forma, é formal.
muito importante para as organizações que desenvolvam • Avaliação por resultados: é um método de
bons indicadores e que transmitam aos colaboradores a avaliação baseado na comparação entre os resultados
importância destes.2 previstos e realizados. É um método prático, mas que
depende somente do ponto de vista do supervisor a res-
Formas de avaliação de desempenho – Listamos abai- peito do desempenho avaliado.
xo os métodos mais tradicionais de avaliação: • Avaliação por objetivos: baseia-se numa ava-
• Escalas gráficas de classificação: é o método liação do alcance de objetivos específicos, mensuráveis,
mais utilizado nas empresas. Avalia o desempenho por
alinhados aos objetivos organizacionais e negociados
meio de indicadores definidos, graduados através da
previamente entre cada colaborador e seu superior. É
descrição de desempenho numa variação de ruim a ex-
importante ressaltar que durante a avaliação não devem
cepcional. Para cada graduação pode haver exemplos de
ser levados em consideração aspectos que não estavam
comportamentos esperados para facilitar a observação da
previstos nos objetivos, ou não tivessem sido comunica-
existência ou não do indicador. Permite a elaboração de
dos ao colaborador. E ainda, deve-se permitir ao colabo-
gráficos que facilitarão a avaliação e acompanhamento do
rador sua auto avaliação para discussão com seu gestor.
desempenho histórico do avaliado.
• Escolha e distribuição forçada: consiste na ava- • Padrões de desempenho: também chamada
liação dos indivíduos através de frases descritivas de de- de padrões de trabalho é quando há estabelecimento
terminado tipo de desempenho em relação às tarefas que de metas somente por parte da organização, mas que
lhe foram atribuídas, entre as quais o avaliador é forçado devem ser comunicadas às pessoas que serão avaliadas.
a escolher a mais adequada para descrever os comporta- • Frases descritivas: trata-se de uma avaliação
mentos do avaliado. Este método busca minimizar a sub- através de comportamentos descritos como ideais ou
jetividade do processo de avaliação de desempenho. negativos. Assim, assinala-se “sim” quando o comporta-
mento do colaborador corresponde ao comportamento
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

• Pesquisa de campo: baseado na realização de


reuniões entre um especialista em avaliação de desempe- descrito, e “não” quando não corresponde. É diferente
nho da área de Recursos Humanos com cada líder, para do método da Escolha e distribuição forçada no sentido
avaliação do desempenho de cada um dos subordinados, da não obrigatoriedade na escolha das frases.
levantando-se os motivos de tal desempenho por meio •  Avaliação 360 graus: neste método o avaliado
de análise de fatos e situações. Este método permite um recebe  feedbacks (retornos) de todas as pessoas com
diagnóstico padronizado do desempenho, minimizando quem ele tem relação, também chamados de stakehol-
a subjetividade da avaliação. Ainda possibilita o planeja- ders, como pares, superior imediato, subordinados,
mento, conjuntamente com o líder, do desenvolvimento clientes, entre outros.
profissional de cada um. • Avaliação de competências: trata-se da iden-
• Incidentes críticos: enfoca as atitudes que repre- tificação de competências conceituais (conhecimento
sentam desempenhos altamente positivos (sucesso), que teórico), técnicas (habilidades) e interpessoais (atitudes)
devem ser realçados e estimulados, ou altamente negati- necessárias para que determinado desempenho seja ob-
vos (fracassos), que devem ser corrigidos através de orien- tido.
tação constante. O método não se preocupa em avaliar • Avaliação de competências e resultados: é a
as situações normais. No entanto, para haver sucesso na conjugação das avaliações de competências e resulta-
utilização desse método, é necessário o registro constante dos, ou seja, é a verificação da existência ou não das
dos fatos para que estes não passem despercebidos. competências necessárias de acordo com o desempe-
nho apresentado.
2 Adaptado de Daniel Martins

16
• Avaliação de potencial: com ênfase no desem- • Gestão de crises nas equipes e nos processos
penho futuro, identifica as potencialidades do avaliado operacionais (sistemas técnicos e sociais);
que facilitarão o desenvolvimento de tarefas e ativida- • Auxílio na verificação de aprendizagens;
des que lhe serão atribuídas. Possibilita a identificação • Identificação de problemas de trabalho em
de talentos que estejam trabalhando aquém de suas ca- geral, no relacionamento individual, intraequipe ou inte-
pacidades, fornecendo base para a recolocação dessas requipes;
pessoas. • Registro histórico suplementar para ações ad-
• Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por ministrativas de gestão;
Robert S. Kaplan e David P. Norton na década de 90, • Apoio às pesquisas de clima organizacional.
avalia o desempenho sob quatro perspectivas: financei-
ra, do cliente, dos processos internos e do aprendizado Posto isto, o papel principal da avaliação de desem-
e crescimento. São definidos objetivos estratégicos para penho é identificar e trabalhar de forma sistêmica as di-
cada uma das perspectivas e tarefas para o atendimento ferenças de desempenho entre os muitos funcionários da
da meta em cada objetivo estratégico. organização. Tendo sempre como base a interação cons-
tante entre avaliador e avaliado.
Vantagens da Avaliação de desempenho
Por meio da avaliação de desempenho é possível
identificar novos talentos dentro da própria organização,
por meio da análise do comportamento e das qualidades EXERCÍCIOS COMENTADOS
de cada indivíduo. Gerando, assim, novas possibilidades
para remanejamento interno de colaboradores. Além de 01. (CESPE/2018 – ABIN) A respeito do comporta-
poder oferecer bonificações e premiações aos funcioná- mento organizacional, do clima e da cultura organi-
rios que mais se destacarem na avaliação. zacional no âmbito da gestão de pessoas nas organi-
Outra vantagem é a possibilidade de gerar um fee- zações, julgue o item que se segue.
dback mais fácil aos funcionários analisados e gestores, O comportamento organizacional refere-se primor-
uma vez que tem como resultado informações relevan- dialmente à forma como as organizações se relacio-
tes, sólidas e tangíveis para um resultado eficiente. Este nam entre si, com foco no aumento de sua eficiência
feedback faz com que os avaliados queiram investir ainda e efetividade. 
mais em seu desenvolvimento, melhorando seu desem-
penho e trazendo vantagens para a empresa. ( ) Certo ( ) Errado
Este método é importante, também, para eliminar
“achismos” e palpites quando da avaliação de um funcio- Comportamento Organizacional “é um campo de es-
nário. É um meio de obter informações reais e avaliar de tudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos
perto as implicações de uma possível mudança na gestão e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das
de recursos humanos da empresa. organizações com o propósito de aplicar este conheci-
Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer mento em prol do aprimoramento da eficácia de uma
muitos benefícios e mudanças positivas na gestão de organização.”
pessoas de uma organização, seja qual for o seu tamanho. Como podemos ver não se trata de um estudo sobre
Com ela o gestor pode avaliar melhor seus subordinados, como as organização se relacionam e sim como as pes-
melhorar o clima de trabalho, investir no treinamento de soas se relacionam, como se comportam dentro da or-
seus pares, melhorar a produtividade, desenvolver os ganização.
métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma RESPOSTA: “ERRADO”
mais eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é
avaliada de forma satisfatória pelos gerentes. 02. (CESPE/2018 – STM) Julgue o item seguinte, rela- NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
tivo a gestão e estrutura de organizações.
Aplicações Líderes liberais são aqueles que adotam postura con-
A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de sultiva, compartilhando com suas equipes a tomada
diferentes funções administrativas, motivacionais e de de decisão. 
comunicação, como citados a seguir:
• Identificação de pontos fortes e fracos dos co- ( ) Certo ( ) Errado
laboradores e, consequentemente, da organização;
• Identificação de diferenças individuais; O enunciado se refere ao líder democrático.
• Estímulo à comunicação interpessoal; Como características do líder liberal temos: Ocupa o
• Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, papel de passividade, permitindo total liberdade para
formada por chefe e subordinado; a tomada de decisões individuais ou grupais, partici-
• Informação ao colaborador de como o seu de- pando delas apenas quando solicitado pelo grupo; São
sempenho é percebido; os membros do grupo que treinam a si mesmos e pro-
• Estímulo ao desenvolvimento individual do ava- movem suas próprias motivações. O líder tem apenas
liador e do avaliado; um papel secundário. A decisão parte da equipe e não
• Indicações de promoções e de aumentos sala- do líder.
riais por mérito; RESPOSTA: “ERRADA”
• Indicações de necessidade de treinamento;

17
03. (CESPE/2017 – TRT/7ª Região - CE) A motivação
depende do esforço despendido pelo empregado
para atingir um resultado e do valor atribuído por ele HORA DE PRATICAR!
a esse resultado. Essa premissa se refere à teoria mo-
tivacional denominada teoria 01. (CESPE/2017 – TRT/7ª Região - CE) Os fatores si-
tuacionais que influenciam o desempenho no traba-
a) das necessidades de Maslow. lho do empregado incluem
b) da expectativa. 
c) da equidade. a) o seu nível de formação e da equipe bem como sua
d) behaviorista. compatibilidade com as tarefas organizacionais.
b) o esforço necessário para que ele realize determinada
O que vemos aqui é a relação entre o quanto o empre- tarefa que integra as suas atribuições.
gado se esforça para realizar algo e como ele é valori- c) a capacidade para executar as tarefas que lhe são de-
zado por tal esforço, aumentando ou diminuindo sua signadas.
motivação, de acordo como essa valorização. d) a qualidade dos materiais disponíveis para que ele re-
Essa relação já descarta a alternativa A, que defende alize as suas tarefas.
que a cada nível de necessidade suprida o individuo
se dedica ao nível seguinte, sem nenhuma correlação 02. (CESPE/2018 – STM)       Atento às tendências no
com ser valorizado pelo que fez. campo da gestão de pessoas, um órgão público deci-
A teoria da equidade defende que as recompensas de- diu reconfigurar seus subsistemas de administração
vem ser proporcionais ao esforço e iguais para todos. de recursos humanos, especialmente os de seleção e
Já de acordo com a teoria behaviorista, a motivação concurso público, de capacitação e desenvolvimento
tem caráter apenas impulsivo, já que as respostas aos e de avaliação de desempenho, a partir das premis-
estímulos seriam automáticas e motivadas pelo am- sas e preceitos do modelo da gestão de pessoas por
biente. competências.
Visto isso, temos como assertiva a alternativa B, que Nessa situação hipotética,
trata da teoria da expectativa, onde, a crença do fun- a incorporação dos preceitos da gestão de pessoas por
cionário está no fato de que seu esforço gerará o de- competências no subsistema de avaliação de desempenho
sempenho esperado e que esse resultado será percebi- tenderá a ser bem-sucedida caso os superiores e os colegas
do pela organização em sua avaliação de desempenho; de trabalho comprometam-se com as ações de negocia-
RESPOSTA: “B” ção, planejamento, monitoramento e retroalimentação do
desempenho dos servidores do órgão.

( ) Certo ( ) Errado

03. (CESPE/ 2018 – EBSERH) Em relação à satisfação,


à motivação e ao envolvimento no trabalho, julgue o
seguinte item.
A formulação de políticas organizacionais para ele-
var o desempenho dos trabalhadores com base nas
teorias motivacionais deve considerar os seguintes
mediadores: significado do trabalho, sistema de re-
compensas, estilo gerencial e ambiente psicossocial
de trabalho.
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

( ) Certo ( ) Errado

04. (CESPE/2018 – EBSERH) Em relação à satisfação,


à motivação e ao envolvimento no trabalho, julgue o
seguinte item.
O gestor que pretenda usar a teoria da hierarquia das
necessidades de Maslow para diagnosticar o nível
atual de necessidades dos seus empregados a fim de
determinar iniciativas com vistas a satisfazê-las deve
ter cautela, pois não há respaldo científico para as
cinco categorias da teoria, tampouco para a ideia de
preponderância.

( ) Certo ( ) Errado

18
05. (CESPE/2018 – STM)      O titular do setor de gestão
de pessoas de um órgão público, cujos recursos são des- ANOTAÇÕES
pendidos preponderantemente no exercício de funções
departamentais, a exemplo da manutenção do cadas-
tro de pessoal e da realização de rotinas de pagamento, ________________________________________________
pretende fazer que seu setor seja alçado à condição de
parceiro estratégico da organização. _________________________________________________
Considerando os requisitos para que, na situação hi-
_________________________________________________
potética anteriormente descrita, a pretensão do ges-
tor de pessoas seja alcançada, julgue o item seguinte. _________________________________________________
Além do alinhamento entre as políticas e práticas de ges-
tão de pessoas, a estratégia e a estrutura da organização, _________________________________________________
também deverão ser considerados aspectos do ambiente
institucional, político, cultural e econômico no qual o ór- _________________________________________________
gão se insere.
_________________________________________________
( ) Certo ( ) Errado _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

GABARITO _________________________________________________

_________________________________________________
1 D
2 Certo _________________________________________________
3 Certo _________________________________________________
4 Certo
5 Certo _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
_________________________________________________

_________________________________________________
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
_________________________________________________

19
ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

20
ÍNDICE

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Classificação de materiais. Tipos de classificação.............................................................................................................................................. 01


Gestão de estoques...................................................................................................................................................................................................... 08
Compras. Modalidades de compra. Cadastro de fornecedores................................................................................................................... 12
Compras no setor público. Edital de licitação...................................................................................................................................................... 17
Recebimento e armazenagem. Entrada. Conferência. Critérios e técnicas de armazenagem............................................................ 20
Gestão patrimonial. Controle de bens. Inventário. Alterações e baixa de bens..................................................................................... 23
CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS. TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO

Podemos dizer que existe um tripé de sustentação dentro da Administração, ou seja, três conceitos básicos que
embasam todas as atividades envolvidas no processo administrativo.

Vejamos:

A projeção que se faz de uma perfeita administração exige uma harmonia entre estes três elementos.
Essa harmonia cria e equilibra o fluxo administrativo, afinal, nada se produz sem capital e sem material, e de nada
adianta esses dois sem que haja quem os administre, acionando o processo da forma mais adequada e eficaz.

Vamos agora então conceituar Material e Administração de Material:

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Podemos ainda classificar os recursos em:

1
Outra característica dos Recursos que devemos nos atentar é quanto à sua abrangência – em sentido amplo e
sentido restrito.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Administração de Materiais e Administração Patrimonial

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS nos remete a pensar em um processo de movimento, ou seja, todo o proces-
so que envolva recursos materiais desde a aquisição da matéria prima até a distribuição do produto final ao cliente
externo.
ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL nos remete a pensar naqueles bens permanentes, responsáveis por oferecer
toda estrutura física necessária para que a organização possa desenvolver suas atividades, sendo seu produto final a
proteção e conservação dos bens.

2
Para que a Administração de Materiais cumpra seu papel, que resumidamente se traduz em oferecer à adminis-
tração os meios de gerir todas as atividades e unidades que componham e/ou participem do ciclo produtivo, faz-se
necessário desenvolver tarefas específicas, sendo essas:

1. Compras
2. Recepção
3. Inspeção das entradas
4. Armazenamento
5. Movimentação
6. Controle de Produção
7. Controle de Estoque
8. Inspeção de saída
9. Distribuição

O detalhamento de cada uma dessas tarefas será visto ao longo das aulas, dentro dos capítulos pertinentes a elas.

Todas essas funções giram em torno OBJETIVOS PRINCIPAIS da Gestão Organizacional no quesito Adminis-
tração de Recursos Materiais, quais sejam:

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

3
Evolução e Fases da Administração de Recursos Materiais

A função de compra passou por uma evolução dentro das organizações e na forma como é desempenhada.
Conforme foi adquirindo status de “função estratégica”, ela foi ganhando espaço, importância e análise no momen-
to de ser realizada.
Vejamos como se deu essa evolução do processo de compra e pelos responsáveis por esse processo:

Essa evolução se deu em virtude do avanço tecnológico, que trouxe processos mais mecanizados, automatizados e
altamente racionais, tornando o excedente de produção cada vez menos necessário, transformando assim a Adminis-
tração de Materiais em uma ferramenta essencial para equilibrar os estoques de maneira que não falte matéria-prima
mas também não haja excedentes.
Esse processo evolutivo da Administração de Materiais se deu principalmente, porque o mercado entendeu a ne-
cessidade de se aumentar a produção ao mesmo tempo que se diminui os custos, controlando desde a produção e
estoque, até chegar à distribuição dos mesmos.
Vejamos quais foram as ações e os objetivos destacados em cada uma das fases:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Para ficar mais claro o que esses objetivos representam, vejamos a diferença entre eles:

Eficiência
é a otimização dos recursos – humanos, financeiros, tecnológicos, materiais, equipamentos – para obtenção dos
resultados esperados pelas organizações.
Eficácia
é a contribuição dos resultados obtidos para o alcance dos objetivos estabelecidos pelas organizações em seu
processo de planejamento
Efetividade
é a relação equilibrada e otimizada entre os resultados alcançados e os objetivos propostos ao longo do tempo
pelas organizações.

4
Como pudemos perceber, lá trás, nos primórdios da administração de recursos materiais, o aspecto levado em con-
ta era estritamente operacional, comprar para ter como produzir e posteriormente vender.
Para se adequar às novas realidades mercadológicas, essa visão precisou ser revista, afinal, o posicionamento no
mercado, a gestão de custos, o processo de logística e, finalmente, de relacionamento com os clientes, buscando uma
excelência na satisfação desse, exigiu uma postura mais estratégica, alterando assim a maneira de se administrar essa
função dentro das organizações.
Vejamos as principais diferenças:

VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA


EFICIENCIA EFETIVIDADE
ESPECIFICA SISTEMICA
QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALITATIVA
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO
QUANTO QUANDO

Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais

Qualidade do Material - sua qualidade precisa ser compatível ao nível de exigência seja para seus clientes in-

ternos como clientes externos.
Quantidade – deverá ser proporcional à produção prevista, não havendo falta de matéria prima, mas que tam-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

bém não gere estoque desnecessário.
Prazo de Entrega – necessário estar atento para que não haja falta do produto nos estabelecimentos e, princi-

palmente, atender a exigência de satisfazer o cliente gerando um atendimento célere.
Menor Preço – o preço deverá ser estrategicamente calculado para que gere lucro para a organização mas que

também coloque o produto em condições de concorrer no mercado.
Condições de pagamento – a palavra chave de toda negociação é FLEXIBILIDADE, portanto, negociar as condi-

ções de pagamento se faz necessário para que o processo de negociação não seja truncado ou dificultoso.

Classificação e tipos de classificação de materiais

5
Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo
com a semelhança, sem, contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade.

O sistema de classificação é primordial para qualquer Departamento de Materiais, pois sem ele não poderia existir
um controle eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento correto do almoxarifado.

O princípio da classificação de materiais está relacionado à:


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Para Viana um BOM MÉTODO de classificação deve ter algumas CARACTERÍSTICAS/ATRIBUTOS: ser abrangente,
flexível e prático.

Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, em vez de reunir apenas materiais para serem classifi-
cados;
Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão
do gerenciamento do estoque;
Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.

Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.

Dentro das empresas existem vários TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS.

6
Para o autor Viana os principais tipos de classificação e B terem sido avaliados. Em geral, somente 5% do valor
são: monetário total representam esta classe, porém, mais de
50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são
*** Por tipo de demanda***: A classificação por orientadores e não regra).
tipo de demanda se divide em materiais não de esto-
que e materiais de estoque.  Quanto à importância operacional:
Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade
Materiais não de estoque: são materiais de demanda ou ainda o grau de dificuldade para se obter o material.
imprevisível para os quais não são definidos parâmetros Os materiais são classificados em materiais:
para o ressuprimento. Materiais X: materiais de aplicação não importante,
Materiais de estoques: são materiais que devem sem- com similares na empresa;
pre existir nos estoques para uso futuro e para que não Materiais Y: materiais de média importância para a
haja sua falta são criadas regras e critérios de ressupri- empresa, com ou sem similar;
mento automático. Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar
na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.
Esses últimos podem ser:
*** Materiais Críticos***: São materiais de reposição
 Quanto à aplicação eles podem ser: específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de
Materiais produtivos que compreendem todo mate- estocar tem como base o risco.
rial ligado direta ou indiretamente ao processo produti- A quantidade de material cadastrado como material
vo. crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo.
Matéria prima que são materiais básicos e insumos Os materiais são classificados como críticos segundo
que constituem os itens iniciais e fazem parte do proces- os seguintes critérios:
so produtivo.  críticos por problemas de obtenção de material
Produtos em fabricação que são também conhecidos importado,
como materiais em processamento que estão sendo pro-  único fornecedor,
cessados ao longo do processo produtivo.  falta no mercado,
Produtos acabados: produtos já prontos.  estratégico e
Materiais de manutenção: materiais aplicados em  de difícil obtenção ou fabricação;
manutenção com utilização repetitiva.  críticos por razões econômicas de materiais de va-
Materiais improdutivos:  materiais não incorporados lor elevado com alto custo de armazenagem ou de
ao produto no processo produtivo da empresa. transporte;
Materiais de consumo geral:  materiais de consumo,  críticos por problemas de armazenagem ou trans-
aplicados em diversos setores da empresa. porte de materiais perecíveis,
 de alta periculosidade,
 Quanto ao valor de consumo:  elevado peso ou grandes dimensões
Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque  críticos por problema de previsão,
é necessário que se separe de forma clara, aquilo que  críticos por razões de segurança de materiais de
é essencial do que é secundário em termos de valor de alto custo de reposição ou para equipamento vital
consumo. da produção.
Para fazer essa separação temos a Curva ABC ou
Curva de Pareto - ela determina a importância dos ma- *** Perecibilidade***: Os materiais também podem
teriais em função do valor expresso pelo próprio consu- ser classificados de acordo com a possibilidade de extin-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
mo em determinado período. ção de suas propriedades físico-químicas.

Os materiais são classificados em: ***Quanto à periculosidade***: identificação de


Classe A: Grupo de itens mais importante que devem materiais que devido a suas características físico-quí-
ser trabalhados com uma atenção especial pela adminis- micas, podem oferecer risco à segurança no manuseio,
tração. Os dados aqui classificados correspondem, em transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.
média, a 80% do valor monetário total e no máximo 20%
dos itens estudados (esses valores são orientativos e não ***Possibilidade de fazer ou comprar***: visa de-
regra). terminar quais os materiais que poderão ser recondicio-
Classe B: São os itens intermediários que deverão ser nados, fabricados internamente ou comprados:
tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens de
classe A; são os segundos em importância. Os dados aqui ***Tipos de estocagem***: materiais de estocagem
classificados correspondem em média, a 15% do valor permanente e temporária.
monetário total do estoque e no máximo 30% dos itens  Permanente: materiais para os quais foram aprova-
estudados (esses valores são orientadores e não regra). dos níveis de estoque e que necessitam de ressu-
Classe C: Grupo de itens menos importantes em ter- primento constantes.
mos de movimentação, no entanto, requerem atenção  Temporária: materiais de utilização imediata e sem
pelo fato de gerarem custo de manter estoque. Deverão ressuprimento, ou seja, é um material não de es-
ser tratados, somente, após todos os itens das classes A toque.

7
***Dificuldade de aquisição***: classificados por Resposta: Errado. Materiais “classe A” representam a
suas dificuldades de compra em materiais de difícil minoria da quantidade total e a maioria do valor total,
aquisição e materiais de fácil aquisição. “classe C” a maioria da quantidade total e a minoria
As dificuldades podem advir de: do valor total, “classe B” valores e quantidades inter-
 Fabricação especial: envolve encomendas especiais mediárias.
com cronograma de fabricação longo; O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da
 Escassez no mercado: há pouca oferta no mercado “classe B e C” menos sofisticados.
e pode colocar em risco o processo produtivo; Classe A: Grupo de itens mais importante que devem
 Sazonalidade: há alteração da oferta do material ser trabalhados com uma atenção especial pela admi-
em determinados períodos do ano; nistração. Os dados aqui classificados correspondem,
 Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência em média, a 80% do valor monetário total e no máxi-
de um único fornecedor; mo 20% dos itens estudados (esses valores são orien-
 Logística sofisticada: material de transporte espe- tativos e não regra).
cial, ou difícil acesso; Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tra-
 Importações: os materiais sofrer entraves burocrá- tados logo após as medidas tomadas sobre os itens de
ticos, liberação de verbas ou financiamentos exter- classe A; são os segundos em importância. Os dados aqui
nos. classificados correspondem em média, a 15% do valor
monetário total do estoque e no máximo 30% dos itens
***Mercado fornecedor***: Esta classificação está estudados (esses valores são orientadores e não regra).
intimamente ligada à anterior e a complementa. Classe C: Grupo de itens menos importantes em ter-
Assim temos: mos de movimentação, no entanto, requerem atenção
 Materiais do mercado nacional: materiais fabrica- pelo fato de gerarem custo de manter estoque. De-
dos no próprio país; verão ser tratados, somente, após todos os itens das
 Materiais do mercado estrangeiro: materiais fabri- classes A e B terem sido avaliados. Em geral, somente
cados fora do país; 5% do valor monetário total representam esta classe,
 Materiais em processo de nacionalização: materiais porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura
aos quais estão desenvolvendo fornecedores na- (esses valores são orientadores e não regra)
cionais.
3. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) A respeito da classi-
ficação e codificação de recursos materiais, julgue o item
a seguir.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Na classificação XYZ de materiais, os itens da classe X são
considerados de baixa criticidade para as atividades a
1. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) A respeito da clas- eles relacionadas, enquanto os itens da classe Y são con-
sificação e codificação de recursos materiais, julgue o siderados de média criticidade e os Z, de alta criticidade.
item a seguir. Para que os materiais sejam aglutinados
conforme as características compartilhadas entre eles, o ( ) CERTO ( ) ERRADO
processo de classificação deverá levar em conta atributos
como a flexibilidade, a praticidade e a abrangência. Resposta: Certo. Esta classificação leva em conta a
imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para
( ) CERTO ( ) ERRADO se obter o material.
Os materiais são classificados em materiais:
Resposta: Certo. Para Viana um BOM MÉTODO de Materiais X: materiais de aplicação não importante,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

classificação deve ter algumas CARACTERÍSTICAS/ com similares na empresa;


ATRIBUTOS: ser abrangente, flexível e prático. Materiais Y: materiais de média importância para a
Abrangência: deve tratar de um conjunto de caracte- empresa, com ou sem similar;
rísticas, em vez de reunir apenas materiais para serem Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na
classificados; empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.
Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diver-
sos tipos de classificação de modo que se obtenha
ampla visão do gerenciamento do estoque; GESTÃO DE ESTOQUES
Praticidade: a classificação deve ser simples e direta

2. (CESPE/2017 –TRF/ 1ª REGIÃO) A respeito da classi- O controle de estoques é parte vital do composto
ficação e codificação de recursos materiais, julgue o logístico, pois estes podem absorver de 25 a 40% dos
item a seguir. custos totais, representando uma porção substancial do
Na curva ABC, os itens pertencentes à classe A são con- capital da empresa.
siderados os menos importantes, devido à sua pequena Conforme os principais autores sobre o assunto, hoje
participação no valor total do capital empregado no es- é fundamental que as empresas diminuam, ao mínimo, a
toque. quantidade de estoques na cadeia de suprimentos, para
com isso, minimizar e racionalizar os custos de armaze-
( ) CERTO ( ) ERRADO nagem e respectiva manutenção.

8
Portanto, é importante a correta compreensão do pa- des, sendo assim materiais “classe A” representam a mi-
pel da gestão de estoque na logística e de como devem noria da quantidade total e a maioria do valor total, “clas-
ser gerenciados. se C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor
total, “classe B” valores e quantidades intermediárias.
Razões para manter estoque O controle da “classe A” é mais intenso e o controle
da “classe B e C” menos sofisticados.
Manter um estoque organizado e ideal exige um de-
terminado investimento, por isso, o ideal é que haja uma Modelo de Lote Econômico
equilíbrio entre oferta e demanda, tornando desnecessá-
ria uma manutenção de estoque, porém, por razões das Permite determinar a quantidade ótima que minimiza
mais diversas como já pudemos ver acima, essa previsão os custos totais de estocagem de pedido para um item
de demanda e a certeza de suprimentos é muito difícil, do estoque. Considerando os custo de pedir e os custos
na verdade, praticamente impossível, portanto, necessá- de manter os materiais. Sendo os custos de pedir, os fi-
rio se faz que a organização trabalhe com um estoque xos, administrativos ao se efetuar e receber um pedido e
que possa atender a demanda, mas com minimização o custo de manter são os variáveis por unidade da manu-
dos custos de produção e distribuição, visando assim não tenção de um item de estoque por um determinado pe-
onerar demais o caixa. ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade”
de outros investimentos.
Atender o cliente com agilidade, manter-se firme na Para que o LEC seja considerado, algumas suposições
concorrência, minimizar custos, são algumas das razões precisam ser atendidas:
de gerir um estoque e, ainda como fatores temos: – a demanda considerada é conhecida e constante;
 Melhoram o nível de serviço. – não há restrições quanto ao tamanho dos lotes (os ca-
 Incentivam economias na produção. minhões de transporte não tem capacidade limitada
 Permitem economias de escala nas compras e no e o fornecedor pode suprir tudo o que desejarmos);
– os custos envolvidos são apenas de estocagem (por
transporte.
unidade) e de pedido (por ordem de compra);
 Agem como proteção contra aumentos de preços.
– o lead time é constante e conhecido;
 Protegem a empresa de incertezas na demanda e
– não é considerada a possibilidade de agregar pe-
no tempo de ressuprimento.
didos para mais de um produto do mesmo forne-
 Servem como segurança contra contingências.
cedor.
Como bem sabemos, os níveis de estoques também
dependem em grande parte do nível de vendas, no en-
tanto, estoques precisam ser adquiridos antes das reali-
zações das vendas, o que exige uma previsibilidade nas
vendas, outro fator que demonstra a importância do es-
toque junto com os demais setores da organização.
Ponto de Pedido
Os estoques podem ser classificados como:
 Matéria-prima Determina em que ponto os estoques serão pedidos
 Produtos em processo levando em consideração o tempo de entrega dos prin-
 Materiais de embalagem cipais itens.
 Produtos acabados
 Suprimentos Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x
demanda diária NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
Assim, considerando essa classificação, percebemos a
importância da natureza dos materiais na hora de gerir Duas Gavetas - Consiste na separação física em duas
um estoque. partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data
Para melhor administrar a gestão de estoque e to- da encomenda de um novo lote e a outra será utiliza-
dos os aspectos envolvidos nesse processo (natureza de da entre a data da encomenda e a data do recebimento
material, previsão de vendas, volume adequado de es- do novo lote. A grande vantagem deste sistema está na
tocagem, etc), atualmente temos diversas técnicas que substancial redução do processo burocrático de reposi-
auxiliam na manutenção do estoque e que visam reduzir ção de material (bujão de gás).
custos e evitar falta de produtos. A denominação “DUAS GAVETAS” decorre da ideia de
guardar um mesmo lote em duas gavetas distintas.
Técnicas de Administração de estoques
Estoque Mínimo - É usado principalmente quando a
Curva ABC separação entre as duas partes do estoque não é feita
fisicamente, mas apenas registrada na ficha de controle
Segrega os estoques em três grupos, demonstrando de estoque, com o ponto de separação entre as partes.
graficamente com eixos de valores e quantidades, que Enquanto o estoque mínimo estiver sendo utilizado, o
considera os materiais divididos em três grandes grupos, Departamento de Compras terá prazo suficiente para ad-
de acordo com seus valores de preço/custo e quantida- quirir e repor o material no estoque.

9
Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos para -se incluir no software módulos de monitoração do con-
reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-es- trole estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado
tabelecidos para cada item. Estes intervalos, para minimi- em fábricas com grande diversidade de peças de produ-
zar o custo de estoque, devem variar de item para item. tos finais montados em lotes. Podemos destacar entre as
A quantidade a ser comprada em cada encomenda é tal vantagens do FMS, as seguintes:
que, somada com a quantidade existente em estoque,  Permite maior produtividade das máquinas, que
seja suficiente para atender a demanda até o recebimen- passam a ter utilização de 80% a 90% do tempo
to da encomenda seguinte. Logicamente, este sistema disponível.
obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se  Possibilita maior atenção aos consumidores em
adotar períodos iguais para um grande número de itens função da flexibilidade proporcionada.
em estoque pois, procedendo a compra simultânea de  Diminui os tempos de fabricação.
diversos itens, pode-se obter condições vantajosas na  Em função do aumento da flexibilidade, permite
transação (compra e transporte). aumentar a variedade dos produtos ofertados.

Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas 2. MRP-Material Requirement Planing


subdivisões:
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de
a)Estocagem para atender a um programa de produ- fabricação, de compras, controlar estoques e administrar
ção pré-determinado: a carteira de pedidos dos clientes. Opera em base se-
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semi- manal, impondo com isso uma previsão de vendas no
contínuo que estabelece, com antecedência de vá- mesmo prazo, de modo a permitir a geração de novas
rios meses, os níveis de produção. A programação ordens de produção para a fábrica. O sistema pode ope-
(para vários períodos, semanas e meses) elabora- rar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de com-
da pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os pras, fabricação e montagem, operando ainda com di-
segmentos, desde o recebimento do material até o versos estoques de material em processo, como estoque
embarque do produto acabado. de matérias primas, partes, submontagens e produtos
acabados.A maior vantagem do MRP consiste em utili-
Vantagens: zar programas de computadores complexos, levando em
 Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, consideração todos os fatores relevantes para conseguir
objetivamente controlados por se conhecer a de- o melhor cumprimento de prazos de entrega, com esto-
manda futura. ques baixos, mesmo que a fábrica tenha muitos produtos
 Melhores condições de compra de materiais, pois em quantidade, de uma semana para outra.
pode-se aceitar contratos de grandes volumes Um ponto fundamental para o correto funcionamen-
para entregas parceladas. A atividade de compra to do sistema é a rigorosa disciplina a ser observada pe-
fica reduzida, sem a necessidade de emitir pedidos los funcionários que interagem com o sistema MRP, em
de fornecimento para cada lote de material. relação à informação de dados para computador. Sem
essa disciplina, a memória do MRP vai acumulando erros
b)Estocagem para atender especificamente a uma or- nos saldos em estoques e nas quantidades necessárias.
dem de produção ou a uma requisição: É o método
empregado nas produções do tipo intermitente, 3. Sistema Periódico
onde a indústria fabrica sob encomenda, sendo
justificável no caso de materiais especiais ou ne- A característica básica deste sistema é a divisão da
cessários esporadicamente. Os pedidos de mate- fábrica em vários setores de processamento sucessivo de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

rial neste sistema são baseadas principalmente na vários produtos similares. Cada setor recebe um conjun-
lista material (“ROW MATERIAL”) e na programa- to de ordens de fabricação para serem iniciados e termi-
ção geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem nados no período. Com isso, no fim de cada período, se
casos em que o pedido para compra precisa ser todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não
feito mesmo antes do projeto do produto estar haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o con-
detalhado, ou seja, antes da listagem do material trole de cada setor da fábrica, atribuindo responsabilida-
estar pronta, pois os itens necessários podem ter des bem definidas.
um ciclo de fabricação excessivamente longo. Ex.: Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido
grandes motores, turbinas e navios. às suas características, não se tornou obsoleto face aos
sistemas modernos, nos quais é possível à adoção de pe-
Os Sistemas básicos utilizados na administração de ríodos curtos, menores que uma semana.
estoques são:
4. OPT-Optimezed Production Technology
1. FMS (Flexible Manufacturing System)
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem
Nesse sistema, os computadores comandam as ope- diferente dos sistemas anteriores, enfatizando a raciona-
rações das máquinas de produção e, inclusive, coman- lidade do fluxo de materiais pelos diversos postos de tra-
dam a troca de ferramentas das operações de manuseio balho de uma fábrica. Os pressupostos básicos do OPT
de materiais, ferramentas, acessórios e estoques. Pode- foram originados por formulações matemáticas. Nesse

10
sistema, as ordens de fabricação são vistas como tendo Mensuração de estoque
de passar por filas de espera de atendimento nos diver-
sos postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos Quanto à forma para mensurar o valor do estoque
de trabalho forma então uma rede de filas de espera. existente na organização, valemo-nos das Normas Brasi-
O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes ge- leiras de Contabilidade.
renciais para ajudar a determinar o Lote ótimo para cada Os estoques objeto desta Norma devem ser mensu-
componente ou submontagem a ser processado em cada rados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líqui-
posto de trabalho. Muita ênfase é dedicada aos pontos do, dos dois o menor.
de gargalo da produção. Compreende-se como valor de custo, todos os cus-
tos de aquisição e o de transformação bem como outros
5. Sistema KANBAN-JIT custos incorridos para trazer os estoques à sua condição
e localização atuais.
O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado
onde os empregados possuem motivação e mobilização, O custo de aquisição compreende o preço de com-
com grande liberdade de ação. Nessas fábricas, na cer- pra, os impostos de importação e outros tributos (exce-
teza de que os empregados trabalham com dedicação e to os recuperáveis perante o fisco), bem como os custos
responsabilidade, é legítimo um trabalhador parar a linha de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente
de montagem ou produção porque achou algo errado, atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais
os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros
ajudando-se mutuamente ou trocando de tarefas con- itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação
forme as necessidades. O sistema Kanban-JIT é um sis- do custo de aquisição.
tema que “puxa” a produção da fábrica, inclusive até o Os custos de transformação de estoques incluem os
nível de compras, pelas necessidades geradas na monta- custos diretamente relacionados com as unidades pro-
gem final. As peças ou submontagens são colocadas em duzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o
caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes, caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação
que, ao serem esvaziadas na montagem, são remetidas sistemática de custos indiretos de produção, fixos e va-
ao posto de trabalho que faz a última operação a essa riáveis, que sejam incorridos para transformar os mate-
remessa, que funciona como uma ordem de produção. riais em produtos acabados. Os custos indiretos de pro-
dução fixos são aqueles que permanecem relativamente
6. Sistema Just in Time constantes independentemente do volume de produção,
tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e
É preciso que haja um sistema integrado de planeja- instalações fabris, máquinas e equipamentos e os custos
mento de distribuição. É assim que surge o Just in Time, de administração da fábrica. Os custos indiretos de pro-
que é derivado do sistema Kanban. De acordo com Hen- dução variáveis são aqueles que variam diretamente, ou
rique Corrêa e Irineu Gianesi, a responsável pela implan- quase diretamente, com o volume de produção, tais como
tação do Just in Time foi a Toyota, criando esse sistema materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta.
em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar em Os outros custos que não de aquisição nem de trans-
parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passan- formação devem ser incluídos nos custos dos estoques
do a responsabilidade e o comprometimento de não pa- somente na medida em que sejam incorridos para co-
rar sua produção para seus terceirizados. locar os estoques no seu local e na sua condição atuais.
O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo Isso significa dizer que quando ocorrer qualquer de-
principal é suprir produtos para a linha de produção e sembolso proveniente da capacidade não utilizada em
clientes da empresa, somente quando for necessário. Ao função do volume de produção ou que seja inferior ao
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
longo da cadeia logística, as relações entre as empresas normal, devem ser registradas diretamente como custo
- inclusive com o emprego de recursos de comunica- dos estoques.
ção e tecnologias de informação, devem ser garantidas
de tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços Resumindo:
prestados pela logística obedeçam exatamente às ne-  O valor do estoque consiste no custo de aquisi-
cessidades de serviços expressas pelos clientes. É muito ção mais os gastos necessários para colocar o ativo
importante, portanto que haja uma cooperação, um bom em condições de gerar benefícios para a entidade,
relacionamento entre a empresa e seus fornecedores ex- inclusive os tributos não recuperáveis mediante
ternos e internos. Um ponto muito favorável no Just in compensação.
Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram  O CVM (Custo de mercadorias Vendidas) corres-
perdas de produtos. ponde à despesa com a baixa da mercadoria ven-
dida, que é confrontada com a receita de venda.
Enfim, o controle de estoques exerce influência muito  Os estoques e consequentemente, o CMV podem
grande na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capi- ser avaliados por outros critérios, entre eles o Peps
tal que poderia estar sendo investido de outras maneiras. e o CMPF (custo médio ponderado) não sendo ad-
Portanto, aumentar a rotatividade do estoque auxilia a mitido o Ueps.
liberar ativos e economiza o custo de manutenção e con-  O estoque é avaliado pelo custo de aquisição, ou o
trole que podem absorver de 25 a 40% dos custos totais, valor líquido de realização, dos dois o menor. (Tes-
conforme mencionado anteriormente. te de recuperabilidade).

11
3. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) A respeito da previ-
são e do controle de estoques e de almoxarifado, julgue
EXERCÍCIOS COMENTADOS o item subsequente.
Cabe ao almoxarifado receber e abrigar os materiais ad-
1. (CESPE/2018 – TCM/BA) Determinado laboratório quiridos, utilizar a requisição para a entrega de materiais,
farmacêutico pertencente à administração direta produz adequar os espaços às especificidades demandadas e ser
medicamentos para serem vendidos a preços populares flexível na rotina de retirada dos produtos.
em farmácia própria.
Tendo em vista que não haviam sido registrados ajustes ( ) CERTO ( ) ERRADO
para redução ao valor realizável líquido ou ajustes a valor
presente nos estoques, o referido ente apresentou os se- Resposta: Errado. Flexibilidade não é característica na
guintes dados, em reais, necessários à avaliação dos seus gestão de estoque, pelo contrário, a gestão de estoque
estoques de medicamentos. envolve rotinas rígidas de controle.
   

COMPRAS. MODALIDADES DE COMPRA.


CADASTRO DE FORNECEDORES

O sistema de compras baseia-se em uma ação que


envolve atividades de pesquisas para a melhor adequa-
ção dos objetivos organizacionais.
Esse sistema pode ser definido como um processo
de avaliação, implementação e controle de importantes
A partir dos dados apresentados, sabendo-se que esses decisões de abastecimento realizadas para cumprir os
eram os únicos itens existentes, é correto afirmar que o planos e metas de longo prazo de uma empresa (CARR;
valor total dos estoques a ser registrado será de PEARSON, 2002). São previstos no planejamento, a se-
leção criteriosa de fornecedores, o desenvolvimento de
a) R$ 375. relações de longo prazo, bem como feedbacks contínuos
b) R$ 385. entre compradores e fornecedores (NARASIMHAN; DAS,
c) R$ 450. 2001; TALLURI; NARASIMHAN, 2004). O estreitamento
d) R$ 465. das relações com fornecedores resulta em benefícios aos
e) R$ 510. compradores que passam a receber produtos mais ade-
quados as suas necessidades, exigindo menor rigidez na
Resposta : Letra B. De acordo com as Normas Brasilei- inspeção e rápida ação corretiva interna ou externa, se
ras de Contabilidade, os estoques objeto desta Norma preciso (HANSEN; NOHRIA, 2004).
devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo va-
lor realizável líquido, dos dois o menor. Como atividades básicas do setor de compras desta-
camos:
2. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) Acerca das compras • analisar ordem de pedido,
e estoques nas organizações, julgue o próximo item. • buscar melhores preços,
Situação hipotética: Uma repartição decidiu repor o es- • encontrar fornecedores certos,
toque de determinado item, cuja demanda anual é de • fontes de fornecimentos,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

15.000 unidades e cujo custo unitário é de R$ 10. O custo • novos materiais,


do pedido é de R$ 225, e a taxa de manutenção de es- • novos mercados e assim por diante.
toque foi estabelecida em 30% ao ano. Assertiva: Nessa
situação, realizando-se a análise do lote econômico de Para que esse setor possa ter resultados otimizados
compra, deve-se concluir que a quantidade de itens ob- e adequados à realidade financeira e comercial, é impor-
tida para ser reposta pela repartição foi inferior a 1.400 tante que a organização faça uso de sistemas de gestão
unidades. e tecnologia, potencializando assim os objetivos alme-
jados.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Dentre as ações principais envolvidos no processo
Resposta: Errado. Ao aplicar os dados fornecidos na de compra destacamos
fórmula do Lote Econômico de Compras,

, chega-se ao resultado
1.500.

12
Outra questão pertinente ao setor de compras é o de analisar quanto aos materiais e serviços:
• Que tenham qualidade certa;
• Que sejam entregues rapidamente, se necessário;
• Que sejam entregues no momento certo e na quantidade correta;
• Que sejam capazes de alteração em termos de especificação, tempo de entrega ou quantidade (flexibilidade);
• Que tenham preço correto.

O que o setor de compras administra é justamente o volume de material ou mercadoria que será adquirida para
suprir a demanda existente, para isso, faz-se necessário compreender que tipo de mercadoria é essa. Vejamos os tipos
abaixo:

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Como pode ser observado, para analisar se o que você está comprando para vender no varejo são os tipos de mer-
cadorias ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obrigatoriamente, de levar em consideração a rotatividade dos
seus estoques, utilizando o seguinte roteiro:
 Agrupamento das mercadorias de acordo com a sua frequência de saída (alta, média ou baixa rotatividade);
 Levantamento dos custos das mercadorias em estoque, por grupos, de acordo com o seu giro;
 Somatório dos valores encontrados nos grupos de mercadorias;
 Cálculo do percentual correspondente a cada grupo, em relação ao somatório; Análise dos percentuais encon-
trados.

13
Para que o setor de compra seja organizado e eficaz, alguns aspectos devem ser sempre considerados por quem
executa esse processo, como vemos a seguir:
 Autoridade para compra;
 Registro de compras;
 Registro de preços;
 Registro de estoques e consumo;
 Registro de fornecedores;
 Arquivos e especificações;
 Arquivos de catálogos.

Completando a organização, podemos incluir como atividades típicas da seção de compras:


 Pesquisa dos fornecedores:
 estudo do mercado;
 estudo dos materiais;
 análise dos custos;
 investigação das fontes de fornecimento;
 inspeção das fábricas dos fornecedores;
 desenvolvimento de fontes de fornecimento;
 desenvolvimento de fontes de materiais alternativos.
 Aquisição: conferência de requisições; análise das cotações; decidir comprar por meio de contratos ou no mer-
cado aberto; entrevistar vendedores; negociar contratos; efetuar as encomendas de compras; acompanhar o
recebimento de materiais.
 Administração: manutenção de estoques mínimos; transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de
estoque; padronizar o que for possível.
 Diversos: fazer estimativa de custo; dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das re-
lações comerciais recíprocas.

Vamos considerar agora o aspecto das compras no que se refere à uma ação centralizada ou não.
As razões para DESCENTRALIZAR as compras:
 Distância geográfica;
 Tempo necessário para a aquisição de materiais;
 Facilidade de diálogo.

CENTRALIZAR as compras apresenta algumas vantagens, vejamos:


 Oportunidade de negociar maiores quantidades de materiais;
 Homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos;
 Controle de materiais e estoques.

As Etapas do processo de compra são as seguintes:


1. Coleta de Preços: Documento de registro da pesquisa de preços que fazemos em função de ter recebido a solici-
tação de compra dos fornecedores que temos aprovado para este material específico. Nele anotamos os dados
recebidos dos fornecedores.
2. Pedido de Compras: É o contrato formal entre a empresa e o fornecedor, deverá representar todas as condições
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

estabelecidas nas negociações. No pedido deverá constar: preço unitário e total, condições de fornecimento,
prazo de entrega, condições de pagamento, especificações técnicas do fornecimento, embalagens e transporte.
3. Acompanhamento do Pedido: procedimento para manter sob controle todos os pedidos, até o momento em que
ele é liberado para o processo de nossa empresa. Sua finalidade é evitar atrasos, problemas para o cliente na
entrega do pedido.
4. Desenvolvimento de fornecedores: É o procedimento que possibilita à empresa selecionar os futuros fornecedo-
res sendo os melhores fornecedores do mercado e que tenham condições de atender a todas especificações e
exigências da empresa.
5. Desenvolvimento de novos materiais: É o procedimento que possibilita à empresa pesquisar e selecionar novos
materiais ou materiais alternativos o principal objetivo é estabelecer alternativas econômicas ou técnicas para
melhorar o desempenho dos produtos no mercado. Baseando-se em especificações e parâmetros fornecidos
pelo mercado ou pela engenharia.
6. Qualificação de fornecedores: É responsabilidade da área de engenharia; a área de compras tem um a função de
ligação entre o fornecedor e a engenharia, ou seja, pesquisa de mercado.
7. Negociação: procedimento de relacionamento entre a empresa e o fornecedor , onde, quando bem executado,
ambas as partes ganham, fortalecendo os laços de interesses e de melhorias contínuas para ambas empresas.

A figura abaixo demonstra as etapas da interação empresa/fornecedor:

14
A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos negócios.
Comprar significa procurar, adquirir e receber mercadorias e insumos necessários à manutenção, funcionamento e
expansão da empresa.
As compras são responsáveis por uma margem de 50% a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande
impacto nos lucros.

MODALIDADES DE COMPRA.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS


É importante que se analise a situação da compra, pois, esta se justifica por razões distintas, conforme vemos abaixo:

15
Todo o processo anterior que vimos só terá real efi- Habituais: são os fornecedores chamados de tradi-

cácia se a relação da organização junto aos fornecedores cionais, que normalmente dispõem dos produtos
for bem administrada. básicos necessários para o funcionamento da uni-
Quanto maior a variedade de produtos e/ou serviços, dade. Estes fornecedores são sempre consultados
maior será o número de fornecedores envolvidos, o que durante o processo de compra (cotações/negocia-
exige um cadastro criterioso e rico em informações, que ções). Por terem uma grande concorrência, depen-
possa, assim, realmente indicar o melhor fornecedor na dem do comprador para fechar o negócio.
hora de executar uma compra. Especiais: são fornecedores ocasionais, que nor-

Ao analisar os fornecedores deve-se observar, entre malmente suprem eventos diferenciados ou atí-
outros aspectos: picos, como por exemplo: cardápios típicos de
 Se o preço de aquisição é justo e permita concorrer determinado país ou região. Distribuem desde
no mercado gêneros alimentícios provenientes das localidades
 Se é possível obter uma boa margem de lucro; escolhidas, até artigos de decoração relacionados
 Se a qualidade dos produtos corresponde ao exigi- ao tema.
do pelo consumidor;
 Se a quantidade oferecida é suficiente para aten-
der a demanda EXERCÍCIOS COMENTADOS
 Se os prazos de entrega condizem com as progra-
mações de vendas
 Se os prazos de pagamento estão alinhados aos de 1. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) Julgue o item que se
recebimento a fim de não comprometer o capital segue, relativo às atividades básicas de administração de
de giro próprio. materiais e patrimônio.
Entre os procedimentos básicos da administração de ma-
Como dissemos, é necessário um correto e eficaz CA- teriais incluem-se a especificação de compras, a ocasião
oportuna de comprar, o conhecimento dos fornecedores
DASTRO DE FORNECEDORES.
e o estabelecimento da quantidade ideal.
Esse cadastro representa um documento primor-
dial do Departamento de Compras , pois, é através dele
( ) CERTO ( ) ERRADO
que se definirá, quando existir condições de escolher o
fornecedor ou prováveis fornecedores de determinado
Resposta; Certo. Compete ao setor de compras ana-
material, qual o mais indicado, qual atende as quatro
lisar quanto aos materiais e serviços:
condições básicas de uma boa compra: preço, prazo,
Que tenham qualidade certa; Que sejam entregues
qualidade e condições de pagamento, conforme citado
rapidamente, se necessário; Que sejam entregues no
acima. momento certo e na quantidade correta; Que sejam
Nesse cadastro registra-se informações básicas de capazes de alteração em termos de especificação,
identificação, tais como, endereço, número do CNPJ, tempo de entrega ou quantidade (flexibilidade); Que
número da inscrição, assim como informações adicio- tenham preço correto.
nais, que facilitem a relação de negociação, como por Resumidamente, o que comprar, de quem comprar,
exemplo, objetivos sociais, pessoas para contato, linhas quando comprar e quanto comprar.
de produtos ou mercadorias, prazo médio de entrega,
condições de pagamento, política de descontos etc. 2. (CESPE/2017 – DPU) A respeito dos procedimentos
Recomenda-se que seja feito dois tipos de cadastro de compras e aquisições nas organizações, julgue o item
no setor de compras: que se segue.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

O primeiro é o cadastro por fornecedor, consideran- Uma das vantagens do processo descentralizado de
do todos os aspectos visto acima, já o segundo é o cadas- compras é a economia de escala, em função das nego-
tro por material, onde através dele é possível identificar ciações distintas para a contratação de fornecimento.
para cada material quais os fornecedores aprovados dos
quais se pode adquirir esse produto. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Para enriquecer esses cadastros, sugere-se que seja
feito um acompanhamento nas relações desenvolvidas, Resposta; Errado. Essa é uma vantagem da centrali-
registrando-se todas as ocorrências no decorrer do pro- zação de compras e não da descentralização. Vejamos:
cesso, criando-se assim, um cadastro que demonstre As razões para DESCENTRALIZAR as compras:
realmente os fornecedores mais positivos e que melhor Distância geográfica;
relação negocial proporcionaram à organização. Tempo necessário para a aquisição de materiais;
Através desse cadastro é possível também identificar Facilidade de diálogo.
a classificação desse fornecedor, dentro da classifica- CENTRALIZAR as compras apresenta algumas vanta-
ção: gens, vejamos:
 Monopolistas: são os fornecedores de produtos Oportunidade de negociar maiores quantidades de
exclusivos. Geralmente fixam o preço que acham materiais;
interessante para a sua empresa. Cobram pela ex- Homogeneidade da qualidade dos materiais adquiri-
clusividade do produto, alegando valor agregado. dos;
Não têm concorrentes. Controle de materiais e estoques.

16
A centralização de compras envolve menores custos 4. Buscar atender o princípio da padronização;
no processamento de pedidos e possibilita a compra 5. Obter as informações técnicas quando necessárias;
de maiores quantidades, oferecendo ganhos de escala 6. Proceder a pesquisas de mercado;
nas negociações. 7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua
possibilita a compra de maiores quantidades, ofere- dispensa / inexigibilidade;
cendo ganhos de escala nas negociações. 8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários.

3. (CESPE/2018 – EBSERH) Com relação a compras, jul- O principal elemento que justifica o processo licita-
gue o item que segue. tório para realização de compras no setor público é a
Fornecedores de produtos farmacêuticos que forem con- TRANSPARÊNCIA que este representa.
sultados de maneira constante em razão da qualidade Portanto, conceituando temos que:
dos produtos vendidos serão considerados fornecedores Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
habituais. uma pessoa governamental pretendendo alienar, adqui-
rir ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo con-
( ) CERTO ( ) ERRADO dições por ela estipuladas previamente, convoca interes-
sados na apresentação de propostas, a fim de selecionar
Resposta; Certo. Os fornecedores habituais são sem- a que se revele mais conveniente em função de parâme-
pre consultados durante o processo de compra (cota- tros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este
ções/negociações). Apresentam boa qualidade, dis- procedimento visa garantir duplo objetivo: de um, lado
põem de produtos básicos, mas, por terem uma grande proporcionar às entidades governamentais possibilidade
concorrência, dependem do comprador para fechar o de realizarem o negócio mais vantajoso; de outro, asse-
negócio. gurar aos administrados ensejo de disputarem entre si a
participação nos negócios que as pessoas administrati-
vas entendam de realizar com os particulares.
COMPRAS NO SETOR PÚBLICO. EDITAL DE
LICITAÇÃO Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Mu-
nicípios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão
obrigados a licitar, em obediência às pertinentes leis de
O Setor de Compras ocupa papel de destaque na Ca- licitação, o que é ponto incontroverso.
deia de Suprimentos das organizações. Inexigibilidade de Licitação: A obrigatoriedade so-
Segundo Martins et al. (2006, p. 81): mente não se aplica em determinados casos descritos a
A função de compras assume papel verdadeiramente seguir, conforme art. 25 da Lei 8666/93:
estratégico nos negócios de hoje em face do volume de I - nos casos de haver um fornecedor exclusivo de
recursos, principalmente financeiros envolvidos, deixando determinado material, equipamento ou gênero,
cada vez mais a visão preconceituosa de que era uma ati- vedada a preferência de marca, devendo haver a
vidade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e comprovação de exclusividade por meio de atesta-
não um centro de lucros. do fornecido por órgão competente;
II - para a contratação de serviços técnicos, dentro
Nas empresas estatais e autárquicas, como também do conceito de serviços técnicos previsto pela pró-
no serviço público em geral, o processo de compras obe- pria Lei 8666/93 em seu artigo 13 e
dece uma série de requisitos, conforme estabelece a Lei III - para a contratação de profissional de qualquer
nº. 8.666, de 21-6-1993, alterada pela Lei nº. 8.883, de setor artístico, desde que consagrado pela crítica
8-6-1994, motivo pelo qual se tornam totalmente trans- especializada ou pela opinião pública.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
parentes.
Sabemos que há várias diferenças entre o processo Dispensa da licitação só ocorrerá nos casos previs-
de compra no sistema privado e no sistema público, mas tos no artigo 24 da Lei 8666/93, que seguem descritos
destacamos como principal: abaixo:
Compras na Administração Pública – FORMALIDADE É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, grave
Compras na Administração Privada – INFORMALIDADE perturbação da ordem ou calamidade pública; Quando
sua realização comprometer a segurança nacional, a juí-
De acordo com o Art. 14 da Lei da Licitação, dois prin- zo do Presidente da República; Quando não acudirem
cípios preliminares devem ser seguidos: interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as
1 - A definição precisa do seu objeto; condições preestabelecidas; Na aquisição de materiais,
2 - A existência de recursos orçamentários que garan- equipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos
tam o pagamento resultante. por produtor, empresa ou representante comercial exclu-
sivo, bem como na contratação de serviços com profis-
A seguir, as condições necessárias para validar o pro- sionais ou firmas de notória especialização; Na aquisição
cesso de compras públicas: de obras de arte e objetos históricos; Quando a operação
1. Avaliar a necessidade (planejamento); envolver concessionário de serviço público ou, exclusiva-
2. Definir o quanto adquirir; mente, pessoas de direito público interno ou entidades
3. Verificar as condições de guarda e armazenamen- sujeitas ao seu controle majoritário; Na aquisição ou ar-
to; rendamento de imóveis destinados ao Serviço Público;

17
Nos casos de emergência, caracterizada a urgência de todos os administrados, dirigida aos cidadãos em geral,
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízos sem determinação de pessoa ou discriminação de qual-
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, bens quer natureza”.
ou equipamentos; Nas compras ou execução de obras e
serviços de pequeno vulto, entendidos como tal os que Princípio da Moralidade
envolverem importância inferior a cinco vezes, no caso
de compras e serviços, e a cinquenta vezes, no caso de O Princípio da Moralidade significa que a Adminis-
obras, o valor do maior salário mínimo mensal. tração Pública, além de obedecer à Lei, deve respeitar a
moral, adotar condutas honestas.
DIFERENÇA ENTRE INEXIGIBILIDADE E DISPENSA Destaca-se como diz Marcio Cammarosano,  o prin-
cípio da moralidade não é a moral comum, mas sim a
A diferença básica entre as duas hipóteses está no fato moralidade juridicizada.
de que, na dispensa, há possibilidade de competição que
justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, Princípio da Publicidade
que fica inserida na competência discricionária da Adminis-
tração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade Visa tornar a futura licitação conhecida dos interessa-
de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa dos e dar conhecimento aos licitantes bem como à so-
que atenda às necessidades da Administração; a licitação ciedade em geral, sobre seus atos. Outra função desse
é, portanto, inviável”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.) princípio é garantir aos cidadãos o acesso à documenta-
ção referente à licitação, bem como sua participação em
O processo de licitatório também se baseia em prin- audiências públicas
cípios, como vemos a seguir:
Princípio da Probidade Administrativa
O art. 3º da Lei nº 8.666/93, prevê a observância dos
PRINCÍPIOS da isonomia, legalidade, impessoalidade, Atos de improbidade (são aqueles que apresentam
moralidade, igualdade, publicidade, probidade adminis- imoralidade administrativa especialmente qualificada,
trativa, vinculação ao instrumento convocatório, julga- pelo atuar de forma desonesta, corrupta, dolosa), além
mento objetivo e demais correlatos. de ser inválidos, ensejam a aplicação de sanções severas
a seus autores.
O Princípio da Legalidade
Princípio da Eficiência
Vincula o administrador a fazer apenas o que a lei
autoriza, sendo que, na licitação, o procedimento deverá Consiste no dever da Administração realizar a função
desenvolver-se não apenas com observância estrita às le- administrativa com rapidez, perfeição e rendimento.
gislações a ele aplicáveis, mas também ao regulamento,  
Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade
caderno de obrigações e ao próprio edital ou convite,
segundo Hely Lopes Meirelles.
Pela Razoabilidade, as decisões administrativas de-
A não observação desse princípio impregnará o pro-
vem ser amparadas e pautadas em justificativas racionais,
cesso licitatório de vício, trazendo nulidade como con-
com fulcro no bom senso
sequência.
Princípio da Competitividade
O Princípio da Isonomia ou Igualdade
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Competitividade garante a livre participação a todos,


Consiste na ideia de que todos devem receber trata- porém, essa liberdade de participação é relativa, não sig-
mento paritário, em situações uniformes, não sendo ad- nificando que qualquer empresa será admitida no pro-
mitidos privilégios ou discriminações arbitrárias. cesso licitatório. Por exemplo, não faz sentido uma em-
presa fabricante de automóveis tencionar participar de
Princípio da igualdade um processo de licitação, quando o objeto do certame
seja compra de alimentos.
Além de consistir na obrigação de tratar isonomi- É pelo Princípio da Competitividade que o edital não
camente todos os licitantes, também significa ensejar a pode conter exigências descabidas, cláusulas ou condi-
qualquer interessado que atender às condições indispen- ções que restrinjam indevidamente o possível universo
sáveis de garantia, a oportunidade de disputar o certame. de licitantes para aquele certame.

Princípio da Impessoalidade  Princípio da Vinculação

Para evitar a preferência por alguma empresa especi- Administração e licitantes vinculam-se ao estabeleci-
ficamente, cuja não observação implicaria prejuízo para do no edital ou carta-convite.
a lisura do processo licitatório, e como consequência a
decretação da nulidade do processo, ou seja, estabele-
ce que “a atividade administrativa deve ser destinada a

18
Princípio do Julgamento Objetivo Existem três tipos básicos de licitação:
Menor preço - Nesse caso, o que vale é o menor pre-
A Administração está obrigada a efetuar o julgamen- ço. Teoricamente, esse menor preço pode chegar a zero
to das propostas com base nos critérios já definidos no (ou até mesmo preço negativo).Muitas empresas acabam
instrumento convocatório aceitando preços menores que o viável economicamente
porque interessa a elas outros fatores como a vinculação
Princípio da Motivação da imagem a determinado projeto ou a conquista de um
novo cliente;
Todas as decisões administrativas devem ser sempre Melhor técnica - Em alguns casos, principalmente
justificadas por escrito no processo da licitação, motiva- quando o trabalho é complexo, o órgão público pode
das, ou seja, o agente responsável pela tomada da de- basear-se nos parâmetros técnicos para determinar o
cisão enunciar expressamente os motivos de fato e de vencedor;
direito que justificam determinada decisão. Menor preço e melhor técnica - Nesse caso, os dois
parâmetros são importantes. Assim, no próprio edital de
A Lei prevê cinco Modalidades da Licitação licitação deve estar claro o peso que cada um dos parâ-
metros (preço e qualidade técnica) deve ter para que se
Concorrência - é a modalidade de licitação própria possa fazer uma média ponderada.
para contratos de grande valor, em que se admite a par-
ticipação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, Enfim, ao passo que os tipos de licitação estão rela-
que satisfaçam as condições do edital, convocados com a cionados à recepção de propostas, as modalidades estão
antecedência mínima prevista na lei, com ampla publici- relacionadas aos demais procedimentos administrativos
dade pelo órgão oficial e pela imprensa particular; adotados na gestão do processo licitatório.
Tomada de preços - é a licitação realizada entre inte-
ressados previamente registrados, observada a necessá- EDITAL DE LICITAÇÃO
ria habilitação, convocados com a antecedência mínima
prevista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e “É o instrumento pelo qual a Administração leva ao
em jornal particular, contendo as informações essenciais conhecimento público a abertura de concorrência, de to-
da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A mada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condi-
nova lei aproximou a tomada de preços da concorrência, ções de sua realização e convoca os interessados para a
exigindo a publicação do aviso e permitindo o cadastra- apresentação de suas propostas”.
mento até o terceiro dia anterior à data do recebimento Como lei interna, vincula a Administração e os parti-
das propostas; cipantes.
Convite - é a modalidade de licitação mais simples, Funções do edital:
destinada às contratações de pequeno valor, consistin- Dá publicidade à licitação;
do na solicitação escrita a pelo menos três interessados Identifica o objeto licitado e delimita o universo das
do ramo, registrados ou não, para que apresentem suas propostas;
propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convi- Circunscreve o universo dos proponentes;
te não exige publicação, porque é feito diretamente aos Estabelece os critérios para análise e avaliação dos
escolhidos pela Administração através de carta-convite. proponentes e das propostas;
A lei nova, porém, determina que cópia do instrumento Regula atos e termos processuais do procedimento;
convocatório seja afixada em local apropriado, esten- Fixa cláusulas do futuro contrato.
dendo-se automaticamente aos demais cadastrados da
mesma categoria, desde que manifestem seu interesse Quanto à sua HABILITAÇÃO, por vezes denominada
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
até vinte e quatro horas antes da apresentação das pro- “qualificação”, é a fase do procedimento em que se ana-
postas; lisa a aptidão dos licitantes.
Concurso - é a modalidade de licitação destinada à DETALHE IMPORTANTE: APTIDÃO - qualificação indis-
escolha de trabalho técnico ou artístico predominante- pensável para que a proposta possa ser objeto de con-
mente de criação intelectual. Normalmente, há atribuição sideração.
de prêmio aos classificados, mas a lei admite também a SEM APTIDÃO – o órgão competente não habilita.
oferta de remuneração; OBSERVA-SE: MODALIDADE de licitação chamada
Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de “CONVITE” inexiste a fase de habilitação - aqui a aptidão
bens móveis e semoventes e, em casos especiais, tam- é presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante
bém de imóveis que escolhe e convoca aqueles que julgam capacitados a
participar do certame, admitindo, também, eventual inte-
ATENÇÃO, NÃO CONFUNDIR MODALIDADES DE LI- ressado, não convidado, mas cadastrado.
CITAÇÃO COM TIPOS DE LICITAÇÃO.
Por modalidade compreendemos o procedimento CLASSIFICAÇÃO – momento em que as propostas
por meio do qual o agente público selecionará a melhor admitidas são ordenadas em função das vantagens que
proposta para a Administração Pública. oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação es-
Já tipo de licitação  é o que determina os critérios tabelecidos no edital.
para a escolha da melhor proposta.

19
A classificação se divide em duas fases: 3. (CESPE/2018 – EBSERH) Julgue o próximo item, rela-
 Abertura de envelopes “proposta” – a abertura é tivo às modalidades de licitação.
feita em ato público, previamente designado, lavrando- Convite é a modalidade de licitação entre interessados
-se ata circunstanciada ao final. devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
 Julgamento das propostas – objetivo e conforme condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
os tipos de licitação anterior à data do recebimento das propostas, observada
a necessária qualificação.

As propostas que estiverem de acordo com o edital ( ) CERTO ( ) ERRADO


serão classificadas na ordem de preferência, na escolha
conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apre- Resposta: Errado. O item se refere à tomada de preço
sentarem em conformidade com o instrumento convoca- – conforme §  2o   do artigo 22 da Lei nº 8.666 - To-
tório serão desclassificadas. Não se pode aceitar propos- mada de preços é a modalidade de licitação en-
ta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios tre interessados devidamente cadastrados ou que
ou de valor zero, ainda que o instrumento convocatório atenderem a todas as condições exigidas para ca-
não tenha estabelecido limites mínimos (v. § 3’ do art. 44 dastramento até o terceiro dia anterior à data do
da Lei 8.666/93). recebimento das propostas, observada a necessá-
ria qualificação.

EXERCÍCIOS COMENTADOS RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM. ENTRA-


DA. CONFERÊNCIA. CRITÉRIOS E TÉCNICAS
1. (CESPE/2017 – TER/PE) O edital de licitação terá de DE ARMAZENAGEM
conter, obrigatoriamente,

a) indicação das sanções para o caso de inadimplemento. A função de recebimento é realizada em fase inter-
b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exauriente mediária entre a compra da mercadoria e o respectivo
do objeto da licitação. pagamento ao fornecedor, competindo à si a responsa-
c) a indicação de que os critérios para julgamento serão bilidade de conferir o que foi comprado com o que foi
informados após a fase de habilitação. recebido.
d) condições de pagamento que estabeleçam preferên-
cia para empresas brasileiras. As atribuições básicas do Recebimento são:
e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da comis-
são de licitação. Coordenar e controlar as atividades de recebimen-

to e devolução de materiais;
Resposta: Letra A. Alternativa A – Certo – Conforme Analisar a documentação recebida, verificando se a

art. 40, III compra está autorizada;
Alternativa B – Errado – a descrição deve ser sucinta Controlar os volumes declarados na nota fiscal e

e clara no manifesto de transporte com os volumes a se-
Alternativa C – Errado - os critérios para julgamento rem efetivamente recebidos;
deverão constar no edital Proceder a conferência visual, verificando as con-

dições de embalagem quanto a possíveis avarias
Alternativa D – Errado – o edital estabelecerá condi-
na carga transportada e, se for o caso, apontando
ções de pagamento para empresas brasileiras e es-
as ressalvas de praxe nos respectivos documentos;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

trangeiras
Proceder a conferência quantitativa e qualitativa

Alternativa E – Errado – o edital não preverá esse tipo
dos materiais recebidos;
de previsão
Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme

o caso;
2. (CESPE/2018 – STJ)Em relação aos princípios aplicá-
Providenciar a regularização da recusa, devolução

veis à administração pública, julgue o próximo item. ou da liberação de pagamento ao fornecedor;
A indicação dos fundamentos jurídicos que determina- Liberar o material desembaraçado para estoque no

ram a decisão administrativa de realizar contratação por almoxarifado;
dispensa de licitação é suficiente para satisfazer o princí-
pio da motivação. O processo de Recebimento de Materiais acontece em
quatro momentos (fases) distintos:
( ) CERTO ( ) ERRADO
• Entrada de Materiais
Resposta: Errado. Os atos administrativos que dispen- Ocorre no momento em que o veículo transportador
sem ou declarem a inexigibilidade de processo licita- da mercadoria chega na empresa e, neste momento, os
tório deverão ser motivados com indicação dos fatos e aspectos considerados são:
dos fundamentos jurídicos  A recepção dos veículos transportadores;
 A triagem da documentação suporte do recebi-
mento;

20
Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em
 A função de armazenamento de material é propor
análise, está autorizada pela empresa; maior agilidade entre suprimento e as necessidades de
Constatação se a compra autorizada está no prazo
 produção.
de entrega contratual; O armazenamento incorpora diversos aspectos dife-
Constatação se o número do documento de com-
 rentes das operações logísticas.
pra consta na nota fiscal; As atividades que compõem a armazenagem são:
Cadastramento no sistema das informações refe-
 • Recebimento: é o conjunto de operações que en-
rentes a compras autorizadas, para as quais se ini- volvem a identificação do material recebido, ana-
cia o processo de recebimento; lisar o documento fiscal com o pedido, a inspeção
O encaminhamento desses veículos para a descarga;
 do material e a sua aceitação formal.
• Estocagem: é o conjunto de operações relaciona-
Se algum aspecto percebido estiver em desacordo das à guarda do material. A classificação dos es-
com o previsto, o responsável por essa fase deve recusar toques constitui-se em : estoque de produtos em
o recebimento e efetuar os devidos registros documen- processo, estoque de matéria – prima e materiais
tais pertinentes à devolução e a transcrição dos motivos auxiliares ,estoque operacional, estoque de produ-
no verso da Nota Fiscal e nos documentos do transporta- tos acabados e estoques de materiais administra-
dor e, ao estar tudo em conformidade, o Conhecimento tivos.
de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quan- • Distribuição: está relacionada à expedição do ma-
do do recebimento da mercadoria a ser transportada. terial, que envolve a acumulação do que foi rece-
Os materiais recebidos são encaminhados ao Almo- bido da parte de estocagem, a embalagem que
xarifado para descarga e posterior conferência de volu- deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
mes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se
registros e controles de compra, iniciando assim a se- de nota fiscal de saída para que haja controle do
gunda fase. estoque.
• Conferência Quantitativa
O que determina o modo que os materiais serão dis-
Nesse momento confere-se a quantidade recebida
postos no armazém depende de alguns fatores, não sen-
com a quantidade descrita na Nota Fiscal.
do portanto, um procedimento normalizado e padrão,
deve-se considerar o aspecto mais adequado para cada
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, es-
situação.
tes podem ser contados utilizando os seguintes métodos:
Vejamos alguns desses fatores:
 Manual: para o caso de pequenas quantidades;
 Por meio de cálculos: para o caso que envolve em-
balagens padronizadas com grandes quantidades;  Armazenagem por agrupamento:
 Por meio de balanças contadoras pesadoras: para Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e
casos que envolvem grande quantidade de peque- busca de materiais, podendo prejudicar o aprovisiona-
nas peças como parafusos, porcas, arruelas; mento do espaço. É o caso dos moldes, peças, lotes de
 Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, aprovisionamento aos quais se atribui um número que
a pesagem pode ser feita através de balanças ro- por sua vez pertence a um grupo, identificando-os com a
doviárias ou ferroviárias; divisão da estante respectiva .
 Medição: em geral as medições são feitas por meio
de trenas;  Armazenagem por tamanho, peso e caracte-
rística do material.
Temos na sequencia a checagem da qualidade do Neste critério o talão de saída deve conter a infor-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
material recebido. mação relativa ao setor do armazém onde o material se
encontra. Este critério permite um melhor aprovisiona-
• Conferência Qualitativa mento do espaço, mas exige um controlo rigoroso de
Visa garantir a adequação do material ao fim que se todas as movimentações.
destina. A análise de qualidade efetuada pela inspeção
técnica, por meio da confrontação das condições contra-  Armazenagem por frequência
tadas na Autorização de Fornecimento com as consigna- O controle através da ficha técnica permite determinar
das na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa garantir o rece- o local onde o material deverá ser colocado, consoante a
bimento adequado do material contratado pelo exame frequência com que este é movimentado. A ficha técnica
dos seguintes itens: também consegue verificar o tamanho das estantes, de
1. Características dimensionais; modo a racionalizar o aproveitamento do espaço.
2. Características específicas;
3. Restrições de especificação;  Armazenagem com separação entre lote de
reserva e lote diário
Como vimos, o processo de recebimento e armaze- Esta armazenagem é constituída por um segundo ar-
nagem representa um conjunto de funções englobando mazém de pequenos lotes o qual se destina a cobrir as
recepção, descarga, carregamento, arrumação e conser- necessidades do dia-a-dia. Este armazém de movimento
vação de matérias – primas, produtos acabados ou se- possui uma variada gama de materiais.
miacabados.

21
 Armazenagem por setores de montagem O fluxo de material determina:
Neste tipo de armazenagem as peças de série são en- • A disposição do armazém - critério de armazena-
globadas num só grupo, de forma a constituir uma base gem;
de uma produção por família de peças. Este critério con- • A técnica de armazenagem - espaço físico no ar-
duz à organização das peças por prioridades dentro de mazém;
cada grupo. • Os acessórios do armazém;
• A organização da armazenagem.
Além de considerar os fatores acima, deve-se atentar
também para outros Critérios de Armazenagem, que Armazenagem interior/exterior
consideram em relação ao material, sua: A armazenagem ao ar livre representa uma clara van-
 Fragilidade; tagem a nível econômico, sendo esta muito utilizada para
 Combustibilidade; material de ferragens e essencialmente material pesado.
 Volatilização;
 Oxidação; Armazenagem em função dos materiais
 Explosividade; A armazenagem deve ter em conta a natureza dos
 Intoxicação; materiais de modo a obter-se uma disposição racional
 Radiação; do armazém, sendo importante classificá-los.
 Corrosão;
 Inflamabilidade; Armazém de commodities: Madeira, algodão, ta-

 Volume; baco e cereais;
 Peso; Armazém para granel: A armazenagem deste ma-

 Forma. terial deve ocorrer nas imediações do local de uti-
lização, pois o transporte deste tipo de material
Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem é dispendioso. Para grandes quantidades deste
regras taxativas que regulem o modo como os materiais material a armazenagem faz-se em silos ou reser-
devem ser dispostos no Almoxarifado. Por essa razão, vatórios de grandes dimensões. Para quantidades
deve-se analisar, em conjunto, os parâmetros citados menores utilizam-se bidões, latas e caixas. Armaze-
anteriormente, para depois decidir pelo tipo de arranjo na-se grãos, produtos líquidos, etc;
físico mais conveniente, selecionando a alternativa que Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, fru-

melhor atenda ao fluxo de materiais: tas, comida congelada, etc;
1. armazenagem por tamanho: esse critério permite Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário:

bom aproveitamento do espaço; Produtos domésticos e mobiliário;
2. armazenamento por frequência: esse critério impli- Armazéns de mercadorias em geral: Produtos di-

ca armazenar próximo da saída do almoxarifado os versos. O principal objetivo é agregar o material
materiais que tenham maior frequência de movi- em unidades de transporte e armazenagem tão
mento; grandes quanto possíveis, de modo a preencher o
3. armazenagem especial, onde destacam-se: veiculo por completo.
a) os ambientes climatizados; Gases - Os gases obedecem a medidas especiais

b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob de precaução, uma vez que tornam-se perigosos
rígidas normas de segurança; ao estarem sujeitos a altas pressões e serem infla-
c) os produtos perecíveis (método FIFO) máveis. Por sua vez a armazenagem de garrafas de
gás está sujeita a regras específicas e as unidades
Outros aspectos pertinentes à armazenagem envolve de transporte são por norma de grandes dimen-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

seu período, localização e característica do que será ar- sões.


mazenado. Vejamos:
Ressalta-se além da armazenagem em si, o fator da
Armazenagem temporária movimentação desses produtos e, considerando aspec-
A armanezagem temporária tem como função con- tos como agilidade, rapidez, economia, entre outros, é
seguir uma forma de arrumação fácil de material, como relevante adotar-se a mecanização nos processos de ar-
por exemplo, a depósito de materiais, assim o fluxo do mazenagem.
material determina a disposição do armazém, onde os Independentemente do critério ou método de arma-
acessórios do armazém ficarão, assim, garantindo a or- zenamento adotado, recomenda-se sempre a observa-
ganização do mesmo. ção das indicações contidas nas embalagens em geral.1
Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a
conseguir uma arrumação fácil do material, colocação de
estrados para uma armazenagem direta, pranchas entre
outros. Aqui a força da gravidade joga a favor.

Armazenagem permanente
É um processo predefinido num local destinado ao
depósito de matérias.
1 Adaptado de MP Logistica

22
1) o elemento ser componente de um conjunto que
possua conteúdo econômico e avaliável em moeda;
EXERCÍCIOS COMENTADOS e
2) exista interdependência dos elementos componen-
1. (CESPE/2018 – EBSERH) Com relação a aspectos per- tes do patrimônio e vinculação do conjunto a uma
tinentes ao recebimento e à armazenagem de materiais, entidade que vise a alcançar determinados fins”.
julgue o item a seguir. Dias (2006)
A verificação das informações constantes na nota fiscal,
também considerada como recebimento provisório, faz “O patrimônio público é formado por bens de toda na-
parte da etapa de entrada de materiais em um setor de tureza e espécie que tenham interesse para a administra-
armazenagem. ção pública e para a comunidade administrada”. Torres e
Silva (2003)
( ) CERTO ( ) ERRADO
“Patrimônio público é nada mais que o conjunto de
Resposta: Certo. Conforme procede a conferência bens, direitos e obrigações, avaliados em moeda corren-
qualitativa, o recebimento de material se faz por meio te, das entidades que compõem a administração pública”.
da confrontação das condições contratadas na Autori- Kohama (2001, p. 213)
zação de Fornecimento com as consignadas na Nota
Fiscal pelo Fornecedor. Enfim, podemos concluir que patrimônio representa
um conjunto de bens, direitos (esses dois constituem o
2. (CESPE/2018 – EBSERH) Com relação a aspectos per- ativo) e obrigações (constitui o passivo) de uma organi-
tinentes ao recebimento e à armazenagem de materiais, zação, seja ela privada ou pública.
julgue o item a seguir. Tanto na administração privada quanto na pública
A verificação das especificações técnicas de medicamen- esse patrimônio sofre alterações e, administrar esse con-
tos entregues em um hospital caracteriza-se como etapa junto de bens é o que chamamos de gestão patrimonial.
de conferência quantitativa de materiais. Compete, portanto, à Administração Pública, gerir
seu patrimônio de forma a conservá-lo e fazer uso de
( ) CERTO ( ) ERRADO seus recursos sempre focando o bem estar da socieda-
de e o atendimento de suas necessidades, o que exige
Resposta: Errado. Como é sabido existem dois tipos de análises bem criteriosas quanto à forma que o Estado irá
conferência: Qualitativa e Quantitativa. dispor de seus bens e como aplicará seus recursos na
A questão aborda especificação técnica, que correspon- elaboração e execução do orçamento.
de à conferencia qualitativa, portanto, está errada. A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000
– conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – apre-
3. (CESPE/2017 – TRF/1ª REGIÃO) Julgue o item que sentam em seus artigos 44, 45 e 46, medidas destinadas
se segue, relativo às atividades básicas de administra- à preservação do patrimônio público.
ção de materiais e patrimônio. Uma delas estabelece que o resultado da venda de
Um dos objetivos do leiaute de um armazém é garan- bens móveis e imóveis e de direitos que integram o pa-
tir a utilização máxima do espaço. trimônio público não poderá mais ser aplicado em des-
pesas correntes, exceto se a lei autorizativa destiná-la aos
( ) CERTO ( ) ERRADO financiamentos dos regimes de previdência social, geral
e própria dos servidores.
Resposta: Certo. O uso de layout nos armazéns tem Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorpo-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
por finalidade trabalhar alguns aspectos, tais como, ração de ativos por venda, que é receita de capital, deve-
promover giro dos materiais, armazenar os materiais rão ser aplicados em despesa de capital, provocando a de-
por grupos ou características dos produtos, promover sincorporação de dívidas (passivo), por meio da despesa
eficiência no uso do espaço, entre outras. de amortização da dívida ou o incremento de outro ativo,
com a realização de despesas de investimento, de forma a
manter preservado o valor do patrimônio público.
GESTÃO PATRIMONIAL. CONTROLE DE BENS Para finalizarmos a questão conceitual do conteúdo
INVENTÁRIO. ALTERAÇÕES E BAIXA DE inicial desse tópico, vejamos como os bens (tudo aquilo
BENS. que possui valor econômico e por consequência pode
ser convertido em dinheiro) são classificados:
• Bens móveis: podem ser transferidos de lugar e
Vejamos, para iniciar, alguns conceitos dados à Patri- não perdem suas características, ou seja, são pas-
mônio. síveis de remoção sem danos. Como exemplo de
bens móveis temos: máquinas, veículos etc.
“O patrimônio é o objeto administrado que serve para • Bens imóveis: ao contrário do item anterior, bens
propiciar, às entidades, a obtenção de seus fins. Para que imóveis não podem ser removidos do seu local
um patrimônio seja considerado como tal, ele deve aten- natural sem sofrer danos. São todos os bens vin-
der a dois requisitos: culados ao solo. Como exemplo, temos: terrenos,
edifícios, casas etc.

23
• Bens tangíveis: possuem forma física. Exemplo: má- Tombamento é o processo de inclusão (entrada) de
quinas, equipamentos, veículos, mercadorias etc. um bem permanente no sistema de controle patrimonial.
• Bens intangíveis: não são físicos e, portanto, não
podem ser tocados. Direitos autorais, marcas e pa- O tombamento pode ser por:
tentes entram nesta lista.
• Bens de venda: bens destinados à venda. Produtos  Aquisição
em estoque são exemplo de bens de venda. Quando o bem é adquirido através de recursos or-
• Bens numerários: dinheiro disponível em caixa ou çamentários ou extra orçamentários. Toda aquisição de
em bancos. material através de despesa orçamentária é realizada por
• Bens de consumo: usados no processo produtivo. empenho.
Ao final geram despesas para a empresa. Na lista
de bens de consumo entram itens como: produtos  Comodato e Cessão
de limpeza, combustível, material de escritório etc. Trata-se de empréstimo gratuito de um bem perma-
nente que deve ser restituído após determinado prazo.
A Gestão Patrimonial é realizada pelo Balanço Pa- O Comodato é o empréstimo realizado entre o ór-
trimonial e tem por finalidade básica e fundamental o gão público e empresas privadas, enquanto a Cessão é o
controle dos custos e acompanhamento do patrimônio empréstimo entre órgãos públicos. Ambos são realizados
da empresa. através de contrato ou convênio.
Através dela consegue-se identificar qualitativa e
quantitativamente os valores ativos e passivos da orga-  Doação
nização, podendo assim concluir a saúde financeira do Transferência da propriedade de bens permanentes,
patrimônio. devendo ser feito através de termo de doação pelo ór-
gão ou entidade doadora com o devido detalhamento
Controle de bens sobre a transferência.

Conforme nos ensina Torres e Silva (2003, p.7), as  Fabricação


ações adotadas com a finalidade de assegurar o acompa- Como o próprio nome indica o tombamento por fa-
nhamento de tudo o que acontece com um bem, desde bricação ocorre quando bem tiver sido fabricado por al-
sua inclusão no patrimônio até sua baixa corresponde ao guma unidade do órgão público.
controle patrimonial.
Esse acompanhamento se faz através de registros e  Incorporação
relatórios que apontam a situação e em que condições o Ocorre quando não é possível identificar a origem
bem se encontra. dos recursos de um bem que se encontre pelo menos
A eficácia do controle dos bens móveis depende, fun- a dois exercícios (anos) no acervo da unidade ou órgão.
damentalmente, da implantação e da manutenção siste-
mática de registros administrativos e contábeis. Após a inclusão do bem ao patrimônio, caso haja mu-
Vale lembrar que a avaliação dos componentes pa- dança de localização desse bem.
trimoniais das entidades de direito público obedece às
normas constantes no art. 106 da Lei Federal nº 4.320/64. Esse processo de mudança é denominado Movimen-
Ou seja, como controle de bens, entendemos todo o tação Patrimonial, que é a saída de um bem de seu local
processo de registro e acompanhamento da movimenta- de guarda para manutenção ou empréstimo, sem a cor-
ção de bens patrimoniais que se dá por movimentação, respondente troca de responsabilidade, sendo emitida a
transferência, saída provisória, empréstimo e arren- Nota de Movimentação.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

damento a que estão sujeitos no período decorrido en-


tre sua incorporação e desincorporação. Essa movimentação pode ser de diversas formas, ve-
Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribui- jamos as principais:
ção de material permanente recém adquirido, de acordo
com a destinação dada no processo administrativo de A TRANSFERÊNCIA é a operação de movimentação
aquisição correspondente. de bens, com a consequente alteração da carga patri-
monial.
Para que uma determinada movimentação de um Constitui na mudança da responsabilidade pela guar-
bem móvel aconteça é necessário que haja o preenchi- da e conservação de um bem permanente e ocorre nas
mento do Termo de Responsabilidade. seguintes situações:
 Quando há alteração no responsável pelo local
Como vimos, essa movimentação de bens pode ocor- onde o bem está situação.
rer de diversas formas, como vamos analisar abaixo.  Quando o bem é transferido de um local de guarda
para outro.
Primeiramente, vamos analisar a forma de inclusão de
um bem ao patrimônio. Só será efetivada pelo Setor de Patrimônio median-
te solicitação do responsável pela carga cedente com
A entrada de material permanente é denominada anuência do recebedor.
Tombamento.

24
A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avaria- Através do inventário pode-se confirmar a localiza-
dos, obsoletos ou sem utilização também se caracteriza ção e atribuição da carga de cada material permanente,
como transferência. permitindo a atualização dos registros dos bens perma-
nentes bem como o levantamento da situação dos equi-
Relação entre os órgão participantes da transferência pamentos e materiais em uso, apurando a ocorrência de
 Transferência entre setores de um mesmo órgão: dano, extravio ou qualquer outra irregularidade, além de
segue-se os parâmetros: solicitação, por escrito, do verificar as necessidades de manutenção e reparo e cons-
interessado em receber o bem, dirigida ao possí- tatação de possíveis ociosidades de bens móveis, possi-
vel cedente; “de acordo” do setor cedente com a bilitando maior racionalização e minimização de custos,
autorização de transferência ; solicitação do agen- bem como a correta fixação da plaqueta de identificação.
te patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão O inventário é realizado por uma comissão de inven-
do Termo de Responsabilidade; após a emissão do tário, sendo esta formada por, no mínimo, três servidores
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio e/ou funcionários lotados no setor de patrimônio.
remeterá o mesmo ao agente patrimonial, para que
este colha assinaturas do cedente e do recebedor. Compete à essa comissão:
 Transferência entre setores de órgãos diferentes:
solicitação, por escrito, do interessado em receber 1. A verificação da localização física de todos os bens
o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” patrimoniais da unidade de controle patrimonial;
do setor cedente com a autorização de transferên-
2. A avaliação do estado de conservação destes bens;
cia e anuência das unidades de controle do patri-
3. A classificação dos bens passíveis de disponibili-
mônio e do titular do órgão; solicitação do agente
dade;
patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão
do Termo de Transferência de Responsabilidade; 4. A identificação de bens permanentes eventual-
após a emissão do Termo de Responsabilidade, o mente não tombados;
Setor de Patrimônio o remeterá ao agente patri- 5. A identificação de bens patrimoniais que eventual-
monial, para que este colha assinaturas do cedente mente não possam ser localizados; e
e do recebedor. 6. A emissão de relatório final acerca das observa-
ções anotadas ao longo do processo do inventário,
SAÍDA PROVISÓRIA constando as informações quanto aos procedi-
Trata-se de movimentação com finalidade temporária, mentos realizados, à situação geral do patrimônio
como manutenção, conserto, utilização (autorizada) por da unidade de controle e as recomendações para
outro departamento, sempre com a devida solicitação e corrigir as irregularidades apontadas, assim como
permissão dos agentes ou responsáveis patrimoniais. eliminar ou reduzir o risco de sua ocorrência futu-
ra, se for o caso.
EMPRÉSTIMO
Representa uma operação de remanejamento de Na Administração Pública, o inventário é entendido
bens entre órgãos públicos por um período determinado como o arrolamento dos direitos e comprometimentos
de tempo, sem envolvimento de transação financeira. da Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo
de se conhecer a exatidão dos valores que são registra-
Com exceção dos casos previstos em lei, NÃO É PER- dos na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo
MITIDO o empréstimo de bens públicos para terceiros ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade
dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados
Inventário bens.
A fim de manter atualizados os registros dos bens
O Inventário determina a contagem física dos itens
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
patrimoniais, bem como a responsabilidade dos seto-
de estoque e em processos, para comparar a quantidade
res onde se localizam tais bens, a Administração Pública
física com os dados contabilizados em seus registros, a
deve proceder ao inventário mediante verificações físicas
fim de eliminar as discrepâncias que possam existir entre
pelo menos uma vez por ano.
os valores contábeis, dos livros, e o que realmente existe
em estoque. Para fins de atualização física e monetária e de con-
Permite o ajuste dos dados escriturais com o saldo trole, a época da inventariação será:
físico do acervo patrimonial em cada unidade gestora,  anual para todos os bens móveis e imóveis sob-
o levantamento da situação dos bens em uso e a ne- -responsabilidade da unidade gestora em 31 de
cessidade de manutenção ou reparos, a verificação da dezembro (confirmação dos dados apresentados
disponibilidade dos bens da unidade, bem como o sa- no Balanço Geral);
neamento do acervo.  no início e término da gestão, isto é, na substitui-
O inventário pode ser geral ou rotativo: ção dos respectivos responsáveis, no caso de bens
 GERAL: elaborado no fim de cada exercício fiscal móveis.
de cada empresa, com a contagem física de todos
os itens de uma só vez. Os bens serão inventariados pelos respectivos valores
 ROTATIVO: feito no decorrer do ano fiscal da em- históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos
presa, sem qualquer tipo de parada no processo valores constantes de inventários já existentes, com indi-
operacional, concentrando-se em cada grupo de cação da data de aquisição.
itens em determinados períodos.

25
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens lo-
calizados nos endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante autorização específica das unidades
de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comissão de Inventário
de Bens.

O inventário acontece em três momentos distintos:

Destaca-se ainda que, esse inventário pode ser realizado fisicamente, ou seja, identificação propriamente dita dos
bens, ou então, através dos registros contábeis e documentos escriturados.

O inventário para ter validade na área contábil precisa passar pelos três momentos, isto é, se não houver a etapa da
avaliação, ele só terá relevância para o conhecimento do patrimônio e não para questões contábeis.

Alterações e baixa de bens

O desfazimento de bens consiste no processo de exclusão de um bem do acervo patrimonial da organização, de


acordo com a legislação vigente e expressamente autorizada pelo dirigente da unidade gestora.
Após a conclusão do processo de desfazimento deverá ser realizada a baixa dos bens nos registros patrimoniais, ou
seja, procede-se a retirada do seu valor do ativo imobilizado.

Essa baixa só se configura a partir do registro da transferência deste para o controle de bens baixados, feita exclusi-
vamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O número de patrimônio de um bem baixado
não deverá ser utilizado em outro bem.

Dentre as FORMAS possíveis de um bem ser baixado do patrimônio podemos citar


Permuta;
Perda total;
Extravio;
Destruição;
Comodato;
Transferência;
Sinistro;
Vendas;
Exclusão de bens no cadastro, etc.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Dentre as modalidades citadas, as mais comuns recorrentes são:

 Alienação
Transferência do direito de propriedade do material, mediante venda, permuta ou doação.
Os bens a serem alienados deverão ter seu valor reavaliado conforme preços atualizados e praticados no mercado.
O material classificado como ocioso ou recuperável será cedido a outros órgãos que dele necessitem.

 Venda
Os bens inservíveis classificados como irrecuperáveis ou antieconômicos poderão ser vendidos mediante concor-
rência, leilão ou convite.

 Permuta
A permuta com particulares poderá ser realizada sem limitação de valor, desde que as avaliações dos lotes sejam
coincidentes e haja interesse público. Nesse caso, devidamente justificado pela autoridade competente, o material a ser
permutado poderá entrar como parte do pagamento de outro a ser adquirido, condição que deverá constar do edital
de licitação ou do convite.

26
 Doação
A doação poderá ser efetuada após a avaliação de sua oportunidade e conveniência, relativamente à escolha de
outra forma de alienação.
Material classificado como ocioso poderá ser doado para outro órgão ou entidade da Administração Pública Federal
direta, autárquica ou fundacional ou para outro órgão integrante de qualquer dos demais Poderes da União.
Se o material for classificado como antieconômico, a doação poderá ser realizada para Estados e Municípios mais
carentes, Distrito Federal, empresas públicas, sociedade de economia mista, instituições filantrópicas, reconhecidas de
utilidade pública pelo Governo Federal, e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
O material irrecuperável poderá ser doado para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo
Governo Federal, e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

Em qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa definitiva dos bens considerados inservíveis por
obsoletismo, por seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço público.
As orientações administrativas devem ser obedecidas, em cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sis-
tema de gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada.
O registro no sistema patrimonial será efetivado através do Termo de Baixa de Bens, sendo necessário constar nesse;
 número do tombamento;
 descrição;
 quantidade baixada (quando se tratar de lote de bens não plaquetados);
 forma de baixa;
 motivo de baixa;
 data de baixa;
 número da Portaria ou Termo de Baixa.

Visando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, faz-se necessário a adoção dos procedi-
mentos a seguir:

Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar expe-
dientes para que seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou desfazimento.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE/2017 – TER/PE) Assinale a opção correta acerca da estrutura e composição do patrimônio sob a perspectiva
do setor público.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
a) Os passivos decorrem de obrigações futuras derivadas de eventos presentes.
b) O patrimônio público é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos.
c) Os passivos mantidos essencialmente para fins de negociação são classificados como não circulante.
d) A classificação dos elementos patrimoniais em circulante ou não circulante é feita com base nos atributos de confia-
bilidade e relevância desses elementos.
e) Ativos são recursos dos quais se espera que resultem benefícios econômicos futuros ou potenciais de serviços para
a entidade.

Resposta: Letra E. Alternativa A – Errada – trata-se de obrigação presente e não futura.


Alternativa B – Errada – trata-se de patrimônio liquido
Alternativa C – Errada – passivo não circulante é aquele a ser liquidado depois do exercício social seguinte, ou no
caso do ciclo de operações ser maior do que um ano, também considerado passivo exigível a longo prazo.
Alternativa D – Errada – o termo circulante ou não circulante tem a vem com curto prazo ou longo prazo, ou seja, tem
por base período de liquidação desse passivo.
Alternativa E - CORRETA

27
2. (CESPE/2016 – TRT/8ª Região -PA e AP) A respeito
da gestão de patrimônio no âmbito do governo federal,
assinale a opção correta. HORA DE PRATICAR!

a) O valor do bem produzido por um órgão é fixado pela 1. (FGV/2018 - Câmara de Salvador/BA) Um sistema
soma dos custos de matéria-prima destinada à con- de classificação eficaz deve abordar as seguintes etapas: 
fecção desse bem. 
b) É necessário constituição de comissão especial para a) identificação – simplificação – codificação – normaliza-
realização de exame qualitativo para aceitação de ati- ção – padronização – catalogação;
vo adquirido por pregão eletrônico. b) catalogação – simplificação – especificação – normati-
c) Caso um material seja considerado antieconômico e zação – aglutinação – codificação;
irrecuperável, deve-se providenciar sua imediata ces- c) catalogação – complementação – identificação – nor-
são. matização – padronização – codificação;
d) O inventário físico de transformação é realizado caso d) sintetização – simplificação – normatização – padroni-
haja mudança do dirigente da unidade gestora. zação – codificação – identificação;
e) O recebimento de ativos no serviço público pode e) catalogação – simplificação – flexibilização – normali-
ocorrer por compra, cessão, doação, permuta, trans- zação – padronização – codificação. 
ferência ou produção interna.
2. (FGV/2018 - Câmara de Salvador/BA) O departa-
Resposta: Letra . Alternativa A – ERRADA – o valor do mento de compras de uma fábrica adquiriu chapas de
bem envolve a soma de vários outros custos além da aço que serão empregadas na construção de carenagens
matéria-prima. de grupos geradores silenciados.
Alternativa B – ERRADA - o exame qualitativo poderá O departamento de compras classificou essas chapas
ser feito por técnico especializado ou por comissão como material de consumo, por terem sido enquadradas
especial, da qual, em princípio, fará parte o encarrega- no critério excludente: 
do do almoxarifado.
Alternativa C – ERRADA – material antieconômico ou a) durabilidade;
irrecuperável poderá ser cedido a outros órgãos da b) fragilidade; 
Administração Pública, se houver interesse do órgão c) perecibilidade;
cessionário, ou, obrigatoriamente, alienado, no menor d) incorporabilidade;
prazo possível. e) transformabilidade. 
Alternativa D – ERRADA – não se trata de mudança
de dirigente e sim de extinção ou transformação da 3. (CESGRANRIO/2018 – PETROBRAS) Existem situa-
unidade gestora. ções em que uma organização é incapaz de identificar
Alternativa E - CERTA um fornecedor que atenda às suas necessidades.
No que se refere à administração de compras, para solu-
3. (CESPE/2018 – EBSERH) Com referência à gestão pa- cionar o problema, a organização deve
trimonial, julgue o item subsequente.
Móveis que eventualmente sejam furtados de um hos- a) redesenhar o sistema de monitoramento do desem-
pital deverão ser baixados do inventário de bens dessa penho de fornecedores, já que este não entrega os
entidade e os seus números de patrimônio poderão ser resultados esperados.
reutilizados em novos móveis que forem adquiridos no b) avaliar e, depois, investir na melhoria das competên-
mesmo padrão. cias e do desempenho de possíveis fornecedores.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

c) rever prioritariamente o seu plano e, em seguida, co-


( ) CERTO ( ) ERRADO municá-lo aos clientes.
d) escolher novos indicadores de avalição de fornecedo-
Resposta: Errado. Um bem roubado ou furtado de- res, já que os atuais não apontam uma solução.
verá sim ser baixado do inventário, no entanto, o nú- e) adotar a mesma estratégia utilizada para a compra de
mero de patrimônio pertencente a esse bem NUNCA itens de rotina, focada na redução do esforço de aqui-
pode ser reaproveitado, sendo arquivado em banco sição para reduzir o custo.
de dados. Se esse bem for recuperado, o número é
restituído a ele. 4. (FUNDEP/2017 – UFVJM/MG) Destina-se a garantir
a observância do princípio constitucional da isonomia, a
seleção da proposta mais vantajosa para a administração
e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da legalidade, da impessoa-
lidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.
O trecho acima refere-se a:

28
a) Contrato.
b) Licitação.
c) Convênio.
GABARITO
d) Tributação.
1 A
5. (NC-UFPR/2017 - ITAIPU BINACIONAL) Com rela-
ção a compras no serviço público, identifique como ver- 2 E
dadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: 3 B
4 B
( ) A concorrência, a tomada de preços e o convite são
modalidades de licitação. 5 E
( ) As modalidades de licitação são escolhidas de acordo
6 D
com limites estabelecidos, considerando o montante fi-
nanceiro envolvido na compra.
( ) São princípios da licitação pública: publicidade, igual-
dade, probidade administrativa e procedimento formal.
( ) São objetos da licitação pública: serviços, compras de
materiais e alienações.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta,


de cima para baixo. 

a) V – F – V – F.
b) F – V – F – V. 
c) F – F – V – V.
d) F – V – F – F.
e)  V – V – V – V. 

6. (CESPE/2018 – TCE/PB) Na administração pública, a


melhor prática para o cadastro de fornecedores consiste
em

a) eleger um fornecedor de qualidade para cada um dos


itens de estoque necessários para a construção de
parcerias duradouras e fidelizadas.
b) estabelecer relações diferenciadas com novos forne-
cedores para conseguir o produto ou serviço mais
adequado às necessidades do órgão público.
c) registrar o maior número possível de fornecedores a
partir do contato com sindicatos e associações, sendo
dispensável a submissão da listagem inicial de forne-
cedores aos critérios de seleção predefinidos.
d) reunir o maior número possível de fornecedores que,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
em avaliações prévias, preencham, além dos requisitos
básicos, exigências complementares predefinidas.
e) monitorar o comportamento do mercado fornecedor
com o intuito de manter sempre ativos os cadastros
dos fornecedores com os três melhores preços.

29
ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

30
ÍNDICE

NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

Conceitos fundamentais de arquivologia............................................................................................................................... 01


O gerenciamento da informação e a gestão de documentos......................................................................................... 04
Diagnósticos, protocolos, arquivos correntes e intermediário....................................................................................... 04
Avaliação de documentos e arquivos permanentes............................................................................................................ 04
Tipologias documentais e suportes físicos......................................................................................................................... 09
Microfilmagem............................................................................................................................................................................ 09
Automação................................................................................................................................................................................... 09
Preservação, conservação e restauração de documentos............................................................................................. 09
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA

Para iniciar nosso estudo, vamos, primeiramente, fazer uma distinção entre três conceitos que frequentemente se
confundem.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providên-
cias) nos dá sobre arquivo:

“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públi-
cos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como
por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pú-
blica ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus
sucessores, para fins de prova ou informação”, CONARQ.

“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (ci-
tado por PAES, Marilena Leite, 1986).

“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso
de sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.”
(PAES, Marilena Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para
conservar o acervo.
O conceito arquivo engloba três elementos básicos em sua formação:
Suporte: representa o material no qual são registradas as informações.
Informação: é o elemento referencial, a noção, a ideia ou a mensagem contidos em um documento.
Documento: É qualquer informação registrada fisicamente em determinado material (suporte) suscetível de estu-
do, prova e pesquisa.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes. Vejamos:

1
O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo,
que se caracteriza como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade,
suporte, modo de produção, utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por
um processo natural que decorre da própria atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma
pessoa física, jurídica ou por uma família no exercício das suas atividades ou das suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.

Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.

Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como prin-
cípios e por outros, como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual
adotada, são relevantes no estudo da arquivologia. São eles:

- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influen-
ciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua im-
parcialidade explica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos
aos quais os documentos se referem não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam
com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, por-
tanto, apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registra-
da, guardada e preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informa-
ção, que são a Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados,
porém, frisa-se que trata-se de conceitos distintos.
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

2
Arquivos Públicos assim como pela preservação do patrimônio documental
de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em última
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, instância, da sociedade como um todo.
art.7º, Capítulo II: Também é função do arquivista recuperar informa-
ções ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos
produzidos e recebidos, no exercício de suas ativida-
des, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, EXERCÍCIOS COMENTADOS
do distrito federal e municipal, em decorrência de suas
funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
1. (CESPE/2018 – ABIN) Acerca de princípios e de con-
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo ceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
artigo diz: O princípio da proveniência e o resultado de sua apli-
cação — o fundo de arquivo — impõem-se à arquivolo-
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documen- gia, pois esta tem como objetivo administrar documen-
tos produzidos e recebidos por instituições de caráter tos de pessoas físicas ou jurídicas.
público, por entidades privadas encarregadas da gestão
de serviços públicos no exercício de suas atividades. ( ) CERTO ( ) ERRADO
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas
e de caráter público implica o recolhimento de sua do- Resposta: Certo. O principio em questão fixa a identi-
cumentação à instituição arquivística pública ou a sua dade do documento (seja de pessoa física ou jurídica)
transferência à instituição sucessora.» a quem o produziu, organizando-os de forma a obe-
decer a competência e às atividades de sua origem
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por produtora.
órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de ca-
ráter público – mediante delegação de serviços públicos) 2. (CESPE/2018 – ABIN) Acerca de princípios e de con-
são considerados arquivos públicos, independentemente ceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
da esfera de governo. Os arquivos de um órgão público existente há mais
de cem anos fazem parte de um fundo aberto.
Arquivos Privados
( ) CERTO ( ) ERRADO
De acordo com a mesma Lei citada acima:
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos Resposta: Certo. Se a instituição ainda está em ati-
de documentos produzidos ou recebidos por pessoas vidade, como no caso, e continua gerando arquivo,
físicas ou jurídicas, em decorrência de suas ativida- trata-se de fundo aberto.
des.”
3. (CESPE/2018 – ABIN) Acerca de princípios e de con-
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referi-
ceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
do artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere
A imparcialidade, como característica do documento
diz respeito à pessoa jurídica de direito privado, não
de arquivo, diz respeito à criação, à manutenção e à cus-
se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direi-
tódia de arquivos. 
to público, pois os órgãos que compõe a administração
indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
Resposta; Certo.
são também pessoas jurídicas, destituídas de poder polí-
tico e dotadas de personalidade jurídica própria, porém,
Resposta: Errado. Imparcialidade: refere-se ao fato
de direito público.
de que os documentos arquivísticos são inerentemen-
Exemplos: te verdadeiros. Os documentos arquivísticos retratam
com fidelidade os fatos e atos que atestam. Deve-se
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. ressaltar que o contexto de produção dos documen-
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de tra- tos deve ser levado em consideração para se extrair a
balhos, etc. verdade dos fatos contidos nos registros documentais
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

• Comercial: companhias, empresas, etc. O enunciado se refere à autenticidade do arquivo.


A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, pro-
fissional com formação em arquivologia ou experiência
reconhecida pelo Estado. Ele pode trabalhar em insti-
tuições públicas ou privadas, centros de documentação,
arquivos privados ou públicos, instituições culturais etc.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cui-
dar da gestão documental, conservação, preservação e
disseminação da informação contida nos documentos,

3
dos documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documen-
O GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO E A tal) e comissão permanente de avaliação. Desta forma é
GESTÃO DE DOCUMENTOS. DIAGNÓSTICOS. assegurado o acesso rápido à informação e preservação
ARQUIVOS CORRENTES E INTERMEDIÁRIO. dos documentos.
PROTOCOLOS. AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS.
ARQUIVOS PERMANENTES. Diagnóstico

Como diagnóstico entendemos a análise das infor-


Um documento (do latim documentum, derivado de
mações básicas (quantidade, localização, estado físico,
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretu-
condições de armazenamento, grau de crescimento, fre-
do gráfico, que comprove a existência de um fato, a exa-
quência de consulta e outros) sobre os arquivos, a fim de
tidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídi-
implantar sistemas e estabelecer programas de transfe-
co, documentos são frequentemente sinônimos de atos,
rência, recolhimento, microfilmagem, conservação e de-
cartas ou escritos que carregam um valor probatório.
mais atividades”.
Documento arquivístico: Informação registrada, inde-
É uma etapa que antecede a aplicação de um progra-
pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebi-
ma de gestão de documentos, representando uma ferra-
da no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa
menta que é capaz de retratar determinado contexto da
e que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes
situação em que se encontra um conjunto de documen-
para servir de prova dessa atividade.
tos, considerando volume, gênero, natureza dos docu-
Administrar, organizar e gerenciar a informação é
mentos, suporte, espécie, tipologia, nível de conservação
uma tarefa de considerável importância para as organi-
e período cronológico.
zações atuais, sejam essas privadas ou públicas, tarefa
É preciso ter critérios que ajudem a selecionar o mé-
essa que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de
todo mais apropriado à realidade pretendida, reconhecer
Documentos, importante ferramenta que auxilia na ges-
o melhor momento para sua aplicação, enfim, é preciso
tão e no processo decisório.
estudar os diferentes métodos a ponto de sentir-se se-
A gestão de documentos representa um conjunto
guro para fazer a escolha, pois “o talento do pesquisador
de procedimentos e operações técnicas referentes à sua
consiste em adequar os métodos às necessidades dos
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em
objetos” (LOPES, 1997, p. 45).
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação
É o instrumento norteador da implantação da política
ou recolhimento para a guarda permanente.
arquivística institucional.
Através da Gestão Documental é possível definir qual
O diagnóstico nos permite dois tipos de levantamen-
a politica arquivistica adotada, através da qual, se cons-
to, sendo o institucional e o documental.
titui o patrimônio arquivistico. Outro aspecto importan-
te da gestão documental é definir os responsáveis pelo
Institucional
processo arquivistico.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela
- Tempo histórico de existência
implantação do programa de gestão, que envolve ações
- Tamanho e diversidade dos acervos acumulados
como as de acesso, preservação, conservação de arquivo, - Variação e abrangência das atividades presentes e
entre outras atividades. passadas
Por assegurar que a informação produzida terá ges- - Número de pessoas vinculadas e as características
tão adequada, sua confidencialidade garantida e com estruturais
possibilidade de ser rastreada, a Gestão de Documentos - Uso de tecnologia da informação variadas, de re-
favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO, des de computadores, digitalização, microfilma-
processos esses que para determinadas organizações gem, etc.
são de extrema importância ser adquirido.
Outras vantagens de se adotar a gestão de documen- Documental
tos é a racionalização de espaço para guarda de docu-
mentos e o controle deste a produção até arquivamento - Quantidades dos documentos, expressas de acor-
final dessas informações. do com regras aceitas universalmente (metragem
A implantação da Gestão de Documentos associada linear, em unidades ou bits)
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias - Características diplomáticas – tipologias documen-


do Gerenciamento Eletrônico de Documentos deve ser tais – que os individualizam
efetiva visando à garantia no processo de atualização da - Conteúdos informacionais genéricos, expressos de
documentação, interrupção no processo de deterioração modo sintético e hierárquico
dos documentos e na eliminação do risco de perda do - Unidades físicas de arquivamento, isto é, a movela-
acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas ria e embalagens utilizadas
que permitam acesso à informação pela internet e intra- - Modo original de arquivamento – classificação,
net. avaliação e descrição – mesmo que empírico e ba-
A Gestão de Documentos no âmbito da administração seado no senso comum
pública atua na elaboração dos planos de classificação - Existência e modo de uso de tecnologias da infor-
mação

4
Características das instalações e situação dos acervos no que se refere à preservação

Para realizar o diagnóstico respeita-se cinco ETAPAS essenciais:

1-Pesquisa da legislação e histórico do órgão;


2-Elaboração de roteiros de entrevistas/questionários;
3-Visitas para aplicação de entrevistas/questionários;
3-Análise dos dados coletados;
4-Elaboração de diretrizes.

De uma forma geral, realizar um diagnóstico de arquivo significa fazer uso de informações gerais sobre quem o
produziu, informações essas que são conseguidas por meio de questionários, entrevistas e relatos fornecidos pelo
arquivista.
O Diagnóstico pode ser de três tipos, como veremos a seguir.

Diagnóstico Estratégico

Também denominado de análise do ambiente, tem por objetivo mapear o maior número possível de variáveis que
de alguma forma afetam direta ou indiretamente uma organização.
De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004) o diagnóstico estratégico se subdivide em duas modalidades:

a) diagnóstico estratégico interno: situação frente ás dinâmicas ambientais, relacionando as suas forças e fraquezas,
criando as condições para a formulação de estratégias que representam o melhor ajustamento do elemento no
ambiente em que se situa;
b) Diagnóstico estratégico externo: procura antecipar oportunidades e ameaças para a concretização da visão, da
missão e dos objetivos.

Diagnótico Físico Ambiental

Deve ser feito com base no relatório do estado de conservação e no mapeamento de danos no ambiente, buscando
identificar as causas da degradação neles registrados.

Diagnóstico Organizacional

É voltado para conhecer os Recursos humanos, físicos e materiais do arquivo, sem aprofundar em questões físico-
-ambiental de conservação, nem apegar-se as questões de fluxo.

O diagnóstico se apresenta, portanto, como uma necessária ferramenta para a gestão documental, pois, fornece informa-
ções estruturadas para o provimento das ações no decorrer do processo de gerenciamento arquivístico, tendo como principais
dados a serem coletados a estrutura, as funções, as atividades e, por conseguinte, ao fluxo de informações que permeiam a
organização, absorvendo assim, a complexidade e a diversidade de documentos e de informações existentes dentro destas.

Arquivos Correntes, Intermediários e Permanentes

O arquivo também pode ser classificado quanto à sua evolução ou frequência de uso, onde temos aqui três tipos
arquivisticos que correspondem cada um a uma fase/idade do arquivo, conforme a Teoria das Três Idades:

Arquivo Corrente - Valor Primário - Representa Fase Obrigatória


Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda destino
Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação definitiva
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

Vejamos:

5
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.

Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado
de forma eficaz, é o que chamamos de protocolo.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento,
registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coorde-
nadas de forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um
aumento de produção de documentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são re-
gistrados assim que chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole
ou problemas decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua elimina-
ção ou recolhimento.

6
Avaliação de Documentos

As funções de classificação e avaliação são essenciais para a gestão dos documentos, pois permitem que as infor-
mações sejam organizadas racionalmente – facilitando a sua recuperação – e, quando não investidas de valor adminis-
trativo, histórico ou cultural, sejam adequadamente eliminadas.
De acordo com Lopes (1997), a classificação pode ser descrita como a sequência de operações que, de acordo com
as estruturas organizacionais, funções e atividades de uma organização, visam a distribuir os documentos em classes
e subclasses. Bernandes e Delatorre (2008) descreve que entre os objetivos e benefícios da classificação, destacam-se:
a recuperação do contexto original de produção de documentos, visibilidade às funções, subfunções e atividades do
organismo produtor, controle de trâmites, atribuição de códigos numéricos, além de fornecer subsídios para a avalia-
ção dos documentos.
A avaliação de documentos, fase posterior à classificação, cumpre a função de descartar o que não seja de interesse
para as atividades das organizações, como, também, para a sociedade em geral, que busca informações para conhecer
seu meio, seu passado e constituir uma identidade. Frente a isso, os critérios de avaliação devem ser pautados na visão
crítica dos possíveis usos da informação arquivística. Bernardes e Delatorre (2008) explicam que existem documentos
que jamais podem ser eliminados, pois comprovam fatos e atos fundamentais para nossa existência civil e para nossa
vida pessoal. Ao mesmo tempo, não é possível e nem desejável que todos os documentos sejam preservados, afinal,
documentos que cumprem uma função importante durante determinado tempo, posteriormente, perdem o seu valor
original, devendo ser eliminados, para que não dificultem o acesso a outros documentos com valor informativo e pro-
batório relevantes.
Os principais instrumentos que possibilitam a classificação e avaliação de documentos são, respectivamente, o
plano de classificação e a tabela de temporalidade. Ambos devem ser constituídos com referência aos preceitos ar-
quivísticos (de organicidade, coerência, adaptabilidade, etc.), adequando-se ao contexto de produção informacional. A
construção de um plano de classificação é observada por Gonçalves (1998), na qual:
Definir atividades-fim e atividades-meio e relacioná-las a funções mais abrangentes já significa reunir elementos para
a classificação dos documentos. A reunião lógica de funções e atividades, com a percepção de sua maior ou menor auto-
nomia ou subordinação interna, permitirá a elaboração do plano de classificação(GONÇALVES, 1998, p. 22).
O estabelecimento das classes e subclasses de um plano de classificação pode ser por três critérios: funcional, no
qual as classes correspondem à função dos documentos; estrutural, de acordo com a estrutura organizacional de deter-
minada instituição; e, por assunto, referente aos conteúdos registrados nos documentos. A definição de qual método é
o mais adequado, por consenso, torna-se uma definição do arquivista, que deve analisar o contexto de produção do-
cumental em que atua, partindo da premissa de conseguir adequar o instrumento no ambiente organizacional, como
elemento associado às atividades administrativas, como acrescenta Gonçalves (1998, p. 23), “a elaboração do plano não
pode estar desconectada da preocupação com sua aplicação”.
Enquanto isso, a tabela de temporalidade de documentos é definida por Bernardes e Delatorre (1998) como um ins-
trumento aprovado por autoridade competente, que regula a destinação final dos documentos, definindo prazos para
a guarda dos documentos em função de seus valores administrativos, legais e fiscais, determinando os prazos para sua
transferência, recolhimento ou eliminação. A tabela de temporalidade pode ser considerada o principal instrumento do
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

processo de avaliação de documentos, proporcionando, como resultados práticos, a inexistência de massas documen-
tais acumuladas e o descarte de informações supérfluas.
Por ser um processo que requer procedimentos legais (inclusive atendendo prazos definidos em lei para execução
de determinadas tarefas do processo), a avaliação de documentos requer atenção redobrada pelos arquivistas, para
que sua efetivação não seja comprometida.
Os instrumentos que servem de referência são o Código de Classificação, Temporalidade e Destinação de Docu-
mentos de Arquivo Relativos às Atividades-Meio da Administração Pública e a Tabela de Temporalidade e Destinação
de Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-Fim das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Segundo o Arquivo Nacional (2001), a adoção desses instrumentos, além de possibilitar o controle e a rápida
recuperação de informações, orienta as atividades de racionalização da produção e fluxo documentais, avaliação e

7
destinação dos documentos, aumentando a eficácia dos 2. (CESPE/2018 – ABIN) No que se refere a protocolo,
serviços arquivísticos da administração pública em todas julgue o item subsequente.
as esferas. O protocolo providencia a tramitação dos documen-
Portanto, o desenvolvimento da gestão de documen- tos de arquivo e toma decisões sobre as demandas con-
tos e informações interfere na qualidade das informações tidas neles.
utilizadas pelas organizações e, para atingir esse objeti-
vo, as adoções de instrumentos voltados à classificação e ( ) CERTO ( ) ERRADO
avaliação tornam-se indispensáveis.1
Resposta: Errado. A finalidade principal do protoco-
Resumidamente, a avaliação documental, que tem lo é permitir que as informações e documentos sejam
base na teoria das Três Idades, é uma atividade essen- administradas e coordenadas de forma concisa, otimi-
cial do ciclo de vida documental arquivístico, na medida zada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de
em que define quais documentos serão preservados para forma que mesmo havendo um aumento de produção
fins administrativos ou de pesquisa e em que momento de documentos sua gestão seja feita com agilidade,
poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos in- rapidez e organização.
termediário e permanente, segundo o valor e o potencial Não inclui-se nesse processo, nenhuma tomada de
de uso que apresentam para a administração que os ge- decisão.
rou e para a sociedade.
3. (CESPE/2017 – SEDF) Com relação às funções arqui-
vísticas de criação, classificação e avaliação de documen-
Suas principais vantagens são:
tos, julgue o item seguinte. 
Documentos de um acervo que podem ser ampla-
- Redução da massa documental.
mente divulgados à sociedade são considerados ostensi-
- Agilidade na recuperação de documentos e infor-
vos quanto à natureza do assunto.
mações.
- A conservação dos documentos de guarda perma-
nente. ( ) CERTO ( ) ERRADO
- A racionalização da produção e do fluxo dos docu-
mentos de arquivo. Resposta: Certo. Em se tratando de classificação de
- A eliminação dos documentos desprovidos de va- documentos, quando falamos da natureza do assunto,
lor, gerando ganho de espaço físico. falamos de assunto que pode ser divulgado ou de as-
- A otimização dos gastos com recursos humanos, sunto que requer restrição no acesso.
materiais e financeiros. Ostensivo se refere ao se se revela, que se mostra, por-
- Incremento à pesquisa. tanto está correto, trata-se de assunto que tem livre
- Garantia da constituição do patrimônio arquivísti- acesso.
co.
4. (CESPE/2014 – FUB) Acerca da tabela de tem-
poralidade de documentos, julgue o próximo item.
A tabela de temporalidade de documentos de arquivo
EXERCÍCIOS COMENTADOS é o instrumento de gestão arquivística responsável pela
organização dos documentos.
1. (CESPE/2018 – ABIN) A respeito da gestão de docu-
mentos, julgue o item a seguir. ( ) CERTO ( ) ERRADO
A gestão de documentos compreende a definição da
política arquivística, a designação de responsabilidades, Resposta: Errado. A tabela de temporalidade é um
o planejamento do programa de gestão e a implantação instrumento de destinação que determina prazos e
do programa de gestão. condições de guarda, não sendo responsável pela or-
ganização desses documentos, sendo que essa, é um
( ) CERTO ( ) ERRADO tarefa do plano de classificação.

Resposta: Certo. Por Gestão de Documento compre- 5. (CESPE/2017 – SEDF) Em relação aos conceitos e
ende-se o conjunto de procedimentos e operações princípios da arquivística, julgue o item a seguir.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, De acordo com a teoria das três idades, arquivos po-
avaliação e arquivamento em fase corrente e interme- dem ser correntes, intermediários ou permanentes.
diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para
a guarda permanente. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Politicas arquivisticas, definição de responsáveis, pro-
grama de gestão, entre outras atividades, são decor- Resposta: Certo. Arquivo Corrente - Valor Primário -
rentes da implantação da Gestão de Documentos. Representa Fase Obrigatória
Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda
destino
Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preserva-
1
Texto adaptado de Murilo Billig Schäfer

8
ção definitiva - Os originais dos documentos ainda em trânsito,
microfilmados não poderão ser eliminados antes
6. (CESPE/2018 - CGM de João Pessoa /PB) Acerca do de seu arquivamento;
gerenciamento da informação e da gestão de documen- - Quando houver conveniência, ou por medida de
tos, julgue o item a seguir. segurança, poderão excepcionalmente ser micro-
O arquivo intermediário, por sua natureza, deve ser filmados documentos ainda não arquivados, desde
descentralizado e ficar localizado próximo do usuário di- que autorizados por autoridade competente;
reto. - Os documentos de valor histórico não deverão ser
eliminados, podendo ser arquivados em local di-
( ) CERTO ( ) ERRADO verso da repartição detentora dos mesmos;
- É dispensável o reconhecimento da firma da auto-
Resposta: Errado. Não há necessidade de esses do- ridade que autenticar os documentos oficiais ar-
cumentos serem conservados nas proximidades das quivados, para efeito de microfilmagem e os tras-
repartições ou escritórios, e a sua permanência no ar- lados e certidões originais de microfilmes;
quivo é transitória, uma vez que estão apenas aguar- - Entende-se por microfilme o resultado do proces-
dando para serem eliminados ou remetidos ao arqui- so de reprodução em filme, de documentos, dados
vo permanente. e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos,
em diferentes graus de redução;
- O armazenamento do filme original deverá ser fei-
TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍ-
to em local diferente do seu filme cópia;
SICOS. MICROFILMAGEM. AUTOMAÇÃO. PRE- - A eliminação de documentos, após a microfilma-
SERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO gem, dar-se-á por meios que garantam sua inu-
DE DOCUMENTOS tilização, sendo a mesma precedida de lavratura
de termo próprio e após a revisão e a extração de
Segundo Bellotto (1989), a Tipologia Documental é a filme cópia;
ampliação da Diplomática (ocupa-se da estrutura formal - Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou
dos atos escritos de origem governamental e/ou notarial) em filme de documentos microfilmados, para pro-
em direção à gênese documental, perseguindo a contex- duzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, deve-
tualização nas atribuições, competências, funções e ativi- rão estar autenticados pela autoridade competen-
dades da entidade geradora/acumuladora. Assim, o objeto te detentora do filme original;
da Diplomática é a configuração interna do documento, o - Os microfilmes e filmes cópias, produzidos no ex-
estudo jurídico de suas partes e dos seus caracteres para terior, somente terão valor legal, em juízo ou fora
atingir sua autenticidade, enquanto o objeto da Tipologia, dele, quando:
além disso, é estudá-lo enquanto componente de con- - Autenticados por autoridade estrangeira compe-
juntos orgânicos, isto é, como integrante da mesma série tente;
documental, advinda da junção de documentos corres- - Tiverem reconhecida, pela autoridade consular
pondentes à mesma atividade. Nesse sentido, o conjunto brasileira, a firma da autoridade estrangeira que os
homogêneo de atos está expresso em um conjunto ho- houver autenticado;
mogêneo de documentos, com uniformidade de vigência. - Forem acompanhados de tradução oficial. 
A Tipologia Documental como parte integrante da - Tipos: microfilmagem de substituição (aplicada
identificação Arquivística é etapa do tratamento dos docu- nos arquivos correntes e intermediários) e micro-
mentos, informações e conhecimento e se fundamenta na filmagem de preservação (aplicada nos arquivos
metodologia da Diplomática para identificar o documento permanentes).
contido nos arquivos (Digitalizado, digital, papel, micro-
filme etc.). Automação. 
Já o SUPORTE é o material sobre o qual as informa-  
ções são registradas. Ex: Fita magnética, filme de nitrato, É o gerenciamento eletrônico dos documentos que
papel, HD, CD, DVD, pendrive, nuvem. funciona com softwares e hardwares específicos e usa as
Microfilmagem é o serviço de armazenamento e pre- mídias ópticas para armazenamento.
servação de informações, através da captação das imagens Tem por finalidade otimizar e racionalizar a gestão
dos documentos por processo fotográfico. documental.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

A microfilmagem é uma técnica que propicia uma ma- Permite, através de sistemas informatizados de ges-
neira prática fácil e econômica de registrar, distribuir e lo- tão arquivística de documentos, gerenciar a produção,
calizar dados manuscritos, registros impressos ou ilustra- uso e destinação dos documentos arquivísticos produzi-
dos. dos em uma organização.

Seus principais benefícios são: Preservação, conservação e restauração de docu-


mentos.
Outros aspectos relevantes quanto à microfilmagem,
conforme a Lei nº 5.433/68, que Regula a microfilmagem A manutenção dos documentos pelo prazo determina-
de documentos oficiais e dá outras providências do na tabela de temporalidade dependem de três aspectos:

9
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE 2. Agentes biológicos
ARQUIVOS
Os agentes biológicos de deterioração de acervos
Conhecendo-se a natureza dos materiais são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os
componentes dos acervos e seu comportamento diante roedores e os fungos, cuja presença depende quase que
dos fatores aos quais estão expostos, torna-se bastante exclusivamente das condições ambientais reinantes nas
fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de dependências onde se encontram os documentos.
conservação para minimizá-los.
A grande maioria dos arquivos é constituída de - Fungos
documentos impressos, e o papel é basicamente
composto por fibras de celulose, portanto, identificar Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento
os principais agentes nocivos da celulose e descobrir e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento
soluções para evita-los é um grande passo na preservação provém dos papéis, amidos (colas), couros, pigmentos,
e na conservação documental. tecidos etc. A umidade é fator indispensável para o
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se metabolismo dos nutrientes e para sua proliferação. Essa
limita a um único fator, pelo contrário, são várias as formas umidade é encontrada na atmosfera local, nos materiais
dessa degradação ocorrer, como veremos a seguir: atacados e na própria colônia de fungos. Além da
umidade e nutrientes, outras condições contribuem para
1. Fatores ambientais o crescimento das colônias: temperatura elevada, falta de
circulação de ar e falta de higiene.
São os agentes encontrados no ambiente físico As medidas para proteger o acervo de infestação de
do acervo, como por exemplo, Temperatura, Umidade fungos são:
Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. - estabelecer política de controle ambiental, princi-
palmente temperatura, umidade relativa e ar circulante
- Temperatura e umidade relativa - praticar a higienização tanto do local quanto dos
documentos, com metodologia e técnicas adequadas;
O calor e a umidade contribuem significativamente - instruir o usuário e os funcionários com relação ao
para a destruição dos documentos, principalmente manuseio dos documentos e regras de higiene do local;
quando em suporte-papel. O desequilíbrio de um interfere - manter vigilância constante dos documentos con-
no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração. tra acidentes com água, secando-os imediatamente caso
A velocidade de muitas reações químicas, é dobrada a ocorram.
cada aumento de 10°C. A alteração da umidade relativa
proporciona as condições necessárias para desencadear - Roedores
intensas reações químicas nos materiais.
A circulação do ar ambiente representa um fator A presença de roedores em recintos de bibliotecas
bastante importante para amenizar os efeitos da e arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima.
temperatura e umidade relativa elevada. Tentar obstruir as possíveis entradas para os ambientes
dos acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para
- Radiação da luz que surtam efeito devem ser definidas por especialistas
em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia
de acervos, provocando consideráveis danos através da se faz nos mesmos moldes citados acima: temperatura e
oxidação. umidade relativa controladas, além de higiene periódica.
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção
dos acervos: - Ataques de insetos
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou
persianas que bloqueiem totalmente o sol; Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam revestimentos, provocam perdas de superfície e manchas
no controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas de excrementos. As baratas se reproduzem no próprio
quanto em lâmpadas fluorescentes. local e se tornam infestação muito rapidamente, caso
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

- Qualidades do ar não sejam combatidas.


O controle da qualidade é muito importante porque Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
os gases e as partículas sólidas contribuem muito para imensos em acervos, principalmente em livros. A fase de
a deterioração de materiais de bibliotecas e arquivos, ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se reproduz
destacando que esses poluentes podem tanto vir do por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. Uma
ambiente externo como podem ser gerando no próprio vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados,
ambiente. como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e
todos os materiais à base de celulose.
O ataque causa perda de suporte. A larva digere
os materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta,

10
acasala e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete. 6. Características gerais dos materiais empregados
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco em conservação
não só para as coleções como para o prédio em si. Os
cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações, Nos projetos de conservação/preservação de acervos
conduítes de instalações elétricas, rodapés, batentes de de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado
portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance dos apenas o uso de materiais de qualidade arquivística,
nossos olhos. isto é, daqueles materiais livres de quaisquer impurezas,
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de quimicamente estáveis, resistentes, duráveis. Suas
estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de características, em relação aos documentos onde são
luz, assoalhos etc. aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade,
reversibilidade e inércia.
3. Intervenções inadequadas nos acervos Dentro das especificações positivas, encontramos
vários materiais: os papéis e cartões alcalinos, os
Trata-se de procedimentos de conservação que poliésteres inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os
realizamos em um conjunto de documentos com o papéis orientais, borrachas plásticas etc., usados tanto
objetivo de interromper ou melhorar seu estado de para pequenas intervenções sobre os documentos como
degradação e que as vezes, resultam em danos ainda para acondicionamento.
maiores.
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais
exige um conhecimento das características individuais para a conservação de acervos
dos documentos e dos materiais a serem empregados
no processo de conservação. Como já enfatizamos anteriormente, é muito
importante ter conhecimentos básicos sobre os materiais
4. Problemas no manuseio de livros e documentos que integram nossos acervos para que não corramos o
risco de lhes causar mais danos.
O manuseio inadequado dos documentos é um fator Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
de degradação muito frequente em qualquer tipo de são de grande importância para a estabilização dos
acervo. documentos.
O manuseio abrange todas as ações de tocar no
documento, sejam elas durante a higienização pelos 8. Higienização
funcionários da instituição, na remoção das estantes ou
arquivos para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os
na pesquisa pelo usuário etc. documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada
a condições ambientais inadequadas, provoca reações de
5. Fatores de deterioração destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a
higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos considerada a conservação preventiva por excelência.
custos de uma política de conservação, existem medidas
que podemos tomar sem despender grandes somas de - Processos de higienização
dinheiro, minimizando drasticamente os efeitos desses - Limpeza de superfície - o processo de limpeza de
agentes. acervos de bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, de superfície e, portanto, é mecânica, feita a seco, com
a começar por: o objetivo de reduzir poeira, partículas sólidas, incrusta-
ções, resíduos de excrementos de insetos ou outros de-
• treinamento dos profissionais na área da conserva- pósitos de superfície.
ção e preservação; - Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve
• atualização desses profissionais (a conservação é ser avaliado individualmente para determinar se a higie-
uma ciência em desenvolvimento constante e a cada dia nização é necessária e se pode ser realizada com segu-
novas técnicas, materiais e equipamentos surgem para rança. No caso de termos as condições abaixo, provavel-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

facilitar e melhorar a conservação dos documentos); mente o tratamento não será possível:
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade • Fragilidade física do suporte
relativa em níveis aceitáveis; • Papéis de textura muito porosa
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos - Materiais usados para limpeza de superfície - a re-
documentos; moção da sujidade superficial (que está solta sobre o
• adoção de política de higienização do ambiente e documento) é feita através de pincéis, flanela macia, as-
dos acervos; pirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam à
• contato com profissionais experientes que possam técnica, como bisturi, pinça, espátula, agulha, cotonete;
assessorar em caso de necessidade. - Limpeza de livros
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,

11
pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado fim devem ser de qualidade arquivística e de caráter
da encadernação; reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso
lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, significa que, caso seja necessário reverter o processo,
limpar os cortes, começando pela cabeça do livro, que é não pode existir nenhum obstáculo na técnica e nos
a área que está mais exposta à sujidade. Quando a sujeira materiais utilizados.
está muito incrustada e intensa, utilizar, primeiramente, Toda e qualquer procedimento acima citada obriga-
aspirador de pó de baixa potência ou ainda um pedaço toriamente deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipa-
de carpete sem uso; mentos de Proteção Individual – tais como avental, luva,
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, máscara, toucas, óculos de proteção e pró-pé/bota, a fim
numa primeira higienização; de evitar diversas manifestações alérgicas, como rinite,
- Oxigenar as folhas várias vezes. irritação ocular, problemas respiratórios, protegendo as-
- Higienização de documentos de arquivo - materiais sim a saúde do profissional.2
arquivísticos têm os seus suportes geralmente quebra-
diços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso se deve Preservar e conservar bens culturais (livros, documen-
principalmente ao alto índice de acidez resultante do uso tos, objetos de arte, etc) é defendê-los da ação dos agen-
de papéis de baixa qualidade. As más condições de ar- tes físicos, químicos e biológicos que os atacam.
mazenamento e o excesso de manuseio também contri- Através desses procedimentos mantemos protegido
buem para a degradação dos materiais. Tais documentos o patrimônio documental e cultural, preservando assim
têm que ser higienizados com muito critério e cuidado. a história, seja de fatos ocorridos em uma organização
como se preserva e, consequentemente, passa-se a dian-
- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados te toda a história percorrida e vivida por uma sociedade.
para com os livros devem ser tomados em relação aos Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e
manuscritos. O exame dos documentos, testes de estabi- destruição causados pelas mais diversas ameaças confor-
lidade de seus componentes para o uso dos materiais de me vimos acima, mantendo assim, o registro das infor-
limpeza mecânica e critérios de intervenção devem ser mações originais, para que essas auxiliem na construção
cuidadosamente realizados. de uma futura geração, através da memória institucional
que estará resguardada.
- Documentos em grande formato
- Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura
(no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de EXERCÍCIOS COMENTADOS
borracha, após testes. Pode-se também usar um cotone-
te - bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis
à água, esses papéis podem ter distorções causadas pela 1. (CESPE/2017 – SEDF) A respeito da microfilmagem
umidade que são irreversíveis ou de difícil remoção. de documentos de arquivo, julgue o item subsequen-
te.
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters A liberação do espaço ocupado anteriormente por
são muito frágeis. Não se recomenda limpar a área documentos em suporte papel é o objetivo primordial
pictórica. Todo cuidado é pouco, até mesmo na es- da microfilmagem.
colha de seu acondicionamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
- Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma
atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, Resposta: Errado. Microfilmagem é o serviço de ar-
desde que em boas condições, o pó de borracha mazenamento e preservação de informações, através
pode ser aplicado para tratar grandes áreas. da captação das imagens dos documentos por pro-
cesso fotográfico.
9. Pequenos reparos Embora a liberação de espaço seja realmente uma
grande vantagem, visto que essa redução é algo em
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que torno da ordem de até 98%, não se caracteriza como
podemos executar visando interromper um processo objetivo e, sim, como vantagem, beneficio.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

de deterioração em andamento. Essas pequenas


2. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o item subsequente,
intervenções devem obedecer a critérios rigorosos de
relativo à legislação arquivística e a sistemas de ar-
ética e técnica e têm a função de melhorar o estado de
quivo. 
conservação dos documentos. Caso esses critérios não
Em razão do aumento da massa documental acumu-
sejam obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito
lada pela SEE/DF, é permitida a digitalização de todos os
grande e muitas vezes de caráter irreversível.
seus documentos e a eliminação dos originais, principal-
Os livros raros e os documentos de arquivo mais
mente aqueles considerados de valor permanente.  
antigos devem ser tratados por especialistas da área. Os
demais documentos permitem algumas intervenções, de
( ) CERTO ( ) ERRADO
simples a moderadas. Os materiais utilizados para esse
2
Adaptado de Norma Cianflone Cassares

12
Resposta: Errado. Os documentos de valor histórico, compartilhadas com as áreas de armazenamento de do-
por consequente, de valor permante, não deverão ser cumentos.
eliminados.
( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (CESPE/2017 – SEDF) No que se refere à digitalização
de documentos arquivísticos, julgue o item seguinte. Resposta: Errado. Embora no nosso material esse
Documento resultante do processo de digitalização conteúdo tenha sido abordado no tópico acondicio-
deve ser considerado como documento original. namento e armazenamento, algumas bancas o clas-
sifica como preservação e conservação, então vamos
( ) CERTO ( ) ERRADO analisa-lo.
O acesso e a circulação de pessoas se refere às áreas
Resposta: Certo. A microfilmagem tem validade legal. de armazenamento que podem ser, interna ou externa
É um processo reprográfico autorizado pela Lei 5.433 e, em relação à isso temos que:
de 08/05/1968 e pelo Decreto 1.799 de 30/01/1996, As áreas de trabalho e de circulação de público deve-
que conferem ao microfilme o mesmo valor legal do rão atender às necessidades de funcionalidade e con-
documento original. forto, enquanto as de armazenamento de documen-
tos devem ser totalmente independentes das demais.
4. (CESPE/2017 – SEDF)Julgue o próximo item, re-
lativo ao gerenciamento da informação e à gestão de
documentos. HORA DE PRATICAR!
Um dos objetivos da gestão de documentos é garan-
tir, por meio da preservação do acervo, que a documen-
1. (CESPE/2017 – SEDF)A respeito dos conceitos funda-
tação produzida esteja acessível em longo prazo.
mentais de arquivologia, julgue o item a seguir.
A capacidade de provar fatos ocorridos é uma das
( ) CERTO ( ) ERRADO
utilidades dos documentos de arquivo.
Resposta: Certo. A preservação dos documentos visa
( ) CERTO ( ) ERRADO
adotar medidas e estratégias de ordem administrativa,
política e operacional que contribuam direta ou indi-
2. (CESPE/2018 - CGM de João Pessoa/PB) Com rela-
retamente para a preservação da integridade dos ma-
ção às tipologias documentais e aos suportes físicos em
teriais, a fim de conservar o patrimonio documental
arquivologia, julgue o item subsequente.
que seja considerado de ordem permanente.
Os originais de documentos permanentes que te-
5. (CESPE/2017 – SEDF) No que se refere a preservação, nham sido microfilmados devem ser eliminados após
conservação e restauração de documentos, julgue o item cinco anos. 
seguinte.
O material utilizado na confecção das caixas que ( ) CERTO ( ) ERRADO
acondicionam documentos de arquivo é irrelevante na
preservação documental. 3. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o próximo item, relativo
aos critérios de classificação de materiais, à gestão de
estoques e à armazenagem de materiais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Documentos sigilosos produzidos por órgãos públi-
Resposta: Errado. Nos projetos de conservação/pre- cos requerem uma armazenagem complexa, devido à
servação de acervos de bibliotecas, arquivos e mu- confidencialidade das informações neles presentes.
seus, é recomendado apenas o uso de materiais de
qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres ( ) CERTO ( ) ERRADO
de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resis-
tentes, duráveis. Suas características, em relação aos 4. (CESPE/2017 – SEDF) Em relação à gestão de do-
documentos onde são aplicados, distinguem-se pela cumentos e a ações do protocolo, julgue o item subse-
estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. quente.
Dentro das especificações positivas, encontramos vá- Autuação, distribuição e descarte são responsabilida-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

rios materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poli- des do protocolo. 


ésteres inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os
papéis orientais, borrachas plásticas etc., usados tan- ( ) CERTO ( ) ERRADO
to para pequenas intervenções sobre os documentos
como para acondicionamento 5. (CESPE/2017 – SEDF) Com relação à tabela de tem-
poralidade de documentos de arquivo, bem como à tria-
6. (CESPE/2018 – STM) Julgue o item subsequente, rela- gem e eliminação de documentos e processos, julgue o
tivo à preservação e conservação de documentos. item subsecutivo.
Para facilitar o acesso das pessoas ao ambiente, as A tabela de temporalidade é um instrumento resul-
áreas de trabalho e de circulação de público podem ser tante do processo de avaliação.

13
( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o próximo item, relativo


GABARITO
ao gerenciamento da informação e à gestão de docu-
mentos. 1 CERTO
Um documento que passou pela atividade de recolhi- 2 ERRADO
mento não pode mais ser eliminado. 3 ERRADO
4 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO 5 CERTO
6 CERTO
7. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o próximo item, relativo 7 CERTO
ao gerenciamento da informação e à gestão de docu- 8 ERRADO
mentos. 9 CERTO
Um dos objetivos da gestão de documentos é garan- 10 C
tir, por meio da preservação do acervo, que a documen-
tação produzida esteja acessível em longo prazo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (CESPE/2017 – SEDF) Acerca de princípios e conceitos


arquivísticos, julgue o item que se segue.
Para garantir o vínculo arquivístico entre documentos
oriundos da mesma atividade, é necessário adotar o prin-
cípio da pertinência na classificação desses documentos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE/2017 – SEDF) Julgue o item subsequente, re-


lativo à legislação arquivística e a sistemas de arquivo. 
Os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
por instituições de caráter público e por entidades priva-
das encarregadas da gestão de serviços públicos não são
considerados arquivos públicos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (CESPE/2018 – TCE/PB) Na organização de docu-


mentos, um processo consiste em 

a) um conjunto de documentos que se relacionam entre


si por assunto, constituindo uma unidade de arquiva-
mento.
b) uma representação de documentos ou informações
por termos ou descritores que propiciem a recupera-
ção da informação.
c) um conjunto de documentos oficialmente reunidos no
decurso de uma ação administrativa ou judicial.
d) uma unidade documental fisicamente indivisível.
e) uma unidade de arquivamento que contém o registro
de informações sobre arquivos com vistas ao controle
físico e intelectual desses arquivos.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGISTA

14
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e
funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras
providências....................................................................................................................................................................................................................... 01
Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente
possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência
física ou psíquica, e dá outras providências.......................................................................................................................................................... 05
Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração........................ 08
Lei nº 10.826/2003: Estatuto do Desarmamento.................................................................................................................................................. 22
Lei nº 12.830/2013: dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia...................................................... 28
Contudo, pequenas cooperativas de crédito, nas
LEI Nº 7.102/1983: DISPÕE SOBRE SEGU- quais há pouca circulação de dinheiro, se sujeitam a re-
RANÇA PARA ESTABELECIMENTOS FI- gulamentação especial do Poder Executivo, regrada pe-
NANCEIROS, ESTABELECE NORMAS PARA los seguintes parâmetros: se encontrar dentro de edifica-
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS ção que já conste com sistema de segurança aprovado
EMPRESAS PARTICULARES QUE EXPLORAM poderá ser dispensado o sistema; não elaboração indivi-
SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E DE TRANSPOR- dualizada de plano para cada estabelecimento; dispensa
TE DE VALORES, E DÁ OUTRAS PROVIDÊN- de contratação de vigilantes.
CIAS.
Art. 2º - O sistema de segurança referido no artigo
anterior inclui pessoas adequadamente preparadas,
Dispõe sobre segurança para estabelecimentos fi- assim chamadas vigilantes; alarme capaz de permitir,
nanceiros, estabelece normas para constituição e fun- com segurança, comunicação entre o estabelecimento
cionamento das empresas particulares que exploram financeiro e outro da mesma instituição, empresa de
serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá vigilância ou órgão policial mais próximo; e, pelo me-
outras providências. nos, mais um dos seguintes dispositivos:
Nota-se que a lei volta-se ao exercício de atividades I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens
relacionadas à segurança por particulares, notadamente, que possibilitem a identificação dos assaltantes;
tratando também da segurança dos estabelecimentos fi- II - artefatos que retardem a ação dos criminosos, per-
nanceiros em geral. mitindo sua perseguição, identificação ou captura; e
III - cabina blindada com permanência ininterrupta de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- vigilante durante o expediente para o público e en-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: quanto houver movimentação de numerário no inte-
rior do estabelecimento.
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabe- No mínimo, deve se possuir, obrigatoriamente, vigi-
lecimento financeiro onde haja guarda de valores ou lantes e sistema de alarme, além de um dos itens descri-
movimentação de numerário, que não possua sistema tos nos incisos.
de segurança com parecer favorável à sua aprovação, Pode-se escolher como 3ª item de segurança um dos
elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta três descritos nos incisos.
lei.
§ 1º Os estabelecimentos financeiros referidos neste Art. 2º-A As instituições financeiras e demais institui-
artigo compreendem bancos oficiais ou privados, ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
caixas econômicas, sociedades de crédito, associações Brasil, que colocarem à disposição do público caixas
de poupança, suas agências, postos de atendimen- eletrônicos, são obrigadas a instalar equipamentos
to, subagências e seções, assim como as cooperativas que inutilizem as cédulas de moeda corrente deposi-
singulares de crédito e suas respectivas dependências. tadas no interior das máquinas em caso de arromba-
§ 2º O Poder Executivo estabelecerá, considerando a mento, movimento brusco ou alta temperatura.
reduzida circulação financeira, requisitos próprios de § 1º Para cumprimento do disposto no caput deste ar-
segurança para as cooperativas singulares de crédito tigo, as instituições financeiras poderão utilizar-se de
e suas dependências que contemplem, entre outros, os qualquer tipo de tecnologia existente para inutilizar as
seguintes procedimentos: cédulas de moeda corrente depositadas no interior dos
I – dispensa de sistema de segurança para o estabe- seus caixas eletrônicos, tais como:
lecimento de cooperativa singular de crédito que se I – tinta especial colorida;
situe dentro de qualquer edificação que possua estru- II – pó químico;
tura de segurança instalada em conformidade com o III – ácidos insolventes;
art. 2º desta Lei; IV – pirotecnia, desde que não coloque em perigo os
II – necessidade de elaboração e aprovação de apenas usuários e funcionários que utilizam os caixas eletrô-
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

um único plano de segurança por cooperativa singular nicos;


de crédito, desde que detalhadas todas as suas depen- V – qualquer outra substância, desde que não coloque
dências; em perigo os usuários dos caixas eletrônicos.
III – dispensa de contratação de vigilantes, caso isso § 2º Será obrigatória a instalação de placa de alerta,
inviabilize economicamente a existência do estabele- que deverá ser afixada de forma visível no caixa eletrô-
cimento. nico, bem como na entrada da instituição bancária que
§ 3º Os processos administrativos em curso no âmbi- possua caixa eletrônico em seu interior, informando a
to do Departamento de Polícia Federal observarão os existência do referido dispositivo e seu funcionamento.
requisitos próprios de segurança para as cooperativas § 3º O descumprimento do disposto acima sujeitará as
singulares de crédito e suas dependências. instituições financeiras infratoras às penalidades pre-
vistas no art. 7º desta Lei.
Toda e qualquer espécie de estabelecimento finan- § 4º As exigências previstas neste artigo poderão ser
ceiro deve possuir sistema de segurança que seja apro- implantadas pelas instituições financeiras de maneira
vado por parecer do Ministério da Justiça. gradativa, atingindo-se, no mínimo, os seguintes per-
centuais, a partir da entrada em vigor desta Lei:

1
I – nos municípios com até 50.000 (cinquenta mil) ha- II - encaminhar parecer conclusivo quanto ao prévio
bitantes, 50% (cinquenta por cento) em nove meses e cumprimento desta lei, pelo estabelecimento financei-
os outros 50% (cinquenta por cento) em dezoito me- ro, à autoridade que autoriza o seu funcionamento;
ses; III - aplicar aos estabelecimentos financeiros as pena-
II – nos municípios com mais de 50.000 (cinquenta lidades previstas nesta lei.
mil) até 500.000 (quinhentos mil) habitantes, 100% Parágrafo único. Para a execução da competência
(cem por cento) em até vinte e quatro meses; prevista no inciso I, o Ministério da Justiça poderá ce-
III – nos municípios com mais de 500.000 (quinhentos lebrar convênio com as Secretarias de Segurança Pú-
mil) habitantes, 100% (cem por cento) em até trinta e blica dos respectivos Estados e Distrito Federal.
seis meses.
Vale atenção especial a este dispositivo, pois foi inclu- Como a atividade de fiscalização é complexa, acei-
ído pela Lei nº 13.654/2018. Disciplina a obrigatorie- ta-se a celebração de convênio com a segurança pública
dade de instalação de dispositivo de invalidação de estadual.
notas em todos os caixas eletrônicos para situações de Encaminhar parecer conclusivo e aplicar penalidades
arrombamento e outras tentativas de fraude. são as outras duas finalidades.

Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de valores Art. 7º O estabelecimento financeiro que infringir dis-
serão executados: posição desta lei ficará sujeito às seguintes penalida-
I - por empresa especializada contratada; ou des, conforme a gravidade da infração e levando-se
II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde em conta a reincidência e a condição econômica do
que organizado e preparado para tal fim, com pessoal infrator:
próprio, aprovado em curso de formação de vigilante I - advertência;
autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de II - multa, de mil a vinte mil Ufirs; (em torno de
segurança tenha parecer favorável à sua aprovação R$2.500 a R$50.000)
emitido pelo Ministério da Justiça. III - interdição do estabelecimento.
Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros es- O descumprimento da lei acarreta uma destas pe-
taduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá ser nalidades.
desempenhado pelas Polícias Militares, a critério do
Governo da respectiva Unidade da Federação. Art. 8º - Nenhuma sociedade seguradora poderá emi-
tir, em favor de estabelecimentos financeiros, apólice
A vigilância ostensiva e o transporte podem ser ter- de seguros que inclua cobertura garantindo riscos de
ceirizados ou providos pelo próprio estabelecimento, roubo e furto qualificado de numerário e outros valo-
preenchidos certos requisitos. res, sem comprovação de cumprimento, pelo segura-
Os estabelecimentos estaduais podem utilizar o ser- do, das exigências previstas nesta Lei.
viço de vigilância das polícias militares, a critério do go- Parágrafo único - As apólices com infringência do dis-
verno estadual. posto neste artigo não terão cobertura de resseguros
pelo Instituto de Resseguros do Brasil.
Art. 4º O transporte de numerário em montante supe- O artigo visa coagir que se cumpra a lei, impedindo
rior a vinte mil Ufir, para suprimento ou recolhimento que se feche contrato de seguro, sob pena da segurado-
do movimento diário dos estabelecimentos financei- ra ser prejudicada sem poder buscar cobertura de resse-
ros, será obrigatoriamente efetuado em veículo espe- guros.
cial da própria instituição ou de empresa especializa-
da. Art. 9º - Nos seguros contra roubo e furto qualifica-
Art. 5º O transporte de numerário entre sete mil e vin- do de estabelecimentos financeiros, serão concedidos
te mil Ufirs poderá ser efetuado em veículo comum, descontos sobre os prêmios aos segurados que possu-
com a presença de dois vigilantes. írem, além dos requisitos mínimos de segurança, ou-
tros meios de proteção previstos nesta Lei, na forma de
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

A Ufir, Unidade Fiscal de Referência, foi extinta, mas seu regulamento.


a lei não foi atualizada. Ainda assim, como muitas leis e Os estabelecimentos que forem mais seguros rece-
decisões ainda utilizam a unidade, calcula-se o seu valor. berão desconto na contratação de serviço de seguridade.
Hoje está em torno de R$2,40.
Logo, valores em torno de R$50.000 somente podem Art. 10. São considerados como segurança privada
ser transportados em veículo especial. as atividades desenvolvidas em prestação de serviços
Entre R$17.000 e R$50.000 cabe o transporte em veí- com a finalidade de:
culo comum com dois vigilantes. I - proceder à vigilância patrimonial das instituições
Abaixo de cerca de R$17.000 o transporte pode ser financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou
em veículo comum sem vigilantes. privados, bem como a segurança de pessoas físicas;
II - realizar o transporte de valores ou garantir o trans-
Art. 6º Além das atribuições previstas no art. 20, com- porte de qualquer outro tipo de carga.
pete ao Ministério da Justiça: § 1º Os serviços de vigilância e de transporte de valo-
I - fiscalizar os estabelecimentos financeiros quanto ao res poderão ser executados por uma mesma empresa.
cumprimento desta lei;

2
§ 2º As empresas especializadas em prestação de ser- Art. 17. O exercício da profissão de vigilante requer
viços de segurança, vigilância e transporte de valores, prévio registro no Departamento de Polícia Federal,
constituídas sob a forma de empresas privadas, além que se fará após a apresentação dos documentos
das hipóteses previstas nos incisos do caput deste ar- comprobatórios das situações enumeradas no art. 16.
tigo, poderão se prestar ao exercício das atividades Art. 18 - O vigilante usará uniforme somente quando
de segurança privada a pessoas; a estabelecimentos em efetivo serviço.
comerciais, industriais, de prestação de serviços e re- Art. 19 - É assegurado ao vigilante:
sidências; a entidades sem fins lucrativos; e órgãos e I - uniforme especial às expensas da empresa a que
empresas públicas. se vincular;
§ 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos II - porte de arma, quando em serviço;
dela decorrentes e pelas disposições da legislação ci- III - prisão especial por ato decorrente do serviço;
vil, comercial, trabalhista, previdenciária e penal, as IV - seguro de vida em grupo, feito pela empresa em-
empresas definidas no parágrafo anterior. pregadora.
§ 4º As empresas que tenham objeto econômico di-
verso da vigilância ostensiva e do transporte de valo- Dos artigos 15 a 19 regulamenta-se os requisitos e
res, que utilizem pessoal de quadro funcional próprio, os direitos daquele que é considerado pela lei como vi-
para execução dessas atividades, ficam obrigadas ao gilante.
cumprimento do disposto nesta lei e demais legisla-
ções pertinentes. Art. 20. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio
Especifica-se o objeto da atividade de segurança pri- do seu órgão competente ou mediante convênio com
vada. as Secretarias de Segurança Pública dos Estados e Dis-
trito Federal:
Art. 11 - A propriedade e a administração das em- I - conceder autorização para o funcionamento:
presas especializadas que vierem a se constituir são a) das empresas especializadas em serviços de vigilân-
vedadas a estrangeiros. cia;
Art. 12 - Os diretores e demais empregados das em- b) das empresas especializadas em transporte de va-
presas especializadas não poderão ter antecedentes lores; e
criminais registrados. c) dos cursos de formação de vigilantes;
Art. 13. O capital integralizado das empresas espe- II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados dos
cializadas não pode ser inferior a cem mil Ufirs. (Em no inciso anterior;
torno de R$250.000). III - aplicar às empresas e aos cursos a que se refere
Art. 14 - São condições essenciais para que as em- o inciso I deste artigo as penalidades previstas no art.
presas especializadas operem nos Estados, Territórios 23 desta Lei;
e Distrito Federal: IV - aprovar uniforme;
I - autorização de funcionamento concedida conforme V - fixar o currículo dos cursos de formação de vigi-
o art. 20 desta Lei; e lantes;
II - comunicação à Secretaria de Segurança Pública do VI - fixar o número de vigilantes das empresas espe-
respectivo Estado, Território ou Distrito Federal. cializadas em cada unidade da Federação;
Dos artigos 11 a 14 se extraem os requisitos para que VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de pro-
se possa exercer a vigilância privada. priedade das empresas especializadas e dos estabele-
cimentos financeiros;
Art. 15. Vigilante, para os efeitos desta lei, é o em- VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e mu-
pregado contratado para a execução das atividades nições; e
definidas nos incisos I e II do caput e §§ 2º, 3º e 4º do IX - fiscalizar e controlar o armamento e a munição
art. 10. utilizados.
Art. 16 - Para o exercício da profissão, o vigilante pre- X - rever anualmente a autorização de funcionamento
encherá os seguintes requisitos: das empresas elencadas no inciso I deste artigo.
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

I - ser brasileiro; Parágrafo único. As competências previstas nos incisos


II - ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos; I e V deste artigo não serão objeto de convênio.
III - ter instrução correspondente à quarta série do pri-
meiro grau; Descreve-se aqui as competências do Ministério da
IV - ter sido aprovado, em curso de formação de vi- Justiça neste âmbito, sendo as previstas dos incisos I a
gilante, realizado em estabelecimento com funciona- V indelegáveis (não se aceita convênio nem mesmo com
mento autorizado nos termos desta lei. outros órgãos governamentais da esfera federal, esta-
V - ter sido aprovado em exame de saúde física, men- dual ou municipal).
tal e psicotécnico;
VI - não ter antecedentes criminais registrados; e Art. 21 - As armas destinadas ao uso dos vigilantes
VII - estar quite com as obrigações eleitorais e mili- serão de propriedade e responsabilidade:
tares. I - das empresas especializadas;
Parágrafo único - O requisito previsto no inciso III des- II - dos estabelecimentos financeiros quando dispuse-
te artigo não se aplica aos vigilantes admitidos até a rem de serviço organizado de vigilância, ou mesmo
publicação da presente Lei. quando contratarem empresas especializadas.

3
Art. 22 - Será permitido ao vigilante, quando em servi-
ço, portar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar cassetete #FicaDica
de madeira ou de borracha.
O objeto da Lei nº 7.102/83 é a segurança
Parágrafo único - Os vigilantes, quando empenhados
das instituições financeiras e de transporta-
em transporte de valores, poderão também utilizar es-
doras de valores, inclusive o porte de seus
pingarda de uso permitido, de calibre 12, 16 ou 20, de
vigilantes.
fabricação nacional.
A vigilância armada é apenas um dos recur-
sos de proteção das instituições financeiras,
O vigilante porta a arma, mas não é proprietário dela.
que devem prover outros instrumentos de
segurança.
Art. 23 - As empresas especializadas e os cursos de for-
O porte dos vigilantes tem validade apenas
mação de vigilantes que infringirem disposições desta
durante o horário de trabalho.
Lei ficarão sujeitos às seguintes penalidades, aplicá-
veis pelo Ministério da Justiça, ou, mediante convênio,
pelas Secretarias de Segurança Pública, conforme a
gravidade da infração, levando-se em conta a reinci-
dência e a condição econômica do infrator: EXERCÍCIOS COMENTADOS
I - advertência;
II - multa de quinhentas até cinco mil Ufirs: 1. (Polícia Federal - Agente Administrativo - CES-
III - proibição temporária de funcionamento; e PE/2014)
IV - cancelamento do registro para funcionar. Julgue o item abaixo, com base nos dispositivos da Lei
Parágrafo único - Incorrerão nas penas previstas neste nº 7.102/1983.
artigo as empresas e os estabelecimentos financeiros Os estabelecimentos financeiros estão autorizados a or-
responsáveis pelo extravio de armas e munições. ganizar e a executar seus próprios serviços de vigilância
ostensiva e transporte de valores, desde que os sistemas
O Ministério da Justiça punirá empresas e cursos que de segurança empregados em tais atividades sejam audi-
violem a lei, podendo firmar convênio com Secretarias tados, anualmente, por empresas especializadas.
Estaduais de Segurança Pública.
A infração variará conforme: gravidade, reincidência e ( ) CERTO ( ) ERRADO
condição econômica.
As penas impostas são as previstas do I a IV, da me- Resposta: Errado. Não cabe auditoria por parte de
nos grave para a mais grave. empresas especializadas. Em verdade, o controle é
Aplica-se pena em caso de extravio de armas e muni- feito pelo Ministério da Justiça, conforme artigo 3o, II,
ções pela empresa ou estabelecimento. Lei nº 7.102/1983: “a vigilância ostensiva e o transpor-
te de valores serão executados: [...] II - pelo próprio
Art. 24 - As empresas já em funcionamento deverão estabelecimento financeiro, desde que organizado e
proceder à adaptação de suas atividades aos preceitos preparado para tal fim, com pessoal próprio, aprova-
desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a con- do em curso de formação de vigilante autorizado pelo
tar da data em que entrar em vigor o regulamento da Ministério da Justiça e cujo sistema de segurança te-
presente Lei, sob pena de terem suspenso seu funcio- nha parecer favorável à sua aprovação emitido pelo
namento até que comprovem essa adaptação. Ministério da Justiça”.
Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de sua 2. (Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal - CES-
publicação. PE/2013)
No que tange à segurança de estabelecimentos financei-
Art. 26 - Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- ros, julgue o item abaixo, com base na Lei nº 7.102/1983.
blicação. Em estabelecimentos financeiros estaduais, a polícia mili-
Art. 27 - Revogam-se os Decretos-leis nº 1.034, de 21
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

tar poderá exercer o serviço de vigilância ostensiva, des-


de outubro de 1969, e nº 1.103, de 6 de abril de 1970, de que autorizada pelo governador estadual.
e as demais disposições em contrário.
Regras finais de transição e aplicação da lei.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Brasília, em 20 de junho de 1983; 162º da Indepen- Resposta: Certo. Disciplina o artigo 3o, parágrafo úni-
dência e 95º da República. co, Lei nº 7.102/1983: “Nos estabelecimentos financei-
ros estaduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá
ser desempenhado pelas Polícias Militares, a critério
do Governo da respectiva Unidade da Federação”.

4
3. (Polícia Federal - Agente da Polícia Federal - CESPE/2012) A respeito das leis especiais, julgue os itens a seguir.
Ainda que se instale em cidade interiorana e apresente reduzida circulação financeira, a cooperativa singular de crédito
estará obrigada a contratar vigilantes, independentemente de se provar que a contratação inviabilizará economica-
mente a manutenção do estabelecimento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Disciplina a Lei nº 7.102/1983, conforme artigo 1°, § 2o, III: “O Poder Executivo estabelecerá,
considerando a reduzida circulação financeira, requisitos próprios de segurança para as cooperativas singulares de
crédito e suas dependências que contemplem, entre outros, os seguintes procedimentos: [...] III - dispensa de con-
tratação de vigilantes, caso isso inviabilize economicamente a existência do estabelecimento”.

LEI Nº 10.357/2001: ESTABELECE NORMAS DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO SOBRE PRODUTOS


QUÍMICOS QUE DIRETA OU INDIRETAMENTE POSSAM SER DESTINADOS À ELABORAÇÃO
ILÍCITA DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES, PSICOTRÓPICAS OU QUE DETERMINEM DEPEN-
DÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser
destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou
psíquica, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Com efeito, a lei destina-se a regulamentar o controle e a fiscalização de matérias-primas diretas ou indiretas das
drogas.

Art. 1o Estão sujeitos a controle e fiscalização, na forma prevista nesta Lei, em sua fabricação, produção, armazena-
mento, transformação, embalagem, compra, venda, comercialização, aquisição, posse, doação, empréstimo, permuta,
remessa, transporte, distribuição, importação, exportação, reexportação, cessão, reaproveitamento, reciclagem, trans-
ferência e utilização, todos os produtos químicos que possam ser utilizados como insumo na elaboração de substân-
cias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica.
§ 1o Aplica-se o disposto neste artigo às substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência
física ou psíquica que não estejam sob controle do órgão competente do Ministério da Saúde.
§ 2o Para efeito de aplicação das medidas de controle e fiscalização previstas nesta Lei, considera-se produto químico
as substâncias químicas e as formulações que as contenham, nas concentrações estabelecidas em portaria, em qual-
quer estado físico, independentemente do nome fantasia dado ao produto e do uso lícito a que se destina.

Destaque para o amplo campo de incidência do controle e da fiscalização.


Esta lei só vale para a substância desta natureza que não esteja sob controle do órgão competente do Ministério
da Saúde.
É produto químico tanto a substância quando eventual formulação que a contenha.

Art. 2o O Ministro de Estado da Justiça, de ofício ou em razão de proposta do Departamento de Polícia Federal, da
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

Secretaria Nacional Antidrogas ou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, definirá, em portaria, os produtos
químicos a serem controlados e, quando necessário, promoverá sua atualização, excluindo ou incluindo produtos, bem
como estabelecerá os critérios e as formas de controle.

O Ministro de Justiça, de ofício ou mediante proposta da PF, da SNA ou da ANVISA, definirá quais são estes produ-
tos químicos sujeitos a controle mediante portaria.

Art. 3o Compete ao Departamento de Polícia Federal o controle e a fiscalização dos produtos químicos a que se refere
o art. 1o desta Lei e a aplicação das sanções administrativas decorrentes.
O departamento da PF não só controla e fiscaliza, como também aplica as sanções administrativas.
Art. 4o Para exercer qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização relacionadas no art. 1o , a pessoa
física ou jurídica deverá se cadastrar e requerer licença de funcionamento ao Departamento de Polícia Federal, de
acordo com os critérios e as formas a serem estabelecidas na portaria a que se refere o art. 2o, independentemente das
demais exigências legais e regulamentares.

5
§ 1o As pessoas jurídicas já cadastradas, que estejam Art. 10. A pessoa física ou jurídica que, por qualquer
exercendo atividade sujeita a controle e fiscalização, motivo, suspender o exercício de atividade sujeita a
deverão providenciar seu recadastramento junto ao controle e fiscalização ou mudar de atividade contro-
Departamento de Polícia Federal, na forma a ser esta- lada deverá comunicar a paralisação ou alteração ao
belecida em regulamento. (ao tempo da lei) Departamento de Polícia Federal, no prazo de trinta
§ 2o A pessoa física ou jurídica que, em caráter even- dias a partir da data da suspensão ou da mudança de
tual, necessitar exercer qualquer uma das atividades atividade.
sujeitas a controle e fiscalização, deverá providenciar
o seu cadastro junto ao Departamento de Polícia Fe- Alerta-se o DPF que o exercício da atividade que de-
deral e requerer autorização especial para efetivar as veria ser fiscalizada não está mais ocorrendo, em defini-
suas operações. tivo ou transitoriamente.
Sempre deverá ser feito cadastro perante o Departa-
mento da PF e concedida licença para exercício das Art. 11. A pessoa física ou jurídica que exerça ativida-
atividades sujeitas ao controle desta lei. Mesmo se a de sujeita a controle e fiscalização deverá informar ao
atividade for eventual, o cadastro deve ser feito e deve Departamento de Polícia Federal, no prazo máximo
ser concedida autorização especial. de vinte e quatro horas, qualquer suspeita de desvio de
produto químico a que se refere esta Lei.
Art. 5o  A pessoa jurídica referida no  caput do art.
4o deverá requerer, anualmente, a Renovação da Li- A pessoa física ou jurídica deve colaborar com o DPF
cença de Funcionamento para o prosseguimento de na investigação de falhas na atividade fiscalizada, geran-
suas atividades. do desvio de produto.

A licença para a pessoa jurídica que exerça regular- Art. 12. Constitui infração administrativa:
mente estas atividades deve ser renovada anualmente. I – deixar de cadastrar-se ou licenciar-se no prazo legal;
II – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia
Federal, no prazo de trinta dias, qualquer alteração
Art. 6o Todas as partes envolvidas deverão possuir li-
cadastral ou estatutária a partir da data do ato aditi-
cença de funcionamento, exceto quando se tratar de
vo, bem como a suspensão ou mudança de atividade
quantidades de produtos químicos inferiores aos limi-
sujeita a controle e fiscalização;
tes a serem estabelecidos em portaria do Ministro de
III – omitir as informações a que se refere o art. 8o des-
Estado da Justiça.
ta Lei, ou prestá-las com dados incompletos ou ine-
xatos;
A regra é a obrigatoriedade de licença de funciona- IV – deixar de apresentar ao órgão fiscalizador, quan-
mento, salvo se a quantidade for inferior ao limite pre- do solicitado, notas fiscais, manifestos e outros docu-
visto pelo MJ. mentos de controle;
V – exercer qualquer das atividades sujeitas a controle
Art. 7o Para importar, exportar ou reexportar os pro- e fiscalização, sem a devida Licença de Funcionamen-
dutos químicos sujeitos a controle e fiscalização, nos to ou Autorização Especial do órgão competente;
termos dos arts. 1o e 2o, será necessária autorização VI – exercer atividade sujeita a controle e fiscalização
prévia do Departamento de Polícia Federal, nos casos com pessoa física ou jurídica não autorizada ou em
previstos em portaria, sem prejuízo do disposto no art. situação irregular, nos termos desta Lei;
6o e dos procedimentos adotados pelos demais órgãos VII – deixar de informar qualquer suspeita de desvio
competentes. de produto químico controlado, para fins ilícitos;
A autorização concedida pelo DPF deve ser prévia à VIII – importar, exportar ou reexportar produto quími-
importação, exportação ou reexportação. Não pode ser co controlado, sem autorização prévia;
posterior. IX – alterar a composição de produto químico contro-
lado, sem prévia comunicação ao órgão competente;
Art. 8o  A pessoa jurídica que realizar qualquer uma X – adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos e
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

das atividades a que se refere o art. 1o desta Lei é obri- embalagens de produtos químicos controlados visan-
gada a fornecer ao Departamento de Polícia Federal, do a burlar o controle e a fiscalização;
periodicamente, as informações sobre suas operações. XI – deixar de informar no laudo técnico, ou nota fiscal,
Parágrafo único. Os documentos que consubstanciam quando for o caso, em local visível da embalagem e do
as informações a que se refere este artigo deverão ser rótulo, a concentração do produto químico controlado;
arquivados pelo prazo de cinco anos e apresentados ao XII – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia
Departamento de Polícia Federal quando solicitados. Federal furto, roubo ou extravio de produto químico
Trata-se de modo do exercício da fiscalização e do controlado e documento de controle, no prazo de qua-
controle. renta e oito horas; e
XIII – dificultar, de qualquer maneira, a ação do órgão
Art. 9o Os modelos de mapas e formulários necessá- de controle e fiscalização.
rios à implementação das normas a que se referem os
artigos anteriores serão publicados em portaria mi- Coloca-se individualmente como infrações discipli-
nisterial. nares todos os deveres anteriormente previstos até o
artigo 11.

6
Art. 13. Os procedimentos realizados no exercício da Art. 17. São sujeitos passivos da Taxa de Controle e
fiscalização deverão ser formalizados mediante a ela- Fiscalização de Produtos Químicos as pessoas físicas
boração de documento próprio. e jurídicas que exerçam qualquer uma das atividades
sujeitas a controle e fiscalização de que trata o art.
Art. 14. O descumprimento das normas estabelecidas 1o desta Lei.
nesta Lei, independentemente de responsabilidade pe- Art. 18. São isentos do pagamento da Taxa de Contro-
nal, sujeitará os infratores às seguintes medidas ad- le e Fiscalização de Produtos Químicos, sem prejuízo
ministrativas, aplicadas cumulativa ou isoladamente: das demais obrigações previstas nesta Lei:
I – advertência formal; I – os órgãos da Administração Pública direta federal,
II – apreensão do produto químico encontrado em si- estadual e municipal;
tuação irregular; II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e saú-
III – suspensão ou cancelamento de licença de funcio- de;
namento; III – as entidades particulares de caráter assistencial,
IV – revogação da autorização especial; e filantrópico e sem fins lucrativos que comprovem essa
V – multa de R$ 2.128,20 (dois mil, cento e vinte e oito condição na forma da lei específica em vigor.
reais e vinte centavos) a R$ 1.064.100,00 (um milhão, Art. 19. A Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos
sessenta e quatro mil e cem reais). Químicos é devida pela prática dos seguintes atos de
§ 1o Na dosimetria da medida administrativa, serão controle e fiscalização:
consideradas a situação econômica, a conduta do in- I – no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para:
frator, a reincidência, a natureza da infração, a quan- a. emissão de Certificado de Registro Cadastral;
tidade dos produtos químicos encontrados em situa- b. emissão de segunda via de Certificado de Registro
ção irregular e as circunstâncias em que ocorreram Cadastral; e
os fatos. c. alteração de Registro Cadastral;
§ 2o  A critério da autoridade competente, o recolhi- II – no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para:
mento do valor total da multa arbitrada poderá ser a. emissão de Certificado de Licença de Funcionamen-
feito em até cinco parcelas mensais e consecutivas. to;
§ 3o Das sanções aplicadas caberá recurso ao Diretor- b. emissão de segunda via de Certificado de Licença de
-Geral do Departamento de Polícia Federal, na forma Funcionamento; e
e prazo estabelecidos em regulamento. c. renovação de Licença de Funcionamento;
Assim, a sanção é aplicada pelo DPF, cabendo recur- III – no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) para:
so ao Diretor-Geral do órgão. Trata-se de competência a. emissão de Autorização Especial; e
sancionatória administrativa da PF. b. emissão de segunda via de Autorização Especial.
Parágrafo único. Os valores constantes dos incisos I e
Art. 15. A pessoa física ou jurídica que cometer qual- II deste artigo serão reduzidos de:
quer uma das infrações previstas nesta Lei terá prazo I - quarenta por cento, quando se tratar de empresa
de trinta dias, a contar da data da fiscalização, para de pequeno porte;
sanar as irregularidades verificadas, sem prejuízo da II - cinquenta por cento, quando se tratar de filial de
aplicação de medidas administrativas previstas no art. empresa já cadastrada;
14. III - setenta por cento, quando se tratar de microem-
§ 1o Sanadas as irregularidades, os produtos químicos presa.
eventualmente apreendidos serão devolvidos ao seu Art. 20. A Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos
legítimo proprietário ou representante legal. Químicos será recolhida nos prazos e nas condições
§ 2o Os produtos químicos que não forem regulariza- estabelecidas em ato do Departamento de Polícia Fe-
dos e restituídos no prazo e nas condições estabeleci- deral.
das neste artigo serão destruídos, alienados ou doados Art. 21. Os recursos relativos à cobrança da Taxa de
pelo Departamento de Polícia Federal a instituições de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, à apli-
ensino, pesquisa ou saúde pública, após trânsito em cação de multa e à alienação de produtos químicos
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

julgado da decisão proferida no respectivo processo previstas nesta Lei constituem receita do Fundo Nacio-
administrativo. nal Antidrogas – FUNAD.
§ 3o Em caso de risco iminente à saúde pública ou ao Parágrafo único. O Fundo Nacional Antidrogas des-
meio ambiente, o órgão fiscalizador poderá dar desti- tinará oitenta por cento dos recursos relativos à co-
nação imediata aos produtos químicos apreendidos. brança da Taxa, à aplicação de multa e à alienação
O prazo para regularização, evitando a perda dos de produtos químicos, referidos no caput deste artigo,
produtos, é de 30 dias da data da fiscalização. A regula- ao Departamento de Polícia Federal, para o reapare-
rização não exclui a aplicação de infração administrativa lhamento e custeio das atividades de controle e fisca-
pela situação irregular anteriormente fiscalizada. lização de produtos químicos e de repressão ao tráfico
Art. 16. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscaliza- ilícito de drogas.
ção de Produtos Químicos, cujo fato gerador é o exer- Dos artigos 16 a 21 apenas se regula a Taxa instituída
cício do poder de polícia conferido ao Departamento para o custeio de despesas nesta atividade de fiscaliza-
de Polícia Federal para controle e fiscalização das ati- ção e controle, bem como para o combate às drogas em
vidades relacionadas no art. 1o desta Lei. geral.

7
Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- produtos, a fim de produzir, ilicitamente, entorpecentes.
blicação. Nessa situação, caso não informe esse fato às autorida-
Art. 23. Ficam revogados os arts. 1o a 13 e 18 da Lei des competentes, o gerente incorrerá em infração admi-
no 9.017, de 30 de março de 1995. nistrativa e penal.
Brasília, 27 de dezembro de 2001; 180o da Indepen-
dência e 113o da República. ( ) CERTO ( ) ERRADO

#FicaDica Resposta: Errado. De acordo com a Lei nº 10.357/2001,


artigo 12, VII, constitui infração administrativa não infor-
Controle e fiscalização sobre produtos quími- mar qualquer suspeita de desvio de produto químico
cos que podem ser utilizados na elaboração controlado, para fins ilícitos. No entanto, o caput do ar-
de substâncias entorpecentes, psicotrópicas tigo 14 desta lei estabelece que o descumprimento das
e afins. normas estabelecidas na referida lei sujeita os infratores
São substâncias não controladas pelo Minis- a determinadas medidas administrativas, independen-
tério da Saúde. temente da responsabilidade penal. Dessa forma, a con-
Cabe ao departamento da PF controlar, fis- duta descrita no item configura infração administrativa,
calizar e aplicar sanções nos casos de viola- mas não necessariamente configura ilícito penal, pois
ção. dependerá da tipificação da referida conduta, ou seja,
ele poderá responder penalmente pelo ocorrido.

EXERCÍCIOS COMENTADOS LEI Nº 6.815/1980: DEFINE A SITUAÇÃO JU-


RÍDICA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL, CRIA
1.(Polícia Federal - Agente Administrativo - CES- O CONSELHO NACIONAL DE IMIGRAÇÃO.
PE/2014)
Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situ-
ação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, Prezado candidato, a lei indicada foi revogada
com base nos dispositivos da Lei nº 10.357/2001, que pela Lei Nº 13.445/2017, conforme segue:
estabelece normas de controle e fiscalização sobre pro-
dutos químicos que, direta ou indiretamente, possam ser O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpe- Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
centes, psicotrópicas ou que determinem dependência
física ou psíquica. CAPÍTULO I
Uma empresa comercializa determinado produto quími- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
co que pode ser utilizado como insumo na elaboração de Seção I
substância que causa dependência química. Nessa situa- Disposições Gerais
ção, as atividades dessa empresa devem ser fiscalizadas
pelo DPF, juntamente com o Exército Brasileiro. Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre os direitos e os deveres do
migrante e do visitante, regula a sua entrada e estada
( ) CERTO ( ) ERRADO no País e estabelece princípios e diretrizes para as po-
líticas públicas para o emigrante. 
Resposta: Errado. A competência é apenas do De- § 1o  Para os fins desta Lei, considera-se: 
partamento da Polícia Federal, não do Exército Brasi- I - (VETADO); 
leiro, conforme artigo 3o, Lei nº 10.357/2001: “Compe- II - imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátri-
te ao Departamento de Polícia Federal o controle e a da que trabalha ou reside e se estabelece temporária
fiscalização dos produtos químicos a que se refere o ou definitivamente no Brasil; 
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

art. 1o desta Lei e a aplicação das sanções administra- III - emigrante: brasileiro que se estabelece temporária
tivas decorrentes”. ou definitivamente no exterior; 
IV - residente fronteiriço: pessoa nacional de país limí-
2. (Polícia Federal - Agente Administrativo - CES- trofe ou apátrida que conserva a sua residência habi-
PE/2014) tual em município fronteiriço de país vizinho; 
Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situa- V - visitante: pessoa nacional de outro país ou apátri-
ção hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, com da que vem ao Brasil para estadas de curta duração,
base nos dispositivos da Lei n.º 10.357/2001, que estabe- sem pretensão de se estabelecer temporária ou defini-
lece normas de controle e fiscalização sobre produtos quí- tivamente no território nacional; 
micos que, direta ou indiretamente, possam ser destinados VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como
à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotró- nacional por nenhum Estado, segundo a sua legisla-
picas ou que determinem dependência física ou psíquica. ção, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos
O gerente de uma empresa de reciclagem de produ- Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº
tos químicos controlados tomou conhecimento de que 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida
um dos empregados da empresa desviava parte desses pelo Estado brasileiro. 

8
§ 2o  (VETADO).  XVI - integração e desenvolvimento das regiões de fron-
Art. 2o  Esta Lei não prejudica a aplicação de normas teira e articulação de políticas públicas regionais ca-
internas e internacionais específicas sobre refugiados, pazes de garantir efetividade aos direitos do residente
asilados, agentes e pessoal diplomático ou consular, fronteiriço;
funcionários de organização internacional e seus fa- XVII - proteção integral e atenção ao superior interes-
miliares.  se da criança e do adolescente migrante;
XVIII - observância ao disposto em tratado;
#FicaDica XIX - proteção ao brasileiro no exterior;
XX - migração e desenvolvimento humano no local
Pela nova lei exposta, qualquer pessoa de de origem, como direitos inalienáveis de todas as pes-
outra nacionalidade pode ser impedido de soas;
ingressar no território brasileiro, seja ela XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do
considerada nociva á sociedade brasileira exercício profissional no Brasil, nos termos da lei; e
ou ao interesse comum. XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de deportação
coletivas.
Art. 4o  Ao migrante é garantida no território nacional,
em condição de igualdade com os nacionais, a invio-
FIQUE ATENTO!
labilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
O referido diploma legal, revoga totalmente à segurança e à propriedade, bem como são assegu-
o estatuto do estrangeiro. rados:
I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e eco-
nômicos;
II - direito à liberdade de circulação em território nacional;
Seção II III - direito à reunião familiar do migrante com seu côn-
Dos Princípios e das Garantias juge ou companheiro e seus filhos, familiares e depen-
dentes;
Art. 3o  A política migratória brasileira rege-se pelos IV - medidas de proteção a vítimas e testemunhas de
seguintes princípios e diretrizes:  crimes e de violações de direitos;
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência V - direito de transferir recursos decorrentes de sua
dos direitos humanos;  renda e economias pessoais a outro país, observada a
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a legislação aplicável;
quaisquer formas de discriminação;  VI - direito de reunião para fins pacíficos;
III - não criminalização da migração;  VII - direito de associação, inclusive sindical, para fins lí-
IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos citos;
procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assis-
território nacional;  tência social e à previdência social, nos termos da lei,
V - promoção de entrada regular e de regularização sem discriminação em razão da nacionalidade e da
documental;  condição migratória;
VI - acolhida humanitária;  IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral
VII - desenvolvimento econômico, turístico, social, cul- gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
tural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil;  X - direito à educação pública, vedada a discriminação
VIII - garantia do direito à reunião familiar;  em razão da nacionalidade e da condição migratória;
IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao XI - garantia de cumprimento de obrigações legais e
migrante e a seus familiares; contratuais trabalhistas e de aplicação das normas de
X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante proteção ao trabalhador, sem discriminação em razão
por meio de políticas públicas; da nacionalidade e da condição migratória;
XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços, XII - isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante
programas e benefícios sociais, bens públicos, edu- declaração de hipossuficiência econômica, na forma
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

cação, assistência jurídica integral pública, trabalho, de regulamento;


moradia, serviço bancário e seguridade social; XIII - direito de acesso à informação e garantia de con-
XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, ga- fidencialidade quanto aos dados pessoais do migran-
rantias e obrigações do migrante; te, nos termos da Lei no 12.527, de 18 de novembro
XIII - diálogo social na formulação, na execução e na de 2011;
avaliação de políticas migratórias e promoção da par- XIV - direito a abertura de conta bancária;
ticipação cidadã do migrante; XV - direito de sair, de permanecer e de reingressar
XIV - fortalecimento da integração econômica, políti- em território nacional, mesmo enquanto pendente pe-
ca, social e cultural dos povos da América Latina, me- dido de autorização de residência, de prorrogação de
diante constituição de espaços de cidadania e de livre estada ou de transformação de visto em autorização
circulação de pessoas; de residência; e
XV - cooperação internacional com Estados de origem, XVI - direito do imigrante de ser informado sobre as
de trânsito e de destino de movimentos migratórios, a garantias que lhe são asseguradas para fins de regu-
fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos larização migratória.
do migrante;

9
§ 1o  Os direitos e as garantias previstos nesta Lei serão Parágrafo único. Excepcionalmente, os vistos diplomá-
exercidos em observância ao disposto na Constituição tico, oficial e de cortesia poderão ser concedidos no
Federal, independentemente da situação migratória, Brasil.
observado o disposto no § 4o deste artigo, e não ex- Art. 8o  Poderão ser cobrados taxas e emolumentos
cluem outros decorrentes de tratado de que o Brasil consulares pelo processamento do visto.
seja parte. Art. 9o  Regulamento disporá sobre:
§ 2o  (VETADO). I - requisitos de concessão de visto, bem como de sua
§ 3o  (VETADO). simplificação, inclusive por reciprocidade;
§ 4o  (VETADO). II - prazo de validade do visto e sua forma de contagem;
III - prazo máximo para a primeira entrada e para a
estada do imigrante e do visitante no País;
#FicaDica IV - hipóteses e condições de dispensa recíproca ou
unilateral de visto e de taxas e emolumentos consula-
Cada migrante que adentraro territótio bra-
res por seu processamento; e
sileiro, terá os mesmos direitos e deveres,
V - solicitação e emissão de visto por meio eletrônico.
constituídos aos brasileiros natos, ou seja,
Parágrafo único. A simplificação e a dispensa recíproca de
os direitos e garantias fundamentais elen-
visto ou de cobrança de taxas e emolumentos consulares por
cados em nossa constituição federal, em
seu processamento poderão ser definidas por comunicação
contrapartida o dever de zelo e cuidado
diplomática.
com, patrimônios históricos e públicos, por
Art. 10.  Não se concederá visto:
exemplo, também devem ser respeitados
I - a quem não preencher os requisitos para o tipo de visto pleiteado;
na mesma proproção.
II - a quem comprovadamente ocultar condição impe-
ditiva de concessão de visto ou de ingresso no País; ou
CAPÍTULO II III - a menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou
DA SITUAÇÃO DOCUMENTAL DO MIGRANTE E DO sem autorização de viagem por escrito dos responsá-
VISITANTE veis legais ou de autoridade competente.
Seção I Art. 11.  Poderá ser denegado visto a quem se enqua-
Dos Documentos de Viagem drar em pelo menos um dos casos de impedimento
definidos nos incisos I, II, III, IV e IX do art. 45.
Art. 5o  São documentos de viagem: Parágrafo único. A pessoa que tiver visto brasileiro de-
I - passaporte; negado será impedida de ingressar no País enquanto
II - laissez-passer; permanecerem as condições que ensejaram a dene-
III - autorização de retorno; gação.
IV - salvo-conduto;
V - carteira de identidade de marítimo; Subseção II
VI - carteira de matrícula consular; Dos Tipos de Visto
VII - documento de identidade civil ou documento es-
trangeiro equivalente, quando admitidos em tratado; Art. 12.  Ao solicitante que pretenda ingressar ou per-
VIII - certificado de membro de tripulação de trans- manecer em território nacional poderá ser concedido
porte aéreo; e visto:
IX - outros que vierem a ser reconhecidos pelo Estado I - de visita;
brasileiro em regulamento. II - temporário;
§ 1o  Os documentos previstos nos incisos I, II, III, IV, V, III - diplomático;
VI e IX, quando emitidos pelo Estado brasileiro, são de IV - oficial;
propriedade da União, cabendo a seu titular a posse V - de cortesia.
direta e o uso regular.
§ 2o  As condições para a concessão dos documentos Subseção III
Do Visto de Visita
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

de que trata o § 1o serão previstas em regulamento.

Seção II Art. 13.  O visto de visita poderá ser concedido ao vi-


Dos Vistos sitante que venha ao Brasil para estada de curta du-
Subseção I ração, sem intenção de estabelecer residência, nos se-
Disposições Gerais guintes casos:
I - turismo;
Art. 6o  O visto é o documento que dá a seu titular II - negócios;
expectativa de ingresso em território nacional. III - trânsito;
Parágrafo único. (VETADO). IV - atividades artísticas ou desportivas; e
Art. 7o  O visto será concedido por embaixadas, con- V - outras hipóteses definidas em regulamento.
sulados-gerais, consulados, vice-consulados e, quando § 1o  É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer
habilitados pelo órgão competente do Poder Executivo, atividade remunerada no Brasil.
por escritórios comerciais e de representação do Brasil § 2o  O beneficiário de visto de visita poderá receber
no exterior. pagamento do governo, de empregador brasileiro ou

10
de entidade privada a título de diária, ajuda de custo, § 6o  O visto temporário para férias-trabalho poderá
cachê, pró-labore ou outras despesas com a viagem, ser concedido ao imigrante maior de 16 (dezesseis)
bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, anos que seja nacional de país que conceda idêntico
em competições desportivas ou em concursos artísti- benefício ao nacional brasileiro, em termos definidos
cos ou culturais. por comunicação diplomática.
§ 3o  O visto de visita não será exigido em caso de § 7o  Não se exigirá do marítimo que ingressar no Brasil
escala ou conexão em território nacional, desde que em viagem de longo curso ou em cruzeiros marítimos
o visitante não deixe a área de trânsito internacional. pela costa brasileira o visto temporário de que trata a
alínea “e” do inciso I do caput, bastando a apresenta-
Subseção IV ção da carteira internacional de marítimo, nos termos
Do Visto Temporário de regulamento.
§ 8o  É reconhecida ao imigrante a quem se tenha con-
Art. 14.  O visto temporário poderá ser concedido ao cedido visto temporário para trabalho a possibilidade de
imigrante que venha ao Brasil com o intuito de estabe- modificação do local de exercício de sua atividade laboral.
lecer residência por tempo determinado e que se enqua- § 9o  O visto para realização de investimento poderá ser
dre em pelo menos uma das seguintes hipóteses: concedido ao imigrante que aporte recursos em projeto
I - o visto temporário tenha como finalidade: com potencial para geração de empregos ou de renda
a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica; no País.
b) tratamento de saúde; § 10.  (VETADO).
c) acolhida humanitária;
d) estudo; Subseção V
e) trabalho; Dos Vistos Diplomático, Oficial e de Cortesia
f) férias-trabalho;
g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário; Art. 15.  Os vistos diplomático, oficial e de cortesia se-
h) realização de investimento ou de atividade com re- rão concedidos, prorrogados ou dispensados na forma
levância econômica, social, científica, tecnológica ou desta Lei e de regulamento.
cultural;
Parágrafo único. Os vistos diplomático e oficial pode-
i) reunião familiar;
rão ser transformados em autorização de residência, o
j) atividades artísticas ou desportivas com contrato por
que importará cessação de todas as prerrogativas, pri-
prazo determinado;
vilégios e imunidades decorrentes do respectivo visto.
II - o imigrante seja beneficiário de tratado em maté-
Art. 16.  Os vistos diplomático e oficial poderão ser
ria de vistos;
III - outras hipóteses definidas em regulamento. concedidos a autoridades e funcionários estrangeiros
§ 1o  O visto temporário para pesquisa, ensino ou ex- que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter tran-
tensão acadêmica poderá ser concedido ao imigrante sitório ou permanente, representando Estado estran-
com ou sem vínculo empregatício com a instituição de geiro ou organismo internacional reconhecido.
pesquisa ou de ensino brasileira, exigida, na hipótese § 1o  Não se aplica ao titular dos vistos referidos no ca-
de vínculo, a comprovação de formação superior com- put o disposto na legislação trabalhista brasileira.
patível ou equivalente reconhecimento científico. § 2o  Os vistos diplomático e oficial poderão ser es-
§ 2o  O visto temporário para tratamento de saúde poderá tendidos aos dependentes das autoridades referidas
ser concedido ao imigrante e a seu acompanhante, desde no caput.
que o imigrante comprove possuir meios de subsistência Art. 17.  O titular de visto diplomático ou oficial so-
suficientes. mente poderá ser remunerado por Estado estrangeiro
§ 3o  O visto temporário para acolhida humanitária ou organismo internacional, ressalvado o disposto em
poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de tratado que contenha cláusula específica sobre o as-
qualquer país em situação de grave ou iminente insta- sunto.
bilidade institucional, de conflito armado, de calami- Parágrafo único. O dependente de titular de visto di-
dade de grande proporção, de desastre ambiental ou plomático ou oficial poderá exercer atividade remune-
de grave violação de direitos humanos ou de direito
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

rada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista


internacional humanitário, ou em outras hipóteses, na brasileira, desde que seja nacional de país que assegu-
forma de regulamento. re reciprocidade de tratamento ao nacional brasileiro,
§ 4o  O visto temporário para estudo poderá ser con- por comunicação diplomática.
cedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil para Art. 18.  O empregado particular titular de visto de
frequentar curso regular ou realizar estágio ou inter- cortesia somente poderá exercer atividade remunera-
câmbio de estudo ou de pesquisa. da para o titular de visto diplomático, oficial ou de
§ 5o  Observadas as hipóteses previstas em regulamen- cortesia ao qual esteja vinculado, sob o amparo da
to, o visto temporário para trabalho poderá ser conce- legislação trabalhista brasileira.
dido ao imigrante que venha exercer atividade laboral, Parágrafo único. O titular de visto diplomático, oficial
com ou sem vínculo empregatício no Brasil, desde que ou de cortesia será responsável pela saída de seu em-
comprove oferta de trabalho formalizada por pessoa ju- pregado do território nacional.
rídica em atividade no País, dispensada esta exigência
se o imigrante comprovar titulação em curso de ensino
superior ou equivalente.

11
Seção III
Do Registro e da Identificação Civil do Imigrante e #FicaDica
dos Detentores de Vistos Diplomático, Oficial e de
É importante ressaltar a neste caso, a dife-
Cortesia
rença entre migrante ,visitante e até mes-
mo refugiado, tema tão atual na sociedade
Art. 19. O registro consiste na identificação civil por da-
mundia.
dos biográficos e biométricos, e é obrigatório a todo imi-
Migrante: é a pessoa que sai de sua pátria
grante detentor de visto temporário ou de autorização
em busca de uma melhor condição de vida e
de residência.
estrutura social..
§ 1o  O registro gerará número único de identificação
Visitante: pessoa que sai de sua pátria afim
que garantirá o pleno exercício dos atos da vida civil.
de apenas conhecer outros lugares.
§ 2o  O documento de identidade do imigrante será
Refugiado: pessoa ou grupo de pessoas,
expedido com base no número único de identificação.
que fogem de sua pátria em caso de guerra
§ 3o  Enquanto não for expedida identificação civil, o
ou desastres naturais.
documento comprobatório de que o imigrante a soli-
citou à autoridade competente garantirá ao titular o
acesso aos direitos disciplinados nesta Lei. Seção II
Art.  20. A identificação civil de solicitante de refúgio, Da Proteção do Apátrida e da Redução da Apatri-
de asilo, de reconhecimento de apatridia e de acolhi- dia
mento humanitário poderá ser realizada com a apre-
sentação dos documentos de que o imigrante dispuser. Art. 26.  Regulamento disporá sobre instituto protetivo
Art.  21. Os documentos de identidade emitidos até a especial do apátrida, consolidado em processo simpli-
data de publicação desta Lei continuarão válidos até ficado de naturalização.
sua total substituição. § 1o  O processo de que trata o caput será iniciado tão
Art.  22. A identificação civil, o documento de iden- logo seja reconhecida a situação de apatridia.
tidade e as formas de gestão da base cadastral dos § 2o  Durante a tramitação do processo de reconhe-
detentores de vistos diplomático, oficial e de cortesia cimento da condição de apátrida, incidem todas as
atenderão a disposições específicas previstas em re- garantias e mecanismos protetivos e de facilitação da
gulamento. inclusão social relativos à Convenção sobre o Estatuto
dos Apátridas de 1954, promulgada pelo Decreto nº
CAPÍTULO III 4.246, de 22 de maio de 2002, à Convenção relativa
DA CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE E DO VISI- ao Estatuto dos Refugiados, promulgada pelo Decreto
TANTE no 50.215, de 28 de janeiro de 1961, e à Lei no 9.474,
Seção I de 22 de julho de 1997.
Do Residente Fronteiriço § 3o  Aplicam-se ao apátrida residente todos os direitos
atribuídos ao migrante relacionados no art. 4o.
Art. 23.  A fim de facilitar a sua livre circulação, po- § 4o  O reconhecimento da condição de apátrida
derá ser concedida ao residente fronteiriço, mediante assegura os direitos e garantias previstos na Con-
requerimento, autorização para a realização de atos venção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954,
da vida civil. promulgada pelo Decreto no 4.246, de 22 de maio
Parágrafo único. Condições específicas poderão ser es- de 2002, bem como outros direitos e garantias reco-
tabelecidas em regulamento ou tratado. nhecidos pelo Brasil.
Art. 24.  A autorização referida no caput do art. 23 § 5o  O processo de reconhecimento da condição de
indicará o Município fronteiriço no qual o residente apátrida tem como objetivo verificar se o solicitante
estará autorizado a exercer os direitos a ele atribuídos é considerado nacional pela legislação de algum Es-
por esta Lei. tado e poderá considerar informações, documentos
e declarações prestadas pelo próprio solicitante e
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

§ 1o  O residente fronteiriço detentor da autorização por órgãos e organismos nacionais e internacionais.
gozará das garantias e dos direitos assegurados pelo § 6o  Reconhecida a condição de apátrida, nos ter-
regime geral de migração desta Lei, conforme especi- mos do inciso VI do § 1o do art. 1o, o solicitante será
ficado em regulamento. consultado sobre o desejo de adquirir a nacionali-
§ 2o  O espaço geográfico de abrangência e de valida- dade brasileira.
de da autorização será especificado no documento de § 7o  Caso o apátrida opte pela naturalização, a de-
residente fronteiriço. cisão sobre o reconhecimento será encaminhada ao
Art. 25.  O documento de residente fronteiriço será órgão competente do Poder Executivo para publica-
cancelado, a qualquer tempo, se o titular: ção dos atos necessários à efetivação da naturaliza-
I - tiver fraudado documento ou utilizado documento ção no prazo de 30 (trinta) dias, observado o art. 65.
falso para obtê-lo; § 8o  O apátrida reconhecido que não opte pela na-
II - obtiver outra condição migratória; turalização imediata terá a autorização de residên-
III - sofrer condenação penal; ou cia outorgada em caráter definitivo.
IV - exercer direito fora dos limites previstos na auto- § 9o  Caberá recurso contra decisão negativa de re-
rização.
conhecimento da condição de apátrida.

12
§ 10.  Subsistindo a denegação do reconhecimento g) tenha sido vítima de tráfico de pessoas, de trabalho
da condição de apátrida, é vedada a devolução do escravo ou de violação de direito agravada por sua
indivíduo para país onde sua vida, integridade pes- condição migratória;
soal ou liberdade estejam em risco. h) esteja em liberdade provisória ou em cumprimento
§ 11.  Será reconhecido o direito de reunião familiar de pena no Brasil;
a partir do reconhecimento da condição de apátrida. III - outras hipóteses definidas em regulamento.
§ 12.  Implica perda da proteção conferida por esta Lei: § 1o  Não se concederá a autorização de residência a
I - a renúncia; pessoa condenada criminalmente no Brasil ou no ex-
II - a prova da falsidade dos fundamentos invocados terior por sentença transitada em julgado, desde que
para o reconhecimento da condição de apátrida; ou a conduta esteja tipificada na legislação penal brasi-
III - a existência de fatos que, se fossem conhecidos por leira, ressalvados os casos em que:
ocasião do reconhecimento, teriam ensejado decisão I - a conduta caracterize infração de menor potencial
negativa. ofensivo;
II - (VETADO); ou
Seção III III - a pessoa se enquadre nas hipóteses previstas nas
Do Asilado alíneas “b”, “c” e “i” do inciso I e na alínea “a” do inciso
II do caput deste artigo.
Art. 27.  O asilo político, que constitui ato discricio- § 2o  O disposto no § 1o não obsta progressão de regime
nário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e de cumprimento de pena, nos termos da Lei no 7.210,
será outorgado como instrumento de proteção à pessoa. de 11 de julho de 1984, ficando a pessoa autorizada a
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre as condi- trabalhar quando assim exigido pelo novo regime de
ções para a concessão e a manutenção de asilo. cumprimento de pena.
Art. 28.  Não se concederá asilo a quem tenha come- § 3o  Nos procedimentos conducentes ao cancelamen-
tido crime de genocídio, crime contra a humanidade, to de autorização de residência e no recurso contra a
crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do negativa de concessão de autorização de residência
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de devem ser respeitados o contraditório e a ampla de-
1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de se- fesa.
tembro de 2002. Art. 31.  Os prazos e o procedimento da autorização
Art. 29.  A saída do asilado do País sem prévia comu- de residência de que trata o art. 30 serão dispostos em
nicação implica renúncia ao asilo. regulamento, observado o disposto nesta Lei.
§ 1o  Será facilitada a autorização de residência nas
Seção IV hipóteses das alíneas “a” e “e” do inciso I do art. 30
Da Autorização de Residência desta Lei, devendo a deliberação sobre a autorização
ocorrer em prazo não superior a 60 (sessenta) dias, a
Art. 30.  A residência poderá ser autorizada, median- contar de sua solicitação.
te registro, ao imigrante, ao residente fronteiriço ou § 2o  Nova autorização de residência poderá ser con-
ao visitante que se enquadre em uma das seguintes cedida, nos termos do art. 30, mediante requerimento.
hipóteses: § 3o  O requerimento de nova autorização de residên-
I - a residência tenha como finalidade: cia após o vencimento do prazo da autorização ante-
a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica; rior implicará aplicação da sanção prevista no inciso
b) tratamento de saúde; II do art. 109.
c) acolhida humanitária; § 4o  O solicitante de refúgio, de asilo ou de proteção
d) estudo; ao apátrida fará jus a autorização provisória de resi-
e) trabalho; dência até a obtenção de resposta ao seu pedido.
f) férias-trabalho;
g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário; § 5o  Poderá ser concedida autorização de residência
h) realização de investimento ou de atividade com re- independentemente da situação migratória.
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

levância econômica, social, científica, tecnológica ou Art. 32.  Poderão ser cobradas taxas pela autorização
cultural; de residência.
i) reunião familiar; Art. 33.  Regulamento disporá sobre a perda e o can-
II - a pessoa: celamento da autorização de residência em razão de
a) seja beneficiária de tratado em matéria de residên- fraude ou de ocultação de condição impeditiva de
cia e livre circulação; concessão de visto, de ingresso ou de permanência no
b) seja detentora de oferta de trabalho; País, observado procedimento administrativo que ga-
c) já tenha possuído a nacionalidade brasileira e não ranta o contraditório e a ampla defesa.
deseje ou não reúna os requisitos para readquiri-la; Art. 34.  Poderá ser negada autorização de residência
d) (VETADO); com fundamento nas hipóteses previstas nos incisos I,
e) seja beneficiária de refúgio, de asilo ou de proteção II, III, IV e IX do art. 45.
ao apátrida; Art. 35.  A posse ou a propriedade de bem no Brasil
f) seja menor nacional de outro país ou apátrida, de- não confere o direito de obter visto ou autorização de
sacompanhado ou abandonado, que se encontre nas residência em território nacional, sem prejuízo do dis-
fronteiras brasileiras ou em território nacional; posto sobre visto para realização de investimento.

13
Art. 36.  O visto de visita ou de cortesia poderá ser transportador ou por seu agente, de termo de com-
transformado em autorização de residência, mediante promisso de custear as despesas com a permanência
requerimento e registro, desde que satisfeitos os requi- e com as providências para a repatriação do viajante.
sitos previstos em regulamento. Art. 42.  O tripulante ou o passageiro que, por motivo
de força maior, for obrigado a interromper a viagem
Seção V em território nacional poderá ter seu desembarque
Da Reunião Familiar permitido mediante termo de responsabilidade pelas
despesas decorrentes do transbordo.
Art. 37.  O visto ou a autorização de residência para Art. 43.  A autoridade responsável pela fiscalização
fins de reunião familiar será concedido ao imigrante: contribuirá para a aplicação de medidas sanitárias em
I - cônjuge ou companheiro, sem discriminação algu- consonância com o Regulamento Sanitário Internacio-
ma; nal e com outras disposições pertinentes 
II - filho de imigrante beneficiário de autorização de
residência, ou que tenha filho brasileiro ou imigrante Seção II
beneficiário de autorização de residência; Do Impedimento de Ingresso
III - ascendente, descendente até o segundo grau ou
irmão de brasileiro ou de imigrante beneficiário de Art. 44.  (VETADO).
autorização de residência; ou Art. 45.  Poderá ser impedida de ingressar no País,
IV - que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda. após entrevista individual e mediante ato fundamen-
Parágrafo único. (VETADO). tado, a pessoa:
I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos
CAPÍTULO IV da expulsão vigorarem;
DA ENTRADA E DA SAÍDA DO TERRITÓRIO NACIO- II - condenada ou respondendo a processo por ato de
NAL terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra
Seção I a humanidade, crime de guerra ou crime de agres-
Da Fiscalização Marítima, Aeroportuária e de Fron- são, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
teira Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado
pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002;
Art. 38.  As funções de polícia marítima, aeroportuária III - condenada ou respondendo a processo em outro
e de fronteira serão realizadas pela Polícia Federal nos país por crime doloso passível de extradição segundo
pontos de entrada e de saída do território nacional. a lei brasileira;
Parágrafo único. É dispensável a fiscalização de passa- IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições
geiro, tripulante e estafe de navio em passagem ino- por ordem judicial ou por compromisso assumido pelo
cente, exceto quando houver necessidade de descida Brasil perante organismo internacional;
de pessoa a terra ou de subida a bordo do navio. V - que apresente documento de viagem que:
Art. 39.  O viajante deverá permanecer em área de a) não seja válido para o Brasil;
fiscalização até que seu documento de viagem tenha b) esteja com o prazo de validade vencido; ou
sido verificado, salvo os casos previstos em lei. c) esteja com rasura ou indício de falsificação;
Art. 40.  Poderá ser autorizada a admissão excepcio- VI - que não apresente documento de viagem ou do-
nal no País de pessoa que se encontre em uma das cumento de identidade, quando admitido;
seguintes condições, desde que esteja de posse de do- VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o
cumento de viagem válido: visto ou com o motivo alegado para a isenção de visto;
I - não possua visto; VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado docu-
II - seja titular de visto emitido com erro ou omissão; mentação ou prestado informação falsa por ocasião
da solicitação de visto; ou
III - tenha perdido a condição de residente por ter per- IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e
manecido ausente do País na forma especificada em objetivos dispostos na Constituição Federal.
regulamento e detenha as condições objetivas para a Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

concessão de nova autorização de residência; no País por motivo de raça, religião, nacionalidade,
IV - (VETADO); ou pertinência a grupo social ou opinião política.
V - seja criança ou adolescente desacompanhado de
responsável legal e sem autorização expressa para CAPÍTULO V
viajar desacompanhado, independentemente do do- DAS MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA
cumento de viagem que portar, hipótese em que have- Seção I
rá imediato encaminhamento ao Conselho Tutelar ou, Disposições Gerais
em caso de necessidade, a instituição indicada pela
autoridade competente. Art. 46.  A aplicação deste Capítulo observará o dispos-
Parágrafo único. Regulamento poderá dispor sobre to na Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, e nas dispo-
outras hipóteses excepcionais de admissão, observa- sições legais, tratados, instrumentos e mecanismos que
dos os princípios e as diretrizes desta Lei. tratem da proteção aos apátridas ou de outras situa-
Art. 41.  A entrada condicional, em território nacional, ções humanitárias.
de pessoa que não preencha os requisitos de admis- Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão serão
são poderá ser autorizada mediante a assinatura, pelo feitas para o país de nacionalidade ou de procedên-

14
cia do migrante ou do visitante, ou para outro que o § 5o  A saída voluntária de pessoa notificada para dei-
aceite, em observância aos tratados dos quais o Brasil xar o País equivale ao cumprimento da notificação de
seja parte. deportação para todos os fins.
Art. 48.  Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe § 6o  O prazo previsto no § 1o poderá ser reduzido nos
da unidade da Polícia Federal poderá representar pe- casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45.
rante o juízo federal, respeitados, nos procedimentos Art. 51.  Os procedimentos conducentes à deportação
judiciais, os direitos à ampla defesa e ao devido pro- devem respeitar o contraditório e a ampla defesa e a
cesso legal. garantia de recurso com efeito suspensivo.
§ 1o  A Defensoria Pública da União deverá ser no-
Seção II tificada, preferencialmente por meio eletrônico, para
Da Repatriação prestação de assistência ao deportando em todos os
procedimentos administrativos de deportação.
Art. 49.  A repatriação consiste em medida adminis- § 2o  A ausência de manifestação da Defensoria Pública
trativa de devolução de pessoa em situação de impe- da União, desde que prévia e devidamente notificada,
dimento ao país de procedência ou de nacionalidade. não impedirá a efetivação da medida de deportação.
§ 1o  Será feita imediata comunicação do ato fundamen- Art. 52.  Em se tratando de apátrida, o procedimento
tado de repatriação à empresa transportadora e à autori- de deportação dependerá de prévia autorização da
dade consular do país de procedência ou de nacionalidade autoridade competente.
do migrante ou do visitante, ou a quem o representa. Art. 53.  Não se procederá à deportação se a medida
§ 2o  A Defensoria Pública da União será notificada, configurar extradição não admitida pela legislação bra-
preferencialmente por via eletrônica, no caso do § sileira.
4o deste artigo ou quando a repatriação imediata não
seja possível. Seção IV
§ 3o  Condições específicas de repatriação podem ser Da Expulsão
definidas por regulamento ou tratado, observados os
princípios e as garantias previstos nesta Lei. Art. 54.  A expulsão consiste em medida administra-
§ 4o  Não será aplicada medida de repatriação à pes- tiva de retirada compulsória de migrante ou visitante
soa em situação de refúgio ou de apatridia, de fato ou do território nacional, conjugada com o impedimento
de direito, ao menor de 18 (dezoito) anos desacompa- de reingresso por prazo determinado.
nhado ou separado de sua família, exceto nos casos § 1o  Poderá dar causa à expulsão a condenação com
em que se demonstrar favorável para a garantia de sentença transitada em julgado relativa à prática de:
seus direitos ou para a reintegração a sua família de I - crime de genocídio, crime contra a humanidade,
origem, ou a quem necessite de acolhimento huma- crime de guerra ou crime de agressão, nos termos de-
nitário, nem, em qualquer caso, medida de devolução finidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Inter-
para país ou região que possa apresentar risco à vida, nacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388,
à integridade pessoal ou à liberdade da pessoa. de 25 de setembro de 2002; ou
§ 5o  (VETADO). II - crime comum doloso passível de pena privativa de
liberdade, consideradas a gravidade e as possibilida-
Seção III des de ressocialização em território nacional.
Da Deportação § 2o  Caberá à autoridade competente resolver sobre a
expulsão, a duração do impedimento de reingresso e
Art. 50.  A deportação é medida decorrente de pro- a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão,
cedimento administrativo que consiste na retirada observado o disposto nesta Lei.
compulsória de pessoa que se encontre em situação § 3o  O processamento da expulsão em caso de cri-
migratória irregular em território nacional. me comum não prejudicará a progressão de regime,
§ 1o  A deportação será precedida de notificação pes- o cumprimento da pena, a suspensão condicional do
soal ao deportando, da qual constem, expressamente, processo, a comutação da pena ou a concessão de
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

as irregularidades verificadas e prazo para a regula- pena alternativa, de indulto coletivo ou individual,
rização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser de anistia ou de quaisquer benefícios concedidos em
prorrogado, por igual período, por despacho funda- igualdade de condições ao nacional brasileiro.
mentado e mediante compromisso de a pessoa man- § 4o  O prazo de vigência da medida de impedimento
ter atualizadas suas informações domiciliares. vinculada aos efeitos da expulsão será proporcional ao
§ 2o  A notificação prevista no § 1o não impede a livre prazo total da pena aplicada e nunca será superior ao
circulação em território nacional, devendo o depor- dobro de seu tempo.
tando informar seu domicílio e suas atividades. Art. 55.  Não se procederá à expulsão quando:
§ 3o  Vencido o prazo do § 1o sem que se regularize a I - a medida configurar extradição inadmitida pela le-
situação migratória, a deportação poderá ser execu- gislação brasileira;
tada. II - o expulsando:
§ 4o  A deportação não exclui eventuais direitos ad- a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou
quiridos em relações contratuais ou decorrentes da lei dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pes-
brasileira. soa brasileira sob sua tutela;

15
b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, Seção II
sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou Das Condições da Naturalização
legalmente;
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de Art. 64.  A naturalização pode ser:
idade, residindo desde então no País; I - ordinária;
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida II - extraordinária;
no País há mais de 10 (dez) anos, considerados a gra- III - especial; ou
vidade e o fundamento da expulsão; ou IV - provisória.
e) (VETADO). Art. 65.  Será concedida a naturalização ordinária
Art. 56.  Regulamento definirá procedimentos para àquele que preencher as seguintes condições:
apresentação e processamento de pedidos de suspen- I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
são e de revogação dos efeitos das medidas de expul- II - ter residência em território nacional, pelo prazo
são e de impedimento de ingresso e permanência em mínimo de 4 (quatro) anos;
território nacional. III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas
Art. 57.  Regulamento disporá sobre condições espe- as condições do naturalizando; e
ciais de autorização de residência para viabilizar me- IV - não possuir condenação penal ou estiver reabili-
didas de ressocialização a migrante e a visitante em tado, nos termos da lei.
cumprimento de penas aplicadas ou executadas em Art. 66.  O prazo de residência fixado no inciso II do ca-
território nacional. put do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano
Art. 58.  No processo de expulsão serão garantidos o se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes con-
contraditório e a ampla defesa. dições:
§ 1o  A Defensoria Pública da União será notificada da I - (VETADO);
instauração de processo de expulsão, se não houver II - ter filho brasileiro;
defensor constituído. III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar
§ 2o  Caberá pedido de reconsideração da decisão so- dele separado legalmente ou de fato no momento de
bre a expulsão no prazo de 10 (dez) dias, a contar da concessão da naturalização;
notificação pessoal do expulsando. IV - (VETADO);
Art. 59.  Será considerada regular a situação migra- V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante
tória do expulsando cujo processo esteja pendente de ao Brasil; ou
decisão, nas condições previstas no art. 55. VI - recomendar-se por sua capacidade profissional,
Art. 60.  A existência de processo de expulsão não im- científica ou artística.
pede a saída voluntária do expulsando do País. Parágrafo único. O preenchimento das condições pre-
vistas nos incisos V e VI do caput será avaliado na
Seção V  forma disposta em regulamento.
Das Vedações Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida
a pessoa de qualquer nacionalidade fixada no Brasil
Art. 61.  Não se procederá à repatriação, à deportação há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem con-
ou à expulsão coletivas. denação penal, desde que requeira a nacionalidade
Parágrafo único. Entende-se por repatriação, deporta- brasileira.
ção ou expulsão coletiva aquela que não individualiza Art. 68.  A naturalização especial poderá ser concedida
a situação migratória irregular de cada pessoa. ao estrangeiro que se encontre em uma das seguintes
Art. 62.  Não se procederá à repatriação, à deportação situações:
ou à expulsão de nenhum indivíduo quando subsisti- I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco)
rem razões para acreditar que a medida poderá colo- anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em
car em risco a vida ou a integridade pessoal. atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro
no exterior; ou
II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomá-
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

tica ou em repartição consular do Brasil por mais de


CAPÍTULO VI 10 (dez) anos ininterruptos.
DA OPÇÃO DE NACIONALIDADE E DA NATURALI- Art. 69.  São requisitos para a concessão da naturali-
ZAÇÃO zação especial:
Seção I I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
Da Opção de Nacionalidade II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas
as condições do naturalizando; e
Art. 63.  O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no III - não possuir condenação penal ou estiver reabilita-
exterior e que não tenha sido registrado em repartição do, nos termos da lei.
consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de Art. 70.  A naturalização provisória poderá ser conce-
opção de nacionalidade. dida ao migrante criança ou adolescente que tenha
Parágrafo único. O órgão de registro deve informar fixado residência em território nacional antes de com-
periodicamente à autoridade competente os dados pletar 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida
relativos à opção de nacionalidade, conforme regula- por intermédio de seu representante legal.
mento.

16
Parágrafo único.  A naturalização prevista no ca-
put será convertida em definitiva se o naturalizando CAPÍTULO VII
expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) DO EMIGRANTE
anos após atingir a maioridade. Seção I
Art. 71.  O pedido de naturalização será apresentado Das Políticas Públicas para os Emigrantes
e processado na forma prevista pelo órgão compe-
tente do Poder Executivo, sendo cabível recurso em Art. 77.  As políticas públicas para os emigrantes ob-
caso de denegação. servarão os seguintes princípios e diretrizes:
§ 1o  No curso do processo de naturalização, o natu- I - proteção e prestação de assistência consular por
ralizando poderá requerer a tradução ou a adapta- meio das representações do Brasil no exterior;
ção de seu nome à língua portuguesa. II - promoção de condições de vida digna, por meio,
§ 2o  Será mantido cadastro com o nome traduzido entre outros, da facilitação do registro consular e da
ou adaptado associado ao nome anterior. prestação de serviços consulares relativos às áreas de
Art. 72.  No prazo de até 1 (um) ano após a concessão educação, saúde, trabalho, previdência social e cultu-
da naturalização, deverá o naturalizado comparecer ra;
perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastra- III - promoção de estudos e pesquisas sobre os emi-
mento. grantes e as comunidades de brasileiros no exterior,
a fim de subsidiar a formulação de políticas públicas;
IV - atuação diplomática, nos âmbitos bilateral, regio-
nal e multilateral, em defesa dos direitos do emigrante
FIQUE ATENTO!
brasileiro, conforme o direito internacional
A nacionalidade ordinária, são destinados ás V - ação governamental integrada, com a participa-
pessoas que obtem pátria em países cujo o ção de órgãos do governo com atuação nas áreas te-
idioma é o português. máticas mencionadas nos incisos I, II, III e IV, visando a
Nacionalidade extraordinária: são destina- assistir as comunidades brasileiras no exterior; e
dos ás pessoas de qualquer outra nacionali- VI - esforço permanente de desburocratização, atua-
dade, que residem no brasil a mais de 15 anos lização e modernização do sistema de atendimento,
sem nenhum condenação penal. com o objetivo de aprimorar a assistência ao emigran-
te.

Seção III Seção II


Dos Efeitos da Naturalização Dos Direitos do Emigrante

Art. 73.  A naturalização produz efeitos após a publi- Art. 78. Todo emigrante que decida retornar ao Brasil
cação no Diário Oficial do ato de naturalização. com ânimo de residência poderá introduzir no País,
Art. 74.  (VETADO). com isenção de direitos de importação e de taxas
aduaneiras, os bens novos ou usados que um via-
Seção IV jante, em compatibilidade com as circunstâncias de
Da Perda da Nacionalidade sua viagem, puder destinar para seu uso ou consumo
pessoal e profissional, sempre que, por sua quantida-
Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em de, natureza ou variedade, não permitam presumir
razão de condenação transitada em julgado por ativi- importação ou exportação com fins comerciais ou
dade nociva ao interesse nacional, nos termos do inci- industriais.
so I do § 4o do art. 12 da Constituição Federal. Art. 79.  Em caso de ameaça à paz social e à ordem
Parágrafo único. O risco de geração de situação de pública por grave ou iminente instabilidade insti-
apatridia será levado em consideração antes da efeti- tucional ou de calamidade de grande proporção na
vação da perda da nacionalidade. natureza, deverá ser prestada especial assistência
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

ao emigrante pelas representações brasileiras no


exterior.
Seção V Art. 80.  O tripulante brasileiro contratado por embar-
Da Reaquisição da Nacionalidade cação ou armadora estrangeira, de cabotagem ou a
longo curso e com sede ou filial no Brasil, que explore
Art. 76.  O brasileiro que, em razão do previsto no in- economicamente o mar territorial e a costa brasileira
ciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal, terá direito a seguro a cargo do contratante, válido para
houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a todo o período da contratação, conforme o disposto no
causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que decla- Registro de Embarcações Brasileiras (REB), contra aci-
rou a perda revogado, na forma definida pelo órgão dente de trabalho, invalidez total ou parcial e morte,
competente do Poder Executivo. sem prejuízo de benefícios de apólice mais favorável
vigente no exterior.

17
CAPÍTULO VIII Art. 84. Em caso de urgência, o Estado interessado na
DAS MEDIDAS DE COOPERAÇÃO extradição poderá, previamente ou conjuntamente com
Seção I a formalização do pedido extradicional, requerer, por
Da Extradição via diplomática ou por meio de autoridade central do
Poder Executivo, prisão cautelar com o objetivo de as-
Art. 81. A extradição é a medida de cooperação inter- segurar a executoriedade da medida de extradição que,
nacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela após exame da presença dos pressupostos formais de
qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, deve-
quem recaia condenação criminal definitiva ou para rá representar à autoridade judicial competente, ouvido
fins de instrução de processo penal em curso. previamente o Ministério Público Federal.
§ 1o  A extradição será requerida por via diplomática § 1o  O pedido de prisão cautelar deverá conter in-
ou pelas autoridades centrais designadas para esse formação sobre o crime cometido e deverá ser fun-
fim. damentado, podendo ser apresentado por correio, fax,
§ 2o  A extradição e sua rotina de comunicação serão mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que as-
realizadas pelo órgão competente do Poder Executivo segure a comunicação por escrito.
em coordenação com as autoridades judiciárias e po- § 2o  O pedido de prisão cautelar poderá ser trans-
liciais competentes. mitido à autoridade competente para extradição no
Art. 82.  Não se concederá a extradição quando: Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto fo-
I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for cal da Organização Internacional de Polícia Criminal
brasileiro nato; (Interpol) no País, devidamente instruído com a docu-
II - o fato que motivar o pedido não for considerado mentação comprobatória da existência de ordem de
crime no Brasil ou no Estado requerente; prisão proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade
julgar o crime imputado ao extraditando; recebida por via diplomática.
IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão § 3o  Efetivada a prisão do extraditando, o pedido de ex-
inferior a 2 (dois) anos; tradição será encaminhado à autoridade judiciária com-
V - o extraditando estiver respondendo a processo ou petente.
já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo § 4o  Na ausência de disposição específica em trata-
mesmo fato em que se fundar o pedido; do, o Estado estrangeiro deverá formalizar o pedido
VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, se- de extradição no prazo de 60 (sessenta) dias, contado
gundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; da data em que tiver sido cientificado da prisão do
VII - o fato constituir crime político ou de opinião; extraditando.
VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado re- § 5o  Caso o pedido de extradição não seja apresentado
querente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou no prazo previsto no § 4o, o extraditando deverá ser
IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos ter- posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de
mos da Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a extradição
territorial. tenha sido devidamente requerida.
§ 1o  A previsão constante do inciso VII do caput não § 6o  A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o
impedirá a extradição quando o fato constituir, prin- julgamento final da autoridade judiciária competente
cipalmente, infração à lei penal comum ou quando o quanto à legalidade do pedido de extradição.
crime comum, conexo ao delito político, constituir o Art. 85.  Quando mais de um Estado requerer a extra-
fato principal. dição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá prefe-
§ 2o  Caberá à autoridade judiciária competente a rência o pedido daquele em cujo território a infração
apreciação do caráter da infração. foi cometida.
§ 3o  Para determinação da incidência do disposto no § 1o  Em caso de crimes diversos, terá preferência, su-
inciso I, será observada, nos casos de aquisição de ou- cessivamente:
tra nacionalidade por naturalização, a anterioridade I - o Estado requerente em cujo território tenha sido
do fato gerador da extradição. cometido o crime mais grave, segundo a lei brasileira;
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

§ 4o  O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de II - o Estado que em primeiro lugar tenha pedido a en-
considerar crime político o atentado contra chefe de trega do extraditando, se a gravidade dos crimes for
Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime idêntica;
contra a humanidade, crime de guerra, crime de ge- III - o Estado de origem, ou, em sua falta, o domiciliar
nocídio e terrorismo. do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
§ 5o  Admite-se a extradição de brasileiro naturaliza- § 2o  Nos casos não previstos nesta Lei, o órgão compe-
do, nas hipóteses previstas na Constituição Federal. tente do Poder Executivo decidirá sobre a preferência
Art. 83.  São condições para concessão da extradição: do pedido, priorizando o Estado requerente que man-
I - ter sido o crime cometido no território do Estado tiver tratado de extradição com o Brasil.
requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis § 3o  Havendo tratado com algum dos Estados reque-
penais desse Estado; e rentes, prevalecerão suas normas no que diz respeito
II - estar o extraditando respondendo a processo inves- à preferência de que trata este artigo.
tigatório ou a processo penal ou ter sido condenado Art. 86.  O Supremo Tribunal Federal, ouvido o Mi-
pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a nistério Público, poderá autorizar prisão albergue
pena privativa de liberdade. ou domiciliar ou determinar que o extraditando res-

18
ponda ao processo de extradição em liberdade, com a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma
retenção do documento de viagem ou outras medi- de documento apresentado ou ilegalidade da extra-
das cautelares necessárias, até o julgamento da ex- dição.
tradição ou a entrega do extraditando, se pertinente, § 2o  Não estando o processo devidamente instruído,
considerando a situação administrativa migratória, o Tribunal, a requerimento do órgão do Ministério Pú-
os antecedentes do extraditando e as circunstâncias blico Federal correspondente, poderá converter o jul-
do caso. gamento em diligência para suprir a falta.
Art. 87.  O extraditando poderá entregar-se volunta- § 3o  Para suprir a falta referida no § 2o, o Ministério
riamente ao Estado requerente, desde que o declare Público Federal terá prazo improrrogável de 60 (ses-
expressamente, esteja assistido por advogado e seja senta) dias, após o qual o pedido será julgado inde-
advertido de que tem direito ao processo judicial de pendentemente da diligência.
extradição e à proteção que tal direito encerra, caso § 4o O prazo referido no § 3o será contado da data de
em que o pedido será decidido pelo Supremo Tribunal notificação à missão diplomática do Estado requeren-
Federal. te.
Art. 88.  Todo pedido que possa originar processo de Art. 92. Julgada procedente a extradição e autorizada
extradição em face de Estado estrangeiro deverá ser a entrega pelo órgão competente do Poder Executivo,
encaminhado ao órgão competente do Poder Execu- será o ato comunicado por via diplomática ao Estado
tivo diretamente pelo órgão do Poder Judiciário res- requerente, que, no prazo de 60 (sessenta) dias da co-
ponsável pela decisão ou pelo processo penal que a municação, deverá retirar o extraditando do território
fundamenta. nacional.
§ 1o  Compete a órgão do Poder Executivo o papel de Art. 93.  Se o Estado requerente não retirar o extradi-
orientação, de informação e de avaliação dos elemen- tando do território nacional no prazo previsto no art.
tos formais de admissibilidade dos processos prepa- 92, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de outras
ratórios para encaminhamento ao Estado requerido. medidas aplicáveis.
§ 2o  Compete aos órgãos do sistema de Justiça vin-  
culados ao processo penal gerador de pedido de ex- Art. 94.  Negada a extradição em fase judicial, não se
tradição a apresentação de todos os documentos, admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.
manifestações e demais elementos necessários para Art. 95.  Quando o extraditando estiver sendo pro-
o processamento do pedido, inclusive suas traduções cessado ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime
oficiais. punível com pena privativa de liberdade, a extradi-
§ 3o  O pedido deverá ser instruído com cópia autênti- ção será executada somente depois da conclusão do
ca ou com o original da sentença condenatória ou da processo ou do cumprimento da pena, ressalvadas as
decisão penal proferida, conterá indicações precisas hipóteses de liberação antecipada pelo Poder Judi-
sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do ciário e de determinação da transferência da pessoa
fato criminoso e a identidade do extraditando e será condenada.
acompanhado de cópia dos textos legais sobre o cri- § 1o  A entrega do extraditando será igualmente adiada
me, a competência, a pena e a prescrição. se a efetivação da medida puser em risco sua vida em
§ 4o  O encaminhamento do pedido de extradição ao virtude de enfermidade grave comprovada por laudo
médico oficial.
órgão competente do Poder Executivo confere autenti-
§ 2o  Quando o extraditando estiver sendo processa-
cidade aos documentos.
do ou tiver sido condenado, no Brasil, por infração de
Art. 89.  O pedido de extradição originado de Estado
menor potencial ofensivo, a entrega poderá ser ime-
estrangeiro será recebido pelo órgão competente do
diatamente efetivada.
Poder Executivo e, após exame da presença dos pres-
Art. 96.  Não será efetivada a entrega do extraditando
supostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei
sem que o Estado requerente assuma o compromisso
ou em tratado, encaminhado à autoridade judiciária
de:
competente.
I - não submeter o extraditando a prisão ou processo
Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos re-
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

por fato anterior ao pedido de extradição;


feridos no caput, o pedido será arquivado mediante II - computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi im-
decisão fundamentada, sem prejuízo da possibilidade posta por força da extradição;
de renovação do pedido, devidamente instruído, uma III - comutar a pena corporal, perpétua ou de morte
vez superado o óbice apontado. em pena privativa de liberdade, respeitado o limite
Art. 90. Nenhuma extradição será concedida sem máximo de cumprimento de 30 (trinta) anos;
prévio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal IV - não entregar o extraditando, sem consentimento
sobre sua legalidade e procedência, não cabendo re- do Brasil, a outro Estado que o reclame;
curso da decisão. V - não considerar qualquer motivo político para
Art. 91.  Ao receber o pedido, o relator designará dia agravar a pena; e
e hora para o interrogatório do extraditando e, con- VI - não submeter o extraditando a tortura ou a ou-
forme o caso, nomear-lhe-á curador ou advogado, se tros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou de-
não o tiver. gradantes.
§ 1o  A defesa, a ser apresentada no prazo de 10 (dez) Art. 97.  A entrega do extraditando, de acordo com as
dias contado da data do interrogatório, versará sobre leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será

19
feita com os objetos e instrumentos do crime encon- Seção III
trados em seu poder. Da Transferência de Pessoa Condenada
Parágrafo único.  Os objetos e instrumentos referidos
neste artigo poderão ser entregues independentemen- Art. 103.  A transferência de pessoa condenada poderá
te da entrega do extraditando. ser concedida quando o pedido se fundamentar em
Art. 98.  O extraditando que, depois de entregue ao Es- tratado ou houver promessa de reciprocidade.
tado requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar- § 1o  O condenado no território nacional poderá ser
-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante transferido para seu país de nacionalidade ou país em
pedido feito diretamente por via diplomática ou pela que tiver residência habitual ou vínculo pessoal, desde
Interpol e novamente entregue, sem outras formali- que expresse interesse nesse sentido, a fim de cumprir
dades. pena a ele imposta pelo Estado brasileiro por sentença
Art. 99.  Salvo motivo de ordem pública, poderá ser transitada em julgado.
permitido, pelo órgão competente do Poder Executivo, § 2o  A transferência de pessoa condenada no Brasil
o trânsito no território nacional de pessoa extradita- pode ser concedida juntamente com a aplicação de
da por Estado estrangeiro, bem como o da respectiva medida de impedimento de reingresso em território
guarda, mediante apresentação de documento com- nacional, na forma de regulamento.
probatório de concessão da medida. Art. 104.  A transferência de pessoa condenada será
possível quando preenchidos os seguintes requisitos:
Seção II I - o condenado no território de uma das partes for
Da Transferência de Execução da Pena nacional ou tiver residência habitual ou vínculo pes-
soal no território da outra parte que justifique a trans-
Art. 100.  Nas hipóteses em que couber solicitação de ferência;
extradição executória, a autoridade competente pode- II - a sentença tiver transitado em julgado;
rá solicitar ou autorizar a transferência de execução III - a duração da condenação a cumprir ou que restar
da pena, desde que observado o princípio do non bis para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data
in idem. de apresentação do pedido ao Estado da condenação;
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no Decreto- IV - o fato que originou a condenação constituir infra-
-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Pe- ção penal perante a lei de ambos os Estados;
nal), a transferência de execução da pena será possível V - houver manifestação de vontade do condenado
quando preenchidos os seguintes requisitos: ou, quando for o caso, de seu representante; e
I - o condenado em território estrangeiro for nacio- VI - houver concordância de ambos os Estados.
nal ou tiver residência habitual ou vínculo pessoal no Art. 105. A forma do pedido de transferência de pessoa
Brasil; condenada e seu processamento serão definidos em
II - a sentença tiver transitado em julgado; regulamento.
III - a duração da condenação a cumprir ou que restar § 1o  Nos casos previstos nesta Seção, a execução penal
para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data será de competência da Justiça Federal.
de apresentação do pedido ao Estado da condenação; § 2o  Não se procederá à transferência quando inad-
IV - o fato que originou a condenação constituir infra- mitida a extradição.
ção penal perante a lei de ambas as partes; e § 3o  (VETADO).
V - houver tratado ou promessa de reciprocidade.
Art. 101.  O pedido de transferência de execução da CAPÍTULO IX
pena de Estado estrangeiro será requerido por via di- DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES ADMINIS-
plomática ou por via de autoridades centrais. TRATIVAS
§ 1o  O pedido será recebido pelo órgão competente do
Poder Executivo e, após exame da presença dos pres- Art. 106.  Regulamento disporá sobre o procedimento
supostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei de apuração das infrações administrativas e seu pro-
ou em tratado, encaminhado ao Superior Tribunal de cessamento e sobre a fixação e a atualização das mul-
tas, em observância ao disposto nesta Lei.
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

Justiça para decisão quanto à homologação.


§ 2o  Não preenchidos os pressupostos referidos no § Art. 107.  As infrações administrativas previstas neste
1o, o pedido será arquivado mediante decisão funda- Capítulo serão apuradas em processo administrativo
mentada, sem prejuízo da possibilidade de renovação próprio, assegurados o contraditório e a ampla defesa
do pedido, devidamente instruído, uma vez superado e observadas as disposições desta Lei.
o óbice apontado. § 1o  O cometimento simultâneo de duas ou mais in-
Art. 102. A forma do pedido de transferência de execu- frações importará cumulação das sanções cabíveis,
ção da pena e seu processamento serão definidos em respeitados os limites estabelecidos nos incisos V e VI
regulamento. do art. 108.
Parágrafo único. Nos casos previstos nesta Seção, a exe- § 2o  A multa atribuída por dia de atraso ou por exces-
cução penal será de competência da Justiça Federal. so de permanência poderá ser convertida em redução
equivalente do período de autorização de estada para
o visto de visita, em caso de nova entrada no País.
Art. 108.  O valor das multas tratadas neste Capítulo
considerará:

20
I - as hipóteses individualizadas nesta Lei; Art. 112.  As autoridades brasileiras serão tolerantes
II - a condição econômica do infrator, a reincidência e quanto ao uso do idioma do residente fronteiriço e do
a gravidade da infração; imigrante quando eles se dirigirem a órgãos ou repar-
III - a atualização periódica conforme estabelecido em tições públicas para reclamar ou reivindicar os direitos
regulamento; decorrentes desta Lei.
IV - o valor mínimo individualizável de R$ 100,00 Art. 113.  As taxas e emolumentos consulares são fixa-
(cem reais); dos em conformidade com a tabela anexa a esta Lei.
V - o valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e o má- § 1o  Os valores das taxas e emolumentos consulares
ximo de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para infrações poderão ser ajustados pelo órgão competente da ad-
cometidas por pessoa física; ministração pública federal, de forma a preservar o
VI - o valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e o má- interesse nacional ou a assegurar a reciprocidade de
ximo de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para tratamento.
infrações cometidas por pessoa jurídica, por ato infra- § 2o  Não serão cobrados emolumentos consulares
cional. pela concessão de:
Art. 109.  Constitui infração, sujeitando o infrator às I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e
seguintes sanções: II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de
I - entrar em território nacional sem estar autorizado: serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de
Sanção: deportação, caso não saia do País ou não re- tratamento a titulares de documento de viagem simi-
gularize a situação migratória no prazo fixado; lar brasileiro.
II - permanecer em território nacional depois de esgo- § 3o  Não serão cobrados taxas e emolumentos consu-
tado o prazo legal da documentação migratória: lares pela concessão de vistos ou para a obtenção de
Sanção: multa por dia de excesso e deportação, caso documentos para regularização migratória aos inte-
não saia do País ou não regularize a situação migra- grantes de grupos vulneráveis e indivíduos em condi-
tória no prazo fixado; ção de hipossuficiência econômica.
III - deixar de se registrar, dentro do prazo de 90 (no- § 4o  (VETADO).
venta) dias do ingresso no País, quando for obrigatória Art. 114. Regulamento poderá estabelecer competên-
a identificação civil: cia para órgãos do Poder Executivo disciplinarem as-
Sanção: multa; pectos específicos desta Lei.
IV - deixar o imigrante de se registrar, para efeito de Art. 115.  O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
autorização de residência, dentro do prazo de 30 (trin- de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do
ta) dias, quando orientado a fazê-lo pelo órgão com- seguinte art. 232-A:
petente:
Sanção: multa por dia de atraso; “Promoção de migração ilegal
V - transportar para o Brasil pessoa que esteja sem Art. 232-A.  Promover, por qualquer meio, com o fim
documentação migratória regular: de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de es-
Sanção: multa por pessoa transportada; trangeiro em território nacional ou de brasileiro em
VI - deixar a empresa transportadora de atender a país estrangeiro:
compromisso de manutenção da estada ou de promo- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
ção da saída do território nacional de quem tenha sido § 1o  Na mesma pena incorre quem promover, por
autorizado a ingresso condicional no Brasil por não qualquer meio, com o fim de obter vantagem eco-
possuir a devida documentação migratória: nômica, a saída de estrangeiro do território nacional
Sanção: multa; para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.
VII - furtar-se ao controle migratório, na entrada ou § 2o  A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
saída do território nacional: terço) se:
Sanção: multa. I - o crime é cometido com violência; ou
Art. 110.  As penalidades aplicadas serão objeto de II - a vítima é submetida a condição desumana ou de-
pedido de reconsideração e de recurso, nos termos de gradante.
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

regulamento. § 3o  A pena prevista para o crime será aplicada sem


Parágrafo único. Serão respeitados o contraditório, a prejuízo das correspondentes às infrações conexas.”
ampla defesa e a garantia de recurso, assim como a Art. 116.  (VETADO).
situação de hipossuficiência do migrante ou do visi- Art. 117.  O documento conhecido por Registro Nacio-
tante. nal de Estrangeiro passa a ser denominado Registro
Nacional Migratório.
CAPÍTULO X Art. 118. (VETADO).
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 119.  O visto emitido até a data de entrada em
vigor desta Lei poderá ser utilizado até a data prevista
Art. 111.  Esta Lei não prejudica direitos e obrigações de expiração de sua validade, podendo ser transfor-
estabelecidos por tratados vigentes no Brasil e que mado ou ter seu prazo de estada prorrogado, nos ter-
sejam mais benéficos ao migrante e ao visitante, em mos de regulamento.
particular os tratados firmados no âmbito do Merco- Art. 120.  A Política Nacional de Migrações, Refúgio
sul. e Apatridia terá a finalidade de coordenar e articular
ações setoriais implementadas pelo Poder Executivo

21
federal em regime de cooperação com os Estados, o alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
Distrito Federal e os Municípios, com participação de fechamento de empresas de segurança privada e de
organizações da sociedade civil, organismos interna- transporte de valores;
cionais e entidades privadas, conforme regulamento. V – identificar as modificações que alterem as caracte-
§ 1o  Ato normativo do Poder Executivo federal poderá rísticas ou o funcionamento de arma de fogo;
definir os objetivos, a organização e a estratégia de VI – integrar no cadastro os acervos policiais já exis-
coordenação da Política Nacional de Migrações, Refú- tentes;
gio e Apatridia. VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclu-
§ 2o  Ato normativo do Poder Executivo federal pode- sive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
rá estabelecer planos nacionais e outros instrumentos VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
para a efetivação dos objetivos desta Lei e a coordena- como conceder licença para exercer a atividade;
ção entre órgãos e colegiados setoriais. IX – cadastrar mediante registro os produtores, ataca-
§ 3o  Com vistas à formulação de políticas públicas, distas, varejistas, exportadores e importadores autori-
deverá ser produzida informação quantitativa e quali- zados de armas de fogo, acessórios e munições;
tativa, de forma sistemática, sobre os migrantes, com X – cadastrar a identificação do cano da arma, as ca-
a criação de banco de dados. racterísticas das impressões de raiamento e de micro-
Art. 121.  Na aplicação desta Lei, devem ser observa- estriamento de projétil disparado, conforme marcação
das as disposições da Lei no 9.474, de 22 de julho de e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
1997, nas situações que envolvam refugiados e solici- XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos
tantes de refúgio. Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações
Art. 122.  A aplicação desta Lei não impede o trata- de porte de armas de fogo nos respectivos territórios,
mento mais favorável assegurado por tratado em que bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
a República Federativa do Brasil seja parte. Parágrafo único. As disposições deste artigo não al-
Art. 123.  Ninguém será privado de sua liberdade por cançam as armas de fogo das Forças Armadas e Au-
razões migratórias, exceto nos casos previstos nesta xiliares, bem como as demais que constem dos seus
Lei. registros próprios.
Art. 124.  Revogam-se:
I - a Lei no 818, de 18 de setembro de 1949; e CAPÍTULO II
II - a Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto DO REGISTRO
do Estrangeiro).
Art. 125.  Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 Art. 3o  É obrigatório o registro de arma de fogo no
(cento e oitenta) dias de sua publicação oficial. órgão competente.
Brasília,  24  de maio de 2017; 196o da Independência Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito se-
e 129o da República.   rão registradas no Comando do Exército, na forma do
regulamento desta Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
LEI Nº 10.826/2003: ESTATUTO DO DESAR- interessado deverá, além de declarar a efetiva necessi-
MAMENTO dade, atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação
de certidões negativas de antecedentes criminais for-
O Estatuto do desarmamento dispõe sobre registro, necidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleito-
posse e comercialização de armas de fogo e munição, ral e de não estar respondendo a inquérito policial ou
além de prever o Sistema Nacional de Armas (Sinarm). a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
Não obstante, há, nesta lei, a definição de crimes. Ve- meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706,
jamos: de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de
ocupação lícita e de residência certa;
CAPÍTULO I
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

psicológica para o manuseio de arma de fogo, atesta-


das na forma disposta no regulamento desta Lei.
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, institu-
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de
ído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Fe-
arma de fogo após atendidos os requisitos anterior-
deral, tem circunscrição em todo o território nacional.
mente estabelecidos, em nome do requerente e para a
Art. 2o Ao Sinarm compete:
arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2o  A aquisição de munição somente poderá ser
I – identificar as características e a propriedade de ar- feita no calibre correspondente à arma registrada e
mas de fogo, mediante cadastro; na quantidade estabelecida no regulamento desta
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importa- Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
das e vendidas no País; § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de território nacional é obrigada a comunicar a venda à
fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal; autoridade competente, como também a manter ban-
IV – cadastrar as transferências de propriedade, ex- co de dados com todas as características da arma e
travio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de cópia dos documentos previstos neste artigo.

22
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, aces- prazo que estimar como necessário para a emissão
sórios e munições responde legalmente por essas mer- definitiva do certificado de registro de proprieda-
cadorias, ficando registradas como de sua propriedade de. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
enquanto não forem vendidas.
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e CAPÍTULO III
munições entre pessoas físicas somente será efetivada DO PORTE
mediante autorização do Sinarm.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o
1o será concedida, ou recusada com a devida funda- território nacional, salvo para os casos previstos em
mentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar legislação própria e para:
da data do requerimento do interessado. I – os integrantes das Forças Armadas;
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescin- II -  os  integrantes  de  órgãos  referidos nos  inci-
de do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III sos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Consti-
deste artigo. tuição Federal e os da Força Nacional de Segurança
§ 8o  Estará dispensado das exigências constantes do Pública (FNSP);   (Redação dada pela Lei nº 13.500,
inciso III do caput deste artigo, na forma do regula- de 2017)
mento, o interessado em adquirir arma de fogo de III – os integrantes das guardas municipais das ca-
uso permitido que comprove estar autorizado a por- pitais dos Estados e dos Municípios com mais de
tar arma com as mesmas características daquela a ser 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) estabelecidas no regulamento desta Lei;
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com IV - os integrantes das guardas municipais dos Mu-
validade em todo o território nacional, autoriza o seu nicípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamen- de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
te no interior de sua residência ou domicílio, ou de- serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
pendência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo Inteligência e os agentes do Departamento de Segu-
estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei rança do Gabinete de Segurança Institucional da Pre-
nº 10.884, de 2004) sidência da República;
§ 1o  O certificado de registro de arma de fogo será VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos
expedido pela Polícia Federal e será precedido de au- no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Fe-
torização do Sinarm. deral;
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e
art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em guardas prisionais, os integrantes das escoltas de pre-
período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade sos e as guardas portuárias;
do estabelecido no regulamento desta Lei, para a re- VIII – as empresas de segurança privada e de trans-
novação do Certificado de Registro de Arma de Fogo. porte de valores constituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto
§ 3o  O proprietário de arma de fogo com certificados legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
de registro de propriedade expedido por órgão esta- demandem o uso de armas de fogo, na forma do re-
dual ou do Distrito Federal até a data da publicação gulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
desta Lei que não optar pela entrega espontânea pre- legislação ambiental.
vista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Recei-
o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezem- ta Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
bro de 2008, ante a apresentação de documento de cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Reda-
identificação pessoal e comprovante de residência ção dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art.
cumprimento das demais exigências constantes dos 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação da União e dos Estados, para uso exclusivo de servi-
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)  (Prorrogação de dores de seus quadros pessoais que efetivamente este-
prazo) jam no exercício de funções de segurança, na forma de
§ 4o  Para fins do cumprimento do disposto no § regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado Público - CNMP.  (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
de registro provisório, expedido na rede mundial de § 1o  As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI
computadores - internet, na forma do regulamento e do caput deste artigo terão direito de portar arma
obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
pela Lei nº 11.706, de 2008) respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de
I - emissão de certificado de registro provisório pela serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com
internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; validade em âmbito nacional para aquelas constan-
e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) tes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº
II - revalidação pela unidade do Departamento de Po- 11.706, de 2008)
lícia Federal do certificado de registro provisório pelo

23
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados
e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de das empresas de segurança privada e de transporte
propriedade particular ou fornecida pela respectiva de valores, constituídas na forma da lei, serão de pro-
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, priedade, responsabilidade e guarda das respectivas
desde que estejam:   (Incluído pela Lei nº 12.993, de empresas, somente podendo ser utilizadas quando em
2014) serviço, devendo essas observar as condições de uso
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;   (In- e de armazenagem estabelecidas pelo órgão compe-
cluído pela Lei nº 12.993, de 2014) tente, sendo o certificado de registro e a autorização
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do re- de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da
gulamento; e   (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) empresa.
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e § 1o O proprietário ou diretor responsável de empre-
de controle interno.   (Incluído pela Lei nº 12.993, de sa de segurança privada e de transporte de valores
2014) responderá pelo crime previsto no parágrafo único do
§ 1º-C. (VETADO).   (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções ad-
§ 2o  A autorização para o porte de arma de fogo ministrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência
aos integrantes das instituições descritas nos incisos policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
à comprovação do requisito a que se refere o inciso III acessórios e munições que estejam sob sua guarda,
do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabeleci- nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocor-
das no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei rido o fato.
nº 11.706, de 2008) § 2o A empresa de segurança e de transporte de va-
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das lores deverá apresentar documentação comproba-
guardas municipais está condicionada à formação tória do preenchimento dos requisitos constantes do
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de art. 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão
ensino de atividade policial, à existência de mecanis- arma de fogo.
mos de fiscalização e de controle interno, nas condi- § 3o A listagem dos empregados das empresas referi-
ções estabelecidas no regulamento desta Lei, obser- das neste artigo deverá ser atualizada semestralmente
vada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação junto ao Sinarm.
dada pela Lei nº 10.884, de 2004) Art. 7o-A.  As armas de fogo utilizadas pelos servidores
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias das instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de
federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como propriedade, responsabilidade e guarda das respecti-
os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exer- vas instituições, somente podendo ser utilizadas quan-
cerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do em serviço, devendo estas observar as condições de
do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão com-
mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei. petente, sendo o certificado de registro e a autorização
§ 5o  Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da
(vinte e cinco) anos que comprovem depender do em- instituição.  (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
prego de arma de fogo para prover sua subsistência § 1o  A autorização para o porte de arma de fogo de
alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal que trata este artigo independe do pagamento de
o porte de arma de fogo, na categoria caçador para taxa.  (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro § 2o  O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e Público designará os servidores de seus quadros pes-
de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que soais no exercício de funções de segurança que pode-
o interessado comprove a efetiva necessidade em re- rão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo
querimento ao qual deverão ser anexados os seguin- de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores
tes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, que exerçam funções de segurança.  (Incluído pela Lei
de 2008) nº 12.694, de 2012)
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela § 3o  O porte de arma pelos servidores das instituições
Lei nº 11.706, de 2008) de que trata este artigo fica condicionado à apresen-
II - comprovante de residência em área rural; e (In- tação de documentação comprobatória do preenchi-
cluído pela Lei nº 11.706, de 2008) mento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei,
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei bem como à formação funcional em estabelecimentos
nº 11.706, de 2008 de ensino de atividade policial e à existência de meca-
§ 6o  O caçador para subsistência que der outro uso nismos de fiscalização e de controle interno, nas con-
à sua arma de fogo, independentemente de outras dições estabelecidas no regulamento desta Lei.  (Inclu-
tipificações penais, responderá, conforme o caso, por ído pela Lei nº 12.694, de 2012)
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso § 4o  A listagem dos servidores das instituições de que
permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) trata este artigo deverá ser atualizada semestralmen-
§ 7o  Aos integrantes das guardas municipais dos Mu- te no Sinarm.  (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
nicípios que integram regiões metropolitanas será § 5o  As instituições de que trata este artigo são obri-
autorizado porte de arma de fogo, quando em servi- gadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à
ço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras

24
formas de extravio de armas de fogo, acessórios e mu- § 1o  Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
nições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.  (In- médio dos honorários profissionais para realização de
cluído pela Lei nº 12.694, de 2012) avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabe-
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades des- la do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei
portivas legalmente constituídas devem obedecer às nº 11.706, de 2008)
condições de uso e de armazenagem estabelecidas § 2o  Na comprovação da capacidade técnica, o valor
pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não pode-
autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma rá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo
do regulamento desta Lei. da munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autoriza- § 3o  A cobrança de valores superiores aos previstos
ção do porte de arma para os responsáveis pela se- nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredencia-
gurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sedia- mento do profissional pela Polícia Federal.  (Incluído
dos no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos pela Lei nº 11.706, de 2008)
do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de
porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, CAPÍTULO IV
atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros DOS CRIMES E DAS PENAS
em competição internacional oficial de tiro realizada no
território nacional. Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de
uso permitido, em todo o território nacional, é de com- fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
petência da Polícia Federal e somente será concedida desacordo com determinação legal ou regulamentar,
após autorização do Sinarm. no interior de sua residência ou dependência desta,
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
concedida com eficácia temporária e territorial limita-
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou
da, nos termos de atos regulamentares, e dependerá
empresa:
de o requerente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
Omissão de cautela
integridade física;
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pes-
III – apresentar documentação de propriedade de
arma de fogo, bem como o seu devido registro no ór- soa portadora de deficiência mental se apodere de
gão competente. arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista sua propriedade:
neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
caso o portador dela seja detido ou abordado em es-
tado de embriaguez ou sob efeito de substâncias quí- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o pro-
micas ou alucinógenas. prietário ou diretor responsável de empresa de se-
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valo- gurança e transporte de valores que deixarem de
res constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
serviços relativos: Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extra-
I – ao registro de arma de fogo; vio de arma de fogo, acessório ou munição que este-
II – à renovação de registro de arma de fogo; jam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro)
III – à expedição de segunda via de registro de arma horas depois de ocorrido o fato.
de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
V – à renovação de porte de arma de fogo;  Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

VI – à expedição de segunda via de porte federal de depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
arma de fogo. emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia permitido, sem autorização e em desacordo com de-
Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas terminação legal ou regulamentar:
respectivas responsabilidades.
§ 2o  São isentas do pagamento das taxas previstas  Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
neste artigo as pessoas e as instituições a que se re-  Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é ina-
ferem os incisos I a VII e X e o § 5o  do art. 6o desta fiançável, salvo quando a arma de fogo estiver regis-
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) trada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 11-A.  O Ministério da Justiça disciplinará a for-
ma e as condições do credenciamento de profissionais Disparo de arma de fogo
pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psi- Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição
cológica e da capacidade técnica para o manuseio de em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pú-
arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) blica ou em direção a ela, desde que essa conduta não

25
tenha como finalidade a prática de outro crime: Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é ina- 1)
fiançável. (Vide Adin 3.112-1)
CAPÍTULO V
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso res- DISPOSIÇÕES GERAIS
trito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, rece- Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convê-
ber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gra- nios com os Estados e o Distrito Federal para o cum-
tuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob primento do disposto nesta Lei.
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou mu- Art. 23.A classificação legal, técnica e geral bem como
nição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em a definição das armas de fogo e demais produtos con-
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
trolados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou ob-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
soletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
do chefe do Poder Executivo Federal, mediante pro-
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
posta do Comando do Exército. (Redação dada pela
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de Lei nº 11.706, de 2008)
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso § 1o Todas as munições comercializadas no País de-
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de verão estar acondicionadas em embalagens com sis-
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, pe- tema de código de barras, gravado na caixa, visando
rito ou juiz; possibilitar a identificação do fabricante e do adqui-
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato ex- rente, entre outras informações definidas pelo regula-
plosivo ou incendiário, sem autorização ou em desa- mento desta Lei.
cordo com determinação legal ou regulamentar; § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer expedidas autorizações de compra de munição com
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro identificação do lote e do adquirente no culote dos
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuita- § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um)
mente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo ano da data de publicação desta Lei conterão disposi-
a criança ou adolescente; e tivo intrínseco de segurança e de identificação, grava-
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização do no corpo da arma, definido pelo regulamento desta
legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
explosivo. § 4o  As instituições de  ensino policial e as guardas
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
Comércio ilegal de arma de fogo 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, de suprimento de suas atividades, mediante autoriza-
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer for- ção concedida nos termos definidos em regulamen-
ma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício to. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
de atividade comercial ou industrial, arma de fogo,
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art.
acessório ou munição, sem autorização ou em desa-
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército auto-
cordo com determinação legal ou regulamentar:
rizar e fiscalizar a produção, exportação, importação,
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
desembaraço alfandegário e o comércio de armas de
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de fogo e demais produtos controlados, inclusive o regis-
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregu- tro e o porte de trânsito de arma de fogo de coleciona-
lar ou clandestino, inclusive o exercido em residência. dores, atiradores e caçadores.
Art. 25.  As armas de fogo apreendidas, após a elabora-
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

Tráfico internacional de arma de fogo ção do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou sa- não mais interessarem à persecução penal serão enca-
ída do território nacional, a qualquer título, de arma minhadas pelo juiz competente ao Comando do Exérci-
de fogo, acessório ou munição, sem autorização da to, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para
autoridade competente: destruição ou doação aos órgãos de segurança pública
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório § 1o  As armas de fogo encaminhadas ao Comando
ou munição forem de uso proibido ou restrito. do Exército que receberem parecer favorável à doa-
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 ção, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força
e 18, a pena é aumentada da metade se forem prati- Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os
cados por integrante dos órgãos e empresas referidas critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério
nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei. da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão ar-
roladas em relatório reservado trimestral a ser enca-

26
minhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de
para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer
11.706, de 2008) tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo
§ 2o  O Comando do Exército encaminhará a relação e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
das armas a serem doadas ao juiz competente, que Art. 32.  Os possuidores e proprietários de arma de
determinará o seu perdimento em favor da instituição fogo poderão entregá-la, espontaneamente, median-
beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) te recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indeni-
§ 3o  O transporte das  armas de fogo doadas será de zados, na forma do regulamento, ficando extinta a
responsabilidade da instituição beneficiada, que pro- punibilidade de eventual posse irregular da referida
cederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sig- arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
ma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem
§ 4o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), con-
§ 5o  O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o forme especificar o regulamento desta Lei:
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviá-
se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, rio, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente,
semestralmente, da relação de armas acauteladas em por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita
juízo, mencionando suas características e o local onde o transporte de arma ou munição sem a devida au-
se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) torização ou com inobservância das normas de segu-
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comerciali- rança;
zação e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros II – à empresa de produção ou comércio de armamen-
de armas de fogo, que com estas se possam confundir. tos que realize publicidade para venda, estimulando o
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas pu-
e os simulacros destinados à instrução, ao adestra- blicações especializadas.
mento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condi- Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados,
ções fixadas pelo Comando do Exército. com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas,
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, ex- adotarão, sob pena de responsabilidade, as providên-
cepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
cias necessárias para evitar o ingresso de pessoas ar-
restrito.
madas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
VI do art. 5o da Constituição Federal.
às aquisições dos Comandos Militares.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela pres-
Art. 28.  É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
tação dos serviços de transporte internacional e in-
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
terestadual de passageiros adotarão as providências
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
necessárias para evitar o embarque de passageiros
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 11.706, de 2008) armados.
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a pu- CAPÍTULO VI
blicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004) DISPOSIÇÕES FINAIS
  Parágrafo único. O detentor de autorização com
prazo de validade superior a 90 (noventa) dias pode- Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo
rá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições e munição em todo o território nacional, salvo para as
dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) entidades previstas no art. 6o desta Lei.
dias após sua publicação, sem ônus para o requerente. § 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá
Art. 30.  Os possuidores e proprietários de arma de de aprovação mediante referendo popular, a ser reali-
fogo de uso permitido ainda não registrada deverão zado em outubro de 2005.
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de § 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o
2008, mediante apresentação de documento de iden- disposto neste artigo entrará em vigor na data de pu-
tificação pessoal e comprovante de residência fixa, blicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Elei-
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

acompanhados de nota fiscal de compra ou compro- toral.


vação da origem lícita da posse, pelos meios de prova Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro
admitidos em direito, ou declaração firmada na qual de 1997.
constem as características da arma e a sua condição Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
de proprietário, ficando este dispensado do pagamen- cação.
to de taxas e do cumprimento das demais exigências
constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)   (Pror- #FicaDica
rogação de prazo)
Parágrafo único.  Para fins do cumprimento do dis- Foi cancelada a súmula 174 do STJ, a qual
posto no caput deste artigo, o proprietário de arma previa que no crime de roubo, a intimidação
de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Fe- feita com arma de brinquedo autoriza o au-
deral, certificado de registro provisório, expedido na mento de pena. Ou seja, não se aumenta a
forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº pena com arma de brinquedo.
11.706, de 2008)

27
LEI Nº 12.830/2013: DISPÕE SOBRE A INVES-
TIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DE- HORA DE PRATICAR!
LEGADO DE POLÍCIA
1. (ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) À
A Lei nº 12.830/2013 dispõe sobre a investigação cri- luz do disposto no Estatuto do Desarmamento – Lei nº
minal conduzida pelo delegado de polícia.  10.826/2003 –, julgue o item que se segue.
As funções de polícia judiciária e a apuração de in- Os agentes operacionais da ABIN têm o direito de por-
frações penais exercidas pelo delegado de polícia são de tar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida
natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.  pela instituição, em todo o território nacional, desde que
Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade esteja em serviço
policial, cabe a condução da investigação criminal por
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto ( ) CERTO ( ) ERRADO
em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstân-
cias, da materialidade e da autoria das infrações penais. 2. (ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) À luz do
Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de disposto no Estatuto do Desarmamento – Lei nº 10.826/2003
polícia a requisição de perícia, informações, documentos –, julgue o item que se segue.
e dados que interessem à apuração dos fatos. O porte de arma pelos agentes da ABIN está condicionado à
aprovação no concurso e à posse no cargo, estando os agen-
FIQUE ATENTO! tes dispensados de comprovar os requisitos exigidos dos par-
ticulares.
O inquérito policial ou outro procedimento
previsto em lei em curso somente poderá ser
avocado ou redistribuído por superior hierár- ( ) CERTO ( ) ERRADO
quico, mediante despacho fundamentado,
por motivo de interesse público ou nas hi- 3. (ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) À luz do
póteses de inobservância dos procedimentos disposto no Estatuto do Desarmamento – Lei nº 10.826/2003
previstos em regulamento da corporação que –, julgue o item que se segue.
prejudique a eficácia da investigação. Situação hipotética: Pedro, particular, autorizado a portar
arma de fogo de uso permitido, foi detido portando arma
em estado de notória embriaguez. Assertiva: Nessa situação,
A remoção do delegado de polícia será dada somente a suspensão ou a perda da autorização do porte depende de
por ato fundamentado. resultado de processo administrativo junto ao SINARM.
O indiciamento, privativo do delegado de polícia, será
dado por ato fundamentado, mediante análise técnico- ( ) CERTO ( ) ERRADO
-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materiali-
dade e suas circunstâncias.
O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel 4.(ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) À luz do
em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamen- disposto no Estatuto do Desarmamento – Lei nº 10.826/2003
to protocolar que recebem os magistrados, os membros da –, julgue o item que se segue.
Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados. Compete à Polícia Federal a autorização de porte de arma de
fogo de uso permitido em todo território nacional, ao Mi-
nistério da Justiça a autorização aos responsáveis pela se-
EXERCÍCIO COMENTADO gurança de cidadãos estrangeiros em visita ao Brasil e ao
comando do Exército a autorização para o porte de trân-
sito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e ca-
1. (PC-MA – Delegado de Polícia – CESPE – 2018 – ques-
çadores e de representantes estrangeiros em competição
tão adaptada) No caso de um delegado de polícia instaurar
internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

inquérito policial para apurar a conduta delitiva supostamen-


te praticada por determinado cidadão, o delegado-geral de
polícia poderá determinar a redistribuição do inquérito por ( ) CERTO ( ) ERRADO
motivo de interesse público devidamente demonstrado.
5. (ABIN - Agente de Inteligência - CESPE/2018) À
( ) CERTO ( ) ERRADO luz do disposto no Estatuto do Desarmamento – Lei nº
10.826/2003 –, julgue o item que se segue.
Resposta: Certo. Observa- se que no art. 2º, § 4º, da As armas de fogo apreendidas e que não interessarem à
Lei nº 12.830/2013, o inquérito policial ou outro pro- persecução penal devem ser encaminhadas à Polícia Fe-
cedimento previsto em lei em curso somente poderá deral para destruição ou doação ao comando do Exército.
ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
mediante despacho fundamentado, por motivo de in- ( ) CERTO ( ) ERRADO
teresse público ou nas hipóteses de inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corpora-
ção que prejudique a eficácia da investigação.

28
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 ERRADO ________________________________________________
2 ERRADO _________________________________________________
3 ERRADO
_________________________________________________
4 CERTO
_________________________________________________
5 ERRADO
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
_________________________________________________

29
ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________
LEGISLAÇÃO APLICADA À POLÍCIA FEDERAL

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________

30

Você também pode gostar