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PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO BELO

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE


DIRETORIA DE ATENÇÃO BÁSICA

Projeto farmácia Viva +

+
O projeto Farmácia Viva nasceu no ano de 2019 decorrente da
legislação nacional, estadual e municipal que incentivam a oferta e
utilização de novas práticas em saúde que ampliam o olhar do processo
saúde doença como uma construção temporal dentro de um contexto
social e econômico.

O objetivo principal desta política pública de saúde é ampliar a oferta


dos medicamentos fitoterápicos já fornecidos pela atenção primária na
saúde, somando-se a estes a utilização de plantas medicinais, pautadas
na cultura local da comunidade e embasamentos técnico-científicos.

Através deste manual de fitoterapia, a prefeitura municipal de Porto


Belo amplia as ações de educação permanente, favorecendo a
atualização profissional acerca da utilização de plantas medicinais e
fitoterápicos pelos profissionais vinculados à Estratégia de Saúde da
Família.

Porto Belo
2020
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Alguns conceitos
importantes

1. Farmácias vivas: Projeto com o objetivo de estimular o uso correto de


plantas medicinais, desde a fase de cultivo até a produção, selecionadas por
sua eficácia e segurança em substituição ao rotineiro uso empírico de plantas
pela comunidade, cuja filosofia e informações técnico-científicas têm servido
de parâmetro para a implantação de diversos Programas Estaduais e
Municipais de Fitoterapia. A Portaria nº 886, de 20 de abril de 2010, institui a
Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde;
2. Planta medicinal: é uma espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com
propósitos terapêuticos;
3. Matéria-prima vegetal: planta fresca, droga vegetal ou seus derivados:
extrato, tintura, óleo, cera, suco e outros;
4. Extrato: Preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a
partir de matéria-prima de origem vegetal. Os extratos são preparados por
percolação, maceração ou outro método adequado e validado, utilizando
como solvente etanol, água ou outro solvente adequado;
5. Extrato seco: Preparação sólida obtida pela evaporação do solvente
utilizado na extração. Os extratos secos apresentam, no mínimo, 95% de
resíduo seco, calculados como percentagem de massa. Podem ser
adicionados de materiais inertes adequados. Os extratos secos padronizados
têm o teor de seus constituintes ajustado pela adição de materiais inertes
adequados ou pela adição de extratos secos obtidos com a mesma droga
utilizada na preparação;
6. Extrato padronizado: É aquele em que o teor de um ou mais constituintes,
preferencialmente um marcador, é ajustado a valores previamente definidos;
7. Droga vegetal: Planta medicinal (ou suas partes), que contenha as
substâncias ou classes de substâncias responsáveis pela ação terapêutica,
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após processos de coleta, estabilização – quando aplicável – e secagem,


podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada;
8. Remédios de origem vegetal: preparações de uso extemporâneo, que não
exijam técnicas especializadas para manipulação e administração;
9. Medicamento fitoterápico magistral ou oficinal: para fins deste
regulamento é um medicamento de origem vegetal processado como
formulação magistral ou oficinal, com fins terapêuticos e profiláticos,
compostos exclusivamente por matéria (s) prima (s) vegetal (is), sem a
adição de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal;
10. Fitoterapia: É a terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em
suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas
isoladas, ainda que de origem vegetal, conforme Portaria nº 971
(03/05/2006). Já fitoterápico é produto obtido de matéria-prima ativa vegetal,
exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa,
incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo
ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal
medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma
espécie vegetal, conforme RDC nº 26 (13/05/2014);
11. Alopatia: É o método terapêutico que consiste em utilizar medicamentos que
vão produzir no organismo reação contrária aos sintomas que ele apresenta,
a fim de diminuí-los ou neutralizá-los. Os principais problemas dos
medicamentos alopáticos são os seus efeitos colaterais e a sua toxicidade;
12. Homeopatia: É um método terapêutico seguro e eficaz, baseado na Lei dos
Semelhantes, segundo a qual, para se curar uma doença, o corpo doente
deve receber uma substância que provoque os mesmos sintomas quando
administrada em um corpo saudável. Utiliza matérias-primas de origem
animal, vegetal e mineral. Os medicamentos homeopáticos podem ser
utilizados com segurança em qualquer idade, até mesmo em recém-nascidos
ou pessoas com idade avançada, desde que com acompanhamento do
clínico homeopata.
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Manuseio da planta
medicinal

I. Cultivo da horta medicinal

a) Local - O local a ser escolhido para implantação de uma horta medicinal deverá
ter água disponível em abundância e de boa qualidade, distante de esgotos, fossas
e chiqueiros, e ser ainda exposto ao sol, principalmente pela manhã. Deve ser
próximo da casa da pessoa encarregada de cuidar da horta. Para quaisquer dos
locais destinados à semeadura ou cultivo da planta medicinal, pode-se fazer uso de
cobertura morta, podendo ser feita de casca de arroz, capim seco, casca de café,
sombreiros e etc. Essa prática melhora a retenção de águas, retarda ou impede o
surgimento de invasoras, evita a exposição direta do solo à radiação solar e ao
impacto das chuvas, além de reduzir o contato da folhagem da planta diretamente
com o solo, em alguns casos. Além disso, a cobertura morta promove maior
conservação de água no solo, influenciando na sua variação de temperatura. Com
sua decomposição, vai incorporar mais matéria orgânica ao ambiente.

b) Sementeiras - São consideradas como os “berçários” das plantas medicinais.


Normalmente são constituídas de um simples canteiro com 1 m de largura por no
máximo, 5 m de comprimento, situado em local não-sombreado. A semeadura é
feita em sulcos transversais, no maior comprimento do canteiro, distanciado entre si
de 10 a 15 cm. A profundidade depende do tamanho da semente: no máximo 1 cm
para a grande maioria.

c) Vasos e copos - São locais provisórios, de dimensões menores que as


sementeiras, porém de mesma função, sendo facilitado o transporte e manuseio
para o local a ser transplantada após a semeadura.

d) Covas - São utilizadas como local após o transplante das espécies arbustivas,
trepadeiras e arbóreas, de dimensões – 30 cm x 30 cm x 30 cm, com espaçamentos
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- 3 m entre plantas e 4 m entre linhas, sendo este espaçamento variável em função


do crescimento da planta.

e) Canteiros – São locais destinados para levar as mudas transplantadas, com


dimensões de 1 m² de largura e comprimento variável, mantendo-se uma distância
de 60 cm entre eles, para facilitar a movimentação. Em terrenos inclinados, os
canteiros devem obedecer às curvas de nível. O espaçamento utilizado
normalmente é de: 20 cm entre plantas e 30 cm entre sulco, para espécies de porte
baixo; 35 cm entre plantas e 50 cm entre linhas, para plantas mais altas; usar 50 cm
entre plantas e 70 cm entre linhas, para plantas que chegam a 2 m de altura. Os
canteiros são normalmente utilizados para plantas herbáceas de pequeno porte e
anuais.
f) Solo – O solo deve ser leve e fértil para que as raízes tenham facilidade de
penetrar e desenvolver. Tendo disponibilidade é bom fazer a análise do solo,
principalmente em se tratando de horta comercial. Quanto ao aspecto físico do solo,
pode ser melhorado, no seu preparo, com a adição de incorporando no mesmo
esterco e/ou composto orgânico que fornecerão nutrientes, ajudando a reter a
umidade. A correção do solo pode ser feita com calcário, além da adubação com um
produto natural que é o húmus.

II. Preparação

Primeiramente faz-se uma limpeza geral da área, em seguida revolve-se o solo


com enxadão, pá reta ou arado (mecanizado ou tração animal). A declividade da
área é um fator de grande importância, para planejamento da distribuição das
espécies e a formação dos canteiros a fim de evitar a erosão. Como exemplo,
podemos citar o plantio de capim-limão em curva de nível onde o mesmo
transforma-se numa faixa de retenção. Os canteiros e covas por sua vez também
devem obedecer a formação das sementeiras, sua confecção em curva de nível.
Inicia-se a formação das sementeiras e canteiros, com as seguintes dimensões: 1 a
1,2 metros de largura 0,2 metros de altura. Nas sementeiras, a terra deve ser bem
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fofa, e as sementes podem ser cobertas com areia bem fina ou terra peneirada. As
covas que serão feitas para plantio das espécies, devem ter 30 cm de largura x 30
cm de comprimento 30 cm de profundidade.
a) Adubação - Para fazer a correção básica do solo dos canteiros, recomenda-se
usar 150 g de calcário por m² de solo, sendo o esterco de bovino é colocado na
proporção de 6 a 101/m² /canteiro e esterco de galinha de 2 a 3 litros/m² de solo.
Pode-se acrescentar 2 litros de húmus/m². Em covas deve-se colocar ¼ das
dosagens recomendadas/m² para o canteiro. Nas sementeiras a adubação é a
mesma dos canteiros.

b) Sementes - As sementes devem ser colhidas quando estiverem completamente


formadas e secas, tendo-se o cuidado de coletá-las em sacos de papel para serem
beneficiadas posteriormente. Em algumas espécies, por exemplo, pode haver
liberação das sementes e dos frutos quando do seu amadurecimento, neste caso a
colheita deve ser feita antes desse ponto (trata-se de um mecanismo de adaptação
da planta para sua disseminação).
Antes de armazenar as sementes realizar o beneficiamento, que consiste em
separar as sementes das impurezas, por meio de peneiras ou outros recursos,
mantendo a temperatura e umidade adequadas. Após isso, acondicionar em sacos
de papel permeável ou material impermeável selado, sob a temperatura de 4,5° C a
5°C parece é ao armazenamento da maioria das espécies. Para as sementes ditas
dormentes quando, mesmo em condições adequadas para germinar, não germinam,
por causa da impermeabilidade do tegumento (superfície ou casca da semente), da
água, dos gases ou pela imaturidade do embrião, devendo-se fazer a escarificação
(romper de alguma forma o tegumento) sem danificar o embrião, de modo que a
água entre na semente e seja desencadeado o processo de germinação.

c) Propagação vegetal artificial (mudas) - São retiradas partes da planta mãe,


denominadas estacas. Este material é submetido ao enraizamento para,
posteriormente, ser plantado em recipientes ou diretamente no local definitivo. É
utilizado quando as plantas não produzem sementes num determinado local.
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Quando se deseja ter material com características da planta matriz. As plantas


propagadas por estacas têm, geralmente, menor longevidade que as propagadas
por sementes, apresentando redução na fase juvenil, produzindo em pouco tempo
flores e frutos, embora possam estar com tamanho reduzido, sendo as raízes pouco
profundas.
d) Irrigação - O período da manhã e o fim da tarde (depois das 15 horas) são os
melhores horários. Não se deve regar ao meio-dia, pois, por ser um horário muito
quente, a água acaba evaporando. Regar à noite também não é recomendado,
porque nesse período as plantas não absorvem a quantidade necessária de água e
as folhas demoram a secar, podendo gerar fungos ou apodrecimento da raiz. Não é
aconselhável regar plantas sem avaliar as condições do dia, visto que isso pode levar
ao excesso ou à falta de água.

Há dias que serão mais frios; outros, mais quentes e conforme essas mudanças
de temperatura haverá situações em que as plantas precisarão de mais ou de menos
água. Para não correr nenhum risco, mexa a terra com o dedo ou um palito e verifique
se ela está seca ou úmida. Se estiver molhada, deixe para regar em outro momento.

Algumas espécies precisam de regas mais frequentes e outras necessitam de


menos. Então, vale a pena sempre fazer a verificação. A quantidade certa envolve
diferentes fatores, porém, uma regra que não costuma falhar é evitar encharcar a
terra – lembrando que existem exceções. O excesso de água “afoga” as raízes, que
carecem de ar, e aumenta o surgimento de doenças e de fungos. Procure aguar
lentamente e faça pausas à medida que perceber que a água está demorando a
penetrar na terra ou quando ela estiver escorrendo no fundo do vaso.

III. Colheita

a) Partes das plantas - As raízes quando as partes que estão sobre o solo
estiverem secas, geralmente isto ocorre no outono. As hastes, caules e ramos
quando estiverem bem desenvolvidos, mas antes da formação dos botões. As flores
pouco antes de formarem sementes. As cascas quando a planta estiver adulta,
depois que florir e frutos. Os frutos carnosos pouco antes do fruto estar
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completamente maduro. As sementes quando elas estiverem bem maduras e


começarem a secar. As plantas inteiras quando já iniciou a formação e a abertura
dos botões, antes das flores abrirem.

b) Técnica da colheita - O horário apropriado é pela manhã. após a evaporação total


do orvalho, em dias muito quentes deve-se fazer a colheita no fim da tarde. Isso
deve-se ao fato de que água demais na planta interfere na qualidade final da mesma,
retarda a secagem e favorece a decomposição de substâncias importantes.
As plantas devem ser colhidas e transportadas em grades ou caixas arejadas
para que haja ventilação, nunca em sacos plásticos pois estes impedem a ventilação
e favorecem o aparecimento de fungos. Evitar a mistura de ervas durante a colheita e
na hora da secagem, para que as plantas mantenham suas características puras. Não
colher plantas que estejam com manchas. Evitar que as plantas estejam com terra,
com exceção das raízes. Evitar colher plantas que estejam próximas a poluição,
estradas e agrotóxicos.

c) Recomendações de colheita - Uma vez atingindo o ponto de colheita, esta deve


ser realizada com o tempo seco, de preferência pela manhã. Não se recomenda,
executá-la com água sobre as partes, por exemplo, com o orvalho da manhã. As
ferramentas de colheita variam de acordo com a parte colhida.
Para as flores e hastes utiliza-se tesoura de poda. Algumas flores são colhidas
com tesouras, outras, como a camomila, são colhidas manualmente.
Para raízes e partes subterrâneas são utilizados pás, enxadas e enxadões. O
material colhido é colocado em recipientes como cestos e caixas. Deve-se ter
cuidado de não amontoá-los ou amassá-los, pois isso pode acelerar a degradação e
perda da qualidade. Deve-se evitar a colheita de plantas doentes, com manchas,
fora do padrão, com terra, poeira, órgãos deformados ou outros defeitos. Durante o
processo de colheita, evitar a incidência direta de raios solares sobre as partes
colhidas, principalmente folhas e flores. No caso de raízes, pode-se deixar por
algum tempo ao sol.
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IV. Secagem

Deve-se separar plantas imperfeitas, espalhando as perfeitas sobre uma


superfície, em camadas de no máximo 5 centímetros, mexendo de vez em quando,
a cada 2 ou 3 dias, estando as mesmas sobre local arejado, à sombra e sem
umidade. As plantas estão completamente secas quando ao amassar uma
quantidade, a mesma esfarelar.
Não se recomenda lavar as plantas antes da secagem, exceto no caso de
determinados rizomas e raízes, que devem ser lavados. Antes de submeter as
plantas à secagem deve-se fazer a eliminação de elementos estranhos (terra,
pedras, outras plantas, etc.) e partes que estejam em condições indesejáveis (sujas,
descoloridas ou manchadas, danificadas). As plantas colhidas inteiras devem ter
cada parte (folha, flor, caule, raiz, sementes, frutos) seca em separado e conservada
depois em recipientes individuais. Quando as raízes são volumosas podem ser
cortadas em pedaços ou fatias para facilitar a secagem. Para secar as folhas, a
melhor maneira é conservá-las com seus talos, pois isto preserva sua qualidade,
previne danificações e facilita o manuseio.

V. Armazenamento

Usar vidros limpos, secos, inodoros e protegidos de luz. Na falta de um vidro


âmbar de boca larga, usar vidro de cor clara, recobrindo-o com papel alumínio ou
outro que não permita a passagem da luz para o seu interior, mantendo-os bem
fechados e ambiente arejado. Fabricar uma etiqueta simples com os dados da
planta nome, data da secagem, prazo de validade (em geral 1 ano após a secagem
para as plantas utilizadas em casa).
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P Preparo do remédio
caseiro

I. A contaminação dos produtos fitoterápicos pode vir:

- Do manipulador, ou seja, da pessoa que prepara os produtos;


- Da matéria-prima: plantas, água, açúcar, entre outros;
- Do ambiente em que o produto é preparado e/ou armazenado;
- Dos utensílios utilizados no preparo;
- Dos vasilhames (vidros, potes, sacolas, entre outros).

II. Higienização das mãos

O manipulador dos fitoterápicos deve lavar e desinfetar as mãos cuidadosa e


frequentemente, antes de começar o preparo dos produtos. O procedimento pode
ser observado abaixo, como também no anexo 01 para a lavagem simples das
mãos com água e sabão:
a) Lavar bem as mãos e os antebraços com água e sabonete neutro, de preferência,
sabão líquido próprio para mãos, demorando alguns minutos com as mãos
ensaboadas;
b) Enxaguá-las em água corrente, de preferência quente;
c) Após o enxágue, enxugar as mãos com papel toalha;
d) Opcionalmente, pode-se completar a higienização, sanitizando as mãos com
álcool em gel, deixando-o secar naturalmente.

III. Higienização dos recipientes e utensílios

Os equipamentos (fogão, liquidificador, entre outros), os utensílios (talheres,


tábuas, panelas, tachos, peneiras, bacias, raladores, louças) e o local de
preparação dos produtos devem ser mantidos limpos e sanitizados, antes de serem
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usados e depois de terminar o preparo. Na higienização de equipamentos,


utensílios, bancadas e áreas, deve-se utilizar detergente neutro e o enxágue final
deve ser feito com solução de hipoclorito de sódio a 200 ppm de cloro ativo ou
álcool a 70°GL.
As operações de limpeza e sanitização podem ser feitas em uma única etapa,
utilizando-se, para tanto, um detergente clorado, que deve permanecer na superfície
a ser higienizada por intervalo de tempo mínimo de 15 min. A solução de hipoclorito
de sódio deve ser preparada, pouco antes da sua utilização, para conservar a
atividade do cloro. É recomendado o uso de luvas para o seu manuseio e a
embalagem do produto deve ser mantida sempre fechada.
Para o preparo da solução de cloro para sanitização, faz-se necessário a
utilização de soluções comerciais de hipoclorito de sódio (NaOCl), que podem
conter diferentes concentrações de cloro livre (sugere-se a 2,5%) diluída em 250 ml
de água.
Os recipientes de vidro e suas tampas devem ser muito bem lavados com sabão
neutro, em água corrente. As tampas de metal devem ser fervidas em água, por 10
minutos, com a finalidade de destruir microrganismos. Com a mesma finalidade,
são fervidos os vidros, conforme os seguintes procedimentos:
- Dispor os vidros em uma panela, de preferência, com fundo forrado com uma
grade;
- Cobrir os vidros totalmente com água e ferver durante 30 minutos (o tempo de
fervura deve ser marcado assim que a água entrar em ebulição).

IV. Higienização das plantas

Use água corrente e esfregue as plantas medicinais com suas mãos para
remover a sujeira e os microorganismos da superfície. Para as cascas, use uma
escova vegetal para escovar a superfície. Evite usar água quente, pois ela pode
permitir que os microorganismos penetrem na planta. É desaconselhado o uso de
qualquer produto de limpeza próprio para lavar as plantas medicinais. Muitas
pesquisas mostram que acrescentar bicarbonato de sódio à água é a melhor
maneira de eliminar resíduos de pesticidas, podendo mergulhar a planta medicinal
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na solução de 1 litros de água para 4 colheres de sopa de bicarbonato de sódio, por


cinco minutos, enxaguando-a em água corrente logo após.

V. Formas de preparação

a) Infusão - Consiste em entornar a água fervente sobre a planta - folhas ou flores –


(triturada ou macerada), deixando em repouso em recipiente de vidro desinfetado e
tampado por um período de 5 a 10 minutos.

NOTA: Pode-se usar o extrato seco em substituição às plantas


trituradas/maceradas

Materiais Necessários: Plantas medicinais, água, recipiente de vidro, xícara (café


ou chá) ou copo americano, colher (chá, sopa ou sobremesa), prato de vidro e
coador.
Procedimentos:
- Selecionar a planta medicinal;
- Triturar/macerar a planta medicinal;
- Ferver a água;
- Colocar a quantidade adequada da planta medicinal em um recipiente;
- Despejar a água fervida sobre a planta medicinal;
- Tampar e deixar de 5 a 10 minutos em repouso;
- Coar;
- Destinar ao uso.

b) Tintura - Consiste em entornar água destilada e álcool (cerais ou 70° GL) sobre a
planta (triturada ou macerada), deixando em repouso em recipiente de vidro escuro,
desinfetado e tampado por um período de 72 horas.
NOTA: Pode-se usar o extrato seco em substituição às plantas
trituradas/maceradas

Materiais Necessários: Plantas medicinais, água, álcool (cereais ou 70° GL), 02


frascos de boca larga com tampa desinfetados (vidro escuro), xícara (café ou chá)
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ou copo americano, colher (chá, sopa ou sobremesa), coador, fita adesiva, papel e
caneta.

Procedimentos:
- Selecionar a planta medicinal;
- Triturar/macerar a planta medicinal;
- Colocar uma quantidade da planta medicinal no recipiente de vidro;
- Acrescentar a mesma quantidade de água sobre a planta;
- Despejar a mesma medida de álcool sobre a planta diluída em água;
- Tampar e deixar por 72 horas em repouso;
- Coar e armazenar em frasco de vidro escuro;
- Etiquetar (concentração da tintura + data).
c) Pomada - Consiste dispersar infuso, óleo essencial ou tintura em gordura
vegetal.
Materiais Necessários: Preparados de plantas medicinais (infuso, tintura ou óleo
essencial), gordura vegetal, frascos com tampa desinfetados (vidro escuro),
refratário de vidro desinfetado, xícara (café ou chá) ou copo americano, colher (chá,
sopa ou sobremesa), fita adesiva, papel e caneta.
Procedimentos:
- Selecionar o preparado de planta medicinal (infuso, óleo essencial ou tintura);
- Colocar 100 gramas da gordura vegetal no refratário;
- Inserir 10 a 15 ml da tintura ou 5 a 20 ml de óleo essencial;
- Misturar bem durante 5 minutos;
- Acondicionar em frascos de vidro (escuro) com tampa;
- Etiquetar (concentração da tintura + data).

d) Compressa - Consiste em tornar tintura, infuso ou óleo essencial sobre panos


limpos e levar ao contato com a pele.
Materiais Necessários: Preparados de plantas medicinais (infuso, tintura ou óleo
essencial), panos limpos ou gaze, recipiente de vidro desinfetado.
Procedimentos:
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Selecionar o preparado de planta medicinal (infuso, óleo essencial ou tintura);


- Embeber o pano ou gaze no preparado escolhido (proporção de acordo com
o tipo de planta medicinal);
- Torcer o pano ou gaze;
- Colocar sobre a região afetada e mantê-la por 20 minutos.
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Plantas
medicinais
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● Nomenclatura Botânica Oficial: Matricaria chamomilla L.


● Nome Popular: Camomila
● Parte da Planta Utilizada: Inflorescências Secas

Figura 08 - Flores Figura 09 - Folhas e flores

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA:
Inflorescência do tipo capítulo, com diâmetros de 10 a 17 mm, constituídos de uma
porção central hemisférica ou cônica, de 03 a 10 mm de diâmetro, internamente oca
e externamente coberta de flores tubulosas amarelas, rodeada por 12 a 17 flores
marginais, liguladas e brancas. Capítulos maduros e secos com flores liguladas
visivelmente voltadas para o pedicelo. Invólucro verde, formado por duas a três
séries de brácteas. Flores marginais pistiladas, dispostas em uma só série, com o
tubo da corola curto e reto, levemente amarelado, de até 1,5 mm de comprimento.
Flores centrais perfeitas, numerosas, de até 2,5 mm de comprimento, com tubo reto
e limbo pentalobado.

FITOQUÍMICA:
Características Organolépticas
As inflorescências possuem odor aromático e característico.
Princípios Ativos
Flavonoides (apigenina, luteolina). Cumarina (umbeliferona); Óleo essencial
(farneseno, alfa-bisabolol, óxidos de alfa-bisabolol, alfa-camazuleno, espiroéteres).

FORMAS FARMACÊUTICAS:
Infusão.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Para uso externo para afecções bucais e de pele. Para uso interno é
antiespasmódico, ansiolítico e sedativo leve.
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VIA DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA:


a) Uso Interno:
(Via Oral) USO ADULTO E USO PEDIÁTRICO ACIMA DE 03 anos.
1) Infusão: Ingerir 1 a 3 gramas da droga vegetal diluído em 150 ml de água
fervente (5-10 min após o preparo), 3-4 vezes entre as refeições (acima de 12
anos).

b) Uso externo:
(Via tópica)
1) Bochechos e gargarejos: Administrar o infuso (5 a 10 minutos após o preparo),
3 vezes ao dia.
2) Compressas: Utilizar a infusão preparada com 30-100 gramas de droga vegetal
em 1000 ml de água.

EFEITOS ADVERSOS:
Reações alérgicas, dermatites de contato. Em caso de ingestão de quantidades
acima das recomendadas o paciente deve ser observado.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Warfarina, estatinas, contraceptivos orais, radioterapia.

CONTRAINDICAÇÕES:
Não usar em pessoas com hipersensibilidade. Não usar em gestantes.

CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS:
Evitar usar próximo do almoço e jantar, pois, há relatos de interferência na absorção
de ferro. Tem efeito emético em altas doses. Não foram encontrados dados
descritos na literatura consultada sobre o tempo máximo de utilização. O tempo de
uso depende da indicação terapêutica e da evolução do quadro acompanhada pelo
profissional prescritor. Em caso de superdosagem, o estômago deve ser esvaziado
por lavagem gástrica e buscar auxílio profissional imediatamente. Caso não haja
remissão dos sintomas, ou ocorra piora, o profissional de saúde deverá ser
consultado.
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● Nomenclatura Botânica Oficial: Peumus boldus Molina


● Nome Popular: Boldo do Chile
● Parte da Planta Utilizada: Folhas e Caule

Figura 10 - Folhas Figura 11 - Folhas e flores

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA:
Folha simples, inteira, elíptica, elíptico-ovalada, elíptico-obovada ou obovada, de
ápice obtuso, retuso ou agudo e base arredondada, obtusa ou cuneada, ápice e
base simétricos ou assimétricos, margem ligeiramente revoluta, lâmina coriácea,
quebradiça, verde-acinzentada a cinzento-prateada, pontuações levemente
translúcidas, lâmina pilosa, sendo essa face áspera ao tato. Pecíolo curto, piloso,
medindo de 1 a 5 mm de comprimento e de 1 a 2 mm de largura, côncavo na face
superior e convexo na face inferior.

FITOQUÍMICA:
Características Organolépticas
A droga apresenta odor aromático característico, canforáceo e levemente acre, que
se acentua com o esmagamento.
Princípios Ativos
Alcaloides, flavonoides, cumarina, sesquiterpenoides e taninos.

FORMAS FARMACÊUTICAS:
Infusão; Cápsulas ou comprimidos contendo extrato seco.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Para uso interno é colerético, colagogo e atua nas dispepsias funcionais.

VIA DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA:


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a) Uso Interno:
(Via oral): USO ADULTO E USO PEDIÁTRICO ACIMA DE 12 anos.
1) Infusão: Ingerir 1 a 2 gramas droga vegetal diluída em 150 ml de água fervente,
2 vezes ao dia, 10 a 15 minutos após o preparo.
2) Cápsula ou comprimido contendo extrato seco: Ingerir 50 -100
miligramas/dose, 2 a 3 vezes ao dia.

EFEITOS ADVERSOS:
Nas doses recomendadas não são conhecidos efeitos adversos ao fitoterápico.
Doses acima das recomendadas causam irritação nas vias urinárias, vômitos e
diarreia.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não foram encontrados dados descritos na literatura consultada sobre as interações
medicamentosas com fitoterápicos à base de Peumus boldus .

CONTRAINDICAÇÕES:
Não usar em pessoas com hipersensibilidade. Contraindicado para menores de 6
anos se pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos
componentes do fitoterápico. Contraindicado nos casos de obstrução das vias
biliares, cálculos biliares, infecções ou câncer de ducto biliar e câncer de pâncreas,
devido aos efeitos colagogo e colerético. Pacientes com quadro de afecções
severas no fígado, como hepatite viral, cirrose e hepatite tóxica não deverão fazer
uso desse fitoterápico. Esse produto não deve ser usado durante a gravidez, devido
a presença do alcaloide esparteína, que tem atividade ocitóxica. Mulheres em
período de lactância não deverão fazer uso desse fitoterápico, devido à presença de
alcaloides e risco de neurotoxicidade.

CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS:
Não ingerir doses maiores do que as recomendadas. O uso não deve ultrapassar
quatro semanas consecutivas. Em caso de superdosagem, o estômago deve ser
esvaziado por lavagem gástrica e buscar auxílio profissional imediatamente. Caso
não haja remissão dos sintomas, ou ocorra piora, o profissional de saúde deverá ser
consultado.
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● Nomenclatura Botânica Oficial: Melissa officinalis L.


● Nome Popular: Erva cidreira
● Parte da Planta Utilizada: Folhas

Figura 12 - Folhas e caule Figura 13 - Folhas e flores

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA:
Folhas inteiras, membranáceas, rugosas, quebradiças, pecioladas, verde-escuras e
brilhantes na face superior e verde-claras na face inferior, às vezes vináceas,
principalmente na região próxima ao pecíolo e sobre as nervuras da face inferior.
Lâmina ovalada ou cordiforme com base ovalada, arredondada ou cordiforme.
Pecíolo de 0,3 a 5,0 cm de comprimento, verde ou vináceo, côncavo na face
superior, convexo na face inferior.

FITOQUÍMICA:
Características Organolépticas
As folhas amassadas têm odor forte, aromático, semelhante ao citral.
Princípios Ativos
Óleos essenciais (linalol, geraniol, nerol, citral, citronelal, etc.), flavonoides (luteolol,
apigenina), ácidos (rosmarínico, cafeico, clorogênico, ursólico, rosmarínico e
oleânico) e taninos.

FORMAS FARMACÊUTICAS:
Infusão; cápsulas de extrato seco; solução oral; tintura.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Ansiolítico, sedativo leve, antiespasmódico, ansiedade leve, insônia, dispepsia, vírus
Herpes simplex (virustática).
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VIA DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA:


a) Uso Interno:
(Via oral): USO ADULTO E USO PEDIÁTRICO ACIMA DE 12 anos.
1) Infusão: Ingerir 1 a 4 gramas de folhas secas diluídos em 150 ml de água
fervente. Aguardar 10 a 15 minutos. Tomar 2 a 3 vezes ao dia.
2) Cápsula de extrato seco: 60 a 180 miligramas de ácidos hidroxicinâmicos
expressos em ácido rosmarínico. Tomar 1 cápsula 2 vezes ao dia.
3) Solução oral 46mg/ml: (padronizado em 5% de derivados hidroxicinâmicos
expressos como ácido rosmarínico). Tomar 10-20mL 3x ao dia.
4) Tintura 20%: 2 a 6mL da tintura, diluída em 50mL de água, de 1-3x ao dia.

EFEITOS ADVERSOS:
Pode prejudicar a habilidade de dirigir ou operar máquinas

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Substâncias hipnóticas, sedativas.

CONTRAINDICAÇÕES:
Não usar em pessoas com hipersensibilidade. Sob a forma de tintura alcoólica, não
usar em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos. Não deve ser utilizado por
pessoas com hipotireoidismo, devido a uma ação antitireoidiana. Uso não
recomendado em pessoas com úlcera gastroduodenal, síndrome do intestino
irritável, doença de Crohn, hepatopatia, epilepsia e doença de Parkinson. É
contraindicado em pessoas com glaucoma e hiperplasia benigna de próstata. Pode
aumentar o efeito hipnótico do pentobarbital e hexobarbital. Hipotireoidismo e
hipotensão arterial.

CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS:
Não ingerir doses maiores do que as recomendadas. O uso desse fitoterápico não
deve ultrapassar quatro semanas consecutivas. Esse fitoterápico não deve ser
utilizado por lactantes e mulheres grávidas sem orientação médica. Evitar usar
próximo do almoço e jantar, pois, há relatos de interferência na absorção de ferro.
Tem efeito emético em altas doses. Em caso de superdosagem, o estômago deve
ser esvaziado por lavagem gástrica e buscar auxílio profissional imediatamente.
Caso não haja remissão dos sintomas, ou ocorra piora, o profissional de saúde
deverá ser consultado.
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● Nomenclatura Botânica Oficial: Mentha x piperita L.


● Nome Popular: Hortelã-Pimenta
● Parte da Planta Utilizada: Folhas

Figura 14 - Folhas Figura 15 - Folhas e caules

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA:
A lâmina foliar é ovalado-oblonga a oblongo-lanceolada, medindo 1,5 a 9 cm de
comprimento e 1 a 5 cm de largura, com ápice agudo, base irregularmente
arredondada e assimétrica, margem irregularmente serreada, com coloração
verde-clara a verde-escura, face superior quase lisa e inferior pilosa. O pecíolo
mede de 0,4 a 1,5 cm de comprimento, piloso.

FITOQUÍMICA:
Características Organolépticas
A droga tem odor forte, aromático, penetrante, semelhante ao mentol.
Princípios Ativos
Monoterpenos, alcaloides, flavonoides, fenóis, taninos e esteroides

FORMAS FARMACÊUTICAS:
Infusão, óleo essencial (35% a 55% de mentol e 14% a 32% de mentona)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Carminativo, antiespasmódico e expectorante
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VIA DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA:


Oral, Nasal, Dérmica

a) Uso Interno:
(Via Oral) USO ADULTO E USO PEDIÁTRICO ACIMA DE 12 anos
Infusão: 1,5 gramas em 150 ml de água. Utilizar 1 xícara de chá de 2 a 4 vezes ao
dia.
(Via Nasal) USO ADULTO E USO PEDIÁTRICO ACIMA DE 12 anos
Inalação: 3-4 gotas de óleo essencial diluído em água quente.
b) Uso externo:
(Via tópica)
Dérmica: Aplicar preparação oleosas ou semissólidas, contendo 5-20% de óleo
essencial.

EFEITOS ADVERSOS:
Erupções cutâneas de pele, dores de cabeça, queimação perianal, bradicardia,
tremores musculares e ataxia, geralmente associados à overdose. Irritação da pele
e mucosa do nariz é possível, após a aplicação local. Por via inalatória pode ocorrer
apneia, bronco e laringoconstrição em pacientes com hipersensibilidade. Em contato
com a cavidade bucal pode ocorrer ardência bucal ou ulceração oral.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não usar concomitantemente com sinvastatina e felodipino. Pode significativamente
aumentar a biodisponibilidade oral da ciclosporina ou inibir o metabolismo da
ciclosporina. Pode ter sinergia com oxitetraciclina.

CONTRAINDICAÇÕES:
Não usar em pessoas com hipersensibilidade. Pacientes com doença hepática,
colangite, acloridria, cálculos biliares e quaisquer outros distúrbios biliares,
inflamação do trato gastrointestinal ou da vesícula biliar.

CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS:
Uma overdose pode causar sintomas gastrointestinais, diarreia, ulceração retal,
convulsões epilépticas, perda de consciência, apneia, náuseas, distúrbios no ritmo
cardíaco, ataxia e outros problemas do sistema nervoso central, provavelmente
devido à presença de mentol. A inalação de grandes doses de mentol pode levar a
tonturas, confusão, fraqueza muscular, náuseas e visão dupla. Em caso de
superdosagem, o estômago deve ser esvaziado por lavagem gástrica e buscar
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auxílio profissional imediatamente. Caso não haja remissão dos sintomas, ou ocorra
piora, o profissional de saúde deverá ser consultado.

● Nomenclatura Botânica Oficial: Foeniculum vulgare Mil.


● Nome Popular: Funcho ou Erva-Doce
● Parte da Planta Utilizada: Frutos secos

Figura 16 - Flores Figura 17 - Flores e folhas

DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA:
O fruto inteiro é um diaquênio, seco, glabro, oblongo, de forma quase cilíndrica,
mais raramente ovoide, medindo 3 a 12 mm de comprimento e 3 a 4 mm de largura,
verde-pálido a castanho-acinzentado ou castanho-amarelado, com base
arredondada e ápice estreitado em um curto estilopódio bifurcado. O diaquênio em
regra se encontra separado em dois mericarpos; quando esses aparecem ainda
justapostos são unidos fragilmente e então são visíveis as bases dos pedicelos
prolongados pelos carpóforos filiformes bifendidos. Cada mericarpo apresenta cinco
costelas longitudinais muito proeminentes, das quais as duas marginais são um
pouco mais desenvolvidas do que as outras, alternando com quatro valéculas muito
estreitas, as quais contêm canais secretores de óleo volátil, elípticos em secção
transversal.

FITOQUÍMICA:
Características Organolépticas
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Possui odor forte e agradável, semelhante ao do anetol, com sabor doce e anisado.
Princípios Ativos
Catequinas, alcaloides, flavonoides, taninos e saponinas, amido, compostos
fenólicos e substâncias lipofílicas.

FORMAS FARMACÊUTICAS:
Infusão e Tintura

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Antiflatulento, antidispéptico, antiespasmódico. Auxiliar para o alívio de dor em
dismenorreia primária, síndrome pré-menstrual moderada e leve e tratamento de
cólica infantil.

VIA DE ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA:


Uso Interno:
(Via Oral) USO ADULTO E USO PEDIÁTRICO
1) Infusão
Infusão: 10 g do fruto seco em 150 ml de água fervente. Tomar 3x ao dia por 7 dias.
Pode ser usado em menores de 2 anos com cólicas, por 7 dias (1/4 dose adulta).
2) Tintura 20% (acima de 12 anos): 50 gotas (2,5 ml) da tintura em 75 ml de água,
1 a 3 vezes ao dia, por 7 dias.

EFEITOS ADVERSOS:
Alergias de pele, asma, dermatite de contato

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Pode reduzir o efeito de medicamentos anticoncepcionais.

CONTRAINDICAÇÕES:
Não usar em pessoas com hipersensibilidade. Não usar em gestantes, lactantes e
crianças menores de dois anos por mais de 7 dias. O uso prolongado pode induzir a
Telarca precoce isolada em meninas. Não usar em gestantes, lactantes, alcoolistas
e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação.

CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS:
Não ingerir doses maiores do que as recomendadas. Em caso de superdosagem, o
estômago deve ser esvaziado por lavagem gástrica e buscar auxílio profissional
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imediatamente. Caso não haja remissão dos sintomas, ou ocorra piora, o


profissional de saúde deverá ser consultado.

REFERÊNCIAS
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APÊNDICE A – MEDIDAS CASEIRAS

REFERÊNCIA PESO (gramas) Peso (mililitros)

1 Colher de chá (raízes ou cascas secas) 5

1 Colher de chá (folhas secas) 2

1 Colher de chá (folhas frescas) 4

1 Colher de sopa (raízes ou cascas secas) 10

1 Colher de sopa (folhas secas) 7

1 Colher de sopa (folhas frescas) 9

1 Copo de vidro comum (líquido) 150 - 200

1 litro (líquido) 1000


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½ litro (líquido) 500

¼ litro (líquido) 250

1 gota (líquido) 0,05

1 xícara de chá grande (líquido) 150

1 xícara café pequena (líquido) 50

1 colher de chá (líquido) 5

1 colher de sobremesa (líquido) 10

1 colher de sopa (líquido) 15

NOTA: Considerar a equivalência de 1 grama para 1 mililitro (água).

APÊNDICE II – TABELA FORMAS FARMACÊUTICAS EM FITOTERAPIA

FORMAS FARMACÊUTICAS MODO DE USO FORMAS DE PREPARO

Bochecho Uso externo Infuso

Compressa Uso externo Infuso ou tintura

Gargarejo Uso externo Infuso

Inalação Uso interno Óleo essencial


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Pomada Uso externo Tintura ou óleo essencial

Solução oral Uso interno Infuso

ANEXO I – HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS


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