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Colégio lírios do campo

Aluno : Erich Luiz Lourenço

Campos novos 2022


Massa Atômica

A massa atômica é a forma padrão para medir a massa dos átomos, expressa em
unidade de massa atômica (u).

Os químicos resolveram tomar como base o carbono, por isso diz-se que a massa
atômica é relativa. Foi determinado que uma unidade de massa atômica equivale a
1,66 x 10-24 g, o mesmo que 1/12 da massa do carbono-12.

As massas dos átomos são comparadas com esse padrão de 1u, o que quer dizer
que a massa atômica indica quantas vezes um átomo pesa mais do que 1/12 do
carbono.

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Vejamos alguns exemplos de massa atômica:

● Carbono (C) - 12,011


● Oxigênio (O) - 15,999
● Cloro (Cl) - 35,453
● Nitrogênio (N) - 14,007
● Potássio (K) - 39,098
● Hélio (He) - 4,003

Como calcular a massa atômica?


Na natureza podemos encontrar elementos químicos com o mesmo número
atômico, mas com massas atômicas diferentes. Estes elementos são chamados de
isótopos.

A massa atômica dos elementos químicos resulta da média ponderada dos


isótopos.

Tomemos como exemplo dois isótopos de um elemento químico qualquer: 22X e


36X, onde 22 e 36 são suas massas.

Vamos imaginar também que a abundância desses isótopos na natureza é de 40%


e 60%, respectivamente.

A partir desses dados, é possível calcular a massa atômica. Primeiro, multiplica-se a


massa pela abundância de cada um dos isótopos. Em seguida, soma-se esses
resultados e divide-se por 100.

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Portanto, a massa atômica de um elemento X, cujas massas dos isótopos são 22 e
36 e abundância de 40% e 60%, respectivamente, é de 30,4 u.

Massa Molecular e Massa Molar


A massa molecular corresponde a massa de uma molécula. Para calculá-la é
necessário somar as massas atômicas dos átomos dos elementos químicos que
compõem a substância.

Por exemplo, a água (H2O) é formada por 2 átomos de hidrogênio e 1 átomo de


oxigênio. Para determinar a massa molecular da água, consultamos a tabela
periódica para encontrar a massa atômica de cada elemento e multiplicamos pelo
número de átomos.

H: 2 x 1 u = 2 u

O: 1 x 16 u = 16 u

H2O = 2 u + 16 u = 18 u

Portanto, uma molécula de água possui massa de 18 u.

A massa molar, por sua vez, é a massa expressa em gramas por mol. O mol é uma
unidade utilizada como padrão para medir a quantidade de matéria. Essa unidade
tem o valor absoluto de 6,02 x 1023 átomos, íons ou moléculas de uma substância.

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A massa molecular e a massa molar têm o mesmo valor numérico, mas são
apresentadas em unidades diferentes. Sendo assim, a molécula de água tem massa
molecular de 18 u e massa molar de 18 g/mol.

O que é mol?
O mol corresponde ao número de espécies elementares em determinada massa de
uma substância. Um mol tem um valor absoluto de 6,02 x 1023.

Essa constante é importante para realizar cálculos químicos, pois nos permite obter
uma proporção entre a escala atômica e uma escala possível de mensurar.

Por exemplo, consultando a Tabela Periódica vemos que a massa atômica do


hidrogênio é 1 u e a massa do oxigênio é 16 u. Portanto, a massa molecular da
água (H2O) é 18 u.

Como a massa molecular da água é 18u, entende-se que a massa molar da água é
18 g/mol, ou seja, 1 mol de água possui 18 g de massa.

Em resumo, temos: 1 mol de água = 6,02 x 1023 moléculas = 18 gramas.

Saiba mais sobre a Constante de Avogadro.

Relação entre o número de mol e a massa molar


O Mol é um termo muito usado para determinar quantidades de partículas, que
podem ser átomos, moléculas, íons, entre outras. A massa molar corresponde à
massa molecular de uma substância, sendo expressa em gramas por mol.

A palavra mol deriva de moles, em latim, que significa um montão, um amontoado


ou uma pilha.

É um termo muito importante na química, uma vez que na indústria, por exemplo,
não se trabalha com poucas moléculas e sim com grandes quantidades de
substâncias.

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Quando se usa o termo mol está se referindo a um amontoado de partículas que
correspondem a 6,02 x 1023. Desse modo, se falarmos em 1 mol de átomos de
cálcio, teremos 6,02 x 1023 átomos de cálcio.

Esse valor é referente à Constante de Avogadro, princípio segundo o qual: "volumes


iguais de dois gases quaisquer nas mesmas condições de pressão e temperatura
contêm o mesmo número de moléculas de gás."

Portanto, 1 mol de uma substância corresponde à massa molar de uma substância


e contém 6,02 x 1023 moléculas dessa substância.

Leia também: Molaridade e Molalidade.

Lei de Avogadro
A Lei de Avogadro, também conhecida como Constante de Avogadro, é um princípio
estabelecido em 1811 pelo químico italiano Amedeo Avogadro (1776-1856).

Ela indica que "volumes iguais de dois gases quaisquer nas mesmas condições de
pressão e temperatura contêm o mesmo número de mols de moléculas de gás." É
representada pelo símbolo NA (ou L).

O Número de Avogadro é o 6,022 x 1023 mol-1 e a indicação matemática da Lei de


Avogadro é a seguinte:

● V é o volume do gás
● n é a quantidade de substâncias do gás
● k é uma constante de proporcionalidade.

O Número de Avogadro é um número padrão para representar um mol de quaisquer


entidades elementares de átomos, moléculas, íons e elétrons. A consequência mais

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importante da Lei de Avogadro é a constante do gás ideal e tem o mesmo valor para
todos os gases.

Assim, a Constante de Avogadro é apontada a seguinte maneira:

Onde:

● P é a pressão do gás
● t é a temperatura do gás
● c é a constante

O número de Avogadro tem o mesmo valor para todos os gases, independente do


tamanho ou massa das moléculas de gás.

Exercícios Resolvidos
Exemplo 1: Como calcular a massa de um átomo de carbono (C)?
Passo 1: Procurar a massa atômica do carbono na tabela periódica
A massa atômica do elemento químico carbono é = 12.01 u

1 mol de carbono é igual a 6,002 x 1023 (Número de Avogadro)

Passo 2: Converter um átomo de carbono em gramas


Massa de C = 12,01 g / 6,022 x 1023 átomos de C

Resposta:
Massa de C = 1,9994 x 10-23 g

Exemplo 2: Quantas moléculas de H20 existem em um floco de neve pesando


1 mg?
Passo 1: Determinar a massa de 1 mol de H20

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Como os flocos de neve são feitos de H20, para obter a massa de 1 molécula de
água é preciso determinar as massas atômicas do hidrogênio e do oxigênio. Isso é
feito a partir da tabela periódica.

Existem dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio para cada molécula de H2O,


de maneira que a massa de H2O é:

massa de H 2 O 2 = (massa de H) + massa de O

massa de H 2 O = 2 (1,01 g) + 16,00 g

massa de H2O = 2,02 g + 16,00 g

massa de H2O = 18,02 g

Mudanças de Estado Físico


As mudanças de estado físico dependem de alguns fatores relativos à temperatura,
à pressão, e à quantidade de energia envolvida no processo.

Na natureza, encontram-se três estados físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso.


E as mudanças de estado físico representam os cinco processos de mudança de
um estado para outro.

As mudanças são: condensação ou liquefação, solidificação, fusão, vaporização e


sublimação. Cada tipo de mudança possui algumas especificidades e estão
relacionadas às qualidades da matéria.

Condensação

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A condensação representa a passagem do estado gasoso para o líquido.

Isso ocorre devido ao arrefecimento de um gás, que tende a condensar e passa a


apresentar-se em estado líquido.

Pode-se observar a condensação pode ocorrer quando a água em estado gasoso


encontra uma superfície mais fria, uma janela, por exemplo
Solidificação
A solidificação é a passagem de estado líquido para sólido.

Uma matéria em estado líquido, se resfriada, tende a tornar-se sólida. No caso da


água, a solidificação ocorre a 0 °C

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O sorvete é um exemplo de uso da solidificação no cotidiano
Fusão
A fusão é a passagem do estado sólido para o líquido.

As moléculas de cada substância necessitam de uma certa dose de energia para se


movimentarem. Quando há menos energia, tendem a movimentar-se menos e o
material tende a estar sólido.

Ao receber energia de uma fonte de calor (aquecimento), passam a um maior nível


de agitação e podendo mudar de estado.

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Gelo derretendo. O ponto de fusão da água ocorre a 0 °C
Vaporização
A vaporização é a passagem do estado líquido para o gasoso. Isso pode ocorrer de
duas maneiras:

● Ebulição: aquecimento rápido.


● Evaporação: aquecimento lento.

A partir de 1 °C até 100 °C, apresenta-se em estado líquido.

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Um exemplo de vaporização muito utilizado é a secagem de roupas num varal, a
roupa seca por conta da evaporação da água
Sublimação
A sublimação é a passagem do estado sólido para o gasoso e do estado gasoso
para o sólido (ressublimação).

Esse tipo de mudança ocorre dependendo de determinadas condições de pressão e


temperatura. Cada elemento possui seu diagrama de fases, onde se encontram
suas curvas de fusão, vaporização e sublimação.

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O gelo seco (CO2 sólido) sofre sublimação em condições ambientes
Estados físicos da água
A água é facilmente encontrada em seus três estados físicos: sólido, líquido e
gasoso.

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As diferentes mudanças de estado da água
Cada estado físico da água é possível de acordo com as variações de temperatura
e pressão.

Lei dos Gases


A Lei dos Gases foi criada por físico-químicos entre os séculos XVII e XIX. As três
leis dos gases são denominadas:

● Lei de Boyle (transformação isotérmica)


● Lei de Gay-Lussac (transformação isobárica)
● Lei de Charles (transformação isométrica)

Cada uma delas contribuiu para os estudos sobre os gases e suas propriedades, a
saber: volume, pressão e temperatura.

O que são Gases?


Os gases são fluidos que não possuem forma, nem volume próprio, ou seja, a forma
e o volume dos gases dependem diretamente do recipiente no qual estão inseridos.

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Isso ocorre porque as moléculas dos gases, diferente dos sólidos, estão separadas
umas das outras.

Gases Ideais
Os chamados “Gases Ideais” ou “Gases Perfeitos” são modelos idealizados,
utilizados para facilitar o estudo dos gases, uma vez que a maioria deles se
comportam como um "gás ideal".

Importante ressaltar que as três leis dos gases expõem o comportamento dos gases
perfeitos, na medida que uma das grandezas, seja pressão, temperatura ou volume
é constante, enquanto outras duas são variáveis.

Algumas características que definem os gases ideais são:

● Movimento desordenado e não interativo entre as moléculas;


● Colisão das moléculas dos gases são elásticas;
● Ausência de forças de atração ou repulsão;
● Possuem massa, baixa densidade e volume desprezível.

Lei de Boyle
A Lei de Boyle-Mariotte foi proposta pelo químico e físico irlandês Robert Boyle
(1627-1691).

Ela apresenta a transformação isotérmica dos gases ideais, de modo que a


temperatura permanece constante, enquanto a pressão e o volume do gás são
inversamente proporcionais.

Assim, a equação que expressa a lei de Boyle é:

Onde,

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p: pressão da amostra

V: volume

K: constante de temperatura (depende da natureza do gás, da temperatura e da


massa)

Lei de Gay-Lussac
A Lei de Gay-Lussac foi proposta pelo físico e químico francês, Joseph Louis Gay-
Lussac (1778-1850).

Ela apresenta a transformação isobárica dos gases, ou seja, quando a pressão do


gás é constante, a temperatura e o volume são diretamente proporcionais.

Essa lei é expressa pela seguinte fórmula:

Onde,

V: volume do gás

T: temperatura

k: constante da pressão (isobárica)

Saiba mais sobre a Transformação Isobárica.

Lei de Charles
A Lei de Charles foi proposta pelo físico e químico francês Jacques Alexandre Cesar
Charles (1746-1823).

Ela apresenta a transformação isométrica ou isocórica dos gases perfeitos. Ou seja,


o volume do gás é constante, enquanto a pressão e a temperatura são grandezas
diretamente proporcionais.

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A fórmula que expressa a lei de Charles é:

Onde,

P: pressão

T: temperatura

K: constante de volume (depende da natureza, do volume e da massa do gás)

Leia também sobre as Transformações Gasosas.

Equação de Clapeyron
A Equação de Clapeyron foi formulada pelo físico-químico francês Benoit Paul Émile
Clapeyron (1799-1864). Essa equação consiste na união das três leis dos gases, na
qual relaciona as propriedades dos gases entre: volume, pressão e temperatura
absoluta.

Onde,

P: pressão

V: volume

n: número de mols

R: constante universal dos gases perfeitos: 8,31 J/mol.K

T: Temperatura

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Equação Geral dos Gases Perfeitos
A Equação Geral dos Gases Perfeitos é utilizada para os gases que possuem
massa constante (número de mols) e variação de alguma das grandezas: pressão,
volume e a temperatura.

Ela é estabelecida pela seguinte expressão:

Onde,

P: pressão

V: volume

T: temperatura

K: constante molar

P1: pressão inicial

V1: volume inicial

T1: temperatura inicial

P2: pressão final

V2: volume final

T2: temperatura final

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A estequiometria

A estequiometria é a forma de calcular as quantidades de reagentes e produtos


envolvidos em uma reação química.

As questões sobre estequiometria estão presentes na maioria dos vestibulares e no


Enem. Teste os seus conhecimentos resolvendo as questões propostas a seguir:

As soluções químicas são misturas homogêneas formadas por duas ou mais


substâncias.

Os componentes de uma solução são denominados de soluto e solvente:

● Soluto: representa a substância dissolvida.


● Solvente: é a substância que dissolve.

Geralmente, o soluto de uma solução está presente em menor quantidade que o


solvente.

Um exemplo de solução é a mistura de água e açúcar, tendo a água como solvente


e o açúcar como soluto.

A água é considerada o solvente universal, devido ao fato de dissolver uma grande


quantidade de substâncias.

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As soluções químicas estão presentes em nosso cotidiano

Classificação das soluções


Como vimos, a solução consiste de duas partes: o soluto e o solvente.

Formação de uma solução

Porém, esses dois componentes podem apresentar diferentes quantidades e


características. Como resultado, existem diversos tipos de soluções e cada uma
delas baseia-se em uma determinada condição.

Quantidade de soluto
De acordo com a quantidade de soluto que possuem, as soluções químicas podem
ser:

● Soluções saturadas: solução com a quantidade máxima de soluto


totalmente dissolvido pelo solvente. Se mais soluto for acrescentado, o
excesso acumula-se formando um corpo de fundo.

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● Soluções insaturadas: também chamada de não saturada, esse tipo de
solução contém menor quantidade de soluto.
● Soluções supersaturadas: são soluções instáveis, nas quais a quantidade
de soluto excede a capacidade de solubilidade do solvente.

Exemplo de soluções saturada e insaturada

Estado físico
As soluções também podem ser classificadas de acordo com o seu estado físico:

● Soluções sólidas: formadas por solutos e solventes em estado sólido. Por


exemplo, a união de cobre e níquel, que forma uma liga metálica.
● Soluções líquidas: formadas por solventes em estado líquido e solutos que
podem estar em estado sólido, líquido ou gasoso. Por exemplo, o sal é
dissolvido em água.
● Soluções gasosas: formadas por solutos e solventes em estado gasoso. Por
exemplo, o ar atmosférico.

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Natureza do soluto
Além disso, segundo a natureza do soluto, as soluções químicas são classificadas
em:

● Soluções moleculares: quando as partículas dispersas na solução são


moléculas, por exemplo, o açúcar (molécula C12H22O11).
● Soluções iônicas: quando as partículas dispersas na solução são íons, por
exemplo, o sal comum cloreto de sódio (NaCl), formado pelos íons Na+ e
Cl-.

Para entender a diferença entre íons e moléculas, sugerimos esses textos:

● O que é molécula?
● Íon, cátion e ânion

Coeficiente de solubilidade
Solubilidade é a propriedade física das substâncias de se dissolverem, ou não, em
um determinado solvente.

O coeficiente de solubilidade representa a capacidade máxima do soluto de se


dissolver em uma determinada quantidade de solvente. Isso conforme as condições
de temperatura e pressão.

Conforme a solubilidade, as soluções podem ser:

● Soluções diluídas: a quantidade de soluto é menor em relação ao solvente.


● Soluções concentradas: a quantidade de soluto é maior que a de solvente.

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Quando temos uma solução concentrada, podemos notar que o soluto não se
dissolve completamente no solvente, o que leva a presença de um corpo de fundo.

Para calcular o coeficiente de solubilidade é utilizada a seguinte fórmula:

Onde:

Cs: coeficiente de solubilidade

m1: massa do soluto

m2: massa do solvente

Concentração das soluções


O conceito de concentração (C) está intimamente relacionado com a quantidade de
soluto e de solvente presente em uma solução química.

Sendo assim, a concentração da solução indica a quantidade, em gramas, de soluto


existente em um litro de solução.

Para se calcular a concentração utiliza-se a seguinte fórmula:

Onde:

C: concentração

m: massa do soluto

V: volume da solução

No Sistema Internacional (SI), a concentração é dada em gramas por litro (g/L), a


massa em gramas (g) e o volume em litros (L).

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Fique atento!

Não devemos confundir o conceito de concentração (C) com o de densidade (d) da


solução:

Concentração comum Densidade

Para testar seus conhecimentos sobre concentração e densidade, confira os textos


abaixo:

● Concentração comum: exercícios com gabarito comentado

Diluição das soluções


A diluição de soluções corresponde à adição mais solvente em uma solução.

Como resultado, passamos de uma solução mais concentrada para uma solução
mais diluída.

Diferença entre solução concentrada e solução diluída

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É importante ressaltar que a mudança ocorre no volume da solução e não na massa
do soluto.

Podemos concluir então que quando há o aumento do volume, a concentração


diminui. Em outras palavras, o volume e a concentração de uma solução são
inversamente proporcionais.

A concentração comum, também chamada de concentração em g/L, consiste na


relação entre a massa de soluto existente em um volume de solução.

Matematicamente, a concentração comum é expressa através da fórmula:

C = m/V

Onde,

C: concentração comum;

m: massa do soluto;

V: volume da solução.

A unidade mais utilizada para concentração comum é g/L, pois a massa de soluto é
calculada em gramas (g) e o volume de solução em litros (L).

Por exemplo, a água do mar apresenta grande quantidade de sais dissolvidos e o


cloreto de sódio (NaCl), conhecido popularmente como sal de cozinha, é um deles.

A concentração do cloreto de sódio na água do mar é, em média, de 2,5 g/L. Sendo


assim, existem 2,5 gramas de sal, que é o soluto, em cada 1 litro de água do mar,
que é a solução.

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Como calcular a concentração comum?
Uma solução é uma mistura homogênea formada por uma substância em menor
quantidade, chamada de soluto, dissolvida em um solvente, que está em maior
quantidade.

Por isso, a concentração comum refere-se à quantidade de soluto em determinado


volume de solução. Quanto mais soluto dissolvido na solução, mais concentrada ela
é. Caso contrário, ou seja, pouco soluto indica que a solução é diluída.

Exemplo 1: Qual a concentração em g/L de uma solução de iodeto de prata (AgI)


contendo 2,6 g em 1L de solução?

Quando nos é dada a quantidade de soluto e o volume da solução, basta aplicarmos


os valores na fórmula de concentração comum para encontrar o seu valor.

Portanto, em uma solução 2,6 g/L de iodeto de prata existem 2,6 g de soluto em
cada 1 litro de solução.

Exemplo 2: Ao evaporar o solvente de 500 mL de solução salina com concentração


de 6 g/L, qual a massa de soluto obtida?

Note que em alguns cálculos, podemos encontrar a concentração comum descrita


para que possamos calcular a massa de soluto.

É necessário também ficar atento às unidades. Como a concentração comum é


dada em g/L, neste caso, precisamos converter a unidade de volume antes de
aplicar a fórmula.

Como 1 L contém 1000 mL, então 500 mL corresponde a 0,5 L.

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Sendo assim, ao evaporar o solvente da solução com concentração 6 g/L, foi obtido
3 g de soluto.

A densidade da água é de 1 g/cm3 (lê-se: um grama por centímetro cúbico). Esse


valor corresponde à água em 25 ºC, pois em temperaturas mais baixas a densidade
da água diminui.

Outros fatores que interferem na densidade da água são: temperatura, pressão e


salinidade.

Assim, a densidade é definida como uma propriedade física que caracteriza a


concentração de massa num determinado volume.

Como calcular a densidade?


A densidade da água ou de qualquer outro material é calculada a partir da seguinte
fórmula:

Onde,

d: densidade

m: massa

v: volume

Qual a densidade do gelo?

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Estrutura química da água e do gelo

A densidade do gelo é de 0,92 g/cm3.

O gelo é menos denso do que a água líquida, pois as moléculas da água em estado
gasoso estão mais afastadas do que quando se encontram em estado líquido. Ou
seja, nesse caso, além da temperatura, a pressão interfere na densidade da água.

É por isso que o gelo flutua em um copo com água. O mesmo acontece com os
icebergs.

Mas, por que o gelo afunda num copo com uma bebida alcoólica, por exemplo?
Porque os líquidos têm densidades diferentes. A densidade do álcool é 0,79 g/cm3,
ou seja, menor do que a do gelo que, por sua vez, é menor do que a da água em
estado líquido.

E qual a densidade da água salgada?

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Composição da água salgada

A densidade da água salgada pode variar entre 1,017 e 1,030 g/cm3, o que decorre
da presença dos sais minerais (salinidade). Assim, é mais fácil boiar na água do mar
do que num lago.

Acontece assim no Mar Morto, onde a quantidade de sal existente é cerca de 10


vezes superior à dos oceanos.

Faça a experiência!
Para comprovar a diferença da densidade entre a água com sal e a água sem sal,
faça a experiência!

Coloque um ovo dentro de um recipiente com água. Você já sabe, o ovo afundará,
tal como acontece quando você quer fazer um ovo cozido e o coloca na panela.

Feito esse teste inicial, agora acrescente sal aos poucos e misture bem. O ovo
começará a subir.

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Experiência da densidade da água

A concentração molar (em mol/L) é usada para determinar a quantidade de um


determinado soluto em solução, assim como a concentração em g/L. Contudo,
a relação de mol/L é a mais utilizada, visto que é a unidade de concentração
do Sistema Internacional de Unidades (SI). Aprenda o conceito e como
calcular a concentração molar.

O que é concentração molar

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Popularmente chamada de molaridade, a concentração molar (M) é a razão
entre a quantidade de matéria de um soluto (em mol) e o volume de solução
(em litros). Sendo assim, é expressa em mol/L. É utilizado “mol” como
quantidade, ao invés de massa em gramas, por exemplo, para universalizar e
padronizar as unidades de medida e facilitar na hora de fazer cálculos.

Relacionadas

Massa molar

Massa molar representa a quantia de um mol de entidades elementares de


matéria.

Mol

O conceito de mol é muito empregado na química. Utilizado na universalização


da maneira de se referir aos átomos, substâncias, íons, moléculas e
partículas.

Número de mol

Os mols são os números relacionados à quantidade de matéria de um sistema,


dados pela Constante de Avogadro.

Ao considerar uma solução aquosa de 0,1 mol/L de hidróxido de sódio


(NaOH), por exemplo, significa dizer que para cada litro de solução, existe 0,1
mol de NaOH dissolvido. Por seu conceito, um mol equivale a 6,022 x 1023
entidades elementares, sendo assim, um litro dessa solução possui cerca de
60 sextilhões de moléculas de NaOH dissolvidas em água.

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Fórmula da concentração molar

O cálculo de concentração molar é feito pela equação que relaciona a


quantidade de matéria (número de mol) do soluto e o volume de solução,
representado abaixo como Equação 1. Por outro lado, quando não se conhece
o número de mol da substância, mas sim sua massa e fórmula química, é
possível utilizar a segunda equação para o cálculo

Equações
para o cálculo de concentração molar

● M: concentração molar (em mol/L)


● n: quantidade de matéria (em mol)
● V: volume de solução (em litros)
● m1: massa do soluto (em gramas)
● MM1: massa molar da substância, obtida pela soma do número de
massa de cada elemento que constitui o soluto (em g/mol)

A segunda equação é mais utilizada em questões de vestibulares, visto que no


enunciado os dados fornecidos tem relação com a massa de determinada
substância que foi utilizada para preparar uma solução. Veja, a seguir, como
realizar esse tipo de cálculo.

Como calcular a concentração molar

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Veja dois exemplos de como realizar o cálculo de molaridade de soluções.

Exemplo 1

Para calcular a concentração molar de uma solução, caso o número de mol do


soluto já tiver sido fornecido, basta apenas substituir os valores na equação 1,
apresentada acima, e calcular M. É importante se certificar de que o volume de
solução já está em litros. Se for apresentado um volume em mL, por exemplo,
a conversão é feita dividindo o valor por 1000 para obter a V em litros.

Questão: Qual é a concentração de uma solução de ácido clorídrico (HCl)


sabendo que nela há 0,5 mol de soluto em 250 mL de solução?

Resolução: o valor de n é igual a 0,5 mol. Porém, como o volume não está em
litro, é preciso converter o valor

V = 250 mL = 250 ÷ 1000 = 0,25L

Aplicando os valores na equação:

M= n

M= 0,5

0,25

M = 2,0 mol/L

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Exemplo 2

Já no segundo caso, quando é fornecido apenas a massa de soluto que foi


utilizada e o volume de solução, a segunda equação é utilizada. Dessa vez, é
preciso olhar em uma tabela periódica os números de massa dos elementos
para calcular a massa molar (MM) da substância.

Questão: Qual a concentração molar (M) de uma solução cujo volume é 0,350
L e contém 73,5 g de bicarbonato de sódio (NaHCO3)?

Resolução: O cálculo da MM do soluto (bicarbonato de sódio) é feito da


seguinte forma:

Na = 23 u

H=1u

C = 12 u

O = 16 u

MMNaHCO3 = 23 + 1 + 12 + (3×16) = 84 g/mol

Os valores de massa e volume já estão no formato ideal, então basta aplicar


na equação:

M= m1

MMNaHCO3.V

M= 73,5

34
84 . 0,350

M= 73,5

29,4

M = 2,5 mol/L

Título ou Porcentagem em Massa

O Título ou porcentagem em massa é a relação (razão) entre a massa do


soluto e a massa da solução. Ele não tem unidades e pode ser expresso
também em porcentagem. Nesse caso é só multiplicar o resultado por 100%.
Além disso, existe a porcentagem em volume da solução.

Em muitos medicamentos e em produtos alimentares líquidos e sólidos, como o


vinagre e bolachas, por exemplo, apresenta-se o teor em porcentagem de massa
do soluto (m1) em relação à massa da solução inteira (m = m 1 + m2). A essa
grandeza dá-se o nome de Título (T) ou porcentagem em massa de uma solução.

Sua definição pode ser expressa da seguinte forma:

Dessa forma, seu cálculo é feito através da equação matemática abaixo:

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Visto que tanto no denominador, como no numerador, está se tratando da mesma
unidade (a unidade de massa é o grama – g), o Título não possui nenhuma unidade
e é menor que 1.

Desse modo, se dissermos que o título de determinada solução é 0,4, isso significa
que para cada unidade de massa da solução, 0,4 corresponde à massa do soluto.
Porém, muitas vezes o Título é expresso em porcentagem. Para tal, basta
multiplicar o valor encontrado por 100%. Nesse caso é chamado de Porcentagem
em Massa (T%) *

Observe a figura abaixo, em que é dada a porcentagem em massa do cloreto de


sódio de uma solução de soro fisiológico:

O soro fisiológico, usado no tratamento de desidratação, contém uma porcentagem


em massa de cloreto de sódio de 0,9%

Nesse caso, significa que em cada 100 g ou 100 unidades dessa solução, há 0,9 g
ou 0,9% de soluto, isto é, do cloreto de sódio (NaCl – sal de cozinha).

Outro exemplo é o vinagre: no seu rótulo há indicação de que na sua preparação


foram usados 5% de massa de ácido acético, ou seja, existem 5 g desse ácido para
cada 100 g de solução.

36
O Título pode ser dado também em porcentagem de volume. Nesse caso, a única
diferença é que no lugar de relacionar a massa do soluto com a massa da solução;
relaciona-se o volume do soluto com o volume da solução, segundo a fórmula a
seguir:

Por exemplo, no caso do álcool comum, que apresenta uma porcentagem em


volume de 96%, em 100 mL da solução, 96 mL é álcool.

O título ou porcentagem em volume são modalidades de concentração que

determinam a quantidade de volume de soluto por volume de solução.

37
Na gasolina, o teor de etanol deve ser em torno de 25%

O título ou porcentagem em volume são modalidades de concentração de


soluções, ou seja, formas de especificar a quantidade de soluto e solvente presente
em uma determinada solução. Essas modalidades só são utilizadas quando
estamos trabalhando com soluções nas quais tanto o soluto quanto o solvente
apresentam-se no estado líquido ou no estado gasoso.

Um exemplo de solução que apresenta tanto o soluto quanto o solvente no estado


líquido é a gasolina vendida nos postos de combustível. Nessa solução, a gasolina é
o solvente, e o etanol é o soluto. Outro exemplo é o álcool hidratado que utilizamos
em casa para limpeza, por exemplo. Nessa solução, o etanol é o solvente, e a água
é o soluto.

38
Para determinar o título em volume de uma determinada solução, basta utilizar a
seguinte expressão matemática:

T = V1

● T = Título
● V1 = Volume do soluto
● V = Volume da solução
Sabe-se que o volume da solução é a somatória entre o volume do solvente (V2) e o
volume do soluto (V1):

V = V2 + V1

Vale salientar que, quando trabalhamos o título em volume, não devemos levar
em consideração esse dado porque, ao misturar dois materiais líquidos, não
significa que teremos como volume final a somatória dos dois volumes utilizados,
pois pode ser que ocorra um aumento ou uma contração (diminuição) do volume.

A diminuição ou aumento no volume pode acontecer em razão das forças


intermoleculares, que unem as moléculas de cada um dos líquidos presentes na
solução. Quando misturamos água (moléculas unidas por ligações de hidrogênio)
com acetona (moléculas unidas por forças dipolo permanente), por exemplo, entre
as moléculas dessas substâncias surgem novas ligações de hidrogênio com uma
organização diferente daquela das ligações de hidrogênio que haviam apenas entre
as moléculas de água. É por isso que há variação no comportamento do volume.

Os volumes do soluto e solvente somente devem ser somados se o enunciado de


um exercício pedir para que se desconsidere a variação do volume após a mistura.

Para calcular a porcentagem do volume, basta multiplicar o título encontrado por


100, segundo a seguinte expressão:

P = T. 100

Vamos agora acompanhar alguns exemplos que envolvem os cálculos de título ou


porcentagem em volume.

39
1º) Sabe-se que um litro de vinagre (solução aquosa de ácido acético - C2H4O2)
apresenta 55 mL de ácido acético. Calcule o título em volume e a porcentagem em
volume do ácido acético no vinagre.

Dados do exercício:

Volume da solução = 1L ou 1000 mL

Volume do soluto = 55 mL

T=?

P=?

Para o título, basta utilizar a fórmula:

T = V1

T = 55

1000

T = 0,055

Para a porcentagem utilizamos:

P = T.100

P = 0,055. 100

P = 5,5%

Na solução, há apenas 5,5% de ácido acético.

2º) Uma solução foi preparada pela adição de 4 mL de álcool etílico em 96 mL de


água. Calcule o título em volume e a porcentagem em volume. Despreze qualquer
variação de volume que possa ter ocorrido.

Dados do exercício:

Volume do solvente = 96 mL

Volume do soluto = 4 mL

40
Como o exercício pediu para desprezar qualquer variação de volume, podemos
realizar a soma e chegar ao volume da solução.

V = V2 + V1

V = 96 + 4

V = 100 mL

T=?

P=?

Para o título, basta utilizar a fórmula:

T = V1

T=4

100

T = 0,04

Para a porcentagem utilizamos:

P = T.100

P = 0,04. 100

P=4%

Na solução, há apenas 4% de álcool etílico.

Relações entre tipos de concentração das soluções

41
Existem várias formas de se
calcular e determinar as concentrações das soluções químicas
Existem vários tipos de concentração das soluções químicas, entre eles, temos:

·Concentração Comum

·Concentração em mol/L

·Densidade

·Título ou Porcentagem em massa de uma solução

As fórmulas usadas para calcular cada uma dessas concentrações são:

É importante lembrar que o índice 1 indica que a grandeza se refere ao soluto, índice 2 se
refere ao solvente e quando não há índice, trata-se da solução. Por exemplo:

m1 = massa do soluto;

m2 = massa do solvente;

m = massa da solução (m1 + m2).

Podemos relacionar esses tipos de concentração das soluções e, dessa forma, chegar a
novas fórmulas que podem ser usadas quando conveniente. Veja algumas dessas relações:

● Relação da concentração comum com o título:

42
C = m1 → m1 = C . V

T = m1 → m1 = T . m

C.V=T.m

C = T . m (I)

Da fórmula da densidade, temos:

d=m

Então, podemos fazer a seguinte substituição em (I):

C=T.d

É importante lembrar que a concentração comum (C) e a densidade devem estar nas
mesmas unidades. Não pode acontecer, por exemplo, de a densidade estar em g/L e a
concentração em g/cm3.

Agora temos uma nova fórmula que relaciona concentração comum, título e densidade.
Veja um exemplo de exercício em que podemos usar essa relação:

Exemplo:

“Numa estação de tratamento de água, adicionou-se cloro até 0,4% de massa. A densidade
da solução final era de 1,0 g/mL. Qual será a concentração de cloro nessa solução em g/L?”

Resolução:

Dados:

d = 1,0 g/mL

T = 0,4 %= 0,004

C = ? g/L

A primeira coisa que temos que fazer é igualar as unidades, passando a densidade de g/mL
para g/L:

1000 mL = 1 L

1,0 g ---------- 1 mL

x -------------- 1000 mL

43
x = 1000 g → d = 1000 g/L

Agora usamos a fórmula que encontramos para descobrir a concentração comum:

C=T.d

C = 0,004 . 1000 g/L

C = 4 g/L

● Relação entre concentração comum e concentração em mol/L:

C = m1 → m1 = C . V

M = n1 → M = ___m1___ → m1 = MM1 . V . M

V MM1 . V

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C . V = MM1 . V . M

C = MM1 . V . M

C = MM1 . M

Em que:

C = Concentração comum;

MM1= massa molar do soluto;

M = concentração em mol/L (molaridade).

Exemplo:

“Determine a concentração em mol/L e em g/L de 30g de ácido acético presente em cada 5L


de vinagre (H3CCOOH). (Massa molar do H3CCOOH = 60 g/mol).”

Resolução:

Dados:

m1 = 30g

V=5L

MM1 = 60 g/mol

C = ? g/L

44
M = ? mol/L

Podemos encontrar o valor da concentração comum pela sua fórmula básica:

C = m1

C = 30g

5L

C = 6 g/L

Agora podemos usar a relação abaixo para encontrar o valor da concentração em mol/L:

C = MM1 . M

M = __C__

MM1

M = __6 g/L __

60 g/mol

M = 0,1 mol/L

Podemos estabelecer o seguinte também:

C = MM1 . M

C=T.d

MM1 . M = T . d

Vamos usar essa relação para resolver mais um exercício:

Exemplo:

“O ácido sulfúrico (H2SO4) é um reagente muito importante para trabalhos desenvolvidos


em laboratório. Observe o frasco abaixo e indique qual é a concentração em mol/L desse
ácido sulfúrico. (Massa molar do H2SO4= 98 g/mol).”

45
Resolução:

Dados:

d = 1,84 g/cm3

T = 95% = 0,95

MM1 = 98 g/mol

M = ? mol/L

Primeiro temos que passar a densidade para g/L. Se 1 cm3 = 1 mL e 1000 mL = 1 L, então:
1000 cm3 = 1 L:

1,84 g---------- 1 cm3

x -------------- 1000 cm3

x = 1840 g → d = 1840 g/L

Agora usamos a relação encontrada para descobrir o valor da concentração em mol/L:

MM1 . M = T . d

M=T.d

MM1

M = 0,95 . 1840 g/L

98 g/mol

M = 1748 g/L

98 g/mol

M = 17,8 mol/L

Diluição de soluções
A diluição consiste em adicionar solvente a uma solução, sem modificar a
quantidade de soluto.

Em uma diluição, a quantidade de solvente e o volume da solução aumentam,


enquanto a quantidade de soluto permanece igual. Como resultado, a concentração
da solução diminui.

46
Lembre-se que a solução é uma mistura homogênea formada por solvente e soluto.

A diluição é um processo comum no dia a dia. Por exemplo, ao adicionarmos água a


algum produto de limpeza, como desinfetantes, para torná-lo menos concentrado.

Outro exemplo é a preparação de sucos a partir de concentrados industrializados. É


indicado no rótulo do produto a quantidade de água que deve ser adicionada,
tornando o suco menos concentrado.

Para entender o processo de diluição devemos conhecer a solução em seu


momento inicial e após a adição de solvente:

● Concentração inicial: Ci = m1 / Vi
● Concentração final: Cf = m1 / Vf

Onde:

Ci / Cf = concentração inicial / concentração final

m1 = massa de soluto

Vi / Vf = volume inicial / volume final

Considerando que a massa de soluto não é alterada durante a diluição, temos a


seguinte equação: Ci . Vi = Cf . Vf

47
Exercícios Resolvidos
1. Ao diluir 100 mL de uma solução de concentração igual a 15g/L ao volume final
de 150 mL, a nova concentração será?

Resolução:

Ci . Vi = Cf . Vf

15 . 100 = Cf . 150

Cf = 1500/150

Cf = 10g/L

2. Foram adicionados 200 mL de uma solução aquosa de glicose de concentração


60 g/L a 300 mL de uma solução de glicose de concentração 120 g/L. A
concentração da solução final será:

C1 . V1 + C2 . V2 = Cf . Vf

60 . 200 + 120 . 300 = Cf . 500

Cf = 96 g/L

Termoquímica: o que é, reações químicas e entalpia

Termoquímica é a parte da química que estuda a quantidade de calor (energia)


envolvida nas reações químicas.

48
Quando uma reação libera calor, ela é classificada como exotérmica. A absorção de
calor em uma reação, faz com que ela seja endotérmica.

A termoquímica estuda também a transferência de energia em alguns fenômenos


físicos, tais como as mudanças de estados da matéria.

Termoquímica e calor
Nas reações químicas pode haver absorção ou liberação de energia. Essa
transferência de calor é feita a partir do corpo que tem a temperatura mais alta para
aquele que possui a temperatura mais baixa.

Transferência de calor do corpo quente (A) para o corpo frio (B)


Vale lembrar que o calor, também chamado de energia calorífica, é um conceito que
determina a troca de energia térmica entre dois corpos. O equilíbrio térmico é
estabelecido quando os dois materiais atingem a mesma temperatura.

Reações Endotérmicas e Exotérmicas


Chama-se reação endotérmica a reação em que há absorção de calor. Dessa
forma, um corpo absorve calor do meio em que ele está inserido. É por isso que a
reação endotérmica provoca uma sensação de resfriamento.

Exemplo: Ao passar álcool no braço, o braço absorve o calor dessa substância.


Mas, ao soprar para o braço depois de ter passado álcool, sentimos um friozinho,
sensação que é resultado da reação endotérmica.

49
Já a reação exotérmica é o inverso. Trata-se da liberação de calor e, assim, a
sensação é de aquecimento.

Exemplo: Num acampamento, as pessoas se colocam junto de uma fogueira para


que o calor liberado pelas chamas aqueça quem está à volta.

Fluxo de calor nas reações endotérmicas e exotérmicas


As trocas térmicas também acontecem nas mudanças de estado físico. Ocorre que,
na mudança do estado sólido para o líquido e do líquido para o gasoso, o processo
é endotérmico. De maneira oposta, é exotérmica a mudança do estado gasoso para
o líquido e do líquido para o sólido.

Entalpia
Entalpia (H) é a energia trocada nas reações de absorção e de liberação de energia,
respectivamente, endotérmica e exotérmica.

Não existe um aparelho que seja capaz de medir a entalpia. Por esse motivo, mede-
se a sua variação (ΔH), o que é feito considerando a entalpia do reagente (energia
inicial) e a entalpia do produto (energia final).

Os tipos de entalpia mais recorrentes são:

Entalpia de Energia absorvida ou liberada necessária para formar 1 mol


Formação de uma substância.

50
Entalpia de Energia liberada que resulta na queima de 1 mol de
Combustão substância.

Entalpia de Energia absorvida na quebra de 1 mol de ligação química,


Ligação no estado gasoso.
Enquanto a entalpia mede a energia, a entropia mede o grau de desordem das
reações químicas.

Lei de Hess
Germain Henry Hess estabeleceu que:

A variação de entalpia (ΔH) em uma reação química depende apenas dos estados
inicial e final da reação, independente do número de reações.

A variação da energia, de acordo com a Lei de Hess, é estabelecida através da


seguinte fórmula:

ΔH = Hf – Hi

Onde,

● ΔH: variação da entalpia


● Hf: entalpia final ou entalpia do produto
● Hi: entalpia inicial ou entalpia do reagente

A partir disso, concluímos que a variação da entalpia é negativa quando estamos


diante de uma reação exotérmica. Por sua vez, a variação da entalpia é positiva
quando estamos diante de uma reação endotérmica.

Exercícios com gabarito comentado


1. (Udesc/2011) Dadas as seguintes equações:

(A) 2CO(g) + O2(g) → 2CO2(g) ΔH = - 565,6 kj

(B) 2CH4O(g) + 3O2(g) → 2CO2(g) + 4H2O(l) ΔH = - 1462,6 kj

51
(C) 3O2(g) → 2O3(g) ΔH = + 426,9 kj

(D) Fe2O3(g) + 3C(s) → 2Fe(s) + 3CO(g) ΔH = + 490,8 kj


Considere as seguintes proposições em relação às equações:

I. As reações (A) e (B) são endotérmicas.

II. As reações (A) e (B) são exotérmicas.

III. As reações (C) e (D) são exotérmicas.

IV. As reações (C) e (D) são endotérmicas.

V. A reação com maior liberação de energia é a (B).

VI. A reação com maior liberação de energia é a (D).

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas I, III e VI são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas I, IV e VI são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas II, V e VI são verdadeiras.

e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.

Cinética Química

A cinética química estuda a velocidade das reações químicas e os fatores que


alteram esta velocidade.

Reações químicas são o resultado de ações entre substâncias que geralmente


formam outras substâncias.

Velocidade das Reações Químicas

52
O que determina a rapidez com que ocorre uma reação química é o tempo em que
os reagentes são consumidos para formar produtos. Assim, a velocidade de uma
reação pode ser representada tanto pelo consumo de um reagente, quanto pela
geração de um produto.

Antes de acontecer a reação química, temos quantidade máxima de reagentes e


nenhum produto. Quando um dos reagentes é totalmente consumido, formam-se os
produtos e a reação termina.

A Velocidade média de uma reação química é a variação na quantidade de um


reagente ou produto em um determinado intervalo de tempo.

Quando calculamos a velocidade média, queremos saber a velocidade em que um


reagente foi consumido ou a velocidade em que um produto foi formado.

As unidades utilizadas no cálculo para expressar as substâncias produzidas ou


consumidas podem ser, por exemplo, concentração, em mol/L, quantidade de
matéria, em mol, e variação da pressão para gases, em atm. Já a variação do
tempo pode ser dada em segundos (s), minutos (min) ou horas (h).

53
Exemplo: uma reação química genérica pode ser representada pela equação:

Onde,

A e B são os reagentes

C e D são os produtos

a, b, c e d são os coeficientes da equação balanceada

Portanto, a velocidade de consumo dos reagentes e de formação dos produtos


podem ser expressas da seguinte forma:

Consumo Formação

Note que o símbolo [ ] refere-se à concentração, geralmente apresentada em mol/L.

A taxa de desenvolvimento média de uma reação química leva em consideração,


além do consumo ou formação dos produtos, os coeficientes da equação
balanceada.

Observe que os valores negativos indicam o consumo da substância e os valores


positivos indicam que as substâncias estão surgindo.

As reações químicas diferem na velocidade em que acontecem. Elas podem ser


rápidas, moderadas ou lentas:

● Reações rápidas ocorrem instantaneamente, com duração de


microssegundos. Um exemplo é a queima do gás de cozinha.

54
● Reações moderadas levam de minutos a horas para serem finalizadas. Um
exemplo é a queima do papel.
● Reações lentas podem durar séculos, porque os reagentes combinam-se
lentamente. Um exemplo é a formação do petróleo.

Teoria das Colisões


A teoria das colisões é aplicada para reações gasosas. Ela determina que para a
reação química acontecer os reagentes devem estar em contato, através de
colisões.

Entretanto, apenas isso não garante que a reação ocorra. Também é preciso que as
colisões sejam efetivas (orientadas). Isso garantirá que as moléculas adquiram
energia suficiente, a energia de ativação.

Energia de ativação
A energia de ativação (Ea) é a energia mínima necessária para a formação do
complexo ativado e efetiva realização da reação.

O complexo ativado é um estado transitório da reação, entre os reagentes,


enquanto os produtos finais ainda não foram formados.

As reações mais rápidas são aquelas que apresentam a menor energia de ativação.
Um exemplo de energia de ativação no nosso dia a dia é a energia obtida pelo atrito
para acender um fósforo.

Fatores que Influenciam na Velocidade das Reações

55
Os principais fatores que afetam a velocidade das reações são:

Concentração de Reagentes
Quando a concentração dos reagentes aumenta, a frequência de choques entre as
moléculas também aumenta, acelerando a reação. Quanto maior a concentração
dos reagentes, maior a velocidade da reação.

Superfície de Contato
Essa condição afeta apenas reações entre os sólidos. A superfície de contato é a
área de um reagente que fica exposta aos demais reagentes. Como as reações
precisam de contato entre os reagentes, concluímos que: Quanto maior a superfície
de contato, maior a velocidade da reação.

Pressão
Essa condição afeta apenas reações com gases. Com o aumento da pressão, o
espaço entre as moléculas diminui, fazendo com que tenham mais colisões,
aumentando a velocidade da reação. Quanto maior a pressão, maior a velocidade
da reação.

Temperatura
Temperatura é uma medida de energia cinética, que corresponde ao grau de
agitação das partículas. Quando a temperatura é alta, as moléculas estão mais
agitadas, aumentando a velocidade da reação. Quanto maior a temperatura, maior a
velocidade da reação.

Catalisadores
O catalisador é uma substância capaz de acelerar uma reação química, sem ser
consumida ao final da reação. As enzimas são catalisadores biológicos. A presença
de um catalisador aumenta a velocidade da reação.

Equilíbrio Químico
O equilíbrio químico é um fenômeno que acontece nas reações químicas reversíveis
entre reagentes e produtos.

56
Quando uma reação é direta, está transformando reagentes em produtos. Já
quando ela ocorre de maneira inversa, os produtos estão se transformando em
reagentes.

Para ocorrer um equilíbrio químico é necessário que:

● a temperatura seja constante


● o sistema não tenha trocas com o ambiente

Quando um ponto de equilíbrio é atingido nas reações reversíveis tem-se:

● a velocidade das reações direta e inversa iguais.


● a concentração constante das substâncias presentes na reação.

O equilíbrio químico é medido por duas grandezas: a constante de equilíbrio e o


grau de equilíbrio.

Ele pode ser alterado quando ocorrem mudanças de: concentração, temperatura,
pressão e uso de catalisadores.

Reações Químicas Reversíveis


Exemplo de equação química:

No primeiro membro (antes da seta) aparecem os reagentes, ou seja, as


substâncias que entram na reação.

No segundo membro (depois da seta) estão os produtos, isto é, as substâncias que


foram formadas pela reação.

Em uma reação reversível ela pode ocorrer nos dois sentidos (representado por ):

57
Assim, nas reações diretas os reagentes formam produtos (reagentes → produtos). Já nas
reações inversas, os produtos formam reagentes (produtos → reagentes).

Gráficos de Equilíbrio Químico


Podemos expressar o equilíbrio químico graficamente utilizando as variáveis
velocidade e concentração (eixo y) em função do tempo (eixo x).

O equilíbrio é observado graficamente quando as linhas do gráfico se tornam


horizontais, tanto para velocidade quanto para a concentração.

Velocidade x tempo
Observamos que v1 vai diminuindo à medida que os reagentes se transformam em
produtos. Já o v2 aumenta quando os produtos estão sendo formados.

Ao atingir o equilíbrio químico, a velocidade das reações direta e inversa se tornam


iguais.

Concentração x tempo
Observamos que a concentração dos reagentes é máxima e diminui porque eles
estão sendo transformados em produtos. Já a concentração dos produtos parte do
zero (porque no início da reação só haviam reagentes) e vai crescendo à medida
que estão sendo criados.

58
Quando o equilíbrio químico é atingido, a concentração das substâncias presentes
na reação é constante, mas não necessariamente iguais.

Tipos de Equilíbrio Químico


Sistemas homogêneos
São aqueles que os componentes do sistema, reagentes e produtos, encontram-se
na mesma fase.

Sistemas gasosos

Soluções

Sistemas heterogêneos
Os componentes da reação, reagentes e produtos, estão em mais de uma fase.

Constante de Equilíbrio (K)

59
A constante de equilíbrio (Kc) é uma grandeza que caracteriza o equilíbrio químico
levando em consideração os aspectos cinéticos das reações químicas e as soluções
em equilíbrio dinâmico.

No equilíbrio químico, as taxas de reação de um sentido de reação e seu inverso


devem ser iguais.

Sendo assim, foi estabelecido que a constante de equilíbrio é obtida por:

O valor de K varia conforme a temperatura.

Constante de equilíbrio em função da concentração (Kc)


Dada a equação química:

Expressamos a constante de equilíbrio da seguinte forma:

Sendo que:

● [ ] é a concentração em mol/L
● a, b, c e d são os coeficientes estequiométricos

Exemplo:

Equação química Constante de equilíbrio Kc

Atribuindo, por exemplo, valores para as concentrações temos:

Concentrações Cálculo da constante de equilíbrio Kc

60
[N2] = 0,20 mol/L

[H2] = 0,20 mol/L

[NH3] = 0,60 mol/L


Outros exemplos:

Equações químicas Constante de equilíbrio (Kc)

componentes: sólido e gás

componentes: líquido e gás

componentes: solução aquosa e gás


Observe que quando na reação tivermos algum componente no estado sólido ou um
líquido puro, como a água, as concentrações dessas substâncias não participam do
cálculo da constante e são substituídas pelo número 1.

Constante de equilíbrio em função das pressões parciais (Kp)


É utilizada quando pelo menos um dos participantes da reação está no estado
gasoso e as quantidades são expressas em termos de pressões parciais.

Exemplo: equilíbrio homogêneo (todos os componentes são gases)

Equação química Constante de equilíbrio Kp

Outros exemplos: equilíbrio heterogêneo (componentes em mais de uma fase)

61
Equações químicas Constante de equilíbrio Kp

componentes: sólido e gás

componentes: sólido, solução aquosa e gás


Observe que para o cálculo de Kp apenas os gases participam.

Relação entre Kc e Kp

Sendo que:

● Kp é a constante de equilíbrio em função das pressões parciais


● Kc é a constante de equilíbrio em função das concentrações

● R é a constante dos gases e utilizamos quando a pressão


parcial é expressa em atm
● T é a temperatura em Kelvin ( )
● Δn é a variação do número de mols (mols dos produtos - mols dos
reagentes) e apenas leva em consideração os coeficientes das substâncias
no estado gasoso.

Exemplo:

Equação química Constante de equilíbrio Kp

sendo, por exemplo, T = 300 K e Kc =


225

Grau de Equilíbrio
O grau de equilíbrio corresponde ao rendimento de uma reação química por meio da
relação entre o reagente e a quantidade de mols desse reagente.

62
Dessa forma, o grau de equilíbrio indica a porcentagem em mols de uma substância
até atingir o equilíbrio químico.

Note que quanto maior for o grau de equilíbrio, maior a chance da reação atingir o
equilíbrio.

Exemplo:

Dada a equação química:

Supondo que a reação inicia com 100 mols de A. Se, ao chegarmos ao equilíbrio,
ainda houver 20 mols de A sem reagir, qual o grau de equilíbrio ele relação ao
reagente A?

Resolução: Como no equilíbrio ainda há 20 mols de A, significa que a quantidade


que reagiu foi de 80 mols. Aplicando na fórmula de grau de equilíbrio, temos:

Para o grau de equilíbrio, temos que:


Quanto maior o valor de α, maior é o caminho percorrido pela reação até chegar o
equilíbrio.

Leis do Equilíbrio Químico


Lei de ação das massas

63
A previsão de como o equilíbrio químico é estabelecido foi determinada em 1864
pelos cientistas noruegueses Cato Maximilian Guldberg e Peter Waage. Após
observar os aspectos cinéticos das reações reversíveis, eles concluíram que:

“A velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das


concentrações molares dos reagentes, quando estes estão elevados a expoentes,
que são os seus respectivos coeficientes estequiométricos.”

A constante de equilíbrio (Kc) foi criada em termos de concentrações molares dos


participantes da reação e essa expressão recebe o nome de lei da ação das massas
ou lei Guldberg-Waage.

Princípio de Le Chatelier
O químico francês Henry Louis Le Chatelier, em 1884, observando as alterações
das propriedades físicas e químicas de um equilíbrio químico fez a seguinte
generalização:

“Quando um fator externo age sobre um sistema em equilíbrio, este se desloca,


sempre no sentido de minimizar a ação do fator aplicado.”

Segundo Le Chatelier, quando mudamos alguma propriedade de um sistema em


equilíbrio, a alteração faz com que o sistema busque uma forma de minimizar essa
modificação e um novo equilíbrio é formado quando a velocidade das reações direta
e inversa se igualam e as concentrações das substâncias das reações tornam-se
novamente constantes.

Pelo seu empenho em desenvolver estudos nessa área, Le Chatelier sempre é


lembrado quando se fala em equilíbrio químico.

Deslocamento do Equilíbrio Químico

64
O deslocamento de equilíbrio corresponde a uma alteração da velocidade de uma
reação direta ou inversa. Como enuncia o princípio de Le Chatelier, sempre que
uma alteração ocorrer no equilíbrio ele se desloca a fim de minimizar essa
perturbação.

O resultado desses deslocamentos gera um novo estado de equilíbrio no sistema


químico. Além da concentração, a pressão e a temperatura influenciam nesse
processo. Já o uso de catalisadores faz com que o equilíbrio seja atingido de
maneira mais rápida.

Influência da concentração
Quando aumentamos a quantidade de uma substância (reagente ou produto) em
uma reação, o equilíbrio se desloca para ser restabelecido, transformando essa
substância.

Da mesma forma, se retirarmos uma substância da reação, diminuindo sua


quantidade, o equilíbrio é restabelecido produzindo mais dessa substância.

Influência da temperatura

65
Quando se diminui a temperatura de um sistema, desloca-se o equilíbrio liberando
mais energia, ou seja, a reação exotérmica é favorecida.

Da mesma forma, ao aumentar a temperatura, o equilíbrio é restabelecido


absorvendo energia, favorecendo a reação endotérmica.

Influência da pressão
O aumento da pressão total faz com que o equilíbrio se desloque para o sentido de
menor volume.

Mas, se diminuirmos a pressão total, o equilíbrio tende a se deslocar para o sentido


do maior volume.

Exemplo:

Dada a equação química:

● Concentração: aumentando a quantidade de N2 na reação, o equilíbrio se


desloca para direita, formando mais produto.

66
● Temperatura: aumentando a temperatura, o equilíbrio se desloca para
esquerda, favorecendo a reação endotérmica (absorvendo energia) e
formando mais reagentes.
● Pressão: aumentando a pressão, o equilíbrio se desloca para direita, que
tem menor volume (número de mols).

Influência do catalisador
Quando adicionamos um catalisador ao sistema, essa substância aumentará a
velocidade das reações direta e inversa, diminuindo então o tempo necessário para
que o equilíbrio químico seja atingido, mas não altera a concentração das
substâncias.

Cálculos de Equilíbrio Químico


Aproveite as questões abaixo para ver como os cálculos que envolvem equilíbrio
químico são abordados nos vestibulares e o passo a passo para resolver as
questões.

O que é pH?
O pH corresponde ao potencial hidrogeniônico de uma solução. Ele é determinado
pela concentração de íons de hidrogênio (H+) e serve para medir o grau de acidez,
neutralidade ou alcalinidade de determinada solução.

Além do pH existe também outra grandeza que determina a acidez e a basicidade


de um sistema aquoso: o pOH (potencial hidroxiliônico). Essa escala possui a
mesma função que o pH, embora seja menos utilizada.

Escala de pH

67
Representação da escala de pH
O pH é representado numa escala que varia de 0 a 14. Ela mede a acidez e
basicidade de uma solução.

Sendo assim, o pH 7 representa uma solução neutra (por exemplo, a água pura). Já
os que estão antes dele são consideradas soluções ácidas (pH ácido), e os que
estão após o 7 são as soluções básicas (pH alcalino).

Feita essa observação, o caráter ácido é crescente da direita para a esquerda. Já o


caráter básico, da esquerda para a direita. Note que quanto menor o valor do pH
mais ácida será a solução.

Representação das escalas de pH e pOH


Saiba mais em:

68
Exemplos
Soluções Ácidas

Solução pH

Suco gástrico 2,0

Suco de limão 2,2

Vinagre 3,0

Café 5,0

Leite de vaca 6,4

Veja também: Ácidos

Soluções Básicas

Solução pH

Sangue humano 7,35

Água do mar 7,4

Bicarbonato de sódio 8,4

Leite de magnésia 10,5

Alvejante 12,5
Como calcular o pH?
Em 1909, o químico dinamarquês Soren Sörensen (1868-1939) propôs que a acidez
das soluções, medida em termos das concentrações de íons H +, tivesse seus
valores transformados utilizando logaritmos para facilitar a compreensão.

Na temperatura de 25 ºC o produto iônico da água é igual a 10–14 mol2/L2.

Aplicando o cologaritmo na expressão, temos que:

69
Através dessa expressão, podemos obter o valor correspondente de uma escala em
outra através da subtração.

Como medir o pH?


O controle do pH é importante não só para fins científicos, mas também no
cotidiano.

O pH da piscina precisa ser verificado, assim como o pH do aquário e até mesmo o


pH do solo para possibilitar certos tipos de plantações.

Veja a seguir as principais formas de medir o pH.

Indicador ácido-base
Os chamados indicadores ácidos-bases são utilizados para medir o pH de uma
solução. Eles são substâncias que mudam de cor indicando o caráter da solução.
Os indicadores mais utilizados são: o tornassol e a fenolftaleína.

Indicador de pH

Peagâmetro

70
Além dos indicadores, o pH de uma solução pode ser medida através de um
instrumento chamado de peagâmetro. Esse aparelho eletrônico mede a
condutividade elétrica da solução e converte para a escala dos valores de pH.

pHmetro digital

Reações de oxirredução: o que são, exemplos e exercícios


As reações de oxirredução envolvem a transferência de elétrons entre as espécies
químicas, o que é evidenciado pela mudança no número de oxidação (nox) dos
participantes da reação.

Podemos observar exemplos desse tipo de reação no dia a dia, com a combustão, a
fotossíntese e a formação da ferrugem.

A oxirredução consiste na ocorrência simultânea dos processos de oxidação e


redução:

Oxidação: resulta na perda de elétrons e aumento do nox.

Redução: resulta no ganho de elétrons e diminuição do nox.

Ao mesmo tempo que um elemento cede elétrons, outro irá recebê-los. Assim, o
número total de elétrons recebidos é igual ao total de elétrons perdidos.

71
Conforme o elemento que recebe ou doa os elétrons temos as seguintes
denominações:

Agente redutor: aquele que sofre oxidação, provoca a redução e aumenta o seu
número de nox. É o que perde elétrons.

Agente oxidante: aquele que sofre redução, provoca a oxidação e diminui o seu
número de nox. É o que ganha elétrons.

O número de oxidação (nox) representa a carga elétrica de um elemento no


momento em que participa de uma ligação química.

Essa condição está relacionada com a eletronegatividade, que é a tendência que


alguns elementos apresentam para receber elétrons. Portanto, quanto mais
eletronegativo maior a tendência de ganhar elétrons.

Observe o exemplo de reação de oxirredução a seguir.

No exemplo dado, o zinco (Zn) sofre oxidação e perdeu 2 elétrons. Por isso, seu nox
aumentou e passou de 0 para +2. O cobre (Cu) sofreu uma redução e ganhou 2
elétrons. Portanto, seu nox diminuiu e passou de +2 para 0.

72
O zinco é um agente redutor porque doou elétrons para o cobre e, assim, promoveu
a sua redução. Já o cobre participou da reação como agente oxidante porque ao
receber os elétrons do zinco fez com que o metal se oxidasse.

Note que em uma reação de oxirredução, o nox de substâncias simples é igual a


zero. Já os íons presentes na reação têm o nox igual a sua carga.

Exemplos de oxirredução
1. No primeiro exemplo, a reação entre o ferro e o cloro ocorre mudança do número
de oxidação. O cloro por ser mais eletronegativo ganha elétrons e sofre redução,
enquanto o ferro doa elétrons e oxida.

2. Na reação entre o ferro e o oxigênio, o oxigênio é mais eletronegativo, acaba por


receber elétrons e diminui o seu número de oxidação.

Número de oxidação (Nox): o que é, como calcular e exercícios

73
O número de oxidação (nox) corresponde à carga elétrica dos átomos ou íons, ou
seja, é o número que identifica os elétrons que a espécie química perdeu ou ganhou
ao estabelecer uma ligação química. Os elementos tendem a ganhar, compartilhar
ou perder elétrons com o objetivo de se tornarem estáveis.

Nas reações de oxirredução, o número de oxidação evidencia a transferência de


elétrons:

● Oxidação: perda de elétrons e aumento do número de oxidação.


● Redução: ganho de elétrons e redução do número de oxidação.

O conceito de número de oxidação possui relação com a eletronegatividade, ou


seja, a tendência que o átomo do elemento apresenta para atrair elétrons quando
ligado a outro átomo.

Por exemplo, os metais são pouco eletronegativos, enquanto os ametais são


bastante eletronegativos. Sendo assim, átomos de metais tendem a doar elétrons e
ametais são propensos a recebê-los.

As principais regras para os números de oxidação são:

● O nox das substâncias simples, como Fe, Al, H2 e O2, é igual a 0;


● O nox de íons monoatômicos, como Na+, Zn2+ e Al3+, é igual a carga do
íon;
● A soma algébrica do nox dos elementos de íons poliatômicos, como NO3- e
SO42-, é igual a carga do íon;
● A soma algébrica do nox dos elementos de substâncias iônicas ou
moleculares, como NaCl e H2O, é sempre igual a 0.

Tabela de nox

Elemento Nox fixo Exemplo

74
Metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr) +1

Metais alcalinoterrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra) +2

Halogênios (F, Cl, Br e I) -1

Prata (Ag) +1

Zinco (Zn) +2

Alumínio (Al) +3

Hidrogênio (H) +1

(ligado a ametais)

Oxigênio (O) -2

(em substâncias
compostas)
Essas informações são úteis para determinar o número de oxidação dos átomos de
outros elementos.

Como determinar o nox?


Como o número de oxidação varia conforme cada elemento químico, para descobrir
o nox existe um conjunto de regras que devem ser seguidas:

1. Elementos com nox fixo


Alguns elementos se apresentam nox fixo nos compostos em que fazem parte. É o
caso dos elementos que fazem parte dos grupos de metais alcalinos,
alcalinoterrosos e halogênios, além de outros elementos, como zinco, alumínio e
prata.

2. Nox de substâncias simples


O nox de cada átomo em uma substância simples é sempre igual a zero. Isso ocorre
porque não existe diferença de eletronegatividade entre os elementos.

75
Exemplos: Fe, Zn, Au, H2, O2. Todos esses elementos possuem nox igual a 0.

3. Nox de compostos iônicos e moleculares


A soma dos nox de todos os átomos constituintes de um composto iônico ou
molecular é sempre zero.

Exemplos: NaCl, AgI e CaO

No caso do hidrogênio em seus compostos, o número de oxidação é sempre +1,


exceto quando ocorrem hidretos metálicos, como NaH, onde o nox é -1.

No caso do oxigênio em seus compostos, o número de oxidação é -2. A exceção


ocorre com o fluoreto de oxigênio (OF2), no qual o nox é +2, e nos peróxidos, onde
o nox é -1.

4. Nox de íons monoatômicos


O número de oxidação de um íon monoatômico é sempre igual à sua própria carga.
Exemplos:

5. Nox de íons compostos


Em íons compostos a soma dos números de oxidação dos elementos que compõem
o íon é sempre igual à sua carga. A partir disso, podemos calcular o nox de um dos
componentes.

76
Exemplo: Cr2O72-

Cr2 O7

2.x 7 . (-2)

2x -14
2x + (-14) = -2

2x -14 = -2

2x = 14 - 2

2x = 12

x = 12/2

x=6

Sendo assim, o íon dicromato (Cr2O72-) apresenta nox -2. No composto, o cromo
apresenta nox +6 e o oxigênio -2

Eletroquímica

Eletroquímica é a área da Química que estuda as reações que envolvem a


transferência de elétrons e a interconversão de energia química em energia elétrica.

A eletroquímica é aplicada para fabricação de muitos aparelhos utilizados em nosso


cotidiano, como pilhas, baterias, celulares, lanternas, computadores e calculadoras.

Reações de Oxirredução

77
Na eletroquímica, as reações estudadas são as de oxirredução. Elas são
caracterizadas pela perda e ganho de elétrons. Isso quer dizer que ocorre a
transferência de elétrons de uma espécie para outra.

Como o seu nome indica, as reações de oxirredução ocorrem em duas etapas:

● Oxidação: Perda de elétrons. O elemento que provoca a oxidação é


chamado de agente oxidante.
● Redução: Ganho de elétrons. O elemento que provoca a redução é
chamado de agente redutor.

Entretanto, para saber quem ganha e quem perde elétrons, deve-se conhecer os
números de oxidação dos elementos. Veja esse exemplo de oxirredução:

Zn(s) + 2H+(aq) → Zn2+(aq) + H2(g)

O elemento Zinco (Zn2+) é oxidado ao perder dois elétrons. Ao mesmo tempo,


provocou a redução do íon de hidrogênio. Por isso, é o agente redutor.

O íon (H+) ganha um elétron, sofrendo redução. Com isso, provocou a oxidação do
zinco. É o agente oxidante.

Saiba mais sobre Oxidação.

Pilhas e Eletrólise
O estudo da eletroquímica compreende as pilhas e a eletrólise. A diferença entre os
dois processos é a transformação de energia.

● A pilha converte energia química em energia elétrica, de modo espontâneo.


● A eletrólise converte energia elétrica em energia química, de modo não
espontâneo.

Pilhas

78
A pilha, também chamada de célula eletroquímica, é um sistema onde ocorre a
reação de oxirredução. Ela é composta por dois eletrodos e um eletrólito, que em
conjunto produzem energia elétrica. Se conectarmos duas ou mais pilhas, forma-se
uma bateria.

O eletrodo é a superfície sólida condutora que possibilita a troca de elétrons.

● O eletrodo no qual ocorre a oxidação é chamado de ânodo, representa o


polo negativo da pilha.
● O eletrodo no qual ocorre a redução é catodo, o polo positivo da pilha.

Os elétrons são liberados no ânodo e seguem por um fio condutor até o catodo,
onde ocorre a redução. Assim, o fluxo de elétrons segue de ânodo para o catodo.

O eletrólito ou ponte salina é a solução eletrolítica condutora dos elétrons,


permitindo a sua circulação no sistema.

Em 1836, John Fredric Daniell construiu um sistema que ficou conhecido como Pilha
de Daniell. Ele interligou, com um fio metálico, dois eletrodos.

Um eletrodo consistia em uma placa de zinco metálico, mergulhado em uma


solução aquosa de sulfato de zinco (ZnSO4), representando o ânodo.

O outro eletrodo consistia em uma placa de cobre metálico (Cu), imerso em uma
solução de sulfato de cobre (CuSO4), representava o catodo.

No cátodo ocorre a redução do cobre. Enquanto, no ânodo acontece a oxidação do


zinco. Conforme a seguinte reação química:

Cátodo: Cu2+(aq) + 2e- | → Cu0(s)|

Ânodo: Zn0(s) | → Zn2(aq) + 2e-|

Equação Geral: Zn0(s) + Cu2+(aq) | → Cu0(s) + Zn2+(aq)|

O “|” representa as diferenças de fases entre reagentes e produtos.

79
Eletrólise
A eletrólise é a reação de oxirredução que ocorre de modo não espontâneo,
provocada pela passagem de corrente elétrica vinda de fonte externa.

A eletrólise pode ser ígnea ou aquosa.

A eletrólise ígnea é aquela que se processa a partir de um eletrólito fundido, ou seja,


pelo processo de fusão.

Na eletrólise aquosa, o solvente ionizante utilizado é a água. Em solução aquosa, a


eletrólise pode ser realizada com eletrodos inertes ou eletrodos ativos (ou reativos).

Aplicações
A eletroquímica é bastante presente em nosso cotidiano. Alguns exemplos são:

● Reações no corpo humano;


● Fabricação de diversos aparelhos eletrônicos;
● Carregamento de baterias;
● Galvanoplastia: revestimento de peças de ferro e aço com zinco metálico;
● Diversos tipos de aplicação na indústria química.

A ferrugem dos metais é formada pela oxidação do ferro metálico (Fe) a cátion ferro
(Fe2+), quando na presença de ar e água. Podemos considerar a ferrugem como
um tipo de corrosão eletroquímica. O revestimento com zinco metálico, pelo
processo de galvanoplastia, impede o contato do ferro com o ar.

Radioatividade

A radioatividade é um fenômeno que resulta da emissão de energia por átomos,


provocada em decorrência de uma desintegração, ou instabilidade, do núcleo de
elementos químicos.

80
Uma reação nuclear é diferente de uma reação química. Em transformações
nucleares o núcleo do átomo sofre alterações, já as reações químicas ocorrem na
eletrosfera do átomo.

Desta forma, um átomo pode se transformar em outro átomo e, quando isso


acontece, significa que ele é radioativo.

Em resumo, as partículas radioativas e suas as características são:

Nom Símbol Carga Poder de


Natureza
e o elétrica penetração

Alfa +2 Formada por dois prótons e dois pequeno


nêutrons.

Beta -1 Elétron produzido em médio


transformações nucleares.

Gam 0 Radiação eletromagnética. alto


a

A radioatividade tem muitas aplicações na sociedade. Desde a sua descoberta,


grandes avanços científicos foram alcançados gerando desenvolvimento
tecnológico.

A emissão de radiação tem utilizações em diferentes setores como na medicina,


geologia, indústria e armamento.

Tipos de Radioatividade
A radioatividade das partículas Alfa, Beta e das ondas Gama são as mais comuns.
O tipo de radiação determina o poder de penetração na matéria, que são,
respectivamente, baixa, média e alta.

81
Emissões Alfa
São partículas pesadas de carga positiva, que possuem carga elétrica +2 e massa
igual a 4.

Por possuir 2 prótons e 2 nêutrons, seu núcleo é comparado ao do elemento


químico hélio, e por isso, alguns autores também a chamam de “hélion”.

Possui pequeno poder de penetração, e por isso a sua radioatividade pode ser
impedida por uma folha de papel.

Emissões Beta
São partículas leves, de carga negativa e que não contêm massa. O elétron da
partícula é produzido por reações nucleares a partir de um nêutron e possui alta
velocidade.

Nessa reação, um nêutron instável se desintegra, convertendo-se em um próton,


que permanece no núcleo, há a emissão de um elétron em alta velocidade e do
neutrino, cuja massa e carga são desprezíveis.

Possui poder de penetração superior a radioatividade alfa, podendo penetrar uma


folha de papel, mas não uma placa de metal.

Emissões Gama
São ondas eletromagnéticas de altíssima frequência e que não possuem massa e
carga elétrica.

A sua capacidade de penetração é superior aos raios-X e faz com que a sua
radioatividade passe tanto pelo papel como pelo metal.

A radiação gama é bem mais penetrante que os outros dois tipos devido o seu
comprimento de onda ser bem menor, podendo facilmente atravessar todo o nosso
organismo.

À medida que a radiação é emitida, o átomo se desintegra, o que resulta na sua


transformação, pois é o número atômico que determina o elemento químico.

82
O tempo que essa desintegração do elemento leva para reduzir a sua massa pela
metade é chamado de meia-vida ou período de semi desintegração.

Leis da Radioatividade
Os estudos sobre as emissões radioativas contribuíram para criação de duas leis
sobre as desintegrações que ocorrem em núcleos atômicos.

Em 1911, Frederick Soddy formulou a Primeira Lei da Radioatividade, a respeito das


emissões alfa, que se tornou conhecida como Lei de Soddy:

Um átomo instável emite uma partícula alfa (α), diminui o número atômico (Z) em
duas unidades, ao passo que o número de massa (A) diminui em quatro unidades.
Assim: 24α

Segundo essa lei, um novo elemento químico pode ser formado com número
atômico com duas unidades a menos que o elemento inicial.

Exemplo:

O urânio-238 ao emitir uma partícula alfa gera o elemento tório. Da mesma maneira,
o tório pode emitir uma partícula alfa e levar à formação do elemento rádio.

Emissões Alfa

A partir dos exemplos anteriores, podemos propor de maneira genérica uma


equação para emissões alfa:

Em 1913, Frederick Soddy, Kasimir Fajans e Smith Russell criaram a Segunda Lei
da Radioatividade, também conhecida como Lei de Soddy, Fajans e Russell:

83
Um átomo instável emite uma partícula beta (β), aumenta o número atômico (Z) em
uma unidade, ao passo que o número de massa (A) permanece o mesmo. Assim: -
10β

De acordo com essa lei, o elemento criado é isóbaro do elemento inicial, pois
possuem mesma massa atômica e números atômicos com diferença de uma
unidade.

Exemplo:

Emissões Beta

Quando ocorre uma emissão beta, há a conversão de um nêutron em um próton,


modificando o número atômico e consequentemente um novo elemento é formado.

Elementos Radioativos
A radioatividade pode ser natural, encontrada em elementos que estão dispostos na
natureza ou artificial, pela criação de elementos radioativos em laboratório.

Os elementos radioativos naturais são encontrados na natureza, onde os elementos


radioativos são transformados por meio de desintegrações, até chegarem num
elemento químico estável, por exemplo, o urânio, o actínio e o tório.

Os elementos radioativos artificiais são obtidos artificialmente nas reações de


transmutação, que produzem um novo elemento químico radioativo, por exemplo:
iodo-131 e o fósforo-30.

Decaimento radioativo
À medida que a radiação é emitida, o átomo se desintegra, o que resulta na sua
transformação, pois é o número atômico que determina o elemento químico.

84
No decaimento radioativo há a diminuição da atividade radioativa e o tempo que
essa desintegração do elemento leva para reduzir a sua massa pela metade é
chamado de meia vida ou período de semi desintegração.

Descoberta da radioatividade
A radioatividade foi descoberta em 1896 por Henri Becquerel, ao investigar a
fosforescência natural das substâncias.

O casal Pierre e Marie Curie dedicou-se ao estudo das emissões radioativas e


constatou que essa era uma propriedade de determinados elementos químicos.
Inclusive, durante essas pesquisas descobriram dois novos elementos radioativos:
rádio e polônio.

Em 1898 Ernest Rutherford descobriu as emissões radioativas alfa e beta. Um


terceiro tipo de radioatividade, a emissão gama, foi descoberta em 1900, pelo
químico e físico francês Paul Ulrich Villard.

Aplicações da radioatividade
Radioatividade na medicina
A radioatividade na medicina é utilizada através dos exames de raio-x, cuja radiação
atravessa os tecidos com o objetivo de mostrar internamente o corpo humano.

Outra aplicação é na radioterapia para o tratamento do câncer com emissão de


radiação. Como as células cancerígenas são mais sensíveis à radiação é possível
destruí-las com dosagens controladas sem afetar as células normais.

Os radioisótopos também podem ser utilizados no diagnóstico de doenças,


tratamento de tumores e como marcadores para informar o estado de saúde dos
órgãos.

Datação por Carbono-14


Na natureza existe três isótopos do carbono:

85
Carbono-12 abundância de 98,9%

Carbono-13 abundância de 1,1%

Carbono-14 abundância de 0,000001%

O menos abundante deles, o carbono-14, por ser radioativo, é utilizado para


determinar a idade de objetos antigos.

O teor de carbono-14 é de 10 ppb e na atmosfera ele é incorporado na forma de


CO2.

Sendo assim, seres fotossintetizantes absorvem esse radioisótopo e ele é


transferido para os demais seres vivos pelas cadeias alimentares.

Com a mesma velocidade que o carbono-14 se forma, ele se desintegra por meio de
decaimento beta.

Ao observar múmias e fósseis é possível perceber que o teor de carbono é inferior a


10 ppb, e como seu tempo de meia-vida é de 5730 anos, com esses dados é
possível determinar a idade do ser encontrado.

Usina nuclear
Nesse sistema, as reações nucleares são manipuladas de forma controlada para a
produção de energia na forma de calor.

O calor produzido é utilizado no aquecimento de água, e o vapor gerado movimenta


turbinas geradoras de eletricidade.

86
Devido ao crescimento populacional e a busca para diversificação da matriz
energética, hoje a energia nuclear é responsável por 17% da geração de energia
elétrica no mundo.

O Brasil, apesar de possuir enorme potencial hidrelétrico, também produz energia


elétrica a partir da energia nuclear através das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2.

Lixo Radioativo
A poluição radioativa é um dos problemas do uso da radioatividade.

Os resíduos dos materiais compostos por elementos radioativos representam um


grande risco à população, uma vez que podem provocar doenças, tal como o
câncer.

Diversas áreas (medicina, engenharia, antropologia, entre tantas outras) fazem uso
de materiais que contém radioatividade.

Assim, os cuidados com os resíduos são indispensáveis para que esse tipo de lixo
não contamine o ambiente ou, ainda, resulte em acidentes nucleares.

É o caso do conhecido Acidente de Chernobyl ocorrido em 1986 na Ucrânia. No


nosso país, o Acidente Césio-137 aconteceu no ano seguinte, em 1987, em
Goiânia, e foi provocado por um aparelho de radioterapia abandonado.

87
Química Orgânica

A química orgânica é o ramo da química que estuda os compostos carbônicos ou os


compostos orgânicos, que são aqueles formados por átomos de carbono.

Em suma, a química orgânica consiste no estudo dos compostos de carbono.

Os compostos orgânicos são os que apresentam carbono, hidrogênio, oxigênio,


nitrogênio, fósforo e enxofre. São exemplos: as proteínas, os glicídios, lipídios,
vitaminas e enzimas.

Histórico da Química Orgânica


O início do estudo da Química Orgânica data da metade do século XVIII, quando
acreditava-se que os compostos orgânicos eram somente sintetizados pelos
organismos vivos. Ao mesmo tempo, os compostos inorgânicos eram aqueles
originários de organismos não-vivos, os quais pertenciam ao Reino Mineral.

A Teoria da Força Vital postulava que as substâncias orgânicas não poderiam ser
sintetizadas em laboratório, pois apenas os organismos vivos possuíam a energia
necessária para isso.

Porém, em 1828, o químico alemão Friedrich Wöhler (1800-1882) sintetizou a uréia


em laboratório a partir de um composto inorgânico, o cianato de amônio. Com isso,

88
ele demonstrou que nem sempre os compostos orgânicos são originários de
organismos vivos.

A partir daí, a Química Orgânica passou a se referir apenas ao estudo dos


compostos de carbono.

Características do Carbono
O carbono é o elemento químico principal que forma todos os compostos orgânicos.
Ele é um ametal e conforme a tabela periódica, possui as seguintes características:

● Massa atômica (A) igual a 12;


● Número atômico (Z) igual a 6;
● Configuração eletrônica: K = 2 e L = 4;
● Distribuição eletrônica em estado fundamental: 1s2 2s2 2p2;
● Apresenta quatro elétrons na camada de valência;
● Pode formar quatro ligações covalentes;
● Pode formar cadeias curtas ou longas e com várias disposições;
● Alta capacidade de se ligar a outros átomos.

O carbono é classificado de acordo com a posição que ocupa na cadeia carbônica.


Ele pode ser primário (ligado a um carbono), secundário (ligado a dois carbonos),
terciário (ligado a três carbonos) ou quaternário (ligado a quatro carbonos).

Cadeias carbônicas
A cadeia carbônica representa o conjunto de todos os carbonos e demais elementos
presentes em um composto orgânico.

As cadeias carbônicas podem ser abertas, fechadas ou mistas:

89
● Cadeias carbônicas abertas, acíclicas ou alifáticas: são aquelas que
possuem duas ou mais extremidades livres.
● Cadeias carbônicas fechadas, cíclicas ou alicíclicas: são aquelas em que
não há extremidades livres, ou seja, forma-se um ciclo.
● Cadeias carbônicas mistas: são aquelas que possuem uma porção com
extremidade livre e outra porção fechada.

As cadeias carbônicas podem ainda ser homogêneas, heterogêneas, saturadas e


insaturadas:

● Cadeias carbônicas homogêneas: as que possuem apresentam átomos de


carbono e hidrogênio.
● Cadeias carbônicas heterogêneas: as que apresentam heteroátomo.
● Cadeias carbônicas saturadas: apresentam apenas ligações simples entre
os átomos de carbono.
● Cadeias carbônicas insaturadas: apresentam alguma ligação dupla ou tripla
entre os átomos de carbono.

Funções Orgânicas
A função química representa um grupo de compostos com propriedades químicas
semelhantes. Eles são identificados por meio dos chamados grupos funcionais.

De acordo com os grupos funcionais, as funções orgânicas são as seguintes:

● Funções Nitrogenadas: Composto formado de nitrogênio na cadeia


carbônica, são eles: Aminas, Amidas, Nitrilas e Nitrocompostos.
● Funções Oxigenadas: Composto formado de oxigênio na cadeia carbônica,
são eles: Aldeídos, Cetonas, Ácidos carboxílicos, Ésteres, Éteres, Fenóis,
Álcoois.
● Funções Halogenadas: Composto formado por haletos, são eles o Flúor (F),
Cloro (Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e Astato (At).

90
● Funções Hidrogenadas: Composto formado por carbono e hidrogênio, os
chamados por hidrocarbonetos (Alcanos, Alcenos, Alcinos, Alcadienos,
Cicloalcanos, Cicloalcenos).

Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos são compostos formados apenas por carbono e hidrogênio, com


fórmula geral: CxHy.

Trata-se de uma extensa quantidade de substâncias, cujo as mais conhecidas são


constituintes do petróleo e gás natural.

A cadeia principal de um hidrocarboneto é formada de carbono e, por sua vez, os


átomos de hidrogênio se ligam por meio de ligação covalente.

São largamente utilizados na indústria química, sendo essenciais na produção dos


derivados do petróleo: combustíveis, polímeros, parafinas, dentre outros.

Propriedades dos hidrocarbonetos

Interação São compostos praticamente apolares e suas moléculas se


molecular unem por dipolo induzido.

Ponto de fusão e São baixos em comparação aos compostos polares.


ebulição

● Gasoso: compostos de 1 à 4 carbonos.


Estados de
● Líquido: compostos de 5 à 17 carbonos.
agregação
● Sólido: compostos com mais de 17 carbonos.

Densidade Possuem densidade menor que a da água.

São insolúveis em água e solúveis em substâncias


Solubilidade
apolares.

Reatividade ● Baixa: compostos de cadeia aberta e ligações

91
simples.
● Média: compostos de cadeia aberta e ligações
duplas.
● Alta: compostos cíclicos de 3 à 5 carbonos.

Classificação dos hidrocarbonetos


Quanto à forma da cadeia carbônica principal, os hidrocarbonetos são classificados
em:

Hidrocarbonetos alifáticos
Formados por cadeias carbônicas abertas ou acíclicas, as quais possuem carbonos
terminais.

● Alcanos
● Alcenos
● Alcinos
● Alcadienos

Exemplo:

2,2,4-trimetilpentano
Hidrocarbonetos cíclicos
Formados por cadeia carbônica fechada ou cíclica as quais não possuem carbonos
terminais.

● Ciclanos
● Ciclenos
● Ciclinos

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● Aromáticos

Exemplos:

Quanto às ligações das cadeias carbônicas, sejam elas simples, duplas ou triplas:

Hidrocarbonetos saturados
Os compostos são formados por ligações simples entre os átomos de carbono e
hidrogênio.

● Alcanos
● Ciclanos

Exemplo:

Metilciclopentano
Hidrocarbonetos insaturados
Os compostos formados possuem ligações duplas ou triplas entre os átomos de
carbono e hidrogênio.

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● Alcenos
● Alcinos
● Alcadienos
● Ciclenos
● Ciclinos
● Aromáticos

Álcoois
Álcoois são compostos formados por hidroxilas ligadas a átomos de carbono
saturados. Os principais álcoois são o etanol e o metanol.

Fórmula estrutural do etanol

A presença do grupo funcional hidroxila (-OH) também é uma característica de


outros compostos orgânicos, os fenóis.

Nomenclatura
A nomenclatura dos álcoois segue a regra da IUPAC (União Internacional de
Química Pura e Aplicada, em português).

Os nomes dos álcoois são formados por prefixo, uma palavra intermediária e um
sufixo, da seguinte forma:

● prefixo - indica o número de carbonos: 1 met, 2 et, 3 prop, 4 but, 5 pemt, 6


hex, 7 hept, 8 oct, 9 non, 10 dec.
● intermédio - indica o tipo de ligação química: an para ligações simples, dien
para 2 duplas , in para 1 tripla, diin para 2 triplas, enin para 1 dupla e 1
tripla.

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● sufixo - indica a função orgânica. Neste caso, é o sufixo para os álcoois.

Exemplos de Álcoois e Aplicações


Os principais álcoois são o etanol e o metanol.

O etanol ou álcool etílico (fórmula molecular C2H6O) é o tipo de álcool utilizado nas
bebidas alcoólicas e nos combustíveis.

Ele tende a substituir o lugar da gasolina. Isso porque ele é mais econômico e não
produz dióxido de enxofre (SO2), ou seja, é menos poluente.

Depois dos Estados Unidos, o Brasil lidera a produção de etanol a nível mundial. No
nosso país, a sua principal matéria-prima é a cana de açúcar.

O metanol ou álcool metílico (fórmula molecular é CH3OH) é utilizado como


solvente na indústria farmacêutica e também como combustível de carros de
corrida.

É altamente tóxico, motivo pelo qual a sua ingestão pode provocar graves danos e
até mesmo a morte.

Há também o álcool iodado, que é usado como um antisséptico, e o álcool


isopropílico, que é usado para limpar aparelhos eletrônicos.

A glicerina ou glicerol, por sua vez, é usada em produtos cosméticos. Enquanto o


xiliton é um poliálcool usado como adoçante natural.

Classificação
Mediante a posição da hidroxila, os álcoois podem ser:

● Primários quando ligados a apenas um átomo de carbono.


● Secundários quando ligados a dois átomos de carbono.
● Terciários quando ligados a três átomos de carbono.

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A partir da oxidação dos álcoois primários são obtidos os aldeídos, os quais podem
ser encontrados nas flores e nas frutas, por exemplo.

Os álcoois também podem ser classificados mediante o número de hidroxilas:

● Monoálcool quando possuem apenas uma hidroxila.


● Diálcool quando possuem duas hidroxilas.
● Triálcool quando ligados a três hidroxilas.

Propriedades
● Ácido
● Cheiro característico
● Densidade mais baixa do que da água
● Incolor
● Inflamável
● Líquido, quando têm até 11 carbonos. Sólido, acima de 11 carbonos
● Molécula polar
● Ponto de ebulição alto
● Tóxico

Isomeria
Isomeria química é um fenômeno observado quando duas ou mais substâncias
orgânicas têm a mesma fórmula molecular, mas estrutura molecular e propriedades
diferentes.

As substâncias químicas com essas características são denominadas isômeros.

O termo deriva das palavras gregas iso = igual e meros = partes, ou seja, partes
iguais.

Existem diferentes tipos de isomeria:

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● Isomeria plana: Os compostos são identificados através das fórmulas
estruturais planas. Divide-se em isomeria de cadeia, isomeria de função,
isomeria de posição, isomeria de compensação e isomeria de tautomeria.
● Isomeria espacial: A estrutura molecular dos compostos apresenta
diferentes estruturas espaciais. Divide-se em isomeria geométrica e
isomeria óptica.

Isomeria plana
Na isomeria plana ou isomeria constitucional, a estrutura molecular das substâncias
orgânicas é plana.

Os compostos que apresentam essa característica são denominados de isômeros


planos.

Isomeria de cadeia
A isomeria de cadeia acontece quando os átomos de carbono apresentam cadeias
diferentes e a mesma função química.

Exemplos:

Estrutura molecular do butano C4H10

Estrutura molecular do metilpropano C4H10


Isomeria de função
A isomeria de função ocorre quando dois ou mais compostos possuem funções
químicas diferentes e a mesma fórmula molecular.

Exemplos: Esse caso é comum entre aldeídos e cetonas.

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Aldeído: Propanal C3H6O

Cetona: Propanona C3H6O


Isomeria de posição
A isomeria de posição ocorre quando os compostos diferenciam-se pelas diferentes
posições de insaturação, ramificação ou grupo funcional na cadeia carbônica. Nesse
caso, os isômeros apresentam a mesma função química.

Exemplos:

Os dois compostos
diferenciam-se pela posição da ramificação
Isomeria de compensação
A isomeria de compensação ou metameria ocorre em compostos com a mesma
função química que diferenciam-se pela posição dos heteroátomos.

Exemplos:

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Estrutura molecular de etil-propilamina C5H13N

Estrutura molecular de metil-butilamina C5H13N


Tautomeria
A tautomeria ou isomeria dinâmica pode ser considerada um caso específico de
isomeria de função. Nesse caso, um isômero pode transformar-se em outro pela
mudança de posição de um elemento na cadeia.

Exemplos:

Estrutura molecular de etanal C2H4O

Estrutura molecular de etenol C2H4O


Isomeria espacial
A isomeria espacial, também chamada de estereoisomeria, acontece quando dois
compostos têm a mesma fórmula molecular e diferentes fórmulas estruturais.

Nesse tipo de isomeria, os átomos estão distribuídos da mesma maneira, mas


ocupam posições diferentes no espaço.

Isomeria geométrica
A isomeria geométrica ou cis-trans ocorre em cadeias abertas insaturadas e
também em compostos cíclicos. Para tanto, os ligantes do carbono têm de ser
diferentes.

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Forma molecular de cis-dicloroeteno C2H2Cl2

Forma molecular de trans-dicloroeteno C2H2Cl2

● Quando os mesmos ligantes encontram-se do mesmo lado, a nomenclatura


do isômero recebe o prefixo cis.
● Quando os mesmos ligantes encontram-se em lados opostos, a
nomenclatura recebe o prefixo trans.

A IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) recomenda que em vez


de cis e trans, sejam utilizadas as letras Z e E como prefixo.

Isso acontece porque Z é a primeira letra da palavra alemã zusammen, que significa
"juntos". E é a primeira letra da palavra alemã entegegen, que significa "opostos".

Isomeria óptica
A isomeria óptica é demonstrada pelos compostos que são opticamente ativos. Ela
acontece quando uma substância é provocada pelo desvio angular no plano de luz
polarizada.

● Quando uma substância desvia a luz óptica para a direita é denominada


dextrogira.
● Quando uma substância desvia a luz óptica para a esquerda, a substância é
denominada levogira.

Uma substância pode existir, ainda, em duas formas que são opticamente ativas,
dextogira e levogira. Nesse caso, ela é chamada de enantiômero.

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Para que um composto de carbono seja opticamente ativo, deve ser quiral. Isso
quer dizer que os seus ligantes não podem se sobrepor, sendo assimétricos.

Reações Orgânicas

Reações orgânicas são as reações que acontecem entre compostos orgânicos. Há


vários tipos de reações, que ocorrem mediante a quebra de moléculas dando
origem a novas ligações.

Muito utilizadas na indústria, é a partir delas que podem ser produzidos


medicamentos e produtos de cosmética, plásticos, dentre tantas outras coisas.

Os principais tipos de reações orgânicas são:

● Reação de adição
● Reação de substituição
● Reação de eliminação
● Reação de oxidação

Reação de Substituição
A reação de substituição acontece quando há átomos (ou um grupo) ligantes que
são substituídos por outros.

Acontece principalmente entre alcanos, ciclanos e aromáticos.

Exemplos de reações de substituição


Exemplo 1: halogenação (substituição por halogênio)

A halogenação de um alcano produz um haleto.

Exemplo 2: nitração (substituição por nitro)

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A nitração de um alcano produz um nitrocomposto.

Exemplo 3: sulfonação (substituição por sulfônicos)

A sulfonação de um alcano produz um ácido.

Reação de Eliminação
A reação de eliminação acontece quando um ligante de carbono é eliminado da
molécula orgânica.

Essa reação é contrária à reação de adição.

Exemplos de reações de eliminação


Exemplo 1: eliminação de hidrogênio (desidrogenação)

A eliminação de hidrogênio de um alcano produz um alceno.

Exemplo 2: eliminação de halogênios (de-halogenação)

A eliminação de halogênios de um di-haleto produz um alceno.

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Exemplo 3: eliminação de halogenidreto

A eliminação de halogenidreto de um haleto produz um alceno.

Exemplo 4: eliminação de água (desidratação de álcool)

A eliminação de água de um álcool produz um alceno.

Reação de Oxidação
A reação de oxidação, também chamada de oxirredução, acontece quando há
ganho ou perda de elétrons.

Exemplos de reações de oxidação


Exemplo 1: oxidação enérgica dos alcenos

A oxidação enérgica de um alceno produz ácidos carboxílicos.

Exemplo 2: oxidação de álcool primário

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A oxidação enérgica de um álcool primário produz ácido carboxílico e água.

Exemplo 3: oxidação de álcool secundário

A oxidação de um álcool secundário produz cetona e água.

Reação de Adição
A reação de adição acontece quando as ligações da molécula orgânica se rompem
e à ela é adicionado um reagente.

Acontece principalmente em compostos cujas cadeias sejam abertas e que tenham


insaturações, como alcenos ( ) e alcinos ( ).

Exemplos de reações de adição


Exemplo 1: hidrogenação (adição de hidrogênio)

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A hidrogenação de um alceno produz um alcano.

Exemplo 2: halogenação (adição de halogênios)

A halogenação de um alceno produz um haleto.

Exemplo 3: hidratação (adição de água)

A hidratação de um alceno produz um álcool.

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